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UniversoUPF
Setembro/ 2015
espaço do leitor "Com um layout moderno e diversificado, a Revista Universo UPF atrai a atenção e o interesse pela leitura dos conteúdos. É um importante instrumento de atualização e conhecimento dos projetos e atividades desenvolvidas pela Instituição, nas diferentes áreas de ensino, pesquisa, extensão e inovação tecnológica. A cada edição, encontramos assuntos atuais, com o envolvimento dos profissionais que atuam na Instituição, bem como reportagens com os futuros profissionais, já engajados nos mais diversificados projetos. Parabenizamos a equipe e todos os envolvidos nas edições." Dr. Hélio Carlos Rocha Diretor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária O espaço do leitor recebe comentários, sugestões e impressões sobre a revista Universo UPF. Para participar, escreva um e-mail para imprensa@upf.br. Nossos telefones de contato são (54) 3316-8142 e 3316-8138. Boa leitura a todos! Equipe de produção da revista Universo UPF
nesta
UPF em
edição
NÚMEROS
9 campi instalados em Passo Fundo e região Mais de 100 municípios abrangidos em sua área de atuação 20.687 alunos matriculados na graduação, pós-graduação, extensão, UPF Idiomas e Integrado UPF 17. 195 alunos matriculados na graduação 603 alunos regulares matriculados nos programas stricto sensu 821 alunos matriculados em cursos lato sensu 432 alunos matriculados na UPF Idiomas - FUPF 863 alunos matriculados no CEMI - FUPF 773 matriculados na extensão (Creati) 902 professores de Ensino Superior (48,67% Me., 29,18% Dr.) 1.293 funcionários 61 cursos de graduação em oferta 55 cursos de especialização em andamento 14 cursos de mestrado institucional 4 cursos de doutorado institucional 10 estágios pós-doutorais 69.363 profissionais formados 10 bibliotecas com 460.421 exemplares de livros disponíveis em 117.917 títulos 23 anfiteatros e auditórios 174 salas para ensino prático-experimental 300 laboratórios 150 clínicas 49 convênios com instituições estrangeiras para intercâmbio acadêmico em 15 países
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Revista Universo UPF - nº 11 Setembro / 2015
nQualidade do ar em Passo
A revista Universo UPF é uma publicação da Universidade de Passo Fundo e tem distribuição gratuita
Fundo é tema de pesquisa
Reitor n José Carlos Carles de Souza Vice-reitora de Graduação n Rosani Sgari Vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação n Leonardo José Gil Barcellos Vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários n Bernadete Maria Dalmolin Vice-reitor Administrativo n Agenor Dias de Meira Junior Executivo de Comunicação e Marketing FUPF n Cristiano Mielczarski Silva
Pgs 14 e 15
n Compromisso com a excelência acadêmica e o diálogo são metas da nova diretoria da FUPF
Pg 21
n ICB e Iceg celebram
Produção de textos: Alessandra Pasinato (MTb/ RS17292), Carla Patrícia Vailatti (MTb/RS14403), Caroline Simor da Silva (MTb/RS15861), Daniele Becker (estagiária), Filippe de Oliveira (MTb/16570), Laisa Priscila Fantinel (MTb 15.894), Leonardo Rodrigues Andreoli (MTb/14508), Natália Fávero (MTb/RS14761), Silvia Brugnera (DRT/13147) e Zulmara Colussi (MTb/11.204). Fotografias: Gelsoli Casagrande Edição e supervisão: Silvia Brugnera (DRT/13147) Revisão de textos: Cinara Sabadin Dagneze Projeto gráfico: Fábio Luis Rockenbach e Luis A. Hofmann Jr. Diagramação: Marcus Vinícius Freitas / Núcleo Experimental de Jornalismo FAC UPF Foto de capa: Gelsoli Casagrande
45 anos de criação
Pg 22
n Um egresso do outro
F idadeUP Univers universid
lado do mundo
adeupf
UPFOficial
Universidade de Passo Fundo
A Revista Universo UPF também está disponível na versão digital. Ela pode ser lida no site www.upf.br
Universidade de Passo Fundo - BR 285, Bairro São José - Passo Fundo/RS CEP: 99052-900 Telefone: (54) 3316 8100 www.upf.br
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UniversoUPF Fotos: Gelsoli Casagrande
universidade Fear inaugura
novos prédios Número crescente de alunos, oferta de novos cursos e busca por uma formação qualificada motivaram a construção do Prédio II e do Cetec II, inaugurados no primeiro semestre de 2015
É
crescente, por parte dos jovens, a escolha pela formação nas áreas de engenharia e arquitetura. Esse fato, aliado ao propósito de oferecer uma formação qualificada, implicou a necessidade de ampliação do espaço físico da Faculdade de Engenharia e Arquitetura (Fear), cuja trajetória conta com mais de 40 anos. Por isso, a Unidade Acadêmica conta, desde o primeiro semestre de 2015, com dois novos espaços: o Prédio II e o Centro Tecnológico II (Cetec II), identificados, respectivamente, como V2 e R2. As estruturas somam-se aos outros seis prédios da Fear: G1, G2, I2, H2, L1 e R1, que, juntos, sediam atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação de 12 cursos de graduação, diversos cursos de especialização e três programas de pós-graduação, além de servirem de apoio para atividades de outros cursos e demandas da comunidade regional. O Prédio II possui aproximadamente 3.700m² e tem 17 salas de aula. Além disso, nele está instalado o Laboratório de Modelos e Maquetes (Lammaq), cuja estrutura foi ampliada. Em suas salas, são ministradas aulas para os diferentes cursos de graduação da Unidade. Já o
Cetec II propiciou a implantação de novos laboratórios e a ampliação de espaços de pesquisa já existentes
Cetec teve seu espaço duplicado com a inauguração do Cetec II, que disponibiliza 1.600m². A nova edificação permitiu a ampliação e a reorganização dos laboratórios de Engenharia Civil e de Engenharia Ambiental e a criação de outros locais de pesquisa, como o Laboratório de Hidráulica. Além desses, abriga os laboratórios de Estruturas, Geotecnia, Materiais de Construção, Geotecnia ambiental, Sistemas prediais, Geodésia e Pavimentação. O diretor da Fear, Dr. Vagner Alves Guimarães, destaca que tão importante quanto os novos locais de estudo e pesquisa são os equipamentos disponibilizados. “Esses novos espaços dispõem de todos os materiais necessários para o seu funcionamento, incluindo novos equipamentos científicos, que irão, certamente, contribuir com a qualidade e a inovação dos nossos cursos e serviços”, afirma. Para Guimarães, os novos prédios aliam-se aos demais diferenciais da Fear, reunindo as ferramentas necessárias para a formação de profissionais de destaque, nos níveis de graduação e pós-graduação. “Temos um corpo docente qualificado, e os novos laboratórios e equipamentos trouxeram a atualização necessária para uma formação ainda mais sólida, em que teoria e prática são fortalecidas”, considera. O reitor José Carlos Carles de Souza manifestou satisfação por entregar estruturas tão importantes para a comunidade acadêmica. “O crescimento da Fear demanda a ampliação da estrutura física da Unidade. A entrega desses prédios representa o cumprimento de um compromisso que assumimos”, destaca. Novos espaços qualificam a formação Para a egressa Gabriela Liotto Conci,
Salas de aula do Prédio II recebem acadêmicos dos diferentes cursos de graduação da Fear
que se formou em Arquitetura e Urbanismo no primeiro semestre de 2015, as novas estruturas contribuem para a boa formação dos acadêmicos. Gabriela desenvolveu a maquete do seu trabalho final de graduação no Lammaq, que agora funciona no Prédio II. Em seu trabalho, criou o projeto arquitetônico de um condomínio estudantil. “O Lammaq oferece agora um espaço maior, ade-
quado e organizado. Dessa forma, todo o desenvolvimento da maquete, ou de qualquer outra tarefa, se torna mais prazeroso, contribuindo efetivamente com o resultado. Além disso, há uma gama de materiais que são disponibilizados para a confecção dos trabalhos, sendo necessário apenas força de vontade, paciência e dedicação por parte dos estudantes”, considera a arquiteta e urbanista, que destaca, ainda, o auxílio, para a elaboração dos trabalhos, dos professores e dos profissionais que lá atuam. Luiz Brock, acadêmico de Arquitetura e Urbanismo, além de utilizar os prédios como estudante, se envolveu na concepção das obras. Brock atuou como estagiário na comissão da UPF responsável pelos projetos. “A qualidade técnica norteou a elaboração dos projetos, que não apenas atendem à necessidade de espaço, mas contemplam ainda aspectos como ventilação e iluminação”, destaca o aluno, que aprimorou sua formação profissional com a experiência.
Inauguração ocorreu em 28 de maio
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Palavra do
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Projeto pedagógico institucional
Reitor
Eliara Zavieruka Levinski *
José Carlos Carles de Souza*
UPF: vencendo desafios em busca do crescimento contínuo
H
á pouco mais de um ano, em julho de 2014, fomos empossados para mais um período na Reitoria da Universidade de Passo Fundo - gestão 2014/2018 -, cheios de projetos e extremamente motivados com tudo que a nossa Instituição construiu nos últimos anos. Projetamos, com a participação ativa dos diretores de unidade e dos integrantes do Conselho Universitário, um orçamento factível e que permitiria que se desse continuidade ao significativo crescimento em todos os pilares que dão suporte à verdadeira universidade. Por meio das ações próprias da extensão e da pesquisa – referendadas nos conhecimentos auferidos na Universidade – e da sua aplicação em projetos, estão sendo compartilhadas com a comunidade muitas atividades. A pesquisa e a pós-graduação contribuem na exata medida da evolução do pensamento humanista, da ciência e da investigação, incluindo, nessa perspectiva, a inovação tecnológica. E a extensão, por seu permanente envolvimento comunitário, comporta a aplicação desses conhecimentos em prol da sociedade. Articulado com esses dois destacados pilares está o consagrado espaço da graduação, oferecendo o que há de melhor na área do ensino, ancoradouro natural de todas as demais atividades educacionais na Universidade e marco inicial de qualquer iniciativa envolvendo a academia científica e a sua interação com a comunidade. Tendo presentes essa complexa organização de ensino, a excelente capacidade e titulação de nossos professores e funcionários e a nossa notável e qualificada infraestrutura, na qual se inclui o espaço do UPF-Parque, o projeto de universidade que apresentamos permanece apropriado para a superação dos obstáculos impostos e para a continuidade do acelerado crescimento da Universidade de Passo Fundo. Essa postura e esse devotado trabalho permitem que as ações projetadas para a Universidade de Passo Fundo sejam concretizadas e que se amplie o reconhecimento da Instituição, tanto em nível nacional quanto em internacional, em várias áreas do conhecimento. O modelo de universidade em execução, a partir das ações que visam ao compartilhamento dos conhecimentos na área do ensino, da pesquisa, da extensão e da inovação tecnológica – inclusive da interação com a comunidade e da conexão com outras instituições de ensino superior no Brasil e no exterior, com o incentivo do intercâmbio discente e docente –, conduz, inexoravelmente, à excelência acadêmica. Entretanto, a sociedade brasileira, que deveria estar se fortalecendo como Pátria Educadora, foi surpreendida e enfraquecida com o desvirtuamento de alguns pontos que integram o Plano Nacional da Educação. Tal situação se evidencia principalmente no que se refere ao desenvolvimento do ensino superior e à alteração, pelo Ministério da Educação, das regras referentes ao programa FIES e à consequente negativa no adimplemento dos contratos de financiamento, fato que continua acarretando dificuldades aos acadêmicos e às Instituições de ensino em todas as regiões do país. Em que pese a realidade marcada pela ausência, nos caixas da Instituição, do montante total dos recursos do FIES relativos aos serviços educacionais prestados no primeiro semestre de 2015, a UPF, por meio de seus comprometidos professores e valorosos funcionários, respondeu muito bem às ações propostas em nível emergencial, enfrentando a carência de recursos econômicos e procedendo aos ajustes necessários em suas ações, sempre com especial cuidado para não prejudicar o cumprimento de suas atividades prioritárias. Assim, ao iniciarmos o mês de setembro de 2015, já é possível afirmar que a nossa Universidade está superando as dificuldades decorrentes da ausência do repasse do montante total dos valores do FIES. Com o propósito de assegurar o pleno desenvolvimento de suas atividades acadêmicas, a Instituição reprogramou suas ações e está cumprindo com todos os seus compromissos. Foi desse modo que experienciamos o enfrentamento do delicado momento de dificuldades econômicas. Esse fato, marcante, nos oportunizou o encaminhamento da sua superação, por meio de ações articuladas conjuntamente, respeitando o propósito de sempre fortalecer o colegiado. Nesse cenário, vimos reacender, em cada um, o elevado sentimento de pertencimento, e que nos une, em uma grande Instituição. Lógica é a conclusão de que, efetivamente, Somos todos UPF. (*) Reitor da UPF
O Projeto Pedagógico Institucional (PPI) é compreendido como instrumento político, filosófico e teórico-metodológico que representa a identidade pedagógica e orienta as práticas acadêmicas da Instituição, considerando o percurso histórico, a inserção no contexto regional, nacional e internacional, a vocação, as concepções e as intencionalidades. Contribui para construir possibilidades concretas de transformação e (re)significação do seu espaço e do seu fazer. É o núcleo do processo acadêmico e tem interdependência com Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e os projetos pedagógicos dos cursos (PPC). Pode-se afirmar que busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito e um compromisso definido coletivamente. O PPI deve expressar uma visão contemporânea de mundo e do papel da educação superior em face da nova conjuntura globalizada e tecnológica, ao mesmo tempo em que deve explicitar, de modo abrangente, o papel da IES e sua contribuição social nos âmbitos local, regional e nacional, por meio do ensino, da pesquisa e da extensão como componentes essenciais à formação crítica do cidadão e do futuro profissional, na busca da articulação entre o real e o desejável. Para além de um documento técnico-burocrático, o PPI está associado a um projeto de sociedade e de formação humana, que contribui para o exercício da cidadania, da profissão e do pleno desenvolvimento pessoal. Adquire sentido quando está presente nas práticas administrativas, técnicas e pedagógicas da instituição e quando se torna objeto de reflexão dos sujeitos que o representam. O projeto político-pedagógico, segundo Veiga (2003), tem a ver com a organização do trabalho pedagógico em dois níveis: como organização da escola como um todo e como organização da sala de aula, incluindo sua relação com o contexto social imediato, procurando preservar a visão de totalidade. O desafio institucional consiste em organizar processos que coloquem o projeto pedagógico em ação de maneira constitutiva e democrática e, ao mesmo tempo, encontrar estratégias que possibilitem a atualização do que foi projetado diante do que está sendo desenvolvido e das exigências sociais e acadêmicas. Com o propósito de, de modo participativo, atualizar o PPI, em vigência desde 2006, a Universidade de Passo Fundo neste ano está desenvolvendo várias ações, sob coordenação de uma comissão nomeada pelo Conselho Universitário (Consun). A decisão de revisitá-lo de modo participativo está assentada nos princípios da gestão democrática, no pressuposto de que as pessoas que integram a instituição, a partir dos seus lugares e funções, têm o que dizer e, ao sentirem-se parte do processo, experimentam um sentimento de pertencimento e se responsabilizam por aquilo que constroem. Tudo isso tem raízes na compreensão de que o projeto sobrevive se os segmentos da comunidade forem os seus representantes. A participação não é processo abstrato, mas concreto. É um conceito eminentemente qualitativo, com uma dimensão política, sendo uma forma de adquirir e distribuir o poder. O projeto pedagógico, como instrumento aglutinador, possibilita aos sujeitos que fazem parte da vida universitária sentirem-se comprometidos com a identidade e a qualidade acadêmica da Instituição. A atualização, neste momento, do PPI da Universidade de Passo Fundo é importante ferramenta para o planejamento e para a avaliação permanente da trajetória institucional e transcende a mera reformulação do que já existe. Implica um processo de reflexão e de debate, simultaneamente global e setorizado, e um trabalho coletivo e consciente da comunidade acadêmica para a qualificação das práticas da Universidade. Diante dessas reflexões e de acordo com o documento orientativo do PPI (2015), elaborado pela Comissão, apresentamos algumas estratégias, que, articuladas, estão constituindo o processo participativo de atualização do PPI. 1. Elaboração e apresentação do plano de ação ao presidente do Consun. 2. Realização de reuniões periódicas da comissão sobre a atualização do PPI. 3. Análise do PPI, com implementação de grupos de trabalho e debate sobre os seus referenciais pedagógicos, bem como suas diferentes interfaces com o Plano Estratégico Institucional (PEI), com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e a Política de Responsabilidade Social (PRS). 4. Reuniões com os diretores das unidades acadêmicas e dos campi e a Reitoria. 5. Reunião de mobilização – I Encontro Institucional sobre Atualização do PPI (com professores, alunos e funcionários). 6. Apresentação de um roteiro para orientar a discussão com a comunidade acadêmica. 7. Debate nas unidades, nos setores e nas entidades (Associação dos professores e dos funcionários da UPF e Diretório Central de Estudantes) e encaminhamento dos registros à comissão. 8. Sistematização e organização da primeira versão do documento. 9. Realização do II Encontro Institucional sobre Atualização do PPI para apresentação e debate da primeira versão do documento. 10. Lançamento do PPI, previsto para novembro de 2015. Com essas compreensões teórico-metodológicas acerca do Projeto Pedagógico Institucional, reafirmamos o compromisso epistemológico e ético da Universidade de Passo Fundo com e na sociedade. Por fim, apoiamo-nos nas palavras de Boaventura de Sousa Santos (2000), para destacar que esse não é um movimento concluído, aliás, sua natureza é ser um movimento sem fim. REFERÊNCIAS COMISSÃO PPI. Projeto pedagógico institucional: instrumento orientativo para unidades acadêmicas, setores e entidades. Documento digitado. UPF, 2015. VEIGA, Ilma Passos Alencastro; FONSECA, Marília (Org). As dimensões do projeto político-pedagógico: novos desafios para a escola. 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 2003. SANTOS, Boaventura de Sousa. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. São Paulo: Cortez, 2000.
(*) Diretora da Faculdade de Educação (Faed)
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Foto: Gelsoli Casagrande
comunidade Olhar
No silêncio de uma sala, na sede da Apace, é possível viajar pelo imaginário da Literatura
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INCLUSIVO
Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários desenvolve 13 projetos destinados à população com necessidades especiais
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as manhãs de quarta-feira, um grupo de pessoas se reúne à beira do campo de futebol da Faculdade de Educação Física da Universidade de Passo Fundo. Uma alegria toma conta dessas pessoas, que, a cada encontro, sentem-se renovadas. A felicidade contagiante tem razão na possibilidade de fazer algo tão comum à maior parte das pessoas: andar de bicicleta. No oposto do burburinho, bem longe dali, no centro de Passo Fundo, o silêncio marca outro encontro: é hora de viajar por Lisboa, na história do Primo Basílio, de Eça de Queirós. O que há de tão extraordinário em andar de bicicleta e ler um livro? Nada, não fosse o olhar. É pelo olhar de terceiros que pessoas com deficiência visual total ou parcial conseguem realizar tarefas limitadas ao seu cotidiano. As duas atividades são desenvolvidas pela Universidade de Passo Fundo. Uma, através do projeto de extensão Cegos Leitores e Ouvintes, desenvolvido pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH)
e coordenado pelo professor Me. Hercílio Fraga de Quevedo; outra, através de atividades que integram o Núcleo de Esporte e Lazer: UPF aberta à comunidade, desenvolvidas em parceria com o Polo Regional de Desenvolvimento de Esporte Lazer, da Região 04/UPF/Fundergs, sob a coordenação da professora Dra. Lorita Maria Weschenfelder. Os convênios com a Associação Passo-Fundense de Cegos (Apace) foram ampliados nos últimos anos porque a Universidade de Passo Fundo, por meio da Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (VREAC), buscou aproximação com a entidade, com o propósito de desenvolver atividades a partir das demandas desse público. “Há dois anos, começamos a ter uma conversa mais direta com a entidade. Revisamos o rol de demandas e, hoje, eles têm tido uma participação muito mais efetiva, marcada pelo comprometimento, pela participação, avaliação e sugestão. Isso tem representado a participação de um número maior de alunos cegos, o que acaba repercutindo em outros setores da
instituição, como o Saes, que desenvolveu e executou um projeto de acessibilidade no campus”, explica a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, Profª. Bernadete Maria Dalmolin. Liberdade Everton de Souza, 40 anos, é exemplo da inclusão desse público no universo acadêmico. Formou-se em Pedagogia pela UPF, no final de 2014. É voluntário no ensino de Braile para a Apace e integra um projeto de formação de professores municipais, ministrando as disciplinas de Acesso a recursos pedagógicos e de Alfabetização em Braile. Souza tem baixa visão e também pratica as atividades desportivas e de lazer promovidas pela Faculdade de Educação Física, que inicialmente se desenvolviam na piscina. Embora não se caracterizem como projeto de extensão, essas ações integram o rol de projetos de atendimento aos cegos. A ampliação da oferta de atividades, segundo a professora Lorita, se deu em razão de dois elementos importantes, o impacto positivo da natação na
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Atividade física, como andar de bicicleta, auxilia pessoas com deficiência visual a melhorar a mobilidade e a autoestima
vida dos associados da Apace e a definição de uma política de extensão inclusiva assumida pela Instituição. “Nesse momento, percebemos que deveríamos incluir os cegos em outras atividades, tamanha era a necessidade e o entusiasmo que se apresentava”, disse. A dança, o judô, o goallball, a recreação e o ciclismo passaram a integrar o cotidiano do grupo. A doação, pelo Conselho Municipal do Direito da Criança (Comdica), de 12 bicicletas adaptadas para cegos tornou real a prática do ciclismo. Com o auxílio de monitores voluntários e estudantes da Faculdade de Educação Física, os participantes se revezam semanalmente para pedalar. “A atividade física é essencial para o desenvolvimento intelectual e motor dos cegos. Ela proporciona equilíbrio, direcionamento e noção de lateralidade e melhora a autoestima”, diz Everton, que também integra a diretoria da Apace. Mariane Bechi Lanzana, 23 anos, é outro exemplo de superação. Com baixa visão desde a adolescência, gosta tanto de pedalar que se tornou uma
PROJETOS 1. Promovendo saúde e qualidade de vida 2. Atuação fisioterapêutica em deficientes visuais 3. Oficina de arte: exploração tridimensional 4. Audioteca - Acervo de áudios para pessoas cegas e com baixa visão 5. Cegos leitores e ouvintes 6. Núcleo de esporte e lazer: UPF aberta à comunidade 7. Atendimento odontológico 8. Atenção odontológica integral e interdisciplinar em pacientes com necessidades especiais na Apae de Passo Fundo 9. Integração da Universidade com a educação básica 10. Atendimento fonoaudiológico 11. Educação por meio dos sentidos: contribuição multissensorial da arte para a alimentação saudável de deficientes visuais 12. Sensibilidade e Criatividade - Oficina de Artes Visuais 13. Projeto informática da Apace
das monitoras do grupo. Ao contrário dos demais participantes da atividade, que pedalam posicionados no segundo banco da bicicleta, ela conduz o veículo, ocupando o banco da frente. “A sensação é de liberdade, de autoconfiança”, expressa. Mariane já tem outra meta estabelecida para sua vida: vai cursar Psicologia na UPF. Para a professora Lorita, “o projeto vem para oportunizar o convívio através das atividades, reafirmando a possibilidade de transformação no modo de pensar, agir e sentir, num processo que se constrói e reconstrói nas relações e inter-relações. Percebe-se que a deficiência não os torna menos capazes de usufruir e conduzir suas vidas, na área do esporte e do lazer, não retirando a capacidade de construir sua autonomia e sua história”. O imaginário Se pedalar traz uma sensação de liberdade, ler através dos olhos dos outros eleva a imaginação. É isso o que proporciona outra atividade desenvolvida com os cegos, dessa vez através do projeto de extensão Cegos Leitores e Ouvintes, ligado ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, sob a coordenação do professor Hercílio Fraga de Quevedo. O projeto atende a um grupo de 46 cegos, integrantes da Apace, e consiste na reunião dessas pessoas para a leitura de obras literárias e a exibição de vídeos, tendo por objetivo promover a inclusão de cidadãos cegos na cultura letrada. Todas as quartas, das 10h às 11h, o grupo se reúne para ouvir a leitura feita pelo professor Hercílio. A atividade, que se transformou em projeto de extensão há aproximadamente um ano e meio, já vinha sendo realizada de forma voluntária pelo professor há 12 anos. Assídua no grupo, a aposentada Ruth Rodrigues não mede esforços para se fazer presente no dia de leitura. Seu pro-
blema com a visão se agravou há trinta anos. Ruth chegou a iniciar o curso de Pedagogia, mas precisou interromper os estudos em decorrência das dificuldades impostas pela deficiência. Participar e interagir nos debates intercalados das leituras de obras literárias a faz sentir-se melhor. A leitura também faz muito bem a Nelson Baugardt, 65 anos, que há nove perdeu a visão, como resultado de uma catarata. “Ler é um ato de generosidade, de construção de relacionamentos e de conhecimento”, destaca o professor Hercílio. O método utilizado por ele consiste inicialmente na leitura de uma reflexão e, a partir daí, na leitura do livro escolhido. Normalmente, são lidas dez páginas por encontro, porque em muitos casos são necessárias contextualizações e explicações sobre a obra.
Vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários Bernadete Maria Dalmolin
Papel institucional Populações especiais, como a dos cegos, recebem uma também especial atenção da Vice-Reitoria de Extensão e de Assuntos Comunitários da UPF, que desenvolve 13 projetos voltados a esse grupo. “A Extensão evidencia os públicos especiais e olha para as especificidades. Uma instituição de ensino regional comunitária como a nossa tem a obrigação de atuar de forma inclusiva. E nós, como Extensão, temos o papel de evidenciar e tensionar para que esses temas sejam tratados dentro da sala de aula e para que o nosso professor se aproxime dessa realidade, pensando e estimulando seus alunos a pensar. Esse é o espaço para tematizar, para que a gente conviva e consiga ampliar nosso olhar da formação e da intervenção para atender a esse público de forma satisfatória”, reforça a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, professora Bernadete Dalmolin. Para ela, as pessoas se tornam melhores se puderem conviver com todas as diferenças. “Nos tornamos pessoas mais humanas, mais tolerantes”, defende.
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ciência e inovação Qualidade do ar em Passo
Fundo é tema de pesquisa Foto: Gelsoli Casagrande
Pesquisa fez parte da dissertação de mestrado do PPGEng/UPF realizada pela aluna Denise Daris, sob orientação da professora da UPF Drª Luciana Brandli
Pontos de estudo - Avenida Brasil x Posto Ipiranga Boqueirão (IE) - Avenida Brasil x Avenida Sete de Setembro (Bella Città) - Avenida Brasil x Rua Bento Gonçalves (Banco do Brasil) - Avenida Brasil x Rua Fagundes dos Reis (Praça Tochetto) - Avenida Brasil x Rua Ângelo Preto (Bourbon) - Universidade de Passo Fundo
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ma pesquisa desenvolvida na Universidade de Passo Fundo (UPF) entre abril de 2014 e março de 2015 avaliou a qualidade do ar em Passo Fundo. O estudo analisou e monitorou a emissão de poluentes por veículos nos principais pontos do tráfego urbano da maior via pública da cidade: a Avenida Brasil. O trabalho era parte integrante da dissertação de mestrado da aluna Denise Daris, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental (PPGEng/ UPF), e foi orientado pela professora da UPF Dra. Luciana Brandli e coorientado pelos professores Dr. Eduardo Korf (UFFS) e Dr. Francisco Dalla Rosa (UPF). Na pesquisa, intitulada de “Qualidade do ar oriunda do tráfego urbano em uma cidade de porte médio”, foram coletadas amostras em cinco pontos distribuídos no eixo principal de trânsito da Avenida Brasil, selecionados em função do volume de veículos que circulam nessa faixa. Um sexto ponto, chamado de ponto neutro, localizado na UPF, foi utilizado como comparativo. Passo Fundo tem uma população superior a 183 mil habitantes, sendo considerada cidade polo de mais de cem municípios localizados na região de abrangência. O conglomerado, conforme dados do IBGE (2013), representa uma população de aproximadamente um milhão de pessoas. De acordo com o Detran, a frota de veículos no centro
Poluentes oriundos de emissões veiculares foram monitorados durante um ano nos principais pontos de tráfego urbano da cidade passa de 113 mil unidades. “Passo Fundo tem uma frota crescente, principalmente entre março e dezembro, período letivo, quando o volume de veículos é bem maior”, explicou a então aluna do Mestrado, que defendeu a dissertação no mês de maio. Os poluentes analisados foram ozônio (O3) e dióxido de nitrogênio (NO2), compostos químicos que caracterizam as emissões oriundas dos veículos. Essa delimitação foi definida em função dos vários tipos de emissões atmosféricas geradas por diversos poluentes, os quais, além de provocarem impactos ambientais locais e globais, podem causar efeitos agudos e crônicos à saúde humana. A orientadora do trabalho, professora Dra. Luciana Brandli, destacou que a condição meteorológica foi levada em conta, uma vez que é um fator fundamental na dispersão dos poluentes atmosféricos. “Durante o monitoramento, foram consideradas a temperatura, a precipitação, a umidade relativa, a velocidade do vento e a insolação. A condição meteorológica influencia tanto na concentração quanto na dispersão dos poluentes”, ressaltou a orientadora. Resultados Os pontos próximos ao Banco do Brasil e à Praça Tochetto apresentaram maiores concentrações de dióxido de nitrogênio. O poluente ozônio foi encontrado principalmente próximo ao Instituto Educacional (IE) e ao Bourbon. Esse fato pode estar relacionado à localização, pois são pontos que apresentam maior fluxo e congestionamento, o que confirma a relação direta com o nível de concentração de poluentes estudados. Com relação à legislação, os valores de concentração dos poluentes O3 e NO2 encontrados estão em conformidade com o limite esta-
belecido por lei e são classificados como de qualidade “Boa”, conforme padrões definidos pela Cetesb para o Índice de Qualidade do Ar (IQA). A importância do monitoramento da qualidade está no fato de que isso norteia medidas e políticas públicas voltadas à qualidade de vida e ambiental da população local. A pesquisa mostra que é um momento de repensar uma vida mais sustentável e saudável. “Mesmo atendendo aos parâmetros da legislação, temos que nos preocupar com a poluição. A tendência é a frota de veículos aumentar e os dados podem ultrapassar os limites da legislação em breve”, observou a professora Luciana. Amostradores O monitoramento foi feito com o amostrador passivo, por um período de doze meses. Os equipamentos instalados em pontos estratégicos, como lombadas eletrônicas, por exemplo, é formado por um corpo cilíndrico, fechado no fundo por uma tela de aço inox, seguida de uma membrana de teflon, e, na parte superior, por um filtro de celulose impregnado com a solução absorvedora específica para cada poluente.
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especial
Mais de 69 mil profissionais já foram formados na UPF
UPF: uma universidade de
portas abertas para a
comunidade Voltada ao desenvolvimento comunitário local e regional, Universidade prima pelo compromisso social
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m dos grandes diferenciais de uma Instituição Comunitária de Educação Superior (ICES) é sua inserção regional, que, aliada a seu compromisso social, promove a melhoria da qualidade de vida das comunidades nas quais está inserida. Além da formação superior e da produção e divulgação científica, essas instituições se dedicam a levar o conhecimento gerado para fora dos muros da universidade por meio de seus inúmeros projetos de extensão
e serviços prestados à comunidade. Essa é a essência da Universidade de Passo Fundo (UPF), instituição comunitária criada a partir da união de esforços da comunidade local e regional, da iniciativa privada e do poder público. Neste ano de 2015, a Universidade de Passo Fundo obteve o reconhecimento, pelo Governo Federal, como Instituição Comunitária de Educação Superior. A certificação foi publicada na portaria 220 do Diário Oficial da União do dia 26 de fevereiro. A qua-
lificação, emitida nos termos da Lei das Universidades Comunitárias do Ministério da Educação (MEC), referenda o trabalho desenvolvido, em prol da comunidade, pela UPF, uma das mais importantes instituições do norte do Rio Grande do Sul. Até 2013, as Instituições de Ensino Superior (IES) no Brasil eram classificadas tão somente como públicas ou privadas. Com o reconhecimento da nova modalidade, as universidades reconhecidas como ICES poderão, dentre outras prerrogativas, concorrer a edi-
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Números da UPF n 9 campi instalados em Passo Fundo e região n Mais de 100 municípios abrangidos em sua área de atuação n 20.687 alunos matriculados na graduação, pós-graduação, extensão, UPF Idiomas e Integrado UPF n 17.195 alunos matriculados na graduação n 603 alunos regulares matriculados nos programas stricto sensu n 821 alunos matriculados em cursos lato sensu n 432 alunos matriculados na UPF Idiomas – FUPF n 863 alunos matriculados no CEMI – FUPF n 773 matriculados na extensão (Creati)
tais que eram direcionados somente às instituições públicas e receber recursos de órgãos governamentais. Prerrogativas Conforme o art. 2º da lei nº 12.881, as ICES contam com as seguintes prerrogativas: ter acesso aos editais de órgãos governamentais de fomento direcionados às instituições públicas; receber recursos orçamentários do poder público para o desenvolvimento de atividades de interesse público; ser alternativa na oferta de serviços públicos nos casos em que não são proporcionados diretamen-
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n 61 cursos de graduação em oferta n 55 cursos de especialização em andamento n 14 cursos de mestrado institucional n 4 cursos de doutorado institucional n 10 estágios pós-doutorais n 69.363 profissionais formados n 10 bibliotecas, com 460.241 exemplares no acervo, distribuídos em 117.917 títulos n 23 anfiteatros e auditórios n 174 salas para ensino práticoexperimental n 300 laboratórios n 150 clínicas n 49 convênios com instituições estrangeiras para intercâmbio acadêmico em 15 países
te por entidades públicas estatais; e oferecer, de forma conjunta com órgãos públicos estatais, mediante parceria, serviços de interesse público, de modo a bem aproveitar recursos físicos e humanos existentes nas instituições comunitárias, evitar a multiplicação de estruturas e assegurar o bom uso dos recursos públicos. Como tudo começou O ensino superior foi uma realidade distante, porém muito sonhada, dos moradores do interior do estado durante um longo período. Enquanto na capital, ainda no final do século
XIX, foram criadas as escolas de Farmácia, Química e Engenharia, apenas na década de 1930 os primeiros cursos chegaram ao interior do Rio Grande do Sul, tendo como pioneiras as cidades de Pelotas e Santa Maria. Em Passo Fundo, o processo ocorreu um pouco mais tarde, mas nem por isso de forma menos exitosa. Na metade do século XX, o município passava por um intenso processo de migração das comunidades rurais para a cidade, movimento que era acompanhado pelo aumento dos cursos ginasiais, que se preocupavam com a formação de professores para atender à expansão do ensino. Foi nesse período que a comunidade começou a se mobilizar em busca de alternativas que possibilitassem que os jovens dessem continuidade a seus estudos e contribuíssem de forma determinante no desenvolvimento da região. Na década de 1950, foram dados os primeiros passos rumo à consolidação de uma das mais importantes instituições do norte do Rio Grande do Sul: a Universidade de Passo Fundo. A ousadia desses pioneiros rendeu frutos. No livro Universidade Comunitária – Uma experiência inovadora, Darcy Ribeiro resume: “A UPF foi e continua sendo uma experiência fascinante. Ela não foi ato da generosidade de algum governante. Não caiu de paraquedas num determinado lugar. Ela foi pensada e desejada. Nasceu do sonho e da vontade de visionários”. Ao longo de sua trajetória, mais de 69 mil profissionais foram formados.
Ser comunitária “Instituições de Ensino Superior Comunitárias (ICES) são organizações da sociedade civil que, atendidos determinados requisitos legais, previstos na lei nº 12.881/2013, receberam a definição, a qualificação e o reconhecimento público, como prestador de serviço comunitário apto para atuar na área da educação. Por força de seu marco jurídico específico podem, inclusive, concorrer a editais públicos para obtenção de financiamentos de projetos na área da educação, principalmente no fomento à pesquisa e à extensão, em igualdade de condições com as entidades de ensino superior federais e estaduais. Dentre os compromissos das ICES, estão os de assegurar programas de ensino, pesquisa, extensão e inovação tecnológica, contemplando, além da formação de seus acadêmicos, a efetiva interação na comunidade, visando ao desenvolvimento pleno, tanto do estudante quanto da sociedade. Outra característica das instituições comunitárias de educação é a de que o modelo de gestão administrativa aplica, de forma colegiada e transparente, todos os seus recursos financeiros em seus objetos sociais, sendo vedada a distribuição de sua renda ou patrimônio. A Universidade de Passo Fundo foi criada, em 1968, exatamente com os propósitos supramencionados. Revela, desde a sua gênese, a efetiva participação das lideranças comunitárias, que definiram os seus históricos e os quase cinquentenários compromissos sociais. Cumprindo a sua missão, a UPF proporcionou a formação profissional e cidadã de milhares de pessoas que, em consequência, passaram a desenvolver as suas atividades e a prestar relevantes serviços nas respectivas comunidades, contribuindo decisivamente para o progresso econômico e social. Portanto, as instituições de ensino superior comunitárias trazem, em seu âmago, a concepção do compromisso social com a formação de profissionais aptos a promover o desenvolvimento comunitário local e regional”. Reitor, prof. José Carlos Carles de Souza
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Pioneiras A criação da Sociedade Pró-Universidade de Passo Fundo (SPU), em 1950, e do Consórcio Universitário Católico (CUC), em 1956, permitiu à região iniciar a caminhada rumo ao ensino superior. A SPU teve como primeiro presidente César Santos e foi a responsável, ainda em 1953, pela compra do prédio então pertencente à família Barbieux, onde foi instalada a Faculdade de Direito. A SPU também criou as faculdades de Odontologia, Agronomia, Ciências Políticas e Economia e o Instituto de Belas Artes. Ainda em 1960, a SPU comprou uma área de terra de Antônio Bittencourt de Azambuja para a construção da Cidade Universitária, onde hoje está instalado o Campus I. Dentre os objetivos do CUC, estava o de auxiliar na formação dos professores que atuariam na região. Quando o Consórcio foi criado, o idealizador Dom Claudio Colling anunciou ao conselho da SPU o surgimento
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da entidade e da Faculdade de Filosofia. Na oportunidade, já se discutia a possibilidade de integração à Universidade de Passo Fundo, cuja fundação já estava sendo pensada. A Faculdade de Filosofia oferecia três cursos: Filosofia, Pedagogia e Letras Anglo-Germânicas. FUPF A integração entre o SPU e o CUC deu origem à Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF), no ano de 1967. A criação da FUPF foi um passo determinante para o surgimento da UPF, o que efetivamente ocorreu no ano de 1968. O ex-reitor da UPF e um dos articuladores desse processo, professor Elydo Alcides Guareschi, destaca, em sua coleção O Processo de Construção da Universidade de Passo Fundo, que “a Fundação foi vista como um novo impulso para a expansão e a melhoria do ensino superior e para o progresso de Passo Fundo”. Nesse período, foi decidido que a
A importância do envolvimento da comunidade na construção da Universidade “Há, entre o povo, um modo generalizado de pensar que compreende o envolvimento da universidade na comunidade tão somente como ligado à função de oferecer títulos acadêmicos para que as pessoas possam obter maior visibilidade social e condições para exercer uma profissão que lhes garanta um emprego para sua sustentabilidade. Para essas pessoas, o olhar se volta para a vida acadêmica, dicotomizando a relação universidade x comunidade. O envolvimento da comunidade na construção da universidade e as relações que o permeiam, porém, requerem outro olhar. A sabedoria popular acumulada na vida e na história das pessoas se constitui no objeto mais precioso e fecundo da investigação acadêmica. A universidade, por sua natureza, objetiva produzir conhecimentos com a perspectiva de devolvê-los reelaborados à comunidade. A pesquisa da universidade requer sistematização dos saberes difusos, presentes e existencializados na sabedoria do povo. O instrumento de trabalho é o método de investigação construído pela universidade, que, à medida em que o faz, presta serviço à comunidade. Nesse processo dialético – saber popular x saber acadêmico –, acontece a construção da universidade. A colaboração e a importância da comunidade junto à universidade reside no envolvimento de ambas e na transformação das práticas populares e assistemáticas em conhecimento disponível. O próprio saber popular reconhece que o maior e o melhor investimento que a universidade pode fazer é aquele direcionado à pessoa humana e à própria comunidade. A formação dos recursos humanos transcende a mera produção de títulos acadêmicos; compreende o processo de transformação dos saberes e da prestação de serviço à comunidade”. Ex-professor, Pe. Elli Benincá
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Fundação seria administrada pelos próprios professores, independente das pressões e interferências políticopartidárias. UPF O decreto de reconhecimento da UPF foi assinado pelo presidente Arthur Costa e Silva e pelo ministro da Educação Tarso Dutra, no dia 2 de abril de 1968. O ato aconteceu no Palácio Piratini em Porto Alegre, onde Dom Cláudio Colling falou em nome da comunidade regional. Em seu discurso, destacou: “talvez nenhum outro ato tenha repercussão maior e tão histórica do que este de assinatura do decreto de criação da Universidade de Passo Fundo”, fazendo referência aos outros atos realizados na oportunidade. O decreto foi publicado no Diário Oficial da União no dia 6 de junho de 1968, data em que se comemora o aniversário da Instituição.
Não só Passo Fundo se mobilizou, mas todas as lideranças políticas da região buscaram dar força a essa ideia “No final de 1949, a comunidade alertou-se de que realmente a distância para que os jovens daqui pudessem buscar o ensino superior era grande. Foi Antônio Donim que ‘levantou a lebre’ e os primeiros movimentos para a construção da Universidade foram de pessoas da comunidade, como religiosos, advogados e médicos. Os primeiros passos foram absolutamente decisivos e tivemos dois momentos principais: o primeiro, na criação da Fundação – com o movimento iniciado em 1950, que pensou em criar a universidade, e, em 1956, com a primeira autorização para a formação de um curso superior em Direito –; e, o segundo, quando surgiu um esforço por parte da Curia, liderada por Dom Cláudio, no sentido de criar a Faculdade de Educação. Esses dois movimentos andaram paralelamente, distantes um do outro, até que, no início da revolução, quando houve o fechamento da Instituição, houve a aproximação das duas partes, liderada pelo padre Alcydes Guareschi e por Murilo Annes, que viria a ser o primeiro reitor da UPF. Juntos, esses dois movimentos atuaram na criação da Universidade de Passo Fundo, uma instituição comunitária que consolidou sua expansão. Não houve nenhum sujeito que individualmente quisesse criar um esforço para que os jovens de Passo Fundo e região pudessem ter oportunidades mais próximas. Não só Passo Fundo se mobilizou, mas todas as lideranças políticas da região buscaram dar força a essa ideia. O envolvimento da comunidade foi fundamental para a implementação da Universidade de Passo Fundo”. Ex-professor, Agostinho Both
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internacionalização Parceria para
produzir e beneficiar
a comunidade
Acordo internacional entre a UPF e uma universidade húngara visa à transferência de tecnologia para transformar a piscicultura em uma fonte de renda ao agricultor familiar da região Norte do RS
que por ela passam os melhores clínicos veterinários e essa qualificação é fruto de um currículo exigente, recebendo mais 500 alunos oriundos da Alemanha, Escócia, Suécia e Inglaterra. “É um dos departamentos mais reconhecidos no mundo em reprodução intensiva de peixes. Eles desenvolvem muitas tecnologias e, com o apoio do governo Húngaro, que tem programas fortes de incentivo, trabalham a disseminação de tecnologias húngaras no mundo por meio de programas sociais de transferência de tecnologia”, destaca.
Foto: Divulgação
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om o objetivo de trazer novas tecnologias, trocar experiências e ampliar projetos que possam ser inseridos na realidade local e regional, a Universidade de Passo Fundo tem buscado diversas parcerias nacionais e internacionais. Recentemente, por meio da Vice-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, a Instituição firmou um acordo com a Szent István University, da Hungria, visando ao compartilhamento de informações para ampliar as possibilidades de criação de peixes em nível local e à diversificação novos sistemas de produção. Coordenada pelo professor Dr. Rafael Frandoloso, a comitiva que foi até a Hungria contou com a participação de representantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), além de um produtor de Ijuí. Na oportunidade, o grupo pode conhecer a estrutura da Universidade, os laboratórios e as ações desenvolvidas. Com vários projetos, pesquisas e tecnologias avançadas para a piscicultura, aquela instituição é referência na área. De acordo com o professor Rafael, a Szent István University é o berço europeu da clínica veterinária. Ele ressalta
Projetos futuros para o bem da comunidade Segundo Frandoloso, essa articulação entre as instituições estava sendo organizada há quase dois anos e teve origem a partir da vinda à UPF de um professor húngaro. Com essa visita, foi possível firmar a parceria, por meio de um convênio marco, com ações práticas que já terão início no mês de outubro de 2015. “Na Hungria, tivemos atividades de reconhecimento da Universidade, as quais possibilitaram que conhecêssemos um pouco sobre o que os húngaros estão desenvolvendo em termos de pesquisa e nos permitiram vislumbrar algumas colaborações específicas que podem ocorrer entre o seu departamento de aquicultura e a UPF. Com base nisso e com a carência que temos em tecnologias avançadas para produzir alta densidade de peixes, necessitamos buscar essas tecnologias que eles têm prontas”, explica. Na opinião do professor, hoje, a proteína animal de alta qualidade e com densidade de produção que Passo Fundo e região po-
deriam desenvolver é o pescado, justamente pela rapidez com que os peixes se desenvolvem, pela rentabilidade e pelos recursos naturais existentes. “Essa possibilidade, que queremos tornar uma alternativa, justifica nossa intensão de formalizar parcerias, trazer e validar tecnologias aqui na UPF e de transferir essas tecnologias para os produtores da região”, pontua. Centro de referência na UPF Com essa parceria, professores da Hungria passarão a ministrar aulas, cursos e palestras na UPF. De acordo com Rafael, abre-se a possibilidade de se aumentar, dentro do curso de Medicina Veterinária, o fomento à área da piscicultura, aproveitando o conhecimento e a estrutura existente na Hungria. “Hoje, o aluno sai do curso muito fechado: ou vai para clínica de pequenos animais, ou para a de grandes animais, ou para a indústria. Não existe ainda muita visão para a área de piscicultura. Esse convênio marco permitirá que professores da Szent István University se unam ao corpo docente da UPF, fortalecendo a ideia”, ressalta. A ida de docentes da UPF para participarem de formação na universidade húngara também está programada. A intenção, segundo Rafael, é de que, em longo prazo, a UPF se torne um centro de referência na formação de piscicultores capacitados a produzirem peixes em grande escala. “A partir dessa parceria, a ideia é conquistar recursos, participar de editais públicos e privados, para desenvolver as tecnologias, realizando as pesquisas aqui dentro”, frisa.
Em visita à Szent Istvàn University, na Hungria, comitiva analisou ações nas áreas de Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica e Mecatrônica, e foi sinalizada a aproximação daquela instituição com o UPF Parque, para transferência de tecnologia e instalação de empresas.
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universidade Olhares FORMAÇÃO DO voltados à
PROFESSOR
Setor de Apoio Pedagógico oferece espaços para aprofundamento, discussão e qualificação docente da UPF Foto: Arquivo pessoal
Equipe VRGRAD e SAP com o prof. Ricardo Spíndola Mariz, por ocasião do Encontro de Diretores e Coordenadores
O
processo de formação docente é, para o Setor de Apoio Pedagógico (SAP), ligado à Vice-Reitoria de Graduação (VRGRAD), um dado de realidade irreversível, também pontuado pelas Diretrizes Curriculares dos cursos de graduação e instrumentos de avaliação do Ministério da Educação, extremamente necessário para a excelência acadêmica. É a partir dessa concepção que a equipe tem projetado e desenvolvido, ao longo do ano, atividades de capacitação com
o propósito de possibilitar a constante atualização desses profissionais. As atividades programadas contemplam as mais diversas áreas do conhecimento, oferecendo ao professor ferramentas, conhecimento e estratégias para qualificar o dia a dia em sala de aula, além de elementos que lhes possibilitem melhorar sua qualidade de vida. Nesse sentido, o SAP tem oportunizado o contato dos docentes com temas diversos, como Síndrome de Burnout, inclusão de alunos surdos, docência
universitária, linguagem no contexto universitário, drogas e dependência química, saúde do professor e reflexões sobre a prática docente. De acordo com a Vice-Reitora de Graduação, Profª. Rosani Sgari, o SAP vem sendo remodelado, reconstruído e tem um olhar panorâmico, direcionado à prática docente na sua plenitude. A partir disso, oferece momentos distintos de sensibilização, como encontros de professores, oficinas e cursos, além da participação na organização das aulas magnas. Essas demandas, segundo ela, partem do setor, mas também dos próprios docentes que buscam a formação contínua. “A Vice-Reitoria está sensível e atenta ao cenário da educação superior em nível regional, nacional e internacional e, de forma permanente, volta um olhar diagnóstico sobre solicitações oriundas desse contexto. O processo formativo é uma via de mão dupla, pois sensibilizamos e somos sensibilizados, chamamos, mas também somos chamados. Isso é altamente positivo”, destaca. Um dos diferenciais do SAP é privilegiar a liberdade de escolha do professor, incentivando no docente o protagonismo na construção de seu trajeto formativo. “Testemunhamos o aumento na demanda, percebendo que os professores Fotos: Gelsoli Casagrande
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Fotos: Gelsoli Casagrande
estão enxergando a formação continuada como um instrumento importante e fundamental para que a sala de aula seja um lugar de aprendizado para o aluno e de crescimento para o professor”, pontua a vice-reitora. Troca de conhecimento, crescimento da Instituição No SAP, os professores contam com o apoio pedagógico para sua prática docente. Segundo a coordenadora do Setor, professora Me. Rosane Rigo De Marco, para um processo de formação continuada, é preciso que se esteja em permanente movimento, envolvendo-se em espaços de estudos e de reflexão sobre o ensino e a gestão educacional, de modo a fortalecer a proposta pedagógica da Instituição. Com esse intuito, o Setor volta-se à prática e não se limita a desenvolver um trabalho teórico. “Na medida em que estamos contribuindo para melhorar a prática docente, esse movimento desencadeia uma formação teórica mais qualificada. Não temos como separar a teoria da prática, pois ambas agregam elementos de reflexão permanente para redimensionar as ações em sala de aula”, pontua a professora Dra. Luciane Bordignon, que também integra a equipe.
“Diante da mudança da postura discente, num contexto de inovações tecnológicas permanentes, o professor também busca mecanismos e ferramentas para superar os desafios impostos. Ele está tentando buscar alternativas para melhor gerir a aula, para que o objetivo maior, que é a aprendizagem do aluno, se concretize.” Com essa troca constante, a Universidade cresce e se qualifica. De acordo com a coordenadora do SAP, existe uma mudança de postura do professor universitário, que tem buscado formação para além da sua área de atuação, como também na metodologia docente. Isso acontece, segundo a professora Rosane, pela mudança do comportamento dos alunos em sala de aula. “Diante da mudança da postura discente, num contexto de inovações tecnológicas permanentes, o professor também busca mecanismos e ferramentas para superar os desafios impostos. Ele está tentando buscar alternativas para melhor gerir a aula, para que o objetivo maior, que é a aprendizagem do aluno, se concretize”, reflete.
Trabalho conjunto Os cursos geralmente são ministrados por professores da UPF. Essa parceria, segundo a professora Rosane De Marco, “aumenta ainda mais a importância das ações realizadas pelo Setor, promovendo a socialização das experiências e o fortalecimento das práticas”, ressalta. O programa de formação está embasado na indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão e contempla, ainda, o contexto de inovação tecnológica. A programação do ano de 2015 iniciou com a realização da aula magna, ministrada pelo professor António Nóvoa, ex-reitor da Universidade de Lisboa, em um encontro que reuniu mais de 600 professores no Centro de Eventos da UPF e que foi organizado em conjunto com a Reitoria. Ao final deste ano, terão sido realizados 13 workshops, três oficinas pedagógicas, dois diálogos pedagógicos, um curso de Libras, um curso de iniciação à Universidade, e um grande encontro de gestores, além de cursos desenvolvidos e direcionados a Unidades específicas e outros de temáticas particulares, destacando-se, neste momento, o trabalho desenvolvido junto aos cursos de Direito e de Informática. Para 2016, vários temas já foram escolhidos e devem, mais uma vez, enriquecer o trabalho de formação continuada do corpo docente.
Oficinas "Emoções e relações no trabalho" (esq.) e "Violência: outros olhares" (dir.)
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institucional Compromisso com a excelência acadêmica e o diálogo são metas da
NOVA DIRETORIA DA FUPF Fotos: Gelsoli Casagrande
Professora Maristela Capacchi assumiu, em julho, a presidência da Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF). Mandato tem duração de dois anos
A
nova diretoria da Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF), empossada no dia 13 de julho de 2015, pretende se aproximar cada vez mais das suas mantidas, por meio do diálogo e da interação. A presidente eleita para os próximos dois anos (2015-2017) foi a professora Maristela Capacchi, que será, na gestão, acompanhada pelo primeiro vice-presidente, professor Alexandre Augusto Nienow; pelo segundo vice-presidente, professor Gerson Luís Trombeta; pelo secretário, professor Sérgio Machado Porto; e pelos demais membros conselheiros. A FUPF é mantenedora da Universidade de Passo Fundo (UPF), do Centro de Ensino Médio Integrado e do Centro de Línguas da FUPF - UPF Idiomas. É uma entidade administrativa e financeiramente autônoma, de caráter privado, dotada de personalidade jurídica nos termos da lei e com duração indeterminada. A expectativa da diretoria é a de melhorar ainda mais o patamar da Fundação. Para isso, a gestão conta com o apoio dos colegas e com a proposição de alternativas que promovam e acrescentem melhorias contínuas às mantidas. Entre os principais compromissos que nortearão a conduta da nova gestão, está a garantia do diálogo permanente entre os professores e funcionários. “O escopo principal de todas as nossas mantidas é a educação em diferentes níveis, por isso, a integração entre elas é fundamental. Sempre que se unem forças em torno de um mesmo objetivo, o resultado final tende a ganhar em qualidade. A FUPF tem trabalhado e continuará trabalhando para engrandecer essa
interação e solidificar a integração dos interesses comuns, fortalecendo a excelência”, revela a presidente da FUPF. Outro comprometimento é com a excelência acadêmica e com a qualificação de temas específicos. “Já temos bons indicadores de qualidade e buscaremos, em conjunto com as mantidas, a melhoria e a qualificação desses índices. O exemplo disso tivemos há poucos dias, com a divulgação da excelente avaliação do nosso Integrado UPF no Enem. Outro objetivo que temos e que foi colocado em nossos compromissos é contar com comissões de trabalho para qualificar a análise sobre temas específicos”, destaca a professora Maristela. Caráter comunitário Mesmo com problemas referentes aos repasses do Financiamento Estudantil (Fies) por parte do governo federal no primeiro semestre deste ano, a Fundação está comprometida com a garantia da permanência dos seus alunos em sala de aula. Esse esforço é considerado um reflexo do caráter comunitário da Instituição. Essa dificuldade, entre outras razões, motivou a Instituição a
Professora Maristela Capacchi foi eleita presidente da Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF) para mandato 2015-2017
Desafios Os desafios para quem assume o Conselho Diretor são diários. De acordo com a nova presidente, é um trabalho que exige interação com temáticas diversificadas. Entre os temas prioritários, estão a promoção de captação de outras fontes de recursos, de modo propositivo e estratégico. Além disso, outro desafio é qualificar a estrutura multicampi, a fim de buscar a diversificação das atividades e a oferta de serviços, tendo em vista a inserção das mantidas na comunidade regional. Nesse contexto, conforme a presidente da FUPF, reforçase a necessidade de promover a cultura de planejamento estratégico em toda a Instituição.
criar alternativas aos seus acadêmicos e, por isso, foi criado o Programa de Apoio Estudantil (PAE-UPF), por meio do qual os estudantes podem cursar sua graduação pagando somente 50% do valor da mensalidade. Os 50% restantes serão restituídos à UPF, pelo aluno, após a conclusão do curso, com um ano de carência. “Para garantir a permanência dos alunos em seus cursos, foi criado o PAE, que já tem a adesão de um grande número de acadêmicos. Essas ações são, sim, voltadas à preocupação com a manutenção dos estudantes em sala de aula, preocupação que está imbricada em nossa cultura comunitária”, ressalta. Em busca do desenvolvimento A FUPF também busca oportunidades de desenvolvimento. “O crescimento acontece a partir da abertura de portas nessa integração com a comunidade, por meio de nossos cursos da Universidade, de nossos polos tecnológicos, do conhecimento transmitido pela UPFTV e pela Rádio UPF e por intermédio da formação oferecida pelo Integrado UPF e pela UPF Idiomas”, observa a professora Maristela. Projetos de pesquisa e de extensão também são considerados impulsos para o crescimento. “Também podemos citar os projetos de pesquisa, que avaliam e buscam soluções para problemas enfrentados na região, e os projetos de extensão, que chegam até as comunidades e ajudam a resolver problemas locais, promovendo intervenções sobre a realidade”, complementa a presidente da FUPF.
Conselheiros da FUPF
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Titular: Maristela Capacchi – Presidente Graduação: Ciências Contábeis, pela URI Mestrado: Contabilidade, pela Unisinos; e Contabilidade, balanço e controle financeiro das empresas, pela Università Di Pavia na Itália (1998), com estágio na Price Waterhouse Coopers (Milão) Suplente: José Eurides Alves de Moraes Graduação: Engenharia Mecânica, pela UPF Especialização: Engenharia de Segurança do Trabalho, pela UFSCar
Conselheiros e suplentes O Conselho Diretor da Fundação UPF é formado por oito professores titulares e oito suplentes, além de dois representantes da comunidade (titular e suplente) e do reitor da UPF, que é membro nato do Conselho, tendo como suplente o vice-reitor Administrativo. Cada conselheiro e suplente tem mandato de quatro anos e, a cada dois anos, há renovação parcial dos conselheiros. A eleição mais recente aconteceu no dia 27 de maio de 2015.
Titular: Alexandre Augusto Nienow - 1º VicePresidente Graduação: Engenharia Agronômica, pela UFPel Mestrado: Agronomia, pela UFRGS Doutorado: Agronomia, pela Unesp
Suplente: Tarcísio Hartmann Graduação: Publicidade e Propaganda, pela UFSM Mestrado: Administração/Agronegócios, pela UFRGS
Suplente: Vildomar Luiz Tartari Graduação: Matemática Licenciatura Plena, pela UPF Especialização: Matemática Aplicada, pela UPF Mestrado: Ensino de Ciências e Matemática, pela UPF (em andamento)
Titular: Olmiro Cristiano Lara Schaeffer Graduação: Publicidade e Propaganda, pela UPF Especialização: Publicidade e Cultura Contemporânea, pela UPF Mestrado: Educação, pela UPF
Titular: Gerson Luís Trombetta – 2º VicePresidente Graduação: Filosofia - Licenciatura Plena, pela UPF Mestrado: Filosofia, pela PUCRS Doutorado: Filosofia, pela PUCRS
Suplente: Edmar Vianei Marques Daudt Graduação: Ciências Jurídicas e Sociais; Administração Pública; e Administração de Empresas, pela UFRGS Especialização: Direito Civil, pela UPF Mestrado: Direito, pela UFPR
Suplente: Luiz Fernando Kramer Pereira Neto Graduação: Ciências Jurídicas e Sociais, pela Unisinos Especialização: Direito Penal, pela Unisinos Mestrado: Ciências Criminais, pela PUCRS
Titular: Rubens Rodriguez Graduação: Medicina, pela Universidad Nacional de Asuncion Mestrado: Patologia (Anatomia Patológica), pela UFF Doutorado: Gastroenterologia e Hepatologia, pela UFRGS
Titular: Sérgio Machado Porto – Secretário Graduação: Zootecnia, pela UFSM Mestrado: Ciências Biológicas (Zoologia), pela Unesp
Suplente: Gilnei Lopes Pimentel Graduação: Fisioterapia, pela UFSM Mestrado: Ciências do Movimento Humano, pela Udesc
Suplente: Silvio Antonio Bedin Graduação: História, pela PUC Goiás Especialização: Ciências Políticas, pela Ulbra Mestrado: Educação, pela UFRGS Doutorado: Educação, pela UFRGS
Titular: Paulo Ricardo Cattaneo Prefeito de Soledade
Titular: Dirceu Lima dos Santos Graduação: Matemática, pela UPF Mestrado: Modelagem Matemática, pela Unijuí
Suplente: Getulio Cerioli Prefeito de Lagoa Vermelha
Suplente: Elci Lotar Dickel Graduação: Medicina Veterinária, pela UFPel Mestrado: Medicina Veterinária, pela UFF Doutorado: Ciências Veterinárias, pela UFRGS
Titular: José Carlos Carles de Souza – Reitor (membro nato) Graduação: Direito, pela UPF Mestrado: Direito, pela UFPR
Titular: Evanisa Fatima Reginato Quevedo Melo Graduação: Engenharia Florestal, pela UFSM; e Agronomia, pela UFSM Mestrado: Ciências do Solo, pela UFPR Doutorado: Agronomia, pela UFSM
Suplente: Agenor Dias de Meira Junior Graduação: Engenharia Mecânica, pela UFSM; e Engenharia Civil, pela UPF Mestrado: Engenharia Mecânica, pela UFSC Doutorado: Engenharia Mecânica, pela UFRGS
* Todas as informações foram extraídas do Currículo Lattes dos Conselheiros da FUPF
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ciência e inovação Jogo eletrônico auxilia na reabilitação de idosos Foto: Gelsoli Casagrande
O projeto é desenvolvido em parceria entre os programas de pós-graduação em Envelhecimento Humano (PPGEH) e em Computação Aplicada (PPGCA) e os cursos Ciência da Computação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Design Gráfico.
O jogo atende tanto a pacientes cadeirantes, com comprometimento em hemisfério esquerdo ou direito, quanto quem tem maior grau de independência
Jogo sério Por sua natureza, o Motion Rehab é considerado um jogo sério voltado à saúde. O termo sério é utilizado quando um game possui como finalidade a educação e o treinamento, além do entretenimento, incentivando a prática do exercício físico e cognitivo.
Game desenvolvido na UPF auxilia idosos em tratamento pós-acidente vascular encefálico e apresenta resultados significativos nos aspectos cognitivo e motor
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rática associada ao público jovem, o ato de interagir com um jogo eletrônico pode auxiliar idosos com sequelas de acidente vascular encefálico (AVE), conhecido como derrame cerebral, a se tornarem mais independentes. A motivação de superar desafios, característica típica desse tipo de jogo, associada às possibilidades permitidas pelo sensor de movimentos, chamou a atenção da hoje mestre em Envelhecimento Humano Magliani Fiorin, que viu nesses recursos um meio para tornar o tratamento de Fisioterapia mais dinâmico e atraente. O trabalho de Magliani, que envolveu a criação do jogo Motion Rehab e uma experiência de utilização, foi concluído no final de 2014. Hoje, uma equipe interdisciplinar dedica-se ao aprimoramento do jogo. O objetivo é facilitar o seu uso, envolvendo cada vez mais o idoso na interação, e oferecer uma versão 3D, utilizando equipamentos de realidade virtual. O grupo que trabalha nessa atividade é formado pelos professores Dra. Ana Carolina Bertoletti De Marchi, Dra. Eliane Lucia Colussi e Dr. Rafael Rieder, pelos alunos de graduação Mateus Trombetta, Naiguel Cavassola, Manoela Brum e Giulia Mignoni, e pelo mestrando em Computação Aplicada Fernando Winckler Simor.
Como é o tratamento? Na área da Fisioterapia, a recuperação tradicionalmente se baseia em alongamentos, exercícios de fortalecimento muscular, equilíbrio, marcha, coordenação e correção de posturas inadequadas. Ao tratar pacientes, Magliani, que é especialista em Fisioterapia Neurofuncional, percebeu que essas pessoas frequentemente sentem-se desmotivadas, em função da rotina, por isso a ideia de propor algo novo. O jogo simula um baile da terceira idade e contempla exercícios de flexão e abdução de ombro, extensão de cotovelo, extensão e flexão de quadril e joelho, todos com três níveis de dificuldade. O jogo atende tanto a pacientes cadeirantes, com comprometimento em hemisfério esquerdo ou direito, quanto quem tem maior grau de independência. Os objetivos são fortalecer a musculatura, trabalhar o equilíbrio, melhorar amplitude de movimento e controle motor dos membros superiores. O Motion Rehab funciona em computadores equipados com Kinect, um sensor de movimentos desenvolvido pela Microsoft e ligado ao videogame Xbox, que permite a interação com o jogo sem o uso das mãos no controle/ joystick, a partir da detecção de movi-
mentos em 3D, captando toda a movimentação realizada pelo corpo que estiver em frente ao aparelho.
Resultados Após experiência com 12 pacientes do Centro Regional de Reabilitação Física do município de Giruá – RS, constatou-se que o game pode ser utilizado de maneira segura e eficiente. “Foram evidenciados resultados significativos nos aspectos cognitivo e motor, sendo o primeiro caracterizado pela atenção dividida e o segundo pela independência funcional”, concluiu Magliani em sua dissertação. Dessa forma, foi fortalecida a ideia da utilização de games em sessões de Fisioterapia como ferramenta motivadora, com condições de promover independência em pacientes com sequelas de AVE. Magliani percebeu que a interação com o jogo pode representar um momento de descontração e alegria. “Ao mesmo tempo em que os pacientes faziam os exercícios, ouviam música e se divertiam”, observou.
Prêmio e registro O trabalho “Motion Rehab: um jogo sério para idosos com sequelas de acidente vascular encefálico” recebeu o prêmio de Melhor Trabalho em Andamento do XIV Workshop de Informática Médica do XXXIV Congresso da Sociedade Brasileira de Computação em 2014. O game foi registrado no INPI sob o número BR 51 2014 001087- 2 e seu desenvolvimento também contou com a colaboração dos professores Adriano Pasqualotti e Marcos Brusso. Foto: Reprodução
Interface já foi aprimorada e deve ser novamente aperfeiçoada para envolver cada vez mais o idoso na interação
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universidade Acessibilidade, transparência e competência
devem marcar nova gestão do DCE da UPF
Os três pilares estruturam a proposta de trabalho da representação estudantil eleita para os próximos dois anos. Diálogo constante é uma das diretrizes que a presidente Larissa Gehlen Pedro tem como foco temos a obrigação de mudar a imagem do DCE, pois vemos que o aluno ainda não se identifica com o Diretório e nossas ações serão focadas para que o estudante perceba que o DCE mudou, que está com uma estrutura diferente, que o modo de trabalho é outro. Vamos tentar sanar os problemas que os estudantes vêm encontrando. A longo prazo, queremos cumprir aquilo que propomos”, salienta.
Presidente do DCE, Larissa Gehlen Pedro
C
om uma postura aberta ao diálogo e com planejamento efetivo na implementação de propostas de transformação, assumiu, em junho, o grupo eleito para a gestão 2015/2017 do Diretório Central de Estudantes da Universidade de Passo Fundo (DCE/UPF). Escolhidos para representação estudantil em maio, a presidente Larissa Gehlen Pedro e seu grupo de trabalho buscam agora o fortalecimento da entidade e a realização de um trabalho em prol dos acadêmicos. Aluna do curso de Engenharia Civil, Larissa definiu três pilares que pretende ter como base para o trabalho que será desenvolvido pelo Diretório: acessibilidade, transparência e competência. Com as propostas de campanha como diretrizes norteadoras para as ações a serem desenvolvidas ao longo dos próximos dois anos, a gestão está estruturada para que seja mantido um diálogo aberto e constante entre os pares que compõem o universo acadêmico. Conforme a presidente, para os próximos dois anos de gestão, o foco é cumprir 100% das propostas que foram construídas pela equipe e apresentadas durante o processo eleitoral. Algumas metas, segundo ela, serão prioridade e iniciam já neste semestre, e, outras, serão desenvolvidas ao longo da gestão. “De forma urgente,
Academia x sociedade Com o propósito de incentivar a transformação social, a gestão do DCE propõe-se a mobilizar os acadêmicos, para que atuem como agentes transformadores. Para isso, serão criadas campanhas permanentes, relacionadas a todas as áreas que compreendem a sociedade. “Vemos a universidade como um espaço de debate e de formação, por isso, propomos criar discussões nas áreas de racismo, LGBT e violência contra a mulher, em campanhas com cunho humanitário, e ofereceremos espaços para debates sobre temas polêmicos e atuais, como a maioridade penal. Pretendemos, ainda, participar ativamente do Plano Municipal de Educação”, pontua Larissa.
Diálogo constante
Os espaços de discussão que são promovidos pela Reitoria da UPF são reconhecidos pela gestão do DCE, que pretende aproveitar a postura adotada pela gestão da Universidade e dar seguimento a esse diálogo aberto. Para Larissa, estar à frente do DCE é um desafio e, mais do que isso, representar os diferentes perfis que compreendem o universo acadêmico é uma grade responsabilidade. Algumas ações já tiveram início e uma delas compreende a padronização das carteiras estudantis para o modelo nacional da União Nacional dos Estudantes. Na opinião dela, serão dois anos com demandas que irão obrigar o DCE a mudar sua postura “Nossa gestão se dará em um momento de crise e teremos vários desafios pela frente, mas nos preparamos para conseguir desenvolver todas as nossas propostas e fazer com que o ambiente dentro da UPF seja favorável a todos, tanto para os acadêmicos quanto para os professores”, conclui a presidente do DCE.
Dentre as propostas de cunho social, está o projeto “Força Tarefa”, que busca integrar as empresas juniores, os escritórios-escola, as escolas-modelo e os projetos de extensão, além de voluntários interessados em participar de ações que gerem resultados para a comunidade. “Nossa intenção é ir na comunidade local e regional para desenvolver algum trabalho social envolvendo a área técnica de formação do estudante. Assim, de forma efetiva, poderemos mudar a realidade da cidade”, explica. Movimento estudantil A simpatia de Larissa com o movimento estudantil iniciou quando a acadêmica atuou junto ao colegiado da Engenharia Civil e, posteriormente, trabalhou como voluntária em uma semana acadêmica e em outras atividades do Diretório Acadêmico da Faculdade de Engenharia e Arquitetura (Dafear), para o qual, mais tarde, no ano de 2014, seria eleita presidente. “O trabalho à frente do DA foi fundamental. Tivemos a sorte de juntar uma equipe bem preparada que buscou alinhamento e trabalhou de forma exemplar. Essa experiência foi imprescindível”, afirma. Conforme ela, a gestão do Dafear, assim como será a do DCE, foi pautada com base nos princípios de acessibilidade, transparência e competência. “Todos os acadêmicos precisam sentir-se bem dentro do DCE, devem encontrar abertura para falar com qualquer representante da entidade. Também, temos que trabalhar de forma transparente e os alunos precisam saber o que vem sendo realizado na UPF. E, por fim, a competência é fundamental, pois é preciso fazer, mas fazer bem feito”, destaca. De acordo com Larissa, essa fórmula já foi utilizada junto a outras entidades das quais fez parte, sempre com bons resultados. “Das 52 propostas do nosso material de campanha do Dafear, cumprimos 49, com essas três vias pautando o trabalho. Não sabemos trabalhar de outro jeito que não com acessibilidade, transparência e competência”, define.
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curso de graduação JORNALISMO: convergência midiática e tecnologia orientam formação
Foto: Fabiana Beltrami
Com novo currículo em vigor desde agosto, o curso, que completa 19 anos, busca a convergência entre as disciplinas teóricas e práticas
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ormar profissionais críticos, éticos, articulados e criativos para atuar nas diversas interfaces com as quais o jornalismo se relaciona e possibilitar a formação de um profissional qualificado a entender, interagir e transformar os diversos contextos nos quais a comunicação e os conceitos midiáticos estão inseridos. Essas são algumas das características que marcam o curso de Jornalismo da Faculdade de Artes e Comunicação da Universidade de Passo Fundo (FAC/UPF). Com aulas ministradas no Campus I da UPF desde o ano de 1996, o curso já formou mais de 700 profissionais aptos a atuarem no mercado de trabalho e que hoje fazem parte do cenário jornalístico, tanto em nível regional quanto em estadual e nacional. A formação privilegia a capacitação para o atendimento das exigências de percepção da realidade social e cultural para o registro, a recriação e a interpretação dos contextos da sociabilidade por meio do texto, do som e da imagem, através da produção de impressos, peças radiofônicas e televisivas ou para a internet. Sob a coordenação da professora Dra. Bibiana de Paula Friderichs, o curso de Jornalismo está com novo currículo, composto por uma grade curricular de nove semestres. As aulas
são ministradas nos turnos da manhã (para os ingressantes no vestibular de verão) ou noite (se ingressarem no vestibular de inverno). No decorrer do curso, as aulas também acontecem aos sábados pela manhã em alguns semestres e, eventualmente, no turno da tarde, em razão de divisão de turmas. Um dos destaques do novo currículo está no estabelecimento de um conjunto de disciplinas ligadas às novas tecnologias e às mídias digitais, permitindo que o acadêmico conheça as ferramentas disponíveis e seu significado para a sociedade. Outra alteração importante está na implementação do estágio obrigatório, que possibilitará a experimentação supervisionada e deve auxiliar na aproximação entre o mercado de trabalho e a academia. O novo projeto reflete o amadurecimento do curso, atendendo às mudanças tecnológicas e a demandas sociais. Para a coordenadora do curso, professora Bibiana, o processo de reformulação foi orientado pelo desejo de formar profissionais que estejam em contato com a comunidade da qual fazem parte. “Nesse projeto, o fazer profissional passa a ser compreendido a partir do compromisso do jornalista com a sociedade e com os acontecimentos atuais e/ou históricos relevantes socialmente. Além disso, as ferramentas da narrativa jornalística são compreendidas sob a perspectiva da conexão e convergência. Por isso, as disciplinas, embora organizadas em uma grade curricular, têm um intenso diálogo, convergindo entre si por meio das ações de pesquisa e extensão”, comenta. Mercado de trabalho A formação possibilita aos graduados o ingresso no mercado de trabalho nas áreas de
Coordenadora do curso de Jornalismo, professora Dra. Bibiana de Paula Friderichs
jornal, rádio, televisão e internet e também lhes permite ocupar posições de relevância na comunicação de empresas, instituições públicas e da sociedade civil. A carreira do profissional do Jornalismo, contudo, é marcada por constantes desafios, relacionados aos índices vexatórios de leitura do povo brasileiro, à competitividade antiética e à preponderância na maioria dos meios de comunicação. Para a coordenadora substituta, professora Dra. Sonia Regina Schena Bertol, existem algumas ferramentas que possibilitam aos profissionais buscar a gratificação. “Penso que talvez eles estejam numa busca constante de referências, que possam nos munir da bagagem necessária para atingirmos todos os públicos – não apenas os eruditos, mas também os populares, e lhes proporcionar uma visão de mundo comprometida com valores éticos e humanistas”, explica. Para que os profissionais estejam em constante atualização, a Universidade de Passo Fundo, por meio da Faculdade de Artes e Comunicação, oferece dois cursos de especialização na área da comunicação, a Especialização em Jornalismo em Mídias Digitais, e a Especialização em Comunicação Organizacional.
Infraestrutura
O curso de Jornalismo proporciona aos alunos, desde o início da academia, o contato prático com a profissão, por meio dos laboratórios de TV e vídeo e de fotografia. As disciplinas práticas utilizam amplamente a estrutura laboratorial, a qual, no entanto, também pode ser utilizada em atividades extraclasse dos alunos, o que, inclusive, caracteriza um diferencial do curso. Além dos equipamentos específicos, os alunos também podem utilizar a infraestrutura da Universidade, tendo acesso a computadores, à internet e ao ambiente virtual de aprendizagem. Contam também com a Rede de Bibliotecas, que possui um acervo bibliográfico específico das áreas de Jornalismo, Comunicação e áreas correlatas. Uma das conquistas do curso, em termos de infraestrutura, é o Núcleo Experimental de Jornalismo (Nexjor), um espaço que propicia aos estagiários a vivência prática das atividades e onde são desenvolvidos produtos jornalísticos experimentais e institucionais, sob a supervisão de professores. Nexjor é um espaço que propicia aos estagiários a vivência prática da profissão
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UniversoUPF Fotos: Gelsoli Casagrande
curso de graduação
Fisioterapia: atenção e cuidado na promoção e reabilitação da saúde Há 17 anos formando profissionais, curso na UPF é destaque e possibilita várias formas de inserção no mercado de trabalho
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m seus 47 anos de história, a Universidade de Passo Fundo (UPF) formou milhares de profissionais nas mais diversas áreas do conhecimento. Das graduações que integram a área da saúde, o curso de bacharelado em Fisioterapia se destaca por vários fatores, tais como a infraestrutura, o corpo docente, e o expressivo índice de 829 fisioterapeutas formados em seus 17 anos de existência. Tendo como objetivo a formação de fisioterapeutas comprometidos com os princípios éticos, com senso crítico, e que sejam capazes de atuar na assistência individual e coletiva, na prevenção e na reabilitação de alterações de saúde, a graduação está localizada junto às dependências da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (Feff), Campus I. No curso, os acadêmicos têm a possibilidade de atuar na clínica escola e nos laboratórios modernos, por meio de aulas práticas, estágios supervisionados e ações de pesquisa e extensão universitária. Os espaços viabilizam a formação técnico-científica e possibilitam uma iniciação científica de qualidade. Segundo o coordenador, professor Me. Fabiano Chiesa, na clínica, referência na região, a maioria dos atendimentos
realizados são de pacientes oriundos do SUS. “Há mais de 20 mil metros quadrados, divididos entre a clínica e os laboratórios de especialidades, entre eles o de cardiopulmonar, o de biomecânica, o neurofuncional, o dermatofuncional, o de uroginecologia, o de ortopedia e traumatologia e o de saúde do trabalhador”, conta. Reconhecimento nacional motivado pelos diferenciais Com duração de dez semestres, sendo o último destinado ao estágio supervisionado, e com aulas ministradas nos turnos da manhã e da tarde, o curso possui diferenciais, como as parcerias com empresas e órgãos públicos, que enfatizam a atividade prática e estimulam a visão empreendedora do estudante, preparando-o para o domínio de novas tecnologias e tendências. Além disso, a graduação é bem avaliada pelo Ministério da Educação (MEC), conquistando, numa escala de 1 a 5, conceito 4. De acordo com Chiesa, a Fisioterapia da UPF é citada todo ano no Guia do Estudante, da editora Abril, com quatro estrelas, e já foi referida, pelo ranking da Folha de São Paulo, como um dos três principais cursos da área do RS, principalmente devido a questões relaciona-
Foto: Gelsoli Casagrande
das à pesquisa, à internacionalização e ao mercado de trabalho. Com a proposta de oportunizar a continuidade de formação aos alunos, a graduação ainda oferece cursos de pós-graduação que atendem às demandas solicitadas e de mercado. Segundo o professor, inúmeros estudantes já cursam residência multiprofissional e o mestrado em Envelhecimento Humano.
Com os atendimentos, os futuros profissionais se aproximam das atividades práticas
Atuação em diversas esferas O mercado de trabalho da Fisioterapia é amplo e nele o profissional tem a possibilidade de exercer suas atividades de forma autônoma, em associações esportivas, clubes e academias, clínicas de cirurgia plástica e estética e em centros de atenção à saúde. Também pode atuar no atendimento hospitalar clínico e cirúrgico e nos serviços de urgência, emergência e terapia intensiva. Várias são as áreas que englobam o exercício da profissão, tais como a Fisioterapia ortopédica, traumatológica e desportiva; reumatológica; geriátrica e gerontológica; neurofuncional; cardiopulmonar; na saúde do trabalhador; hospitalar; dermatofuncional; e uroginecológica e obstétrica, além de pilates e outras. “Ao final do curso, os egressos da UPF são capazes de desenvolver ações de saúde no âmbito da promoção e da reabilitação individual e coletiva, bem como de intervir em problemas ou situações de saúde e doença, considerando o contexto social e econômico da população, fundamentado no perfil epidemiológico da região na qual trabalham. Eles ainda estão aptos a planejar e oferecer assistência humanizada, integrar equipes multiprofissionais e buscar e produzir conhecimento por meio de atividades investigativas, que lhes permitem investir em sua permanente educação”, comenta o coordenador do curso.
Coordenador, professor Me. Fabiano Chiesa comemora a boa avaliação do curso pelo MEC
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Foto: Gelsoli Casagrande
faço parte desta história Dedicação e pensamento no
FUTURO Características guiam o trabalho do professor Dr. Elci Dickel há quase 30 anos na UPF
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ntegrante do corpo docente da Universidade de Passo Fundo desde 1986, o professor Dr. Elci Dickel sempre foi um entusiasta das boas iniciativas e da construção de estruturas e currículos que ofereçam qualificação à comunidade local e regional. Foi com esse pensamento que integrou as comissões de criação dos cursos de Medicina Veterinária e de Engenharia de Alimentos. Com 29 anos de casa, completados no mês de agosto, ele segue ministrando aulas, atendendo a alunos, orientando mestrandos e doutorandos e acreditando que as ações feitas no presente contribuem para o futuro. O início de sua trajetória docente na UPF se deu em 1986, quando foi chamado para ministrar disciplinas no curso de Agronomia, onde permaneceu por dois anos como professor convidado. Em 1988, Dickel prestou concurso, foi aprovado em 1º lugar e passou a ser professor efetivo da Universidade. Dois anos mais tarde, em 1990, preocupado em qualificar a formação dos acadêmicos, ele foi para o Rio de Janeiro, onde cursou seu Mestrado, na Universidade Federal Fluminense. Os primeiros projetos de pesquisa iniciaram dentro do Centro de Pesquisas em Alimentação da Universidade de Passo Fundo (Cepa/UPF) e foi também nessa época que se efetivaram as primeiras tratativas e articulações para a criação dos cursos de Medicina Veterinária e de Engenharia de Alimentos.
Para o professor, esse foi um período de intensa formação e busca de qualificação para consolidar os projetos realizados e transformar a Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAMV) em uma referência para a região. “Depois do meu doutorado em Ciências Veterinárias pela UFRGS, regressei para Passo Fundo já como professor do curso de Medicina Veterinária, do qual fui coordenador por quatro anos. Na mesma época, também foi criado o curso de Engenharia de Alimentos, em um tempo de muito trabalho, quando ministrei aula em três cursos de graduação”, lembra. Dickel recorda que, para buscar referências, exemplos e conhecimento, foram necessárias várias viagens a Porto Alegre, Santa Maria, Pelotas e Lajes. Em universidades e instituições de ensino superior, ele conheceu, juntamente com uma equipe, diversos laboratórios e tentou trazer para a UPF as experiências positivas das ações com as quais teve contato. “Quando da criação do curso de Medicina Veterinária, viajamos muito para conhecer a realidade da região e das demais instituições, para que pudéssemos ter essa escola diferenciada que temos hoje. Sempre conversando e pontuando aquilo que seria melhor para que tivéssemos um curso forte e que pudesse servir à comunidade. Assim, pensamos esta estrutura que temos hoje, visando possibilitar o aprendizado, por meio da pesquisa, do ensino e da inovação tecnológica”, ressalta.
Com quase 30 anos de UPF, Elci mantém-se motivado em sala de aula
Referência na região sul do país Segundo o professor, mais do que pensar em um curso de graduação, a equipe procurou elaborar um currículo voltado para atender às demandas da comunidade. Na opinião de Dickel, a Faculdade de Medicina Veterinária da UPF é, hoje, referência no cuidado com pequenos animais, com gado de leite e com higiene e inspeção de alimentos e segue ampliando horizontes. “Na atualidade, temos muitos desafios, como a vinda para a região de outras instituições e a mudança de perfil dos estudantes, mas continuamos lutando pela qualidade do ensino, tendo um corpo docente enxuto e formado por professores doutores extremamente qualificados e capacitados”, frisa, lembrando que um dos diferenciais do curso é que muitos alunos concluem os estudos, cursam mestrado e doutorado e regressam para fazer parte do corpo docente. Dickel também participou do processo de construção e estruturação do Mestrado em Bioexperimentação e há dois anos faz parte do Conselho da Fundação Universidade de Passo Fundo. Como docente, tanto em sala de aula quanto nas atuações em instâncias administrativas, ele busca ser um transformador e um alicerce para a Instituição. “Aqui dentro, procuramos estar sempre inteirados da realidade da Universidade, conhecer os desafios e buscar a reflexão para a solução dos problemas, como um suporte para a administração”, declara.
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universidade
ICB e ICEG celebram
45 ANOS de criação Fotos: Gelsoli Casagrande
Unidades acadêmicas tiveram, ao longo de quatro décadas e meia, importante papel na formação de profissionais de diversas áreas
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ano de 2015 marca diferentes celebrações na UPF. Os institutos de Ciências Biológicas (ICB) e de Ciências Exatas e Geociências (Iceg) completam 45 anos de fundação. Juntas, as duas unidades acadêmicas já formaram quase 6 mil profissionais, em diversas áreas do conhecimento, especialmente professores que ajudaram a difundir conhecimentos pela região e em todo o Brasil. Congregam, ainda, 13 cursos de graduação (bacharelados, licenciaturas e tecnólogos), além de cursos de pós-graduação lato e stricto sensu. O reitor da UPF José Carlos Carles de Souza destaca a importância da dupla celebração. “Este é um momento para resgatar, valorizar o passado e projetar o futuro. É uma história que nos enche de orgulho”, salienta. A vice-reitora de Graduação Rosani Sgari, compartilha da opinião. “É tempo de celebrar a vida que aqui se propaga, nasce e renasce todos os dias no pensamento dos alunos, professores e gestores. Reconhecemos a qualidade e a competência do capital intelectual aqui constituído, e celebramos também as relações, os afetos e as amizades construídos no decorrer dessa caminhada”, pontua,
destacando o papel fundamental das duas unidades acadêmicas na formação de professores de diversos níveis. A professora Dra. Jurema Schons, diretora do ICB, destaca que a unidade tem como missão colaborar com a produção e a difusão de conhecimento nas áreas de ciências biológicas e da saúde, oportunizando à comunidade regional a excelência do ensino integrada à pesquisa e à extensão comunitária. “O Instituto tem honrado o compromisso com a formação de pessoas que têm por missão atuar como agentes de transformação”, pontua. O ICB também já tem duas propostas de mestrado elaboradas, que serão enviadas para a Capes neste ano: em Ciências Ambientais e em Ciências da Saúde. O diretor do Iceg, professor Dr. Cristiano Cervi, destaca o comprometimento de todos os envolvidos ao longo desses anos. “Há 45 anos, o Iceg vem formando cidadãos com postura crítica, ética e humanista, honrando a missão de nossa Universidade. Esses 45 anos de história foram construídos com a dedicação das pessoas que trabalharam com responsabilidade, ética, e comprometimento”, salienta. O Iceg também tem importante contribuição no campo da inovação tecnológica, por meio da articulação
Iceg O Iceg foi implantado pela portaria 06/70, em 17 de dezembro de 1970, pelo então reitor Murilo Coutinho Annes. O corpo social do Instituto é composto atualmente por quase 1,1 mil alunos, 98 professores e 22 colaboradores. Ao longo desses anos, a unidade já formou mais de 1,5 mil licenciados, bacharéis e tecnólogos nos nove cursos ofertados (licenciaturas em Matemática, Química, Física e Geografia; bacharelados em Química, Ciência da Computação e Engenharia de Computação; e tecnólogos em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e em Sistemas para Internet). Na pós-graduação, o Iceg atua aprimorando talentos por meio de diversos cursos de especialização e MBA, bem como em dois cursos de mestrado, o de Computação Aplicada e o de Ensino de Ciências e Matemática.
do Polo de Exportação de Software do Planalto Médio e do Parque Científico e Tecnológico UPF Planalto Médio. “As ações desses projetos estão promovendo o desenvolvimento sustentável, atraindo investimentos e mudando a matriz produtiva local, tornando Passo Fundo uma referência estadual no âmbito de ciência e tecnologia”, ressalta Cervi.
ICB e Iceg prepararam ampla programação comemorativa ao aniversário de 45 anos
ICB A criação do ICB data, igualmente, de 1970, formalizada por portaria também assinada pelo reitor Murilo Coutinho Annes. Seus primeiros cursos foram Ciências – 1º Grau e Habilitação em Biologia (Licenciatura Plena), na forma de complementação dos estudos para o exercício do magistério. Ao longo das décadas, o Instituto ampliou o número de cursos de graduação oferecidos. Em 1977, iniciou o curso de Enfermagem, que, à época, era denominado Enfermagem e Obstetrícia; em 1980, passou a ser oferecido o curso de Ciências Biológicas – Licenciatura Plena, que, posteriormente, foi dividido em Licenciatura e Bacharelado; o curso de Farmácia foi implantado em 1997; 2003 foi o primeiro ano em que o curso de Nutrição foi oferecido; e o curso superior de tecnologia em Estética e Cosmética passou a ser oferecido em 2009. Além desses, o ICB também oferta cursos de pós-graduação.
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reconhecimento Conheça a trajetória do Dr. Vinícius Rosa, egresso do curso de Odontologia da UPF, que atua como professor pesquisador em Cingapura, na Ásia
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uando ingressou na Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo (FO/UPF), no ano 2000, Vinícius Rosa ainda não imaginava que iria consolidar sua carreira profissional longe da rotina dos consultórios, tampouco que iria fazê-lo muito longe de casa. A escolha pelo curso foi motivada pelo interesse nos trabalhos práticos que o irmão, Luciano Rosa, então acadêmico do quinto semestre de Odontologia, desenvolvia. Mas foi a iniciação científica que incentivou Rosa a dedicar-se à área da pesquisa. “Já no terceiro ano de faculdade eu percebia que não levava muito jeito para ‘ser dentista’ e então mergulhei de cabeça para construir um currículo que me tornasse competitivo para entrar em um curso de mestrado em uma renomada universidade, como a Universidade de São Paulo (USP)”, enfatiza. A estratégia deu certo: a realização do doutorado, também pela USP, oportunizou ao pesquisador a vivência no exterior. “Durante o doutorado, morei nos Estados Unidos para desenvolver minha tese sobre regeneração pulpar com células tronco e isso despertou meu interesse em sair do Brasil para trabalhar no exterior”, conta. Atualmente, Rosa atua como professor pesquisador na Faculdade de Odontologia da Universidade Nacional de Cingapura (NUS), que se destaca como a 22ª melhor universidade do mundo. “Trabalho com desenvolvimento de filmes ultrafinos de carbono ou outros materiais bidimensionais avançados para aumentar a diferenciação de células tronco em osteoblastos e neurônios”, explica. A oportunidade surgiu de um interesse mútuo: dele, de seguir uma carreira exclusiva de pesquisador, e da NUS, em contar com um professor que pudesse desenvolver uma linha de pesquisa na interface materiais/células e tecidos. A escolha por aquela universidade não foi feita ao acaso. “A NUS tem três mil alunos de doutorado pagos e publicou 8.200 artigos em peer review journals em 2014, é um ambiente muito positivo para o desenvolvimento de um pesquisador”, justifica. Cingapura
Um egresso do outro lado do
MUND
tem 5,2 milhões de habitantes e duas universidades entre as melhores do mundo (a Universidade Tecnológica de Nanyang - NTU - figura na 39ª posição). “É um país que respira pesquisa e desenvolvimento e essas posições geram um ambiente propício para a ciência, para a descoberta e para a colaboração”, explica o pesquisador. Desenvolvendo seu trabalho entre a pesquisa e a docência, o professor não esquece o papel desempenhado pela Universidade de Passo Fundo na sua carreira e ressalta a importância da sua formação. “Foi na UPF que me formei cirurgião-dentista e essa é a profissão que vou levar comigo. Mesmo trabalhando hoje como pesquisador de materiais avançados e células tronco, mantenho o foco no fato de que sou um pesquisador de odontologia e meu trabalho tem que ser útil à minha profissão”, ressalta. Além de ter concluído sua graduação na UPF, o pesquisador também esteve na Instituição como docente de graduação e do curso de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Odontologia (PPGOdonto), experiência que ele destaca como uma das mais marcantes entre as vividas na Universidade. “Como
aluno, participei do Diretório Acadêmico, do Diretório Central de Estudantes, fui membro da Câmara de Extensão e do Conselho Universitário. Procurei sempre me envolver no máximo de atividades que a UPF oferecia. Mas sem dúvida o momento mais marcante foi voltar como docente, trabalhar com aqueles que foram meus professores e poder contribuir com o crescimento da Instituição”. Rosa esteve na UPF em junho deste ano, quando, a convite do PPGOdonto, ministrou uma palestra para estudantes de graduação, mestrandos e egressos. Aos acadêmicos que sonham em seguir sua trajetória profissional, atuando na área da pesquisa no exterior, ele ressalta que o caminho é possível, mas que é preciso estar preparado e sair da zona de conforto. “A competição por vagas e recursos é ferrenha. Trabalhar no exterior como pesquisador é viável, mas exige diferenciação e desconforto. Como tantos outros mercados, o mercado da pesquisa também está saturado e, por isso, é necessário se reinventar para a realidade de pesquisa fora do Brasil”, finaliza.
Egresso da UPF, Dr. Vinícius Rosa atua como professor pesquisador em Cingapura.
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fique por dentro Representação institucional Fortalecendo seu caráter comunitário, UPF representa Passo Fundo e região em ações que visam ao crescimento local e regional
Cumprindo agenda em Porto Alegre, o reitor da UPF José Carlos Carles de Souza buscou o apoio do ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil Eliseu Padilha, para resolver problemas referentes aos repasses do Financiamento Estudantil (Fies) do governo federal no primeiro semestre deste ano. A vice-reitora de Graduação, Rosani Sgari, acompanhou essa agenda.
Em agosto, o reitor da UPF José Carlos Carles de Souza esteve reunido com o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação Aldo Rebelo. O encontro aconteceu durante o seminário “Os planos, programas e projetos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação no Estado do Rio Grande do Sul”, realizado na Câmara Municipal de Vereadores, em Porto Alegre.
A Universidade de Passo Fundo (UPF), representada pelo reitor José Carlos Carles de Souza, participou ativamente das tratativas, encontros e reuniões para viabilizar melhorias no aeroporto regional Lauro Kourtz. O local conquistou a elevação para categoria 5 e recebeu, em agosto, o primeiro voo do Airbus A318. A aeronave, com capacidade para 120 passageiros, pertence à empresa Avianca. O reitor esteve presente na solenidade que marcou o voo inaugural, que contou com a presença de lideranças políticas e da comunidade
Aditivo de convênio do módulo II do UPF Parque é assinado
O
reitor da UPF José Carlos Carles de Souza e o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia Fábio Branco assinaram um aditivo de convênio para o Módulo II do Parque Científico e Tecnológico UPF Planalto Médio (UPF Parque). De acordo com o documento, a parceria entre o governo do estado e a UPF é prorrogada por mais dois anos. O convênio inicial para a Incubadora e a Central de Equipamentos Multiuso (Cemulti), que compõem o Módulo II, tinha duração de dois anos. Com esse aditivo, o prazo foi prorrogado, garantindo um período de quatro anos para o desenvolvimento das ações. Na mesma oportunidade, foram avaliadas possibilidades de datas para a inauguração oficial do Módulo II do UPF Parque, em uma solenidade que deverá contar com a presença do governador do estado José Ivo Sartori.
UPF recebeu novos alunos com programação especial O ingresso no ensino superior traz uma série de expectativas. Sonhos, objetivos e a certeza de que serão anos intensos e inesquecíveis fazem parte dos desejos dos acadêmicos que iniciaram as aulas na Universidade de Passo Fundo (UPF) no segundo semestre de 2015. Para deixar esse momento ainda mais especial, a Universidade recebe os novos alunos em mais uma edição da Recepção Acalourada. A atividade contou com a participação da Reitoria e com a apresentação artística do grupo Dionisos. Para o reitor José Carlos Carles de Souza, esse é um dos contatos mais importantes entre Universidade e aluno, e é por isso que a Instituição valoriza tanto esse momento. “Cada início de semestre, a UPF recebe os novos acadêmicos, por intermédio da Reitoria, da Coordenação e da Direção dos cursos. O propósito é justamente dar a esses estudantes as boas-vindas, mostrando-lhes tudo que irão encontrar no universo acadêmico e oferecendo condições de serem ótimos cidadãos e profissionais”, declara. Também participaram da ação de boas-vindas o vice-reitor de Pesquisa e PósGraduação Leonardo José Gil Barcellos, a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários Bernadete Maria Dalmolin, e o vicereitor Administrativo Agenor Dias de Meira Junior.
Lançamentos da UPF Editora Comunicação alternativa: mediação para uma inclusão social a partir do Scala Org. Liliana Maria Passerino e Maria Rosangela Bez
Diagnóstico instrumental para o direcionamento do espaço rural de Passo Fundo 2012-2014 Benami Bacaltchuk, Ilvandro Barreto de Melo e Luiz Ataídes Jacobsen
Trabalho e renda: possibilidades de extensão universitária Org. Bernadete Maria Dalmolin e Lísia Rodigheri Godinho
Todos com e-book disponível para download gratuito www.upf.br/editora
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