Live versus#48

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Rotting Christ + Carach Angren + Svart Crown Profanatica + Rites of Thy Degringolade + Necrobode The Haunted + Norunda + The Descent + Revolution Within Dark Tranquility + Equilibrium + Miracle Flair + Red Soil Immolation + Full of Hell + Monument of Misantrophy + Omophagia Insomnium + Tribulation

Rasgo + Dollar Llama

Bell Witch + Lรถbo


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BELL WITCH + LÖBO 23/03/18 - Centro Cultural do Cartaxo Reportagem e fotografia: Frederico Figueiredo A associação Cartaxo Sessions tem colocado a cidade no mapa dos circuitos internacionais de rock psicadélico, stoner, doom e experimentais sucedâneos. O regresso dos americanos Bell Witch, marca a digressão de um dos quais cotados álbums de funeral doom metal do passado ano, o portentoso “Mirror Reaper”. A dignificar a apresentação deste trabalho, foi preparado o auditório principal do recinto, porém nem a sua generosa dimensão seria suficiente para enclausurar a magnificiência das composições. O evento começou tardiamente, motivado pelo atraso dos cabeça de cartaz bem como por extensos soundchecks. Como caricata forma de evitar o consumo tabagístico no recinto, foram disponibilizados chupas à audiência, que serviram igualmente o efeito colateral de pacificar a ansiedade que acompanhava o desejo de assistir às atuações. A entrada dos portugueses Löbo revelou-se contagiante e extática, suplantando o caráter moroso da sua mais recente produção musical. Por contraponto à compenetração cirúrgica do compositor Ricardo Remédios nas teclas, o guitarrista preenchia o vazio do palco com uma atuação aeróbica, por entre batidas anabólicas a dinamizar a indisciplina cardíaca dos derivados eletrónicos. A amplitude térmica desceu contudo com a espessura de “Aqui em baixo a alma mede-se com mãos cheias de pedras”, com os seus galopantes décibeis a pautar a linguagem de riffs contorcidos. O público foi avassalado por uma torrente de som, turva e cinzenta, com a massiva gravidade de um crepúsculo emocional. Com um palco propício para agigantar a eloquência das suas composições, os Bell Witch ocuparam a quietude dimensional do palco, recorrendo às potencialidades cinemáticas do mesmo, através da projeção contínua de clips de cinema expressionista. O estertor tecido na distorcida intermitência que emanava da escala do baixo de seis cordas, sufocava o esforço do vocalista, cuja inaudibilidade, nem com duas horas de soundcheck foi colmatada. A situação foi entretanto revertida, sem grande prejuízo para as avolumadas notas calcorreadas na dorsalidade da escala, a acicatarem os estímulos monocromáticos de uma atuação sensorial e mesmerizante. A sonoridade da banda revestiu-se de uma densidade movediça, qual vibração sísmica a condensar na tensão de cada riff o torpor arenoso do tempo, com as ocasionais clean vocals a respirar nas fendas de uma pressão tectónica enquanto o baixo conduzia em fúnebre cerimoniosidade o marmóreo silêncio dos elementos.

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INSOMNIUM + TRIBULATION 09/04/18 - Hard Club - Porto

Reportagem: CSA Fotografia: Eduardo Ramalhadeiro

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A Sala 2 do Hard Club do Porto foi o local onde acorreram os fãs das duas bandas, para poderem assistir a estes concertos, dando provas – mais uma vez – da fidelidade do público português – apesar de ser sempre pouco numeroso (exceto em alguns eventos de maior divulgação). Para alguma surpresa nossa, as portas abriram pelas 20h e a primeira banda entrou em cena antes das 21h. Tínhamos imaginado os suecos Tribulation a ocuparem os seus lugares no palco ao som dos teclados iniciais de “Strange Gateways Beckon” (do seu álbum «The Children of the Night», de 2015), mas não foi isso que aconteceu, embora essa faixa tenha sido incluída na set list do concerto. Na sua atuação, marcada por várias entradas e saídas do palco, por mudanças de posição dos dois guitarristas – muito frequentes – e do vocalista/ baixista – mais pontuais – e pelos habituais passos de dança de Jonathan Hulten, desfilaram canções desse álbum e do último - «Down Below», de 2017 – ambos lançados pela prestigiada Century Media. Os fãs acompanharam com entusiasmo as canções apresentadas e assinalaram com gritos e palmas os momentos entre as canções e as saídas e entradas dos músicos. Depois dos jovens – mas experientes – suecos se terem despedido com uma vénia coletiva e após o check sound da praxe –, “desembarcaram” no palco os finlandeses Insomnium, prontos para apresentar aos “marinheiros lusos” o seu «Winter’s Gate», no que acertaram bastante, porque, apesar de estarmos em abril, ainda não sentimos o gosto da primavera. Niilo Sevänen fez as honras da casa, apresentando algumas das canções, interagindo com o público, incitando toda a gente a participar acompanhando com palmas o Melodic Death Metal da sua banda. Foi uma bela viagem, em que as aventuras marítimas narradas no último álbum da banda – implicitamente anunciadas por um pendão alusivo à respetiva capa, que ornamentava o fundo do palco – foram alternando com faixas tiradas de álbuns anteriores. Apesar das duas horas de espetáculo – com direito a encore de Insomnium – que não souberam a pouco – dada a qualidade da música que foi “servida” aos metalheads presentes – a sessão terminou relativamente cedo, o que deve ter agradado aos que, no dia seguinte, bem cedo, teriam de tomar o caminho do trabalho. Contamos cruzar-nos mais vezes com estes nórdicos e ficamos avidamente à espera de novos álbuns!!! Da Prime Artists, sempre impecável na organização de eventos desta natureza, esperamos novas oportunidades de ouvir ao vivo o que ocupa frequentemente os nossos recursos para reprodução de música (digitais ou analógicos).

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DARK TRANQUILITY + EQUILIBRIUM + MIRACLE FLAIR + RED SOIL 13/04/18 - Lisboa ao Vivo

Reportagem e fotografia: Nuno Lopes

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Quis o destino que na primeira sexta-feira 13 do ano fosse a data de regresso dos Dark Tranquility a solo português. Foi perante um Lisboa ao Vivo bem composto que os suecos se apresentaram em grande forma, num concerto que conjugou música e imagem, ao bom estilo da NWOSDM, do qual a banda é nome cimeiro. Com «Atoma», disco do ano passado e por muitos considerado um dos melhores do ano, a ser o prato principal, a banda percorreu os seus discos e onde não poderiam faltar temas como «The Science of Noisee», «The Treason Wall» ou «Icipher» que ligados com temas mais recentes como «Clearing Skies» ou «Atoma» dão uma outra vida e energia à banda e público, que reagia efusivamente a cada palavra e gesto de um Mikael Stanne a usufruir cada momento como se fosse o último, deixando para o fim um dos momentos altos do concerto quando desce para junto do público e canta «State of Trust» para gáudio dos que se apresentavam na sala. Já tínhamos saudades destes Dark Tranquility e ficou provado que eles tinham saudades nossas. Um grande concerto. Tal como os Equilibrium, a banda germânica foi o tónico para o que viria antes e que concerto este! O Folk Metal da banda, encarnado por Robse tem o efeito contagiante num público (algum) que se mostrava conhecedor da banda e do seu percurso. foi um concerto intenso em que não faltaram momentos de interesse e onde o público reagia a cada gesto e a cada incitação para o mosh (uma constante) ou headbang (muito). Já os Miracle Flair tiveram, de facto, uma sexta-feira 13. Com um inicio marcado por dificuldades de som a banda ficou «marcada» e não mais conseguiu agarrar a actuação. Com uma fórmula já batida e, quem sabe, talvez esgotada, os Miracle Flair não surpreendem e podiam ser dispensados nesta noite, ao contrário dos «nuestros hermanos» Red Soil que foram uma boa surpresa. serviram o seu propósito e geraram, ainda, alguma curiosidade entre os presnetes. Nesta sexta-feira 13 o único azar foi não estar presente na sala lisboeta.

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IMMOLATION + FULL OF HELL + MONUMENT OF MISANTROPHY + OMOPHAGIA 24/03/18 - RCA - Lisboa

Reportagem e fotografia: Nuno Lopes

No passado dia 24 de Março o RCA voltou a receber a visita dos norte-americanos Immolation, eles que foram os primeiros a estrear sala lisboeta, já lá vão uns bons anos. Cedo se percebeu que os nova-iorquinos não alteram uma virgula a uma sonoridade que ajudaram a criar. Agradecendo a cada malha tocada e algumas, parcas palavras, os norte-americanos não desiludiram e o mosh foi uma constante. claro que não faltaram temas como «Swarm of Terror» ou «Den of Thieves» para abrilhantar uma noite em que o Death foi rei. Já os Full of Hell, também norte-americanos, viram a sua actuação ser «presenteada», com algumas falhas sonoras que prejudicaram uma actuação que era uma das mais esperadas. Deu para perceber o potencial da banda e o «burburinho» na cena Grind. Correu menos bem. Já antes, os Monument of Misantrophy tinham estilhaçado o ambiente. foram uma agradável surpresa e, certamente, quer iremos ouvir falar deles. No entanto, a maior surpresa vai para os Omophagia. apesar do pouco público que se encontrava no inicio da actuação, a banda insurgiu-se e com grandes malhas e com uma atitude gigante, os suiços quiseram mostrar que o negócio vai bem, algo que se percebe por um traje a condizer. O assunto é sangue e os Omophagia percebem do que falam. O Death Metal está vivo.

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PROFANATICA + RITES OF THY DEGRINGOLADE + NECROBODE 22/03/18 - Le Baron Rouge – Barcarena Reportagem e Fotografia: Frederico Figueiredo Chegados a nenhures, arredores de Massamá, deparámos com um descampado onde gravitava um complexo descolado de um romance de Ray Bradbury; um híbrido de residências artísticas e parque temático em estética de freakshow steampunk, bem adequado como plano de fundo para um conjunto de bandas que poderiam ter sido paridas pelo bizarro universo de Jodorowski. O facto de ser uma quinta-feira e nos encontrarmos nos arredores dos arredores, não se revelou uma conjuntura propícia a sala cheia, apesar da facilidade com que tal seria atingível dada a sua limitada capacidade. A abertura esteve à responsabilidade da nova faceta de Vulturius (Morte Incandescente, Irae, Scum Liquour...), com a apresentação da demo “Metal Negro da Morte”, numa roupagem não dissemelhante a um karaoke de Von, em glorioso espírito de eterno retorno, bem articulado, primitivo e implacável. O cálice foi então passado aos canadianos Rites of Thy Degringolade, os quais, não primando igualmente pela originalidade, aplicaram uma mercenária dose de black/death metal, um pouco na onda de Conqueror/Revenge, numa atuação bastante completa e saciante. De destacar a intimidante figura do baterista, Paulus Kressman (apontamento etnográfico: ex-membro dos Incantation, tal como Paul Ledney, líder de Profanatica), a disparar assertivamente o comando da faixa “Release the Flies” a partir da retaguarda, como Thor ante Tanngrisnir e Tanngnjóstr, cilindrando a audiência com a sua titânica carruagem sónica. Bem salientes se encontravam igualmente os efeitos de modulação nas vocais, que foram assumidas, à vez, por diferentes protagonistas da banda. Num contexto de saudosismo revivalista de um género cada vez mais dissolvido, o concerto foi encabeçado por uma das bandas fundadoras do black metal norte-americano, os Profanatica. Marcando o início dos anos 90 com uma breve carreira maquilhada por sensasionalismo, controvérsia, duas demos e dois splits, estes, retornaram ao ativo no início de 2000, mantendo, essencialmente o registo. Ledney, por contraposição à aura emanada em palco, deambulava pelo público entre atuações, em atitude de confraternização, com sua tolkienesca barba e envergada figura. Em palco, trajados como freiras com a cara esborratada de corpse paint, corresponderam ao previsível: pronunciadas linhas de baixo, vocais ásperas e atmosfera insalubre, com o referido feiticeiro de Isengard oculto pela bateria. Para além de sucinta, a atuação revelou-se contudo algo estática e conservadora, subtraindo-se a atitude punk a la G.G. Allin (com o qual, incidentalmente, Ledney já cruzou caminho), que seria a expectável correspondência aos adereços e componente cénica.

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RASGO + DOLLAR LLAMA 17/02/18 - Hard Club - Gaia Reportagem e Fotografia: Rúben Fernandes

A estrearem pela primeira vez no Porto, os Rasgo não deixaram os fãs parados! Após a apresentação do seu álbum de estreia em Lisboa, foi vez da gente do norte conhecer “Ecos da Selva Urbana”. Dia 17 de fevereiro marca o dia em os que Rasgo “rasgaram” pelo meio da “Selva” urbana nortenha. O Hard Club estava preparado para uma grande noite de Thrash nacional. A abertura das hostilidades ficou a cargo dos Dollar Llama. Sem se deixar levar pela timidez do público, os Dollar Llama puxaram as “almas” que deambulavam pela sala para junto do palco e assim lavar o “espirito” ao som do Metalcore. Concerto poderoso que terminou com a sala quase cheia. No entanto os “Nativos” que povoavam a “Selva Urbana” da sala 2 estavam lá para dar as boas vindas aos Rasgo. “Propaganda Suicída” abriu o concerto e o público não se fez rogado ao mosh... muitos não resistiram ao crowdsurf. O vocalista Paulo Gonçalves na música “Vulgo Vulto” decidiu sair do palco e fazer companhia aos “nativos” no mosh e esses mesmo depois levaram-no de volta para o palco. Destacam-se os temas “ Homens ao mar” - PUXA!!! assim como “Ergue a foice” e “Propaganda Suicida” da qual tocaram novamente no final a pedido do público. Ambas as bandas transmitiram grande energia, o som estava excelente assim como o ambiente, a cerveja estava fresquinha e o mosh estava imparável. Esperemos que voltem a navegar para o Porto para mais apresentações que os fãs cá lhes esperam.

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ROTTING CHRIST + CARACH ANGREN + SVART CROWN 10/02/2018 - RCA Lisboa Reportagem e Fotos: Nuno Lopes Tal como sucedeu no dia anterior no Porto e como tem vindo a ser habitual nesta digressão, o RCA esgotou e há hora da abertura das portas eram já muitos os que se encontravam na fila para aquela que é uma das mais intensas tours de 2018 e que junta dois dos nomes maiores da Season of Mist e, ainda, com os gauleses SVART CROWN. Foram precisamente estes últimos os primeiras a entrar em palco e, da expectactiva à redenção foi uma questão de minutos. Desde logo a banda se apressou a dar tudo o que tinha e a entrega foi uma constante. Os Svart Crown podem até nem ser das bandas mais (re)conhecidas mas, isso irá terminar, pois ficou provado que o potencial é imenso, tal como o headbang furioso que acompanhou a banda. Com a entrada em cena dos holandeses CARACH ANGREN, sobre os quais era grande a expectactiva, a escuridão abateu-se e como seria de prever a banda não desiludiu. Os holandeses revelaram-se uma máquina bem oleada e, ficou bem patente desde o inicio que os Carach Angren não vieram a Portugal em passeio. Optando por um alinhamento que percorreu os cinco discos, os holandeses trouxeram um verdadeiro «circo» dos horrores. Teclados mágicos, fantasmas que vão e vem e, claro, corpse paint, muito corpse paint. Com uma actuação que roçou o brilhantismo, o destaque recai sobre Seregor, com uma actuação intrépida e revelandose uma imenso contador de histórias, o vocalista mostrou também o seu lado menos «evil» e, num momento, terminou com o «sofrimento» de muitos ao expulsar um elemento menos bem comportado do público. Como seria de esperar os temas do mais recente «Dance and Laugh Amongst the Rotten» foram dos mais bem recebidos e, depois de ter presenciado a experiência Carach Angren ao vivo podemos afirmar que o Black Metal tem novos príncipes negros. Quanto aos veteranos Rotting Christ, que regressaram a Portugal, ficou provada uma vez mais a vitalidade dos gregos. com uma carreira que leva já 30 anos os Rotting Christ nada tem a provar, porém, a banda tem o condão de a cada concerto ser uma autêntica máquina pulverizadora. Com um set que terá agradado a todos os presentes e que percorreu os maiores êxitos da banda o que fica é (mais uma) enorme actuação de uma banda que devemos fazer uma vénia e agradecer por toda uma história que se reescreve a cada lançamento, a cada concerto. Dirigindo-se sempre ao público num português bam falado, Sakis Tollas continua a ser um frontman poderoso e sem nada a temer, assim como Geroge Emmanuel que se revela um guitarrista demolidor e um entertainer apaixonado e um incitador do mosh que se ia criando conforme temas como «Apage Satana», «The Sign of Evil Existence» ou, já em regime encore, «666» e «Non Serviam» que terminaram uma noite intensa em que todas, mas mesmo todas, as bandas deram um grande espéctaculo e uma prova de vitalidade para os Cabeças-de-cartaz, os Roting Christ.

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THE HAUNTED + NORUNDA + THE DESCENT + REVOLUTION WITHIN 18/02/2018 - RCA Lisboa Reportagem e Fotos: Nuno Lopes Passaram poucas horas desde que os suecos The Haunted terminaram o seu concerto no RCA. Antes disso, tinham passado 14 longos anos desde a sua última passagem por Portugal e este concerto faz parte da digressão do mais recente «Strength in Numbers». Quando se olha para cima do palco Marco Aro é uma grande besta, um incitador e instigador do caos. Fá-lo com um sorriso que o acompanha desde o inicio da actução, com a sequência «Fill The Darkness With Black», «Brute Force» e «99». Por esta altura já o RCA se encontra em Estado de Guerra, com mosh, circlepit ou outras coisas que tais. Notese que a sala lisboeta se encontra bem composta mas que, mesmo assim, permite ao vosso escriba levar um «spear» vindo do palco, sem que nada o fizesse prever, isto tudo perante um Patrick Jensen em grande forma e um som de guitarra que já é mítico. Tal como já são míticos os temas «The Medication» ou «All Against All». O que mais se vai recordar após esta passagem dos suecos é o crescimento e o amadurecimento de uma banda que, em alguns momentos, perdeu o rumo mas que começa, a todo o gás, a recuperar fôlego, mostrando assim que esta estes são os The Haunted que gostamos. «Hate Song» é a última canção de um set equilibrado. Marco Aro desafia o público saltando para o meio do público, sendo levado, numa onda gigante por todo o RCA até chegar, de novo a palco para, em regime encore tocar «Dark Intentions» e «Bury Your Dead». Poderoso. Já antes os Norunda e The Descent tinham subido ao palco. Os Norunda deram um espéctaculo interessante. Este quarteto luso-iberico apresenta boas ideias e uma boa atitude. Percebe-se que a banda é, para além disso, um conjunto de bons amigos que destilam atitude e irreverência em cima de um palco. Vindos de Espanha os The Descent foram uma agradavel surpresa, ainda que com as devidas distâncias a banda lembra uns At the Gates ou uns...The Haunted. Entre os muitos agradecimentos a Lisboa e a Portugal, os The Descent dão um concerto poderoso e cheio de energia. Foi com um RCA ainda aquém do esperado que os portistas Revolution Within subiram ao palco, porém, a banda não se retraiu e o Thrash foi o mote. Com uma actuação segura a banda foi um bom aquecimento para uma noite que foi crescendo. A noite não era dos Revolution Within, mas eles fizeram parte da festa e, como sempre, saúda-se que existam bandas nacionais em cima do palco. Passaram algumas horas desde o regresso dos The Haunted a Portugal e, o que fica, além de um caos nas costelas (lembram-se do spear?!) é a certeza de que os The Haunted devem ser temidos. eles estão de volta.

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