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Ricardo Amorim
from Vero 257
O QUE EU APRENDI NÃO INVESTINDO EM Bitcoin
Fiz uma lista com cinco lições importantes dessa oportunidade que eu perdi em 2010
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AS CRIPTOMOEDAS vieram para ficar. Nem sempre tive esta certeza. Em 2010, enquanto o mundo ainda lidava com as consequências da Crise Financeira Global, soube da criação do Bitcoin, logo no seu início. Interessei-me e estudei sobre o assunto. Até pensei em comprar alguma coisa. No entanto, o medo de que ninguém quisesse aquilo no futuro ou de que alguém sumisse com os meus ativos, somado ao fato de eu não saber exatamente como comprar e guardar meus Bitcoins, me fizeram não comprar. Naquele momento, 1 Bitcoin custava US$0,01 ou R$ 0,017. Atualmente, custa cerca de R$300 mil. Ou seja, R$100 investidos valeriam aproximadamente R$175 milhões.
Manter o investimento por todo esse tempo foi um desafio para quem investiu desde o início. O Bitcoin passou por várias correções de preço, três delas só nos últimos oito anos. O investidor tem de estar consciente de que isso é normal. Já eu, listei cinco lições importantes dessa oportunidade que eu perdi: 1. Há 11 anos, deveria ter feito um pequeno investimento em Bitcoin a longo prazo e o encarado como um bilhete de loteria melhorado, com muito pouco a perder e uma eventual possibilidade de ganhar muito; 2. Os dias das criptomoedas, e particularmente do Bitcoin, como ticket de loteria estão no passado. Atualmente, criptomoedas já estão maduras o suficiente para serem encaradas como uma classe de ativos a receber alocação em carteira de investidores, condizente com sua volatilidade e correlação com outros ativos e também com o perfil de risco de cada investidor; 3. Em investimentos de alta valorização, o investidor tem de estar preparado para correções cíclicas muito significativas de preço. Esta é uma característica do desempenho de qualquer ativo com adoção crescente e altas aceleradas de preço. Essa
alta é sempre permeada por fortes chacoalhadas. As ações da Amazon, cujos preços subiram mais de duas mil vezes desde seu lançamento há 24 anos, também passaram por diversas correções de preço de mais de 80%. Com Apple, Google e Facebook, a história é parecida. Grandes correções ocorrerão de tempos em tempos. São oportunidades para montar e aumentar posições a preços atraentes e, por consequência, com maior potencial de retorno. 4. Em toda classe de ativos há bons e maus ativos. Com as criptomoedas não é diferente. A internet e a transformação digital geraram as empresas mais poderosas e lucrativas que a humanidade já viu. No entanto, muitas empresas digitais que surgiram nos primórdios da internet – as famosas pontocom – já não existem mais. A longo prazo, é provável que muitas criptomoedas não sejam suficientemente usadas e deixem de existir. Outras permearão cada vez mais nosso dia a dia e, compensando a volatilidade no meio do caminho, terão valorizações estelares. Por isso, diversificação e uma boa assessoria para investir bem são fundamentais. 5. Estou convencido de que as criptomoedas vieram para ficar e compõem uma classe de ativos que precisa ser conhecida por qualquer um que tem um dinheirinho para investir.
Ricardo Amorim é economista, palestrante, apresentador do Manhattan Connection e presidente da Ricam Consultoria. Escreva para reportagem@vero.com.br e conte o que achou desta coluna!