Agenda - Urban Sketchers Portugal - Agosto 2021

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AGENDA Agosto 2021

Desenho vencedor do Tema do Mês: Jorge Borges

urbansketchers-portugal.blogspot.pt

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AGENDA Agosto 2021

Desenho vencedor do Tema do Mês: Jorge Borges

ENTREVISTA Equipa de produção: Abnose, André Baptista, Carlos Matos, Henrique Vogado, Isa Silva, Leonor Lourenço, Manuel Tavares, Rosário Félix, Vicente Sardinha Colaboraram nesta Agenda: Abnose, Alexandra Belo, Alexandre Esgaio, Ana Barbosa, António Procópio, Bruno Vieira, Carlos Matos, Carlos Mendes, Filipe Almeida, Ismael Gomes, Isa Silva, João Pereira, João Tiago Fernandes, Jorge Antunes, Jorge Borges, José Carlos, José Paulo, Julie Passos, Leonor Lourenço, Maria João Freitas, Marilisa Mesquita, Mónia Abreu, Paulo J. Mendes, Paulo Neto, Pedro Loureiro, Ricardo Cabrita, Rosário Félix, Sara Fonseca Ferreira, Tomás Reis, Tubafrom, Vera Almeida, Verónica Dias, Vicente Sardinha, Vítor Mingacho Design e paginação: Isa Silva Revisão: Manuel Tavares Copyright: Urban Sketchers Portugal www.urbansketchersportugal.blogspot.pt Sugestões e contacto: uskp. actividades@gmail.com

Jorge Antunes por Leonor Lourenço

OS NOSSOS DESENHOS Tema: Comboios

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LIVRO

Drawing with the right side of your brain por Alexandre Esgaio

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VIAGEM GRÁFICA

Percurso entre os pueblos blancos da Andaluzia por Tomás Reis

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ENCONTRO

Covilhã por Vários Autores

ABCDIÁRIO

por João Tiago Fernandes

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GRUPOS

LESK – Leiria Urban Sketchers por Leonor Lourenço

DICAS 1, 2, 3

por Marilisa Mesquita

AGENDA

Encontros, Formações, Exposições 2

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E D I T O R I A L Olá a todos. Estamos em plena época de férias e com isso muitos são os sketchers que aproveitam para desenhar ainda mais. Recuperar forças, desanuviar a mente, conviver com a família e descobrir novos locais vão ver certamente momentos que ficarão registados em diário gráfico. Aproveitamos para convidar todos os sketchers a estarem presentes dia 4 de Setembro, no Jardim Marcelino Mesquita (Jardim das Amoreiras), em Lisboa, na homenagem ao Eduardo Salavisa que explicamos mais à frente. Tudo começou por uma ideia da sketcher, escultora e grande amiga do Eduardo, Clara Marta, e que a Associação USkP abraçou com garra e determinação conseguindo a aprovação e parceria da Câmara Municipal de Lisboa. Lembramos também que já se encontram abertas as inscrições para o Encontro Nacional em São Miguel, Açores, de 1 a 3 de Outubro de 2021 com a candidatura a 4 bolsas GO SKETCH. Mas por agora desejamos que todos passem as melhores férias possíveis!! Não se esqueçam de passar pelo blog para mostrarem os vossos desenhos, deixarem comentários e participarem no Tema do Mês. Inspirem-se, relaxem e desenhem muito! Direcção dos USkP 3


ENTREVISTA Jorge Antunes

Por

Leonor Lourenço

Jorge Antunes, estás à frente do MoSk. Como foi o teu percurso entre o conhecimento dos USKP e a criação deste grupo regional de Montemor-oVelho? Sempre desenhei desde criança, mas especializei-me em desenho CAD e apenas após a licenciatura redescobri o desenho artístico, começando a desenhar Diários Gráficos. Depois de pesquisar na internet, deparei-me com desenhos e blogs que recorriam ao termo Urban Sketchers e, após procurar um pouco mais sobre esse assunto, percebi que era o estilo de trabalho que gostava de realizar. Comecei por publicar timidamente os meus trabalhos no Blogue USKP e a ir a alguns dos encontros que se iam realizando. Após perceber as vantagens que estes traziam, de destacar o facto de permitirem a comunicação entre artistas de todos os cantos do país e a aprendizagem de novas técnicas, resolvi criar o grupo Montemor Sketchers – MoSk. Este é um grupo regional cuja origem foi no ano de 2014, depois da realização

do 1º Encontro de Urban Sketchers em Montemor-o-Velho apoiado pelo “Centro de Artes do Papel” e cuja principal finalidade era a divulgação do papel artesanal de palha de arroz, característico da região. Para além do desenho à vista, praticas alguma outra atividade relacionada com a arte? De que forma consideras que ser USK te auxilia noutras vertentes artísticas? O desenho tem me influenciado, principalmente, na arte digital: costumo pintar os desenhos que faço de forma 4


desenho de Suzana Nobre

digital, criando imagens animadas e ao nível da modelação 3D, o facto de ser USK levou-me a aperfeiçoar as imagens que antes criava, acrescentando mais detalhes. Além disso tenho sido convidado para pintar murais e desenhar casamentos. O próximo evento já está planeado? Infelizmente, os MoSk têm atualmente apenas o evento “(a)Riscar o Património”, agendado para setembro. Associado à pandemia que atualmente atravessamos, muitos dos encontros nos 5


ENTREVISTA Jorge Antunes

quais os MoSk participavam (Desenho de clássicos, a Feira anual de Montemoro-Velho e o Festival do Arroz e da Lampreia) não podem ser assegurados. Contudo, e quando isso for possível, gostaríamos de voltar a realizar o encontro que deu início ao grupo e cuja data é nas últimas semanas de agosto.

novas técnicas que constantemente influenciam o nosso trabalho futuro. A divulgação de encontros a nível nacional e local permite tornar este movimento mais dinâmico e interativo, contribuindo para o crescimento constante desta comunidade. Não resisto a perguntar sempre aos entrevistados, o quê e com quem, gostarias de um dia vir a desenhar? Sou admirador de todos os trabalhos dos Sketchers que sigo nas redes sociais e outros que acabo por conhecer em encontros, sendo por isso muito difícil para mim escolher apenas um destes.

O que mais valorizas neste movimento? O apoio ao nível do Blogue e redes sociais permite que a partilha de diversos desenhos nos leve a apreciar os trabalhos uns dos outros e consequentemente aprender 6


sem dúvida, o primeiro que organizei, em Montemor-o-Velho. Este marcou o momento em que o desenho se tornou na minha principal forma de interpretar e apreciar, de forma mais atenta, o ambiente que me rodeava e manter recordações desses locais, recorrendo a um formato mais pessoal. Contudo, todos os encontros onde já participei, e continuo a participar, permitem que continue a descobrir novas técnicas, a conhecer USK cujos trabalhos sigo nas redes sociais ou ainda desconhecia e apreciar novos locais ao longo de Portugal, que tanto oferece para desenhar.

Todos os Sketchers com os quais interajo permitem que aprenda novas técnicas e que haja uma troca mútua de conhecimento e apreciação de trabalhos entre ambos. Foi muito tempo sem que nos pudéssemos encontrar presencialmente. Quando tal não era possível, criaste alguma outra estratégia para incentivar os USKP para a continuidade do desenho? Além de tentar participar nos desafios lançados pelos USKP, continuei a desenhar enquanto fazia caminhadas. Participei também nos encontros “MoSk Virtual Sketch“ realizados pelos MoSk todas as quartas feiras de cada mês e cuja principal finalidade era permitir manter a comunicação entre Sketchers no conforto das suas casas. Nestes encontros eram feitos desenhos de imagens associadas a um dado tema, escolhido anteriormente e de forma unânime, por todos os participantes.

Desenhaste alguns desenhos do cartaz “Terras da Chanfana”. O encontro correspondeu às tuas expetativas? Desenhei muito por Miranda do Corvo que, apesar de já conhecer, nunca tinha tido a oportunidade de registar em cadernos, e sem dúvida que o encontro correspondeu às minhas expetativas. Achei tudo positivo: a organização do evento, os locais selecionados e também a descontração e apoio de todos os

De todos os encontros, qual o que mais foi significativo para ti? O encontro que mais me marcou foi, 7


ENTREVISTA Jorge Antunes

restantes envolvidos, o que permitiu uma maior comunicação entre todos os participantes e, consequentemente, o desenvolvimento de muitos bons trabalhos.

apreciação será sempre mais pessoal do que uma fotografia, perdida no meio de tantas outras no telemóvel. O que desejas aos USKP? Que a Associação continue a crescer e a apoiar todos os que abraçam este movimento, especialmente novos grupos sediados em locais exteriores às grandes cidades.

Uma palavra de incentivo para os que se “amedrontam” perante o papel em branco. Acima de tudo, que não se preocupem em desenhar de forma realista tudo o que vêm (para isso tiramos uma fotografia) mas que risquem, pintem, escrevam o que se passa à sua volta nesse local, que o apreciem e representem na forma que pretendem. Posteriormente, e ao desfolhar todos esses registos, vai ser possível recordar os locais onde foram feitos com maior detalhe, recordar situações associadas e o ambiente que os rodeava. Esta 8


Em Novembro de 2020 quando o Eduardo nos deixou, a sketcher e escultora Clara Marta teve a ideia de se pegar na cadeira que serviu de base para tantos desenhos com que o Eduardo nos presenteou antes de partir, para criar uma escultura usável por todos, ie, uma réplica da cadeira com o intuito de possibilitar que todos pudessem sentar-se nela para desenhar. Os USKP apoiaram imediatamente a ideia e aproveitámos, com a ajuda do João Botelho do Museu Bordalo Pinheiro, a inauguração da exposição ‘9 Jardins de Lisboa’ para lançar a ideia ao vereador Sá Fernandes. Tivemos um sinal positivo e metemos mãos à obra nas burocracias para que tudo se tornasse realidade.

Dia 4 de Setembro de 2021 a partir das 11h, a obra em bronze de Homenagem ao Eduardo Salavisa será apresentada em simultâneo com um grande encontro de sketchers no Jardim Marcelino Mesquita (Jardim das Amoreiras) em Lisboa. Convidamos todos a estarem presentes e a levaram um desenho porque iremos fazer um sorteio. Quem levar um desenho, terá direito a outro em troca. Vamos estar unidos nesta homenagem ao nosso amigo Eduardo! 9


OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: COMBOIOS

Alexandra Belo

Marilisa Mesquita

Leonor Lourenço

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Ana Barbosa Carlos Matos

Bruno Vieira Ricardo Cabrita

Paulo J. Mendes

Sara Fonseca Ferreira

Mónia Abreu

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OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: COMBOIOS

António Procópio Filipe Almeida

Vera Almeida

José Paulo

Abnose 12


Isa Silva

Vítor Mingacho

Verónica Dias

Rosário Félix

Vicente Sardinha Maria João Freitas

Jorge Antunes

Pedro Loureiro

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LIVRO Drawing with the right side of your brain Este é um livro que assenta na premissa, defendida pela autora, de que desenhar, assim como andar, escrever ou conduzir, pode ser ensinado e aprendido. E como estas competências, logo que é aprendido, não mais será esquecido. Apesar de o livro assentar em algumas ideias científicas ultrapassadas, o que é importante são os exercícios, simples e com resultados rápidos e claros. A autora mostra ao leitor, através de uma série de exercícios, a nossa tendência para desenhar simbolicamente. E, durante a realização destes exercícios, vamos aprendendo a desconstruir esta ideia e a desenhar o que realmente está à nossa frente, e não o que pensamos ver. Cada capítulo que vai introduzindo leva-nos a novas aptidões, como formas, escalas, relações, etc. Aptidões essenciais, que apesar de não serem de desenho, nos ensinam a fazê-lo. E é isso que este livro nos ensina, a desenhar o que está à nossa frente. Se quer evoluir noutros campos do desenho, há uma série de outros livros, oficinas e cursos online onde pode desenvolver esses aspectos da arte de desenhar, mas este livro não tem esse

Por

Alexandre Esgaio

propósito. É, sim, um grande motivador e dá-nos uma força extra, a fim de nos ajudar a entrar num ritmo de produção sem precedentes. Podem investir o tempo que quiserem em cada lição, embora tenham de as 14


fazer do princípio ao fim. Quando conheci este livro já sabia desenhar, já tinha alguma produção artística de relevo, porém, com ele aprendi a quebrar algumas barreiras, que tinha dentro de mim, e ver as coisas de outra forma, o que me deu uma confiança extra, que nunca mais me deixou. Para além disso, é bastante divertido.

Podem saltar a introdução e começar logo nos exercícios. No entanto, aconselho a lerem com atenção o capítulo “Desenhos de crianças”. Não são precisos mais materiais do que aqueles que temos por casa e podem, ainda, consultar os vídeos que a autora tem no Youtube. Recomendo vivamente. Agora é só pegar no lápis e começar a rabiscar. Força! 15


VIAGEM GRÁFICA

Percurso entre os pueblos blancos da Andaluzia

Por

Tomás Reis

O Verão aproxima-se, com o tão esperado regresso à normalidade. Para quem viaja por terra, surpresa, não é preciso teste Covid. As fronteiras peninsulares voltaram a ser tão fáceis como antes, com o carro a entrar no país vizinho, sem impedimento. Talvez seja o momento certo para redescobrir a riqueza cultural e natural à nossa volta. Basta perceber as afinidades do Alentejo e do Algarve com a Andaluzia, a herança islâmica à flor da pele, a paisagem de montado ou as serras onde se esconde o verdeclorofila, e de onde correm as águas. É um mundo muito mais vasto do que se imagina, e tão próximo que não pode permanecer desconhecido.

Para ver uma cidade encravada entre as águas do Atlântico e a cultura mediterrânica, embora totalmente diferente das cidades portuguesas, vale a pena ir a Cádiz. É surpreendente que numa cidade com 3000 anos, a maioria dos edifícios que se podem ver, sejam dos últimos quatro séculos, com características que lembram cidades no Novo Mundo. À volta, vê-se o labirinto de portos e sapais da Baía de Cádiz. 16


Numa ponte suspensa chega-se ao centro, rodeado pelo mar de quase todos os lados. Fazendo a pé as ruas da frente marítima, encontram-se jardins de cedros e magníficas árvores centenárias a enquadrar a vista de mar. De Cádiz saímos, rumo ao sul, até ver Marrocos ao longe. É em Tarifa que, literalmente, se pode tocar nas águas do Atlântico e do Mediterrâneo,

estrangeiro. A estrada ondula entre pinheiros e sobreiros, até nos depararmos com um sonho andaluz no alto do monte. É Medina Sidónia, com o castelo mourisco a lançar vistas largas sobre a costa atlântica. As ruínas nostálgicas da igreja renascentista inacabada, ou a silhueta do arco da muralha em ferradura, transportam-nos para um mundo sonhado, irreal. O pueblo blanco que se segue é mais conhecido e, para muitos visitantes, o começo da roda das aldeias. E percebe-

-se porquê: é o casario da cidade antiga a desafiar uma escarpa, ou peña, suspensas largas dezenas de metros sobre as águas serenas do rio Guadalete. A peña, tão abrupta, torna-se quase invisível para quem a vê dos pátios e dos miradouros, mais parecendo que a cidade histórica simplesmente flutua sobre as planuras. Seguindo para nascente, a estrada salta, primeiro entre campos dourados, depois entre montes cada vez mais altos. Mas as escarpas, que primeiro parecem pitorescas, revelam um verdadeiro

lado a lado. Ali percebe-se como em Portugal, Espanha ou Marrocos, a costa atlântica é marcada pelo clima e pelas influências culturais mediterrânicas. De Tarifa partimos finalmente à descoberta das aldeias brancas, tão desconhecidas pelo visitante 17


VIAGEM GRÁFICA

Percurso entre os pueblos blancos da Andaluzia

Por

Tomás Reis

segredo: são formas calcárias que fazem a estrada subir, até ultrapassar os mil metros de altitude. Para maior surpresa, a erva é cada vez mais verde, sempre a desafiar o estio. Pela portela de Boyar caminhamos: os prados são verdes, correm gamos pelas encostas. Subindo um penedo, vêse o contraste entre a frescura da altitude e, ao longe, a desolação do estio andaluz. Mais abaixo, chega-se a Grazalema, uma aldeia branca visivelmente marcada pela altitude. As casas escondem-se na sombra dos penhascos que dão sombra e frescura, a mais de 700 metros acima do nível do mar. Nas encostas crescem pinheiros, mas também crescem abetos - pinsapo, como são designados, a mostrar que, depois do verão prolongado, o inverno não dá tréguas, com chuva quase constante. Naquela que é uma das regiões mais chuvosas da península, arranjam-se os telhados contra as intempéries. Na chegada à aldeia, vêm-se as casas de cima, e que beleza ver

todas as casas com a mesma telha de canudo, naquele conjunto urbano tão coerente, tão irreal. Lá em baixo, ruas imaculadamente brancas, mais brancas que nunca, sorriem para os montes, num claro desafio à solidão. E a praça principal, não se chamasse Plaza de España, convida a ficar numa mesa de esplanada e ver o sol fintar as escarpas. De Grazalema descem-se os montes, e subitamente tudo muda, passando as escarpas da Garganta Verde. A floresta de altitude deu lugar aos olivais sem fim, ainda pontuados por escarpas com castelos lendários. Ou não fosse preciso uma determinação imensa para ali construir as torres. Brevemente visitamos Zahara de la Sierra e Olvera, duas aldeias que se miram frente a frente, nos dois lados do vale. São, literalmente, aldeias de escarpa, Zahara mais proporcionada, Olvera dominada pela sombra da igreja, tão grande que ombreia o castelo do cimo da escarpa. Mas aquelas serranias, entre montes de frescura e vales secos de olival, parecem não ter fim. Estas serras eram pasto para bandoleros, salteadores que escondiam 18


canyon, e também a forma como várias gerações moldaram a água, das muralhas que protegem o rio lá em baixo, às minas para a captar, às levadas quase suspensas na escarpa. E também surpreendem, claro, as pontes de várias épocas. A ponte nova, imagem-postal da cidade, só foi acabada na segunda tentativa; na primeira houvera um desabamento que custara dezenas de vidas. O que se vê agora é totalmente diferente. Janelas de festa, frescura durante o dia e luz quente durante a noite, olham o vale do alto da escarpa. É uma vertigem que o tempo serenou. Mas não fiquemos só pelas tapas à volta da famosa ponte, ou da elegante praça de touros. A cidade tem muito para descobrir, nas cinturas de muralhas feitas não para deter invasores, mas para impedir os locais de cair escarpa

o resultado das pilhagens. Para quem não conhece a serra, há sempre surpresas, porque as formas calcárias não se esgotam. Veja-se a aldeia próxima de Setenil de las Bodegas, um vale escarpado onde as casas foram construídas em grutas. O ambiente festivo das tapas também trepida entre as grutas, com sombra garantida nas horas de maior calor. Rapidamente se chega a Ronda, um vale de frescura, que sem grande dificuldade viu nascer uma cidade sonhada. Descobrem-se miradouros voltados para a escarpa, percebese como um lugar tão inacessível é também tão irresistível. Lá em baixo cantam as águas do rio Guadalhorce, e pelas mesmas escarpas trepa uma vegetação refrescante. Impressiona a forma caprichosa como a água moldou a rocha, naquele autêntico 19


VIAGEM GRÁFICA

Percurso entre os pueblos blancos da Andaluzia

Por

Tomás Reis

abaixo. Há palácios com pátios de vários gostos e ruas sinuosas que conduzem ao rio. O palácio do Rey Moro recolhia a água no rio, numa mina de água repleta de frestas que também trazem luz às profundezas. E os banhos árabes também trazem a luz do zénite, num ambiente imersivo que tudo faz esquecer. Das pontes de Ronda - há outra bem mais antiga, bem lá em baixo - vêmse os montes à volta, com a aspereza das formas minerais esbatida pelo azul da distância. Escreveu o poeta Ibn Jafaya, no distante século XI, sobre o sul da nossa península,

Ó habitantes do Al-Andalus, Que felicidade a vossa, ter água, sombra, rios e árvores! Não há jardim do Paraíso, além das vossas moradas. Se tivesse de escolher, com este ficaria. Não penseis que amanhã entrareis no Inferno; Não se entra no Inferno depois de se ter vivido no Paraíso! Percebe-se que, quem tenha passado por estas terras, se tenha afeiçoado à ideia de paraíso andaluz. Um paraíso onde cada um encontra o seu recanto, e descobre um mundo que também é seu.

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ENCONTRO NACIONAL - SÃO MIGUEL - AÇORES

Em 2021, assinala-se, entre 1 e 3 de outubro, mais um Encontro Nacional de Urban Sketchers. Desta vez, na ilha de São Miguel, Açores. Um encontro que celebra, através do desenho, a ligação entre os sketchers de todo o país, mas que também convida a uma experiência única e criativa. Conversas, exposições e workshops em torno de diários gráficos, atividades amplificadas pela sinergia da ilha e das gentes que a habita. Neste contexto, espera-se um movimento pluridisciplinar entre artistas, comércio, associações, municípios, governo, entre todos os que dão corpo à nossa cultura.

< Informação sobre o evento > < Formulário de inscrição > < Candidaturas a 4 bolsas GO SKETCH >

(Verifiquem as regras - Candidatitas às bolsas até dia 15 de Agosto 2021) 21


ENCONTRO Por

Covilhã

Vários autores

Uma frase de cada um*

direcção a uma montanha: seguimos pela auto-estrada antecipando sombras e bebidas geladas. 11 horas na Covilhã a hora do rei cabeçudo D Luís a ser desenhado por mim e por mister Vicente Sardinha na esplanada da Estrela nevada. Depois da reunião com o grupo, fui pela rua Comendador Santos Melo, onde andorinhas gigantes

Arranca o autocarro para a Covilhã. Retomo caras familiares que a pandemia tinha afastado. Reato conversas interrompidas enquanto o autocarro ronca avidamente pela autoestrada. São dias quentes, os de Julho, mesmo quando, como agora, vamos em 22


Carlos Mendes

João Pereira

voam nas paredes e outras pequenas longe no céu. Esta cidade tem a arte no seu coração e é nesse espírito que viemos participar com o nosso olhar. Já viu a ementa?!” o calor da tarde que começa é intenso, a Covilhã dá ares de mansidão mas parte dos blocos já se espalharam pelas esquinas, dedos movendo-se como penas com salpicos de aguarela... “Ainda não” sobre a mesa estão apresentações, dicas, experiências, ideias, conceitos, histórias de outros encontros de que não fiz parte, ainda há tempo... A uns passos da porta, um banco da praça à sombra me espera, o meu bloco sabe que sou lenta com o lápis e amiga da borracha, para os pôr de lado, vim ao encontro dos urban sketchers. Com a barriga satisfeita, comecei a vaguear pelas ruas da Covilhã para encontrar um lugar à sombra, estava

um calor infernal, e este tinha que ter a melhor e mais bela perspectiva para iniciar o meu caderno diário, enfim coisas de principiante!! Quando chegamos à Covilhã deliciei-me com uma açorda de marisco, que me deu inspiração para as 15h dar início à sessão de desenho da tarde. Entre pedras muito usadas, tinha uma ovelha monumental, quase imersiva, com azuis bebé e amarelo cádmio, que berrava mé-mé, na parede da igreja, era na rua mais movimentada da Covilhã, que o diga quem lá estava. Eu e outro sketcher fizemos desenhos em conjunto. Um começava durante 5 minutos e o outro continuava outros 5. Ao fim de meia hora o desenho era uma maluquice inspirada na rica topografia e arquitectura do local. “Na rua estreita, sentado de costas para o miradouro e com lápis de cor na mão, oiço lá do 23


ENCONTRO Por

Covilhã

Vários autores

fundo o testar do som. Hoje há concerto, há espetáculos, há desenho!”. A caminhar com amigos que parecem de longa data, mas que conheci apenas a semana passada, para um merecido jantar. Amar sábado pelas vinte repasto dos sketching Covilhã no encontro 53º USKP Norte desenhos aguarelados da paisagem urbana arte pública e industrial da sui generis cidade Covilhã delineados por um carácter agitado ora sereno curioso íntegro afável aliado da natureza no universo do ser. Contemplando a dança infinita de dois seres num movimento

eterno da simplicidade do ser e da plenitude, abraçando a equanimidade e num gesto entre o olhar e a mão testemunhamos essa perfeição na ação eliminando a dualidade numa subtileza tornamo-nos uno. Aquele Anjo veio ter comigo. Em azulejo, o azul-cobalto sobressaía na noite quando passeando ouvi música portuguesa. Aproximando-me, lá estava na Igreja de Santa Maria Maior, o Anjo com as asas presas no rigor do desenho. No dia seguinte pintei o Anjo no meu caderno. Regresso ao Hotel, percorro ruas, largos e escadinhas da cidade.

Paulo Neto

Tubafrom

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cião aqui e ali.... Levanto-me a meio da noite, procuro uma garrafa de água. A chanfana e o vinho das beiras fizeramme sede. Estou em Vila Nova de Poiares. Já tinha saudades desta tribo. Novo capítulo dos desenhadores urbanos, já amanhã... atacamos um rebanho lá em cima, no Carvalho. Viro-me para outro lado. Adormeço. Volto-me na cama. Estou com dificuldades em dormir com a excitação de estar finalmente de volta a um encontro de USK, mais de um ano depois. Acho que vou sonhar com as cabras do senhor Álvaro… Acordo virado para a serra, neste quarto de hotel na Covilhã e revejo os desenhos do dia: ruas que sobem, igrejas, pessoas que falam. Covilhã que não conhecia, linda para guardar no meu diário gráfico... do centro “guardei” algumas. Depois a descida para o museu, os teares, máquinas e outras ferramentas para trabalhar a lã, muito para guardar e difícil a escolha. o mais difícil foi subir aquilo tudo como sofri. Dever cumprido, valeu a pena e que grande aventura! Na varanda do Hotel desenho a rua vazia por baixo. O desenho está deserto. O sol já começa a queimar, vou acordar o meu amor para ir tomar o pequeno almoço. Acordada já há algumas horas e ansiosa para começar o dia, preparo o caderno, os lápis e as canetas para continuar a desenhar. Pequeno almoço tomado, bagagem arrumada no autocarro, caminho na direção da Praça do Município para tomar um café; é já dali a pouco a visita ao Museu dos Lanifícios; penso como será desenhar naquele ambiente que imagino ser de suor e muito trabalho de um povo tecelão e laborioso. Olhava para as pessoas a observarem com curiosidade aquele que um dia

Linhas de realidade e sonho, partindo dos lápis e pincéis dos URBANS, repousam nos cadernos. Levo a beleza e os sons do Circo. Uma noite a lembrar já a libertação das grilhetas da pandemia. Naquele momento pensei que poderíamos ser infinitos como a música. A noite decantava a lua e a música era a bembonda. A criatura cantava e eu batia o pé. Tava com a barriga cheia de sopa, bacalhau, vinho e a pensar em como desenhar os relicários do Museu de Arte Sacra. Há uma hora que eu vagueava numa Covilhã inundada de edifícios futuristas e máquinas voadoras, tubos e mais tubos ligados ao Universo e a coisa nenhuma. Sentado numa piroga de lã eu ia rabiscando uma vida artificial a preto, cinza e amarelo num bloco de aguarela que se perdia no infinito. De vez em quando um toque de azul

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ENCONTRO Por

Covilhã

Vários autores

foi o furor dos céus. Para uns, o alento, para outros, o tormento. Estava com a Leonor, e ela explicava-me como se fazia a lã. Onde o antigo encontra o novo, seja na manifestação física como na cultural. A memória dos costumes de ontem é celebrada hoje e enaltecida por uma simbiose de pedra, betão, ferro e madeira que nos conduz a um recanto de sossego, sombra, calor e chá fresco. Este é espaço exterior do museu dos lanifícios que serve como palco para a expressão artística de alguns, e eu, fiz questão de o capturar com água, cor e caneta. Um desenho à mesa na hora de almoço, acompanhado das saborosas iguarias tradicionais da Covilhã, e com a vista aberta sobre a desafogada praça do município da janela do Montiel, como uma aguarela enquadrada a pedir para ser expressa no papel. Calcorreio a Covilhã em busca de inspiração. Um motivo diferente, desafiante, histórico e belo. Fito o campanário da igreja de Nª Srª da Conceição. Uma perspectiva ousada, difícil talvez demais para mim. Ao segundo dia as linhas saem mais fluidas e sentidas... Já é tarde, apressome a acabar. Parece que um sino, por cima de mim, tocou cinco vezes para eu terminar o desenho, guardar a caneta no estojo, o caderno na mochila e ir até à praça tirar uma fotografia com os meus colegas. O sol anuncia o entardecer e,

se ainda restam dúvidas, o autocarro das dezoito, que recolhe os últimos passageiros, diz-me que é hora de parar. O meu desenho há-de alongar-se para lá do tempo daquela tarde e a cidade (talvez nunca suspeite) passou a viver em mim. Dirigindo de volta para casa, na estrada, noto que outro fim de semana se passou. No meu desenho experimentei uma nova cidade, uma nova paisagem, novas pessoas. Regresso a Campanhã. A cadeira que percorrera as ruas e calçadas da Covilhã fica para trás. De cabeça preenchida e mãos completas (pensei que havia perdido a mão). Penso: teria ficado muito tempo. Preciso sempre de sentir o lugar. Tantas perspectivas. E a visão noturna? Deambulei de caneta. 613. alinho canetas, pincéis e tintas sobre a mesa. abro o caderno e escrevo a caneta de bambu «pontos e linha quebrada branca, bem definidos, sobre negro denso, que entendi ser espelho do céu». vista noturna da janela. Covilhã 2021. É domingo e já são 22h, estamos chegando a casa, cansados mas muito contentes pelos 2 dias maravilhosos em Covilhã. Estava tão bem que cantei durante a viagem inteira. Tanto, que meu repertório acabou e comecei a inventar músicas malucas. Às 23:00 de domingo, após chegar a casa, pude refletir como foi extremamente 26


Julie Passos

*) Nota: este texto foi construído pela justaposição de uma frase feita por cada um dos participantes no 51ºEncontro dos UrbanSketchers Portugal Norte, 3/4 de Julho 2021, na Covilhã. Trata-se de uma técnica já usada pelo movimento Dada - o cadavre exquis. Deste modo não tem um autor, tem um conjunto de autores: todos os que participaram no encontro.

prazeroso conhecer a bela cidade da Covilhã e compartilhar esse momento com ótimas pessoas. Aguardo ansiosamente o próximo encontro!

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H Por

ABCDIÁRIO

João Tiago Fernandes

Depois de um curto hiato, regressamos agora aos meus anos do secundário. Toda a gente me avisava que os professores ali eram “bué rigorosos” e “baita exigentes” — tinha passado o verão a aprender a gíria da malta do liceu e já tudo era “alta-cena!” pr’aqui e “bota-gel!” pr’ali. “Butes” ouvir uma história…!? Era o primeiro dia de aulas do 10.º ano, tínhamos todos trocado de escola e ninguém na turma sabia onde era a sala 15. “É no 3.º piso!” - tinha descoberto um colega mais perguntadeiro. E toca de nos colocarmos cada um num canto à espera do professor. Este, vinha logo atrás de nós e nem nos deixa esperar. Logo nos ultrapassa (snap) em direção à porta (snap) a estalar os dedos. Tão repentina foi a cena e tão confiante entrara ele sala adentro que ninguém mostrou coragem de o seguir. Foi preciso regressar ele à porta, bigode preto e farto debaixo dos óculos sobre o nariz rubicundo: “Então, entram ou quê?”

[1] Representação de cavalo, em Lascaux (como tão carinhosamente ele lhes chamava) por todo o lado, os kouroi da Grécia Antiga, os olhos amêndoa bizantinos ou o pantocrator paleoCristão. A História da Arte seria uma das minhas cadeiras favoritas e, de quando em vez, lá me lembro do s’tor Matias a calcorrear o corredor da escola (snap) a estalar os dedos. Sem pretender ser exaustivo, permitam-me referir alguns momentos (alguns -ismos, talvez?) que sinto serem oportunos à nossa prática: o desenho à vista. - Para mim, os campeões da observação sempre foram os homens

Letra H — História E assim começava uma bela descoberta sobre a arte rupestre dos primeiros hominídeos que espalhavam “faustos” 28


primitivos que, nas suas pinturas rupestres[1], conseguiram perceber que os cavalos levantam todas as patas do chão quando correm. Tal só viria a ser provado em finais do séc. XIX, por Eadweard Muybridge[2], recorrendo ao uso de múltiplas máquinas fotográficas como resposta a uma aposta de um magnata (quase parece retirado de um conto de Jules Verne). - Milénios depois vamos encontrar outro mestre da observação em Albrecht Dürer que, com a sua máquina da perspetiva[3], aproximava o desenho da ciência. Claro está, ainda no Renascimento estamos habituados a pensar em Michelangelo, que tentava libertar as formas humanas presas no mármore, ou Leonardo da Vinci, que tentava aprisionar todas as suas ideias no papel. - Séculos depois, em contraste com a Idade das Trevas, deparamonos com o Iluminismo (Idade das Luzes) e o seu desejo de desvendar todos os mistérios da Natureza. As ciências vivem aí o seu renascimento — disciplinas como a arqueologia e a biologia começam a definir-se, e a observação e categorização de tudo e mais alguma coisa acabam por exponenciar a emergência do

[2] The Horse in Motion, Muybridge, 1878 desenho de campo. Surgem os primeiros desenhos de observação das ruínas do Egipto, a mando de Napoleão, ou complexas estampas de animais exóticos de além-mar[4]. - Tal vem a culminar no Naturalismo, onde encontraremos John Constable a esboçar as suas paisagens ao ar livre mas, ao contrário da pintura en plein air de Turner, Constable regressaria sempre ao seu atelier para finalizar as suas obras. Ou seja, sublinha-se a prática do esboço enquanto exploração de um motivo e não enquanto trabalho per se. - Mas com a revolução industrial a população afasta-se da natureza e o Realismo vem dar-nos conta disso

[3] Máquina de perspectiva, Dürer, c. 1525

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ABCDIÁRIO

João Tiago Fernandes

ritmo e o movimento das máquinas das fábricas, o burburinho das cidades, a velocidade estonteante dos primeiros automóveis (15 km/h - WOW). - O mundo urbano sofre uma revolução e imensas cidades são construídas a favor dos automóveis que se multiplicam como baratas. Hoje lá começamos a ver ciclovias e zonas pedonais a surgir um pouco por toda a parte. Mas falta ainda devolver a cidade às pessoas — mais motivos para nos juntarmos de lápis na mão, hein?

mesmo: a crescente industrialização das cidades, o cansaço e a apatia dos trabalhadores, os fumos escuros das manufaturas e dos comboios. (Relembro Daumier e Degas, na imagem 1 da letra C. Comboios, na agenda de Novembro de 2020.) - A invenção da fotografia permitiria a artistas como Degas encontrar pontos de vista pouco usuais na pintura e, uma vez que agora conseguiam mostrar o mundo, uma fotografia de cada vez, a pintura teve que se reinventar e as vanguardas experimentais ganham terreno. O diário gráfico começava a assumir-se como o companheiro omnipresente de todo o aspirante a artista. - Outra invenção que viria arrebatar o mundo citadino foi o automóvel, e os futuristas de inícios do séc. XX vêm sublinhar a ideia de progresso: o

Muito ficou ainda por dizer, mas talvez nos ajude olhar para trás para percebermos que herança nos foi deixada e continuarmos a tentar sair da nossa zona de conforto e riscar no papel.

[4] Saída de campo nas Berlengas, Helena Geraldes, 2007 30


Por

DICAS 1, 2, 3

Marilisa Mesquita

Os espaços verdes, já antes apetecíveis, tornaram-se nesta nova realidade, um dos locais de preferência para desanuviar, até porque nos vimos privados de jardins e parques durante meses, especialmente no meio urbano. A Natureza tem efeitos benéficos para o nosso bem-estar e, por isso, convido-vos a fazer uma pausa num jardim / parque / mata e a um momento de contemplação das árvores e da vegetação. Não se esqueçam do caderno para que a experiência seja ainda mais completa e mergulhem na imensidão verde. Mas para não ficarem fora de pé, aqui fica uma proposta com uma das formas como resolvo a complexidade dos verdes com que muitas vezes nos deparamos. Um mergulho nos verdes

#1 - Com aguarela criar uma mancha verde, de forma despreocupada, para definir as formas gerais (adicionei gradualmente azul ao amarelo, e depois magenta para os tons mais escuros).

#2 - Com lápis de cor, aguareláveis ou não, adicionar os vários elementos e definir os diferentes tipos de vegetação, com recurso à linha e à mancha e utilizar vários tons de verde.

#3 - Depois de desenhar os troncos e os ramos das árvores e, para criar mais contraste e profundidade, utilizar lápis vermelho e preto para definir as zonas mais escuras.

Experimentem e partilhem. Técnicas, truques, efeitos. Querem partilhar? Enviem para uskp.actividades@gmail.com Mandem-nos uma introdução (máximo 450 caracteres) + título da dica + 3 imagens dos desenhos e indicação dos materiais usados. 31


GRUPOS LESK – Leiria Urban Sketchers

O grupo de Urban Sketchers de Leiria (LESK – Leiria Urban Sketchers) foi criado em Dezembro do ano 2017, por sugestão do Armando Baldaia num dos encontros grupo Posk realizados no Porto, constatada a inexistência de um grupo deste teor na cidade de Leiria.

Por

Leonor Lourenço

Assim se realizou, em época natalícia, o primeiro encontro do grupo, que contou com a participação de vários leirienses, mas também de elementos de outros pontos do país que, num gesto tão característico deste movimento, vieram dar apoio ao novo grupo que se estava a criar. 32


Leiria vivia o Natal e toda a cidade foi motivo a explorar/desenhar. O dia estava chuvoso, mas tal como em relação aos casamentos, acreditámos que “encontro regado seria encontro abençoado” e não desistimos. E, na verdade, conseguimos ao longo destes quase quatro anos realizar vários eventos, num total de 36, aumentar o número de inscritos na nossa página do FB, que conta até ao momento com 587 inscritos. Alguns encontros terão sido mais marcantes, mas em todos se pretende cumprir com o Manifesto dos Urban Sketchers, de que faz parte, também, o espírito de alegria, boa disposição e por vezes, fuga ao trivial. O dinamismo deste grupo e o espírito de equipa têm resultado em momentos inesquecíveis, tais como a participação no festival gótico “Desenhar o Extramuralhas”, em que os sketchers foram convidados e aceitaram o desafio de se apresentarem vestidos à góticos e a desenhar os seus diversos concertos, “Leiria sobre Rodas” 33

Ismael Gomes

Leonor Lourenço


GRUPOS LESK – Leiria Urban Sketchers

Por

Leonor Lourenço

José Carlos

evento com grande destaque no nosso país, a Feira medieval de Aljubarrota entre outros. Ainda o convite por parte do Orfeão de Leiria para desenhar os ensaios para o bailado de Olga Roriz, “A meio da Noite”, que muito nos honrou, bem como o convite da Câmara Municipal de Leiria para a Gala do Desporto, em que tivemos a oportunidade de desenhar as atividades de várias atividades desportivas, de que são exemplo natação, boxe, patinagem, Kendo, xadrez, basquetebol sobre rodas e outras que resultaria numa exposição no teatro José lúcio da Silva e mais tarde na piscina municipal de Leiria. Momento também muito gratificante foi o aniversário do Lesk em que tivemos o privilégio de ter tido a primeira, e única até ao momento, exposição nas letras da cidade. Porém, todo o nosso percurso tem sido beneficiado pelo convívio com outros grupos regionais e dos Urban Sketchers de Portugal (USKP), pela colaboração com “A(riscar) o

Património”, em que destacámos as obras de Ernesto Korrodi e o legado de Eça de Queiroz na nossa cidade. Também merece destaque o contributo de diferentes formadores têm dado ao grupo Lesk, tais como a Ana Luíza Frazão, o João Albergaria e o Paulo Mendes, que dinamizaram oficinas inesquecíveis, ajudaram-nos a observar de outra forma o que nos rodeia e a desenhá-lo saindo da nossa zona de conforto. Acima de tudo, é de realçar a dinâmica de grupo e a sempre presente boa disposição nos diversos encontros, o que nos leva a querer continuar este percurso, não dar descanso aos materiais de desenho e pintura e a desejar sempre momentos desafiantes.

www.facebook.com/groups/132786837354011 (lesksketchers@gmail.com) 34


Todos os últimos sábados do mês

Dois sketchers convidados no nosso canal de YouTube

Edições disponíveis online Cliquem sobre as imagens para verem

Regressamos depois do Verão

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AGENDA agosto 2021

ENCONTROS

toda a informação actualizada em USkP ENCONTROS

21 AGOSTO | VAMOS DESENHAR COM... MANUELA ROSA 9h30 - 12h30 - Museu Bordalo Pinheiro, Campo Grande - Lisboa Org. USkP + Museu Bordalo Pinheiro 4 SETEMBRO | HOMENAGEM AO EDUARDO SALAVISA Jardim Marcelino Mesquita (Jardim das Amoreiras) em Lisboa A partir das 11h - Apresentação de escultura + Encontro de sketchers Convidamos todos a estarem presentes e a levaram um desenho porque iremos fazer um sorteio. Quem levar um desenho, terá direito a outro em troca. Org. USkP

EXPOSIÇÕES

toda a informação actualizada em USKP EXPOSIÇÕES

DESENHO EM CADERNOS E FOTOGRAFIA - Grupo do Risco Museu Nacional de História Natural e da Ciência Até 14 de Março de 2022 Org. GdoR/LxVerde PONTA DELGADA SOB UM OLHAR URBANO De Paulo Brilhante De 16 de Julho a 30 de Setembro de 2021 - Centro Cultural de Santo António De segunda a sexta feira, das 08h30 - 12h30 e 13h30 - 16h30 Org. C.M. de Ponta Delgada EXPOSIÇÃO | URBANSKETCHERS DE ERMESINDE Fórum Cultural de Ermesinde De 13 de Julho a 12 de Setembro de 2021 Org. USkP Norte + CM Valongo

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OFICINAS SINGULARES

todas as edições em YouTube UrbanSketchers Açores

À CONVERSA COM CELESTE VAZ FERREIRA- Sessão #14 Facebook USK Açores - 14 de Agosto, 10h Açores / 11h Continente Org. USK Açores

CONVERSAS VIRTUAIS

todas as edições em YouTube Urban Sketchers Portugal

CONVERSAS VIRTUAIS REGRESSAM DEPOIS DO VERÃO

Comuniquem-nos actividades relacionadas com sketching para o e-mail uskp.actividades@gmail.com

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USkP ASSOCIAÇÃO Urban Sketchers Portugal

urbansketchers-portugal.blogspot.pt Instagram: @urbansketchersportugal YouTube: urbansketchersportugal Facebook: urbansketchersportugal

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