Agenda - Urban Sketchers Portugal - Novembro 2021

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AGENDA

Novembro 2021

Desenho vencedor do Tema do Mês: Isabel Alegria

urbansketchers-portugal.blogspot.pt

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AGENDA

Novembro 2021

Desenho vencedor do Tema do Mês: Isabel Alegria

ENTREVISTA

Filipe Reis Oliveira por Leonor Lourenço

OS NOSSOS DESENHOS Equipa de produção: Abnose, André Baptista, Carlos Matos, Henrique Vogado, Isa Silva, Leonor Lourenço, Manuel Tavares, Rosário Félix, Vicente Sardinha Contributos e Desenhos: Alexandra Baptista, Alexandra Belo, Ana Luisa Frazão, Anselmo Coelho, Arrábida Sketchers, Doris D’Alincourt, Eduardo Araújo, Eduardo Salavisa, Fernanda Fernandes, Fernando Correia, Filipe Reis Oliveira, Hélio Boto, Henrique Vogado, Henrique Vogado, Isabel Alegria, João Ramos, João Santos, João Tiago Fernandes, Jorge Vila Nova, José Barreiros, José Raimundo, Leonor Janeiro, Leonor Lourenço, Luís Ançã, Manuel João Ramos, Margarida Andrade, Margarida Botto, Mário Linhares, Nelson Paciência, Nuno Matos Silva, Rita Caré, Tiago Cruz, Vicente Sardinha, Zé Mendrigo Design e paginação: Isa Silva Revisão: Manuel Tavares Copyright: Urban Sketchers Portugal www.urbansketchersportugal.blogspot.pt Sugestões e contacto: uskp.actividades@gmail.com

Tema: Bicicletas

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LIVRO

O Almanaque do GIBI nº 2: Nostalgia por José Raimundo

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VIAGEM GRÁFICA

Viajar para desenhar por Ana Luisa Frazão

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ENCONTRO NACIONAL

São Miguel, Açores, 1, 2 e 3 de Outubro 2021 por Alexandra Baptista

DICAS 1, 2, 3

por Anselmo Coelho

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ENCONTRO NACIONAL

São Miguel, Açores, 1, 2 e 3 de Outubro 2021 por vários autores

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(A)RISCAR O PATRIMÓNIO

Exposição em São Miguel, Açores por Margarida Botto e Jorge Vila Nova

ABCDIÁRIO

por João Tiago Fernandes

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GRUPOS

Arrábida Sketchers por Arrábida Sketchers

AGENDA

Encontros, Formações, Exposições 2

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E D I T O R I A L Olá a todos. O fim do ano aproxima-se e começamos a tratar de novidades e actividades para 2022 sempre com a esperança que o novo ano nos traga a calma definitiva e menos ansiedade. O mês de Novembro chega com a possibilidade de vários encontros espalhados pelo país (consultem o blog) mas destacamos o que irá realizar-se no Museu da Presidência e Jardins do Palácio de Belém em Lisboa. Será todo o dia neste espaço emblemático das nossas instituições governativas. Vejam mais à frente toda a informação e link de inscrição. Serão sorteadas 5 bolsas GO Sketch para quem resida fora da área metropolitana de Lisboa. Temos um novo TEMA DO MÊS: Jardins. O desenho com mais comentários no blog, será a capa da Agenda de Dezembro. Participem!! Não se esqueçam de passar pelo blog para mostrarem os vossos desenhos, deixarem comentários e participarem no Tema do Mês. Inspirem-se, relaxem e desenhem muito! Direcção dos USkP 3


ENTREVISTA Filipe Reis Oliveira

Por

Leonor Lourenço

Como e quando te começaste a integrar nos USKP? Foi na faculdade, em 2010 que comecei a integrar nos UsKP com o meu amigo e colega André Duarte Baptista. Conheci o movimento através de um Workshop na “Casa das Histórias - Paula Rego”, organizado pelo Eduardo Salavisa, e desde então identifico-me como um “Urban Sketcher”, pela forma de olhar, contemplar e registar no diário gráfico o que nos rodeia “in loco”.

e desenho os nossos cantinhos com calma, estando sozinho ou em grupo. Isto porque nas viagens fora do país, ando numa azáfama para ver e absorver o máximo do país que visito, e porque o tempo é mínimo utilizo o suporte fotográfico para fazer registos, para além de que nem sempre estou sozinho e não quero causar desconforto para quem me acompanha, pelo tempo que levo para fazer o registo no diário gráfico.

O que consideras mais interessante neste “mundo”? Neste “mundo”, o mais interessante é o processo de estarmos todos no mesmo “mood” a desenhar e obtermos interpretações únicas consoante cada observador. Tens feito várias viagens em que o caderno não falta para fazeres os teus registos. Qual o país que mais te ficou na memória? Porquê? Já fiz algumas viagens pelo mundo a fora, mas é em Portugal que paro

Recorda alguma peripécia, momento mais interessante que te ficará para sempre na memória… Recordo-me de uma viagem fantástica que fiz a Barcelona, 4


desenho de António Procópio

que por coincidência encontrei o André Baptista, escusado será dizer que passámos a viagem a agendar encontros para desenhar. Se tivéssemos combinado, não teria corrido tão bem.

o movimento, todos os encontros são ou foram experiências únicas e irrepetíveis, porque evoluímos uns com os outros, no entanto, houve um encontro organizado pelos LESK (Urban Sketchers Leiria) que me marcou. A partir da partilha e visão do convidado especial João Albergaria, sempre que quero dinamizar o traço

Ao longo deste tempo, entre várias viagens, eventos e encontros foste conhecendo vários desenhadores/ sketchers. Partilhas connosco as tuas referências? Gosto da “Malta” toda e todos têm um contributo fundamental para 5


ENTREVISTA Filipe Reis Oliveira

no desenho “ando” literalmente enquanto desenho, para poder observar para além de um ponto de vista fixo, e assim ver “além”, ou seja, de pontos de vista diversos, permite-me dinamizar o desenho.

O que mais gostas de desenhar? Qualquer motivo é motivo para desenhar, no entanto gosto muito do espaço urbano para poder “brincar” com a perspetiva. Como seria para ti um dia perfeito em termos de desenho? O desenho transporta-me para uma viagem prazerosa de contemplação do observado e para esse exercício é necessário desligar de todo o resto. Por isso procuro não faltar aos encontros com a malta dos UsK com a Frida & Hera (as minhas canídeas), e da minha companheira Amanda, costumam ser uns dias perfeitos a desenhar. Em que contexto mais gostas de desenhar? Adoro desenhar com os membros e amigos deste “mundo” seja qual for o contexto. Há algo que gostarias de referir e que não foi contemplado nesta entrevista? Por conseguinte desta entrevista aproveito para

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partilhar a minha dissertação do mestrado - “Desenho de Observação: Uma Ferramenta primordial em Arquitetura”, que contempla entrevistas de uma amostragem com 31 Urban Sketchers da qual neste estudo cientifico mais de metade dos entrevistados estão ligados à área das Artes, designadamente a Arquitetura e todos os entrevistados têm uma vontade intrínseca de expressar-se através do Desenho de Observação, sendo esta ferramenta comum desde a infância até à idade adulta, permitindo-nos explorar novas formas de sentir, de estar e observar, na qual redescobrimos o mundo com “outros olhos”.

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OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: BICICLETAS

Hélio Boto

Eduardo Salavisa

Alexandra Belo

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Henrique Vogado Nuno Matos Silva Eduardo Salavisa Vicente Sardinha

Mário Linhares

João Santos

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OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: BICICLETAS

Fernanda Fernandes

Nelson Paciência Luís Ançã

Leonor Janeiro

Rita Caré

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Isabel Alegria

Vicente Sardinha José Barreiros Eduardo Araújo

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LIVRO O Almanaque do GIBI nº 2: Nostalgia

Por

José Raimundo

Introdução Podemos pensar o desenho no contexto do urbansketching como uma ferramenta para representar a visão pessoal sobre o cotidiano de forma que nos pareça convincente. Tratam-se de narrar visualmente o que destilamos do que acontece ao nosso redor, com recurso à razão e à imaginação pessoal. Ainda, podemos considerar as manifestações da Banda Desenhada (BD), tão antigas quanto a humanidade1. Manifestações guiadas pelo conceito de enredo com princípio, meio e fim, e história dentro da História. Através da sua estética subjacente sabemos o que as personagens sentem, cria-se suspense que anima as suas almas com um medium inanimado, permitindo-nos criar elos e identificar-nos com os seus dilemas. 1) Na Mesopotâmia, berço da civilização ocidental, foram encontradas tábuas com escrita cuneiforme, que narram a história de Gilgamesh e a demanda da vida eterna. Este texto é contudo desprovido de emoção, o que impede que nos conectemos com os personagens. Já as cavernas gregas de Sperlonga são povoadas por esculturas, que iluminadas à luz de archotes, narram a epopéia de Ulisses com maior dinamismo permitindo ao público identificar-se com a história. Cem anos após o nascimento de Cristo, é erigida a coluna de Trajano que comemora a vitória deste imperador sobre os Dácios. A narrativa desenrola-se em espiral, num conjunto de imagens em planos picados que se elevam à altura da coluna. Hoje em dia, no oriente, temos Hayao Miyazaki que se debruça sobre a revisitação do imaginário. Todas estas narrativas exploram o desejo universal de um herói definido pelas suas acções e respostas morais. 12


A aceleração da modernidade [1], faz do desenho uma ferramenta poderosa porque não é instantânea, obrigando o sketcher a abrandar e a reflectir para reconstruir o mundo segundo a sua visão [2]. Assim, escolho um almanaque de Banda Desenhada (BD) perdido no sótão dos meus avós, cuja leitura me auxiliou a sonhar, definir o meu traço e preferências estéticas enquanto base para explorar o desenho. Trata-se do Almanaque do GIBI nº2: Nostalgia2, composto por histórias ilustradas por autores diferentes. Os seus conteúdos são uma cápsula do tempo rica de estilos gráficos, estereótipos, moral, preconceito e estética, uma digressão e inspiração visual que recomendo a todos.

Contributos para sketchers Não se tratando de escrita académica, a leitura rigorosa deste almanaque pode revelar o muito que se pode fazer com claro e escuro: estilizar personagens para acentuar traços psicológicos, como frieza ou herotismo em The spirit; enfatizar poses e movimentos elegantes dos personagens, e os cenários que os rodeiam, em Flash Gordon e Mandrake; e conceber mundos utópicos em Little Nemo in Slumberland.

2) GIBI significa “negrinho” ou “moleque”, segundo o website “Memória Roberto Marinho”acedido a 13 de outubro de 2021, o almanaque foi lançado em 1939 por Roberto Marinho tornando-se muito popular, atravessando fronteiras, censura, ditaduras e colonialismo em ambos os lados do Atlântico, quiçá proporcionado ao leitor o imaginário de uma liberdade ainda não atingida. 13


LIVRO

Por

O Almanaque do GIBI nº 2: Nostalgia Esta publicação é ainda um compêndio de composição editorial, com vinhetas aumentando em escala e número quando é necessário convir dinâmica, como lutas ou clímax, ou diminuindo o seu número e uniformizando a sua escala em momentos de contemplação ou reflexão. Em complemento usam-se múltiplos níveis de narração, do visual, a balões de diálogo e a notas de rodapé. Estas técnicas são usadas em grande parte em narrativas pautadas pelo monomito, a jornada do herói. Esta jornada é um processo cíclico, iniciase com uma missão onde se ganha um valor espiritual ou material que é partilhado ao retornar ao mundo

José Raimundo

familiar [3]. Tal estrutura narrativa permite-nos questionar quem pode ser o herói hoje em dia. Na minha opinião, cada um é herói à sua maneira, pois no geral todos lutamos contra as frustrações do cotidiano, queremos elevar-nos a um patamar mais alto, e ser merecedores de respeito pelo que fazemos. Assim, esta publicação pode ilustrar como é que a integração da jornada do herói em sketching pode acrescentar-lhe relevância. Por proximidade com o que argumento, escolho exemplificar esta relevância com The Spirit. A sua indumentária apenas assegura o anonimato e não possui superpoderes, pelo que pode ser identificado com as dúvidas, fraquezas e lutas do ser humano comum. Isto não ocorre por acaso, o seu autor (Will Eisner) foi seminal em ampliar a narrativa da BD a questões de género e raça, e a desenlaces inesperados e acidentais correlacionáveis com o mundo atual [4]. Esta ampliação torna-se visível, por exemplo, nas personagens femininas tão perigosas quanto os vilões [5], que abalam o estereótipo submisso da mulher na sociedade do Séc. XIX, na direção de uma emancipação que toca a todos. Isto remete-nos para a ideia de elevação pessoal como um esforço colectivo anónimo assente no respeito 14


e compreensão mútuas [6]. Ou seja, o herói não começa nem se finda em si mesmo, é necessário todo um universo em seu redor para o legitimar. Por isso o afastamento da sua jornada também o desumaniza. A Jornada do herói e Sketching Em suma, aquilo que nos define é aquilo que fazemos, a postura que assumimos, os caminhos que trilhamos. Assim, apesar de imperfeições ou lacunas, é possível acreditar que pode e deve existir um mundo melhor. Isto porque os meus heróis estão à minha volta! vivem! existem fisicamente! São aqueles que não humilham, que não ferem, que não são toldados pela ambição, vaidade ou poder; os que têm uma postura de respeito e compreensão para com o outro; os que tentam ajudar, dar o seu melhor como indivíduos; que se debruçam sobre o belo; que sorriem em tempos difíceis; que sentem deslumbramento ao olhar as coisas simples. E são estes que desenho, os que quero ser, mesmo sem super-poderes...

Excellence in Arts Education. Cambridge, Massachusetts: Harvard Graduate School of Education. [3] Campbell, Joseph (1949). The hero with a thousand faces. Princeton University Press. [4] Booker, M. Keith. 2014. Comics through Time: A History of Icons, Idols, and Ideas. ABC-CLIO, Santa Barbara, CA. [5] Dijkstra, Bram. 1988. Idols of Perversity: Fantasies of feminine evil in fin-de-siecle culture. New York: Oxford University Press [6] Vygotsky, Lev Semyonovich. 1967. “Imagination and Creativity in Childhood.” Journal of Russian and East European Psychology 42 (1): 7–97. https://doi. org/10.2753/RPO1061-0405290173.

Bibliografia e Webografia [1] Rosa, Hartmut. 2013. Social Acceleration: A New Theory of Modernity. New York: Columbia University Press. [2] Seidel, Steve, Shari Tishman, Ellen Winner, Lois Hetland, e Patricia Palmer. 2009. The Qualities of Quality: Understanding

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VIAGEM GRÁFICA Viajar para desenhar

Sair de casa com um programa de encontros de desenho em Espanha é para mim sempre uma satisfação. Sevilha, Málaga e depois uma escapadinha a Marrocos foi um programa muito preenchido. Desta vez havia tempo uns dias de férias uma viagem programada com um percurso mais longo e mais desenhos. Nenhum destino novo ou inesperado, tudo locais para rever e redescobrir em cada desenho. A primeira paragem em Sevilha para o encontro “Una semana dibujando en la calle VI “ da Escuela de Arquitectura, reencontrar amigos, palestras na universidade de manhã e desenhar em grupo à tarde, sempre com aquele calor que nos envolve e que convida a uma esplanada, uma bebida fresca,

Por

Ana Luisa Frazão

muitos desenhos e muito riso. Devo ter alguma costela sevilhana pois sinto-me em casa. Gosto das cores da cidade, dos coloridos das ruas e até do seu movimento. Muita gente nas ruas que nos entra pelo desenho e que desmonta o sentido da perspectiva, não que eu me preocupe muito com isso, mas depois ao observar o que fiz relembro a dificuldade que é estar sentada com as pessoas a passarem-nos à frente, enormes a taparem todo o ângulo de visão. Quando se desenha com muita gente a deambular à nossa frente,

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as cores das roupas e o movimento das pessoas têm-me levado gradualmente a substitui-las por recortes de papel colorido, é pouco convencional mas muito dinâmico e expressivo. Gosto do resultado de um velho Tio Patinhas rasgado à mão no momento. De encontro em encontro e porque a Sevilha segue-se Málaga no calendário…

e no mapa é só deixar o dedo descair um bocadinho para a direita lá estamos nós. Malagráfica é também uma referência para quem gosta de encontros no país vizinho. Uma alegria o início do encontro na primeira tarde. Chegámos cedo e sentámo-nos a desenhar na Plaza del Obispo há algumas esplanadas e é

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VIAGEM GRÁFICA Viajar para desenhar

Por

Ana Luisa Frazão

muito engraçado à medida que a tarde vai avançando começarem a chegar os sketchers para o encontro. Para alguns é um reencontro de velhos amigos para outros é a primeira vez e aos poucos todas as mesas se vão enchendo de gente a desenhar. Há os que conhecemos há vários anos e os que nunca vimos ao vivo e a cores mas que identificamos pelos desenhos ou

que nos identificam a nós. Uma forma muito divertida de relacionamento. Aparecem os portugueses uns para desenhar outros para palestrar depende do programa, neste esteve o Pedro Alves a “palestrar”. Por Málaga deambulámos três dias em conferências, workshops e claro de desenho em desenho saltitámos tal qual o elefante de nenúfar em nenúfar. Depois destes dias intensos rumámos 18


comprado uma manta de lã natural castanha e branca, voltei ao mesmo sítio e lá estavam os dois velhinhos onde tinha comprado a primeira manta há uns anos, só que desta vez queria duas e eles só tinham uma, perguntaramme quando é que me ia embora e tudo certo depois de amanhã ao final da manhã passe cá que a manta está feita. Puseram mãos à obra e eu aqui tenho as mantas em casa. Desta vez aconteceram-me duas peripécias deste género, a outra foi noutro artesão encontrar um colar feito com os botões de seda dos kaftan, gostei da ideia do colar mas tinha umas cores horríveis. Já me conheço e sei que iria passar o resto da vida a pensar no colar. Entrei, não havia mais

a Tanger, em Marrocos tudo muda: as pessoas, a arquitectura, os sons, a luz, as cores, os cheiros, as roupas, as comidas. ADORO! Tanger é uma cidade ainda com muitos sinais da presença europeia mas mesmo assim é como entrar noutra época, mergulhar numa aguarela de Bertuchi, um outro mundo. Descobrir o mercado do peixe, as lojas de especiarias, os artesãos a trabalhar é toda uma aventura. É certo que há um sem fim de lojas para o turista mas há recantos com artesãos que vale a pena descobrir e desta vez consegui desenhar um mercado berbere. Já tinha estado em Tanger e tinha

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VIAGEM GRÁFICA Viajar para desenhar

Por

Ana Luisa Frazão

nenhum mas os saquinhos com conjuntos de botões feitos em fio de seda eram muitíssimos. Depois de uma longa conversa e de convencer o marroquino que percebia de cores, lá fiz alguns conjuntos sobre o balcão para lhe explicar que os colares deviam ter umas cores predominantes, etc., etc. Devia estar muito inspirada porque ele levou a conversa muito a sério e fez-me um colar como eu queria para o dia seguinte! É sempre um prazer sentarmo-nos

no café do Petit Socco onde ainda se respira um ar muito cosmopolita e beber um chá, todo um ritual que perdura no tempo, até porque o tempo de um chá marroquí é calmo e muito compatível com o tempo de um desenho. Ainda demos um salto a Chefchauen a conhecida cidade azul no norte de Marrocos sempre uma inspiração mas com muito pouco tempo para desenhos. E assim foi mais uma viagem para desenhar. 20


Desenhar Belém - 27 Novembro 2021 Vai-se realizar no próximo dia 27 de Novembro um ENCONTRO dos URBAN SKETCHERS PORTUGAL no Museu da Presidência e nos Jardins do Palácio de Belém, onde poderá existir a possibilidade da presença do Senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (caso a sua agenda permita). O encontro vai decorrer entre as 10h00 e as 17h30, mas podem participar apenas durante a manhã ou apenas à tarde, onde teremos que respeitar e garantir o limite de 40 pessoas no evento. A Associação USKP disponibiliza 5 bolsas GO SKETCH no valor de 75 euros para sortear pelos associados (com as quotas pagas) que vivam num raio superior a 100Km de Lisboa e que se comprometam a estar presentes. Consultar regulamento da bolsa GoSketch > https://tinyurl.com/h3xe3shs

INSCRIÇÕES: formulário de preenchimento (até 25 de Novembro) Número máximo de participantes ao mesmo tempo: 40 Organização: USkP + Museu da Presidência 21


ENCONTRO NACIONAL

São Miguel, Açores 1, 2 e 3 de Outubro 2021

Por

Alexandra Baptista

Após o grande e desconfortável interregno que o Covid 19 impôs enchemo-nos de determinação e focámo-nos em levar a cabo os projetos adiados. Assim, entre 1 e 3 de outubro de 2021, assinalou-se mais um Encontro Nacional de Urban Sketchers. Desta vez, na ilha de São Miguel, Açores. O encontro celebrou, através do desenho, a ligação entre os sketchers de todo o país, mas também convidou a uma experiência única e criativa onde o

café teve particular presença como recurso associado ao registo gráfico. Conversas, exposições e workshops em torno de diários gráficos, atividades amplificadas pela sinergia da ilha e das gentes que nela habitam. Neste âmbito, ocorreu um movimento pluridisciplinar entre artistas, comércio, associações, municípios, governo, entre todos os que dão corpo à nossa cultura. No primeiro dia, após check-in e sessão de abertura onde estiveram presentes 22


o sr. Diretor Regional da Juventude, Vereador da Cultura do Município de Ponta Delgada e Representantes da Direção da Associação Urban Sketchers Portugal e do Grupo Urban Sketchers Açores, realizaram-se 3 circuitos (em alternância) de aproximação à cidade de Ponta Delgada: De TERRA aMAR - Circuito Costeiro [1] Viagem em embarcação, propôs sair da ilha para desenhá-la sob outro ponto de vista. Circuito “desEMBARCAR em PDL” Circuito terrestre (Opção A) Portas do Mar, Portas da Cidade, Forte de São Brás, Portos dos Açores (Locomotivas) Circuito “linha d´Água” - Circuito terrestre (Opção B) Marina Pêro de Teive, Avenida do Mar, Forno da Cal

diário gráfico como forma de registo atento e de preservação de memória do património local. Estava previsto um Piquenique à beira da Lagoa das Sete Cidades que, pelas condições climatéricas, acabou por ser convertido num almoço «volante» no salão da Junta de Freguesia onde abundaram os produtos de produção e cariz regional. Depois de almoço, no coração do vulcão, desenvolveu-se a Oficina “Aquilo que os meus olhos não vêem” c/ Tiago Cruz onde explorámos a capacidade sensorial no registo, para além dos nossos olhos e seguiram-se

No segundo dia a colaboração fez-se com o Museu Carlos Machado (através de Bruna Roque e Valério Moniz) e Junta de Freguesia das Sete Cidades. Propusemo-nos a VER para ALÉM DA PAISAGEM, apesar da chuva que se fez notar, as atividades nas Sete Cidades desenvolveram-se entusiasticamente. As Produções artesanais de Pão e Queijo promoveram a prática do Desenho em

[1] De TERRA aMAR - Circuito Costeiro 23


ENCONTRO NACIONAL

São Miguel, Açores 1, 2 e 3 de Outubro 2021

Por

Alexandra Baptista

Oficina de TIago Cruz

um conjunto de exercícios de inspiração suprematista. À noite em Ponta Delgada, na VAGA - Espaço de Arte e Conhecimento, fomos ARRISCAR: o Desenho como Investigação de Risco c/ Daniel Moraes.

Esta oficina, patrocinada pela Viarco, proporcionou-nos um serão de franca liberdade e experimentação. No terceiro e último dia parámos para desenhar a Lagoa do Fogo, o Centro histórico da Ribeira Grande e fomos

Oficina de Daniel Moraes 24


‘Desafio de Como se esventra um desenho?’ com Mário Linhares acolhidos em Rabo de Peixe com as festas da Freguesia. Aí, com Mário Linhares, fomos guiados uma vez mais pela sua criatividade e dedicamo-nos a responder ao desafio de Como se esventra um desenho? Chegada a hora do encerramento do evento optámos pelo Arquipélago, Centro de Artes Contemporâneas da Ribeira Grande, para o palco da nossa atuação Agradecemos a presença de todos os entusiastas do desenho em caderno e lançámo-nos para a sessão de encerramento do encontro encarando o momento como uma janela aberta para o futuro e determinada pela esperada e oportuna associação à inauguração da Exposição itinerante (a)Riscar o Património.

Esta sessão teve a presença dos representantes da Direção Geral do Património, Diretor do ACAC e Representante da Cultura do Município da Ribeira Grande e permitiu-nos expor e partilhar os desenhos elaborados ao longo dos três dias (a)Riscando. Realizou-se ainda, uma versão digital em 3D da exposição para aqueles que estão longe ou que por algum motivo não podem ir vê-la aqui. posteriormente incluíram-se alguns cadernos do grupo USkP Açores no centro da sala, o que a complementou. A realização do Encontro Nacional de Urban Sketchers, retrospetivamente, foi um sucesso. Pelo envolvimento de muita gente jovem e de um número muito razoável de 65 pessoas, sendo

Exposição (a)Riscar o Património Visita virtual - clicar para ver

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ENCONTRO NACIONAL

São Miguel, Açores 1, 2 e 3 de Outubro 2021

Por

Alexandra Baptista

que em algumas ações específicas, atingimos os 80 participantes. Este foi o nosso primeiro Encontro Nacional, e aproveito para transmitir o feedback positivo que recebemos relativamente à organização do projeto, à qualidade do acolhimento e atividades propostas, levando a crer que proporcionámos vivências plenas e autênticas onde sentirmos reciprocidade, a empatia de todos e… o verdadeiro espírito Urbansketcher.

Clicar sobre a imagem para ver o video

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Por

DICAS 1, 2, 3

Anselmo Coelho

A pintura a aguarela é uma técnica cheia de desafios e imprevisível, mas os resultados finais quando bem aplicada possui uma beleza inimitável, uma luminosidade e cores brilhantes, ideais para traduzir os diferentes ambientes à nossa volta. Para ajudar a superar algumas das maiores dificuldades desta técnica venho sugerir a utilização de guache branco em combinação com as aguarelas para criar tanto cores transparentes como opacas para resolver as questões técnicas mais difíceis da pintura a aguarela. Pintar a aguarela e guache branco

#1 - Começamos pelo desenho prévio a grafite ou outro material riscador. Seguidamente, pintamos as cores e tons mais claros com manchas largas, omitindo qualquer detalhe. Papel Fabriano 50% algodão; aguarelas W&N, Schmincke, Sennelier, Mijello e feitas por mim; pincéis redondos e planos de vários tamanhos.

#2 - Depois de terminadas as primeiras camadas, aplicamos progressivamente os tons mais escuros e as cores mais intensas. O segredo nesta fase é trabalhar entre o húmido e o seco.

#3 - Finalmente aplicamos as cores opacas para trabalhar e definir com mais controlo e precisão os detalhes e pormenores mais complexos e reajustar determinadas áreas que de outra forma seria mais difícil. Aguarelas e guache branco W&N.

Experimentem e partilhem. Técnicas, truques, efeitos. Querem partilhar? Enviem para uskp.actividades@gmail.com Mandem-nos uma introdução (máximo 450 caracteres) + título da dica + 3 imagens dos desenhos e indicação dos materiais usados. 27


ENCONTRO NACIONAL

São Miguel, Açores 1, 2 e 3 de Outubro 2021

Por

Vários

Doris D’Alincourt Assim que li o anúncio do Encontro Nacional do Urban Sketchers Portugal 2021 nos Açores fiquei com muita vontade de participar. Me pareceu uma oportunidade muito especial de conhecer urban sketchers de vários lugares de Portugal, além de ir ao Arquipélago pela primeira vez. Digo primeira vez porque não será a única… já penso em voltar. Cheguei a Ponta Delgada na véspera do evento e fiquei hospedada no simpático hotel Alcides, bem no centro, o que me deu a chance de andar sem destino para sentir a energia do lugar e deixar o acaso apresentar as boas surpresas que se tem quando nos colocamos no caminho. E, sim, tive boas surpresas. Mas isso é uma outra história… Agora voltemos ao nosso evento. No primeiro dia pela manhã foi feita a abertura onde tudo funcionou muito bem. À tarde a Alexandra Baptista, nossa anfitriã, nos levou para um passeio marítimo com o objetivo de desenhar a ilha de São Miguel vista da perspectiva do mar para a terra. Porém, foi muito

mais que isso: tivemos a grande sorte de sermos acompanhados por um enorme grupo de golfinhos durante boa parte do passeio. Naquele momento todos estavam fascinados, com os olhos presos nas águas acompanhando os mergulhos de grupos que estavam por todos os lados. Enquanto isso, havia algumas pessoas no barco que, desde o primeiro momento, estavam desenhando e fizeram trabalhos maravilhosos, mas o movimento do mar não me facilitava e só consegui fazer uns dois sketches (e meio). Já no segundo dia, embarcamos nos autocarros que nos levariam às Lagoas 28


estética e sua proposta arrojada. Lá vimos uma bela exposição de sketches e foram apresentados os trabalhos produzidos do encontro, com direito a fotos e certificados. A essa altura a camaradagem já estava instalada e grande parte do grupo foi jantar em um mesmo restaurante para comemorar os encontros proporcionados pela paixão que compartilhamos pelo desenho. Fica um agradecimento a todos os que proporcionaram estes momentos maravilhosos: os Urban Sketchers dos Açores, a Câmara e Juntas de Freguesia dos locais que visitamos e, não menos importante, todos os participantes com sua alegria e generosidade na troca de experiências. Já tenho saudades.

das 7 Cidades através de um caminho florido. A primeira parada no Miradouro da Vista do Rei, um denso nevoeiro nos impediu de avistar as Lagoas Azul e Verde, mas a floresta em meio às nuvens também tem seu charme e serviu de tema para alguns desenhos. Em sequência, já na povoação das 7 Cidades, fomos brindados com duas raras experiências: a feitura de queijos e de pães que nos foram servidos fresquinhos. Estava previsto um picnic ao ar livre, mas o mau tempo não permitiu. Então, a Junta da Freguesia ofereceu seu salão e nos recebeu com simpatia e fartura de delícias locais. E os sketches? Claro, havia os participantes que estavam todo o tempo com o caderno aberto fazendo o registro de cada local e situação, e havia os que esperavam a chegada aos locais onde ficaríamos mais tempo. E essa parada aconteceu em um lindo parque à beira da Lagoa Azul, cuja paisagem rodeada das montanhas vulcânicas, inspirou a todos para desenhar. No terceiro e último dia, embarcamos rumo à Lagoa do Fogo e Ribeira Grande, desta vez com bastante chuva. Apesar disso, tivemos a sorte de chegar ao miradouro a tempo de desenhar a lagoa que logo depois sumiu na névoa. Quando descemos a serra fomos à encantadora localidade de Ribeira Grande, onde almoçamos e desenhamos o centro histórico. Em sequência, fomos à freguesia Rabo de Peixe, local simples de pescadores onde, por sorte, encontramos as ruas todas enfeitadas para a procissão da padroeira, N.Sra. do Rosário. Mais um feliz acaso. Para encerrar, conhecemos o Centro de Arte Contemporânea Arquipélago, que impressionou a todos pela sua beleza

Henrique Vogado Projecto apresentado na festa dos 10 anos dos Urban Sketchers Portugal em Setembro de 2019, pela Alexandra Baptista dos Urban Sketchers Açores, previsto para Outubro de 2020 e adiado para 2021. O programa apresentado era muito bom e com formadores conhecidos. Era uma excelente oportunidade de voltar aos Açores depois de umas férias em 2004. A viagem de avião correu muito bem, onde encontrei o Mário Linhares. Um par de horas de viagem com máscara e caderno na mão. Fui

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ENCONTRO NACIONAL

São Miguel, Açores 1, 2 e 3 de Outubro 2021

Por

Vários

desenhando o que via no pequeno espaço e logo o desenho possibilitou uma conversa com 2 raparigas ao meu lado. Aceitaram ser desenhadas para o registo e falei-lhes do Evento. Ficaram a conhecer os Urban Sketchers. O desenho abre portas à conversa. Cheguei na quinta à noite e logo pude sentir a humidade na cidade de Ponta Delgada. No dia seguinte começava o Evento, com o check-in ao final da manhã. A apresentação oficial era ao meio-dia e entretanto pude ir até à Marina desenhar. No saco de ofertas que recebemos, tínhamos além de cadernos e um belo lenço, uma caneta-pincel que nos encheram de café Delta para usar. Na apresentação a Alexandra deu as boas vindas, depois falei como representante da direção da Associação Urban Sketchers Portugal. A Associação foi em alguns aspectos institucionais o elo de ligação entre as Entidades Regionais e o grupo de São Miguel. Foi uma boa entre-ajuda entre nós e é esse o papel principal da Associação com os grupos regionais. Depois de mim falaram ainda os representantes do Município de Ponta Delgada e da Secretaria Regional da Juventude. No fim mostrei-lhes o desenho da Marina e ficaram surpreendidos. É bom quando se apercebem do potencial do desenho para dinamizar o Turismo e a Cultura local. De tarde começava a festa do desenho, com um passeio de barco no circuito

“De TERRA aMAR”, ao longo da costa da ilha para ver os golfinhos e desenhar a paisagem vista do mar. O capitão Stanimir e a sua tripulação foram muito simpáticos. O búlgaro, em Portugal há mais de 20 anos, explicou-me o seu percurso enquanto o desenhava. Alguns de nós não estavam muito bem com a ondulação do barco. Felizmente não tive problemas e deu para desenhar. Ao final da tarde, seguimos para uma esplanada num dos cafés em frente da Marina e que tinham parceria com a organização. Hora do Sketch & Drink com boa conversa e pessoal que fiquei a conhecer. Toalhas em papel para rabiscar com uma cerveja ao lado. Excelente. No segundo dia, saí a correr do hostel para as Portas da Cidade onde aguardavam 2 autocarros para nos levar às Sete Cidades. No miradouro Vista do Rei, a vista era de uma tremenda neblina. A Bruna Roque e o Valério Moniz fizeram o enquadramento histórico do local. Voltámos aos autocarros para descer às Lagoas. O passeio debaixo de chuva obrigou-nos a seguir rapidamente para a produção de queijo artesanal, onde nos abrigámos e provámos o queijo fresco com a massa de pimenta (fiquei fã). De seguida fomos à Padaria Tavares ver e desenhar o fabrico do pão, que me fazem lembrar os papo-secos em tamanho XL. O piquenique que estava programado foi transferido para a Junta de Freguesia 30


onde provamos algumas das iguarias da ilha. A equipa da organização esteve excelente. Aliás, acrescento que esteve ao nível de um Simpósio. De tarde abriu o sol. A paisagem parecia tão nítida e deslumbrante aos meus olhos. Fui altura da Oficina do Tiago Cruz “Aquilo que os meus não veem”. Junto à Lagoa azul pudemos testar os nossos sentidos no papel. Voltámos depois a Ponta Delgada para o jantar e para uma Oficina radical no Espaço VAGA. A Oficina do Daniel Moraes “o Desenho com o investigação de Risco” e a utilização de diversos materiais da Viarco. Um momento de nos sentirmos crianças a rabiscar nos cadernos e com o momento alto no desenho à luz de lanternas em papel de cenário nas paredes do Centro. Euforia ao máximo e “luvas” de grafite nas mãos. Que delícia de Oficina! No domingo, terceiro dia, saímos de autocarro até à Lagoa do Fogo. O clima nos Açores é um belo desafio para todos e para quem quer desenhar é um excelente cronómetro. Desenhámos rapidamente antes da chegada da neblina e dos chuviscos. A Lagoa havia desaparecido em 15 minutos. Gostei do efeito das pingas no papel. Visitámos 2 miradouros mas o clima brincava connosco. A chegada à Ribeira Grande em cenário solarengo foi o momento para reportagem da RTP Açores com a Alexandra a chamar-me para falar em frente à câmara e entrevistas a alguns dos sketchers sobre o Evento e o Urban Sketching. Fui até à praia com as piscinas ao fundo e a vista ofereceu-me mais um desenho que me deu muito prazer, com uma interrupção de um casal francês que pediu conversa e admirou o resultado no caderno. O azul do mar

é lindo, muito diferente do Continente. Estava em êxtase. Depois do almoço, seguimos até Rabo de Peixe, onde o arquiteto Marco Andrade nos explicou a história e a actualidade da freguesia. Percorremos a pé a vila, as janelas engalanadas com colchas em dia de procissão da Nossa Senhora do Rosário. Na escadaria da Igreja, decorreu a Oficina do Mário Linhares “Como se esventra um desenho?”, mas logo tivemos de mudar de poiso com o som dos sinos a repicarem enquanto a procissão percorria as ruas. Junto ao coreto pudemos desenhar. Ao fundo vi a procissão a chegar fui atrás para desenhar o momento. A nossa presença foi estranhada por quem desfilava, mas logo gostaram dos desenhos. Depois descemos ao Porto de Pescas onde a ondulação batia nas rochas relaxava o olhar. O Encontro finalizou no Centro de Artes Contemporâneas ARQUIPÉLAGO, onde visitámos a exposição de desenhos do (a)Riscar o Património. Ainda consegui desenhar o Jorge Vila-Nova e Margarida Boto enquanto discursavam no exterior. Ainda falaram o João Mourão e a representante do Município da Ribeira Grande, Sónia Moniz. Da representante faltou desenhar a cabeça, mas pude terminar numa conversa com ela e o Jorge Vila-Nova. Senti-me muito bem acolhido por toda a equipa dos Urban Sketchers Açores. Foi um fim-de-semana emotivo em que voltei a sentir a energia de grupo a desenhar e conviver. Adorei tudo! Agradecimentos à Alexandra, Rafaela, Sara, Nicole, Carolina, Raquel e restante equipa de voluntários que fizeram deste um grande Encontro. Quero voltar aos Açores. 31


ENCONTRO NACIONAL

São Miguel, Açores 1, 2 e 3 de Outubro 2021

Por

Vários

Margarida Andrade

almoço que teríamos umas horas depois na Junta de Freguesia. Comi pão tão quente que mal se conseguia manter nas minhas mãos e deparei-me com um novo miradouro da, para mim já tão familiar, Lagoa do Fogo. Deu-me, igualmente, a oportunidade de regressar ao desenho. Este segundo ponto custa a admitir. Duvidei, inclusive, se o devia partilhar aqui. Mas partilhando, reforço, também, a importância do Encontro Nacional de Urban Sketchers de 2021. Desenhei como já não desenhava há muito tempo e apercebi-me do quanto esta prática altera, positivamente, a forma como vivo uma qualquer experiência (e a memória dela também). Isto é insubstituível. Tanto que, quando dei o texto a ler ao meu pai, ele sugeriu que alterasse a sua estrutura, partilhando, primeiro, o regresso ao desenho e só depois o regresso à ilha, assumindo que o segundo teria maior significado. Fez-me ver que não. Que o regresso ao desenho foi e é mais importante para mim e que, desde que o Encontro acabou, tenho desenhado todos os dias. Não há melhor do que isso.

O Encontro Nacional de Urban Sketchers de 2021 foi, para mim, mais do que um simples encontro entre pessoas interessadas no desenho. Por já não viver em São Miguel há 5 anos e, como consequência, por já não frequentar os encontros que os Urban Sketchers Açores vinham a fazer, o Encontro Nacional de Urban Sketchers de 2021 permitiu-me regressar a duas coisas que, ainda que sem ter a noção, me faziam muita falta. Permitiu-me, numa primeira instância, regressar à ilha sob o ponto de vista de alguém que a vê pela primeira vez. Visitei-a de novo em conjunto com pessoas que realmente a estavam a ver pela primeira vez. Conheci uma produtora de queijo fresco que, amavelmente, abriu a porta da sua casa nas Sete Cidades a um grupo de desconhecidos que, de forma quase abusadora, a retrataram enquanto ela nos preparava dezenas de queijos para o

Tiago Cruz O convívio, conhecer novos locais, a energia que motiva a desenhar, a troca de ideias e técnicas, etc., tudo contribui para estas boas experiências que são os encontros dos USk. Em primeiro lugar 32


Pensar no registo de observação implica questionar o acto de percepcionar. Olhar para algo e desenhar esse algo. Desconstruindo este processo percebemos que o que está em causa é um acto de interpretação. Olhamos para algo, interpretamos, e desenhamos essa interpretação. E, assim sendo, aquilo que é desenhado e algo que se afasta do objecto percepcionado e aproxima-se de uma imagem mental que temos relacionada com o objecto percepcionado. Assim, o objecto serve apenas como ponto de partida para uma outra coisa. Penso que devemos assumir e interiorizar plenamente este processo de interpretação. Não estamos a desenhar o que vemos, mas sim uma imagem mental. Assumir esta ideia (pois também é uma interpretação) tem como consequência uma certa libertação relativamente à imposição da semelhança. Largamos o colete de forças que nos empurra para um registo que deverá ser o mais fiel possível comparativamente com aquilo que os nossos olhos vêem (num sentido físico). Abraçar a interpretação pode facilmente colocar-nos mais próximos da celebração da individualidade. Implica assumir pontos de vista e técnicas particulares. Implica escolher cores, formas e texturas, que se adequam áquilo que sentimos e pensamos relativamente ao que vemos. E, assim, 20 desenhos de 1 objecto, feitos por 20 pessoas, resultam num conjunto de representações que são muito diferentes umas das outras. Que são a voz e a expressão individual de cada um. O meu workshop surgiu no seguimento destas reflexões. No entanto, acredito que para chegar a esta liberdade é necessário ir ao outro extremo. Sair

queria agradecer, não só à associação USKP pelo apoio na produção deste evento, como também, em especial, aos USk Açores. Pelo convite, pelo esforço de organização, pelo excelente programa, por toda a dedicação e paciência que estes eventos requerem. Neste encontro fui convidado pelos USK Açores para lecionar um workshop. Como tenho andado a explorar tipos de registo que se afastam do desenho de

observação (uns mais, outros menos) decidi, na altura, convidar os participantes a fazerem uma visita a algumas destas técnicas. Estava a colocar-me numa posição um pouco complicada. Os USK são uma comunidade com uma prática que assenta muito no desenho de observação e, como tal, estaria a colocar pressão nos participantes para que saíssem da sua zona de conforto e enfrentassem técnicas pouco comuns. No entanto, ao nível da minha experiência pessoal, percebi o quanto estas técnicas acabam por influenciar a forma como fazemos os nossos registos no dia-a-dia e não queria deixar de partilhar estas abordagens. 33


ENCONTRO NACIONAL

São Miguel, Açores 1, 2 e 3 de Outubro 2021

Por

Vários

da zona de conforto e explorar tipos de registo que tenham pouca ou nenhuma relação com o olhar. Diversos autores, ao longo de toda a história do desenho, exploraram técnicas com este intuito. O desenho ao serviço de outras coisas que não o olhar do quotidiano. Chamei ao workshop “Aquilo que os meus olhos não vêem” e comecei com um exercício que desafiou os participantes a traduzir os sons em registos gráficos. Não é ideia minha. Já Kandinsky, por exemplo, associava sons a cores e formas gráficas. Por muito estranho que possa parecer a ideia de que um tipo de risco possa estar associado a um determinado de som, ao fazer o exercício, os participantes lá foram encontrando a sua linguagem gráfica que representava de alguma forma os sons que estavam a ouvir ou que, de alguma forma, expressava a sua interpretação individual relativamente a este som. Depois, para chegar aos Suprematistas russos, mostrei uma imagem de um trabalho de Theo Van Doesburg (Neoplasticista holandês). Van Doesburg, no contexto do Neoplasticismo, desconstroi, faz a síntese, do real e, com isso chega a uma linguagem abstrata e altamente geométrica. Os Neoplasticistas acreditavam que chegar a essa linguagem era chegar à essência das coisas. Acreditavam que chegavam a um plano de consciência superior pois libertavam-se das amarras da individualidade. Longe de querer pregar princípios Neoplasticistas, interessava-me a técnica

utilizada para fazer a síntese daquilo que observamos. Falei directamente no contexto do Suprematismo pois usam a mesma técnica mas de uma forma mais liberta. Por exemplo, para os Neoplasticistas, toda a composição deverá ser ortogonal e só se podiam usar as cores primárias em conjunto com o preto e o branco. Os Suprematistas, por outro lado, não são tão rígidos. Vejam, por exemplo, os trabalhos de Malevich ou Lissitzky. O exercício era desenhar o que vemos mas procurando a simplificação (mais ou menos acentuada) das formas. Algumas pessoas preferiram fazer o exercício passando pelas várias versões do desenho. Ou seja, começar por desenhar o objecto de uma forma mais realista e depois ir produzindo várias versões em que iam aumentando o grau de simplificação. Outras, preferiram avançar imediatamente para um registo já com um elevado grau de síntese. O tempo não estava muito estável (no final algumas nuvens ameaçavam chuva) e o workshop ficou por aqui. Pessoalmente, espero que os participantes tenham gostado, que tenha aberto perspectivas diferentes relativamente a outras formas de representação e que tenha inspirado o uso destas técnicas nos seus registos quotidianos. Foi um fim-de-semana produtivo, desafiante, prazeroso e cheio de aventuras. Mais uma vez, obrigado USKP, USK Açores e a todos os participantes. 34


(A)RISCAR O PATRIMÓNIO

Exposição em São Miguel, Açores

Por

Margarida Botto Jorge Vila Nova

(a)Riscar o Património em 2021 Encontro Nacional a 25 de Setembro São Miguel e Terceira, nos Açores, e Santa Cruz na Madeira, cobriram praticamente o território nacional. Com mais ou menos participantes, mas sempre com o mesmo entusiasmo e a alegria de desenhar e partilhar, os grupos organizaram-se nos locais escolhidos, procurando corresponder ao repto sugerido pelos anfitriões. Com a família do (a)Riscar o Património em crescimento graças a mais participantes e à introdução de alguns grupos novos de sketchers, a produção de desenhos tem sido cada vez mais intensa e diversificada.

Apesar da Pandemia, o ano de 2021 tem sido fértil em acontecimentos desenhados, e o projecto (a)Riscar o Património continua a prosperar: com um calendário que permitiu escaparmos ao confinamento que nos cerceou durante grande parte do ano, o encontro anual do (a)Riscar realizou-se, como sempre, no último Sábado de Setembro, associado às comemorações das Jornadas Europeias do Património, com o tema Património Inclusivo e Diversificado. Foram 15 as localidades participantes que, desde o Porto ao Algarve, e ainda 35


(A)RISCAR O PATRIMÓNIO

Por

Exposição em São Miguel, Açores

Margarida Botto Jorge Vila Nova

Exposição (a)Riscar o Património no Arquipélago/Centro de Artes Contemporâneas, em São Miguel, Açores

dia 3 de Outubro, coincidiu com o encerramento do Encontro Nacional de Urban Sketchers, em São Miguel: durante três dias, a ilha foi “invadida” por desenhadores que, graças a um programa preenchido e aliciante, puderam conhecer e registar um pouco da exuberante natureza dos Açores e da afabilidade e variedade das suas gentes e das suas terras. A junção da abertura da exposição com o fecho do Encontro e a partilha dos desenhos nas mesas dispostas para esse fim nas salas do Arquipélago resultou num momento animado e de feliz convívio para todos. A exposição estará presente até 14 de Novembro. podendo ser vista em modo virtual através da seguinte ligação: https://bit.ly/3lyDkI1

O início de Outubro foi também ocasião para inauguramos mais uma exposição deste projecto, que entra no oitavo ano de existência. Desta vez em São Miguel, aproveitando o convite dos Urban Sketchers Açores e a cedência de duas salas no magnífico Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, na Ribeira Grande: a reabilitação de uma antiga fábrica de álcool que, respeitando a volumetria e as características do antigo edifício, deu azo à feliz adaptação a novas valências, resultando numa série de áreas dignas, amplas e multifacetadas que unem a ambiência muito particular dos espaços industriais à funcionalidade das novas construções. Nesta atmosfera privilegiada, cerca de 100 desenhos representam o universo destes últimos sete anos do (a)Riscar o Património que, pela variedade de localidades e temas representados ou pela diversidade dos registos gráficos - únicos na sua multiplicidade de cores, traços, abordagens e suportes - é uma mostra que nos lembra a extraordinária riqueza do mundo que nos rodeia e a nossa própria capacidade de interpretar e de interpelar a realidade - e o património em particular, enquanto denominador comum de todo o projecto. A inauguração da exposição, no

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J Por

ABCDIÁRIO

João Tiago Fernandes

Quando encaixamos a terceira área de interesse, a música, estamos perante a sketchcrawl perfeita: desenhar de headphones com direito a uma pausa para café e cadáveres…! Letra J — Jogos Como nem toda a gente consegue aproveitar o tempo do almoço para desenhar a malta[2] nem tão pouco o próprio almoço antes que arrefeça, venho deixar-vos aqui uma série de [1] E não é que criei mesmo!?

Se fosse criar um diagrama de Venn[1] com os meus interesses, duas áreas próximas seriam as artes plásticas e os jogos sociais - duas formas de juntar pessoas à volta duma mesma mesa a divertir-se na partilha de uma experiência comum. Claro está, no caso dos jogos de tabuleiro (boardgames) tendencialmente há um vencedor e alguma competição mas, no caso dos jogos narrativos (storytelling), a dimensão já é de colaboração na criação de um enredo comum.

[2] 2. Desenho de Paulo J. Mendes 37


ABCDIÁRIO

João Tiago Fernandes

sugestões de jogos que podem utilizar para trazer um lado ainda mais lúdico a um encontro de urban sketching: - Sarrabisco - Encher a toalha de papel da mesa de restaurante de riscalhada é um prazer secreto de muita gente (e que ninguém tente desmenti-lo). Uma das formas mais engraçadas de o conseguir é pedir ao conviva do lado que lhe faça um sarrabisco qualquer para depois o utilizar como base de um desenho mais compreensível. Este jogo tem um je-ne-sais-quoi de pareidolia* que me atrai! - Charadas - Este será o nível avançado do Sarrabisco já que tem várias etapas: 1. Cada participante escreve 3 (ou mais) palavras em tiras de papel que depois se dobram e se colocam num saco (ou num chapéu**); 2. Depois, à vez, vão retirando um papelito e desenham o que vos calhou numa folha branca; 3. Quando toda a gente tiver desenhado, faz-se nova ronda em que se desenhe o que vos calhou noutra folha, mas agora a partir de um sarrabisco;

[3] A partir de números e temas aleatórios 4. Se quiserem, podem adicionar novas rondas onde comecem o desenho a partir de uma letra ou de um número[3] (v. Grão-agrão). - Cadáver Esquisito - Este jogo surgiu com os surrealistas, primeiramente na poesia (todos conhecerão “Le cadavre exquis boie du bon

*) Condição de quem vê caras em objetos, texturas ou sarrabiscos sem que lá esteja cara nenhuma. (Sim - é mesmo a definição oficial de um prestigiado dicionário de qualquer prateleira que se preze! Só ainda não foi editado…) **) Podem chatear o Paulo que vos empresta o boné sem qualquer problema enquanto vos desenha a comer. =) 38


vin.” onde cada nova palavra foi adicionada por uma pessoa diferente) mas logo adaptado para as artes plásticas. Originalmente, uma pessoa desenhava a cabeça, outra o tronco e outra ainda as pernas. Estão à vontade para tentar fazê-lo desta forma. Mas se quiserem experimentar uma versão mais proporcional, porque não experimentar dividir o corpo em 6 partes? Vejam as instruções na imagem [4].

Transposto ao desenho vamos alternando texto e desenho: a primeira pessoa escreve uma frase, a segunda pessoa ilustrará essa frase, dobrando de antemão a frase para a esconder à próxima pessoa. Esta, tratará de legendar o desenho que tiver sido feito pela segunda pessoa (de novo dobrando o desenho para o esconder do próximo jogador), e assim por diante até ao final da folha. Quando desdobrarem a folha vão ter resultados hilariantes! Em alternativa, podem fazê-lo folha a folha. - Grão-a-grão - Já conhecem este provérbio, certo? Então será fácil de imaginar o que aí vem: cada qual começa a fazer um simples traço no seu próprio caderno passando-o a outra pessoa que lhe adiciona novo traço. Vão trocando o caderno de mãos sempre acrescentando um só traço por pessoa, até que comece a surgir algo inteligível. Experimentem começar com uma palavra em mente logo de início para ver se a coisa se indireita. Até pode ser uma das rondas das charadas. - Batalha - Aqui contrariamos a vertente colaborativa dos jogos anteriores e vamos tentar encontrar um vencedor - o que nem sempre é fácil. Então, o objetivo de cada jogador é tentar destruir os desenhos do adversário mas com uma lógica cartoon - nada de riscar o que os outros fizeram! Por exemplo: um desenha um rato, o outro desenha um gato (que come o rato), de

[4] Instruções para Cadáver Esquisito

- Telegrama (ou Fax Machine) Conhecem a velha máxima “quem conta um conto acrescenta um ponto”, certo? Originalmente isso veio dar origem ao jogo em que se diz uma mensagem ao ouvido de uma pessoa, que o faz à próxima, e este de novo à próxima, até que no final, depois de várias iterações, a mensagem original sai completamente deturpada! 39


ABCDIÁRIO

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João Tiago Fernandes

seguida o primeiro pode tentar destruir o gato (desenhando um cão, por exemplo) ou fazer por evitar que o gato consiga caçar o rato (colocando-lhe antes um peixe à frente, ou colocando-o dentro duma redoma de vidro) e o jogo lá vai continuando até um se render (ou deixar de haver espaço no papel). Portrait Party - Este jogo começou num grupo do Flickr (JKPP) e chegou a fomentar a criação de uma App. Aqui, cada participante fornece uma sua fotografia (que geralmente se joga online) e depois os outros participantes encarregamse de lhe desenhar um retrato. Claro está, as regras da etiqueta exigem que se retribua o favor - mas não confundam isto com um esquema de pirâmide que ninguém vai ficar rico à vossa custa… Cara-Metade - Adaptado por mim a partir do anterior. Para 2 jogadores: 1. Dobram uma folha ao meio na altura; 2. O primeiro desenha metade do rosto do outro em metade da folha (até à dobra, portanto); 3. O segundo desenha agora na outra metade da folha a metade do rosto do primeiro jogador, criando um híbrido entre ambos. Para 3+ jogadores: seguem os mesmos passos descritos anteriormente, mas passando a folha ao jogador da esquerda que terá de

desenhar quem estiver à sua direita. Tipicamente, o primeiro jogador deverá começar com a metade esquerda do papel. Claro está, na presença de esquerdinos talvez não seja pior começar ao contrário. Em alternativa, podem dobrar a folha de papel na transversal, desenhando um a testa e outro o queixo. Podem ainda dobrar a folha em 4 devendo cada jogador desenhar apenas um quadrante[5]. Vai (com certeza) fazer

[5] Cara-metade (a 4) 40


as delícias (ou alimentar os pesadelos) das crianças… • Retrato-Robô - Este jogo exige alguma preparação prévia. Mas nada que não se consiga em 5 minutos de acesso à Internet. o Primeiramente devem escolher uma série de imagens - obtêmse os melhores resultados com personagens de desenhos animados, objetos ou paisagens. o Seguidamente, o jogo é jogado entre 2 pessoas que, enquanto um descreve as formas, relações de proporção e composição da imagem, o outro tenta desenhar tudo apenas pela listen to this playlist o descrição. o Conheci este jogo num reality show dedicado a ilustradores - Strip Search, pelos Penny Arcade (procurem no YouTube aconselho vivamente!). - Story Cubes - Este jogo já exige a compra de material, mas já existem alternativas grátis de Apps que podem baixar para o vosso telemóvel. Trata-se de um conjunto de dados[6] com vários desenhos/ símbolos nas faces em vez de números. Podem usar esses símbolos para escrever uma história, como inspiração para a criação de uma

personagem ou de uma qualquer ilustração. E, já que falamos de Apps, porque não instalar What To Draw? ou Sketch a Day? - que nos lançam sempre novas ideias para nos manterem o músculo da criatividade bem tonificado. Por outro lado, podem jogar o jogo do Telegrama online no site drawception - mas, como tudo na Internet, está em inglês e os memes imperam… Claro está, tenham atenção à troca de materiais nesta fase da COVID-19. Não se ponham numa cama de hospital a dizer que foi porque leram cá na Agenda que era porreiro partilharem o vosso caderno com toda a gente…! E também não é preciso dizer que estão à vontade para criar as variantes (House rules) aos jogos que entendam! Sei lá, desenhar em iPad ou por correio, por exemplo.

[6] Experimentem criar uma história/ilustração a partir desta mão de dados

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GRUPOS Por

Arrábida Sketchers

Arrábida Sketchers

existência do grupo SetúbalSketchers (SSK) representado por Zé Minderico, marcámos uma reunião onde, naturalmente, acordámos a união dos dois grupos com objectivo de imprimir uma maior representatividade da actividade do urbansketching à área geográfica demarcada pelos concelhos de Setúbal, Palmela, Sesimbra e Grândola. Assim nasceu o Grupo ArrábidaSketchers, tendo já realizado três encontros. O primeiro, no Convento de Jesus, em Setúbal, o segundo, -agora inserido no

“...desenho, sempre desenho!” A particularidade do conceito Urban Sketchers, a partilha do local em traços ou mancha em grupo ao ar livre, unidos pela satisfação do Desenho, como representação do real. Assim surgiu os Urban Sketchers de Azeitão (USKA) inicialmente composto por Fernando Correia e por Gilberto Gaspar com o seu 1º Encontro na adega da firma José Maria da Fonseca, em Azeitão. Tendo conhecimento da 42


programa (a)riscar o Património -, com visita ao Convento da Arrábida em Azeitão, e o terceiro na Praça do Bocage e zonas confinantes, em Setúbal. O próximo Encontro ArrábiadaSketchers está agendado para o próximo dia 13 de Novembro para esquiçarmos o Palácio da Bacalhôa, em Azeitão. O grupo tem previsto um conjunto de encontros mensais ao longo do ano, assim como a participação noutras actividades de promoção do urbansketching, dando a conhecer os locais de interesse cultural e turístico

da região da Arrábida, pela perspectiva única dos artistas e amigos do sketching que queiram participar.

Zé Mendrigo

Fernando Correia

Manuel João Ramos

João Ramos arrabidasketchers@gmail.com instagram: @arrabidasketchers 43


AGENDA

novembro 2021

ENCONTROS

toda a informação actualizada em USkP ENCONTROS

6 NOVEMBRO | 34.º ENCONTRO OESTE SKETCHERS Arruda dos Vinhos - 10h00 - 17h00 Ponto de encontro: Junto ao Chafariz Pombalino Org. Oeste Sketchers 13 NOVEMBRO | 55.º ENCONTRO USK NORTE “Reservatório da Pasteleira” - 10h00 - 17h30 Local de encontro: Parque da Pasteleira (Entrada Poente), Porto Org. USKP-N Informações e inscrição 13 NOVEMBRO | 87º ENCONTRO ÉVORA SKETCHERS Porta de Alconchel e Envolvente - 10h00 - 13h00 Évora Org. Évora Sketchers 20 NOVEMBRO | VAMOS DESENHAR COM... VICENTE SARDINHA 10h30 - 13h00 - Museu Bordalo Pinheiro, Campo Grande - Lisboa Org. USkP + Museu Bordalo Pinheiro 20 NOVEMBRO | PINCELADAS DE VINHO - Experienciar pintar com vinho 9h30 - Limitado a 15 participantes Adega Marcolino Sêbo, Arcos, Estremoz Org. USkRaia + AE de Borba Informações 27 NOVEMBRO | DESENHAR BELÉM - Museu da Presidência + Jardins do Palácio de Belém 10h-17h30 - Limitado a 40 participantes Belém, Lisboa Inscrições: Formulário Org. USkP + MUseu da Presidência

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FORMAÇÃO

toda a informação actualizada em USkP FORMAÇÕES

GINÁSIO DO GRUPO RISCADO - Sempre às 4º feiras via Zoom - 18h00 -19h30 Formadores: 3 Novembro - Pedro Alves 10 Novembro - Ana Oliveira 17 Novembro - António Procópio 24 Novembro - Aaron Jacob Jones Informações e inscrição

EXPOSIÇÕES

toda a informação actualizada em USKP EXPOSIÇÕES

EXPOSIÇÃO | (A)RISCAR O PATRIMÓNIO NO ARQUIPÉLAGO Centro de Artes Contemporâneas - Ribeira Grande, S. Miguel, Açores Até 14 de Novembro 2021 Org. DGPC + USKP DESENHO EM CADERNOS E FOTOGRAFIA - Grupo do Risco Museu Nacional de História Natural e da Ciência Até 14 de Março de 2022 Org. GdoR/LxVerde

OFICINAS SINGULARES

todas as edições em YouTube UrbanSketchers Açores

À CONVERSA COM FERNANDA LAMELAS - Sessão #17 Facebook USK Açores - 6 de Novembro, 10h Açores / 11h Continente Org. USK Açores

CONVERSAS VIRTUAIS

todas as edições em YouTube Urban Sketchers Portugal

CONVERSAS VIRTUAIS BREVEMENTE

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USkP ASSOCIAÇÃO Urban Sketchers Portugal

urbansketchers-portugal.blogspot.pt Instagram: @urbansketchersportugal YouTube: urbansketchersportugal Facebook: urbansketchersportugal

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