A província no noroeste da Argentina, além das belas paisagens dos Andes, oferece um passeio ferroviário em um dos percursos mais altos do mundo!
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A província argentina oferece paisagens deslumbrantes da Cordilheira dos Andes, herança cultural indígena, boa gastronomia, vinhos de excelência e um passeio incrível a bordo do Trem para as Nuvens, um dos percursos ferroviários mais altos do mundo!
Aprovíncia de Salta - conhecida como “la linda” (a bonita) – está localizada em um vale encantador no noroeste da Argentina, oferecendo uma combinação perfeita de paisagens deslumbrantes, história rica e cultura vibrante. Com sua arquitetura colonial, ruas de paralelepípedos e atmosfera descontraída, Salta é um lugar que cativa os visitantes desde o primeiro momento. Fundada em 1582, com mais de 500 mil habitantes, é reconhecida pela arquitetura colonial espanhola e pela herança andina de cultura indígena e vem se tornando um centro turístico, com belezas naturais e paisagens incríveis, situada aos pés das montanhas da Cordilheira dos Andes, com vistas magníficas e oportunidades infinitas para atividades ao ar livre.
Há muito o que conhecer na província. Há passeios históricos, culturais, de aventura, pelas vinícolas, festivais andinos e muitas trilhas para caminhadas, além de cachoeiras pitorescas e montanhas imponentes para explorar em parques. Salta tem ainda uma gastronomia com sabores únicos e sua música tradicional são as famosas peñas folclóricas.
Três países têm fronteira com a província: Paraguai e Bolívia ao norte e Chile, a oeste. Entre os altos picos da Cordilheira dos Andes, Salta possui os vinhedos de maior altitude do mundo. Alguns estão a mais de 3 mil metros do nível do mar. As uvas tintas Malbec e Torrontes, emblemas dos vinhos argentinos de alta qualidade, também assinam os
vinhos da região. O tempo e o clima proporcionam grandes amplitudes térmicas diurnas, o que resulta em vinhos de sabor intenso, acidez equilibrada e maturação fenólica.
A história da região vinícola começou no século 16, quando os missionários jesuítas plantaram vinhas com sementes de uvas do Peru. As condições do clima foram a chave
do sucesso. Além disso, as colinas de grande altitude permitem o desenvolvimento de deliciosos perfumes e cores intensas nas uvas. Os visitantes, além de conhecer as vinícolas, podem ainda participar de degustações dos produtos locais.
O centro histórico de Salta é cheio de vida, charmoso, com construções que remontam à época colonial da Argentina, com monumentos, praças e igrejas. A maioria das atrações está em seu entorno. A praça central – 9 de Julio – é o marco das festividades e ponto de encontro para o tour pela cidade.
Os arredores do centro histórico são o melhor local para se hospedar, com opções de hotéis de diversas faixas de preços, lojas de A praça 9 de
artesanatos, lembranças, alfajores, vinhos e vários cafés e restaurantes para degustar as iguarias argentinas. A gastronomia de Salta traduz a herança cultural da região. Os pratos tradicionais, como empanadas salteñas, locro, as humitas e os tamales (pamonhas), os churrascos e as tortillas al rescoldo são deliciosos e refletem a mistura de influências indígenas e espanholas. E podem ser saboreados nos restaurantes locais ou nos mercados de rua, onde a comida é preparada com ingredientes frescos e aromáticos.
Aprender sobre a história local registrada em museus e igrejas, caminhar pelas ruas tranquilas, relaxar em meio a natureza ou subir as montanhas são algumas das prin-
Iguarias de Salta: Gaznates recheados de doce de leite e empanaditas de doce de cayote); à dir.,
famosas empanadas locais
cipais atrações da cidade. Percorra o Cabildo e a Catedral. Conheça a igreja de San Francisco, do século 17, é considerada o cartão-postal da cidade. Construída em estilo arquitetônico romântico, tem uma das torres mais altas do continente, com aproximadamente 54 metros de altura.
Não deixe de ir ainda ao convento de San Bernardo, à Plaza 9 de Julio e ao mercado artesanal. Visite o Museu de Arqueologia de Alta Montanha e o monumento a um influente da história argentina: Martín Miguel de Güemes. Suba o cerro San Bernardo e explore os bosques da Reserva do Huaico, localizado a apenas 1 km do centro Histórico. É
O impressionante anfiteatro natural entre as montanhas com um curioso efeito acústico
um dos melhores locais para uma vista panorâmica da cidade de Salta. No topo do morro, a 200 metros de altitude, funciona um teleférico que garante a visão não apenas da cidade, mas de todo o Valle de Lerma.
Também descubra tesouros a mais de 3 mil metros de altura explorando os vales e os altiplanos, as selvas e as montanhas, as Yungas
e a Puna, as colinas coloridas e os vulcões da Cordilheira dos Andes, a Quebrada de Humahuaca e o antigo caminho inca chamado Qhapaq Ñan e conheça os ponchos multicolores, a Marcha de los Bombos e a Bajada de los Diablos. Caminhe por montes coloridos e por mares de sal. Descubra formações geológicas e obras da engenharia. Contemple
arroios e lagos de água transparente, vulcões, montanhas sagradas e sítios arqueológicos.
Além da cidade de Salta, a província oferece muitos outros destinos turísticos emocionantes. A Quebrada de Humahuaca, um desfiladeiro de tirar o fôlego declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO, é um lugar imperdível para os viajantes. Com suas montanhas coloridas e cidades históricas, como Purmamarca e Tilcara, a região é um paraíso para os amantes da fotografia e da cultura.
Outro destaque da província de Salta é o Trem para as Nuvens (leia texto à pág. 26), uma experiência única que leva os passageiros a uma jornada pelos picos dos Andes, alcançando altitudes impressionantes. Essa aventura ferroviária proporciona vistas panorâmicas inesquecíveis e uma conexão com a natureza intocada. Salta é um destino de viagem muito exclusivo!
OTrem para as Nuvens (O Tren a Las Nubes) é um dos percursos ferroviários mais altos do mundo e a linha C-14
Ferrocarril General Manuel Belgrano é uma ramificação da linha ferroviária que une as estações de Salta com a de La Polvorilla. O trem passa por belíssimas paisagens,
cruza vilarejos pitorescos, atravessando as montanhas da Cordilheira dos Andes, para chegar ao viaduto La Polvorilla, uma ponte de ferro, a maior obra da engenharia argentina do século 20, com mais de 4.200 metros de altitude.
Essa linha ferroviária conectou no passado o país à ferrovia do Chi-
le, atravessando a cordilheira para exportar alimentos e minerais e receber produtos argentinos. O trem que já completou 50 anos da sua primeira viagem turística, hoje é uma das principais atrações do norte da Argentina. É um percurso único, quase obrigatório, porque, além das belezas naturais da região, o vi-
O cinquentenário trem turístico descortina as mais belas paisagens dos Andes em um passeio de quase três horasO Trem para as Nuvens, na cidade de San Antonio de los Cobres
sitante mergulha na cultura e história da Argentina. É considerado ainda um dos trens mais altos do mundo, só perde para a locomotiva chinesa que liga Pequim e Lhasa e para o peruano Ferrocarril Transandino.
O caminho de Salta até a estação dura aproximadamente três horas, descortinando um verdadeiro espetáculo de paisagens pelas Quebradas Del Toro, trajeto com paradas para fotos pelas montanhas coloridas, que mudam de cor e que já foram cobertas pelas águas do mar há mais de 180 milhões de anos. O circuito inclui o povoado El Alfarcito para que os passageiros experimentem o desayuno (café da manhã) campestre com direito a café, pães e chá de coca para
ajudar nos efeitos provocados pela altitude. Ali é possível conhecer um pouco da história do padre Chifri, que dedicou sua vida para que
essa comunidade tivesse uma “vida mais digna e cheia de amor”, como diz a placa na frente da igreja. Também cruzamos o Parque
Nacional de Los Cardones, área ambiental criada para proteger uma espécie de cacto da região, que já está por lá há cerca de 600 anos.
Na volta também são feitas paradas pela Quebrada de las Cuevas, com visita ao Museo Arqueológico de Santa Rosa de Tastil, um dos sítios mais conservados do mundo.
O ponto de partida desse passeio é a estação que fica em um antigo acampamento mineiro, San Antonio de los Cobres, um vilarejo a 3.774 metros de altitude. Os habitantes, principalmente indígenas, além de seu artesanato local, oferecem aos turistas folhas de coca e chás para ajudar a amenizar certos enjoos.
O trajeto tem só na ida mais de 200 quilômetros e o trem circula cerca de 30 km por hora, o que é perfeito para admirar as paisagens.
Ao chegar ao viaduto La Polvorilla volta ao ponto de partida. O passeio dura em média três horas, incluindo uma parada de 30 minutos sobre o viaduto para fotos e compras de produtos locais, como artesanato, blusas, gorros e luvas.
O trem tem cinco confortáveis vagões de passageiros, com poltronas espaçosas, sistema de calefação e banheiros. Nos monitores, há informações sobre o percurso com
explicações pelos guias. Também tem um vagão para enfermaria e outro para um restaurante simples, onde são vendidos lanches rápidos e bebidas. Há também um carrinho que circula pelos vagões oferecendo guloseimas. Se você não sentar em um assento privilegiado na ida, não se preocupe. Na volta todos trocam de lugares: quem foi do lado esquerdo passa para o direito e vice-versa.
O passeio passa por curvas em meio às montanhas, atravessa viadutos, pontes e túneis. Após cerca de uma hora sobre a ferrovia a velo-
As belezas naturais de Salta estão muito mais acessíveis aos brasileiros. A companhia aérea Aerolíneas Argentinas oferece três voos semanais (segundas, quartas e sábados), a partir do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. O voo dura em média 3 horas e 35 minutos. É a primeira vez que a província tem uma conexão direta com Guarulhos.
cidade cai para 10 km/h até o trem parar totalmente. Assim, chegamos ao ponto mais esperado, o imponente e suspenso viaduto La Polvorilla, uma estrutura de ferro fundido de 224 metros de comprimento, atravessa os trilhos, elevados a 64 metros de altura, toca a buzina insistentemente e chega a hora de descer e encarar o frio a 4.200 metros acima do nível do mar.
Não demore para sair do trem para não perder os argentinos entoarem a “Aurora”, canção patriótica do país enquanto içam a bandeira nacional. E nessa hora aproveite para tirar selfies e fotos nos trilhos nas alturas e comprar o artesanato local. Voltando ao trem lembre-se que terá que mudar o lado que vai sentar, pois como o trem não gira, todos terão a oportunidade de apreciar as duas vistas.
No trajeto de volta, o trem será puxado pela locomotiva, então há uma parada para se soltar do trilho passando por uma via lateral. Aproveite as paisagens do retorno e, claro, não esqueça nas curvas de fazer a foto mais esperada da janela mostrando o resto do trem.