CENTRO CULTURAL E AMBIENTAL: Estudo de uso no espaço Incinerador Vergueiro-part.1

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USI CULTURAL

CENTRO CULTURAL E AMBIENTAL ESTUDO DE USO NO ESPAÇO INCINERADOR VERGUEIRO

Universidade Municipal de São Caetano do Sul

ARQUITETURA E URBANISMO

VAGNER LEITE

CENTRO CULTURAL E AMBIENTAL: ESTUDO DE USO NO ESPAÇO INCINERADOR VERGUEIRO

Trabalho Final de Graduação apresentado pela Universidade Municipal de Sao Caetano do Sul

Orientador: Tiago Franco

São Caetano do Sul | 2023

BANCA EXAMINADORA

TIAGO FRANCO (Orientador)

DEBORA MACHADO (Convidado)

RENATO ROCHA (Convidado)

São Caetano do Sul | 2023

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus e aos meus familiares por todo apoio, e aos meus professores e metres e em especial ao meu orientador Tiago Franco por toda dedicação e paciência.

RESUMO

O principal ponto desse projeto é articular a importância da cultura com as questões do processo do meio ambiente.

O Incinerador Vergueiro foi uma usina de incineração de resíduos sólidos localizada na subprefeitura do Ipiranga, no bairro do Cursino, cidade de São Paulo. No qual, já está desativado desde 2007, mas por muitos anos foi um problema para região, por conta de contaminações.

Com isso pensou-se que o local precisava passar por uma transformação, mas que não se pudesse esquecer a história, foi então que após algumas pesquisas, estudos no local e visitas técnicas, veio como base para o desenvolvimento do projeto de arquitetura e urbanismo com intenção de criar centro cultural e ambiental, mantendo-se assim a história local.

Palavras-chave: Cultura - Meio AmbienteTransformação.

ABSTRACT

The main point of this project is to articulate the importance of culture with environmental process issues.

The Vergueiro Incinerator was a solid waste incineration plant located in the Ipiranga subprefecture, in the Cursino neighborhood, city of São Paulo. It has been deactivated since 2007, but for many years it was a problem for the region due to contamination.

Therefore, it was thought that the site needed to undergo a transformation, but without forgetting its history. After some research, on-site studies, and technical visits, it became the basis for the development of an architectural and urbanism project with the intention of creating a cultural and environmental center, thus preserving the local history.

Key Words: Culture - EnvironmentTransformation.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01: CENTRO CULTURAL DE SÃO PAULO ............................................................ PAG.26

FIGURA 02: VISTA INTERNA DO CCSP .......................................................................... PAG.27

FIGURA 03: FACHADA CCBB ........................................................................................... PAG.27

FIGURA 04: CENTRO GEROGE POMPIDOU,EM PARIS ..................................................... PAG.29

FIGURA 05: O TRIPÉ DA SUSTENTABILIDADE, PRECISAM TRABALHAR JUNTOS ............ PAG.32

FIGURA 06: DETALHE COMPOSTAGEM EM CASA ............................................................. PAG.35

FIGURA 07: ESQUEMA DE SISTEMA APROVEITAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA................ PAG.36

FIGURA 08: PLANTAÇÃO EM CANTEIROS DIVIDIDOS POR PRODUÇÕES;. ...................... PAG.41

FIGURA 09: PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA, PINTURA DE BENEDITO CALIXTO, 1893. PAG.43

FIGURA 10: MAPA DAS VIAS, AMPLIADO, SEM ESCALA. .............................................. PAG.45

FIGURA 11: MAPA DE MOBILIDADE URBANA, SEM ESCALA.......................................... PAG.47

FIGURA 12: MAPA DE ARBORIZAÇÃO VIARIA E RECURSOS NATURAIS, SEM ESCALA. ..... PAG.49

FIGURA 13: MAPA DE USO DO SOLO, SEM ESCALA....................................................... PAG.51

FIGURA 14: MAPA DE EQUIPAMENTOS, AMPLIADO, SEM ESCALA .............................. PAG.53

FIGURA 15: MAPA LEGISLAÇÃO, AMPLIADO, SEM ESCALA ............................................ PAG.55

FIGURA 16: INCINERADOR ............................................................................................... PAG.58

FIGURA 17: ACÚMULO DE LIXO ....................................................................................... PAG.58

FIGURA 18: ENTRADA INCINEADOR ................................................................................ PAG.59

FIGURA 19: PRIMEIRA VISITA AO INCINERADOR COM MORADORES DO IPIRANGA ...... PAG.61

FIGURA 20: IMPLANTAÇÃO .............................................................................................. PAG.65

FIGURA 21: IMPLANTAÇÃO TÉRREO ................................................................................. PAG.65

FIGURA 22: 10 PAVIMENTO ............................................................................................

FIGURA 23: FACHADA MORADIAS INFANTIS ...................................................................

FIGURA 24: INTERIOR MORADIAS INFANTIS ..................................................................

FIGURA 25: PLANTA TÉRREO PAG.69

FIGURA 26: 10 PAVIMENTO PAG.69

FIGURA 27: CORTE .......................................................................................................... PAG.69

FIGURA 28: FACHADA BIBLIOTECA SÃO PAULO

PAG.66
PAG.67
PAG.67
............................................................. PAG.70 FIGURA 29: TERRAÇO COBERTO ...................................................................................... PAG.70 FIGURA 30: VISTA MEZANINO......................................................................................... PAG.71 FIGURA 31: 10 PAVIMENTO ............................................................................................... PAG.72 FIGURA 32: CORTE............................................................................................................ PAG.73 FIGURA 33: IMPLANTAÇÃO ................................................................................................ PAG.73 FIGURA 34: FACHADA LESTE ............................................................................................ PAG.74 FIGURA 35: ENTRADA ....................................................................................................... PAG.74 FIGURA 36: PROGRAMA PROPOSTO TÉRREO ................................................................... PAG.79 FIGURA 37: PROGRAMA PROPOSTO PAVIMENTO SUPERIOR ........................................... PAG.79 FIGURA 38: DIAGRAMA DE ACESSO ................................................................................. PAG.81 FIGURA 39: DIAGRAMA TÉRREO ...................................................................................... PAG.82 FIGURA 40: DIAGRAMA PAVIMENTO SUPERIOR.............................................................. PAG.83 FIGURA 41: ESQUEMA ESTRUTURAL ................................................................................ PAG.85 FIGURA 42: CORTE A ....................................................................................................... PAG.86 FIGURA 43: CORTE B ........................................................................................................ PAG.87 FIGURA 44: IMPLANTAÇÃO ............................................................................................... PAG.88 FIGURA 45: PLANTA TÉRREO ........................................................................................... PAG.89 FIGURA 46: PLANTA 10 PAVIMENTO ................................................................................ PAG.90 FIGURA 47: PLANTA SUPERIOR ........................................................................................ PAG.91 FIGURA 48: CORTE DE FACHADA VENTILADA ................................................................. PAG.92 FIGURA 49: ESQUEMA ...................................................................................................... PAG.93
Introdução 19 1.1 Conceito centro cultural
4 1 CAPÍTULO 01 22 1.2 O valor de centro cultural 23 1.3 Exemplos de centro cultural de sao paulo 26 1.4 Centro cultural e arquitetura 28 2.1 Sustentabilidade 32 2.2 Problemas ambientais 34 2.3 soluções técnicas 35 2.3.1 Compostagem 36 4.1 Incinerador vergueiro CAPÍTULO 04 58 4.2 A comunidade no incinerador vergueiro 60 5 5.1 Moradias infantis CAPÍTULO 05 64 5.2 biblioteca são paulo 68 5.3 centro cultural sedan 72 6 6.1 Programa CAPÍTULO 06 78 6.2 partido 80 6.3 estrutura 84 3 3.1 Ipiranga CAPÍTULO 03 43 3.2 Principais vias 44 3.3 mobilidade urbana 46 3.4 Arborização 48 3.5 Uso do solo 50 3.6 Equipamentos 52 3.7 Legislação 54 7.1 referências 96 6.4 Conforto Ambiental 92 2 CAPÍTULO 02 2.3.2 Cisterna 2.3.3 Horta comunitária 37 38 2.3.4 Energia solar 39
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

Hoje em dia a preservação de patrimônio é algo que dá uma grande discussão, porém é uma pauta muito limitada com certos profissionais da área, faz com que a área da cultura não seja valorizada.

No Brasil além de não ter valorização, existe o crescimento acelerado das cidades e uma demanda grande por habitação. Por exemplo, hoje em dia, existem vários prédios antigos pelos arredores do centro de São Paulo, onde podiam tornar esses prédios mais usáveis, fazendo adaptações arquitetônicas.

Com esse intuito o trabalho foi elaborado, a partir de trazer novos objetivos para o antigo incinerador e que está há tanto tempo sem uso.

O local escolhido onde fica o incinerador Vergueiro está situado na região do Cursino, perto do metrô Santos Imigrantes, linha verde.

O objetivo do projeto é que se aproprie do incinerador Vergueiro, dando-se um novo uso, devolvendo ao

bairro uma nova memória, trazendo para o espaço uma nova utilidade, revitalizando assim seu espaço e trazendo a valorização para um bem cultural.

INTRODUÇÃO 19

CA PÍ TU LO 01

1.1 CONCEITO CENTRO CULTURAL

O conceito de centro vem da origem latim centrum e pode se referir a diversas questões. Pode se referir ao lugar onde se reúnem pessoas, que entre elas se tem alguma finalidade. Já cultural é pertencer ou relativo a cultura. Vem do latim cultus que se refere ao cultivo do espírito humano.

A Revolução Industrial (século XIX) foi a principal responsável pela modificação mais significativa na questão cultural, com a modificação da organização do trabalho, caracterizada pela produção em série nas fábricas, criaram-se novas formas de relacionamento entre o trabalhador e a sociedade, além disso, a alienação das massas trabalhadoras se tornou uma constante que se estende por vários séculos (YURGEL,1983). (urbanismo e lazer)

Então o centro cultural tem como objetivo estabelecer uma relação com a comunidade. A importância de centro cultural para desenvolvimento dos habitantes e questão de inclusão das pessoas, trocas de culturas e novos conhecimentos através desses centros culturais.

“Os espaços culturais são como laboratórios de ideias, onde as pessoas se reúnem para explorar, experimentar e compartilhar suas visões de mundo.”(Judith Malina)

Centro cultural tem como origem na casa de cultura, com inspiração nos anos 50 na França, onde teria uma rede de equipamentos culturais com o objetivo de popularizar o acesso à cultura, fazendo assim um inclusão do povo de uma forma geral, até aquelas que se sentem excluídas do consumo de artes e podem ter acesso a uma grande diversidade de atividades culturais, e fundar um polo onde pessoas possam conviver nos momentos fora do trabalho e afazeres, sempre em lugares da cidade com mais movimentos e de fácil acesso. Tem também como objetivo complementar no desenvolvimento dos artistas dando assim cada vez mais espaço para eles, e fazendo com que seja um espaço que eles se sintam acolhidos e estejam com pessoas dispostas a assistir, aprender e a conviver com eles.

1.2 O VALOR DE UM CENTRO CULTURAL

De acordo com pesquisas sobre cultura, a Rede Nossa São Paulo diz que o cinema é a atividade que a população mais frequentou nos últimos 12 meses, com 55% de respostas, e em segundo lugar frequentam festas populares de rua com 34% e em terceiro dizem que shows com 30%. E de acordo com a pesquisa um dos principais motivos por não acessarem tanto museus e outras atividades culturais são por locomoção, por ser em locais mais distantes da sua casa, e muita das vezes em locais com difíceis acessos e flexibilidade de horário. Bairro Ipiranga por ser um dos locais mais antigos e tradicionais do Estado de São Paulo, sede do icônico Museu do Ipiranga, claramente é um dos lugares onde as pessoas procuram por cultura, além de ser um local de fácil acesso às diversas regiões de São Paulo.

O centro cultural tem sua importância porque possibilita uma ampla e abrangente aspectos que contribuem para o desenvolvimento de uma comunidade e sociedade, o contato

com diversas pessoas, ainda mais pós pandemia, onde teve um afastamento grande das pessoas, sobretudo com a população mais carente, onde elas podem adquirir mais conhecimentos e ter acesso em coisas que talvez jamais teriam. Alguns pontos-chave que destacam a relevância de um centro cultural: Preservação e promoção da cultura, ele desempenha um papel fundamental na valorização cultural; Educação e aprendizado oferecem oportunidades educacionais por meio de biblioteca, workshops, palestras, teatro, música, dança fazendo com que estimule o desenvolvimento de habilidade criativas para todas as idades; a integração social centros culturais são espaços inclusivos que reúnem pessoas de diferentes origens, idades e muitas das vezes interesses promovendo assim uma interação social diversa com a comunidade; promove um espaço seguro e totalmente acolhedor para que pessoas possam expressar da melhor forma ideias, sentimentos e

22 23 USI CULTURAL E AMBIENTAL CONCEITO CENTRO CULTURAL

até visão de mundo; desenvolvimento pessoal e bem estar, sendo importante para o emocional, mental e físico, tendo assim uma auto descoberta; e para finalizar um centro cultural precisa-se que seja muito atrativo e dinâmico, isso faz com que se torne um local turístico atraindo assim visitantes para todo local.

“O centro de cultura é um espaço que deve construir laços com a comunidade e os acontecimentos locais, funcionando como um 8 equipamento informacional, no qual proporciona cultura para os diferentes grupos sociais, buscando promover a sua integração.” (NEVES, 2012, p 1)

24 25 USI CULTURAL E AMBIENTAL CONCEITO CENTRO CULTURAL

1.3 EXEMPLOS DE CENTROS CULTURAIS EM SÃO PAULO

CENTRO CULTURAL DE SÃO PAULO

O primeiro Centro Cultural de São Paulo, começou na década de 70, quando um terreno na rua Vergueiro com a Avenida 23 de Maio foi entregue para a prefeitura, após a construção do metrô, era uma área de aproximadamente 300 mil metros quadrados.

A ideia inicial era ser somente uma biblioteca, porém resolveram obtar por uma reformulação do projeto e montar um centro cultural multidisciplinar, então teria cinema, espaço para concertos, teatro, ateliês e áreas para exposições. O grande objetivo era facilitar com que as pessoas tivessem fácil acesso para o local. A lei de criação do Centro Cultural de São Paulo era: “planejar, promover, incentivar e documentar as criações culturais e artísticas; reunir e organizar uma infra-estrutura de informações sobre o conhecimento humano; desenvolver pesquisas sobre a cultura e a arte brasileiras, fornecendo subsídios para as suas atividades; incentivar a participação da comunidade, com o objetivo de

desenvolver a capacidade criativa de seus membros, permitindo a estes o acesso simultâneo a diferentes formas de cultura; e oferecer condições para estudo e pesquisa, nos campos do saber e da cultura, como apoio à educação e ao desenvolvimento científico e tecnológico”.

A grande inauguração aconteceu no dia 13 de maio de 1982, a grande intenção do centro cultural de São Paulo era agregar a população, e fornecer um espaço no qual a grande maioria tivessem acesso.

Atualmente o centro atua com várias atividades educativas e culturais, um dos projetos é Centro do Rock que fornece shows de rock ao vivo com entrada gratuita, outra atividade que também é com entrada franca é a Semana de Dança. O centro também leva amostra de peças de teatro, shows de diversos tipos musicais entre outros projetos que visam levar a cultura à população. O centro cultural possui cinco bibliotecas em seu interior, uma delas é a Biblioteca Sérgio Milliet que é a segunda maior da cidade.

Histórico de São Paulo. Foi o primeiro prédio próprio do Banco do Brasil na capital, o edifício era usado como agência central do banco. A ideia de transformar o Banco do Brasil em Centro Cultural surgiu em 1992, anos depois, ele passa por um processo de restauração e adaptação realizado pelo arquiteto Luiz Telles. O CCBB conta com salas de exposições, teatro, cinema, auditório, cafeteria e espaços educativos.

CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL

O Centro Cultural Banco do Brasil, conhecido também como CCBB São Paulo, foi inaugurado em 2001, sendo a sede na rua Álvares Penteado no centro

Atualmente o CCBB é o terceiro centro cultural mais visitado do país, e é o 65º no mundo, de acordo com a publicação inglesa The Art Newspaper, o prédio tem 4.183 m2 , ocupado totalmente pelo centro.

26 27 USI CULTURAL E AMBIENTAL EXEMPLOS DE CENTROS CULTURAIS EM SÃO PAULO
Figura 01: Centro Cultural de São Paulo Fonte: Centro Cultural Figura 03: Fachada CCBB Fonte: Pinterest CCBB Figura 02: Vista interna do CCSP Fonte: ArchDaily

1.4 CENTRO CULTURAL E ARQUITETURA

A ideia de ter uma arquitetura requintada dentro de centros culturais para o divulgamento das cidades, vem da França, Inglaterra e da Europa. E foi na França em 1975, que teve a primeira inauguração, que foi o Centro Nacional de Arte e Cultura George Pompidou, que foi um start para o todo o mundo. Centro Cultural e a Arquitetura, estão totalmente conectadas desde o lado de dentro até o lado de fora e todas as funções relacionadas, porque a sociedade sempre está ansiando por mudanças significativas em locais nas suas proximidades.

Não é à toa que a arquitetura torna-se exuberante quando projeta obras ligadas à esfera cultural. O caráter monumental diz que a própria beleza é um discurso ligado à Cultura como posse.

Um Centro Cultural feio seria uma contradição. Tudo isso leva a apontar para a supremacia do caráter formal dos prédios que proliferam com essa denominação sobre a sua própria razão de existir. (MILANESI, 1997, p 71)

Neves (2012) diz que os principais atributos ambientais de um centro de cultura são: possibilidade de vários acessos, democratização dos espaços, integração das diversas atividades através de “visu-

ais livres”, adequação ambiental das salas de exposição e integração do público. Neves diz também que pode ocorrer a inibição de pessoas caso o local não for receptivo.

O que mais influencia quando não é algo muito bem projetado, por exemplo, é o acesso da acessibilidade, lazer, sua funcionalidade e a beleza interior, acaba não atraindo tanto a população acarretando em algo que não terá funcionalidade e será uma obra falha. Porque isso faz laços com a comunidade, e no local no qual é inserida, proporcionando assim cada vez mais informações culturais para todos os tipos de classe social.

O arquiteto na hora de projetar um centro cultural tem que ter em mente que o projeto precisa ter uma estruturação e a elaboração do projeto conforme as necessidades do local, com áreas adequadas para todas atividades que irão complementar o centro, atendendo assim condições básicas e não tendo incidentes futuros.

28 29 USI CULTURAL E AMBIENTAL EXEMPLOS DE CENTROS CULTURAIS EM SÃO PAULO
Figura 04: Centro Georges Pompidou, em Paris Fonte: Getty Images

CA PÍ TU LO 02

2.1 SUSTENTABILIDADE

O termo Sustentabilidade deriva-se do latim sustentare, que tem como significado sustentar, defender, favorecer, apoiar, conservar e cuidar. O conceito de sustentabilidade surgiu em meados de 1972, na conferência das Nações Unidas, buscando equilibrar o uso racional de recursos naturais para entender as necessidades atuais e preservar o meio ambiente, para o futuro. Os principais pilares da sustentabilidade são: ambiental, ecológica, econômica e social.

“Desenvolvimento sustentável significa suprir as necessidades do presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprirem as próprias necessidades”.

A sustentabilidade engloba a vida de vários âmbitos, ou seja, um conjunto de coisas, como por exemplo: é uma continuidade da sociedade humana, suas atividades econômicas, seus aspectos culturais, sociais e claro ambientais. E cada dia mais o modo de vida mais saudável nos propõe um novo lifestyle. De acordo com sociólogo e economista Henrique Rattner o conceito de sustentabilidade:

“Não se resume apenas explicar a realidade, exige o teste de coerência lógica em aplicações práticas, onde o discurso é transformado em realidade objetiva”

Como dito acima, para se ter sustentabilidade precisa-se da união e do equilíbrio dos três princípios.

necessário que algumas ações sejam mudadas tanto no âmbito individual como no coletivo.

Alguns exemplos de sustentabilidade ambiental: separação de lixo, realizar plantios de árvores, substituir meios de transportes, evitar desperdício de energia entre outros. O econômico, traz consigo a produção e a distribuição dos bens e serviços adquiridos. De acordo com o Sebrae:

“Sustentabilidade econômica é um conjunto de práticas econômicas, financeiras e administrativas que visam o desenvolvimento econômico de um país ou empresa, preservando o meio ambiente e garantindo a manutenção dos recursos naturais para as futuras gerações.’’

violência etc, visando completamente a melhorar a qualidade de vida da população e com isso devem diminuir as desigualdades sociais. Alguns exemplos para diminuição: investimento em educação pública, qualificação profissional de jovens, saneamento básico etc.

Figura 05: O tripé da sustentabilidade, precisam trabalhar junto.

Fonte: Meio Sustentável

De acordo com Gro Harlem Brundtland no livro Our Common Future onde ela escreve que:

O ambiental abrange recursos naturais utilizados pela sociedade a sua forma de usá-lo. É também a garantia da probabilidade de recursos naturais para futuras gerações, mas para que isso aconteça é

Ela corresponde, por sua vez, a um novo jeito de viver e de produzir, que leva em sua consideração os efeitos sobre o meio ambiente e as comunidades e não somente uma evolução econômica. Alguns exemplos são Economia circular, Energia Sustentável, bioeconomia, entre outros. O social são: as condições de vida das pessoas, em relação a saúde, educação,

32 33 USI CULTURAL E AMBIENTAL SUSTENTABILIDADE

2.2 PROBLEMAS AMBIENTAIS

Uma equipe de pesquisa da universidades Columbia e Yale a cada 2 anos mede Índice de Desempenho Ambiental de 180 países utilizando 40 indicadores de desempenho, os 10 primeiros países são europeus com os melhores índices, o Brasil se encontra em 81° lugar segundo os pesquisadores, com esses índices da para verificar no que está falhando e onde está acertando. Atualmente temos muitos problemas ambientais provocados pelos seres humanos, em uma pesquisa feita pelo IPEC 69% dos problemas ambientais são causados principalmente por nós. E esses problemas ficam cada vez mais evidentes, em uma pesquisa feita pela Rede Nossa São Paulo com moradores da cidade de São Paulo apontam que os principais problemas ambientais em São Paulo são a poluição do ar, poluição dos rios e as enchentes. Segundo a Cetesb, a capital paulista é a cidade que produz mais resíduos sólidos em torno de 20 mil toneladas dia, sendo 12 mil domiciliar e 8 mil

de varrição, e esses resíduos são encaminhados para um dos 13 aterros espalhados por São Paulo e o gasto total por ano com coleta de lixo é de 2 bilhões. Com todos esses problemas com meio ambiente, de acordo com a Rede Nossa São Paulo 83% das pessoas acreditam que a falta de alimentos básicos têm relação com problemas causados no meio ambiente e que 81% acham que os mais afetados são pessoas em situação de rua.

Então foi questionado referente a questão climática no futuro, mas 62% responderam que as outras preocupações impedem de se preocupar com o clima, com relação ao lixo 55% separam o lixo para reciclagem e 25% falta coleta seletiva.

Na coleta, 55% da população tem rede de esgoto, mas 45% dos brasileiros não têm acesso a coleta de esgoto segundo o painel Saneamento Brasil inicial.

Já no tratamento de esgoto 50,8% são tratados e apenas 18 municípios tratam mais de 80% dos esgotos.

2.3 SOLUÇÕES TÉCNICAS

Algumas soluções que auxiliam na sustentabilidade são: a compostagem que é um processo de lixo orgânico, uma cisterna que traz consigo uma grande economia de água, a horta comunitária onde se cria uma relação com a comunidade e traz também acesso a alimentos mais saudáveis, e também a energia solar que além de ser uma energia limpa, traz também uma economia.

34 35 USI CULTURAL E AMBIENTAL PROBLEMAS AMBIENTAIS E SOLUÇÕES TÉCNICAS

2.3.1 COMPOSTAGEM

Tem várias formas hoje em dia que facilitam o processo de sustentabilidade e uma delas é a compostagem que é um processo de reciclagem de lixo orgânico, que transforma a matéria orgânica em adubo natural, pode-se usar na agricultura, em jardins e plantas, e esse processo também contribui para a diminuição do aquecimento global. Em 2015, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, foram geradas 32 milhões de toneladas de resíduos orgânicos no Brasil, o que equivale a 88 mil toneladas de lixo diário.

2.3.2 CISTERNA

Um dos meios de sustentabilidade também é o reaproveitamento de água, e um deles é ter um reservatório da água da chuva, que é projetado para o armazenamento de água da chuva conhecido também como cisterna. E usar esse sistema é uma prática que além de economizar financeiramente é uma prática sustentável de usar os recursos naturais preservando assim o

meio ambiente. O funcionamento de uma cisterna é sistema de aproveitamento, que de maneira geral, consiste na captação da água de chuva que cai sobre os telhados ou lajes, a água é conduzida até o local de armazenamento das calhas, passa por equipamentos de filtragem e descarte de impurezas, depois disso, a água é armazenada geralmente em um reservatório enterrado, e depois para um reservatório elevado, no qual serão distribuídas depois.

A manutenção dela deve seguir um padrão que é estabelecido pela NBR 15527, o qual a norma determina limpezas mensais para bombas e dispositivos de descarte, escoamento e desinfecção semestrais para as calhas e anual para o reservatório.

36 37 USI CULTURAL E AMBIENTAL COMPOSTAGEM E CISTERNA
Figura 07: Esquema de sistema aproveitamento de água de chuva; Fonte: Pinterest. Figura 06: Ciclo de Compostagem Fonte: Morada da Floresta

2.3.3 HORTA COMUNITÁRIA

As hortas comunitárias são hortas onde a população da região coletivamente são responsáveis pela produção de alimentos através de trabalhos voluntários. Muitas das vezes as hortas são usadas para resolução de problemas sanitários, já que utilizam o uso de terrenos baldios ou subutilizados, criando assim um ponto verde na região. Além disso cria-se hábitos mais saudáveis para sociedade, proporcionando assim para comunidade uma alimentação rica em frutas, legumes e verduras sem agrotóxicos, trazendo um bem estar para aqueles que o utilizam, proporcionando benefícios físicos e mentais aos envolvidos, pois se torna algo terapêutico para quem faz. A horta geralmente produz em um curto ciclo, por isso se cria uma cronograma onde cada um dos voluntários faz algo para colaboração da horta, e se tendo um ambiente onde se tem uma horta

comunitária faz com que promova-se um educação ambiental, aproximando assim a comunidade com natureza.

2.3.4 ENERGIA SOLAR

A energia solar é a energia proveniente da luz e calor do sol, sendo assim uma fonte alternativa e muito mais sustentável que pode ser utilizada tanto para aquecimento de agua com aquecedores de energia solar, como para geração de energia através do sistema de energia solar fotovoltaica e heliotérmica, hoje em dia é totalmente ligado esse termo a associação de energia limpa, que transforma a luz do sol em energia elétrica. É uma fonte de energia renovável e sustentável, e deriva da luz e calor. Os maiores benefícios tanto para sustentabilidade do meio ambiente quanto para os consumidores que se obtém uma grande economia de um consumo mensal, são: é uma fonte de energia sustentável e alternativa; energia limpa, ampla e disponível para todo o mundo; pode-ser utilizada em regiões isoladas; fonte gratuita energia barata; longa vida útil do painel utilizados com baixa manutenção.

38 39 USI CULTURAL E AMBIENTAL HORTA COMUNITÁRIA E ENERGIA SOLAR
Figura 08: Plantação em canteiros divididos por produções; Fonte: Pinterest

CA PÍ TU LO 03

3.0 ANÁLISE DA ÁREA

3.1 IPIRANGA HISTÓRICA

Onde está localizado o terreno que será projetado o centro cultural é na zona sudeste do município de São Paulo a subprefeitura do Ipiranga é composta pelos distritos do Ipiranga, Cursino e Sacomã. Os primeiros registros da região do Ipiranga em 1510 que era época que João Ramalho habitava, com os índios, área do piratininga que fica localizada entre a margem direita do ribeirão guapituba.

Ipiranga é uma região que foi histórica devido à proclamação da República em 1822 e também por ser uma rota até o porto de Santos. Com o crescimento da população devido aos imigrantes e industrialização no século XX, isso acarretou problemas relacionados à habitação, pois até então era conhecida por um solo insalubre (barro,Baccelli,1979).

O Distrito cursino começou no final do século XIX e com crescimento no início do século XX, crescendo lentamente com suas vilas de classe

média e média baixa, principalmente composta pelos operários, pois tinham muitas fábricas localizadas na região do Ipiranga(Ponciano, s.d).

42 43 USI CULTURAL E AMBIENTAL ANÁLISE DA ÁREA
Figura 09: Proclamação da República, pintura de Benedito Calixto, 1893. Fonte: Creative Commons

3.2 PRINCIPAIS VIAS

Na localização do incinerador vergueiro percebe-se que há vias importantes que conectam o centro de São Paulo e a região do ABC paulista.

Figura 10 - Mapa das Vias, ampliado, sem escala.

Fonte: Base Mapa Digital da Cidade e levantamento do autor 2023.

RUA SAIOÁ

44 USI CULTURAL E AMBIENTAL
AV.DR. RICARDO JAFET

3.3 MOBILIDADE URBANA

No local possui diversidade de mobilidade para quem se encontra naquela região com fácil acesso. Transporte público próximo e vias importantes também. Como a linha de metrô e ônibus.

46 USI CULTURAL E AMBIENTAL
Fonte: Base Mapa Digital da Cidade e levantamento do autor 2023. Figura 11 - Mapa de mobilidae urbana,sem escala.

3.4 ARBORIZAÇÃO

As maiores áreas verdes encontradas, são predominantemente perto da região residencial. E podendo aparecer em algumas áreas de maiores fluxos. Trazendo assim um ar melhor para o bairro e com mais paisagismo.

48 USI CULTURAL E AMBIENTAL
Fonte: Base Mapa Digital da Cidade e levantamento do autor 2023. Figura 12 - Mapa de Arborização viaria e recursos naturais, sem escala.

3.5 USO DO SOLO

A predominância é de uso residencial, principalmente nas vias locais. Nas vias onde se encontra maior fluxo como na a Ricardo Jafet uso comercial. E também a existência de equipamentos públicos ou instituições.

Comércio e serviço

Resid. horiz. médio/alto padrão

Resid. vertical médio/alto padrão

Equipamentos públicos

Residencial e Comércio/serviço

Sem preedominâncias

50 USI CULTURAL E AMBIENTAL
Fonte: GEOSAMPA, 2023. Figura 13 - Mapa uso do solo, sem escala.

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