Agenda - Urban Sketchers Portugal - Maio/Junho 2022

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AGENDA

Maio/Junho 2022

Desenho vencedor do Tema do Mês: Paulo J. Mendes

urbansketchers-portugal.blogspot.pt

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AGENDA

Maio/Junho 2022

Desenho vencedor do Tema do Mês: Paulo J. Mendes

ENTREVISTA Julie Passos

por Leonor Lourenço

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VIAGEM GRÁFICA Clermont-Ferrand

por Vicente Sardinha

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LIVRO Equipa de produção: Abnose, Isa Silva, Leonor Lourenço, Manuel Tavares, Rosário Félix, Vicente Sardinha Contributos e Desenhos: António Procópio Clara Marta Conceição Corte-Real Isa Silva Isabel Catarino João Pinto Jorge Antunes Julie Passos Leonor Lourenço Maria José Afonso Miú Omar Fonseca Rosário Félix Rui Queirós Vicente Sardinha Design e paginação: Isa Silva Revisão: Manuel Tavares Copyright: Urban Sketchers Portugal www.urbansketchersportugal.blogspot.pt Sugestões e contacto: uskp.actividades@gmail.com

A perspectiva em urban sketching - Truques e técnicas para desenhistas | Bruno Mollière por António Procópio

DICAS 1, 2, 3

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por Jorge Antunes

HOMENAGEM

Inauguração da obra de homenagem ao Eduardo Salavisa por Isa Silva e Clara Marta

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ENCONTRO

Centésimo Encontro dos Porto Sketchers por Miú

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CAUSA

Encontro na Tapada das Necessidades por Maria José Afonso

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ENCONTRO

Megadesenho

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por João Pinto

AGENDA

Encontros, Formações, Exposições 2

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E D I T O R I A L Olá a todos. Esta agenda é dupla porque em Maio não tivemos hipótese de a fazer com vários assuntos para resolver. Entramos numa nova época de verão e os encontros espalham-se pelo país. É só estarem atentos ao blog para saber de todas actividades. Tivemos a Assembleia Geral em Maio que elegeu a actual direcção por mais dois anos. Obrigada a todos pela confiança e apoio. Contamos com todos para sugestões, parcerias e, é claro, convívio. Em Agosto vamos de férias mas os meses de Setembro e Outubro já estão com algumas actividades programadas que iremos revelar em breve. Não esquecer o (a)Riscar o Património no último sábado de Setembro. Entretanto, desfrutem do bom tempo, das férias e desenhem muito! Temos um novo TEMA DO MÊS: Desenhar Pessoas. O desenho com mais comentários no blog, será a capa da Agenda de Julho. Não se esqueçam de passar pelo blog para mostrarem os vossos desenhos, deixarem comentários e participarem no Tema do Mês. Inspirem-se, relaxem e desenhem muito! Direcção dos USkP

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ENTREVISTA Julie Passos

Por

Leonor Lourenço

Julie Passos quando nasceu o teu entusiasmo pela arte? Em criança ou em fase mais avançada? Esta é uma pergunta interessante, pois faz pouco tempo que a fiz a mim mesma e agora ela retorna, na voz de outra pessoa. O entusiasmo pela arte nasceu em tenra idade. Meus pais não tiveram muitos estudos, mas em casa sempre tivemos música com guitarra, percussão, concertina e trabalhos manuais. O desenho sempre foi incentivado, e eu e meu irmão, desde pequenos, costumávamos entreter-nos entre papéis, lápis, giz de cera, guache, marcadores, etc. Na adolescência havia perto da minha casa uma banca de revistas que vendia Conan, O Bárbaro, em segunda mão. Aquilo era baratinho e todos os sábados eu vinha de lá com várias delas. Eram a minha inspiração para desenhar monstros, cenários e personagens. Adorava o pontilhismo e a tramas em geral - até hoje adoro, na verdade. Entretanto, entre os meus 16 e 18 anos, soltei a minha mão algures e perdi-me de mim mesma. Em 2018 tive um esgotamento por excesso de trabalho e decidi que era

mais que o momento de valorizar outros aspetos negligenciados da vida. Entrei para um curso de pintura, e a pintura puxou o desenho. Então, com 40 anos, reencontrei-me. Tinha passado mais de 20 anos sem desenhar absolutamente nada e nem me lembrava que um dia o havia feito. E relativamente ao movimento dos Urban Sketchers, quando tiveste conhecimento da sua existência? Acho que foi em 2018 também, através de uma amiga que estudava na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Mas eu não me achava à altura de entrar para um grupo de pessoas que “desenhavam de verdade”. 4


desenho de Pedro Alegria

Como e quando começaste a integrar os USKP? Comecei em 26 de junho de 2021, no 53º encontro dos USPK Norte, que aconteceu em Ermesinde. Faz, portanto, sensivelmente um ano. Não faltei a quase nenhum desde então.

Cada um tem seu estilo, seu modus operandi, seu tamanho preferido de papel… Não há julgamento, há troca de conhecimento. Apreciamos os trabalhos uns dos outros. Falamos de novos materiais e de maneiras novas de usar materiais velhos. Vemos o que vai dentro de cada um através dos seus desenhos.

O que consideras mais interessante no universo dos Urban Sketchers? Bem, foi das poucas vezes que gostei de estar errada! Não existe isso de “desenhar de verdade” e o movimento ensinou-me isso. Todos desenhamos, e isto é a parte mais interessante deste movimento.

Recorda algum momento mais interessante que te ficará para sempre na memória… Os momentos mais interessantes ainda estão a decorrer! O primeiro momento foi quando 5


ENTREVISTA Julie Passos

percebi que tinha conseguido passar este amor, este valor para minha filha, a Catarina. Ela foi comigo ao primeiro encontro e, antes mesmo do final, disse: mãe, adorei, quero vir sempre. E assim tem sido. Ela tem 11 anos e está sempre comigo, desenha e mostra seus trabalhos ao final do dia “como qualquer sketcher grande”. O segundo foi surpreendente, porque eu nunca imaginei encontrar entre aguarelas e canetas a outra metade da minha laranja! E que eu nem sequer procurava, nem ela! Um retrato virou amizade, que se transformou em amor e hoje, o José Raimundo é meu companheiro não só de desenho como também de vida, e espero que a nossa família possa fazer muitos desenhos junta pelos anos que conhecendo vários desenhadores/ virão. /sketchers. Partilhas connosco as tuas referências? Ao longo deste tempo, entre várias Elas são muitas e com certeza muitos nomes viagens, eventos e encontros foste ficarão de fora. Paulo Mendes, Paulo Netto 6


e Rui Queirós fazem-me lembrar dos tempos em que minha mesada era gasta em banda desenhada - adoro. Verônica Dias e Natália Ionova precisavam de uma magia para colocar-nos dentro dos desenhos delas, pois quando os vejo, só me apetece entrar como se fosse um conto de fadas. José Raimundo e Pedro Alegria conseguem captar a essência de uma pessoa e, num meio bidimensional, dar-lhe volume e captar o intangível.

Os Urban Sketchers já realizaram vários encontros e desafios, tens colaborado em alguns deles, há alguma sugestão de dinâmicas que queiras propor? Bem, desde que entrei nunca fizemos um desenho coletivo. Não sei se já fizeram, mas seria interessante fazermos, em algum encontro. Tens algo que queiras acrescentar a esta entrevista? Meu nome é Julie Christie Aguiar Passos, nasci a 27 de dezembro de 1977 em Campinas, São Paulo, Brasil. Estudei Engenharia Física na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, mas foi na tradução que encontrei a minha realização profissional e, portanto, traduzo documentos e legendas do inglês para o português brasileiro há mais de sete anos. Tenho duas cadelas, a Ouriça e a Caramelo, muito boas a dormir enquanto trabalho.

O que mais gostas de desenhar? Em que contexto? Gosto de desenhar ruínas tomadas pela natureza, cenários urbanos e casinhas de aldeia. Sozinha ou em grupo, tanto faz. Só é preciso estar bom tempo, pois sou um animal tropical e não consigo tolerar as baixas temperaturas! Um dia perfeito para mim seria… Qualquer um em que haja paz e que as pessoas estejam bem.

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VIAGEM GRÁFICA Por

Clermont-Ferrand

A viagem de que vou falar tem tudo a ver com desenho, mas foi das viagens em que menos desenhei. Resolvi falar desta viagem porque foi a última que fiz com o Eduardo Salavisa e serve assim de homenagem, nesta edição em que o lembramos a propósito da inauguração do “Cadeirão”. A minha relação com o Eduardo remonta aos inícios do movimento Urban Sketchers e, curiosamente, conhecemo-nos num encontro em Vila Viçosa (encontro 8) que organizei com o José Barreiros em maio de 2010. Depois disso cruzámo-nos regularmente por todo o país e por terras de Espanha, onde houvesse um encontro de “desenhadores do quotidiano”. A viagem que motivou estas linhas foi à cidade francesa de Clermont-Ferrand, ao Festival “Rendez vous du carnet de voyage” em novembro de 2019, um festival de cadernos de viagem que decorre todos os anos nesta cidade e que celebrava a sua vigésima edição. A parte da “viagem” foi feita de Vila Viçosa até Lisboa de carro, de Lisboa a Lyon de avião e, finalmente, de

Vicente Sardinha

Lyon a Clermont de comboio. Quando lá cheguei era hora de montar a banca que me disponibilizaram para os meus desenhos e livros, no meio de dezenas de outros autores (Lapin, Santi Sallés, Stefano Favarelli, Gabi Campanário, Yan Lesacher, Rolf Schroder...). Começavam assim os 3 dias de exposições, feira do livro, conferências e entrega de prémios. Destaque para a fabulosa exposição do desenhador chinês Li Kunwu. Durante os 3 dias mal tive tempo para passear pela cidade, quanto mais desenhar. Como consolação aproveitava 8


para desenhar no interior do pavilhão onde decorria o evento. Desta viagem trouxe as memórias das pessoas que conheci, das conversas que troquei e dos jantares com o Eduardo e a Rita. Um dos pontos altos do festival é a cerimónia de entrega de prémios, dividida por diversas categorias. Eu e o Eduardo éramos candidatos ao prémio “Prix du carnet de voyage international”, eu com o meu “Sardinha sem lata” e o Eduardo com o seu “Caderno da América Latina”. O prémio foi para a americana Rita Saber. À saída do auditório, depois da cerimónia, o Eduardo, na sua generosidade disse-me: acho mal, devias ter ganho tu. Fiz a mesma rota de regresso a Portugal e à vida do dia a dia. Entretanto surgiu a pandemia e a doença do Eduardo. Voltámos a estar juntos apenas na sua última exposição no Museu Bordalo, onde me desenhou, sentado no seu cadeirão. 9


LIVRO

A perspectiva em urban sketching - Truques e técnicas para desenhistas | Bruno Mollière

A minha relação inicial com a perspetiva não foi diferente da maioria dos desenhadores. Um amor e ódio simultâneos levaram-me a comprar vários livros que abordam o tema. A maioria desses livros revelaramse ineficazes criando em mim uma grande frustração. Olhando para trás percebo bem porquê. A perspetiva tem fundamentos teóricos muitos importantes, mas só são úteis para um desenhador se ele os entender na prática, o que na maioria das vezes não acontece. O livro “A perspetiva em urban sketching” escrito pelo Urban Sketcher Bruno Mollière residente em Lyon, resulta da experiência de desenho de rua do próprio autor. Este aborda as regras de perspetiva a partir do desenho ao vivo que para nós que somos desenhadores de rua, faz todo o sentido. O autor convida-nos a desenhar na rua, “De um modo geral, sugiro sempre privilegiar o desenho de observação ao vivo, mais instrutivo e incomparavelmente mais prazeroso”. A tradução em Português do Brasil

Por

António Procópio

pode perturbar os mais puristas, no entanto a sua verdadeira riqueza está no seu conteúdo e na visão sobre perspetiva, partilhada por Bruno Mollière. O autor faz uma alusão curiosa: “Para dirigir um carro, será mesmo indispensável entender o funcionamento do motor?... com a 10


perspetiva, é exatamente a mesma coisa”. É com este espírito que o desenho de perspetiva é abordado. As regras são descritas como um princípio e não como um fim absoluto. O erro é permitido. É um pequeno livro de formato A5 da editora GG do Brasil (infelizmente já desaparecida). O livro convida-nos a ir para a rua, ler, observar e desenhar. É excelente para ler numa esplanada de forma descontraída, entre desenhos. E deve ser lido sem pressa e com muitas pausas porque a leitura deve ser seguida de muita prática, estratégia que o autor recomenda. A estrutura do livro é simples. Cada capítulo chama atenção para uma regra de perspetiva. Dentro do capítulo existem estratégias para observar essa regra, dicas para vermos melhor e propostas de exercícios para praticarmos. A primeira abordagem começa 11


LIVRO

A perspectiva em urban sketching - Truques e técnicas para desenhistas | Bruno Mollière

com a linha do Horizonte. Neste capítulo o autor descreve várias estratégias para encontrar a linha do horizonte, dicas para evitar erros de perceção e propostas de desenhos tanto no exterior como dentro de casa, privilegiando sempre o desenho à vista. A partir deste capítulo seguemse todas as outras regras que são descritas em cadeia para que sejam de mais fácil de comprenção. Depois

Por

António Procópio

das regras básicas começam a surgir algumas especificidades que podem passar despercebidas. Pequenas dicas que chegam a ter um paragrafo: “Efeito sobre o tom dos objetos…os elementos muito distantes perdem progressivamente a cor original e adquirem um tom mais ou menos azulado….” a propósito da perspetiva atmosférica. Destaco também o capítulo Conselhos, truques e dicas onde o autor aborda casos específicos, os erros comuns e como fazer par os evitar. O autor usa fotografias reais com esquemas de cores que salientam o que e como devemos observar antes de iniciarmos o desenho. Apresenta também exemplos dos seus desenhos para descrever o seu processo. Esses desenhos têm materiais diferentes pois Bruno Mollière destaca a riqueza de experimentar vários materiais. Em resumo, este pequeno livro acaba por abordar tudo o que precisamos saber sobre perspetiva e pode ser um bom ponto de partida para quem ainda tem uma má relação com ela. Do ponto de vista do professor está muito bem estruturado virado para a prática. Sublinho no entanto que o livro ensina os 10% necessários para o desenho em perspetiva. Os outros 90% são conseguidos com a prática diária.

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Por

DICAS 1, 2, 3

Jorge Antunes

Já algum tempo que desenho rostos para treinar técnicas que conheço através de outros urban sketchers. Uma que tenho utilizado muito é recorrer a uma mancha de aguarela de apenas uma cor. Desenhar rosto através da mancha

#1 – Fazer mancha do contorno e sombras do rosto (Pincel depósito de água com ecoline preta)

#2 – Depois de seco, com linha preta, desenhar contornos, olhos, boca e nariz, assim como sombras, para reforçar o rosto (caneta Uniball 0.5)

#3 – Continuar a desenhar, adicionar mais aguarela em algumas zonas, de forma a acrescentar mais sombra. Ainda com a aguarela húmida, desenhar com caneta para realçar contorno e textura do rosto.

Técnicas, truques, efeitos. Querem partilhar? Enviem para uskp.actividades@gmail.com Mandem-nos uma introdução (máximo 450 caracteres) + título da dica + 3 imagens dos desenhos e indicação dos materiais usados. 13


HOMENAGEM

Inauguração da obra de homenagem ao Eduardo Salavisa

Esta é uma escultura singular. É, provavelmente, a primeira e única escultura no mundo dedicada a um urban sketcher. E para nós que conhecemos o Eduardo e convivemos durante anos com ele, tem obrigatoriamente um significado especial.

Por

Isa Silva Clara Marta

A sua passagem pela nossas vidas deixou rasto. Um misto de admiração, inspiração e, é claro , saudades. Tudo começou em 8 de Novembro de 2020, um dia após o Eduardo nos ter deixado. A Clara Marta, sketcher espanhola e amiga do Eduardo, lançava a ideia 14


Protótipo do caderno aberto colocado junto às pernas da cadeira Amoreiras muito ligado ao Eduardo tanto a nível de morada como de associação ao Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva. Preparámos toda a documentação pedida, sugerimos 4 lugares e em Junho de 2021 entregámos o processo a tempo da ultima assembleia municipal antes das eleições autárquicas de Outubro. E foi a partir daqui que as coisas complicaram. A fundição não poderia ser em Espanha como inicialmente previsto mas em Portugal e o prazo era muito curto. Entre problemas com a fundição e a entrada de uma nova equipa na Câmara Municipal de Lisboa, chegámos a pensar que não conseguiríamos levar tudo isto a bom porto. Foram dias muito stressantes e esgotantes. Mas, felizmente, e perante muita insistência nossa, a 3 de Abril de 2022 tínhamos a escultura no lugar e pronta a ser usada. Sim, usada. Esta escultura é para ser usada: é um convite ao desenho do quotidiano. Tivemos a presença do vereador Ângelo Pereira, seus assessores, membros da direcção dos USkP, familiares e muitos, muitos amigos desde a infância até ao universo sketcher. Foi um dia especial.

Protótipo da escultura enviada para a fundição

de se criar uma escultura da famosa cadeira – onde o Eduarda fez os últimos retratos e que resultou no seu último livro e numa fantástica exposição no Museu Bordalo Pinheiro. A ideia foi abraçada por um pequeno grupo numa troca de e-mails e quando foi a inauguração da exposição ‘9 Jardins de Lisboa’ na Estufa Fria, eu e o João Botelho (director do Museu Bordalo Pinheiro) aproveitámos a presença do vereador Sá Fernandes para lhe falar do projecto. Logo ali tivemos uma resposta afirmativa: “A câmara assegura 5000 euros e a sua implementação”. O resto, a Associação USkP completava. Avisámos logo a Clara que com a colaboração do escultor Fernando García Gruas começaram a trabalhar no protótipo da cadeira, a base para ser entregue na fundição. Tratámos de ver qual seria o local ideal e logo nos veio à mente o Jardim das 15


HOMENAGEM

Inauguração da obra de homenagem ao Eduardo Salavisa

Podem ver um pouco de todo o processo no vídeo disponível no nosso canal do You Tube. É vontade da direcção dos USkP marcar um encontro de desenho de modo que todos que não puderam estar presentes no dia 3 de Abril possam desfrutar desta homenagem. Fiquem atentos. Assim que tivermos uma data, avisaremos. Porém, quero salientar que a cadeira onde tantos de nós nos sentámos para sermos retratados pelo Eduardo, tem uma história, também ela muito singular. A cadeira foi encontrada na rua pela Rita Santos, companheira do Eduardo e

Por

Isa Silva Clara Marta

responsável pelo Serviço Educativo do Museu do Carmo. Levou-a para casa, mandou estufar e jamais imaginaria que iria ter tanto significado. Um dia, quando os USkP tiverem uma sede, teremos de guardar esta preciosidade. É o símbolo da tremenda generosidade que o Eduardo nos presenciou nos últimos dias de sua vida. A Clara pegou tão bem nessa continuidade com esta escultura usável. Continuemos a obra do Eduardo sentamo-nos ali como, junto a ele, continuássemos os desenhos. Sinto saudades de o ver, de o ouvir, de

Clicar sobre a imagem para ver o vídeo

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o observar a desenhar no seu caderno A6, em pé. Mas também percebo que sempre que a saudade bater forte, sei onde ir. Sei que estarei com ele. Para além de um agradecimento a todos os nomes que já referi neste texto, quero deixar o meu agradecimento final ao Vicente Sardinha que me ajudou em todo este processo. Deixo aqui algumas das palavras que a Mariana, filha do Eduardo, nos enviou:

Dia da inauguração

“Mais do que uma homenagem, olho para o Cadeirão como um convite ao desenho e uma declaração do propósito dos Urban. Um “senta-te aqui” tão simples e quase óbvio para quem conhece toda a história que nos une, mas que continua a fazer sentido para quem chega agora. Aos Urban, a Lisboa, para ficar, de passagem ou em viagem. E, neste Cadeirão cabem todos os verbos: observar, sentir, escutar, cheirar, viver e, já agora, desenhar. Neste Cadeirão cabe ainda cada um de vós e os que ainda virão. Cabe o Eduardo e quem mais quisermos. Cabe a Amizade, Partilha e todos os Encontros. Porque é tudo sobre isso. Não haverá, seguramente, mensagem mais bonita em forma de Cadeirão e é por isso que não posso deixar de agradecer à Isa, pelo acompanhamento e paciência e à Clara por pôr as mãos na massa. E, claro, a todo o grupo que quis que acontecesse. Desde a ideia, num dia frio, até ao mês de Abril, o Cadeirão desafia-nos: traz esse amigo também”.

Obrigada por tudo, Eduardo! 17


HOMENAGEM

Inauguração da obra de homenagem ao Eduardo Salavisa

A propósito da inauguração da escultura de homenagem a Eduardo Salavisa pedimos a Clara Marta, a autora da obra, umas palavras para publicarmos nesta Agenda. Em vez disso resolveu dar-nos o mail que enviou ao Eduardo no dia em que soube que ele estava doente e a sua resposta.

Por

Isa Silva Clara Marta

Diz-nos ela: “Intimidade que agora já não importa, só faz sentido compartila”. E é isso que vamos fazer, comparti-la. Dias depois enviou-nos um texto que preparou especificamente para atender o nosso pedido, que publicamos no seguimento à troca de mensagens.

[Mensagem da Clara] Olá Eduardo, chegou-me, através do Lapin, a notícia de que estás doente e fiquei inundada de tristeza. Já sabes a estima que te tenho e o importante que foi para mim conhecer-te. Conhecer-te através dos teus desenhos, primeiro na net e depois, incrível, maravilhoso, em pessoa. Desenhar contigo, ao teu lado. Ouvir o teu traço e ver fluir as cores do teu pincel foi muito importante para mim. Obrigado. Não sei se alguma vez te disse, mas para mim sempre foste uma oferta da vida. O meu mestre. Uma árvore forte no fim do caminho, da rua, na esquina frente ao mercado de San Miguel, na Praça da Catedral em Jaca, de Teruel… esbelto, suavemente balançado pelo vento (hoje faz muito vento em Zaragoza e inspirou-me), enraizado com a sua mão no desenho. Sobrevoando com o teu olhar o horizonte e as nossas cabeças, porque sempre estiveste por cima de todos nós. Não só pela tua altura física, mas pela tua simplicidade e generosidade. Pela tua experiência e atitude humilde que contrasta tanto com os egos de tantos artistas em permanente competição com os outros. Isso aprendi contigo: só importa desfrutar fazendo o que gostas, desenhar. E seguir fazendo-o. Conhecer o mundo desenhando. Sabes que és o meu mentor, aquela pessoa que durante mês e meio odiei* *)

*Explico que levava muitos anos elaborando uma tese acerca do caderno e a arte quando em 2006 cliquei no Google “diários gráficos”, título do exercício que dou aos meus alunos em que têm de preencher diariamente os seus cadernos pessoais, diferente de “caderno de viagem”, que só pedia na Semana Santa, para que me relatassem graficamente as suas férias. Encontrei o Blog do Eduardo onde estava TUDO, toda a minha pesquisa à distância de um clic. 18


porque só sabia fazer bem o seu trabalho: ensinar aos outros o caminho do desenho em cadernos. Depois deste mês e meio** foste a minha inspiração, o meu Deus, meu irmão, meu amigo… sei que o sabes, já to disse. A nossa falta de jeito com os idiomas não nos permitia comunicar na perfeição, mas não nos fizeram falta as palavras, nem sequer o estar juntos, coincidir, ou estar em contacto mais do que estivemos. Os dois sabemos o nosso apreço um pelo outro. Agora é a minha vez de te dizer, e não queria poupar nas palavras, que me sobra emoção e pena para fazer-te chegar todo o meu afeto, o meu abraço de amiga e companheira deste caminho desenhado que gostava que fosse mais longo para percorrermos mais etapas juntos e desenhar tudo, tudo, e não sairmos dele. Não quero imaginar-te a sofrer, quero tirar-te toda a dor que tenhas no corpo, olhar-te nos olhos e dar-te força e carinho. A distância sempre nos afastou e complicou o ver-nos tantas vezes como teríamos gostado. Agora ainda mais com a pandemia. 2020 está sendo um ano horrível, e hoje que fiquei a saber da tua doença, ainda mais. Espero ver-te em julho e dar-te a mão e um abraço enorme. Eduardo, estimo-te muito. Um enorme beijo. Ânimo. Clara

[A resposta do Eduardo] Olá Clara. Bonitas palavras e te agradeço muitíssimo. Nunca me esqueço daquele memorável encontro em Jaca. Foi o primeiro a nível mundial e fez escola. Foram inesquecíveis aqueles dias. Muchas gracias por eles. Sim, as palavras não são o nosso forte. Tanto eu em castelhano como tu em português, mas sentimos sempre uma grande empatia e admiração um pelo outro. O teu trabalho em valorizar o desenho em cadernos é enorme e perdurará pelo tempo. Não estou a sofrer, não tenho dores. Só um cansaço enorme. E vontade de te abraçar. Um beijo. Eduardo

**) Escrevi-lhe para lhe dizer e propor que já que duas pessoas de lugares distantes no mundo tínhamos chegado às mesmas conclusões e queríamos valorizar o desenho, porque não trabalharmos para promover o desenho e os desenhadores cada um desde o seu sítio para um bem comum. Não esperava resposta, mas respondeu-me passados minutos de enviar a mensagem e desde logo comprometemo-nos a destacar o desenho de espanhóis e portugueses e por extensão dos restantes. E surgiu a oportunidade de realizar um curso de formação artística superior com a Universidade de Zaragoza e ele foi o primeiro palestrante de Jaca 2009. 19


HOMENAGEM

Inauguração da obra de homenagem ao Eduardo Salavisa

A 8 de novembro de 2020, depois da morte de Eduardo Salavisa escrevi aos amigos de USK Portugal: Olá, estareis com tanta pena e tristeza como eu com a morte de Eduardo. Pensava nele e com o ânimo de homenagear o seu trabalho ocorreu-me que se fosse possível seria bonito reproduzir “o cadeirão” de Eduardo em bronze e colocá-lo num sítio significativo em que tenha desenhado (Jardim das Amoreiras, Museu Bordalo Pinheiro, Ruínas do Carmo…?). Seria uma boa homenagem a ele e ao desenho em cadernos (se não me engano seria o primeiro “monumento ao desenhador do quotidiano”). Se fizer falta poderíamos fazer crowdfunding, estou convencida de que muitos participaríamos encantados. Serviria como ponto de encontro, muito bonito para desenhadores de todas as partes. Quando passem estes tempos difíceis de confinamento poderíamos fazer algum encontro de desenhadores. Eu oferecia-me para fazer o molde, mas é mais lógico fazê-lo em Lisboa. Inclusivo agora com impressoras 3D é mais fácil e económico (imagino). Não sei, dizei-me o que pensam. Bom, se vos parece oportuno, ofereço-me para o que faça falta. Isto é um pouco pensar em voz alta, mas entre todos podemos dar-lhe forma. Um abraço Clara Marta 20

Por

Isa Silva Clara Marta

No final “tocou-me a mim”, tinha de manter a minha palavra e levar o projeto para diante. Quando estava quase a desistir contei ao meu companheiro de trabalho Fernando Garcia Rúas, professor de volume na Escola de Arte de Zaragoza e ele encorajou-me a levar o projeto avante. Falámos com uma fundição e explicaram-nos como resolvê-lo da maneira mais económica e viável. Fernando ficou encarregado de realizar a maquete em poliestireno para ser reproduzida diretamente em bronze, já que em pedra branca, que teria sido mais bonito, requeria mais manutenção e ao ar livre era menos segura contra o vandalismo. Os planos e as fotografias chegaramnos pelas mãos de Mário Linhares. Nessa altura estive quatro meses de baixa e deixei o Fernando só com o “recado”. Quando voltei ao trabalho encontrei o “cadeirão” à minha espera na sala de aula (que emoção) para que moldasse os cadernos que fazem parte do memorial. Abri o livro do Eduardo para interpretá-lo sem saber que página escolher e por três vezes abriu-se na página da Rita, pelo que… ficou essa. A partir daí entraram as pressas, já não se ia fazer em Espanha mas sim numa fundição em Portugal. Os prazos encurtavamse. Fernando enviou in extremis as peças numa caixa porque eu estava


de júri de provas. Chegou à fundição. Isa e Vicente informaram-me que se colocava em junho e por duas vezes fiz as malas para assistir à inauguração do memorial em honra de Eduardo Salavisa e do desenho, no jardim das Amoreiras: a primeira a 26 de junho de 2021, depois a 4 de setembro, quando fui com Fernando Garcia Grúas, autor do cadeirão e, portanto, coautor do memorial. Também não foi. À terceira foi de vez. Mas, desta vez, não pude ir. Já está! Emociona-me saber que conseguimos. Sinto que em grande parte foi possível graças à minha cabeça dura e, claro, ao Fernando García Grúas e à disposição e trabalho dos amigos lisboetas. É bonito pensar que através do Eduardo, Lisboa acaba sendo o epicentro do “desenho do quotidiano”, a capital do “cadernismo”. Para mim é um orgulho

saber que o tornámos possível desde a Escola de Artes de Zaragoza, desde o “De vuelta com el cuaderno”. Às vezes penso que o Eduardo teve alguma coisa a ver com as inaugurações falhadas para tornar possível mais encontros e fazerme voltar à sua querida Lisboa. Vai de encontro ao nosso lema de estar “de vuelta”. Ficarei feliz de voltar a Lisboa, uma e outra vez, as vezes que faça falta… e reencontrar-me com os amigos desenhadores em torno da obra e do memorial de Eduardo e brindar por ele e pelo desenho. A peça está pensada para ser usada: sentar-se e desenhar, e ser desenhado. Será mais bonita quando se oxide e desgaste de tantas vezes nos sentarmos recordando um grande desenhador, uma grande pessoa. Em tua honra Eduardo!

Foto de todos que estiveram no dia 4 de setembro

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ENCONTRO

Centésimo Encontro dos Porto Sketchers

Não é à toa que se celebra o número 100, muito menos quando esse número quantifica encontros de desenho. Significa que antes do centésimo encontro houve o 99º, e antes deste o 98º e ali pelo meio muitos, muitos outros encontros que de mais baixos numericamente só têm a ordem e não a grandeza. Todos os Encontros POSK foram grandes – o 27º como o 54º, o 78º como o 35º – porque todos representaram o gosto, simples e

Por

Miú

despretensioso, de desenhar por desenhar. É um gosto sem interesses de lucro ou reconhecimento e sem egos ou vaidades, partilhado por quem fica feliz entre canetas e pincéis, linhas e manchas, riscos e cores. E de quem fica feliz também por desenhar com espontaneidade, sem plano ou preparação, sem escolhas prévias, sem rede de salvação: desenhar num local qualquer, em plena rua ou em 22


Miú

ou de composição, nada disso importa, nada disso é erro. O que importa é o fazer, e o fazê-lo em grupo, com alegria, seja qual for o resultado. Não admira que partilhar este gosto propicie a construção de amizades, também elas espontâneas, também elas desinteressadas. Nestes cem

jardins, na cidade ou na praia, com nuvens ou com sol, sentado ou de pé, rodeado de gente, de trânsito, de ruído, mas durante algum tempo alheado de tudo, vivendo apenas o prazer do que vai surgindo no papel. E, mesmo que o que surja não seja perfeito, mesmo que tenha erros de perspetiva, ou de escala, 23


ENCONTRO

Centésimo Encontro dos Porto Sketchers

Por

Miú

Rui Queirós

encontros dos Porto Sketchers, foram muitos os laços que aproximaram pessoas das mais variadas proveniências – profissionais, geográficas, etárias – com histórias de vida tão diversas quanto a diversidade de desenhos que produzem em conjunto. E, encontro a encontro, essas amizades foram sendo também motivação para continuar e perseverar, entrando no mosaico de afetos das nossas vidas. Por trás do primeiro encontro POSK éramos quatro: o Armando, o Jorge, o Paulo e eu. Ontem estávamos quarenta, fora os que não puderam vir. Em todos

os encontros, ao longo destes 6 anos, estivemos sempre de portas abertas. Ser POSK é dar as boasvindas a todas as pessoas que se queiram juntar a nós para desenhar, tenham ou não formação em desenho (quase nenhuns a têm), estejam ou não habituados ao desenho à vista, conheçam ou não algum elemento do grupo. E, a cada cara nova que apareça, vem também a certeza de uma manhã ou tarde bem passadas, em convívio ameno, em descoberta, em gozo do desenho e da criatividade. 24


CAUSA Encontro na Tapada das Necessidades

Por

Maria José Afonso

O polémico processo da Quinta Real das Necessidades ou Tapada, desencadeado pela CML com a concessão a um empresário da restauração de edifícios e espaços da Tapada, tem suscitado desde 2020 uma intensa intervenção cívica por parte de cidadãos. Esta intervenção tem tido actos públicos relevantes, nomeadamente a promoção de uma petição pública (com cerca de 12000 signatários), que foi discutida na Assembleia da República, e a participação intensa na discussão pública do Anteplano de Salvaguarda da Tapada da CML, plano esse que a CML se viu entretanto pressionada apresentar em Maio 2021, já depois da aprovação da concessão. Esta preocupação justifica-se atendendo a que a Tapada está classificada como imóvel de Interesse Público desde 1983. Esta participação dos cidadãos no

Conceição Corte-Real 25


CAUSA

Encontro na Tapada das Necessidades

Por

Maria José Afonso

referido Jardim Histórico não se tem limitado a uma oposição firme aos aspectos do projecto de intervenção considerados atentatórios a este património histórico e natural. Com efeito, tem havido sempre a preocupação de também serem identificadas e propostas soluções alternativas consideradas mais adequadas com o apoio de especialistas em jardins históricos, de hidráulica e do património cultural etc. Outra preocupação nossa tem sido realizarmos neste Jardim iniciativas

culturais que sensibilizem para a necessidade de continuarmos atentos e não deixarmos esmorecer este assunto da perseveração e recuperação deste património, pedindo ou aceitando colaborar com artistas como os Urban Sketchers, a Margarida Mendes, a Diana Policarpo no Festival BoCA /2021 o trompetista Johannes Krieger e o Coro Menor. Aos Urban Sketchers em particular, agradecemos mais uma vez terem participado no dia 26 Março no “Desenhar a Tapada” e esperamos continuar a poder contar com a vossa colaboração numa futura 3ª edição desta iniciativa. Info: www.facebook.com/groups/ TapadaDasNecessidades/ announcements. www.bocabienal.org/evento/soundwalk-tapada-das-necessidades/

Isabel Catarino

Omar Fonseca (10anos)

Rosário Félix 26


ENCONTRO Por

Megadesenho

João Pinto

A ideia do megadesenho surge do interesse em fazer um desenho coletivo nos Urban Sketchers Algarve. No entanto, a concretização desse desenho foi sendo adiada

pois necessitaria que houvesse disponibilidade de um lugar e material de desenho que pudessem permitir tal tarefa, o que não se adivinhava fácil. Essa oportunidade surgiu a propósito 27


ENCONTRO Por

Megadesenho

João Pinto

das comemorações dos 100 anos da descoberta da insulina - promovida pelo CHUA - Centro Hospitalar Universitário do Algarve e pela associação ADEMADA - Associação para o Estudo da Diabetes Mellitus e Apoio ao Diabético do Algarve, sob o título “Insulina sai à rua”. Os USk Algarve foram parceiros desta iniciativa e promoveram uma exposição com um conjunto de 40 desenhos, realizados para esta exposição ou de alguns encontros USk que fizemos nos últimos anos. Estes desenhos representam animais que também produzem insulina, uma hormona essencial para todos os vertebrados (mamíferos, répteis, anfíbios, aves e peixes). A exposição esteve patente durante o mês de abril no Mar Shopping (Loulé). Inserido nessa iniciativa realizamos dois encontros, um no início da

exposição, onde demos a conhecer os postais desenháveis editados pelos USk Algarve, e no último dia da exposição com o megadesenho. Neste, convidamos os desenhadores para um espaço exterior do centro comercial onde colocamos um rolo de papel de desenho com 30 metros que iamos desenrolando à medida que os desenhos eram feitos. A “mesa de desenho” foi sendo ocupada durante um período de 4 horas pelos desenhadores que foram desafiados a acabar o rolo de papel. Quase atingimos o objectivo, com 24 metros desenhados, e que deu uma velocidade média de seis metros de desenho por hora. Foi um desenho que envolveu muita conversa, café, gelados, e a partilha dos

Exposição “A Insulina sai à rua” 28


desenhos em tempo real. Em relação aos temas, foi tudo o que se via, desde outros desenhadores, pessoas que passavam, vistas sobre o centro comercial ou o que era trazido para a mesa. Ficamos com vontade de repetir a ideia e explorar novos materiais e locais.

Folha em branco no inicio do megadesenho 29


AGENDA Junho 2022

ENCONTROS

toda a informação actualizada em USkP ENCONTROS

18 JUNHO | SENHORA DO SALTO + LOUREDO (NOVA DATA) 102.º Encontro PoSk - 6º Aniversário Inscrição obrigatória 09h00-17h30 Org. PoSk - Porto Sketchers Informações e inscrição 18 JUNHO | AFURADA, PORTO 62º Encontro USKP Norte Ponto de encontro - Centro Interpretativo do Património da Afurada (CIPA) 09h30-17h30 Org. USKP Norte Informações e inscrição 18 JUNHO | ÉVORA 93º Encontro ÉSk | Ribeira da Torregela Ponto de encontro - Junto à Ribeira de Torregela na Vila Lusitano (Rua Almada Negreiros - 38°33’53.1”N 7°55’18.8”W) 10h00-13h00 Org. ÉSk-Évora Sketchers Mais Informação ENCONTRO NACIONAL USKP - CASTELO DE VIDE 24, 25 e 26 Junho Informações e inscrição 24 JUNHO | CASTELO DE VIDE Encontro Extra - Parque João José da Luz 15h00-18h00; Org. USKP 30


25 JUNHO | SETÚBAL 10.º Encontro ArrábidaSketchers - Esquiçar a Portal do Sol e o bairro de Sta Maria 10h00-16h30; Ponto de encontro - junto à entrada do Museu do Trabalho Michel Giacometti Org. ArrábidaSketchers 25 JUNHO | CHOUTO, CHAMUSCA II Encontro de Sketchers - Festas de São Pedro e do Chocalho 11h00-17h00; Oferta do Almoço; Inscrições gratuitas mas obrigatórias para o email geral@ufpc.pt. Org. USkRibatejo + USk TorresNovas

FORMAÇÃO

toda a informação actualizada em USkP FORMAÇÕES

GINÁSIO DO GRUPO RISCADO - JUNHO Pedro Loureiro - Caminhos da Arquitectura Terças, das 19:00h às 20:30h via zoom Mais informações e inscrição Org. Grupo Riscado CAMINHADA A DESENHAR EM MONSANTO - JULHO Formador: Isabel Alegria, Data e Hora: 3 de Julho, 09h00, Ponto de encontro: Jardim dos Montes Claros, Mais informações Org. CAAL, Clube de Actividades de Ar Livre

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USkP ASSOCIAÇÃO Urban Sketchers Portugal

urbansketchers-portugal.blogspot.pt Instagram: @urbansketchersportugal YouTube: urbansketchersportugal Facebook: urbansketchersportugal

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