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UniversoUPF
espaço do leitor “Sendo a maior instituição de ensino da região Norte do estado do Rio Grande do Sul, a UPF necessita de um veículo de comunicação escrito para divulgar e deixar gravadas a nossa realidade, as nossas conquistas e, mais do que nunca, a visão de nossos dirigentes para o futuro. Nesse contexto, a revista Universo UPF divulga o trabalho da Universidade para os leitores de outras regiões, mostrando a contribuição da Instituição para o crescimento regional. Na edição nº 14, foram apresentadas as conquistas nas áreas de ensino, pesquisa, extensão e inovação tecnológica, demonstrando que a UPF está cada vez mais trabalhando na qualificação dos diversos programas de graduação e pós-graduação, buscando, inclusive, a equivalência internacional desses. Importante ressaltar que a Instituição vem oferecendo diferentes estágios pós-doutorais, o que a fortalece como referência regional na área de pesquisa, com o aprimoramento e a formação de pesquisadores. Cumprimento os responsáveis por esta fonte de informações, que cada vez mais nos enche de orgulho”.
Dr. Eraldo Zanella Coordenador do curso de Medicina Veterinária O espaço do leitor recebe comentários, sugestões e impressões sobre a revista Universo UPF. Para participar, escreva um e-mail para imprensa@upf.br. Nossos telefones de contato são (54) 3316-8142 e 3316-8138. Boa leitura a todos! Equipe de produção da revista Universo UPF
nesta
UPF em
edição
NÚMEROS 9 campi instalados em Passo Fundo e região Mais de 150 municípios abrangidos em sua área de atuação 18.540 alunos matriculados na graduação, pós-graduação, extensão, UPF Idiomas e Integrado UPF 15.235 alunos matriculados na graduação 660 alunos regulares matriculados nos programas stricto sensu 814 alunos matriculados em cursos lato sensu 376 alunos matriculados na UPF Idiomas - FUPF 559 alunos matriculados no CEMI - FUPF 896 matriculados na extensão (Creati): 643 em Passo Fundo / 126 em Carazinho / 127 em Lagoa Vermelha 904 professores de Ensino Superior (49,67% Me.,30,20% Dr.) 1.241 funcionários 60 cursos de graduação em andamento 42 cursos de especialização em andamento 15 cursos de mestrado institucional 6 cursos de doutorado institucional 9 estágios pós-doutorais 72.316 profissionais formados 10 bibliotecas, contendo 315.950 exemplares de livros disponíveis em 118.957 títulos 22 anfiteatros e auditórios 176 salas para ensino prático-experimental 300 laboratórios 150 clínicas 55 convênios com instituições estrangeiras para intercâmbio acadêmico em 19 países
Revista Universo UPF - nº 15 Outubro/Novembro 2016
Pg 5
n Fábrica experimental
potencializa novos empreendimentos em software
Pg 12
n UPF empossa coordenadores de curso, área, pesquisa e extensão
Pg 22
n Coral Universitário 50 anos: unindo cursos, vozes e a UPF
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A revista Universo UPF é uma publicação da Universidade de Passo Fundo e tem distribuição gratuita
Reitor n José Carlos Carles de Souza Vice-reitora de Graduação n Rosani Sgari Vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação n Leonardo José Gil Barcellos Vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários n Bernadete Maria Dalmolin Vice-reitor Administrativo n Agenor Dias de Meira Junior Coordenador de Comunicação e Marketing FUPF n Cristiano Mielczarski Silva Produção de textos: Alessandra Pasinato (MTb/ RS17292); Carla Patrícia Vailatti (MTb/RS14403); Caroline Simor da Silva (MTb/RS15861); Filippe de Oliveira (MTb/16570); Leonardo Rodrigues Andreoli (MTb/14508); Natália Fávero (MTb/ RS14761), Silvia Brugnera (DRT/13147) e Zulmara Colussi (MTb/11.204). Edição e supervisão: Silvia Brugnera (DRT/13147) Revisão de textos: Cinara Sabadin Dagneze Projeto gráfico: Fábio Luis Rockenbach e Luis A. Hofmann Jr. Diagramação: Marcus Vinícius Freitas / Núcleo Experimental de Jornalismo FAC UPF Montagem de capa: Luis A. Hofmann Jr.
A Revista Universo UPF também está disponível na versão digital. Ela pode ser lida no site www.upf.br e também em issuu.com/universidadeupf Universidade de Passo Fundo
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Fotos: Gelsoli Casagrande
universidade Compromisso com a formação e com o
futuro da educação Programa de Pós-Graduação em Educação da UPF acompanha as inovações da área, buscando a excelência acadêmica e a aproximação com a realidade local e regional
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esde a sua criação, em 1997, o Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) da UPF passou por várias mudanças e avanços. Esse processo de atualização permanente proporcionou a consolidação das ações e a formação de profissionais qualificados. Próximo de completar 20 anos de existência, o Programa busca a excelência em sintonia com as demandas locais e regionais. Voltado para egressos de cursos de graduação e de mestres de todas as áreas do conhecimento, o Programa orienta-se pela seguinte questão: o que significa formar novas gerações em um contexto social complexo e plural? A partir dessa reflexão, a coordenação tem buscado, por meio das três linhas de pesquisa – Fundamentos da educação, Processos educativos e linguagem e Políticas educacionais –, oferecer uma formação ampla, múltipla e integral. Entre os aspectos considerados importantes no processo de atualização, o coordenador do Programa, professor Dr. Claudio A. Dalbosco, destaca que a política institucional de apoio à pós-graduação permitiu ações concretas como a qualificação docente e a destinação de horas de pesquisa para os professores. “Isso permitiu ao corpo docente aumentar e qualificar progressivamente a produção científica. O segundo fator é a aposta no trabalho coletivo de grupo e na atualização e no fortalecimento das linhas de pesquisa do PPGEdu. Com um Programa enxuto – atualmente, são 11
professores que atuam diretamente no PPGEdu – e localizado fora dos grandes centros de pesquisa do país, precisamos potencializar ainda mais nossas forças e o trabalho de grupo é um mecanismo poderoso para isso”, frisa. Trabalho conjunto e planejamento Para que a consolidação acontecesse, foi preciso definir linhas de pesquisas que transversalizassem temas e problemas de investigação entre si e que tivessem coerência interna. “Isso só é possível na medida em que os projetos individuais de pesquisa dos professores estejam articulados com as dissertações e teses dos alunos. Reuniões sistemáticas do colegiado dos professores e os encontros regulares dos grupos de pesquisa com a participação dos mestrandos e doutorandos são estratégias organizacionais decisivas”, explica. A cada ano, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) tem desenvolvido mecanismos mais rigorosos de avaliação. Pensando nisso, e com foco na excelência, os professores envolvidos no Programa procuram combinar o trabalho de grupo com o estabelecimento e a execução do plano de metas. “O PPGEdu não pode se descuidar da avaliação da Capes em hipótese alguma, sob pena de permanecer estático ou até mesmo de regredir no conceito. Por isso, o estímulo à produção científica e o acompanhamento sistemático e re-
gular do que é produzido estão entre as principais ações do plano de metas do Programa”, observa. Objetivos futuros Segundo Dalbosco, a meta maior é alcançar o conceito 5 na avaliação da Capes, sem perder o foco. Para ele, a busca pela excelência acadêmica traz consigo a procura pelo aperfeiçoamento profissional e humano de cada docente e aluno. “A qualificação permanente de nossa produção científica fortalece o PPGEdu como um todo. Visamos, também, de maneira mais concreta, para os próximos anos, maior integração com a graduação e vínculo mais estreito com a educação básica, com a escola, e com outras instituições sociais”, ressalta.
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Palavra do
Reitor José Carlos Carles de Souza*
A UPF DOS PRÓXIMOS ANOS
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comunidade acadêmica da Universidade de Passo Fundo está concluindo a importante tarefa de indicar as linhas gerais de seu futuro, por meio da definição das suas políticas acadêmicas e da indicação das ações que deverão ser implementadas nos próximos anos. Está em andamento a elaboração do Projeto Pedagógico Institucional (PPI) e do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). Por óbvio, esse trabalho exige de todos os atores envolvidos muita cautela na escolha das melhores propostas e do elenco de atividades coletivas, de modo a assegurar que estejam em pauta exatamente as ações que conduzirão a UPF ao patamar de maior realce no cenário da educação superior brasileira. A construção dos documentos deve observar o que a Instituição tem de melhor, bem como primar pela otimização do funcionamento da sua destacada infraestrutura física e pela oferta da melhor formação aos seus milhares de acadêmicos. Nesse cenário, o potencial do qualificado corpo docente e funcional da Instituição mostra imprescindível. Com esse mesmo propósito, deve ser considerado o seu extenso portfólio de cursos, tanto aqueles que servem ao escopo da graduação quanto aqueles que integram os seus programas de pósgraduação stricto sensu. De igual modo, o envolvimento comunitário da UPF é facilmente percebido, em razão dos relevantes projetos de extensão em execução, que possibilitam a articulação e a participação dos vários cursos no permanente diálogo entre os acadêmicos e seus professores, que alcança e se efetiva na comunidade externa e nela se efetiva. É reflexo dessa postura institucional proativa, também, o entrelaçamento dos saberes a partir do compartilhamento dos conhecimentos na área do ensino, da pesquisa, da extensão e da inovação tecnológica, em conteúdos e práticas específicas que integram a formação do estudante universitário na UPF. Essa é a nossa fortaleza. Esse é o nosso patrimônio material e imaterial. Esses são os destacados diferenciais com os quais continuaremos escrevendo a história da UPF e, consequentemente, seguiremos contribuindo na edificação dos pilares da nossa comunidade. É bem verdade que ainda temos condições de incrementar outras atividades que também estão presentes no nosso cotidiano. São algumas ações pontuais, tais como revisar o funcionamento da nossa estrutura multicampi, redefinir as suas finalidades e otimizar o uso de nossos diversos e qualificados laboratórios vinculados aos mais variados cursos. Ainda, compreender o real significado e usufruir do espaço de inovação e de empreendedorismo do UPF Parque, com novo módulo recém inaugurado, que agrega acadêmicos, professores e empresas locais e da região em torno de projetos que utilizam novas tecnologias. Mas, há outras necessidades, como a de intensificar a qualificação da gestão acadêmica, focando no binômio professor-aluno e nos conteúdos curriculares, com a finalidade de obter os melhores resultados na equação ensino-aprendizagem e a de continuar a implementação das medidas preconizadas na reforma administrativa, principalmente a aplicação de métricas efetivas e de fácil compreensão para o acompanhamento dos resultados de cada setor. Contudo, ao projetarmos o futuro da UPF, revela-se necessária a revisão da estrutura organizacional e do quadro de pessoal, bem como se mostra fundamental melhorar o fluxo de nossos processos, com a finalidade de tornar menos burocráticos e mais ágeis os pedidos e as respostas. Devemos avançar nesse desiderato sem desviar da missão da UPF e continuar respeitando os valores institucionais. O cenário está preparado e os atores estão capacitados para trilhar o melhor caminho rumo ao sucesso. É com esse propósito que a comissão especial do PPI tem desenvolvido as suas atividades. De igual modo, a comissão especial do PDI está ouvindo a comunidade acadêmica sobre alguns pontos que se transformarão em metas, com ações específicas para atingirmos o grande propósito institucional: oferecer formação de excelência à comunidade e ser por ela reconhecida como a melhor instituição de ensino superior do interior do Rio Grande do Sul. Impõe-se, então, saber: qual será a contribuição de cada professor e de cada funcionário nesse processo? A propósito, qual é a expectativa pessoal de cada um nesse cenário de mudanças? A parametrização do resultado esperado de seu setor está adequada? A projeção do resultado acadêmico de seu curso é factível diante da conjuntura econômica e social atual? Os índices obtidos nos últimos processos avaliativos dos nossos cursos nos conduzem a resultados que permitem a projeção de melhoria do nosso conceito institucional? Todos esses questionamentos deverão ser respondidos nos próximos meses, a partir da visão sistêmica e empreendedora das potencialidades da nossa Instituição e da sustentabilidade acadêmico-financeira, para, juntos, construirmos a UPF dos próximo anos. Cordial abraço. (*) Reitor da UPF
UPF entre os expoentes do agronegócio Honraria concedida pela Revista A Granja reconhece os protagonistas do agronegócio em trinta categorias, entre elas Instituição de Ensino, na qual a UPF foi premiada
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s 48 anos de história da Universidade de Passo Fundo (UPF) retratam mais do que uma trajetória educacional que vem formando profissionais que transformam os diferentes espaços nos quais aplicam os conhecimentos adquiridos; a Instituição também é reconhecida pela excelência com que alcança representatividade em diversos setores, entre eles, o agronegócio. No dia 30 de agosto, a UPF foi reconhecida junto a outras 29 empresas do setor agroindustrial, com o prêmio “Destaques A Granja do Ano 2016”, na categoria Instituição de Ensino, honraria concedida pela Revista A Granja aos expoentes do agronegócio. A escolha dos protagonistas do agronegócio se deu a partir de uma pesquisa livre e espontânea realizada em junho com os leitores da Revista A Granja, que apontaram profissionais, instituições, entidades e empresas mais destacadas em trinta categorias do agronegócio ou relacionadas diretamente com o setor. Essa é a 31ª edição do prêmio, promovido pela A Granja desde 1986, no entanto, a categoria Instituição de Ensino foi criada em 2015, sendo a UPF a segunda agraciada com o reconhecimento, uma vez que, na primeira edição, o prêmio foi concedido à Esalq/USP. A solenidade de entrega foi realizada na Expointer, no auditório da Farsul, e reuniu autoridades e convidados. O reitor da UPF José Carlos Carles Expoentes do agronegócio de Souza prestigiou o evento e recebeu com satisfação o troféu. Além da UPF, outras empresas da “Para nós, é uma honra receber essa região foram reconhecidas, como a distinção da Revista A Granja, que Semato – na categoria Plantadeiras; a tem como escopo ouvir seus leitores Jacto – na categoria Pulverizadores; a Jan – na categoria Graneleiros; e a Stara – na de todo o Brasil para a indicação categoria Implementos Agrícolas. Dentre desse prêmio. Isso significa dizer as trinta empresas, também figuraram que aquilo que fizemos em nossos entre os premiados grandes companhias, cursos e em nossa universidade está como Massey Ferguson, John Deere, disseminado por todo o país”, disse, Dupont Pioneer, Bayer, Yara, Mercedesemocionado, o reitor. -Benz, Ford, C.Vale, Coamo, Kepler Weber, Para ele, o agronegócio é o Miolo Wine Group, Embrapa, Bradesco, grande vetor da economia e a Banco do Brasil e Mapfre Seguros. ReUPF contribui de forma efetiva presentando essas empresas, estiveram para a formação de profissionais diversos profissionais graduados pela UPF, os quais, em suas manifestações, panessa área. “Um reconhecimento rabenizaram a Instituição pelo trabalho como esse nos dá condições de desenvolvido e pelo reconhecimento. continuar apostando em nossos A Granja é a revista mais antiga trabalhos voltados à pesquisa e no em circulação no Brasil em todos os investimento em grandes parcerias segmentos, com 71 anos, e para seu a nível nacional. Isso nos distingue diretor executivo, Eduardo Hoffmann, e nos coloca na vanguarda nesse o “Destaques A Granja do Ano” é o cenário tão importante”, constata prêmio mais tradicional do agronegócio José Carlos, que esteve no evento brasileiro. “A categoria Instituição de acompanhado do vice-reitor Ensino foi um segmento introduzido no último ano e, nesta edição, tivemos Administrativo Agenor Dias de a grata surpresa de receber dos nossos Meira Junior, do coordenador do leitores a indicação da UPF como líder curso de Medicina Veterinária, prof. no segmento. Ficamos muito contentes, Dr. Eraldo Zanella, e do professor do especialmente por ser gaúcha”, curso, Dr. Ricardo Zanella. considerou o diretor.
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universidade Fábrica experimental potencializa novos empreendimentos em software Foto: Alessandra Pasinato
Reuniões de trabalho estruturam a atuação da Fábrica Experimental de Desenvolvimento Multiplataforma
Projeto implementado pelos cursos da área de Tecnologia da Informação da UPF impulsiona a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação em software multiplataforma, promovendo a interação dos alunos da graduação e pós-graduação com o mercado de trabalho e potencializando o surgimento de startups junto ao UPF Parque
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oftwares e aplicativos têm gerado impacto significativo nas organizações, independente do ramo de atuação, o que tem ampliado as demandas pela inovação em seu processo de criação. Com o propósito de contribuir para a pesquisa e a inovação em soluções de software nas mais diversas plataformas, está sendo implantado um novo projeto que tem integrado os cursos da área da Informática da Universidade de Passo Fundo (UPF): a Fábrica Experimental de Desenvolvimento Multiplataforma. Instalada na sala 7 do módulo III do Parque Científico e Tecnológico Planalto Médio (UPF Parque), a Fábrica atende a demandas internas e externas por soluções que contemplem inovação, buscando parceria com empresas da área de TI participantes do Arranjo Produtivo Local de Tecnologia da Informação e Comunicação (APLTEC), assim como outras empresas e grupos de pesquisa que tenham demandas ou soluções para os projetos submetidos à Fábrica.
O projeto vem sendo coordenado pelos professores Me. Jaqson Dalbosco e Me. Marcos José Brusso e está em fase de definição de processo, estruturação de fluxo de trabalho e prospecção de demandas. Conforme Dalbosco, as demandas são recebidas e, após, é feito estudo de viabilidade para o projeto, que será desenvolvido por alunos bolsistas de graduação e pós-graduação dos cursos da área de Informática da UPF. “Para realizar a pesquisa e o desenvolvimento, as empresas precisam viabilizar bolsas a esses alunos. A quantidade de bolsas vai depender do tamanho e do prazo para conclusão do projeto”, explica ele. A Fábrica, após realizada a pesquisa e o desenvolvimento, poderá entregar mais do que um protótipo. “Entregamos ao parceiro um produto mínimo viável, que pode ser complementado para que se torne um produto de mercado”, comenta o professor. Integrada ao UPF Parque, a Fábrica Experimental opor-
tuniza que os projetos desenvolvidos sejam incubados no Parque e tornem-se startups. “Esse ambiente gera novos empreendimentos e pode potencializar a sua viabilidade de mercado”, destaca Dalbosco, enfatizando que a intenção é criar ambientes propícios para o desenvolvimento de novas ideias, aliando o know how de alunos, professores pesquisadores da UPF e dos parceiros na criação de novas soluções e geração de novos empreendimentos. Conforme Brusso, os alunos dos cursos de graduação em Ciência da Computação, Engenharia de Computação e Análise e Desenvolvimento de Sistemas e do mestrado em Computação Aplicada da UPF encontrarão na Fábrica Experimental um ambiente que possibilita adquirir experiência, durante sua formação, por meio de seu envolvimento nos projetos que serão desenvolvidos em parceria com as empresas, abrindo portas para o mercado de trabalho e incentivando o empreendedorismo.
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comunidade
Uma década dedicada à
educação para o consumo Mais de 70 mil pessoas já foram atendidas em Passo Fundo
Foto: Gelsoli Casagrande
Balcão do Consumidor iniciou com atuação local, consolidou-se regionalmente e, hoje, um de seus trabalhos, o conjunto de documentários sobre o movimento consumerista, está disponível para todo o mundo do Consumidor desde sua origem, passou a ser estimulada com diferentes estratégias.
O
que há dez anos não passava de um sonho, hoje se concretiza com ações que fazem a diferença na vida de milhares de pessoas de Passo Fundo e região e é referência nos mais diversos lugares, com limites cada vez mais amplos. Assim pode ser resumida a história do Balcão do Consumidor, projeto de extensão da UPF que comemora, em setembro de 2016, sua primeira década, marcada por com conquistas significativas. O projeto, que foi elaborado em 2005, foi desenvolvido em parceria com a Prefeitura de Passo Fundo e o Ministério Público Estadual. O objetivo segue o mesmo até hoje: promover o respeito aos direitos de quem consome produtos e serviços. No dia 29 de setembro de 2006, “o Balcão do Consumidor foi instalado e o então ministro do Superior Tribunal de Justiça, Herman de Vasconcellos e Benjamin, esteve presente na solenidade de lançamento. “Começamos
Conheça a equipe do Balcão do Consumidor Lagoa Vermelha Coordenadora: Me. Cláudia Cerri
Passo Fundo Coordenadores: Dr. Liton Lanes Pilau Sobrinho e Dr. Rogerio da Silva Professores colaboradores: Me. Elisangêla Teixeira e Me. Manoela Bitencourt Funcionários: Franco Scortegagna e Cristiane Gasparin
Soledade Coordenador: Me. Idioney Oliveira Vieira
Carazinho Coordenadora: Me. Vanderlise Wentz Baú
Sarandi Coordenador: Me. Fahd Medeiros Awad
Casca Coordenadora: Me. Nádia Tonial
Falando a língua das crianças As crianças são um público estratégico para a educação para o consumo, pois, com tal prática, além se tornarem timidamente em uma pequena consumidores conscientes, Campi sala no Campus III. Conforme o transmitem informações a convênio que tínhamos com o Com sólidas ações toda a família. Para entrar no município, começamos a fazer universo infantil, foi criado, em Passo Fundo, o intermédio de relações entre em 2009, o Tchê Consumidor, naturalmente, o consumidores e fornecedores. com recurso captado junto à desafio foi expandir a abrangência Além desse atendimento Procuradoria da República. O do Balcão do preliminar, começamos a personagem foi desenvolvido Consumidor para mediar relações de consumo pelo Núcleo Experimental de os campi. Hoje, o por meio de audiências Publicidade e Propaganda da projeto está preextrajudiciais”, relata o UPF (NEXPP) e se transformou sente nos campi professor Dr. Liton Lanes Pilau em bonecos, revistas em Carazinho, Casca, Sobrinho, um dos fundadores e quadrinhos e vídeos, que Lagoa Vermelha, coordenadores do Balcão, junto promovem a educação para Sarandi e Soledacom o professor Dr. Rogerio o consumo em escolas e em de, multiplicando da Silva. Para demandas outros espaços direcionados sua abrangência. recorrentes, relacionadas a às crianças. A UPFTV é parceira telefonia, bancos e planos de saúde, por na elaboração dos vídeos, que utilizam exemplo, soluções são buscadas junto linguagem apropriada para a faixa etária. com o Ministério Público. DO projeto já passou por diversas escolas O atendimento é realizado por alunos de Passo Fundo e região, consolidandoe professores do curso de Direito e se como referência de educação para o tem como característica buscar a consumo. conciliação desses conflitos. “Se não houvesse o trabalho do Balcão, muitas Captação de recursos dessas demandas chegariam ao Poder A fim de expandir e fortalecer as ações Judiciário, que hoje já enfrenta um do Balcão do Consumidor, a equipe que número imenso de processos”, lembra nele atua buscou a captação de recursos o professor Rogerio. junto a órgãos públicos. Nesses 10 anos, Até hoje, só em Passo Fundo, foram captados mais de R$ 1 milhão mais de 70 mil pessoas receberam por meio de projetos aprovados em atendimento do Balcão do Consumidor. instituições como Ministério Público Esse número expressivo inicialmente Federal, Ministério Público Estadual, foi comemorado pelos integrantes Procuradoria da República, Fundo do projeto, mas logo foi motivo de Estadual do Consumidor e Fundo de preocupação, porque evidencia que Direitos Difusos do Ministério da Justiça. os direitos dos consumidores estavam Esses projetos viabilizaram, por exemplo, sendo desrespeitados. Para enfrentar a criação do Tchê Consumidor, do Balcão essa realidade, a educação para o na estrada e dos documentários sobre o consumo, um dos princípios do Balcão movimento consumerista.
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Fotos: Arquivo UPF
Balcão na Estrada Desde setembro de 2011, o Balcão do Consumidor possui uma unidade móvel. O veículo foi adquirido com recurso da Procuradoria da República e é adaptado para levar ações de educação para o consumo a diferentes localidades. Além de Passo Fundo, já foram desenvolvidas ações nos municípios de Carazinho, Marau, Lagoa Vermelha, Casca, Soledade, Sarandi e Camargo.
Movimento consumerista registrado em documentários O Balcão do Consumidor e a UPFTV lançaram, no início de 2016, os documentários “Movimento consumerista brasileiro: 25 anos do Código de Defesa do Consumidor” e “Movimento Consumerista Gaúcho”. Os vídeos são fruto de mais de três anos de trabalho e sua produção foi possível a partir da aprovação de um projeto junto ao Fundo de Direitos Difusos do Ministério da Justiça e do apoio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon). “Inicialmente, aprovamos no Fundo Estadual. Desenvolvemos um documentário contando a participação do Rio Grande do Sul na história nacional da defesa do consumidor. Nesse trabalho, tivemos a oportunidade de entrevistar a ex-secretária nacional do consumidor, Dra. Juliana Pereira, que nos desafiou a ampliar o projeto e a trabalhar não só a história, mas também o presente e o futuro”, relata o professor Rogerio. O primeiro volume contempla os 25 anos do Código de Defesa do Consumidor brasileiro e, em 2h20min, traz mais de noventa depoimentos. Esse documentário foi pré-lançado em 2015, durante congresso da Consumers International, considerado o maior evento internacional sobre direito do consumidor. O lançamento ocorreu em março de 2016, no auditório do Ministério da Justiça, em Brasília, a convite da Senacon, com a presença de personalidades de todo o Brasil. “Foi uma imensa responsabilidade”, conta. Aproveitando a presença de nomes mundialmente respeitados no que concerne aos direitos do consumidor durante o congresso em que o primeiro documentário foi pré-lançado, a equipe realizou gravações para o segundo volume do trabalho. “O material versa
sobre a atualidade e a atualização do CDC, com os autores do anteprojeto e do projeto de atualização, e também aborda a internacionalização da defesa do consumidor, tratando de mais de trinta países, em todos os continentes”, resume Liton. O segundo volume deve ser lançado em outubro, durante os seminários Nacional e Internacional do Consumidor, que acontecem na UPF, nos dias 5, 6 e 7. Está em produção o terceiro volume do documentário, que tem como foco as novas tecnologias e sua relação com o universo do consumo. A produção inovadora conta com a contribuição do Programa de Pós-Graduação em História (PPGH), do Programa de Pós-Graduação em Computação Aplicada (PPGCA) e do curso de Design Gráfico. Seu lançamento está previsto para 15 de março de 2017, Dia Mundial do Consumidor. Expansão pelo país Por seu caráter inovador e efetivo, o projeto Balcão do Consumidor inspirou diversas ações Brasil afora. Para o professor Liton, isso é motivo de satisfação. “Menos de 10% dos municípios do país têm Procons. Quanto mais ações em defesa do consumidor, melhor para as pessoas”, considera. O professor Rogerio da Silva lembra que o Balcão do Consumidor é hoje reconhecido no estado, no país e até mesmo fora do Brasil como um projeto que envolve graduação, pesquisa e extensão. Muito a conquistar Para o professor Rogerio, após 26 anos de CDC, ainda há muito a avançar. “Temos a principal legislação de consumo do mundo, mas infelizmente nunca o consumidor foi tão desrespeitado em seus
Personagem Tchê Consumidor fala sobre educação para o consumo para crianças
direitos. São cláusulas e práticas abusivas, ofertas não cumpridas, publicidade enganosa, superendividamento e má prestação dos serviços públicos”, descreve. O coordenador e precursor do projeto acredita que o consumidor está vulnerável. “O Poder Público não investe na defesa do consumidor como um direito fundamental e uma questão de cidadania. As grandes corporações desrespeitam todos os dias para aumentar seus lucros. Os Procons são vistos pelo Poder Público apenas como mais um gasto e não como uma alternativa de solução de conflitos. Infelizmente, a nossa sociedade não cobra dos políticos um órgão de qualidade para defender seus direitos, fiscalizar, educar e evitar a concorrência desleal. Os políticos não têm coragem de enfrentar demandas
que vão beneficiar os cidadãos. Houve um retrocesso muito grande nesse sentido. Qual político defende a bandeira do consumidor?”, questiona. O Balcão do Consumidor é, para seus coordenadores, um serviço fundamental que transforma consumidores, fornecedores e estudantes de Direito, que diariamente precisam resolver situações complexas. “A principal característica no Balcão do Consumidor é sempre estar desenvolvendo projetos novos e acreditar que é possível vencer os obstáculos que surgem”, considera Rogerio.
Balcão na Estrada leva informações sobre direitos do consumidor a localidades da região
Balcão de Sarandi, instalado em 2015, é a mais nova das unidades do projeto
Seminários
Entre os desdobramentos do projeto, estão a realização de eventos nacionais, internacionais e regionais, que promovem discussões sobre as relações de consumo em suas diversas possibilidades. Em outubro deste ano, acontecem o IX Seminário Nacional de Defesa do Consumidor, V Seminário Internacional de Defesa do Consumidor e o VII Encontro Regional de Procons.
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Outubro/Novembro 2016 Foto: Arquivo UPF
especial
Outubro de 2017 será mês de
JORNADA
NACIONAL DE LITERATURA Com um novo formato, mas sem perder sua essência, caracterizada pela formação de leitores, Jornada vai trazer muitas novidades
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próxima edição da Jornada Nacional de Literatura já tem data definida. A 16ª edição do evento será realizada na primeira semana do mês de outubro de 2017, entre os dias 3 e 8. Totalmente remodelada, a nova Jornada de Literatura é resultado de dois diagnósticos encomendados pela Universidade de Passo Fundo: um realizado pela Infinito Cultural e Lukso Story & Strategy, empresa de consultoria de São Paulo, e outro pelo Núcleo Experimental de Publicidade e Propaganda da Faculdade de Artes e Comunicação da Universidade de Passo Fundo (NEXPP/FAC/UPF). A nova Jornada vai dialogar muito mais com os espaços da cidade de Passo Fundo e terá maior aproximação com os gestores da educação regional. As ações resultarão na ‘Jornalização’ da cidade, que será marcada pela ocupação dos espaços culturais. A Jornada de Literatura passa por um processo de reformulação para se adaptar às novas formas de difundir a leitura, no entanto, sua essência será mantida e contemplada na edição de 2017, segundo assegura a professora Dra. Fabiane Burlamaque, coordenadora das Jornadas Nacionais de Literatura. “A Jornada de Literatura está mais viva do que nunca. Nosso objetivo sem-
pre foi e continuará sendo a formação de leitores, e o encontro do leitor com o escritor permanece o mesmo”, registra Fabiane. As atividades da Jornada ocorrerão somente no turno da noite, no Circo da Cultura, dos dias 3 a 6 de outubro. À tarde, serão realizados seminários, para os quais serão utilizados diferentes espaços na cidade, como o Sesc e o Teatro Mucio de Castro, além de estruturas da Universidade. A escolha dessas datas se deu em razão de que, no período, já é primavera e o clima estará mais agradável, o que possibilita que as pessoas circulem pela cidade em um contexto mais agradável. Ações Dentre as ações organizadas, estão os projetos transversais rotas leitoras, por meio dos quais será definido, via aplicativo para celulares ou outros dispositivos de informática, um caminho de leitura. O leitor vai poder se deslocar pela cidade, orientado pelo aplicativo, que indicará pontos de leitura, como túneis da literatura, livrarias, bibliotecas e museus, entre outros. “Se a Jornada é uma ação permanente de leitura, precisa atender a toda a cidade”, destaca a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, Bernadete Maria Dalmolin.
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Centro de Memória Para marcar os 35 anos de história da Jornada de Literatura, uma ação já está em andamento: trata-se da organização do Centro de memória literária de Passo Fundo, que será entregue no próximo ano. O Centro vai reunir diferentes peças do acervo das Jornadas, com livros, fotos, vestimentas, discursos, depoimentos, documentários e obras de arte, entre outros. O espaço poderá ser acessado por qualquer pessoa que quei-
Caminho das Artes A nova Jornada também terá o projeto Livros na mesa, leituras boêmias. O objetivo, segundo a coordenadora Fabiane Burlamaque, é envolver vários estabelecimentos comerciais noturnos nos debates sobre literatura. “Vamos fechar ruas e envelopar bares e, entre 22h e 24h, promover debates nesses ambientes. Pelas ruas, onde o ambiente boêmio é maior, transitarão escritores, que terão contato direto com os jovens”, complementa. Jornada Literária: culturas juvenis Adolescentes e jovens adultos poderão participar de um encontro multimodal, com foco nas multitendências da cultura juvenil, como: games, animês (mangás), grafite, dança, skate e música. A Jornada Literária: culturas juvenis será realizada no sábado e no domingo, dias 7 e 8 de outubro de 2017, nos turnos da tarde e da noite, no Centro de Eventos.
ra conhecer, estudar ou pesquisar sobre esse movimento cultural. As comemorações dos 35 anos da Jornada serão contempladas pela Jornada em Ação, a qual prevê uma série de atividades que evidenciam que esse movimento tem caráter permanente. 1) Exposição itinerante dos 35 anos – com início em setembro de 2016, no Centro de Eventos.
Parcerias Com o atual modelo, a UPF deseja envolver a comunidade acadêmica, desde o processo de concepção até a realização das Jornadas de Literatura. Nesse contexto, destacam-se o envolvimento do projeto de extensão VivA! Emau/UPF, do programa UniverCidade Educadora e das unidades acadêmicas Faed, FAC, Iceg e IFCH, além do apoio da copromotora Prefeitura de Passo Fundo. “Quando falamos em ‘Jornalização’ da cidade, estamos nos referindo ao fato de que, realmente, todos estão envolvidos”, explica a vice-reitora. Como se chegou ao novo modelo As reformulações das ações da Jornada foram motivadas pelo resultado de uma consultoria externa que apontou uma série de caminhos para a manutenção da atividade. Aprofundando a análise do resultado dessa consultoria, o Núcleo Experimental de Publicidade e Propaganda, da Faculdade de Artes e Comunicação,
2) Entrevistas individuais com 35 escritores que participaram das Jornadas, que serão veiculados pela Rádio UPF. 3) Exposição “Tempo de ausência: 30 anos sem Josué Guimarães”, na Assembleia Legislativa, de 14 a 23 de setembro de 2016. 4) Realização do 4º Simpósio Internacional e do 8º Simpósio Nacional de literatura e Internet, em novembro de 2016.
realizou outra pesquisa, coordenada pela professora Me. Maria Goretti Betencourt. Os indicativos dessa segunda pesquisa foram os mesmos do que os encontrados pelo primeiro grupo: custo menor, reaproveitamento do espaço físico e ampliação do público-alvo. Segundo Bernadete, a pesquisa realizada pelo NEXPP auxilia a Instituição e seus parceiros a entender melhor os diversos cenários da Jornada, a partir da compressão dos diferentes atores envolvidos, que são professores das escolas da educação básica e fundamental, docentes universitários, alunos e empresários apoiadores. O movimento de transição de um modelo para outro teve início ainda em 2014, mas seu ponto alto de mudança ocorreu em 2015, com a suspensão da edição prevista para aquele ano. O novo modelo surgiu pela necessidade de dar continuidade à movimentação cultural, mas de forma sustentável. “O repensar da Jornada é estratégico e tem embasamento técnico”, afirma a vice-reitora. Foto: Arquivo UPF
Jornadinha A Jornadinha também terá novidades, com diferente formato e com alteração na programação. As mudanças, segundo Fabiane, serão oportunamente divulgadas, no entanto, segue inalterado o fato de que todas as atividades permanecem pautadas na essência que a originou, qual seja, a formação de leitores.
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Outubro/Novembro 2016 Fotos: Divulgação
comunidade
Comunidade recebe atendimento fonoaudiológico gratuito
Iniciativa é desenvolvida por alunos e professores do curso de Fonoaudiologia, em parceria com o Hospital Beneficente Dr. César Santos
A
UPF, por meio do curso de Fonoaudiologia, em parceria com o Hospital Beneficente Dr. César Santos (HBCS), oferece atendimento gratuito à população que apresenta alguma alteração fonoaudiológica e necessita de tratamento. A iniciativa é desenvolvida pelo projeto “Ação pedagógica em unidade hospitalar: uma abordagem integrada ensino-serviço”, vinculado à Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (VREAC), que atua em diferentes áreas da saúde e que, neste ano, passou a integrar também a área da fonoaudiologia. As primeiras ações do projeto na área iniciaram no primeiro semestre de 2016, no HBCS, conhecido também como Hospital Municipal. O serviço é prestado no pronto atendimento do hospital e é realizado por alunos e professores do curso de Fonoaudiologia da UPF. Os trabalhos são voltados para toda a população e consistem, primeiramente, na triagem fonoaudiológica voltada para a queixa do paciente, a qual pode estar relacionada a problemas oromiofuncionais (respiração, deglutição, ronco), disfagia (dificuldade para deglutir/engolir), problemas de voz, de fala, de linguagem e de audição. Os atendimentos relacionados às alterações na área de disfagia e ao Teste da Linguinha são realizados no ambulatório do HBCS; as outras alterações são encaminhadas para atendimento na Clínica de Fonoaudiologia da UPF, instalada no Campus I da Instituição. O atendimento é oferecido tanto para as pessoas que procuram pelo serviço espontaneamente quanto para os pacientes encaminhados por profissionais da área da saúde. “Os interessados agendam o atendimento e são atendidos no ambulatório do HBCS pelos acadêmicos do curso de Fonoaudiologia, com supervisão de professores”, explica a coordenadora do projeto e do curso de Fonoaudiologia da UPF, Me. Lisiane Lieberknecht Siqueira. Um dos principais objetivos é diagnosticar e, da forma mais
Objetivos específicos do projeto Realizar triagens nas áreas de linguagem, fala, respiração, mastigação, deglutição, audição, aprendizagem, voz e disfagia. Realizar o Teste da Linguinha e encaminhar o paciente para o atendimento bucomaxilofacial do HBCS quando forem detectadas alterações. Encaminhar os indivíduos que necessitarem de atendimento fonoaudiológico nas áreas de linguagem, fala, respiração, mastigação, deglutição, audição, aprendizagem e voz para atendimento na Clínica de Fonoaudiologia da UPF. Prestar atendimento e acompanhamento aos indivíduos que apresentarem disfagia. Realizar orientações sobre o desenvolvimento e a estimulação da fala e da linguagem, cuidados com a voz, manejo da gagueira, cuidados com a alimentação do paciente disfágico e retirada de hábitos bucais viciosos. Promover pesquisas em várias áreas da fonoaudiologia.
breve possível, promover o tratamento. “O objetivo desse projeto é atuar junto à saúde, fornecendo tratamento para o paciente com disfagia orofaríngea, que pode apresentar outros problemas de saúde, tais como desnutrição ou pneumonias aspirativas. Além disso, é possível promover a detecção precoce das alterações fonoaudiológicas, encaminhando, o mais rapidamente possível, o paciente para o tratamento, auxiliando na promoção da qualidade de vida da comunidade”, destaca a professora Lisiane.
O que é fonoaudiologia A fonoaudiologia é a ciência que tem como objeto de estudo a comunicação humana, no que se refere ao seu desenvolvimento e aperfeiçoamento, e aos distúrbios e às diferenças em relação aos aspectos envolvidos na função auditiva periférica e central, na função vestibular, na função cognitiva, na linguagem oral e escrita, na fala, na fluência, na voz, nas funções orofaciais e na deglutição.
A atividade também proporciona prática e experiência aos acadêmicos envolvidos. “O projeto traz maiores vivências aos acadêmicos e possibilita a troca de experiências interdisciplinares a partir das atividades desenvolvidas no ambulatório multiprofissional”, enfatiza a professora, lembrando que, devido ao aumento da demanda por esse serviço, a ideia é futuramente envolver profissionais e alunos de outros cursos da área da saúde, como Medicina, Nutrição, Psicologia, Enfermagem, Odontologia, entre outros, e montar um ambulatório interdisciplinar de disfagia. A dificuldade do acesso da população a esse atendimento na rede pública motivou a criação desse projeto. “Os hospitais de Passo Fundo dispõem de atendimento fonoaudiológico, porém, quando o paciente tem alta em uso de sonda para alimentação, por exemplo, poucos conseguem atendimento imediato na rede pública. Dessa forma, pensou-se na criação de um ambulatório de atendimento fonoaudiológico, principalmente voltado para a disfagia. Além disso, viu-se a necessidade de atendimento fonoaudiológico hospitalar, pois essas instituições não contam com profissional fonoaudiólogo em seu quadro clínico”, salienta a professora.
O atendimento consiste na triagem fonoaudiológica voltada para a queixa do paciente, a qual pode estar relacionada à disfagia (dificuldade para deglutir/engolir) ou a problemas de voz, de fala, de linguagem e de audição. Também é realizado o Teste da Linguinha e são atendidos problemas detectados nesse exame.
Contato Mais informações sobre o projeto e a respeito de como acessar o serviço podem ser obtidas na Clínica de Fonoaudiologia da UPF, Campus I, telefone (54) 3316-8498.
Serviço é realizado por alunos e professores do curso de Fonoaudiologia UPF.
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universidade
O futuro da educação
está no passado da educação Fotos: Gelsoli Casagrande
Seminário de Atualização Pedagógica para Professores da Educação Básica, realizado pela UPF, proporciona, desde 2009, o aprimoramento da prática docente
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m momento de reflexão e aprimoramento da prática docente nas diferentes áreas do conhecimento, motivando professores da educação básica e acadêmicos à educação continuada. Essa é a essência do Seminário de Atualização Pedagógica para Professores da Educação Básica (Semape). O evento, uma promoção da Vice-Reitoria de Graduação da Universidade de Passo Fundo (VRGRAD/UPF), em conjunto com as unidades acadêmicas e com a área de Prática de Ensino e Estágios, reuniu cerca de 600 professores em sua oitava edição, realizada em junho, na UPF. Ação de interlocução entre a Universidade e as redes pública e privada de educação básica, o seminário contribui para a
Palestra reuniu professores participantes do Seminário para um momento de reflexão acerca da docência
Entrevista – Augusto Niche Teixeira Quem sabe faz. E quem ensina? Quem ensina tem naturalmente uma responsabilidade por outrem, por alguém. Quem ensina assume uma relação de alteridade junto a um projeto de vida. Ensinar não é necessariamente só contemplar um currículo ou um programa educativo de unidades curriculares ou ensinar a passar no Vestibular, é ensinar para a vida. A educação para a vida tem que ser o grande objetivo das escolas e das universidades, tendo o currículo como uma ponte para acessar a essa complexidade, para que esses sujeitos possam se colocar como sujeitos críticos, reflexivos, transformadores do tempo em que vivem. E isso perpassa naturalmente por uma relação de compromisso entre docentes e discentes. É um compromisso social. A educação, por natureza, é pura responsabilidade social. Para além da sustentabilidade, de que tanto falamos, a educação é uma responsabilidade socioeconômica, cultural, ambiental, portanto, educar, hoje, significa educar para a vida no mundo. Isso, necessariamente, vai perpassar por professores comprometidos com a educação. Então, ensinar ganha um panorama mais amplo e está inscrito em um cenário mais completo do que o de décadas atrás. Quais são os desafios dos professores de hoje diante desse novo cenário? São diversos, como a questão da linguagem. A linguagem hoje precisa ser ressignificada pelos professores. Não só a linguagem que é produzida na sala de aula na questão metodológica de como eu ensino, mas também a linguagem com a qual eu me relaciono com o mundo. O professor tem de mudar um pouco as lentes com as quais ele enxerga o mundo e permitir que o aluno produza também novas lentes para perceber essa realidade. O termo linguagem é algo a ser estudado pelos professores,
promoção da qualidade da educação nos diferentes níveis de ensino. Em 2016, a temática de debate foi “Quem sabe faz. E quem ensina? Dialogando sobre a docência”, abordada pelo professor e pesquisador da área da Educação, Me. Augusto Niche Teixeira. O evento é realizado desde 2009 e reúne professores da educação básica da região de abrangência da UPF e acadêmicos da Instituição, em especial os dos cursos de licenciatura. De acordo com a vice-reitora de Graduação, professora Rosani Sgari, a Universidade já formou muitos professores para a educação básica e o seminário é um dos compromissos que a Instituição tem com esses egressos, promovendo espaços de trocas e de estreitamento de laços. “A educação básica está sofrendo profundas mudanças e, nesse cenário, somos demandados a discutir, refletir, repensar e renovar as nossas práticas educativas e nossas metodologias”, define ela, ressaltando que é preciso construir uma consciência crítica com relação à educação e que essa é uma das necessidades dos professores. Coordenadora geral do seminário, a professora Dra. Luciane Spanhol Bordignon destaca que muitos dos professores participantes são egressos da própria Instituição, que retornam para essa formação continuada. “O seminário foi criado pela necessidade de uma articulação estreita entre a Universidade e as escolas, a partir da percepção de que os alunos se inserem nos sistemas educacionais e essa aproximação se faz necessária. O objetivo é articular os saberes da Universidade com os da escola, em um processo de retroalimentação”, aponta, explicando que, como continuidade do seminário, um livro e um e-book contendo artigos sobre o tema discutido no evento serão publicados.
em pleno século XXI, em tempo de cultura digital. A outra grande questão que se coloca é que o professor e os alunos aprendam a constituir-se observadores do comportamento humano. Me parece que hoje há um distanciamento entre professores e alunos, entre professores e professores, entre alunos e alunos de diferentes gerações e não só gerações distintas, como também com linguagens distintas. Essa não aproximação acontece porque as pessoas não se observam, não se conhecem. Um dos grandes desafios para o professor hoje é se tornar um observador de pessoas e, portanto, um interlocutor e um mediador cultural. O que se visualiza em termos de futuro? Como se projeta a educação? Existem duas vertentes sobre futurismo no que tange à educação. Existe uma caminhada direcionada para as tecnologias aplicadas à educação, que é exógena. O que está fora da gente é mais fácil de desenvolver, porque é um desenvolvimento natural das áreas que se colocam diante de objetos de estudo como a tecnologia, recursos didáticos metodológicos, coisas que estão fora do professor. Eu diria que a maior preocupação que tenho com relação ao futuro da educação não reside naquilo que está fora da gente, mas no que está dentro: é o processo endógeno de reflexão, do regate de um professor que é muito mais do que um professor, que é um maestro, ao mesmo tempo em que é um mediador cultural e é referência para uma sociedade. Para se tornar referência, tem que ter arcabouço teórico, caminhada. Talvez um dos maiores desafios do professor seja o resgate da leitura. Diria que o futuro da educação está no passado da educação, onde encontraríamos professores melhor embasados teórica e epistemologicamente. Voltar à Grécia, não seria nada mal.
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Outubro/Novembro 2016
universidade UPF empossa coordenadores de curso, área, pesquisa e extensão Fotos: Gelsoli Casagrande
Palestra sobre gestão estratégica nas universidades integrou a programação do evento
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eitoria, diretores de campi e Unidades Acadêmicas, coordenadores, professores e funcionários da Universidade de Passo Fundo (UPF) se reuniram no dia 3 de agosto, para a posse dos coordenadores de curso, área, pesquisa e extensão para o período de 2016-2018. Na mesma ocasião, o Dr. Eduardo Damião (PUCPR) proferiu a palestra “O cenário do ensino superior no Brasil e a gestão estratégica de universidades” e ocorreu o lançamento do novo portal institucional da Universidade. Dirigentes da Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF),
Integrado UPF e UPF Idiomas também prestigiaram a programação. O reitor da UPF, professor José Carlos Carles de Souza, destacou a atuação dos coordenadores no contexto da Universidade. “Nossas ações sempre foram concebidas e desenvolvidas a partir da interação de nossas potencialidades e sempre foram voltadas à oferta da melhor formação universitária, permeada pelas atividades integradas, focando na excelência acadêmica. Para alcançarmos o melhor resultado, contamos com a ação de vários atores: dos estudantes, professores e funcionários, mas há um agente que merece destaque especial: o coordenador, seja de curso, área, pesquisa ou extensão”, mencionou. Para o professor José Carlos, o coordenador é um parceiro permanente e fundamental para o bom andamento do curso, é um agente facilitador de todo o processo. Palestra aborda gestão estratégica de universidades e o cenário do ensino superior Após a cerimônia de posse, os presentes prestigiaram a palestra “O cenário do ensino superior no Brasil e a gestão estratégica de universidades”, proferida pelo professor Dr. Eduardo Damião da Silva (PUCPR).
Confira a lista completa das áreas e cursos pelo QR Code ou no no link bit.ly/2b4ZGuY
O palestrante ressaltou a importância de os gestores de universidades estarem atentos ao cenário atual do ensino superior e suas tendências e, caso necessário, de buscarem ferramentas para essa compreensão. “Os gestores precisam estar atentos ao cenário e têm de buscar auxílio, por meio de ferramentas, para compreender o que está acontecendo. Precisam avaliar as tendências que poderão impactá-los”, comentou Silva. Além disso, Silva ressaltou algumas estratégias importantes. “Temos que deixar de pensar que temos de ser melhores do que os outros e tentar ser únicos para o público que conquistamos. Temos de oferecer para esse público algo que ninguém mais consegue”, destacou o palestrante.
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UniversoUPF
pesquisa e inovação
CARRO ELÉTRICO
será montado na UPF Foto: Gelsoli Casagrande
Universidade trabalhará junto com inventor de Lajeado para finalizar o carro elétrico, que pode ser o primeiro fabricado e emplacado no Brasil
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inventor e aposentado João Alfredo Dresch, de Lajeado, tornou-se conhecido nacionalmente por ter construído de forma artesanal o JAD1, um minicarro elétrico. O feito, contudo, não foi suficiente para o inventor: sua intenção é fabricar em escala, não o JAD1, mas o JAD2, modelo aperfeiçoado por ele, ainda em fase de concepção. Para contribuir com essa iniciativa, a Universidade de Passo Fundo (UPF), representada pelo reitor José Carlos Carles de Souza, assinou um contrato de cooperação com a empresa de Dresch. A assinatura ocorreu durante a programação da Semana Acadêmica da Faculdade de Engenharia e Arquitetura (Fear). O trabalho será realizado com o apoio do Parque Científico e Tecnológico UPF Planalto Médio (UPF Parque), que funciona como elemento agregador entre o ambiente acadêmico e a empresa JAD. De acordo com o coordenador do UPF Parque, professor Dr. Charles Israel, a prioridade é terminar o JAD2 e, a partir desse resultado, buscar
melhorias. “Depois que o carro estiver funcionando, equipes multidisciplinares vão trabalhar na área de automação e na parte externa”, explica. O professor Me. Mateus Pereira irá liderar as equipes de estudantes nesse projeto. “Estamos dividindo o projeto em três grandes áreas: design de produto, mecânica e elétrica”, relata Israel. Acadêmicos da UPF de Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica, Engenharia de Computação, Ciência da Computação e Design de Produto devem contribuir com o projeto, que inclui adequar o carro à legislação
brasileira, com relação, por exemplo, a air bag e freios ABS. O reitor José Carlos Carles de Souza conta que conheceu Dresch em um evento e percebeu que a Universidade poderia ajudá-lo em seus propósitos. “A UPF pode aprimorar o veículo com tecnologias desenvolvidas e estudadas no ambiente acadêmico. Na época, eu disse a ele que estávamos criando um parque tecnológico, que hoje é uma realidade e nos possibilita contribuir com essa importante iniciativa”, colocou.
Características do JAD2 O JAD2 tem 2,45m de comprimento e 1,15m de largura, tamanho que, para Dresch, proporciona conforto e é adequado ao uso de pessoas com deficiência, por exemplo, embora não se limite a esse público. “Recebo muitas ligações de cadeirantes que querem o carro para facilitar a sua locomoção”, relata. O modelo será equipado com seis baterias, que lhe dão autonomia para percorrer até 150 km. O inventor conta que acredita nos modelos elétricos por não serem poluentes. “Por esse motivo, veículos como esses são isentos de IPVA”, lembra.
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Outubro/Novembro 2016
pesquisa e inovação Vice-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação projeta o futuro Equipe esteve reunida para debater processos, definir ações e apontar novas formas de fazer
Fotos: Gelsoli Casagrande
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lhar para dentro das próprias ações e buscar novas metodologias para executar atividades do dia a dia foram alguns dos objetivos do Seminário Integrador, realizado pela equipe da Vice-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UPF. A atividade, desenvolvida em julho, reuniu a equipe completa em um dia inteiro de troca de informações, experiências e ideias. Quatro aspectos fundamentais foram colocados em debate: desburocratização dos processos, integração das áreas, gestão da pesquisa e novas formas de fazer. De acordo com o vice-reitor Leonardo José Gil Barcellos, a ideia foi analisar os processos realizados para avaliar e projetar as ações para os próximos dois anos, quando se encerra a atual gestão. “Fizemos grandes avanços e muitas mudanças precisam ser institucionalizadas, pensando na Universidade. Precisamos deixar as ações coordenadas e criar condições para que tudo ocorra de forma natural. Esse pensamento também fortalece o trabalho conjunto dos setores, uma vez que cada um é potencializado pelo outro”, destaca. Participaram da atividade todos os colaboradores das divisões de pósgraduação lato e stricto sensu, da Divisão de Pesquisa, da UPF Tec, da UPF Polos, do UPF Parque e da UPF Editora,além dos funcionários que atuam nos Comitês de Ética no uso de Animais e em Pesquisa com Seres Humanos. Coordenadores e funcionários tiveram a oportunidade de se manifestar livremente, socializando informações e apresentando a forma de trabalho e os processos realizados e apontando aspectos que podem ser melhorados. Para a coordenadora da divisão de pós-graduação lato sensu, professora Me. Dirce Teresinha Tatsch, é importante que cada um olhe para o seu fazer e busque a melhor forma de desenvolver as ações. “Nosso desafio diário é mostrar o que temos, nossos cursos, nossas pesquisas, nossos espaços de produção do conhecimento, e potencializarmos o que podemos oferecer. As mudanças e o trabalho feito de forma conjunta serão nossas ferramentas”, pontua.
Melhorias em ação O encontro serviu para que cada equipe pudesse relatar suas ações e as iniciativas que já estão em andamento. Entre as alterações que deram certo, estão propostas trabalhadas juntamente com a Vice-Reitoria Administrativa, que proporcionaram mais autonomia e qualidade na gestão das bolsas da pós-graduação stricto sensu. Além disso, os setores já trabalham em questões referentes à comunicação integrada entre todas as áreas, ao estreitamento das relações com a comunidade, à ampliação da inserção dos alunos, à reorganização dos fluxos burocráticos e às estratégias para que todos os envolvidos conheçam os processos internos. Para visualizar na prática como essas
mudanças podem ser feitas, a equipe foi divida em grupos de trabalho. O objetivo foi debater os quatro temas propostos e sugerir ações efetivas para cada um. Na opinião do coordenador da UPF Tec, Giezi Schneider, a oportunidade de reunir as pessoas que estão no dia a dia da Vice-Reitoria é fundamental para que novas ideias e novas formas de fazer aconteçam. “O desafio é mostrar a nossa grandiosidade. Sabemos que existem detalhes que podem fazer a diferença no nosso trabalho diário e também nos serviços que entregamos para nossos alunos e professores e para a comunidade”, ressaltou. Outros encontros serão realizados até o final do ano, visando colocar em prática as sugestões levantadas pelas equipes.
Encontro foi marcado pela troca de ideias e experiências na busca por melhorias
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pesquisa e inovação Diversidade de espécies
Fotos: Gelsoli Casagrande
Uma das grandes dificuldades encontradas nessa área é a questão da diversidade de espécies de peixes. Os peixes constituem a maior classe dos animais vertebrados, com quase 33 mil espécies diferentes, cada qual com características peculiares. “Cada espécie tem suas particularidades e geneticamente difere das demais. Assim, as imunoglobulinas de um determinado peixe, como o jundiá, que pertence a uma espécie, diferem das imunoglobulinas de uma carpa, que pertence a outra espécie, e assim por diante. Então, se não tivermos reagentes adequados e devidamente caracterizados para cada uma dessas espécies, talvez não consigamos estudá-las em seus aspectos imunológicos e moleculares”, ressalta o professor Kreutz. O estudo teve início em 2011, com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Hoje, a pesquisa já rendeu dissertações, além de artigos publicados em revistas nacionais e internacionais de grande impacto.
Kit diagnóstico possibilita detectar anticorpos em peixes Pesquisa foi realizada pela UPF e é pioneira no Brasil
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erificar a qualidade das águas e a saúde dos peixes é uma necessidade na cadeia produtiva do pescado. Avaliar o modo como os peixes estão reagindo à exposição a micro-organismos patogênicos presentes na água ou como responderam à aplicação de uma vacina é uma ideia recente e inovadora no cenário nacional e a ação se caracteriza como uma importante ferramenta para monitorar a saúde desses animais. Para as espécies nativas de peixes do Brasil, esse trabalho ainda não era possível devido à falta de reagentes específicos. Com o objetivo de sanar essa lacuna e com um trabalho inédito no país, a Universidade de Passo Fundo (UPF), por meio do Programa de Pós-Graduação em Bioexperimentação (PPGBioexp), desenvolveu um kit de diagnóstico para detectar anticorpos em peixes. A espécie utilizada para o estudo foi o jundiá, peixe comum na região e em toda a América do Sul. De acordo com o professor Dr. Luiz Carlos Kreutz, coordenador da pesquisa e do Programa de Pós-Graduação, o primeiro passo para desenvolver o teste foi caracterizar as imunoglobulinas, ou seja, os anticorpos presentes no sangue do jundiá. Depois disso, o anticorpo do peixe foi purificado e injetado em coelhos para que fosse produzido o que é chamado de anticorpo de coelho – anti-anticorpo de peixe. “Com esse anticorpo anti-imunoglobulina de jundiá, desenvolvemos um método para avaliar, por exemplo, se um peixe presente
em um determinado ambiente foi exposto a determinados patógenos, ou verificar se produtos químicos utilizados em lavouras – como o atrazine ou glifosato, bastante encontrados em nossas águas – interferem na capacidade do jundiá em montar uma resposta imunológica adequada, e se defender de possíveis infecções do mesmo modo que um peixe que está em uma água mais limpa”, explica. Kreutz pontua também que na aquacultura comercial os peixes são vacinados contra determinados patógenos e que os pesquisadores precisam ter certeza da eficácia dessas vacinas na indução da imunidade. Para isso, o kit desenvolvido nesse estudo é fundamental. Crescimento da pesquisa na UPF e o futuro Com o trabalho, os pesquisadores estão aptos a medir a resposta imunológica dos peixes, mostrando o crescimento da pesquisa institucional, o aumento das publicações e a entrada no cenário internacional. E, mais importante ainda, demostra o domínio de tecnologias necessárias para a criação de insumos biotecnológicos. O envolvimento dos alunos da iniciação científica e dos alunos do mestrado em Bioexperimentação também fortalece a interação e permite a troca de conhecimento em várias fases de aprendizado. Conforme Kreutz, o trabalho já é uma ferramenta utilizada em vários outros projetos, o que possibilita que se estude, em peixes, aspectos que antes eram estudados apenas em camundongos. Na opinião do professor, uma pergunta foi fundamental para impulsionar o estudo: o que nós queremos daqui a 5 ou
10 anos? A resposta, para ele, é a prática. “Vamos esperar que outros façam os caminhos ou vamos nós abrir esses espaços? Daqui a algum tempo, vamos precisar dessa ferramenta para outras espécies e hoje somos capazes de oferecê-la. Somos um grupo que domina essa tecnologia e que é capaz de purificar e caracterizar imunoglobulinas e produzir insumos necessários para produzir um kit de diagnóstico com ampla aplicação na pesquisa e no setor produtivo, nos colocando em uma posição bastante privilegiada na comunidade científica”, ressalta, lembrando que pesquisadores de outras universidades já solicitaram colaboração para o estudo do sistema imunológico e dos mecanismos de defesa dos peixes. Kreutz destaca que, com esse e outros projetos similares, envolvendo outras espécies animais, como os suínos, e com a colaboração dos colegas do PPGBioexp, o grupo está se tornando referência no estudo do sistema imunológico e no desenvolvimento de insumos e reagentes necessários para a confecção de vacinas e testes de diagnóstico.
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Outubro/Novembro 2016
pesquisa e inovação UPF é o primeiro Centro de Educação em Computação Paralela da NVIDIA no RS Empresa internacional oferecerá suporte tecnológico para a Universidade desenvolver pesquisas na área de tecnologia da informação
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Universidade de Passo Fundo (UPF) foi selecionada, em julho deste ano, para integrar um programa de uma das maiores desenvolvedoras de hardware do mundo, a empresa NVIDIA. Por meio de um convênio, a UPF passa a ser um dos 18 Centros de Educação em Computação Paralela (GPU Education Center Program) da NVIDIA no Brasil, que oferecerá suporte e recursos para estudo da tecnologia de processamento em Unidade de Processamento Gráfico (GPU). A Universidade poderá utilizar diferentes materiais da NVIDIA nas disciplinas e nos projetos de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Computação Aplicada (PPGCA), nos cursos de Ciência da Computação e de Engenharia de Computação da Instituição, e nas demais áreas do conhecimento que necessitem dessa tecnologia. As GPUs são utilizadas em placas de vídeo e especializadas em processar gráficos em computadores pessoais. Sua capacidade de processamento é amplamente utilizada na indústria de games, de entretenimento e de design gráfico. Por terem uma estrutura de processamento paralelo, recentemente, empresas têm utilizado seu grande número de núcleos de processamento para aplicações em paralelo de computação científica, modelagem e simulação, e volumes massivos de dados.
Uso da tecnologia na UPF Os equipamentos serão utilizados em disciplinas do Programa de Pós-Graduação em Computação Aplicada (PPGCA) e pelos cursos de graduação de Ciência da Computação e de Engenharia de Computação, do Instituto de Ciências Exatas e Geociências (Iceg) da UPF. Paralelamente, quatro projetos de pesquisa serão pioneiros na utilização das GPUs: dois voltados para a meteorologia (Correção estatística do resultado da previsão do tempo e Otimização e paralelização de tempo do modelo de previsão ETA), e outros dois envolvendo processamento de imagens (Um sistema de processamento de imagem para controle de pulgões em trigo e Um sistema de processamento de imagem para detecção de molhamento foliar). Os equipamentos são doações da NVIDIA à Universidade. A contrapartida da UPF é a efetiva utilização e o envio de relatórios para a NVIDIA, com sugestões e avaliações sobre o desempenho das placas. “O interesse da empresa é que a Universidade consiga desenvolver projetos de pesquisa que utilizem essa tecnologia, disseminando o uso do processador gráfico para vários fins”, comentou Rieder.
O programa da NVIDIA é oferecido para instituições de ensino de todo o mundo. A UPF receberá três GPUs de alto desempenho: uma Tesla K40 Active e duas GTX Titan X, ambas com 12GB de memória dedicada. Essas placas, que custam aproximadamente 10 mil reais cada, são capazes de auxiliar pesquisadores e profissionais em aplicações que demandam poder de processamento especializado. Elas têm uma capacidade de processamento que pode ser dez vezes maior do que a oferecida por computadores pessoais, contribuindo para a otimização e a aceleração de aplicações. Essas placas precisam ser conectadas em computadores de configuração diferenciada, que ofereçam, por exemplo, capacidade de memória e de processamento superior à oferecida pelas GPUs. As placas podem ser utilizadas, dentre outras opções, para processamento de modelos meteorológicos para previsão do tempo; sequenciamento de DNA ou análise biológica; e, também, na parte de games e aplicações de realidade virtual. “Essa tecnologia permite uma otimização no desenvolvimento de softwares, eis que podemos trabalhar com vários códigos ao mesmo tempo: daí vem a ideia da computação paralela. É um recurso de energia sustentável, muito poderoso, embarcado em um estojo de aproximadamente trinta centímetros, capaz de analisar imensos volumes de dados e executar simulações de forma extremamente rápida e precisa”, explicou um dos proponentes do projeto, o professor do PPGCA da UPF, Dr. Rafael Rieder. Ser um Centro de Educação em Computação Paralela representa uma grande conquista para a Universidade. “Somos o único Centro no Rio Grande do Sul e um dos 18 no país. Outro diferencial é que vamos dispor de uma tecnologia que poucas instituições têm, com recursos a serem explorados tanto pela Computação quanto pelas demais áreas do conhecimento da UPF. Além disso, o nome da UPF será divulgado pela NVIDIA no mundo todo, permitindo a troca de experiências de ensino e de pesquisa com instituições internacionais parceiras da empresa”, ressaltou o professor.
Foto: Natália Fávero
O prof. Dr. Marcelo Rebonatto e o prof. Dr. Rafael Rieder integram grupo de docentes do PPGCA/UPF que encaminharam o projeto para a NVIDIA, do qual também fazem parte os professores Dr. Carlos Hölbig, Dr. Willingthon Pavan e Dr. José Maurício Cunha Fernandes
Excelência acadêmica da UPF foi fundamental para essa conquista Um grupo de professores do Programa de Pós-Graduação em Computação Aplicada (PPGCA) da UPF criou a proposição do uso da tecnologia na Universidade, depois de conhecer o programa da NVIDIA durante o Workshop de Realidade Virtual, organizado pela UPF, em março. O projeto apresentou para a empresa os diferenciais, as disciplinas sobre GPUs, os projetos de pesquisa e a estrutura da Universidade relativas ao PPGCA e aos cursos da área. “Mostramos o nosso trabalho com a computação paralela e o uso de GPUs, mostramos nossas aplicações em sala de aula e nos laboratórios de pesquisa e fizemos uma previsão de onde o programa da NVIDIA poderia ser utilizado”, revelou Rieder. Conforme o professor do PPGCA Dr. Marcelo Rebonatto, o curso de Ciência da Computação da UPF foi o primeiro no interior do estado a trabalhar com processamento de alto desempenho. Além disso, é o único curso de graduação que trabalha com alto desempenho em GPUs. “A UPF possui GPUs, mas são placas de menor poder de processamento, comparadas à Tesla K40 Active e à GTX Titan X. As placas que vamos receber possibilitarão um trabalho detalhado em projetos maiores, como os de meteorologia, ligados ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Será possível colocar quase todos os modelos matemáticos para acelerar o processo de previsão, com elevada precisão”, salientou o professor.
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Foto: Leonardo Andreoli
UPF parque
INOVAÇÃO
para solucionar problemas e gerar produtos Empresa Optim, instalada no UPF Parque, desenvolve soluções tecnológicas em diferentes áreas, entre elas saúde e construção civil
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struturas de concreto e metálicas, utilizadas para fins residenciais, comerciais e de transporte, invariavelmente tremem. Seja pela passagem de veículos ou pela ação do vento ou da passagem da água por uma ponte, por exemplo, todas elas, ao serem planejadas, levam em consideração a vibração causada por diferentes fatores. Essas mesmas vibrações podem indicar quando alguma coisa na estrutura não está bem e precisa de manutenção. No Parque Científico e Tecnológico UPF Planalto Médio (UPF Parque), a empresa Optim desenvolveu um sistema de monitoramento de vibrações em estruturas. Incubada desde janeiro deste ano, a empresa já desenvolveu soluções e inovações em diferentes áreas. O sistema começou a ser desenvolvido durante a dissertação de Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental (PPGEng) da UPF do egresso do curso de Engenharia Elétrica Ricardo Tozetto. Na sequência, com o suporte da UPFTec, foi depositada a patente do sistema junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). As estruturas sofrem desgastes naturais com o tempo, especialmente quando não recebem a manutenção adequada, e as inspeções para verificação das condições gerais geralmente são feitas apenas visualmente. A falta de uma análise mais aprofundada pode esconder problemas que não apresentam sinais visíveis. O sistema desenvolvido pela empresa permite que as vibrações sejam monitoradas e, a partir dos dados coletados, possibilitam a identificação de possíveis falhas que precisam ser corrigidas. Um exemplo de aplicação do sistema pode ocorrer nas empresas que têm a concessão de rodovias. Em casos de chuvas fortes, é possível monitorar, por exemplo,
pontes em tempo real e tomar decisões de interrupção do tráfego mais rapidamente, evitando possíveis acidentes. Além do monitoramento em tempo real, é possível utilizar o sistema para a realização de ensaios e a verificação da situação das mais diversas estruturas. “Com base nos parâmetros indicados pelo sistema, podemos fazer uma análise mais aprofundada da estrutura e encontrar os defeitos que visualmente não poderiam ser detectados”, reforça Tozetto.
Incubada desde janeiro deste ano, a empresa Optim já desenvolveu soluções e inovações em diferentes áreas
Optim Desde que a empresa foi selecionada para a incubadora do UPF Parque, em janeiro deste ano, já desenvolveu diferentes inovações e soluções em áreas como automação industrial, monitoramento por internet das coisas e também no controle de climatização na produção animal. Dentre os trabalhos desenvolvidos, está um sistema de climatização de caminhões usados para o transporte de aves jovens. Como essas aves são muito sensíveis a mudanças, um sistema que mantenha a
temperatura estável ajuda a diminuir o estresse no transporte e também a evitar perdas financeiras. A empresa também está trabalhando no desenvolvimento de um sistema de otimização de atendimento de pacientes hospitalares. Conforme a gestora administrativa da empresa, Mariana Bier, a incubação da empresa no UPF Parque está sendo positiva tendo em vista o ambiente e a proximidade com outras empresas inovadoras. Da mesma forma, os baixos custos e a proximidade com o meio acadêmico favorecem o desenvolvimento de inovações baseadas em demandas do mercado. “Frequentemente recebemos a visitação de alunos aqui da Universidade, o que permite uma troca de experiências a até mesmo a perspectiva de negócios, já que esses acadêmicos podem nos trazer pesquisas que necessitam de um aporte tecnológico para tornar-se um produto”, destaca Mariana. A equipe é formada ainda pelo estagiário, acadêmico de Engenharia Elétrica da UPF, Jonas Belinkevicius.
Saiba quais são todas as empresas incubadas no UPF Parque e suas áreas de atuação Inel Indústria Gerenciamento de máquinas agrícolas por meio da integração de hardware/ software C2SB Engenharia aplicada à área médico-hospitalar Compasso Mercado de IT professional services EnsoAg Soluções para indústria agropecuária
Polo Sul Desenvolvimento do setor de Tecnologia de Informação Ilumina – Energia e tecnologia Desenvolvimento de tecnologias para otimização de processos e serviços BsBios Desenvolvimento de pesquisa aplicada Suco.com Industrialização de sucos naturais
AFK Imunotech Biotecnologias aplicadas ao diagnóstico e à prevenção de doenças infectocontagiosas
TELIG Indústria e comércio de equipamentos para rastreamento, logística e segurança veicular
Sipagro & SPOC Energy Energia sustentável
Ariel Lodi Programa de conscientização de reciclagem de lixo eletrônico
Splora Pesquisa e desenvolvimento em nuvem com humanização da tecnologia Microcervejaria Truco Bier Produção de cervejas
Dr. X Medical Training Material de treinamento médico para área cirúrgica em próteses de silicone
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Fotos: Gelsoli Casagrande
curso de graduação
Nutrição Atividades práticas são desenvolvidas nos espaços do ICB
promovendo saúde e bem-viver por meio da alimentação Infraestrutura e trabalho com a população são alguns diferenciais do curso da UPF, o qual recebeu, em 2016, avaliação de destaque do MEC
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desejo e a procura pelo bem-estar e pela qualidade crianças, os alunos ficam mais próximos da realidade na qual de vida estão cada vez mais presentes na sociedade. irão se inserir quando graduados. Vários são os fatores que contribuem para que as Entidades e escolas municipais de Passo Fundo também são pessoas alcancem esse objetivo e para que possam atendidas pelos acadêmicos. Segundo Valéria, a Associação ser felizes e realizadas consigo mesmas. Dentre tais fatores, está o Passofundense de Cegos (Apace), a Associação de Pais e Amigos cuidado com uma alimentação saudável. Atenta a essa realidade, dos Excepcionais (Apae), a Cáritas Arquidiocesana, a Leão XIII, a Universidade de Passo Fundo (UPF) oferece, desde agosto de a Fundação Beneficente Lucas Araújo, a Ong Amor, o Centro 2003, o curso de Nutrição, com o intuito de formar profissionais Juvenil Mericiano (Cejume), o Centro de Tecnologias Alternativas atuantes na promoção, na manutenção, na recuperação da Populares (Cetap) e o Centro de Referência e Atenção ao Idoso saúde, e na prevenção de doenças, em nível individual e coletivo. (Creati) são alguns dos grupos e/ou instituições com quem é Vinculada ao Instituto de Ciências Biológicas (ICB), a gradu- firmada parceria. ação já formou, ao longo dos seus 13 anos de existência, 334 nutricionistas. Com duração de oito semestres e aulas ministraDiversas oportunidades no mercado de trabalho das nos turnos da tarde e da noite, o curso é destaque na região As intensas ações desenvolvidas possibilitam que o egresso Norte do estado, uma vez que apresenta ampla estrutura física, trabalhe em várias áreas da Nutrição, tais como: alimentação composta de laboratórios onde são desenvolvidas atividades coletiva, saúde coletiva, nutrição clínica, nutrição esportiva, didático-pedagógicas; conta com especializado corpo marketing nutricional, pesquisa e indústria alimendocente, formado por mais de 90% de professores Mais informações tícia, laboratórios de análise alimentar, indústrias de sobre o curso de mestres e doutores; e desenvolve importantes ações alimentos e docência. “O mercado de trabalho apreNutrição podem junto à comunidade. senta um grande campo de atuação. Além de abrir seu ser obtidas no Conforme a coordenadora do curso, professora Me. próprio consultório ou empresa, o nutricionista pode site www.upf.br. Valéria Hartmann, nos diferentes espaços do ICB, os atuar em hospitais, postos de saúde, clínicas partialunos têm a possibilidade de aliar a teoria à prática. culares, unidades de alimentação, creches, escolas e “No Laboratório de Técnica Dietética, por exemplo, são feitos academias, bem como na indústria de alimentos, em restauranestudos teórico-práticos em terapia nutricional, em home care, tes e em spas, onde será responsável por ações que envolvam em unidades de alimentação e nutrição, planejamento dietético, orientação alimentar na promoção de em gastronomia e em técnica dietética hábitos saudáveis, prevenção de doenças, e elaboração de novos I e II. Já no Laboratório de Nutrição Ex- produtos alimentícios. O profissional também pode participar perimental, ocorre o preparo de ensaios da elaboração e da revisão da legislação própria da área”, conta biológicos, além da coleta de dados e da a professora Valéria. finalização dos experimentos”, comenta. Parcerias com a comunidade Um dos diferenciais da graduação é o seu envolvimento com a população. Por meio do laboratório Nutriescola, que objetiva proporcionar ao estudante a formação no atendimento individualizado e em grupo, sendo composto de três consultórios para atendimento de adultos e
Avaliação positiva
A destacada qualidade do conjunto de propostas desenvolvidas pela graduação só poderia resultar em reconhecimento. A última avaliação feita pelo Ministério da Educação (MEC), em março deste ano, que envolveu três dimensões (organização didático-pedagógica; corpo docente e tutorial; infraestrutura), considerou o perfil do curso de Nutrição da Instituição como muito bom, tendo conquistado conceito final 4, em um rol possível de 5. Para Valéria, o resultado demonstra que o esforço está sendo reconhecido.
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curso de graduação
Estudantes utilizam os laboratórios para, unindo teoria e prática, construir conhecimentos
Com mais de dez anos de história, graduação na UPF atua na formação de educadores aptos a ensinar conteúdos da área nas escolas
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Universidade de Passo Fundo (UPF) é uma institui- nhecimento que ministram aulas de Física no ensino médio, e ção atenta à formação de professores. Nesse sen- isso confirma a falta de educadores com formação específica. tido, dentre os 61 cursos de graduação ofertados, Tal fato põe em evidência a existência de vagas para o meras licenciaturas primam por formar profissionais cado de trabalho da área, eis que o licenciado estará apto a altamente capacitados para atuarem com a educação. Um atuar como professor de disciplinas que abordem conteúdos desses cursos é o de Física, que, há 12 anos, posside Física em escolas de educação básica das redes pública e privada, com metodologias modernas que o bilita subsídios para que os acadêmicos se tornem Outros detalhes físicos educadores, formadores e disseminadores aproximem das escolas no seu cotidiano. Para Darroz, do curso de do saber científico. além de desempenhar um papel de destaque na soFísica podem ser encontrados no Vinculada ao Instituto de Ciências Exatas e Geciedade moderna e tecnológica, a ciência em questão site www.upf.br. ociências (Iceg), a graduação já formou aproxitem uma função relevante na etapa de escolarização madamente 110 licenciados em Física. Com aulas básica. “É por meio dela que os jovens se apropriam ministradas no turno da noite, no decorrer de oito de conhecimentos que lhes são úteis para intervir de semestres, os alunos têm a oportunidade de aprender usu- forma crítica e consciente no mundo em que estão inseridos”, fruindo da qualificada infraestrutura da Unidade, com seis avalia, com relação à importância da oferta da graduação. laboratórios: de Mecânica; de Termodinâmica; de Ótica; de Física moderna; de Informática e de Química. Egressos capacitados na realização De acordo com o coordenador, professor Me. Luiz Marcelo de variadas atividades Darroz, a Física da UPF se propõe a preparar um profissional Como diferencial para a inserção no mercado de trabalho e com uma sólida formação, capaz de dominar os aspectos nesse campo de atuação, o egresso da Instituição conta com conceituais, históricos, epistemológicos e pedagógicos da ci- uma formação composta de várias competências. “O licenciado ência. “O foco está em preparar os estudantes com elementos UPF terá domínio de conhecimentos específicos em Física e que lhes garantam o exercício competente, interdisciplinar suas relações com outras ciências; poderá resolver problemas e criativo da docência nos diferentes níveis do ensino formal experimentais, desde seu reconhecimento e a realização de e em espaços não formais, e em formar profissionais que medições até a análise de resultados; trabatenham condições de continuar seus estudos em termos de lhará para a promoção da aprendizagem e do pós-graduação na área de ensino de Física. Nos dedicamos a desenvolvimento de sujeitos em diferentes formar licenciados capacitados a atuar tanto na disseminação fases do desenvolvimento humano nas etapas dos conhecimentos desenvolvidos enquanto instrumento de e nas modalidades de educação básica; terá cultura, leitura da realidade e de construção da cidadania a possibilidade de articular o ensino com a quanto na produção de novos conhecimentos relacionados pesquisa e a extensão, na busca pela qualifiao seu ensino nos diferentes níveis”, menciona. cação e difusão do conhecimento; e identificar questões e problemas socioculturais e educaNecessidade de formar professores cionais, com postura investigativa e proposiAtualmente, a educação básica apresenta carência de pro- tiva em face de realidades complexas, a fim fessores, principalmente no que diz respeito ao ensino médio. de contribuir para a superação das exclusões Na região de abrangência da UPF, a situação não é diferente: sociais, étnico-raciais, econômicas, culturais, conforme dados da 7ª Coordenadoria Regional de Educação, religiosas, políticas, de gênero e sexuais, entre há um número expressivo de docentes de outras áreas do co- outras”, fala o coordenador do curso.
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universidade
Outubro/Novembro 2016 Foto: Reprodução Portal UPF
PORTAL
UPF todo o conteúdo da Universidade na palma da mão
Arquitetura de informação, responsividade e acessibilidade são os grandes diferenciais do projeto
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UPF passou a contar com um novo e moderno portal institucional. Durante sete meses, profissionais das equipes da Agência de Comunicação e Marketing (Agecom) – por intermédio da Assessoria de Imprensa – e de setores ligados à Divisão de Tecnologia da Informação (DTI) da UPF realizaram um trabalho integrado, juntamente com a empresa Axys Web, responsável pelo desenvolvimento da ferramenta administrativa e pelo layout do novo Portal. O reitor da UPF, José Carlos Carles de Souza, frisa que, inserida em um mundo globalizado, onde as informações são lançadas instantaneamente, a UPF precisava acompanhar a evolução da comunicação, criando uma ferramenta que comunicasse de forma rápida a sua grandiosidade. “A Instituição precisava contar com uma ferramenta que possibilitasse aos internautas navegar na complexidade de sua infraestrutura, na diversidade de seus cursos e, sobretudo, na capacidade imensurável de seu corpo docente de forma simples e ágil, sem minimizar a sua importância. A universidade ganha uma nova forma de visualização e a marca UPF fica mais aparente e melhor contemplada pela comunidade interna e externa. Ganhamos um novo instrumento, que demonstra a razão pela qual temos tanto orgulho de nossa Universidade. Estamos interligados e conectados com o mundo por meio de uma linguagem clara e objetiva, amparados por um caráter responsivo. O ambiente foi programado e desenvolvido visando facilitar a integração de todos os espaços da Universidade e com o propósito de tornar atrativa a consulta de qualquer informação. Esse é mais um grande projeto construído e que está sendo entregue à Universidade”, explica o reitor. A supervisora da Assessoria de Imprensa da UPF, Silvia
Guia de Fontes O novo portal também apresenta o primeiro Guia de Fontes on-line. O catálogo está disponível no menu Comunicação. Para que os profissionais dos veículos de comunicação tenham acesso às fontes, é necessária a realização de um cadastro, cujo acesso se dá pelo menu “Guia de Fontes”. Uma vez cadastrado, o usuário receberá uma senha para localizar a relação dos professores e pesquisadores da UPF aptos a fornecerem subsídios nas mais diferentes áreas.
Brugnera, destaca que o trabalho da equipe envolvida no projeto teve como propósitos principais garantir a visibilidade da real dimensão da Universidade de Passo Fundo, nas áreas do ensino, da pesquisa, da extensão e da inovação tecnológica, e tornar seu conteúdo acessível em qualquer lugar do mundo, em diferentes línguas e nos diferentes dispositivos. O novo portal é responsivo e se adapta a computadores, tablets ou smartphones. A arquitetura de informação foi estruturada com o propósito de permitir que o usuário encontre com facilidade o conteúdo que busca. Nas páginas das Unidades Acadêmicas, o internauta visualizará todos os cursos oferecidos, nos diferentes níveis de ensino; conhecerá as linhas de pesquisa que norteiam o trabalho e encontrará informações sobre os projetos de extensão e a infraestrutura de laboratórios, um dos grandes diferenciais da UPF. As páginas das faculdades, dos institutos e dos cursos de graduação, a exemplo das páginas da estrutura multicampi, ganham dinamismo, com o vínculo de notícias diárias que mostram o cotidiano desses espaços de ensino e aprendizagem. O portal foi estruturado com recursos que primam pela acessibilidade, facilitando a navegação de todos os usuários, o que significa dizer que foi desenvolvido também pensando nas pessoas que têm alguma deficiência, mantendo o caráter inclusivo que é tão peculiar na UPF. A partir da nova ferramenta, todas as notícias e as informações sobre eventos poderão ser compartilhadas nas redes sociais.
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Fotos: Divulgação
institucional
Promovendo a
acessibilidade UPF investe em serviço e recursos da tecnologia assistiva para garantir a inclusão e a acessibilidade dos acadêmicos com deficiência
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romover a autonomia, a qualidade de vida e a inclusão social dos acadêmicos é uma das principais prioridades da Universidade de Passo Fundo (UPF). Para atingir esse objetivo, conta com o Setor de Atenção ao Estudante (Saes), que se caracteriza como um espaço de acolhimento, escuta e mediação, com o propósito de tornar acessíveis aos alunos os recursos e os espaços da UPF. Com os serviços oferecidos, o Saes busca contribuir para a inclusão a partir da acessibilidade e da permanência do acadêmico na vida universitária. A Instituição investe em recursos e em serviços da tecnologia assistiva, como disponibilização de tradutor e intérprete de Libras (TILS) e de auxiliar de mobilidade, adaptação de material em Braille, ampliação de materiais para fonte aumentada, apoio pedagógico especializado, mobiliário acessível e acessibilidade arquitetônica, com piso tátil e elevadores. Para atender às necessidades dos 62 alunos com deficiência cadastrados, a Universidade oferece todo o apoio que esses estudantes precisam para que consigam desenvolver suas atividades acadêmicas e de locomoção no campus. O Saes é formado por psicólogas, psicopedagogas, psiquiatra, assistentes pedagógicos, tradutores e interpretes de Libras, monitores, leitores/transcritores e auxiliares. A tecnologia assistiva é um dos três eixos oferecidos pelo Saes, atendendo a 23 acadêmicos nas mais diversas deficiências e transtornos, como cegueira, baixa visão, surdez, deficiência intelectual e autismo.
Os serviços de tecnologia assistiva são normalmente transdisciplinares, envolvendo profissionais de diversas áreas, como psicologia, educação, informática e fisioterapia. Esses recursos e serviços têm propiciado a valorização, a integração e a inclusão dos alunos com deficiência, promovendo sua autonomia e interação social. “A inclusão é uma via de duas mãos. É impossível acreditar que só o outro tem obrigações ou que só o outro tem direitos. Todos fazemos parte de uma mesma sociedade, onde cada um tem seu papel a exercer”, afirmou o encarregado do Saes, Diego Cunha Rodrigues. Aluno Apoiador O acadêmico do sétimo nível do curso de Ciências Econômicas Guilherme Flores Luthi, 25 anos, que tem transtorno do desenvolvimento misto, utiliza os serviços e os recursos de tecnologia assistiva da Universidade. Ele também participa das aulas do projeto de extensão Aluno Apoiador, que visa proporcionar aos estudantes da UPF atividades de inserção e interação individual e em grupos, sob orientação de alunos apoiadores. De acordo com o aluno, os serviços oferecidos pelo Saes são essenciais para sua vida acadêmica. “Encontro apoio para todos os momentos da minha vida acadêmica, desde o acesso a material impresso, com a fonte de acordo com a minha necessidade, até o agendamento de aulas de reforço com alguns professores, quando necessário. Acredito que o mundo
Um dos serviços oferecidos é a tradução e interpretação de Libras em atividades acadêmicas, palestras, congressos e seminários
Saes
O Saes trabalha com três eixos: psicopedagógico, psicológico e tecnologia assistiva. Todo atendimento é gratuito aos acadêmicos. O aluno pode entrar em contato por meio do telefone (54) 3316-8256 ou e-mail saes@upf. br, ou pessoalmente no setor, localizado junto à Biblioteca Central.
da deficiência se tornaria mais ameno se todas as universidades tivessem um Saes para auxiliar ‘esse aluno’, que precisa de um olhar diferente”, comentou Luthi. O acadêmico também salientou o apoio que as famílias recebem. “É importante ressaltar a atuação do Saes em relação às famílias dos alunos com deficiência e as reuniões mensais com os pais, organizadas pelo Setor, para troca de experiências, conhecimento e incentivo”, assegurou. Investindo na acessibilidade e na mobilidade Em 2014, o Setor de Engenharia e Projetos da UPF trabalhou na elaboração de projetos de acessibilidade interna dos prédios e, também, das áreas externas, definindo rotas acessíveis. Foram feitas alterações de sinalização e acessibilidade nos principais acessos da Instituição: as ruas estão com as calçadas adaptadas com piso tátil direcional e de alerta, iniciadas pelas áreas de uso comum, como Biblioteca Central, Centro de Convivência, Central de Atendimento, Laboratório Central de Informática. Ao final dos trabalhos, a Universidade contará, ao todo, com mais de cinco mil metros de piso tátil instalados. - Guilherme Luthi e as colegas que o auxiliaram por meio do projeto Aluno Apoiador
Confira alguns dos serviços e recursos oferecidos - Mobilidade: auxílio na locomoção de alunos cadeirantes, cegos ou com baixa visão, desde a sua chegada ao campus até a sala de aula. - Adaptação de material: transcrição em Braille, ampliação de caracteres, conversão para leitura em programa de voz, acessibilidade digital. - Acessibilidade em sala de aula e em eventos: tradução e interpretação de Libras (TILS) - atividades acadêmicas, palestras, congressos e seminários. - Laboratório bilíngue: estudos sobre a organização gramatical e funções da Língua Portuguesa e de Libras são viabilizados aos acadêmicos e aos professores surdos da UPF e à comunidade surda externa. - Apoio pedagógico especializado: apresentação e auxílio no uso das ferramentas tecnológicas, aulas de apoio
e acesso ao programa leitor de tela Non Visual Desktop Access (NVDA), que é um leitor de tela que ajuda o deficiente visual na inclusão digital. - Oficinas de vivências de inclusão e de Libras: capacitação voltada para os colaboradores da Instituição, visando ao desenvolvimento de uma universidade inclusiva. - Piso tátil em todo o campus. - Elevadores nos prédios. - Biblioteca e LCI adaptados com computadores com sintetizador de voz para os alunos deficientes visuais. - Vestibular acessível: provas em Braille; provas com fonte ampliada; ledor/transcritor; microcomputador com leitores de tela DOS/VOX e NVDA; tradutor Intérprete de Libras; e salas com fácil acesso.
- O Saes promoveu, no primeiro semestre de 2016, uma oficina para colaboradores da Instituição, com o objetivo de provocar uma reflexão e de fomentar um debate acerca das questões sobre acessibilidade e suas aplicabilidades.
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comunidade
Coral Universitário 50 anos: unindo cursos, vozes e a UPF
Grupo realiza, em novembro, concerto para celebrar o cinquentenário
Fotos: Leonardo Andreoli
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ideia de montar um coral surgiu antes mesmo da consolidação da UPF. Fruto do trabalho de alunos e professores do Instituto de Belas Artes, o Coro Universitário teve início no ano de 1966. Além de levar a música e a arte para todos os espaços possíveis, a equipe, liderada pelas professoras Reni Sudbrack e Mercedes Cogo, tinha o objetivo de unir os cursos que, mais tarde, fariam parte da Universidade de Passo Fundo. Em novembro de 2016, ao completar 50 anos de atividades ininterruptas, o grupo realiza um concerto especial para celebrar seu cinquentenário. Para a Vice-Reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, professora Bernadete Maria Dalmolin, a Universidade, ao longo dos anos, construiu uma estrutura de extensão, preocupada com a vivência integral dos alunos nas mais diversas áreas, buscando o desenvolvimento cognitivo, emocional e interpessoal. “O Coral é o grupo que se mantém ativo, com trabalho ininterrupto, por mais tempo na Instituição, sempre unindo acadêmicos e a comunidade em geral. Somos uma universidade comunitária e regional, e esse é um exemplo de atividade que promove o desenvolvimento acadêmico, a geração do conhecimento, a promoção comunitária e a difusão artístico-cultural. Vejo que esse foi um trabalho que permeou e foi sustentado por todas as gestões e a nossa tem o maior orgulho de continuar incentivando ações que digam respeito à formação profissional e cidadã”, ressalta. Segundo Mercedes Cogo, que atuou na administração do grupo, o Coral, desde os primeiros ensaios, inseriu em seu repertório músicas eruditas, nacionais e internacionais, além de obras que mostravam a cultura regional do Brasil. “Quando tivemos a ideia, fomos de sala em sala convidar as pessoas para participarem. Foi um início tímido, mas, quando vimos, tínhamos dezenas de coralistas. Nossa primeira regente foi a professora Reny Sudbrack. Tínhamos uma diretoria e uma equipe administrativa para cuidar de tudo. Foi uma época maravilhosa”, destaca.
Mercedes lembra que um dos primeiros projetos foi viajar o país contando a história de cada lugar por meio da música. Com poucos recursos e com membros que não tinham conhecimento musical, foram muitos os desafios dos primeiros anos. “O que fizemos foi bradar no sertão, chamando as faculdades que já existiam, convidando alunos, aprendendo juntos e crescendo juntos”, conta, lembrando que muitos projetos foram aprovados pelo Ministério da Educação na época. União de esforços A professora Mercedes recorda que todos os cursos tinham um objetivo específico, mas, para que existisse uma universidade, era necessário buscar a união. De acordo com suas memórias, o Coral foi uma importante ferramenta para que essa unidade acontecesse. "Cada curso era isolado dos demais e eles acreditavam que assim deveriam permanecer. O Coral veio para colocar todos em um trabalho comum”, pontua. Para que as viagens fossem possíveis, cada membro do grupo que conhecia alguém em outras cidades e estados organizava uma viagem. O pagamento das despesas vinha de parceiros e da ajuda de cada um. Uma delas durou 12 dias e, para Mercedes, foi inesquecível. “Quando chegávamos aos lugares, as pessoas já estavam nos esperando. Descíamos com uma faixa na qual estava escrito Coro Universitário, já cantando e agradecendo a recepção. Esses são momentos que guardo
com carinho na lembrança e no coração”, conta, emocionada, a professora.
Concerto para celebrar No dia 5 de novembro, o Coro recebe a comunidade para o Concerto especial que celebrará os 50 anos do grupo. O encontro acontece no Centro de Eventos, Campus I da UPF.
História e futuro Ao longo desse tempo, muitos maestros e maestrinas fizeram parte da história do Coral. Parte do grupo há 14 anos, o maestro Fernando Montini iniciou sua trajetória quando ainda era acadêmico do curso de Música. Montini recorda que centenas de músicas passaram pelo repertório, sendo apresentadas em eventos, concertos, festivais e atividades especiais. Para ele, os 50 anos do Coro Universitário são um marco para a Universidade e para o grupo que hoje o compõe. “Temos o compromisso de lembrar essa história em nossas apresentações e também o desafio de continuar a construir, apresentando novas músicas, novas formas de fazer arte através das notas musicais e de continuar inseridos na comunidade”, destaca, ressaltando que, hoje, o Coro Universitário conta com cerca de quarenta membros.
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fique por dentro Representação institucional Ministro do Trabalho na UPF
Futuro do Judiciário passa pela mediação de conflitos
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m mais um momento histórico de sua trajetória de 48 anos, a UPF recebeu, no dia 29 de julho, o ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira. À tarde, o ministro foi recebido pelo reitor José Carlos Carles de Souza e concedeu entrevista coletiva à imprensa local. À noite, proferiu palestra no Salão de Atos da Faculdade de Direito (FD) sobre a atualização da legislação trabalhista, atividade que foi prestigiada por dirigentes da Instituição, lideranças políticas e membros de entidades representativas, bem como por advogados e servidores da Justiça do Trabalho. Na ocasião, Nogueira expôs a motivação e os objetivos da reforma na legislação trabalhista, que iniciou recentemente e deve ocorrer até o final de 2016. O reitor José Carlos Carles de Souza ressaltou e agradeceu a disponibilidade do ministro por aceitar o convide da Universidade. “Não há dúvida da pertinência do assunto diante da crise econômica que experenciamos, que cria dificuldades ao empresário e afeta diretamente a relação de emprego, gerando inúmeros problemas ao mercado de trabalho”, comentou. O atual momento revela, conforme afirma o reitor, um cenário que exige cautela das lideranças. “A atuação do ministro abre o diálogo acerca da criação dos meios adequados para manutenção e qualificação dos postos de trabalho, assegurando tratamento digno e justo ao trabalhador”, afirmou, ao destacar que trabalhadores e empresários devem estar juntos para a superação das dificuldades. O diretor da FD, Rogerio da Silva, registrou, em nome da Unidade Acadêmica, a satisfação por contar com a presença do ministro. “No ano em que comemoramos 60 anos e recebemos o selo OAB Recomenda, receber o ministro é mais um acontecimento que marca a relevância e a consolidação do Direito da UPF”, destacou. Representante da região Natural de Carazinho, Ronaldo Nogueira é deputado federal licenciado. O ministro ressaltou a importância da UPF para a região “A Universidade não só forma profissionais com amplo conhecimento, mas também cidadãos capazes de utilizá-lo com sabedoria”, considerou.
Governo vai elaborar legislação para a aquicultura
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legislação que normatiza a produção de pescados em tanques-redes nos lagos das usinas hidroelétricas deve ser elaborada em breve pelo governo do Rio Grande do Sul. Em reunião organizada pela Associação dos Municípios Sedes de Usinas Hidroelétricas e Alagados (AMUSUH), o governador José Ivo Sartori garantiu a formação de um grupo de trabalho para preparar as regras legais para o setor. Com 16 usinas hidroelétricas que atingem 67 municípios, o estado pode produzir cerca de R$ 500 milhões nas águas das represas. A carta de intenções apresentada ao governador é resultado direto do primeiro seminário Aquicultura em Águas Públicas, organizado em maio pela AMUSUH em parceria com a Universidade de Passo Fundo (UPF). Para o reitor José Carlos Carles de Souza, o envolvimento da UPF com esse setor engrandece as ações junto à comunidade e fortalece o compromisso com o desenvolvimento regional. “Em nome da UPF, endossamos esse trabalho para o desenvolvimento da aquicultura no Rio Grande do Sul. Nos 67 municípios, poderíamos criar carpas, tilápias, jundiás e outros peixes. Tenho certeza de que isso vai desenvolver todo o estado”, declarou. O Rio Grande do Sul conta com 10 usinas estaduais e seis federais. A produção estimada somente daquelas sob jurisdição da União chega a mais de 100 mil toneladas de pescados por ano. No entanto, apesar desse enorme potencial, o estado ainda não tem uma legislação adaptada à criação de peixes em taques-redes nos reservatórios das usinas. Ao todo, são 96 mil hectares de terras alagadas. Se o estado incorporasse a legislação federal que permite o uso de 1% dessas áreas, poderiam ser instalados tanques em quase mil hectares de água.
Lançamentos da UPF Editora Anais Comunicações do 13º Seminário Internacional de Pesquisa em Leitura e Patrimônio Cultural Org: Tania Mariza Kuchenbecker Rösing, Miguel Rettenmaier
Práticas integrativas na rede de atenção psicossocial: humanização e arteterapia Org: Carla Beatrice Gonçalves, Graciela Ormezzano, Talissa Tondo
O enfrentamento de situações relacionadas à prática de ato infracional, à violência no âmbito escolar e doméstico e ao tratamento de conflitos familiares é objeto da atuação do Núcleo de Mediação e Justiça Restaurativa (Mediajur), um projeto de extensão da Universidade de Passo Fundo (UPF) que, desde 2014, está implementado no campus Carazinho. A atuação do Mediajur se dá a partir de uma abordagem integrada, cooperativa e humanitária, por meio da aplicação da Justiça restaurativa e da mediação, enquanto instrumentos de (re)estabelecimento das relações sociais e familiares. Desenvolvido pelos cursos de Direito e de Pedagogia, o projeto iniciou como piloto em agosto de 2014 e foi institucionalizado em março de 2015, em Carazinho. A fim de ampliar o atendimento prestado pelo Mediajur, o projeto estabeleceu novas parcerias, implementando uma unidade em Passo Fundo. O serviço está sendo prestado no Campus II da UPF, junto ao Juizado Especial Cível (JEC), das 13h30min às 17h30min.
Obras com e-book disponível para download gratuito
Programação de computadores na educação: um passo a passo utilizando o Scratch Autores: Neuza Terezinha Oro, Ariane Mileidi Pazinato, Adriano Canabarro Teixeira
Todas as obras estão disponíveis na página da UPF Editora, www.upf.br/editora
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