ACMinas EDIÇÃO ESPECIAL
UMA PUBLICAÇÃO COMEMORATIVA DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE MINAS - ANO 2011
o ã ç i d E
A
de rsário nive
Parceira do desenvolvimento de Minas REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 1
04/03/2011 17:53:56
A Cemig é a segunda melhor distribuidora de energia, na opinião dos consumidores do Sudeste.
SABE COMO VAMOS COMEMORAR ESSA CONQUISTA? TRABALHANDO PARA SER A
Em 2010, a Cemig subiu da sexta para a segunda posição na preferência dos consumidores da Região Sudeste, medida pelo Índice Aneel de Satisfação do Consumidor – IASC 2010, da Agência Nacional de Energia Elétrica.
No ano passado, investimos mais
O IASC visa estimular a melhoria dos
de R$ 200 milhões em ações para
serviços, orientado pela satisfação do
agilizar nosso atendimento e
consumidor.
reduzir a frequência e a duração das interrupções do serviço. Para fechar o ano, fomos finalistas do PNQ – Prêmio Nacional da Qualidade.
www.cemig.com.br
CD-346-10G - AdRevistaSupere40x26,5.indd 1 REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 2
04/03/2011 17:53:57
Agora, queremos agradecer aos nossos quase 7 milhões de clientes, em 774 municípios de Minas, que reconhecem a qualidade dos nossos serviços. É por eles que, em 2011, vamos trabalhar mais para conquistar o primeiro lugar na satisfação dos consumidores.
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 3
2/25/1117:53:57 2:33 PM 04/03/2011
110 anos Em 2007, a ACMinas se mobilizou em favor da ética e pelo fim da corrupção na política brasileira. O Movimento Mineiro pela Ética cobriu de luto a fachada da entidade, na avenida Afonso Pena
110 ANOS DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE MINAS 4
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 4
04/03/2011 17:53:58
Fundada em 6 de janeiro de 1901, a Associação Comercial de Minas conta, ao longo de sua trajetória, uma história de coerência na defesa da livre iniciativa, dos interesses do empresariado mineiro e na promoção do desenvolvimento de Minas e do Brasil. Nesses 110 anos, a ACMinas levantou bandeiras e liderou campanhas vitoriosas pela industrialização e pelo crescimento econômico do Estado e do País, sempre com os olhos voltados para os aspectos sociais desses avanços. Entre elas, cabe destacar as campanhas pela implantação da Vale, da Açominas e da Fiat Automóveis; o projeto de expansão da Usiminas e da Refinaria Gabriel Passos, a criação da Cemig,entre várias outras. A concretização de empreendimentos de infraestrutura como o ramal de Capitão Eduardo ou a pavimentação da BR 262 teve grande efeito multiplicador sobre o desenvolvimento industrial de Minas, atraindo outros investimentos de porte para o Estado Preservando uma postura de isenção, mas de livre trânsito entre os vários governos, a ACMinas abraçou movimentos institucionais de inspiração política, como o Movimento de Cidadania, o Projeto Voto-Cidadão e o Movimento Cívico pela Unidade Territorial de Minas, contra a separação do Triângulo, além de atuar decididamente junto à Assembléia Nacional Constituinte. São iniciativas que incluíram o empresariado no processo de democratização do País e consolidaram sua presença nas mudanças ditadas pelas transformações sociais no mundo. Nos últimos 20 anos, a ACMinas participa ativamente dos processos de modernização da economia, defendendo a função social da livre iniciativa e, como sempre, o desenvolvimento de Minas e do Brasil.
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 5
5
04/03/2011 17:53:58
Aplítica, mas mobilizada pelo desenvolvimento de Minas
Entrevista com o presidente da ACMinas, Roberto Fagundes
O ex-governador Rondon Pacheco lembra uma década de desenvolvimento
6
FOTO: ARQUIVO ACMINAS
Índice conteúdo 110 anos
Sumário
Capa ACMinas completa 110 anos como parceira do desenvolvimento do Estado Pág. 12
08
A ACMinas nasceu junto com Belo Horizonte
18
A luta em favor da produção mineira de açúcar
38
O papel da ACMinas na criação da Cemig
12
24
42
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 6
04/03/2011 17:54:08
ACMinas REVISTA ESPECIAL
Expediente Diretor / Editor responsável Ângelo Roberto de Lima Reg. Profissional: 3033/MG Editora Bianca Alves Reg. Profissional: MG 3466 JP Diretor de Criação Pablo T. Quezada Diretor de Arte Amado Nicoli Produção Gráfica Raquel Pacheco Coordenação Wagner Sá / Marcelo Valadares Reportagens Luciana Sampaio / Andréia Pio Wângela Jacintho / Bianca Alves Assessoria de Comunicação da ACMinas Departamento Financeiro Cláudia Simões claudia@verobrasil.com.br Diretoria Administrativa e Jurídica José Nonato Costa de Lima Vero Brasil Comunicação Periodicidade Bimestral Impressão / Tiragem Gráfica e Editora Del Rey / 10.000 exemplares Atendimento ao Leitor supere@verobrasil.com.br / 55 31 3344-2844
58
Sonho realizado: Minas tem a sua indústria automobilística
76
Açominas: uma longa história
80
Usiminas investe para ampliar produção
A revista Supere, edição especial dos 110 anos, não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios e artigos assinados. As pessoas que constam no expediente não têm autorização para falar em nome da Revista Supere ou de retirar qualquer tipo de material se não tiver em seu poder autorização formal do editor responsável constante do expediente. A revista Supere é uma publicação da ACMinas, localizada à Av. Afonso Pena, 372 - 2º andar +55 31 3048 9555. Editada e produzida por Vero Brasil Comunicação.
Av. Prudente de Morais, 44 3º andar | Cidade Jardim
Belo Horizonte | MG | Tel.: +55 31 3344 2844
Artigos Marcelo Cordeiro Edison Zenóbio Luiz Carlos Costa Cledorvino Belini Charles Lotfi
Brasil comunicação
22 54 56 64 84
Colunas Mário Mateus
88 SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 7
7
04/03/2011 17:54:16
Origens
A irmã gêmea de Belo Horizonte Ao tempo da Província de Minas, era o Curral Del Rey. Corria o tempo do Antigo Regime, a Monarquia, de conhecida centralização de poder, escravismo e entraves ao crescimento econômico, político e social. Nos fins de 1889, fora proclamada a República e com ela, veio a possibilidade de concretizar velhos sonhos acalentados pelos
8
mineiros. Entre eles, a mudança da Capital da Província, a histórica mas acanhada cidade de Ouro Preto, que já não oferecia condições logísticas – e mesmo sociais, econômicas e políticas para apoiar o futuro crescimento do Estado em todas as esferas. Em 1893, o Congresso Mineiro, reunido na cidade de Barbacena, na Serra da Mantiqueira,
região das Vertentes, designou para a construção da Capital do Estado de Minas o local então chamado Arraial do Belo Horizonte, nome que já fora entronizado em 1890 por decreto do Presidente do Governo Provisório, João Pinheiro da Silva. No momento de inaugurar a cidade, em 1897, as autoridades mineiras deram à Capital a
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 8
04/03/2011 17:54:18
FOTO: ARQUIVO ACMINAS
a sisuda denominação de Cidade de Minas. Que, graças aos deuses que olham pela capital, durou pouco: o povo não se acostumava com esse nome e insistia em chamá-la de Belo Horizonte, muito mais poético. E em junho de 1901 foi votada a lei que adotou definitivamente o nome de Belo Horizonte. No mesmo ano de 1901, em 6 de janeiro, fruto de outro sonho aca-
lentado, e com amplas ambições, foi fundada a Associação Comercial da Cidade de Minas. As mobilizações para a criação de uma entidade capaz de representar os interesses econômicos, sociais e políticos de comerciantes, agricultores, industriais, prestadores de serviços, coincidiram com os primeiros passos dados pela jovem capital.
E como a poesia faz parte do perfil mineiro, pode-se dizer, numa licença poética, que a ACMinas é como se fosse irmã gêmea de Belo Horizonte. E como tal, a entidade vem deixando suas digitais nos grandes movimentos político-econômicos de Minas, com valores que historicamente tem sustentado: visão, coragem e tenacidade.
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 9
9
04/03/2011 17:54:19
Criação
FOTO: ARQUIVO ACMINAS
FOTO: ARQUIVO ACMINAS
Nasce uma associação “Mais vale amigos na praça
Paiva, Raul Mendes, Avelino
(tesoureiro). A maioria absolu-
que dinheiro na caixa” – este pro-
Fernandes, Oscar Trompowski,
ta dos empresários da ainda
vérbio, muito usado em Minas
Joaquim
Francisco
Cidade de Minas assinou a ata
Gerais no início do século passa-
de Oliveira e Manoel Martins de
de fundação da AC Minas: eram
do, norteou a fundação da entida-
Figueiredo propôs a criação de
75 signatários.
de, cujos primeiros movimentos
uma entidade para representar
A ACMinas cresceu em
se deram ainda em 1898, quando
seus interesses econômicos,
dimensão e importância quan-
representantes dos setores eco-
sociais e até mesmo políticos.
do, mesmo enfrentando várias
Proença,
nômicos da recém-nascida capi-
A idéia se transformou em
crises que acompanharam o iní-
tal se reuniram para conseguir,
realidade em janeiro de 1901,
cio da trajetória da nova capital,
junto ao Governo do Estado, o
quando a primeira assembléia da
consolidou-se não só junto a
tráfego mútuo do ramal ferrovi-
entidade elegeu a diretoria com-
seus membros como também a
ário da Central do Brasil até a
posta por Teófilo Ribeiro (presiden-
autoridades do Estado e do país.
capital.
te), Avelino Fernandes (vice-pre-
Já em 1915, era ouvida pelo
Já naquela primeira reu-
sidente), Artur Joviano (primeiro
Governo Federal como órgão
nião, o grupo formado por
secretário), Donato Aita (segun-
informativo e consultivo em
Arthur Haas, Antonio Garcia de
do secretário) e José Benjamim
questões de economia mineira.
10SUPERE
05-0376
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 10
04/03/2011 17:54:31
11
SUPERE
05-03762_ANU_FDC_Ranking_21.5x27.5_AF.indd 1
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 11
6/23/10 5:01:23 PM
04/03/2011 17:54:32
Primeiros tempos
Apolítica, mas, se necessário, pronta para a briga
“Essencialmente, a ACMinas
lutou por esta bandeira”, afirma
participar e vai sempre que pode,
sempre foi o baluarte da livre ini-
João Camilo Penna, ex-ministro
para debater temas como o papel
ciativa. Esforçava-se para valori-
da Indústria e Comércio do gover-
do empresário na economia ou a
zar o empresário, para que Minas
no João Figueiredo. Ele lembra
valorização da eficiência e do lucro
entendesse o papel do empresário
memoráveis encontros e cafés da
reinvestido – que, para ele, é a
mineiro como criador de riqueza,
manhã promovidos pela ACMinas,
base do crescimento. “A ACMinas
de emprego e renda, e ela sempre
dos quais teve a oportunidade de
sempre teve papel importante nes-
12SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 12
04/03/2011 17:54:34
deu o da representatividade das atividades econômicas de seus representados e avançou na preocupação com o desenvolvimento social da comunidade. Suas ações mais enérgicas, e mais proveitosas para Minas Gerais, se acentuam nas primeiras décadas do século passado. Mas não há ação política sem reflexo econômico. Além disso, desde os primeiros tempos da Humanidade, o comércio move o mundo. E quando foi necessário fazer política, a ACMinas fez. Dessa maneira, diante de fatais
repercussões
econômi-
cas que as tumultuosas vagas políticas dos primeiros anos do século XX geraram, e gerariam, em prejuízo do empresariado FOTO: ANDRÉA PIO
Camilo Penna destaca a força política da ACMinas
mineiro, a ACMinas não se furtou de assumir posições. De lá até hoje, essa tem sido a sua cartilha: se for preciso, se há risco para o comércio, indústria, ou qualquer atividade econômica, atua-se na questão política. Não com intuito partidário ou na defesa de facções, mas exclusivamente em favor do meio empresarial e, portanto, econômico.
Assim foi
FOTO: ARQUIVO ACMINAS
que se envolveu na questão política que desaguaria na Revolução de 30, ao garantir solidariedade a Antônio Carlos Andrada, então Presidente do Estado, na sucessão de Washington Luiz. Na esfera sas causas”, diz o ex-ministro, que
No entanto, a ACMinas é
propriamente econômica, bateu-se
destaca também a força política da
uma entidade apolítica, que nas-
na defesa do café de Minas, cujas
entidade: “ela sempre teve muita
ceu com ideais definidos: forta-
exportações haviam caído a níveis
influência e presença forte entre os
lecer seus associados e garantir
alarmantes. Era 1930, quando o
governadores e todos eles sem-
sua participação e importância no
Brasil enfrentaria a crise econômi-
pre tiveram forte ligação com a
cenário econômico. Ao longo de
ca que se deflagrou em todos os
ACMinas”.
sua história, seu papel transcen-
setores da sociedade organizada.
13
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 13
04/03/2011 17:54:37
Primeiros tempos A instalação da CSN em Volta Redonda pelo presidente Getúlio Vargas representou um grande revés para a economia mineira
Em 1932, a ACM se
diplomático entre EUA e Brasil, o
Nos passos desses marcantes
pôs contra a Revolução Consti-
Acordo de Washington, em que
movimentos nacionais a ACMinas
tucionalista de São Paulo. Olegário
o Brasil forneceria aço para os
não ficou ausente. Agiu e reagiu,
Maciel governava Minas. Neste
EUA e países aliados durante a 2ª.
mas sem se limitar a simples mani-
mesmo ano Maciel veio a falecer.
Guerra Mundial em troca da ajuda
festações de aplauso ou contesta-
Estava aberta a questão sucessó-
no desenvolvimento do País em
ção; mais que isso, apresentando
ria, tema naturalmente analisado
tempos de paz. Ainda uma vez
soluções e projetos de ordem institu-
reagiu a ACMinas, em manifesta-
cional para o erguimento da econo-
ções severas, mas o mal já estava
mia mineira, notoriamente acanhada
feito. No entanto, a própria direção
desde o Império, no seu perfil de
da CSN mais tarde reconheceu
estado eminentemente rural. Duas
expressamente que a ACMinas foi
outras unidades da Federação já
participante de relevo no projeto
caminhavam na rota do desenvol-
siderúrgico nacional.
vimento alavancado pela Indústria
Esse ânimo foi a razão de,
e pelo Comércio: Rio de Janeiro
contrariamente a qualquer solução
e São Paulo, principalmente este,
pragmática, a CSN ter sido insta-
um e outro sem perder de vista as
lada em Volta Redonda e não em
atividades agropecuárias; era essa,
Minas, a grande fonte do minério
justamente, a rota a que se propu-
de ferro do país. “Nunca fez sen-
nha Minas, através da ACMinas.
com seriedade pela ACMinas. A
tido colher o minério em Minas e
Enquanto isso, mantinha a luta
ordem, portanto, era pressionar
transportá-lo até o Rio de Janeiro,
recorrente com os órgãos do Poder
Vargas, a quem cabia nomear o
elevando os custos e dificultando
Público, reprovando veemente-
sucessor de Olegário. A indicação
a agilidade do projeto siderúrgi-
mente as medidas governamentais
de Getúlio causou perplexidade
co”, critica Camilo Penna.
de natureza político/administrativa,
nacional: foi nomeado Benedito
Ex-presidente da ACMinas,
e por conseguinte fiscais, que ten-
Valadares, cujo nome nunca este-
entre 1973 e 1976, o advogado
diam a desmerecer e prejudicar as
ve nas cogitações do mundo polí-
José Romualdo Cançado Bahia
atividades empresariais mineiras.
tico. E a crise se agrava. A Aliança
também vê na decisão de Getúlio
Uma dessas lutas foi na salvaguar-
Liberal, o Movimento Integralista e a
uma incongruência administrati-
da da sua própria razão de ser:
chamada Intentona Comunista dei-
va: “A siderúrgica deve estar junto
os governos federal e estadual se
xam aberta a estrada de Vargas no
à fonte mineradora. É o mínimo
uniam para engessar a ACMinas.
rumo do autoritarismo.
que o bom senso indica. Ele
Benedito Valadares, Presidente
No leque das diretrizes eco-
fez isso para beneficiar o genro
do Estado de Minas, pretendeu
nômicas da ACMinas também
dele, que era governador do Rio
interferir na Entidade, vetando o
estava a siderurgia, setor em que
de Janeiro”. Este fato não aba-
nome de Magalhães Pinto para
os interesses de Minas eram aba-
lou os ânimos do empresariado
presidi-la, no que foi barrado
fados por Vargas, culminando com
mineiro. E prossegue Bahia: “Seja
pela atitude firme da Entidade.
a instalação da CSN (Companhia
como for, a CSN foi para Volta
Também foi da ACMinas a ini-
Siderúrgica Nacional), em Volta
Redonda, mas esse fato acabou
ciativa de incluir no anteprojeto
Redonda (RJ), o que representou
reforçando a combatividade da
da CLT (Consolidação das Leis
um grande revés para a economia
ACMinas, que uniu ainda mais o
do Trabalho), os institutos do
mineira. Vale lembrar que a CSN
empresariado mineiro às bandei-
aviso prévio e a demissão sem
nasceu por meio de um acordo
ras da entidade.”
justa causa.
14SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 14
04/03/2011 17:54:38
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 15
15
04/03/2011 17:54:38
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
Ousadia e isenção Minhas sinceras congratulações a esta exemplar instituição mineira, a Associação Comercial de Minas, pelos seus 110 anos de intensas atividades. Em mais de um século, a ACMinas, reconhecidamente uma das mais notáveis e importantes entidades de classe de Minas Gerais e do Brasil, dedica esforços ao crescimento econômico e social de Minas e do país, com ousadia e isenção, transmitindo, de geração a geração, os méritos da tradição e as qualidades da modernidade. Antonio Anastasia Governador de Minas Gerais
16SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 16
04/03/2011 17:54:42
É preciso ter muita saúde para viver 110 anos. A Unimed sabe da importância do trabalho da ACMinas para o desenvolvimento do nosso estado e do nosso país. Parabéns e vida longa.
SUPERE17 www.unimedbh.com.br
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 17 UD045510-ADR_EdicaoEspecial_SUPERE_200x265mm 1
04/03/2011 17:54:45 07/01/11 15:54
Economia FOTO: ISTOCKPHOTO
Com açúcar, sem afeto Findos os tempos de exceção, a palavra de ordem era açúcar, fortemente racionado durante a Segunda Grande Guerra. Curiosamente, o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) preten-
deu, em 1946, racionar o açúcar em Minas, ainda preso em pontos essenciais pelo Governo Vargas, não poucas vezes com a anuência dos governos mineiros. Autarquia Federal, criada em
1933, o IAA controlou a economia canavieira quanto à produção, o comércio, a exportação, os preços e produtos até 1990, quando foi extinto. A política daninha do IAA, entre outras
18SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 18
04/03/2011 17:54:46
Minas enfrentou o preconceito do governo Vargas para ampliar seu parque sucroalcooleiro, que hoje é o segundo do país
medidas, sufocou a produção em Minas ao privilegiar unidades produtoras de cana-de-açúcar de Pernambuco e São Paulo. A propósito desse descaso com Minas, o ex-ministro João
Camilo Penna comenta: “Vargas, já antes do Estado Novo, demonstrava clara má vontade com Minas Gerais que, na Revolução de 30, ficou contra os seus projetos políticos’. A reação enérgica da
ACMinas à atuação do IAA, claramente prejudicial ao desenvolvimento econômico mineiro, teve mobilização nacional em torno da melhoria da produtividade, do transporte e do comércio. A pri-
19
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 19
04/03/2011 17:54:47
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
Economia Presdiente do Siamig/Sindaçucar, Luiz Custódio Martins confirma que a ACMinas teve voz ativa na criação do Proálcool
meira resposta da ACMinas foi a importação do açúcar pernambucano, saindo do Recife para o porto de Angra dos Reis. A resposta não somente enfraqueceu a política do IAA como culminou na abertura de uma agência do Lloyd Brasileiro em Belo Horizonte. A capital mineira passou de simples importadora para um centro de distribuição. Como se não bastasse, a atuação desastrosa do IAA abriu espaço para severas críticas à política econômica do governo. Além da solução prática pela ‘importação’ do açúcar pernambucano, a entidade fez chegar às mãos do Presidente Eurico Gaspar Dutra um documento no qual repudiava a atuação do IAA no Estado e solicitava abertura de inquérito sobre a ação do órgão, sugerindo uma devassa imediata no Instituto. O fantasma de Vargas pairava ainda sobre Minas, que, reconhecidamente, não foi um Estado por ele prestigiado na altura da sua importância político/econômica. Como se já não bastasse a crise que se abatia sobre as usinas mineiras de cana, Vargas, ao implantar a pri-
meira refinaria nacional de petróleo estendeu a já obrigatória mistura de etanol à gasolina, em 5%. Para piorar, com as dificuldades provocadas pela II Guerra, a mistura alcançou patamar de 42%. Depois de tantos prejuízos advindos de intervenção estatal no domínio econômico, que resultou na fixação de preços bem abaixo dos valores apurados e propostos pelo IAA, gerando sérias dificuldades para o setor sucro-alcooleiro mineiro, a luz da esperança finalmente é acesa para os mineiros com o lançamento, em 1975, do Proálcool (Programa Nacional do Álcool). Além de reduzir a dependência nacional em relação ao petróleo importado, o programa tem como objetivo substituir em larga escala os derivados de petróleo. Luiz Custódio Cotta Martins, presidente do Siamig/Sindaçúcar (Sindicato da Indústria do Açúcar e Álcool de Minas Gerais), confirma que a ACMinas teve voz ativa para a implantação do PróÁlcool. “A ACMinas pressionou e incentivou os empresários a constituir sociedades para o fabrico do álcool”, recorda.
Outro incentivo também se deu por parte do governo, ao financiar 70% para a instalação das usinas, a juros baixos e grande período de carência. Luiz Custódio lembra que a derrocada do Proálcool se deu na Nova Republica: “Com o baixo preço do petróleo, a demanda de álcool já não era tão grande e em Minas, 23 usinas foram fechadas”. Custódio destaca ainda que uma das premissas do Pró-Álcool era regionalizar a produção, fora do grande meio consumidor, até como forma de fixar o homem no campo. “As destilarias eram distantes, com pequena produção e se tornaram antieconômicas.” Com tabelas e gráficos à mãos, Custódio mostra que a situação mudou e hoje Minas Gerais é o segundo maior produtor de álcool no Brasil. Com a instalação da Fiat e diante da nova realidade, foi fabricado no Brasil, em 1979, o primeiro carro a álcool, o Fiat 147. Essa incumbência ficou a cargo do então ministro da Indústria e Comércio, o engenheiro João Camilo Penna, com parte das diretrizes do governo João Figueiredo.
20SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 20
04/03/2011 17:54:49
Uma história
de carro a álcool
No final da década de 70, Cloves Mendes testava motores para a Fiat. Estava na rua com um colega, testando um novo modelo, quando o combustível que usavam acabou. Entrou no primeiro boteco que achou e pediu um substituto que os levaria para casa: álcool. Era véspera de eleições, período de “lei seca” e o dono do estabelecimento não quis vender de jeito nenhum. Quando os rapazes disseram que o álcool era para o tanque do carro, aí mesmo é que o comerciante teve certeza que falava com dois bêbados. Casos como esse permeiam a estréia do Fiat 147, o primeiro carro a álcool produzido em série no mundo. “Era empolgante para nós participar daquele momento em que desenvolvíamos um combustível nosso. Só pensávamos que não íamos mais depender do petróleo”, lembra Mendes. O desenvolvimento de um combustível alternativo, renovável e, hoje sabemos, ecológico, não foi um processo fácil. Mas acabou sendo vitorioso e os automóveis movidos ao novo combustível, que respondiam por 0,46% do mercado em 1979 chegaram a representar 95% da produção de automóveis em 1986. E hoje que o mundo acorda para relatórios como o do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) alertando sobre os efeitos do aquecimento global - causados, entre outros motivos, pelo aumento da emissão de gás carbônico (CO2) na atmosfera - o Brasil pode sair na frente, devido a sua expertise na produção do etanol. Sem que a plantação de cana-de-açúcar atinja reservas florestais e outras fronteiras agrícolas, o etanol brasileiro pode substituir 10% da demanda mundial de gasolina em 2025.
21
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 21
04/03/2011 17:54:52
Uma Associação de Minas
FOTO: MARCELO PASSOS / HD
Artigo
Marcelo Cordeiro
O nome da Associação Comercial de Minas
Governo Federal. Desde a década
(ACMinas) talvez seja a maior prova da sua importân-
de 1970 a ACMinas vinha brigando
cia para o Estado. Embora a Associação Comercial
pela ampliação do corredor ferro-
seja de Belo Horizonte, as bandeiras que levantou
viário do Centro Oeste para os
em favor do desenvolvimento, não só da capital,
terminais portuários de Vitória, no
mas de todo o Estado deram à ACMinas grande
Espírito Santo.
importância na maioria dos municípios mineiros, bem como papel de destaque no cenário nacional.
Já na década de 1980 foi modernizado o corredor Capitão
Quem não se lembra de Minas Gerais quando
Eduardo - Costa Lacerda, que via-
vê passar na rua um automóvel Fiat? Hoje a ligação
bilizou o escoamento da produção
Fiat/Minas Gerais é tão estreita que é quase impos-
de grãos, produtos siderúrgicos
“
sível não se associar uma a outra. A implantação da
e cimenteiros. Também nos anos
Fiat em Minas foi apenas uma das bandeiras defen-
80 foi inaugurado o aeroporto de Confins, outra campanha pro-
Por todas as posições que tomou, a relação da ACMinas com a imprensa não poderia ser outra que não o constante diálogo
movida pela associação desde a década de 1970. No
plano
“
ACMinas
nacional,
que
foi
defendeu
a
junto
ao Conselho Interministerial de Preços (CIP) o fim do controle dos preços, o que deu mais agilidade à economia privada, já que
didas pela ACMinas com tamanha relevância que os
na época o PIB estava 70% nas
dois primeiros presidentes da montadora italiana,
mãos do Estado. A integridade do
no Brasil, foram ex-presidentes da ACMinas, Adolfo
território de Minas Gerais se deve
Martins Neves e Miguel Augusto Gonçalves de Souza.
ao esforço da associação em sua
Na década de 1970 a ACMinas talvez tenha sido
campanha para impedir a criação
uma das mais atuantes associações do país. Além da
do Estado do Triângulo.
implantação da fábrica da Fiat em Betim em 1973,
Por todas as posições que
outras bandeiras levantadas pela Associação obti-
tomou, a relação da ACMinas com
veram o mesmo êxito e foram de grande importân-
a imprensa não poderia ser outra
cia para o Estado. Em 1976 foi criada a Açominas,
que
uma verdadeira luta travada pela ACMinas junto ao
Essa é, inclusive, uma das marcas
não
o
constante
diálogo.
22SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 22
04/03/2011 17:54:53
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
da associação: dialogar sempre,
continua atuante, atenta e vigilante no que diz
ouvir sempre, participar ativamen-
respeito aos problemas que afetam a vida da
Marcelo Cordeiro
te do dia-a-dia de Belo Horizonte,
cidade, do estado, do país e da sociedade.
Diretor de Jornalismo,
de Minas Gerais e do país. Ao
Tenho certeza que continuará sempre assim,
completar 110 anos, a ACMinas
até porque agora isso já é uma tradição.
Jornal Hoje em Dia www.PalestradePalestrante.com.br
23
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 23
04/03/2011 17:54:56
Entrevista Roberto Fagundes Presidente da ACMinas
24SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 24
04/03/2011 17:54:57
A ACMinas é a voz do empresário
“
A Associação Comercial nos permite trabalhar em função do outro, é uma segunda família pela qual você passa a viver intensamente
“
Na ACMinas, já é tradição que os vice- Turismo. “Fomos eleitos por unanimidade, o -presidentes sejam indicados a candidatar- que aumentou ainda mais a nossa responsabi-se à presidência. Foi o que aconteceu na lidade ao assumir este compromisso”, observa sucessão de Charles Lotfi, que conduziu com Fagundes, que não economiza elogios ao maestria um processo que desaguou na esco- seu antecessor. “O presidente Charles teve a lha, por consenso, do empresário do setor sabedoria de dar continuidade ao seu trabade Turismo Roberto Fagundes, há 23 anos lho e não causar nenhum tipo de divergência na entidade, onde já foi diretor, vice-presi- dentro da casa”, afirma o novo presidente da dente e presidente de conselhos como o de ACMinas. E completa: “quem convive com o Assuntos Internacionais, Política Urbana e Charles não consegue deixar de admirá-lo”.
25
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 25
04/03/2011 17:55:01
Entrevista
Revista ACMinas
determinados compro-
começa a notar que, em
tipo de remuneração e é
O Senhor falou em
missos ou obrigações.
todas as áreas, todos
nossa obrigação desen-
alguns
momentos
Você chega no horário
os segmentos, todos os
volver
sobre a responsabili-
previsto, dá seqüência
locais, todos os eventos
trabalho pela história
dade em aceitar este
à reunião, encontro ou
em que você compare-
da entidade e pela atu-
convite. Como é este
evento e, ao seu térmi-
ce, há um respeito muito
ação que ela tem den-
sentimento, qual é o
no, volta para suas ati-
grande pela Associação
tro da comunidade. Eu
peso desta responsa-
vidades na empresa ou
Comercial. É isso me dá
sou de Belo Horizonte,
bilidade?
negócio, pois você está
um orgulho muito gran-
nascido e criado aqui.
um
excelente
Foi aqui que constitui família e carreira e tenho um compromisso com a cidade. É o mínimo que podemos fazer por esta cidade que tanto nos deu na sua vida profissional. Quero me doar para fazer o melhor possível junto aos associados
da
ACMinas,
pois assim estaremos também ajudando no desenvolvimento de Belo Horizonte e de Minas. Revista ACMinas E como é a responsabilidade de suceder Charles Lotfi? Roberto FagundesÉ
responsabilidade
extremamente grande porque o Charles - eu costumo brincar chamando-o de embaixador - é uma figura impar. Quem convive na Casa como voluntá-
de, de a ela pertencer, e
com ele não consegue
Roberto Fagundes-
rio. Quando assume a
é uma responsabilidade
deixar de admirá-lo. E
Quando você trabalha
responsabilidade de pre-
enorme, principalmente
ele realmente implan-
na Casa, ou quando
sidir uma entidade do
por ser uma atividade
tou um trabalho dentro
você frequenta a Casa,
tamanho e da dimensão
de doação. Aqui você
da Associação, prin-
você
da nossa Associação,
trabalha sem nenhum
cipalmente no fortale-
responde
por
26SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 26
04/03/2011 17:55:03
cimento muito
institucional,
acentuado.
A
senhor frente à presi-
ceito e a visão que eles
incrementar nosso SAC
dência da ACMinas?
têm da Casa e tentar
(Serviço de Atendimento
fazer um consenso de
ao Cliente). Estamos
casa conquistou uma respeitabilidade muito
Roberto Fagundes-
tudo o que ouvimos. A
recuperando
grande em todos os
Desde a minha entra-
partir daí, começamos a
nosso mailing também,
planejar o que pretende-
não só o dos asso-
mos fazer nesta gestão.
ciados, mas de todos
Estamos fazendo um
aqueles que têm um
novo planejamento de
relacionamento com a
atuação da Casa, um
Casa. Estamos traba-
planejamento
interno,
lhando muito na parte
pontuando uma série de
de melhoria do nosso
coisas que são impor-
sistema de informática.
tantes para a nossa evo-
Pretendemos dar mais
lução. Nós queremos
agilidade ao nosso site
muito colocar a casa no
e também entrar em
século XXI, fazendo dela
todos os sistemas de
uma
redes sociais. Enfim,
“
Fomos eleitos por unanimidade, o que aumentou ainda mais a nossa responsabilidade ao assumir este compromisso
“
setores. Aprendi muito
instituição
mais
moderna, mais ágil e
estamos
todo
o
procurando
isso passa por diversas
colocar a casa mais
com ele nesses últi-
da, no dia 10 de janei-
áreas e departamentos.
voltada para os asso-
mos quatro anos e,
ro, procurei conhecer
Queremos nos aproxi-
ciados, sem nos esque-
como bom aluno que
a casa. Para isto, nada
mar mais do associado
cer do lado institucio-
sou, vamos tentar seguir
melhor do que conver-
e, ao mesmo tempo,
nal e da posição que a
todas as diretrizes que o
sar com as pessoas que
mostrar o quanto a Casa
Associação ocupa no
nosso mestre estabele-
a conhecem bem. Nos
pode lhe ser útil e lhe
cenário da cidade e do
ceu. Evidentemente que,
primeiros 30 dias, fomos
servir. Estamos procu-
Estado.
a partir do momento
só ouvidos. Conversei
em que se muda uma
com todos os membros
presidência
uma
da diretoria executiva,
diretoria, é comum que
todos os vice-presiden-
surjam novas ideias,
tes, todos os conselhei-
novos pensamentos e
ros, todos os presiden-
novas intenções. Mas
tes dos conselhos, com
nós pretendemos dar
varias pessoas da casa.
“
Queremos colocar a casa no século XXI, fazendo dela uma instituição mais moderna e mais ágil
continuidade a tudo de bom que o Charles fez
Revista ACMinas
e que foi praticamente
Com o intuito de rece-
toda a gestão dele.
ber sugestões....
Revista ACMinas
Roberto Fagundes-
E quais foram, neste
Exatamente. De ouvir
início de gestão, as
deles a suas experiên-
principais ações do
cias, descobrir o con-
“
ou
rando dar mais agilida-
Revista ACMinas
de aos nossos diversos
Existe alguma ação
departamentos para que
especifica ou um seg-
o associado tenha mais
mento estratégico a
facilidade de interação
ganhar mais atenção
conosco.
nessa gestão?
Queremos
27
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 27
04/03/2011 17:55:03
da Conspiração Mineira
um visgo que é inexpli-
Roberto Fagundes-
Nós estamos ainda con-
pela Educação. É um
cável, pois a partir do
A ACMinas é uma casa
ceituando todos os pro-
projeto do Charles ao
momento que entra na
de representação, ela é
jetos, mas sem dúvida
qual vamos dar todo o
Casa, você tem muita
a voz que o empresário
o Custo Brasil receberá
apoio e continuar tra-
dificuldade em conseguir
tem para defender seus
grande atenção. Não
balhando para que ele
se desligar dela. Apesar
interesses. É muito difícil
cresça e se fortaleça.
de ter a denominação
expressar as suas ideias,
podemos estar alheios a ele. Pretendemos fazer um fórum, o mais rápido possível, trazendo pessoas que tenham expertise
no
assun-
to. Pretendemos estar sempre
em
contato
com Brasília para levar as sugestões e reivindicações do empresário e trazer de lá nossos
“
sugestões e dificuldades individualmente,
legisladores para que eles ouçam e discutam com nossos associa-
em
qualquer negócio e em
A Associação Comercial é uma casa de representação, ela é a voz que o empresário tem para defender seus interesses
qualquer nível, do micro ao macro empresário. A partir do momento
“
Entrevista
Roberto Fagundes-
em que o empreendedor entende que dispõe de uma entidade com o porte, peso e credibilidade da Associação Comercial, ele passa a ver que existe um guarda chuva protetor para
dos temas como este
Revista ACMinas
“comercial” em seu nome,
a sua causa; ele des-
do Custo Brasil, que é
O que a ACMinas
ela atua praticamente em
cobre que existe uma
de extrema importância
representa para você
todos os segmentos ati-
força maior que vai se
para o desenvolvimen-
como empresário?
vos do mercado e isso
interessar pelo assunto
nos permite estar sempre
dele, que vai lutar pelo
empresarial. Dentro das
Roberto Fagundes-
em contato com pes-
desenvolvimento do seu
ações de planejamento
A nossa vida profissional
soas, com momentos
negócio. E quando você
interno da casa, procu-
exige muita dedicação
e situações novas. Sair
compra essa idéia, você
raremos dar mais força
ao nosso dia-a-dia, ao
para representar a casa
luta por ela e obtém
aos nossos meios de
nosso ganha pão, dei-
é algo muito interessan-
sucesso. Isso traz uma
divulgação. Queremos
xando poucas oportuni-
te, pois você se atuali-
satisfação indescritível.
repaginá-los para que
dades para nos dedicar-
za e conhece pessoas
eles possam ter mais
mos a questões sociais,
fantásticas. É um orgu-
Revista ACMinas
influência e abrangên-
para pensar e desen-
lho muito grande, uma
O que o associado
cia. Nós acreditamos
volver ferramentas capa-
satisfação
pode esperar do novo
que nos próximos três
zes de ajudar outras
profissional enorme fazer
meses
estaremos
pessoas. A Associação
parte da Associação
projetos
Comercial nos permite
mais consolidados e em
trabalhar em função do
Revista ACMinas
Muita luta, muita vonta-
condições de colocá-los
outro, é uma segunda
E qual é a importân-
de e muita garra. Muito
a disposição de todos.
família pela qual você
cia da entidade para
interesse em poder ser-
Queremos também dar
passa a viver intensa-
a classe empresa-
vir e, principalmente,
continuidade ao projeto
mente. A ACMinas tem
rial?
acertar.
to do nosso trabalho
com
já esses
pessoal
e
presidente? Roberto Fagundes-
28SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 28
04/03/2011 17:55:04
29
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 29
04/03/2011 17:55:05
Mineração
A maior produtora de minério do mundo Assim como a CSN, a Vale
sociedade anônima criada com
do Rio Doce nasceu também
capital misto, em junho de 1942,
em decorrência dos chamados
pelo Presidente Getúlio Vargas,
Acordos de Washington. Na nova
com controle acionário do governo
30SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 30
04/03/2011 17:55:10
FOTO: ARQUIVO VALE
31
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 31
04/03/2011 17:55:14
Mineração
federal. Naquela ocasião, a CVRD
governo brasileiro, na época capita-
encampou as atividades desenvol-
neado pelo presidente Dutra, assu-
vidas no eixo Minas Gerais - Espírito
me a gestão do controle da CVRD
Santo por sucessivas companhias
e reformula seu estatuto, consoli-
estrangeiras, que anteriormen-
dando-a como agência de gover-
te exploravam, comercializavam,
no, com o objetivo de geração
transportavam e exportavam miné-
de desenvolvimento econômico,
rio de ferro no Brasil.
montando operações, integrando
Em maio de 1942, o então presidente da ACMinas, Lauro
mina, ferrovia e porto, nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
Gomes Vidal, lembrou, em dis-
Com uma área de atuação a
curso, a importante colaboração
princípio concentrada em torno das
da entidade para a efetivação da
jazidas de ferro de Minas Gerais,
empresa. Ainda em setembro de
a CVRD com o tempo passou a
1937, a ACMinas havia divulga-
operar também na região amazôni-
do um parecer, cujas conclusões
ca, onde se localizam as jazidas de
indicavam os meios de o nosso
Carajás, no sul do Pará.
Estado abastecer os mercados norte americanos de minérios de
Privatização de resultados Das privatizações realizadas
ferro e manganês. teve
no Brasil durante década de 90, tal-
grande repercussão no país, se
vez nenhuma tenha rendido tantos
aprofundou em questões como a
e tão positivos resultados quanto
necessidade de aparelhamento da
a Companhia Vale do Rio Doce,
Estrada de Ferro Central da Brasil e
hoje Vale S/A, uma das empresas
sua autonomia administrativa, além
mais admiradas do país, com
da remodelação da Vitória a Minas,
presença consistente na econo-
seguindo Gomes Vidal, “elemen-
mia de Minas Gerais e nacional
tos vitais para o escoamento das
e, também, operações em outros
imensas reservas minerais do Vale
38 países dos cinco continentes.
O
documento,
que
do Rio Doce e de outras opulentas regiões do Estado”.
A Vale é hoje líder mundial na produção de minério de ferro
A diretoria da companhia, pre-
e pelotas e segunda minerado-
sidida pelo mineiro Israel Pinheiro,
ra diversificada do mundo e a
foi composta de cinco diretores,
maior em valor de mercado das
sendo dois norte-americanos liga-
Américas. Com 115 mil empre-
dos ao Eximbank, o que demons-
gados, entre próprios e terceiros,
tra ter sido a criação da CVRD
é, ainda, a primeira mineradora
uma concessão do governo norte-
ocidental a ter suas ações nego-
-americano, embora o domínio da
ciadas na bolsa de Hong Kong,
exploração pertencer, na época,
uma conquista que revela a soli-
aos ingleses, através da empresa
dez e competitividade da com-
Itabira Iron Ore Co.
panhia, conquistada nos últimos
Somente em 1952 é que o
13 anos.
32SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 32
04/03/2011 17:55:16
Um negócio que vai bem A compreensão da finitude do negócio extração mineral e da importância de lidar com a diversidade cultural dos países em que atua para gerar resultados a curto, médio e longo prazos para essas comunidades são dois princípios básicos do modelo de gestão da Vale, em um sistema global que tem adaptações locais. O negócio Vale vai bem. Em 2010, mais uma vez, a empresa ocupou posição de liderança nas exportações de Minas Gerais. Entre janeiro e novembro, a mineradora respondeu por 37,1% dos embarques do Estado, tendo gerado divisas que somaram, US$ 10,367 bilhões, ante US$4,896 bilhões em idêntico período de 2009. Um crescimento de 111,7%. As previsões econômicas para os próximos anos são positivas no que se refere ao aumento da demanda por commodities, a base da economia de Minas Gerais. E a Vale, neste contexto, tem muito a ganhar. Para tanto, além de investir na qualidade dos seus gestores, em formação de mão de obra conectada com a cultura da organização e, ainda, em programas de estágio e trainees que garantam a continuidade da empresa, há projetos ousados para estudar o futuro da atividade extrativa, para torná-la cada vez mais eficiente e sustentável. O Instituto Tecnológico Vale (ITV) é um dos projetos FOTO: ARQUIVO VALE
mais importantes da companhia, idealizado para ser fonte de geração e difusão de conhecimentos científicos inovadores por meio da pesquisa científica e da pós-graduação dos profissionais nas áreas afins do negócio. Das três unidades a serem construídas nos próximos anos, uma será implantada em Ouro Preto. A de Belém, no Pará, já está em andamento. Falta, ainda, a de São José dos Campos (SP). Em parceria com fundações de Amparo à Pesquisa dos Estados de Minas Gerais (Fapemig), Pará (Fapespa) e São Paulo (Fapesp), a empresa criou um programa de pesquisa científica e tecnológica para áreas ligadas a mineração. Além de gerar conteúdo para seu processo de melhoria contínua – outro diferencial competitivo da Vale – a companhia também reduz a longa distância entre a academia e o setor produtivo nacionais, um passo definitivo para fortalecer, no Brasil, a cultura da inovação.
33
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 33
04/03/2011 17:55:18
Energia
A Cemig veio para criar riqueza e não iluminar pobreza
O episódio Volta Redonda
projetos - como a instalação do
de 50 se iniciava, JK assumia o
ainda estava atravessado na
Parque Industrial de Contagem,
Governo do Estado e em breve
garganta quando o empresa-
uma forma de apressar a indus-
implantaria seu Plano de Metas
riado mineiro, capitaneado pela
trialização no Estado, e a criação
ancorado no binômio energia/
ACMinas, deu a volta por cima
da CEMIG (Centrais Elétricas de
transporte. Até então cabia à
e passou a cuidar de novos
Minas Gerais S/A).
Companhia Força e Luz de MG,
A década
34SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 34
04/03/2011 17:55:18
FOTO: ARQUIVO CEMIG
tando o desenvolvimento indus-
tivo da companhia energética
trial do Estado.
que viu crescer, João Camilo
No
início
do
Governo
Penna conta que “ao assumir o
Kubitschek, a ACMinas em-
governo, JK chamou dois plane-
punha a bandeira da criação
jadores de sua confiança: Julio
de uma holding para incorporar
Soares, aliás, médico particular
as usinas particulares de ener-
do Presidente e homem dota-
gia elétrica, então disseminadas
do de grande senso estratégico,
pelo Estado. Era o embrião da
mais o engenheiro Lucas Lopes.
atual CEMIG. É da mesma época
A eles incumbiu os trabalhos de
o esforço da Entidade para a
criar uma grande empresa de
criação da Usina de Três Marias,
capital privado, com ações ordi-
“
A ACMinas empunha a bandeira da criação de uma holding para incorporar as usinas particulares de energia elétrica: era o embrião da Cemig
“
campo onde já tivera a expe-
nárias, que agisse e se compor-
riência de empalmar o projeto
tasse como empresa de capital
congênere de Itutinga.
privado, mas da qual o Estado
O ex-ministro João Camilo
tivesse o controle. O texto dessa
Penna confirma que a ACMinas
incumbência está exposto na
sempre teve papel importan-
ante-sala da presidência da
te de liderança na formulação
Cemig”, reforça Penna.
dos grandes temas em Minas
Como JK queria resulta-
Gerais. Comenta também que
dos imediatos, Lucas Lopes
a ACMinas já fazia articulações
levou o assunto até a ACMinas.
para a criação de uma grande
Amparada pela sua expertise
empresa elétrica em MG. “O
técnica, o tema foi acolhido com
trabalho da ACMinas pela livre
muita vibração. “O pessoal da
iniciativa, na busca de empresas
ACMinas defendeu essa tese
concessionária da Electric Bond
sediadas em Minas,
isto tudo
com muita ênfase, pois coincidiu
and Share o fornecimento de
foi importante para crescer e
com o que o Lucas Lopes queria:
energia, mas desde 1930 o seu
consolidar a nossa empresa de
somente pessoal técnico para a
desempenho era precário, não
energia elétrica. A Cemig é muito
Cemig”, recorda João Camilo
atendia às necessidades da
grata à Entidade”, ressalta.
Penna, aos 84 anos, dono de
cidade e seus entornos, dificul-
Hoje no Conselho Delibera-
uma simplicidade franciscana e
35
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 35
04/03/2011 17:55:18
das mais importantes concessio-
República, é preciso reconhe-
da empresa da qual foi o enge-
nárias de energia do Brasil. Ela
cer: “a medida era necessária e
nheiro de registro número 01 e
cresceu extensamente venden-
urgente; afinal o estrangulamen-
que presidiu entre 1969 e 1975.
do ações lá fora e ¾ do seu capital
to das indústrias situadas naque-
Ao recordar o plano elaborado
estão em mãos privadas, com
les estados seria um desastre
para montar e organizar a Cemig
mais de 100 mil acionistas espa-
econômico.
e ressaltar sua importância atual
lhados em todos os continentes,
Mas em troca, Juscelino,
sempre repete e se remete a
com papeis altamente negociáveis
cumprindo a sua promessa,
uma frase de Lucas Lopes: “a
nas bolsas de Nova York e Madri”.
deu Três Marias de presente
Cemig veio para criar riqueza e
E continua: “Pelo seu excelente
à CEMIG para compensar um
não para iluminar pobreza”.
desempenho, a Cemig integra,
pouco essa troca de energia”,
O plano, que contou ainda
por 10 anos consecutivos, a car-
esclarece. João Camilo recor-
com apoio técnico de dois espe-
teira do Dow Jones Sustainability
da que a ACMinas não só foi
cialistas no ramo, John Cotrin e
World Index – DJSI World, sendo
asperamente
Mauro Thibau, consistia em bus-
a única empresa do setor elétrico
como lutou muito e pressionou
car, primeiro, um grupo de cida-
da América Latina a fazer parte
o Governo Federal para a cria-
des mais densas e mais ricas
deste Índice internacional, desde
ção de São Simão. “A Cemig
para nelas gerar lucro; depois,
a sua primeira edição, em 2000”,
havia descoberto o local e feito
as menos densas e menos ricas,
finaliza.
os estudos para construção de
“
contra
Furnas,
Furnas, portanto ela era propriedade da CEMIG”. E destaca:
A Cemig cobre mais de 90% do território mineiro e é uma das mais importantes concessionárias de energia do Brasil Percalços
“
que não dessem lucro, mas
“Seja como for, de tudo resultou
também não fossem deficitárias,
Mas nem tudo foram flores
para, finalmente, chegar às cida-
para a consolidação da Cemig,
des que davam prejuízo. “Assim,
que numa manobra elaborada
como forma de compensar o
por JK, tirou parte da energia de
lucro das primeiras, a Cemig
Furnas para salvar SP e RJ, que
chegou em todo o Estado”, diz.
corriam sério risco de raciona-
Ao folhear o Relatório de 2009
mento. Como se não bastasse,
da Cemig – da qual integra o
a Companhia de Furnas passou
Conselho Deliberativo - João
a ser administrada diretamen-
Camilo Penna elogia o desem-
te pelo Governo Federal. Para
penho da empresa.
João Camilo Penna, que presi-
“A Cemig cobre mais de
diu Furnas de 1985 a 1989, do
90% do território mineiro e é uma
ponto de vista da Presidência da
mais tarde um grande benefício para Minas, que foi o financiamento da Usina de São Simão, a maior usina mineira e o maior orgulho da Cemig”.
FOTO: ARQUIVO CEMIG
Energia
memória invejável. Ele se orgulha
36SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 36
04/03/2011 17:55:20
AD Vero
Para acompanhar o sucesso da ACMinas no 110, a Vero Brasil ligou as ideias no 220.
Parabéns ACMinas: 110 anos de energia. É Vero!
Brasil comunicação AD Vero ACMinas 1 REVISTA SUPERE110 110anos.indd anos ACMinas.indd 37
Av. Prudente de Morais, 44 - 3º andar Cidade Jardim - 30380-000 - Belo Horizonte/MG Tel.: 55 31 3344-2844 • www.verobrasil.com.br
37
SUPERE
04/03/2011 04/03/2011 17:26:19 17:55:20
Energia FOTO: ARQUIVO CEMIG
Cemig
eficiĂŞncia e sustentabilidade
38SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 38
04/03/2011 17:55:20
A única empresa do setor elétrico da América Latina a fazer parte da carteira do Índice Dow Jones de Sustentabilidade – DJSI – é a mineira Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Em 2010, além de ser confirmada em um dos mais seletos grupos do mundo, a organização também foi selecionada para compor o Índice Carbono Eficiente (ICO2), desenvolvido pela BM&FBovespa e pelo Banco Nacional e Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Esse novo indicador sinaliza para os mercados de capitais nacional e internacional que o Brasil e as suas empresas listadas nas bolsas de valores estão alinhadas com as mais avançadas discussões sobre mudanças climáticas. O Índice Carbono Eficiente é composto pelas ações das 50 empresas mais negociadas na bolsa que aderirem a essa iniciativa e que controlarem a emissão de gases de efeito estufa. No caso da Cemig, na nova carteira do Índice Carbono Eficiente para o período 2010/2011, houve aumento de participação em relação ao IBrX-50 de 1,196% para 2,275%, um percentual que corresponde a 53,8% do peso das ações da empresa do setor elétrico no ICO2. Falar na companhia, mesmo no tempo presente, é reafirmar que ela continua na vanguarda em todos os sentidos.
39
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 39
04/03/2011 17:55:20
FOTO: ARQUIVO CEMIG
Energia FOTOS: ARQUIVO PESSOAL
Apenas em Minas Gerais, a Cemig, empresa mista de capital aberto controlada pelo Governo do Estado, com ações listadas no Bovespa, Nova Iorque e Madri (Latibex) e valor de mercado de R$ 20 bilhões, responde pelo fornecimento de energia elétrica para 20 milhões de pessoas – ou 7 milhões de clientes - em 774 municípios. Para tanto, utiliza a maior rede de distribuição de energia elétrica da América do Sul, com 400 mil quilômetros de extensão. Como uma das principais geradoras do país, seu parque é formado por 64 usinas hidrelétricas, térmicas e eólicas, o que contribui para que o Brasil mantenha a sua matriz energética limpa e sustentável. A expansão da economia brasileira e, também, mineira e a necessidade de ampliar o seu mercado de atuação – constituída por 49 empresas e dez consórcios, a Cemig responde por 12% do setor no país, com negócios em Minas, em outros 19 Estados e Distrito Federal
e também no Chile – é o que justifica os investimentos de R$ 2,5 bilhões nos próximos dois anos, para a expansão e manutenção dos ativos, nas áreas de geração e transmissão de energia. As negociações devem ser concluídas até o primeiro trimestre de 2011. O presidente da empresa, Djalma Bastos de Morais, afirma que o projeto de expansão da Cemig tem foco certo: torná-la a maior do setor de energia elétrica no Brasil. “O crescimento da Cemig, nos últimos anos, tem sido extraordinário, mas é conduzido de forma sustentável. É importante para nós esta expansão, mas sem
deixar de olhar para as nossas raízes e para o mercado de Minas Gerais. Afinal, a Cemig nasceu em Minas e se consolidou neste estado”, ressalta. Para o executivo, o sucesso da Cemig está no equilíbrio de ser uma empresa rentável, segura e voltada para ações de responsabilidade e preservação do meio ambiente. Além da tecnologia, a previsão de investimentos em pesquisa e desenvolvimento para 2011 é de R$ 30 milhões. A empresa conta com um quadro de 8.900 funcionários capacitados, admitidos mediante aprovação em concurso público.
Projeto de expansão da Cemig tem como foco torná-la a maior do setor de energia elétrica no Brasil, garante o presidente da empresa, Djalma Morais
40SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 40
04/03/2011 17:55:21
.art.br ojetomemoria Fonte: www.pr
FOTO: A
Energia e transporte A Cemig foi criada durante o governo JK para sustentar a industrialização de Minas
JK chegou ao governo de Minas com
portes aéreos, revelando em JK um apaixonado
um programa que se chamava “binômio energia
pela aviação: ao termo de seu mandato, havia em
e transporte”. O principal objetivo – promover a
Minas 75 campos de pouso capazes de receber
industrialização de um estado até então conde-
aviões de porte médio.
nado à agricultura e à pecuária – seria alcançado
O setor da agricultura ganhou uma empre-
com a criação de empresas energéticas regionais
sa, a Fertilizantes de Minas Gerais (Fertisa), para
e ao seu entrosamento delas numa holding, as
produzir adubos com a apatita de Araxá e o
Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig).
potássio de Poços de Caldas. A pecuária viu
A eletrificação do estado, graças à construção
surgir a Companhia de Frigoríficos de Minas
das usinas de Salto Grande, Itutinga, Paredão e
Gerais (Frimisa). Foram construídos 120 postos
Pandeiros, entre outras, e à ampliação da usina de
de saúde, 137 escolas e 251 pontes, ao mesmo
Pai Joaquim permitiu a instalação, em Contagem,
tempo em que se criavam conservatórios de músi-
nas imediações de Belo Horizonte, de uma usina
ca e faculdades de medicina, direito, farmácia,
siderúrgica do grupo alemão Mannesmann.
odontologia e belas-artes.
No outro item do binômio, os transportes, o
Visíveis para além das fronteiras de Minas, as
governo JK construiu dezesseis estradas-tronco
realizações de seu governo permitiram a JK rea-
– mais de 3 mil quilômetros –, permitindo inte-
lizar voo mais alto, que o faria pousar no Catete,
grar as regiões de Minas e facilitando o acesso
sede da presidência da República – o “Palácio das
a outros estados. Cuidou-se também dos trans-
Águias”, como era então conhecido.
41
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 41
04/03/2011 17:55:22
Entrevista Rondon Pacheco Ex-governador de Minas Gerais
42SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 42
04/03/2011 17:55:25
Um governo desenvolvimentista O ex-governador de Minas lembra um período em que o Estado cresceu integrando os esforços do poder público e do empresariado, reunido em entidades como a ACMinas
Rondon Pacheco foi governador do Estado trou os bastidores da instalação da Fiat em entre 1971 e 1975, escolhido de forma indireta Minas, além de lembrar nomes do empresariapelo regime militar. Exerceu também seis man- do mineiro que contribuíram para o desenvoldatos como deputado federal e um estadual, vimento do Estado. Mencionou e deu destaque sendo o último no período de 1982 a 1986, ao papel da Associação Comercial de Minas na Câmara Federal. Aos 91 anos de idade, ele Gerais como uma das entidades importantes foi entrevistado pela revista ACMinas/SUPERE nesse processo. em seu apartamento no centro de Uberlândia, onde reside atualmente.
O último cargo público que ocupou foi como membro do Conselho Deliberativo do
O ex-governador falou sobre seu governo, BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas a visão desenvolvimentista da época e mos- Gerais), que deixou recentemente.
43
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 43
04/03/2011 17:55:27
Entrevista
Revista ACMinas
de frustração de não
Revista ACMinas
integral apoio para a
- Durante seu gover-
termos uma indústria
E
iniciativa.
no (1971/1975) teve
automobilística,
resultados dessa via-
início um processo
que todas as indús-
efetivo
trias iam para São
de
indus-
por-
quais foram os
gem?
Revista ACMinas Como se deu esse
trialização de Minas
Paulo.
Gerais. O que desen-
feito algumas tenta-
Bom,
uma
da Fiat em Minas? As
cadeou esse proces-
tivas e elas se frus-
audiência com o sau-
dificuldades e resis-
so e quais as par-
travam.
doso Giovanni Agnelli,
tências foram grandes?
cerias
Minas
tinha
Rondon Pacheco tivemos
projeto de instalação
que
foram
Ao assumir o gover-
presidente da Fiat e
importantes
para
no fiz o compromis-
expus a ele a grande
modernizar a eco-
so com a sociedade
aspiração que tínha-
Rondon Pacheco
nomia
mineira, com a vida
mos de ter em Minas
Um processo desses é
empresarial
uma
auto-
lento porque depende
mobilística. Eu estava
de se organizar uma
credenciado pelo pre-
estrutura para milhares
sidente Médici (Emílio
de empregados, para
Garrastazu Médici) para
uma produção muito
conversar
grande. Na ocasião, a
mineira
“
na
época?
minei-
Ao assumir o governo, fiz o compromisso com a sociedade mineira, com a vida empresarial mineira, de trazer uma indústria automobilística para o Estado
indústria
com
ele.
Agnelli ponderou a boa
imprensa
intenção e o apoio do
em editoriais que Minas
presidente Médici, mas
aspirava muito trazer a
me disse que dificilmen-
Fiat, mas que não tinha
te levaria a Fiat para o
estrutura,
Brasil. Ele disse que era
indústria de autopeças,
algo que sempre quis,
por exemplo.
lembrou de sua amiza-
Mas o próprio presi-
de com o presidente
dente da Fiat dizia para
Juscelino
Kubitschek
não me impressionar com isso, pois se con-
comentava
não
tinha
“
Rondon Pacheco
ra e principalmente
e a impossibilidade de
Realmente foram muito
com a Associação
levar a Fiat para o Brasil
seguíssemos
expressivas e signifi-
Comercial
a
durante o seu governo,
a Fiat em Minas, as
cativas as iniciativas
Federação
das
em razão da reserva de
indústrias de autope-
naqueles
Indústrias, de trazer
mercado das empresas
ças viriam automatica-
tempos, nos idos de
uma indústria auto-
existentes. Lembrei a
mente.
1971. O Brasil vinha
mobilística
o
ele que o país havia
mas resistências. Foi a
experimentando uma
Estado. Conseguimos
mudado, passava por
Turim uma comissão
desenvolvimen-
um contato com a Fiat
uma fase exuberante
de descendentes ita-
tista da industrializa-
italiana e para lá fui
de desenvolvimento e
lianos de São Paulo,
marcadamente
em companhia do meu
já era apontada como
de famílias tradicionais,
São Paulo, que era até
futuro secretário de
a oitava economia do
buscando indicar o seu
então o pólo existen-
Indústria e Comércio,
mundo. No final Agnelli
Estado para a instala-
te. Em Minas Gerais
Francisco
me disse que eu pode-
ção da fábrica. Mas o
ria contar com o seu
Giovanni foi muito exato
tomadas
fase ção,
tínhamos uma gran-
e
para
Noronha,
ex-diretor da Cemig.
montar
Houve algu-
44SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 44
04/03/2011 17:55:27
com os compromissos
eu precisava de uma
retorno e criar condi-
ca de rações, instala-
assumidos com Minas
pessoa que tivesse em
ções para a fixação da
da na cidade de Pouso
Gerais. Eram freqüen-
contato constante com
juventude universitária
Alegre,
fábrica
de
tes as conversas, as
a vida econômica e
em Minas.
transformadores,
em
visitas, os estudos e os
industrial do Estado. O
Foram inúmeras as ini-
Contagem e fábrica de
levantamentos. Para a
Dr. Adolfo foi exemplar
ciativas. Trouxemos a
motores da Fiat, tam-
assinatura do acordo
no seu trabalho e esse
General Motors com a
de interesses - o joint
projeto vem alcançan-
fábrica de caminhões e
venture- levamos quase
do o maior êxito até
tratores, a Krupp alemã.
três anos.
hoje.
Eu corri toda a Europa,
Revista ACMinas
Revista ACMinas
fui à Itália, à Alemanha e ao Japão, fazendo
O empresariado mi-
Como se deu a ini-
justamente essa divul-
-neiro também com-
ciativa de criar um
gação. Cito o exem-
partilhou e participou
ambiente
favorável
plo da Usiminas. Fui à
desta visão desen-
aos
investimentos
Alemanha em compa-
volvimentista?
internacionais
no
nhia do presidente da
Estado e sua rela-
empresa, Amaro Lanari
Rondon Pacheco
ção com o comércio
e do seu vice-presiden-
Eu procurei trabalhar
exterior?
te, Luiz Verano, para
na sociedade mineira
manter um contato com
todas aquelas fontes
Rondon Pacheco
mais ativas e progres-
Estava
sistas, no sentido de
Minas o Instituto de
buscar apoio para uma
Desenvolvimento
que é hoje uma das
cresceu muito. Naquele
iniciativa desse vulto.
Industrial e eu aumen-
mais fortes do nosso
tempo o nosso PIB
Quando se estabele-
criado
em
a Ferrostaal e instalar
bém em Contagem.
dentro da Usiminas a
O setor primário, na
indústria
mineração,
mecânica,
também
tei a sua estrutura com
Estado.
Ainda tive o
(Produto Interno Bruto)
ceu que Minas teria a
a
Cemig,
destino, depois de ter-
foi de 14%, enquanto o
presidência da indústria
BDMG
do país estava em 10%.
ajuda
da
entidades
minar o meu governo
a ser criada, eu tive
paraestatais. O leque
de ser convocado pelo
o cuidado de convi-
e
para a arregimentação
presidente Geisel para
Revista ACMinas
dar o presidente da
dos investimentos em
presidir a Usiminas e
A
Associação Comercial
Associação
Minas estava carente
lá estive por sete anos,
Comercial de Minas
de Minas, Adolfo Neves
de iniciativas industriais,
consolidando a segun-
completa esse ano
Martins da Costa, para
que os índices demons-
da e terceira fases de
110 anos de existên-
ser o primeiro presiden-
travam. Por exemplo,
expansão da empresa.
cia. Que conselhos o
te da Fiat no Brasil. A
a
Criamos
escolha deveu-se primeiramente à idonei-
Minas
senhor daria para o
estava indo para os
todo um sistema cons-
empresariado mineiro na atualidade?
juventude
mineira
em
grandes centros - São
trutivo e motivador das
dade de sua pessoa
Paulo e Rio – buscando
iniciativas, juntamente
e à sua liderança na
trabalho e isso refletia
com entidades como a
Rondon Pacheco
Associação Comercial.
na sociedade mineira.
Associação Comercial.
Primeiro, tenho pela
Minas ia fazer um inves-
Tínhamos a responsa-
Entre outros exemplos,
Associação Comercial
bilidade de fazer esse
podemos citar a fábri-
de Minas o maior apre-
timento muito grande e
45
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 45
04/03/2011 17:55:29
Entrevista
fecundos, fomentan-
Revista ACMinas
somos uma nação
colaboração na implan-
do o desenvolvimen-
Como o senhor vê
emergente e as nos-
tação da Fiat no Estado,
to e a produção de
o futuro do país e
sas
na pessoa de Adolfo
forma integrada com
o que acha neces-
estão
Neves
da
as demais entidades
sário
que
também essa gran-
Costa, mas de outros
empresariais, e esse
possamos avançar
de força tecnológica
nomes como o Lúcio
trabalho deve con-
mais e nos creden-
desenvolvimentista.
tinuar.
ciar para estarmos
O que nós precisa-
Tenho também maior
no rol dos países
mos é incrementar
Comercial), o Paulo
reconhecimento pelo
mais
a educação e reali-
Vieira, que foi meu
trabalho
dos do planeta?
secretário de Plane-
dente que acaba de
jamento e Francisco
concluir seu manda-
Rondon Pacheco
universidades para
Noronha, secretário de
to, Charles Lotfi, e os
Creio
fornecer os melho-
Indústria e Comércio.
demais dirigentes da
mente
ACMinas.
do Brasil. Que nós
ço, não somente pela
Martins
Assunção
(ex-presi-
dente da Associação
São 110 anos muito
do
presi-
para
desenvolvi-
universidades produzindo
zar o aprimoramento tecnológico das
“
profundano
destino
res profissionais ao mercado.
São 110 anos muito fecundos, fomentando o desenvolvimento e a produção de forma integrada com as demais entidades empresariais e esse trabalho deve continuar
“
46SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 46
04/03/2011 17:55:35
FiemG. Liderando uma indústria competitiva e atuante. A FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais trabalha para que a indústria mineira se torne ainda mais competitiva, dinâmica e inovadora, atuando sempre com responsabilidade social e ambiental. Para tanto, a FIEMG promove oportunidades de negócios; oferece assessoria fiscal, tributária, trabalhista, econômica e ambiental; facilita o acesso a financiamentos; auxilia nas negociações coletivas de trabalho; forma lideranças e realiza inúmeras ações voltadas para o desenvolvimento industrial. FIEMG. Uma entidade do SISTEMA FIEMG que atua ao lado da indústria mineira e de todo o Estado.
www.fiemg.com.br
47
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 47
04/03/2011 17:55:35
1901 - 2010
Presidentes
Presidentes da ACMinas 110 anos
48SUPERE
1901 - 1908 Teófilo Domingos Alves Ribeiro
1909 - 1910 Benjamin de Paula Lima
1911 - 1914 Pedro José Drummond
1915 Cristiano França Teixeira Guimarães
1916 - 1918 João Nepomuceno Licas de Lima
1918 Arthur Diedonne Haas*
1919 - 1924 Sebastião Augusto de Lima
1925 - 1926 Lauro de Oliveira Jacques
1927 Eduardo Dalloz Furett**
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 48
04/03/2011 17:55:45
1930 Sebastião Augusto de Lima***
1931 Lauro de Oliveira Jacques***
1932 Arthur Vianna
1933 Teódulo Leão
1934 - 1936 Caetano de Vasconcellos
1937 Victório Marçolla
1938 José de Magalhães Pinto
1939 - 1940 Caetano de Vasconcellos***
1941 - 1942 Lauro Gomes Vidal
1943 Joaquim Vieira de Faria
1944 - 1945 Paulo Macedo Gontijo
Presidentes
1901 - 2010 1928 - 1929 Antônio Ribeiro de Abreu
49
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 49
04/03/2011 17:55:53
Presidentes
1901 - 2010 1946 - 1947 José de Campos Continentino
1948 - 1950 Alberto Brochado
1951 - 1952 Renato Falci
1953 - 1956 Paulo Macedo Gontijo***
1957 - 1958 Eduardo Simões
1959 - 1960 Gerson Dias
1961 - 1962 Euler Marques Andrade
1963 - 1964 Miguel Augusto Gonçalves de Souza
1965 - 1966 Euler Marques Andrade***
1967 - 1968 Avelino Meneses
1969 - 1972 Adolfo Neves Martins da Costa
1973 - 1976 José Romualdo Cançado Bahia
50SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 50
04/03/2011 17:56:03
1981 - 1984 Francisco Guilherme Gonçalves
1985 - 1987 Hiram Reis Corrêa
1988 - 1990 Lúcio de Souza Assumpção
1991 - 1994 Lúcio Marcos Bemquerer
1995 - 1998 Francisco Américo Mattos de Paiva
1999 - 2002 Arthur Lopes Filho
2003 - 2006 Eduardo Prates Octaviani Bernis
2007 - 2010 Charles Lotfi
Presidentes
1901 - 2010 1977 - 1980 Nilo Antônio Gazire
* Substituiu, como Vice-Presidente, por seis meses, ao Presidente João Nepomuceno Licas de Lima. ** Exerceu a presidência durante nove meses em virtude de licença concedida a Lauro de Oliveira Jacques, eleito deputado federal. *** Segunda eleição
51
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 51
04/03/2011 17:56:11
Informe Publicitário
Ato solene marca início do mandato dos suplentes na CMBH 52SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 52
04/03/2011 17:56:17
Foi realizada na Câmara Municipal, na noite de 1º de fevereiro, a reunião solene de posse dos novos vereadores. A cerimônia contou com a presença do prefeito Márcio Lacerda (PSB) e diversas autoridades municipais e estaduais dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, lotando o Plenário Amynthas de Barros. Conheça
os
novos
vereadores
da
CMBH
destacaram a emoção do momento e o compromisso com o trabalho parlamentar
Plenário e galeria ficaram completamente lotados,
e com o povo de Belo Horizonte.
com presença de presi-
dentes e representantes de institutos, sindicatos, partidos políticos, associa-
Assista a Solene de Posse dos novos vereadores
ções comunitárias, de bairro, empresários
Novos vereadores
e populares. O presidente da Câmara, Léo Burguês
Carlúcio Gonçalves (PR), Heleno (PHS),
(PSDB), destacou a emoção de receber
Joel Moreira (PTC), Márcio Almeida (PRP),
e dar posse aos “novos protagonistas da
Silvia Helena (PPS) e Tarcísio Caixeta
história escrita pelo parlamento munici-
(PT)
pal”, conclamando-os a “cerrar fileiras
respectivamente,
junto aos outros 34 membros desta Casa
(PRB), Fred Costa (PHS), Anselmo José
para
parlamento,
Domingos (PTC), João Vitor Xavier (PRP),
sinônimo de representação e participação
Luzia Ferreira (PPS) e Paulo Lamac (PT),
popular”.
eleitos deputados estaduais. Já Toninho
o
fortalecimento
do
assumem
as
cadeiras
por
Carlos
deixadas, Henrique
Para o presidente da Casa, “nenhuma
Pinheiro da Vila Pinho (PTdoB) substitui
democracia sobrevive sem um parlamento
Luís Tibé (PTdoB), que foi para a Câmara
forte, com plena liberdade de ação, cum-
dos Deputados, em Brasília.
prindo sua função de dar voz à multiplicidade de forças populares”.
Presenças
O prefeito Márcio Lacerda ressaltou
Integraram a mesa também o vice-
“a honra de ter assinado hoje a indica-
prefeito Roberto Carvalho (PT); o depu-
ção de Tarcísio Caixeta (PT) para líder do
tado estadual e ex-vereador João Leite
governo na Câmara Municipal pelos próxi-
(PSDB), representando o presidente da
mos dois anos” e frisou “o sentimento
Assembleia Legislativa; o secretário de
de responsabilidade perante os grandes
Estado Leonardo Couto, representando o
desafios que estão à frente”, afirmando
governador do Estado; o procurador-ger-
que o Executivo e o Legislativo continu-
al de Justiça de Minas Gerais, Alceu José
arão a “trabalhar juntos para melhorar a
Torres Marques; a defensora pública do
vida da cidade”.
Estado de Minas Gerais, Andréa Abritta; o
Após a entrega da cópia do termo de
presidente da Fiemg-MG, Olavo Machado
posse a cada um dos novos vereadores,
Júnior; o presidente da OAB-Seção Minas
os parlamentares subiram à tribuna para
Gerais, Luiz de Silva Chaves; o secretário
agradecer às famílias, amigos, eleitores,
municipal de Governo, Josué Valadão,
colegas e autoridades presentes. Todos
entre outras autoridades. Superintendência de Comunicação Institucional.
53
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 53
04/03/2011 17:56:22
FOTO: EUSTÁQUIO SOARES
Artigo
Edison Zenóbio
110 anos de luta Muitos ainda se lembram do ranger do asso-
cada tentativa de separação do
alho do velho prédio da Associação Comercial
Triângulo Mineiro, cuja bandeira
d e M i n a s , o n d e a s g r a n d e s c a usas de interesse
já se encontrava em Uberaba.
de Minas era m
fervorosamente
defendidas.
Em tudo isso a presença da
Da construção da Usiminas à anexação de
imprensa se revelava necessária
parte do território do Norte de Minas à área
para permitir a ressonância das
da SUDENE - rodeado por centenas de temas
idé ia s c ív ic a s que e c lodiam no
e c o n ô m i c o s e s o c i a i s – t u d o f o i debatido na
velho casarão da Afonso Penna.
entidade, sempre comprometida com a História
Durante a luta pela anexação de
de Minas e com seus severos desafios.
parte
do
território
Corriam os anos 60, severamente marca-
mineiro à área da SUDENE, com
dos pela repressão, mas a voz de Minas era
forte oposição dos nordestinos,
sempre ouvida todas as semanas durante as
criou-se
plenárias. O empresariado que se reunia na
começa em Minas Gerais” com
ACMinas não temia a dura e pesada mão da
municípios
censura, sempre protestando contra a vio-
seca e contemplados pela gene-
lência de determinados atos e aplaudindo os
r o s i d a d e d a c ultura popular.
esforços pelo desenvolvimento econômico e progresso social.
a
frase
“O
Nordeste
atormentados
pela
Afinal, em meio aos graves problemas sociais e econômicos
Enquanto o assoalho crepitava ao passar dos
que devasta v a m o p a í s a o t e m p o
empresários e dos jornalistas, Minas lutava pela
da inflação esquizofrênica, era importante
“
“
importante
manter
Minas
dis-
tante dos ventos tempestuosos
Tudo foi debatido na entidade, sempre comprometida com a História de Minas e com seus severos desafios
das crises e da calmaria dos indecisos. Hoje, aos 110 anos, não chega a ser demasia afirmar que a nossa ACMinas levantou bandeiras, protestou
empunhou contra
faixas,
aberrações
consolidação de seu desenvolvimento. Eram lutas
políticas e mostrou ao país que
ferozes pela implantação da Vale, pela Refinaria
se os estados nordestinos são
Gabriel Passos, criação da Cemig, alem, do inten-
o Cântico dos Cânticos, Minas
so e magnífico movimento cívico contra a treslou-
sempre será o Eclesiastes.
54SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 54
Edison Zenóbio jornalista
04/03/2011 17:56:22
55
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 55
04/03/2011 17:56:25
FOTOS: ARQUIVO PESSOAL
Empresário e cidadão Em janeiro de 1962, meu pai, José Costa, empresário
com a ACMinas perdura até
da comunicação, já atentava para a premente necessida-
os dias de hoje. Reconheço
de de coesão das classes produtivas na defesa dos seus
a
interesses. Não de setores específicos, mas de um projeto
desenvolvido pela institui-
maior e sistêmico onde todos – empresários, governo e
ção que influenciou a minha
sociedade – teriam muito a ganhar.
formação profissional desde
seriedade
do
trabalho
A sua atuação em entidades de classe como a
a infância até os dias atuais,
ACMinas, onde ingressou em 1941, foi a forma que ele
quando dou continuidade à
encontrou para contribuir para o processo de desenvol-
trajetória de meu pai à fren-
vimento do Estado, de forma ampla, não apenas como
te do jornal.
empresário, mas como cidadão. Da tribuna, ele falava de
Acredito
que
o
pro-
projetos visionários que são realidade. Entre eles a Cemig,
cesso
a Vale e a Petrobras.
to de Minas Gerais ainda
de
desenvolvimen-
Foi assim, também, que ele conduziu o Diário do
terá capítulos memoráveis
Comércio, como veículo de comunicação que chega a 78
como aqueles, do passado.
anos de história com a missão de acompanhar os fatos
O Estado tem ampliado a
e, principalmente, de apontar oportunidades de negócios
sua vocação econômica e,
ainda inexploradas pelos empresários mineiros. Esse foi o
afirmo, a ACMinas é parte
seu legado como dirigente empresarial.
importante desse processo
A relação do Diário do Comércio e da nossa família
“
e sempre será.
O Estado tem ampliado a sua vocação econômica e, afirmo, a ACMinas é parte importante desse processo e sempre será
“
Artigo
a a Cost Luiz Carlos Mott
56SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 56
04/03/2011 17:56:26
FOTOS: ARQUIVO ACMINAS
José Costa liga a primeira impressora off-set do Brasil
Luiz Carlos Motta Costa é diretor-presidente do Jornal DIÁRIO DO COMÉRCIO
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 57
57
04/03/2011 17:56:27
Industria
Enfim, uma fábrica de automóveis O Plano de Metas de JK incluía a instalação de uma grande indústria automobilística em Minas, idéia antiga da ACMinas.
58SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 58
04/03/2011 17:56:31
FOTO: ARQUIVO ACMINAS
59
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 59
04/03/2011 17:56:36
e
gestões
que sobre ele faz longas conside-
confiados no talento de Adolfo
exaustivas estavam em plena
rações ressaltando aquela déca-
Neves Martins da Costa, que na
efervescência
para a instalação
da como um marco na história
época presidia a ACMinas”. Para
da fábrica de automóveis SIMCA
econômica de Minas Gerais: “A
Romualdo, esses três homens
(Sociedade Anônima Industrial
foram fundamentais para
de Motores, Caminhões e
essa
Automóveis) que se insta-
resolveu invadir o Estado de
laria no município de Santa Luzia, em 1958. Entretanto, mais uma reviravolta contra Minas: o empreendimento ficou em São Paulo. Razões de ordem política, econômica, estratégica e geográfica não deixaram que a empresa se instalasse em Minas, tampouco a empredo
ro, n agestão
governo
“Agnelli
A década de 70 é um MG e interiorizar a Fiat, ao tempo secular em proveito invés de se encostar em SP, os italianos dele por lá. da economia de Minas. com Rondon, com sua visão fanE a ACMinas esteve na tástica de estadista, queria a economia de MG sua vanguarda enquanto lançar num patamar muito mais entidade líder da iniciativa alto que mineração, siderurgia e pecuária”. privada José Romualdo tem
sa deixou-se seduzir pela proposta
reviravolta.
um grande estoque de lem-
minei-
década de 70 é um tempo secu-
branças daquela época, quando
Magalhães Pinto.
lar em proveito da economia de
o Brasil vivia em pleno governo
“Naquele momento era apenas
Minas. E a ACMinas esteve na
militar: “o Rondon havia servido
um sonho. Depois, não havia
sua vanguarda enquanto entida-
ao Costa e Silva como chefe de
dinheiro”, lembra José Romualdo
de líder da iniciativa privada. A
gabinete, onde adquiriu conhe-
Cançado Bahia, ex-presidente da
pedra angular do avanço mineiro
cimento e experiência. Voltou a
ACMinas.
na economia foi a Fiat, catalisa-
Minas como político acreditado,
O impulso desenvolvimen-
dora de progressos fantásticos
o que foi fundamental para rea-
tista dos anos 70 é tema que
a partir de um projeto genial de
lizar a aspiração de trazer a Fiat
entusiasma Romualdo Cançado,
Gianni Agnelli e Rondon Pacheco,
para cá”. Romualdo ressalta o
60SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 60
FOTO: ARQUIVO FIAT
Industria
Entendimentos
04/03/2011 17:56:42
papel eminentemente político da
tamanha envergadura. “Não havia
ACMinas, ao brigar com SP e
capital privado; era Minas de um
dar respostas quando os pau-
lado e Fiat de outro. Mas Rondon
listas apresentaram resistência,
conseguiu! O Estado honrou seus
sobretudo quanto às indústrias
compromissos, a Fiat conseguiu a
de autopeças. A mídia paulista,
alocação dos recursos e o genial
à época, condenou em termos
Adolfo saiu da presidência da
candentes a localização da mon-
ACMinas para construir a Fiat”,
tadora em terras mineiras, com
completa.
o argumento de que nem havia aqui qualquer fábrica de auto-
Seriedade mineira
ACMinas
Fiat e ex-presidente da ACMinas
aproveitou a “deixa”: envolveu os
(de 1969 a 1972 e de 1973 a
dirigentes da FIAT e o Governo
1975) Adolfo Neves Martins da
Federal, visando à instalação em
Costa, revela que a montadora
torno do empreendimento, de
foi o resultado de um esforço
unidades industriais de implemen-
feito pelo governo do Estado de
tos automobilísticos. Essa atitude
Minas Gerais nas gestões de
desagradou aos paulistas, mas
Israel Pinheiro e Rondon Pacheco
a habilidade política e o espírito
visando à industrialização do
de unidade dos mineiros foram
Estado e a internacionalização
decisivos. “Num regime militar em
do seu comércio. “Minas estava
que aquilo, que o presidente da
‘muito jeca’, precisava entrar numa
República falasse estava falado,
fase de cosmopolitismo maior e
ajudar o Rondon era um com-
ampliar os seus links de comércio.
promisso do governo. E nesse
Era preciso fazer com que o Estado
compromisso certamente foi cos-
tivesse uma grande capacidade de
turada a sua nomeação ao gover-
produção e de comercialização, da
no de Minas. Geisel e Aureliano
melhor maneira e o mais depressa
também foram favoráveis e os
possível”, diz Costa.
Sabiamente
a
mineiros foram muito hábeis, o
Conhecido também como “o
que acabou vencendo todas as
brasileiro que construiu a Fiat”,
resistências”, diz Romualdo.
Adolfo Neves Martins da Costa
FOTOS: ARQUIVO FIAT
O primeiro presidente da
peças.
O ex-dirigente da ACMinas
conta que os primeiros enten-
acha que a instalação da Fiat
dimentos foram feitos ainda no
que ficaram muito impressiona-
é também fruto de um milagre,
governo Israel Pinheiro, por meio
dos com a seriedade mineira
pois o projeto saiu praticamen-
de um acordo entre o governo e
e a nossa maneira de conduzir
te do nada: não se sabia onde
a direção da Fiat para implantar
contratos internacionais”. Martins
estava o dinheiro, e para compli-
no Estado uma fábrica de trato-
da Costa relata que o governa-
car, ainda sofrendo a ressaca da
res. “Como Minas sempre agiu e
dor Rondon Pacheco, “homem
tentativa infrutífera de instalação da
age com muita seriedade, esse
supinamente inteligente e arroja-
francesa SIMCA, muitos achavam
empreendimento se tornou um
do”, foi ao Japão com um grupo
que era loucura um projeto de
marco indelével para os italianos,
de técnicos, dentre eles Camilo
61
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 61
04/03/2011 17:56:46
Industria
Pena, Noronha e outros, e lá
É uma oportunidade única de con-
entre os governos mineiro e italiano,
conversou com a direção da FIAT
tribuir para interiorização do desen-
a Fiat e acionistas italianos, no qual o
para a instalação de uma mon-
volvimento no Brasil”. Com a decisão
governo mineiro, além dos benefícios
tadora no Estado. E perguntaram:
favorável de construir a fábrica em
fiscais, entraria com capital neces-
“Por que não construir uma
Minas, imediatamente foi firmado um
sário em conjunto com a Fiat e o
fabrica de automóveis em Minas?
“acordo de comunhão de interesses”
governo italiano. Estava previsto que as ações do Estado de Minas Gerais eram para ser vendidas, com a obrigação da Fiat de comprá-las. Além disso, ao governo mineiro coube a escolha do primeiro presidente da montadora, para um mandato de quatro anos. Adolfo Neves Martins da Costa, que exerceu o cargo de 1973 a 1979 e cuja indicação partiu do próprio Rondon Pacheco, comenta: “A Fiat, com 51% do
FOTOS: ARQUIVO PESSOAL
capital, forneceria toda a tecnologia e o Estado participaria do capital junto com o governo italiano. Essa foi uma forma inteligente de fazer a captura do projeto.”
Adolfo Martins da Costas, primeiro presidente da Fiat: os italianos ficaram impressionados com a seriedade mineira
62SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 62
04/03/2011 17:56:52
CY000
Plataforma. Aqui tem nióbio.
Parque Industrial da CBMM - Araxá/MG
O nióbio da CBMM está presente no aço da plataforma dos veículos produzidos no Brasil, América do Norte, Europa e Ásia. A microliga de nióbio deixa os carros mais leves, mais seguros e com melhor performance. Carros mais leves consomem menos combustível - diminuição de 0,5 litro/quilômetro para cada 100kg de peso a menos, o que reduz as emissões de gases no ar. São mais seguros: o nióbio aumenta a resistência da plataforma a choques e colisões. E mais eficientes: o nióbio garante menor custo de transporte dos veículos utilitários. Além do mais, a redução do peso na parte dianteira e superior do carro melhora a dinâmica da direção e a estabilidade. Tudo isso por muito pouco: cerca de 2,5 dólares por veículo.
Plataforma. Aqui tem nióbio.
CY000410F-anr_institucional_20x26.5chassi_fin.indd 1 REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 63
www.cbmm.com.br SUPERE63
12/7/10 17:56:52 10:28 AM 04/03/2011
Fiat e AC Minas, a bela história compartilhada Dos cento e dez anos de história da ACMinas, quarenta e sete têm sido partilhados com orgulho e gratidão pela
e dedicado condutor do processo de transição que se seguiu.
Fiat. É que, desde os albores da empresa em nosso Estado,
Em 1987, coube ao presidente
antes mesmo de sua constituição formal, que ocorreu em
Hiram Reis Correa liderar a campanha
14 de março de 1973, a ACMinas ergueu-se em defesa do
cívica de defesa da Fiat e dos legítimos
direito de aqui se implantar uma indústria automobilís-
interesses do Estado. A ACMinas foi,
tica, repelindo, assim, a ousadia daqueles que deseja-
então, a primeira entidade de representa-
vam ver Minas Gerais como a eterna “exportadora de
ção empresarial a erguer, e impor, sua voz.
minérios e mineiros”.
Outros importantes dirigentes da
Foi por essa decidida posição da Casa que o ilus-
ACMinas deram sua pessoal contribuição
tre Governador Rondon Pacheco aqui colheu o primeiro
à história da Fiat, na qualidade de membros
presidente da empresa recém-constituida, o engenheiro
de seus conselhos consultivo e fiscal: os pre-
Adolfo Neves Martins da Costa que, havia pouco, findara
sidentes Lúcio de Souza Assumpção, Nilo
“
seu mandato de presidente da ACMinas, conduzindo-o
Antônio Gazire, Avelino Menezes, Francisco
ao cargo pela prerrogativa estatutária que então detinha o
Guilherme Gonçalves e Lúcio Bemquerer,
acionista Estado de
e os diretores Aristides
Minas Gerais. A Fiat
De 1973 a 1976,
Por todos esses fatos, por todos José Alencar Gomes da esses ilustres nomes, por toda uma Silva, ex vice-presidente da bela história compartilhada, os cento eRepública. Por todos esses fatos, dez anos da ACMinas são uma festa por todos esses ilustres da Fiat, além de efeméride de todos nomes, por toda uma bela história compartilhada, os mineiros os cento e dez anos da
coube ao então pre-
ACMinas são uma festa
reconhece
nesse
primeiro presidente um artífice notá-
vel da constituição e consolidação do
pólo automobilístico de Betim.
Mário Rache Ferreira e
“
Artigo
C. Belini
sidente da ACMinas, José Romualdo Cançado Bahia e seus
da Fiat, além de efeméride de todos os
companheiros de diretoria, acompanhar e vencer com
mineiros.
firmeza as vicissitudes transcorridas desde a criação
Hoje, quando a Fiat, mineira de
da empresa até sua inauguração em 9 de julho de
fato, coração, alma e caráter, reali-
1976.
za uma integração nacional de sua
Ao longo de sua história mineira a Fiat contou com
produção industrial, é Minas que se
outro presidente da ACMinas em sua própria presidência,
integra e se expande no País, levando
Miguel Augusto Gonçalves de Souza, recentemente falecido,
consigo a herança histórica de tantos
que desempenhou marcante papel na consolidação financeira
homens ilustres que viam e vêem
da empresa; e um diretor da Casa, Cássio José Monteiro
além das montanhas. “Minas além do
França, último presidente da Fiat a ser indicado pelo Estado
som, Minas Gerais”.
Cledorvino Belini
64SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 64
é presidente da Fiat para a América Latina
04/03/2011 17:56:53
65
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 65
04/03/2011 17:56:55
FOTO: ISTOCKPHOTO
Siderurgia 66SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 66
04/03/2011 17:56:57
Mais aço, menos impostos Ainda no Governo Rondon, a ACMinas sustentou gestões contínuas para a implantação de uma siderurgia mineira, velho sonho tantas vezes negado.
67
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 67
04/03/2011 17:56:59
des de sempre, mais a insistente
plano, o Estado comprometia
resistência paulista, que deixa-
para o futuro a arrecadação do
ram o projeto em banho-maria.
ICM. “Ou seja, era preciso levan-
A ACMinas voltaria à carga no
tar a empresa, produzir, esperar
Governo Aureliano, agora com
a entrada de dinheiro e só depois
fôlego renovado. Ainda entala-
de obter a receita que viria dali é
da com o episódio CSN/Volta
que o Estado integralizaria a sua
Redonda, ela lançaria as bases
parte no capital. O governo fede-
para a vinda da Açominas.
ral aceitou; o projeto atrasou,
O
ex-presidente
José
Fotos: Arquivo pessoal
estivesse gerando ICM. Neste
balançou, mas saiu”, explica.
Romualdo Cançado relata que
A construção de uma usina
a ACMinas se lançou de corpo e
de aço no Vale do Paraope-
alma em dois projetos ao mesmo
ba era reivindicação antiga do
tempo: a Fiat e a Açominas,
empresariado mineiro. Em fins
para avançar mais a siderurgia
de 1962, presidentes de todas
às obras, que tiveram grande
em MG, que estava escapando
as entidades empresariais do
atraso na década de 80, que
para o RJ e SP. “A nossa Usimi-
Estado entregaram um docu-
teve sua primeira fase concluída
nas estava indo muito bem; nós
mento ao então governador
em 1984.
queríamos, e a economia nacio-
Magalhães Pinto mostrando as
nal exigia, maior produção de
vantagens de ali se localizar uma
aço. Mas onde buscar dinheiro
segunda usina da CSN. A Aço-
Um fato pitoresco é lem-
para construir a Fiat e a Aço-
minas volta à pauta da ACMinas
brado por Cançado, sobre a
minas?” Romualdo explica que
em uma campanha pela recupe-
saga da Açominas. Ele conta
a Açominas e Fiat foram cons-
ração da economia mineira, em
que o governador Magalhães
“
Romualdo Cançado conta que a ACMinas se lançou de corpo e alma em dois projetos ao mesmo tempo: a Fiat e a Açominas
Não vou pagar!!!
truídas mais
Pinto estava com-
ou
menos
prometido com o
da
mesma
forma, com a
diferen-
ça de que
a Açominas
“
Siderurgia
Cedo afloraram as dificulda-
O adicional reembolsável (AR) não foi devolvido e acabou beneficiando pequenas empresas, por sugestão da ACMinas
movimento político que viria a ser desfechado em março de 1964 e precisava aparelhar a Polícia Militar. Como
era socieda-
não havia recursos
de de governo federal com estadual. “Era
1966 e assim foi até a posse de
para isso, Magalhães instituiu
mais fácil, mas nem tanto. Foi
Rondon Pacheco. “Houve um
uma nova modalidade tributária,
preciso uma gestão de malaba-
momento em que parecia que
o chamado “AR”, ou Adicional
rismo estratégico de João Cami-
eu estava contra o governador
Reembolsável, um empréstimo
lo Penna para arranjar parte do
Rondon Pacheco. Rondon fala-
compulsório, um percentual a
dinheiro com o governo mineiro”.
va que queria a Fiat e eu falava
mais adicionado ao imposto
A estratégia, que consistia
que queria a Fiat e a Açominas”.
devido, que o Estado se com-
numa promessa, era integralizar
lembra José Romualdo, no livro
prometia a restituir. “Ou seja,
o capital de responsabilidade do
“100 anos da ACMinas”.
se eu tinha que pagar 100, eu
Estado, depois que a empresa
Aureliano Chaves deu início
pagava 110; esses 10 exceden-
68SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 68
04/03/2011 17:56:59
69
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 69
04/03/2011 17:57:04
devolvido, era capitalizar o projeto
fiscalizado pelo Governo Federal
me restituir depois. Em tese. Pois,
de instalação da Açominas. Mas
e o empresário era obrigado a
vem o golpe, Magalhães prepara
isso também não deu. Então,
investir todo o dinheiro. Romual-
a polícia, Israel Pinheiro assume, e
o Fernando Reis, Secretário da
do lembra que Simonsen pediu
nada de devolver os valores do AR”.
Fazenda do governo do Rondon,
apoio da ACMinas, pois os Esta-
e a ACMinas construíram
dos do Sul, principalmente SP,
a solução de, aos poucos,
tentaram boicotar a tramitação
canalizar os fundos do AR
da lei do Fundão.
para as pequenas empre-
de lei de criação do Fundão foi
sas. Foi uma idéia muito sim-
elaborado na ACMinas, no meu
pática e proveitosa”, relata
tempo, com participação minha
Romualdo Cançado.
e do hoje Vice-Presidente José
FOTO: JOMAR BRAGANÇA
“O esboço
Ainda no campo dos
de Alencar, muito interessado
impostos a ACMinas impu-
nisso, pois estava começando a
nha outra bandeira. Dessa
sua fábrica de Montes Claros”. A
vez, contra o desastroso
oposição foi derrotada sob pres-
projeto da SUDENE (Supe-
são da ACMinas.
rintendência do Desenvol-
Enquanto liderava o projeto
vimento do Nordeste), no
de construção da atual Estação
A questão voltou à pauta das
qual boa parte do imposto de
Rodoviária de Belo Horizonte, a
reuniões da ACMinas e decidiu-se
renda podia ser aplicada em um
ACMinas atuava junto ao Par-
que uma delegação, composta
projeto no Nordeste. “Ao invés
lamento visando à supressão de
por Gerson Dias (ex-presidente
de pagar 100, você pagava 80
institutos fiscais ultrapassados e
da ACMinas), Newton Moreira
e 20 aplicaria em projeto da
fazendo sugestões de relevo nas
Veloso, da Federação do Comer-
Sudene. Entretanto,
cio e o próprio Romualdo, fosse
o beneficiário dava
ao Palácio da Liberdade para
um recibo de 20,
cobrar do governador Israel
mas recebia do con-
Pinheiro o tal AR. Israel reagiu:
tribuinte somente 10.
“Vocês acham que eu sou besta?
” Isso deu uma rou-
Se o Magalhães não pagou, por
balheira dos diabos”,
que acham que eu vou pagar?
explica o ex-presi-
Não vou! No caixa não tem
dente da ACMinas
dinheiro para esse adicional e
Romualdo Cançado.
está acabado”, disparou Israel.
Sem fiscalização, o
O AR nunca seria devolvido. À época, como isso era um
www.belohorizonte.mg.gov.br
Siderurgia
tes, o x a mais, o Estado prometia
projeto da Sudene já começara falido.
fato consumado e irreversível, a
Mais uma vez
ACMinas não deixou por menos:
gritou a ACMinas.
ajudou a entabular um projeto
Protestou e o assunto chegou ao
discussões sobre o novo Código
para dar a esse fundo uma des-
ministro Mário Henrique Simon-
Tributário Nacional, no afã de
tinação favorável ao comércio.
sen, que nesta ocasião, criaria o
entronizar na nova lei rumos tri-
“Um dos apelos da ACMinas,
Fundão, na Amazônia. Diferente-
butários que não prejudicassem
já que o AR não seria mesmo
mente do anterior, o Fundão era
o universo empresarial de Minas.
70SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 70
04/03/2011 17:57:06
Petróleo, Transporte, ferrovia De grandes empreendimen-
a luta pela implantação, na
o transporte de produtos
tos a ACMinas foi participante de
década de 80, do Aeroporto
mineiros destinados à expor-
primeira hora. A velha luta pelo
Internacional de Confins. Den-
tação, pois era inconcebível
monopólio estatal do petróleo
tre as mobilizações vitoriosas
um ramal com trechos tão
e pela autonomia da Petrobrás
da ACMinas para o cresci-
acidentados”, diz. Pelo seu
culminou na implantação da
mento
Refinaria Gabriel Passos (Regap)
e social do Estado,
em Minas Gerais. Em um estado
destaque
minerador, faltavam siderúrgicas
vitoriosa campanha
e foi assim que a entidade lutou
pela pavimentação
pela instalação de uma grande
da rodovia BR-262
indústria do setor em território
(Belo
mineiro: foi uma trajetória de difi-
Vitória/Uberaba).
MINAS foi finalmente instalada. Em época de “salário-míni-
para
a
Horizonte/
Destaque também para a vitoriosa campanha da
Dentre as mobilizações vitoriosas da ACMinas para o crescimento econômico e social do Estado, destaque para a vitoriosa campanha pela pavimentação da rodovia BR-262
mo regional”, quando não havia
Entidade para construção do
empenho, de grandes pro-
a fixação unitária desse salário
ramal férreo entre Capitão
porções, diga-se, na cons-
em âmbito nacional, a ACMinas
Eduardo e Costa Lacerda.
trução do ramal, o trecho
teve outra vitória, no combate à
O ex-presidente da ACMi-
Costa Lacerda
política salarial de Vargas, que
nas Adolfo Martins da Costa
nome de “Trecho Martins da
novamente castigava o Estado,
recorda que, quando presi-
Costa Lacerda”.
agora com a fixação do salário-
dia a entidade, a ACMinas
-mínimo em gritante descom-
trabalhou
passo com o estabelecido para
na campanha de moderniza-
as demais unidades federadas.
ção desse trecho da antiga
Na área da Educação, não se
Estrada de Ferro Central do
deve esquecer o trabalho da
Brasil. “Era um gargalo que
ACMinas na reforma da Facul-
precisava ser eliminado para
dade de Ciências Econômicas,
viabilizar, por meio do Porto
de onde saíram nomes expres-
de Vitória, no Espírito Santo,
“
culdades mas, em 1956, a USI-
“
econômico
recebeu o
exaustivamente
FOTOS: ARQUIVO IBGE
sivos que deram vasta contri-
Porto de Vitória-ES
buição na esfera econômica. Na área de Transportes, a ACMinas fez tratativas e enérgicas pressões pela melhoria das estradas e, mais recentemente, pela remodelação do à época ainda mais precário aeroporto da Pampulha; ou
Pavimentação BR-262
Refinaria Gabriel Passos
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 71
71
SUPERE
04/03/2011 17:57:07
Siderurgia
Uma refinaria em Minas
72SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 72
04/03/2011 17:57:09
A luta por uma unidade da Petrobras em Minas começou logo depois da criação da estatal. A refinaria Gabriel Passos (Regap) foi inaugurada em 1968 Militante de primeira hora na defesa do monopólio estatal do petróleo, a ACMinas não arrefeceu com a criação da Petrobrás, pondo-se a defender a empresa dos ataques contrários. Ao mesmo tempo, no plano regional, a entidade se batia pela instalação de uma refinaria de petróleo em Minas, mas, para driblar pressões contrárias, estrategicamente propunha inicialmente a construção de um oleoduto. Para isso, atuou junto à bancada mineira na Câmara dos Deputados, mobilizou entidades empresariais por todo o estado, conversou diretamente com o presidente JK. Para a ACMinas, construir um empreendimento como este no centro do país só consolidaria a Petrobrás. Colocou seu departamento de estudos econômicos para analisar o assunto e dali nasceu um projeto de lei, entregue ao deputado Magalhães Pinto, que conseguiu na Câmara a autorização para a instalação do oleoduto. O passo seguinte foi procurar o presidente Juscelino. Em 1961, foi finalmente anunciada a construção do oleoduto e da refinaria, com capacidade para 25 mil barris
73
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 73
04/03/2011 17:57:11
Siderurgia
diários e, em abril de 1962, a
no país e sinônimo de desenvol-
obra começou. Inaugurada em
vimento industrial e econômico.
A meta da companhia é
1968 com capacidade para refi-
Para se adequar à demanda
elevar o produto nacional aos
nar 45 mil barris/dia de petróleo,
crescente do mercado mineiro
padrões europeu e norte-ame-
a refinaria ganhou o nome de
por produtos à base de petróleo,
ricano e, para 2013, está pre-
Gabriel Passos, um dos princi-
em especial para os combustíveis
vista a inauguração da estação
pais parlamentares mineiros a
gasolina e diesel, a Petrobras vai
de tratamento de diesel.
defender no Congresso a “Tese
investir R$ 2 bilhões até 2014
O projeto de ampliação
mineira do petróleo”.
na ampliação da capacidade de
também inclui uma unidade de
refino da empresa. Em 2009, sozi-
recuperação de enxofre, o que
nha, ela respondeu por 16,73%
irá conferir à Regap melhores
Instalada em Betim, às mar-
do Imposto sobre Circulação de
condições de tratamento do
gens da rodovia Fernão dias, a
Mercadorias e Serviços do Esta-
gás ácido gerado nos proces-
Regap é a sétima refinaria em
do.
sos
Regap hoje
de refino. A obra mini-
O processo de melhoria de
mizará o impacto ambiental
processos teve início em 2010,
da operação. Os recursos
o que já elevou a produção de
também serão destinados às
gasolina de 150 mil metros cúbi-
áreas de cogeração de ele-
cos/mês para 175 mil metros
tricidade e vapor para uso
cúbicos/mês, um ganho de
próprio e, ainda, ao sistema
16,6%. Entretanto, o acumulado
de tratamento de água des-
entre janeiro e setembro deste
mineralizada.
ano – 1,310 milhão de metros
Atualmente, a Regap tem
cúbicos – ainda é insuficiente
1 mil empregados diretos e
para cobrir a venda de 2,675
outros 1,9 mil terceirizados.
milhões de metros cúbicos do
O projeto de ampliação que
combustível registrada no perí-
tem prazo até 2014, o ano da
odo no Estado, um crescimento
Copa do Mundo, vai deman-
de 11,4% no consumo, ante o
dar um contingente de 3,2 mil
mesmo intervalo do ano anterior.
operários.
FOTO: ARQUIVO PETROBRAS
produção entre as 12 instaladas
Qualidade dos produtos
74SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 74
04/03/2011 17:57:14
75
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 75
04/03/2011 17:57:16
Siderurgia
Aรงominas
Compromisso com Minas e com o mercado brasileiro
76SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 76
04/03/2011 17:57:20
FOTO: ARQUIVO GERDAU AÇOMINAS FOTO: CARLOS ALBERTO
77
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 77
04/03/2011 17:57:24
Siderurgia
Quem entende de siderurgia
realizando e para outros ramos
atualmente com o nome forte
e, especialmente do aço e de
da indústria como a automobilísti-
do grupo gaúcho Gerdau, está
suas múltiplas aplicações, sabe
ca e de bens de consumo que têm
em obras para ampliar a sua
que o consumo desse material
experimentado a força do mercado
capacidade
é sinônimo de desenvolvimento
interno, esse é um insumo que não
planta
sustentável. O Brasil não foge
pode faltar.
Branco,
produtiva.
localizada região
em do
Com Ouro
Campo
à regra. Como matéria prima
Sabendo disso, a Gerdau Aço-
das Vertentes, a empresa que
indispensável para as obras de
minas, uma das mais tradicionais
ocupa posição de destaque
infraestrutura que o país já está
empresas mineiras, que conta
nas exportações de aço no
Estado e no país comprova que está otimista em relação ao futuro do país e, também, de Minas Gerais. Na área de mineração, estão sendo investidos R$530 milhões para a construção da segunda unidade de tratamento de minério de ferro em Miguel Burnier, localizada em Ouro Preto, região Central do Estado, para garantir 100% da necessidade de consumo da Gerdau até 2012. Outro grande investimento da empresa é a instalação de uma linha de laminação de aços
78SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 78
04/03/2011 17:57:27
Fotos: Arquivo pessoal
planos, o que marca a entrada
construção civil”, afirma.
de suas terras, Minas Gerais
da companhia nesse segmen-
Com operação em 14 países,
é reconhecida pela força que
to de mercado. Com previ-
o grupo Gerdau tem, em Minas
possui nos ramos da siderur-
são para início das operações
Gerais, uma unidade estratégi-
gia e da mineração e a Gerdau
em até 2012, cerca de 80%
ca. Esse é o fato que expli-
é uma das principais empre-
da produção será destinada á
ca os investimentos realizados.
sas que compõem esse cená-
venda de bobinas à quente e
“Devido à riqueza mineral natural
rio”, considera o executivo.
chapas grossas para o mercado brasileiro, como destacou o vice-presidente da Gerdau Açominas, Manoel Vitor. A ampliação da capacidade instalada de perfis estruturais para 700 mil toneladas/ano, a partir de 2011, é
outro
relevante
investi-
mento em curso, que tem demandado aporte de cerca de R$ 100 milhões. “Estamos reforçando o compromisso da empresa com Minas Gerais e com o abastecimento de perfis no mercado brasileiro, com quase 100% da produção sendo destinada à indústria da
79
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 79
04/03/2011 17:57:28
Siderurgia
Investimentos s達o a resposta
80SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 80
04/03/2011 17:57:30
Manter a liderança do mer-
A siderúrgica de Minas
cado nacional no seu setor de atuação e agregar valor aos clien-
Tão logo Juscelino assumiu a presidência da república, a ACMinas encaminhou a ele um extenso ofício, expondo a necessidade de Minas de ter a sua siderúrgica. O maior produtor de minério do país precisava beneficiar o produto, agregar-lhe valor e, então, exportar. Afinal, segundo o slogan da época, “o minério não dá duas safras” e a entidade não poderia assistir omissa à evasão dos nossos recursos naturais. A Usiminas constituiu-se legalmente em 25 de abril de 1956, com capital subscrito por empresários mineiros. Instalada em Ipatinga, a Usiminas tornou-se, em 1958, uma joint venture, somando capital estatal aos investimentos de acionistas japoneses, permitindo um novo estilo de gestão compartilhada - nos moldes da iniciativa privada. Tornou-se a primeira estatal privatizada em 1991, no governo Collor.
tes são os desafios que a mineira Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) pretende enfrentar nos próximos anos para se tornar uma das maiores fornecedoras de aço do país. Com mais de 30 mil colaboradores e capacidade para produzir 9,5 milhões de toneladas do insumo por ano, está presente em toda a cadeia, da extração do minério à distribuição do produto final. Hoje, a Usiminas é líder do mercado nacional de aços planos e tem amplo portfólio de produtos – de placas a aços revestidos – fruto de constantes investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) para atender a demanda de setores estratégicos da economia nacional como automotivo, naval, petróleo e gás, construção civil e, ainda, linha branca. Os eixos de negócio são quatro: mineração e logística, siderurgia, transformação do aço e bens de capital. Investimentos são a resposta que a Usiminas continua a dar para o aumento da demanda por aço, nos próximos anos, como destaca o presidente da companhia, Wilson Brumer. “Em 2011, a Usiminas planeja investir R$ 2 bilhões no aumento da produção de aços de alto conteúdo tecnológico para agregar ainda mais competitividade a setores econômicos estratégi-
FOTO: ARQUIVO USIMINAS
cos”, aponta. A agenda de investimentos tem como base a otimização das duas usinas siderúgicas, uma em Ipatinga, no Vale do Aço (MG) e
81
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 81
04/03/2011 17:57:32
“
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
outra instalada em Cubatão (SP) e,
cio ao plano de inves-
também do aumento da atividade
timentos de R$ 4,1
mineradora. A meta da companhia
bilhões na expansão
é se preparar para os projetos de
das
infraestrutura que o país vai realizar
Mineração Usiminas.
nos próximos anos, seja para a
Nossa
cadeia produtiva do pré-sal ou em
é aumentar a capa-
função dos eventos esportivos que
cidade de produção
serão realizados no país, como
das minas em quatro
a Copa do Mundo de 2014 e os
vezes até 2015”, anun-
Jogos Olímpicos de 2016.
cia Brumer. O aporte
atividades
da
perspectiva
Entre 2012 e 2014 serão mais
visa aumentar a pro-
R$ 2,6 bilhões em investimentos,
dução de minério das
completando o montante de R$
atuais sete milhões de toneladas para 29 milhões de
“
Siderurgia
Perspectiva é quadruplicar capacidade de produção das minas até 2015, diz Wilson Brumer
A meta da companhia é se preparar para os projetos de infraestrutura que o país vai realizar nos próximos anos
toneladas. a
Em 2011, Usiminas
planeja investir
Paralelamente, daremos início
R$ 2 bilhões no aumento
ao plano de investimentos de
da produção de aços de
R$ 4,1 bilhões na expansão
alto conteúdo tecnológico
das atividades da Mineração
para agregar ainda mais
Usiminas. Nossa perspectiva
7,8 bilhões em aportes, que tiveram
competitividade a setores eco-
é aumentar a capacidade de
início no ano passado.
nômicos estratégicos, como
produção das minas em quatro
o automotivo e o industrial.
vezes até 2015”. FOTO: ARQUIVO USIMINAS
“Paralelamente, daremos iní-
82SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 82
04/03/2011 17:57:37
Pública
Usiminas. Soluções completas em aço para agregar ainda mais valor ao Brasil.
A Usiminas atua em toda a cadeia produtiva do aço, a partir da integração de quatro eixos de negócios: Mineração e Logística, Siderurgia, Transformação do Aço e Bens de Capital. Por isso, é capaz de oferecer produtos e serviços diferenciados para diversos segmentos estratégicos da economia. Automóveis, prédios, pontes, eletrodomésticos, máquinas industriais, plataformas de petróleo e navios ganham a forma de um aço moldado pelo profissionalismo de 35 mil colaboradores em cidades de oito Estados. É assim, oferecendo soluções completas em aço e agregando valor aos produtos, que a Usiminas participa da história e da vida do Brasil.
Sensibilidade para evoluir. www.usiminas.com
83
SUPERE
US04311_adusiminas_SUPERE_20x26,5.indd 1 REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 83
2/25/11 6:22 PM 04/03/2011 17:57:38
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
Artigo
Charles Lotfi
Um novo desafio para a ACMinas Estamos vivendo uma fase especialmente favorável para
de. E, vejam bem, os índices são relati-
a atividade empreendedora, motivado, sem dúvida, pelo
vos a 2009, ano em que faziam-se sentir
momento positivo da economia brasileira, que abre cada vez
na plenitude os impactos da crise.
mais espaços para tais iniciativas. Tenho conversado muito a
“
Também vi nos jornais nova com-
esse respeito – e principalmente ouvido – e daí venho extrain-
provação de minhas suposições: segun-
do conclusões que, se não têm o rigor científico de uma
do dados da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais, a abertura de novas
Em 2010, a ACMinas realizou mais de 50 eventos, entre atividades de treinamento, workshops, seminários e congressos focados no aprimoramento de empreendedores
empresas na Região Metropolitana de Belo Horizonte durante o primeiro semestre de 2010 – com nítida predo-
“
minância de firmas de micro e pequeno portes – chegou a 11 mil 331 estabelecimentos, contra 8 mil 823 em igual período de 2009, um crescimento de 28,4%. Nada mau. Embora seja ponto pacífico reconhe-
pesquisa, dão no entanto sinais claros, por exemplo, de que
cer-se a iniciativa privada como a grande
um número expressivo de pessoas está deixando empregos
força catalisadora de riquezas e empre-
(ou se preparando para fazê-lo), atraído pelas oportunidades
gos, a alavanca do desenvolvimento
que decorrem de um mercado aquecido e no qual já é visível
social e econômico do País, há um
um “apagão de mão de obra” – algo impensável num Brasil de
outro lado nessa moeda, nem um pouco
apenas um ano e pouco atrás.
entusiasmante: aquele brasileiro que
Recentemente, pesquisando o assunto na internet, cons-
quer empreender, buscar lucros, gerar
tatei que estas impressões eram corroboradas por dados
novos postos de trabalho, contribuir para
– estes sim, científicos – do Global Entrepreneurship Monitor,
que sejam atendidas as grandes aspi-
instituto internacional que analisa, em mais de 50 países, o
rações da sociedade aqui encontrará
comportamento da atividade empreendedora. O trabalho,
um ambiente em que o grau de risco é
apresentado em abril de 2010, mostrou que no Brasil o índi-
alto. No universo das micro e pequenas
ce de empreendedorismo por oportunidade (ou seja, o que
empresas, que constituem mais de 90%
decorre de intenção explícita), havia ultrapassado e se distan-
dos empreendimentos registrados no
ciado daquele motivado por necessidade: 9,4% contra 5,5%,
Brasil, cerca de 75% encerram suas
um resultado estimulante se considerarmos que na pesquisa
atividades após um período entre seis e
anterior a proporção era inversa: a cada 8,5 empresas criadas
10 meses.
por necessidade correspondiam apenas 5,7 por oportunida-
Tal ambiente é devido, em parte, a
84SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 84
04/03/2011 17:57:39
fatores que vão da enorme e custosa
nos negócios – e entidades de classe como a Associação
burocracia que atazana o dia a dia de
Comercial de Minas têm sido determinantes na disseminação
todo e qualquer empresário à pesada
de conhecimento. Em 2010, a ACMinas realizou mais de 50
carga tributária que o obriga a destinar
eventos, entre atividades de treinamento, workshops, semi-
bem mais de um terço de sua produção,
nários e congressos focados no aprimoramento de empreen-
de suas vendas e de seu trabalho para
dedores.
os impostos. Mas há, também, um outro
É diante de todos esses fatos que em 2011, quando a
fator relevante para o insucesso, que, ao
Associação Comercial de Minas comemora seus 110 anos,
contrário de impostos e burocracia, não
seu braço social e cultural, a Fundação ACMinas, dará um
é condicionado pela política fiscal brasi-
passo de larga amplitude que, sem dúvida, contribuirá subs-
leira: a falta de capacitação.
tantivamente para reduzir a taxa de mortalidade do segmento,
O empreendedorismo pode, sem
pelo menos naquilo que tem por causa a falta de capacitação:
dúvida, resultar de um talento especial
uma Escola de Empreendedorismo, que terá como diferencial
para negócios que, no entanto, não será
o foco na transferência de experiências bem sucedidas àque-
suficiente para assegurar o sucesso.
les que pretendem empreender.
Intuição, com certeza, não é a ferramenta mais eficaz para gerir uma empresa.
A iniciativa constitui motivo de orgulho para mim, como marco do final de minha gestão à frente da entidade, uma vez
É imperativo, na verdade, que o
que o projeto foi gestado no ano passado e hoje, já com a fase
empreendedor se prepare, adquirira
de planejamento concluída e currículos sendo definidos por
conhecimento, palavra mágica que lhe
técnicos e especialistas, entra na etapa de implantação. Não
proporcionará visão de mercado, de
é, sem dúvida, suficiente para as carências que persistem,
processos, de compras, de marketing,
em nosso País, na área de capacitação empresarial. Mas é,
do ambiente econômico, de comercia-
com certeza, uma semente que germinará e se multiplicará,
lização e mesmo de contabilidade, pois
reduzindo riscos e contribuindo para que as empresas de
esses fatores precisarão, cada um, ser
micro e pequeno portes possam realizar melhor o seu papel
pesados e balanceados para que desse
de catalisador do desenvolvimento.
mix emerjam simultaneamente lucro e
Na outra vertente – aquela em que os riscos são impostos
competividade na justa medida. Nesse
pelas políticas oficiais – a ACMinas, pelas mãos de seu novo
ponto não pode haver desequilíbrio.
presidente, Roberto Fagundes, continuará a desfraldar sua
As ações de instituições como o
conhecida bandeira contra a carga tributária, a burocracia, o
Sebrae – que, aliás, tem feito excelen-
juros. Enfim, contra tudo aquilo que constitua empecilho para
te trabalho de capacitação de peque-
o exercício pleno da capacidade empreendora.
Charles Lotfi ex-presidente da ACMinas
85
SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 85
04/03/2011 17:57:41
Sommelier Supere
Vinhos
Cento e dez anos são para poucos Por Arilton Soares*
Existem alguns mitos no mundo do vinho que fazem com que o consumidor com menos informação deixe justamente de apreciar um bom vinho. Curiosamente os anos ímpares no Chile têm sido melhores, mas daí a dizer que o bom vinho chileno é o das safras ímpares é mito. No Chile, na Argentina e em outros países do novo mundo, onde boa parte dos vinhedos é irrigada, as safras não são tão diferentes como acontece na Europa. Outro mito: vinho quanto mais velho melhor. Este faz muitas pessoas perderem vinhos ou consumirem um vinho morto, pois cada vez mais as vinícolas colocam no mercado vinhos prontos para serem consumidos. Só uma parcela pequena de vinhos chega aos 15 anos ou mais em plena saúde; acima de 20, 25 anos de guarda, são raros e muito caros. Quando o vinho é produzido em uma boa região, por um produtor fantástico e a safra é excepcional, este vinho pode chegar aos mais de 100 anos em plena saúde e aí você tem uma obra-prima. Em 1900, na região de Bordeaux na França, alguns fatores contribuíram para uma safra histórica, entre estes um verão muito quente e a pouca chuva, que caiu principalmente na época da colheita, elementos essenciais para produzir vinhos de qualidade espetacular. Uma boa parte destes vinhos estava tão boa que chegou-se a pensar que pioraria com o passar dos anos, o que foi um engano. Quanto mais décadas passavam, mais o vinho melhorava e, em 2010, esta obra-prima, o imortal Château Margaux safra 1900, completou 110 anos em plena forma. O critico de vinhos mais influente do mundo, Robert Parker, degustou o melhor vinho do século XX (segundo a mais respeitada revista especializada do mundo, a Wine Spectator) e deu nota máxima (100) dizendo: “é um vinho imortal, um dos mais extraordinários que já provei”. Há que se lamentar que as garrafas deste vinho estejam acabando. Das 300 mil garrafas produzidas, calculava-se no ano passado que restavam apenas mil, nas mãos de poucos e felizes enófilos. Em breve, serão apenas uma lembrança dessa inesquecível obra-prima - no próprio Château Margaux, restavam oito exemplares que talvez nunca sejam abertos. O enófilo que estiver disposto a degustar esta preciosidade terá que ter dis-
posição para garimpar uma dessas garrafas mundo a fora e desembolsar um valor superior a R$ 27 mil. E ainda corre um risco comum para quem adquire vinhos de safras antigas e raríssimas: por não ter outra garrafa para fazer a troca e pelo valor alto, caso o vinho esteja estragado, o risco é seu. E mais: dependendo de onde o enófilo garimpou esta garrafa, ele pode ter adquirido um falso Château Margaux 1900. Quem não encontrar um exemplar dessa preciosidade ou não estiver com R$ 27 mil disponível, pode comprar um Château Lafite da safra de 1982 que talvez esteja pronta em 2050, por pouco mais de R$ 10 mil. Ou o próprio Château Margaux, da safra de 2000, que não tem previsão de quantos anos viverá, mas já é considerado o melhor da década, com potencial para ser o melhor vinho do século XXI. Este candidato à obra-prima ainda está fácil de encontrar e pode ser adquirido por aproximadamente R$ 5 mil. Para fazer 110 anos tem que nascer da mão de grandes homens, ter caráter, ser estruturado, robusto, intenso e persistente. Parabéns a ACMinas que, como um bom vinho, está completando 110 anos de fundação com muita força e alegria. A parte triste é que não vamos comemorar com um Château Margaux 1900 - que seria um vinho a altura desta data - porque as garrafas que restam no mundo não são suficientes para todos que merecem uma taça. A ACMinas, TIM TIM
* Professor da ABS-Minas e Sommelier da PIZZARIA OLEGÁRIO: Av. Olegário Maciel, 1748 Lourdes - BH - MG - Tel.: 31 3292 4692 - ariltonsommelier@pizzariaolegario.com.br
86SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 86
04/03/2011 17:57:44
s a n S Indica i M AC
ommelier Castelet de Rose – 2008 Tipo: Tinto País: França Região: Bordeaux – Saint Julien Produtor: Vignoble Meffre Castas: 60% Cabernet Sauvignon, 30% Merlot e 10% Cabernet Franc Graduação Alcoólica: 12,5º GL
Indica
Laberinto – 2007 Tipo: Branco País: Chile Região: Maule Produtor: Viña Ribera Del Lago Castas: Sauvignon Blanc Graduação Alcoólica: 13,5º GL
Barolo Tortoniano – 2005 Tipo: Tinto País: Itália Região: Piemonte Produtor: Michele Chiarlo Castas: Nebbiolo Graduação Alcoólica: 13,5º GL
Gravner Breg Anfora -2000 Tipo: Branco País: Itália Região: Friuli Produtor: Gravner Castas: Sauvignon Blanc, Riesling Itálico, Chardonnay e Pinot Grigio Graduação Alcoólica: 13,5º GL
A Sírio – 2000 Tipo: Tinto País: Itália Região: Toscana Produtor: Sangervasio Castas: 95% Sangiovese, 5% Cabernet Sauvignon Graduação Alcoólica: 13,5º GL
Casa do vinho .: Av. Bias Fortes, 1543, Centro, 31 3337 7177 / Av. Bandeirantes, 504, Mangabeiras, 31 3286 7891 www.casadovinho.com.br acesse nosso blog www.blogdacasadovinho.blogspot.com
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 87
87
SUPERE
04/03/2011 17:57:54
Mário Mateus
A HORA DO BALANÇO
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
Coluna
Matur Contabilidade
Fim de ano. Hora de reflexão. De crítica e autocrítica. Hora de assimilar a transformação de todas as coisas, hora de compreender que tudo muda com o tempo, que não se detém e escorre como a areia na ampulheta. A sabedoria consiste em acompanhar a marcha dos dias com predisposição para inventar e reinventar tantas vezes quantas forem necessárias. Viver é estar engajado na vida, comprometido com a vida. Aquele que se engaja na vida e se compromete com a vida tem a seu favor o nascer do sol, que traz a luz e a renovação dos dias. Engajar-se na vida – eis a receita para a restauração e o aprimoramento, para se permitir sonhos mais altos, fazendo de cada dia um estimulante desafio a vencer, uma barreira a transpor. Como
diria
O homem, em sua ânsia de Henry Ford, objetivos elevados dão compreender o nascer e o mais alento ao dia seguinsão a matéria-pripôr do sol, buscou dividir o te, ma, a predisposição tempo, numa tentativa de e a garra para criar e produzir. sobre ele exercer controle
o tom do equilíbrio à existência. Desse modo, a vida, se vista pela perspectiva de direitos e obrigações, faz de cada um de nós competentes Contabilistas. Saberemos analisar, classificar e registrar os fatos. Estaremos mais naturalmente propensos a pesar os acontecimentos, a pôr na balança os dois lados de todas as coisas. Quem põe na balança os dois lados de todas as coisas, exercita-se na arte de interpretar a vida. Pôr na balança todos os fatos, ponderar e avaliar fazem uma grande diferença. E não apenas isso: amplia horizontes, cria abertura para se discutir e debater, gera tolerância e compreensão.
A hora é a hora do balanço.
O tempo não passou depressa. O ano de 2010 fluiu como fluem os dias, as noites e as estações.
E aqui me permito usar o termo “balanço” no sentido não técnico. Com “balanço”, quero dizer “pôr a mão na consciência”, refletir sobre o ano que se vai e avaliar o desempenho ao longo dos doze meses.
Não é sensato – e nem possível – apressar o tempo, tampouco o é empenhar-se em retê-lo.
Feito isso, examinemos os registros. Mas façamos o exame desses registros com o mesmo espírito com que o fazemos na hora em que nos defrontamos com as demonstrações contábeis.
O homem, em sua ânsia de compreender o nascer e o pôr do sol, buscou dividir o tempo, numa tentativa de sobre ele exercer controle.
Examinemos o ativo e o passivo. A vida, como a Contabilidade, tem ativo e passivo. Tem direitos e obrigações. Cumprir essas obrigações e exercer esses direitos dão
Inicialmente, quis entender e marcar o tempo pela “lingua-
88SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 88
04/03/2011 17:57:55
FOTO: ISTOCKPHOTO
gem do sol”, como assinala Mário Ferreira dos Santos em interessante trabalho intitulado “O relógio”. Depois, inventou o relógio, que, pelos séculos, vem sofrendo transformações e ajustando-se aos caprichos da moda e à tecnologia. Nem o relógio foge ao jugo do tempo, como se vê. Tampouco nós. Todavia, dotados que somos de inteligência, podemos extrair do tempo as lições que ele nos dá. É só questão de crítica e autocrítica, de bom-senso e lucidez. Quem olha para trás e, no rastro dos dias e noites que
se sucedem, consegue identificar falhas e imperfeições, não vai repetir no ano seguinte os erros do passado. Reconhecidas as falhas e imperfeições, mudam-se os planos. Afinal, planos existem para serem mudados. O plano é como a tática, deve ajustar-se a novas circunstâncias. Como já disse Públio Siro, poeta latino, “o plano que não pode ser mudado não presta.” Vamos, assim, fazer o balanço. Mas antes, lembremo-nos de que tudo se ajusta ao tempo – até o relógio teve de mudar para não ser vítima do próprio tempo. Esta é a hora do balanço. Vamos examinar os registros. Munidos de números e dados, renovados pelas lições do tempo e estimulados pelas conquistas de 2010, aguardemos 2011, que há de fazer de todos nós Contabilistas do maior patrimônio – a vida!
Mário Mateus Contabilista, Advogado, Pósgraduado em Ciências Contábeis pela FGV, MBA em Direito Tributário pela FGV, Conselheiro do CFC (Conselho Federal de Contabilidade), Diretor da Associação Comercial de Minas Gerais, Membro do Fórum de Líderes da Gazeta Mercantil, Diretor da Matur Organização Contábil. Autor do livro Os sentidos do empreendedorismo. mariomateus@matur.com.br SUPERE
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 89
89
04/03/2011 17:57:55
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 90
04/03/2011 17:57:57
Sebrae/MG. Tudo o que você precisa para abrir, diversificar, gerenciar ou ampliar sua empresa. Incentivar o empreendedorismo e fortalecer os pequenos negócios. Fornecer os instrumentos para aprimorar a gestão dos empreendimentos. Com o Sebrae Minas, você tem acesso a orientações sobre crédito e legislação, consultorias de gestão, cursos de capacitação, palestras e seminários. Você também participa de exposições, feiras e eventos. Uma instituição que está sempre ao seu lado, contribuindo para o sucesso dos micro e pequenos empresários. Acesse www.sebraemg.com.br ou ligue 0800 570 0800 e saiba tudo o que o Sebrae pode fazer por você.
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd 91
0800 570 0800 www.sebraemg.com.br
04/03/2011 17:57:59
REVISTA SUPERE 110 anos ACMinas.indd BM002411-Anr_supere-200x265.indd 1 92
04/03/2011 17:58:02 21/02/11 09:38