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RESERVAS DA BIOSFERA

INTEGRADA NA REDE MUNDIAL DE RESERVAS DA BIOSFERA DA UNESCO, A ILHA DAS FLORES OFERECE PAISAGENS QUE SÃO VERDADEIROS PARAÍSOS. ESTA ILHA INTEGRA O GRUPO OCIDENTAL DOS AÇORES, EM CONJUNTO COM A ILHA DO CORVO, TAMBÉM ESTA RESERVA DA BIOSFERA.

SE HÁ LUGARES PRIVILEGIA- DOS PELA NATUREZA, a ilha das Flores é um deles. Caracterizada por uma costa muito recortada e extremamente escarpada, as Flores conjugam-se sob o elemento água: cascatas, lagoas, ribeiras e poços formam um catálogo de experiências inesquecíveis, parecendo que concentram dentro de si toda a beleza natural que se encontra dispersa pelas outras ilhas do Arquipélago.

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DEVIDO À SUA PEQUENA DIMENSÃO, não é difícil percorrer toda a ilha, e uma boa sugestão para começar a sua descoberta é iniciar o dia a fazer um passeio de barco, onde podemos vislumbrar uma vista diferente com estruturas rochosas e grutas de cortar a respiração. É o caso do Arco de Santa Cruz das Flores ou do ilhéu de Maria Vaz, apenas visíveis pelo mar. E ainda da Gruta dos Enxaréus e da Gruta do Galo. Regressados a terra, aproveitamos para relaxar um pouco nas piscinas naturais. Podemos optar pelas de Santa Cruz ou pelas praias junto às Lajes das Flores. Para algo mais “selvagem”, então a escolha deverá recair nas poças formadas na base das cascatas, já que a ilha tem inúmeras, sendo imperdíveis a da Ribeira Grande, com uma queda de água de 300 metros, e a do Poço do Bacalhau, com 90 metros de altura.

ENQUANTO SE PERCORREM OS DIVERSOS TRILHOS da ilha, podem observar-se as diversas aves migratórias que por aqui voam, pois as Flores são um dos melhores destinos dos Açores para o birdwatching, especialmente na lagoa Branca, na zona central da ilha, sendo os meses de setembro a novembro os melhores para esta atividade. À tarde, aproveitamos para visitar a zona central, onde existem sete crateras vulcânicas que se transformaram em belas lagoas, as quais constituem uma paisagem magnífica, merecendo especial relevo a lagoa Funda, com 105 metros de profundidade. No passeio por terra, um dos monumentos naturais mais famosos dos Açores é a Rocha dos Bordões. Trata-se de um conjunto de grandes colunas verticais de basalto que, no seu conjunto, se assemelham a um gigantesco órgão de tubos. Também a não perder é a vista que se obtém a partir do Morro Alto, o ponto mais elevado da ilha, com 911 m de altitude, de onde se vislumbra uma paisagem de

Cascatas

Flores

Moinhos de Vento

Corvo

Lagoa Negra e Lagoa Comprida

Flores

Santa Cruz das Flores

Caldeirão

Corvo

verde intenso, onde a nativa floresta de Laurissilva ainda marca presença.

O CORVO É A MENOR DAS NOVE ILHAS, mas ostenta orgulhosamente a distinção de Reserva Mundial da Biosfera. O único povoado da ilha, Vila Nova do Corvo, está implantada numa fajã lávica que constitui a principal superfície aplanada da ilha. É uma vila pitoresca e invulgar, caracterizada pelas fachadas de pedra negra, com debruado branco nas janelas e nas portas, e pelas ruas estreitas, localmente designadas por canadas, calcetadas com seixos rolados e lajes polidas pelo uso. O uso de fechaduras em madeira nas portas, fabricadas pelos artesãos do Corvo, é uma das tradições que se mantêm simbolizando a vivência de uma ilha pacífica onde todos se conhecem. No Alto dos Moinhos, junto à Ponta Negra, pequenos moinhos de vento enfeitam a beira-mar. Ao contrário dos que existem nas restantes ilhas do arquipélago, estes são de influência mediterrânica, mais parecidos aos que encontramos em Portugal Continental.

DE VILA NOVA DO CORVO AO CALDEIRÃO, o ex-libris da ilha, são seis quilómetros sempre a subir. No percurso, observam-se os muros baixos que dividem as propriedades, longas linhas de hortênsias e as manchas negras dos “palheiros”, casas rústicas feitas de basalto onde se guardavam as alfaias e as forragens. Ao chegarmos ao miradouro do Monte Gordo, deixamo-nos encantar com a paisagem ímpar que podemos observar do Caldeirão, que conjuntamente com a sua lagoa constituem o principal elemento paisagístico da ilha. Esta caldeira vulcânica, resultado do colapso do topo do vulcão central do Corvo, tem uma forma elíptica com uma profundidade de 305 metros e o seu interior é ocupado pela lagoa do Caldeirão, pouco profunda e por vários cones vulcânicos de pequena dimensão que recortam a massa de água e que muitos dizem delinear o desenho das ilhas açorianas.

TODA A ILHA É RODEADA POR FALÉSIAS altas e abruptas. Por isso, um passeio de barco à sua volta constitui uma experiência inesquecível, revelando as zonas mais inacessíveis e permitindo observar uma grande variedade de aves marinhas e até golfinhos ou baleias.

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