Victor Del Franco
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Franco, Victor Del, 1969 Ressoar / Victor Del Franco. a 1 edição - São Paulo: Edição do autor, 2022. 1. Poesia brasileira I. Título.
Janeiro, 2022 Publicado na Internet
Victor Del Franco
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SUMÁRIO
PRIMEIRO MOVIMENTO: AGRIAGOURO
Rasuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Negativismo I. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Negativismo II. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Avesso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Necrópole. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
SEGUNDO MOVIMENTO: RESSONÂNCIA
Setembro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
TERCEIRO MOVIMENTO: RECANTOS
Margens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Topologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Quadrantes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Sabiá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
PRIMEIRO MOVIMENTO: AGRIAGOURO
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Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir (...) por me deixar respirar, por me deixar existir Chico Buarque 09
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RASURAS
Nióbio
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Nióbio Nió
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Nió
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NEGATIVISMO I
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NEGATIVISMO II
NAÇÃO N AÇÃO
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AVESSO
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NECRÓPOLE
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SEGUNDO MOVIMENTO: RESSONÂNCIA
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SETEMBRO
~~~~~~~~~~~~~~ ~~~~~~~~~~~~~~ ~~~~~~~~~~~~~~ ~~~~~~~~~~~~~~ ~~~~~~~~~~~~~~ ~~~~~~~~~~~~~~ ~~~~~~~~~~~~~~ ~~~~~~~~~~~~~~ ~~~~~~~~~~~~~~ ~~~~~~~~~~~~~~ ~~~~~~~~~~~~~~ Independência, eis o brado: canto superando a morte muito além das margens plácidas.
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TERCEIRO MOVIMENTO: RECANTOS
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Eu quero aproximar o meu cantar vagabundo daqueles que velam pela alegria do mundo Caetano Veloso 37
MARGENS
anomalias do inominável nas dimensões do discurso nação ~ negação e daí? trilha sinuosa atravessando o atraso sobre viver à margem um passo outro espaço não esqueça: um poema na cabeça e uma caneta na mão
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som e cor traços do corpo céu e luz formas do espírito um sopro no horizonte em clave de sol ontem hoje amanhã firme compasso afirmando a vida, ávida de sentidos abrindo espaço onde tudo parece escasso
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Topologia
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1
Derivar o devir, princípio e fim. Devisar o habistrato – a improvável saudade do país do futuro: o paradoxo fundamental.
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2
Inventar um espaço para respirar ~ fluido fôlego. Um território habistrato em constante (de)formação.
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3
Périplo habistrato: atravessar um labirinto estreito sem bússola ou GPS. Trilhas transversais.
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4
Habistrato é hatotrabis, tohabistra, bistohatra, hatrabisto, otartsibah e todas as variações possíveis.
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5
Habistrato é o contraste de extremos assimétricos.
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Habistrato é o ato-atrito de todas as dimensões da linguagem.
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O conceito habistrato reside nas entrelinhas paralelas que se encontram no infinito.
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8
O sistema habistrato é um conjunto de formas, cores, sons e palavras que iluminam a imaginação.
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2
O habistrato é a prova dos nove, ao quadrado.
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O habistrato está onde o seu coração (habisorto ou habisoluto) estiver.
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Quadrantes
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SABIÁ
Em território extremo e abrasivo então se instala o Abjeto qual espanto, afasta pra bem longe todo encanto e contamina o chão, vero e preciso. Tudo se torna abismo, morto ou vivo, vivo ou morto, não resta nenhum canto. Somente ardor e cinza em todo canto neste solo arrasado e abrasivo que em berço esplêndido é torrado vivo. E diante deste horror, tamanho espanto que escurece até mesmo o céu preciso onde luzia o sol e azul encanto. Sabiá, sabiá, cadê o encanto? Você ainda voa? E o seu canto? É preciso cantar? Não é preciso? O que resta fazer? Pranto abrasivo? O seu pulso será maior que o espanto? Sabiá, sabiá, ainda vivo?
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Procura outra palmeira em verde vivo o sabiá voando sem encanto, e em pleno voo encontra só o espanto do fúnebre cortejo em triste canto que já perdeu a conta do abrasivo descalabro, um assombro não preciso. Mas relembrar os mortos é preciso e a luta segue em fôlego tão vivo pra reacender o espírito abrasivo que ilumina a palavra com encanto e apesar dos pesares, vive o canto que soa bem mais alto, além do espanto. Cante então, sabiá, sem esse espanto, eleve-se no voo mais preciso bem aqui, acolá, em todo canto. Sabiá, sabiá, ainda vivo. Sabiá, sabiá, encontre encanto e vença o interno exílio abrasivo. Neste solo abrasivo em grave espanto ainda existe encanto, um som preciso e o claro verso vivo ascende em canto. 77
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Outro dia, outro ano, outro Alvorada
Victor Del Franco nasceu na cidade de São Paulo em 1969. • Editor da CELUZLOSE - Revista Literária digital e impressa (http://celuzlose.blogspot.com); • Durante o ano de 1994, participou das atividades do Grupo Cálamo realizadas na Casa Mário de Andrade; • Entre 1995 e 2005, produziu pequenos volumes de poesia chamados FÓTON (edição do autor); • Entre 2006 e 2008 colaborou com O Casulo - Jornal de Literatura Contemporânea; • Participou da organização da FLAP! de 2006 a 2008; • Em 2007, fez parte da organização do Tordesilhas Festival Ibero-americano de Poesia Contemporânea; • Desde 2015, participa das atividades do Palavraria Coletivo Literário que se reúne na Casa das Rosas. • Livros publicados A urdidura da tramA (Giordano, 1998) O elemento subterrâneO (Demônio Negro, 2007) EsfingE (Dobra, 2012) A fluidez da aurorA (Patuá, 2014) Arcanos (Patuá, 2016) Desarcanos (Patuá, 2017) Disarcanos (Edição do autor, 2018) AurΩrA: As quatro dimensões • 1998~2018 (Patuá, 2018) Transversais (Edição do autor, 2020) Fôlego (Edição do autor, 2020) Habistrato (Edição do autor, 2021).
• Livros traduzidos José Landa | Sons como os cascos de um galope (2010) Ricardo Quijano | A cor do céu (2011) Julio César Félix | Meus olhos em chamas (2012) Francisco Hernández | Minha vida com a cadela (2013) Jorge Esquinca | Descrição de um brilho azul cobalto (2013) Patricia Medina | Novela em verde e gris (2013). Esses livros foram editados através de uma parceria entre Mantis Editores (México) e Selo Sebastião Grifo (Brasil). • Organização de antologias TranSPassar - poética do movimento pelas ruas de São Paulo (Sesi-SP Editora, 2016) / junto com Carlos Felipe Moisés Taras, tarô e outros vícios (Risco editorial, 2016) junto com Palavraria Coletivo Literário.
IN HOC SIGNO VINCES