Agenda - Urban Sketchers Portugal - Março 2021

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AGENDA Março 2021

Desenho vencedor do Tema do Mês: Marta Castro

urbansketchers-portugal.blogspot.pt

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AGENDA Março 2021

Desenho vencedor do Tema do Mês: Marta Castro Equipa de produção: Abnose, André Baptista, Carlos Matos, Henrique Vogado, Isa Silva, Leonor Lourenço, Manuel Tavares, Rosário Félix, Vicente Sardinha Colaboraram nesta Agenda: Alberta Rangel, Almerinda Bento, Ana Carmona, Ana Luísa, Antonio Almeida, António Cvs, Beatriz Brenner, Carlos Duarte Matos, Daniel de Sá, Fátima Leite, Fernanda Fernandes, Fernanda Lamelas, Filipe Botelho, Graça Patrão, Helena, Helena Paula Brantuas Sousa, Helena Vilas Boas, Inês Didelet Santos, Isa Silva, Isabel Braga, JMBaptista, João Albergaria, João Carlos Boaventura, João Diogo, João Pinto, João Tiago Fernandes, Joaquim Dias, Jolanta Mourinha, Jorge Antunes, Jorge Guedes, Jorje Borjes, Leonor Janeiro, Leonor Lourenço, Luís Frasco, Manuela Rolão, Marcelo de Deus, Margarida Botelho, Mariana, Mariana Carneiro, Marli Vitorino, Marta, Marta Castro, Maura Barreto, Milu, Mónia Abreu, Nádia Cantanhede, Paula Brito, Paula Jorge, Paula Lourenço, Paulo Mendes, PCMano, Rosário Félix, Sandie Mourão, Santos Maria de Fátima, Sofia Gomes, Sofia Palma, Tânia Ceias Lopes, Teresa Marques Filipe, Teresa Silva, Vanda Dias, Vera Guedes Design e paginação: Isa Silva Revisão: Manuel Tavares Copyright: Urban Sketchers Portugal www.urbansketchersportugal.blogspot.pt Sugestões e contacto: uskp. actividades@gmail.com

ENTREVISTA

Paulo Mendes por Leonor Lourenço

OS NOSSOS DESENHOS Tema: Tema: Tema: Tema:

USKPdesafio3 USKPdesafio4 USKPdesafio5 USKPdesafio6

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LIVRO

Tantos e tantos por Marcelo de Deus

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VIAGEM GRÁFICA

Índia por Fernanda Lamelas

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ABCDIÁRIO Letra F

por João Tiago Fernandes

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NOSSA CONVIDADA

A arte curativa do desenho por Marli Vitorino

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GRUPOS

USk Montemor Sketchers por Jorge Antunes

DICAS 1, 2, 3

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por Mónia Abreu

AGENDA

Encontros, Formações, Exposições 2

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E D I T O R I A L Olá a todos. Este segundo confinamento está a deixarnos muito mais abalados, está a afectar-nos pela saturação de um ano de privação de tanta coisa. Temos saudades de nos vermos, de desenharmos juntos, de um convívio que TANTO faz parte do que somos como Urban Sketchers. Mais tarde ou mais cedo, passaremos por períodos de desmotivação e nem o desenho nos conseguirá libertar desse peso castrador. Porém, precisamos contrariar e agarrar-nos a uma esperança que não pode desaparecer porque somos seres de grande adaptabilidade. Acreditamos que em breve, estaremos juntos e que o reencontro será absolutamente memorável e enriquecedor de alma. Os desafios semanais vão continuar todas as quintas feiras e as Conversas Virtuais, no You Tube, no último sábado de cada mês. Temos uma nova página de Facebook dos USkP porque não foi possível entrar na página antiga. Convidamos todos a seguir em Facebook.com/UrbanSketchersPortugal. Será mais um local de partilha de desenhos, informação de eventos/actividades e muito mais! Não se esqueçam de passar pelo blog para mostrarem os vossos desenhos, deixarem comentários e participarem no Tema do Mês. Inspirem-se, relaxem e desenhem muito! Direcção dos USkP

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ENTREVISTA Paulo Mendes

Por

Leonor Lourenço

Paulo Mendes, como tiveste conhecimento do grupo Urban Sketchers de Portugal? Foi na internet, já não me lembro especificamente em que sítio, mas é muito provável que tenha sido o diariografico.com do Eduardo Salavisa, mais tarde o blog dos USk e depois os respectivos links que me foram levando daqui para ali... Sei que na altura achei muito interessante porque ia ao encontro de algo que há muito desejava fazer: Desenhar de observação no próprio local. Apesar disso, só uns três ou quatro anos depois desta descoberta é começaria realmente a praticar. O que mais valorizas neste movimento? A inclusividade, a forma amiga e agradável como todos são recebidos independentemente do seu grau de evolução. A partilha, que faz com que todos tenham algo a ensinar e a aprender com todos. Sendo o desenho de observação uma actividade altamente salutar do ponto de vista

mental e terapêutico, com efeitos positivos que vão para além da simples expressão artística, este movimento faz um trabalho inestimável ao transmitir ao público a ideia de que esse “pacote de benefícios” está ao alcance de qualquer pessoa, com o bónus acrescido de uma excelente convivialidade. 4


No meio do turbilhão, que veio alterar as nossas rotinas e que ficará para a história somos levados, inevitavelmente, a recordar bons momentos passados a desenhar, com amigos. Partilha connosco um desses momentos que te deixou saudades. Não consigo partilhar apenas um, porque já foram tantos e tão bons... Desde os mais simples, como uma tarde amena a desenhar na companhia de mais um ou dois cadernistas, até aos mais grandiosos, como o inesquecível Simpósio Internacional do Porto. Para citar alguns, recordo com especial saudade os dez encontros “Sketching

com História” no Alto Minho, os fins-desemana em Torres Vedras, assim como outros momentos muito bem passados em Óbidos, Leiria, Montemor-O-Novo, Lousã, Régua, Vila do Conde, Amares, etc. E como não podia deixar de ser, 5


ENTREVISTA Paulo Mendes

muitos, senão a maioria, dos encontros do PoSk. Devo no entanto dizer que sendo eu um sketcher tendencialmente solitário, também tenho tido momentos da mais pura felicidade a desenhar na minha própria companhia.

complicado responder a isto porque são tantos que jamais conseguiria nomear todos, pelo que citarei apenas aquel@s que de imediato me ocorrem: Na prata da casa, o nosso saudoso e grande Eduardo, João Catarino, Teresa Ruivo, Rosário Félix, os Pedros, Filipe Almeida, Abnose, Miú, Patrícia Ferreira, Pedro Ferreira, André Baptista, João Albergaria, Hugo Costa, Jorge Antunes, Suzana Nobre, Luís Frasco, João Abel Mota, Alberta Rangel, Bruno Vieira, Isabel Alegria, Ana Frazão, Fernanda Lamelas, Tiago Cruz, José Raimundo, Marco António Costa, Nelson Paciência, João Tiago Fernandes, Vítor Velez, Marilisa

Todos nós, de uma forma mais ou menos consciente, sofremos influências de outros. Sendo nós um grupo em que a partilha é uma das suas mais importantes caraterísticas, gostávamos que nos referisses alguns urban sketchers cujo trabalho mais admiras. Oh valha-me a santa, é sempre tão

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a minha prática para dentro de portas, desenhando os cantos e recantos de casa, mas isso é algo que só funciona uma vez. Agora, nas minhas curtas saídas, aquilo que vou fazendo são uns desenhos muito rápidos a lápis, umas “cócegas” que são melhores do que nada mas estão longe de me encher as medidas. Em suma, neste momento sou um zombie-sketcher, adiado, suspenso e muito zangado. Toda uma prática diária de vários anos foi reduzida a pó, e não sei de quanto tempo irei precisar para voltar ao ponto em que estava. Lançaste-te num novo desafio, a edição de um livro em banda desenhada, “O Penteador” que, não se enquadrando no movimento Urban Sketcher tem como ligação a paixão pelo desenho e pela partilha. Como surgiu este projecto? Surgiu em 2017 na sequência de conversas sobre BD que andava a ter com um conhecido e muito retratado sketcher da nossa praça, o Abnose, que é leitor assíduo e me começou a emprestar umas novelas gráficas. Reacendeu-se assim a velha paixão da

Mesquita, Vicente Sardinha... Além fronteiras, Ian Sidaway, Lapin, Inma Serrano, Celia Burgos, Catherine Gout, Arnaud de Meyer, Sagar Forniés, Marina Grechanik, Simon Taylor, Shari Blaukopf, Tommy Kane, Rob Carey, Mark Holmes, Charline Moreau, Róisín Curé, Monika Wolk, Katrin Merle, Steven Reddy, Gérard Michel, Will Freeborn, Pete Scully... Para quem quiser progredir no seu traço, tu respondes com a tua célebre frase: “desenhar, desenhar, desenhar todos os dias”. Nesta época de confinamento como tens ultrapassado enquanto urban sketcher, esta fase? Não estou a ultrapassar, infelizmente. Estou a lidar muito mal com esta abominável sacanagem a que alguns chamam confinamento. Sou um desenhador lento, que precisa de pelo menos hora e meia para que um registo saia como quero, e esse tempo não é compatível com as restrições actualmente em vigor. Durante o confinamento do ano passado transpus 7


ENTREVISTA Paulo Mendes

a minha destreza manual, agilidade mental, capacidade de trabalho, enfoque e concentração, o desenho de observação praticado diariamente dotou-me das ferramentas que me tinham faltado no início da idade adulta, quando o sonho de ser autor de BD ficou pelo caminho. O urban sketching tem esse poder de mudar a vida das pessoas, e mudou a minha de muitas outras maneiras. Qualquer actividade humana, seja ela criativa ou não, pode colher inúmeros benefícios da sua prática frequente e disciplinada.

adolescência, quando sonhava ser autor de BD, publicava em fanzines e colaborava na organização do Salão Internacional de BD do Porto. Uma vez reacesa a chama, quis fazer uma experiência de retoma e criei “O Penteador” a partir de ideias soltas que trazia comigo há já algum tempo. Foi algo que começou por brincadeira, e deu no que deu.

“Obra deliciosa, humor generoso irresistível” nas palavras de João Ramalho Santos, no Jornal de Letras, “divertido, muito agradável, bálsamo de boa disposição, traço eficaz”, segundo Pedro Cleto, são algumas das caraterísticas que fizeram de ti o Vencedor do Prémio “Vinheta de Ouro 2020” na categoria de melhor obra de humor. Será que ganhámos uma referência na nona arte e perdemos um urban sketcher “frenético”, como às vezes nos referimos a ti?

O facto de seres urban sketcher, de que modo contribuiu para concretizares este sonho? Contribuiu de tal forma que provavelmente não o teria concretizado se não fosse urban sketcher. Ao desenvolver 8


Com apenas um trabalho publicado, tenho ainda muita estrada pela frente até que possa ousar aspirar a ser algum tipo de “referência”. Em termos de urban sketching, tenho que admitir que realmente estou mais “calmo”, mas creio que isso se deve sobretudo ao facto de agora passar mais tempo em casa, seja às voltas com a BD ou algum outro trabalho que me vá aparecendo para ajudar a pagar as contas. Contudo, faço questão de continuar a sair todos os dias para desenhar, é um treino que considero essencial e não dispenso. Só não fico tanto tempo na rua como dantes, e normalmente trago para casa apenas um desenho em vez de dois ou três. Com mais ou menos frenesim, tenciono continuar a “urbansketchar”, assim como a participar nas actividades de grupo.

Enquanto elemento de um dos grupos regionais, o Posk-Porto Sketcher tens algo que gostarias de ver melhorado? Um mini-autocarro dava-nos muito jeito para aumentar o nosso raio de acção, mas como sei que estou a pedir demasiado já me contentava com o fim do confinamento.

A Direção dos Urban Sketchers de Portugal tem a preocupação especial em dar visibilidade e envolver mais os grupos regionais, bem como saber quais as suas maiores necessidades. 9


OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: #USKPDESAFIO3

Miss Pantufas, Mister Pijama Maura Barreto

Isabel Braga

Jorje Borjes

Helena Paula Brantuas Sousa

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Ana Carmona

João Diogo PCMano João Carlos Boaventura

João Pinto

Paula Brito

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OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: #USKPDESAFIO3

Miss Pantufas, Mister Pijama Manuela Rolão

Teresa Marques Filipe

Paula Lourenço

Rosário Félix Sandie Mourão Graça Patrão

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Vanda Dias

Fernanda Fernandes Jorge Antunes

Sofia Gomes

Luís Frasco

Jolanta Mourinha

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OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: #USKPDESAFIO4 Eu cá, tu lá

Joao Carlos Boaventura e João Albergaria

Almerinda Bento e Nádia Cantanhede Sandie Mourão e Joaquim Dias

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Fernanda Fernandes e Leonor Janeiro

Graça Patrão e Rosário Félix

Beatriz Brenner e Ana Luísa

Helena Paula Brantuas Sousa e Helena Vilas Boas

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OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: #USKPDESAFIO4 Eu cá, tu lá

JMBaptista e Helena

Maura Barreto e Daniel de Sá

Rosário Félix e Mariana

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Manuela Rolão e Paula Jorge

Paula Brito Brito e Jorge Antunes

Jolanta Mourinha e Milu

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OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: #USKPDESAFIO5 Pequerrucho mai’fofo!

João Albergaria Almerinda Bento

Inês Didelet Santos

Carlos Matos

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Filipe Botelho

Isabel Braga

Fátima Leite

Jorge Guedes

Antonio Almeida António Cvs

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OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: #USKPDESAFIO5 Pequerrucho mai’fofo!

Vera Guedes

João Pinto

Leonor Lourenço

Sofia Palma

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Marta Castro

Sandie Mourão

Fernanda Fernandes

Rosário Félix 21


OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: #USKPDESAFIO6

Venham a mim as superfícies

Vanda Dias

Mariana Carneiro

Joao Carlos Boaventura João Pinto

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Teresa Silva

Isa Silva

Tânia Ceias Lopes

Carlos Duarte Matos

Paula Brito Santos Maria de Fátima

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OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: #USKPDESAFIO6

Venham a mim as superfícies

Fernanda Fernandes

Jorge Guedes António Cvs Sofia Palma

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Marta

Marta Castro

Santos Maria de Fátima

Milu

Sandie Mourão

Alberta Rangel

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OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: #USKPDESAFIO6

Venham a mim as superfícies Helena Paula

Leonor Lourenço

Fátima Leite

Filipe e Margarida Botelho

Almerinda Bento

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Todos os últimos sábados do mês

Dois sketchers convidados no nosso canal de You Tube

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LIVRO

Tantos e tantos Por

Marcelo de Deus

A minha relação com o desenho nasce em 2013, em Janeiro, mais precisamente no dia 5. Dirigi-me de Viana a Braga para frequentar num sábado um Workshop sobre desenho em diários gráficos. Era a minha prenda de Natal, com o valor de 30€. Caro, achei. Nem vou gostar, pensei. Tinha 40 anos e nunca tinha desenhado nada de que me lembrasse em toda a minha vida... não era, e ainda não sou propriamente aquilo a que se convencionou chamar de pessoa muito sociável. Foi pois uma conquista essa determinação de me meter num carro sozinho e ir até Braga, passar um dia com desconhecidos…mas lá fui. Numa sala fria do magnífico Mosteiro de Tibães, um grupo de pessoas, maioritariamente arquitectos, designers, ilustradores, aguarelistas, professores. Em frente um “personagem” chamado Eduardo Salavisa. Logo captou a minha atenção pelo entusiasmo, empatia e figura. Também eu devo ter captado a sua, por ter dito que trabalhava na Segurança Social e que, além de ter recebido tal presente de Natal,

nunca havia desenhado na vida. Como nos lembramos de um trauma ou de um acontecimento espetacular, assim me lembro de várias frases e conselhos que lhe ouvi nesse dia. A certa altura parecia falar só para mim, pois que os outros todos desenhavam. Parecia que conquistar mais uma pessoa para a sua causa se tinha transformado no centro da sua intervenção. Desde Le Corbusier até Frida Khalo, falou 28


Picasso, mas também o entusiasmo com que o Eduardo falava dos seus amigos como Manuel João Ramos, José Louro, Manuel San Payo e Lapin, etc. Mostrou com ternura alguns exemplos feitos pela Ketta que ele próprio usava, falou da dicotomia entre exibir ou não, da influência que as redes sociais têm necessariamente sobre o próprio processo. Do próprio acto de desenhar em público. Seria possível apenas registar o que se vê, ou seria em si uma intervenção, que altera e interfere no próprio contexto…hmmm…? Saímos para desenhar e, depois de umas tentativas para as quais hoje olho com um misto de vergonha e saudade, voltei para casa desapontado com o produto, mas animado por ter conhecido esta espécie de comunidade analógica à qual queria pertencer. Cheguei a casa e encomendei o meu primeiro diário gráfico Laloran. Poderá parecer exagero ou lugar comum, mas aquele dia mudou a minha vida. Felizmente ainda fui bem

de diários de viagem ou íntimo, mas sempre gráficos…de campo ou de esboço, mas sempre cadernos….”Como uma caixinha que se fecha e podemos transportar no bolso…” Ficaram-me na cabeça os exemplos de cadernos de Eugène Delacroix, do Pablo 29


LIVRO

Tantos e tantos Marcelo de Deus

a tempo de o dizer ao próprio... a cada encontro, em cada almoço. Desenho, obsessão, tempo, relações, encontros, memórias, momentos. Momentos, sim; como o do Mário (Linhares) que um dia se deu ao trabalho de me vir entregar gentilmente um caderno em Lisboa para eu poder partir de férias… Momentos como o encontro que tive a honra de organizar em Viana, com o próprio Eduardo, o Tiago Cruz, o Pedro Alves e o Mário Linhares. Como privar com a simpatia e o talento do Pedro Alves, cujos desenhos forram paredes da minha casa, e cuja companhia me dá gosto à mesa. Pessoas com o talento do Paulo Mendes, que vou encontrando a norte, e a grandeza da Teresa Ruivo, de quem não tenho qualquer desenho…! Momentos como deixar um desenho meu em casa do Armando pelo Natal deste confinamento… Perdido nestes pensamentos, reparei que fugia ao tema…falar de livros. Ainda pensei falara sobre a maravilhosa obra Carnet de Voyage Côte d’Ivoire do Mário e da Ketta Cabral Linhares, mas decidi não o fazer. Devem comprá-lo, oferecê-lo aos amigos, guardar para que os filhos mostrem aos netos. Depois imaginei-me a analisar os preciosos livros do Lapin, mas não. Para isso teria que maçar-vos com uma

coincidência e o fascínio nascido de um livro sobre Carcassone, e daí partir para explicar a epopeia que foi ir a Barcelona de carro em julho de 2016, com mulher e filhos e tenda na mala, para reconstituir no meu diário gráfico os 31 pontos do Modernisme Beyond Gaudi, By Lapin. Ps. Na mala, entendase, apenas a tenda. Escolhi então não vos falar também do Livro fundamental de Manuel João Ramos, Histórias Etíopes da Assírio e Alvim, um pequeno tesouro que finalmente encontrei e comprei por indicação do Mestre Eduardo, num belo fim de tarde, entre cervejas e um desenho partilhado. A minha escolha deveria recair sobre o livro Diários de Viagem – desenhadores do quotidiano, 35 autores contemporâneos - Quimera, de Eduardo Salavisa, mas parece que a tarefa caberia ao incrível e talentoso Hugo Costa, com quem ainda não tive o privilégio de privar. Está bem entregue. Diria apenas que este livro é um verdadeiro tratado sobre esta coisa de desenhar…encontrei-o há meses à venda no OLX. Aproveitando a ocasião da apresentação do Livro de despedida com que nos brindou o Eduardo, Caderno de Retratos, Memórias imperfeitas (do qual decidi não falar) carreguei-o – que não é leve – na mochila, a tempo de colher do seu

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à última da hora, por questões políticas, se teve que mudar a imagem da capa. Ficou a do António Procópio, em boa hora. Escolhi então o Caderno da América Latina, dedicado à Rita, para não falar. Livro resultante de uma jornada impressionante, pontuado paradoxalmente por uma ausência, relacionada com a peripécia da perda de 6 diários de viajem e conta com uma bela apresentação de Hector Abad Faciolince, o texto A neblina de ontem. Da mesma forma, compreendam, não falarei dos demais Cadernos do Porto, de Braga, de Caminha, etc, que a prosa já vai longa. Comprem-nos todos, se vos fôr possível. Continuem a desenhar, por desenhar, que é assim que a coisa deve ser. Se terei falado demasiado do Eduardo, perdoem-me, mas não podia ser de outra forma.

autor a dedicatória mais bonita, singela e verdadeira: “…Os desenhos uniram-nos!...”. Afinal, é também isso que os desenhos fazem! Com os dois no colo, regressei de comboio nessa tarde a casa. Sobre os dois chorei. E sobre os dois aconcheguei o meu diário gráfico para melhor desenhar a carruagem da CP, pois que assim seria a vontade do Eduardo. Com ele organizei uma bela empreitada que desaguou no Livro Desenhos do Alto Minho, em 2019. Este projecto levou-nos no ano de 2018 num périplo pelos 10 concelhos de Viana do Castelo, onde se realizaram outros tantos encontros, subordinados ao tema do património edificado, no ano europeu do património. Pois até do motorista do autocarro – que um dia avariou - sinto saudades, sempre intrigadíssimo com o entusiasmo deste grupo, liderado pelo Pedro Alegria. Não falo deste livro senão do espanto do Eduardo quando 31


VIAGEM GRÁFICA Índia

Por

Fernanda Lamelas

A Índia era há muito tempo um destino por mim muito desejado. Confesso que ao fascínio de conhecer o país e a sua cultura, havia também algum receio, de tantas histórias que ouvia contar. Fui com um grupo de pessoas de vários países, numa organização de um indiano que residia e reside em Ahmedabad, no norte da Índia. Por esse motivo, Ahmedabad foi a primeira cidade que visitámos. Em Ahmedahbad quase não vemos turistas, mas vemos vacas, que são bem tratadas, e cães que são tão

esqueléticos que até faz impressão! Outra coisa que descobri nesta viagem é que não podemos imaginar o tempo que iremos demorar a percorrer as distâncias na Índia se usarmos as nossas estradas como referência. Acho que demoramos no mínimo o triplo do tempo, dependendo do tipo de transporte… De Ahmedahbad ao White desert demoramos aí umas 10 horas, num mini-bus apertado, durante toda a noite, quase que ia dando em doida. But that’s India! E há que relativizar e entrar no espírito... 32


O White desert é um deserto salgado que fica no norte da Índia junto à fronteira com o Paquistão. A Tent City, um complexo com tendas, restaurantes, lojas que é montado e desmontado todos os anos, funcionando apenas alguns meses durante o inverno. À noite há espetáculos de música, dança, mas o ponto principal de atracção deste lugar é ir ver o nascer e o pôr-do-sol no deserto. Nas lojinhas, irresistíveis as cores dos objectos de artesanato! Continuando viagem, Udaipur, conhecida como a cidade dos lagos. Fica no Rajastão, o estado onde se localiza o famoso Triângulo Dourado. Depois Jaipur, chamada “Pink city”. Tem edifícios lindíssimos como o Palácio dos Ventos, que é apenas fachada com inúmeras janelas, construído para as mulheres poderem ver o que se passava na rua, já que não podiam andar nela... Amber Fort fica fora da cidade de Jaipur, é um complexo com vários palácios e fortes com uma muralha que segue o relevo do terreno. A paisagem é maravilhosa, foi um dos

locais de que mais gostei. Para fazer um desenho mais confortavelmente, desalojei do seu posto o homem do telescópio… Em Rishikesh, quer fica já perto da fronteira com o Nepal, e onde nasce o rio Ganges que por aí passa ainda

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VIAGEM GRÁFICA Índia

Fernanda Lamelas

límpido e transparente. Tomar banho no rio, segundo os indianos, purifica. Eles deslocam-se de longe até mesmo apenas para colher água em garrafas que depois guardam em suas casas como símbolo de limpeza, purificação.. O meu marido tomou banho no rio,

mas eu preferi continuar impura... apenas desenhei… Agra era talvez o local mais desejado da viagem para poder finalmente ver, estar e desenhar o Taj Mahal! Depois a surpresa: ao entrar no Taj Mahal não me deixaram levar o meu caderno! Eram

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proibidas actividades que podiam ser comerciais, desenhar incluído! Depois de implorar ao chefe de segurança para poder resolver a situação, disse-me que podia arrancar uma folha ao caderno (que não podia mesmo entrar...) e desenhar às escondidas!! Quase chorei de raiva e impotência!

No final foi uma viagem inesquecível pela explosão de cores surpreendente que este país nos oferece, pelos locais lindíssimos, por estar mais perto desta cultura, pela simpatia das pessoas. Disse adeus Índia, prometendo voltar em breve! Quem diria que não poderia ser em tão breve assim…

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F Por

ABCDIÁRIO

João Tiago Fernandes

[1] A minha primeira partilha no grupo dos Urban Sketchers, no Flickr. O liceu onde estudei tinha dois computadores disponíveis para os alunos poderem fazer uso das suas disquetes. Dois! Se bem que para mim era igual ao litro — eu não tinha computador em casa. Na verdade, sempre que era preciso, acabava por

utilizar a máquina de escrever do meu pai para passar os meus trabalhos a limpo. Tec-tec-tec tec-tec tec-tec-tec plim! Só comprei um computador depois de entrar na universidade — veio com um telemóvel de oferta e tudo! A primeira vez que acedi à Internet foi

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na biblioteca da faculdade com um colega de curso (já veterano nestas lides) e, pouco tempo depois, já éramos ambos membros fundadores do canal #fbaup, no velhinho mIRC.

“Illustration Friday” — todas as 6ª-feiras o site lançava um tema e quem quisesse tinha essa semana para criar uma ilustração. Resumindo, para poder participar acabei por criar uma conta no Flickr. E, apesar da plataforma ser direcionada para amantes de fotografia, a quantidade de grupos dedicados ao desenho a que fui apresentado foi impressionante! Um dos que mais me marcou foi, sem dúvida, o grupo dos Urban Sketchers. Nomes como Rich Johnson, Victoria Hein, Paul Wang ou Gérard Michel, entre outros, passaram a fazer companhia às webcomics que já acompanhava e rapidamente o meu estojo me convidou a sair por aí a riscar. Até esse momento, vinha a desenhar apenas durante as viagens de comboio[1] ou durante o soundcheck[2] dos concertos e/ ou durante looongos ensaios — acreditem: toda a gente pensa que ser percussionista é estar sempre a fazer barulho mas a verdade é que envolve muito tempo de espera[3]. Mas, voltando ao Flickr, como qualquer um pode partilhar os seus trabalhos no grupo, comecei a sentir-me parte de uma verdadeira comunidade e lá passei a sair à rua[4] de caderno na mão. A lista de grupos interessantes era

Letra F — Redes Sociais Anos volvidos, já depois de concluir o curso superior (Artes Plásticas Escultura) e de ter passado a trabalhar quase exclusivamente como músico (sim, tem tudo a ver), apercebi-me de que tinha saudades de sentir a caneta a deslizar pelo papel. Nessa altura, acompanhava uma série de blogues e, como mais tarde me vim a aperceber, atrás de cada avanço tecnológico há sempre um bando de artistas curiosos que aproveitam a nova tecnologia para criar arte. Neste caso, foi a criação de um plug-in para a WordPress (chamado ComicPress) que permitia publicar banda-desenhada tendo por base o código de um blogue sem ter que seguir o típico formato de scroll-down. Foi ver o meu RSS Feed a triplicar de um dia para o outro! Alguns desses artistas participavam em desafios de desenho e eu achei que não haviam de ser só eles a divertir-se. Na altura existia o desafio

[2] Space Ensemble no Teatro Sá de Miranda, Viana do Castelo

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ABCDIÁRIO

João Tiago Fernandes

[3] Durante um ensaio de orquestra

interminável e o sentimento de pertença uma realidade — se alguns se focavam numa técnica ou material específicos (Pen & Marker, por exemplo), outros orientavam as suas partilhas para situações mais concretas (Drawing passengers in a train, plane or bus), enquanto outros desafiavam os seus membros (Julia Kay’s Portrait Party). Na altura, outra plataforma vinha já a conquistar terreno e, como forma de manter contacto com familiares e amigos enquanto vivia em Inglaterra, lá acabei por aderir ao Facebook. Mais uma vez, lá me convenceram com os grupos. E, aliado a isso, a facilidade com que se conseguiam marcar eventos. Rapidamente, consegui

acercar-me de pessoas com os mesmos gostos, organizar encontros de desenho e, através dos álbuns de fotografias, partilhar os desenhos num só sítio — cada qual gerindo os seus próprios trabalhos, tal como acontecia com o Flickr. Mas nem tudo eram rosas e, por causa da cada vez mais crescente monopolização por parte do Facebook, o Flickr decidiu mudar o seu interface e aproximá-lo do aspeto do Instagram (para apelar aos mais jovens, talvez?). A verdade é que isso me afastou da plataforma e, desde 2016, que deixei de partilhar trabalhos por lá. Mas estou tentado a alterar essa tendência — a pesquisa que fiz para escrever este 38


artigo trouxe-me saudades. Será altura para os Urban Sketchers Portugal criarem um grupo por lá para toda a gente poder partilhar os seus trabalhos num só sítio, não? É que uma coisa que sempre me marcou (pela negativa) nos blogues foi o facto de limitarem o número de colaboradores. Fica a provocação. (wink wink) Entretanto, a minha atenção foi-se direcionando para o Instagram, e é lá que tenho partilhado os meus trabalhos criativos, com as minhas propostas aos desafios do Inktober ou do CarveDecember. Mas é uma forma privilegiada também para publicitar eventos assim como partilhar o resultado dos mesmos. A quantidade de artistas a partilhar aí os seus trabalhos rivaliza com qualquer outra plataforma, só superada pela qualidade dos mesmos. E aí surge um dos pontos negativos de toda esta exposição a boas imagens: sentirmonos inaptos, congelarmos ao compararnos com outros artistas. Mas aí vem um dos lados positivos desta nossa partilha: o conseguirmos olhar para trás e ver o nosso progresso. A única comparação justa para com nós próprios é comparar os nossos riscos de hoje em dia com os de há 3-5 anos atrás. =) As redes sociais, na sua função

primária, servem para manter as pessoas ligadas. E, em tempos de confinamento, sem a possibilidade de mantermos encontros presenciais, os vários tipos de desafios lançados pelos vários grupos de sketchers, as conversas online, webinários, workshops/tutoriais online, etc, formam uma espécie de rede social — ou, pelo menos, tem mantido viva a chama desta nossa comunidade. Os encontros online mantêm a continuação dos vários grupos regionais, combatendo o esmorecimento generalizado e fomentando a ligação entre o núcleo duro de cada grupo, permitindo ainda que desenhadores de outros pontos do país (e até do mundo) se lhes juntem. O tipo de desenho também se alterou, pois não sendo possível desenhar na rua (e vendo que já todos estamos fartos de desenhar a vista da nossa janela), fomos obrigados a abrir espaço à criatividade. As redes sociais têm sido uma ferramenta vital, especialmente neste último ano, quer na redescoberta do desenho quer no sublinhar da identidade desta nossa comunidade. Estamos todos ligados pela Internet, mas o que realmente nos conecta — a nossa verdadeira rede social — é o desenho.

[4] Pormenor de coreto, Aveiro

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NOSSA CONVIDADA

A arte curativa do desenho Quando era miúda gostava de desenhar, especialmente nas aulas de artes visuais do 2º ciclo de escolaridade. Recordo-me que o mais parecido ao desenho por observação foi um que fiz numa aula em que o professor nos mandou para a rua, sentarmo-nos num banco de jardim e desenhar o que estávamos a observar. Foi uma experiência muito gira! No entanto, a arte traduzida pelo lápis, papel e tinta ficou latente ao longo do tempo, dando lugar a uma outra paixão, a do cuidar! Ainda assim, quem diria que o desenho voltava a surgir na minha vida, de uma forma tão surpreendente e espontânea, dentro de “quatro paredes” do hospital, numa era pandémica! O desenho surgiu como “refúgio” nos primeiros dias de

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Por

Marli Vitorino


pandemia vivida enquanto enfermeira de Cuidados Intensivos, que cuidava de pessoas com COVID-19, em estado grave. No início, o medo do desconhecido, o risco de contágio e as dificuldades psicológicas e físicas surgiam em catadupa, sendo um grande desafio gerir as emoções e sentimentos inerentes, especialmente quando entrava na “zona vermelha” (1) . A permanência na zona vermelha e a adaptação aos equipamentos de proteção individual testaram as minhas capacidades ao limite, dando a sensação que o tempo parava enquanto estava lá dentro,

enaltecendo a ansiedade, o medo e os desconfortos causados pela máscara e pelos óculos. A sensação de falta de ar acentuava a cada segundo... foi nesse momento que peguei numa caneta e numa folha de papel e comecei a desenhar... traços que expressavam o que via e sentia, para me tentar abstrair-me da sensação de sufoco e desconforto! Após terminar, constatei que o desenho tinha ficado percetível e fixei-o no vidro

1) Zona vermelha – zona restrita de isolamento onde se encontram as pessoas com COVID-19.

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NOSSA CONVIDADA

A arte curativa do desenho da porta, que separava a zona vermelha da zona não contaminada, com o objetivo de incentivar os colegas que viriam a seguir. Atrás de um desenho veio outro, e mais outro, até ao ponto em que já me questionavam qual seria o próximo, surgindo assim a minha terapia em tempo de pandemia! Aos desenhos, acrescento reflexões que dão “voz” às emoções e sentimentos vividos em cada traço, cada traço que traduz uma realidade, uma experiência, uma perspetiva de quem cuida e de

Marli Vitorino quem é cuidado, desmistificando aquilo que se vive para lá da porta dos Cuidados Intensivos. As perspetivas do desenho revelam-se de forma espontânea, por vezes no meu olhar enquanto enfermeira, outras vezes no lugar de um médico, de uma assistente operacional, de uma técnica de limpeza, mas também na versão da pessoa cuidada e da família que (forçosamente distanciada, mas nunca esquecida) anseia por notícias! Em retrospetiva, sinto que não sou

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eu que escolho o que desenhar, mas sim as minhas vivências, que despoletam uma enorme necessidade de as testemunhar, retratando momentos esperançosos, harmoniosos, sedentos de coragem, de espírito de equipa, de missão e entrega, mas também momentos que traduzem as dificuldades, a exaustão, os medos e as perdas, que não deixam de ser reais! Apesar das dificuldades nesta luta compartilhada, é essencial cada um dar o seu melhor, na certeza de nunca desistirmos! Por este motivo, enquanto houver lápis e papel, continuarei a partilhar aquilo que de certa forma também me cura, a realidade desenhada! 43


GRUPOS

USk Montemor Sketchers

Por

Jorge Antunes

O grupo Montemor Sketchers - MoSk é um dos muitos grupos regionais de Urban Sketchers existentes em Portugal. Nasceu em 2014, depois da realização do 1º encontro de Urban Sketchers em Montemor-o-Velho apoiado pelo “Centro de Artes do Papel” e que teve como finalidade a divulgação do papel artesanal de palha de arroz. Os MoSk estão frequentemente presentes em encontros organizados por outros grupos de Urban Sketchers

e em várias iniciativas para as quais são convidados. Exemplo de algumas destas são os eventos organizados pelo grupo de “Automóveis Classicos de Montemor-o-Velho”, o “ REBULIÇO | artes em contexto rural”, realizado pela União de Freguesias de Abrunheira, Verride e Vila Nova da Barca e ainda, com o apoio da Activar – Associação de Cooperação da Lousã encontros, passeios para desenhar e workshops na aldeia do Talasnal e Lousã. Desde 2014 é organizado um encontro anual mais complexo com programa específico, apoios e patrocínios e durante o qual se reúnem Sketchers de todo o país: o “Encontro de Urban Sketchers em Montemor-o-Velho”. A sua última edição aconteceu em 2017. Para além deste são também realizados encontros durante as Festas do Concelho de Montemor-

Paula Brito

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-o-Velho, a Feira Anual e a do Arroz e da Lampreia, sendo estes eventos excelentes formas de divulgação do movimento Urban Sketcher através das diversas entrevistas realizadas por canais de televisão que visitam estes eventos municipais. O grupo Montemor Sketchers participa como organizador, nos encontros do “(a)Riscar o Património” entre Coimbra e Montemor-o-Velho, promovido pela DGPC – Direção-Geral do Património Cultural, com apoio dos Urban Sketchers Portugal e que se integra nas Jornadas Europeias do Património. No inicio de 2018, os MoSk foram convidados pelo clube Mototurismo do Centro para pintar um mural na sua nova sede localizada no Parque Verde

de Coimbra. Este mural foi apresentado na inauguração, durante a qual foi realizado um encontro, “Os MoSk a desenhar motas”. A convite da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho foi ainda realizada a ilustração de um percurso literário de vários pontos de Montemor-o-Velho: “2º Street Food Literário”. Relativamente a exposições, os Montemor Sketchers participaram em 2020 numa exposição coletiva em Avintes, integrada no Festival INstantes. Para além desta, o grupo esteve ainda presente numa outra exposição, promovida pelo Município de Montemor-o-Velho, cuja temática era o Dia Nacional dos Castelos e onde foram expostos diversos trabalhos 45


GRUPOS

USk Montemor Sketchers

Jorge Antunes

Ana Luisa representantes de locais da região. Apesar da situação pandémica em 2020 ter impedido a realização de encontros presenciais, os MoSk resolveram organizar diversos encontros virtuais, denominados “MoSk - Virtual Sketch” e cujos principais objetivos são manter o contacto entre os participantes de encontros deste tipo e desenhar. Isso é conseguido através de desenhos cronometrados de imagens de modelos humanos e outros. Os Montemor Sketchers têm uma edição anual em PDF onde é apresentado o resumo de todas as atividades que realizaram ou em que participaram com base no Album MoSk no FB. Para o ano de 2021 os MoSk têm já ideias e contactos para atividades serem realizadas quando a situação pandémica atual o permitir. Para acompanhar todos os anúncios futuros, bem como trabalhos de diversos aristas, os MoSk têm contas no Instagram, FaceBook e ainda um Blogue.

Jorge Antunes

http://montemorsketchers.blogspot.pt montemor.sketchers@gmail.com 46


Por

DICAS 1, 2, 3

Mónia Abreu

Comida é um excelente tema para desenhar, quer seja pelas cores apelativas, brilhos, texturas ou simplesmente porque sabe bem (comer... e desenhar). O abacate, tão na moda ultimamente, serve para todo o tipo de petiscos e é um excelente modelo para representar. Desenhar um abacate

#1 - Sobre papel de tom creme (Clairefontaine Paint On Naturel 250gr) desenhei as linhas gerais do abacate com uma lapiseira de grafite 0.7 e sem carregar muito.

#2 - Dei cor a todo o desenho com aguarela tentando salientar já alguns degradês nos tons. Usei aguarelas White Nights, cores: Verde, Verde Terra, Verde Azeitona, Burnt Umber, Indian Gold e pincel Raphael Symbiose Redondo série 8000.

#3 - Apliquei alguns retoques, escureci algumas zonas e dei sombras com a cor Indigo e realcei as partes luminosas com guache branco opaco da Talens.

Experimentem e partilhem no blog com a etiqueta #dicamarco Técnicas, truques, efeitos. Querem partilhar? Enviem para uskp.actividades@gmail.com Mandem-nos uma introdução (máximo 450 caracteres) + título da dica + 3 imagens dos desenhos e indicação dos materiais usados. 47


AGENDA março 2021

ENCONTROS

toda a informação actualizada em USkP ENCONTROS

6 MARÇO | ILHA TERCEIRA, AÇORES Encontro 49 - Casa dos Botes - Núcleo Museológico do Clube Naval de S. Mateus 14h - Angra do Heroísmo Org. USK Açores, Ilha Terceira 20 MARÇO | ILHA TERCEIRA, AÇORES Encontro 50 - Coreto do Jardim de Angra do Heroísmo 14h - Angra do Heroísmo Org. USK Açores, Ilha Terceira

FORMAÇÃO

toda a informação actualizada em USkP FORMAÇÕES

ALFABETO LISBOETA DESALINHADO - Mário Linhares, José Louro, Ketta Linhares 10 de outubro a 10 de julho - Sábados, 10h30 - 13h00 Mário Linhares, José Louro, Ketta Linhares LISBOA ANTI-POSTAL - Mário Linhares 14 de outubro a 30 de junho Quartas feiras, 14h30 - 17h00 ou 18h00 - 20h30 Info: https://hakunamatatayeto.blogspot.com/2020/09/lisboa-anti-postal.html DIÁRIO GRÁFICO EM CASA - Mário Linhares 7 de novembro a 17 de abril (curso online) - Sábados, 18h00 - 20h30 Org. Nextart DIÁRIO GRÁFICO | INICIAÇÃO - Mário Linhares 17 de novembro a 15 de junho - 3.ª feiras, 15h00 - 17h30 Org. Nextart 48


EXPOSIÇÕES

toda a informação actualizada em USKP EXPOSIÇÕES

EXPOSIÇÃO | 9 JARDINS DE LISBOA - Cadernos e desenhos - USkP Até 21 Março 2021 Todos os dias, 9h-16h30 (encerramento às 13h em caso de estado de emergência) Estufa Fria de Lisboa Org. Câmara Municipal de Lisboa/Lisboa Cidade Verde 2020 | Estufa Fria de Lisboa | UrbanSketchersPortugal DESENHO EM CADERNOS E FOTOGRAFIA - Grupo do Risco Museu Nacional de História Natural e da Ciência Até 14 de Março de 2021 Org. GdoR/LxVerde

OFICINAS SINGULARES

todas as edições em You Tube UrbanSketchers Açores

À CONVERSA COM EMANUEL FÉLIX- Sessão #9 Facebook USK Açores - 6 de Março, 10h Açores / 11h Continente Org. USK Açores

CONVERSAS VIRTUAIS

todas as edições em You Tube Urban Sketchers Portugal

CONVERSAS VIRTUAIS You Tube dos Urban Sketchers Portugal - 27 de Março, 18h (GTM - Hora PT) Org. Urban Sketchers Portugal

Comuniquem-nos actividades relacionadas com sketching para o e-mail uskp.actividades@gmail.com 49


USkP ASSOCIAÇÃO Urban Sketchers Portugal

urbansketchers-portugal.blogspot.pt Instagram: @urbansketchersportugal You Tube: urbansketchersportugal Facebook: urbansketchersportugal

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