VANY TANAKA
arquitetura e paisagismo
CATÁLOGO
(MICRO)PAISAGEM Casa Deck Isay Weinfeld São Paulo, SP.
VV AA NN YY T A N K Tarquitetura A N AeA K AA paisagismo
arquitetura e paisagismo
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CATÁLOGO DE TÉCNICAS DE
(MICRO)PAISAGEM Catálogo que reúne informações, exemplos, benefícios, referências e dicas de técnicas de paisagismo inseridos como micropaisagem na arquitetura e urbanismo da cidade contemporânea.
A inserção da natureza na cidade contemporânea tem sido um grande desafio e também uma necessidade da espécie humana, uma vez que inúmeros problemas ambientais e sociais decorrentes da drástica diminuição de áreas verdes urbanas e do mau planejamento e crescimento desordenado das cidades nos atingem todos os dias, como a falta de água, sistema de drenagem ineficiente causando enchentes e alagamentos, qualidade e umidade ruim do ar, epidemia de doenças transmitidas por insetos, produção excessiva de lixo e descarte impróprio, poluição e contaminação do solo, da água e do ar, falta de espaços públicos de qualidade, mobilidade saturada e precária, dentre tantos outros. Como consequência, perdeu-se então a qualidade de vida diária dos cidadãos urbanos. A micropaisagem é um conceito de paisagismo que visa recuperar essa qualidade de vida e recompor a paisagem natural da cidade, consiste em utilizar as áreas livres dos lotes, os vazios urbanos e as construções e infraestruturas existentes nas cidades, inserindo uma pequena paisagem que devido ao sentido estético do paisagismo, proporciona uma infinidade de formas e cores, anulando o efeito monótono de construções retilíneas. Essa inserção acontece através de técnicas que utilizam elementos naturais como o solo, a água, pedras e principalmente a vegetação que ajudam a regular a temperatura do ambiente, a qualidade do ar, promovem a biodiversidade, proporcionam conforto físico, visual e psicológico, podem produzir cheiros, remédios naturais e alimentos e principalmente auxiliam no sistema de drenagem urbano: são áreas permeáveis para a infiltração de água pluvial, que pode ser devolvida à bacia local naturalmente pelo solo, pode ser retida temporariamente, retardando o escoamento superficial de áreas impermeáveis e auxiliando no seu tratamento in locco para depois ser devolvida para a rede de drenagem local e junto com um sistema de captação de água, pode ser reutilizada, uma saída sustentável e econômica, a água da chuva é armazenada em cisternas que direcionam a água para outros usos como a própria rega das plantas, recuperando assim o sentido útil do paisagismo e contribuindo para a conservação e desenvolvimento ambiental urbano. A micropaisagem precisa ter uma escala humana, são técnicas que atendem padrões de qualidade, funcionalidade e praticidade, voltadas ao nível dos olhos da sociedade, que será contemplada, vivenciada e mantida no cotidiano das pessoas, recuperando o sentido humano do paisagismo através do contato homem-natureza. Importante dizer que todas as técnicas necessitam de um estudo prévio da área, metragem, sua insolação, as condições do solo e sua permeabilidade e principalmente os problemas encontrados no local, o estudo é importante para aplicar a técnica apropriada e a implantação adequada deve ser feita por um profissional qualificado. As plantas são organismos vivos com condições climáticas específicas e necessitam de cuidados e atenção, por isso as micropaisagens precisam de manutenção periódica, como a rega, poda, controle de pragas e manutenções técnicas.
MICROPAISAGEM APLICADA NO SOLO
técnicas que promovem a infiltração natural da água da chuva no solo, podem retardar o processo, armazenando-a temporáriamente ou captar essa água para reutilizar.
Casa Jardins CR2 Arquitetura São Paulo, SP.
Quintal em São Paulo, projetado pelo paisagista Odilon Claro.
Quintal arborizado em São Paulo.
HISTÓRICO
Os jardins ou áreas onde se cultivam plantas apareceram efetivamente nas antigas civilizações, como Egito, Babilônia, Grécia, Pérsia, Índia, Japão e China. O homem os utilizava tanto para a manutenção de seus víveres, quanto para sua ostentação e principalmente pelo seu desejo de permanecer em contato com a natureza.
QUINTAL
O quintal é o elemento mais comum de área verde nos lotes da cidade, geralmente localizado nos fundos. É muito prazeroso cuidar das plantas, relaxar ou brincar com as crianças do lado de fora, por isso um quintal vegetado e agradável é desejo de muitos, mas atualmente encontram-se quase sempre impermeáveis ou sem vegetações nas grandes cidades. O jardim é um espaço planejado, normalmente ao ar livre, para a exibição, cultivação e apreciação de plantas, flores e outras formas de natureza. Pode incorporar tanto materiais naturais quanto artificiais.
Quintal em NY, projetado pelo paisagista Nelson Byrd Woltz.
BENEFÍCIOS
Um jardim pode ter usos estéticos, funcionais e recreacionais, tais como: a cooperação com a natureza, cultivação de plantas; a observação da natureza, observação de insetos, pássaros e troca de estações; o relaxamento pessoal, refeições familiares, brincadeiras de crianças, leitura e relaxamento, tomar banho de sol e outras utilidades como colher flores para decoração, colher ervas e vegetais frescos para cozinhá-los.
Quintal com desnível.
Recuo como plano de fundo de um banheiro.
BENEFÍCIOS
Com o tempo os jardins foram conquistando outras áreas do terreno além da área dos fundos, a princípio as laterais e, finalmente, o recuo de frente, é válido ressaltar a importância desses jardins privados, em função de seu porte e qualidade, alterando a percepção da paisagem de certos setores da cidade, ganhando papel de destaque na sua composição. Os jardins de recuos criam um contexto exterior para a edificação, como as aberturas são voltadas para eles, acontece um integração entre ambiente interno e externo, de forma agradável visualmente, psicológicamente e fisicamente, ja que as plantas podem contribuir para regular temperaturas e a poluição do ar e sonora.
RECUOS
Recuo com revestimento de pedra portuguesa, como plano de fundo de uma sala.
Recuo frontal Restaurante Arturito, São Paulo.
O uso de recuos além de ajudar na iluminação e ventilação natural da casa, respondem a normas técnicas decorrentes do código de obras de cada cidade. Muitas vezes os recuos laterais viram apenas corredores murados que ligam entrada e fundos, sem nenhuma preocupação paisagística e os recuos frontais, garagens, não agregando à paisagem da cidade. Mesmo com espaço limitado os recuos tem grande potencial paisagístico que pode interferir em toda área interna da edificação, criando uma paisagem exterior.
Recuo utilizado como plano de fundo de uma cozinha.
Jardim interno lateral com pergolado.
BENEFÍCIOS Detenção e filtragem preliminar da água, melhorando a qualidade da água, pode-se captar a água da chuva e armazená-la para reuso, promoção da biodiversidade, ventilação, insolação, evapo-transpiração que ajuda na qualidade do ar, captura de carbono e acrescenta qualidades paisagísticas ao ambiente interno, integrando-o melhor com a parte externa, cria um conforto físico e visual para os usuários da edificação.
O jardim interno consiste em um espaço previamente projetado para ser um jardim dentro da edificação, normalmente ocorre entrada de luz zenital ou lateral para insolação das plantas. O jardim interno melhora a ventilação do ar e entrada de luz natural, além de deixar os ambientes internos mais integrados entre eles e com o exterior, gerando uma paisagem interna e bem íntima. A arquitetura cria uma moldura no jardim, que começa a fazer parte da decoração do ambiente. Podem ser aplicados como jardins centrais, jardins laterais e jardins de entrada. Os jardins internos podem ser fechados por esquadrias ou podem fluir livremente no espaço.
JARDIM INTERNO
Jardim central, funciona como um jardim interno mesmo localizado no exterior da edificação.
Jardim interno no hall de entrada.
Jardim interno central, cercado por esquadrias.
Intertravado.
Pavimentos dotados de revestimentos superficiais permeáveis: possibilitam a redução da velocidade do escoamento superficial, a retenção temporária de pequenos volumes na própria superfície do pavimento e a infiltração de parte das águas pluviais. Alguns exemplos mais comuns são os pisos intertravados e o concregrama. Placa cimento poroso.
Concregrama.
Pavimentos dotados de estrutura porosa: onde é efetuada a detenção temporária das águas pluviais, provocando o amortecimento de vazões e a alteração no desenvolvimento temporal dos hidrogramas.
PAVIMENTO PERMEÁVEL
Em áreas urbanas densamente ocupadas, as superfícies destinadas ao sistema viário e às áreas de estacionamento ocupam espaços consideráveis, chegando a 30% da área da bacia de drenagem. A utilização de pavimentos permeáveis contribui para a diminuição do escoamento superficial e para problemas de inundações urbanas. Os pavimentos permeáveis podem ser aplicados em áreas residenciais, industriais, galpões, pátios, ruas com tráfego leve, condomínios e conjuntos habitacionais, praças, calçadas e estacionamentos. Para a aplicação o correto é cobrir o solo com uma camada de brita grossa, outra de brita fina e um banco de areia, e só então dispor o revestimento.
Concreto poroso.
Pavimentos dotados de estrutura porosa e de dispositivos de facilitação da infiltração: onde ocorre tanto a detenção temporária das águas pluviais como também a infiltração de parte delas. Obtém-se assim o amortecimento de vazões, a alteração temporal dos hidrogramas e a redução dos volumes escoados.
Intertravado poroso.
BENEFÍCIOS
Placa cimento poroso.
Facilidade de execução; melhoria na segurança e conforto pois há redução na formação de poças de água e consequente melhoria da aderência; ganhos ambientais, com a possibilidade de recarga de reservas subterrâneas, melhoria da qualidade das águas por ação de filtração no corpo do pavimento; destacam-se benefícios financeiros, associados à redução das dimensões do sistema de drenagem de jusante, além de peças pré-fabricadas com menor custo. Os produtos à base de cimento podem ser totalmente reciclados e utilizados novamente na produção de novos materiais.
Lagoa pluvial do Parque da Barragem, Belo Horizonte - MG.
BENEFÍCIOS
Ampliar a infiltração de água pluvial e reter a quantidade do escoamento. Manter e atualizar o fornecimento de água subterrânea e ajudar a reduzir as ilhas de calor. Criar áreas verdes nos bairros urbanos, reconstruindo paisagens. Abrigar brejos que são valiosos para o habitat de fauna e flora e para a qualidade da água.
LAGOA PLUVIAL As lagoas pluviais, ou bacias de retenção, recebem a água excedente das chuvas, através de sistemas de drenagem naturais ou construídos, evitando enchentes. A lagoa pluvial pode ser projetada seca ou já com um volume de água, sua capacidade de armazenamento é o volume entre o nível permanente da água e o nível de transbordamento, podendo armazenar bastante água, em volume comparável aos piscinões de São Paulo, sem que tenha tanto impacto na paisagem urbana. Seu tamanho e localização precisa ser estudado e calculado para que seja eficiente, uma pequena lagoa pluvial pode trazer grandes mudanças em um bairro.
Cinco lagoas compõem o sistema de captação local. Capim Macio em Natal-RN.
Utinga, por sua vez, também é equipada com uma Lagoa com capacidade de 6.000m³, que capta e armazena águas pluviais.
Com liberação da prefeitura, dezenas de famílias realizaram uma gostosa pescaria na lagoa pluvial municipal de Nova Campina-SP.
Os princípios básicos de um pocket park são: localização com acesso direto à rua, para que as pessoas sejam atraidas a olhar e entrar; área verde com plantas em geral, árvores de pequeno porte que permitam uma melhor ambientação, proporcionando sombra e incidência de luz solar; fornecer opções de alimentação boa e a preços razoáveis; espaços de permanência equipados com mesas, cadeiras e bancos soltos pelo lugar, para que os visitantes sintam-se à vontade e por útimo, o elemento água, quando utilizado proporciona conforto ambiental, refrescando o local e o barulho da queda pacifica e cria um ambiente de privacidade e harmonia.
Paley Park, Rua 53rd Street - Nova York.
BENEFÍCIOS
Curitiba Trade Center - Curitiba.
Estes parques de bolso melhoram a qualidade de vida no bairro, propondo novas relações com os espaços abertos ao público, transformando-os em lugares mais humanos, alterando o seu uso e a sua função, servem como área de lazer para moradores ou para quem trabalha na região. Os miniparques podem ser criados em praticamente qualquer fragmento urbano, terrenos baldios, espaços irregulares ou espaços que não têm área suficiente para se construir, além de recompor a paisagem local, contribui para a fruição pública, que é a abertura dos pavimentos térreos para melhor circulação do pedestre.
POCKET PARK São espaços urbanos que segundo o considerado criador do conceito, Thomas Hoving, trata-se de locais inseridos na cidade que servem como oásis em meio ao ritmo frenético das megalópoles. Uma sala de estar ao ar livre. Teve o seu primeiro exemplar construído no ano de 1967: o PALEY PARK, 53RD Street, NYC; construído pelos arquitetos Roberto Zion e Haroldo Breen, ele têm acesso à rua para que os pedestres passem e sintam-se atraídos a entrar. Os pockets parks, válido para áreas públicas ou privadas, se aprovado, poderá ser aplicado em qualquer região da cidade. Em sua maioria, têm uma iniciativa privada e os próprios visitantes são convidados a serem sócios e ajudar a manter o equipamento.
Pracinha Oscar Freire - Jardins, São Paulo.
MICROPAISAGEM APLICADA EM ESTRUTURAS técnicas que utilizam uma estrutura em sua composição como apoio, aplicando-se facilmente em ambientes já consolidados como o das cidades. Podem retardar o processo de escoamento da água da chuva, ou captar essa água, para armazenar e reutilizar.
Projeto “Renovação Verde” Vo Trong Nghia Architects Hanói, Vietnã.
Jardim na varanda e para quem não disponibiliza de espaço externo, os beiras são uma alternativa para complementar a paisagem.
Varanda com painel de jardim vertical.
BENEFÍCIOS Os jardins de varandas tem grande possibilidade de reprodução, já que um edifício tem inúmeros apartamentos e alterando a varanda de cada um, altera-se a fachada do edifício, alterando assim a percepção da paisagem da cidade. Os jardins de varanda criam um contexto exterior para o apartamento, que pela altura se distancia das paisagens de escala humana, reconstruíndo-a de forma agradável visualmente, psicológicamente e fisicamente. Arranha-céu Bosco Verticale (900 árvores) inaugurado em Milão, algumas espécies se adaptaram melhor, especialmente nos andares mais altos, onde as árvores, mais estressadas, chegam a requerer 20% mais água.
VARANDA
Elas têm áreas pequenas, mas a falta de espaço não significa que não possam ser charmosas e agradáveis. É possível criar um jardim bem íntimo e particular no seu apartamento ou casa por menor que seja a varanda. Ajardinar a varanda é muito importante para a reconstrução da paisagem da cidade contemporânea, quando se têm vegetação nas varandas a fachada do prédio se transforma completamente, tornando-se parte da paisagem. Mesmo quando o edifício não apresenta varandas, o uso de floreiras e beirais e pequenos terraços ajardinados (com até árvores) continuam a proporcionar uma maior integração com a natureza.
Hotel Golden Holiday Nha Trang, Vietnam. TrinhvietaArchitects.
Terrário de suculentas.
BENEFÍCIOS
JARDIM DE SOMBRA
Os jardins de sombra proporcionam evapo-transpiração que ajuda na qualidade e umidade do ar, acrescenta qualidades paisagísticas ao ambiente interno, integrando-o melhor com a parte externa, cria um conforto físico, visual e psicológico muito positivo para os usuários da edificação.
Jardim vertical atrás do sofá.
Além de charmosos, os jardins de sombra conferem ao ambiente um visual aconchegante e interessante, tornando-se parte da decoração. Geralmente situados na sala, num canto, embaixo da escada e halls de entrada, no entanto, também vem sendo muito usado em banheiros e quartos também. Por ser um ambiente mais frio e com pouca ou sem insolação, o cultivo de plantas específicas é essencial para a beleza e longevidade deste jardim. Aqui o tamanho não importa, podem ser desde mini-jardins em terrários e pequenos vasos até árvores, podendo ou não ter contato diretamente com o solo (neste caso toma-se muito cuidado pois a infiltração da água pode danificar a estrutura do piso). Jardins de sombra, próximos à janela.
Palmeira ganha destaque no jardim central da casa, acompanhando pé-direito duplo.
JARDIM VERTICAL
Quadro-verde.
BENEFÍCIOS
Um jardim vertical não deixa só o ambiente bonito, como também proporciona benefício, entre eles: melhora a qualidade e umidade do ar, garante isolamento térmico (temperatura) e acústico (som), reutiliza materiais usados, pode ocupar espaços totalmente construídos e densificados, ocupando-se de áreas que não existia uso. Um exemplo prático são os painéis de jardim, “quadros vivos” que veem com sistemas de drenagem e irrigação.
Jardim vertical de bromélias.
Jardim vertical aplicado nos muros, incorporam a fachada.
O pouco espaço não é desculpa para não ter um jardim. Se faltarem metros quadrados, as plantas podem subir ou cair pelas paredes. Boa ideia para varandas, muro s e até mesmo fachadas, os jardins verticais podem ter formatos variados e abrigar diferentes espécies. Muitas técnicas podem ser utilizadas para o cultivo das plantas como blocos pré-fabricados de concreto, fibra de coco, treliças e vasos, garrafas pet e a wall green. O jardim vertical pode ser usado externa e internamente, adaptando as espécies de plantas, como os “quadros vivos” para utilizar na decoração. A Prefeitura da cidade de São Paulo está em busca de edifícios localizados nas proximidades da Via Elevada Presidente Costa e Silva – o Minhocão – que possam receber jardins verticais em suas empenas cegas, a iniciativa já ganhou seu primeiro jardim. Thao Dien House, no Vietnam / MM++ architects.
Quintal no terraço.
Telhado jardim do edifício Matarazzo, atual sede da prefeitura de São Paulo. O telhado verde é composto por uma vegetação plantada sobre um solo leve, uma barreira contra raízes, um reservatório de drenagem e uma membrana a prova d’água. Podem ser utilizados tanto em edificações residenciais quanto comerciais. É possível se cultivar de tudo sobre um telhado verde: forrações baixas, herbáceas, hortas, arbustos, epífitas e até árvores, a estética é talvez o benefício mais aparente no uso do telhado verde. Telhados verdes acessíveis oferecem espaço de lazer sem que haja a necessidade de ocupar o disputado solo das cidades.
TELHADO VERDE
BENEFÍCIOS
Pesquisa feita pela USP, confirmou que o telhado verde pode ser utilizado como isolante térmico, diminuindo a temperatura em até 5,3°C em relação a um prédio com laje de concreto, melhorando a eficiência energética da edificação, melhora a qualidade e aumenta a umidade do ar em até 15%, além de contribuir para a drenagem urbana, retendo e coletando parte da água pluvial, criam ilhas de biodiversidade, atraindo aves e outros predadores que ajudam a reequilibrar a população de insetos e trocar telhados empoeirados, por espaço ajardinado com possibilidade de lazer, é o ponto mais atrativo. Casa em condomínio na praia, projetado por Arthur Casas.
Telhado verde acessível, com pequeno espelho d´agua.
Publicado no Diário Oficial da Cidade de São Paulo em 11 de março de 2015, as paredes verdes e os telhados verdes servem como medida de compensação ambiental em São Paulo, a medida pode trazer benefícios não só paisagísticos, mas principalmente ambientais e sociais.
PARKLETS
Os parklets são espaços temporários de lazer instalados sobre vagas de estacionamento destinada aos automóveis, em espaços públicos. São plataformas que podem ser equipadas com bancos, floreiras, mesas, cadeiras, guarda-sóis, aparelhos de exercícios físicos, paraciclos ou outros elementos de mobiliário urbano, sempre com a função de recreação ou de manifestações artísticas. A instalação dos parklets poderá ser de iniciativa da Administração Pública ou de qualquer munícipio (pessoa física ou jurídica). Os custos financeiros referentes à instalação, manutenção e remoção do parklet são de responsabilidade exclusiva do mantenedor. O espaço é público, são plenamente acessíveis e disponível à sociedade 24 horas por dia, nos 7 dias da semana, assim como uma calçada. É vedada a utilização exclusiva por seu mantenedor.
BENEFÍCIOS
Os parklets são uma extensão do calçamento, que faz com que os pedestres e ciclistas tenham uma área onde possam utilizar e ocupar, além de humanizar e democratizar o uso da rua e desenvolver espaços de convivência que possam proporcionar aos pedestres maior interação social, os parklets melhoram a paisagem urbana e transformam espaços em lugares mais arborizados, com mais equipamentos e mobiliários urbanos. Duas vagas de estacionamento beneficiam 40 automóveis por dia, um parklet no lugar delas, beneficia 300 pessoas por dia, além de incentivar o uso de transporte coletivo, promove o desenvolvimento econômico local.
Rua Padre João Manuel - Jardins, São Paulo.
HISTÓRICO
Criados em São Francisco, nos EUA, surgiram como forma de converter o espaço do estacionamento dos automóveis na via pública em áreas recreativas temporárias, estimulando a discussão do uso dos espaços da cidade de forma mais equilibrada. No Brasil o conceito de parklet surgiu em São Paulo, em 2012. A primeira implantação aconteceu no ano seguinte, liderada por um grupo composto por arquitetos, designers e ONGs.
Rua Francisco Leitão - Pinheiros, São Paulo.
Rua Harmonia - Vila Madalena, São Paulo.
Remodelação da calçada de St Joan, Barcelona.
MICROPAISAGEM APLICADA NO SOLO OU EM ESTRUTURAS técnicas que podem ser aplicadas diretamente no solo ou sobre estruturas. Podem retardar o processo de escoamento da água da chuva, ou captar essa água, para armazenar e reutilizar.
Horta caseira na cozinha.
A compostagem é o processo biológico de valorização da matéria orgânica, seja ela de origem urbana, doméstica, industrial ou agrícola, transforma o lixo orgânico em adubo. Trata-se de um processo natural em que os micro-organismos, como fungos e bactérias, são responsáveis pela degradação de matéria orgânica. A técnica de compostar ajuda na redução das sobras de alimentos, diminuindo o volume de lixo produzido. Já existem composteiras prontas para uso no mercado muito práticas ou pode-se construir uma utilizando tijolos, por exemplo.
Horta hidropônica, tubo PVC. Horta vertical com garrafas PET.
Módolo de horta caseira Noocity. Composteira Doméstica da Morada da Floresta é um sistema prático, compacto, higiênico e de fácil manuseio, ela vem com um manual de como montar, o que usar na compostagem e toda a informação necessária.
BENEFÍCIOS A horta é a técnica de paisagismo com o maior sentido útil e humano, ela produz alimentos consumíveis diretamente no local e ajuda a diminuir os impactos que causam os transportes de hortaliças. O contato direto com a terra, com a planta e com o produto produzido cria uma conexão humana com a técnica, servindo até mesmo como terapia. Combinada com a técnica de compostagem, o lixo orgânico pode ser reutilizado, diminuindo o volume gerado de lixo não reciclável.
Horta caseira na varanda.
Ter ervas e temperos à disposição, em casa, pode ser o primeiro passo para uma vida mais saudável. Geralmente as hortas são feitas em pequenos vasos localizados na bancada ou no peitoral da janela na cozinha, lembrando que as plantas precisam de insolação, quando há possibilidade de ter uma horta externa, o cultivo pode abranger das hortaliças, para legumes, folhagens, frutas e até mesmo grãos. A criatividade não tem limites em relação às hortas caseiras, são inúmeras técnicas com diferentes materiais recicláveis ou sobressalentes.
HORTA E COMPOSTAGEM
Horta direto no solo, canteiro elevado.
Os projetos de jardins de chuva devem levar em conta a necessidade de manutenção, prevendo que sejam acessíveis para esse fim. Esta deve ser feita verificando o funcionamento do sistema, o qual, em geral, tem uma taxa de despoluição alta. Locais indicados para implantação: ruas largas com baixo tráfego de veículos; ruas próximas a locais em que se deseja diminuir a velocidade dos veículos, como escolas, hospitais e bairros residenciais; calçadas largas; pátios e estacionamentos e dentro do próprio lote, sejam estes comerciais, residenciais ou públicos. Os jardins de chuva também se apresentam em forma de escadas hidráulicas, canteiros escalonados, com o objetivo de retardar a velocidade e drenagem da água.
Canteiro Pluvial Portland - Estados Unidos.
JARDIM DE CHUVA Jardins de Chuva em Portland Estados Unidos.
Todos os anos, na época das chuvas, os municípios têm de lidar com pontos de alagamento, retenção de água e outros problemas provocados pelos grandes volumes de precipitação que ocorrem em diversas regiões do país. Também conhecidos como Canteiros Pluviais, os jardins de chuva são reservatórios estruturais, depressões topográficas que podem ser projetados nas ruas e em lotes, para receber a água do escoamento superficial de áreas impermeáveis e auxiliam no seu tratamento in loco. Os solos, especialmente se forem adicionados compostos especiais, agem como uma esponja que suga a água enquanto microrganismos e bactérias removem os poluentes. Com a adição de plantas, é possível aumentar a evapotranspiração e a remoção dos poluentes. Recomenda-se a construção em áreas pequenas, pois a quantidade de resíduos trazidos pela água pode entupir o sistema. Você pode fazer em casa, o site WikiHow disponibiliza um passo a passo para construção de um jardim de chuva: www.wikihow.com/Criar-um-Jardim-de-Chuva
BENEFÍCIOS
Detenção e filtragem preliminar da água, melhorando a qualidade da água, infiltração, diminuição do escoamento superficial (runoff), promoção da biodiversidade, moderação da ilha de calor, evapo-transpiração que ajuda na qualidade do ar, captura de carbono e aumento da beleza paisagística da rua.
Canteiro Pluvial Portland - Estados Unidos.
Biovaleta em Irvine Estados Unidos.
Biovaletas são depressões lineares preenchidas com vegetação, solo e elementos filtrantes com o objetivo de processar a limpeza da água da chuva ao mesmo tempo em que aumentam seu tempo de escoamento. Normalmente tratam os escoamentos de vias ou áreas residenciais, porque são lineares. Após filtrada, a água pode ser direcionada para tratamentos complementares visando ao reaproveitamento, à integração na paisagem e pode também ser devolvida às redes de drenagem locais.
BIOVALETA
Biovaleta na Praça da Coruja Vila Madalena, São Paulo.
BENEFÍCIOS
Ampliar a infiltração de água pluvial e reduzir a quantidade do escoamento, causadores de transbordamentos de esgoto e inundações. Manter a água poluída do escoamento fora dos corpos d’água, através de mecanismos de filtragem e limpeza antes do seu destino final. Manter e atualizar o fornecimento de água subterrânea e ajudar a reduzir as ilhas de calor. Criar espaços livres atrativos para a vida social nos bairros urbanos, reconstruindo paisagens.
Biovaleta em Portland - Estados Unidos.
Bottière Chênaie Eco-district - França.
Antes de qualquer escavação, deve-se verificar previamente o local de construção da biovaleta quanto à existência de outras instalações. O projetista e a construtora devem checar os limites das áreas de contribuição, os pontos de entrada de água na instalação da biovaleta e a topografia real local. Após preparo do fundo do terreno, instala-se o tubo-dreno ao longo de toda a extensão da área com inclinação de 0,1% no sentido da caixa de drenagem. Sobre a camada de brita 03 que envolve a tubulação de drenagem, é adicionada uma camada de pedra britada número 01 sobreposta por uma camada de pedrisco. Acima desta camada, pode ser colocada uma manta de drenagem sobre o dreno de fundo, com largura aproximada de 50% da largura total. Sobre a última camada é adicionado solo composto (constituído de 60% de areia média, 30% de areia fina e 10% de composto orgânico vegetal). Uma camada de cobertura vegetal morta é adicionada na área ou plantas rasteiras resistentes a áreas alagadas.
Ciclovia Rio Pinheiros.
CORREDOR VERDE
Os corredores verdes são definidos como uma rede de espaços lineares servindo a usos múltiplos (mobilidade, conexão, arborização, permeabilidade da água e paisagem) preferivelmente, acompanhando corredores ecológicos, como as beiras de cursos d’água e canais, podendo aparecer também em linhas férreas, avenidas e ruas (nestes casos, o corredor se ocupa na calçada requerendo uma reurbanização da mesma ou em canteiros), conectando então, áreas de lazer da cidade. Um dos objetivos principais, é viabilizar a conexão entre as populações de fauna. No contexto urbano, ganham força ao formarem redes de mobilidade segura, dando prevalência ao pedestre e aos meios de transporte movidos a energia não poluente, como as bicicletas, recuperando a memória de antigos caminhos, hábitos como andar a pé e incorporando o valor paisagístico nos percursos, permitindo a manutenção, reconstrução e valorização da qualidade estética da paisagem.
Remodelação da calçada de St Joan, Barcelona.
BENEFÍCIOS
A adoção de um corredor verde ligando os principais bairros da cidade de São Paulo, juntamente com as infraestruturas de drenagem, pode ser uma alternativa para ampliar a permeabilidade do solo nos principais bairros da capital, ajudando a reduzir o risco de enchentes. A mobilidade da socidade é imensamente beneficiada pelos corredores verdes, uma vez que promovem caminhos seguros e agradáveis para o pedestre e ciclista, incentivando a caminhada a pé, o uso de bicicletas para locomoção e até o exercício físico dos moradores locais, gerando uma melhora na saúde. Ao lado, proposta de corredor verde para São Paulo, desenvolvida pela ESALQ da USP. São sete eixos ligando as subprefeituras de Pinheiros, Sé e Mooca. Trajeto passará por seis parques e uma praça e serão plantadas tipuanas e sibipirunas que têm capacidade de reter até 80% da água da chuva.
Projeto Corredor Verde.
As hortas urbanas trazem tantos benefícios que já se fala em um conceito de fazendas urbanas, utilizando o cultivo vertical dos alimentos, aumentariam a produtividade de alimentos com mais sabor e de maior qualidade e a produção poderia acontecer durante o ano todo, graças a ambientes controláveis, lembrando que em alturas maiores as plantas precisam de mais água. Horta comunitária Vila Nova Esperança. Tudo que é produzido é dividido entre os moradores, o plantio é feito em mutirões que acontecem periodicamente. A ideia é poder comercializar parte do volume colhido, gerando trabalho e renda para os moradores.
A Horta do Ciclista é uma intervenção coletiva sobre o espaço urbano, localizada na Praça do Ciclista, próxima ao cruzamento de duas Projeto de Fazenda Urbana Vertical. importantes vias de São Paulo, Av. Consolação e Av. Paulista.
HISTÓRICO
O fenómeno das hortas urbanas surgiu nos países do norte da Europa, durante a metade do século XIX, como reação à diminuição dos espaços verdes na sequência da crescente industrialização e urbanização das cidades.
Desde 2008, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de consumo de agrotóxicos. As hortas urbanas consiste no plantio voluntário de alimentos em áreas públicas, essas iniciativas deixam a cidade menos cinzenta, as pessoas interagem e revitalizam espaços urbanos abandonados, a ideia principal é facilitar o acesso a alimentos frescos e saudáveis, aumentar as áreas verdes nas metrópoles e diminuir o impacto do transporte de hortaliças, que hoje se baseia em um complexo mecanismo orquestrado de produção, transporte e distribuição. Existem hortas comunitárias que alimentam seus moradores gratuitamente, hortas em aeroportos, em tetos de prédios, escolas, parques e até em estações de trem.
BENEFÍCIOS
Melhora a qualidade de vida da população; interação social da vizinhança; revitalização e novo uso do espaço urbano; produz alimentos frescos e saudáveis; pode gerar empregos para a população; proporciona uma pequena comercialização local; custo de implantação e manutenção baixo; diminui a quantidade de lixo orgânico quando utilizado uma técnica de compostagem junto a horta e ainda possui uma função hídrica de purificação da água.
Telhado do Shopping Eldorado - São Paulo.
HORTA URBANA
A cidade contemporânea brasileira na sua atualidade apresenta inúmeros problemas, principalmente aqueles relacionados ao meio ambiente, esses problemas junto com a desconexão social e falta de áreas verdes permeáveis da cidade, tornam o espaço urbano contemporâneo em um verdadeiro caos de paisagem acinzentada e monótona, sem conforto físico, visual ou psicológico. Caos esse que apresenta uma única ordem, a ordem da vivência; de caráter instável, a cidade contemporânea se modifica rapidamente, edificações recebem os mais diferentes usos, assim como seu espaço público, as expressões da cultura, política, economia, arquitetura, etc. são diversificadas e essa diversificação é agora aceita, a cidade existente passa a ser uma mescla dos tantos significados atribuídos pelos seus usuários. É por isso que acredito que a sociedade é de extrema importância para o desenvolvimento sustentável da cidade, cria-se uma nova relação cultural com a natureza, referente à alteração das técnicas construtivas e mudanças de comportamento em relação ao lar, ao ambiente de trabalho e ao espaço público, principalmente na questão do modo de conservação e identificação não só com o meio ambiente, mas com seus espaços públicos e particulares. O paisagismo está ganhando papel de destaque na arquitetura e no urbanismo da cidade contemporânea, propondo soluções para a preservação e o desenvolvimento ambiental urbano, com técnicas de escala humanizada que promove um contato, uma conexão com a natureza, no Brasil uma natureza de beleza única, reconhecida mundialmente e de grande identidade e utilidade, principalmente hidrológica, melhorando a qualidade de vida na cidade e sua paisagem urbana.
VANY TANAKA
arquitetura e paisagismo
(MICRO)PAISAGEM VANY TANAKA
arquitetura e paisagismo
Casa 66MRN ONG&ONG Singapura