Revista alumni 2014

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ENCONTRO

2014 31 maio

IDENTIDADE DO ENCONTRO

2014 Quando foi pensada a realização deste encontro, selecionámos e divulgámos, nas redes sociais, algumas fotografias relativas a Antigos Alunos da UTAD. Percebemos que a maior parte dos seguidores identificava as situações e até os protagonistas retratados nessas fotografias. Destacaram-se comentários relativos a alunos ornamentados com uns curiosos fatos às riscas. Tratava-se de elementos da seção cultural da AAUTAD, já extinta, “Los Papa Vacas”. Normalmente provenientes de zonas do país onde a festa brava é tradição, os elementos desta seção organizavam Garraiadas na UTAD e em outras universidades. A partir destas fotografias e dos comentários obtidos surgiu o conceito de identidade deste encontro: boas recordações, diversão, alegria e festival de cores presentes nos fatos de “Los Papa Vacas”, associados aos momentos bem passados na Universidade.

ALUMNI

UTAD


ALUMNI UTAD

AlumniUTAD

1º PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES DO IUTAD Aluno de Engenharia Agrícola, concorre à Presidência da Associação de Estudantes do IUTAD em 1981. Foi diretor da «Prado», a primeira revista da Associação de Estudantes do IUTAD. Descrito como visionário por quem com ele se cruzou no IUTAD, teve sempre em mente a importância do conceito “memória futura” e por isso incentivava aqueles que ali trabalhavam a guardar e conservar tudo o que dizia respeito à atividade da Associação de Estudantes. Agostinho Silva Matos faleceu em dezembro de 2011. A sua família decidiu doar à UTAD um espólio que remete para o seu tempo de estudante. Trata-se de um conjunto de documentos composto por certicados de curso e de formação, desenhos e poesia de sua autoria, fotograas, exemplares da Revista Prado, projetos de disciplinas, apontamentos de aulas, entre outros. Documentação que não fala apenas da sua história, mas que também representa parte da história do IUTAD e da UTAD. A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro agradece à família de Agostinho Silva Matos a doação deste espólio.

Edição e Propriedade: Reitoria da UTAD – Quinta de Prados- 5000-801 Vila Real Coordenação Editorial: Artur Cristóvão Edição: Rosa Rebelo | GCI – Gabinete de Comunicação e Imagem Design gráco e paginação: Luís Gens | GCI – Gabinete de Comunicação e Imagem Redação: Rosa Rebelo | GCI – Gabinete de Comunicação e Imagem Fotograa: Isabel Sequeira | Setor de Fotograa da UTAD Impressão: Núcleo Gráco SDB | UTAD Tiragem: 500 exemplares

GABINETE ALUMNI alumni@utad.pt +351 259 350 562 /AlumniUTAD


MENSAGEM DO REITOR O encontro dos antigos alunos ALUMNI2014 constitui um dos principais eventos que integra o programa de comemoração da criação de Ensino Superior em Trás-os-Montes e Alto Douro, que se prolonga até 2 de dezembro de 2015, data em que se assinala a primeira aula do Instituto Politécnico de Vila Real. O início deste programa teve lugar no passado dia 2 de março, numa iniciativa em que foi prestada homenagem à cidade de Vila Real, e nela, à região do Interior Norte e suas gentes que, desde sempre, colocaram a sua hospitalidade ao dispor da Academia. O programa integra diversas atividades que têm como objetivo envolver todos os que, ao longo de quatro décadas, acreditaram nesta instituição e no seu papel no desenvolvimento da região, onde se incluem os antigos alunos. A presença de antigos alunos à frente de diversas instituições públicas, autarquias, empresas privadas e associações de reconhecida reputação, representa um indicador do importante papel que a UTAD desempenhou e continuará a desempenhar na sociedade portuguesa. Contamos convosco neste novo ciclo da instituição. Neste tempo complexo, a capacidade de resistência demonstrada e o historial de prestígio alcançado ao longo de quarenta anos, levam-nos a acreditar que, com o empenho, o trabalho, a determinação e a força de vontade de todos os que passaram nesta academia, podemos progredir e reforçar a presença da Universidade, na cidade, na região e no país. Este é o nosso compromisso sério com a UTAD, a região e o país! Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, 31 de maio de 2014

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António Fontainhas Fernandes

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EMÍDIO GOMES

A UTAD É UM ATIVO PRECIOSO DA REGIÃO

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O aluno nº153 gostava de bailes, pregava partidas na residência universitária e até jogava às cartas com as ­autoridades. Hoje, é o homem que comanda os destinos da CCDR-N.

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Daniel Faiões e Patrícia Posse (texto e fotografia)


Emídio Gomes ainda continua “emocionalmente muito ligado” à UTAD, por isso, quando regressa é “como se estivesse em casa”. “É o sentimento de que nunca saí e isso nunca mudou desde janeiro de 1985.” Interessado num curso de ciências agronómicas ligado ao setor da pecuária, o portuense Emídio descobriu, para cá do Marão, uma “oportunidade interessante”. “Faziam referências a uma nova instituição formada por professores oriundos das ex-colónias e por um grupo de novos professores provenientes do Instituto Superior de Agronomia”, explica. Em 1978/79, o IPVR dava lugar ao Instituto Universitário de Trás-os-Montes e Alto Douro, numa cidade que não tinha cinema nem discoteca. Contrariando a vontade do pai, que se disponibilizou a comprar-lhe um apartamento, Emídio encontrou um porto seguro no nº 24 da Avenida Dom Dinis. “Permaneci quase durante os cinco anos do

xas” como “sinais de boas-vindas” a pessoas que eram convidadas e se desconheciam. Como que por magia, as luzes eclipsavam-se e, de várias direções, surgiam travesseiras e jatos de água. Nos serões que enregelavam os ossos, os polícias que faziam a ronda procuravam abrigo na residência. “O frio era excessivo, os crimes não existiam e eles entravam. Ficávamos à conversa, jogávamos às cartas, bebíamos um copo. Éramos todos bons rapazes.” É com um tom nostálgico que Emídio evoca o espírito solidário que se vivia entre os colegas seus conterrâneos. “Na sexta-feira à tarde, juntávamo-nos para partilhar o dinheiro que tínhamos para ir de fim de semana.” No regresso, traziam farnéis reforçados que repartiam com os amigos. “Também tínhamos o hábito de entrar descalços em casa de um colega de Vila Real para ir roubar presunto, mas os pais estavam fartos de saber que íamos

“ Permaneci quase durante os cinco anos do curso na

curso na residência universitária, onde houve um espírito de partilha enorme, uma sã convivência e se fizeram amigos para a vida.” Por lá, as portas deviam abrir-se sempre com cuidado, porque quem não o fizesse, “com um empurrão com o pé, arriscava-se a que caísse alguma coisa em cima”. Sentados pelo chão ou em bancos, Emídio e os colegas assistiam às “sessões memoráveis” de «Gabriela, Cravo e Canela» no final do dia. “Ver telenovela com 30 ou 40 pessoas à volta era algo muito entusiasmante.” Pela calada da noite aconteciam as “famosas sessões de bru-

aparecer.” Emídio rapidamente se tornou adepto dos “dois grandes eventos sociais de Vila Real: a noite do 1º de dezembro e o baile de S.Pedro no Tocaio, onde se podia apreciar a beleza feminina vila-realense”. Partiu “uns poucos” de púcaros no jogo do Panelo e não abandonou o vício de ir à caça para a zona de Alijó. Os jogos de futebol na Estação eram épicos: “qualquer equipa que perdesse connosco por menos de 10 era um bom resultado”. As energias eram repostas fora das quatro linhas: “depois de jantar, vínhamos trabalhar para a UTAD até às 2 ou 3h e tínhamos o hábito salutar de compensar com um whisky e gelo purificado do laboratório.” A pensar na viagem de finalistas, Emídio e uma colega promoviam torneios masculinos e femininos de tiro aos pratos. Também se organizavam bailes para arrecadar dinheiro: “um deles contou com a atuação dos Jafumega, porque o Luís Portugal era de Vila Real e convencemo-lo a vir por um preço amigo; noutro baile, os polícias destacados estavam tão bêbados que tivemos de tomar conta deles, tal era a amizade e fraternidade.” A incursão a Paris foi o momento mais emblemático, porque Emídio e os colegas perceberam que os tempos vividos na UTAD os iam marcar “de uma forma definitiva para a vida”. Aos 54 anos, Emídio reconhece que levou da academia “a lição da amizade e da partilha”. “Mando para cá muitos amigos ainda hoje, porque é dos melhores locais em Portugal para se estudar”, sublinha. Em 2009, Emídio ainda recebeu e aceitou o convite para presidir ao Conselho Geral da UTAD. “Parcerias, networking com a região, crescer onde é realmente reconhecida como uma instituição diferenciadora, reorganizar-se, cortar gorduras, acabar com tribos e olhar para fora” são alguns dos desafios que a academia deverá abraçar. “A UTAD é um ativo precioso da região, por cuja valorização eu me baterei com todo o ânimo que consiga ter”, assegura o agora presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.

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residência universitária, onde houve um espírito de partilha enorme, uma sã convivência e se fizeram amigos para a vida

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OLGA MARTINS

EXECUTIVA DO ANO JÁ FOI A “MENINA DO ASFALTO”

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Olga Martins escolheu Aveiro para estudar, mas não seria o azul do mar a conquistá-la. Na sua mente ficou sempre a ondulação dos vinhedos durienses que a fizeram ­regressar.

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Daniel Faiões e Patrícia Posse (texto e fotografia)


Terminado o secundário, Olga Martins tinha a certeza que queria seguir os estudos na área das químicas ou das engenharias alimentares. Acabou por ir parar à terra dos moliceiros, porém, não morreu de amores por engenharia química nem pelo ambiente. “Tinha as minhas amigas todas em Vila Real. Diziam que adoravam a Universidade e os cursos que escolheram. Algumas foram para Enologia e eu comecei a conviver mais com elas e a ver com interesse aquilo que estudavam”, explica. Foi esse “chamamento” que fez com que Olga se decidisse a mudar de ares mas, apesar da convicção de que Enologia seria o seu futuro, na sua mente pairavam ainda algumas incertezas. “Preocupava-me a ideia de vir para este curso porque em termos familiares não tinha nenhuma tradição. Não tinha referência de nenhum enólogo e o meu conhecimento de vinhos era zero.” Apesar de desconhecer o universo vínico, sempre acre-

aquele que queria habitar”. Durante a vida académica e na tentativa de aperfeiçoar as capacidades sensoriais, juntava-se, por vezes, com amigas e faziam incursões à culinária. Tentavam, depois, harmonizar os pratos com alguns vinhos mais dignos ou com aqueles que a carteira permitia comprar. “No curso não deu para aprimorar os dotes de enologia, até porque nessa altura a preocupação era mais a quantidade do que a qualidade. Mas, nesses encontros gastronómicos, líamos os rótulos e provávamos os vinhos para ver se percebíamos alguma coisa daquilo.” Terminado o percurso universitário, Olga acabou por fazer parte da geração de ouro dos enólogos durienses, reconhecida internacionalmente e com os seus vinhos a merecerem os mais rasgados elogios. “Senti que fazia parte de um lote de pessoas que estava a abrir o Douro, que trazia algo novo. Sentiu-se um grande salto porque éra-

“ Devo à UTAD essa gratidão de me ter ensinado para depois eu poder fazer um percurso que me deixou feliz e completa

mos mais jovens, viajávamos mais e queríamos aprender mais.” Olga recebeu, em 2013, o prémio de executiva do ano como resultado dos seus méritos profissionais. A enóloga reconhece que parte dessa distinção deve ser dividida com a UTAD, pela formação diferenciadora que lhe proporcionou. “Nunca tinha ganho este prémio se não tivesse estudado na UTAD. Foi ela que me fez ser como sou: muito empenhada, motivada e a gostar muito do que faço. Devo à UTAD essa gratidão de me ter ensinado para depois eu poder fazer um percurso que me deixou feliz e completa.”

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ditou que o curso fazia “todo o sentido na região” que a viu nascer. Logo no primeiro ano, o professor Fernando Martins identificou-lhe os tiques urbanos, condição que lhe garantiu a alcunha de “menina do asfalto”. O epíteto deveu-se ao facto de deixar transparecer o desconhecimento pelas artes rurais e a falta de contacto com as dinâmicas próprias da vida numa aldeia. Durante o curso foi sempre “muito boa aluna, aplicada e metódica”, características que lhe valeram excelentes notas. Ainda assim, a atual gestora da Lavradores de Feitoria procurou sempre evoluir. No segundo ano pediu mesmo para fazer um estágio numa quinta duriense porque “não queria chegar ao fim do curso sem perceber se o mundo dos vinhos era

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JORGE DIAS

A UTAD FAZ PARTE DE NÓS

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Ao fim de 35 anos, o aluno 210 ainda guarda recordações de tempos notáveis. Para Jorge Dias, duriense de nascença, a UTAD será sempre a sua principal casa de formação.

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Daniel Faiões e Patrícia Posse (texto e fotografia)


Apesar de não ter qualquer referência familiar na área agrícola, Jorge Dias sempre sentiu o apelo telúrico do lugar que o viu nascer. Natural de Santa Marta de Penaguião, terra salpicada de vinhedos, desde cedo se familiarizou com as cepas e os cachos de uvas. “É um concelho essencialmente vitícola e terá sido importante, na minha escolha, essa influência do meio ambiente.” Quando se candidatou ao Ensino Superior, em 1979/80, a sua decisão era quase previsível: Engenharia Agrícola, uma oferta que encontrou no recém-criado Instituto Universitário de Trás-os-Montes e Alto Douro. “Não precisei de mudar de cidade porque também fiz o liceu em Vila Real. Para além disso, muitos dos colegas que tinha acabaram por ir também para o IUTAD.” Para legitimar a escolha, juntava-se ainda “a certeza de que o Douro seria uma das boas apostas a Norte”. “Tínhamos a convicção de que o Douro vingaria”, sublinha.

também pessoas de uma dimensão cultural e científica que marcava qualquer um”, justifica. Com a filosofia de que “o ensino agronómico não se fazia só nas escolas” foram várias as visitas de estudo pela região e pelo País, que fomentaram o espírito de grupo e um ambiente de grande convívio. “Havia espírito de camaradagem com os colegas, professores e funcionários. Éramos uma família e a UTAD era a nossa casa.” Ao vasculhar a memória, Jorge encontra também pedaços de boa disposição, vividos com os colegas, em alguns locais emblemáticos da cidade. “O nosso café de eleição era a Pastelaria Gomes. Tínhamos também o Cabanelas que era o local onde se ‘pernoitava’. Íamos para lá discutir as inquietações e os temas do momento.” Quando Jorge e os colegas ansiavam por algo novo, não eram raras as escapadelas para fora da cidade que os unia. Braga, Porto, Pedras Salgadas, Peso da Régua ou

“ O relacionamento ia muito além da estrita relação

Dos primeiros tempos de aulas, Jorge recorda, essencialmente, a excelência do ensino. “Mais importante do que a qualidade do edifício ou das salas onde tivemos aulas, era a qualidade académica dos professores que lecionavam as cadeiras fundamentais. Sabíamos que se estava a iniciar um projeto e bastava-nos a qualidade do ensino para termos motivos de orgulho, enquanto estudantes desta casa.” Torres Pereira, Luiz Sampayo e Torres de Castro foram professores que o marcaram “pela maneira de estar e de ensinar”. Merecedor de grande estima e admiração foi, também, Bianchi de Aguiar, apesar de não ter sido seu docente. A estes nomes “incontornáveis” juntam-se ainda Nuno Moreira, Fernando Martins, Nuno Magalhães, João Coutinho, José Portela e Afonso Martins, sobretudo pela afinidade que tinham com os alunos. “O relacionamento ia muito além da estrita relação professor-aluno. Eram

Murça eram os destinos prediletos. “Não havia qualquer planeamento atempado e as saídas dependiam apenas da disponibilidade de transporte”, relembra. Aos 52 anos, Jorge Dias conta já com um largo currículo e uma vasta experiência profissional. Foi professor na UTAD, esteve no Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), trabalhou de perto na criação da Lavradores de Feitoria e foi chefe de gabinete do então secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, Bianchi de Aguiar. Hoje é diretor geral na Gran Cruz Porto e considera que este percurso só é possível graças à formação que obteve na universidade transmontana. “Sempre me considerei relativamente empreendedor naquilo em que me envolvi. Existe empreendedorismo quando se reúnem três fatores: capital, trabalho e saber. Sem dúvida que a UTAD me deu, pelo menos, um terço daquilo que foi o desenvolvimento da minha vida.”

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professor-aluno. Eram também pessoas de uma dimensão cultural e científica que marcava qualquer um

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PEDRO CAIXINHA

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ESTUDAR NA UTAD FOI A TÁTICA PARA O SUCESSO

Pedro Caixinha é um dos símbolos do desporto da UTAD. Atualmente aos comandos do Santos ­Laguna, no México, o treinador lembra com saudade a passagem pela academia transmontana.

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Daniel Faiões e Patrícia Posse (texto e fotografia)


“Todos falavam maravilhas da licenciatura da UTAD, da cidade e da vida estudantil”, justifica Pedro Caixinha. Era em Beja, sua terra natal, que ouvia os conterrâneos elogiar a famigerada universidade que se escondia para lá dos montes. Em 1993, acabaria por tomar a decisão e partir à descoberta de uma nova realidade. “Não conhecia nada, mesmo nada! Foi a primeira vez que viajei tão a norte no nosso País. Quando fui fazer os pré-requisitos, lembro-me que o meu pai me ofereceu a viagem de avião. Foi marcante por ter sido também a minha primeira vez”, revela. A adaptação à cidade transmontana fez-se de forma espontânea, beneficiando do acolhimento do grupo de amigos que rapidamente se constituiu. “Havia um ótimo ambiente entre os colegas de desporto, em todo o CIFOP. Identifiquei-me imediatamente com a licenciatura e queria aprender o máximo possível.”

nos apresentava a matéria e nos levava mais além. O segundo pela relação pessoal que criava e pelo seu método de ensino muito ao jeito do ‘clube dos poetas mortos’. O terceiro pela maneira como me fez perceber um jogo de futebol e desenvolver, de uma forma integral, aquela que hoje é a minha profissão.” Ainda hoje, o treinador mantém rotinas que ganhou nos tempos de estudante. Não falhava uma aula, fosse teórica ou prática. “Talvez por isso, só tive de fazer uma disciplina por exame. Ainda hoje funciono assim: blocos de grande sobrecarga de trabalho seguidos de curtas pausas para desligar e carregar a pilha.” A par da dedicação aos estudos, sobrava muito tempo para o divertimento e o convívio com colegas. Participou nos cinco cortejos da semana académica e procurava no Pioledo a descompressão que se exigia. “Recordo com saudade esses tempos de loucura ‘saudável’. Não saía

“ Havia um ótimo ambiente entre os colegas de

desporto, em todo o CIFOP. Identifiquei-me imediatamente com a licenciatura e queria aprender o máximo possível com muita frequência, mas quando saía tenho ideia que se não ganhava a camisola amarela, ganhava o prémio da montanha.” Aos 43 anos, o treinador considera que adquiriu sólidos métodos de trabalho enquanto pisava a relva dos campos da academia. Sempre que a agenda lhe permite, Pedro tem regressado à UTAD e é nessas alturas que a nostalgia dos melhores momentos emerge. “Reparo nas principais diferenças que se vão fazendo na licenciatura, no campus, na cidade, nas casas onde vivi, nos locais que frequentava e nas saudades que tenho da boa gastronomia.”

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Apesar de ter vivido algumas mudanças no seu dia a dia, “largando as planícies para abraçar os montes”, houve sempre uma certeza inabalável no seu horizonte: o futebol. “Sempre tive uma relação de proximidade com o desporto, de uma forma geral. Desde cedo adquiri, e ainda mantenho, hábitos de prática desportiva mas, a partir dos 14 anos, o futebol passou a ser a minha obsessão.” Para fortalecer as certezas que já tinha, muito contribuíram os ensinamentos de alguns professores, com realce para os nomes de Jaime Sampaio, António Serôdio e Vítor Maçãs. “Destaco o primeiro pelo verdadeiro espírito académico e de investigador que tem, pela forma como

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JORGE SERÔDIO BORGES PASSEI BONS ANOS NA UTAD

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Mais de duas décadas ­volvidas e Jorge Serôdio Borges, hoje enólogo, ainda sabe de cor o número de aluno. Regressar à academia é perceber que conseguiu fazer vingar alguns sonhos.

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Daniel Faiões e Patrícia Posse (texto e fotografia)


sa familiar, daí o seu empenho académico ser bastante mais pragmático. “Nunca me preocupei muito com as notas, mas em aprender as matérias que considerava importantes. A universidade deu-me muita explicação daquilo que já sabia empiricamente.” À bagagem académica, Jorge ainda juntou uma experiência internacional. “Fui de Erasmus com mais três colegas para o sul de Itália. Estivemos a trabalhar numa adega e foi muito positivo.” Assim que deixou a academia, Jorge começou logo a trabalhar e nunca parou. Em 2001, criou a sua própria empresa, cuja produção anual é superior a 40 mil garrafas. “Pintas” assim se chama o vinho que se tornou na sua imagem de marca. Nasceu de uma miscelânia de sonho, amor, rigor e profissionalismo de Jorge e da esposa, também enóloga. “Foi o vinho mais difícil de fazer no mun-

“ Criou-se um espírito de equipa e um amor à ­ camisola que era mais do que ser só estudante O Pioledo era o epicentro das vivências notívagas, onde as conversas aproximavam personalidades e geografias. As horas desfilavam e “ninguém arredava pé”. “Era um ambiente muito agradável. Passávamos a vida a conviver e a conhecer pessoas do país inteiro e até alguns estrangeiros.” Eleito como o expoente da diversão e da pândega, o rally das tascas era “o desafio de conseguir beber os vinhos horrorosos que nos davam.” Jorge também jogou rugby na equipa da UTAD, o que “ajudou bastante a ganhar admiração pela faculdade como um todo”. “Criou-se um espírito de equipa e um amor à camisola que era mais do que ser só estudante”, salienta. As viagens para os jogos levavam o motorista ao desespero e Jorge recupera um episódio insólito: “estávamos cheios de calor e um colega nosso, como a abertura do tejadilho não abria, mandou-lhe dois murros e aquilo voou. Estivemos à procura durante uma hora até que o encontrámos num lameiro.” Enquanto estudava, Jorge trabalhava também na empre-

do porque apostámos todas as moedas que tínhamos e aquilo não podia falhar.” Eleito enólogo do ano em 2008 e 2011, Jorge considera o seu curso como distintivo. “Antigamente, havia os engenheiros agrícolas que trabalhavam as vinhas e os enólogos só trabalham as uvas na adega. A visão global de toda a operação foi a grande mais-valia do curso de enologia da UTAD.” Jorge defende ainda que, na sua área, a UTAD “tem tudo para ser uma faculdade líder em Portugal e não só”. “Está localizada numa região que é hoje a região portuguesa com maior visibilidade internacional e que precisa de um apoio, de uma base científica.” Após duas semanas a viajar por Macau, Hong Kong, Suíça e Alemanha para vender os seus néctares, Jorge volta à UTAD e é mesmo “o regresso à origem”. “Um aluno quando vem para a universidade tem a cabeça repleta de sonhos. Ao voltar aqui, vemos aqueles que se concretizaram e os que não. Passei bons anos na UTAD e fiz muitas amizades”, conclui.

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Descendente de uma família duriense com uma ligação umbilical às vinhas, Jorge Serôdio Borges acabou por enveredar pelo curso de enologia. “Sou a 5ª geração e, por isso, foi natural a minha opção. Vir para a UTAD foi juntar o útil ao agradável porque estava perto de casa.” O primeiro ano como universitário foi marcante, porque havia todo um novo mundo para explorar. “Não éramos muitos... Eu sou o número 5862 e era giro porque toda a gente se conhecia, sobretudo nas engenharias.” A praxe cumpriu os propósitos de integração na academia, com brincadeiras que também cimentaram laços afetivos. “A praxe, se for feita com bom senso, é útil porque é uma forma de conhecer os colegas e os costumes da escola.” Jorge não se livrou de andar de mão dada com colegas, lavar loiça na casa das colegas ou ter que as servir à mesa.

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ISMAEL VENTURA DA SILVA A CIDADE, A UTAD, A ÁRVORE: LIGAÇÕES PARA A VIDA

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Natural de São Paulo, Ismael escolhe Vila Real para viver. É na UTAD que volta a ser estudante e onde estabelece laços que mudam a história e que permanecerão além da sua e de outras vidas.

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Rosa Rebelo (texto); Isabel Sequeira e Luis Gens (fotografia)


“a maior virtude da UTAD”, apesar de “pequena infraestrutura”, é “grande em potencial para um aluno que saiba explorar”. Por isso evidencia que esta tem as “melhores condições de acesso a quem consegue ensinar, às técnicas que se utilizam para aprender, aos laboratórios”. Mas também “a proximidade com professores e funcionários”. “Tive muita sorte e tenho orgulho em ter sido estudante da UTAD. Aprendi ali muito mais do que esperava e muito mais do que teria aprendido numa universidade grande”. Descendente de uma família de Judeus por parte do pai, em 2006 viaja pela Europa com o filho mais velho. Esta expedição familiar leva-os ao campo de concentração número um de Auschwitz. Sentado à sombra do carvalho plantado à entrada deste campo, num momento de reflexão, Ismael apercebe-se de um compasso de relógio… “tic tac”. São bolotas que caem. Traz vinte. Planta-as.

“ Tive muita sorte e tenho orgulho em ter sido estudante da UTAD. Aprendi ali muito mais do que esperava e muito mais do que teria aprendido numa universidade grande Engenharia em Química que tinha frequentado numa Universidade de São Paulo e integra a licenciatura em Química. Eterno estudante, “gosta de aprender”, ingressa posteriormente no Mestrado em Análises Laboratoriais. Falta-lhe a tese… culpa das três empresas que entretanto constituiu em Vila Real. Delas fala com modéstia, mas com orgulho. Reforça a ligação à UTAD, já que é aí que seleciona os recursos humanos para o Gabinete de Psicologia e Terapia da Fala, também para a empresa “elo de ligação entre a UTAD e o tecido empresarial, através de serviços de controlo de qualidade”, e para a mais recente de produção de cosméticos. Apesar de contribuir para o desenvolvimento da economia local, é Vila Real que Ismael enaltece… “devo muito a esta Cidade, foi aqui que eu gerei uma filha, é aqui que eu ganho a minha vida”. Conhecedor de outra realidade académica, destaca que

Destas bolotas, agora árvores, apenas cinco sobrevivem. Duas ficam com um amigo em Chaves, três aos cuidados do Jardim botânico da UTAD. Uma delas foi plantada à entrada do campus da UTAD. Emocionou-se no ato de plantação “quando a menina com paralisia cerebral voltou a pá de terra para aquela árvore”, porque “esta árvore veio de um sítio onde a tolerância era zero e as primeiras vítimas do nazismo foram crianças com dificuldades imensas como aquela menina”. Algum tempo após a plantação voltou… “plantámos uma árvore frágil apenas com uma folha, agora está cheia de folhas viçosa… lindíssima!” Ismael ligou-se à terra que escolheu e à universidade que o formou através de uma árvore, à qual deu vida nova e que, ao contrário da árvore mãe, testemunha a vida, a esperança, o futuro.

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Nascido e criado em São Paulo, Brasil, Ismael é filho de um emigrante português natural de Chaves. Cansado do stress provocado “por uma cidade com 16 milhões de habitantes”, visita Portugal pela primeira vez em 1997 e conhece a Região, “um paraíso” pelo qual se apaixonou, “a montanha… a neve… “. Ismael e a mulher decidem mudar de país e de vida. Inicialmente residem em Chaves e a mulher opta por um “doutoramento de psicologia em Salamanca”. Ismael pensa em “criar caracóis”, mas o projeto “não avança”. É em Vila Real que se fixam por ser “mais cosmopolita”, mas também pelo “coração da cidade que faz pulsar tudo à sua volta”, Ismael refere-se à UTAD. Na sua procura por “qualidade de vida” a existência da UTAD em Vila Real torna-se “uma feliz coincidência”. Ismael vê a oportunidade, pede equivalência ao curso de

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MARCO BARBOSA

O PULO DE MARCO BARBOSA PARA O MUNDO EMPRESARIAL

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A tese de mestrado já revelava o pragmatismo de Marco Barbosa: queria desenvolver uma ideia de negócio com elevado potencial. Da UTAD levou, também, vivências irrepetíveis e amizades duradouras.

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Daniel Faiões e Patrícia Posse (texto e fotografia)


A aplicação “Bewarket” serviu de trampolim para Marco Barbosa se tornar num jovem empreendedor de sucesso. Quis dar um novo ímpeto ao comércio eletrónico para que existisse “um pouco mais de confiança nas transações online” e conseguiu-o. Essa “espécie de eBay no Facebook” valeu-lhe algumas distinções e até uma proposta em Sillicon Valley, nos Estados Unidos, onde arrecadou conhecimentos empresariais. Aos 26 anos, Marco está a trabalhar no posicionamento da marca “Esolidar”, que cruza e-commerce e solidariedade. Foi em 2005 que, apostado em estudar informática, Marco equacionou a UTAD, cujo acesso só exigia o exame de física. Na 2ª fase, resolvido o problema com a matemática, conseguiu vaga no Porto. “Como gostei tanto de estar na UTAD, tive de mandar uma carta para o Ministério da Educação a pedir para cancelar essa tentativa.”

a libertar-me e isso contribuiu imenso para o meu crescimento.” Nascido em Aveiro, Marco adaptou-se à cidade transmontana sem sobressaltos. Morava num T5, com uma sala gigantesca que se transformava em recinto para jogar futebol, “até que o senhorio mandou limpar as paredes e proibiu”. Numa outra ocasião, organizaram uma LAN party, com computadores ligados em rede para jogarem, bebidas à discrição e decibéis em níveis elevados. Era verão, as janelas estavam abertas e “uma barulheira na rua” que convocou a polícia duas vezes na mesma noite. No backup das vivências académicas, Marco recupera ainda o episódio de uma madrugada em que, no regresso a casa, ficou alguns minutos para trás, o tempo suficiente para que os colegas lhe desocupassem o quarto e transferissem a mobília para a sala.

“ Era bastante envergonhado e deixei de ser a­ ssim.

O campus “totalmente diferente” gravou-se na sua memória RAM e logo no primeiro dia de aulas, conheceu os bytes do companheirismo. “Foi chegar e ser abraçado. O único tempo que estive sozinho foi desde que saí da pensão até ao Engenharias I.” A adesão à praxe foi tão célere como um simples clique: “fui logo a gritar Electrotécnia e não Informática. Andei duas horas com eles, até que encontrei pessoal do meu curso”. Ainda caloiro, Marco Paulo, como o apelidaram, tinha uma agenda artística apertada. “Dava concertos no coreto do Jardim da Carreira. Tinha de ­chamar a plateia, as bailarinas e cantar, trocando o ­microfone entre as mãos como o verdadeiro Marco Paulo.” Não raras vezes, era vê-lo de megafone em punho a anunciar as promoções dos hipermercados. Esses atos em nada se compadeciam com a timidez de Marco. “Era bastante envergonhado e deixei de ser assim. Muito se deve à praxe, porque me forçaram

Na UTAD, Marco aprendeu a importância da proximidade e da comunicação numa organização. “No mundo empresarial, onde se fazem os melhores negócios, não existem essas barreiras, não existem os engravatados nem os títulos.” A conquista do 4º lugar do Microsoft Imagine Cup, uma competição mundial em que os estudantes são desafiados a apresentar soluções para problemas reais, mudou-lhe a perspetiva. “Desenvolvemos um projeto de recolha de óleo para reciclagem e, graças a isso, percebi o que queria para minha vida.” Marco não se imagina motivado com uma rotina diária. Alicia-o a aprendizagem contínua e o desafio. “Ter uma equipa em que todos lutam pelo mesmo objetivo, em que há percalços e evolução, esta dinâmica apaixona-me.” Desde que concluiu o curso, em 2010, Marco procura não falhar as semanas académicas, porque gosta “sempre de regressar às origens”. “É quase uma constante tentativa de ir buscar o que já passou”, destaca.

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Muito se deve à praxe, porque me forçaram a ­libertar-me e isso contribuiu imenso para o meu crescimento

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ARIANA FERREIRA

O ESPÍRITO ACADÉMICO ERA MUITO UNIDO

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O curso de engenharia mecânica trouxe a Ariana ­Ferreira vivências de c ­ onvívio intenso e amigos para a vida. Deu-lhe, também, ­competências e convicções para acreditar num futuro profissional gratificante.

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Daniel Faiões e Patrícia Posse (texto e fotografia)


“O meu avô era mecânico e o meu pai tem uma empresa de metalomecânica. Eu cresci a mexer nos tornos, nas máquinas, no aço, no óleo”, conta Ariana Ferreira. Depois do curso tecnológico de mecânica, o fito estava numa formação superior na mesma área. Em 2004, a UTAD figurou no topo do boletim de candidatura. “Não tinha hipótese de me afastar, porque tinha um menino pequenino. Estando em Vila Real, num instante ia a casa, nas Pedras Salgadas.” Ao transpor os portões da academia, a sensação mesclou-se de grandeza e espanto. “Achei a universidade muito grande, com muitos edifícios, e lembro-me do ambiente de árvores e jardins. Parecia um mundo à parte.” Rapidamente entraria na engrenagem: matrícula feita, não se furtou à praxe. Foi nessa atmosfera de reboliço e tropelias que a caloira Frize conheceu os colegas.

cotecas, “a fazer tainadas, ver filmes e ficar no paleio até às tantas”. “O espírito académico era muito unido e até bastante saudável”, salienta. Da passagem pela UTAD, Ariana recorda um desafio épico: a participação na Shell Ecomarathon, uma competição internacional de protótipos energicamente eficientes. “Foi um projeto que me marcou muito. Em 2008, construímos um carro de raiz com as nossas próprias mãos.” Conseguiram patrocinadores, o kartódromo para os testes, a atenção da imprensa e rumaram a França acreditando que podiam chegar mais longe. Ariana foi incumbida de pilotar “dentro de um caixote estreitinho, de fibra de vidro, com pouca visibilidade e o motor mesmo atrás da cabeça”. Só conseguiram classificar-se nos anos seguintes, na Alemanha, mas “estavamos contentes porque tínhamos conseguido deixar a nossa marca”.

“ Nas outras universidades, não há a proximidade entre Na sala de aula, Ariana era a única aluna e apesar de uma docente lhe ter dito que engenharia mecânica não era para mulheres, provou o contrário. Nos exercícios, como soldar ou manobrar tornos, revelava até mais destreza do que os colegas, pois “era uma coisa já familiar”. “Nas outras universidades, não há a proximidade entre professores e alunos como na UTAD. Conseguimos bater à porta do gabinete e atendem-nos”, nota Ariana. Graças a isso, a aquisição de conhecimentos deu-lhe mais confiança no mundo laboral. “As bases estão cá todas e em caso de dúvida, sabemos que temos aquele livro ou aquele professor que nos poderá ajudar.” As vivências académicas “de convívio e de amizade” ainda estão muito presentes. “Trajei, praxei, participei em todos os cortejos, trabalhei nas barraquinhas e pertenci ao núcleo do curso praticamente desde o início.” O seu grupo preferia a confraternização caseira aos bares e dis-

Em 2010, Ariana conclui o mestrado em sustentabilidade e eficiência energética dos laboratórios do futuro RégiaDouro Park. Já ao serviço da empresa onde trabalhava, viria a contribuir para a melhoria do campus universitário, equipando o biotério do novo edifício de Ciências Veterinárias e renovando o bar de Ciências Agrárias. Hoje, a engenheira mecânica está na Ramos Ferreira, empresa de Vila Nova de Gaia, mas não descarta um doutoramento na UTAD. “É aqui que me sinto bem, onde conheço os professores e é aqui que será.” Aos 30 anos, Ariana olha para a academia como a mediadora para conhecer os seus melhores amigos e um porvir mais seguro. “Representa o sítio onde fiz o maior sacrifício da minha vida, que foi deixar o meu filho para vir estudar, mas valeu a pena. A UTAD significa aquilo que, no fundo, é a vida: temos de fazer um esforço muito grande para sermos recompensados da melhor forma.”

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professores e alunos como na UTAD. Conseguimos bater à porta do gabinete e atendem-nos

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FILIPE PINTO

A UTAD É MUITO VOCACIONADA PARA O ALUNO

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Eleito como o Melhor Artista Português nos MTV EMA 2013, Filipe Pinto licenciou-se em engenharia florestal na UTAD. Ficaram-lhe as ­saudades das serras e das churrascadas com os colegas.

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Daniel Faiões e Patrícia Posse (texto e fotografia)


“Sempre me identifiquei muito com a vertente ambiental, mas a UTAD possibilitou-me um conhecimento aprofundado”, realça Filipe Pinto. Desde tenra idade revelava “um gosto especial pelos bichos, pela Natureza em si”. A caminho da escola primária, inspirava os cheiros trazidos pela primavera enquanto cantarolava em surdina. Nas viagens à aldeia dos avós, no concelho de Sabrosa, Filipe e a família paravam para “respirar um bocadinho”. No verão, trocavam a praia pelo campismo. Em 2007, Filipe estava destinado a deixar o Porto para estudar em Vila Real. Na 1ª fase de candidaturas, as suas preferências iam para o curso de audiovisuais, surgindo ecologia aplicada em 5ª opção. “Esse foi o meu primeiro curso na UTAD, mas estava insatisfeito e na 2ª fase, voltei a insistir nos audiovisuais... Na 5ª opção, coloquei engenharia florestal e entrei.” Enquanto procurava a secretaria

volta da fogueira para magustos ou churrascadas. “Esta forma diferente de estar e o facto de ter as serras do Alvão e do Marão muito perto fizeram-me apaixonar pelo curso.” É incontornável não resgatar a primeira vez que viu nevar, os jantares de curso precedidos de tardes no Alvão ou as incursões noturnas à serra do Marão. “No Pioledo, havia algo místico. O pessoal cumprimentava-se e era tudo muito tranquilo e seguro”, acrescenta. No verão, Filipe e os colegas faziam de conta que não havia aulas e rumavam às Fisgas de Ermelo. Sozinho e em casa, Filipe dedicava-se às suas atividades extracurriculares de eleição: dedilhava a guitarra, compunha e cantava. Tudo isso perdeu o recato em 2009, porque duas amigas o inscreveram no concurso “Ídolos”. “Os meus colegas souberam pela televisão e ficaram surpresos, mas apoiaram-me muito”, relata.

“ A UTAD é muito vocacionada para os alunos. para se matricular, viu vacas e tratores. O pensamento que lhe ocorreu foi: “isto parece a aldeia do Obélix”. Acabaria por ser praxado duas vezes, o que serviu para “enrijecer” e tornar-se “uma pessoa mais sociável”. “Rebolávamos muito, tipo queijo limiano, mas a praxe é estar com as pessoas que estão ao nosso lado a passar pelo mesmo. É a convivência que se cria que fica para a vida.” Em ecologia, ficou conhecido como o caloiro “Olhos D’Água” e a latada foi “daqueles momentos espetaculares”. “Tínhamos de fazer ouvir a nossa voz como se estivéssemos sozinhos”, lembra. Houve, desde logo, uma ligação “quase familiar” com os docentes. “O nosso curso acaba por ser bastante acolhedor, porque somos poucos alunos. Se surgisse qualquer dúvida para os testes, os professores estavam muito disponíveis.” Fora da sala de aula, o relacionamento continuava a ser de “convivência e fraternidade”, reuniam-se à

Os efeitos do mediatismo não tardaram, mas junto dos colegas sentia “um nicho de proteção”. “Enquanto andasse na rua, vinha tudo a correr. Com o pessoal, estava tudo normal e tinha a paz que precisava.” O primeiro autógrafo foi arrancado à saída de uma das cantinas da UTAD, quando Filipe ia à boleia com um amigo que se viu a obrigado “a travar a fundo para não atropelar” uma fã. Vencido o concurso e antes de rumar à London Music School, Filipe embrenhou-se no compromisso de concluir a licenciatura. “A UTAD é muito vocacionada para os alunos. Ensinou-me a trabalhar ao máximo e a esforçar-me por conseguir os objetivos.” Agora com 25 anos, Filipe vê o seu nome firmar-se no panorama musical português. Em mãos, tem o projeto “Planeta Limpo de Filipe Pinto”, que lhe permite cruzar as suas paixões em nome de uma educação ambiental para os mais novos.

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Ensinou-me a trabalhar ao máximo e a esforçar-me por conseguir os objetivos

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CURSOS OFERTA FORMATIVA ACREDITADA E A ­OFERECER EM 2014/2015 ESCOLA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS Cursos de 1º Ciclo Arquitetura Paisagista Engenharia Agronómica Engenharia Florestal / Ciências Florestais Engenharia Zootécnica Enologia Medicina Veterinária (Mestrado Integrado)

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Cursos de 2º Ciclo Arquitetura Paisagista Engenharia Agronómica Engenharia Florestal Engenharia Zootécnica Segurança Alimentar

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Cursos de 3º Ciclo Ciência Animal Ciências Agronómicas e Florestais Ciências Veterinárias ESCOLA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS Cursos de 1º Ciclo Animação Sociocultural Ciências da Comunicação Economia Educação Básica Gestão Línguas e Relações Empresariais Línguas, Literaturas e Culturas Psicologia Serviço Social Teatro e Artes Performativas Turismo

Cursos de 2º Ciclo Ciências da Comunicação Ciências da Cultura Ciências da Educação – área de especialização em Supervisão Pedagógica Ciências da Educação – área de especialização em Educação Especial, domínio cognitivo e motor Ciências da Educação - área de especialização em Animação Sociocultural Ciências Económicas e Empresariais Ensino de Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico Ensino de Biologia e de Geologia no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário Ensino de Física e de Química no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário Ensino de Informática Ensino de Matemática no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Secundário Ensino de Português no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário e de Espanhol nos Ensinos Básico e Secundário Ensino de Teatro Ensino do 1º e do 2º Ciclos do Ensino Básico Gestão Gestão dos Serviços de Saúde Línguas Estrangeiras Aplicadas Psicologia Serviço Social Cursos de 3º Ciclo Ciências da Cultura Ciências da Educação Ciências da Linguagem Estudos Literários


Cursos de 2º Ciclo Comunicação e Multimédia Engenharia Civil Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade Humanas Engenharia Eletrotécnica e de Computadores Engenharia Informática Engenharia Mecânica Estatística Aplicada Tecnologias da Informação e Comunicação Cursos

de

3º Ciclo

Didática de Ciências e Tecnologia Engenharia Eletrotécnica e de Computadores Informática ESCOLA DE CIÊNCIAS DA VIDA E DO AMBIENTE Cursos de 1º Ciclo Bioengenharia Biologia Biologia e Geologia Bioquímica Ciência Alimentar Ciências do Desporto Engenharia do Ambiente Genética e Biotecnologia Química Medicinal Reabilitação Psicomotora

Cursos de 2º Ciclo Arqueologia Pré-Histórica e Arte Rupestre Biologia Biologia Clínica Laboratorial Bioquímica Biotecnologia e Qualidade Alimentar Biotecnologia para as Ciências da Saúde Ciências do Desporto com especialização em Avaliação e ­Prescrição na Atividade Física Ciências do Desporto com especialização em Atividades de ­Academia Ciências do Desporto com especialização em Jogos Desportivos Coletivos Educação Física e Desporto com especialização em Desenvolvimento da Criança Engenharia do Ambiente Enologia Gerontologia: Atividade Física e Saúde do Idoso Gestão dos Recursos Naturais Cursos

de

3º Ciclo

Ciências da Terra e da Vida Ciências do Desporto Ciências Químicas e Biológicas Genética Molecular Comparativa Quaternário, Materiais e Culturas Ciência, Tecnologia e Gestão do Mar Geologia

ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM Cursos de 1º Ciclo Enfermagem Cursos de 2º Ciclo Enfermagem Comunitária Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia Enfermagem Enfermagem da Pessoa em Situação Crítica Enfermagem de Saúde Familiar

MESTRADOS AO ABRIGO DA “RECOMENDAÇÃO CRUP” De acordo com a recomendação do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), de 8 de janeiro de 2011, os licenciados que tenham terminado as suas licenciaturas ao abrigo do sistema de graus anterior ao Processo de Bolonha e que tenham mais do que 5 anos de experiência profissional relevante, poderão inscrever-se num ciclo de estudos de mestrado da especialidade, solicitando a creditação da componente letiva previamente adquirida no âmbito da respetiva licenciatura, acrescida da apresentação de uma dissertação ou, em alternativa, de um relatório sobre a atividade profissional desenvolvida. O “Relatório sobre a Atividade Profissional” acima referido constará de uma descrição detalhada sobre a atividade profissional do candidato, respeitando o disposto na alínea b) do nº 1 do artigo 20º do Decreto-Lei nº 74/2006, de 24 de março, e a alínea a) do nº 1 do artigo 45º do Decreto-Lei nº.115/2013, de 7 de agosto, e deverá demonstrar que o candidato desenvolveu, durante a sua experiência profissional, competências relevantes na área científica do curso de 2º ciclo (Mestrado) a que se candidatou.

O candidato que reúna as condições para se submeter ao processo de obtenção de grau de mestre ao abrigo da “recomendação do CRUP”, à semelhança de todos os outros candidatos de 2º ciclo em processo de preparação de dissertação, relatório de estágio ou projeto, deve ser afetado a um orientador, que deverá ser um doutorado pertencente ao corpo docente da UTAD. Sob a sua orientação o candidato preparará um plano sucinto do “Relatório sobre a Atividade Profissional”, que submeterá à apreciação da Direção do Curso e que deverá seguir os trâmites em vigor na universidade. A entrega do “Relatório sobre a Atividade Profissional” deverá ser efetuada no prazo máximo previsto nos Cursos de 2.º ciclo em referência, sendo a apresentação e discussão feita perante um júri nomeado pelo Conselho Científico da Escola, sob indicação da Direção de Curso, em conformidade com o Regulamento Pedagógico da UTAD. Para mais informação, contatar: Serviços Académicos da UTAD - dsa@utad.pt

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ESCOLA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA Cursos de 1º Ciclo Comunicação e Multimédia Engenharia Biomédica Engenharia Civil Engenharia Eletrotécnica e de Computadores Engenharia Informática Engenharia Mecânica Tecnologias da Informação e Comunicação Tecnologias de Apoio e Acessibilidade

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PORTFÓLIO

SEMANA DO CALOIRO – CALOIRADA AOS MONTES

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Ser caloiro numa universidade será, muito provavelmente, a maior das aventuras do início da vida adulta. É tempo de aprendizagem, de descoberta, muitos pela primeira vez saem do aconchego do lar e, deslocados e longe dos pais, fazem amizades, descobrem que conseguem fazer, e que podem ser o que quiserem. Por isso a semana do Caloiro é um marco importante nesta etapa das suas vidas. Tudo começa com a Monumental Serenata, sempre à quinta-feira. E se antes era realizada na Capela Nova, agora tudo se passa na Praça do Município. Os estudantes formam um mar de capas negras que torna quente a noite no aconchego das vozes que entoam belas melodias. E juntos se emocionam. Mas este é apenas o princípio de tudo. Nesta noite, e nas seguintes, continuam as atividades que animam, não apenas os estudantes da UTAD, mas também os visitantes e habitantes de Vila Real. O Baile do Caloiro, ao domingo, impõe dress-code a rigor, e assim comparecem no local marcado, de par ao lado,

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para cumprir mais uma etapa da tradição. E como tudo o que é bom chega ao fim, já diz a sabedoria popular, a semana termina com a tradicional latada. Nesta, juntam-se os estudantes de todos os cursos e desfilam pelas ruas de Vila Real, entre muito canto (barulho), animação e muitas latas. Em 2012 a Semana do Caloiro passou a ser denominada “Caloirada aos Montes”. Pretendeu-se dotar este evento com “maior identidade” e o nome surgiu para criar “uma ligação entre os novos alunos e a Região de Trás-os-Montes e Alto Douro”. A Imagem “é influenciada pelo relevo das montanhas que dominam a região. Muitos dos alunos da UTAD são deslocados e a integração não se dá apenas no campus, mas também na comunidade que os rodeia.” Quisemos que recordassem algumas dessas aventuras e, por isso, compilámos alguns dos cartazes representativos dessas semanas, ao longo dos tempos.


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PORTFÓLIO

JOGOS POPULARES INTER-UNIVERSITÁRIOS

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Muito concorridos, reuniam inúmeros estudantes de várias academias do país. Mais tarde, foram alargados ao espaço ibérico e começaram a participar as Universidades de Madrid e Santiago de Compostela. O ano de 1988 foi especial. Os jogos tomaram uma dimensão europeia e foi realizado um seminário europeu sobre jogos tradicionais, no qual participaram cerca de 60 países. Partir as Bilhas, Corrida de Cântaros, Subida ao Pau de Sebo, Jogo da Farinha, Jogo das Varas, Jogo da Corda, Jogo do Lenço, Jogo das Cavalitas, Jogo das Argolas, Corridas de Sacos, Jogo da Reca, Jogo da Malha, são

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apenas alguns exemplos de jogos realizados no campus da UTAD, no Campo do Calvário, no Adro da Igreja do Calvário, no Pioledo e na Av. Carvalho Araújo. E como “Os jogos populares são uma das mais espontâneas formas de expressão da alma de um povo. Neles se exprime a necessidade do lazer, a alegria do trabalho transfigurado em festa e a imaginação enriquecida por uma experiência secular“ (In Jogos Populares Portugueses, de António Cabral), aqui deixamos alguns cartazes da organização desses jogos, que certamente trarão algumas, senão muitas, recordações.


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PORTFÓLIO

ANTIGOS CARTAZES DE SEMANAS ACADÉMICAS

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A passagem pela universidade começa e termina num abrir e fechar de olhos. Por isso, esta Semana assume um papel de relevo. Chegados aqui é tempo de recordar o que de bom se passou e aprender com o menos bom, é tempo de festejar e queimar os “últimos cartuxos”. A Semana Académica inicia-se, também, com a Monumental Serenata, um dos momentos mais belos e emocionantes para todos os estudantes da UTAD. Esta, que em tempos se realizava na Capela Nova, decorre agora na Praça do Município. A Avenida Carvalho Araújo transforma-se com as capas negras e, famílias e amigos, acompanham os estudantes nesta Serenata especial, pois é a última. Por isso é hora de abraçar os amigos que, lado a lado, se emocionam ao som das baladas que eternizam aquele momento. A Serenata é a calma antes da tempestade, o dia nostálgico antes da festa que se segue com os tradicionais concertos e atuações musicais, entre outras atividades diurnas e noturnas que preenchem a semana. É o caso da Garraiada Académica que, num passado recente, se destacava no cartaz. E quem tivesse coragem suficiente para dominar o animal, podia dar um passo em frente e tentar a sua sorte. Do espetáculo faziam parte vários sketchs, normalmente protagonizados por elementos de “Los Papa Vacas”, adornados com os seus fatos às riscas tão identificativos como vistosos. “Los Papa Vacas” formaram uma secção cultural da AAUTAD, entretanto extinta.

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Mas nesta semana não pode faltar o tradicional Rally das Tascas. Sempre em equipa, os estudantes percorrem as ruas da cidade e o maior número de postos aderentes (os melhores cafés e tabernas de Vila Real) e aí chegados tem de beber e responder a perguntas sobre a UTAD e cultura geral. Ganha a equipa que percorrer o maior número de postos e acertar o maior número de perguntas, tudo isto com muito convívio e diversão à mistura. O Sábado é um dia muito especial. É o dia da consagração, da família, dos amigos. Começa com a missa de bênção das pastas. Segue-se a imposição das insígnias e a queima das fitas. Estes momentos mobilizam famílias inteiras, que querem estar presentes e partilhar estes momentos tão especiais com os seus finalistas. O Baile Académico é mais um momento alto. E, se antes eram realizados dois bailes, um mais formal, o de Gala, e o Académico, agora apenas o último é realizado, sempre ao Domingo, dia de descanso nesta semana tão agitada. E após várias noites de diversão chega o dia em que o Cortejo Académico sai à rua. Depois da azáfama da criação dos carros alegóricos alusivos aos cursos, os finalistas passeiam-se em cortejo, de cartola e bengala da cor do curso, com muitos gritos e baldes de água fria, tudo parte de um evento que diverte não apenas os estudantes, mas também os visitantes e habitantes da cidade.


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ÁLBUM

FOTOS DE ANTIGOS ALUNOS Já faz um tempo que eu não vos vejo mas o que vivemos trago no meu peito Não me esqueço de vocês (…) Como faz bem reencontrar quem tanto nos fez rir como ninguém amigo não se esquece em vão mesmo depois desse tempo que passou Estou contente por te ver e reviver momentos que em mim guardei Reencontros de irmãos, sabem tão bem… Tiramos fotos com cenários ridículos (…) e agora o teu livro tem capítulos que eu não conheço mas somos os mesmos (…) e não muda o apreço, por todos os momentos eu te agradeço (…) Reencontros

[adaptação do tema de David Cruz feat Sam The Kid & Elaisa 2014]

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Estas foram apenas algumas das fotos que nos chegaram e que aqui deixamos para que possam reviver momentos de muita alegria.

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ALUMNI UTAD

AlumniUTAD

1º PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES DO IUTAD Aluno de Engenharia Agrícola, concorre à Presidência da Associação de Estudantes do IUTAD em 1981. Foi diretor da «Prado», a primeira revista da Associação de Estudantes do IUTAD. Descrito como visionário por quem com ele se cruzou no IUTAD, teve sempre em mente a importância do conceito “memória futura” e por isso incentivava aqueles que ali trabalhavam a guardar e conservar tudo o que dizia respeito à atividade da Associação de Estudantes. Agostinho Silva Matos faleceu em dezembro de 2011. A sua família decidiu doar à UTAD um espólio que remete para o seu tempo de estudante. Trata-se de um conjunto de documentos composto por certicados de curso e de formação, desenhos e poesia de sua autoria, fotograas, exemplares da Revista Prado, projetos de disciplinas, apontamentos de aulas, entre outros. Documentação que não fala apenas da sua história, mas que também representa parte da história do IUTAD e da UTAD. A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro agradece à família de Agostinho Silva Matos a doação deste espólio.

Edição e Propriedade: Reitoria da UTAD – Quinta de Prados- 5000-801 Vila Real Coordenação Editorial: Artur Cristóvão Edição: Rosa Rebelo | GCI – Gabinete de Comunicação e Imagem Design gráco e paginação: Luís Gens | GCI – Gabinete de Comunicação e Imagem Redação: Rosa Rebelo | GCI – Gabinete de Comunicação e Imagem Fotograa: Isabel Sequeira | Setor de Fotograa da UTAD Impressão: Núcleo Gráco SDB | UTAD Tiragem: 500 exemplares

GABINETE ALUMNI alumni@utad.pt +351 259 350 562 /AlumniUTAD


ENCONTRO

2014 31 maio

IDENTIDADE DO ENCONTRO

2014 Quando foi pensada a realização deste encontro, selecionámos e divulgámos, nas redes sociais, algumas fotografias relativas a Antigos Alunos da UTAD. Percebemos que a maior parte dos seguidores identificava as situações e até os protagonistas retratados nessas fotografias. Destacaram-se comentários relativos a alunos ornamentados com uns curiosos fatos às riscas. Tratava-se de elementos da seção cultural da AAUTAD, já extinta, “Los Papa Vacas”. Normalmente provenientes de zonas do país onde a festa brava é tradição, os elementos desta seção organizavam Garraiadas na UTAD e em outras universidades. A partir destas fotografias e dos comentários obtidos surgiu o conceito de identidade deste encontro: boas recordações, diversão, alegria e festival de cores presentes nos fatos de “Los Papa Vacas”, associados aos momentos bem passados na Universidade.

ALUMNI

UTAD


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