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UniversoUPF
Novembro / 2013
espaço do leitor A revista da nossa Instituição, "Universo UPF", apresenta uma variedade de temas atuais e entrevistas interessantes que nos permitem conhecer o que fazem nossos alunos e colegas. Da mesma forma, as reportagens que divulgam nossas ações como professores e pesquisadores aproximam a Universidade da população, divulgando os conhecimentos produzidos em linguagem clara e compreensível aos mais diferentes públicos. Parabéns a todos os membros da equipe pelos textos, diagramação e assuntos escolhidos!
Professora Dra. Graciela Ormezzano
docente do curso de Artes Visuais e do Programa de Pós-Graduação em Educação
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Espaço do Leitor recebe comentários, sugestões e impressões sobre a revista Universo UPF. Para participar, escreva um e-mail para imprensa@upf.br. Nossos telefones de contato são (54) 3316-8142 e 3316-8138. Boa leitura a todos! Equipe de produção da revista Universo UPF
UPF em
NÚMEROS 06 campi instalados nas cidades da região 101 municípios abrangidos em sua área de atuação 21.033 alunos matriculados na graduação, pós-graduação e extensão da UPF, além da UPF Idiomas e do Integrado UPF 915 professores de Ensino Superior (49,62% Mestres - 26,89% Doutores) 1.253 funcionários 61 cursos de graduação 52 cursos de especialização em andamento 12 cursos de mestrado institucional 02 cursos de doutorado institucional e um estágio pós-doutoral 64.584 profissionais formados nestes 45 anos 10 bibliotecas 286.715 exemplares de livros disponíveis, num total de 111.401 títulos 23 anfiteatros e auditórios 162 salas para ensino prático-experimental 282 laboratórios 150 clínicas 48 convênios com instituições estrangeiras, possibilitando intercâmbio acadêmico em 15 países
Acompanhe a Universidade nas redes sociais: UniversidadeUPF
nesta
edição Pg 13 n
UPF Editora é uma das primeiras editoras universitárias a atuar na editoração de livros digitais no Brasil
Pg 16
n Programa Momento Patrimônio objetiva mostrar à comunidade que é possível conhecer sua história pelo patrimônio histórico
Pg 17 n
Centro de Pesquisa em Alimentação realiza análises para empresas e comunidade, garantindo mais qualidade nos alimentos
Pg 20
n Pesquisa verifica o equilíbrio entre edificações e o meio ambiente de Passo Fundo
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UPFOficial
Universidade de Passo Fundo
Revista Universo UPF - nº 05 Novembro/2013 A revista Universo UPF é uma publicação da Universidade de Passo Fundo e tem distribuição gratuita
Reitor: n José Carlos Carles de Souza Vice-Reitora de Graduação: n Neusa Maria Henriques Rocha Vice-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: n Leonardo José Gil Barcellos Vice-Reitora de Extensão e Assuntos Comunitários: n Bernadete Maria Dalmolin Vice-Reitor Administrativo: n Agenor Dias Meira Junior Executivo de Comunicação: n Cristiano Mielczarski Silva Coordenadora da Agecom: n Patrícia Veber Produção de textos: Carla Patrícia Vailatti (MTb/ RS 14403); Caroline Simor da Silva (MTb/RS 15861); Cristiane Sossella (MTb/RS 9594); Filippe de Oliveira (MTb/RS 16570); Leonardo Rodrigues Andreoli (MTb/RS 14508); Maria Joana Chaise (MTb/RS 11315) e estagiária Laíssa França Barbieri. Edição: Cristiane Sossella (MTb/RS 9594) e Maria Joana Chaise (MTb/RS 11315). Revisão de textos: Paulo Resende Projeto gráfico: Fábio Luis Rockenbach e Luis A. Hofman Jr. Diagramação e capa: Marcus Vinícius Freitas, Núcleos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda Fotos de capa: Montagem /Marcus Vinícius Freitas
Universidade de Passo Fundo - BR 285, Bairro São José - Passo Fundo/RS CEP: 99052-900 Fones (54) 3316 8100 www.upf.br
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Novembro / 2013
universidade Novos
MESTRADOS PROFISSIONAIS
qualificam a pós-graduação
Programas de Pós-Graduação em Computação Aplicada e em Ensino de Ciências e Matemática receberão alunos a partir do próximo semestre
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s recursos tecnológicos evoluem a cada dia e constituem poderosas ferramentas com uma gama inimaginável de possibilidades. Dois novos programas de pós-graduação da UPF propõem a produção de conhecimentos - em Computação Aplicada e em Ensino de Ciências e Matemática -, considerando as realidades locais ou de outras regiões para atender às demandas atuais. Os mestrados foram aprovados recentemente pela Capes e são oferecidos na modalidade de mestrado profissional. Essa denominação refere-se a cursos que enfatizam estudos e técnicas diretamente voltados ao desempenho profissional de alto nível, constituindo-se no único aspecto que diferencia os mestrados acadêmico e profissional, considerando que ambos possuem grau e prerrogativas idênticos, inclusive para o exercício da docência. A pós-graduação vem apresentando um crescimento qualitativo e quantitativo na UPF. Para o vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Leonardo José Gil Barcellos, a aprovação desses dois novos programas ilustra essa postura da Universidade. “Estamos intensificando investimentos na área, tanto para contemplar tendências universais quanto para atender às demandas da região nas quais a UPF está inserida”, explica, lembrando que há outros projetos de mestrado e de doutorado em andamento nas instâncias internas e também junto à Capes. Pesquisas em Computação Aplicada têm foco nas demandas atuais O Programa de Pós-Graduação em Computação Aplicada caracteriza-se por promover uma interação entre pesquisa, desenvolvimento e inovação na
Fotos: Fabiana Beltrami
Interação entre pesquisa, desenvolvimento e inovação na área de Computação é o foco do Programa de Pós-Graduação em Computação Aplicada
área de Computação, visando a gerar soluções que atendam às demandas dos centros de pesquisas, hospitais, indústrias, empresas e polos tecnológicos de diferentes arranjos produtivos locais. Dessa forma, contempla os interesses de graduados em cursos das áreas de computação, engenharias e demais áreas afins às linhas de pesquisa, quais sejam: Computação pervasiva, modelagem e simulação e Sistemas interativos e de informação. De acordo com o coordenador, Dr. Carlos Holbig, os profissionais
O Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática qualificará professores em sintonia com os recursos tecnológicos atuais
Novos métodos e tecnologias para qualificar o ensino de Ciências e Matemática O Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática objetiva qualificar e aperfeiçoar professores de Ciências (Física e Química) e Matemática, em conformidade com o suporte tecnológico atual, e desenvolver estratégias inovadoras de ensino capazes de propiciar uma efetiva mudança qualitativa na educação básica. Possui duas linhas de pesquisa: Fundamentos teóricometodológicos para o ensino de Ciências e Matemática e Tecnologias de informação, comunicação e interação
aplicadas ao ensino de Ciências e Matemática. Dentre os recursos que podem ser trabalhados, especialmente na segunda linha de pesquisa, estão: robótica educativa, TV digital, ambientes na web e objetos digitais de aprendizagem. Coordenado pela Dra. Cleci Werner, o curso deve ser ofertado no primeiro semestre de cada ano, com início em 2014. No site www.upf.br/ppgecm é possível saber mais sobre o curso, que está com inscrições abertas até 18 de novembro de 2013, com isenção do custo de inscrição.
formados no curso podem aplicar seus conhecimentos nas áreas de desenvolvimento de sistemas embarcados, robótica, computação pervasiva, computação móvel, redes e sistemas distribuídos, modelagem e simulação, engenharia de software, banco de dados, inteligência artificial, computação gráfica, interação humano-comput ador e sistemas de recomendação. A primeira turma desse mestrado deve iniciar as atividades no primeiro semestre de 2014. Os interessados devem inscrever-se até 30 de novembro de 2013, conforme instruções disponíveis no site www.upf.br/ppgca. O mestrado tem a duração prevista de 24 meses. Consolidação Na avaliação do diretor do Instituto de Ciências Exatas e Geociências (Iceg), Cristiano Roberto Cervi, a oferta dos cursos de mestrado foi possível devido à trajetória dos mais de 40 anos do Instituto. “A forte tradição do Iceg na pesquisa e na extensão, com grupos consolidados e sendo referência nas áreas de educação, tecnologia e inovação, foram determinantes para a aprovação das propostas junto à Capes e ao MEC”, avalia. O diretor enfatiza que as propostas nasceram pelo ensejo de crescimento da pós-graduação em nível de mestrado profissional, que possui como premissa a aplicação dos trabalhos resultantes das pesquisas no mercado de trabalho.
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Opinião
Os desafios da escolha profissional
Palavra do
Reitor José Carlos Carles de Souza*
Mirna Maria Nicolai Branco *
A Um salto de qualidade para a UPF
A
o comemorar 45 anos de sua fundação, a UPF se consagra como um polo produtor de conhecimento científico e tecnológico. Temos a grata satisfação de comemorar, neste ano de 2013, a implantação do Parque Científico e Tecnológico UPF Planalto Médio – o UPF Parque, fruto do trabalho abnegado de profissionais de diversas instituições, tanto do poder público quanto da iniciativa privada, mas, sobretudo, do capital humano da Universidade. Enquanto gestor da maior instituição de ensino superior do Norte gaúcho, é motivador vivenciar e acompanhar de perto este grande acontecimento para a vida acadêmica; o momento da grande virada da Universidade para a internacionalização e a inovação tecnológica. O UPF Parque representa um salto de qualidade para a UPF e para a região Norte do Rio Grande do Sul. Concretiza a inserção da Instituição no Programa Nacional de Parques Científicos, cenário diferenciado de inteligência que utiliza tecnologia de ponta e promove a inovação. Por isso, dizemos que a implantação do UPF Parque marca um momento ímpar, de inclusão da UPF no seleto grupo de instituições de ensino superior com capacidade técnica para projetar o desenvolvimento de produtos e inovações, utilizando o que há de mais moderno na área científica, habilitando-se a celebrar parcerias e convênios com outras instituições ou mesmo com empresas nacionais e estrangeiras. No Brasil existem, hoje, apenas 29 parques instalados, que servem a 5,2 mil empresas e geram 45 mil empregos diretos. Cabe-nos a tarefa de agradecer a todos os envolvidos que tornaram real o UPF Parque: ao poder público federal, na pessoa do Deputado Beto Albuquerque; ao poder público estadual, em especial ao Secretário de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, Cleber Prodanov; ao poder público municipal, através do Prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo; a todos os professores e colaboradores da UPF, capitaneados pelo vice-reitor Leonardo José Gil Barcellos. A UPF está preparada para abrigar empreendedores, empresas nascentes ou consolidadas e instituições que desenvolvem ou que venham a desenvolver tecnologia. Estamos dispostos a agregar um novo suporte – a inovação – ao tripé que serve de base sólida para todas as ações da Instituição – ensino, pesquisa e extensão. Que venham os novos desafios, pois nosso capital humano agora tem o aporte estrutural para desempenhar, com ainda mais qualidade, seu papel de impulsionador do desenvolvimento. (*) Reitor da UPF
questão mais importante da vida dos jovens na faixa entre 16 e 18 anos é a escolha da carreira profissional. Escolher não é fácil. Muitos fatores estão em jogo neste momento. Escolher o que se quer ser no futuro implica reconhecer o que fomos, quem somos e que influências sofremos desde a mais tenra infância. O que esperamos para o nosso futuro está carregado de afetos, esperanças, medos e inseguranças, não somente nossas, mas também das pessoas mais próximas: nossos pais, avós, irmãos, dentre outros. Quando escolhemos, estamos optando por uma profissão em detrimento de outra, estamos escolhendo deixar de ser adolescentes para nos tornarmos profissionais. Escolher implica deixar coisas para trás, implica ganhos e perdas, como tudo na vida. Este é um dos motivos pelos quais se diz que escolher uma profissão gera conflitos e ansiedade. Qualquer escolha é difícil, porque decidir significa tomar partido entre duas ou mais possibilidades que são igualmente atraentes - mas por motivos diferentes. Construir um projeto profissional é decidir com que tipo de problemas sociais concretos queremos nos defrontar. Isto envolve perceber que trabalho é feito no dia-a-dia, todos os dias. É a primeira escolha importante que temos de fazer sozinhos. A escolha depende de fatores tão diversos como a história de vida de cada um. Primeiro, você deve pensar em seus interesses, no que mais gosta de fazer, em quais são as atividades mais importantes e feitas com maior frequência e no papel que você pretende desempenhar na sociedade. Depois, é importante observar o que você tem mais facilidade para aprender e para estudar, e que faz mais facilmente - aí estarão as suas habilidades. O passo seguinte é a informação sobre os cursos e as profissões. Devemos saber como elas são, o que fazem, que tipo de profissional formam, como é o trabalho que realizam, como está o mercado de trabalho e, se pudermos, conversar um tempo com alguém que exerça aquela profissão ou que faça aquele curso, para saber como é a faculdade, etc. Visite locais de trabalho da profissão que está pensando escolher. No local, converse com os profissionais e tire todas as dúvidas e curiosidades sobre o desempenho das atividades. É fundamental conhecer a profissão no seu dia-a-dia. Somente desta forma você estará o mais próximo possível da realidade. Não espere respostas prontas, soluções mágicas. Escolher bem significa debruçar-se sobre o problema e tentar resolvê-lo. De preferência, não espere até o último dia de inscrição no vestibular para pensar nisso. Escolher dá trabalho, porque devemos estar envolvidos e comprometidos com aquilo que desejamos, para que a escolha possa realmente ser nossa! De posse dessas informações sobre você mesmo - seus interesses e habilidades -, e das informações sobre as profissões, fica mais fácil escolher. A escolha é o primeiro passo do resto das nossas vidas. Esse primeiro passo deve ser dado por você, e por mais ninguém.
(*) Professora da UPF, mestre em Psicologia, coordenadora do Serviço de Orientação Profissional
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universidade Cinco novas opções de graduação são destaque no
VESTIBULAR DE VERÃO
Inscrições seguem até o dia 25 de novembro. As provas serão realizadas no dia 30 de novembro, a partir das 14 horas
A
tenta ao mercado de trabalho e buscando oferecer cursos atualizados para os desafios profissionais da contemporaneidade, a UPF está ofertando cinco novas graduações no Vestibular de Verão 2014. Os cursos de bacharelado em Artes Visuais e Engenharia Química são inovações para o Campus Passo Fundo, assim como o Curso Superior de Tecnologia em Gestão da Tecnologia da Informação, o primeiro curso ofertado na modalidade a distância pela UPF, com inscrições abertas também nos polos de Carazinho e Casca. Além destes, o curso de Engenharia de Produção é novidade no Vestibular de Verão e o Curso Superior de Tecnologia em Agronegócio é novidade para o Campus Palmeira das Missões. No total, para o vestibular de verão a UPF está ofertando 4.356 vagas, em 60 cursos de graduação na estrutura multicampi (Passo Fundo, Carazinho, Casca, Lagoa Vermelha, Palmeira das Missões, Sarandi e Soledade). As provas ocorrem no dia 30 de novembro, a partir das 14 horas. Facilidades financeiras Diferentes possibilidades de financiamento estudantil e bolsas de estudo estão sendo oferecidas neste Vestibular, dentre elas destacam-se a Bolsa Auxílio
25%, que prevê gratuidade de 25% para os cursos de Enfermagem e Ciência da Computação, e a Bolsa FUPF, que oferece gratuidade de 50% para todos os cursos de licenciatura e para as graduações em Administração (B - Matutino), Artes Visuais (B), Filosofia (B), Química (B), Secretariado Executivo (B) e Serviço Social (B). Em parceria com o governo federal, a UPF também oferece ingresso em todos os cursos oferecidos neste Vestibular por meio do Prouni, com bolsas de estudo de 50% e 100%, dirigidas aos estudantes egressos do ensino médio da rede pública ou da rede particular de ensino que estudaram na condição de bolsistas integrais. A UPF ainda está credenciada a oferecer o Fies – Fundo de Financiamento Estudantil, do Governo Federal, que concede financiamentos de até 100% das mensalidades. A Instituição também disponibiliza o Promucred – Programa Municipal de Crédito, oferecido por prefeituras conveniadas. As inscrições estão abertas e podem ser feitas até o dia 25 de novembro pelo site http://vestibular.upf.br, na Central de Atendimento ao Aluno, ou nas secretarias dos campi. A relação completa dos cursos oferecidos e outros detalhes do processo seletivo podem ser obtidos pelo site ou pelo telefone 0800 701 8220. Foto: Fabiana Beltrami
O profissional formado em Engenharia Química será capacitado para utilizar e desenvolver novas tecnologias ao setor
Confira mais informações sobre os novos cursos ofertados n Artes Visuais (B) A graduação em Artes Visuais (bacharelado) estimula os alunos a proporem novas técnicas e processos criativos para o exercício da produção, pesquisa, crítica e mediação artístico-culturais. O profissional tem como diferencial competitivo sua capacidade criativa e inovadora e está apto a realizar serviços de arte e tecnologia, aliados à capacidade de gestão cultural. O curso terá duração de oito semestres e aulas no turno da noite. Foto: Fabiana Beltrami
n Gestão da Tecnologia da Informação – EaD (CST) O curso de Gestão da TI – EaD, o primeiro na modalidade a distância ofertado pela UPF, obteve conceito 5 na avaliação realizada pelo MEC e está entre os três melhores do Rio Grande do Sul e os 13 considerados de excelência em todo o país. O profissional formado está apto a elaborar, analisar, gerenciar e executar projetos em TI, assim como a planejar, coordenar e avaliar as infraestruturas física, lógica e de equipe dos ambientes e setores de TI e a implantar de recursos tecnológicos e de sistemas informatizados em empresas. O curso está sendo oferecido nos polos de Passo Fundo, Carazinho e Casca, tem duração de cinco semestres e as aulas presenciais ocorrem nas segundas-feiras à noite. n Engenharia Química (B) O profissional, com capacidade para utilizar e desenvolver novas tecnologias de forma sustentável e identificar e resolver problemas relacionados ao setor da engenharia química, pode atuar em indústrias químicas em geral, como as metalúrgicas; de tintas, vidros, cimentos ou de tratamentos de resíduos líquidos e sólidos; em estações de tratamento de águas; e em indústrias de pedras e joias. O mercado também oferece vagas em empresas que atuam nas áreas de alimentos; combustíveis e biocombustíveis; borrachas; carvão; álcool; papel e pastas celulósicas; plásticos; nanomateriais; e nas indústrias farmacêuticas. A duração do curso é de 10 semestres, com aulas à tarde e aos sábados pela manhã. n Engenharia de Produção (B) A graduação pretende formar profissionais com visão global e sistêmica do processo de produção, aptos e capacitados a promover a gestão da produção nas diferentes áreas. O mercado é promissor nas áreas de finanças, telecomunicações, atuário, informática e internet. O curso, com duração de 10 semestres, é ofertado no Campus Passo Fundo, com aulas à noite e aos sábados pela manhã. n Agronegócio (CST) em Palmeira das Missões A graduação, já ofertada em Passo Fundo, passa, neste Vestibular, a ser oferecida também em Palmeira das Missões. É uma boa escolha para quem atua ou deseja atuar no gerenciamento de empreendimentos do agronegócio e para quem atua de forma autônoma no setor. O curso tem duração de sete semestres e as aulas são realizadas à noite.
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entrevista Alexandre Nienow
Diálogo e responsabilidade pautam ações e decisões Foto: Cristiane Sossella
n Após 23 anos de trabalho com ensino e pesquisa, o professor Alexandre Nienow destaca os desafios de assumir a presidência do Conselho Diretor da FUPF
A
trajetória da Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF) se confunde com a história de sua principal mantida, a UPF. Além da Universidade, a Instituição mantém, também sob a sua responsabilidade, a UPF Idiomas, o Centro de Ensino Médio Integrado UPF e um complexo de radiodifusão que envolve a UPFTV e as rádios 99UPF e 90UPF. As ações e decisões da FUPF, embora no âmbito administrativo, repercutem diretamente na organização e ação das mantidas, em interface com a comunidade por meio de iniciativas voltadas à educação integral, à cultura, à pesquisa e à extensão, com foco especial no desenvolvimento regional. Sob novo comando desde julho deste ano, a FUPF tem, e terá pelos próximos dois anos, o respeitado professor e pesquisador Alexandre Augusto Nienow à frente dos trabalhos que, de acordo com ele, devem ser conduzidos tendo como premissas a responsabilidade e as decisões compartilhadas. Nienow, que começou sua trajetória na Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária em 1990, é mestre e doutor em Agronomia e pesquisador produtividade CNPq. Nesses 23 anos de atuação na UPF, foi membro do Conselho Diretor da FUPF (1997-2001), coordenador do curso de Agronomia (1997-1998 e 2010-2013), coordenador da Divisão de Pesquisa (1998-2002), coordenador do Programa de Pós-Graduação em Agronomia (2002-2005) e membro da Comissão de Pesquisa e Pós-Graduação (1998-2005). Confira, na entrevista a seguir, o que pensa o novo presidente da FUPF sobre a atuação da Instituição, responsável por uma comunidade acadêmica de cerca de 25 mil pessoas, dentre professores, alunos e funcionários.
Alexandre Augusto Nienow estará à frente da Fundação UPF até 2015
O que representa para o senhor, que sempre trabalhou com a docência e a pesquisa, estar à frente da FUPF até 2015? Todas as mantidas possuem apenas um objetivo em comum, a educação. É um novo desafio que pretendemos desempenhar com muito diálogo e empenho. O exercício da docência e da pesquisa, agregado às experiências em cargos administrativos, certamente permitirão melhor compreender e encaminhar as demandas de nossa Instituição. Para isso, a intenção é manter fortalecidos os canais de interação entre as mantidas e a FUPF, constituída administrativamente pelo Conselho Diretor, sua diretoria e pelo diretor executivo, Pedro D’Agustini, assessorados, fundamentalmente, pelos diferentes setores operacionais e de controle. Conduzir um trabalho compartilhado e articulado é o grande objetivo, tomando as decisões com bom senso, atendendo às normas e visando ao benefício de todos. Em sua opinião, quais desafios motivam o trabalho? Acredito que alguns elementos fundamentais devem nortear nossa atuação. Temos que continuar crescendo, mas crescendo com consistência e
mantendo a saúde financeira da nossa Instituição. Nesse aspecto, a sustentabilidade é uma das prioridades, assim como a melhoria constante da infraestrutura. Vários investimentos estão e continuarão ocorrendo, demandados pela própria FUPF, pela Reitoria e pelas Vice-Reitorias e Unidades Acadêmicas da UPF e demais mantidas. Obras com recursos próprios e obtidos a fundo perdido estão em andamento. Para exemplificar, podemos citar a implantação do Parque Científico e Tecnológico UPF Planalto Médio e a expansão do prédio da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária. Novos recursos estão sendo conquistados mediante o encaminhamento de projetos a órgãos públicos de fomento, a exemplo da recente aprovação do projeto de construção do novo Biotério e da ampliação da Faculdade de Educação, bem como de parcerias com o poder público e a iniciativa privada. Um dos atuais desafios é o investimento necessário na construção de uma nova estrutura para abrigar a Faculdade de Engenharia e Arquitetura. A Unidade Acadêmica cresceu muito nos últimos anos com a criação de novos cursos e o aumento no número de alunos. Portanto, há a necessidade urgente de
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expansão da estrutura física. Como se trata de um alto investimento, estamos analisando formas de obter esses recursos para viabilizar o empreendimento. Da mesma forma, temos a consciência da necessidade de estabelecer um cronograma de investimentos em climatização, principalmente das salas de aulas e dos laboratórios, oportunizando maior conforto ambiental e bem estar aos alunos, professores e funcionários. Manter a Certificação de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas), prestando serviços sem fins lucrativos na área de educação, é uma responsabilidade permanente com a qual temos tido um cuidado especial. Essa deve ser uma tarefa da Fundação e de todas as mantidas. Buscar a agilidade nos processos e serviços também é uma preocupação, e pretendemos implementar ações efetivas neste sentido. Em um cenário de alta competitividade do mercado de trabalho, qual a importância dos recursos humanos e como atrair e manter profissionais qualificados? É de extrema importância termos um quadro de professores e funcionários comprometidos com o a missão da Instituição. Por isso, reafirmamos a importância da Reforma Administrativa, que já se encontrava em andamento quando assumi a presidência do Conselho Diretor, em julho, ao mesmo tempo em que ratificamos a necessidade de investirmos na qualificação profissional. Também se encontrava em andamento, e apoiamos, o trabalho em conjunto da FUPF com as mantidas, especialmente a UPF, que culminou com a implementação da Política de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) para os Funcionários da FUPF, uma demanda antiga. Não se trata de um plano de aumento de salários, mas fundamentalmente de um plano que buscou a readequação dos cargos e funções, com repercussões salariais dependendo do caso. A ideia, a partir da implantação da PCCS, é que o nosso funcionário saiba onde ele se encontra na carreira e possa visualizar onde poderá chegar, dependendo de seu próprio empenho. Tínhamos também algumas diferenças de salário em relação ao mercado, então se buscou readequar. O cuidado, por ocasião da elaboração desta Política, foi de que a mesma fosse factível do ponto de vista financeiro. Não podemos, irresponsavelmente, comprometer o futuro da Instituição. A partir da sua operacionalização, será possível realizarmos as alterações que julgarmos necessárias em sua configuração e, possivelmente, em um futuro próximo, estabelecer um acordo coletivo, após avaliação conjunta com o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino de Passo Fundo e Região (Sintee-Norte/RS). Com relação aos professores da UPF, foi aprovado no Conselho Diretor, e encontra-se em fase de implantação, o novo Plano de Carreira Docente; proposta que foi elaborada
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Manter a Certificação de Entidade Beneficente de Assistência Social é uma responsabilidade permanente, com a qual temos tido um cuidado especial. Essa deve ser uma tarefa da Fundação e de todas as mantidas pela Comissão Especial para Análise do Estatuto do Professor e negociada com o Sinpro, a ser aplicada àqueles que ingressarem na Instituição e, facultativamente, para os professores que ingressaram a partir de 2007. A mudança deseja, diante da alta competitividade do mercado de trabalho, em especial do mercado educacional, manter o corpo docente existente e atrair excelentes professores, primando pelo ensino de qualidade. Sendo a UPF a principal mantida, como o senhor percebe o novo cenário do ensino superior, o qual traz uma oferta de cursos cada vez maior e a ampliação da educação a distância? Temos tido, em conjunto com os gestores da Universidade, uma preocupação e o cuidado com a qualidade acadêmica dos cursos existentes e propostos, no que diz respeito à FUPF, principalmente em relação à infraestrutura, uma vez que as mantidas possuem autonomia na definição do funcionamento dos cursos. Neste sentido, dois aspectos precisam ser destacados: o primeiro é que temos o dever de formar profissionais comprometidos com o desenvolvimento da sociedade e atentos às demandas do mercado de trabalho; e o segundo diz respeito à avaliação. Somos constantemente avaliados por órgãos oficiais, como as visitas do MEC e o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), e também por agências não oficiais, a exemplo do Guia do Estudante da Editora Abril e do Ranking Universitário da Folha de São Paulo, que têm grande repercussão. Alguns novos cursos estão sendo oferecidos
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Temos que continuar crescendo, mas crescendo com consistência e mantendo a saúde financeira da nossa Instituição
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pela UPF, inclusive na área de educação a distância, mas sempre com a preocupação de que tenham, especialmente, estrutura e corpo docente qualificados. Para as demais mantidas, que projetos o senhor considera essenciais serem implantados? O Ensino Médio Integrado UPF vem crescendo, principalmente com a implantação dos Cursos Técnicos. Neste segundo semestre, tivemos a formação das primeiras turmas pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), com adesão importante da comunidade. Reconhecemos a importante dedicação da direção e dos professores do Integrado UPF na qualificação do trabalho realizado, demonstrado pela excelência dos resultados obtidos pelos alunos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e nas inúmeras aprovações nos vestibulares. Salientamos que estamos buscando investir na qualificação dos professores, tendência que deve se manter e ser ampliada nos próximos anos. Ressaltamos, ainda, que um Plano de Carreira para os professores do Ensino Médio deve ser discutido e implementado em breve. No caso da UPF Idiomas, avaliamos que a escola tem um potencial muito grande. São mais de 600 alunos matriculados nos diferentes cursos, muitos deles estudam em razão de convênios com prefeituras, empresas e entidades. Dessa forma, é uma mantida que tem uma importância social muito grande, porque oportuniza o acesso a um curso de idiomas para pessoas que jamais teriam condições de pagar integralmente, propiciando o crescimento individual e profissional, ou seja, a UPF Idiomas é estratégica do ponto de vista social, integrada à ação comunitária. Para ampliar suas atividades, estamos iniciando uma discussão e avaliando a possibilidade de oferecer os cursos da UPF Idiomas, que tradicionalmente ocorrem no Campus III, no centro da cidade, também no Campus I, em horários alternativos, especialmente no turno vespertino. As aulas poderiam ter duração de uma hora, beneficiando professores, alunos e funcionários que têm seu momento de intervalo nesse horário e poderiam aproveitar para buscar conhecimento. A área de comunicação está sendo reestruturada, buscando estabelecer setores com atividades bem definidas, porém sem perder o foco no trabalho integrado e articulado, inclusive com as Agências e o trabalho realizado na Faculdade de Artes e Comunicação. Neste contexto, os desafios mais eminentes no Sistema de Radiodifusão, que estão na pauta das discussões, são a ampliação da área de abrangência das Rádios e da UPFTV, e a implantação do sinal digital da UPFTV, com repercussão decisiva na qualidade de transmissão compatível com a TV Futura, da qual somos afiliados, certamente resultando na atração de mais telespectadores.
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especial
CONHECIMENTO
inovando o futuro
Inauguração do UPF Parque, no início de novembro, dá início a novo momento de empreendedorismo para a região. Instituições parceiras já assinaram convênio para viabilização do terceiro módulo, no valor de R$ 2,8 milhões
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ara que uma região se transforme e enfrente os desafios da sociedade do conhecimento, crie novos empregos e melhore a economia e os índices de desenvolvimento humano e social, a educação e a capacidade de inovar são fatores fundamentais. A efetivação de ações neste sentido requer, fundamentalmente, parcerias, sejam elas de ideias, de conhecimento ou financeiras. Essa união de forças em busca de uma nova era de desenvolvimento está sendo concretizada na região Norte do Rio Grande do Sul, com a implantação do Parque Científico e Tecnológico UPF Planalto Médio (UPF Parque), inaugurado no mês de novembro. Pelo mundo, os parques científicos e tecnológicos auxiliam na competitividade, na diversificação, no fortalecimento de cadeias produtivas e na criação de novos produtos e processos, transformando as regiões com as quais se relacionam, já que as novas tendências do mercado global obrigam as empresas a investirem em novos produtos e processos, por meio da agregação de inteligência, para que se mantenham competitivas. Para a realidade local, os investimentos milionários na construção de prédios e na aquisição de
equipamentos de pesquisa de alta tecnologia evidenciam a importância do UPF Parque para a UPF, para Passo Fundo e para o Estado, e demonstram a sinergia estabelecida entre a Instituição, o poder público e empresas privadas. No primeiro módulo já inaugurado, os investimentos na construção do prédio com
mais de 650 metros quadrados superam R$ 1,2 milhão entre recursos do governo estadual, por meio da Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico (SCIT) e da Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF). O local abriga os setores administrativos e empresas incubadas do Polo de Exportação de Software do Planalto Foto: Claudio Tavares
Primeiro módulo do UPF Parque, já inaugurado, tem um total de 651,15 metros quadrados de área
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Médio (PoloSul.org). Nesta primeira etapa estão incubadas quatro empresas, porém, com o segundo módulo, a capacidade será ampliada para 10 até o final de 2014. A seleção das empresas ocorre por meio de editais, a serem abertos, bem como pela manifestação de interesse. O trabalho para concretizar o UPF Parque não para. A construção do segundo módulo já está em andamento e abrigará a Central Multiuso de Equipamentos e o Centro Tecnológico e Incubadora para Agricultura de Precisão, numa área de 1.623,54 metros quadrados, com um investimento de R$ 2.749.298,24, sendo R$ 1.843.606,92 provenientes da SCIT e R$ 905.691,32 da FUPF. Em breve, será ampliada a capacidade de atendimento. Representantes da UPF e da SCIT já formalizaram convênio que destina R$ 2,8 milhões para o terceiro módulo do empreendimento. Um marco na história da região Para marcar a inauguração do primeiro módulo, ocorreu, no dia 04/11, uma solenidade especial. O salto de qualidade que representa a implantação do UPF Parque para a Universidade, para o município de Passo Fundo e para a região foi destacado pelo reitor José Carlos Carles de Souza. “A implantação do UPF Parque marca um momento ímpar, de inclusão da UPF no seleto grupo de instituições de ensino superior com capacidade técnica para projetar o desenvolvimento de produtos e inovação”, afirmou. O secretário da SCIT, Cleber Prodanov, lembrou que o UPF Parque é o primeiro parque científico tecnológico fora da grande Porto Alegre. “Trata-se
Fortalecer e desenvolver empresas O UPF Parque será um fator determinante no desenvolvimento regional. O gestor do espaço, Marcos Cittolin, explica como se dará o processo de incubação de empresas que atuem com o desenvolvimento de pesquisas ou de novos produtos e processos. “A empresa começa aqui e se fortalece com a assistência na gestão e na pesquisa para que possa desenvolver o produto ou o processo. Quando está pronta, parte para o mercado, embora seja muito comum que empresas com base tecnológica continuem tendo vida dentro do parque”, esclarece. Conforme Cittolin, promover a sinergia entre o ambiente da pesquisa e do desenvolvimento e fortalecer um sistema produtivo local ocorre por meio do melhoramento de produtos ou pelo desenvolvimento de processos produtivos com menores custos, por exemplo, que refletem na competitividade das empresas locais.
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de um importante movimento de descentralização, que cria condições para que a Universidade, os empreendedores locais, a prefeitura e os demais governos possam catalisar ações fortes em prol do desenvolvimento regional”, destacou. Na opinião do prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo, a inauguração do UPF Parque é consequência do esforço de muitas pessoas e instituições que se dedicaram para torná-lo realidade. A solenidade de inauguração contou ainda com a presença dos deputados federais Henrique Fontana e Beto Albuquerque e do deputado estadual Diógenes Basegio, representando a Assembleia Legislativa, além de lideranças políticas, de entidades, de empresários de toda a região e da comunidade acadêmica. Quais as vantagens de ser incubado? Sendo um ambiente planejado e protegido, o UPF Parque é propício para o desenvolvimento das empresas interessadas em investir em novos projetos. Conforme o vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Leonardo José Gil Barcellos, para compreender a importância do Parque no impulso às
empresas, pode-se fazer uma analogia com um recém-nascido que vai para uma incubadora. “Lá ele é nutrido até ter força para viver. O mesmo ocorre com as incubadoras tecnológicas existentes nos parques, que contam com ferramentas para ajudar microempresas ou investidores que precisam de assistência para alavancar seu negócio”, explica. As incubadoras oferecem às empresas infraestrutura de uso compartilhado, assistência permanente, treinamento na área de negócios e acesso facilitado aos grupos de pesquisa e ao mercado.
UPF e SCIT já formalizaram anúncio de convênio que destina R$ 2,3 milhões para o terceiro módulo do empreendimento
Empresas incubadas O UPF Parque terá quatro empreendimentos incubados nesta primeira etapa por meio do PoloSul.org. De acordo com o presidente, Roberto Rabello, as quatro empresas, Gulafood, Foto: Carla Vailatti
Empresários, políticos, representantes de entidades e comunidade acadêmica da UPF prestigiaram a inauguração do UPF Parque
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Metodologia qualificada Os novos equipamentos, que já estão em funcionamento em laboratórios da UPF, qualificam a metodologia das pesquisas a serem realizadas e representam um salto em infraestrutura para a pesquisa e inovação. “Temos certeza que todo o processo de produção de conhecimento na UPF terá um impulso muito importante com a instalação do UPF Parque. Aliado aos investimentos que temos implementado no incentivo à pesquisa, a comunidade acadêmica colherá importantes frutos num futuro breve”, avalia o vice-reitor Leonardo José Gil Barcellos.
Microscópio Eletrônico de Varredura é um dos equipamentos de pesquisa mais modernos do Estado
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Genesys, Sinf e Koneksa, podem ficar incubadas por até três anos. Desde que entrou em funcionamento, em 2005, o PoloSul.org já incubou oito empresas que atualmente atuam no setor de tecnologia da informação em Passo Fundo. As empresas atuais trabalham em projetos independentes, dentre eles, o desenvolvimento de um software para a Copa de 2014, uma central de delivery para restaurantes e softwares de automação residencial e de segurança da informação. “No Parque, as empresas terão um habitat mais favorável para a inovação, por meio de uma interação maior entre o ensino e a pesquisa com o meio empresarial”, pontua Rabello. Tendência global, atuação de acordo com demandas regionais O UPF Parque terá atuação prioritária nas áreas de Tecnologia da Informação/Software, Metal-mecânica, Saúde, Alimentos, Energia, Biotecnologia e Agricultura de Precisão. No entanto, estará aberto a receber outras áreas, conforme a demanda e a capacidade de atendimento. Segundo o professor Alexandre Lazaretti Zanatta, um dos principais articuladores para a concretização do UPF Parque, os parques científicos e tecnológicos exercem a função de propiciar o ambiente de relacionamento do meio acadêmico e de pesquisa com o setor público e a iniciativa privada. “Este é, sem dúvida, o melhor espaço para minimizar os efeitos indesejáveis da eliminação das fronteiras econômicas e propiciar o convívio saudável entre as economias local, regional e global”, aponta. Para Zanatta, o ambiente de um parque científico e tecnológico é propício para a integração entre a necessidade das empresas e das instituições com o ambiente de pesquisa e o desenvolvimento da Universidade. “O instru-
Outros equipamentos Confira, na lista abaixo, outros equipamentos disponíveis, quem são os professores responsáveis por cada um deles e quais foram os valores investidos nas aquisições. Além dos citados abaixo, ainda foram adquiridos módulos computacionais e um gerenciador wireless, no valor total de R$ 15 mil.
n Espectrofotômetro de absorção atômica / Laboratório de Química do Solo - Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária / Pedro Escosteguy / R$ 320 mil
n Cromatógrafo gasoso acoplado a espectrômetro de massa / Laboratório de Cromatografia – Centro de Pesquisa em Alimentação (Cepa) / Maria Tereza Friederich / R$ 198 mil
n Microscópio eletrônico de varredura (MEV) EDS / Laboratório de processos de fabricação – Curso de Engenharia Mecânica / Charles Leonardo Israel / R$ 634 mil
n Farinógrafo / Laboratório de Cereais – Centro de Pesquisa em Alimentação (Cepa) / Luis Carlos Gutkoski / R$ 89 mil
n Espectrofotômetro de emissão óptica / Laboratório de Química do Solo – Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária / Pedro Escosteguy / R$ 220 mil
n Máquina de ensaios dinâmicos / Laboratório de processos de fabricação – Curso de Engenharia Mecânica / Charles Leonardo Israel
n Estéreo microscópio trinocular / Laboratório de processos de fabricação – Curso de Engenharia Mecânica / Charles Leonardo Israel / R$ 23 mil
mento de integração é a transferência tecnológica. Com este vetor, é possível captar recursos de programas governamentais direcionados à melhora da competitividade de setores estratégicos da economia”, argumenta. Zanatta esclarece que, por meio do UPF Parque, também é possível captar ou potencializar investimentos privados em pesquisa e desenvolvimento, o que permite uma maior organização produtiva. Dentre os exemplos citados pelo professor estão as ações desenvolvidas no Arranjo Produtivo Local de Pedras, Gemas e Joias do Estado, em Soledade, RS, por meio do Centro Tecnológico instalado na UPF, pelo PoloSul.org em Passo Fundo/RS, e pelo Polo de Alimentos da UPF, que têm interface por meio da UPF com o Parque. “A iniciativa da UPF com parceiros públicos e privados busca fortalecer a economia local e regional de forma que possa enfrentar uma realidade global que beneficia a concorrência desigual e predatória”, avalia.
Alta tecnologia Além dos investimentos na construção de prédios, cerca de R$ 1,3 milhão também já foi disponibilizado para a aquisição de equipamentos de pesquisa de alta tecnologia para compor o Laboratório Multiusuário. Os recursos foram disponibilizados pelo Ministério da Ciência, Inovação e Tecnologia e a Prefeitura de Passo Fundo adquiriu os equipamentos, cedidos à Fundação UPF. Os equipamentos permitem a realização de análises diversas com precisão e atenderão às demandas de pesquisa da UPF e das empresas que farão parte do UPF Parque. Dentre os equipamentos adquiridos está um Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV). O equipamento pode ser utilizado em diversas áreas do conhecimento na obtenção de imagens de alta resolução, dentre outras, de materiais metálicos, não metálicos, de semicondutores e de minerais. “As ampliações podem chegar a 400 mil vezes, revelando detalhes tridimensionais imperceptíveis em microscópios convencionais. Existe um grande potencial de prestação de serviços para empresas e instituições públicas, especialmente em análises de falhas mecânicas e no desenvolvimento e na otimização de processos e produtos”, explica o responsável pelo equipamento, professor Dr. Charles Leonardo Israel. Um dos módulos do MEV que merece destaque é o EDS ou EDX (Energy Dispersive X-ray Detector). “O uso em conjunto
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Segundo módulo do UPF Parque está em construção, compreendendo uma área de 1.623,54 metros quadrados
do EDS com o MEV é de grande importância na caracterização das imagens. Além da identificação da composição química da amostra, o equipamento ainda permite o mapeamento da distribuição de elementos químicos, gerando mapas composicionais de elementos em estudo”, justifica o professor. Quando tudo começou A história do UPF Parque iniciou no ano de 2007, quando o professor Carlos Alberto Forcelini representou a FUPF, em viagem à Espanha, no Centro de Tecnologias Eletroquímicas (Cidetec), visando à troca de conhecimento e informações, a fim de estabelecer contatos e parcerias. Os resultados incluíram a assinatura de convênio de cooperação técnica entre o Cidetec e a FUPF. Em 2008, o professor João Walter Dürr, apresentou, ao pleno da FUPF, o projeto do Parque, suas áreas de atuação e principais características. Em 2009, foi constituído um comitê de Trabalho, pela Portaria nº 5/2009/FUPF, para a viabilização e a instalação do Parque Científico e Tecnológico do Planalto Médio. No mesmo ano, sob a coordenação do professor Verner Luis Antoni, o UPF Parque foi credenciado no Programa Gaúcho de Parques Científicos e Tecnológicos (PGTEC). A partir de 2010, o projeto ganhou impulso com a aprovação de regulamentos e normas internas de gestão do Parque, bem como com a aprovação de recursos advindos de vários editais que resultaram na conquista dos investimentos necessários para a construção do primeiro módulo. Experiências de inovação dos polos tecnológicos A experiência de estimular a integração entre a Universidade e o setor produtivo, objetivando o desenvolvi-
mento de tecnologias adequadas às diferentes realidades, iniciou na UPF há vários anos, por meio dos polos tecnológicos. Atualmente, a Instituição é gestora de quatro polos criados pelos Conselhos Regionais de Desenvolvimento, os Coredes. O primeiro, o Polo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Alimentos e Metalmecânica, está instalado desde 1995 em Passo Fundo e abrange 21 municípios. As áreas de atuação são Horticultura, Produção e Industrialização de Grãos e de Leite, e Piscicultura. O Polo de Inovação Tecnológica do Alto da Serra do Botucaraí tem atuação em 16 municípios da região de Soledade e as áreas de investimentos são Pedras, Gemas e Joias; Alimentos; e Turismo. Já o Polo de Inovação Tecnológica da Região Nordeste abrange 19 municípios da região de Lagoa Vermelha e investe nas áreas de Alimentos, Móveis e Industrialização de Grãos. O mais recente dos polos geridos pela UPF, com abrangência de 20 municípios da região de Sarandi e Palmeira das Missões, atende ao Corede Rio da Várzea e está estruturado em dois núcleos, um de atenção à indústria têxtil e outro que atenderá ao melhoramento genético da erva-mate. Foto: Reprodução
Empreendimento terá investimentos no valor de R$ 2.8 milhões para abrigar Centro Tecnológico e Incubadora Metal-Mecânica
Terceiro módulo vai beneficiar setor metal-mecânico O UPF Parque deve representar um novo momento para o desenvolvimento social e econômico da região. O terceiro módulo do empreendimento atenderá a uma antiga reivindicação dos empresários, por meio da implantação do Centro Tecnológico e Incubadora Metal-Mecânica. O convênio entre a Fundação UPF e a SCIT para a construção do espaço foi formalizado na data da inauguração da primeira obra do Parque. O espaço terá área de 1.251,09 metros quadrados e contará com investimento de R$ 2.814.825,05, sendo R$ 2.298.468,53 provenientes da SCIT e R$ 516.356,52 da Fundação UPF. A região da Produção é fortemente conhecida pela força do agronegócio e pela presença de indústrias de implementos agrícolas e de estruturas metálicas, apresentando-se como um dos maiores polos do setor metal-mecânico no país, o qual vem alavancando o desenvolvimento e o crescimento regional. Diversas empresas de grande porte estão distribuídas pela região e têm como principal processo de fabricação o uso da soldagem em componentes metálicos. A instalação do Centro vai permitir desenvolver e avaliar uniões soldadas e validar os procedimentos de fabricação e certificação destas uniões. O empreendimento também beneficiará os cursos de graduação e pós-graduação que a Universidade mantém, especialmente de Engenharia Mecânica e Produção Mecânica e o Mestrado Profissional em Projeto e Processos de Fabricação, tendo, nestes cursos, diversas atividades voltadas para o processo de uniões metálicas por soldagem. Além destes cursos, as graduações em Ciência da Computação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Sistemas para Internet e o Mestrado Profissional em Computação Aplicada darão suporte científico e tecnológico para a visualização e a modelagem computacional das atividades desenvolvidas no Centro Tecnológico e Incubadora Metal-Mecânica.
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universidade Diferencial de QUALIDADE: três cursos acreditados pelo Sistema Arcu–Sul - Agronomia, Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil Foto: Fabiana Beltrami
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m acordo entre os ministérios de Educação de Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Chile, Colômbia e Venezuela possibilitou a implementação do Sistema de Acreditação Regional de Cursos de Graduação do Mercosul (Arcu-Sul). O sistema permite o reconhecimento regional da qualidade acadêmica dos cursos acreditados, promovendo a melhoria permanente da formação de nível superior e facilitando o intercâmbio entre os países do Mercosul. Atenta à questão da internacionalização e da mobilidade estudantil e docente, a UPF já tem três cursos acreditados e outros dois estão em processo de acreditação. O Sistema Arcu-Sul tem a intenção de avaliar, de forma permanente, a qualidade da educação superior no nível de graduação e possibilitar o avanço da integração regional com vistas ao desenvolvimento dos países da região. O processo de acreditação ocorre por meio de convite às instituições de ensino superior. As condições de participação são: ter caráter universitário e, pelo menos, 10 anos de funcionamento, e ter participado dos processos avaliativos do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), tendo obtido conceito igual ou maior que 4. A comissão de avaliação é composta por professores dos países participantes do sistema e por técnicos do Ministério da Educação, que realizam visitas às universidades para atestar a qualidade dos cursos. Na UPF, as primeiras visitas ocorreram no ano passado. O primeiro curso acreditado foi o de Agronomia, seguido pelos cursos de Arquitetura e Urbanismo e de Engenharia Civil. A portaria que oficializa a acreditação foi publicada no Diário Oficial em 17/09/2013, sob o nº 892. Ainda neste ano, o curso de Engenharia de Alimentos recebeu a visita da comissão e, em breve, também deve ser acreditado. O curso de Engenharia Mecânica receberá a co-
missão para avaliação in loco no final de novembro deste ano.
Agronomia/ UPF é o único curso de agronomia de universidade não pública na lista dos 12 acreditados
Arquitetura credenciados no Brasil”, pontua. Conforme o coordenador do curso de Engenharia Civil da UPF, Rodrigo Bordignon, a acreditação atesta o elevado nível acadêmico e científico do curso entre os países do Mercosul e representa um avanço na inserção internacional. “Na primeira chamada para intercâmbio, somos o único curso de Engenharia Civil brasileiro participante do Programa Marca, o que proporciona que cinco de nossos alunos realizem seus estudos em outros países e que outros quatro alunos estudem em nossa Instituição”, conclui.
Qualidade acadêmica certificada Na opinião da vice-reitora de Graduação, Neusa Rocha, a acreditação é mais um diferencial da UPF, pois é o resultado de uma avaliação que certifica a qualidade acadêmica dos cursos de graduação e que contribui para a integração, a cooperação solidária e o intercâmbio entre universidades dos países do Mercosul. O coordenador do curso de Agronomia, Geraldo Chavarria, enumera vários pontos positivos da acreditação. “O primeiro benefício deste reconhecimenFoto: Fabiana Beltrami to é a disponibilização, num primeiro Somente momento, de cinco bolsas do Programa cinco de Mobilidade Acadêmica Regional em cursos de Cursos Acreditados (Marca) para interArquitetura câmbio dos nossos alunos, assim como e Urbanismo a vinda de cinco alunos do exterior para foram a nossa Instituição. Posteriormente, acreditados haverá a possibilidade de mobilidade no país até o acadêmica, profissional e docente entre momento as universidades acreditadas”, enfatiza, lembrando que a Agronomia da UPF é o único curso de agronomia de universidade não pública na lista de 12 cursos de Agronomia acreditados. Na opinião do coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da UPF, Juan Mascaró, a acreditação foi de Programa Marca: 15 acadêmicos em intercâmbio extrema relevância para o curso, que Um dos resultados de ter cursos acrediA mobilidade acadêmica, é relativamente tados é poder integrar o Programa Marca. A por meio do Programa jovem, com pouco iniciativa do governo federal ocorre com a Marca, é um dos benefícios mais de 10 anos participação de universidades conveniadas da Acreditação. Os dos países membros e associados ao Merde existência, e se acadêmicos de Engenharia cosul. A UPF é uma das parceiras e já tem encontra fora dos Civil da UPF, Diogo 15 acadêmicos dos cursos de Agronomia, grandes centros Cappellesso dos Santos e Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil urbanos. “Esse Vagner de Moura, estão passando um semestre de estudos em unireconhecimento realizando intercâmbio na versidades de Argentina, Bolívia e Uruguai. nos traz destaque Bolívia, respectivamente, Da mesma forma, a UPF já recebeu 14 estuna Universidad Privada regional, nacional dantes, dos mesmos cursos, provenientes Boliviana, em Cochabamba, e internacional, de instituições de Argentina, Bolívia, Chile, e na Universidad Privada em um contexto Uruguai e Venezuela. del Valle, em La Paz de cinco cursos de
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universidade Em sintonia com as novas formas de LEITURA UPF Editora é uma das primeiras editoras universitárias a atuar na editoração de livros digitais
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s primeiros livros digitais surgiram no final da década de 1990, e, de lá para cá, sua utilização e seu comércio têm sido crescentes. Para se ter uma ideia, de 2011 para 2012, o mercado de e-books, como são chamados, cresceu mais de 350% no país, de acordo com dados da Câmara Brasileira do Livro. A nova plataforma de leitura vai sendo popularizada e atrai, a cada dia, um maior número de leitores. Em sintonia com essa tendência tecnológica, a UPF Editora se prepara há cerca de dois anos para a editoração de livros digitais e hoje está entre as poucas editoras universitárias a prestar o serviço. As primeiras obras editadas nesse formato foram lançadas recentemente pela UPF Editora, que já trabalha na produção de novos e-books. Conforme explica a coordenadora do setor, professora Cleci Werner da Rosa, os autores, que costumam buscar inicialmente o formato tradicional, são incentivados a usufruir também das vantagens da modalidade digital, aderindo às duas formas de editoração e dando, assim, maior visibilidade à sua obra. A professora Cleci destaca as diferenças do trabalho realizado a partir deste
ano. “Deixamos de oferecer e acompanhar os processos de produção gráfica e comercialização de livros. Nessa nova perspectiva, os autores, que podem ser tanto do público interno, quanto da comunidade, contratam apenas nossos serviços de editoração, ou seja, revisão, formatação, projeto gráfico, criação de capa, atribuição de ISBN e ficha catalográfica. Ao final, entregamos os arquivos a eles, ou seja, as obras, além de terem sido editadas em livros digitais, podem ser levadas a uma gráfica para serem impressas”, pontua. Diferentes formatos A UPF Editora oferece a criação de e-books em dois formatos. O primeiro trata-se do e-pub, ou o "real" e-book, em formato digital, no qual o leitor pode "folhear", passar páginas e fazer interações. O e-pub é flexível e normalmente é acessado em e-readers, tablets, celulares ou outros dispositivos que usem aplicativos com o sistema Android ou similares. O segundo formato, o mais popular, é a versão PDF, que apresenta layout fixo e pode ser lido em qualquer aparelho que tenha instalado o Adobe Acrobat ou outro leitor desse formato de arquivo. Dentre os benefícios oriundos do formato digital de livros, pode-se citar a sua portabilidade, pois são facilmente transportados e socializados, e a celeridade com que os arquivos são socializados ou comercializados, ações Foto: Cristiane Sossella
Feira internacional A UPF Editora esteve representada, em outubro, na Feira do Livro de Frankfurt, considerada o maior encontro mundial do setor editorial. O evento atrai, anualmente, mais de 7.000 expositores e 280.000 visitantes. O convite para a participação na Feira foi feito pela Abeu e oito obras de professores da UPF estiveram em exposição. Os e-books já editados pela UPF Editora podem ser conferidos no site http://www.upf.br/editora/.
que independem de filas físicas ou de serviços de postagem, a exemplo do que ocorre com o livro impresso. Independentemente do formato escolhido, é possível disponibilizar o livro para download no site da UPF Editora, caso em que a distribuição deverá ser, necessariamente, gratuita. “Assim, coloca-se como vantagem ao autor que optar pelo e-book em lugar do livro impresso, além da possibilidade de ver sua obra circulando no espaço-tempo da Internet, o fato de não precisar se envolver com o processo de produção gráfica, embora todos os arquivos sejam disponibilizados ao autor e ele possa fazer uso dessa possibilidade”, declara a professora Cleci. Qualidade garantida A UPF Editora foi oficialmente criada em 1995 e, desde então, já publicou aproximadamente 800 livros no formato tradicional, dentre os quais se destacam obras renomadas e coleções já consagradas em âmbito regional, nacional e internacional, muitas delas premiadas nas mais diversas instâncias. A revisorachefe Cinara Sabadin Dagneze lembra que a equipe foi preparada para atender à nova tendência tecnológica de editoração. Além disso, segundo Cinara, a Editora tem um conselho editorial composto por doutores e é filiada à Associação Brasileira de Editoras Universitárias (Abeu), que garante um selo de qualidade aos livros, à Associação Brasileira de Editores Científicos (Abec) e à Câmara Rio-Grandense do Livro. A ficha catalográfica, conforme estabelecido em lei, é preenchida por uma bibliotecária, e há rigor e qualidade nas revisões e na apresentação visual das obras.
UPF Editora preparou-se por cerca de dois anos para a editoração de livros digitais
E-books já editados pela UPF Editora
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universidade Conhecimento e interção para facilitar
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Foto: Thaís Viacelli Biolchi (Nexjor FAC UPF)
Estudantes de 132 municípios participaram das atividades do Interação UPF 2013
Foto: Marcelo Parizzi
Interação UPF 2013 movimentou o Campus I da UPF durante três dias em outubro, mobilizando mais de sete mil estudantes e centenas de professores
Jovens tiveram a oportunidade de conhecer a estrutura dos cursos oferecidos pela UPF
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ue caminhos escolher para o futuro? Qual profissão se parece mais com os desejos e anseios da mente e do coração? Perguntas como estas fazem parte do cotidiano da maioria dos jovens que estão concluindo o Ensino Médio. Para auxiliar na decisão sobre a escolha do curso de graduação, a UPF realizou a 7ª edição do Interação UPF. De 29 a 31 de outubro, mais de sete mil estudantes, representando 190 escolas de 132 municípios do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina visitaram as instalações da Universidade e tiveram a oportunidade de conhecer os cursos de graduação e a infraestrutura da Instituição, além de participarem de uma programação especial, com foco no conhecimento e na diversão. Já consolidado como evento institucional, o Interação acontece, desde 2007, com o objetivo de oferecer uma programação diferenciada para que os estudantes possam refletir sobre suas escolhas profissionais. Acompanhados pelos guias, que são funcionários da Instituição, os visitantes conhecem as Unidades Acadêmicas, os laboratórios e as salas de ensino prático-experimental, e conversam com acadêmicos, professores e coordenadores dos cursos, numa importante troca de experiências. Nos intervalos, é oferecido um ambiente interativo e descontraído com jogos e brincadeiras para os futuros acadêmicos.
Para encerrar a programação, uma atração encanta os participantes. Na edição deste ano, a banda gaúcha Chimarruts fez os estudantes vibrarem. Na opinião da vice-reitora de Graduação, Neusa Rocha, o Interação é fundamental para que os alunos que estão finalizando o terceiro ano do Ensino Médio conheçam, se informem e escolham suas carreiras profissionais. “Este é um momento oportuno para que os jovens de toda a região conheçam as potencialidades de nossa Instituição, visitem as Unidades, conversem com coordenadores, professores e acadêmicos e, com base nas informações acerca dos diferenciais dos cursos e de seus indicadores de qualidade, possam tomar suas decisões”, frisou. Espaço para decisões A professora Clea Regina Mezzomo, da Escola Felipe Roman Ros, de Arvorezinha/RS, acompanhou um grupo de alunos no Interação. Segundo Clea, os estudantes que chegam ao 3º ano do Ensino Médio já esperam pela atividade. Em 2013, a professora participou da programação pela quarta vez consecutiva e, pela experiência, considera o evento
fundamental para a tomada de decisão dos alunos. “Esse é um momento importante e valorizado por eles, que aproveitam a oportunidade para decidirem e escolherem uma graduação. Com o espaço e o tempo organizados, fica fácil aproveitarmos as oportunidades e aprendermos ainda mais”, destacou a professora. Para a estudante Luisa Maria Gelain, do município de Machadinho/RS, a atividade vai ajudar a decidir sobre a graduação que ela vai cursar. “Pretendo fazer Farmácia, e, numa atividade como esta, conseguimos decidir com calma, além de conhecer a estrutura da UPF, o currículo e os professores”, observou a estudante. Danrlei Mucelini, aluno da Escola Estadual de Ensino Médio Bandeirante, de Guaporé/RS, ainda não sabe qual graduação escolher, mas participou do Interação buscando conhecer melhor as possibilidades disponíveis. “Gostei muito da experiência. É tudo muito organizado. Com as visitas e com as conversas com alunos e professores podemos tirar dúvidas e conhecer cada curso, para, com calma, fazermos a escolha certa”, destacou.
Programação para todos os públicos O Interação é também um espaço para que os professores saiam da rotina. Enquanto os alunos visitaram as Unidades, os docentes participaram de uma programação especial que contou com palestras, oficinas e momentos para cuidar da saúde e para refletir sobre qualidade de vida.
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universidade Tecnologia para aproximar o ensino dos alunos Fotos: Fabiana Beltrami
UPF adere à modalidade de ensino a distância e oferta a primeira graduação nesse formato, em Gestão da Tecnologia da Informação (TI) Nascida no final da década de 1990 e apelidada pelo termo “zapear”, a geração Z é tida por especialistas como mais dinâmica, impulsiva, ansiosa e ambiciosa. Muitas dessas características são apontadas pelo constante uso da tecnologia, já que essa geração cresceu totalmente integrada ao uso de celulares, computadores, jogos eletrônicos e Internet, e não se imagina sem esses recursos. A relação com a tecnologia altera a forma que esses jovens têm de agir e pensar. E, em função disso, altera sua forma de estudar e buscar e compartilhar conhecimentos. A modalidade de Educação a Distância (EaD) é uma alternativa tida atualmente como uma forma de aproximar as instituições de ensino desses novos alunos. Conforme dados da Associação Brasileira de Educação a Distância, mais de 5,7 milhões de alunos estão matriculados em cursos a distância no país, com um crescimento de 52,5% de 2011 para 2012. Ao entrar na Universidade, o aluno do futuro quer encontrar um ambiente semelhante ao seu mundo, que é interativo, veloz e repleto de recursos. É exatamente isso que a EaD proporciona: interação, agilidade na troca de informações e diversidade de recursos para a formação. Na busca por essa renovação no ensino, a UPF obteve, em 2013, o credenciamento para Educação a Distância, possibilitando a criação de sua primeira graduação nessa modalidade: o Curso Superior de Tecnologia em Gestão da Tecnologia da Informação.
Equipe multidisciplinar da UPF Virtual oferece capacitação e suporte aos professores que atuam nessa modalidade
A coordenadora da UPF Virtual, professora Ana Carolina Bertoletti De Marchi, aponta duas vantagens para esse modelo educacional: ampliação do alcance, pois o deslocamento é facilitado, e flexibilidade de horários. “Para o aluno que trabalha o dia inteiro ou mora longe, diluir o ensino ao longo da semana, ou mesmo no final de semana, é vantajoso. Além disso, ele não tem o compromisso de estar presente toda a semana na Instituição”, avalia. Integrante do grupo de professores da UPF Virtual, Roberto dos Santos Rabello, que também coordena o Curso Superior de Tecnologia em Gestão da TI, destaca uma preocupação importante quando se fala em EaD. “Há uma falsa ideia de que os cursos na modalidade EaD não tem qualidade. O que acontece, na verdade, é que ao mesmo tempo em que se tem flexibilidade, há uma exigência maior na execução das tarefas. Exige-se mais autonomia e dedicação dos alunos para o cumprimento das atividades”, pondera. Professores e alunos com nova postura A interação para a construção do conhecimento exige uma nova postura tanto dos alunos quanto dos professores. Ana Carolina acredita que, com relação ao professor, uma mudança de paradigma é necessária. “O professor precisa trabalhar o material didático e as atividades de forma a exigir uma postura mais ativa do aluno frente ao seu aprendizado, pois este não pode reproduzir um material da aula presencial. É preciso elaborar um material com linguagem dialógica, como se ele
estivesse conversando com o aluno”, comenta, lembrando que o professor também precisa manter o atendimento ao aluno, fornecendo acompanhamento e retorno referente às atividades. Por outro lado, é preciso que os alunos demonstrem organização, capacidade de automotivação e de autogerenciamento e facilidade de interação com os ambientes virtuais. Apoio institucional A UPF Virtual, setor da UPF responsável pela formação dos docentes e pelo suporte na execução dos cursos a distância, oferece, a cada semestre, cursos onde são abordados desde os aspectos ligados à legislação, e aos referenciais de qualidade do MEC nessa modalidade, até a prática docente em EaD, onde são configurados os cursos no Moodle, Ambiente Virtual de Aprendizagem adotado pela UPF. A UPF Virtual oferta, ainda, atendimento multidisciplinar e técnico para apoiar o desenvolvimento das aulas. Na avaliação da vice-reitora de Graduação, professora Neusa Rocha, o trabalho da UPF Virtual proporciona condições à oferta, com excelência, dos cursos na modalidade a distância. Essa análise é referendada pelo conceito 5 obtido na avaliação do MEC para a oferta de cursos EaD na UPF, numa escala de 1 a 5. A vice-reitora lembra, ainda, que a UPF tem a possibilidade de implementar até 20% da carga horária total de cursos presenciais na modalidade EaD e que a experiência agregada com a oferta do novo curso poderá servir de exemplo para outros.
Novo curso atende à demanda do mercado Com currículo planejado visando a responder às demandas do mercado, o Curso Superior de Tecnologia em Gestão da TI, modalidade a distância, obteve conceito 5 (numa escala de 1 a 5) na visita in loco do MEC, o que lhe garantiu estar entre os três melhores do Rio Grande do Sul, e entre os 13 considerados de excelência em todo o país, dentre mais de 1.200 avaliados. Em Passo Fundo, mais de 100 empresas atuam no segmento de Tecnologia da Informação, e a tendência é o crescimento. Todas as informações sobre o curso podem ser obtidas no site vestibular.upf.br.
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comunidade
Fotos: Divulgação
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O que o
PATRIMÔNIOHISTÓRICO HISTÓRICO PATRIMÔNIO
tem a me dizer?
Programa Momento Patrimônio se desdobra em diferentes iniciativas com o objetivo de mostrar à comunidade que é possível conhecer sua história
Livro Além de programas de TV e rádio, as temporadas do Momento Patrimônio resultam na publicação de livros. O Momento Patrimônio Volume II foi lançado no início de novembro, durante a 27ª Feira do Livro de Passo Fundo. Organizada pelas professoras Gizele e Ironita, a obra explora temas como arquitetura, oralidade, religiosidade, estatuária, monumentos e educação patrimonial.
Rede de Memórias trabalha o tema patrimônio com professores de escolas municipais, que levam esses conhecimentos até suas comunidades
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quele sapatinho guardado da infância, o cartão postal de uma viagem especial, as fotos de momentos marcantes. Esses objetos são fragmentos da nossa vida que ajudam a contar quem somos. Assim também é o patrimônio histórico para uma localidade: um prédio antigo remete à vida em outros tempos; um monumento evidencia pessoas importantes; um nome de rua pode dar uma dica sobre os primeiros moradores do lugar; e um festejo tradicional pode representar uma crença popular. Se esses símbolos são tão ricos em importância e significado, por que, com frequência, a comunidade não os reconhece nem zela por sua preservação? Para a professora Ironita Policarpo Machado, coordenadora do curso de História, muitas pessoas não se identificam com o que é referido como patrimônio. “Há várias décadas, o município de Passo Fundo vem tentando construir e fortalecer ícones, mas nem sempre isso vai ao encontro do que a comunidade se identifica, uma vez que a cidade é plural”, acredita. Em um esforço para aproximar a comunidade passo-fundense de seu patrimônio histórico, a professora Ironita e a professora Gizele Zanotto, do Programa de Pós-Graduação em História, idealizaram o programa Momento Patrimônio, que, em 2011, teve sua primeira temporada. A iniciativa, destinada a toda comunidade, busca conscientizar a popu-
lação sobre a importância do patrimônio histórico, cultural e ambiental, tendo como principal estratégia a veiculação de programas de rádio e televisão. Os programas trazem informações e convidam a refletir, além de proporem políticas de reconhecimento, restauração e tombamento. As gravações são realizadas nas mais diversas localidades de Passo Fundo, com a participação de professores e alunos dos cursos de História, Jornalismo e das diversas áreas de conhecimento da UPF relacionadas com a temática, como artes, arquitetura, biologia, direito e engenharias, e de representantes do Museu Histórico Regional. O Momento Patrimônio articula as pesquisas desenvolvidas na Universidade, em especial no PPGH, com a graduação e proporciona a discussão desses temas com a comunidade. Os trabalhos dos mestrandos do PPGH servem como base para muitos episódios, que antes de chegarem à TV ou ao rádio são adaptados por estudantes de História e Jornalismo para as mídias. Essa função é acompanhada por professores, que também orientam a equipe em pesquisas de campo e conteúdo. Djiovan Vinícius Carvalho é um dos estudantes que colabora com o Momento Patrimônio. O que mais lhe atrai é a possibilidade de participar de diferentes etapas da construção de conhecimentos. “Participar do programa é uma oportunidade de aprender. Eu conhecia a história regional, mas agora a compreendo
Os programas buscam conscientizar a população sobre a importância do patrimônio histórico, cultural e ambiental
num contexto mais amplo”, destaca. Waleska Gaspar participa há pouco tempo, mas já valoriza a experiência. “O contato com professores, pesquisadores e a comunidade nos faz crescer, tanto em conhecimentos quanto em outras habilidades, como se expressar e se organizar melhor”, notou a acadêmica.
Oficinas sobre patrimônio O projeto Rede de Memórias, lançado em agosto deste ano, ilustra o reconhecimento que o Momento Patrimônio vem obtendo, pois veio em resposta à iniciativa dos professores da Rede Municipal de Ensino de Passo Fundo, que buscaram formas de contribuir. A iniciativa oferece oficinas sobre patrimônio, com docentes do PPGH e convidados, para professores de História, Geografia e Filosofia, que levam esses conhecimentos até suas comunidades. As escolas foram divididas em oito regiões e, com base nos conhecimentos obtidos nas oficinas, a comunidade identificará elementos que consideram patrimônio. O resultado será conhecido durante a quarta temporada do programa em 2014. “O Rede de Memórias vem para questionar a comunidade sobre o que é patrimônio e interligar esses elementos com aquilo que já se instituiu como tal ao longo do tempo. Usando a escola como referência, pensamos em estimular as comunidades para que contem suas histórias”, resume Carvalho, um dos coordenadores dessa etapa do trabalho.
Assista ao programa Os episódios inéditos podem ser assistidos na UPFTV, nas primeiras sextas-feiras de cada mês, às 21h, com reprise aos domingos subsequentes, às 22h. Os programas também estão disponíveis no Youtube, no canal Momento Patrimônio. O Momento Patrimônio também possui uma página no Facebook.
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comunidade
Análises garantem qualidade dos
ALIMENTOS
Centro de Pesquisa em Alimentação da UPF realiza análise de alimentos para empresas e comunidade Fotos: Laíssa França Barbieri
Produção do conhecimento Mesmo os laboratórios sendo utilizados prioritariamente para a prestação de serviços, alguns servem também a atividades didáticas. Alunos dos cursos de Nutrição, Farmácia, Ciências Biológicas, Engenharia de Alimentos, Medicina Veterinária, Agronomia, Química e Enfermagem, e do curso Técnico em Alimentos, além de alguns cursos de pós-graduação, desenvolvem trabalhos e aulas práticas nos ambientes. Segundo Schulz, a experiência no Cepa acrescenta muito na formação dos graduandos e pós-graduandos. “Os alunos percebem na prática o que é ensinado na sala de aula e o que é feito no mercado de trabalho”, comenta. A relação com o tripé ensino, pesquisa e extensão é intensificado por meio da participação do Cepa na Rede Nacional de Análise de Alimentos (Renali), vinculada ao Mercosul, que possibilita o intercâmbio das amostras analisadas nas instituições. Sete laboratórios do Cepa são acreditados pela CGCRE/Inmetro
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tender às necessidades dos segmentos da sociedade ligados à alimentação e à saúde, com excelência, credibilidade e eficiência, buscando a melhoria da qualidade de vida da população por meio da prestação de serviços, da geração de conhecimentos, da difusão de tecnologias e do ensino. Essa é a missão do Centro de Pesquisa em Alimentação (Cepa), laboratório da UPF que há 28 anos desenvolve trabalhos referentes ao setor alimentício na região Norte do Rio Grande do Sul. Criado em 1985, o Cepa, em seus primeiros anos, executava atividades de ensino, pesquisa e extensão. Atualmente, o Centro, localizado no Campus I da UPF, possui diversos laboratórios onde são realizadas, dentre outras ações, ensaios para controle de qualidade e melhoria de produtos e determinação de parâmetros descritos na rotulagem de alimentos embalados. Qualidade gera confiança no trabalho São 11 laboratórios, que abrangem áreas do conhecimento relacionadas às Ciências Exatas: Cromatografia; Microscopia; Águas; Sementes; Análise Sensorial; Físico-Química; Efluentes; Microbiologia; Nutrição Animal (Lana); Análise de Rebanhos Leiteiros (Sarle); e Cereais. Desses, sete são acreditados pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro (CGCRE), desde março de 2013, para a realização de 40 tipos de ensaios químicos e biológicos. A CGCRE é o organismo responsável por avaliar as condições técnicas e de gestão dos laboratórios, garantindo o seu reconhecimento por atenderem a requisitos pre-
viamente definidos e por demonstrarem competência para realizar atividades de confiança envolvendo alimentos que serão consumidos pela população. De acordo com a gerente de qualidade do setor, Isabel Cisco, os laboratórios possuem um sistema de qualidade implementado de acordo com a norma ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005, que especifica requisitos gerais para a competência em realizar ensaios e gerar resultados tecnicamente válidos. “Para o laboratório se manter no mercado e poder executar ensaios, é necessário que tenha essa norma, pois é ela que vai garantir a qualidade”, comenta. Além da acreditação, que, segundo Isabel, é uma exigência dos clientes, principalmente dos importadores de produtos brasileiros, os laboratórios são habilitados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e fazem parte da Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde (Reblas). Vale ressaltar, ainda, que alguns dos laboratórios também são credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Dedicação motiva reconhecimento O trabalho desenvolvido requer atenção e seriedade dos aproximadamente 40 funcionários do Cepa. O Centro tem um corpo técnico treinado para desempenhar as funções com excelência e, assim, atender da melhor forma aos cerca de 3.000
clientes, dentre produtores rurais e indústrias alimentícias de pequeno, médio e grande porte do Brasil e de países do Mercosul. Dentre os principais serviços estão as análises de água, leite e carne. Os testes são reconhecidos pelos clientes, que recebem suporte para entender a composição dos seus produtos. De acordo com João Amantino, produtor e proprietário da Fazenda São João, as análises que o setor faz do leite que produz são fundamentais. “Os testes, como o de ureia, gordura e lactose, auxiliam na monitoração e na qualidade do meu produto e do rebanho”, salienta. Para o coordenador do Cepa, professor Jorge Schulz, que cita o número de 1.150.000 amostras de leite feitas em 2013, o trabalho em equipe faz a diferença. “As funções exercidas exigem responsabilidade, por isso elas são feitas com garra e determinação”, salienta.
Diversas análises são realizadas nos 11 laboratórios do Cepa
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ciência e inovação
CURIOSIDADE a serviço da ciência Foto: Carla Vailatti
Na XXIII Mostra de Iniciação Científica, acadêmicos da UPF mostraram sua capacidade de gerar conhecimentos e aplicá-los em benefício da comunidade
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onsiderada pela Instituição como indutora do espírito crítico e criativo, da curiosidade, da disciplina e do futuro profissional, a pesquisa é valorizada e estimulada na UPF. Além disso, a geração de novos conhecimentos e sua aplicabilidade têm o poder de mudar a realidade da população onde a Instituição está inserida. Os estudantes da UPF são estimulados ao envolvimento com pesquisas desde o início da vida acadêmica, em atividades de iniciação científica. Esses trabalhos são apresentados na Mostra de Iniciação Científica (MIC), que acontece anualmente. Neste ano, o evento aconteceu de 8 a 10 de outubro, e contou com 442 trabalhos: 107 das Ciências Agrárias, 120 das Ciências Biológicas e da Saúde, 69 das Ciências Exatas e 146 das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Letras e Artes. Além de acadêmicos da UPF, a mostra conta com a participação de estudantes de outras instituições, em uma oportunidade de integração e socialização do conhecimento, considerando que o evento é aberto à comunidade. Foto: Divulgação UPF
A influência da vegetação no micro clima urbano de Passo Fundo foi pesquisada por Caroline Visentin, uma das ganhadoras do prêmio Aluno Pesquisador
Prêmio estimula os estudantes a participarem de atividades de pesquisa desde o início da vida acadêmica
A qualidade dos trabalhos apresentados foi destacada pelo vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Leonardo José Gil Barcellos. “Nossa estratégia é fortalecer a pesquisa como um todo na Instituição, porque, com programas de pós-graduação sólidos, temos o cenário ideal para o desenvolvimento da iniciação científica”, afirmou. O coordenador da Divisão de Pesquisa, Rafael Frandoloso, também ressaltou o alto nível das pesquisas. “A comissão avaliadora externa do CNPq, composta por quatro professores, um de cada grande área, foi unânime em ressaltar que as apresentações estavam em um nível excelente. Quando questionados, os alunos demonstraram segurança e conhecimento. Isso evidencia que a iniciação científica está sendo bem feita e que estamos formando jovens cientistas”, afirmou. Jovens pesquisadores trazem alternativas para o uso e reuso da água Dentre as categorias premiadas pela Mostra de Iniciação Científica está a Impacto Social, na qual representantes da imprensa, de entidades e da comunidade destacam os trabalhos que possuem especial relevância social. Neste ano, o projeto eleito foi Ultra filtração para pós-tratamento de efluentes de estação de tratamento de esgoto para reuso doméstico não potável, da estudante de
Engenharia de Alimentos Laisa Girardeli, orientada pelo professor Vandré Brião. A pesquisa utilizou a água tratada na estação de tratamento de efluentes da UPF e aplicou nela o processo de ultra filtração, que a tornou adequada para uso doméstico não potável, como em bacias sanitárias. O mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia, Marcos Bonamigo, também contribuiu com a pesquisa, que utilizou a ultra filtração por ser um método de fácil operação e que não exige o uso de produtos químicos. A água teve a turbidez removida, e a análise bacteriológica mostrou uma redução aproximada de 100%. A proposta chama a atenção para a necessidade de utilizar água potável apenas para finalidades nobres, como para beber, e alternativas, como a água obtida por meio desse estudo, para outros usos. A vencedora do prêmio na categoria Inovação Pesquisa Aplicada também teve a água como objeto de estudo. No trabalho Dessalinização por osmose inversa das águas do Aquífero Guarani para uso como água potável, a estudante de Engenharia Ambiental, Luana Sbeghen, propôs uma forma de torná-las próprias para o consumo. O Aquífero Guarani é uma grande reserva subterrânea de água que abrange diversos estados brasileiros, dentre eles o Rio Grande do Sul, e países vizinhos. Porém, essa água nem sempre é potá-
vel devido à presença excessiva de sais. Orientada pelo professor Vandré Brião, a estudante utilizou o processo de osmose inversa em amostras dessa água. O procedimento reduziu a salinidade das amostras, ajustando-a de acordo com os parâmetros de potabilidade. Para a estudante, esta pode ser uma alternativa em períodos de estiagem, uma vez que, devido à profundidade do reservatório, suas reservas resistem a longos períodos sem chuvas. A análise econômica do projeto já foi realizada, e todas essas informações serão apresentadas, em breve, aos Comitês de Gerenciamento das Bacias Hidrográficas do Alto Jacuí e do Rio Passo Fundo. Impactos do homem no meio ambiente Também parte das premiações da MIC, o Prêmio Aluno Pesquisador é dividido em quatro categorias: Ciências Exatas, da Terra e Engenharias; Ciências Agrárias; Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Letras e Artes; e Ciências Biológicas e da Saúde. Na primeira grande área, o premiado foi Roni Matheus Severis, do curso de Engenharia Ambiental, com o trabalho Impactos da simulação de ocorrência de chuva ácida artificial na cultura da soja e no solo. Orientado pelo professor José Mauricio Fernandes, o estudante pesquisou os possíveis efeitos da chuva ácida na cultura da soja. O fenômeno decorre das alterações que o homem provoca no meio ambiente, principalmente da queima de combustíveis fósseis. Severis considerou surpreendente o resultado da pesquisa, pois acreditava que os danos ocorressem principalmente nas plantas, porém o solo apresentou maior suscetibilidade. “Se a produção de soja for afetada pela ocorrência de chuva ácida, toda uma cadeia produtiva e o mercado consumidor podem ter prejuízos”, avalia o
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jovem. O projeto está tendo sequência na Embrapa Trigo, onde, com metodologia semelhante, a cultura da canola está em teste. A vegetação da Avenida Brasil foi o objeto de estudo da acadêmica de Arquitetura e Urbanismo Caroline Visentin, vencedora do Prêmio Aluno Pesquisador na categoria Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Letras e Artes. O estudo Preservação e sustentabilidade da vegetação arbórea da Avenida Brasil, Passo Fundo, RS teve início em 2009, quando estudantes catalogaram a vegetação da referida via pública. Coube à Caroline fazer a síntese dos dados, além de realizar o monitoramento climático de temperatura e umidade em alguns pontos da via. A pesquisa, orientada pela professora Evanisa Quevedo Melo, mostrou que a vegetação influencia diretamente na melhoria do micro clima urbano, uma vez que os valores de temperatura foram menores nos locais em que a vegetação estava presente, e a umidade teve os seus valores maiores em locais próximos à vegetação, considerando que temperatura e umidade são inversamente proporcionais. Além disso, verificou-se que a distribuição das espécies arbóreas é desuniforme. Caroline, que pretende ampliar o projeto e dar sequência ao monitoramento, pensa, ainda, em estudar a influência da vegetação na qualidade do ar.
Técnicas aprimoradas Na área Ciências Biológicas e da Saúde, o vencedor foi o acadêmico de Odontologia Mateus Giacomin. O estudante pesquisou a influência da clorexidina, antisséptico comumente utilizado pelos dentistas, na resistência da união de pinos à dentina. Orientado pelo professor Doglas Cecchin, o aluno concluiu que, independente do tempo de aplicação, a clorexidina foi capaz de preservar a resistência de união após um ano de armazenamento das amostras. A pesquisa Influência do tempo de aplicação da clorexidina na resistência de união à dentina radicular de pinos de fibra de vidro reembasados com resina composta ajuda os cirurgiões-dentistas a utilizarem com mais segurança as técEstudante de Engenharia Ambiental, Roni Severis verificou os impactos nicas estudadas. de uma possível chuva ácida na cultura da soja e no solo
Foto: Divulgação UPF
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Na área das Ciências Agrárias, o Prêmio Aluno Pesquisador foi entregue ao estudante de Agronomia Eduardo Brugnera. Sob orientação do professor Walter Boller, Brugnera investigou a eficácia de fungicidas conforme o horário de aplicação na cultura da soja. Quem cultiva soja sabe que, à medida que a planta se desenvolve, as folhas da parte superior formam uma barreira física que prejudica a penetração de gotas das pulverizações de defensivos. Ao longo do dia, as folhas orientam-se em direção ao sol, alterando a capacidade de interceptação da pulverização, por isso o horário do meio-dia é considerado favorável para a aplicação de defensivos. Nesse cenário, o trabalho Horários de aplicações de fungicidas e auxílio à barra em pulverizações na cultura da soja avaliou os efeitos de cortinas de correntes, métodos que auxiliam a distribuição das pulverizações para o controle de oídio da soja. Após diversos experimentos, o estudante percebeu que o auxílio à barra de pulverização pelas cortinas de correntes proporciona um aumento na deposição de gotas da pulverização no interior do dossel da cultura da soja. O estudo concluiu que os maiores benefícios do auxílio à barra de pulverização são obtidos no início do dia e que as pulverizações ao meio do dia são mais eficazes para o controle de oídio. No site www.upf.br/mic é possível conferir a lista completa de premiados, bem como os resumos de todos os trabalhos apresentados.
(Acima) Vencedor nas Ciências Agrárias, Eduardo Brugnera considerou a diferença da posição das folhas da soja ao longo do dia em seu estudo sobre aplicação de fungicidas (Abaixo) A vencedora do Prêmio Impacto Social, Laisa Girardeli, aplicou ultrafiltração em água proveniente de estação de tratamento, tornando-a adequada para uso doméstico não potável
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conhecimento Um novo olhar sobre o
CENTRO DA DA CIDADE CIDADE CENTRO Fotos: Laíssa França Barbieri
Pesquisa desenvolvida na UPF verifica o equilíbrio entre as edificações e o meio ambiente de Passo Fundo
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problemática da sustentabilidade norteia as principais discussões acerca da condição humana no século XXI. Assuntos como desenvolvimento sustentável e social, preservação ambiental e ecossistemas já fizeram parte dos debates de eventos internacionais, como a Eco-92 e o Rio+20, conferências que reuniram representantes de várias nações para encontrar alternativas que pudessem satisfazer as necessidades básicas da população atual e da geração futura, sem comprometer o meio ambiente. Com o intuito de aproximar essas e outras questões para o âmbito local, um grupo de pesquisadores da UPF desenvolveu o estudo “Ambiência urbana, sustentabilidade e planejamento: o caso de Passo Fundo, RS”, no qual foram estudados aspectos relativos às edificações e às áreas verdes localizadas na Avenida Brasil, no trecho entre o Colégio Bom Conselho e o Colégio Notre Dame, constatando como o ambiente urbano convive com o natural. O trabalho, executado pelos docentes
Evanisa Fátima Reginato Quevedo Melo, Rosa Maria Locatelli Kalil, Adriana Gelpi e Marcos Frandoloso, vinculados à Faculdade de Engenharia e Arquitetura, teve como objetivo analisar as mudanças, a transformação e a evolução da organização do espaço urbano em questão. Resultados serão apresentados ao poder público Após a coleta e a verificação dos dados, o grupo de pesquisadores constatou que a arborização das praças da Avenida Brasil possui estruturas vegetais significativas e, por isso, devem ser planejadas e mantidas de forma sustentável. De acordo com a professora Evanisa, a vegetação da área proporciona sombra no passeio público, ameniza a temperatura, promove a sensação de conforto ambiental e melhora a percepção ambiental do usuário, permitindo a sua integração ao meio natural urbano de forma a ter uma melhor qualidade de vida. Já em relação às residências, a equipe percebeu que há um grande número de edifícios altos. Segundo a professora Rosa, Passo Fundo passa por um processo de renovação urbana. “Edificações baixas e antigas, de uso residencial e de
Professoras Rosa e Evanisa desenvolveram o estudo
Projeto em ação A pesquisa, feita entre 2010 e 2013, contou com a participação de acadêmicos dos cursos de Engenharia Ambiental e Arquitetura e Urbanismo, e de intercambistas mexicanos. Dentre as atividades desenvolvidas estão a análise histórica do local estudado e o diagnóstico do espaço urbano quanto à arborização, pavimentação, malha viária, poluição visual, equipamentos urbanos, acessibilidade e microclima. Também foram verificadas as condições de saneamento básico e de uso e ocupação do solo, bem como a permeabilidade da mancha urbana e a caracterização da produção edilícia do trecho escolhido, o levantamento de dados sobre a flora presente e medi-
ções de temperatura. Além disso, para avaliar a percepção ambiental, foram aplicados questionários ao público que transitava no local com o intuito de diagnosticar os usos, potencialidades e deficiências do trecho avaliado da Avenida Brasil. O material analisado foi sistematizado na elaboração de mapas que identificassem as principais funções das áreas pesquisadas. Neste sentido, a equipe de trabalho levou em consideração a evolução das edificações e o potencial microclimático e de arborização dos ambientes, visando a proporcionar uma melhora das condições ambientais e do bem-estar da sociedade.
comércio de pequeno porte estão sendo substituídas por edificações altas, para comércio de pequeno e grande porte. Isso ocasiona uma densificação das áreas, com um número maior de habitantes na área central”, comenta. Ainda sobre as edificações, o estudo concluiu que, pelo fato de a cidade estar em constante transformação, é necessário que haja uma preocupação com o patrimônio histórico de Passo Fundo para que a história e a memória sejam preservadas. “É preciso também que exista um equilíbrio entre as áreas construídas e as áreas vegetadas, para que a população possa usufruir do espaço público”, salienta Rosa, ao fundamentar o princípio da sustentabilidade urbana. Os resultados da pesquisa estão sendo apresentados em eventos e publicados em periódicos científicos. Os professores ainda pretendem encaminhar uma cartilha com os resultados aos órgãos públicos da cidade, para que utilizem as informações em futuros planejamentos. Segundo a professora Evanisa, o Setor de Arborização Urbana do município tem conhecimento do projeto. Para ela, o material tem cunho educativo. “A cartilha também poderá ser distribuída nas escolas, que poderão utilizá-la em assuntos relacionados à educação ambiental”, informa.
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polêmica REMÉDIOS HOMEOPÁTICOS: você é favorável ou contra o uso?
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uando o assunto é saúde, os comentários são muitos, assim como os exemplos e as opiniões. Todo mundo tem algum familiar, amigo ou conhecido que é fã de tratamentos alternativos, assim como também conhece outros bastante céticos com relação a esse tipo de ação terapêutica.
Os medicamentos homeopáticos estão no topo dessa discussão. Quem não confia no potencial de cura dessas medicações questiona a eficácia do método, defendendo que a medicina moderna é baseada em evidências científicas, enquanto que a homeopatia não sustenta suas alegações e não tem efeito algum. Já os adeptos da modalidade confirmam
a eficácia na cura do doente, não apenas no alívio dos sintomas, pois o tratamento homeopático busca estimular o organismo a se fortalecer. Para contribuir com esse debate, a Revista Universo UPF convidou dois professores a se manifestarem: você é favorável ao uso de medicamentos homeopáticos?
“A Professora Mariza Casagrande Cervi Mestre em Envelhecimento Humano, professora do curso de Farmácia da UPF
“S
ou favorável à homeopatia. A homeopatia é uma medicina complementar que busca a cura dos indivíduos, de forma ‘rápida, suave e duradoura’, conforme o médico alemão Samuel Hahnemann, responsável pela difusão da técnica a partir de 1796. Enunciada por Hipócrates, que afirmava que as doenças poderiam ser curadas pela Lei dos Contrários (alopatia) ou pela Lei dos semelhantes (homeopatia), segue quatro princípios: 1) a lei da cura pelos semelhantes; 2) experimentação das drogas no homem sadio; 3) doses mínimas dinamizadas; 4) medicamento único. A homeopatia é uma especialidade médica, farmacêutica, veterinária e odontológica, aprovada em 2006 pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares e atualmente incentivada pela Organização Mundial de Saúde. O objetivo do tratamento homeopático é manter a energia vital em perfeito equilíbrio. Na visão homeopática, a enfermidade é o desequilíbrio dessa energia, devido às influências externas (nocivas), à suscetibilidade do indivíduo, à sua imunidade e à forma de encarar a vida e de reagir diante da enfermidade (diátese). O sintoma, nessa visão, constitui uma chave de acesso à compreensão do que nos falta, para então ‘suprimir’ a doença. Sob este prisma, ser saudável equivale a estar em equilíbrio dinâmico, físico, mental, psicossocial e espiritual. Esta realidade, nos dias atuais, parece estar muito distante. Conforme propõe a homeopatia, não adoecemos ‘aos pedaços’ ou em órgãos isolados, mas como um todo dinâmico e integrado que expressa seu desequilíbrio energético através de sintomas físicos. Quando estes sintomas aparecem, o organismo já havia iniciado o processo de adoecimento muito tempo antes. O sintoma apenas nos obriga a parar, rever as atitudes agressivas ao nosso corpo e mente e mudar hábitos e costumes. Esta forma de tratamento busca ajudar o organismo a recuperar, por si mesmo (como se fosse uma vacina), a saúde perdida, despertando a imunidade. Cientificamente, a homeopatia é baseada na hipótese de que os medicamentos homeopáticos promovem, mediante um processo informacional, alterações em nível celular, estimulando a imunidade por meio de mecanismos reconhecidos por diversos estudos. Esta medicina pode ser utilizada para humanos, animais, vegetais, solos e águas. O uso para o tratamento de vegetais e a recomposição de solos e águas tem sido um grande desafio aos pesquisadores. O Brasil é, hoje, o maior centro de pesquisas homeopáticas na área agronômica. Precisamos destacar, por fim, que tratamentos homeopáticos não são placebo, como muitos atribuem, já que há resposta em seres incapazes de serem ‘sugestionados’, como animais e plantas”.
ciência médica caminha, nas últimas décadas, cada vez mais no sentido de determinar a real eficácia e a segurança dos tratamentos, sejam eles medicamentosos ou não. É o que chamamos de medicina baseada em evidências. Seus pressupostos, calcados no método científico, vêm sendo usados para uma análise crítica de todos os novos tratamentos e, também, para uma reavaliação de medicamentos já tradicionalmente disponíveis. Dentre os elementos importantes para uma avaliação fidedigna do verdadeiro efeito intrínseco de um medicamento estão a mensuração do efeito placebo, a alocação aleatória de pacientes entre um tratamento e outro, a análise da qualidade intrínseca dos estudos de cunho terapêutico (os chamados ensaios clínicos) e, não menos importante, o aspecto bioético da condução da pesquisa. Com base nestes parâmetros, a medicina baseada em evidências vem “separando o joio do trigo”, destacando a qualidade das medidas terapêuticas eficazes, que se propõem a promover resultados em saúde que realmente importam para as pessoas, como a cura de doenças, a prevenção de morte e de outros eventos mórbidos (infartos, infecções, etc.) e a melhora da qualidade de vida. Além disso, com o seu método científico imparcial, a medicina baseada em evidências tem até desmascarado resultados maquiados de estudos promovidos por algumas indústrias farmacêuticas, o que é uma vitória dos valores bioéticos sobre os interesses econômicos. O que se nota ao avaliar a homeopatia à luz do método científico é a carência de evidência de que funcione. Os poucos ensaios clínicos que se propuseram a examinar os tratamentos homeopáticos são de baixa qualidade ou têm desfechos (resultados) de discutível utilidade clínica, não cortejando aqueles eventos primordiais (importantes) que, de fato, são o que as pessoas querem prevenir ou aliviar quando buscam um tratamento. Além disso, pairam dúvidas sobre a real separação do efeito placebo, que é muito significativo em algumas doenças, da arte do terapeuta, da regressão à média, e de outras “forças intervenientes” que concorrem para o resultado de um determinado tratamento. Pode-se afirmar que, se formos avaliar os “ensaios homeopáticos” com a mesma lupa criteriosa que procura analisar os demais ensaios clínicos, pouco sobra em termos de qualidade científica e, o que resta, traz desfechos (resultados) de duvidosa significância clínica prática. Ademais, a reprodutibilidade de resultados em estudos posteriores não tem sido uma tônica em homeopatia, ensejando a possibilidade da obtenção de desfechos meramente pelo acaso. Enfim, o olhar crítico e frio do método científico, descolado de opções ideológicas, mostra que, até o momento, a homeopatia é carente de estudos de qualidade que comprovem a sua eficácia”.
Professor Cassiano Mateus Forcelini Médico Neurologista, professor de Farmacologia na Faculdade de Medicina da UPF, mestre em Ciências da Saúde – Farmacologia e doutorando pela UFRGS
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profissões Uma PROFISSÃO ESTRATÉGICA e com mercado de trabalho crescente Administrador é o profissional responsável pelo planejamento das estratégias e pelo gerenciamento do dia a dia de uma empresa
Mercado de trabalho promissor Componente da economia que cresce a partir do desenvolvimento das organizações e de seus negócios, o mercado de trabalho absorve profissionais para trabalhar na gestão organizacional de micro, pequenas, médias e grandes empresas, com atuação nacional e internacional. Além disso, o administrador pode construir uma carreira promissora tendo o seu próprio negócio, onde exercerá habilidades empreendedoras, ou seguir na docência após concluir a pós-graduação, tanto em instituições de ensino superior como em cursos livres. Diego Gazaro dos Santos formou-se na UPF em 2012. Atualmente, atua em um projeto do Sebrae em parceria com o CNPq, chamado Agentes Locais de Inovação, no qual disponibiliza assessoria gratuita e especializada em inovação para pequenas empresas. Na sua opinião, o profissional dessa área torna-se fundamental em qualquer segmento da sociedade. “Por ter uma formação e visão sistêmicas, ele consegue agregar conhecimentos de diversas áreas e organizá-los de forma que um complemente o outro,” avalia. O fato de a administração ser diferencial
nos diversos setores também é destacado pela egressa de 2005 da UPF, a administradora Camila Valério, que atua no setor de moda com o gerenciamento de negócios das empresas Ciatex e Santa Luxúria, em Passo Fundo. Para ela, o mercado propicia muitas oportunidades. “A administração está em todos os lugares. É preciso que o profissional defina o seu perfil como empreendedor, que é o de criar um negócio, ou intraempreendedor, que é empreender em um negócio público ou privado já existente. Ao explorar isso, ele terá uma carreira de sucesso”, pensa. Desafios profissionais Com um mercado de trabalho em transformação, os profissionais necessitam estar preparados para possíveis mudanças que fazem parte da rotina diária do administrador. Na opinião da professora Cassiana, a busca de informações é imprescindível para que os negócios sejam efetuados com garantia. “Há variáveis incontroláveis, como economia e questões político-legais, naturais, socioculturais e demográficas, que o administrador necessita analisar sistematicamente, pois o ambiente é dinâmico e flexível. Nesse sentido, ele precisa buscar informações e, com base nelas, tomar decisões
gerenciais que reflitam em oportunidades, procurando minimizar as ameaças que essas variáveis ambientais geram,” salienta. Dedicação e disciplina são pontos que o egresso Diego Gazaro considera indispensáveis para enfrentar as surpresas e adversidades da profissão. “O administrador deve habituar-se à adoção e à prática rotineira das técnicas apreendidas, especialmente as de liderança, e moldar seu comportamento de forma a se aprimorar constantemente, demonstrando disposição, ética e comprometimento”, argumenta, destacando a importância da rede de relacionamentos formada na Universidade como um diferencial na área em que atua. Mesmo sem estar formado, o acadêmico do 8º semestre do curso na UPF, Juliano Loureiro, já trabalha no campo da Administração na empresa Parati S. A., onde executa atividades ligadas a vendas. “Em um mercado globalizado, dinâmico e com grande concorrência, o que diferencia um administrador do outro é o conhecimento adquirido e a percepção,” acredita. O curso de Administração na UPF está novamente com inscrições abertas neste Vestibular de Verão. Informações podem ser obtidas no site vestibular.upf.br.
Profissional da administração pode atuar em diversos setores
Foto: Leonardo Andreoli
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s organizações contemporâneas exigem que o profissional administrador desempenhe suas funções com visão estratégica, atitude empreendedora e postura que respeitem a sustentabilidade, tanto econômica quanto ambiental. Para atender a essas exigências, a UPF oferece, em todos os seus campi, o curso de Administração, que forma gestores capacitados e qualificados para esses desafios. Constituído de um corpo docente formado por mais de 85% de mestres e/ou doutores com experiência no mercado, o curso, vinculado à Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (Feac), objetiva formar administradores com habilidades para a gestão estratégica do negócio e dos recursos financeiros, materiais, humanos e mercadológicos. Segundo a coordenadora do curso no Campus I, Dra. Cassiana Maris Lima Cruz, a graduação está estruturada para que o acadêmico tenha uma compreensão das áreas estratégicas e táticas da administração. “Os alunos acabam tendo uma formação técnico-profissional aliada a uma formação humanística, com consciência ética, autonomia, pró-atividade e pensamento crítico, fatores essenciais nas empresas atualmente”, comenta.
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fique por dentro Serviços contábeis e fiscais gratuitos Expediente Os atendimentos acontecem às terças, quintas e sextas-feiras das 13h30min às 17h30min, no Campus III da UPF. Além disso, nas segundas e quartas-feiras, das 13h30min às 17h30min, há atendimento na Sala de Extensão da Feac, no Campus I. Detalhes pelo telefone (54) 3316-8578.
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ontribuintes de baixa renda, microempreendedores individuais, pequenas empresas ou sociedades civis sem fins lucrativos têm acesso a serviços e orientações contábeis e fiscais básicas de forma gratuita. Está em funcionamento na UPF o Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal (NAF), vinculado à Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis e criado em parceria com a Receita Federal. A coordenadora do Núcleo, Mirna Muraro, e o auditor fiscal da Receita, Marlon Batista Moraes, destacam que o projeto atua com três grandes objetivos: beneficiar a população de baixa renda que não pode pagar pelos serviços de um escritório de contabilidade, reduzir a demanda por serviços na Receita Federal e propiciar aos acadêmicos aliar teoria e prática. A intenção, segundo a professora Mirna, é expandir a atuação do NAF para os campi da UPF. Na prática O professor Paulo Sérgio Andrade da
Foto: Cristiane Sossella
Declaração de Imposto de Renda, declaração do Imposto Territorial Rural, informações cadastrais de CPF e CNPJ, certidões negativas de débitos, isenções especiais e serviços relativos ao microempreendedor individual são alguns serviços prestados à população
Silva procurou os serviços do NAF para legalizar a documentação da Associação de Catadoras e Catadores Tropeiros de Passo Fundo. Os participantes da entidade atuam na área de reciclagem de resíduos e, de acordo com Silva, a intenção é auxiliar no desenvolvimento de novos projetos de cidadania para a Associação. Outro beneficiado pelos serviços foi o aposentado Paulo Jorge Joanol, que neste ano fez sua declaração
Valorização dos
de Imposto de Renda, foi assessorado quanto ao pagamento de imposto indevido e agora pede a devolução. Os serviços são prestados pelos acadêmicos, com orientação dos professores. A universitária Gabriela Pádua Vieira, do 3º semestre de Ciências Contábeis, considera fundamental estar inserida no NAF. “Certamente vou estar mais preparada para o mercado de trabalho”, argumenta. Foto: Maria Joana Chaise
RECURSOS HUMANOS
Política de Carreira, Cargos e Salários dos Funcionários da FUPF destaca-se pela clareza do regramento, estimula a qualificação e preza pela sustentabilidade
U
ma das maiores empregadoras de Passo Fundo, a Fundação UPF conta, atualmente, com mais de 1.200 colaboradores. Com o objetivo de atender a uma antiga demanda, valorizando profissionalmente aqueles que, junto aos professores, constroem a história da Instituição, foi implantada, recentemente, a Política de Carreira, Cargos e Salários dos Funcionários da FUPF (PCCS). Fruto de minucioso estudo conduzido pela Comissão de Reforma Administrativa, a ação oportuniza crescimento e valoriza os recursos humanos com base em ferramentas de remuneração estratégica, possibilitando a progressão nas funções. O reitor da Universidade de Passo Fundo, José Carlos Carles de Souza, acredita que a implantação da PCCS representa um momento histórico de resgate de um anseio antigo. “Queremos que cada colega possa projetar a sua carreira, que cada um seja ‘o senhor do
seu destino’. Nossa reforma administrativa alicerçou-se em várias frentes e constitui-se em um plano transparente”, afirma, lembrando que os colaboradores foram beneficiados financeiramente com a implantação da PCCS. “Em razão do reenquadramento dos funcionários no referido Plano, ocorreu um ganho salarial significativo para os colaboradores”, ressalta. O coordenador da Comissão de Reforma Administrativa e vice-reitor Administrativo, Agenor Dias de Meira Junior, explica os pontos positivos da PCCS, destacando que foram levados em conta a clareza do regramento, a visualização da possibilidade de progressão na carreira, o estímulo à qualificação e o desenvolvimento e a organização administrativo-financeiros da Instituição. Conforme o presidente da FUPF, Alexandre Nienow, a Política é importante por vários aspectos. “A satisfação dos nossos funcionários reflete diretamen-
Funcionários conheceram a PCCS em atividade promovida pela Instituição
te no trabalho dos professores. É nosso compromisso continuar aperfeiçoando o plano”, pontuou. Na avaliação de Gilmar José Voloski, presidente do Sintee Norte, entidade que representa a maior parte dos colaboradores da Universidade, o plano de carreira dos funcionários era uma reivindicação desde o ano 2000. “No momento, não foi possível formular um acordo coletivo entre as instituições, pois precisamos de um período de vivência para ajustar o plano conforme as necessidades e possibilidades, mas conseguimos dar um passo importante na valorização dos profissionais”, justificou.
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fique por dentro Um novo modelo de orçamento Uma das maiores instituições de Passo Fundo, a Fundação UPF implementou, neste ano, um modelo de orçamento mais flexível, buscando uma maior adequação à realidade. Aprovada recentemente pelo Conselho Universitário, a previsão orçamentária de 2014 é de mais de R$ 271 milhões, recursos que serão utilizados no custeio das atividades e em investimentos na própria estrutura, de acordo com a natureza comunitária e filantrópica da Instituição. As principais mudanças em relação ao ano passado dizem respeito à base do orçamento, anteriormente elaborada utilizando os valores incorridos e que passa, agora, a ter como base os valores orçados. O parâmetro foi a base orçamentária de 2013 e, dentro dos grupos de contas, foi possível fazer a redistribuição e realocação das contas de acordo com as necessidades mensais das Unidades Acadêmicas, campi e Setores. Outra novidade é que todos os ajustes e as suplementações orçamentárias foram realizadas pela intranet, não sendo mais utilizados documentos físicos, o que agilizou o processo. O orçamento por etapas, com análise final dos diretores das Unidades e posterior envio à Vice-Reitoria Administrativa, também foi implementado, visando a aprimorar o processo cada vez mais e, especialmente, a criar a cultura orçamentária na Instituição.
Novos investimentos em infraestrutura Os investimentos na UPF ganharam novo impulso com a recente aprovação de chamada pública da Finep - Agência Brasileira da Inovação, que está destinando recursos para projetos de infraestrutura de pesquisa em universidades comunitárias. A Instituição teve dois projetos aprovados, que, juntos, somam R$ 1.999.537,12 a serem destinados para a construção de um novo espaço de ensino e pesquisa para o Biotério e para a ampliação da Faculdade de Educação, com destinação de área ao Programa de Pós-Graduação em Educação, o qual possui cursos de mestrado e doutorado.
Cursos de mestrado e doutorado com inscrições abertas
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om o intuito de formar profissionais capacitados e engajados nas transformações inovadoras da sociedade, que atuem nas áreas acadêmica, pública e privada, a UPF inscreve para novas turmas de mestrado e doutorado em diferentes programas de pós-graduação. As inscrições devem ser feitas no site www.upf.br/pos. Confira as datas e os endereços eletrônicos para mais informações: Foto: Arquivo/UPF
n Programa de Pós-Graduação em Agronomia – mestrado e doutorado – inscrições até 29/11 – http://www.ppgagro.upf.br n Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos – mestrado – inscrições até 29/11 – http://www.upf.br/ppgcta. n Programa de Pós-Graduação em Computação Aplicada – mestrado – inscrições até 30/11 – http://www.upf.br/ppgca. n Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática – mestrado – inscrições até 18/11 – http://www.upf.br/ppgecm. n Programa de Pós-Graduação em Envelhecimento Humano – mestrado – inscrições até 22/11 – http://www.ppgeh.upf.br. n Programa de Pós-Graduação em História – mestrado – inscrições até 02/12 – http://www.ppgh.upf.br. n Programa de Pós-Graduação em Letras – mestrado – inscrições até 29/11 – http://www.ppgl.upf.br. n Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental inscrições até 31/12/2013 – http://www.ppgeng.upf.br. n Programa de Pós-Graduação em Odontologia - inscrições de 25/11/2013 até 10/03/2014 – http://www.upf.br/ppgodonto. Novos conhecimentos são gerados nos programas de pós-graduação, todos aprovados pela Capes
Comemorações marcam o aniversário de 45 ANOS DA UPF
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s homenagens aos 45 anos da UPF, celebrados em junho de 2013, continuam ocorrendo na região. Nos meses de agosto, setembro e outubro, as homenagens foram destaque em grandes eventos, inseridos no calendário oficial das comemorações, tais como: 15ª Jornada Nacional de Literatura, Agrotecno Leite, 7º Seminário Nacional de Defesa do Consumidor, 2º Congresso Internacional de História Regional e XXV Congresso Regional de Iniciação Científica e Tecnológica em Engenharia. Outros destaques foram a presença da Reitoria nos campi Sarandi, em agosto, e Lagoa Vermelha, em outubro, oportunidades em que, além do encontro com lideranças, empresários e comunidade, foram prestadas homenagens à atuação da UPF. Além desses eventos, momentos de formação, como o IV Encontro de Professores da UPF, a IV etapa do Curso de Formação de Gestores e o Curso de Atualização das Práticas de Gestão na Educação Superior também estão inseridos nas atividades comemorativas.
Fotos: Arquivo/UPF
Em Sarandi, a comemoração também marcou os 10 anos da UPF no campus
História da UPF foi lembrada em sessão solene da Câmara de Vereadores de Lagoa Vermelha
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cidade Planejamento de uma cidade
Fotos: Leonardo Andreoli
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PARA TODOS UPF é parceira da Prefeitura na elaboração de Plano de Mobilidade Urbana. Uma cidade mais democrática e agradável são os objetivos
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s conflitos do trânsito não são exclusividades de nenhuma cidade brasileira. O crescimento populacional e da frota de veículos, por exemplo, nem sempre são acompanhados pela infraestrutura. Da mesma forma, nas calçadas, os obstáculos podem dificultar a circulação dos pedestres, principalmente daqueles com algum tipo de diminuição de mobilidade. Preocupada com essas questões desde 2011, a UPF tem se envolvido em discussões relacionadas ao Plano de Mobilidade Urbana de Passo Fundo. De lá pra cá, algumas mudanças já foram efetivadas, no entanto, este é um trabalho lento e não leva em conta apenas a infraestrutura, mas também a educação da população. A articulação para essas mudanças envolve entidades do município. A Universidade é uma das responsáveis pela realização de um diagnóstico social sobre o tema. O atual responsável pelo projeto na UPF, o coordenador da Divisão de Extensão, Márcio Tascheto, explica que o plano traz elementos como a inclusão, a acessibilidade universal, a sustentabilidade e o planejamento de uma cidade que cumpra o Estatuto das Cidades, o qual estabelece que o interesse coletivo deve se sobressair ao individual. Nesse contexto, a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, Bernadete Dalmolin, destaca dois aspectos: o da violência e o da mobilidade. De acordo com a vice-reitora, as estatísticas mostram que para cada morte no trânsito, seis pessoas ficam incapacitadas. “Acreditamos que, na maioria das situações ‘desastrosas’, não há mera fatalidade, uma vez que a complexidade das causas dos ‘acidentes’ se enraíza em determinados comportamentos construídos pelo contexto sociocultural”, sintetiza. Sobre a mobilidade urbana, Bernadete considera que a questão vai além do trânsito desordenado. “É preciso sair da centralidade do transporte individual, respeitando a diversidade de pedestres, motoristas, equipamentos de
trânsito e situações ambientais, sociais e econômicas. O elemento humano é aquele que pode realmente mudar condutas, cuidar e produzir atos pedagógicos na vivência da cidade”, argumenta. Cidade democrática Conforme Tascheto a mobilidade urbana também passa por um elemento de democratização das decisões. Essa descentralização envolve escutar os cidadãos envolvidos com a cidade para refletir sobre formas alternativas de ciclovias, melhorias no transporte coletivo, faixas preferenciais para ônibus e rotas alternativas, por exemplo. “Percebemos que o pedestre também é tratado de forma homogênea, como se todo mundo tivesse as mesmas condições de mobilidade. Isso, mais do que uma discussão técnica, é uma violação do direito à cidade”, enfatiza. O resultado das discussões realizadas até momento foi utilizado para a realização das mudanças no trânsito, em execução com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Da mesma forma, as empresas contratadas para a elaboração dos projetos levam em conta trabalhos de pesquisa e de extensão desenvolvidos na diversas Unidades Acadêmicas, como a Faculdade de Engenharia e Arquitetura, a Faculdade de Artes e Comunicação, a Faculdade de Educação e o Instituto de Ciências Exatas e Geociências.
Além de condições de circulação em ruas e calçadas, mobilidade urbana deve envolver a educação dos cidadãos
Acessibilidade universal deve levar em conta a circulação de pessoas com baixa mobilidade
Cidade educadora Conforme o professor Tascheto, uma das alternativas ao trânsito seria a de pensar Passo Fundo a partir do conceito de Cidade Educadora. O artigo assinado por ele e pela professora Eliara Levinski, no Caderno de Educação Socioambiental publicado pela UPF Editora, explica que as cidades educadoras precisam evidenciar a capacidade de mobilização de diferentes espaços e atores sociais em prol de uma proposta educativa e de cidade. “Independentemente da questão a ser pensada – saúde, educação, transporte, turismo, cultura, meio ambiente ou saneamento -, uma cidade que pretende se constituir educadora necessita ponderar, ao lado de qualquer política pública, a dimensão pedagógica para uma efetiva mudança e apropriação social”, afirmam os professores.
Base para projeto A Empresa TC Urbes, uma das contratadas pela Prefeitura para a elaboração do Plano de Mobilidade Urbana, está utilizando estudos desenvolvidos na UPF para poder elaborar uma proposta e estruturar e refinar os objetivos. Dentre os trabalhos utilizados, estiveram os projetos: Circulando Cidadania: mobilidade urbana na perspectiva de uma cidade educadora e sustentável; Violência no Trânsito: retratos de Passo Fundo; e Educação e Cidadania: um olhar para comunidades em situação de vulnerabilidade social de Passo Fundo. De acordo com a equipe responsável pelo plano, cada um deles aprofundou em um aspecto diferente, além de mostrar que a cidade já apresentava uma discussão avançada sobre mobilidade, descrevendo aspectos sócio-espaciais sobre a violência no trânsito da cidade ou indicando as visões e expectativas de comunidades localizadas na periferia. Na avaliação da equipe da TC Urbes, o livro do projeto Educação e Cidadania, mantido pela UPFTV e pelos cursos de Serviço Social e Jornalismo, possibilitou uma compreensão da periferia através de dados considerados de grande importância e complexidade, os quais seriam inalcançáveis durante o tempo de execução do trabalho.
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reconhecimento Uma SABOROSA alternativa Egressa da o curso de Nutrição, Denise conquistou espaço no mercado de trabalho com a implantação de uma agroindústria familiar
Fotos: Divulgação UPF
A nutricionista Denise Rosso Casanova encontrou, na agroindústria da família, uma oportunidade para se realizar profissionalmente
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onquistar um emprego em uma grande empresa é o desejo de boa parte dos profissionais ao concluírem um curso de graduação. Com sensibilidade para perceber oportunidades e coragem para enfrentar desafios, a nutricionista Denise Rosso Casanova mostrou que esse não é o único meio de chegar à realização profissional, ajudando a família a criar uma agroindústria em sua propriedade rural. Denise concluiu sua formação na UPF, em 2010, com a certeza de uma boa qualificação. “Além do curso em si, marcaram a minha formação os projetos de extensão e os estágios, assim como as atividades extracurriculares de formação e direção da empresa júnior. Essas atividades acrescentaram conhecimentos, mas também me proporcionaram amadurecer como pessoa, possibilitando o surgimento do empreendedorismo e da liderança”, lembra. Logo após a formatura, Denise quis colocar em prática tudo o que havia aprendido em duas empresas. Na primeira, não foi possível prosseguir devido à incompatibilidade de horários e, na segunda, precisou desistir porque a propriedade rural dos pais, localizada em Santa Gema, no interior de Passo Fundo, estava carente de mão-de-obra. Menos de um ano depois de concluída a graduação, Denise encontrou, em casa, uma oportunidade para crescer profissionalmente. “A agroindústria familiar me completa como nutricionista. Nela, posso colocar em prática minha profissão”, avalia.
Os pais de Denise investem na produção de leite há vários anos, e a fabricação de queijos artesanais se tornou tradicional. Com o aumento da demanda por esses produtos, a família viu uma oportunidade para empreender. “A agroindústria de laticínios Della Rosso surgiu para aumentar a produção e melhorar a qualidade do produto e o conforto no trabalho, além de atender às exigências legais”, explica Denise. A nutricionista é a responsável técnica pela agroindústria, gerenciando a parte administrativa e trabalhando com sua mãe na produção dos derivados de leite, na ordenha e no manejo das vacas. “A matéria-prima é toda proveniente da propriedade. Hoje, temos oito vacas em lactação”, conta a empresária. Na Della Rosso Alimentos, são produzidos queijo colonial, queijo colonial com ervas finas, queijo minas frescal, ricota, doce de leite, doce de leite com chocolate, bebidas lácteas e achocolatado. Além de Denise e de seus pais, seu esposo também auxilia na agroindústria
sempre que necessário. Desafios dos nutricionistas A profissão de nutricionista foi criada no Brasil em 1967 e regulamentada em 1991, quando foram definidas as atividades exclusivas desses profissionais. Para Denise, os nutricionistas já conquistaram um grande espaço, mas ainda devem buscar mais reconhecimento e valorização. “A nutrição é uma área muito ampla, e cabe aos profissionais expandirem as possibilidades e adquirirem novos espaços de trabalho”, acredita. Em sua experiência profissional, Denise percebeu que se inserir no mercado, seja como funcionário, em uma clínica ou numa empresa própria não é fácil, mas o nutricionista deve evidenciar sua importância por meio dos benefícios que pode gerar para o empregador e para a sociedade. “É uma questão ética também, pois, como profissionais da área da saúde, temos grande responsabilidade em relação à alimentação e à saúde da população, que jamais podem ser ignoradas”, acredita. Para quem quer iniciar um negócio semelhante à Della Rosso Alimentos, Denise recomenda: “Coloque amor, vontade, dedicação e qualidade, e o negócio tem tudo para dar bons frutos”.
Além da preocupação com o sabor, a segurança alimentar é prioridade na produção da família (esq.) Junto com mãe (esquerda), Denise fabrica produtos que têm o leite produzido na propriedade como matéria-prima (dir.)
A profissionalização da produção artesanal A possibilidade de trabalhar em um negócio próprio foi um dos principais fatores que fizeram com que Denise escolhesse atuar na agroindústria da família. O fato de trabalhar com alimentos, objeto de estudo dos nutricionistas, também pesou em sua opção. Para ela, as agroindústrias são uma excelente alternativa aos consumidores, pois podem encontrar produtos de qualidade, e para os agricultores, que têm nelas uma opção de gerar renda no meio rural. “Os produtos da agroindústria são os mesmos que o agricultor produzia antes, de modo artesanal, porém passando a ter certificação sanitária e ambiental, com fabricação em local apropriado”, resume.
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intercambiando
Fotos: Arquivo Pessoal
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Bem-vindo à
FRANÇA Q
sinônimo de civilidade
uando se pensa na França, geralmente nos vem à cabeça a imagem da Torre Eiffel, do Museu do Louvre e do Arco do Triunfo, dentre outros cartões postais de Paris. Mas, ao sair da capital, é possível conhecer lugares também encantadores. Foi assim que a professora do curso de Agronomia, Claudia Petry, viveu momentos marcantes em um intercâmbio, juntamente com seu marido, o também professor da UPF Edson Bortoluzzi, e seus três filhos. Claudia já havia morado na França, entre 1998 e 2003, para fazer seu doutorado. Nesse período, ela se entregou à magia da cidade de Paris. Em sua segunda estada no país para estudos, a professora preferiu morar com a família em um vilarejo chamado Nieuil-L'espoir, com pouco mais de dois mil habitantes, onde pôde conhecer melhor a verdadeira cultura francesa. A opção por se mudar em família foi bastante proveitosa, mas também representou algumas dificuldades para Cláudia. De início, há muita burocracia quando se trata de ir para a França, desde a emissão do visto até a documentação para atender aos requisitos exigidos pelo melhor sistema de saúde do mundo. Já em solo europeu, a adaptação foi complicada. Houve momentos difíceis em que os filhos dos professores tiveram dificuldade para frequentar a escola e se habituar. Lá, as escolas são republicanas e laicas, e a maioria utiliza apenas
a língua mãe, o francês, especialmente fora da capital. Foi preciso ter paciência e muito jogo de cintura, pois, além de dar atenção aos filhos, Cláudia e o marido também precisavam focar nos seus objetivos: os estágios pós-doutorais em Agroecologia e em Mineralogia, respectivamente, realizados em Poitiers, na Université de Poitiers, a mesma onde estudaram René Descartes e Blaise Pascal. Apesar das dificuldades, no vilarejo Nieuil-L'espoir, a família tinha um contato mais próximo com as pessoas, e isso os fez sentir-se acolhidos. “Essa é uma grande diferença entre a capital e as cidades do interior”, afirma Cláudia. A França tem cerca de 36 mil cidades, então poucas são grandes. Alguns vilarejos têm em torno de 100 habitantes apenas. Por serem lugares pequenos, as crianças criam o hábito de ir de bicicleta para a escola desde cedo, por exemplo. Meio ambiente e tecnologia Uma das coisas que mais chama a atenção dos estrangeiros é a sensibilidade existente na cultura francesa, focada em questões de sustentabilidade. Não foi diferente com a professora Cláudia. “Eles são extremamente metódicos e organizados com o lixo, você não vê lixo no chão, e, nas casas, os resíduos são separados corretamente”, conta. Além disso, há um processo muito eficiente para reciclar o máximo possível o material descartado, e o que realmente não pode ser aproveitado é incinerado. A ligação da população com a informação também atraiu a atenção e Cláudia. Mesmo no interior ou no meio rural, as pessoas têm acesso à Internet, por exemplo. Além disso, lá não é preciso pagar mensalmente pelo serviço telefônico; basta solicitar um número e pagar pelas ligações realizadas. O destaque destes dois serviços é que eles funcionam com ótima qualidade. “Em quase um ano que estive lá, a Internet só caiu uma vez, e foi por um motivo específico”, justifica Claudia. Situações como essa fizeram com que, ao retornar ao
Claudia Petry, correndo a maratona ParisVersailles, com mais de 16 km de extensão
Edson Bortoluzzi e os três filhos visitando a Torre Eiffel
Sensibilidade A cultura francesa também não deixa a desejar em questões como segurança e direitos civis. Segundo Claudia, que ainda estava morando na França durante a movimentação dos protestos que aconteceram em junho deste ano no Brasil, o ato foi visto com bons olhos pela população francesa. “Pelas ruas comentava-se positivamente sobre o slogan ‘O gigante acordou’”, afirma.
CURIOSIDADES Nome oficial: República Francesa Capital: Paris População: Mais de 63 milhões de habitantes Moeda: Euro Idioma: Francês (Fonte: Portal Brasil)
Brasil, a família optasse por não utilizar esses serviços. “Nós voltamos e ainda não temos televisão a cabo, nem Internet em casa”, lembra. Arte Em Paris, localiza-se um dos maiores e mais famosos museus do mundo, o museu do Louvre (Musée du Louvre). Um dos quadros mais importantes da história da humanidade - a Mona Lisa -, pintado por Leonardo da Vinci, encontra-se neste espaço, assim como a Vênus de Milo, estátua esculpida na Grécia Antiga. Ao sair de Paris e avançar para o interior, cultura e arte seguem abundantes. Cláudia cita que quem aprecia arte não pode deixar de visitar a cidade de Auvers-sur-Oise, a 40 quilômetros de Paris. Neste local, são oferecidos passeios onde as paisagens do vilarejo pintadas por Vincent Van Gogh, em seus últimos dias de vida, são exploradas. A visita é encerrada no cemitério da cidade, onde estão enterrados o artista e seu irmão, Théo.