Revista Universo UPF #17 - Maio e Junho de 2017

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UniversoUPF

espaço do leitor "Uma Instituição com a abrangência da UPF consegue atender a praticamente todas as áreas da sociedade. Tão importante quanto estar presente e fazer a diferença nas comunidades em que atua, é fundamental comunicar todas as ações. Nesse sentido, a Revista Universo UPF tem papel fundamental na difusão de todo o conhecimento construído na UPF. A edição de número 16 destaca a eleição do Reitor da UPF para a gestão do Comung. O Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas amplia a participação de cada Instituição e robustece a ideia de que a união de esforços e interesses comuns fomenta e estimula novas ações e inovações em gestão e na própria docência. É tempo de cooperação, de incentivo mútuo, do compartilhamento de ideias e de riscos. Anima saber que a Universidade da nossa comunidade está atenta e posicionada nesse novo contexto social e educacional. Parabéns Revista Universo UPF pela excelência na função desempenhada."

Me. Henrique Bertosso Diretor da UPF – Campus Casca O espaço do leitor recebe comentários, sugestões e impressões sobre a revista Universo UPF. Para participar, escreva um e-mail para imprensa@upf.br. Nossos telefones de contato são (54) 3316-8142 e 3316-8138. Boa leitura a todos! Equipe de produção da revista Universo UPF

nesta

edição

UPF em

NÚMEROS 9 campi instalados em Passo Fundo e região Mais de 150 municípios abrangidos em sua área de atuação 18.945 alunos matriculados na graduação, pós-graduação, extensão, UPF Idiomas e Integrado UPF 15.817 alunos matriculados na graduação 807 alunos regulares matriculados nos programas stricto sensu 1.060 alunos matriculados em cursos lato sensu 645 alunos matriculados na UPF Idiomas - FUPF 616 alunos matriculados no CEMI - FUPF 794 matriculados na extensão (Creati) 900 professores de Ensino Superior (50% Me.; 31,22% Dr.) 1.248 funcionários 61 cursos de graduação em andamento 61 cursos de especialização em andamento 15 cursos de mestrado institucional 6 cursos de doutorado institucional 9 estágios pós-doutorais 73.847 profissionais formados 10 bibliotecas, com 318.009 exemplares de livros disponíveis em 119.414 títulos 22 anfiteatros e auditórios 176 salas para ensino prático-experimental 300 laboratórios 150 clínicas 57 convênios com instituições estrangeiras para intercâmbio acadêmico em 19 países

Pg 6 e 7

n Olhar para dentro para enxergar o outro

Pg 14

n O caminho das mãos

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n Logistech 2017: um novo caminho para o desenvolvimento

Pg 18

n "O professor deve incentivar o aluno a buscar a informação"

Acompanhe a Universidade nas redes sociais:

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UPFOFICIAL

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Revista Universo UPF - nº 17 Maio/Junho 2017

UPFOficial

A revista Universo UPF é uma publicação da Universidade de Passo Fundo e tem distribuição gratuita

Reitor n José Carlos Carles de Souza Vice-reitora de Graduação n Rosani Sgari Vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação n Leonardo José Gil Barcellos Vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários n Bernadete Maria Dalmolin Vice-reitor Administrativo n Agenor Dias de Meira Junior Coordenador de Comunicação e Marketing FUPF n Cristiano Mielczarski Silva Produção de textos: Alessandra Pasinato (MTb/ RS17292); Caroline Simor da Silva (MTb/RS15861); Filippe de Oliveira (MTb/16570); Gustávo Dória (estagiário); Camila Guedes (MTb/17320); Natália Fávero (MTb/RS14761), Silvia Brugnera (DRT/13147) e Zulmara Colussi (MTb/11.204). Edição e supervisão: Silvia Brugnera (DRT/13147) Revisão de textos: Cinara Sabadin Dagneze Projeto gráfico: Fábio Luis Rockenbach e Luis A. Hofmann Jr. Diagramação: Marcus Vinícius Freitas / Núcleo Experimental de Jornalismo FAC UPF Fotos e conceito de capa: Gelsoli Casagrande Montagem de capa: Marcus Vinícius Freitas

A Revista Universo UPF também está disponível na versão digital. Ela pode ser lida no site www.upf.br e também em issuu.com/universidadeupf Universidade de Passo Fundo

Universidade de Passo Fundo

Universidade de Passo Fundo - BR 285, Bairro São José - Passo Fundo/RS CEP: 99052-900 Telefone: (54) 3316 8100 www.upf.br


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3 Foto: Gelsoli Casagrande

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Vida acadêmica

mais fácil

Sou UPF permite que alunos tenham acesso a várias funcionalidades que facilitam a vida acadêmica

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om o objetivo de trazer inovação e de se aproximar ainda mais dos seus alunos, a Universidade de Passo Fundo (UPF), por meio da Divisão de Tecnologia da Informação (DTI), lançou, no início do ano, o aplicativo Sou UPF. O aplicativo permite que o aluno de graduação da UPF tenha acesso a várias funcionalidades que facilitam sua vida acadêmica, entre ela o acesso ao sistema acadêmico, à rematrícula e ao calendário acadêmico. A iniciativa, segundo o coordenador da DTI, Gilberto Gampert, teve origem a partir de dois principais motivadores. O primeiro deles é o uso cada vez maior de dispositivos móveis e o outro é a utilização do aplicativo como uma ferramenta que facilita a comunicação da Instituição com os acadêmicos. A primeira versão, lançada no dia 9 de janeiro, foi desenvolvida inicialmente como um atalho para a realização de matrículas e o acesso ao ambiente de ensino. “A versão inicial foi como um embrião. A ideia era que fosse somente uma ponte para acessar o sistema de rematrículas, também adaptado para dispositivos móveis, e o ambiente de apoio ao ensino (AAE)”, destacou o coordenador.

Novas funcionalidades O sucesso dessa primeira versão – foram mais de três mil downloads no lançamento – motivou a equipe para o desenvolvimento de novas funcionalidades. Agora, com a atualização, o Sou UPF passa a oferecer aos acadêmicos acesso também à consulta de avaliações e notas. A principal novidade dessa nova versão, no entanto, está no sistema de notificações. “A partir de agora, o aluno recebe notificações de toda a interação que é feita pelo professor. Por exemplo, se o professor libera o plano de ensino, o aluno recebe uma notificação e acessa o plano através dela”, explica Gampert. De acordo com a analista de negócios e responsável pelo desenvolvimento do APP, Lisiani Correa, a ideia é justamente facilitar o dia a dia do aluno. “Hoje, o alu-

no acessa via e-mail a informação. Com a notificação, o acadêmico não precisa ir atrás da informação, ela chega até ele. Isso também foi algo que trouxe bastante facilidade para os alunos”, comenta. Atualização constante A decisão de atualizar o APP constantemente foi da equipe. Segundo Gampert, mais do que entregar um produto 100% finalizado, a ideia foi trabalhar em algo de acordo com a necessidade dos próprios acadêmicos. “A gente quer ver o que o aluno espera do aplicativo e quer desenvolvê-lo conforme essa necessidade. Queremos priorizar aquilo que vai fazer com que os alunos usem o aplicativo e garantir que o Sou UPF tenha os recursos de que eles necessitam”, comenta. “Tem uma série de funcionalidades que a gente pretende incluir, mas achamos importante priorizar, nesse momento, a comunicação entre professor e aluno”, completou Lisiani.

Desenvolvimento Ao todo, foram cerca de quatro meses desenvolvendo o aplicativo. “Nós pesquisamos bastante sobre essa tecnologia, sempre pensando no aluno e com o propósito de facilitar sua vida acadêmica. Buscamos projetar algo que fosse simples de usar e que, ao mesmo tempo, fosse útil e que abrangesse o maior número possível de dispositivos móveis e plataformas”, comentou o analista de sistemas Clayton Magalhães, que participou do desenvolvimento do aplicativo. A equipe que desenvolveu o sistema foi formada, além da Lisiani e do Clayton, por Eduardo Becker da Luz, Patrícia Donadel Zottis, Maximiliano Brizolla e Ieda Wiest. “A equipe se motivou muito com o projeto. Nenhum de nós tinha conhecimento completo sobre o assunto e todo mundo foi atrás, estudou. Foi o tipo de projeto que envolveu todos e demandou um estudo constante da tecnologia, e isso foi um desafio motivador para a equipe. Acho que conseguimos alcançar nosso objetivo com sucesso”, destacou Lisiani.


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Palavra do

Reitor

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Fórum dos Prefeitos exalta o protagonismo regional da UPF

José Carlos Carles de Souza*

A UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO E A CONSTRUÇÃO COLETIVA DO DESENVOLVIMENTO

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concepção coletiva de um projeto institucional demonstra a disposição e a resiliência de seus integrantes em somar esforços voltados a alcançar o resultado programado. De fato, o desenvolvimento de uma ideia ou a execução de uma obra ganha especial relevância quando expressa o somatório das capacidades tanto intelectuais quanto materiais individuais convergentes a um mesmo propósito. Em outras palavras, o proveito do conhecimento de cada um oferece maior sentido quando presente o espírito colaborativo utilizado em prol da coletividade. A Universidade de Passo Fundo sempre contou com quadro excepcional de profissionais nas diversas áreas do conhecimento, que, conjuntamente, constroem, dia a dia, a sua história, possibilitando que a Instituição cumpra a sua missão e auxilie no desenvolvimento local e regional. Mesmo diante de um cenário econômico e político de muitas incertezas, a UPF mantém os seus projetos acadêmicos, mirando o futuro e encaminhando ações que visam garantir a superação das dificuldades proporcionadas pela realidade desfavorável. Isso somente é possível porque a Universidade mantém hígidos os preceitos e os valores que nortearam as suas atividades desde sua criação. Entretanto, o momento atual é de mudança de percepção e de postura sob vários aspectos. Questões de ordem econômica, política, cultural ou social estão sendo postas em xeque. O cenário está embaçado, confuso e exige maior reflexão das academias. Revela-se, nesse sentido, uma boa oportunidade para se repensar o chamado contrato social vigente. É óbvio que esse fato ultrapassa os interesses das relações interpessoais, ou mesmo de grupos identificados, projetando os anseios e os desejos da coletividade que o contexto deve contemplar. Essa é, sem dúvida, uma tarefa que desafia a participação plural, mormente em um ambiente onde o conhecimento é a marca determinante das ações de cada um, mas convergentes para a construção altiva de espaços, tanto para desfrute privado quanto de utilização coletiva. A conjuntura atual se encaminha para uma nova concepção social e a Universidade de Passo Fundo tem contribuído na construção de uma sociedade embasada em valores autênticos, de uma sociedade cultural, econômica e socialmente desenvolvida, mais justa e igualitária. Isso é verdadeiro. No entanto, certamente pode fazer mais. Na medida em que o conhecimento produzido puder ser refletido e direcionado para ações coletivas de grande impacto social, proporcionaremos resultados que são amplificados na comunidade. Convivemos na época de intensa troca de informações, ou seja, de compartilhamento de conhecimentos em tempo real. Esse movimento, por si só, já promove alterações no comportamento das pessoas. Ao agregarmos a essa realidade o conjunto de inovações científicas e tecnológicas, aceleramos a capacidade de mudança, e os efeitos que isso causa na vida de cada um têm implicação na postura das Instituições. A situação está posta. As consequências das alterações comportamentais, principalmente junto aos jovens, são percebidas e causam impacto no ensino superior. A mudança, portanto, é real. Diante desse quadro de incertezas e de certezas preocupantes, precisamos adequar o nosso senso comunitário, identificar melhor propósitos comuns para se viver bem em sociedade e, sobretudo, cultuar o espírito democrático e o sentimento de pertencimento a uma boa causa, como por exemplo, a causa da UPF. Nesse sentido, as iniciativas institucionais encetadas na área do ensino, da pesquisa, da extensão e da inovação científica, potencializadas pela pós-graduação e pela internacionalização, possibilitam avanços no propósito da excelência acadêmica, em primeiro plano, e, depois, na partilha desse importante insumo acadêmico com as comunidades. Para tanto, é necessário haver a permanente colaboração entre os setores, as unidades acadêmicas e as pessoas que coabitam os espaços da Universidade. Agindo desse modo, além de contribuir para a construção de um novo contexto social, estaremos participando, decisivamente, do desenvolvimento cultural, social e econômico da nossa comunidade, um dos esteios da nossa missão institucional. Desejo que, juntos, possamos continuar trabalhando pela construção de uma UPF cada vez melhor. Cordiais abraços. (*) Reitor da UPF

Muitas das administrações municipais da região iniciaram o ano de 2017 com uma nova gestão, e, entre os principais desafios por elas assumidos, estão o planejamento estratégico das ações de desenvolvimento social e tecnológico, a permanente busca por melhor infraestrutura viária, e a necessidade de acompanhar o ritmo da economia e, sobretudo, de contribuir no processo evolutivo dos setores. A fim de colaborar com o êxito das políticas públicas municipais e regionais, a Universidade de Passo Fundo (UPF) realizou, no dia 30 de março, o Fórum dos Prefeitos do Norte Gaúcho, evento que proporcionou um espaço de interação entre a Universidade e as administrações municipais. O Fórum dos Prefeitos do Norte Gaúcho precedeu a realização do III Congresso de Infraestrutura, Transporte e Logística do Norte do RS (III Logistech), realizado no dia 31 de março, no Centro de Eventos da UPF. No encontro, o reitor da UPF, professor José Carlos Carles de Souza, versou sobre “A interação da UPF com o desenvolvimento regional: polos tecnológicos”. Segundo ele, em mais uma edição do encontro da UPF com prefeitos, é apresentado o que a Universidade faz e de que forma a Instituição pode interagir com os municípios da sua região de abrangência. “A UPF sempre esteve à frente do desenvolvimento regional, sendo protagonista de iniciativas que visam ao crescimento das cidades”, reiterou, considerando que, após o encontro, muitas iniciativas de parcerias de trabalho irão surgir. “É indiscutível a riqueza do potencial da Universidade para os projetos que os prefeitos pretendem implementar e que podem contribuir muito para o desenvolvimento”, pontuou. Além de destacar os números e a expressividade regional da UPF, o reitor explanou sobre os pilares que formam a Universidade – ensino, pesquisa, extensão e inovação tecnológica – e que a tornam referência em educação superior no estado e na região Sul do Brasil. O reitor também lembrou que os polos tecnológicos e a representatividade do UPF Parque são instrumentos importantes de desenvolvimento científico e tecnológico. “A UPF é a Universidade da nossa comunidade, aproximando-se cada vez mais dos gestores dos mais de 100 municípios da nossa região”, concluiu. Autoridades presentes Estiveram presentes na solenidade a presidente da Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF), professora Maristela Capacchi; o vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Leonardo José Gil Barcellos; a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, professora Bernadete Maria Dalmolin; o vice-reitor Administrativo, professor Agenor Dias de Meira Junior; diretores de campi, de unidades acadêmicas, da UPF Idiomas e do Centro de Ensino Médio Integrado UPF. O Fórum dos Prefeitos do Norte Gaúcho também contou com a participação do diretor de Planejamento do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Luiz Noronha, que falou aos presentes sobre as “Linhas de financiamento para auxiliar no desenvolvimento dos municípios”. De acordo com Noronha, o banco oferece linhas públicas e privadas. “Temos o BRDE Municípios, que está com nova roupagem”, comentou, apresentando, de forma inédita, as novas ideias do programa disponibilizado aos prefeitos. “Essa é uma região muito forte. Temos escritório aqui por ser uma das regiões mais importantes, mais prósperas e produtivas”, finalizou. Foto: Gelsoli Casagrande

Reitor versou sobre a interação da UPF com o desenvolvimento regional


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UPF no caminho da proteção da propriedade intelectual Com um trabalho em equipe e o incentivo à pesquisa e à inovação, a Instituição chegou, em 2017, ao seu 20º registro de patente

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ma universidade se faz grande, também, pela importância que dá à sua pesquisa. Essa visão proporciona o desenvolvimento, o crescimento e o amadurecimento das descobertas feitas dentro da academia e, consequentemente, impulsiona sua inserção na sociedade. Uma dessas formas se dá através das patentes. A Universidade de Passo Fundo, por meio da UPFTEC, vem investindo nesse cenário. Os resultados já são percebidos nos Programas de Pós-Graduação e também nas parcerias com empresas públicas e privadas. Somente em 2016, foram oito registros. Em 2017, a Instituição registrou a sua 20ª patente. A ideia é desmistificar a questão do registro de patentes e da proteção da propriedade intelectual. Para isso, a equipe da UPFTEC tem conversado com professores e alunos dos Programas de Pós-Graduação e dos cursos de graduação, repassando orientações e explicando os passos para que uma descoberta tenha seu registro aceito no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), ligado ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços do Governo Federal, órgão responsável pelos depósitos. Para o vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Leonardo José Gil Barcellos, a UPF tem incentivado cada vez mais a pesquisa, oferecendo condições de estrutura e trabalhando para a efetivação de parcerias nacionais e internacionais. “Estamos vindo de um crescente ao longo desses últimos anos. Com mais cursos de mestrado e doutorado e a busca pela qualidade de nossas publicações, vemos como consequência a liberdade para que nossos professores e alunos possam propor inovações que vão beneficiar a comunidade, e busquem a proteção jurídica de seus inventos, as patentes”, destaca. Em 2014, a UPF publicou as diretrizes da Política Institucional de Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia. O documento se refere a patentes de invenção, modelos de utilidade, marcas ou desenhos industriais, cultivares e programas de computador. Essas criações devem ser desenvolvidas por pro-

fessores, pesquisadores, melhoristas, estagiários, alunos, bolsistas e prestadores de serviço mediante a utilização de recursos, dados, informações, equipamentos e demais componentes da infraestrutura da Universidade. A política de proteção de propriedade preconiza que os recursos financeiros obtidos com a exploração comercial da propriedade registrada são divididos entre os inventores e a Universidade. A parte que cabe à UPF é voltada ao estímulo da pesquisa acadêmica da mesma área da invenção, além do custeio do gerenciamento da patente. “O registro da propriedade intelectual, ao mesmo tempo em que protege uma invenção, é mais uma forma de dar visibilidade ao que se produz na pesquisa da Universidade”, frisa. Caminho longo, crescimento visível O registro final de uma patente no Brasil tem levado em média 10 anos, o que não significa que, com o depósito da inovação, a Instituição e os pesquisadores não possam usufruir da tecnologia. Segundo Giezi Schneider, coordenador da UPFTEC, a expectativa de direito, que surge com o protocolo do pedido de patente, já permite que os envolvidos possam explorar comercialmente o produto. Apesar desse contrapasso do INPI, Schneider ressalta que o crescimento do interesse dos pesquisadores em fazer o registro é visível na Instituição. “Temos notado um crescimento pela procura do patenteamento. Temos tentado popularizar essa questão dentro da Universidade, conversando com professores e alunos, falando sobre o que é e buscando despertar o interesse das pessoas. Vivemos hoje a chamada sociedade do conhecimento e precisamos valorizar a produção daquilo

Aproximação para descomplicar Para que os processos até o registro de uma inovação sejam compreendidos pela comunidade acadêmica, a equipe da UPFTEC, por intermédio do coordenador, Giezi Schneider, e da gestora de Propriedade Intelectual, Flávia Cavalcanti, tem realizado conversas com alunos, professores e empresários. O objetivo é mostrar que, mesmo com a burocracia e a exigência de regras, é possível fazer o depósito de patente. Por lei, existem alguns itens que são obrigatórios para que uma patente seja reconhecida: novidade (inédita no mundo inteiro), passível de produção industrial (deve ter a capacidade de produção em larga escala) e atividade inventiva (a inovação deve ter, obrigatoriamente, um processo inovador, não apenas a junção de algumas técnicas, mas uma nova forma de fazer, vinda do pesquisador-inventor). O pesquisador cujo trabalho atender a essas condições pode buscar o auxílio da UPFTEC para buscar o registro. De acordo com Flávia, a partir daí, é iniciada uma busca minuciosa de anterioridade em bancos de dados de patentes e de artigos, verificando se a ideia é de fato nova. “Esse seria o trabalho conjunto, entre nossa equipe e os professores e alunos, para transformar o texto em algo que seja compreensível para o escritório que assessora nosso processo e nos representa junto ao INPI. No final de tudo, após a assinatura da documentação, é possível fazer o registro e depositar a patente. Os prazos variam de acordo com a tecnologia proposta e com os grupos envolvidos”, explica.

que desenvolvemos. Também temos nos relacionado mais com o setor empresarial. Nossos alunos estão nas empresas e trazem problemas reais para dentro da academia. Outro fator é a questão do empreendedorismo. Esses aspectos estão fazendo com que a Universidade avance”, reforça. O foco para o futuro, de acordo com o coordenador, é a interação entre universidade e empresas. A intenção é que as patentes sejam fruto das necessidades das pessoas, para que a UPF, enquanto instituição comunitária, possa contribuir para o desenvolvimento da sociedade. “O nosso desafio é dar vasão para as tecnologias desenvolvidas aqui de forma que elas estejam disponíveis para as pessoas. O processo de patenteamento desses materiais é uma das ferramentas que usamos. Nosso objetivo fim é a transferência de tecnologia e isso passa por esse trabalho conjunto para avançarmos nas patentes que já temos registro. Temos que criar condições para continuar investindo naquelas que já estão registradas e que podem ser melhoradas, chegando, por meio das empresas, até a sociedade”, ressalta.

1º passo:

2º passo:

3º passo:

4º passo:

Identificação da viabilidade da patente

Buscas de anterioridade

Elaboração do texto da patente

Junta de documentação e protocolo

Novidade, passível de produção industrial e atividade inventiva

UPFTEC e professores fazem uma busca em bancos de patentes e bancos de artigos para verificar se o tema não foi abordado por outros pesquisadores e empresas

Juntos, professores, alunos, empresários e a UPFTEC elaboram o material que será enviado ao INPI

Com tudo em mãos, é possível preencher os documentos e enviar. A partir daí, é só aguardar


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Maio | Junho 2017 Fotos: Gelsoli Casagrande

universidade Olhar para dentro para enxergar o outro

Professores da UPF participaram de primeiro curso de qualificação do ano promovido pela Instituição

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nfrentar os desafios diários da docência é uma rotina para os professores da Universidade de Passo Fundo (UPF). Diante de um cenário cada vez mais dinâmico e pensando em oferecer um momento de reflexão e de formação, a Vice-Reitoria de Graduação (VRGRAD), por meio do Serviço de Apoio Pedagógico (SAP), promoveu o primeiro curso de Qualificação Docente de 2017. A atividade ocorreu em janeiro e contou com a participação dos vice-reitores de Graduação, Rosani Sgari; de Pesquisa e Pós-Graduação, Leonardo Barcellos; de Extensão e Assuntos Comunitários, Bernadete Maria Dalmolin; e Administrativo, Agenor Dias de Meira Junior. Antes do início dos debates, os participantes prestigiaram uma apresentação

do Grupo de Choro da UPF e do Grupo de Teatro Dionisos, de Santa Catarina. De acordo com a professora Rosani, desde 2011, com a institucionalização do Programa de Formação Docente, várias ações foram realizadas com foco na qualificação do ensino, mas também pensando na saúde, no bem-estar e na qualidade de vida dos professores. Para ela, os momentos de formação são sempre especiais, uma vez que proporcionam um tempo para que todos possam olhar suas práticas, melhorá-las e trocar experiências. “A experiência de formação docente vivida neste início de 2017, além de inovadora no formato e no período de realização, representa um divisor de águas no programa de formação desenvolvido pela Instituição. A concentração de atividades em dois turnos e em

dias consecutivos tornou possível maior imersão dos docentes e contribuiu para o aprofundamento de temas que envolvem a sua prática pedagógica. Essa nova proposta está alinhada aos princípios do Plano Pedagógico Institucional (PPI) e aos objetivos, às metas e às ações do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), documentos construídos coletivamente e recentemente aprovados pelo Conselho Universitário”, pontuou a vice-reitora, durante a atividade. Para os professores presentes, o momento serviu como espaço de formação, troca de experiências e qualificação. Segundo a professora Dra. Luciane Colla, que participou das atividades, o curso foi um momento importante por possibilitar a discussão da prática docente em um momento de profundas mudanças na nossa sociedade e na forma como se dá a relação entre professores e alunos. “Apesar da necessidade que temos de atualização em relação às novas tecnologias, pude ter a certeza de que essa prática está profundamente associada ao vínculo professor-estudante, que deve ser pautado sempre no respeito mútuo e no profissionalismo de ambos. As oficinas que nos foram ofertadas trouxeram essas informações. Considero assim que a atividade foi importante no sentido de dar fomento à nossa formação, e tenho certeza de que já estamos multiplicando o que aprendemos na nossa prática diária”, ressaltou.


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Programação contou com 15 oficinas O evento ainda contou com a oferta de 15 oficinas, ministradas por professores e colaboradores da própria Instituição. Entre os temas, estiveram: A utilização das redes sociais no processo de ensino/ aprendizagem; Migrações internacionais: o mundo do trabalho e o ensino superior; Introdução ao trabalho com metodologias inovadoras; Planejamento docente em tempos de inclusão; Mediação de conflitos e justiça restaurativa no meio acadêmico: uma experiência concreta; UPF Virtual - Inovando as práticas das aulas presenciais utilizando o Ambiente virtual de Aprendizagem Moodle; Fugindo do ensino dos séculos passados, novas metodologias de aprendizagem: teoria e prática real; Qualidade de vida do docente; Reconectando professores com a natureza: uma experiência pedagógica junto à RPPN-UPF; UPF Virtual e UPF TV - Como planejar, criar e implementar videoaulas em ações de aprendizagem; PPI e PPC: interlocuções possíveis e imprescindíveis; Projeto (Re)Conhecer: metodologias ativas; Estratégias de retenção em sala de aula: uma análise do cenário da UPF e a socialização de práticas das universidades canadenses; Sofrimento psíquico de estudantes universitários e Permanência e qualificação acadêmica:

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um espaço de escuta e mediação. Além das oficinas, a programação proporcionou interação entre os professores, que foram provocados a apresentar reflexões sobre temas ligados à docência. Em um dos momentos, os professores, reunidos em pequenos grupos, foram instigados a pensar sobre suas práticas e sobre os desafios enfrentados na docência para, em momento posterior, socializar as discussões com o grande grupo. Ao todo, mais de 400 professores participaram das oficinas oferecidas. A abertura do Curso de Qualificação Docente teve a participação do Grupo de Teatro Dionisos, que apresentou uma peça em formato “playback”, na qual o roteiro é construído com a participação da plateia, com narrativas de histórias que são interpretadas pelos atores. A nova configuração da proposta de formação docente da UPF foi pensada por uma Comissão Estratégica coordenada pela Vice-Reitoria de Graduação, que reuniu professores representantes de todas as áreas do conhecimento e colaboradores de setores estratégicos da Instituição. Além da vice-reitora de Graduação, professora Rosani Sgari, a equipe foi constituída pelos vice-reitores Bernadete Dalmolin (VREAC) e Agenor Dias de Meira Junior (VRADM) e, representando os mais diversos setores, cursos e unidades, pelos seguintes

professores: Carina Tonieto (IFCH); Altair Fávero (PPGEdu/Faed); Anderson Neckel (Feac); Adriano Vieira (VREAC); Vera Rodrigues (VRPPG); Carla Gonçalves (Cias e Pró-Saúde); Edson Bortoluzzi (FAMV); Carlos Szilagyi (Fear); Maria Joana Chaise (FAC); Olmiro Schaeffer (Planejamento Estratégico); Cristiano Cervi (Iceg); Roberto Rabello (UPF Virtual); Maira Tonial (FD); Adriana Bragagnolo (Licenciaturas); Daniela de David (DGRAD); Adriano Pasqualotti (DAI); Maria Aparecida Estacia (Ouvidoria); Maristela Piva (Assegrad); Rosane Rigo De Marco (SAP) e Claudia Sanini (SAP). Essa proposta inaugura uma nova modalidade de formação pedagógica e, pelos resultados das avaliações dos participantes, deve ter continuidade. Fotos: Gelsoli Casagrande


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pesquisa e inovação Pesquisadores da UPF desenvolvem dispositivo inovador para plantio Foto: Alessandra Pasinato

Agrônomos e engenheiros são inventores do dispositivo

Equipamento que auxilia no plantio em nível e incrementa infiltração de água no solo tem custo reduzido e se torna uma prática complementar ao sistema de plantio direto

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s estimativas de produção de grãos para 2016/17 apontam para uma safra entre 208,1 e 226,5 milhões de toneladas, numa área plantada entre 58,1 e 60,9 milhões de hectares. Essa área deve aumentar 12,7% nos próximos 10 anos, passando para 65,6 milhões. Os dados são do Ministério da Agricultura e demonstram que a produção vem aumentando a cada ano em todo o Brasil. No Rio Grande do Sul, não é diferente: o estado tem boa parte da economia agrícola. Diante de toda essa área a ser plantada a cada safra, o que desafia os produtores é buscar práticas eficazes, evitando os constantes problemas enfrentados. O sistema de plantio direto é utilizado em grande parte da área plantada no estado e se caracteriza por ser uma prática eficiente – diferentemente do plantio convencional que se fazia antigamente. No entanto, o plantio de forma direta atua especialmente para minimizar as perdas de solo, mas precisa de práticas complementares que auxiliam na redução das perdas hídricas, igualmente importantes. Uma dessas práticas é o plantio em nível. Para minimizar esses problemas e auxiliar o agricultor na hora do plantio, pesquisadores da Universidade de Passo Fundo (UPF) desenvolveram um dispositivo que é acoplado ao trator e que orienta o operador a seguir em nível durante a semeadura. De acordo com o professor Dr. Vilson Antônio Klein, um dos idealizadores do equipamento, essa é uma ideia antiga que se concretizou com um equipamento simples e eficiente. A tecnologia foi desenvolvida por pesquisadores, agrônomos e engenheiros eletrônicos, em parceria com a empresa Inelca - Indústria Eletrônica Ltda, incubada no Parque Científico e Tecnológico da UPF (UPF Parque). Além do professor Vilson, são inventores da tecnologia o acadêmico André Guilherme Dauberman dos Reis e os engenheiros Daniel Luis Martins e Leandro Canal Bonfante. Por meio do trabalho integrado à Agência de Inovação Tecnológica da Universidade de Passo

Fundo (UPFTec), o equipamento já teve patente depositada em cotitularidade da Fundação Universidade de Passo Fundo e da Inelca. Haverá licenciamento para uma empresa fabricar e, em breve, o produto estará disponível. Os problemas e a solução Conforme o professor, é cada vez mais comum a ocorrência de grandes enxurradas e, como consequência, a perda de um volume considerável de água nas lavouras. “Efetivamente, nossos solos já estão com problemas de infiltração, sobra água, que sai da lavoura e arrasta nutrientes e pesticidas, acarretando problemas de poluição ambiental e perda financeira ao agricultor”, constata ele, evidenciando que o plantio em nível é uma das práticas reconhecidamente eficazes para fazer a água infiltrar no solo. “Na semeadura direta, cada sulco deixado acaba sendo anteparo para o escoamento da água, ou seja, são vários pequenos sulcos que vão facilitar a infiltração”, evidencia. O grande problema, segundo Klein, é como o operador da máquina pode saber que está se deslocando em nível na lavoura. “Existem equipamentos bastante sofisticados, com GPS e com custo elevadíssimo, que possibilitariam fazer esse controle”, salienta o docente, ressaltando, no entanto, que nem todos os produtores podem investir valores altos em tecnologias como essas e, nesse sentido, foi desenvolvido o dispositivo. O equipamento autônomo possui uma placa com um inclinômetro, que indica a posição da máquina. “Se a frente do trator está em um nível mais baixo, vai mandar subir. É algo simples, é autônomo e não depende de sinal nem de GPS”, destaca, comentando que, na prática, é um equipamento simples, colocado em cima do trator, e que, por meio de sinais luminosos, vai indicando ao operador o caminho, para que o trator seja conduzido em nível na lavoura. “Se trata de um equipamento barato que pode ser disponibilizado para todos os agricultores”, finaliza.


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pesquisa e inovação

Inspirando ações e atitudes para uma agricultura sustentável A FertiSystem by Agromac, residente no UPF Parque, agrega conhecimentos, tecnologias, parcerias com empresas brasileiras na área do agronegócio

Foto: Divulgação

Agromac reside no UPF Parque, Módulo 3

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empresa Agromac Indústria e Comércio de Equipamentos Agrícolas reside no Parque Tecnológico da Universidade de Passo Fundo (UPF Parque), Módulo 3, desde 2016. Sua visão estratégica está voltada para a busca constante pela qualidade, que é pautada no ideal de que, para evoluir, é necessário assumir a inovação como uma atitude incorporada à cultura da organização. Após a inserção no UPF Parque, a Agromac, em parceria com a INEL, também residente, já produziu tecnologias dial. Conta com novas Empresas que fazem voltadas à agricultura ditecnologias e já firmou parte do UPF Parque gital como o ETD (Tabela diversas alianças estraPré-incubação: Incubação: Eletrônica de Dosagem). tégicas com empresas AFK C2SB Esse direcionamento lede todos os continentes, Dr. X Lixo eletrônico vou a Agromac, em 2016, unindo pontos de inoEnsoag Meneguzzi a ser reconhecida pelo vação com o sistema Ilumina segundo ano consecuFertisystem com o mesInovamate Residentes: tivo com o Troféu Três mo padrão de inovação Optim Agromac Porteiras da Federasul. dos países desenvolviSipagro Centraldata A Agromac desenvolve dos, através da pesquisa Splora Cielo seus trabalhos a partir de contínua de novos proSucos.com Compasso bases tecnológicas, inodutos e práticas em um Telig Inel Truco Bier vadoras, empreendemercado cada vez mais Polo Sul Sagaz doras e ambientalmenexigente e cujo potencial Rast Sat Rorato te sustentáveis. A sua de crescimento na área atuação junto ao UPF depende de programas Parque procura agregar conhecimentos, mais robustos em toda cadeia produtiva tecnologias, parcerias com empresas bra- do agronegócio mundial. sileiras e mundiais e com pesquisadores, estimulando o intercâmbio de tecnologias Conquistas e as sinergias entre os atores localizados Fundada em 2002, em Passo Fundo, A em seus respectivos segmentos de forma FertiSystem by Agromac focou-se na inointegrada (MR4D). vação tecnológica, movida pelo desafio de As raízes que sustentam e conduzem prover e impulsionar a mecanização agría Agromac estão no Sistema FertiSystem cola no plantio e na fertilização do solo, Auto-Lub AP NG, que é um dosador de procurando promover e inspirar ações e precisão para fertilizantes. Primeiro do atitudes para uma agricultura sustentável gênero no mercado mundial, o produto para essa e para futuras gerações. revolucionou a cadeia agrícola por proPelo diferencial de mercado, a empreporcionar efetiva uniformidade na dis- sa conquistou uma série de distinções tribuição do adubo, o que garante maior estaduais e nacionais, com produtividade na lavoura. Hoje, esse destaque para o Prêproduto é utilizado por mais de 90% dos mio Distinção Infabricantes de máquinas e implementos dústria do RS agrícolas brasileiros e por alguns do mer- - Fiergs/Ciergs cado exterior. 2008 e para o A Agromac possui maturidade e está Prêmio Gerdau consolidada no mercado brasileiro e mun- melhores da

Terra 2008, por apresentar notáveis avanços tecnológicos, design e inovação, e pela viabilidade de utilização e comercialização. Já em 2016, a comissão julgadora do 4º Prêmio Vencedores do Agronegócio da Federasul agraciou a Empresa na categoria “Indústria de máquinas e equipamentos”. Reconhecida pelo case “Agricultura digital: a grande inovação presente nos equipamentos de plantio e fertilização do solo”, a empresa destacou-se pelo lançamento da Tabela Eletrônica de Dosagem, ou ETD, que foi desenvolvida no UPF Parque.

Ampliando estrutura de pesquisa A FertiSystem by Agromac age com uma estrutura dentro de um cenário diferenciado de atuação e de inteligência em pesquisas utilizando tecnologias de ponta e promove inovações por meio de sinergias entre empresas de máquinas e implementos agrícolas, indústrias de fertilizantes e sementes, buscando mudanças e melhorias nos modelos produtivos junto aos produtores rurais e centros de pesquisas nacionais e internacionais. Conforme o diretor geral do FertiSystem Group, Evandro Martins, por meio do aprimoramento, da cooperação multilateral, do fortalecimento da agricultura e do desenvolvimento do campo de forma sustentável, a empresa atua nas áreas de agricultura de precisão e de agricultura digital, fomentando mecanismos de difusão tecnológica e a construção de espaços atrativos para profissionais da área do agronegócio, relacionados aos processos e a operações de semeadura em sistemas de plantio direto, bem como ao uso de insumos inovadores e de novas tecnologias em equipamentos de plantio e fertilização dos solos. FertiSyst em ITS 5000 é um sistema de distribuição de fertilizantes de precisão para baixas dosagens


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comunidade Mais do que uma

ação comunitária

Coro e Orquestra Infantojuvenil da UPF oportunizam que crianças da rede pública participem das oficinas de Canto Coral, Musicalização, Violino, Violão e Flauta, em encontros semanais

Foto: Divulgação

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Coro e a Orquestra Infantojuvenil, vinculado à Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (VREAC) da UPF, é um projeto que estimula prática musical, também o exercício da cidadania e o desenvolvimento intelectual. O projeto tem como objetivo capacitar crianças para a música por meio de aulas de musicalização, técnica vocal, prática de canto coral e prática instrumental com repertório eclético, no qual são abordadas desde temáticas lúdicas até temáticas reflexivas, além de dificuldades musicais, com o propósito de alcançar a evolução técnica e cultural dos integrantes do grupo. Ao longo do ano, se considerados os participantes do Coro e da Orquestra, o número de crianças envolvidas se aproxima de sessenta. O objetivo do projeto é oportunizar às crianças da rede pública e da ONG Amor desenvolvimento através de práticas musicais. Para o maestro Ademir Camargo, o projeto vai além da prática musical. “Oportuniza uma nova perspectiva de vida para as crianças integrantes das oficinas de música, pois, enquanto estão fazendo música, são agentes transformadores de suas realidades e também daqueles que os assistem, pois a música toca direto nos sentimentos de quem escuta”, enfatiza. O professor José Carlos Gheller participa como apoiador nos ensaios e nas apresentações. “O projeto demonstra o quanto a Universidade de Passo Fundo acredita no poder transformador da música. Além da participação nas oficinas, este ano, o projeto quer ampliar o número de participantes e fortalecer as ações musicais, buscando incentivar o crescimento e a conso-

lidação do Coro e da Orquestra, com apresentações em conjunto”, salienta. Os participantes do Coro e da Orquestra infantojuvenil ensaiam semanalmente no Campus III da UPF, coordenados pelos instrutores Ademir Camargo, José Carlos Gheller, Lídia Rodrigues, Maria do Carmo, Neri Ribeiro da Silva e Rodrigo Ávila. Além das aulas de musicalização, aulas instrumentais de cordas, de sopro, de percussão e de teclas são praticadas pelos integrantes da proposta.

Equipe BSBios/UPF é oficialmente apresentada Foto: Gelsoli Casagrande

Atletas e comissão técnica foram apresentados no Colégio Notre Dame A equipe BSBios/UPF de voleibol feminino está preparada para dar início às competições de 2017. Em abril, o grupo oficial da temporada foi apresentado no Centro de Eventos do Colégio Notre Dame. A cerimônia teve a presença de parceiros do projeto, autoridades e alunos da escola. Formam o grupo as levantadoras Daniela Mors, Maria Eduarda Foncharte Ranzzi de Oliveira e Silvia Ramos Hecktheuer; as líberos Bruna Visentin, Fernanda Sabbi e Huliana Mendo; as ponteiras Martina Roese, Carolina Gregory, Regina da Cruz Vieira Alves e Juliana Fuchs; as centrais Kauana Pinno Corrêa, Lara Marília Faria, Jordana

Juandrey e Giovana Manto; e as opostas Carolina Almeida, Gabriele Mezzomo e Lenisse de Fátima Silva Aquino. A comissão técnica é composta pelo treinador Gilberto Bellaver (Giba), pelo assistente técnico Rafael Machado e pelo preparador físico Felipe Laimer. Presente na ocasião, o reitor José Carlos Carles de Souza saudou o time e demonstrou orgulho por poder fazer parte da história da BSBios/UPF. “Esta é uma iniciativa séria, e se estamos aqui é porque a comunidade de Passo Fundo está unida pelo esporte”, comentou. O vice-prefeito de Passo Fundo, João Pedro Nunes, desejou sorte às jogadoras e à comissão técnica. “Tenho

certeza de que será um sucesso, devido a tudo o que vocês têm feito”, disse, mencionando que Passo Fundo deve parte do seu desenvolvimento à UPF. Diretor presidente da BSBios, Erasmo Carlos Battistella destacou a importância do apoio da população à equipe. “Como comunidade, precisamos vestir a camiseta e apoiar as atletas, pois estamos plantando sementes e colhendo frutos”, relatou. Também acompanharam a apresentação a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários da UPF, Bernadete Maria Dalmolin; o diretor da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (Feff), professor Me. Márcio Tellechea Leiria, e os professores da Feff Me. Nelson João Tagliari e Me. Gilnei Lopes Pimentel; a diretora do Colégio Notre Dame, Irmã Elci Favaretto; o vice-diretor do Colégio, Vanderlan Lima, e demais autoridades. O time treinado por Bellaver terá como estímulo para os jogos que estão por vir as conquistas de 2016, dentre elas os bicampeonatos no Estadual de Voleibol Adulto Feminino e na Copa RS – Cláudio Braga, e as vitórias nos Jogos Universitários Gaúchos (JUGS), no 1º Campeonato Regional de Voleibol Adulto Feminino e na Copa London. Emocionado, o técnico Giba falou que o dia foi extremamente especial. “Estamos apresentando a equipe no local onde o projeto teve início. Agora, a nossa responsabilidade está triplicada, já que um dos nossos objetivos é o tricampeonato estadual”, contou. O treinador fez um agradecimento a todos os apoiadores do projeto, destacando que o reitor José Carlos é um dos responsáveis por abrir espaço ao esporte local.


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universidade Desenvolvimento e progresso impulsionados pela excelência na pesquisa Foto: Gelsoli Casagrande

Professores, alunos, egressos e colaboradores celebraram os 20 anos dos programas de pós-graduação, os 20 anos do PPGAgro e os 40 anos do PPA

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Universidade de Passo Fundo vem, ao longo de sua trajetória, implementando políticas de pós-graduação que buscam a produção do conhecimento de alto nível, refletindo no de-

senvolvimento social, cultural e científico da região. Esse caminho, feito por muitas mãos, passou pela criação do Programa de Pesquisa em Aveia (PPA) e depois pela consolidação do Programa de Pós-Graduação em Agronomia, dando início aos programas de pós-graduação da Universidade. Para marcar a passagem dos 40 anos do PPA e dos 20 anos do Programa de Pós-Graduação em Agronomia e dos programas de pós-graduação na Universidade, professores, alunos, egressos, colaboradores e funcionários estiveram reunidos na cerimônia de celebração das datas festivas. A atividade acorreu no dia 22 de março. Na oportunidade, houve uma palestra com Luiz Carlos Federizzi, professor da UFRGS e coordenador da Área de Ciências Agrárias I da Capes. Em 2010, a UPF contava com sete programas de pós-graduação e um curso de doutorado. Hoje, a Instituição mantém 15 programas de pós-graduação, com 15 cursos de mestrado e seis de doutorado. Para o vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Leonardo José Gil Barcellos, essa expansão somente foi possível pela ousadia da primeira turma de pós e também de doutorado, propostas e executadas pela Faculdade de Agronomia.

Barcellos destacou que o stricto sensu é a excelência e a inovação na educação em todos os níveis, constituindo a base da pesquisa institucional, culminando na formação de profissionais qualificados. “A existência do stricto sensu faculta à Universidade a possibilidade de oferecer formação diversificada nas diferentes áreas, num contexto integrado com todos os níveis de ensino e todas as dimensões transversais da Instituição. Nessa matriz, o ensino deixa totalmente de ter um caráter linear e estanque e passa a ser multidimensional e continuado, em um contexto no qual não vemos pedaços ou partes isoladas entre si, mas sim a sequência orgânica e a interação estreita entre seus componentes”, disse. O evento também contou com a presença dos vice-reitores de Graduação, Rosani Sgari, de Extensão e Assuntos Comunitários, Bernadete Maria Dalmolin, e Administrativo, Agenor Dias de Meira Junior, além da presidente da Fundação Universidade de Passo Fundo, professora Maristela Capacchi, da coordenadora do stricto sensu da UPF, professora Rosa Maria Locatelli Kalil, de professores, coordenadores e diretores de Unidades. O evento contou com a apresentação artística do Grupo de Música Brasileira e Jazz da UPF.

História consolidada e feita por muitas mãos O momento foi de relembrar a história e também de valorizar pessoas, órgãos e instituições que contribuíram para que o PPGAgro e o PPA conquistassem espaço e se tornassem a referência que são hoje. O diretor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAMV), professor Dr. Hélio Carlos Rocha, destacou que o maior patrimônio deixado por uma instituição de ensino para a sociedade é a formação de recursos humanos, tanto em nível de graduação quanto de pós-graduação. “Numa realidade e num país com hora e dia para a divulgação de escândalos, temos a informação do Ministério da Agricultura de que, em 2020, 44,5% da produção e do consumo de carne bovina no mundo envolverão a população do Brasil, o que se estende a outras áreas: 48% de frango e 14% de suínos. Imaginemos o impacto dessa cadeia toda no agronegócio, então, temos que dimensionar corretamente isso e abrir debates dentro da academia para que estejamos preparados, capacitados e prontos para esse futuro”, frisou. Segundo a coordenadora do Programa de Pesquisa em Aveia, professora Dra. Nádia Lângaro, o Progra-

ma de Aveia desenvolveu, desde a sua criação, 25 cultivares de aveia, inscritas no Registro Nacional de Cultivares do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o que permite a sua comercialização. Três delas possuem certificado de proteção no Sistema Nacional de Proteção de Cultivares, uma garantia legal, recentemente alcançada, para o retorno de investimentos alocados em pesquisa. Nádia lembrou que atualmente estão sendo testadas diversas linhagens de aveia preta, em diversos ambientes do sul do Brasil e também no exterior, o que deixa as equipes muito otimistas quanto ao lançamento de novas cultivares nos próximos anos. Diante disso, o futuro ainda reserva muitos desafios. “A aveia deve ser considerada uma cultura estratégica para o setor agrícola do Brasil, pois tem grande potencial de expansão. Seu manejo é tecnicamente viável e, a princípio, é considerado dominado pelos produtores. No entanto, embora tenhamos obtido muitos avanços em produtividade, nas últimas décadas, os rendimentos médios alcançados pela maioria dos produtores ainda são considerados baixos, o

que nos desafia na pesquisa para o aprimoramento de técnicas de manejo e para o desenvolvimento de novas cultivares”, destacou. Ao longo desse tempo, os programas de pós-graduação da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária já formaram 247 mestres e 57 doutores. Para a coordenadora do PPGAgro, professora Dra. Eunice Calvete, o caminho a ser trilhado ainda é longo, mas uma das características marcantes da equipe sempre foi a coragem. “Temos a coragem de dizer que somos um programa consolidado, reconhecido e com um papel fundamental para a pesquisa e a agricultura da região. O comprometimento de toda a equipe é com a formação de recursos humanos e com a formação da sociedade, para isso, o Programa conta com metodologias científicas atuais e de ponta. Esse processo, que se dá por meio do envio de docentes para a realização de doutorados e pós-doutorados em instituições de pesquisa de qualidade, espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, ou pela participação de alunos em intercâmbios, é o motor da construção e reconstrução do conhecimento”, destacou.


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Maio | Junho 2017 Foto: Gelsoli Casagrande/UPF

jornada nacional de literatura Lançamento da 16ª Jornada Nacional de Literatura e 8ª Jornadinha Nacional de Literatura foi realizado na noite de terça-feira, 21 de março, em Porto Alegre

Festa da literatura envolve a comunidade Jornada Nacional de Literatura será realizada de 2 a 6 de outubro de 2017, em Passo Fundo

Lançamento O lançamento do evento aconteceu no dia 21 de março, no Galpão Crioulo do Palácio Piratini, em Porto Alegre, com a presença da imprensa, de apoiadores do evento e de autoridades locais e estaduais. Também participaram o vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UPF, Leonardo José Gil Barcellos, e a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, Bernadete Maria Dalmolin, além de outros professores da Universidade.

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asso Fundo, Capital Nacional de Literatura, se prepara para mais uma edição das Jornadas Literárias, que são uma das maiores movimentações literárias da América Latina. A 16ª Jornada Nacional de Literatura e a 8ª Jornadinha Nacional de Literatura serão realizadas de 2 a 6 de outubro, na Universidade de Passo Fundo (UPF), com atividades em diversos espaços do município. Nesta edição, essa movimentação literária terá como principal característica realizar ações para envolver toda a comunidade, em especial a da cidade de Passo Fundo, num processo chamado de “jornalização”. Neste ano, as Jornadas Literárias completam 36 anos de existência e passam por uma importante remodelação. A equipe das Jornadas, após o cancelamento da edição de 2015, decidiu aprimorar a avaliação da movimentação, e, por isso, ouviu a opinião da comunidade. A pesquisa mostrou que a cidade gostaria de ser envolvida diretamente nas ações da Jornada, ou seja, queria ser “jornalizada”. “Estamos atendendo ao interesse da comunidade, levando atividades planejadas aos espaços da cidade. A cidade não é apenas um cenário. Ela é um encontro de subjetividades ou uma grande e complexa subjetividade que se veste de for-

mas diferentes em momentos diferentes. A cidade se traja conforme as estações do ano, as diferentes datas festivas, as decisões de futebol... de alguma maneira, estamos tentando vestir essa cidade com os atributos vinculados à leitura e à literatura”, destaca o coordenador da Jornada, Miguel Rettenmaier. Formar leitores é a essência das Jornadas Literárias. “A ideia é que a comunidade se sinta pertencente à Jornada. A jornalização também envolve a democratização da leitura. Nosso objetivo é formar e ampliar leitores. Queremos, com isso, compartilhar a experiência da Jornada com um público que circula pela cidade, que é consumidor de arte e leitor, mas que, muitas vezes, não está inscrito na Jornada”, declara a coordenadora da Jornada, Fabiane Verardi Burlamaque. O reitor da UPF, José Carlos Carles de Souza, também ressalta a importância das Jornadas Literárias para a formação de leitores, consagrando Passo Fundo como Capital Nacional da Literatura. “As Jornadas Literárias dialogam com o contexto, exigindo inovações, e esta edição será ainda mais interativa. Essa movimentação cultural permite troca de informações sobre o texto literário e promove o debate sobre livros e literatura, aproximando leitores e escritores”, enfatiza o reitor.

O prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo, destaca como principal ganho do novo modelo das Jornadas Literárias a difusão de ações pela cidade e salienta que Passo Fundo estimula o amor pela leitura e pela literatura. “Nós investimos muito na revitalização de espaços públicos para que as pessoas ocupem a cidade, cuidem e usufruam do que é seu como patrimônio. No momento em que a Jornada descentraliza suas ações e se espalha pelas ruas e por esses espaços, temos o conceito de leitura ampliado, o que oportuniza uma leitura de mundo da própria cidade. Temos certeza de que Passo Fundo caminha para dar um novo passo na formação de leitores”, diz Luciano. Essa movimentação cultural reúne leitores, escritores, artistas, pesquisadores e intelectuais, com o objetivo de formar leitores multimidiais, críticos e esteticamente sensíveis. “Ressalto a amplitude da Jornada, que já conquistou espaços além-fronteiras. É um projeto cultural na sua essência”, pontua o secretário de Cultura do Rio Grande do Sul, Victor Hugo Alves da Silva. As Jornadas Literárias renderam à cidade o título de Capital Nacional da Literatura, reconhecida pela lei nº 11.264/2006, e de Capital Estadual de Literatura, pela lei


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Jornadinha: Leitura em múltiplas linguagens Neste ano, a 8ª Jornadinha Nacional de Literatura deve reunir 20 mil participantes do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental, que, durante os turnos da manhã e da tarde, conversarão com os escritores e participarão de diversas atividades em espaços pensados para eles. Na programação da 8ª edição, a Jornadinha terá autores premiados como Daniel Kondo, Lúcia Hiratsuka e Jean-Claude Alphen, além de nomes como Edson Gabriel Garcia, Heloísa Prieto e o angolano Ondjaki.

nº 12.838/2007. “Reconhecer Passo Fundo como Capital da Literatura é valorizar o que é bom. A Jornadinha, em especial, é a semente que se planta pelo futuro, incentivando a leitura desde a infância. A Jornada permite que as pessoas sejam protagonistas”, afirma o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori. A 16ª edição das Jornadas Literárias é realizada pela Universidade de Passo Fundo (UPF) e pela Prefeitura de Passo Fundo e conta com os patrocínios do Banrisul, da Corsan e da Companhia Zaffari & Bourbon e com o apoio do Ministério da Cultura, além da parceria cultural do Sesc, dentre outras empresas e órgãos. Informações sobre a programação completa podem ser obtidas no portal www. upf.br/16jornada, pelo e-mail jornada@ upf.br ou pelo telefone (54) 3316-8368. Novidades da Jornada A partir dessa perspectiva de “jornalizar” a cidade, as atividades, além de serem realizadas no Campus I da Universidade de Passo Fundo, serão estendidas por diversos espaços culturais de Passo Fundo, com ações como o “Projeto transversais: rotas leitoras”, o “Livros na mesa: leituras boêmias” e o “Caminho das artes”. A programação completa dessas atividades será elaborada ao longo dos meses que antecedem a Jornada. A ação “Livros na mesa: leituras boêmias” propõe debates e discussões abertas, para a comunidade em geral, em bares da cidade e em espaços culturais no período da Jornada, após as 22h. Até o momento, três bares já confirmaram a parceria: Backstage Pub, Maktub e Quina. O “Caminho das artes” deverá acontecer no Centro de Passo Fundo. Haverá a presença de autores e decoração voltada para a movimentação cultural. A elaboração do Caminho conta com a colaboração do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo (Emau), projeto de extensão da UPF coordenado pela professora Dra. Carla Portal Vasconcellos. Além disso, a movimentação cultural contará ainda com o “Projeto transversais: rotas leitoras”, que será um percurso de leituras, via aplicativo, com atualização dos conteúdos nos principais pontos da cidade.

Espaços da Jornada fazem homenagens a escritores A 16ª edição da movimentação literária volta seus olhares a quatro grandes escritores brasileiros: Moacyr Scliar, Ariano Suassuna, Carlos Drummond de Andrade e Clarice Lispector, contemplando sua trajetória e as obras que marcaram suas carreiras. Entre as homenagens programadas, está o “batismo” dos quatro ambientes em que acontecem as atividades das Jornada Literárias. O primeiro fator que motivou a escolha dos escritores como homenageados foi o fato de o ano da Jornada estar relacionado ao ano de nascimento ou de falecimento desses autores. Moacyr Scliar e Ariano Suassuna nasceram em 1937 e em 1927, respectivamente. Já Drummond faleceu em 1987, enquanto Clarice faleceu em 1977. O espaço reservado às atividades da 8ª Jornadinha Nacional de Literatura levará o nome de Espaço Lendas Brasileiras – Clarice Lispector, composto por quatro lonas com nomes alusivos às personagens de lendas brasileiras transcritas por Clarice Lispector na obra Como nasceram as estrelas (1987): Tenda Yara, Tenda Malazarte, Tenda Negrinho do Pastoreio e Tenda Curupira. O Espaço Drummond será composto por livrarias e setores da imprensa, ambiente de sessões de autógrafos e estandes de patrocinadores, em um complexo que homenageia o poeta. A frente do complexo, com acesso aos demais ambientes, será chamada de Passo Itabira (alusão a Passo Fundo e à cidade de nascimento de Drummond).

O Espaço Suassuna, na grande lona, com capacidade para 2 mil pessoas, é uma homenagem a Ariano Suassuna. A entrada do circo terá nomenclatura associada à obra do autor, o que também ocorre com o palco, chamado Palco da Compadecida. Já o Espaço Moacyr Scliar, no Centro de Eventos da UPF, abrigará as exposições da Jornada e da Jornadinha. A entrada do Centro de Eventos terá nomenclatura associada à obra do autor, o que também ocorre com o hall de entrada, chamado Hall dos Centauros.

Palco de Debates é denominado Palco da Compadecida e tem novos coordenadores O Palco de Debates, denominado nesta edição de Palco da Compadecida, ressurge dentro da grande lona, agora denominada Espaço Suassuna. Para comandar as temáticas da Jornada, foram convidados Augusto Massi, Felipe Pena e Alice Ruiz, que mediarão os seguintes debates: “Por elas: a arte canta a igualdade”, “Centauro, pedra, rosa e estrela: Scliar, Suassuna, Drummond, Clarice”, “Monstros e outros medos colecionáveis” e “Literatura e imagem: além dos limites do real”. Entre os escritores confirmados, estão ainda Affonso Romano de Sant'Anna, Conceição Evaristo, Marina Colasanti, Mário Corso, Rafael Coutinho, Michel Laub, Pedro Gabriel e Zeca Camargo.

Inscrições Serão disponibilizadas duas mil inscrições para a 16ª Jornada Nacional de Literatura e 20 mil para a 8ª Jornadinha. Para a Jornada, o período de inscrições iniciou no dia 10 de abril de 2017, e, para a Jornadinha, começa no dia 15 de maio. Ambas se estendem até o preenchimento das vagas. As inscrições devem ser feitas no site da Jornada (www.upf.br/16jornada).


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Fotos produzidas pelo projeto

comunidade

O caminho

das mãos Projeto de extensão da Universidade de Passo Fundo trabalha a tridimensionalidade com deficientes visuais

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elson Baumgardt não perde um encontro semanal e ainda reclama quando é período de férias. Ele chega de ônibus no campus da UPF e sempre é recebido na parada por alunos bolsistas, que o acompanham até a sala na Faculdade de Artes e Comunicação (FAC). Ali, todas as sextas-feiras, durante uma hora, “Seu Nelson” (como prefere ser chamado) e outros amigos experienciam a arte através dos sentidos, com exceção da visão. Sr. Nelson e os demais integrantes do grupo são deficientes visuais e participam do projeto de extensão Oficina Modos de Ver: Práticas Pedagógicas em Artes Visuais para Deficientes Visuais. O projeto proporciona ao grupo o contato com obras de arte famosas, que podem ser conhecidas através das mãos, ferramentais expressivos e elementos plásticos. Existente desde 2011, o projeto de extensão é coordenado pela professora Me. Margarida B. Pantaleão e é desenvolvido com o auxílio de dois bolsistas e de muitos voluntários dos cursos de Música, Design Gráfico, Design de Moda e Jornalismo. Os encontros semanais foram

retomados no mês Por fim, cópias desDocumentado de abril. O espaço sas obras ganham utilizado para a contornos em reOs encontros semanais do grupo de experiência fica levo para que os deficientes visuais na Faculdade de Artes na sala do curso de deficientes visuais e Comunicação são registrados em memóArtes e comporta possam observá-las rias escritas e fotográficas. Ao final de cada no máximo 15 pespor meio do tato. ano, os participantes recebem um DVD com fotos e vídeos, produzido na FAC. soas. O número de “Levamos obras participantes varia de arte, esculturas, de semana para sepinturas, gravuras e mana e todos são encaminhados pela desenhos para que eles conheçam essas Associação Passo-Fundense de Cegos formas plásticas, e também convidamos (Apace). artistas da comunidade local ou regioA proposta muda a forma de perce- nal para que possam vir até o espaço da bermos o mundo, segundo a professora oficina interagir com o grupo”, relata a Margarida. A transformação não ocorre professora Margarida. somente no grupo de cegos, mas também nos alunos bolsistas, nos voluntários e na Experiência coordenação. “O aluno formado pela FAC O projeto de extensão assumiu a denoe que passa pelo projeto de extensão tem minação “Oficina modos de ver: práticas outra qualificação no mercado de traba- pedagógicas em artes visuais para defilho”, atesta a coordenadora. Os resultados cientes visuais”, depois que a professora são mais evidentes entre os deficientes Margarida desenvolveu uma oficina com visuais. “Já recebemos pessoas que eram alunas de Artes durante um seminário introspectiva e que não se comunicavam, internacional na Feevale. O resultado foi e hoje cantam e têm outra relação com o tão positivo que o projeto assumiu nova grupo”, exemplificou. denominação e passou a integrar também E como perceber uma obra de arte professores, uma vez que são eles que sem utilizar o sentido da visão? Para não comumente desenvolvem os trabalhos causar expectativas nem frustrações, as com alunos com deficiência visual. A obras trabalhadas durante os encontros primeira experiência de formação foi com são sempre surpresa para o grupo. Antes um grupo de professores de Carazinho, de iniciar o contato com elas, o grupo é possibilitada por uma parceria firmada provocado por outros sentidos, como entre a UPF e a Prefeitura. Os encontros a audição, e a imaginação é aguçada a foram realizados no ano passado, a cada partir da história da obra e da vida do 15 dias, e envolveram profissionais de artista e da relação com fatos do cotidiano. várias áreas do conhecimento.

Quem pode participar O público-alvo é um grupo de deficientes visuais vinculados à Associação Passo-Fundense de Cegos (Apace) e se estende a professores da educação básica pública. Os educadores encontram no projeto oportunidade de aprimoramento da discussão e das possibilidades metodológicas de trabalho acerca da inclusão e do acesso a inovações metodológicas desenvolvidas na Faculdade de Artes e Comunicação da UPF.


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Fotos: Gelsoli Casagrande

pesquisa e inovação

Durante a tarde, as rodovias foram tema de debate

Logistech 2017: um novo caminho para o desenvolvimento

Evento debateu questões relacionadas a rodovias, pedágios, PPPs, duplicações e investimentos em infraestrutura, além da malha ferroviária como uma alternativa eficiente para o desenvolvimento do estado

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Manhã de debates abordou o sistema ferroviário

desenvolvimento de uma região passa, necessariamente, pela forma como ela organiza a logística da distribuição daquilo que produz, o que envolve uma série de desafios, como a falta de recursos, de iniciativas e de comprometimento político. Para que essa realidade mude, a Universidade de Passo Fundo (UPF) promoveu, pelo terceiro ano consecutivo, o Congresso de Infraestrutura, Transporte e Logística do Norte do RS (III Logistech). O evento, realizado no dia 31 de março, reuniu lideranças políticas e comunitárias para debater ações e mecanismos para alavancar o crescimento do estado. Nessa edição, o evento debateu o sistema ferroviário instalado, sua eficiência atual e seus gargalos e voltou especial atenção ao futuro da ferrovia, levando em conta os investimentos do modal. Esteve em pauta, de forma mais específica, a Ferrovia Norte/Sul, cujo traçado contemplará o norte do Rio Grande do Sul, compreendendo os ramais que ligarão

Passo Fundo e região aos grandes centros. O evento também discutiu a malha rodoviária e o déficit do setor, abordando especialmente questões relacionadas aos pedágios, às parcerias público-privadas (PPPs), às duplicações das rodovias e à necessidade de investimentos no setor rodoviário. Para o reitor da UPF, José Carlos Carles de Souza, a Universidade precisa estar na vanguarda das ações que visam refletir e propor melhorias para a região e o envolvimento das instituições é fundamental para que as mudanças aconteçam. “A UPF tem proporcionado o debate de temas relevantes, aproximando autoridades regionais e nacionais para melhorar questões ligadas à logística. Esses temas são suprapartidários e nos colocam no centro das ações para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. A logística é um dos vetores que

promovem o crescimento de uma região, e nossos encontros mostraram as carências, as melhorias necessárias e as ações que precisam ser feitas”, destacou. O evento, a exemplo de suas edições anteriores, não se caracteriza apenas como um espaço para reinvindicações, mas como palco para a descoberta de soluções efetivas para os temas pautados. Na opinião do coordenador da atividade, Marcos Cittolin, as condições e a ineficiência dos modais ferroviários tornam o estado menos competitivo. “Apesar do nosso crescimento e desenvolvimento, ainda temos como principal desafio as nossas condições de logística. Nossa ferrovia foi construída em uma época em que a realidade era completamente diferente, mas a Ferrovia Norte/Sul pode ser a grande novidade que a economia do Rio Grande do Sul terá”, pontuou.

Debatedores Pela manhã, a mesa de debates contou com a presença do vice-presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Antônio Roso; do deputado federal Cajar Nardes e do deputado e secretário estadual de Transportes, Pedro Westphalen; além do reitor da UPF, professor José Carlos Carles de Souza; e do coordenador da atividade, Marcos Cittolin. À tarde, participaram da mesa o superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Hiratan Pinheiro da Silva; o deputado federal José Stédile; o presidente do Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (SengeRS), Alexandre Mendes Wollmann; o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Carga do Norte do Rio Grande do Sul (Setracap), Izonir Canalli; o conselheiro da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Paulo Menzel; o representante do Banco Modal de Investimentos , Renato Polizzi; e o vicepresidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), José Luiz Turmina. O debate teve mediação do jornalista Daniel Scola.


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curso de graduação

Farmácia:

uma área de oportunidades

Curso na UPF completa duas décadas de trabalho em 2017, já tendo formado mais de 600 farmacêuticos

Foto: Gelsoli Casagrande

F

ormar um profissional generalista e capaz de atuar em todas as áreas do âmbito farmacêutico é um dos propósitos do curso de Farmácia da Universidade de Passo Fundo (UPF), o qual, em 2017, completa 20 anos de existência. Tendo como destaque o sucesso dos mais de 600 egressos no mercado de trabalho, a graduação na UPF tem como diferencial vários fatores que contribuem com a formação dos alunos, tais como o corpo docente altamente qualificado, composto por 90% de mestres e doutores, a estrutura curricular e a infraestrutura física, entre outros. O curso faz parte do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Instituição, e, ao longo de dez semestres, os acadêmicos têm a possibilidade de utilizar 17 laboratórios didáticos para pôr em prática o seu aprendizado, dentre eles os Laboratórios de controle de qualidade; de Farmacotécnica e tecnologia farmacêutica; de Tecnologia de cosméticos; de Química farmacêutica; de Farmacognosia; de Homeopatia; de Bioquímica; de Imunologia clínica e hematologia; de Microscopia; de Bacteriologia; de Uroanálise e parasitologia; de Micologia e o Laboratório de Central analítica. Espaços como o Laboratório de Análises Clínicas Escola, o Laboratório Magistral e a Farmácia Escola também são ambientes onde os alunos aplicam o que aprendem na teoria.

De acordo com a coordenadora, professora Dra. Miriam T. Knorst, a graduação ainda contempla estágios curriculares que são realizados diretamente nas empresas e a Empresa Júnior - EJF - Assessoria Farmacêutica, a qual estimula a visão empreendedora do futuro farmacêutico. Formação continuada O farmacêutico formado pela UPF é um profissional de saúde capaz de interferir no processo saúde/doença,

Alta empregabilidade no ramo É por meio dos variados espaços, abrigados no prédio próprio do curso, que os estudantes acumulam conhecimento e ingressam no mercado de trabalho diversificado e em contínuo crescimento e transformação. Eles podem atuar em farmácias (comerciais, públicas, hospitalares, homeopáticas e de manipulação); na indústria, realizando o desenvolvimento, a produção e o controle de qualidade de medicamentos; com insumos farmacêuticos, cosméticos, saneantes e domissanitários e com produtos biológicos e para diagnóstico; em órgãos de regulamentação e fiscalização profissional e sanitária; com saúde pública; na realização de análise de água e de alimentos; com análises clínicas e toxicológicas e com perícias técnicas e/ou criminais. Segundo Miriam, a área tem grande empregabilidade, em razão da obrigatoriedade de responsáveis técnicos em estabelecimentos farmacêuticos (amparados pela Lei nº 13.021/2014) e no Serviço Único de Saúde (amparados pelo Projeto de Lei nº 3.077/2000). “Atualmente, o objeto central de atuação do farmacêutico, antes centrado no medicamento, foi deslocado para o usuário e para a comunidade. Sob esse novo paradigma, esse profissional torna-se corresponsável pelos resultados das intervenções na saúde dentro de seu campo específico. Nesse contexto, deverá ter condições de interagir em equipes interprofissionais, de modo que as ações em saúde sejam complementares”, comenta.

e, nesse sentido, necessita estar em constante atualização. Para isso, após a graduação, os discentes são motivados a aperfeiçoar seus conhecimentos, com o ingresso nos programas de pós-graduação em nível de lato e stricto sensu. “Os programas de especialização na área são definidos de acordo com as demandas regionais, sendo desenvolvidas temáticas de farmacologia clínica, análises clínicas e toxicológicas e atenção à saúde. Também são oferecidas as Residências Multiprofissionais Integradas em Saúde do Idoso, em Atenção ao Câncer e em Cardiologia. Já nos programas stricto sensu, a UPF oferece mestrados nas áreas de Agronomia, Ciências Ambientais, Ciência e Tecnologia de Alimentos, Bioexperimentação, Envelhecimento Humano, entre outras, que possibilitam a articulação entre os saberes na área de interesse”, relata a coordenadora Miriam. Mais informações sobre o curso de Farmácia estão disponíveis no site www.upf.br.


Maio | Junho 2017

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17 Fotos: Fabiana Beltrami

curso de graduação

Engenharia Mecânica:

Infraestrutura do curso permite o melhor aprendizado dos acadêmicos

Alunos obtêm experiência nos laboratórios

atuação no empreendedorismo

Com mais de quatro décadas de existência, curso se destaca pela participação dos alunos nas atividades práticas, as quais dão subsídios variados para a carreira dos futuros engenheiros mecânicos

A

área da Engenharia Mecânica se caracteriza por proporcionar diversas possibilidades de atuação no mercado de trabalho. Na Universidade de Passo Fundo (UPF), o curso de Engenharia Mecânica, que existe há 43 anos e já formou mais de mil profissionais, segue políticas que valorizam a formação acadêmica de excelência e visam desenvolver, nos engenheiros em formação, potencialidades para o trabalho e a inovação tecnológica. Vinculada à Faculdade de Engenharia e Arquitetura (Fear), a graduação tem a duração de dez semestres, com aulas ministradas no turno da manhã ou à noite, e, eventualmente, aos sábados pela manhã. Ao longo desse tempo, os estudantes usufruem dos espaços da unidade acadêmica, que compreendem mais de trinta laboratórios, e têm à disposição um corpo docente qualificado, formado por 65 professores com experiência na docência e no meio empresarial e industrial. Segundo o coordenador, professor Me. Luiz Fernando Prestes, o curso conta

com excelentes laboratórios, os quais são resultado de um esforço contínuo de décadas. “A Engenharia Mecânica da Instituição, desde o seu surgimento, teve preocupação com esses espaços, e isso ainda se mantém. Os laboratórios representam a experiência prática que os alunos podem levar ao mercado. Normalmente, quando os acadêmicos concluem a formação na área, possuem conhecimentos teóricos, mas não têm vivência prática. Aqui na UPF, isso não acontece, pois temos, por exemplo, o Núcleo de Tecnologia Mecânica, que presta serviços às empresas”, comenta. O empreender como diferencial Os engenheiros mecânicos encontram oportunidades profissionais nos setores de máquinas e implementos agrícolas e de estruturas metálicas, que são áreas impulsionadas por grandes projetos, novos mercados e diversificação das suas áreas de atuação. Também podem trabalhar nos ramos ligados às indústrias de alimentos e eletrônica, bem como na indústria petroquímica, na extração e transformação de minérios, em indústrias automobilísticas e navais e até mesmo na fabricação de aeronaves, setor que apresenta carência de pessoas. Outra forma de trabalho do engenheiro está relacionada ao empreendedorismo. Na opinião de Prestes, não há profissional mais capacitado do que um engenheiro mecânico para conduzir uma empresa industrial, principalmente no que se refere ao ramo metalmecânico e ao ramo metalúrgico. “Acredito que os alunos da UPF que já estão nas empresas, seja atuando como estagiários, seja na condição de funcionários, a rigor, já

Multidisciplinariedade Tendo como propósito formar engenheiros mecânicos totalmente aptos para o amplo mercado da área, o curso desenvolve um trabalho conjunto com os demais cursos de engenharia da UPF, dentre eles os de Engenharia Civil, Mecânica, Química, e de Alimentos. Além disso, os acadêmicos, desde o início da formação, são incentivados a dar sequência aos estudos após a conclusão da graduação, por meio do ingresso aos cursos de pós-graduação lato e stricto sensu, como o Mestrado Profissional em Projeto e Processos de Fabricação, que faz parte do Programa de Pós-Graduação em Projeto e Processos de Fabricação (PPGPPF), e o Mestrado e o Doutorado em Engenharia Civil e Ambiental, ligados ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental (PPGEng). Mais detalhes sobre o curso de Engenharia Mecânica podem ser obtidos no site www.upf.br.

estão adquirindo experiência para serem dirigentes de outras organizações ou até para constituírem as suas próprias. Essa é uma atividade extremamente valorizada, porque um empresário industrial é um gerador de empregos”, menciona. O professor ainda relata o importante papel do engenheiro empreendedor. “Eu diria que ele é quase um educador. As empresas bem administradas educam a população em virtude de vários fatores, tais como a disciplina, a cobrança de resultado, do ambiente de responsabilidade, da preocupação com o futuro da organização e do cumprimento da legislação”, disse.


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entrevista Foto: Gelsoli Casagrande

Professor na Espanha, Miguel Zabalza Beraza defende o protagonismo dos alunos para a formação de profissionais mais criativos e com capacidade de tomar decisões.

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uais as competências docentes do professor universitário? Foi com o desafio de responder a essa pergunta e de trazer uma visão externa aos professores

Na sua opinião, quais são os desafios que motivam a formação docente? Temos uma série de problemas que devem ser debatidos. Algumas coisas têm a ver com o que sempre foi tradição dentro do ensino. A instituição universidade, de um modo geral, estava muito acostumada a fazer um tipo de ensino muito verbal, e os professores sempre foram as pessoas que comunicavam todo o seu saber para os seus estudantes. Hoje, essa ideia está um pouco ultrapassada e o que se pretende é que sejam os estudantes os que aprendem. O protagonismo não deve estar no professor, o professor fará o papel de incentivar os estudantes a buscarem a informação, fazendo com que eles mesmos busquem as coisas que são interessantes para sua carreira. O que enriquece a formação de futuros profissionais? Enriquece muito a experiência, mas uma experiência avaliada, refletida. Os professores têm de, eventualmente, voltarem-se ao trabalho que estão fazendo, têm de analisá-lo, para ver o que está dando certo e o que não está e, a partir disso, estabelecer a própria caminhada. Cada professor tem que ter a sua própria caminhada e deve aprender com o trabalho que está fazendo. É isso que o senhor considera como boas práticas docentes? Isso. Por isso nós estamos trabalhando tanto dentro da perspectiva das boas práticas, porque entendemos que, por mais que se queira dizer aos professores o que é preciso fazer, essa regulação externa é pouco útil. Os professores não conseguem acomodar-se a propostas que venham de fora. É preciso que sejam propostas mais próprias, porém, eles têm que, de alguma maneira, realizá-

“O professor deve incentivar o aluno a buscar a informação”

da Universidade de Passo Fundo que o professor Dr. Miguel Zabalza Beraza, da Universidade de Santiago de Compostela, foi convidado a participar da Aula Magna, realizada no dia 8 de março, no Centro de Eventos da UPF. Importante momento de formação e integração entre os professores, a Aula Magna também foi um símbolo do início do ano letivo e reuniu grande número de docentes da Instituição em um momento que, segundo a Vice-Reitora de Graduação, Rosani Sgari, tem sido compromisso da gestão. “Sabemos que a práxis pedagógica é um processo a ser revisitado todos os dias. Acreditamos que é somente refletindo sobre o cotidiano, sobre a pluralidade dos caminhos, que poderemos alcançar uma educação de qualidade e trajetórias de sucesso”, disse, durante a abertura do evento.

-las. Quando os próprios professores conhecem outras experiências, de outros colegas que estão fazendo coisas muito interessantes, eles as concebem como uma espécie de modelo, como um ponto de referência para eles poderem comparar, fazer um contraste com o que eles mesmos estão fazendo. Que tipos de experiências são essas? Há inúmeras experiências muito interessantes. Muitas delas são vinculadas à tecnologia, que está nos permitindo outros tipos de trabalhos. Há outras que não são ligadas à tecnologia, mas à reestruturação do que é o trabalho educativo nas universidades. Por exemplo, hoje, em vez de as disciplinas funcionarem individualmente, elas estão se agrupando, se transformando em módulos, o que resulta em enfoques multidisciplinares, e isso significa uma troca totalmente diferente. Os intercâmbios também são experiências muito importantes. Quando os estudantes vão estudar em outro país por um tempo durante a formação, têm a oportunidade de ver outra cultura, de viver em outro país e de abrir um pouco a cabeça para outros tipos de enfoque. E há experiências que têm mais a ver com o próprio papel que o professor desenvolve. Agora, a última moda é uma prática em que os professores dão os temas aos estudantes e eles mesmos preparam e ministram as aulas. É um sistema que exige muita preparação, muita leitura prévia. O que o professor faz é observar como os estudantes preparam a sua aula, como a explicam, como entenderam o problema, e, a partir dessa observação, ajudar. Porém, os alunos desempenham um papel muito secundário dentro desse processo, o professor trabalha como um orientador.

Doutor em Psicologia pela Universidad Complutense de Madri, catedrático de Didática e Organização Escolar, Beraza é atualmente professor da Faculdade de Ciências da Educação da Universidade de Santiago de Compostela. Autor de inúmeros livros e artigos, traduzidos em diversos idiomas, o convidado trouxe diferentes provocações, entre elas a reflexão sobre a necessidade de se proceder a uma mudança profunda na educação e a constatação de que essa mudança não acontece com ações isoladas. Em uma entrevista prévia à Aula Magna, Beraza destacou ainda questões importantes a respeito dos desafios da formação docente e do que enriquece a formação dos futuros profissionais. Falou, também, sobre a importância de as universidades buscarem inovações.

As universidades são, tradicionalmente, instituições muito antigas. Como elas podem pensar essas inovações e levá-las para dentro da sala de aula? No meu ponto de vista, é fundamental que as universidades pensem em formas de inovar. Os professores podem individualmente fazer muitas coisas, mas sempre são coisas pequenas, são coisas muito limitadas, porém, quando essas propostas partem da própria universidade, há um compromisso muito maior, até mesmo com a sociedade. Hoje, as universidades que se destacam são aquelas que são capazes de abrir espaços diferentes de trabalho aos estudantes. Um exemplo: há universidades em que os estudantes não têm aula, sobretudo nos últimos anos do curso. Esses acadêmicos se integram em grupos de pesquisa, fazem seus próprios relatórios, seus próprios trabalhos e, portanto, não precisam mais dos professores, mas esses docentes ficam lá como tutores, como mediadores, ajudando a desenvolver a caminhada dos alunos. Que diferença isso faz na formação dos futuros profissionais? O trabalho desenvolvido nesse contexto implica mais protagonismo aos estudantes e isso faz com que sejam profissionais com muito mais iniciativa, com capacidade de tomar decisões, de buscar um pouco a vida. Uma universidade muito vinculada a livros e tendente a repetir as coisas que já estão sendo trabalhadas é pouco criativa. Em instituições assim, os alunos, ao final de seus cursos, não são capazes de fazer grandes coisas, de tomar iniciativas importantes. Em contrapartida, quando os estudantes se inserem em um contexto inovador, acabam não decorando o conteúdo, porém, são muito mais capazes de desenvolver atividades diferentes e de abrir espaços na profissão.


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UniversoUPF

fique por dentro Reitores participam de reunião do Comung

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residido pelo reitor da Universidade de Passo Fundo (UPF), professor José Carlos Carles de Souza, o Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung) tem o propósito de fortalecer as instituições comunitárias, integrar suas ações e promover seu desenvolvimento individual e coletivo. No dia 24 de março, reitores e representantes de diversas universidades participaram da primeira reunião ordinária de 2017. Na pauta do encontro, estavam questões como a elaboração de um termo de cooperação entre o Fórum dos Coredes e o Comung, a estruturação de parceria entre a entidade e a Secretaria de Educação do Estado, a implantação da sede do Comung em Brasília, a realização de atividades em defesa da filantropia e a promoção do V Fórum de Gestão e Inovação. Segundo José Carlos, a ideia é ampliar as ações conjuntas. “O Comung tem um propósito que, primeiro, objetiva definir ações conjuntas, unindo todo o segmento nacional comunitário do ensino superior, potencializando as ações naquilo que cada instituição tem de saliente, aproximando as atividades e promovendo o crescimento de todo segmento”, destacou. O presidente também ressaltou a importância de se dar visibilidade para essas iniciativas colegiadas, mostrando a força de cada uma, mas também a força das instituições no estado. “As instituições são conhecidas individualmente, mas, como segmento, o Comung ainda é pouco divulgado no Rio Grande do Sul. Há ações que já estamos desenvolvendo

Um mergulho no mundo da extensão universitária Fotos: Gelsoli Casagrande

dentro do interesse das comunitárias, como as relacionadas às dificuldades do Fies, por exemplo, temática que recebe a atenção de um grupo de estudos e trabalho especificamente constituído para analisar a realidade e buscar alternativas. Além disso, também desenvolvemos trabalhos relacionados à questão da filantropia, que é assunto muito delicado para todas as instituições e que vem sendo questionada. Precisamos estar ligados e propondo iniciativas”, explicou. Módulo do MBA Juntamente com a reunião, ocorreu a terceira edição do MBA em Gestão de Instituições de Ensino Superior (IES), promovido pela Universidade de Caxias do Sul, em parceria com o Comung. Os vice-reitores de Graduação e Administrativo da UPF, Rosani Sgari e Agenor Dias de Meira Junior, integram a turma.

Aula Magna discutiu as competências docentes do professor universitário

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arcando o início das atividades letivas e, como parte do Programa de Formação Docente da Instituição, a Vice-Reitoria de Graduação (VRGRAD) promoveu, no dia 8 de março, mais uma edição da Aula Magna. O evento, que aconteceu no Centro de Eventos, reuniu centenas de professores e teve como palestrante o professor Dr. Miguel Zabalza Beraza, da Universidade de Santiago de Compostela/Espanha. Durante a abertura do evento, a vice-reitora de Graduação, Rosani Sgari, destacou a consolidação da Aula Magna como um momento importante de formação e integração entre os professores. “Oportunizar um encontro entre os professores e para os professores é sempre desafiador, pois, além de promover reflexões a partir de estudos, também inspira e sinaliza ações interdisciplinares. Temos convicção de que as Aulas Magnas têm sensibilizado os professores para a reavaliação de sua práxis pedagógica e para a consequente responsabilidade ética na condução das relações pedagógicas”, disse. Para Beraza, é importante que os professores passem a ver a docência como uma profissão, assumindo um compromisso mais forte, para melhorar a qualidade do ensino. “Para nós, a ideia de ser professor e a ideia de entender o trabalho na universidade como uma profissão são muito novas. Não é algo que esteja presente na mentalidade das pessoas. A maioria se sente médico e não professor de Medicina, engenheiro e não professor de Engenharia, e assim por diante. Precisamos pensar como estamos construindo nossa identidade e encontrar um equilíbrio entre as duas coisas”, ressaltou.

Lançamentos da UPF Editora Língua, literatura, cultura e identidade: entrelaçando conceitos Organizadores: Ivânia Campigotto Aquino, Luciana Maria Crestani, Luís Francisco Fianco Dias e Marlete Sandra Diedrich

A diversidade de realidades, expectativas, sonhos e ideias faz parte da rotina diária da UPF. Pensando em oportunizar espaços para o compartilhamento dessas possibilidades, a Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (VREAC) promoveu a 8ª edição do Seminário Integrador. As atividades aconteceram em abril e reuniram alunos, professores e funcionários extensionistas, movimentos sociais, ongs, entidades, associações e demais envolvidos nos projetos e programas de extensão. O objetivo foi integrar os envolvidos no desenvolvimento de ações extensionistas voltadas à transformação social e à formação cidadã, na perspectiva de ampliar e aprofundar a relação entre comunidade acadêmica e território. Para a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, professora Bernadete Maria Dalmolin, o Seminário tem como propósito acolher os alunos, fazendo com que eles conheçam outros acadêmicos extensionistas, outras experiências e realidades. “Esse é o momento em que oficialmente desencadeamos as ações de extensão da Universidade. Aqui, podemos ver as múltiplas possibilidades de leitura das mais diversas realidades que fazem a UPF. Queremos ver e sentir essas realidades, aproveitando também o mote da Jornada Nacional de Literatura, promovendo a interação entre alunos, professores e funcionários nas suas facetas mais amplas”, destacou, durante as atividades. Na opinião do coordenador da Divisão de Extensão, professor Dr. Márcio Tascheto, a área passa hoje pelo desafio de se inserir nos currículos e de estar vinculada à realidade dos mais variados cursos. Para ele, essa inserção só ocorrerá por meio da construção coletiva e da soma de vivências e esforços. “Hoje é um dia de festa, em que podemos receber todos os envolvidos na extensão da Universidade e perceber o quanto estamos avançando, quantitativa e qualitativamente. Vemos uma abertura da UPF para um novo olhar, mais criativo, desafiador e inventivo. Aqui, temos áreas distintas, temos lógicas e práticas diferentes e temos a oportunidade de unir e aproximar ações”, pontuou.

Obras com e-book disponível para download gratuito

Indicações técnicas para a cultura da soja no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, safras 2016/2017 e 2017/2018 Organizadores: José Roberto Salvadori, Benami Bacaltchuk, Carolina Cardoso Deuner, Geraldo L. C. Lamas Júnior, Mauro Antonio Rizzardi, Nadia Canali Langaro, Pedro A. Varella Escosteguy e Walter Boller

Ensino de História: experiências na educação básica Organizadores: Ironita P. Machado, Marcos Gerhardt e Douglas Orestes Franzen

Obras disponíveis na página da UPF Editora, www.upf.br/editora


INSTI TUCIO NAL

Confira alguns registros fotográficos de ações e eventos institucionais promovidos pela Universidade de Passo Fundo: lançamento da Jornada Nacional de Literatura; realização do III Congresso de Infraestrutura, Transporte e Logística do Norte do RS (Logistech) e comemoração que marcou os 20 anos dos programas de pós-graduação, os 20 anos do Programa de Pós-Graduação em Agronomia e os 40 anos do Programa de Pesquisa em Aveia (PPA). Créditos: Gelsoli Casagrande


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