AGENDA
Dezembro 2021
Desenho vencedor do Tema do Mês: Fernanda Fernandes
urbansketchers-portugal.blogspot.pt
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AGENDA
Dezembro 2021
Desenho vencedor do Tema do Mês: Fernanda Fernandes
ENTREVISTA
Marcelo de Deus por Leonor Lourenço
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LIVRO
World Sketching Tour - Europa por Bruno Vieira
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VIAGEM GRÁFICA
Até Trás-os-Montes e voltar por Joaquim Espadaneira Equipa de produção: Abnose, André Baptista, Carlos Matos, Henrique Vogado, Isa Silva, Leonor Lourenço, Manuel Tavares, Rosário Félix, Vicente Sardinha Contributos e Desenhos: Bruno Vieira, Fernanda Fernandes, Isa Silva, Joaquim Espadaneira, Leonor Lourenço, Marcelo de Deus, Pedro Cabral, Pedro Matias, Vera Bettencourt Design e paginação: Isa Silva Revisão: Manuel Tavares Copyright: Urban Sketchers Portugal www.urbansketchersportugal.blogspot.pt Sugestões e contacto: uskp.actividades@gmail.com
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SKETCHING SOLIDÁRIO Integração pelo desenho por Vera Bettencourt
DICAS 1, 2, 3
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por Pedro Cabral
ENCONTRO
Museu de Presidência e Jardins do Palácio de Belém por Isa Silva, Pedro Matias
AGENDA
Encontros, Formações, Exposições 2
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E D I T O R I A L Olá a todos. E de repente, chegámos ao fim do ano. Um ano exigente mas que já nos proporcionou alguns momentos de normalidade. Foram feitos vários encontros e actividades em várias zonas do país e tivemos dois grandes encontros nacionais. O ano de 2022 promete novidades e desafios e uma vontade de não perder o ânimo apesar desta montanha russa de cuidados e regras que o Covid já nos habituou nos últimos 2 anos. Estamos e estaremos juntos, unidos pelo prazer de desenhar. Desejamos a todos, Boas Festas e que o ano de 2022 vos traga bons momentos. Temos um novo TEMA DO MÊS: Desenhar salas e cozinhas. O desenho com mais comentários no blog, será a capa da Agenda de Janeiro. Não se esqueçam de passar pelo blog para mostrarem os vossos desenhos, deixarem comentários e participarem no Tema do Mês. Inspirem-se, relaxem e desenhem muito! Direcção dos USkP
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ENTREVISTA Marcelo de Deus
Por
Leonor Lourenço
Marcelo de Deus como descobriste este movimento e o que mais valorizas nos Urban Sketchers? Descobri os USK através de um workshop realizado pelo Eduardo Salavisa no Mosteiro de Tibães, Braga. Foi uma prenda de natal de 2013, salvo erro, que havia de mudar a minha vida. O que mais valorizo neste movimento/ comunidade: o incentivo dado a quem chega de novo, o entusiasmo com que se recebe quem decide experimentar, o carácter informal dos encontros, a partilha desinteressada de experiências. Tens uma conta no Instagram onde te denominas como “daily sketcher” Aplicas realmente esta prática diária? Sim, pelo menos tento. Raro é o dia em que não desenho qualquer coisa. Falta algo quando não o consigo fazer. Há dias em que me refugio, quase me escondo para desenhar, e assim salvo um dia mau de trabalho.
A que grupo te costumas juntar com mais frequência? E que motivos mais gostas de desenhar? Há algum que te deixe com maior desconforto? Costumo juntar-me mais ao grupo do Norte, porque sou de Viana do Castelo, mas sempre que posso, junto4
desenho de Lapin
-me a iniciativas de outros grupos, noutras cidades. Fui convidado para formar um grupo do Minho, pela Doris, que se juntou recentemente a nós, o que aceitei prontamente. Tencionámos criar um grupo muito activo. Haverão novidades em breve. Gosto especialmente de desenhar casas velhas e abandonadas...encontro um certo charme nessa decadência, imagino as vivências a que assistiram outrora, decido assim imortalizálas. Pessoas é mesmo o que menos me dava prazer desenhar. Sofria
muito ao fazê-lo... com o tempo venho aprendendo que há um truque para o fazer com mais gosto e melhores resultados: treinar. És fiel a determinados materiais ou gostas de varia? Quais são as tuas preferências? Desenho sempre com caneta. Pinto invariavelmente com aguarela. Por 5
ENTREVISTA Marcelo de Deus
vezes experimento uns marcadores copic, mas essencialmente aguarela, pois sinto que quanto mais conheço este material e esta técnica, mais percebo das suas infinitas possibilidades. Que dirias a quem quer juntar-se a um grupo de sketchers mas se sente inibido? Mostro sempre o meu exemplo... digo sempre que nunca desenhei até aos 40 anos, cito o Eduardo quando me viu pela primeira vez numa sala entre arquitectos, designers e ilustradores: és mesmo tu que me interessas... não estás corrompido pela escola, pela técnica, pelo
resultado final... experimenta pegar na caneta mais acima, ou com a mão esquerda, ou desenha sem olhar... e no fim pinta apressadamente e guarda num caderno, como se numa caixinha de memórias, em que foste capaz de reter o tempo, de fixar aquele momento... arrisca. Começa por comprar um caderninho à Laloran. Um desenho de cada vez, em que o resultado é sempre o que menos interessa. Das tuas viagens como urban sketcher o que mais te ficou na memória quer seja pela beleza do local, quer seja pela companhia, quer seja pelo programa? É uma pergunta de resposta muito difícil, tantas as conversas que o desenho in loco suscita sempre. Um dia, num restaurante em Serpa não consegui conter as lágrimas quando um grupo de cante alentejano me dedicou uma música, em troca do desenho que eu fizera da igreja. Poderia destacar também um dia em que o Mário Linhares me veio entregar em mão um caderno para que eu não partisse de férias sem ter onde
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desenhar, falar do prazer de passar a privar como pessoas com o talento e a simpatia, cujos nomes não refiro para não deixar outros de fora. Relembro encontros no Museu Bordalo Pinheiro, e a fantástica comemoração dos 10 anos dos USK. Porém, as memórias da jornada que constituiu o projecto Desenhos do Alto Minho, que tive o privilégio de organizar com o Eduardo, pelos 10 concelhos de Viana, traduzida num livro, ficam-me para a vida. Que momento foi mais marcante para ti? A viagem de comboio de regresso a Viana, com o livro de retratos do Eduardo Memórias Imperfeitas no colo, e a promessa feita de nunca deixar de desenhar. Como seria um dia muito feliz para ti em contexto de urban sketching? Um encontro de USK a acompanhar umas vindimas.
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LIVRO Por
World Sketching Tour Europa
Bruno Vieira
O World Sketching Tour é um projeto de Luis Simões, iniciou-se em 2012 e recentemente editou um livro, o World Sketching Tour – Europa, que descreve o início deste projeto e de uma impressionante viagem que já atravessou em parte, cinco continentes. O livro é sobre a viagem de Luís Simões pela Europa refletida num diário gráfico, onde se vão registando eventos pessoais em viagem, da sua relação com a família, com os amigos e com quem vai encontrando pelo caminho. Começa com uma decisão, com uma viagem de autocaravana com os pais e aos poucos vai-se libertando das programações de viagem ou guias turísticos que normalmente formatam a imagem e as experiências nos locais. É sobre um caminho pessoal, onde se vão encontrando destinos sem os procurar, numa abordagem de ligação ao sítio e às pessoas através do desenho, apelando à descoberta da observação e à exploração baseada no momento, onde a 8
paisagem pode merecer mais ou menos tempo numa página desenhada, pode levar a lugares não planeados ou a situações imprevisíveis. É também um percurso gráfico evolutivo, onde se vão testando variações no processo de desenhar e onde o traço vai ganhando confiança. Este livro é um projeto pessoal importante, além de consistir num dos frutos de um esforço individual intimamente ligado à prática do desenho “in situ” ou urban sketching, faz refletir sobre a coragem de apostar na liberdade e crescimento pessoal, rompendo com a rotina e procurando um projeto de realização pessoal à partida incerto e sem garantias de viabilidade.
É um livro que também traduz a importância do desenho como forma de exploração e ligação com a dinâmica dos lugares, como a observação de um momento temporal numa cidade ou paisagem pode despoletar portas imprevisíveis de acesso a pessoas ou situações. Recomendo. 9
VIAGEM GRÁFICA
Por
Até Trás-os-Montes e voltar
Esta viagem não foi feita para desenhar, tento desenhar sempre que viajo, mas aqui o propósito era outro. Esta viagem nem estava para acontecer, foi fruto das circunstâncias do tempo em que vivemos. Tudo começou com objetivo de mostrar mundo a uma adolescente de 14 anos e o destino já estava pensado: vamos até Berlim! Entretanto uma malfadada pandemia veio alterar os planos… estávamos em agosto de 2020. Agora havia de arranjar solução, teimava (e teimo) em mostrar o mundo aquela jovem (que por acaso é minha filha). O que pode estar tão distante do nosso Alentejo quanto Berlim?... Trás-os-Montes! Fui ao mapa e procurei um lugar afastado de tudo - Vila da Ponte surgiu e passou a ser o nosso destino. A viagem de carro é longa, por isso procurei parar a meio do caminho e marquei duas noites em Penacova. O local foi escolhido ao acaso poucos dias antes da partida quando vi umas imagens da vila num programa de televisão, pareceu-me merecer uma
Joaquim Espadaneira
visita. O tempo em Penacova estava instável com chuviscos frequentes, mesmo assim consegui uma aberta para um passeio na praia fluvial do Reconquinho, nas margens do Mondego. Apesar de estarmos em pleno agosto a meteorologia dúbia deunos uma praia deserta e esta ofereceu-me uma linda vista panorâmica sobre a vila que, lá de cima, espreitava o rio. Com Coimbra ali ao lado seria impossível não visitar. A chuva teimava em nos perseguir e, procurando abrigar-me dela debaixo dos toldos de uma esplanada, aproveitei para desenhar a Torre de 10
Almedina. Uma turista francesa mete conversa, ela também já foi picada pelo bicho do Urban Sketching. Partilhei com ela o meu caderno e fiquei com a sensação que ela logo se arrependeu de não ter trazido o dela. Muita estrada e serra leva-nos até Vila da Ponte, no concelho de Montalegre. Ficámos alojados junto à estrada principal, a aldeia fica a cerca de 500 metros. Umas poucas casas formam aquilo que parece ser o centro da aldeia logo à entrada, depois a parte mais antiga desce em direção ao rio, sem lá chegar. A sensação nesta zona é a de uma aldeia fantasma, não se vê ninguém e o silêncio é absoluto, apenas gatos. No entanto
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VIAGEM GRÁFICA
Por
Até Trás-os-Montes e voltar
Joaquim Espadaneira
dois ou três carros de matricula estrangeira deixam adivinhar o típico regresso dos filhos da terra nesta época, de resto nada! Enquanto desenho apercebo-me, apesar de um sossego quase terrorífico, que a as pessoas ainda habitam aquelas velhas casas de granito, as flores estão cuidadas e consigo ver entre as frestas que os
espigueiros estão cheios. Afinal há gente! Poucas mas simpáticas. Ocasionalmente passa um ou outro habitante que estranha ver-me por ali e timidamente vão espreitando o que estou a fazer. Quando veem que estou a desenhar os rostos denunciam um certo prazer e orgulho, afinal a aldeia deles não está esquecida. Elogiam e continuam o caminho recomendando12
-me uma visita aos moinhos de água, assim o fiz. Entre passeios pelo Parque Natural da Peneda do Gerês e pelas terras das alegadas bruxas pouco desenhei. Antes de regressar uma visita a Chaves, onde encontrámos uma pequena feira de artesanato e antiguidades e de seguida fomos almoçar nas muito bem cuidadas margens do Rio Tâmega, junto à Ponte de Trajano. Almoço, café e desenho. Conduzindo com calma fomos regressando, desta vez parámos em Aveiro para uma noite bem dormida. No dia seguinte aproveitamos as BUGAs, um sistema de bicicletas
coletivas gratuito, para descobrir a cidade. Uma pausa nas pedaladas é aproveitada para um novo registo gráfico. Agora só já nos resta comprar os ovos moles e regressar. Berlim ficará para outro dia…
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SKETCHING SOLIDÁRIO
Por
Integração pelo desenho
Vera Bettencourt
Com Isabel Loureiro e Eduardo Nunes
Em 2009 o Eduardo Salavisa procuroume para divulgar o urban sketching na galeria onde eu dava aulas. O movimento fascinou-me, por corresponder, na minha opinião, a um método completo e eficaz de ensinar desenho. Passei a seguir o grupo, mas não tive coragem de me associar. Tinha demasiada vergonha de desenhar em público e de me vulnerabilizar às críticas. Sempre que oportuno, convidava o Eduardo para ir às minhas aulas apresentar o potencial do urban sketching. Em 2019 comecei a ir para a rua desenhar com o Eduardo e ele convenceu-me, finalmente, a associarme no 10º aniversário dos USkP. Conheci pessoas incríveis, com as quais me senti muito à vontade. A partir dessa altura, devido às críticas construtivas e agradáveis que recebi, o meu desenho e confiança melhoraram imenso. Para além de Artista Plástica, sou Professora de Artes Visuais. No presente ano letivo, fui colocada numa escola pública com grande diversidade de nacionalidades, na qual os profissionais
são extremamente humanos e dedicados, fazendo da escola um lugar acolhedor e agradável. Reparei que alguns percursos de vida dos alunos, condicionam e geram diversas dificuldades na sua aprendizagem. 14
No entanto, a maioria surpreende quando se expressa através do desenho. Por todas estas razões, senti-me no dever de potencializar as suas competências gráficas. Não só para que eles tenham sucesso na disciplina que leciono, Educação Visual, mas, acima de tudo, para que utilizem o desenho como uma ferramenta libertadora, capaz de lhes trazer felicidade. O Eduardo Salavisa já não se encontra entre nós. Por isso, contactei os USkP através da sua Diretora, Isa Silva. Fiquei surpreendida com a quantidade de sketchers que se voluntariaram para vir à escola. Tivemos o prazer de receber a Ana Pato no 8ºA, a Isabel Loureiro e o Eduardo Nunes no 8ºC, o Fernando Correia e o Gilberto Gaspar no 7ºC, a Isa no 9ºA e 9ºB e a Rosário Félix no 9ºB. Saber que estes sketchers, com uma experiência e trabalho excepcionais, se disponibilizaram para vir à escola, trouxe uma sensação de alegria e esperança incríveis. No entanto, quando a hora das visitas se aproximou, senti algum nervosismo e insegurança. Já tinha falado sobre o movimento a todos os alunos e já tínhamos experimentado o urban sketching. Mesmo assim, tive receio de que os alunos não fossem receptivos ou não dessem o devido valor ao que estas pessoas estavam a fazer por nós. Mas os meus receios foram completamente infundamentados. As nossas
Com Ana Pato
Com Fernando Correia e Gilberto Gaspar
Com Isa Silva
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SKETCHING SOLIDÁRIO
Por
Integração pelo desenho
Vera Bettencourt
Com Isa Silva e Rosário Félix
O conceito urban sketching passou a estar presente no vocabulário das nossas aulas como algo que nos é muito familiar a todos. Alguns alunos pretendem, inclusivamente, associar-se ao grupo. Cada aluno, à sua maneira, recebeu esta visita como uma prenda. Recentemente, na última aula antes de regressar ao seu país de origem, pedi ao aluno Luiz do 7ºC que me desenhasse as suas memórias mais felizes da nossa aula de Educação Visual. Sem hesitar, ele desenhou o dia em que os urban sketchers estiveram conosco. Pelo facto desta atividade ter trazido tanto aos nossos alunos, no início do novo ano, depois das férias de Natal, a escola acolhe-los-á com uma exposição dos trabalhos e fotografias resultantes das nossas atividades. Um sincero muito obrigada a todos por este momento excepcional. Sinto imensa gratidão e orgulho por pertencer aos USkP.
turmas são todas muito diferentes, mas, cada uma à sua maneira, acolheu e tirou partido da partilha e da atividade proposta por cada sketcher. O tempo, de 140 minutos das aulas, fluiu e todas estas terminaram com uma sensação de alegria e de satisfação de aprendizagem. Os alunos fascinaram-se com a experiência de vida de cada sketcher, com a sua paixão pelo desenho e com os seus cadernos. A sua postura perante o desenho mudou. Instantaneamente, e provavelmente sem se aperceberem, ficaram todos mais entusiasmados, livres e seguros. A visita dos sketchers foi, sem dúvida, um marco nas suas vidas. Nas aulas seguintes, todos me perguntaram pelo desenhador que lhes tinha dado aula e ficaram frustrados quando lhes respondi o que já sabiam, que tinha sido uma vista apenas. Foi-me inevitável sentir uma pontinha de ciúme. 16
Por
DICAS 1, 2, 3
Pedro Cabral
Como começar um desenho Quando queremos trazer um bocadinho do mundo que está à nossa frente para a folha do caderno e se o objectivo for a interpretação realista, a correcta representação dos tamanhos e posicionamentos das várias partes do que estamos a ver é fundamental. Nesta transposição das três para as duas dimensões há truques que ajudam a manter as relações (tamanhos e posições) das imagens. Um dos métodos que me ajudam frequentemente é o seguinte:
#1 - Quando começo um desenho (urban sketch), o primeiro traço que faço é, geralmente, a linha de horizonte. Para isso tenho que olhar para o modelo e escolher a posição que a linha de horizonte vai ocupar no caderno - normalmente no terço superior ou no terço inferior da folha. Sobre a linha de horizonte marco uma vertical por onde vai começar o desenho. Desenho quase sempre a caneta preta sobre papel branco.
#2 - Vou sempre comparando as distâncias a que cada nova linha fica para cima ou para baixo, para um lado ou para o outro da linha do horizonte e da vertical de início do desenho. Esta comparação ajuda-me a manter as proporções e posicionamentos de cada nova linha do desenho. Ainda com traço fino, desenho o maior parte das linhas definidoras do modelo. Quase todas as canetas de aparo permitem usar pelo menos duas espessuras de traço.
Experimentem e partilhem. 17
#3 - Vem depois o acerto dos volumes e o molho. As primeiras linhas definidoras do desenho ficam sempre lá, embora diluídas no barulho das outras. A última fase é escurecer as sombras, acrescentar texturas e, eventualmente, colorir e dar peso aos traços mais importantes. Consoante o papel que estou usando posso colorir com aguarelas ou lápis de cor, mas isso já é outro tema.
ENCONTRO Museu de Presidência e Jardins do Palácio de Belém
No dia em que o Eduardo Salavisa faria 71 anos, tivemos um grande encontro cheio de participantes vindos de várias partes do país e até várias estreias. Para além dos lisboetas, vieram sketchers de Coimbra, Leiria, Montemor, Ilha Terceira, Torres Novas e Torres Vedras. Celebrámos todos o prazer de desenhar como tanto o Eduardo gostava. O Museu da Presidência e Jardins do Palácio de Belém foram os espaços emblemáticos que proporcionaram um dia em cheio tanto de motivos para desenhar como de simpatia e alegre convívio. Há uns bons meses que andávamos em conversações para que o encontro se realizasse. A ideia inicial seria também incluir o Palácio de Belém mas devido às últimas alterações relativas ao Governo de Portugal, o espaço do Palácio não ficou contemplado porque poderia a qualquer momento ser necessário para reuniões de trabalho. A oportunidade de desenharmos num espaço tão emblemático, exigiunos um pouco de paciência. O fumo branco surgiu a dia 25 de Outubro e logo se começou a tratar do cartaz. Os
Por
Isa Silva Pedro Matias
sketchers já tinham estado a desenhar em Belém há uns anos e pegámos num dos desenhos que o Eduardo fez. Uma pequena homenagem e lembrança que alguém que permanece nos nossos corações. Temos muitas saudades tuas, Eduardo. Apresar de ausente, estarás sempre connosco. Devido ao Covid, havia limitação de inscrições mas entre a modalidade de dia todo, só manhã e só tarde, conseguíamos juntar cerca de 60 pessoas em que 40 estariam em permanência comum. Apesar dos aguaceiros de manhã e do frio à tarde, senti a alegria e 18
Fotos de Pedro Matias
de vários estilos, tamanhos e cores. Resta-me agradecer a todo o pessoal do Museu da Presidência pela simpatia e disponibilidade em nos receberem. Estamos a planear um encontro em 2022 no Palácio da Cidadela em Cascais cuja gestão é feita pelo Museu da Presidência e pelo Palácio de Belém. Vamos aguardar que esta nova vaga do maldito vírus passe. Obrigada a todos!
contentamento no rosto de todos os presentes. Muitos já não se via ao vivo há muito tempo. Foi altura de matar saudades. Para os estreantes, ficou uma grande vontade de repetir e de aparecer em mais encontros. Cá estaremos para os receber! A grande mesa de pedra no final do jardim, mesmo em frente ao palácio, foi o local da partilhas de tantos desenhos 19
ENCONTRO NACIONAL
Isa Silva Pedro Matias
Fotos de Pedro Matias
Museu de Presidência e Jardins do Palácio de Belém
Por
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Fotos de Pedro Matias
Pedro Matias - Museu da Presidência
Estou no Museu da Presidência da República desde 2004, já percorri aqueles jardins milhares e milhares de vezes, ainda assim, continuo a ser surpreendido com os vossos trabalhos. Talvez porque captam a realidade não de uma forma racional, mas emocional. A mesma paisagem replicada tantas vezes pelas máquinas fotográficas dos visitantes é vista por vós de uma forma única, e pelo meio ainda se descobre um novo arbusto, uma flor ou um pequeno detalhe que tinham passado despercebidos. A vinda dos Urban Sketchers ao Museu tem como principal objetivo permitir que os seus participantes possam espreitar a Residência Oficial do Presidente da República e captá-la com os seus olhos. Mas, a verdade é que também permite abrir os olhos da equipa do Museu para novas formas de ver os espaços, e isso é tão importante para quem trabalha com o público.
É sempre com grande alegria que o Museu da Presidência da República abre as suas portas aos Urban Sketchers de Portugal. Já tinham passado alguns anos desde a última iniciativa, mas não demorámos muito a entender o porquê desse evento ter deixado boas memórias e o porquê deste grupo ser um grupo especial. A entrada no Palácio de Belém obriga a um controlo de segurança rigoroso, mas ao contrário da habitual ansiedade e insatisfação, os tempos de espera dos participantes são encarados com a maior das tranquilidades. O tempo para os Urban Sketchers parece correr mais devagar que o habitual. Num tempo em que vivemos constantemente apressados, focados numa próxima atração que nunca nos preenche, invejo a capacidade de aproveitarem a vosso favor os tempos que os comuns mortais apelidam de “mortos”. 21
AGENDA
dezembro 2021
ENCONTROS
toda a informação actualizada em USkP ENCONTROS
18 DEZEMBRO | VAMOS DESENHAR COM... MANUEL TAVARES 10h30 - 13h00 - Museu Bordalo Pinheiro, Campo Grande - Lisboa Org. USkP + Museu Bordalo Pinheiro
FORMAÇÃO
toda a informação actualizada em USkP FORMAÇÕES
GINÁSIO DO GRUPO RISCADO - Sempre às 4º feiras via Zoom - 18h00 -19h30 Formadora: Inma Serrano 1, 8, 15, 22 de Dezembro Informações e inscrição
EXPOSIÇÕES
toda a informação actualizada em USKP EXPOSIÇÕES
DESENHO EM CADERNOS E FOTOGRAFIA - Grupo do Risco Museu Nacional de História Natural e da Ciência Até 14 de Março de 2022 Org. GdoR/LxVerde
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OFICINAS SINGULARES
todas as edições em YouTube UrbanSketchers Açores
À CONVERSA COM CLÁUDIA MESTRE - Sessão #18 Facebook USK Açores - 4 de Dezembro, 10h Açores / 11h Continente Org. USK Açores
CONVERSAS VIRTUAIS
todas as edições em YouTube Urban Sketchers Portugal
CONVERSAS VIRTUAIS BREVEMENTE
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USkP ASSOCIAÇÃO Urban Sketchers Portugal
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