AGENDA Março/Abril 2023
Desenho vencedor do Tema do Mês: Concha Corte Real
urbansketchers-portugal.blogspot.pt
Equipa de produção: Isa Silva, Leonor Lourenço, Manuel Tavares, Rosário Félix, Vicente Sardinha, Vírginia Soares
Contributos e Desenhos:
Ana Cristina Arruda, Ana Luísa, Concha Corte Real, Jeanne Kirby Bruneau, João Gouveia, Jorge Antunes, Luís Pedro Cruz, Maria João Freitas, Rui Queirós, Sara Rocha Silva, Suzana Nobre
Design e paginação:
Isa Silva
Revisão: Manuel Tavares, Leonor Lourenço, Vírginia Soares
Copyright: Urban Sketchers
Portugal www.urbansketchersportugal.blogspot.pt
Sugestões e contacto: uskp.actividades@gmail.com
Desenho vencedor do Tema do Mês: Concha Corte Real
2 AGENDA Março/Abril 2023 VIAGEM GRÁFICA Férias em Portugal por Luís Pedro Cruz 04 ENCONTRO Espetáculo Equestre das Estrelas por Ana Cristina Arruda, João Gouveia, Sara Rocha Silva 09 ENCONTRO 27.º Exposição de Camélias do Porto Parque e Casa de São Roque por Maria João Freitas 13 EXPOSIÇÃO E ENCONTRO Castelo de Montemor-o-Velho por Jorge Antunes 16 AGENDA Encontros, Formações, Exposições 18
EDITORIAL
Olá a todos.
Entrámos em Abril mês que vai receber o 11º Simpósio Internacional de Urban Sketchers na longínqua Nova Zelândia, entre os dias 19 e 22 de Abril de 2023. O correspondente dos USkP, Vicente Sardinha, irá contar-nos através dos seus desenhos e palavras o que lá se irá passar.
FAZEMOS UM APELO A TODOS VÓS: a agenda mensal dos USkP só é possível com a colaboração de todos. Pedimos que nos façam chegar sugestões para conteúdo dos mais variados temas relacionados com o sketching e desenho desde que seja do interesse do colectivo. Sugerimos por exemplo:
1) que nos contem e mostrem histórias da vossa zona de residência, histórias de património, de pessoas, de lugares e do tempo que passou;
2) que nos contem e mostrem histórias ou situações que ficaram na vossa memória enquanto desenhavam;
3) que nos falem dos vossos materiais favoritos para desenhar e como os aplicam nos sketchs;
4) que desafiem outro(a) sketcher e façam um duelo de desenhos (respeitando o nosso manifesto);
5) que nos enviem reportagem (com desenhos) sobre locais e património que visitem e/ou de actividades/eventos que assistam ou que tenham participado;
6) que falem do que acham do desenho USk relativamente à vossa profissão, que impacto teve no vosso dia a dia;
7) que desenhem familiares e/ou amigos e contem um pouco da sua história e do momento do desenho;
8) crónicas sobre desenhar e desenho;
9) e tantos outros temas e possibilidades!!
Sejam crónicas ou artigos, sejam dicas ou histórias, participem. Enviem as vossas sugestões para diariosgraficos@gmail.com.
Temos um novo TEMA DO MÊS: Desenhar um MIX de elementos. Também, podem participar através do Instagram apesar de a prioridade ser sempre no nosso blog. Já sabem que o desenho que tiver mais comentários válidos será a capa da próxima Agenda.
Inspirem-se, relaxem e desenhem muito!
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Direcção dos USkP
VIAGEM GRÁFICA
Férias em Portugal
Férias cá dentro ou o saltitão irrequieto, ansioso de tudo ver antes que o mundo acabe. Férias, para mim, desde há muito que são a dois: eu e a Teresa. Duas pessoas com afinidades e uma enorme cumplicidade que embarcam nessas aventuras como se fossem um só. Há muitos anos, eu era puto, e o meu pai encarregava-se de fazer o mesmo, embora com um temperamento mais organizado, menos dado ao improviso. Era assim que, em cada ano, a família Cruz explorava uma região diferente do país. A verdade é que, à conta da insistência, o bichinho ficou e as expedições continuam.
As viagens cá dentro envolvem memórias e há sítios de eleição. Memórias partilhadas pelos dois, mas, também, memórias pessoais que se juntam às outras. O que se segue são registos de sul a norte do país, por alguns desses locais:
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Por Luís Pedro Cruz
Praia dos Salgados
Algarve
Praia dos Salgados (paisagem protegida) – As dunas e, sobretudo, a passarada a lembrar “Os Pássaros” de Hitchcock. Hoje, para nós é cada vez mais um destino, embora o nosso Algarve seja o dantes, o autêntico. De tal forma que, durante muitos anos, quase não pusemos lá os pés. Agora, mais velhos, a água está bem mais fria e no Algarve também, mas, apesar de tudo, lá, ainda conseguimos entrar na água. A paixão pela praia ainda existe, nadar é bom e, portanto, fizemos as pazes com o Algarve.
Odemira
O monte emprestado perdido na paisagem onde, em tempos mais recentes, a família, com a criançada, de quando em quando se reúne.
Praia do Meco
Mar e praia é no Meco: corpos nus (alguns cobertos de argila), areia a perder de vista que se confunde com as arribas, sol forte, muito vento e, quase sempre, grandes ondas, daquelas que impõem respeito e que, na rebentação, o som assusta.
Mas, para nós, é dos poucos sítios em que experimentamos uma sensação de
Odemira
paz imensa. Por isso, todos os anos por lá passamos.
Já na aldeia do Meco, de passagem por um alojamento turístico, no espaço à volta é a descoberta do monólito que cai do céu, a que Kubrik fez alusão no “2001 Odisseia no Espaço”. Aqui o monólito vira tanque de recreio entre a vegetação autóctone (projeto de Manuel Aires Mateus).
Praia de Carcavelos
Retemperar forças a meio da viagem. Para mim, uma espécie de regresso às origens que sou de lá perto, da Parede. E, depois, entre a terra e o mar há aquela figura imponente que não conseguimos deixar de olhar – o Forte de São Julião da Barra.
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Meco
VIAGEM GRÁFICA
Férias em Portugal
Carcavelos
Cidade onde, por um tempo, lá estudei e, talvez por isso, é especial. Aliás, com o passar do tempo, todo o Norte, a começar aqui, se tornou cada vez mais nosso: são as gentes, as construções, a cor, a pedra e a paisagem que resta, as duas margens que se namoram e, no meio, o rio e as suas pontes. Enfim, tudo isto deixa marca.
Sobre a Ribeira, fica a ideia de que sempre lá esteve e queremos crer que, no futuro, lá estará. De quando estudava no
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Por Luís Pedro Cruz
Porto
Porto
Porto
Porto, recordo os putos nus a mergulhar no rio (tema provavelmente abordado por Manoel de Oliveira) e, sobretudo, lembro-me das cheias e dos percursos alternativos acima do nível da água inventados pelos moradores, que, nas traseiras dos edifícios, criavam pontes improvisadas de janela a janela e transformavam as casas em percursos para atingir terra firme. Hoje em dia, já sem a alma doutros tempos, aqui como em todo o lado, tudo é mais artificial, nada resiste ao turismo de massas e, neste caso, ainda mais plastificada, tornou-se
a ribeira de Gaia. É pena, mas apesar de tudo sobra a vista, a da encosta do Porto sobranceira ao rio e esta sim, impressiona!
A Torre dos Clérigos é sempre aquela surpresa que, quando não completamente exposta, vai despontando entre as casas quando menos se espera. Entretanto, a Livraria Lello virou visita obrigatória de todos os turistas, não porque queiram ler, mas porque alguém disse que a J. K. Rowling da saga Harry Potter era cliente assídua da livraria quando viveu no Porto, o que ela não confirma,
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Porto
Porto
VIAGEM GRÁFICA
Férias em Portugal
mas como está dito, está dito e, por isso, há filas intermináveis que se iniciam de madrugada e o pessoal da Lello vai cobrando as entradas. Bem perto desta há uma pastelaria com excelentes pequenos-almoços que frequentamos sempre que podemos. Ir ao Porto e ignorar as obras do Álvaro Siza e do Fernando Távora não dá. O caminho até elas foi desenhado por muitos alunos de arquitetura ao longo dos anos e entre eles estava eu que, ainda hoje, insisto no desenho sequencial que regista percursos. Há coisas que ficam! E, assim, do Porto passamos a Leça da Palmeira para bisbilhotar a Casa de Chá da Boa Nova, as Piscinas de Marés e a Quinta da Conceição sem esquecer a piscina e o pavilhão de ténis. E de Serralves que adoramos, agora foi a vez da Mulher-Aranha da Louise Bougeois, em frente da Casa de Serralves do José Marques da Silva, e do passadiço entre a copa das árvores. O Museu, a Casa de Cinema “Manoel de Oliveira” e o Parque ficam para outras núpcias, mas despedimo-nos a rir a pensar na gargalhada contagiosa dos chinesinhos do Juan Muñoz com que nos cruzámos em tempos numa exposição de escultura que esteve no Museu.
Como é da praxe, não resistimos, e mais acima passámos por Guimarães e Braga numa viagem repetida vezes sem conta - é sempre um prazer! Sítios históricos, vivos, que não pararam no tempo e onde dá gosto estar entre a moldura humana que fervilha nestes locais.
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Guimarães e Braga
Guimarães
Braga
Por Luís Pedro Cruz
ENCONTRO
Espetáculo Equestre das Estrelas
João Gouveia
O espetáculo Equestre das Estrelas já é organizado há cerca de dez anos pelo Clube Equestre Equiaçores, como parte da sua tradição familiar. Representando as várias modalidades hípicas e a ligação entre os jovens cavaleiros e o seu parceiro equino, demonstrando a evolução de cada um ao longo do ano, independentemente das dificuldades
Por Ana Cristina Arruda
João Gouveia
Sara Rocha Silva
e dos obstáculos ultrapassados. Procurando avivar a história regional, a festa focou-se na relação cavalo-homem nos diferentes ofícios açorianos. Este ano decidimos unir várias artes à nossa Arte - a Arte Equestre - com atividades como a dança, representada pelo grupo de folclore Passos de Bruma, e os artistas dos Urban Sketchers que ilustraram vários momentos do espetáculo e bastidores.
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Espetáculo Equestre das Estrelas
Ana Cristina Arruda e Sara Rocha Silva
O grupo Urban Sketchers Açores encontrou-se para desenhar na Quinta do Vento, no Espetáculo Equestre das Estrelas, no dia 4 de fevereiro. Foi um evento muito especial que, envolveu não só os alunos do Equi’Açores, onde demonstraram as aprendizagens realizadas ao longo do ano e a sua relação com os cavalos, como fomos brindados com as tradições e cultura açoriana. Assistimos à atuação do Grupo Folclórico Passos de Bruma, bem como a mini cenas passadas do quotidiano açoriano. As lavadeiras, nas pequenas pias, a lavar
Por Ana Cristina Arruda
João Gouveia
Sara Rocha Silva
as roupas de linho nas tábuas. As mós, rodas de moinho, onde se faziam a farinha através do milho, que predominou na alimentação de um povo e na alimentação dos animais, existente sobretudo no norte da ilha, junto às ribeiras. Os vimes, que depois da sua apanha e de submetidos a uma ebulição tornavam-se maleáveis, dando forma aos cestos, alguns com características próprias para as suas funções. Para além, do presépio vivo que esteve sempre presente no decorrer de todo o espetáculo e, com o qual foi aberto o mesmo, com a Nossa Senhora de manto azul, sobre o cavalo, a percorrer o picadeiro.
Familiares e amigos encherem as bancadas e o espaço envolvente. Recordamos vivências de outros tempos e costumes nossos, onde o cavalo lusitano acompanhou o dia a dia.
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Sara Rocha Silva
Alexandra Baptista
Captamos imagens que nos levam a um mundo do imaginário, onde o cavalo branco ou uma pequena égua fizeram as delícias de pequenos e graúdos. Foram fonte de inspiração para muitos dos desenhos.
Os Sketchers dispersaram-se pelo picadeiro, alguns de nós desenharam os cavalos montados que se encontravam à espera de atuar, outros nos estaleiros e, ainda, tivemos oportunidade de uma vista privilegiada, junto dos locutores. Estes narravam as diferentes cenas, contextualizando-as historicamente, intercalando com música. Todos os envolvidos na organização do evento tinham as suas tarefas muito especificas, unidos pelo espírito de camaradagem, e zelando pela segurança e bem-estar dos convidados e participantes.
Desenhar os cavalos e toda a atuação constituiu um grande desafio, sobretudo pela ação contínua dos mesmos e das pessoas. Os cavalos, por si só, estão sempre em movimento, mesmo quando “parados”, sendo necessário, por vezes, esperar pelo retorno de poses.
Seres que, apesar de estarem presentes ao longo de toda a história, foram representados, muitas vezes, com erros anatómicos. Aliás, o advento da fotografia, veio facilitar o estudo do seu movi-
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Maria Helena Viveiros
Pedro Reis
Espetáculo Equestre das Estrelas
mento. Contudo, são seres lindos e, que tal como nós, possuem a sua personalidade. Percecionamos a sua elegância e uma imponência pelo seu porte, peso, dimensão e atitude. Foram a estrela principal.
Presenciamos o seu desfile, honrosamente montados por pequenos e grandes cavaleiros que pareciam ser acrobatas.
Montá-los, não é um processo mecanizado, constrói-se uma interligação, sentimos o seu corpo, vigilantes ao seu movimento, começamos a perceber os seus comportamentos, pensamos neles, criamos afinidades e logo com o tempo, um à-vontade.
Por Ana Cristina Arruda
João Gouveia
Sara
Rocha Silva
Esta experiência foi muito enriquecedora. Surgiu de uma forma muito informal, numa conversa com o João Gouveia. Apresentamos-lhe a possibilidade e interesse de irmos desenhar os seus cavalos. Recebeu a proposta com todo o entusiasmo, convidando-nos para o Espetáculo Equestre das Estrelas. O mesmo entusiasmo com que trata os seus animais, com carinho e toque humano.
Logo depois, nos reunimos com ele no seu picadeiro, alinhavamos os detalhes, trocamos informações, desenhamos, relembramos memórias e criamos outras. Desenhar aqui, não foi só um registo, mas sim um ato de criação.
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ENCONTRO
ENCONTRO
27.º Exposição de Camélias do Porto
Parque e Casa de São Roque
No passado dia 4 de Março, os PortoUrban Sketchers fizeram o seu 113.º encontro no Parque de São Roque, onde decorria nesse fim de semana, o evento anual de Exposição de Camélias. Este evento já teve lugar em vários sítios da cidade do Porto, e este ano realizou-se neste parque urbano, recentemente, renovado.
Há dois anos que não vinha ao Parque mas, com agrado constatei que a renovação, não deu lugar à inovação, mas, sim, ao restauro dos jardins e à casa de época, tipo palacete do séc. XIX.
Cheguei ao Parque quase na hora marcada para o evento Sketcher, às 14h30, mas como entrei pelo portão da Travessa das Antas, vi ninguém conhecido. O Parque tem um declive de terreno natural, com muitos recantos românticos, muitas árvores, pinheiros, eucaliptos, uma ponte sobre um lago, bancos para namorados, mas, deparei-me, quase de imediato, com a grande tenda branca onde estavam expostas ao longo do seu interior, as melhores e mais belas Camélias da cidade do Porto.
Demasiada gente, constatei com desagrado. Coloquei, logo, a máscara protectora e naveguei o mar de gente. As
Por Maria João Freitas
Camélias eram lindíssimas, mas desenhá-las, ali, seria penoso.
Saí da tenda e continuei a descer o Parque. Avisto a casa do jardineiro, um palco montado junto à fonte dos três repuxos...
O labirinto, em forma circular, é logo a seguir, que num comentário bem observado pelo Camilo, será o lugar mais retratado por Sketchers, depois das Camélias.
Enquanto procuro caras conhecidas, vou captando imagens com olhos de dese-
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27.º Exposição de Camélias do Porto Parque e Casa
de São Roque
Por Maria João Freitas
nhar, ou como Abnose, também conhecido por Armando, mais tarde esclareceu-me, desenhar com a mente. Segundo ele, às vezes dá-lhe tanta preguiça de pegar na caneta que desenha com a mente e imagina tracejar em riscos aquilo que vê.
Chego ao jardim das Camélias, com a sua fonte no meio. É um sítio romântico, cenário perfeito para um drama de Eça de Queirós, mas, não para mim, que mais tarde escolho o labirinto.
Finalmente, encontro o grupo de sketchers, meus conhecidos, a conversar, mesmo ao lado da Casa de São Roque. Agora já estou atrasada, talvez uns 30 minutos. Estamos todos de bom humor e já há algum tempo que não nos vemos. Armando, Paulo, Jorge, Susana, Eduarda, Manuel... Mais logo, aparece mais gente, Ana, Rui, Camilo, Lina e caras novas como a Catarina. Às 17h30 no mesmo sítio, combina-se o reencontro para a foto da praxe e partilha de desenhos.
Enquanto fazia o meu desenho, perto do labirinto, fui presenteada com alguns elogios - “O desenho está muito bonito”. Fico sempre sem graça, mas espero ter agradecido graciosamente.
Entretanto, como havia muitos pufes à volta, eu sentada, também, num deles, fui agraciada com conversas alheias, uma delas, vinda de um canto, no meu lado direito. Duas senhoras conversavam, uma lamentava-se da mulher do filho, da sua influência nele e de não deixá-la estar com os netos. Peripécia sobre peripécia, o drama da senhora desenrolou-se por meia hora aos meus ouvidos. Um(a)
Urban Sketcher, pelos vistos, é invisível quando fica quase quieto(a), assim como, uma estátua.
Quando finalmente se levantaram e caminharam para longe, ouço um pai e uma mãe, com vozes muito ansiosas a dizerem ao filho: - “Vês, é assim que se
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Rui Queirós
Maria João Freitas
desenha. Vê se aprendes, é assim. Vês, como é bonito, desenhar assim? Deve ser pastel o que a senhora está a usar. E não é bonito, assim? “ A ansiedade dos pais era tal e a voz da criança tão miserável quando respondeu que estava a ver, que virei-me para eles e disse : “É giz e uso os dedos para desenhar”. O rapazito sorriu levemente e os pais agradeceram-me, mas, saíram logo da minha beira. Acho que não gostaram muito do meu comentário e eu fiquei com a impressão que havia uma história ali. Meter giz no nariz ou desenhar com giz nas paredes, de facto, não ia ser boa ideia. Enfim…, quando dei por terminado o desenho, fui ao encontro novamente dos Sketchers. Encontrei alguns, logo, no jardim das Camélias. A Ana estava descontente com o seu desenho, o Armando, para quem o conhece, está sempre descontente. A Susana estava a terminar o desenho e o Rui já tinha terminado. Demos alguns palpites sobre o desenho da Ana e mostramos os desenhos uns dos outros e eu, o meu feito a giz. Ao que o Armando disse que não gostava nada de giz, nem de carvão, que ficava com o pó disso no nariz. Ao que eu respondi que o giz era para desenhar, não para pôr no nariz. E a Ana acrescenta, no meio de risos, que via-se logo a dificuldade do nariz do Armando, não fosse ele conhecido como o Ab nose mais retratado do Norte.
Enfim, carolices de quem se conhece há mais de 5 anos.
Entretanto, estava na hora do reencontro para a fotografia. Belos desenhos do Parque e da Casa de São Roque, mas nem tantos, assim, sobre as Camélias. Fica para outra vez que o Parque e a Casa são lindíssimos e merecem outra visita, pena que iria chover no dia seguinte, senão ainda se regressava outra vez.
E estes são os meus três momentos favoritos num evento Urban Sketchers: Primeiro, desenhar; depois, conviver; terceiro, ver os desenhos que todos fizeram. E, é assim. No final, houve as despedidas com a promessa de retornarmos aos eventos de dia inteiro, e não a eventos de meio dia, que, a gente gosta é, também, daquele convívio de almoço, numa bela tasca com presunto, rojões e vinho na mesa... Ou papas de sarrabulho, sei lá!
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Suzana Nobre
EXPOSIÇÃO E ENCONTRO
Castelo de Montemor-o-Velho
Por Jorge Antunes
Montemor Sketchers é um grupo de desenho, composto por artistas amadores e profissionais, que organiza encontros de desenho em redor de Montemor-o-Velho, no distrito de Coimbra, e cujo principal objetivo é explorar locais através de desenhos. Para além disso, pretende contribuir para a promoção da cultura e da arte em Montemor-o-Velho e na região envolvente.
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Em dezembro de 2022, o grupo Montemor Sketchers organizou um encontro no Castelo de Montemor-o-Velho, com o pretexto de desenhar no local e de visitar a exposição coletiva ao ar livre, intitulada “Roteiro Literário da Vila de Montemor-o-Velho”. Esta exposição, ainda disponível a ser visitada atualmente, consiste numa série de desenhos criados pelos Montemor Sketchers num projeto, em 2019, o “Street Food Literário” – este visava promover a leitura e a literatura através da gastronomia, levando à exploração da vila e à visita de um festival de street food. Os desenhos expostos no Castelo de Montemor-o-Velho, na exposição “Roteiro Literário
da Vila de Montemor-o-Velho”, combinam diversos locais da vila com textos literários e, assim, convidam a um modo de exploração diferente, por parte dos participantes. Os diferentes desenhos e diversas técnicas usadas em cada um permitiram destacar a riqueza arquitetónica e cultural de Montemor-o-Velho, proporcionando momentos de convívio e de partilha entre os membros do grupo Montemor Sketchers e os visitantes que se juntaram à iniciativa. Assim, e tendo em conta o sucesso desta iniciativa, o grupo continua a inspirar e a incentivar a criatividade, mostrando que desenhar constitui uma forma de expressão poderosa e acessível a todos.
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Jorge Antunes
Jeanne Kirby Bruneau
Ana Luísa
AGENDA
Abril 2023
ENCONTROS toda a informação actualizada em USkP ENCONTROS
15 E 16 ABRIL | LISBOA
VIII Sketchus Botanicus - Orquídeas & Exóticas, 10h00-13h00 e/ou 14h00-17h00 - Zoo de Lisboa, Org. Sketchus Botanicus
Mais info e inscrição > https://forms.gle/LthpNALwiCQgjmbb6
22 ABRIL | LISBOA
Encontro do Dia Internacional da Mãe Terra na Gulbenkian, 10h00-13h00 - Ponto de encontro: Anfiteatro no Jardim
Org. Fundação Gulbenkian + USkP
22 ABRIL | LISBOA
IX Sketchus Botanicus - Dia da Terra no MUHNAC (Museu Nacional de História Natural e da Ciência), 14h00-17h00 - Ponto de encontro: ao pé da bilheteira, na entrada lateral direita do edificio - Limite de 20 participantes - Gratuito
Org. Sketchus Botanicus + MUHNAC
Inscrições: geral@museus.ulisboa.pt
22 ABRIL | PORTO
68º Encontro USkP Norte - Museu Nacional Soares dos Reis, 10h00-17h30 - Local: Museu Nacional Soares dos Reis
Org. USkP Norte
Mais info e inscrição > https://forms.gle/KcRAToifNStQFMS86
ENCONTRO NACIONAL- ILHA TERCEIRA, AÇORES
31 Agosto a 3 de Setembro
Limite 55 participantes - 8 vagas disponíveis!
Informações e inscrição https://forms.gle/L1wdCskgVyKwab8SA
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AGENDA
Abril 2023
FORMAÇÃO
GINÁSIO DO GRUPO RISCADO - ABRIL
Formador: Pedro Loureiro,
toda a informação actualizada em USkP FORMAÇÕES
Sessões: Abr 5, 12, 19, quartas-feiras, 18h30-20h00 (via zoom),
Tema: Soltar o pincel com o Pedro Loureiro, Mais informações e inscrição > https://forms.gle/6r789xBe3F8gSRvp9
OFICINAS SINGULARES
À CONVERSA COM FILIPE BOTELHO - SESSÃO #34
Facebook USK Açores - 8 Abril, 10h Açores / 11h Continente
Org. USK Açores
todas as edições em YouTube UrbanSketchers Açores
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USkP
ASSOCIAÇÃO
Urban Sketchers Portugal
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