Condicionamento Ambiental 1: Projeto Integrado

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CA1

ESTUDO INTEGRADO E Q U I P E:

VANESSA

SANTOS

E

VITORIA

KANANDA

|

P R O F:

BRUNO

RAVIOLO

LOCALIZAÇÃO 1

CEARÁ

FORTALEZA

CENTRO

Terreno

ZONA BIOCLIMÁTICA 8

ANÁLISE BIOCLIMÁTICA 2

TEMPERATURA DE BULBO SECO

Fortaleza é caracterizada por seu clima quente e elevadas no segundo semestre do ano, época da úmido e está situada em uma zona litorânea próxima à estação seca em Fortaleza. É perceptível na umidade linha do Equador. Por esses motivos as estações não relativa o fato da variação acompanhar o período são bem definidas e a maior parte das chuvas ocorrem chuvoso, sendo elevada desde o fim de janeiro à julho e no verão. Ademais, de forma geral, tem-se dezembro e reduzida de agosto ao início do ano. A ventilação é janeiro como os meses mais quentes e julho o mais frio, predominante do leste da manhã à tarde e do sul com uma temperatura anual média de 26,5°C. durante o fim da noite e madrugada, sendo perceptível Assim, por meio dessas conclusões sobre clima, a transição entre essas duas orientações distintas no buscou-se analisar os arquivos climáticos do INMET 2016 período das 6 às 10 horas da manhã, em que os ventos para encontrar nuances que devem ser consideradas têm direção preponderante vinda do sudeste. pelos projetos arquitetônicos na cidade e se a Em decorrência dessas características, Fortaleza classificação da mesma segundo a norma é está inserida na Zona Bioclimática 8 perante a ABNT NBR adequada. Nesse contexto, tem-se Fortaleza com uma 15220-3. Essa estabelece uma série de recomendações temperatura de bulbo seco que varia entre 23°C a para cada zona por meio do uso do Diagrama de cerca de 33°C, de forma a caracterizá-la com uma Givoni. No caso da cidade em estudo, o recurso baixa amplitude térmica. Nota-se também a alta estabelece como estratégia de condicionamento radiação solar global solar e a presença das taxas mais térmico passivo a ventilação cruzada permanente, elevadas umap’ DIAGRAMA DE GIVONI SOBREPOSTO EM GRÁFICO PSICROMÉTRICO

uma vez que a maior parte dos dias estão concentrados na área do diagrama que recomenda a ventilação natural para atingir o conforto. Isso revela a importância de uma implantação que priorize os ventos provindos das direções mais constantes. A prática de estratégias que incentivem aberturas grandes e sombreadas também é sugerida com a intenção de contribuir para o arejamento natural e resfriamento das edificações. Além disso, propõe-se o uso de coberturas e paredes leves para que o alto calor do dia não perpetue até a noite, e refletoras para minimizar o ganho de calor. Uma técnica não prevista pela norma que ajudaria muito na questão do conforto seria o uso do resfriamento evaporativo, que trabalhando em conjunto com a ventilação cruzada teria um desempenho superior ao uso de apenas uma estratégia. sendo ROSA DOS VENTOS 6-10h

ROSA DOS VENTOS 14-18h

°C

32 30 28 26 24 22 20

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEC

RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL 1200

Wh/m² <15

1000

32

48 65

81

97

114 130 146 163+

hrs

800

135 169 202 236 270 304 338+

hrs

ROSA DOS VENTOS 22-6h

600

<33 67 101

ROSA DOS VENTOS DIA TODO

400 200 0

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEC

100 %

UMIDADE RELATIVA

90 80 70 60 50

<39

40

hrs

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEC

3 SOMBREAMENTO: ESCALA URBANA EQUINÓCIOS

9H

AZIMUTE: 86.05° ALT. SOLAR: 49.38° INÍCIO: 20/03 AZIMUTE: 84.94° ALT. SOLAR: 53.26° INÍCIO: 23/09

15H

AZIMUTE: -87.17° ALT. SOLAR: 40.46° INÍCIO: 20/03 AZIMUTE: -87,20° ALT. SOLAR: 36.51° INÍCIO: 23/09

9H

15H

9H

15H

9H

15H

SOLSTÍCIO DE INVERNO

9H

15H

AZIMUTE: 52,72° ALTURA: 43,33° INÍCIO: 21/06

AZIMUTE: -58,66° ALT. SOLAR: 33,38° INÍCIO: 21/06

SOLSTÍCIO DE VERÃO

9H

15H

AZIMUTE: 121,72° ALTURA: 48,30° INÍCIO: 22/12

AZIMUTE: -116,50° ALTURA: 36,23° INÍCIO: 22/12

79 119 159 199 238 278 318 358 398+

<84 169 254 339 424 509 594 679 764 849+ hrs

O projeto está localizado em uma latitude de aproximadamente 3,73°’ sul e longitude de 38,58° oeste. Tais coordenadas o situam próximo à Linha do Equador, de forma a receber insolação em boa parte do ano e prever a proteção em portas e janelas voltadas ao poente. Assim, além da questão do índice de aproveitamento do terreno ter a necessidade de ser alto, um dos fatores que estimularam a implantação adotada foi o sombreamento. Esse levou a um prédio em formato de “C” com o intuito de dispor a abertura do volume maciço estrategicamente para o lado leste. A intenção era permitir a insolação parcial no pátio interno durante a manhã, horário em que o sol não causa tanto desconforto, e o sombreamento no período da tarde para um resfriamento de qualidade em um dos períodos mais quentes. Tais expectativas foram atendidas principalmente nos equinócios, que ainda permitem uma relativa penetrância dos raios durante a manhã, e no solstício de verão, que possibilita a insolação em praticamente toda a extensão do pátio às 9 horas. Além disso, nota-se que em todas as tardes e às 9 horas do solstício de inverno o pátio é sombreado, de forma a favorecer o uso do térreo de maneira confortável. Isso também acaba afetando as unidades habitacionais, pois as fachadas internas estão, em quase totalidade, sombreadas em todos os períodos. Isso é de certa forma positivo, pois se permite o resfriamento do ambiente em boa parte do dia. Porém, não se pode negar o impacto negativo no âmbito energético, uma vez que o ambiente vai receber pouca iluminação natural e consequentemente o consumo de energia vai ser maior. A locação do programa também se deu em face do sombreamento e insolação, de forma a perceber pelo estudo das simulações que as fachadas oeste e sul são as que recebem a maior parte da insolação da tarde, especialmente nos equinócios e no solstício de verão. Assim, procurou-se evitar ao máximo a locação de esquadrias em contato direto com os ambientes internos voltados para as fachadas citadas, além de sempre dispor as circulações horizontais para o poente. Ademais, sabe-se que o edifício, por sua verticalização em 12 pavimentos, acaba trazendo impacto no entorno imediato ao promover o sombreamento das demais construções. Às 9 horas a maior interferência se dá a oeste, no solstício de verão, e à sul e oeste nos demais, enquanto às 15 horas o impacto se dá à leste e norte no solstício de verão e à leste nos demais. Tais ocorrências são benéficas, principalmente as que acontecem às 15 horas, por permitem o sombreamento da entrada do prédio que fica à leste e das áreas de passeio. A existência desse recurso no passeio agrega qualidade ao espaço urbano e é essencial em um bairro como o Centro, que se caracteriza pelo fluxo de pessoas por ser um polo de compras. Já em uma perspectiva reversa, conclui-se que o entorno não produz grandes alterações relativas ao sombreamento no edifício, visto que o gabarito do entorno é baixo.


4 VENTILAÇÃO: APERFEIÇOAMENTO VOLUMÉTRICO

21m

VOLUME INICIAL

1

VOLUME FINAL

2

10

V = 2,09 m/s

3m

V = 3,98 m/s

V = 4,48 m/s

0

≅4

VELOC. ORIGINAL: Leste: 6,94 m/s | Sudeste: 5.56 m/s

30m

V = 1,67 m/s

7,5

SUDESTE

30m

V = 3,19 m/s

V = 3,59 m/s

SUDESTE

CORTE AA

segue por meio de janelas diferentes localizadas na mesma face de uma parede. Esse movimento do vento acontece graças à diferença de pressão que ocorre no sistema, em que o anteparo permite a entrada de vento em uma das janelas mas bloqueia a chegada dele na outra, tornando a pressão positiva no primeiro caso e a pressão negativa no segundo e, desta forma, incentivando o vento a sair pela janela que se encontra com pressão negativa. Quanto ao tipo de abertura, aplicou-se, na sala de estar e no quarto 1, esquadrias que possuam algum tipo de abertura mesmo quando fechadas - porta de correr com bandeira e janela basculante com veneziana para permitir a entrada do vento nos ambientes em qualquer situação. Já no quarto 2, apesar de já haver ventilação cruzada, tem-se o uso de uma esquadria com painel fixo e venezianas em cima e embaixo que viabiliza a ventilação unilateral, onde ocorre a entrada do vento mais frio e mais pesado pela veneziana de baixo e saída do vento mais quente e leve pela veneziana de cima.

aproveitados, visto que o entorno impede o seu aproveitamento na fachada que deveria receber os ventos do sudeste. Nas alturas equivalentes a 21m e 30m, no entanto, os ventos conseguem atingir diretamente a fachada dos fundos e ainda adentrar o espaço central entre as torres, sendo então distribuídos pelo projeto através dos vazios existentes na volumetria. Tem-se, portanto, que as duas principais direções de recepção dos ventos estão sendo aproveitadas a sua maneira, prevendo, ainda, as imprevisíveis direções que o vento pode tomar.

C1

CORTE BB

Na escala arquitetônica, o projeto já se iniciou com estudos sobre qual seria a melhor tipologia para atender da melhor forma a qualidade de desempenho energético e permitir a entrada de ventos do leste, que são os mais presentes durante a maior parte do dia. Isso se deu primeiramente pela planta que, apesar de ser longitudinal, foi projetada para permitir a passagem do vento para a maioria dos ambientes da unidade, a fim de renovar o ar do espaço e aliviar o calor que é transmitido pelas paredes. Tal fato se mostrou possível graças a adição de um “dente” na disposição formal da planta que, além de formar um recuo entre as plantas que permite uma grande concentração de vento em seu interior, possibilita que o quarto 2 - teoricamente menos privilegiado por estar nos fundos - acabe por receber uma quantidade significativa de vento durante a maior parte do dia, encontrando sua saída por uma pequena esquadria que dá para o corredor horizontal. Já com relação ao quarto 1, utilizou-se de anteparos externos para manipular a pressão, induzindo o vento a seguir um caminho em “U” que .

6 VENTILAÇÃO: ESCALA ARQUITETÔNICA

Ainda sobre os ventos do leste e considerando as alturas de 21m e 30m, observa-se que já não há um impedimento no vento como havia na situação anterior, permitindo que o vento entre com significativa velocidade na abertura da implantação em “C”. Tal entrada, quando considerada juntamente com a existência dos vazios aplicados à volumetria, acaba por proporcionar significativa taxa de renovação do ar entre as lâminas do projeto. Já no que se refere aos ventos advindos do sudeste, percebe-se que, na altura de 3m, os ventos não puderam ser muito bem .

PORTA DE CORRER COM BANDEIRA

JANELA BASCULANTE C/ VENEZIANA

JANELA VENEZIANA C/ PAINEL OPACO

(atrás do cobogó - C1)

J2

J1

CORTE CC

dos volumes existentes ao redor do terreno e chega com velocidade maior em toda a fachada da Av. Duque de Caxias. Isso proporciona, portanto, o resfriamento de uma área que antes não receberia ventilação por toda a sua extensão, mas sim por parte dela. Esse vento, por sua vez, pode atravessar pelas lâminas através dos vazios e adentrar para o pátio central, saindo, em seguida, pela abertura que existe entre a torre B e C - ambas indicadas na planta dos pavimentos inserida no primeiro tópico da terceira prancha -, ventilando a parte interna do projeto.

PLANTA TIPO 2 QUARTOS

Com relação aos ventos provenientes do leste percebe-se que na altura equivalente à 3m existe um maior adensamento da malha urbana, visto que o entorno não concentra prédios com gabaritos muito altos. Tal característica, apesar de apresentar um ponto negativo no que se refere à entrada de vento pela abertura da implantação em “C” - isto é, o vento não entra com tanta fluidez devido aos impedimentos causados pelos volumes do entorno -, acaba por apresentar, também, um impacto positivo: o vento segue um caminho diferente do natural, fluindo através .

m/s

15,85

13,60

14,09

11,90

12,33

10,20

10,57

8,50

8,81

6,80

7,05

5,10

5,28

3,40

3,52

1,70

1,76

0,00

0,00

VENTILAÇÃO COM JANELAS E PORTAS ABERTAS

ÁREA ABERTURAS (JANELAS)

PROPORÇÕES

QUARTO 1

7,50 m²

1,43 m²

Aq1 = 5,245 Aabert.

QUARTO 2

9,60 m²

1 m²

Aq2 = 9,6 Aabert.

SALA

6,20 m²

1,70 m²

As = 3,65 Aabert.

AMBIENTE

ENTRADA

SAÍDA (J)

QUARTO 1

0,715 m²

0,715 m²

QUARTO 2

1,48 m²

0,27 m²

SAÍDA (P + J)

PROPORÇÕES (J)

PROPORÇÕES (P+J)

2,185 m²

Aent. = Asaída

3 Aent. = Asaída

1,74 m²

Aent. = 5,48 Asaída

1,175 Aent. = Asaída

PROPORÇÃO DO QUARTO 1 PROPORÇÃO DO QUARTO 2

SALA

1,70 m²

0,27 m²

1,95 m²

Aent. = 6,3 Asaída

1,15 Aent. = Asaída

J3

J3

P1

PORTA DE ABRIR

J3

JANELA BASCULANTE

ELEM

BxH

P1

1,40 x 2,40m

P2

0,70x 2,10m

J1

0,80 x 1,20 m

J2

1,00 x 2,40 m

J3

0,60 x 0,60m

m/s

15,30

ÁREA AMBIENTE

P2

P2

J3

AMBIENTE

0

≅3,8

LESTE

21m

L ES TE

VENTILAÇÃO COM JANELAS ABERTAS

58.89

2

5 VENTILAÇÃO: ESCALA URBANA 3m

-13.93

1

VE N T . LESTE

pelas torres, resolvendo, desta forma, o efeito negativo de sombra de vento e possibilitando uma chegada mais efetiva dos ventos na lâmina que está posicionada atrás de outra. Esse acesso da ventilação por meio dos vazios é um estratégia de suma importância, pois permite que o ar, que antes ficaria acumulado e quente entre as duas torres, seja renovado e resfriado, garantindo, desta forma, uma qualidade de temperatura ao espaço. De forma geral, pode-se perceber que os detalhes escritos anteriormente se provam através das simulações expostas ao lado, realizadas no Flow Design. Há uma explícita diferença de pressão entre os dois lados do volume (frente e trás), bem como a maior parte da superfície se encontra representada de forma mais homogênea no que se refere às cores, indicando que a não existência de pontos de grande pressão concentrados que, por sua vez, poderiam prejudicar a construção, uma vez que ventos muito fortes e concentrados podem agir de forma negativa na estrutura do projeto. Pode-se considerar, ainda, que a mancha vermelha que sinaliza grande concentração de pressão seria aliviada pelos vazios próximos à ela, visto que parte do vento desviaria para essas aberturas.

V EN T . S UDE S TE

Logo no início, pensou-se numa implantação que favorecesse o prédio no que se refere à chegada dos ventos provenientes do leste, uma vez que os ventos advindos dessa direção são os que surgem durante a maior parte do dia de acordo com os dados estudados para a cidade em questão. O edifício foi posto, então, com uma certa inclinação em relação aos limites do terreno que, apesar de pequena, se mostrou muito significativa na análise das simulações, pois torna possível a chegada da ventilação em parte das fachadas dispostas ao norte, em direção à Av. Duque de Caxias. Manteve-se, ainda, as duas lâminas principais com a mesma inclinação para que fosse possível igualar a intensidade de recepção dos ventos entre elas e facilitar a entrada de ventilação pela abertura que se dá para o pátio central - abertura da implantação em “C” -, permitindo, assim, uma maior fluidez do vento entre as áreas internas da implantação. Em seguida, tendo em vista a grande altura do projeto e a não existência de edifícios com gabaritos muito altos no entorno do terreno, procurou-se aplicar vazios à volumetria a fim de diminuir o impacto da pressão dos ventos nas lâminas, bem como permitir a passagem da ventilação pelo pátio central delimitado .

-86.77 Pressão (Pa)

PROPORÇÃO DA SALA

J1

J2 P1

P2


7 SOMBREAMENTO: ESCALA ARQUITETÔNICA EQUINÓCIO: 20/03

É possível observar, de acordo com as representações ao lado, que o horário em que a unidade mais recebe sol em seu interior é durante o solstício de inverno, quando o caminho do sol está posicionado mais ao norte. Tem-se, ainda, que o horário de 9h é o único entre os dois analisados que permite a entrada do sol na unidade, uma vez que a planta está implantada de forma que as esquadrias se encontram viradas para o leste, de onde vem o sol da manhã, e as costas da unidade viradas para oeste, de onde vem o sol da tarde, que por sua vez é coberto pelas vedações do corredor horizontal. Essa disposição impede o aquecimento extremo do espaço interno, uma vez que a recepção de luz solar só acontece

15h

9h

no período matutino, quando o ambiente ainda não acumulou tanto calor, uma vez que não está exposto à radiação durante a noite. Quanto ao período de equinócio, percebe-se uma pequena presença da luz durante a manhã mas ainda não tão significativa, uma vez que o caminho do sol está ortogonal em relação à superfície do solo e, portanto, não incide diretamente nas esquadrias. E, por fim, tem-se o solstício de verão, em que o caminho do sol está posicionado mais ao sul, onde há a presença de esquadrias cobertas pelos elementos do corredor horizontal. Assim sendo, não há entrada de sol na unidade ao longo d o dia durante esse período.

SOLST. DE INVERNO: 21/06

TORRE A

15h

9h

ÁREA ANALISADA

SOLST. DE VERÃO: 22/12

TORRE C

TORRE B

15h

9h

UNIDADE 1 QUARTO UNIDADE 2 QUARTOS

8 DESEMPENHO TÉRMICO & ADEQUAÇÃO NORMATIVA R7

R4

R6

R4

R1

R2

R7

R4 R6

R1

R1

R4

R2

R2 R3 R4 R3

F1

F2

R5 R4

F4

F1

R4 R6

R7

R6

R7

R6 R4

R1

R1

R2

R2

R4

R4

R6

F3

F3

F4

F2

CT

α

NBR 15575

NBR 15220

R1

1,74

125

0,449

ATENDE

ATENDE

R2 em alvenaria

1,74

125

0,669

ATENDE

ATENDE

Transmitância térmica, atraso térmico e fator de calor solar admissíveis para cada tipo de vedação externa

R3 em alvenaria

1,74

125

0,971

ATENDE

ATENDE

R4 em alvenaria

1,74

125

0,267

ATENDE

ATENDE

R5 em alvenaria

1,74

125

0,574

ATENDE

ATENDE

R6 - Laje treliçada + EPS + Telha metálica

1,54

134

0,05/ 0,15

ATENDE

ATENDE

NBR 15575 - 4 | TÓPICO 11 | TABELA 13 E 14 Transmitância térmica de paredes externas (13)

R7 - Laje treliçada + EPS + tinta

2,29

132

0,105 (tinta)

ATENDE

ATENDE F6

NBR 15220 - 3 | ANEXO C | TABELA C. 2

F5

U

F3

COMPOSIÇÃO

F1

F4

NBR 15220 - 3 | TÓPICO 6 | TABELA 22

Tipos de vedações externas para a Zona Bioclimática 8

R1 - Tinta acrílica fosca, Cor Polpa de Melão, Marca Suvinil, Linha Proteção Total

Capacidade térmica de paredes externas (14)

R2 - Tinta acrílica fosca, Cor Céu de Brigadeiro, Marca Suvinil, Linha Proteção Total NBR 15575 - 5 | TÓPICO 11 | TABELA 5

Critérios de coberturas quanto à transmitância térmica

R3 - Tinta acrílica fosca, Cor Preto Absoluto, Marca Suvinil, Linha Proteção Total R4 - Tinta acrílica fosca, Cor Nuvem de papel, Marca Suvinil, Linha Proteção Total R5 - Tinta acrílica fosca, Cor Cinza, Marca Suvinil, Linha Proteção Total F2

CÂMARA DE AR TELHA METÁLICA 0,06cm

LAJE PRÉ-MOLDADA COM EPS 12CM

LAJE PRÉ-MOLDADA 12cm + CÂM. DE AR + TELHA METÁLICA CONCRETO 4cm

ARGAMASSA 1cm

PAREDES

COBERTURAS

R4

ARGAMASSA DE ASSENT. 1,5cm GESSO 2cm

ARGAMASSA EXTERNA 2,5cm

R5

PINTURA EXTERNA

R2

BLOCO CERÂMICO 14x19x29cm

R4

R1 R3

EPS 7cm LAJE PRÉ-MOLDADA 12cm

BLOCO CERÂMICO ESTRUTURAL

FACHADA INTERNA - F5

A partir da insolação anual que incide sobre a edificação se deu a escolha dos materiais e suas aplicações nas fachadas. Tais decisões tiveram grande influência na questão do conforto e cumprimento das normas NBR 15220 e 15575. Nesse contexto, se observa pela simulação da radiação com base nos dados climáticos do INMET 2016 que as fachadas com índices mais elevados são a F3 e a F4, justamente as que recebem insolação do oeste. Por esse motivo elas foram pensadas desde o início como áreas de permanência não prolongada - a circulação horizontal. Assim, para evitar algo muito chapado e fechado na linguagem formal e amenizar a forte radiação se fez o uso de elementos vazados e paredes de alvenaria estrutural para barrar a incidência direta nos corredores. Esses artifícios possuem uma variação de cores por questão estética, sendo utilizadas as cores Polpa de Melão (44,9), Nuvem de Papel (26,7) e Céu de Brigadeiro (66,9). A última, mesmo tendo uma absortância elevada, pode ser compensada nas paredes estruturais que a adquirem por meio do uso de EPS, não sendo de extrema importância pois não é uma área de permanência prolongada. Por outro lado têm-se as fachadas que recebem a radiação do leste, F1 e F2, em que se percebe que a insolação não é tão alta quanto a do oeste. Porém ainda é relevante uma maior atenção nas paredes que irão receber essa radiação já que ela é proveniente do nascente e incide diretamente na parede das salas das unidades nas extremidades. Assim, nas empenas existentes nas fachadas F1 e F2 fez-se o uso da cor Nuvem de Papel (26,7) por ser uma cor semelhante ao branco e altamente reflexiva, podendo ainda prever-se o uso de EPS. Ademais, posicionou-se a maior parte das áreas de permanência prolongada e das varandas nas fachadas F1 e F6, com exceção apenas das que estão na fachada F2. Essa disposição permitiu o jogo de cores nas paredes da varanda, até mesmo de cores com absortância elevada como a Céu de Brigadeiro (66,9), devido ao fato dessa fachada receber a insolação do nascente de forma bem oblíqua e ainda possuir o “beiral” da varanda para sombrear. Vale ressaltar também que a implantação em “C" diminuiu bastante a radiação nas fachadas que ficam voltadas para o pátio interno (F5 e F6), o que poderia permitir o uso de cores escuras nas mesmas, porém optou-se por seguir a linguagem formal da fachada F1. Também se fez o uso pontual de uma cor com absortância extremamente elevada, o Preto Absoluto (97,1). A seleção foi baseada tanto em recursos de sombreamento utilizados quanto na simulação - que mostra os baixos índices de radiação na área recuada do pilotis e na área da fachada F5. Assim, essas aplicações ocorreram nos kitnets das fachadas F1 e F5. Para tal recurso, na parte da fachada que não possui pilotis, promoveu-se um balanço de 1,5 metros que funciona como “beiral” para sombrear a parede externa dos kitnets. Vale ressaltar também que a aplicação não se deu em todo o plano de parede, sendo essa elevada em 1,10 metros. O nível da aplicação da cor em relação a cada piso ainda permite que a parte da parede pintada de preto não receba tanta insolação. Já a cor Cinza (57,4) foi utilizada numa área bem sombreada: a parte comercial da base do edifício que é recuada em relação ao volume superior. Sobre a coberta, por meio da simulação notou-se o elevado grau de radiação solar que a mesma recebe, de maneira a se ater à solução escolhida e evitar o desconforto térmico nas unidades diretamente abaixo dessa coberta. Assim, por meio de cálculos de transmitância optou-se pelo uso da laje pré-moldada treliçada de concreto + EPS, que se enquadra na norma como exposto na tabela. A laje também recebe pintura de tinta Branca (10,5) para criar uma película de proteção e evitar o acúmulo de resíduos na laje, além de intensificar a reflexão da luz. Ademais, nos locais da coberta que não compõem a laje de segurança e o acesso não se faz necessário se previu o uso da mesma laje, porém com acréscimo da câmara de ar e telha metálica. Apesar da primeira solução já ser viável, fez-se uso da segunda pelas problemáticas inerentes de uma laje impermeabilizada e pelo custo do projeto. As paredes externas das unidades e da edificação são de tijolo cerâmico estrutural, tanto por questão de custo operacional quanto por desempenho térmico. A composição ilustrada ao lado foi escolhida por permitir uma transmitância menor do que a composição com 2,5cm de argamassa. O uso do material construtivo atende às exigências da norma.


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