AGENDA Abril 2021
Desenho vencedor do Tema do Mês: Isabel Alegria
urbansketchers-portugal.blogspot.pt
1
AGENDA Abril 2021
Desenho vencedor do Tema do Mês: Isabel Alegria
ENTREVISTA
Suzana Nobre por Leonor Lourenço
OS NOSSOS DESENHOS
Equipa de produção: Abnose, André Baptista, Carlos Matos, Henrique Vogado, Isa Silva, Leonor Lourenço, Manuel Tavares, Rosário Félix, Vicente Sardinha Colaboraram nesta Agenda: Alberta Rangel, Américo Gonzalez, António Cvs, Ana Maria Clemente, Carlos Fidalgo, Carlos Matos, Duarte, Fátima Leite, Graça Patrão, Helena Paula Brantuas Sousa, Isabel Braga, João Albergaria, João Carlos Boaventura, João Pinto, Joaquim Dias, Jorge Guedes, Jorje Borjes, Leonor Lourenço, Maria João Freitas, Marta Castro, Milú, Paulo Mendes, Pedro Cabral, Rita Mendes de Almeida, Rosário Félix, Sandie Mourão, Santos Maria de Fátima, Sara Figueiroa, Sofia Gomes, Sónia Tomé, Suzana Nobre, Teresa Silva Design e paginação: Isa Silva Revisão: Manuel Tavares Copyright: Urban Sketchers Portugal www.urbansketchersportugal.blogspot.pt Sugestões e contacto: uskp. actividades@gmail.com
Tema: Tema: Tema: Tema: Tema:
USKPdesafio7 USKPdesafio8 USKPdesafio9 USKPdesafio10 USKPdesafio11
04 10 13 14 16 17
LIVRO
The Art of Urban Sketching por Filipe Pinto
18
VIAGEM GRÁFICA
Ilha do Pico, Açores por Sofia Gomes e Duarte
20
NOSSO CONVIDADO
Desenhar no exterior em tempos de interior por Paulo Mendes
DICAS 1, 2, 3
por João Albergaria
24 27
GRUPOS
PoSk - Porto Sketchers por Jorge Guedes
AGENDA
Encontros, Formações, Exposições 2
28 31
E D I T O R I A L Olá a todos. Começamos, finalmente, a ver a possibilidade de regressarmos ao desenho no exterior e da realização de encontros. Sabemos que não podemos descurar os procedimentos de segurança (uso de máscara e distanciamento) mas estamos todos ansiosos por voltar e ver cara a cara os nossos amigos e de recomeçarmos a desenhar em convívio que tanto nos faz falta. Estão a ser restruturadas e remarcadas algumas iniciativas. Assim que tivermos todas as confirmações divulgaremos no blog e nos restantes canais de divulgação. O ‘Vamos Desenhar Com’ no Museu Bordalo Pinheiro é um desses exemplos. A pouco e pouco, os vários grupos espalhados pelo país irão recomeçar as suas actividades. Este ano temos uma nova edição do Sketch Tour Portugal, uma parceria com o Turismo de Portugal e com a curadoria do Mário Linhares. Desta vez, vem com várias novidades. Fiquem atentos à próxima edição de Maio onde já teremos mais informação para vos mostrar. Não se esqueçam de passar pelo blog para mostrarem os vossos desenhos, deixarem comentários e participarem no Tema do Mês. Inspirem-se, relaxem e desenhem muito! Direcção dos USkP
3
ENTREVISTA Suzana Nobre
Por
Leonor Lourenço
Como e quando te começaste a integrar nos USKP? Descobri os USkP por altura do Simpósio Internacional de Lisboa em 2011, creio que estava à procura de workshops de desenho e cruzei-me com uma notícia sobre o evento. Por essa altura andava a pensar sobre a pouca presença que o desenho estava a ter nos meus dias e como poderia ter evoluído a minha técnica se tivesse continuado a desenhar de uma forma tão intensa como costumava fazer... distraí-me com outros interesses como a fotografia e o trabalho profissional mais técnico já não proporcionava o tempo livre para o fazer. Achei aquele movimento interessante, andar com um caderno a fazer desenhos ao ar livre era um conceito novo para mim mas que pareceume poder resultar. Os workshops do Simpósio já estavam esgotados mas havia um sketch crawl no final, não percebi bem o que era mas envolvia desenhar com muita gente desconhecida o que não me deixou
muito à vontade, por isso dediqueime simplesmente a seguir o Blog e todos aqueles desenhos espetaculares. Depois cruzei-me com a história do Luís Simões e a sua volta ao mundo a desenhar num caderno. Acompanhei a sua história com entusiasmo e percebi que passaria por Aveiro no início da sua viagem, a convite do Bernardo Conde para contar o seu projeto e desenhar com quem o quisesse acompanhar. Fiquei entusiasmada e foi assim que comprei um caderno a sério para começar a fazer umas aguarelas e desde essa altura, sempre 4
foto de António Osório
que os dias ventosos e frios de Aveiro o permitiam. Mas só lá para Setembro de 2012 é que ganhei coragem e pedi permissão para começar a publicar no blog, com os primeiros desenhos que fui fazendo durante as férias. Após esse passo dado, o primeiro encontro de desenho a que consegui ir foi em Novembro de 2013 com os USk Beiras e em Dezembro fui finalmente a Lisboa, ao encontro do Conservatório Nacional de Musica, em que conheci todas aquelas caras que estavam por trás dos desenhos do blog. 5
ENTREVISTA Suzana Nobre
Tens feito várias viagens em que o caderno não falta para fazeres os teus registos. Qual o país que mais te ficou na memória? Porquê? Na verdade não tenho feito muitas viagens em que o caderno de desenho me acompanha como objeto de registo, mas umas férias na Eslovénia em 2019 talvez tenha sido a que mais me marcou porque consegui acabar a viagem com um caderno repleto de memórias gráficas, visuais, emotivas, gustativas e de momentos bem passados. Viajar acompanhada de alguém que não tem o mesmo propósito, torna complicada a gestão dos tempos de espera enquanto se desenha, mas fui acompanhada de uma pessoa que tinha a intenção de fazer fotografia, então combinamos que enquanto ela tirava uns momentos para a fotografia eu perdia-me no desenho e assim geríamos bem os tempos em comum. Encomendei então um caderno propositadamente para a viagem e deu-me um prazer enorme preencher aquelas páginas com desenhos,
apontamentos, colagens, ficando a vontade de fazer uma viagem sozinha, em que o tempo fosse todo meu para desenhar. Provavelmente até nem vou gostar dessa experiência solitária mas acho que tenho de passar por ela. Recorda algum momento mais marcante que te ficará para sempre no coração. Recordo um episódio em Santa Apolónia, na altura as salas de espera eram abertas e muitos sem abrigo ali dormiam umas horas ou pediam algo para comer. Eu estava à espera do meu comboio e sentei-me a desenhar um sem abrigo que estava adormecido numa cadeira, um outro chegou-se ao pé de mim para me pedir 1€ e quando viu que estava a desenhar disse-me que gostava de ser tão bom poeta como eu era desenhista, escrevia poesia e foi buscar uns papéis protegidos por uns plásticos onde tinha os seus versos. Ficamos um pouco a conversar, eu li os seus poemas inspirados no seu percurso
6
o João Catarino com a simplicidade poética do seu desenho de mancha, a Keta com a sensibilidade na conjugação do desenho de linha com a mancha de cor e texto, a Isabel Alegria na sua expressividade de cor e liberdade no traço, o Paulo Mendes na sua mestria na luz e sombra e muitos outros.
de vida e ele ficou muito contente com aquele momento em que pode partilhar uma parte de si que guardava com tanto cuidado e orgulho. Gostei de se ter proporcionado aquele episódio pelo simples facto de estar a desenhar. Ao longo deste tempo, entre várias viagens, eventos e encontros foste conhecendo vários desenhadores/ sketchers. Partilhas connosco algumas das tuas referências? Para referir alguns, porque são muitos por razões sempre muito particulares:
Fazes parte dos Urban Sketchers de Aveiro. Como te integraste neste grupo? Tomei conhecimento dos Ask pelo Facebook, através de uma troca casual
7
ENTREVISTA Suzana Nobre
O teu interesse pelo desenho surgiu em que época da tua vida? Tens memórias de infância a desenhar? Recordo-me de desenhar muito em criança, o desenho esteve presente desde muito cedo e fazia-o como uma das minhas atividades preferidas. Ouve sempre muito incentivo por parte dos meus pais e isso também contribuiu para que não tivesse sido apenas uma fase de brincadeira de criança. Ainda guardo muitos desses trabalhos, desenhava muito as personagens das bandas desenhadas de que mais gostava como as do Walt Disney, copiava as ilustrações dos livros que lia, inventava paisagens, desenhava muitas plantas e tentava desenhar os nossos animais de estimação. O fato de ter crescido rodeada de natureza e sempre com muitos animais ao meu redor, contribuiu de certeza para que desde cedo esses temas me interessassem.
de comentários. Pouco tempo antes tinha comentado num encontro em Castelo Branco que sentia falta de um grupo de desenho em Aveiro, que afinal já existia, apenas não tinha conhecimento dele. Estava marcado um encontro para essa semana no Mercado Negro onde fui cheia de vontade de conhecer o grupo da minha cidade. Nesse primeiro encontro apenas conheci o João Tiago, mas foi o suficiente para me entusiasmar e a partir daí marcar presença nos encontros regulares, sempre com temas muito variados e criativos, onde fui conhecendo um grupo que se foi alargando aos poucos, muito diversificado e entusiasta. O que mais gostas de desenhar? As minhas preferências são as pessoas, nos mais variados contextos, estejam em movimento, concentradas, a dormir, a executar alguma tarefa... o desafio é sempre o de captar o olhar, a expressão facial ou corporal, os gestos, o movimento, a intenção; e o desenho de natureza, não tanto paisagens e grandes planos mas o olhar no pormenor das coisas orgânicas, das plantas, árvores, as suas texturas, subtilezas e formas. O desenho de natureza também desperta um lado meditativo e contemplativo de que gosto muito, demorar-me a percorrer com o lápis as formas, descobrir pormenores, variações de luz, tonalidades... é sempre um momento muito relaxante.
Já editaste livros de desenhos que foste produzindo à vista. Qual o momento mais significativo para ti, a saída do livro para o mercado, quando algum urban sketcher faz referência ao teu trabalho? De que forma a edição de um livro tem impacto na tua vida? Editei apenas um livro: Aveiro, Rota do Bairro da Beira-Mar, numa edição de autor em parceria com a Suzana Caldeira e neste caso a apresentação do livro foi sem duvida o momento mais importante, pois foi o culminar de uma expetativa bastante prolongada que 8
oportunidade de conhecer pessoas que hoje são amigos e uma grande referência para mim em muitos aspetos.
incluiu todo o processo de realização que começou do zero, desde a escolha dos desenhos, o texto, a paginação, o trabalho de gráfica, traduções, o investimento... A insegurança era grande mas depois a adrenalina do momento e o acolhimento de todos supera tudo e esse momento tornase o ponto alto. Sendo uma edição de autor teve um impacto muito grande, pois todo o trabalho posterior tem de ser feito por nós, a angariação dos locais de vendas, divulgação, a negociação, gestão de stocks, reposições, o trabalho é muito e implica uma rotina que não se pode perder mas depois tem também um lado bom, o do contacto com as pessoas e de ouvir o que têm a acrescentar sobre o livro, opiniões, histórias... e o reconhecimento de um legado para a cidade.
Se alguém que não conhece os urban sketchers te perguntasse qual a razão principal para teres aderido este movimento, o que responderias Suzana? Foi ter-me identificado com um grupo de pessoas que simplesmente gostavam de desenhar e se juntavam para o fazer, quis perceber a dinâmica e que podia aprender. Como tens dado a volta à vontade de desenhar nesta época tão difícil em que vivemos? Não tenho sido muito bem sucedida, em casa não gosto muito de desenhar por isso acabei por ocupar o meu tempo disponível com outras coisas que gosto de fazer e que na verdade não estava a ter muita disponibilidade, por isso, apesar de me estarem a fazer falta os encontros e os desenhos lá fora, também acabei por ganhar. Os encontros online para desenhar não me conseguiram cativar, talvez por passar o dia à frente de um computador queira é descanso do ecrã, por isso fui fazendo apenas alguns desenhos quando saía para caminhadas.
Se te perguntassem o que mais valorizas no movimento USK o que dirias? O contacto que possibilita com as pessoas e a oportunidade de as conhecer, a constante troca de experiências e partilha de saberes desinteressada que nos faz crescer em muitos aspetos. O ter-me dado a 9
OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: #USKPDESAFIO7
Eu é que sou o(a) Mestre de Culinária!
Joaquim Dias
Ana Maria Clemente
João Carlos Boaventura
Jorge Guedes
10
Graça Patrão
Carlos Fidalgo
Santos Maria de Fátima
Fátima Leite Teresa Silva
11
OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: #USKPDESAFIO7
Eu é que sou o(a) Mestre de Culinária! Pedro Cabral
João Pinto
Isabel Braga
Rosário Félix
12
OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: #USKPDESAFIO8
Palavras para que vos quero Pedro Cabral Alberta Rangel
Jorge Guedes
Marta Castro João Carlos Boaventura
Milú
13
OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: #USKPDESAFIO9 Ohhh My precious!
Carlos Matos
Carlos Fidalgo
João Carlos Boaventura
Isabel Alegria Santos Maria de Fátima
14
Marta Castro
António Cvs
João Pinto
João Albergaria
Rita Mendes de Almeida
Sónia Tomé
15
OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: #USKPDESAFIO10
Olha bem porque não me vês! Isabel Braga Carlos Matos
João PInto Rosário Félix
Helena Paula Brantuas Sousa
Sandie Mourão
Marta Castro
16
OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: #USKPDESAFIO11 Querido, comprei a loja!
Graça Patrão
João Pinto
João Carlos Boaventura
Marta Castro
Rosário Félix
Sara Figueiroa
Jorje Borjes
17
LIVRO
The Art of Urban Sketching
Por
Filipe Pinto
Foi um livro que me despertou o interesse e a vontade de o comprar quando peguei nele pela primeira vez. A diversidade de estilos, desde simples esboços a lápis até detalhados desenhos só com linha, a variedade de locais, a quantidade de autores, a paginação cuidada, tudo no livro me levou a querer comprá-lo. O livro é composto por três partes. Uma primeira parte de introdução ao urban sketching, ao seu manifesto e à sua comunidade, com as instruções e ferramentas necessárias para nos tornarmos um urban sketcher. A parte dois, a parte principal do livro, é composta por mais de 500 desenhos de locais de todo o mundo com pequenos relatos e estórias por detrás de cada um dos desenhos, com o perfil e uma pequena biografia de cada um dos autores dos desenhos e ainda com dicas sobre as técnicas que cada um utiliza. Na
terceira parte do livro são apresentados vários exemplos de onde desenhar e o que desenhar. Vistas panorâmicas a partir do telhado da casa, edifícios e monumentos, barcos, carros e mobiliário urbano, jardins e museus, as pessoas na praia, nos transportes públicos ou nos restaurantes, um sem fim de situações que deixam um 18
convite aberto a cada um fazer as suas escolhas acerca do que desenhar. É um livro inspirador cheio de dicas sobre as técnicas e materiais que cada desenhador utiliza e cada desenho é acompanhado com as dimensões do desenho, a descrição das ferramentas usadas e do tempo aproximado que cada desenho demorou a fazer. O livro conta também com a participação de vários autores portugueses o que estimulou ainda mais a minha vontade de começar
a desenhar na rua e a descobrir como participar nos encontros que ia descobrindo no site dos Urban Sketchers Portugal. Por tudo isto, The Art of Urban Sketching, de Gabi Campanario, fundador dos Urban Sketchers, mantém-se um livro de referência e actual e ao qual volto regularmente para procurar inspiração e suporte para encontrar diferentes soluções para os problemas que todos os que desenham no local enfrentam. 19
VIAGEM GRÁFICA
Por
Ilha do Pico, Açores
Sofia Gomes e Duarte
Em junho de 2017 eu e o Duarte fizemos a nossa primeira viagem juntos aos Açores, em particular à ilha do Pico. Arranjámos um cantinho localizado em frente às Furnas de Santo António, com uma vista soberba para o mar e mesmo ao lado das piscinas de Santo António que fizeram as delícias do Duarte durante a nossa estadia. Nas Furnas de Santo António habitam colónias de aves, os garajaus que fazem uma azáfama tal, dia e noite, que nos primeiros dias tiraram-nos
o sono! Depois lá no habituámos à companhia dos nossos frenéticos vizinhos. Estas Furnas são também um dos melhores spots de mergulho na ilha, mas isso não chegámos a experimentar. Demos muitos mergulhos sim, mas nas piscinas de Santo António que ficam logo ao lado, onde para além das piscinas naturais, há duas artificiais que são cheias com água do mar diariamente. Se a ilha não tivesse mais nada para ver só este cantinho em Santo António já davam umas férias maravilhosas! 20
As cores do Pico são absolutamente fenomenais! Há uma imensidão de verdes, de todas as tonalidades possíveis e imaginárias, que contrastam com o negro das pedras vulcânicas, tudo rodeado pelos azuis do mar que também variam constantemente de tonalidades. O grande desafio para os desenhadores mais lentos como eu e que precisam mais de 5 ou 10 minutos para fazer um desenho, é de facto começar e conseguir acaba-lo. Isto porque o tempo muda rapidamente de um minuto para o outro. Foi o que nos aconteceu na Lagoa do Capitão. Sentamo-nos para desenhar uma vista soberba com um sol maravilhoso e mal tínhamos terminado de tirar o material para desenhar tivemos de arrumar tudo de seguida, pois caiu um 21
VIAGEM GRÁFICA
Por
Ilha do Pico, Açores
Sofia Gomes e Duarte
nevoeiro de tal forma serrado que não se via um palmo à frente do nariz. Literalmente! Aqui não há nada a fazer, é esperar novamente por uma aberta. Percorremos a ilha de uma ponta à outra, fomos à Gruta das Torres, ao Museu do Vinho, ao Museu dos Baleeiros e fizemos o passeio de lancha à procura de baleias na companhia de inúmeros golfinhos que nos acompanharam na viagem. Achei muito interessante a visita ao museu Baleeiro que retrata muito bem a vida de alto risco daqueles pescadores que pescavam em embarcações que pareciam tão
frágeis face ao tamanho e força das baleias. Faltou a subida ao topo do Pico que, pela idade do Duarte na altura e face à exigência da subida, ficou adiada para uma próxima visita. Foi sem dúvida uma das melhores férias que tivemos! Vamos ter de voltar... 22
Todos os últimos sábados do mês
Dois sketchers convidados no nosso canal de You Tube
23
NOSSO CONVIDADO
Desenhar no exterior em tempos de interior
Por
Paulo Mendes
Quando, na primeira metade de Janeiro, a detestável palavra “confinamento” começou a fazer-se ouvir como estando iminente, foi como se tivesse sido atingido por um camião. Com um misto de revolta e consternação preparei-me para dizer adeus à liberdade de circular e “tratar da vida” com a normalidade que ainda restava, em andanças diárias nas quais o indispensável acto de desenhar na rua estava sempre presente. Não foi, como ainda não está a ser de todo, algo fácil de digerir. Fora de questão estava trazer o referido acto de desenhar para dentro de portas repetindo a fórmula, entretanto desgastada pelo confinamento anterior, de registar os cantos todos da casa; E muito menos essa estranha forma de karaoke chamada “sketching virtual”: Ou é a coisa real, ou então não é. Punha-se-me então a questão: Como desenhar no exterior sem deixar de cumprir as draconianas regras que entretanto nos foram impostas, tendo em conta que os escassos 30 a 40 minutos do chamado “passeio higiénico” não são compatíveis com o registo habitual de nunca menos de hora e meia? A resposta
era óbvia: Mudar de registo. Estava assim criada uma oportunidade de experimentar algo diferente: Optei por passar a fazer desenhos mais rápidos, de cinco a dez minutos, recorrendo a um exclusivo e sofisticado instrumento habitualmente fora dos meus hábitos: O velho lápis de grafite! A minha parafernália para desenhar na rua passou assim a estar reduzida a um lápis, um afiador, um pequeno caderno de 12x12cm e um bolso do casaco. Ao exercício físico possível junta-se assim a terapia mental de desenhar
24
rapidamente aquilo que se nos oferece numa distância nunca superior a dez minutos de casa. O que parece simples contém na verdade vários desafios em simultâneo: Ser o mais sintético possível, não perder tempo com detalhes, decidir depressa, descobrir motivos de interesse na aparentemente desinteressante e familiar área de residência. Para mim, habituado que estou às canetas e desenho de “linha”, acresceu o trabalhar mais com a “mancha”, factor ditado pela ausência de cores e pela natureza do riscador em si.
No seu todo, tem sido como uma versão ultra-compacta dos dias “normais”, mas em que prazer e adrenalina continuam presentes. A ausência de cor leva-me a explorar mais a composição e o claroescuro, e o facto de por vezes optar por certas ruas próximas mas habitualmente não percorridas por estarem fora dos circuitos de casa-compras ou casa-estação, faz com que o factor descoberta também não esteja totalmente ausente. Uma vez regressado ao lar, limito-me a acrescentar uma leve aguada sobre o
25
NOSSO CONVIDADO
Desenhar no exterior em tempos de interior
Paulo Mendes
desenho para fixar o grafite e realçar um ou outro tom. Não vou dizer que fico cem por cento saciado, ou que não morro de saudades de trabalhar com as aguarelas e demorar-me mais em certos lugares – alguns há que só “vivem” se tiverem cor e que mais tarde tenciono revisitar dessa forma - mas desenhar desta maneira é sempre melhor do que não desenhar, para além de que mantém a
mão treinada para quando tivermos a nossa vida de volta. Para esses dias tão desejados fica guardada a curiosidade em perceber de que forma uma técnica irá influenciar a outra. Até lá, e enquanto durarem estes tempos abomináveis, aqui deixo a minha estratégia, estritamente dentro das regras em vigor, para quem quer e não sabe como voltar à rua para desenhar.”
26
Por
DICAS 1, 2, 3
João Albergaria
Para mim, os edifícios são como criaturas vivas. São objectos artificiais que interagem e comunicam uns com os outros. Esta história eu tento expressar e interpretar nos meus desenhos. Normalmente recorro à deformação intencional da perspectiva para expressar uma dinâmica e uma comunicação imaginária entre os vários elementos representados. Gosto de desenhar em diários gráficos da marca Portuguesa FIRMO, da qual sou embaixador. Arquitectura distorcida como um “Cartoon”
#1 - Início sempre com um contorno linear geral, diretamente com caneta, sem recurso de linhas auxiliares. Antes de iniciar penso sempre na composição final. Que elementos quero que sejam realmente realçados e enquadrados. (Caneta unibal micro)
#2 - Preenchimento e detalhe das superfícies. (Caneta unibal micro)
#3 - Grandes sombras negras para grandes contrastes. (Caneta unibal fine e brush pen da Muji)
Experimentem e partilhem. Técnicas, truques, efeitos. Querem partilhar? Enviem para uskp.actividades@gmail.com Mandem-nos uma introdução (máximo 450 caracteres) + título da dica + 3 imagens dos desenhos e indicação dos materiais usados. 27
GRUPOS
PoSk Porto Sketchers
Por
Jorge Guedes
O PoSk teve o seu 1º encontro em 2016. Éramos meia dúzia que mal nos conhecíamos, mas todos entusiasmados pelo desafio de desenharmos na rua e em grupo - uma nova experiência! E fomo-nos encontrando regularmente até ao início de 2020, altura em que devido à pandemia interrompemos os encontros. Ainda retomámos o novo “ano letivo”, mas tivemos mesmo que fechar no passado mês de Setembro, com o encontro 83, integrado nas Jornadas do Património, nas quais participámos com muito gosto desde o início.
Os nossos encontros foram realizados maioritariamente no Porto, mas alguns deles também nos concelhos vizinhos. Pelo meio temos muitas e boas recordações. Os encontros foram sempre um motivo de “reencontro” desejado, de troca de conhecimentos e opiniões, muitos deles terminando com os pés debaixo da mesa. Em muitos desses encontros aparecia também alguém que vinha pela 1ª vez, para ver como era e no final prometer que gostava de repetir. Também tivemos diversos encontros “internacionais” com desenhadores que estavam de passagem e
Américo Gonzalez
28
queriam conhecer e vivenciar o momento. E assim, muitos deles continuam a seguir-nos e a aparecer esporadicamente. Um encontro com um significado muito especial é o do último sábado do ano, que já é tradição … mas teve que deixar de o ser em 2020, com muita pena nossa. É muito gostoso receber o abraço daqueles amigos, que vindos cá passar o Natal com a família, arranjam um tempo para se fazerem presentes e desenhar connosco no local do costume: a Estação de S. Bento! Também realizámos várias atividades com diversas organizações quer através de encontros de desenho, exposições e work-shops, tanto no Porto como em terras próximas, o que nos permitiu dar a conhecer a nossa “praia” e em alguns casos, colaborar nos seus fins sociais. Juntamente com o ASk, o LeSk e o MoSk realizámos alguns encontros,
o que nos aproximou, apesar da distância, e proporcionou também outros ambientes e realidades. Um outro momento que recordamos com muita satisfação foi o do 3º Aniversário do PoSk, com uma exposição no Bar do Espiga, que gentilmente nos disponibilizou o seu espaço e as suas paredes durante 2 semanas para a colocação dos nossos desenhos realizados até essa altura. Do mesmo modo, marcámos presença na iniciativa Sketching com História, organizada pelo saudoso e querido 29
GRUPOS
PoSk Porto Sketchers
Jorge Guedes
Maria João Freitas Eduardo Salavisa e pelos USkNorte, durante a qual visitámos dez concelhos do Alto Minho, e que nos traz gratas recordações. Colaborámos também durante 2 anos com a Cooperativa Cultural Quadras Soltas, galeria de arte do Porto, no seu evento anual “Bombarda debaixo de olho” e ainda numa exposição coletiva de trabalhos realizada na Régua, juntamente com outras associações. E foi com enorme gosto que o fizemos. Outro momento marcante foi o Simpósio Internacional realizado no Porto, em 2018, onde alguns de nós participaram, mas sobretudo, nos proporcionou o encontro informal com tantos “velhos e novos” amigos, todos juntos pelo prazer do desenho!
Organizamos um “Simpósio Vadio” informal com o intuito de acompanhar e apoiar todos aqueles que chegavam ao Porto sem terem conseguido um passe de participação. E desse movimento nasceu a concretização do Encontro Vadio dos Açores em 2019 organizado pelo Paulo Brilhante. Recordamos o nosso companheiro e amigo, Américo Gonzalez, que com a sua boa disposição ajudava a criar um ambiente descontraído tão propício ao que nos movia …- e que há pouco mais do um ano, nos deixou. Neste 2021 esperamos retomar os nossos encontros - e podermos voltar a dar “aquele abraço”! - que nos libertam e dão força para continuar a fazer o que mais gostamos - DESENHAR!
https://portosketchers.blogspot.com www.facebook.com/groups/250041462025154 portosketchers@gmail.com 30
AGENDA abril 2021
ENCONTROS
toda a informação actualizada em USkP ENCONTROS
17 Abril | ILHA TERCEIRA, AÇORES Encontro 52 - Desenhar a Igreja de Santa Luzia (exterior) 14h - Angra do Heroísmo Dia Internacional dos Monumentos e Sítios 2021 Org. USK Açores, Ilha Terceira 24 Abril | LISBOA Museu de Cerâmica de Sacavém e Forte de Sacavém Horário ainda a determinar mediante a situação da pandemia Dia Internacional dos Monumentos e Sítios 2021 Org. USKP, Câmara Municipal de Loures
FORMAÇÃO
toda a informação actualizada em USkP FORMAÇÕES
ALFABETO LISBOETA DESALINHADO - Mário Linhares, José Louro, Ketta Linhares 10 de outubro a 10 de julho - Sábados, 10h30 - 13h00 Mário Linhares, José Louro, Ketta Linhares LISBOA ANTI-POSTAL - Mário Linhares 14 de outubro a 30 de junho Quartas feiras, 14h30 - 17h00 ou 18h00 - 20h30 Info: https://hakunamatatayeto.blogspot.com/2020/09/lisboa-anti-postal.html DIÁRIO GRÁFICO | INICIAÇÃO - Mário Linhares 17 de novembro a 15 de junho - 3.ª feiras, 15h00 - 17h30 Org. Nextart 31
AGENDA abril 2021
EXPOSIÇÕES
toda a informação actualizada em USKP EXPOSIÇÕES
EXPOSIÇÃO | 9 JARDINS DE LISBOA - Cadernos e desenhos - USkP Até 30 Maio 2021 Todos os dias, 10h-18h (encerramento às 13h em caso de estado de emergência) Estufa Fria de Lisboa Org. Câmara Municipal de Lisboa/Lisboa Cidade Verde 2020 | Estufa Fria de Lisboa | UrbanSketchersPortugal DESENHO EM CADERNOS E FOTOGRAFIA - Grupo do Risco Museu Nacional de História Natural e da Ciência Até 14 de Março de 2022 Org. GdoR/LxVerde
OFICINAS SINGULARES
todas as edições em YouTube UrbanSketchers Açores
À CONVERSA COM MANUELA ROLÃO- Sessão #11 Facebook USK Açores - 8 de Maio, 17h Açores / 18h Continente Org. USK Açores
CONVERSAS VIRTUAIS
todas as edições em YouTube Urban Sketchers Portugal
CONVERSAS VIRTUAIS You Tube dos Urban Sketchers Portugal - 24 de Abril, 17h (GTM - Hora PT) Org. Urban Sketchers Portugal
Comuniquem-nos actividades relacionadas com sketching para o e-mail uskp.actividades@gmail.com 32
USkP ASSOCIAÇÃO Urban Sketchers Portugal
urbansketchers-portugal.blogspot.pt Instagram: @urbansketchersportugal YouTube: urbansketchersportugal Facebook: urbansketchersportugal
33