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UniversoUPF
espaço do leitor “Várias são as reportagens apresentadas na Revista Universo UPF. Na edição de julho e agosto de 2017, chama atenção a matéria apresentada na página 3 relacionada à UPF TV e à Rádio UPF. Em um cenário tão concorrido como o de mídias e comunicação, conseguir consolidar um sistema de rádio e TV é, para uma instituição universitária, uma verdadeira conquista, principalmente em um ambiente em que as redes sociais invadem a vida de todos nós, nem sempre com conteúdos próprios ou voltados para a formação das pessoas. As equipes de profissionais das emissoras da UPF conseguem produzir conteúdos de qualidade e de conhecimento que dizem respeito à vida da região e que instruem e informam, com propriedade, os ouvintes e os telespectadores. Exemplos como esses nos fazem ter orgulho de ser UPF”.
Prof. Me. Idioney Oliveira Vieira Diretor da UPF Campus Soledade
O espaço do leitor recebe comentários, sugestões e impressões sobre a revista Universo UPF. Para participar, escreva um e-mail para imprensa@upf.br. Nosso telefone de contato é (54) 3316-8110. Boa leitura a todos! Equipe de produção da revista Universo UPF
nesta
edição
UPF em
NÚMEROS 9 campi instalados em Passo Fundo e região Mais de 150 municípios abrangidos em sua área de atuação 18.471 alunos matriculados na graduação, pós-graduação, extensão, UPF Idiomas e Integrado UPF 14.506 alunos matriculados na graduação 716 alunos regulares matriculados nos programas stricto sensu 1.079 alunos matriculados em cursos lato sensu 696 alunos matriculados na UPF Idiomas - FUPF 571 alunos matriculados no CEMI - FUPF 903 matriculados na extensão (Creati) 910 professores de Ensino Superior (50% Me.; 32,53% Dr.) 1.252 funcionários 60 cursos de graduação em andamento 57 cursos de especialização em andamento 15 cursos de mestrado institucional 6 cursos de doutorado institucional 9 estágios pós-doutorais 75.533 profissionais formados 10 bibliotecas, com 322.854 exemplares de livros disponíveis em 121.363 títulos 22 anfiteatros e auditórios 176 salas para ensino prático-experimental 300 laboratórios 150 clínicas 59 convênios com instituições estrangeiras para intercâmbio acadêmico em 18 países
Pg 5
n UPF e Universidade de Kassel: uma parceria consolidada
Pg 6 e 7
n Passo Fundo e região
crescem com o esporte
Pg 22
n Iceg desenvolve
projetos que visam à melhoria do ensino e da aprendizagem
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Revista Universo UPF - nº 20 Novembro/Dezembro 2017 A revista Universo UPF é uma publicação da Universidade de Passo Fundo e tem distribuição gratuita
Reitor n José Carlos Carles de Souza Vice-reitora de Graduação n Rosani Sgari Vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação n Leonardo José Gil Barcellos Vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários n Bernadete Maria Dalmolin Vice-reitor Administrativo n Agenor Dias de Meira Junior Gerente de Comunicação e Marketing da FUPF n Cristiano Mielczarski Silva Produção de textos: Alessandra Pasinato (MTb/RS17292); Camila Guedes (DRT/0017320); Caroline Simor da Silva (MTb/RS15861); Filippe de Oliveira (MTb/16570); Natália Fávero (MTb/ RS14761); Silvia Brugnera(DRT/13147) e Lauriane Agnolin (estagiária). Edição e supervisão: Silvia Brugnera (DRT/13147) Revisão de textos: Cinara Sabadin Dagneze Projeto gráfico: Fábio Luis Rockenbach e Luis A. Hofmann Jr. Diagramação: Marcus Vinícius Freitas / Núcleo Experimental de Jornalismo FAC/UPF Foto de capa: Gelsoli Casagrande
A Revista Universo UPF também está disponível na versão digital. Ela pode ser lida no site www.upf.br e também em issuu.com/universidadeupf Universidade de Passo Fundo
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universidade
Novo Propet UPF: um agente integrador
entre a universidade e a comunidade
Projeto oportuniza oferta de vagas de estágios curriculares obrigatórios, estágios curriculares não obrigatórios e também vagas efetivas de emprego em uma plataforma on-line
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Fotos: Gelsoli Casagrande
prendizado teórico colocado em prática. Assim pode ser definido o papel do estágio na formação de um futuro profissional. É nesse espaço que o conhecimento construído em sala de aula é vivenciado, oportunizando novos aprendizados. Para promover um espaço de interação entre empresas e acadêmicos, a Universidade de Passo Fundo criou, há 25 anos, o Projeto Parceria, Educação e Trabalho (Propet), que funciona como um agente integrador entre os acadêmicos que procuram vagas de estágios e empresas que as oferecem. Todo o processo se dá por meio de uma plataforma on-line. Recentemente, o Propet vivenciou um importante processo de reconfiguração de suas atividades, planejado e conduzido em parceria com a Vice-Reitoria Administrativa (VRADM) e a uma atividade assegurada na matriz curricular da graduação, Vice-Reitoria de Graduação (VRGRAD). Recebeu a denomina- cuja prática varia de acordo com a natureza e as especificidação de Novo Propet e passou a tratar de estágios curriculares des do curso e pode ser realizada em vários locais, desde que obrigatórios, estágios curriculares não obrigatórios e vagas conveniados com a Instituição de Ensino Superior (como, por efetivas de emprego. exemplo, organizações públicas, privadas, organizações não Conforme o supervisor da Seção de Programas Públicos e governamentais ou por intermédio de programas de extensão Institucionais, Clodoaldo da Rosa Neckel, o novo sistema per- da universidade). A segunda modalidade é o estágio curricumite que o trâmite seja todo organizado on-line. “O próprio lar não obrigatório, que, por sua vez, se refere às atividades sistema faz com o que a proposta do aluno seja encaminhada complementares ligadas à área de formação do aluno, imporao professor para avaliação. Isso viabiliza aos tantes para o desenvolvimento profissional dos professores maior facilidade para receber e acadêmicos. Quer saber mais? analisar as propostas”, aponta ele. O Novo Propet da UPF, segundo ela, vai atuar Para saber mais, visite o Conforme a coordenadora da Assessoria dos como um agente integrador entre os acadêsite novopropet.upf.br. Outras Estágios Obrigatórios da VRGRAD, professora micos que procuram vagas de estágios e as informações pelo telefone Me. Luisa Cadorim Facenda, o objetivo prinempresas/instituições que oferecem vagas (54) 3316-8413 ou pelo e-mail cipal do formato do Novo Propet é trabalhar, para a realização de estágios não obrigatórios, propet@upf.br. gradativamente, para centralizar informações e além de oportunidades de efetivo emprego. ações que se referem aos estágios obrigatórios e “Toda e qualquer empresa de Passo Fundo e não obrigatórios dos cursos de graduação da UPF. Além disso, região, por meio do portal Novo Propet na internet, pode fazer o trabalho é dedicado a tornar o espaço um ponto de referên- o acesso e o cadastro, e, assim, divulgar as vagas disponícia para alunos, professores e empresas conveniadas e fazer a veis”, explica. O acesso pode ser feito pelo endereço eletrônico gestão do novo sistema informatizado, o qual vai proporcionar novopropet.upf.br. Podem se candidatar a uma vaga disponível segurança nos procedimentos relativos à documentação para todos os acadêmicos da UPF. “Para isso, basta acessar o portal, formalização dos estágios, em suas duas modalidades. fazer um cadastro no campo Aluno/Candidato e concorrer às vagas ofertadas. O aluno UPF que estiver cadastrado no portal A porta de entrada para o mercado de trabalho manterá o vínculo e poderá acessar às vagas do Novo Propet Há duas modalidades de estágio, conforme Luisa. A primeira mesmo após a conclusão de seu curso de graduação”, explica. delas é o estágio curricular obrigatório, que se constitui em Por que fazer um estágio? Os estágios curriculares, tanto o obriEstágios curriculares obrigatórios gatório quanto o não obrigatório, podem proporcionar ao acadêmico o domínio No primeiro semestre de 2017, a UPF iniciou a formalização eletrônica, por meio de software específico, para a regulamentação de instrumentos teóricos e práticos imdos estágios curriculares obrigatórios, exigida pela lei nº11.788, de 25 prescindíveis à execução de suas funções de setembro de 2008. No portal do Novo Propet, é possível atender e visa promover o desenvolvimento, no a exigências legais relacionadas ao convênio entre a Instituição de campo profissional, dos conhecimentos Ensino Superior e a unidade concedente do estágio, ao termo de teóricos e práticos construídos durante o compromisso de estágio e ao seguro para o acadêmico. Os primeiros curso na instituição de ensino superior, cursos que integraram essa ação foram o Serviço Social e o Direito. além de favorecer, por meio de diversos Recentemente, em julho de 2017, o projeto estendeu-se e passou a espaços, a ampliação do universo cultural contemplar também os 13 cursos de licenciatura da UPF. dos futuros profissionais.
Supervisor da Seção de Programas Públicos e Institucionais, Clodoaldo da Rosa Neckel
Coordenadora da Assessoria dos Estágios Obrigatórios, professora Me. Luisa Cadorim Facenda
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Palavra do
UPF realiza encontro da Rede de Formação de Professores do Comung
Reitor José Carlos Carles de Souza*
UPF: UMA UNIVERSIDADE DE
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MULTIPLAS JORNADAS
criação de uma universidade pressupõe o atendimento de muitos requisitos técnico-legais, e, além da firme disposição de seus idealizadores, necessita de comprometido grupo de professores. Desde os seus primórdios, a história da Universidade de Passo Fundo contou com todas essas condicionantes. A primeira jornada dessa belíssima saga remonta aos anos da década de 1950 e registra o desejo de diversos líderes representantes das classes culturais que, à época, com elevado espírito comunitário, iniciaram debates com o firme propósito de tratar da criação da Universidade de Passo Fundo. As atividades do encontro inaugural desse novel movimento estão documentadas na ata número 1, com a resenha da reunião realizada no dia 24 de janeiro de 1950, no salão nobre do Clube Comercial. Os trabalhos foram presididos pelo Dr. César José dos Santos, que explanou acerca dos motivos daquele encontro, e as anotações foram lançadas pelo Dr. Rômulo Cardoso Teixeira. Dentre os vários oradores, que se manifestaram para uma plateia de 24 convidados, esteve o Dr. Francisco Antonino Xavier e Oliveira, que, depois de exaltar a iniciativa, afirmou, de forma pertinente, que aquele ato se tratava de um marco histórico para a vida intelectual e para a mocidade de Passo Fundo. Nas reuniões que se sucederam, foram apresentados e aprovados os estatutos da Sociedade Pró-Universidade de Passo Fundo (SPU) e foi eleita a diretoria, tendo o Dr. César José dos Santos assumido a Presidência, conforme registro do encontro realizado no dia 3 de fevereiro de 1950. Assim começou a nossa história. Outro marco dessas tantas jornadas que escrevem a história da UPF foi a aula inaugural da Faculdade de Direito, o primeiro curso de nível superior estruturado pela SPU, instalado no ano de 1956. Nesse mesmo ano, sob a liderança de Dom Cláudio Colling, foi criado o Consórcio Universitário Católico (CUC), congregando várias entidades de ensino para organizar e manter estabelecimentos de ensino superior. Ao final daquele mesmo ano, foi anunciada pelo CUC a implantação da Faculdade de Filosofia, com três cursos: Filosofia, Pedagogia e Letras Anglo-Germânicas. A sociedade passo-fundense testemunhava o início de outra marcante jornada em nossa cidade, que passava a contar com duas instituições com o mesmo propósito: oferecer cursos superiores e constituir uma universidade. Na sequência, vários outros cursos foram sendo implantados tanto pela SPU quanto pelo CUC. No ano de 1967, ocorreu a integração dessas instituições para constituir a Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF), consolidando o desiderato dos dois grupos, constituindo-se em significativa jornada. No ano seguinte, em 1968, era legalmente criada a Universidade de Passo Fundo e empossado o professor Murilo Coutinho Annes como reitor, eleito que fora em assembleia geral da FUPF. Vencida a relevante jornada, a UPF estava criada. A partir de então, surgiram outros desafios e novas jornadas: a oferta de novos cursos resultou na ampliação do número de alunos, professores e funcionários. Por óbvio, eram necessários outros espaços físicos, ou seja, um campus que pudesse abrigar, além das construções, a sua disposição de crescimento. Isso tudo deu origem ao nosso campus, constantemente reconhecido como um dos mais belos e agradáveis do país. Nessa trajetória, as muitas jornadas e os desafios cada vez maiores se multiplicaram rapidamente e um trabalho amparado pela harmonia entre ensino, pesquisa e extensão deu concretude à missão da UPF: os cursos de graduação e pós-graduação contam com excelente suporte interno e, além disso, gozam de elevado conceito dos mais diversos órgãos avaliativos e do reconhecimento da sociedade. De igual modo, a extensão insere a Instituição em todos os espaços da comunidade, participando de iniciativas em defesa de interesses sociais coletivos e abrigando todas as manifestações culturais. Exemplo disso é a recente realização da 16ª Jornada de Literatura, como uma bela demonstração de outras tantas jornadas de sucesso da nossa UPF. Passaram-se os anos e os propósitos desde a primeira jornada dessa história revelam-se presentes em todas as nossas ações e nos fortalecem no desafio permanente da construção da nossa Universidade, porque, em todas as jornadas, a UPF sempre contou com a participação de seus dedicados e comprometidos professores, funcionários e alunos. Nesse contexto, assim como testemunhamos as Jornadas Literárias se reinventarem, queremos ver a UPF reinventada a cada novo desafio, a cada nova história e a cada nova jornada, de modo a construir memórias positivas a serem lembradas pelos próximos cinquentenários. Por tudo isso, queremos ver todos unidos na construção de uma UPF cada vez mais completa e mais integrada à comunidade. Estamos prontos para as próximas jornadas. (*) Reitor da UPF
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roblematizar a questão da acessibilidade, ampliando a discussão sobre esse tema foi o que propôs o Encontro da Rede de Formação de Professores do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), realizado no dia 15 de setembro, na Universidade de Passo Fundo (UPF). Organizado pela UPF, o evento teve o objetivo de capacitar os professores tendo a acessibilidade como tema principal e contou com a participação de professores oriundos de diferentes universidades que fazem parte do Comung. Reitor da UPF e atual presidente do Comung, o professor José Carlos Carles de Souza comentou que, ao longo dos anos, a UPF tem se preocupado com as questões da educação, principalmente no que se refere à inserção. “A acessibilidade é algo que está presente na nossa sociedade e as instituições de ensino precisam estar à frente dessa grande demanda, que vem ao encontro do interesse social. Nessa perspectiva, não poderíamos deixar de fomentar, entre nossos professores, a formação adequada para atender a essa questão”, disse ele. Presente no evento, a vice-reitora de Graduação, professora Rosani Sgari, destacou que, ao quebrar barreiras, é possível ter uma compreensão mais clara do que realmente significa acessibilidade. “É preciso dimensionar a questão da inclusão no que diz respeito a todos os quesitos, sejam eles atitudinais, de ambiente ou físicos. São muitas as formas de incluirmos o nosso aluno e nosso cidadão. Compete às universidades serem protagonistas nesse cenário”, enfatizou. O encontro também contou com a presença do vice-reitor Administrativo, Agenor Dias de Meira Junior.
Acessibilidade = Eliminar barreiras
O evento iniciou com a apresentação do Grupo de Extensão Musicografia Braille, da UPF, e seguiu com a palestra ministrada pela professora Dra. Suzana Schwerz Funghetto, que versou sobre “A lei da inclusão e suas implicações no ambiente educacional”. Segundo ela, no cenário contemporâneo, é preciso eliminar barreiras. “Eliminando barreiras, principalmente atitudinais, estaremos cumprindo os aspectos constitucionais de uma educação para todos”, argumenta. Além da palestra sobre acessibilidade, diferentes ações foram desenvolvidas, sob a coordenação do Setor de Atenção ao Estudante (Saes). Na oportunidade, houve uma reunião do Comitê Gestor da Rede e três oficinas, que abordaram temas relacionados.
Rede de Formação
A Rede de Formação de Professores do Ensino Superior do Comung foi constituída no início de 2014, com a adesão das 15 Instituições de Ensino Superior. Uma série de encontros sistemáticos ocorrem desde a sua constituição, debatendo temas que envolvem o universo docente, como megatendências, cenários futuros e os reflexos no ensino superior.
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institucional Internacionalização: UPF consolida parcerias com Universidades alemãs Fotos: Divulgação/UPF
Desde 2001, a Universidade mantém ações, atividades e projetos conjuntos, ampliando a internacionalização institucional
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Parcerias foram estabelecidas durante a viagem à Universidade de Hamburgo
Universidade de Passo Fundo (UPF) tem buscado, ao longo dos últimos anos, ampliar as ações desenvolvidas em parceria com instituições internacionais. Além de visar ao desenvolvimento de pesquisas e ao crescimento da inovação na Universidade, a ação tem como objetivo oferecer à comunidade acadêmica oportunidades de intercâmbio e formação. Um dos exemplos dessa caminhada é a parceria com a Universidade de Kassel, na Alemanha. Em contato desde 2001, as instituições têm promovido a formação continuada dos docentes e alunos, a realização de eventos e a troca de experiências. Recentemente, o vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Leonardo José Gil Barcellos e o gestor do UPF Parque, professor Dr. Charles Leonardo Israel, estiveram na Alemanha, onde visitaram, além da Universidade de Kassel, a Universety Hamburg of Applied Sciences, a Universidade de Ciências Aplicadas e a Universidade de Münster. Lá, eles apresentaram os trabalhos desenvolvidos pela Instituição e assinaram novas parcerias para o futuro. Durante as visitas, os professores participaram de reuniões, encontros, workshops e palestras. Um dos pontos destacados pelo vice-reitor foi o espaço para a agroecologia e o turismo organizado pelas instituições. Na Universidade de Hamburgo, eles foram recebidos pelo
Convênio de cooperação para intercâmbio e desenvolvimento de pesquisa foi firmado com a Universidade de Hamburgo
vice-reitor de Pesquisa e Transferência, e, na oportunidade, assinaram um importante convênio de cooperação para intercâmbios e desenvolvimento de pesquisas. A última parada foi na Universidade Münster, onde os professores conheceram o Brasilien – Zentrum (Centro Brasileiro), que mantém contato com pesquisadores e universidades do Brasil. Atualmente, são cerca de 80 cooperações com 30 universidades brasileiras nas áreas de biologia, direito, geoinformática, sistemas de informação e farmácia. As ações envolvem projetos de pesquisa, análise de programas de fomento, apoio à transferência de co-
Parceria consolidada O contato com a Universidade de Kassel é resultado do doutorado realizado pelo professor Dr. Claudio A. Dalbosco, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu). Segundo ele, o convênio é resultado de várias ações, como eventos, intercâmbio entre professores e alunos e, sobretudo, publicações em conjunto. Dentre os eventos, ele destaca a realização trienal do Seminário Internacional sobre Filosofia e Educação. Dalbosco ressalta que a sexta edição acontecerá em 2018. “Cabe lembrar que o convênio com a Universidade de Kassel sustentou, como experiência internacional consolidada, a implantação do doutorado em Educação na UPF. Atualmente, o aluno Odair Netzel, meu orientando, realiza doutorado sanduíche na Alemanha, sob supervisão do professor Dirk Stederoth”, frisou.
nhecimento e intercâmbio de cientistas e estudantes. Projeções para o futuro Para Barcellos, a viagem foi enriquecedora de diversas maneiras. Nos encontros, foi possível visualizar o que a UPF pode fazer para o futuro e também foi uma oportunidade de mostrar o potencial da Universidade. “Foram dias muito ricos e repletos de aprendizado. Junto com pesquisadores de diversos locais, mostramos as ações do UPF Parque e os projetos de pesquisa que desenvolvemos. Firmamos parcerias e temos a certeza de que vamos criar muitos espaços coletivos de produção de conhecimento, ciência e inovação”, afirmou. De acordo com Israel, a percepção dos anfitriões na Alemanha em relação ao UPF Parque foi de um espaço jovem e preocupado com o desenvolvimento regional. Ele ressalta que o parque científico de Kassel é muito similar ao UPF Parque, em número de empresas, tamanho e iniciativas, o que possibilitou a prospecção de ações positivas. “Foi possível observar a similaridade de práticas e concepções e ainda a forte interdisciplinaridade incentivada no Science Park Kassel, que possui expertises como nanotecnologia, biotecnologia e mobilidade. As atividades desenvolvidas com o projeto que compreende o carro elétrico no UPF Parque, por exemplo, despertaram forte interesse, principalmente no que se refere às possibilidades de pré-incubação”, destacou.
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institucional
Passo Fundo e região crescem com o
ESPORTE Por meio do apoio e do incentivo a vários atletas, a UPF dá mais notoriedade às múltiplas modalidades esportivas praticadas na cidade e região
Foto: Divulgação
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Associação Basquetebol de Passo Fundo (ABPF) (esq.) e Esporte Clube Vila Nova (dir.)
Universidade de Passo Fundo (UPF) é uma instituição de ensino atenta à prática esportiva, por isso, dentre as suas ações, presta apoio a atletas e equipes de diferentes modalidades da cidade e da região, os quais são campeões tanto de eventos locais, regionais e nacionais, quanto internacionais. O investimento nessa área, somado aos excelentes resultados dos esportistas, permite que o esporte do município tenha mais visibilidade e reconhecimento diante da comunidade, que torce e vibra com cada nova conquista dos representantes da UPF em competições. Os atletas praticam basquetebol, caratê, ciclismo, futebol, judô, triathlon e voleibol. Para o reitor, professor José Carlos Carles de Souza, a representação deles em campeonatos é de suma importância. “Em modalidades individuais e coletivas, os atletas apoiados representam não só a nossa Universidade, mas a região também. Eles trazem muitas alegrias para toda a população”, comenta. Ainda segundo o reitor, o comprometimento da UPF com a difusão do esporte em suas diversas formas é intenso. “Acreditamos que o incentivo aos atletas de Passo Fundo e das
BSBios/UPF
cidades próximas é fundamental para o desenvolvimento da sociedade como um todo e reafirma nosso papel de instituição comunitária”, enfatiza. Esporte para todos A promoção do esporte também é vista de várias maneiras. Por intermédio do trabalho da Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (VREAC), são mantidos projetos como o Atleta do Futuro e o Polo Regional de Desenvolvimento de Esporte e Lazer, vinculados à Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (Feff) e que incentivam a prática de atividades físicas. Conforme a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, professora Bernadete Maria Dalmolin, tais iniciativas são benéficas em muitos sentidos. “Elas permitem reconhecer talentos e mostrar aos jovens em situação de vulnerabilidade novas
perspectivas de crescimento pessoal e profissional. Além disso, concebem ações amplas e direcionadas à comunidade, respeitando as diversidades e produzindo valores, tais como a solidariedade, o respeito, a tolerância e a cooperação, valorizando a identidade cultural e promovendo processos de acessibilidade e inclusão”, disse. Representatividade A total dedicação com o meio já rende frutos. Segundo o secretário de Esportes de Passo Fundo, Gilberto Bellaver, a UPF está se consolidando como uma instituição de ensino superior realmente voltada para a comunidade, tendo como prova o envolvimento direto com a área esportiva. “O apoio institucional fortalece cada vez mais a identificação da UPF com os passo-fundenses e com os municípios vizinhos. Hoje, ela é vista Fotos: Gelsoli Casagrande
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Fotos: Gelsoli Casagrande
como uma universidade inovadora e capaz de proporcionar aos esportistas a oportunidade de dar continuidade a projetos desportivos de grande relevância, juntamente com a formação acadêmica”, relata. Bellaver, que também é técnico da equipe BSBios/UPF – time de voleibol feminino apoiado pela UPF –, cita os fatores que explicam o crescimento do esporte na cidade. “Há o profissionalismo e a dedicação dos autores dos projetos esportivos incentivados e a inclusão da UPF nesses trabalhos dá maior visibilidade e credibilidade a todos os envolvidos. Ao representar a Universidade levando seu nome estampado nos uniformes, cada equipe e atleta carrega uma história intensa de conquistas e trabalho em prol da educação, sendo assim, a responsabilidade e a dedicação necessitam ser completas”, menciona. Atletas e suas modalidades Ao todo, a UPF apoia 21 atletas e equipes de variados esportes. São eles: Maicon Mancuso, Jardelino dos Santos Flech, Káren Brunetto e Tiago Perez (atletismo); Associação Basquetebol de Passo Fundo (ABPF); Manuela Spessatto e Augusto Spessatto (caratê); Ismael Vanin Giasson, Luana
Site dos atletas Com o propósito de dar mais visibilidade ao trabalho dos esportistas, a UPF dispõe de um site com informações da carreira e das competições dos atletas. Para saber mais, acesse o endereço eletrônico www.upf.br/atletas.
Machado, Ricardo Machado e Lorenzo Massing de Oliveira Wuttke (ciclismo); Enya de Oliveira Schultz Pires, Julia Berté, Luis Henrique Endres Mattos e Daniel Paulo dos Passos da Silva (judô); Gustavo Henz e Ricardo Rosa (triathlon); BSBios/UPF; Esporte Clube Passo Fundo; Esporte Clube Vila Nova; e Sport Clube Gaúcho. O ciclista Lorenzo Massing de Oliveira Wuttke é um dos esportistas cujo apoio da Instituição é mais recente. Natural de Palmeira das Missões, em 2017, ele marcou presença no Campeonato Brasileiro de Ciclismo de Estrada Junior, no qual ficou em 4º lugar na etapa de estrada; e no 3º Desafio Integração Ciclismo de Estrada, no qual obteve o 6º lugar na categoria elite. Em sua opinião, a parceria com a UPF é de grande valia. “Não tenho palavras para descrever esse apoio, pois além de ter toda a estrutura da Universidade à minha disposição,
também recebo a bolsa atleta. Hoje, sou mais reconhecido e acredito que a Instituição confia em meu desempenho e trabalho”, destaca. Palavra do treinador A importância e o crescimento do esporte em Passo Fundo e na região são notados pelos profissionais que convivem diariamente com os atletas, como é o caso de Florenal Silva, que é treinador dos esportistas Maicon Mancuso e Jardelino dos Santos Flech. “Vejo esse incentivo com entusiasmo, principalmente no esporte amador, que carece de apoio. Ele é fundamental e isso só vem a somar nas diversas modalidades esportivas. O resultado de tudo o que é investido é perceptível por meio das vitórias e dos títulos conquistados”, constata. A concessão de bolsas para os cursos de graduação da UPF é um fator diferencial para a carreira dos competidores. “As bolsas de estudo concedidas aos atletas permitem que eles obtenham competências para o resto da vida. Além disso, o apoio permite que o atleta dê sequência à sua vida esportiva em uma universidade após o término do ensino médio”, enfatiza Silva.
Da esq. para dir.: Augusto Spessatto, Daniel Passos, Enya de Oliveira Schultz Pires, Gustavo Henz, Ismael Vanin Giasson, Jardelino dos Santos Flech, Julia Berté, Káren Brunetto, Lorenzo Massing de Oliveira Wuttke, Luana Machado, Luis Henrique Endres Mattos, Maicon Mancuso, Manuela Spessatto, Ricardo Machado, Ricardo Rosa e Tiago Perez.
Sport Clube Gaúcho (esq.) e Esporte Clube Passo Fundo (dir.) Fotos: Divulgação
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universidade Descomplicando a Física Projetos de extensão desenvolvidos na UPF levam conhecimento sobre Física à comunidade
Fotos: Gelsoli Casagrande
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mbora consolidada como uma das ciências mais antigas da humanidade, a Astronomia ainda recebe um olhar mistificado, mesmo que o domínio de alguns conceitos tenha contribuído para importantes avanços no que se refere à compreensão do Universo. Nesse sentido, o ensino da Física eleva-se ao mesmo patamar de conhecimento restrito a somente uma parcela das pessoas, colocando as demais à margem dos fundamentos desses saberes. A partir de tais premissas, dois projetos de extensão desenvolvidos na Universidade de Passo Fundo por meio do Instituto de Ciências Exatas e Geociências (Iceg) têm como finalidade promover o aprendizado nos campos científicos. A proposta de ensino da Astronomia na educação básica, sob coordenação da Prof. Dra. Cleci Werner da Rosa, conta com, aproximadamente, trinta integrantes, incluindo voluntários de diversos cursos, professores da Instituição e bolsistas. Desenvolvendo atividades de natureza teórica e prática relacionadas à temática, o projeto ancora, ainda, duas dissertações envolvendo atividades para alunos do ensino fundamental e a abordagem pedagógica da Física Nuclear a partir da Astronomia. Dentre as ações desenvolvidas, estão minicursos, palestras e oficinas promovidas por professores e alunos da rede de educação básica na região de abrangência da Universidade. A coordenadora destaca que o envolvimento dos acadêmicos é de suma importância e que tem muito valor para a sua formação. “Acredita-se que, ao promover, durante o curso, ações de caráter extensionista, Prof. Dra. Cleci Werner da Rosa
nas quais os alunos devem organizar e promover atividades na comunidade, se está, também, oportunizando-lhes um maior aprendizado nessa área”, ressalta Cleci. Embora com objetivos distintos, outro projeto vem ao encontro dessas propostas. Coordenado pelo Prof. Me. Marcelo Luiz Darroz, o projeto Ciência, Comunidade e Formação visa abordar conteúdos relacionados à Física para proporcionar uma especialização continuada aos profissionais formados na área. Além disso, integra-se à comunidade por meio do evento Física na Praça, no qual acadêmicos e docentes reúnem experimentos com a finalidade de explicar fenômenos físico-científicos às pessoas da comnidade. “Interpretar fenômenos é também interpretar o mundo”, salienta Darroz. De uma forma geral, os dois projetos extensionistas estão interligados para estreitar a distância que há entre escola, comunidade e Universidade, por meio do Programa Integração da Universidade com a Educação Básica.
FUPF implementa Sistema Sênior Ferramenta de gestão de pessoas irá unificar, digitalizar e automatizar os processos de recursos humanos realizados pela Instituição
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ensando em melhorar os processos administrativos, a Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF) vem buscando novas metodologias e processos atualizados. Exemplo disso é a implementação do Sistema Sênior, uma ferramenta que irá unificar, digitalizar e automatizar os processos da Divisão de Recursos Humanos, integrando todas as informações em uma única plataforma, gerando agilidade e assertividade
para as tomadas de decisões, oportunizando uma forma de gestão estratégica. O sistema irá atuar de forma integrada com todos os subsistemas de recursos humanos paralelamente ao módulo de folha de pagamento, com o qual a Instituição já conta. De acordo com o gerente da Divisão, Aislan Andrade de Freitas, após a implantação, o setor passará a contar também com os módulos de recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento, benefícios, cargos e salários, medicina e segurança do trabalho, controles trabalhistas e projeção de orçamento sobre o quadro de pessoal. “Contaremos ainda com a ferramenta Painel de Gestão, que possibilitará
Em andamento Neste momento, o projeto está em fase de implementação e prevê atividades até junho de 2018. Segundo Freitas, o cronograma do projeto divide-se em algumas fases e a primeira entrega está programada para janeiro, atendendo ao prazo inicial do eSocial. Nessa fase, a folha de pagamento será gerada pela primeira vez, dentro do novo sistema, e então professores, funcionários e estagiários terão o primeiro contato com o projeto. “Após essa fase, daremos início aos trabalhos de implantação dos módulos voltados ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), à Seção de Desenvolvimento de Pessoas, ao Setor de Remuneração, área trabalhista, e, por fim, o Painel de Gestão”, esclarece.
a todos os gestores acesso às informações, em tempo real, sobre quadro de pessoal, plano de carreira dos funcionários, indicadores de gestão, entre outros”, explica. Freitas explica que entre os principais benefícios do sistema estão a modernização da cultura de gestão; a integração dos processos; o atendimento à legislação e ao Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial); acompanhamento dos indicadores por gestão; monitoramento da evolução da carreira dos funcionários e comparação com o desempenho avaliado, além da informatização dos planos de carreira e a assertividade nos processos. “A ferramenta é baseada nas melhores práticas atuais de gestão de pessoas do mercado. Com isso, a solução irá trazer para a Instituição uma evolução na maneira de gerir os processos e recursos, possibilitando acesso às informações, de forma segura e ágil”, pontua, ressaltando que o projeto representa um marco para a FUPF e para a Divisão de Recursos Humanos.
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jornada nacional de literatura
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2019! A 16ª Jornada e a 8ª Jornadinha Nacional de Literatura mais uma vez inovaram e incentivaram a formação de leitores. A próxima celebração da literatura já tem data marcada
Espetáculo uniu todos os tipos de arte: a literatura, as artes visuais, o teatro, o circo, a dança e a música
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união de esforços e a determinação de muitos envolvidos permitiram a retomada das Jornadas Literárias de Passo Fundo em 2017. A superação de diversos obstáculos também serviu de estímulo para a confirmação da próxima edição, em outubro de 2019. A 16ª Jornada Nacional de Literatura e a 8ª Jornadinha Nacional de Literatura foram realizadas de 2 a 6 de outubro, na Universidade de Passo Fundo (UPF), Campus I. Foram reunidos em torno de 20 mil jovens leitores na Jornadinha e outras 2 mil pessoas nas conferências realizadas no Palco da Compadecida, no Espaço Suassuna. Além disso, outras milhares de pessoas foram envolvidas por meio dos projetos transversais Caminho das Artes e Leituras Boêmias e Estações de Leitura, que provocaram a descentralização das atividades e levaram a Jornada para além do campus da UPF. De acordo com o reitor da Universidade de Passo Fundo (UPF), José Carlos Carles de Souza, a Jornada representou a grandiosidade da cidade, da comunidade e da Universidade. “A Jornada mostrou a grandiosidade do que temos e do que somos, conseguiu ampliar sua abrangência e levar a literatura, a arte e a cultura para os mais diversos espaços, trabalhando na construção de uma sociedade muito mais preparada para enfrentar as questões sociais da atualidade, olhando para frente e não para trás”, declarou o reitor. Resultado de um trabalho coletivo e de um esforço que antecedeu a realização do evento, a Jornada também foi um espetáculo de encontros, vivências e manifestações pela cultura e pela literatura. Na opinião da vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários da UPF, Berna-
Foram vencedores do Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães Beatriz Leal Craveiro, de Brasília, e Frederico Dollo Linardi, de Porto Alegre
Fotos: Divulgação
Jornada foi marcada pela descentralização das ações, pela proximidade com a comunidade, pela continuação da formação de leitores e pelas temáticas diversas
dete Maria Dalmolin, a Jornada foi um momento de ampliação do desejo da Universidade de estar em contado com os leitores. “A sensação é de bem-estar, alegria e realização. Ao longo do caminho, sentimos as pessoas desejosas de que a arte e a literatura fossem esse instrumento transformador da sociedade. Fizemos um trabalho coletivo, unido e que consolidou ainda mais essa movimentação que, temos certeza, não terá fim”, destacou Bernadete. A retomada exitosa da realização da Jornada foi destacada pelo prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo. “Coube a nós parar, pensar, reavaliar. Sou testemunha de tudo que se fez para que pudéssemos estar aqui. Não foi fácil nem rápido construir esta Jornada em meio à crise econômica mais perversa que vivemos até hoje. Por isso, a realização dela é motivo de muita alegria”, salientou o prefeito. Os coordenadores da Jornada, professora Dra. Fabiane Verardi Burlamaque e professor Dr. Miguel Rettenmaier, destacaram a coletividade das muitas mãos que
ajudaram a fazer essa grande movimentação cultural. "Hoje, iremos um pouco além da esperança, iremos à importância do gesto singelo, da amizade incondicional, do comprometimento sem contrapartida. Falamos do milagre que acontece pela mão de muitos justos. O milagre de mais uma Jornada realizada e de uma cidade jornalizada", disseram. A programação da Jornada também contou com o Seminário Internacional de Pesquisa em Leitura, Literatura e Linguagens: Novas Topografias Textuais; o Seminário Literatura Gaúcha: Cena Contemporânea; a Flicom (Festa Literária da Comunicação); o espetáculo “Jornada de livros e sonhos” da Cia da Cidade; apresentações artísticas; shows; oficinas; feira do livro; sessões de autógrafos; entre outras atividades. Vencedores do Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães Literatura é empatia, paixão e reconhecimento. A valorização da produção literária e dos escritores é objetivo do Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães, em sua 14ª edição no ano de 2017. Durante a abertura da 16ª Jornada Nacional de Literatura, o Espaço Suassuna recebeu os vencedores do Concurso. Pelo 14º Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães, foram vencedores Beatriz Leal Craveiro, de Brasília, e Frederico Dollo Linardi, de Porto Alegre, os melhores entre os 1.274 inscritos. Beatriz, o primeiro lugar, ganhou R$ 5.000,00, o Troféu Roseli Doleski Pretto e um e-reader Kindle. Já Frederico recebeu R$ 3.000,00, o Troféu Roseli Doleski Pretto e um e-reader Kindle. Os trabalhos foram julgados por uma comissão indicada pelas instituições promotoras. Os contos premiados ainda poderão ser editados em antologia organizada pelo Instituto Estadual do Livro, a ser publicada em coedição com a Fundação Universidade de Passo Fundo e a Prefeitura de Passo Fundo.
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Espetáculo “Jornada de livros e sonhos”: o maior espetáculo que esta terra já viu Um lugar de sentimentos, igualdade, com poesia para todo o lado e repleto de gente que vê o mundo pelas palavras. Um mundo mágico feito de livros onde os sonhos se tornam realidade. Foi esse universo inspirado nas obras dos quatro autores homenageados – Ariano Suassuna, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector e Moacyr Scliar – que abriu a programação da 16ª Jornada Nacional de Literatura. Criado pela Cia da Cidade, o espetáculo “Jornada de livros e sonhos” foi apresentado na noite de abertura, após a sessão solene, e encantou o público presente em uma produção que uniu todos os tipos de arte: a literatura, as artes visuais, o teatro, o circo, a dança e a música. No centro disso tudo esteve Maria, que, ao lado de João Grilo e Chicó, embarca em uma jornada de aventuras até chegar à Jornada de Literatura. No caminho, índios, tigres, centauros, a poesia em pessoa e Nossa Senhora, que dá sua bênção para que a Jornada comece. Foram cerca de dois meses de preparação para criar essa história, que envolveu cerca de 130
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Homenageados Durante o encerramento da Jornada, algumas pessoas que contribuíram para o sucesso da Jornada foram homenageadas e receberam o Troféu Roseli Doleski Pretto. São elas: - Luiz Hoffmann e Maria Goreti Betencourt - professores da FAC/UPF, coordenaram a criação da programação visual do palco da Jornada pelo Núcleo Experimental de Publicidade e Propaganda da Faculdade de Artes e Comunicação da Universidade de Passo Fundo (Nexpp/FAC/UPF). - Mariane Loch Sbeghen - professora e coordenadora do curso de Artes Visuais da UPF, organizou as exposições do Espaço Moacyr Scliar. - Piéterson Duderstadt - diretor do espetáculo “Jornada de livros e sonhos”. - Carla Portal Vasconcellos - professora do curso de Arquitetura e Urbanismo e coordenadora do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo (Viva!Emau) da UPF, que fez os projetos arquitetônicos das Estações de Leitura e do Caminho das Artes. - Cristiano Mielczarski Silva – gerente de Comunicação e Marketing da UPF, representando a área de comunicação e por ser agregador de vários projetos. - Paulo Dutra, Magda Cavalheiro, Suzana Einloft, Josiane
artistas, entre bailarinos, artistas circenses, cantores, músicos e atores, além de 35 técnicos vindos não só de Passo Fundo, mas também de São Paulo, do Rio de Janeiro, do Paraná e de outras cidades do Rio Grande do Sul. A produção contou ainda com mais de 500 peças de figurino e sete músicas, produzidas exclusivamente para esse momento, e com um gigante painel de LED que se transformou em
Perini e Fábio Risson (representando a “Trupe da Jornada”) - equipe colaborativa que coordenou as frentes de atividades da Jornada. - Patrícia Langlois - diretora do Instituto Estadual do Livro. - Edison Alencar Casagranda - diretor do IFCH, representando as unidades acadêmicas. - Edemilson Brandão - secretário de Educação. - Pedro Almeida - secretário de Cultura de Passo Fundo - Édison Nunes - secretário de Transparência e Relações Institucionais. - Bernadete Maria Dalmolin - vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários da UPF. - Munira Awad: coordenadora da Divisão de Assuntos Comunitários da UPF. - O reitor da UPF, José Carlos Carles de Souza, e o prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo, receberam uma placa com trechos de poemas de Drummond em homenagem aos esforços conjuntos dedicados à Jornada e a tudo o que ela representa para a cidade.
um grande cenário virtual e transportou a plateia a vários ambientes. A grande surpresa, no entanto, ficou para o final, com a “presença” dos quatro homenageados, que, por meio de ilusionismo, apareceram no palco para mostrar que “sim, o amor é belo e sublime. E é bom ter sonhos, é bom acreditar neles. E é melhor ainda transformá-los em realidade”, como bem disse Moacyr Scliar.
Diversidade nas temáticas Nessa edição, não houve um tema principal norteando o evento. Os palcos de debates receberam várias temáticas e novos coordenadores: Alice Ruiz, Augusto Massi e Felipe Pena. Os temas dialogaram com contexto da sociedade atual, mas não tiveram um foco específico. A primeira conferência do Espaço Ariano Suassuna foi na noite do dia 3 de outubro, com o tema “Literatura e imagem: além dos limites do real”. No dia 4 de outubro, o público pôde conferir o debate “Centauro, pedra, rosa e estrela: Scliar, Suassuna, Drummond, Clarice”. “Por elas: a arte canta a igualdade” foi o tema do dia 5 de outubro. E no último dia, 6 de outubro, o debate abordou “Monstros e outros medos colecionáveis”. - Imagens e literatura O escritor Augusto Massi deu início aos debates destacando o tema e a importância de ver a literatura dialogando com outras áreas, em especial, com as imagens, tema da conferência. “Nós estamos abrindo a Jornada de Literatura de forma muito híbrida com formas mais democráticas de cultura, mas que retornam ao livro. É uma discussão que sai de algo mais efêmero e eu espero que a gente consiga, simbolicamente, fazer uma grande cartografia”, disse, fazendo
menção à obra W, de Roger Mello. Pedro Gabriel, escritor conhecido por criar um universo em guardanapos de papel na obra Eu me chamo Antônio, iniciou o debate brincando que nunca falou para tanta gente em sua vida. Para ele, os guardanapos são uma forma de desenhar sua vida. Também participou o quadrinista, artista plástico e editor Rafael Coutinho, um dos artistas mais conceituados no Brasil. O jornalista, escritor e apresentador Zeca Camargo, entre outros assuntos, falou sobre preconceito e sobre o desafio de circular tanto pelo universo do jornalismo
quanto pelo da literatura. Para Zeca, a literatura é uma arte da comunicação, e, para vencer o preconceito, é preciso fazer e provar que se é capaz. Também participou desse debate Roger Mello, um dos ilustradores mais premiados do Brasil – referindo apenas o Prêmio Jabuti, ele tem 10 premiações –, sendo considerado o autor Nobel dos quadrinhos. - Tradição literária Em um movimento de reverência, o público que esteve presente no Espaço Suassuna no dia 4 de outubro pode Foto: Gelsoli Casagrande
Escritores Pedro Gabriel, Rafael Coutinho, Roger Mello e Zeca Camargo participaram da 16ª Jornada Nacional de Literatura na noite de terça-feira, 3 de outubro
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Novembro | Dezembro 2017 Fotos: Fotos: GelsoliDivulgação Casagrande
Bráulio Tavares, Cintia Moscovich, Nádia Battella Gotlib e Ricardo Silvestrin debateram a obra de Moacyr Scliar, Ariano Suassuna, Carlos Drummond de Andrade e Clarice Lispector Conceição Evaristo, Federico Andahazi, Marina Colasanti, Edegar Pretto e Thedy Corrêa fizeram parte da terceira conferência
ver uma Jornada se abrir também para homenagear a tradição, revivendo a trajetória e a obra de quatro grandes escritores brasileiros: Moacyr Scliar, Ariano Suassuna, Carlos Drummond de Andrade e Clarice Lispector. O tema da mesa “Centauro, pedra, rosa e estrela: Scliar, Suassuna, Drummond, Clarice” teve relação com as grandes obras dos autores homenageados. Nádia Battella Gotlib, considerada a principal biógrafa de Clarice Lispector, foi uma das participantes da mesa. Já Cintia Moscovich, amiga pessoal de Scliar e profunda conhecedora da obra e das temáticas do autor, revelou que Scliar era “politicamente correto”, cordial e generoso. Bráulio Tavares, um dos importantes nomes da literatura de cordel da atualidade, é um profundo conhecedor da trajetória crítica e criativa de Ariano Suassuna, que foi, para ele, além de um iconoclasta, um grande professor, capaz de desconstruir os assuntos mais sérios e, ao mesmo tempo, continuar sério. O poeta Ricardo Silvestrin falou sobre Carlos Drummond de Andrade. O escritor lembrou as várias faces de Drummond – poeta, contista e cronista –, destacando que uma delas era a de um escritor que considerava inadmissível que alguém se baseasse em sua obra. “‘Vá criar sua própria poesia’, dizia. Para ele, a poesia era o que ainda estava para ser escrito”, contou Silvestrin.
- Igualdade de gênero Participaram da mesa “Por elas: a arte canta a igualdade” autoras e autores contemporâneos, como Conceição Evaristo, o argentino Federico Andahazi e Marina Colasanti, além do integrante do Comitê brasileiro do #Heforshe (ElesporElas), Edegar Pretto, e do músico Thedy Corrêa. Marina Colasanti, que já havia estado na segunda edição da Jornada, enfatizou que é uma “alegria estar de volta e ver a Jornada de volta”. Marina ressaltou que gostaria muito de afirmar que a arte é extremamente modificadora, mas, segundo ela, não é o que a história diz. “A arte melhora nosso cotidiano, nosso olhar, é um refúgio, mas o mundo não tem mudado como a gente gostaria. Quando olhamos a história, é o mesmo sistema sempre”, ressaltou a escritora, que afirmou que isso não significa que o ser humano deve se afastar da arte, pelo contrário. “Se somos assim com arte, imagina sem arte”, observou Marina. Já Conceição Evaristo respondeu que não tem respostas, mas reflexões sobre ela. “A arte vai tocar as emoções das pessoas. Tem que ser convocatória para romper barreiras e trazer novos modos de dizer e de ser e a literatura é um espaço que propicia isso”, destacou a escritora, que tem uma produção literária voltada para reflexões acerca das questões de raça e de gênero. Conhecido por seus romances históricos, o argentino Federico Andahazi também comentou sobre igualdade de gênero. “Não queiram me convencer de que hoje existe igualdade entre homens e mulheres”, enfatizou. O cantor e compositor Thedy Correa relembrou o primeiro sucesso da banda Nenhum de Nós, a música Camila Camila, que trata de um caso de violência de gênero contra mulheres. Segundo The-
dy, mesmo passados muitos anos, a letra ainda contempla uma realidade presente na sociedade. O presidente da Assembleia Legislativa do RS, Edegar Pretto, que coordena o Comitê Gaúcho Impulsor do Movimento HeForShe (ElesPorElas), enfatizou que a militância nos movimentos sociais e na luta pela igualdade de gênero vem de casa, referência que se deve aos pais. - Medos colecionáveis A última conferência, no dia 6 de outubro, debateu “Monstros e outros medos colecionáveis”. O psicanalista e escritor Mario Corso é um especialista no tema. Entre suas obras, está Monstruário – Inventário de entidades imaginárias e de mitos brasileiros, livro pelo qual recebeu a Menção Honrosa do Jabuti. Durante o debate, falou de diversos monstros e a construção deles, desde a sereia até o zumbi. “Monstros estão aí para falar de coisas das quais a gente não consegue ou não gosta de falar. Os monstros falam daquelas coisas que a gente tem dificuldade para falar e que supostamente ferem as pessoas”, comentou o escritor. Outro que pode ser considerado um “especialista” no tema é o escritor Mário Rodrigues, que tem um livro chamado Receita para se fazer um monstro, no qual narra a construção de um sujeito desprovido de humanidade a partir de experiências dolorosas na infância, principalmente na família. Tanto Mário Rodrigues quanto a outra participante da mesa, Débora Ferraz, são os vencedores do prêmio Sesc de Literatura. Julián Fuks, vencedor do Prêmio Jabuti em 2016 e considerado um dos melhores jovens escritores do Brasil, apresenta, na obra A resistência, os regimes autoritários como monstros e fala sobre a forma como essas relações opressoras repercutem na intimidade das relações afetivas e familiares. Já Michel Laub, autor de O tribunal de quinta-feira, livro que traz os terrores da contemporaneidade, também tratou do tema ao comentar que a sociedade vive uma crise semântica.
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Jornadinha e suas tendas Bate-papo entre crianças e escritores foi realizado nas tendas da 8ª Jornadinha Nacional de Literatura, no Espaço Lendas Brasileiras, Clarice Lispector Foto: Gelsoli Casagrande
Jovens leitores fizeram perguntas sobre a obra e a vida dos escritores que participaram da Jornadinha
Desafio de ilustradores Iniciativa inédita no Brasil, o Slam de Ilustração se transformou em uma grande performance de ilustradores com a participação do público da Jornadinha. A atividade, coordenada por Volnei Canônica, contou com a participação dos ilustradores Daniel Kondo, Ivan Zigg, Mariana Massarani e Roger Mello, nos dias 5 e 6 de outubro. Inédita no Brasil – algo parecido só havia sido feito na Feira do Livro de Xangai, na China –, a atividade desafiou os ilustradores a, divididos em dois grupos, criar desenhos a partir do tema escolhido pelo coordenador. As regras, no entanto, eram feitas pelas duas mil crianças do 6º ao 9º ano do ensino fundamental que acompanharam a ação. Ao sinal dos gritos de guerra inventados pelas crianças, os ilustradores trocavam de lugar, passando a intervir um na ilustração do outro em uma performance/competição de ilustradores. Além dos ilustradores, 12 crianças da plateia foram convidadas a participar da brincadeira. Ao final, os times ainda foram desafiados a criar uma história baseada nas ilustrações desenvolvidas em um jogo que acabou com todos vencedores e sem julgamentos do que é mais bonito. “Às vezes, é bom lembrar que o bonito não existe, é o interessante que nos provoca, que mexe com nossos sentimentos. Quem ganhou? Todos nós!”, comentou o coordenador da atividade. Foto: Gelsoli Casagrande
“Quem tem pergunta aí?” A indagação dos apresentadores das tendas Yara, Malazarte, Negrinho do Pastoreio e Curupira, localizadas no “Espaço Lendas Brasileiras, Clarice Lispector” – nome alusivo à obra da escritora Como nasceram as estrelas (1987) – da 8ª Jornadinha Nacional de Literatura, agitou as crianças, que levantavam as mãos e gritavam o mais alto possível para serem os escolhidos para perguntar aos autores. A Jornadinha recebeu 20 mil crianças do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental. A programação contou com a participação de autores premiados como Daniel Kondo, Lúcia Hiratsuka e Jean-Claude Alphen, além de nomes como Alexandre de Castro Gomes, Edson Gabriel Garcia, Eliandro Rocha, Felipe Castilho, Heloisa Prieto, Luiz Antônio Aguiar, Márcia Leite, o angolano Ondjaki, Pablo Morenno, Pedro Duarte, Renata Tufano, Renata Ventura, Rosana Rios e Selma Maria. Durante os meses que antecederam a Jornadinha, as crianças leram os livros
dos autores e realizaram diversos trabalhos baseados nas obras, reforçando um dos principais objetivos das Jornadas Literárias, que é a formação de leitores, processo iniciado na infância. “O livro é muito perigoso. Ele forma opinião e faz a gente refletir, buscar nossa singularidade no mundo. O livro faz a gente olhar para nós mesmos e expressar aquilo que a gente sente. E esse encontro presencial com os leitores mostra que o escritor não é um morto, que fica lá na prateleira da biblioteca. Mostra que o escritor está vivo, que pensa, que é contemporâneo. Esse encontro é importante para manter viva a literatura”, declara a escritora Selma Maria. O encontro com os escritores era, claro, o momento mais esperado pelos alunos. E eram muitas as perguntas. Em algumas tendas, as crianças fizeram fila para tirar suas dúvidas e matar sua curiosidade sobre a obra e a vida dos escritores. “No seu livro Roupa de Brincar, o armário é o coração?”, perguntou uma das crianças para o escritor da obra, Eliandro Rocha,
que respondeu: “Quem escreve somos nós escritores, mas a interpretação é do leitor. Você pode ler a história do seu jeito. Então, se você acha que é o coração, é o coração”, respondeu o escritor. Quatro mil crianças por dia se revezaram entre as tendas e o Espaço Suassuna, na grande lona, que também recebeu as crianças, que assistiram a atividades artístico-culturais, como shows artísticos e contadores de histórias.
Slam de Ilustração foi um dos grandes destaques da Jornadinha. A atividade foi inédita no Brasil – algo parecido só havia sido feito na Feira do Livro de Xangai, na China
A Jornada invade a cidade e cumpre a missão Centenas de pessoas acompanharam o Caminho das Artes durante as três noites de programação na Rua Independência A música de Cassia Eller, interpretada por uma jovem passo-fundense no meio da Rua Independência no entardecer de 5 de outubro, dizia que “alguma coisa aconteceu. Tá tudo assim tão diferente”. E realmente estava. A arte, em suas diversas manifestações, ocupou a rua e coloriu o espaço que antes era apenas marcado pelo cinza do asfalto e pela passagem dos carros. As centenas de pessoas que acompanharam a programação gratuita das três noites de atividades do Caminho das Artes viram a 16ª Jornada Nacional de Literatura cumprir mais uma missão: a de jornalizar a cidade. Montado na Rua Independência, entre a rua Capitão Eleutério e a rua Fagundes
Foto: Leonardo Andreoli
Programação do Caminho das Artes teve apresentações de poesia de rua, intervenções visuais, teatro e música ao vivo
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Projeto Leituras Boêmias propôs a realização de debates e discussões informais, abertos à comunidade, em bares da cidade e espaços culturais
Ao todo, sete exposições foram montadas no Espaço Moacyr Scliar
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dos Reis, o Caminho das Artes reuniu, durantes três dias, do entardecer até o fim da noite, diferentes expressões artísticas e todas as pessoas da comunidade foram convidadas a participar gratuitamente. Na programação, apresentações de poesia de rua, intervenções visuais, teatro e música ao vivo. Assim como os cerca de 150 envolvidos na organização da programação inédita precisaram entender a melhor forma de realizar as atividades durante as noites, o público também se envolveu aos poucos. O número de participantes aumentou conforme os dias se passaram e eles também começaram a entender a ocupação daquele espaço. A professora do curso de Arquitetura e Urbanismo e coordenadora do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo (Viva!Emau) da UPF, Dra. Carla Portal Vasconcellos, que integrou a comissão organizadora do Caminho das Artes, contou que as pessoas chegavam aos poucos para conhecer o espaço e as atividades que aconteciam ali e então passavam também a ocupá-lo e a interagir com tudo que estava acontecendo. Na última noite, acadêmicos e professores do curso de Arquitetura e Urbanismo também participaram com intervenções e exposição fotográfica. A
iniciativa, segundo a professora, propôs a retomada da cidade pelas pessoas e também que a comunidade se sentisse participante da Jornada de Literatura. A Rua Independência foi escolhida, entre outros fatores, por ser um espaço que tem muito significado para a cidade. “É muito difícil construir espaços que tenham significado, mas é muito fácil de destruir”, explicou. Na opinião de Maria Lúcia Casanova, visitante do Caminho, aproximar a Jornada da comunidade trouxe alegria especial para quem passou pela rua. “As apresentações foram maravilhosas e essas ações fazem a diferença na vida cultural da cidade. Seria ótimo se tivéssemos isso sempre”, destacou. A vida da cidade passa a ter outra cor, segundo Diego Fossatti, que também percorreu o Caminho das Artes. Acompanhado da esposa e do filho pequeno, ele prestigiou as intervenções artísticas e ressaltou a importância de a Jornada estar mais próxima das pessoas. “Nem sempre a comunidade consegue ir até o Campus I para acompanhar as atividades, então, trazer a Jornada até a comunidade faz a vida da cidade ficar mais colorida”, explicou. A atividade contou com diversos parceiros, entre eles: Sociedade dos Poetas Vivos, MAVRS e cursos de Artes Visuais e Arquitetura e Urbanismo da UPF, Grupos Artísticos UPF Teatro Escola de Atores Dia, Musiclass, Academia Passo-Fundense de Letras e Viva!Emau/UPF.
A literatura na informalidade de um bar A rua Independência também foi o ponto de encontro para os amantes da literatura e da boemia. Foi com a crônica “Chegadas e partidas”, do escritor Felipe Pena, que o projeto Livros na Mesa: Leituras Boêmias deu seu pontapé inicial no bar Maktub. Iniciativa inédita nas Jornadas Literárias, o projeto propôs a realização de debates e discussões informais, abertos à comunidade, em bares da cidade e espaços culturais. Ao todo, foram realizados seis encontros, que aconteceram, além do Maktub, no Botecco, no Quina e na Casa de Cultura Vaca Profana e contaram com a presença de escritores como Zeca Camargo, Pedro Gabriel, Felipe Pena, Alice Ruiz, Rafal Coutinho, Tico Santa Cruz e Michel Laub, entre outros. Todos os encontros tiveram ainda a presença de músicos locais tocando para os convidados. Presente na primeira noite do projeto, o professor Miguel Rettenmaier se disse absolutamente impressionado pelo respeito do público que esteve nos bares. “As pessoas respeitosamente ouviram e interagiram com nossos escritores. Isso aponta que nós estamos numa circunstância privilegiada de recepção e de comportamento de plateia. As pessoas estão aqui vendo os escritores, entrando em contato com eles na informalidade de um bar, mas com um respeito muito grande pelo que está acontecendo”, destacou. Essa informalidade, segundo o professor, foi pensada justamente com o objetivo de que as pessoas estejam em uma forma de união e de sensibilização coletiva do texto literário. Para o professor, trata-se de uma iniciativa muito promissora. “Acho que é um momento histórico na Jornada”, finalizou.
A arte em suas diversas formas Fotografias, gravuras, pinturas, colagens e vários outros tipos de artes plásticas também puderam ser conferidos por toda a comunidade durante a 16ª Jornada e a 8ª Jornadinha Nacional de Literatura. No total, sete exposições foram montadas no Espaço Moacyr Scliar apresentando obras de artistas convidados e também do acervo do Museu de Artes Visuais Ruth Schneider (MAVRS). A organizadora das exposições, professora e coordenadora do curso de Artes Visuais da UPF, Me. Mariane Loch Sbeghen, destacou que os visitantes puderam conferir diferentes técnicas. Dentre as peculiaridades dessa ativida-
de, destaca-se a exposição de obras de Carlos Scliar, primo do homenageado Moacyr Scliar, e de Mariana Valente, neta de Clarice Lispector. Além disso, foram expostas obras de Ruth Schneider e de fotógrafos de Passo Fundo, como forma de marcar o aniversário de 160 anos do município. O público também pôde conferir e interagir com as obras dos escritores e ilustradores Rafael Coutinho e Daniel Kondo, convidados da Jornada e da Jornadinha, e dos acadêmicos do curso de Artes Visuais da UPF. Além do Espaço Moacyr Scliar, as exposições também foram espalhadas em outros pontos do Campus e da cidade.
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Seminários discutiram pesquisa, leitura, literatura e linguagem O Seminário Internacional de Pesquisa em Leitura, Literatura e Linguagens: novas topografias e o Seminário de Literatura Gaúcha também integraram a programação da 16ª Jornada Nacional de Literatura. Ambos os eventos reuniram profissionais, escritores e pesquisadores de diversos lugares e instituições e discutiram temas relacionados à leitura e à literatura na cena contemporânea. Organizado pelo Instituto Estadual do Livro (IEL), o Seminário Literatura Gaúcha - Cena Contemporânea foi idealizado como uma forma de aproximar o público de importantes escritores gaúchos e debater os diversos gêneros e formas de literatura dentro da cena atual. Para isso, teve a participação de escritores consagrados na cena literária gaúcha. Ao todo, foram realizados quatro encontros que discutiram quatro grandes temas: Literatura e mídias digitais - Produção, leitura e divulgação; Poesia contemporânea - Percursos de linguagem; Literatura infantil e juvenil - Para além da escola: o livro como personagem principal; e Jornalismo e literatura - dá pra misturar? Entre os escritores, estiveram nomes como Marcelo Spalding, Lilian Rocha, Luis Coronel, Marcello Campos e Glaucia de Souza. O Seminário Internacional de Pesquisa em Leitura, Literatura e Linguagens: novas topografias discutiu “Leitura e literatura: memória, discurso, manuscritos e percurso de criação” no primeiro dia; “Leitura, literatura, linguagens e ensino”, no segundo; e “Leitura, literatura e linguagens: novas topografias textuais”, na última tarde. As discussões e reflexões foram organizadas por meio de mesas coordenadas e palestras, comunicações e movimentos e atividades culturais, que tiveram a finalidade de promover debates sobre o
Sobre a Jornada A 16ª Jornada Nacional de Literatura e a 8ª Jornadinha Nacional de Literatura foram promovidas pela Universidade de Passo Fundo (UPF) e pela Prefeitura de Passo Fundo. Os eventos contaram com os patrocínios do Banrisul, da Corsan, da Ambev, da Companhia Zaffari & Bourbon, da Ipiranga, da Panvel, da SulGás, da Triway e da TechDEC; com o apoio cultural da BSBIOS, do Sesi e da Coleurb; patrocínio promocional da Capes, da Fapergs, da Italac e da Oniz; com a parceria cultural do Sesc; financiamento do Governo do Estado – Secretaria da Cultura – Pró-cultura RS LIC e realização do Ministério da Cultura.
Fotos: Gelsoli Casagrande
entrelaçamento da leitura, da literatura e de linguagens para o ensino de língua. Entre os participantes do Seminário Internacional, estiveram os professores Dra. Fernanda Mussalim (Universidade Federal de Uberlândia) e Dr. Philippe Willemart (USP). A mediação da mesa foi feita pelo coordenador do Seminário, Dr. Ernani Cesar de Freitas (UPF). Também participaram a Dra. Angela Paiva Dionísio (UFPE), a Me. Cecília Bajour (Universidade Nacional de San Martin – Argentina), o Dr. Rildo Cosson (CEFOR/ Brasília), o Dr. Alckmar Luiz dos Santos (UFSC), a Dra. Ana Elisa Ferreira Ribeiro (Cefet – MG), o Dr. Rui Torres (Universidade Fernando Pessoa – Porto/Portugal) e a Me. Renata Loureiro Frade (UERJ). Algumas participações ocorreram por videoconferência, realizada com apoio da UPF Virtual. Flicom Além dos seminários, a programação da 16ª Jornada também contemplou a realização da 3ª Festa Literária da Comunicação (Flicom), evento promovido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), em parceria com a Faculdade de Artes e Comunicação (FAC) da UPF. A atividade reuniu pesquisadores de comunicação, jornalistas, publicitários e profissionais da área que escrevem e fazem literatura com o objetivo de pensar a comunicação e a literatura em uma grande festa literária. Entre os temas debatidos nos dois dias evento, estiveram as fronteiras entre ficção e
realidade nas narrativas contemporâneas; a leitura em rede; as interações, performances e recursos estilísticos; e a iconoclastia, história e narrativas políticas. Para o coordenador da Flicom, o jornalista e escritor Felipe Pena, o espírito dessa festa foi o de conseguir dar uma dinâmica diferenciada e “rebelde” ao que se chama de literatura. “Nossa ideia foi a de ultrapassar os cânones e ter uma nova visão daquilo que a gente chama convencionalmente na academia de literatura. Partimos para uma narrativa que fosse a tradução da complexidade e isso significa ser simples. A simplicidade não é superficialidade, a simplicidade é a laboriosa tradução da complexidade. Escrever fácil é muito difícil”, destacou. Entre os convidados da Flicom, estiveram o músico Tico Santa Cruz e o jornalista Juremir Machado. A atividade também reuniu profissionais que trabalham como bloggers e booktubers para discutir a leitura em rede, em uma conversa sobre diferentes plataformas usadas como forma de potencializar a leitura, especialmente a infantil.
Seminários reuniram profissionais, escritores e pesquisadores de diversos lugares e instituições para discutir temas relacionados à leitura e à literatura na cena contemporânea
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universidade
I Encontro sobre Cidades Educadoras e Inteligentes é realizado na UPF Salas temáticas O encontro contou ainda com a realização de cinco salas temáticas que debateram os seguintes temas: Cidades educadoras, sustentabilidade e espaços públicos; Cidades educadoras, gestão intersetorial do território e educação integral; Cidades educadoras, cidades inteligentes e inovação; Cidades educadoras, mobilidade urbana e acessibilidade; e Cidades educadoras e o enfrentamento à violência de gênero. Além disso, o evento apresentou um painel com o tema “Experiências e práticas de cidades educadoras e inteligentes”, do qual participaram André Gomyde, presidente da Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas; Raiana Ribeiro, da ONG Aprendiz Cidade Escola; e Rodrigo Neris, que apresentou o exemplo do município de Santiago, considerado o terceiro na colocação de cidades educadoras do Rio Grande do Sul.
Os desafios dos municípios do século XXI para promoção da qualidade de vida foram debatidos no evento que reuniu comunidade, gestores públicos e profissionais
Fotos: Jéssica França/ Gelsoli Casagrande
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iver em uma cidade que proporcione qualidade de vida, com espaços públicos eficientes e oportunidades para o crescimento e o desenvolvimento do empreendedorismo e inovação são alguns dos objetivos propostos pelo conceito de Cidade Educadora e Inteligente. Atuando como fomentadora do desenvolvimento em toda a região Norte do Rio Grande do Sul, a Universidade de Passo Fundo promoveu, em setembro, o “I Encontro sobre Cidades Educadoras e Inteligentes: desafios dos municípios do século XXI”. Os objetivos do desenvolvimento sustentável e suas articulações diante da perspectiva das cidades educadoras e inteligentes foram debatidos. Durante o evento, o reitor José Carlos Carles de Souza frisou que não há como abordar o tema sem passar pelas escolas e universidades, pois essas instituições estão ligadas ao desenvolvimento social e econômico. “A proposta das cidades educadoras transcende os limites do que se pode pensar social e economicamente, pois o contexto é muito maior. A missão das universidades comunitárias é fazer essa interface entre profissionais, professores e comunidade. A UPF vem se estabelecendo ao longo dos anos em uma relação cada vez mais próxima, com um território sustentável, espaço inovador e inteligente e sobretudo de confraternização entre as pessoas”, destacou. O reitor ainda salientou que o papel das universidades comunitárias é fundamental para o desenvolvimento de cidades educadoras e inteligentes, pois atuam com ensino, pesquisa, extensão e inovação, visando a um espaço mais
O papel das universidades comunitárias para o desenvolvimento das cidades educadoras e inteligentes foi destacado no evento
adequado para a qualidade de vida das comunidades em que estão inseridas. “O Comung integra 15 instituições de ensino que desenvolvem mais de 1.600 projetos nessa interação forte e efetiva com as comunidades, tornando a vida no espaço onde estão localizadas mais harmônica e integrada e, sobretudo, amparada em um contexto de sustentabilidade”, ressaltou. Transformação social por meio da estruturação de espaços públicos A secretária de Planejamento de Passo Fundo Ana Paula Wickert apresentou as ações desenvolvidas pelo governo municipal que tornam Passo Fundo uma cidade melhor para se viver, com intervenções nos espaços públicos. “Nós trabalhamos com diversas intervenções e o que se vê é uma forma de entender a cidade, porque quando as pessoas começam a compartilhar o espaço público, também têm uma mudança de percepção da cidade, entendendo melhor a visão do outro. Além disso, elas se socializam mais, vivendo um sentimento de apropriação, permitindo que desfrutem do ambiente”, comentou. Foram apresentados os projetos de reestruturação de praças e demais espaços públicos com implantação e desenvolvimento de ciclovias na cidade. Conforme Ana Paula, o melhor aproveitamento e a apropriação mais adequada dos espaços
O conceito de cidades educadoras e inteligentes foi debatido sob diferentes perspectivas no encontro
urbanos se deram com base em uma forma educadora na cidade, com respeito ao outro e com o cuidado com a preservação dos ambientes. Conferência Desafios dos Municípios do Século XXI A abertura do I Encontro sobre Cidades Educadoras e Inteligentes ocorreu no dia 13 de setembro, no Centro de Eventos da UPF. O coral da Universidade realizou a apresentação artística do evento, que contou com a presença de autoridades. Representando o governo municipal, prestigiaram a atividade o secretário de Educação, professor Dr. Edemilson Brandão, e o representante da Câmara de Vereadores, vereador e professor Me. Marcio Patussi. A apresentação do Programa UniverCidade Educadora UPF foi realizada pelo professor da Faculdade de Educação e coordenador da Divisão de Extensão, Dr. Marcio Tascheto, que destacou a importância de debater o conceito de cidade educadora em toda a região. “Entendemos que as cidades educadoras são uma alternativa interessante para se pensar novas possibilidades de construção do espaço urbano, pensando em uma cidade voltada para a afirmação da cidadania”, disse. O encontro contou ainda com a presença da coordenadora das Cidades Educadoras Latino-americanas, a argentina Laura Alfonso, que apresentou a experiência de cidade educadora de Rosário. “As cidades educadoras trabalham em projetos para que todos possam ter iguais oportunidades. Não somente nas instituições, que podem ser educativas, culturais ou recreativas, mas em toda a vivência, com pequenas ações que favorecem a educação”, afirmou.
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universidade
Avaliação da Capes revela o crescimento da
pós-graduação na UPF
Dados divulgados dizem respeito ao stricto sensu. Programas de Pós-Graduação em Educação e em Letras obtiveram nota 5
Foto: Gelsoli Casagrande
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o longo dos últimos anos, a UPF tem trabalhado na melhoria, na qualificação e na ampliação de seus programas de pós-graduação. Esse esforço, feito por meio da capacitação do corpo docente, da internacionalização e do fortalecimento na produção de pesquisas, foi demonstrado na avaliação quadrienal da Coordenação de Aperfeiçoamento para Pessoal de Nível Superior (Capes). Os dados divulgados no mês de setembro revelam o crescimento dos programas da Universidade. Entre os 15 programas oferecidos pela Instituição, os de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) e em Letras (PPGL) conquistaram a nota 5. O Sistema de Avaliação desenvolvido pela Capes é conduzido, dentre outros, com base no reconhecimento e na confiabilidade fundados na qualidade assegurada pela análise dos pares; em critérios debatidos e atualizados pela comunidade acadêmico-científica a cada período avaliativo; e na transparência firmada na ampla divulgação das decisões, ações e resultados no portal da Capes e nas páginas das áreas de avaliação. A Avaliação Quadrienal é parte do processo de Permanência e é realizada em 49 áreas de avaliação, número vigente em 2017, seguindo sistemática e conjunto de quesitos básicos estabelecidos no Conselho Técnico Científico da Educação Superior (CTC-ES). Para o reitor da UPF, professor José Carlos Carles de Souza, o momento é de congraçamento e de reforço das ações que são desenvolvidas. “O resultado obtido pelos nossos programas de pós-graduação perante a avaliação da Capes demonstra o protagonismo da UPF e reitera o nosso posicionamento de aprimorar e ampliar o ensino, a pesquisa, a extensão e a inovação tecnológica. Esse trabalho é fruto da política de expansão e consolidação da ciência na UPF implantada desde 2010. Mesmo tendo uma trajetória recente, nossos programas comprovam uma evolução permanente”, salienta, destacando que o caminho percorrido enche de orgulho toda a equipe envolvida. Dos 15 programas em andamento na UPF, quatro tiveram aumento na nota e dois conquistaram a nota 5. Os programas de Bioexperimentação, Ensino de Ciências e Matemática, Envelhecimento Humano e Odontologia passaram do conceito 3 para 4. Os programas de Educação e Letras obtiveram a nota 5. De acordo com o vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Leonardo José Gil Barcellos, esta é a primeira vez que a Universidade tem dois programas avaliados com o conceito 5. Para ele, esse resultado é fruto do empenho de todos para que a pesquisa e a inovação estivessem cada vez mais presentes. “Vivemos, nos últimos anos, uma expansão sem precedentes no nosso stricto sensu. Oito novos programas, cinco novos cursos de doutorado. Esse desempenho nos aponta caminho irreversível de consolidação. A mudança veio quando tomamos a firme decisão de promover essa expansão, colocando-a como primeira meta em nosso PDI. Retomamos fortemente a capacitação docente, apoiamos a participação em eventos, as publicações internacionais e cursos de formação de todo o tipo. O trabalho de todos nos propiciou esse momento raro, no qual, num ciclo curto de bem menos do que uma década,
crescemos exponencialmente em número e em excelência, agora percebida e devidamente qualificada pelo sistema de avaliação da Capes”, ressaltou. Para a professora Rosani Sgari, vice-reitora de Graduação, a soma de esforços gera os resultados obtidos. "A Universidade é construída, a cada dia, coletivamente. A cooperação e a colaboração de todas as áreas do conhecimento alimentam a excelência no ensino, na pesquisa, na extensão e na inovação. Os bons conceitos conquistados indicam que essa sintonia é o caminho a percorrer", destacou. A vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, professora Bernadete Maria Dalmolin, ressaltou a importância da integração da Universidade no crescimento de todos os setores e das áreas de conhecimento. “Quando trabalhamos de forma coletiva e sabemos aonde queremos chegar, o trabalho fica mais fácil. Esse é um caminho que não é curto. Esse resultado é fruto de uma dedicação de longa data que envolveu tanto professores quanto funcionários e a comunidade. Quando pensamos na excelência acadêmica, precisamos de todos esses movimentos e isso se reflete nos demais segmentos da Instituição, qualificando todos os espaços“, expressou. Na opinião do vice-reitor Administrativo, professor Agenor Dias de Meira Junior, a Universidade é uma das maiores instituições de ensino superior do estado e os resultados estão sendo sentidos a cada ano. “Só temos a agradecer aos professores, aos funcionários e aos alunos que dedicaram tempo e esforço para que esse reconhecimento acontecesse. É uma conquista de toda a Instituição”, reforçou.
Coordenadores e diretores reunidos celebraram as notas conquistadas
Uma avaliação que abre portas O conceito 5 na avaliação da Capes representa não apenas o crescimento dos programas, mas também novas possibilidades. Para o coordenador do PPGEdu, professor Dr. Claudio Almir Dalbosco, a nota coloca o Programa entre os cursos de elite do país, inserido entre os melhores. “Para se chegar a esse conceito, é preciso excelência na produção do corpo docente, teses e dissertações de qualidade e uma regularidade na história do programa. Esse é um trabalho que vem sendo feito há anos e essa nota é resultado de um plano de metas que orienta as ações do PPGEdu. Agora, mais espaços são abertos para a internacionalização dos programas, com acesso para tipos diferenciados de financiamento, com a participação em editais que são voltados para cursos qualificados”, destacou. Mais do que uma avaliação positiva, a nota 5 da Capes revela o comprometimento das equipes de trabalho. Segundo a coordenadora do PPGL, professora Dra. Claudia Toldo, o resultado serve como motivação. “Essa avaliação é o reconhecimento do trabalho feito pelo grupo docente e discente do Programa e demonstra o fortalecimento das linhas de pesquisa e das pesquisas realizadas pelos professores. Nosso desafio é manter o 5 e aumentar cada vez mais a excelência de todo trabalho realizado em pesquisas, orientações, aulas e publicações”, frisou.
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pequisa e inovação Pesquisa aponta novos caminhos para o combate à Hepatite E Pesquisas foram publicadas em duas importantes revistas internacionais: FEMS Microbiology Letters (2016) e PlosONE (2017)
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m 2013, um grupo de pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Bioexperimentação da Universidade de Passo Fundo (PPGBioexp/UPF) iniciou uma série de estudos sobre o vírus da Hepatite E (HEV). Recentemente, o grupo desenvolveu um antígeno recombinante derivado da proteína que forma o capsídeo viral, dando um importante passo para o desenvolvimento de um teste de diagnóstico sorológico e de uma vacina contra esse vírus. Os resultados das pesquisas realizadas foram publicados em duas importantes revistas internacionais, a FEMS Microbiology Letters (2016) e a PlosONE (2017). Um dos líderes da pesquisa, o professor Dr. Rafael Frandoloso, está no Canadá, onde desenvolve seu estágio pós-doutoral com apoio da UPF. Ele lembra que tudo começou com uma aula do virologista Dr. Fernando Spilki, da Feevale, sobre patógenos transmitidos pela água, entre eles, o vírus da Hepatite E. A partir de então, o grupo realizou uma intensa revisão sobre o tema, discutindo o cenário global da Hepatite E, encontrando o foco das pesquisas a serem desenvolvidas. Segundo o vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UPF, professor Leonardo José Gil Barcellos, o trabalho é fruto do investimento da Instituição na formação continuada de seus docentes e da preocupação da Universidade em oferecer espaços de pesquisa qualificados, modernos e atualizados. “Desde o início desta gestão, temos concentrado esforços na capacitação e na qualificação dos nossos professores e alunos. Com investimento em laboratórios modernos e aptos ao desenvolvimento de pesquisas nas mais variadas áreas e parcerias nacionais e internacionais cada vez mais consolidadas, temos alcançado bons resultados, sentidos não apenas pela comunidade acadêmica, mas por toda a sociedade”, pontua. A pesquisa Rafael Frandoloso explica que o primeiro projeto, executado pela médica hematologista e mestre em Bioexperimentação Denise de Almeida Ramos, teve por objetivo produzir de forma recombinante o extremo C-terminal da proteína ORF2 do HEV.
Os resultados, publicados em 2016 na dessa pesquisa revelaram uma situarevista britânica FEMS Microbiology ção verdadeiramente alarmante: 314 Formação Letters, demonstraram que a proteína (40,5%) dos 770 doadores analisados de recursos ORF2 recombinante era imunogênica apresentavam anticorpos contra o humanos (capaz de induzir a produção de antivírus, índice que coloca a região de Os resultados ciencorpos) e que os anticorpos gerados tíficos obtidos foram Passo Fundo como a primeira região eram capazes de reconhecer especifi- 100% desenvolvidos no endêmica no que refere à Hepatite E camente o HEV gt3 isolado de suínos. laboratório por alunos no Brasil. Ao mesmo tempo, foi demonstrado em fase de formação e Os pesquisadores envolvidos no vinculados ao Mestraque anticorpos humanos (paciente segundo projeto foram: Rafael Pando em Bioexperimensabidamente infectado pelo HEV) e dolfi, Denise Ramos de Almeida, Marde animais experimentalmente in- tação da UPF. Além dos celo Alves Pinto, Luiz Carlos Kreutz fectados com o HEV também eram mestrandos, Frandolo- e Rafael Frandoloso. capazes de reconhecer o antígeno so também destaca a vinculação dos alunos recombinante desenvolvido no esImpacto real e futuro de iniciação científica tudo. Em conjunto, os resultados Na opinião do professor, o impacto nas pesquisas. demonstraram que a proteína ORF2 da pesquisa para a comunidade mérecombinante contempla todos os dica é extremamente valioso, fundapré-requisitos imunológicos que caracterizam mentalmente para os profissionais que trabalham um excelente e promissor antígeno tanto para com doenças infectocontagiosas, transplantes, o desenvolvimento de testes sorológicos para pacientes imunossuprimidos e gestantes. detecção de anticorpos anti-HEV quanto para a O grupo trabalha atualmente no desenvolviformulação de vacinas com potencial de prevenir mento molecular de novos antígenos derivados o desenvolvimento de Hepatite E. desse vírus para o desenvolvimento de testes de Os pesquisadores envolvidos nessa etapa fo- diagnóstico sorológico e vacinas. A etapa moleram: Denise de Almeida Ramos, Michela Miani, cular de desenvolvimento dos novos antígenos Rafael Pandol, Luis Tondo, Maikel L. Colli, Fer- híbridos está sendo conduzida na University of nando Rosado Spilki, Noemi Rovaris Gardina- Calgary, no Canadá, pela dentista e egressa da li, Marcelo Alves Pinto, Luiz C. Kreutz e Rafael UPF Gabriela Carolina Paraboni Frandoloso, com Frandoloso. a orientação do professor Rafael e colaboração No segundo projeto, foi avaliado o potencial do prof. Anthony Bernard Schryvers. “Apesar da ORF2 recombinante para desenvolvimento de de estarmos seguros e felizes com os resultados um teste diagnóstico sorológico para detecção obtidos até o momento, queremos dar um passo de anticorpos humanos anti-HEV. O estudo foi a mais, no sentido de conduzido pelo médico-veterinário e mestre em desenvolver um teste de Bioexperimentação Rafael Pandolfi, e os resul- diagnóstico diferenciatados dessa pesquisa foram recentemente publi- do, mais tecnológico, cados na revista PlosONE. A primeira etapa da específico e sensível e pesquisa consistiu na construção e na validação que possa ser comerciade um teste imunoenzimático do tipo ELISA In- lizado no Brasil”, frisa. direto baseado na proteína ORF2 recombinante, para a detecção específica de IgGs humanas antivírus da Hepatite E. A segunda etapa consistiu numa investigação soroepidemiológica de Ainda no Canadá, o anticorpos anti-HEV presentes em doadores de professor Dr. Rafael é um dos líderes da pesquisa sangue da região de Passo Fundo. Os resultados
Relevância científica
De acordo com Frandoloso, a Hepatite E é uma das mais importantes causas de hepatite clínica aguda em adultos na Ásia e na África. Por outro lado, ela é raramente reportada em países industrializados. “Anticorpos anti-hepatite podem ser facilmente encontrados em humanos localizados em todos os países do globo, demonstrando a ampla difusão desse microrganismo. Em países em desenvolvimento – tais como China, Índia, Paquistão, Marrocos, Argélia, Egito, Etiópia e México, entre outros –, a transmissão do vírus ocorre principalmente por meio da ingestão de água contaminada (por fezes). Por outro lado, em países desenvolvidos – tais como Japão, Austrália, Alemanha, França, Espanha, Estados Unidos e Canadá, entre outros –, casos de Hepatite E têm sido associados a pessoas que viajam a zonas endêmicas ou ao consumo de carne ou de subprodutos derivados de suínos infectados, demonstrando o potencial zoonótico desse microrganismo”, destaca. Ele lembra que outras
vias de transmissão também devem ser consideradas, como transmissão vertical (mães infectadas podem transmitir ao feto), parenteral (transfusão de sangue ou de hemocomponentes) ou transplante de órgãos. Para o pesquisador, a Hepatite é uma doença sub-diagnosticada no Brasil e em diversos países do globo, sendo escassos os dados sobre os aspectos epidemiológicos. “Nesse cenário, nosso grupo de pesquisa está trabalhando no desenvolvimento de um teste de diagnóstico genuíno e que pode, a curto prazo, ser utilizado para o diagnóstico sorológico de humanos e animais infectados pelo vírus da Hepatite E. Nosso laboratório tem um potencial real de colaborar com a comunidade médica de Passo Fundo, bem como, a longo prazo, com o Ministério da Saúde. Basicamente, podemos realizar a detecção sorológica de anticorpos anti-HEV e a detecção molecular quantitativa do vírus mediante PCR em tempo real”, frisa.
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UniversoUPF Foto: Arquivo/UPF
comunidade
Atenção,
atendimento e orientação sobre a importância de denunciar abusos, de fazer ocorrências e de buscar direitos. Mesmo assim, segundo ela, muitas mulheres ainda não buscam por ajuda e diversos casos ficam no esde 2004, a Faculdade de esquecimento. “O Projur também tem Direito da Universidade de o objetivo de levar informações e forPasso Fundo presta servi- mação para a comunidade. Queremos ços de acompanhamento que as pessoas vejam no projeto um espaço aberto de diálogo e jurídico e processual para uma ferramenta para uma mulheres em situação de mudança de vida”, disse. vulnerabilidade. A partir Serviço Entre as atividades, estão deste ano, as equipes pasOs serviços ofeo acompanhamento jurídisaram a atender também recidos pelo Projur co e processual (processo à demanda da diversidade Mulher e Diversicriminal e inquérito polisexual. Com uma atuação dade são gratuitos. cial), questões de divórcio, cada vez maior, o projeto de Os atendimentos guarda dos filhos e ações de extensão Projur Mulher e Diacontecem de seviolência de gênero, tanto versidade busca consolidar gunda a sexta-feira, das 13h30min de natureza física quando as ações e conscientizar a às 17h30min, no verbal. comunidade sobre a imporespaço localizatância do espaço. do no Campus III Demanda reprimida e, As atividades consistem, da UPF. O contaagora, atendida essencialmente, em oriento pode ser feito Talvez a sociedade não tar a comunidade acerca pelo telefone (54) tenha conhecimento de dos princípios e valores 3316-8176 ou pela quantas pessoas necessiconstitucionais, da Lei Mapágina do grupo tam de suporte jurídico para ria da Penha e dos direitos no Facebook. Não questões de diversidade sehumanos fundamentais. é necessária a identificação para xual e o Projur surge como Para isso, a equipe acomqualquer serviço um instrumento para essa panha processos nas varas ou informação. conscientização. De acordo criminais e de família, reacom Josiane, essa era uma liza atendimento na Casa da demanda reprimida e que, Mulher, promove eventos, além de desenvolver pesquisas e pu- aos poucos, foi sendo absorvida pelo blicação de trabalhos científicos. Para Projur. Segundo ela, são centenas de peso atendimento da demanda voltada para a diversidade sexual, o Projur soas que procuram por informações parte dos elementos constitucionais sobre troca de documentos, identie das leis infraconstitucionais como dade social, cirurgias, tratamentos direito civil, de família e penal, bus- hormonais, além das questões de cando dar suporte, orientações e auxí- violência física e verbal. “Tudo na sociedade é pensado a partir de crilio para a complexidade da temática. De acordo com a coordenadora do térios heteronormativos. As sentenças Projur, professora Dra. Josiani Petry penais são pensadas essencialmenFaria, com a Lei Maria da Penha, as te para homens e em casos especiais pessoas tomaram mais consciência para as mulheres, haja vista que a
Projur Mulher e Diversidade consolida as ações da UPF no acompanhamento jurídico e social
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Foto: Arquivo UPF
população carcerária masculina é 800 vezes maior, em números mundiais. Nosso presídio tem celas femininas com o propósito de facilitar a manutenção familiar, mas não temos ainda condições para contar com uma ala LGBT”, explica, lembrando que o presídio de Passo Fundo tem, hoje, três presos transgêneros.
Serviços oferecidos pelo projeto são gratuitos
Ações para mudanças Além do atendimento jurídico, o Projur tem se preocupado em promover ações que motivem a mudança de pensamento e de compreensão da sociedade. Para isso, a equipe participa de palestras, encontros e debates e tem ido até as comunidades para levar informação e conhecimento. Recentemente, o Projur Mulher e Diversidade apresentou um projeto para oferecer capacitação para os agentes penitenciários e trabalha, juntamente com o Conselho da Comunidade Penal de Passo Fundo e os conselhos da região, no processo de formação de profissionais qualificados para o atendimento do público-alvo. “Ainda existe um desconhecimento muito grande com relação a essa realidade e é por isso que o projeto procura se adaptar à realidade, agregando demandas e somando esforços com a comunidade”, pontua.
Prêmio de Responsabilidade Social O reconhecimento pelo trabalho desenvolvido acontece também em forma de premiação. Em outubro, o projeto foi selecionado como um dos finalistas do Prêmio de Responsabilidade Social da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, no tema norteador “Equidade de gênero”. A entrega aos vencedores ocorre no final de novembro.
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curso de graduação
Com área em crescimento, curso mostra e prepara os alunos para o amplo mercado de trabalho
Foto: Jéssica França
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procura pelo equilíbrio entre saúde, bem-estar e beleza atinge boa parte das pessoas, que buscam diversas formas de sentir-se bem consigo mesmas. Para atender a essa parcela da população – composta não só por mulheres, mas também por uma expressiva parcela de homens –, existe um profissional que atua na área e que conhece os mais variados tipos de tratamento: o tecnólogo em Estética e Cosmética. Atenta a esse campo de atuação, a Universidade de Passo Fundo (UPF) oferece o Curso Superior de Tecnologia (CST) em Estética e Cosmética, que, há quase uma década, oportuniza aos acadêmicos a vivência de experiências teóricas e práticas com tecnologias específicas do meio. O curso, ligado ao Instituto de Ciências Biológicas (ICB), foi fundado em 2009 e já concedeu grau a centenas de profissionais. Com duração de sete semestres, tendo aulas ministradas, principalmente, nos turnos da manhã e da noite, a formação se destaca por qualificar recursos humanos para exercer as múltiplas práticas no mercado de trabalho da beleza. De acordo com a coordenadora, professora Me. Margarete Rien, o curso tem como eixos norteadores as áreas da estética capilar, facial, corporal e dos anexos cutâneos, o que permite que o egresso tenha diferentes possibilidades de trabalho. “Ele pode atuar em clínicas de estética, em salões de beleza, e com médicos, dando suporte em pré e pós-operatório. Também é possível atuar na docência e trabalhar com o público geriátrico e com a gestão, sendo técnico e representante de produtos do segmento”, comenta. Área rica em oportunidades Além das opções de atuação já mencionadas pela coordenadora, o profissional está apto a exercer funções como
Coordenadora do CST em Estética e Cosmética, professora Me. Margarete Rien
consultor de imagem ou gestor de estabelecimentos de beleza. Pode, ainda, atuar com visagismo, em SPAs, em academias de ginástica, com maquilagem, massagem corporal e facial e com postura profissional. A rápida empregabilidade dos recém-formados é outro fator que ganha destaque na graduação da UPF. “A profissão está em ascensão, ainda mais hoje, com os cuidados da estética e da longevidade. Muitos alunos já estão inseridos no mercado e possuem seus próprios negócios”, conta a professora, salientando o quão fundamental é dar prosseguimento aos estudos após a graFoto: Divulgação
Curso alia a teoria à prática
Outros detalhes sobre o Curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmética da UPF estão disponíveis no portal upf.br.
duação, por intermédio dos cursos de pós-graduação lato e stricto sensu, seja em áreas do envelhecimento humano, seja na área da educação ou da saúde coletiva, por exemplo. De maneira a preparar os futuros tecnólogos em Estética e Cosmética, o curso é constituído por um embasamento teórico-prático capaz de permitir que o profissional defina e aplique tratamentos estéticos corporais, faciais e anexos conforme as novas tendências de beleza e saúde, tecnologias de cosméticos, equipamentos e produtos de uso em estética disponíveis.
Da sala de aula à sociedade: os elementos que diferenciam o curso Dentre os diferenciais do curso de Estética e Cosmética da UPF, estão um corpo docente qualificado; uma matriz curricular com disciplinas importantes, como Diagnóstico e planejamento facial e corporal; Fundamentos de anatomia; Microbiologia e biossegurança; e Maquilagem. Ainda, o curso dispõe de um projeto pedagógico em sintonia com as demandas do mercado e de uma infraestrutura constituída de laboratórios que permitem a realização de atividades práticas que conduzem os alunos a uma formação de excelência. Além disso, no decorrer dos semestres, os estudantes participam de visitas técnicas que possibilitam a aproximação com a realidade da profissão. As ações desenvolvidas com a comunidade compõem outra singularidade do curso da Instituição, o qual, recentemente, foi avaliado com nota 4, em uma escala de 1 a 5, pelo Ministério da Educação (MEC). “Por meio de projetos sociais, as nossas acadêmicas atendem ao setor de oncologia de hospitais e alguns papeleiros, trazendo saúde e bem-estar a todos”, exemplifica Margarete.
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curso de graduação
Engenharia Química:
forte ligação com a pesquisa Ainda jovem, curso da UPF tem como diferencial a inserção dos graduandos na iniciação científica
Fotos: Gelsoli Casagrande
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om 49 anos de história, a Universidade de Passo Fundo (UPF) tem suas ações norteadas por quatro pilares: ensino, pesquisa, extensão e inovação tecnológica. Nesse universo, o curso de Engenharia Química se destaca por inserir, desde o 1º nível, os acadêmicos na produção científica, possibilitando uma ampla e generalizada formação na área. Vinculado à Faculdade de Engenharia e Arquitetura (Fear), o curso é um dos mais novos da unidade acadêmica, tendo sido implantado no ano de 2014. Sua primeira turma colará grau em 2018. Com duração de 5 anos, as aulas ocorrem à tarde e aos sábados pela manhã, e, eventualmente, no turno da noite, em disciplinas eletivas, algumas junto com o curso de Engenharia de Alimentos. Conforme a coordenadora, Dra. Vera Maria Rodrigues, um dos diferenciais da graduação é o que acontece no 10º e último semestre, por meio do estágio curricular e do trabalho de conclusão de curso (TCC). “Nesse momento, os estudantes não têm aulas presenciais. O estágio pode ser realizado em outro local distante de Passo Fundo, como em outros estados do país. Como as grandes
Excelência no ensino Outras características importantes da Engenharia Química da UPF englobam o corpo docente qualificado, formado por mais de 90% de mestres e doutores, a estrutura física, composta de vários laboratórios que colocam o aluno em contato com a prática profissional, e o reconhecimento do Ministério da Educação (MEC). “Na avaliação do MEC, ocorrida por meio de visita in loco, a nossa infraestrutura recebeu a nota máxima 5, o que culminou no bom desempenho do curso, também avaliado com a mesma nota, em uma escala de 1 a 5”, disse Vera. A docente menciona o quão fundamental são esses resultados. “Isso demonstra que a graduação tem excelência, a qual se estende no projeto pedagógico do curso, que foi criado com o propósito de contemplar as diretrizes nacionais dos cursos de Engenharia Química do país e de ter ampla interdisciplinaridade, inclusive com outros cursos como o de Engenharia de Alimentos”, relatou.
Nos laboratórios, os alunos têm contato com a prática da profissão
indústrias químicas estão mais concentradas nos grandes centros urbanos, é possível concluir o curso em outro local, de forma a proporcionar mais experiência aos concluintes”, comentou. Possibilidades profissionais O mercado de trabalho regional volta-se para as áreas de energias renováveis (biocombustíveis, produção de bioetanol a partir de biomassa local, como farelo de soja), para a produção de óleos vegetais e seus derivados a partir da soja e canola, cultivados na região; de alimentos e bebidas em geral; de ração animal, na industrialização dos polímeros como plásticos e borracha; na produção e aplicação de tintas prediais e automotivas, estas últimas na produção de máquinas e implementos agrícolas, na indústria de confecções em geral, nas indústrias têxteis, de cosméticos, perfumaria e de higiene pessoal, assim como nas indústrias de tratamento de superfícies metálicas e não metálicas. Outras possibilidades são os segmentos para a produção de produtos químicos e na indústria petroquímica, que tem grande destaque econômico no RS, pela proximidade com o Polo Petroquímico em Triunfo. Segundo a professora, o incentivo para que os estudantes deem prosseguimento aos seus estudos após estarem formados é uma prática da Engenharia Química. “O estímulo para a inserção dos alunos nos programas de pós-graduação acontece naturalmente, a partir
do momento em que eles se interessam pela iniciação científica. Ainda, temos procurado estimulá-los a participar de congressos nacionais, em projetos vinculados ao Parque Científico e Tecnológico da UPF, além dos programas de intercâmbios oferecidos pela Universidade, para que conheçam outras realidades e possam escolher a sua área de atuação profissional. Desde o início, mostramos a relevância da pesquisa e do ensino no comprometimento com o bom desempenho acadêmico e nas atividades de extensão”, salienta. Tal envolvimento com a produção da ciência é percebido pelo trabalho desenvolvido. “Embora o curso seja novo, há projetos de pesquisa em desenvolvimento que têm raízes nos programas de mestrado da Instituição, em áreas afins da Engenharia Química. Os acadêmicos trabalham em parceria com os mestrandos com o intuito de aprender a pesquisa na graduação”, pontua Vera.
Dra. Vera Maria Rodrigues coordena o curso de Engenharia Química da UPF
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extensão Iceg/ UPF desenvolve projetos que visam à melhoria do ensino e da aprendizagem Fotos: Divulgação
Programa da UPF oportuniza que os profissionais ampliem seus conhecimentos sobre os fenômenos químicos das ciências
A Universidade de Passo Fundo promove dois projetos de extensão para formação continuada de professores e para a qualificação do ensino e da aprendizagem das Ciências Naturais e da Química
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ormar pessoas que atuem como agentes de transformação é uma das missões da Universidade de Passo Fundo (UPF). Dessa forma, o Programa Integração da Universidade com a Educação Básica foi criado para contribuir para uma melhor educação e inclusão social. Por meio do Instituto de Ciências Exatas e Geociências (Iceg), a UPF promove dois projetos de extensão que se destacam pelo trabalho desenvolvido nas escolas: “Formação continuada de professores de Ciências/ Química: roda de conversas, envolvendo saberes e fazeres docentes”; e “Química/ UPF nas escolas: construindo espaços de formação integrada”. Formação continuada de professores O projeto “Formação continuada de professores de Ciências/Química: roda de conversas, envolvendo saberes e fazeres docentes” teve início em 2014, sendo resultado de uma oficina realizada na UPF por meio do V Seminário de Atualização Pe-
dagógica para professores da Educação Básica. De acordo com o coordenador do projeto, professor Dr. Ademar Antonio Lauxen, ele congrega professores da educação básica de Ciências do ensino fundamental e Química do ensino médio, tanto de escolas públicas quanto de privadas de abrangência da UPF. Além disso, bolsistas do Programa de Apoio Institucional a Discentes de Extensão e Assuntos Comunitários (Paidex) também participam, assim como acadêmicos do curso de Química Licenciatura, pós-graduandos e professores-formadores dos cursos de Química. “Há um encontro mensal na UPF, em que são realizadas atividades de estudo e sistematização visando estimular a produção escrita de sequências didáticas, além de situações que desenvolvem a autoria e o protagonismo do educador. Também é usado o ambiente virtual Moodle para os chats, os fóruns, o diário de bordo e a constante interação entre os participantes”, relatou. O projeto oportuniza que os profissionais ampliem seus conhecimentos sobre os fenômenos químicos das ciências nos diferentes contextos e sobre as tendências teórico-epistemológicas e tecnológicas da área. Ainda de acordo com o coordenador, a importância da escrita e da leitura é destacada enquanto ferramenta formativa para todos os agentes que participam do processo. “O projeto viabiliza a curricularização da extensão nos cursos de
Química, permitindo a interação entre o professor da educação básica, o professor-formador (universitário) e o acadêmico, o que qualifica o processo de formação, permitindo que se amplie a perspectiva do ser e do fazer docente”, finalizou. Química nas escolas O projeto “Química/UPF nas escolas: construindo espaços de formação integrada”, é desenvolvido desde 2004 nas escolas de Passo Fundo e região, visando à melhoria da qualidade do processo de ensino e aprendizagem na área de Ciências e Química, possibilitando que os acadêmicos bolsistas Paidex e professores extensionistas conheçam a realidade das escolas. O coordenador do projeto, professor Me. Lairton Tres, explica que ocorrem encontros mensais nos laboratórios de ensino de Química da UPF, nos quais são trabalhados conteúdos que estão sendo desenvolvidos em sala de aula pelos professores da disciplina. “São realizadas pesquisas, testagens e produção de materiais didáticos instrucionais a serem utilizados com os estudantes das escolas vinculadas ao programa. Os estudantes participam das atividades tirando dúvidas e, ao término dos ambientes de aprendizagem, os professores são avaliados a partir das atividades realizadas”, explicou. Atualmente, turmas de ensino médio de quatro escolas de Passo Fundo participam do projeto. “Ao conhecer a realidade e a expectativa dos professores, procuramos intervir, por meio da resolução de situações-problema, instigando os estudantes a se envolverem com a ciência, trabalhando com conceitos científicos. Neste ano, estamos trabalhando com ações como propriedades dos polímeros e fraude da gasolina, e, para debater a realidade mais próxima, a química do Rio Passo Fundo, disse. No processo de ensino e aprendizagem de Química, entende-se apropriado que sejam utilizadas questões relativas à vivência dos estudantes. Dessa forma, situações reais são de grande importância, permitindo a inter-relação entre teoria e prática para a compreensão dos saberes da ciência. Mais informações sobre o projeto e o sobre o agendamento de visitas nos laboratórios de química podem ser consultadas em contato pelo e-mail lairton@upf.br.
Novembro | Dezembro 2017
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UniversoUPF
fique por dentro
Saes UPF oferece videoaulas gratuitas
Professora da UPF assume a Secretaria de Saúde de Passo Fundo
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Foto: Alex Borgmann
m outubro, a professora Dra. Carla Beatrice Crivellaro Gonçalves, docente da Universidade de Passo Fundo (UPF), tomou posse como Secretária de Saúde do município. Ela assumiu a pasta até então ocupada por Luiz Artur Rosa Filho. Participaram da solenidade de posse o reitor da UPF, José Carlos Carles de Souza, e a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, Bernadete Dalmolin. A professora Carla atua há 19 anos como docente, 15 deles na UPF. É graduada em Farmácia e Bioquímica com ênfase em Farmácia Industrial pela Universidade Federal de Santa Maria. Também é especialista em Farmácia Hospitalar pela Universidade Federal do Paraná e em Educação das Pro-
Professora Dra. Carla Beatrice Crivellaro Gonçalves
fissões da Saúde - Área de Conhecimento Multidisciplinar pela Universidade Federal do Ceará. Além disso, tem mestrado em Medicina: Ciências
Projeto “Conversa Expressa” aproxima gestão e funcionários
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om o objetivo de oportunizar um momento de aproximação entre funcionários, Reitoria e Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF), a Divisão de Recursos Humanos deu início, em agosto, ao projeto “Conversa Expressa”. A ação, na qual foi oferecido um café da manhã, contou com a participação de diversos funcionários, que foram recebidos pelo reitor José Carlos Carles de Souza; pela vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários Bernadete Maria Dalmolin; pelo diretor do Centro de Ensino Médio Integrado, professor Jonir Dalbosco; pela presidente da FUPF, professora Maristela Capacchi; e pelo professor
Dirceu Lima dos Santos, membro do Conselho Diretor da FUPF. De acordo com os organizadores, busca-se, por meio do projeto, manter uma comunicação direta e criar um espaço permanente de diálogo no qual os funcionários poderão participar ativamente, realizando perguntas e/ou comentários e propondo sugestões relacionadas à Instituição. Na oportunidade, foram debatidos diversos temas, entre eles, questões relacionadas às responsabilidades da Fundação e da Reitoria, aspectos de infraestrutura e processos, desafios enfrentados pela alta gestão, potencial de crescimento da Instituição, integração das diversas áreas,
Médicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutorado em Ciências da Saúde: Cardiologia e Ciências Cardiovasculares pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente, é professora titular da UPF, vinculada ao Instituto de Ciências Biológicas, e atua nos cursos de Farmácia e Medicina. Tem experiência na área de Farmácia e Farmácia Hospitalar, atuando nos temas de uso racional de medicamentos, assistência farmacêutica, saúde coletiva, educação interprofissional e ensino na saúde. Recentemente, Carla teve sua atuação reconhecida com o Prêmio Sergio Lamb 2017 – Categoria Ensino, honraria concedida pelo Conselho Regional de Farmácia. necessidade de fortalecimento do pensamento coletivo, novas tecnologias e sugestões de melhorias, de modo geral. Para a Divisão de Recursos Humanos, torna-se um desafio cada vez maior aproximar da alta gestão da Instituição um público interno de mais de 2 mil profissionais, uma vez que sua amplitude é crescente e diversificada. O gerente da Divisão, Aislan de Andrade Freitas, ressaltou a importância de ações como essa, que proporcionam um bom ambiente
Lançamentos da UPF Editora Mundo da leitura 20 anos formando leitores Org: Tania Mariza Kuchenbecker Rösing *e-book disponível no site da Editora (upf.br/editora) e formato impresso disponível no Mundo da Leitura
Conversa com escritores: geração plural Org: Tania Mariza Kuchenbecker Rösing, Paulo Becker e Eliana Teixeira * e-book disponível no site da Editora (upf.br/editora) e formato impresso disponível no Mundo da Leitura
O Setor de Atenção ao Estudante (Saes), vinculado à Vice-Reitoria de Graduação da Universidade de Passo Fundo (VRGRAD/UPF), por meio do Programa de Aulas de Apoio (PAA), desenvolve atividades de aulas de apoio para alunos com dificuldades de aprendizagem. As aulas buscam oferecer um espaço de ensino e aprendizagem, fazendo uso da dificuldade que envolve aluno e professor em situação de conflito cognitivo, redimensionando-o como motor no processo de aprendizagem, ou seja, compreendendo o conflito como potencialidade de transformação. Com o intuito de aprimorar o aprendizado do aluno, o Projeto Aluno Apoiador conta agora com videoaulas, um novo método para o aluno reforçar as atividades realizadas em aula ou nas aulas de apoio. Os vídeos são produzidos com conteúdos trabalhados pelos professores da UPF e serão lançados semanalmente, com foco na área dos cálculos e engenharias, com conteúdos relacionados às disciplinas de Cálculo diferencial e integral e Física I. As videoaulas podem ser acessadas de forma gratuita pelo canal do Saes no Youtube.
de trabalho construído com excelentes profissionais e a partir de uma boa comunicação. “A Divisão apresentou o projeto como uma sugestão de ação que busca oportunizar a troca de ideias, a disseminação de informações e um espaço permanente de discussão.”, ressaltou. Foto: Gelsoli Casagrande
Os e-books estão disponíveis em upf.br/editora. No mesmo endereço eletrônico, estão disponíveis informações sobre como adquirir o livro impresso.
História do mundo rural: o sul do Brasil Org: Ironita A. Policarpo Machado e Marcos Gerhardt *e-book disponível no site da Editora (upf.br/editora)
JORNADA NACIONAL DE LITERATURA
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oram cinco dias de movimentações artísticas e culturais que envolveram escritores, crianças, adultos e a comunidade. A 16ª Jornada Nacional de Literatura e a 8ª Jornadinha Nacional de Literatura foram realizadas de 2 a 6 de outubro, na Universidade de Passo Fundo (UPF). Ao longo dos dias, milhares de pessoas aproveitaram o universo da literatura e trouxeram para a cidade o sentimento de partilha e de crescimento coletivo. A próxima edição da Jornada será em outubro de 2019. Foram reunidos em torno de 20 mil jovens leitores na Jornadinha e outras 2 mil pessoas nas conferências realizadas no Palco da Compadecida, no Espaço Suassuna. Além disso, outras milhares de pessoas foram envolvidas por meio dos projetos transversais Caminho das Artes e Leituras Boêmias e Estações de Leitura, que provocaram a descentralização das atividades e levaram a Jornada para além do campus da UPF. Confira alguns registros fotográficos da festa da literatura: Fotos: Gelsoli Casagrande