Cada vez mais, somos aquilo que construĂmos criativamente
LABORATÓRIO DESPERTAR Com o advento das novas tecnologias digitais, adolescentes e jovens nascidos a partir de 1990, passaram a ter acesso a uma nova forma de interpretar a realidade, assim como a forma de consumir a mídia. As Tecnologias de Informação e Comunicação, além de seduzirem os adolescentes de todos os lugares e camadas, transformaram-se em verdadeiro laboratório de criação. Conectados ao mundo pela internet, participando de sites de relacionamentos, os jovens se movem em redes. Ao interagirem com o mundo virtual, acabam construindo um sentimento de autonomia e de identidade, mas que também conduz à individualidade, competitividade e ao autocentrismo em muitos casos. Com a convergência digital, o telefone celular pode ser usado para transmissão e recepção da voz, acessar internet, verificar e-mails, fazer download de músicas, vídeos e filmes, fotografar, assistir programa de televisão, ouvir emissora de rádio, além de armazenar conteúdos e dados. Ao usar o celular, é possível assumir o papel de receptor, transmissor e fonte de informações, rompendo assim alguns paradigmas da comunicação. Porta de acesso que deve ser ferramenta educativa e de cidadania. O acesso à cidade, o entendimento cartográfico e a rede podem ser dentro da nova educomunicação o novo laboratório. O Projeto em si, busca aprimorar as vivências e experiências, contribuindo para a promoção e estímulo ao exercício do direito à cidade, a valorização da convivência no espaço urbano da macrorregião do Centro e ao respeito da sociabilização em uma cultura de paz. Organizado e desenvolvido pelo Instituto Via Cultural com a parceria com a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, com dotação vinda do FUMCAD, o projeto propôs a multiplicação de técnicas, pontos de referência e pensamentos criativos - de adolescentes entre 14 (quatorze) a 17 (dezessete) anos e 11 (onze) meses -, como forma de protagonismo e interesse pelo meio. Utilizando-se de celulares pessoais, câmeras e filmadora do projeto e do Instituto, no território, de forma simples e criativa, o Laboratório brincou com a cidade, protagonizou memórias, construiu falas e despertou afetamentos. Estes adolescentes puderam conviver com profissionais, outros jovens e adultos de público espontâneo nas aulas no território e aprender mediante a capacitação do uso das mídias fotografia e cinema, o aperfeiçoamento, a percepção e a construção de narrativas dentro 4
destas mídias, a criação de um diálogo dos participantes com as outras redes e lugares via mídias digitais, bem como ter seu material disponibilizado em site, como ponto de encontro e de diálogos com o espaço cidade, formador de pensamento a arte urbana. Durante dez meses, as atividades iniciaram-se todos os meses com aulas teóricas e dinâmicas no espaço-oficina do Laboratório Despertar no Edifício Mirante do Vale, onde foram recebidos com as primeiras orientações e conversas para definir o grupo, estabelecer o conhecimento básico deste e nortear as ações. Nestes momentos foram dadas as referências históricas necessárias, iniciadas as instrumentações técnicas e, os educadores juntamente com os grupos, analisaram os primeiros resultados das imagens e vídeos realizados - passando por um processo de esclarecimento de dúvidas, possibilidades alternativas de discurso e técnicas profissionais para resultados. A partir do segundo encontro de cada mês, as oficinas foram desenvolvidas no território, onde utilizamos as praças, os lugares de passagem, os não lugares, a arquitetura da cidade, - nos percursos realizados em dinâmicas, e diante dos cenários montados, onde criamos uma trama de conhecimento trazido por cada participante do grupo docente e discente para a geração das resultantes. Coordenando trajetórias de visão e atuação na mudança da observação do entorno - de atitude passiva em ativa – as atividades criaram um portal comunicativo entre os atos de informar, organizar dados e realizar trocas de repertório e cultura. Após estes meses de laboratório, como o diz o próprio nome do projeto, realizamos mais dois meses de imersão em técnicas digitais de tratamento e edição. O trabalho realizado em sala de aula compilou imagens e vídeos produzidos durante os percursos cartográficos e as aulas no território que em sua finalização ganham uma Mostra de resultantes. Vivendo a cidade e a ressignificando pudemos atuar de forma a dar voz a uma diversidade de pensamentos e olhares. Este catálogo mostra um pouco da nossa trajetória e do trabalho realizado. Agradecemos a todos os envolvidos e parceiros, sem os quais esta ação não poderia ser realizada. Até o próximo Laboratório! Instituto Via Cultural 5
Considerações sobre a gerência de um destino compartilhado. A construção de uma cidade igualitária, inclusiva e participativa é possível quando a vida cotidiana une, percebe e estabelece a sua cartografia identitária a partir da apropriação humana do espaçoterritório, com direito, respeito e pertencimento. Constrói uma garantia à não violência uma vez que, a ocupação virtuosa do espaço-território inibe a ingerência viciosa e indébita do mesmo. Coordenando trajetórias de visão e atuação na mudança da observação do entorno - de atitude passiva em ativa – o projeto cria um portal comunicativo entre os atos de informar, organizar dados e realizar trocas de repertório e cultura glocal. Por meio de formação técnica em oficinas multimídia, o participante atinge com interface de equipamentos eletrônicos, uma meta de transposição da percepção até alcançar o ciberespaço e a consciência de protagonismo, direito e responsabilidade. Promovendo e estimulando o desenvolvimento de processos de criação conjunta, observando diferentes formatos/meios de produção e espaços de realização, LABORATÓRIO DESPERTAR contempla a pesquisa cartográfica e criação artística na cidade, com ação conjunta à população, com foco na integração de linguagens e estéticas, como fotografia, cinema experimental, registros e intervenções cenográficas, arte digital. O projeto está inserido no âmbito do desenvolvimento de cidadania cultural, buscando expandir a busca de novos espaços de diálogo e de participação de agentes da cidade por meio da cultura. Nesse sentido, o uso desses espaços abertos da cidade para a realização de dinâmicas de arte e cultura juntamente com a publicação desse conteúdo online, propicia a criação de um espaço de interlocução respondendo às demandas identificadas por todo o estado, multiplicando suas resultantes cartograficamente. Propomos uma discussão da virtualização da nossa vida cotidiana, a necessidade incessante de fotografar-se e postar-se em rede, muitas vezes vivenciando as experiências do real através apenas das interações sociais virtuais. Essa necessidade de ver-se e interagir na rede, antes mesmo da experiência no mundo real, de fato, origem da postagem, é o sintoma da nossa virtualização. O Facebook/Instagram é a nova praça, e a praça da cidade resumiu-se, como consequência, em um não lugar, no máximo local de passagem ou de estadia para pessoas que estão ausentes de si mesmas, moradores de rua, usuários de drogas e a população marginalizada. 6
Esse movimento é paradoxal, pois quanto mais se fotografa, menos se fotografa, afinal, como diz Henri Cartier-Bresson “Fotografar é colocar na mesma linha a cabeça, o olho e o coração”. É esse realinhamento que pretendemos realizar nas propostas aqui apresentadas. Como escreve Ecio Salles (mestre em Literatura Brasileira UFF e doutorando em Comunicação e Cultura UFRJ), “o campo gravitacional ao qual pertence a expressão cultura urbana, de acordo com a proposta que embasa a série do Salto para o Futuro, reúne palavras que se atraem mutuamente: processo, linguagem, subjetividade, experiência”. São termos diferentes entre si, mas que deixam – especialmente se pensadas em face do conjunto cultura e educação – perceber um destino compartilhado: a perspectiva de ampliação ou universalização dos direitos e o aprofundamento democrático. Anna Lucia Marcondes Diretora Presidente – Instituto Via Cultural
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O Projeto LABORATÓRIO DESPERTAR é um circuito de atividades de formação técnica e prática, realizada em espaços públicos, que contempla conteúdos de cultura digital, linguagem audiovisual, vivências artísticas e culturais. Tem como o objetivo criar registros, narrativas poéticas, inventários de cartografias e vivências, desenvolvendo a percepção, o olhar e a possibilidade de revisão de valores atribuídos à cidade, aos espaços, a seus componentes, e às inúmeras camadas de memória. Agrega uma proposta de humanização e ocupação de espaço público com ações mediadas por tecnologia e arte para transformação vivencial e cidadã. Desenvolvido no Centro Antigo da Cidade de São Paulo, com público espontâneo e inscrições abertas ao público em geral e de toda a região metropolitana e entorno. As oficinas são desenvolvidas no território, onde utilizamos as praças, os lugares de passagem, os não lugares, a arquitetura da cidade e em sala de aula onde criamos uma trama de conhecimento trazido por cada participante do grupo docente e discente para a geração das resultantes. A construção de uma cidade igualitária, inclusiva e participativa pode ser possível quando a vida cotidiana une, percebe e estabelece a sua cartografia indentitária a partir da apropriação humana do espaço-território, com direito, respeito e pertencimento. Constrói uma garantia a não violência uma vez que, a ocupação virtuosa do espaço-território inibe a ingerência viciosa e indébita do mesmo.
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Coordenando trajetórias de visão e atuação na mudança da observação do entorno - de atitude passiva em ativa – o projeto cria um portal comunicativo entre os atos de informar, organizar dados e realizar trocas de repertório e cultura glocal. Por meio de formação técnica em oficinas multimídia, o participante atinge com interface de equipamentos eletrônicos, uma meta de transposição da percepção até alcançar o ciberespaço e a consciência de protagonismo. A Metodologia aplicada é chamada de visão 180º, com aplicação de conteúdos e vivências transdisciplinares, em que o aluno é levado a questionar, perceber o mundo que o cerca sendo levado a transformá-lo através da sua própria capacidade. Assim, através da plataforma educacional criada pelo Instituto, propomos construir uma nova identidade sociocultural onde, reconstruir - restaurar - permite recuperar não apenas a visão, mas a sua própria essência, através da história e dos valores a ela ligados. Promovendo e estimulando o desenvolvimento de processos de criação conjunta, oferecendo diferentes formatos/meios de produção e espaços de realização, Laboratório Despertar contempla a pesquisa cartográfica e criação artística na cidade, com ação conjunta à população, com foco na integração de linguagens e estéticas, como fotografia, cinema experimental, registros e intervenções cenográficas, arte digital.
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Laboratório Despertar recebeu 315 inscrições de adolescentes de 13 a 17 anos e 11 meses, vindos de famílias de baixa renda, da periferia da cidade vindos de escolas e instituições públicas, associações, ONGs, abrigos e curiosos no tema. ............................... Além dos adolescentes tivemos inscritos mais de 100 jovens e publico espontâneo nas atividades de rua participando das sessões de fotos e conversas sobre o território o que por vezes, produziu uma interessante troca de experiências. Horários: Contrafluxo escolar Matutino: 8h às12h Vespertino: 13h às 17h Mensal
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Arte, registro, saber, memória, história. O alcance do pensamento e olhar de cada um. O olhar vem antes da técnica, o que se procura também. É o que faz a diferença. É o que nos faz buscar a técnica.
O futuro é agora “O mundo é formado não apenas pelo que já existe, mas pelo que pode efetivamente existir”. Milton Santos O que antes eram apenas especulações e cenários de ficção científica, hoje é realidade. Não só cronologicamente – afinal de contas, já estamos na segunda década do século XXI; mas também nas inovações que, diariamente, nos surpreendem. O futuro já está aqui. Parte disso pode ser confirmada apenas observando o cotidiano: nas mãos de cada pessoa, um pequeno aparelho nos conecta e traz o mundo verdadeiramente para mais perto. Se há alguns anos imaginar uma realidade futurista era quase um exercício de delírio, hoje ela se concretizou – e tudo se torna cada vez mais digital, conectado, em tempo real. Por conta desses fatores algumas situações também se inverteram. Atualmente, somos todos ao mesmo tempo consumidores e produtores de conteúdo. São cerca de 300 milhões de smartphones em todo o Brasil, contra 210 milhões de habitantes (segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, realizado em abril de 2018). Os resultados, todos sabemos: contato possível com amigos em qualquer local do globo, vídeos de momentos em família, fotos inusitadas, denúncias que antes jamais seriam feitas. Há também um aspecto negativo (como o vício no uso da tecnologia e o alheamento da vida real), é claro – mas, sabendo utilizar, a tecnologia é positiva e nos abre um novo mundo de possibilidades. Boa parte dessas possibilidades está aqui. Um dos contemplados com verbas do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente - FUMCAD, o Projeto Laboratório Despertar permitiu a 400 adolescentes de 14 a 17 anos e jovens a participação em oficinas de edição digital e a incorporação da linguagem fotográfica casual e documental do cotidiano.
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Oferecer esse tipo de apoio é nada mais que cumprir nossa missão. Conforme previsto no Artigo 88 do ECA, “a política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente deve-se dar através de um conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais”. O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - CMDCA, enquanto órgão público, deliberativo, formulador de diretrizes e controlador das políticas de atendimento à criança e ao adolescente – além de gestor do FUMCAD, que recebe doações previstas na legislação – tem como objetivo garantir a efetivação dos direitos desses jovens. Por isso, o apoio e financiamento de projetos realizados no contra turno escolar se inserem dentro de uma proposta político-pedagógica que busca assegurar aos adolescentes (além de novos conhecimentos) a garantia dos direitos à educação e cultura, previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente constituindo-se, portanto, em oportunidades educativas legítimas. O Projeto Laboratório Despertar, entre outros muitos benefícios, permitiu a esses jovens um exercício de percepção, de ver a cidade, de testar novos olhares sobre o seu dia-a-dia – e desta vez, examinado por eles mesmos, em vez de submetidos à visão do outro. Assim, é gratificante observar o resultado deste trabalho e perceber o aperfeiçoamento do olhar, da percepção e da construção de narrativas e redes. Que o Projeto Laboratório Despertar possa não apenas perdurar como crescer e se espalhar, beneficiando um número ainda maior de crianças e adolescentes do município de São Paulo. Jovens que, muito em breve, serão os responsáveis pela construção de um novo futuro.
Marisa Fortunato Secretária-Adjunta de Direitos Humanos e Cidadania Presidente do CMDCA/São Paulo 15
TERRITÓRIO E LINGUAGEM
Oficina 1 Criação de espaços inexistentes, aproximação de espaços distantes.
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Intervenção no espaço público, por meio de cenografias criadas por fotos plotadas, ou outros recursos cênicos, permitindo que os participantes-fotógrafos criem espaços inexistentes na cidade ou mesmo sejam transportados para espaços distantes de onde se encontram. ...........
foto: Marcos Sanchez
foto: Walter Passos 18
foto: Walter Passos
foto: Amanda Reis
RELEITURAS
Interpretação do território-cidade e território-indivíduo: - Território-cidade urbe: praças, áreas de convivência, parques, bairros. - Território-cidade acesso: arte urbana, intervenções, mobilidade, estética, deslocamento cartográfico, filmes, casas noturnas, entretenimento. - Território-indivíduo físico: casa, família, grupo, tribo, estética. - Território-indivíduo avatar: perfis nas redes sociais, páginas pessoais e outros ciber espaços. - Território do imaginário: convivência, virtualidade, redes e construção. - Território do direito: diversidade, territorialidade participativa e social.
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CONVIVÊNCIA E DESCOBERTAS
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IDENTIDADE NO OLHAR
Oficina 2 Olhares diferentes para um mesmo espaรงo.
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OBSERVATÓRIO
Olhares diferentes para um mesmo espaço. Orientação aos fotógrafos-participantes que realizassem um número determinado de fotografias buscando coisas específicas. As solicitações podiam ser abstratas (Fotografe uma ausência, uma poesia e um prazer) ou ser específicas (Fotografe um banco, uma árvore, um brinquedo), a depender do público ou mesmo do espaço que pudessem oferecer contrastes e problemas evidentes.
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NARRATIVA NA CIDADE O trabalho com a narrativa construída a partir do olhar - Olhar coletivo: poética do território construída por pontos múltiplos de referências. - Olhar avatar: percepção individual sobre o território. - Olhar interventor: criação dentro de espaços imaginários e alocados. Foram realizadas rodas de conversa com os adolescentes, público espontâneo, moradores e transeuntes do centro de São Paulo, identificando as questões centrais do território, dando início e chamando participantes para a atividade.
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IMAGENS PRODUZIDAS POR ALUNOS
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CRIAÇÃO E TÉCNICA
Oficina 3 Arte em Rede.
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NARRAÇÕES
Com fotos/vídeos realizados por participantesfotógrafos, impressos e online, trazemos a proposição de alteração física ou digital dos resultados por participantes de outros espaços, dada a itinerância do projeto, realizando trabalhos coletivos que dialoguem com a diferença de público e com as diferenças geográficas desses espaços. Todo material selecionado em curadoria foi compilado na sequência das oficinas em campo para ser utilizado em oficina de edição.
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CONECÇÕES
A potencialização da cultura pela tecnologia • Percepção digitalizada. • Difusão virtual de conteúdo cultural. • Relações da economia criativa e tecnologia. • Mecanismos de participação cidadã em rede. • Desmistificação e Socialização do espaço urbano. • Novas plataformas e mídias-suporte para expressões artísticas. Feitos os registros digitais para criação de repertório-base para os processos de desenvolvimento criativo, fomentamos a percepção para recodificação da realidade no digital com aulas técnicas de edição fotográfica, edição de vídeo e mediação de inferências.
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EXPERIÊNCIA E LINGUAGEM
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“Arte é o exercício experimental da liberdade”. Mario Pedrosa
PERCEPÇÕES
O Projeto Despertar visa, através da orientação nas áreas de fotografia e cinema experimental, buscar promover aos adolescentes e demais interessados, um novo modo de observar e registrar seus momentos. Através da utilização de máquinas digitais e celulares, uma maneira mais técnica, crítica, perceptiva, profissional e por que não dizer, poética. ........................................... Através das aulas práticas: O olhar, luz, cor, enquadramentos, tempo, movimentos, percepções e provocações; os exercícios procuram orientá-los e demonstrar a estes, os vários caminhos e possibilidades que podem ser explorados, na utilização das técnicas orientadas e exaustivamente exercitadas em aulas.
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De acordo com o tema escolhido, uma visão mais profissional no simples ato de captar uma imagem, uma situação corriqueira, um sentimento feliz, triste, uma diversão, ou mesmo, uma ocorrência, podem se tornar objeto de estudo ou mesmo de resultados de extrema beleza e criatividade. ............. No final, o manuseio deste material coletado durante esses meses, trabalhados na edição final, objeto também das matérias e da futura exposição, possibilitará como resultado de todo esse aprendizado, através da criatividade e do interesse de cada um, levando para sí e para sua vida, a denominação do próprio projeto: o seu “Despertar”. Eduardo Cordeiro de Araújo Diretor Técnico - Instituto Via Cultural
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UM LABORATÓRIO DE IDEIAS E AÇÕES
Laboratório Despertar é um constante exercício do olhar: caminhar e olhar, olhar através da câmera, encontrar com o olhar do outro através dos vídeos produzidos. O simples fato das oficinas acontecerem quase sempre nas praças do centro já nos traz a experiência de um contato diferente com a cidade: parar para observar ao invés de olhar em trânsito. E aí entra o cinema: o que eu escolho enquadrar? Quais são os movimentos que me chamam atenção neste espaço? E os sons? As experimentações das aulas nos fazem refrescar constantemente os olhos sobre São Paulo, para que possamos então escolher quais fragmentos da cidade queremos registrar e, posteriormente, dividir com o mundo. Laís Perini Educadora de Cinema e Streaming
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O projeto Laboratório Despertar, durante o período de aulas em praças foi desenvolvido com excelente aproveitamento das turmas. Observando o impacto visual em sua montagem, a demanda de pessoas circulando durante as oficinas seguiu crescente durante os meses. O conteúdo programado foi aproveitado pelas turmas que, em sua maioria, são renovadas a cada mês. Os professores trabalharam dando foco a conteúdos não contínuos onde as temáticas de aula podiam ser concluídas em um mesmo dia, dinâmizando e inovando tanto para os alunos fixos quanto para os rotativos semanais. A proposta do projeto foi proporcionar uma iniciação à fotografia e ao cinema, com material de aula incluso a zero custo, garantindo o direito do aluno à gratuidade e acesso a cultura. ........ Os professores encontraram diversos adolescentes encantados com a arte do registro fotográfico e cinematográfico. Este diálogo fez com que os trajetos dos alunos fossem alinhados de forma mais concreta, orientando-os a possíveis carreiras em profissões relacionadas aos temas abordados em aula. No mais, o projeto Laboratório Despertar proporciona exatamente a experiência que seu próprio nome deixa claro: um laboratório de pesquisa de campo e pesquisa de si mesmo, como você vê sua própria cidade, um novo olhar ao centro de São Paulo e o despertar de novas possibilidades, humanas e profissionais. ............... Vitor Faria Assistente de Cinema e Streaming
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As oficinas de fotografia do laboratório despertar têm como um de seus polos formadores sensibilizar o participante para os aspectos comunicacionais da fotografia.
forma similar por um grupo cultural, assim, o exercício constante, desdobrado entre a captação e leituras de imagens em grupo, se mostra eficaz no estudo da linguagem.
Só há comunicação quando o receptor faz a interpretação da mensagem. Deste modo, cabe ao fotógrafo tentar se antecipar e se questionar: ‘o quê as pessoas percebem nas minhas fotos é o que eu gostaria que elas percebessem?’. Por mais que sempre hajam aspectos personalíssimos nas interpretações, há um conteúdo que é interpretado de
Outro polo formador é a atenção à urbe. Associar exercícios de articulação dos aspectos visuais à observação do entorno auxilia a criar uma cultura de percepção e atitude crítica sobre os espaços públicos. Cláudio Manculi Professor de Fotografia
A oficina “Laboratório Despertar” que tem como objetivo ensinar e introduzir o cinema experimental e fotografia à vida das pessoas e despertar um novo olhar sobre a cidade, está no ápice de seu sucesso. Por ser uma atividade totalmente gratuita para os adolescentes e contar com profissionais capacitados, atrai pessoas de todas as idades, que se interessam por participar. Desde o começo as turmas vêm carregadas de alunos, graças a divulgação do curso nas praças e redes sociais, e a “nãorepetição” dos conteúdos das aulas, fazendo com que os alunos permaneçam o curso por mais de um mês e indiquem aos amigos e familiares. A importância de um projeto como este com tanto conteúdo, gratuito e ao ar livre, se vê na diversificação do público participante, o que gera uma interação entre as pessoas que cria laços e constrói memórias, além de
proporcionar algo único para a equipe que também faz parte disso. A parceria com o FUMCAD é outro fator de suma importância para que os adolescentes com pouca, ou nenhuma condição, possam se locomover de suas zonas até o centro da cidade para participar do curso. Além de tudo a permanência nas praças gera uma maior interação com os moradores e com as pessoas que passam pelo ponto de cultura, que mesmo após uma aula ou uma simples conversa com os instrutores e aprendizes já tem uma nova concepção e um novo jeito de ver uma cidade em que eles vivem e circulam todos os dias. Mariana Ribeiro Assistente de Fotografia
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IMAGENS PRODUZIDAS POR ALUNOS
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IMAGENS PRODUZIDAS POR ALUNOS
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A Via Cultural foi criada para possibilitar a estruturação do pensamento para uma atuação em rede de pessoas interessadas em agir dentro das conformidades da lei, atingindo intentos socioculturais de pesquisa, ação, capacitação, estruturação e sustentabilidade, nos segmentos de Cultura, Educação e Meio Ambiente. Age para criar projetos e ações que promovam e assegurem melhor qualidade de vida aos cidadãos com ética, legalidade e transparência. Projetos de educação cultural, desenvolvidos de forma transdisciplinar, com metodologia inédita, com publicações, treinamento de equipes da área de educação, workshops empresariais, palestras e exposições. A Via Cultural, fundada em 2005, hoje atua como: - OSCIP (Organização Social Civil de Interesse Público) regulamentada e certificada pelo Ministério de Justiça desde 2008; - Instituição Cultural da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo desde 2010; - Ponto de Cultura da Prefeitura do Município de São Paulo desde 2014. www.viacultural.org.br 11 3624-5792 11 3624-5791 viacultural@viacultural.org.br
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Laboratório Despertar é uma iniciativa de Educação Cultural Digital no Território do Instituto Via Cultural em parceria com Secretaria dos Direitos Humanos, por meio do FUMCAD conforme o Termo de Fomento n° 22/2018/SMDHC, Lei Federal n°13019/2014, Decreto Municipal n° 57575/2016 e Portaria n° 115/SMDHC/2016. O resultado deste processo tornou-se possível por meio da ação conjunta de pessoas, entidades, empresas, instituições e órgãos governamentais. Agradecemos a todos que acreditaram e se entregaram a esse trabalho fazendo-o possível. À equipe, o mérito, aos parceiros, a admiração. Aos jovens participantes, caminhos abertos. VIA CULTURAL - Instituto de Pesquisa e Ação pela Cultura Presidente Anna Lúcia Marcondes Vice Presidente e Diretor Técnico Eduardo Cordeiro de Araújo Consultor Jurídico Alessandra D’Elia Diretor Financeiro Administrativo Maria Aparecida Ferreira Contabilista Responsável Jucelino Shimura Assistente administrativa Natalia Varoni Assistente de produção Fernanda Bizon Assistente de arte Rodolfo D’Elia. PROJETO LABORATÓRIO DESPERTAR Gestão e Organização Instituto Via Cultural Planejamento e Organização Triade Eventos Equipe docente Claudio Manculi, Laís Perini, Vitor Faria e Mariana Ribeiro de Castro. PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Prefeito do Municipio de São Paulo Bruno Covas, Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania: Secretária Berenice Maria Giannella, Secretária Adjunta Marisa Fortunato, Diretor do departamento de Parcerias Oswaldo Santana, Diretor da Divisão de Análise de Contas Larissa de Jesus Martins, Diretor da Divisão de Gestão de Parcerias André Thiago Rebechi, Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente CMDCA: Presidente Marisa Fortunato. Na Cidade de São Paulo, o CMDCA foi criado pela Lei 11.123/91 e o FUMCAD pela Lei 11.247/92 e regulamentada pelo Decreto 43.135/03. Você também pode realizar doações a projetos que garantam os direitos da criança e do adolescente. Laboratório Despertar 2018 Rua Brigadeiro Tobias, 118, 39º andar, conjunto 3901. Centro São Paulo. .............................................. VIA CULTURAL - Instituto de Pesquisa e Ação pela Cultura Avenida Brigadeiro, Faria Lima, 1597, 7º andar, conjunto 707. Jardim Paulistano, São Paulo. 54
A Mostra das Resultantes desse projeto foi sediada pela Biblioteca Infanto-Juvenil Monteiro Lobato, apoiadora da iniciativa, biblioteca publica mantida pela Prefeitura de São Paulo, por intermédio da Secretaria Municipal de Cultura.
Realização
Parceria
Apoio
Fomento
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