AGENDA Outubro 2021
Desenho vencedor do Tema do Mês: Ludgero Leote
urbansketchers-portugal.blogspot.pt
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AGENDA Outubro 2021
Desenho vencedor do Tema do Mês: Ludgero Leote
Equipa de produção: Abnose, André Baptista, Carlos Matos, Henrique Vogado, Isa Silva, Leonor Lourenço, Manuel Tavares, Rosário Félix, Vicente Sardinha Contributos e Desenhos: Ana Barbosa, Ana Isabel Costa, Ana Margarida, Alexandra Baptista, André Duarte Baptista, António Procópio, Beatriz Lopes, Carlos Fidalgo, Eduardo Salavisa, Fernando Correia, Filipe Pinto, Filipe Reis Oliveira, Francisco Lopes, Gilberto Gaspar, Henrique Vogado, Isa Silva, Isabel Braga, Joaquim Espadaneira, João Pinto, João Santos, Jorge Antunes, Leonor Janeiro, Leonor Lourenço, Luis Carlos, Luis Gabriel, Manuela Rosa, Marco António Costa, Pedro Cabral, Rosário Duarte, Rosário Félix, Rui Grilo, Shelly Ginenthal, Sofia Palma, Suzana Nobre, Teresa Ruivo, Teresa Silva, Vicente Sardinha Design e paginação: Isa Silva Revisão: Manuel Tavares Copyright: Urban Sketchers Portugal www.urbansketchersportugal.blogspot.pt Sugestões e contacto: uskp.actividades@gmail.com
ENTREVISTA
João Pinto por Leonor Lourenço
OS NOSSOS DESENHOS
Tema: Música para os meus olhos
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LIVRO
L’etude du corps humain por Marco António Costa
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VIAGEM GRÁFICA
Redescobrir a liberdade de desenhar em Itália por Rui Grilo
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ENCONTRO
Peniche e Atouguia da Baleia por Ana Margarida
DICAS 1, 2, 3
por Joaquim Espadaneira
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GRUPOS
Urban Sketchers Ribatejo por Ana Barbosa
AGENDA
Encontros, Formações, Exposições 2
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E D I T O R I A L Olá a todos. Outubro traz uma nova estação e com ela algumas das cores que mais gostamos de registar nos nossos desenhos: as cores ocre, laranjas, amarelos, castanhos, todas as cores lindas do Outono. Com o levantamento das restrições, foram muitos os encontros que se realizaram nas últimas semanas em vários pontos do país. Teve lugar nos dias 1, 2 e 3 de Outubro o Encontro Nacional em São Miguel, Açores, que teve a participação de cerca de 60 sketchers. Na edição de Novembro da nossa Agenda iremos mostrar melhor o que se passou. No final de Setembro tivemos a 8ª edição do (a)Riscar o Património uma organização da DGPC/Património Cultural em parceria com os Urban Sketchers Portugal. O tema deste ano foi ‘Património Inclusivo e Diversificado’. Foram realizados encontros em 15 locais diferentes, de norte a sul, do continente às ilhas. Os nossos parabéns a todos que participaram. Na Agenda de Novembro mostraremos como foi. Temos um novo TEMA DO MÊS: desenhar animais de estimação. O desenho com mais comentários no blog, será a capa da Agenda de Novembro. Não se esqueçam de passar pelo blog para mostrarem os vossos desenhos, deixarem comentários e participarem no Tema do Mês. Inspirem-se, relaxem e desenhem muito! Direcção dos USkP 3
ENTREVISTA João Pinto
Por
Leonor Lourenço
João Pinto, como iniciaste a tua atividade enquanto USKP? Conhecia os USKP desde 2010 e participei com outros desenhadores no primeiro Encontro dos USk Algarve, em Faro, no início de 2015. O que mais valorizas neste movimento? O que mais valorizo nos Urban Sketchers é a possibilidade de desenhar “à vista” com outras pessoas com o mesmo gosto. O desenhar em grupo facilita ir a sítios interessantes, dedicar tempo a cada desenho ou tema, trocar informações e, com o tempo, criar amizades.
autor de livros como a série Dinatopia e divulgador de pintura, desenho e ilustração).
Se pudesses viajar por qualquer país com outro sketcher por ti escolhido, como seria o cenário? Gostaria de visitar os parques naturais de um país rico em vida natural, como a Costa Rica. Realizar uma espécie de circuito por vários sítios e diferentes ambientes e poder desenhar e pintar ao lado do magnífico James Gourney (ilustrador multifacetado e
Que materiais privilegias quando vais para desenhar? E o que mais te motiva a fazê-lo? Gosto de desenhar a lápis e caneta. Como a maior parte das vezes desenho rápido, a coloração é feita sobretudo com aguarelas, mas também uso lápis de cor, lápis de cera, e marcadores. 4
Qual o teu local preferido para desenhar ? Por que razão? Sagres e áreas limítrofes. Porque tem uma grande variedade de temas e paisagens para explorar. Património construído e património natural em abundância é sempre interessante para quem gosta de desenhar. Adapto o tema ou vista consoante a minha
Utilizo uma grande variedade de papéis, tanto em cadernos como numa prancha. O que me motiva a desenhar tem variado ao longo dos anos, embora assuntos que envolvam animais, plantas e paisagens naturais tenham predominância. Talvez outra motivação seja o desafio que algum tema ou assunto apresenta. 5
ENTREVISTA João Pinto
predisposição ou o que me prende a atenção na altura. Estás à frente nos Urban Sketchers do Algarve. Gostaríamos de saber como e porque surgiu? Em 2014 o Luis Ançã, que na altura pertencia a direcção da associação USk Portugal e também dirigia o grupo de Évora, falou com o Hélio Boto sobre a criação de um grupo na região, a
partir daí, o Hélio começou a contactar algumas pessoas e entidades e começaramse a marcar os encontros, as pessoas foram aparecendo e o grupo foi crescendo. Estou como coordenador dos USk Algarve desde 2018. O que mais valorizas nesse grupo? Nos USk Algarve há um conjunto de pessoas que são presença habitual nos Encontros e consoante o local, época ou tema, surgem outras pessoas que por qualquer razão aderem às nossas iniciativas. Esta variedade de assuntos e diferente composição dos grupos é sempre interessante e enriquecedor porque se vêem novos estilos, materiais e há troca de impressões e informação. Julgo que o mesmo se passará nos diversos grupos. Qual o momento, para ti, mais significativo ou marcante, desde que começaste a desenhar com os Urban Sketchers? Talvez tenha sido o Encontro Nacional que organizamos
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em Lagos, em 2018. A cidade de Lagos é muito interessante para desenhar e organizamos visitas a alguns dos locais emblemáticos da cidade, para além de termos ido à Meia Praia para vermos a pesca com Arte Xávega. Foi um Encontro muito diversificado e divertido. Há alguma proposta que queiras aqui deixar? Em relação ao futuro próximo, numa primeira fase, vamos retomar e finalizar alguns dos projectos que ficaram parados nestes dois anos e, em seguida, gostaríamos de alargar os eventos que venhamos a promover em colaboração com outras entidades regionais de modo a dar a conhecer os USk a mais pessoas. 7
OS NOSSOS DESENHOS
tema do mês: MÚSICA PARA OS MEUS OLHOS
André Duarte Baptista
Alexandra Baptista Vicente Sardinha
Filipe Pinto
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António Procópio
Isabel Braga
Isa Silva
Joaquim Espadaneira
João Santos
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OS NOSSOS DESENHOS
tema do mês: MÚSICA PARA OS MEUS OLHOS
Teresa Ruivo
Carlos Fidalgo Henrique Vogado
Suzana Nobre
Eduardo Salavisa
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Luis Gabriel
Leonor Janeiro
Pedro Cabral
Manuela Rosa
Rosário Félix
Sofia Palma Shelly Ginenthal
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LIVRO Por
Marco António Costa
L’etude du corps humain Pensar em desenho deixando de fora a figura humana é, a bem dizer, uma impossibilidade. Desde a relação da figura com a sua representação vinda de tempos pré-históricos até às atitudes contemporâneas de inclusão do próprio corpo como desenho em si, seja pelo acto performativo intrínseco, seja pela sua presença como suporte ou tão simplesmente inclui-lo na nossa estrutura natural de pensamento, o desenho mantém a sua presença em dialéctica constante com o corpo humano. Se, muito já se falou sobre a morte da arte, é certo que ainda ninguém vaticinou a morte do desenho. Assim, renova-se a necessidade constante da sua aprendizagem e desenvolvemse estratégias pedagógicas para melhor entendimento das dinâmicas dos diferentes géneros de desenho. O desenho da figura humana, omnipresente na educação visual e formação artística, tende a ser um desafio a vários níveis para o seu domínio. Grosso modo, a representação da figura pode ser realizada com maior ou menor grau de naturalismo
e realismo por meio de duas vias: ou pelo domínio de uma percepção visual das formas e manchas de cor pelo recorte das mesmas sobre os fundos, ou pelo conhecimento estrutural genérico do corpo humano. 12
Em termos académicos, esta segunda via é considerada uma forma mais consistente de aprendizagem, pois a representação da figura deixa de ser pensada enquanto imagem bidimensional, para ser pensada enquanto forma anatómica tridimensional. Ainda que uma representação “correcta” segundo um qualquer cânone de naturalismo da figura possa ser conseguida tão bem por uma via como por outra, a vantagem da segunda é poder fornecer o conhecimento necessário para que o desenho não dependa de um referente diante da nossa visão. Trata-se de aprender e apreender o
corpo por meio de estruturas geométricas básicas que envolvem um sistema de representação e construção da figura desde o geral até ao particular. Um pouco como o pensamento do escultor que, ao retalhar e eliminar partes de um corpo sólido abstracto está, na realidade, acrescentando particularidades e detalhes figurativos, o desenho do corpo humano pelo método estrutural torna-se um meio de organização lógicoconstrutiva. Uma das publicações de referência para o desenho da figura humana que faz apologia desta metodologia, é o livro de Gottfried Bammes, L’etude du Corps Humain, editado pela Dessain et Tolra1.
1) BAMMES, Gottfried (1991) L’étude du Corps Humain. Paris, Dessain et Tolra; (Versão Francesa) BAMMES, Gottfried (2004) The Artist’s Guide to Human Anatomy. New York, Dover Publication; (Versão Inglesa. Pode ser consultada online através do endereço: https://archive.org/details/ gottfriedbammesdernacktemensch_201911/Gottfried%20Bammes%20-%20The%20Artist%27s%20 Guide%20to%20Human%20Anatomy/mode/2up 13
LIVRO
Por
Marco António Costa
L’etude du corps humain Organizado em nove capítulos2 os conteúdos são o reflexo do programa curricular da disciplina de desenho de figura humana leccionada por Bammes. Tendo por objectivo principal que no fim da formação, o desenho da figura humana seja conseguido sem recurso a modelos, Bammes vai abordando o corpo humano, desde as suas proporções, as suas formas osteológicas e miológicas, até à mecânica de movimento de todas as
partes, como partes dependentes de um todo. Consequentemente, os conteúdos do livro vão ao encontro da ideia de que o desenho da figura, através do estudo analítico de partes do corpo ou do corpo como um todo devem, primeiramente, ser suportados pela capacidade de desenhar as formas estruturais de construção do corpo humano. Estes conteúdos e a sua organização no livro reflectem o próprio princípio lógicoconstrutivo referido acima, já que a
2) 1. Estudos das proporções; 2. Estudos de poses em pé e sentadas em descanço; 3. Estudos de locomoção e movimento expressivo; 4. Estudos do crânio e da cabeça; 5. Estudos da construção e função do comportamento plástico das pernas; 6. Estudos da construção, função e movimento do tronco; 7. Estudos do esqueleto baseados na visualização, 8. Estudos da construção, função e comportamento plástico da mão e do braço; 9. Estudo sobre a figura completa) 14
aprendizagem do desenho da figura é acumulativa, pois o domínio do capítulo seguinte, depende do domínio do capítulo anterior. Aliás, as cerca de 200 imagens presentes no livro, são elas próprias exercícios e projectos levados a cabo pelos seus alunos durante as suas aulas e frequência da disciplina durante quatro semestres, o que demonstra a prática e sucesso deste tipo de aprendizagem. Quando no final da Introdução do seu livro Bammes refere que “ver com compreensão e desenhar com compreensão podem ser hoje sentidos com suspeita como tendo uma relação de base científica, portanto indiscreta, com o corpo3” tenta elucidar que o seu livro e o seu método podem ser vistos como demasiado técnico ou metodológico. Mas ao complementar a sua afirmação dizendo que “o véu que cobre um grande mistério é levantado levemente4” está a assumir que a pretensão de uma expressividade, linguagem e estilo no desenho da
figura, irá surgir naturalmente em cada um de nós no fim do processo. Pessoalmente, é um livro que levo à letra e que moldou a minha aprendizagem do desenho da figura humana e que me orienta na minha docência. Passados mais de 25 anos após a minha primeira leitura/ consulta deste livro, continuo a referencialo nas minhas bibliografias orientados à aprendizagem do desenho e portanto, não é, de forma alguma, um livro datado. O seu carácter pedagógico, analítico, explicativo e exemplificativo, tornamno num perfeito manual escolar sem cair no preconceito de um academismo simplista por via ilustrativa passo-a-passo ou, intelectualizante por via de conceitos demasiado abstractos. E admitindo que em cada um de nós já se manifestou pelo menos uma vez na vida a convicção de que já temos um domínio sobre o desenho, ler e praticar este livro de Gottfried Bammes, depressa nos demonstra que na aprendizagem do desenho tão importante é a disciplina como a humildade de assumir que pouco se sabe sobre desenho.
3) “Seeing with understanding and drawing with understanding may at present be regarded with suspicion as having a science- based, therefore indiscreet, relationship with the body.” (Bammes, 2004, p.8) Tradução livre do autor. 4) “The veil covering a great mystery is lifted ever so slightly.” (Bammes, 2004, p.8) Tradução livre do autor. 15
VIAGEM GRÁFICA
Redescobrir a liberdade de desenhar em Itália
Numa das minhas primeiras visitas a Itália, há perto de vinte anos, descobri o livro que despertou em mim o fascínio pelo desenho. Tinha como título “A Journey to Florence” e encontrei-o nas prateleiras de uma velha livraria, precisamente em Florença. As suas páginas estavam cheias de desenhos coloridos com aguarela. Fiquei fascinado por aquela estética simples, pelas cores suaves e pelos locais maravilhosos. Decidi que, um dia, aprenderia a fazer qualquer coisa parecida! Esse desejo não desapareceu mas só em 2014 é que tomou forma. A Catarina descobriu que se ia realizar um workshop de diários gráficos para pais e filhos com o Mário Linhares e sugeriu que era giro eu ir com a nossa filha, então com 8 anos. Não hesitei e foi assim que conheci os Urban Sketchers. Inscrevi-me no primeiro ‘Alfabeto Lisboeta’ (onde aprendi muito com o Mário, a Ketta e o José Louro), comecei a desenhar regularmente e fui partilhando no blogue dos USkP as minhas primeira tentativas. A pouco e
Por
Rui Grilo
pouco, perdi o medo das páginas brancas e das canetas cujo traço não se apaga… Não parei de ilustrar quase todas as 16
minhas viagens até a pandemia nos obrigar a este ano e meio de reclusão forçada. Talvez por isso, este verão estava com uma sede especial de viajar e de desenhar. Umas alterações de última hora dos planos familiares
deixaram-me com a possibilidade de passar cerca de uma semana de Agosto em Itália, com todo o tempo para fazer o que quisesse. Decidi dedicar boa parte da viagem ao desenho para preencher o meu próprio caderno 17
VIAGEM GRÁFICA
Redescobrir a liberdade de desenhar em Itália
Por
Rui Grilo
italiano e concretizar a vontade que tinha despertado 20 anos antes. Escolhi um caderno em acordeão (um “leporello”), preparei as minhas aguarelas preferidas, garanti que levava cartuchos de tinta suficientes e lá fui eu. Mal se respirava em Roma quando cheguei com a temperatura a aproximar-se perigosamente dos 40º. Não me deixei intimidar pela onda de calor e, logo no dia depois de chegar, fui à procura do primeiro
desenho. Encontrei-o perto do Coliseu, junto arco do triunfo de Constantino. O tempo parou enquanto me concentrava em cada detalhe, a tal ponto que penso que estive umas três horas sentado a desenhar e a pintar. Foi quase um transe, pontuado apenas pelas pessoas que paravam para ver o que eu estava a fazer e partiam deixando palavras simpáticas. “Bellissimo!” Que magia é esta do desenho? Normalmente, sobretudo quando desenho em Lisboa ou em sítios 18
aquela imensidão de linhas e de formas. Florença é fascinante pelo labirinto de ruas onde me apetece sempre perder e por ter alguns dos museus mais importantes do mundo. Visitei o que consegui mas guardei dois dias para alugar um carro e percorrer as estradas da Toscana, a região que tem Florença por capital. Cada curva da estrada revelava vinhas a perder de vista, caminhos ladeados por ciprestes, villas magníficas e locais a não perder. Parei em San Gimignano, uma pequena povoação histórica onde peguei no meu caderno pequeno para fazer um desenho rápido apesar do calor abrasador. Continuei para sul, até chegar a Siena. A Piazza del Campo forma quase um anfiteatro rodeado
que conheço bem, procuro fugir aos lugares comuns, às imagens esperadas de cada sítio. Desta vez resolvi fazer precisamente o contrário. Ia colecionar “postais” da viagem. Em Florença, comecei logo pelo desenho mais previsível de todos, il Ponte Vecchio. Dei-me ao luxo de fazer o desenho a tinta num dia e voltar no dia seguinte para pintar e capturar a aguarela os reflexos nas águas do Arno. Com a confiança a subir, atirei-me ao maior desafio possível, a Piazza del Duomo com as três obras-primas da arte e da arquitetura que a compõem. Comecei com um esboço a lápis para acertar nas proporções antes de fazer o trabalho mais difícil de traçar 19
VIAGEM GRÁFICA
Redescobrir a liberdade de desenhar em Itália
Por
Rui Grilo
por esplanadas com vista sobre o Palazzo Pubblico, a antiga sede do governo da cidade. Foi numa delas que encontrei uma mesa para me sentar e desenhar a praça enquanto fazia durar um gin tónico. Regressei a Roma quase imune ao calor e cheio de vontade de aproveitar bem os últimos dias da minha semana italiana. Por muito que seja difícil querer sair da “cidade eterna” (como o poeta romano Tibullus lhe chamou há
mais de 2000 anos), há belos segredos para descobrir a pequena distância da capital italiana. O meu sobrinho Clement, que depois de alguns anos na cidade está um verdadeiro romano, não desistiu até me convencer a irmos a Castel Gandolfo, à costa banhada pelo Mar Tirreno, aos lagos onde os romanos modernos se refrescam e à magnífica villa que o Imperador Adriano mandou construir no século II d.C. perto de Tivoli. Foi aí que peguei novamente no meu caderno pequeno para fazer um par de 20
desenhos rápidos. Fui novamente surpreendido pela curiosidade de quem passava e ficava um pouco a ver o esboço a tomar forma. É muito curioso o fascínio que o ato de desenhar desperta numa época em que tirar uma boa fotografia se tornou tão banal… Pelo meio, até pode ser que venha ter outro sketcher na família! Foi difícil decidir o que desenhar na última dupla página do “leporello”. Era como se resistisse a terminar o caderno e a encerrar a viagem. Deambulei o dia inteiro pelas ruas de Roma, parando aqui ou ali para me refrescar com um gelado. Ao fim da tarde, acabei por parar na ponte Umberto I e desenhar o panorama que se estendia até ao Vaticano, coroado pela cúpula da Basílica de São Pedro. Estava na hora de regressar. Ciao Italia, arrivederci!
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ENCONTRO
Peniche e Atouguia da Baleia
Por
Ana Margarida
No passado dia 11 de Setembro, os Urban Sketchers desenharam em Peniche e na Atouguia da Baleia, a convite da Câmara Municipal e no âmbito da exposição RESTART, de Ana Margarida Machado, patente na Igreja de S. José na Atouguia, parte integrante da rede museológica do Concelho. Nesta visita, os Urban partilharam o dia
com outros amantes do Desenho e também com a Ordem dos Arquitectos, igualmente convidada para este evento. A manhã começou bem cedo pelas 9h e ainda com o dia pardo começámos o passeio por Peniche, na Papoa, sítio de uma beleza natural fantástica. Alguns desenhos feitos com uns bons chuviscos à mistura, percorremos 22
bem forte e calor apertado. Bem aconchegados, lá nos metemos de novo na camioneta para irmos até à quinta do Penteado, situada junto à barragem de S. Domingos, na Atouguia da Baleia. Do asfalto até à quinta, tivemos de ir a pé por caminho de terra batida e houve quem preferisse por ali ir ficando, na
o perímetro exterior de Peniche e parámos junto à fortaleza. Aqui, uns logo ficaram, outros desenharam o bairro do Visconde, típico, encrostado nos rochedos junto ao mar, outros foram para a igreja de S. Pedro e arredores, a zona velha de Peniche e Ribeira. Terminada a manhã, seguimos para um bom almoço, já com um sol
Teresa Silva
Jorge Antunes
Rosário Duarte 23
ENCONTRO
Peniche e Atouguia da Baleia
Ana Margarida pelourinho e igreja de Nossa Senhora da Conceição. A pé descemos a Rua Direita até à igreja de S. Leonardo. O dia já ia muito longo e cansados lá colocamos os desenhos num painel designado para tal, no local da exposição. Os desenhos fazem parte integrante da mesma e podem ser vistos até ao dia 16 deste mês. Da minha parte, gostei do passeio e de os ter por cá, espero que possamos voltar um dia! Contem comigo!
apanha de figos e de peras. Outros, mais perseverantes lá foram até à quinta, local de muito sossego e paz na luz da tarde, onde não faltaram as brincadeiras dos cães do Filipe Reis Oliveira e a passagem do rebanho de ovelhas no caminho de casa. De retorno, parámos no centro da Atouguia, junto ao Filipe Reis Oliveira
Ana Isabel Costa
Gilberto Gaspar
Fernando Correia
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Por
DICAS 1, 2, 3
Joaquim Espadaneira
Ruínas em ambiente natural são dos meus motivos preferidos. A riqueza na variedade de texturas e a forma como estas influenciam a luz são dos principais desafios para quem desenha a preto e branco. E quando encontramos um velho apeadeiro abandonado no meio do montado alentejano já sabemos que texturas não nos vão faltar... Ruína na natureza
#1 - Começo por desenhar o motivo principal e determinar os volumes da minha composição.
#2 - Defino as áreas de sombra e trabalho as primeiras texturas, dando especial atenção às zonas de “fronteira” entre elementos para marcar bem os planos em que cada um se encontra. Gosto de começar por definir as zonas mais escuras, trabalhando progressivamente para as zonas mais claras.
#3 - Continuo a preencher as texturas e as sombras. Por fim fim acrescento elementos de fundo e também no plano mais avançado, procurando obter profundidade.
Experimentem e partilhem. Técnicas, truques, efeitos. Querem partilhar? Enviem para uskp.actividades@gmail.com Mandem-nos uma introdução (máximo 450 caracteres) + título da dica + 3 imagens dos desenhos e indicação dos materiais usados. 25
GRUPOS Por
Urban Sketchers Ribatejo
Ana Barbosa
1.º Encontro dos “Ribatejo Sketchers” Um grupo começa com um conjunto de pessoas que se juntam por algum motivo ou com alguma finalidade. Assim, este grupo nasceu em 2013 com uma ideia comum: aprender a pintar aguarela! Foi no atelier do João André (artista plástico e também membro dos
USKP), num curso de aguarela, que nos conhecemos e começamos a dar os primeiros passos no desenho e na pintura. A dada altura, sentimos a necessidade de partir para o exterior para desenhar nos nossos blocos e conviver fora do espaço do atelier, pelo que, começámos 26
a desenhar in loco. Assim surgiram os primeiros encontros informais do grupo que, em 2015, foi apelidado de “Ribatejo Sketchers”. Foi nesse ano de 2015 que, em alinhamento com os Urban Sketchers Portugal, criámos o nosso Blogue, a nossa página do Facebook e que promovemos o primeiro encontro “oficial” em Santarém, a 31 de maio. Este encontro, com o tema «Vamos desenhar a capital do gótico», contou com cerca de 60 participantes. Nos anos subsequentes e até 2018/2019, promovemos encontros, realizámos workshops e visitámos
outros grupos. No entanto, motivos profissionais levaram os fundadores deste grupo (Ana Barbosa e João André) a mudar a sua residência, continuando a participar nos encontros dos USKP, mas sem disponibilidade pessoal para acompanhar os Ribatejo Sketchers, o que determinou a suspensão das atividades. Recentemente, surgiram outras pessoas que se dispuseram a dar continuidade à atividade dos Urban Sketchers em Santarém, pelo que, para nossa satisfação, fizemos passagem do testemunho à Sandra Lopes que fica como dinamizadora do novo grupo que agora se constituiu.
Francisco Lopes
Beatriz Lopes Luis Carlos ribatejo.sketchers@gmail.com instagram: @usk_ribatejo 27
AGENDA outubro 2021
ENCONTROS
toda a informação actualizada em USkP ENCONTROS
9 OUTUBRO | MERCADO DUQUE DE BRAGANÇA - ILHA TERCEIRA, AÇORES Encontro 64 - 10h00 -14h00 - Angra do Heroísmo Org. USK Ilha Terceira, Açores 16 OUTUBRO | VAMOS DESENHAR COM... ROSÁRIO FÉLIX 10h30 - 13h00 - Museu Bordalo Pinheiro, Campo Grande - Lisboa Org. USkP + Museu Bordalo Pinheiro 23 OUTUBRO | ALGAR DO CARVÃO - ILHA TERCEIRA, AÇORES Encontro 65 - 14h30 - 17h00 Org. USK Ilha Terceira, Açores
EXPOSIÇÕES
toda a informação actualizada em USKP EXPOSIÇÕES
EXPOSIÇÃO | (A)RISCAR O PATRIMÓNIO NO ARQUIPÉLAGO Centro de Artes Contemporâneas - Ribeira Grande, S. Miguel, Açores Até 14 de Novembro 2021 Org. DGPC + USKP EXPOSIÇÃO | “RESTART: A NEW BEGINNING” de Ana Margarida Machado Centro Interpretativo de Atouguia da Baleia (CIAB), Igreja de S. José Até 15 de Outubro 2021 Org. CM Peniche + CIAB + DA:FABRICA DESENHO EM CADERNOS E FOTOGRAFIA - Grupo do Risco Museu Nacional de História Natural e da Ciência Até 14 de Março de 2022 Org. GdoR/LxVerde 28
OFICINAS SINGULARES
todas as edições em YouTube UrbanSketchers Açores
À CONVERSA COM PATRÍCIA ASSUNÇÃO - Sessão #16 Facebook USK Açores - 9 de Outubro, 17h Açores / 18h Continente Org. USK Açores
CONVERSAS VIRTUAIS
todas as edições em YouTube Urban Sketchers Portugal
CONVERSAS VIRTUAIS BREVEMENTE
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Todos os últimos sábados do mês
Dois sketchers convidados no nosso canal de YouTube
Edições disponíveis online Cliquem sobre as imagens para verem
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USkP ASSOCIAÇÃO Urban Sketchers Portugal
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