Design de Sistema de Identidade Visual para Eventos

Faculdade Universidade de Artes Federal Visuais de Goiรกs

Artes Visuais Design Grรกfico

Design de Sistema de Identidade Victor Visual Leal Pontes para Eventos Orientador Wagner Bandeira 2010

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 2

Sumário

p. 3 p p. 6 p p. 7 p

1.1 Introdução 1.2 Objetivos 1.3 Proposta de projeto

2 Estudo de Caso 2.1 Perro Loco

p. 17 p

3 Aspectos do SIV

p. 8 p

Coleta de dados: outros eventos 2.3 Revisão Bibliográfica

2.2

3.1 Aspectos

3.2 Arquitetura de SIV

3.3 Termos& Denominações

p. 28 p

4 Metodologia de SIV p/ eventos

4.1 Entender/Problematizar

4.2 Conceituar 4.3 Desenvolver 4.4 Aplicar 4.5 Vivenciar 4.6 Manual de uso

p. 37 p

5 Conclusão

p. 38 p

6 Referências Bibliográficas

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 3

1.1 Introdução

A busca por algum tipo de orientação acerca da metodologia de projeto para sistemas de identidade visual de eventos, suscitou a ideia de realizar este trabalho, estimulado por um evento em especial, o Perro Loco - Festival de Cinema Universitário Latino-Americano, realizado desde 2007, na cidade de Goiânia. A complexidade e particularidade deste evento revelou que as metodologias encontradas para o desenvolvimento de sistemas de identidade visual corporativo não contemplavam todas as especificidades de um evento com as características do Perro Loco.

O empirismo neste primeiro momento foi de extrema importância, pois mostrou novas possibilidades de tratar a identidade visual. Para atender às necessidades conceituais do projeto foi necessário, por exemplo, a criação de uma identidade visual construída com elementos que fossem variados em cada peça gráfica, de modo a valorizar seu tamanho e objetivo específico. A opção de arriscar com uma proposta diferenciada e os resultados obtidos instigaram o desenvolvimento desta pesquisa.

Surgiram inicialmente questionamentos tais como: quais seriam as singularidades e similaridades de um sistema de identidade visual (SIV) de eventos em comparação com o sistema de identidade corporativo. Teria o sistema de identidade visual de eventos uma metodologia própria?

Qual seria a melhor forma de organizar os elementos gráficos de um SIV para eventos?

Para melhor contextualizar o esta pesquisa faz-se necessário entender o que é SIV, visando compreender os limites e os pontos centrais que definem seus conceitos. Wheeler (2008) define sistema de identidade visual, ou seja segundo o autor identidade de marca, como: “a expressão visual e verbal de uma Marca. A identidade dá apoio, expressão, comunicação, sintetiza e visualiza a marca” ( p.14). Raposo (2008) se restringe ao estudo da identidade corporativa e a define como “um conjunto de atributos assumidos como próprios, pela organização, que constitui ‘o discurso da identidade’. Desenvolve no interior da organização, como acontece com um indivíduo”(p.19).

Segundo Strunck (2007, p. 57), sistema de identidade visual: É o conjunto de elementos gráficos que irão formalizar a personalidade visual de um nome, ideia, produto ou serviço. Esse elementos agem mais ou menos como as roupas e as formas de as pessoas se comportarem. Devem informar substancialmente, à primeira vista.

Nesse sentido entende-se que sistema de identidade visual por definição é um conjunto de elementos e atributos, com o objetivo específico de representar um objeto, produto, serviço ou instituição. Vale ressaltar que em nenhum momento a definição de identidade visual está envolvida com a presença necessária de logotipo, símbolo, mas é estruturada por uma organização lógica com visão de comunicar os valores.

Outro ponto é que a realidade do mundo das marcas tem mudado de forma acelerada nos últimos anos, principalmente com ferramentas como a Internet que aproxima ainda mais o consumidor final das empresas/produtores. Assim, o sistema de identidade visual também tem sido constantemente questionado em sua comunicação, uma vez que, se as necessidades mudaram, a demanda do público é diferente e as empreas precisam também mudar. O sistema de identidade visual não é mais o mesmo desde a Revolução Industrial. No passado, bastava gravar sua ‘marca’ (nome, monograma, símbolo etc.), que a identificação era feita, e esse era o único objetivo da marca, organizar e representar a sua origem, tal procedimento de acordo com Segundo Raposo (2008) denomina-se primeiro nascimento da marca, que era usada para identificação, historicamente há registros procedentes da Idade da Pedra. Nos tempos atuais, a qualidade (benfeitoria do produto) não é mais fator de destaque, com

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 4

a globalização e a mudança de local de produção (a conhecida terceirização de produção), os produtos precisam carregar valores e crenças, ser identificáveis, se diferenciar de uma outra forma, que não seja pela qualidade, pois qualidade hoje é commodity.

Hoje qualquer produto (este texto considera produto em uma abordagem mais ampla como: empresa, serviços, eventos, experiência e produtos físicos também) pode ter uma marca, mas não necessariamente uma identidade. Como dito anteriormente, as formas de comunicação entre produto-público vem sofrendo transformações. O que é vendido se modificou, não se vende mais produtos físicos como azeitonas ou tênis para correr, mas sim experiência, sensações, conhecimento e até memórias, como diria Marty Neumeir no livro The Brand Gap: Em outras palavras, vender evoluiu da ênfase em “o que ele tem” para “o que ele faz”, o que você vai sentir”, “quem você é”. Esse mudança demonstra que, embora características e benefícios ainda sejam importantes para as pessoas, a identidade pessoal ganhou mais prestígio ainda.

(NEUMEIER. 2008 p.38) Com a ampliação no leque de produtos que demandam uma identidade surge o evento, que vende experiência, memória, conhecimento, informação. Surge, porém, um questionamento no momento de se produzir um sistema de identidade visual para eventos: o evento pode ser tratado como uma empresa/produto? Qual metodologia seguir? Quais são as similaridades e diferenças entre o sistema de identidade visual corporativa e o sistema de identidade visual de eventos? Sabemos que boa parte dos eventos são periódicos, feitos para durar um certo período de tempo pré-determinado, enquanto, ao contrário, as corporações têm como propósito a eternidade de suas marcas, sua identidade e imagem.

Esse questionamento sobre o sistema de identidade visual de eventos, como dito anteriormente, surgiu durante a preparação de um evento específico, o “Perro Loco Festival de Cinema Universitário Latino-Americano”, que em 2010 promoveu sua quarta edição. O Perro Loco é um evento de cinema que acontece na cidade de Goiânia e é composto por mostras paralelas e universitárias, oficinas, palestras, mesas-redondas, shows e encontros. Evento que conta com a participação anual de um público aproximado de 6 mil pessoas em todos os dias de evento. É um festival cujo material gráfico é produzido de março a agosto, mês este em que é realizado. A abrangência do evento demanda a produção de grande variedade de materiais como camisetas, cartazes, bottons, banners de divulgação, website e folders. A pesquisa bibliográfica apresenta métodos sempre voltados para a realidade do SIV corporativo, que tem como premissas a durabilidade, a ligação entre materiais com temporalidade diferente, a necessidade de todo material carregar marca gráfica1 e a padronização gráfica entre estes.

Alguns importantes apontamentos devem ser observados no que tange à diferenciação entre o SIV para eventos e para corporações, entre elas a saturação. Em um evento, o público recebe a informação de quem está produzindo de modo muito mais pregnante do que uma empresa como a Coca-Cola, que faz uso de meios de divulgação que têm espaço e tempo diferentes como os outdoors, as embalagens de seus produtos e até mesmo o caminhão de de entrega de refrigerantes. Em um evento, entretanto, o público usa a camiseta do evento, que carrega sobre si o crachá. Este traz ainda em seu ombro a bolsa, com toda a programação, que está de frente a um painel indicando o local do evento. Em síntese é possível constatar que, no evento, essa exposição aos materiais é muito maior, em termos quantitativos, do que os produtos de uma empresa corporativa.

1 Será feito o uso de marca gráfica para se referir a logotipo,símbolo ou a combinação. Não importando o uso de cores, famílias tipográficas ou se é abstrato ou realistico. Este uso do termo é baseado no livro Design de Identidade e Imagem corporativa de Daniel Raposo, 2008.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 5

A partir das questões apresentadas anteriormente, surge como problema a discussão acerca da possibilidade de uma metodologia mais específica para os projetos de SIV de eventos. Assim, esse projeto de conclusão de curso tem como objetivo apontar as singularidades do design de sistema de identidade de eventos, para então possibilitar o desenvolvimento de uma metodologia de sistema de identidade visual de eventos. Pretende-se mostrar alguns aspectos de extrema importância como o fato de cada evento ser único e cheio de características peculiares, que podem ser vivenciadas e expostas através do design.

Para isso esta pesquisa apresentará duas vertentes principais: a coleta de dados e a discussão metodológica. A primeira será realizada em duas etapas que se desenvolverão a partir do levantamento de proposta similares que validem a discussão. Isso será feito através de uma amostragem de eventos dos mais variados e que serão analisados de modo a validar as posteriores discussões. A próxima etapa da coleta de dados tratará de uma breve revisão bibliográfica sobre as propostas metodológicas existentes no desenvolvimento de projetos de SIV corporativos. Do mesmo modo, essa revisão trará os fundamentos que serão utilizados na discussão da proposta.

A segunda vertente da pesquisa se concentrará em uma discussão acerca da estrutura existente dos eventos, propondo ao fim uma tipologia que orientará para a proposta seguinte que é de uma metodologia mais específica para projetos de SIV de eventos.

E para finalizar, será elaborado um produto bibliográfico ao que se propõe seja de interesse aos profissionais envolvidos nesta área ainda carente de produções menos fundamentadas em métodos empíricos e resultantes de todas as limitações que esta prática conduz.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 6

1.2 Objetivos

Como dito no capítulo anterior, para atingir os objetivos desse trabalho será desenvolvida uma pesquisa em duas fases. A primeira é composta pela busca de referências bibliográficas sobre assunto, abordando principalmente a questão tipológica do design na área específica de identidade visual e pelo levantamento de soluções similares que fundamentarão a discussão. Em seguida, serão discutidas as diferenças e semelhanças entre a identidade visual de eventos e a identidade visual corporativa que orientarão para a proposição de uma metodologia específica da identidade visual de eventos baseada nas abordagens anteriores anteriores.

Um dos grandes desafios deste trabalho se concentrou na busca dos termos mais adequados à área em discussão, devido ao fato de que, em praticamente toda referência bibliográfica não há consenso quanto ao uso de alguns termos. Por exemplo, quase não há consenso entre autores ao definir logotipo e símbolo, visto que para definir a representação visual da marca muitas vezes são usados, além destes, outros nomes como: logo, assinatura visual, marca gráfica, logomarca e identidade visual. Por isso, houve dificuldade em optar por determinada terminologia.

Outro ponto referente à investigação bibliográfica foi verificar como os autores abordam as questões específicas de metodoliga de SIV de evento.

De imediato percebe-se que muitos sequer mencionam essa possibilidade e, por isso, este Trabalho de Conclusão de Curso ganha importância, já que busca preencher uma lacuna teórica. Certamente, não há pretensão de que este trabalho tenha caráter definitivo em relação ao tema, mas busca ser um apontador de que algo diferente existe e merece ser analisado.

A justificativa para fazer uma proposta metodológica é evidenciar os aspectos singulares do SIV de evento, de modo que essa metodologia colabore para o desenvolvimento de projetos pelos designers da área. Essa proposta se dará pela adequação das metodologias existentes às características específicas do SIV de evento, tendo como perspectiva um desenvolvimento colaborativo de projeto, e não um único caminho metodológico. A proposta dessa metodologia é de auxílio e não aprisionamento dos designers e produtores de evento. Portanto deve ser lida como forma de orientação.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 7

1.3 Proposta

de projeto

Como dito anteriormente não há a intenção de desenvolver uma metodologia extensivamente original em relação aos SIV, mas sim contribuir e desenvolver um material que auxilie designers e produtores de eventos na difícil missão de executar seus projetos. Na pesquisa bibliográfica foi constatado que a discussão acerca das metodologias de identidade visual são muito parecidas e a grosso modo podem ser dividas em: problematização, desenvolvimento, aplicação e verificação. Salvo algumas variações, a estrutura é a mesma, e a metodologia aqui proposta terá como base essa divisão.

A grande diferença desta proposta metodológica é adaptação de alguns momentos, termos e visões, que serão direcionados para o projeto de SIV de eventos. Por exemplo, o evento funciona em pré-produção, produção e pós-produção, sendo assim boa parte do desenvolvimento da metodologia será baseada nessa lógica já pré-existente em grande parte dos eventos.

A proposta de metodologia será apresentado por meio de um livro com formato para divulgação na web, com o objetivo de atingir a maior parte do público que tenha interesse neste assunto, como designers e produtores de evento. A metodologia será desenvolvido em tópicos com alguns exemplos sempre que possível e o formato de web será em pdf, padrão universal de leitura de arquivos.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 8

2 Estudo

de caso

2.1 Perro Loco

O estudo de caso deste trabalho de conclusão de curso irá focar, como já citado anteriormente, no evento Perro Loco - Festival de Cinema Universitário Latino-Americano, pois esse é um evento bem emblemático que representa que será abordado. O Perro Loco é um evento que tem uma média de público de 5 mil pessoas, a comissão organizadora tem cerca de 40 pessoas envolvidas, envolve vários realizadores, palestrantes, oficineiros são convidados para a semana do festival. As atividades que compõem o evento são: mostra competitiva universitária, mostra paralela, atrações musicais e teatrais, oficinas, palestras, mesa redonda, lançamento do festival e outras pequenas ações.

O Festival acontece anualmente, mas sua pré-produção inicia-se em janeiro, com lançamento do festival antes do mês de abril. A data de realização evento se fixou na última semana de agosto, e acontece no Campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás.

O Perro Loco é organizado em três grandes momentos, a pré-produção, produção e pós-produção. Essa organização se dá naturalmente no desenvolvimento logístico do festival, sendo a pré-produção a elaboração conceitual do evento, organização da comissões e de suas propostas nas áreas pedagógica, cultural e de conteúdo. A produção consiste em três semanas: a anterior, a decorrente e a posterior. Logo em seguida ocorre a pós-produção do festival, como prestação de contas, clipping e outras ações.

Na elaboração do sistema de identidade visual do evento, a produção de todo material era extremamente caótica e problemática, pois este conta com inúmeras aplicações gráficas que vão desde banners eletrônicos semanais até uma variação enorme de bottons promocionais. Após essa verificação, a organização de todo material foi orientada nas mesmas perspectivas em que se faz a logística do festival, divida nas etapas de pré-produção, produção e pós-produção, melhorou e otimizou todo processo de desenvolvimento do sistema de identidade visual. Um dos grandes pontos é entender a organização do conteúdo, em que momento os materiais se dividem em relação a este conteúdo, onde se encontram, como são usados e quando são usados. A partir disso, muitas aplicações foram eliminadas ou seu conteúdo foi remanejado.

Uma das ferramentas de mídia que teve uma grande mudança foi o website do festival. Sendo este bem alimentado, muitas aplicações como flyers, foram eliminadas, tendo toda sua força voltada para as redes sociais, e para o site como central de informação do festival. Esse importante passo ajudou a melhorar e otimizar a organização de aplições, evitando materiais com conteúdo excessivo, que não colaboravam para os objetivos finais do material.

Para o desenvolvimento das aplicações algumas perguntas são feitas como método de auxílio: Por quê? > Objetivos dos materiais.

Onde? > Em que ambiente vai estar situado.

Para Quem? > Quem é o público final.

Por Quem? > Quem vai fazer a distribuição / Quem vai desenvolver o conteúdo Como? > Como vai ser usado / como vai ser feito Usar essas perguntas sempre colaborou muito para revisão de objetivos e uso dos materiais evitando fórmulas prontas, que muitas vezes não fazem sentido e que são apenas reproduzidas enfadonhamente.

No desenvolvimento do sistema de identidade visual do evento, a proposta das três últimas edições foram baseadas em um pensamento de construção modular de elementos gráficos. Essa opção foi testada pela primeira vez na segunda edição do Perro Loco em que o SIV se baseou em elementos separados, que foram usados em momentos e combinações diferentes. O tema do evento era FRONTEIRAS, e nesse sentido os elementos (olho, boca, nariz, mão e outros) rompiam as barreiras de todos os materiais. Mas o que se destacou nessa modulação de elementos foi que produtos como camisetas e bottons se tornaram artigos de coleção, o público disputou-os e buscou ter

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 9

cada botton diferenciado, assim como todos modelos de camisetas. A proposta era de que os materiais quando unidos se comunicassem e criasem uma identidade visual viva e dinâmica, valorizando sempre os aspectos específicos de cada produto.

Figura 1. Material gráfico da 2ª edição do Perro Loco - Festival de cinema.

Seguindo os principios da 2ª edição do Perro Loco, a 3ª edição também foi baseada no uso sistêmico de uma combinação de máscaras e fotografias especialmente produzidas para a temática Alegorias.

Figura 2. Material gráfico da 3ª edição do Perro Loco - Festival de cinema.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 10

2.2 Coleta de dados: outros eventos

Todo evento é caracterizado por sua vivência, o evento é o próprio produto ali oferecido. A experiência de viver um evento é diferente de beber um refrigerante. O evento tem como característica a imersão em todos seus aspectos, tanto para quem produz como para quem participa do evento. Deste modo o pensamento de desenvolvimento de uma identidade que não é estática e repetitiva, ajuda diluir e otimizar a experiência do público durante toda sua vivência.

A partir destas experiências foi feita uma coleta por identidades visuais que trabalhassem na mesma perspectiva, a saber, o pensamento modular de elementos gráficos. Uma interessante verificação durante a busca foi descobrir que muitos eventos já trabalhavam nessas perspectivas.

Nas análises destes SIV os tópicos a serem analisados foram o seguintes: • • •

Uso sistêmico de elementos da identidade Diversidade de aplicação O não uso da marca gráfica como elemento central

Figura 3. Cartazes Cargary International Film Festival.

Neste primeiro exemplo, é verificado que a construção do sistema de identidade visual do festival dá maior destaque no conteúdo proclamado em suas frases. Elementos de unificação do SIV, são as famílias tipográficas, a paleta cromática e a disposição/diagramação dos elementos. Se dermos mais atenção a marca gráfica#, no caso um logotipo formado por uma variedades de tipografias, é observado que sua importância ou seu destaque na verdade fica em segundo plano, e também seu posicionamento como assinatura desta série de cartazes que promove frases como: “Aprenda sobre culturas, linguagens e segure seu xixi”, que são frases de efeito para impressionar o público.

Na aplicação de papelaria ( figura abaixo), a construção da identidade visual abondona as frases de efeito, e se baseia numa construção tipográfica que percorre em todo material gráfico. Neste caso, novamente a marca gráfica, exerce a função de assinatura, não como ponto central de toda identidade visual, comumente em SIV corporativas, o que é verificado tanto no ponto de marca gráfica atuando como assinatura das aplicações, como essa grande diversidade de aplicação, porém mantendo toda sua linguagem e comunicação. É interessante notar que as frases são abandonadas, pois o momento não é mais de chamar a atenção e sim de reafirmar as características do festival.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 11

Figura 4. Papelaria Cargary International Film Festival.

Outra identidade visual que foi identificada nessa mesma perspectiva é o festival Turn Up The Volume:

Figura 4. Aplicações do festival TURN UP The Volune.

Este interessante caso de identidade visual se apoia principalmente na cor amarela predominante em quase todas as peças gráficas, mas quando é analisado qual seria o outro aspecto padrão, neste caso existe uma dificuldade. Na maioria dos casos a marca gráfica é o primeiro ponto de unidade estética e informacional de boa parte das SIVs, desta vez existe uma variedade de elementos. Primeiro a marca gráfica, como no logo-

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 12

tipo, criado a partir de uma tipografia geométrica. Outro elemento ou padrão da identidade é uma ilustração que representaria um laboratório, ela é usada em aplicações como camisetas, banners, outdoors, material de divulgação em geral. Este sistema de identidade visual não se apoia na repetição de sua marca gráfica simplesmente, mas sim em uma série de elementos que são construídos nas várias aplicações, e sempre usando os elementos de uma forma que valorizem sua mensagem, e não forçando seu encaixe em um papel de 1x3cm e depois em um outdoor.

Este SIV não parece ser tão bem estruturada e projetada como a do Calgary Festival, porém ainda usa da diversidade de aplicações e da marca gráfica como elemento de assinatura e a ilustração é o principal proclamador dos valores do festival.

Outro SIV de eventos e talvez a mais interessante seja a do A WES ANDERSON FILM FESTIVAL.

Figura 6. Aplicações do festival A WES ANDERSON FILM FESTIVAL.

Este é um caso interessante, até um pouco extremista desse SIV de evento, desenvolveu um sistema em que o padrão visual é uma série de fotografias apoiada por frases com um tom humorístico-cínico.A identidade visual rompe com muitos paradigmas do SIV corporativa, que proõe o aparecimento em todas aplicações possíveis da marca gráfica.

A construção conceitual deste SIV faz uso de um poderoso projeto que já visava a exploração variante de todas as aplicações, porque ela não funcionária em sua plenitudade se fosse usada somente uma foto com frase, e sim seu funcionamento ganhar muito valor símbolico e narrativo quando usado com diferentes fotos e frases. Instigante, viva, dinâmica e poética, pontos que muitos eventos poderiam seguir.

Vale destacar que provavelmente essa proposta de SIV seria muito problemática aplicada a uma empresa, e é nesse sentido que se destaca uma grande diferença entre o SIV de evento e coporativo. Esse SIV funciona pois é projetada para ser efêmera e sabendo quais seriam exatamente suas aplicações, diferencia de um SIV corporativa que prevê ser aplica no mais diversos materiais em momentos e locais diferentes,

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 13

e tem como perspectiva a lembrança do público por tempo mais longo possível.

Para concluir, a análise destas SIV de eventos, mostraram que caminho tomado pelo festival Perro Loco estava dialogando com outras propostas ocorridas no mundo inteiro. Foram essas e outras SIV que colaboraram para o desenvolvimento da metodologia e da classificação dos eventos, para melhor compreensão e auxílio no momento de projetar. O que mais se destaca nestas SIVs são os pontos de flexibilidade do projeto e da narratividade criada entre as peças gráficas. O elemento de flexibilidade colabora muito para uma adequação específica de cada material gráfico, sem precisar achatar, comprimir ou modificar de forma prejudicial o SIV. Quando se cria um projeto que objetiva a flexibilidade, todas as peças gráficas do SIV se comunicam melhor , e também funcionam muito bem sozinhas, pois suas informações são pensadas especificamente para seu tamanho, uso e contexto. A narratividade também cria um ponto de ligação em todas as peças gráficas, (o uso do termo narratividade é feito para indicar o sentido de comunicação entre as peças gráficas), que juntas contam uma história maior, ou seja, a comunicação e a mensagem do evento são ampliadas e facilitam a recepção do público, que aos poucos entende a que o evento se propõe. Esse modelo de flexibilidade e narratividade se adequa mais a um determinado tipo de evento, que mais adiante serão classificados e identificados,já que nem todos os eventos precisam ter forte o elemento de narratividade, ao passo que a flexibilidade se mostrou de grande importância em projetos de SIV.

2.3 Revisão Bibliográfica

Neste capítulo será feito uma revisão bibliográfica com os livros que hoje estão nas estantes de designers, tanto jovens como profissionais. Essa revisão bibliográfica buscou um número razoável de visões possíveis sobre o sistema de identidade visual, para que houvessem constrastes, e mais possibilidades de entender como os vários profissionais da área entendem do assunto e propõe termos e aspectos.

2.3.1 Design de identidade de marcas O livro de Aline Wheeler é bastante completo em relação ao processo de desenvolvimento de projeto de um SIV, apesar de falar de todos pontos do projeto,o livro trabalha em um âmbito mais superficial de cada assunto.

Aline Wheeler em um momento do livro levanta a pergunta: “Quanto isso (Identidade de marca ou SIV) é necessário?”(2008, p. 18), e logo apresenta situacões em que o SIV precisa ser feita ou refeita, como no caso de criar um sistema integrado, em que ela aborda muitos momentos que são necessários mas a autora não chega a citar o evento como ponto que tem um sistema integrado, até mesmo em seu texto o evento não é considerado.

Na mesma obra, a percepção e a visão geral dos ideais á discutida e Wheeler, aonde discute a visão geral dos ideais, Wheeler (2008) cria critérios funcionais de avaliação de um SIV, sendo eles: • • • • • • • •

Audácia, memorização e adequação; Reconhecimento imediato; Proporciona uma imagem clara e consistente para a empresa; Comunica a personalidade da empresa; Proteção jurídica; Valor perdurável; Funciona na mídia e nas reduções ou ampliações gráficas; Funciona tanto em preto e branco como em cores;

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 14

Estes critérios poderiam servir para o SIV de evento, mas outros poderiam ser adicionados e alguns adaptados as características do SIV de eventos. Primeiro ponto seria no uso de empresa, usa produto/serviço/ empresa, ampliando essas características, já que é comum um produto ser muito maior do que a própria empresa que a produz. Outro ponto questionável é o valor perdurável, (que valor perdurável seria esse?). Boa parte dos eventos tem duração de dias, raro são os que duram meses, assim esse valor perdurável pode ser questionável, quando existe um produto/empresa que é criado e executado em edições. Outros pontos que poderiam adicionar nesses critérios funcionais seriam: • • •

Flexibilidade das aplicações Valoriza a experiência público/usuário Distinção entre diferente edições

Na hora do projeto de um SIV de eventos, surge a dúvida: produzir um logotipo? Um lettering? Um símbolo? De que ponto partir? No SIV corporativa já é bem estabelecido a criação ou de um logotipo, de um símbolo ou dos dois, no caso, a marca gráfica. No caso do evento essa lógica não pode ser reproduzida sem um pensamento prévio de projeto.

Pois o que implica no desenvolvimento de um símbolo? Qual é o significado da criação de um símbolo que seja único, expressivo e que faça referência somente aquele produto/serviço/empresa? É de um grande esforço desenvolver um símbolo para ter duração de uma edição, sendo assim muitas SIV de evento optam por desenvolver outros métodos de comunicação dos valores e mensagens.

A coerência no livro de Aline Wheeler ganha a importância de duas páginas dedicadas a esse tema. Coerência deve existir tanto no SIV de eventos quanto no SIV corporativa, mas um ponto que a coerência do SIV de eventos tem uma importância ainda maior, pois o evento tem pouquíssimo tempo se comparado o SIV corporativa para construir uma mensagem clara para o usuário. Outra questão são as aplicações, que ficam em um mesmo contexto, local e tempo, e caso não exista uma consistência muito bem construída o sentimento de desorganização e perda de mensagem pode acontecer facilmente. Pontos que são levantados no texto são: preocupação com aparência e sentido, ter uma única voz em todas aplicações, uma única estratégia empresarial, qualidade uniforme, clareza e simplicidade. Poderíamos acrescentar a estes pontos não precisa, a definição entre as edições, como isso vai acontecer a cada edição mesmo sendo temática ou não, qual vai ser a coerência ou estratégia como o evento em todas suas edições.

2.3.2 Design de identidade e imagem corporativa No livro Design de Identidade e Imagem corporativa, o autor aborda um ponto de extremo interesse na relação do SIV de eventos e corporativo: Se na sua totalidade, A Marca ou Imagem Corporativa resulta do sistema semiótico, a marca gráfica é um componente da Identidade Visual Corporativa, e é aquele que se encontra em quase todos os contactos que a empresa estabelece com os seus interlocutores, que rapidamente lhe outorgam os atributos corporativos Este facto explica porque se costuma acreditar que é a marca gráfica a transmitir todos atributos corporativos, mas também porque é impossível que, por si só, consiga salvar uma má estratégia.

Os antecedentes históricos da marca mostram que a função semântica dos signos da identidade começou por ser a de identificação ou referência direta ao produtor e que foi ganhando outras, dependendo da forma como foram sendo usados e associados. Na actualidade, a marca gráfica, sem se

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 15

limitar, aparece como um contentor dos valores corporativos, bem como de reputação corporativa. Num sistema semiótico corporativo, nem tudo comunica, mas sempre significa ( joan Costa, 2003), e como tal, a marca gráfica “não diz tudo”: é antes uma parte integrante do discurso e portadora dele em simultâneo. (Chaves e Bellucia, 2003 apud Daniel Raposo, 2008, p.137)

Neste trecho Daniel Raposo, aborda o assunto sobre a crença em que a marca gráfica deve ser a representante de valor, e onde a essência de todo SIV deve estar presente. Se observarmos esse conceito é bem usado e propagado em escolas, escritórios e outros lugares, mas o que deve se destacar é que quando essa crença é aplicada o SIV de eventos pode ser extremamente problemático, já que o evento tem pouquíssimo tempo de construção de valor com o público, por isso há diferença na relação de SIV corporativa que a relação é duradoura e feita em muitos momentos e locais diferentes. A marca gráfica para eventos tem um comportamento diferente, sozinha ela não consegue construir toda relação de valores da marca em poucos meses ou dias, sendo assim preciso fazer uso de todos os outros elementos, para colaborar na construção de uma marca e experiência sólida.

No restante do livro, Daniel Raposo tem uma abordagem mais voltada a gestão de identidade, mais próxima do branding do que do SIV, sendo assim há poucos pontos a serem levantados, por ser voltado para grandes empresas com ativos gigantes.

2.2.3 Como criar identidades visuais para marcas de sucesso O livro de Gilberto Strunck é um dos mais lidos entre os alunos de design, e este foi um dos grandes motivos para ter sido escolhido no momento de análise. Como citado anteriormente Strunck (2007) tem uma visão de identidade visual e seus elementos “devem informar, substancialmente, à primeira vista. Estabelecer com os vê um nível ideal de comunicação”. Verificarmos na mesma página (57) que Strunck mostra um exemplo de um carro da Fininvest estacionado na frente da loja da mesma marca, e o que verificamos não são elementos da identidade visual atuando na comunicação, criando informações sobre a empresa, e sim, simplesmente uma repetição exaustiva da marca gráfica. Em uma foto verificamos cinco presenças da marca gráfica. Será mesmo isso condizente com o que o texto prega? Este exemplo é repetido em outros momentos tanto no livro de Gilberto Strunck quanto no livro Manual de Identidade Visual(2009) de Daniella Michelena Munhoz.

Gilberto Strunck na página 88, faz uma proposta de análise de desenho de um logotipo ou símbolo, uma tentativa interessante mas perigosa, por exemplo no caso do SIV de evento, em que não é só a marca gráfica, logotipo ou símbolo, que estabelece a comunicação entre evento-público. Também esse campo é muito obscuro, pois poderíamos dar muitos exemplos em que os pontos abordados por Strunck de nada colaboram para uma boa marca gráfica, a exemplo da Coca-Cola, em que nada tem de contemporâneo e sua legibilidade é extremamente questionável. Já na página 108, Strunck coloca pontuações do que seria “O Segredo de uma boa Identidade Visual”, tendo um posicionamento e questões voltadas para qualidades que se espera de um SIV corporativa e não de eventos, assim como nos outros livros.

O livro de Strunck como primeira leitura é bem interessante, mas como aprofundamento teórico em identidade visual talvez possa ser demasiadamente superficial em alguns aspectos.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 16

2.2.4 Sistema de Identidade Visual Este livro junto com La Imagem corporativa são os únicos que chegam a citar SIV de evento e ressaltam que o evento tem suas particularidades em relação o SIV corporativa. Mesmo sendo uma pequena referência a autora logo depois já direciona sua proposta metodológica para as SIV corporativas. Nas palavras de Maria Luíza Peón, A identidade visual institucional pode ser, porém, aplicada aos mais diferentes casos: uma exposição, um espetáculo, um produto sazonal, uma campanha institucional( ou seja, uma campanha em pro de alguma coisa considerada não lucrativa), uma organização não governamental, um orgão do governo, uma empresa. As diferenças entre cada caso são muitas.

Os primeiros exemplos se adequam a eventos com duração definida. Isto significa que , a partir do plano do evento, já se sabe de antemão e com segurança todos os veículos que serão utilizados para expressar a identidade visual ( apenas folders, ou também adesivos, e ainda brindes e faixas etc). Além disso, todas estas aplicações serão produzidas mais ou menos na mesma época com os mesmo fornecedores, facilitando o controle de qualidade. (PEÓN, 2001, p.12) Peón, deixa claro que existe grandes diferenças no SIV corporativa para um SIV de evento, mas depois deste paragrafo em nenhum momento chega citar ou detalhar melhor essa observação que é feita. Sendo assim, este trabalho fica ainda mais váldo no aspecto de inedistimo de abordagem sobre o uso específico do sistema de identidade visual aplicado a eventos.

2.2.5 La imagem corporativa O livro de Norberto Chaves traz um ótimo exemplo de SIV de eventos, que no caso é o Forum Barcelona 2004. Noberto, assim como Maria Luísa Peón, simplesmente cita em um momento sobre algumas pequenas características, que no caso fala especificamente do evento Forum Barcelona. No restante do livro Noberto trabalha na perspectiva de SIV corporativas de grandes empresas, que em boa parte dos casos é bastante distante da realidade de um evento, por complexidade e objetivos.

Figura 7. Imagem retirada do livro La Imagem Corporativa de Norberto Chaves, p. 98.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 17

3 Aspectos

do SIV

3.1 Aspectos

Esta classificação será dividida em partes/aspectos para a melhor compreensão de cada evento, pois sabemos que cada evento tem sua particularidade de funcionamento, tamanho, objetivos e outros. A classificação visa melhor entender todos esses aspectos específicos e individuais dos eventos, sempre voltado para o auxílio no desenvolvimento do design de identidade visual de eventos.

3.1.1 Tamanho estrutural/envolvimento Definição: O tamanho do evento é um dos pontos de compreensão para o desenvolvimento do design de identidade visual, devemos considerar tamanho não pela sua extensão física, mas pela quantidade de funcionários envolvidos, público esperado, se será um evento de imersão1 ou de visita2 . Entender o tamanho estrutural/envolvimento do evento vai ajudar a entender como será os seguintes pontos: A classificação do evento se dá pelos seguintes pontos verificáveis: • • • • •

Tamanho estrutural ( local, espaço físico, ambientes envolvidos) Quantidade de funcionários/participantes na produção Evento de imersão ou de visita ( se haverá camping, alojamento, refeitório) Público presente esperado Atrações ou objetivos das atividades

Finalidade: • Sinalização(complexidade proporcional ao tamanho do evento) • Uniforme (questão de identificação e orientação) • Material informacional (folder, cartazes, catálogos) • Organização do material de divulgação • Lógica da identidade visual • Relacionamento público-evento Compreender qual será o tamanho do evento em pequeno, médio e grande porte, é um ponto central para entender como funciona o evento em diversos aspectos da identidade visual, dos materiais escolhidos e da organização de todos esses pontos.

Exemplo: Evento de grande porte: para um público superior a 100.000 pessoas (ex.: Olimpíadas, Copa do Mundo de Futebol) Evento de médio porte: para um público de 2.000 pessoas a 100.000 pessoas( ex.: festivais de cinema ou de música) Evento de pequeno porte: para um público de até 2.000 pessoas (ex.: palestras, workshops).

1 Evento de Imersão: Aqui é considerado o evento de imersão, nos casos especificos em que o público dorme, se alimenta, e faz a maioria das suas atividades de alguma forma envolvida com o evento. Exemplos: Encontros de Estudantes com camping e refeitório.

2 Evento de visita: São os eventos em que o público tem participação limitada a ir ao evento, fazer suas atividades e retornar. Exemplo: Mostra de filmes, em que existem horários marcados.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 18

3.1.2 Duração

Definição: A duração do evento é o aspecto a ser dissecado para que no desenvolvimento da identidade visual todo material seja adequado a esse aspecto.

A duração do evento é que vai definir a durabilidade dos materiais, pois fará completa diferença, um folder de gramatura 90 em papel jornal para um couchê 230 com verniz, saber exatamente o tempo de duração do evento é um fator decisivo para a escolha de que tipo material vai ser usado no projeto. Outra questão é que a duração do evento envolve um aspecto não só em produção do evento, mas alguns materiais e objetos talvez precisem durar mais tempo que a uma semana do evento, exemplo de mochilas, camisetas e outros.

A duração pode ser mensurada por: • Horas • Dias • Meses Finalidade: • Otimizar todo projeto de: • Sinalização ( interna, externa, chuva, sol, vento) • Uniforme ( camisetas, blusão de frio , cachecol, boné) • Material informacional (folder, cartazes, catálogos) - nível qualitativo do material / durabilidade • Organização do material de divulgação • Relacionamento usuário-evento • Durabilidade do material • Definição de pré-produção, pós-produção e produção.

Exemplo: • Duração curta (horas): espetáculos, shows • Duração média (dias): encontros acadêmicos e de estudantes • Duração longa (meses): olimpíadas, campeonatos

3.1.3 Periodicidade Definição: A periodicidade é um dos pontos que mais diferenciam a identidade visual de eventos para identidade visual corporativa. Junto com a questão da periodicidade surge a temática. Boa parte dos eventos são temáticos, assim a cada ano/período é trabalhado um novo tema para o mesmo, nesse sentido a temática acaba renovando o evento a cada ano e exterminando a sensação de sempre ir ao mesmo evento, na mesma época do ano e etc. É importante não só avaliar de quanto em quanto tempo um evento acontece, mas também avaliar se ele se estrutura tematicamente ou não. A periodicidade tem uma relação bem próxima com a duração do evento, são dois pontos que devem ser pensado juntos.

Exemplos: • Pontual (ex.: Eco 92, COP 15) • Períódicos regulares ( ex.: chorinho todas sextas-feiras do mês ) • Períódicos esporádicos ( ex.: Rock in Rio )

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 19

Finalidade: Compreender se o evento deve trabalhar características temáticas ou permanentes. Um exemplo é o do Festival Goiânia Noise, evento anual e que trabalha uma temática em sua identidade visual, contrastando com o Rock IN Rio que se aproxima muito de um produto quase corporativo, com identidade definida e permanente.

3.1.4 Público Definição: Neste projeto a prioridade será usar o termo usuário e não público, com a proposta de valorizar o aspecto conceitual que a palavra usuário traz, de uso no sentido de mão dupla de troca de informação. Sendo assim a definição clara e estabelecida de quem serão os usuários do eventos, é um dos pilares do design de identidade visual, não só de eventos, mas de todo aspecto do design.

Entender caracteristicas do usuário é um ponto de refinamento em todo material de identidade visual, é nesse momento que decisões como: “iremos dar uma capanga ou uma sacola plástica na entrega do material?“, serão bem definidas e esclarecidas, sem apostar em “achismo”.

Finalidade: • Criar produtos específicos que atendam diretamente o usuário.

• Entender características únicas dos usuários e aproveitar para auxiliar no conceito de imersão do evento.

Exemplo: Congresso de Design de Pequisa & Desenvolvimento, público: Professores acadêmicos e alunos da área de design.

3.1.5 Produção A característica da produção significa por quem é produzido e como é produzido. É relevante saber quem produz e como é produzido, pois alguns eventos carregam características de representarem uma empresa, que podemos chamar de eventos endossados, que nesse caso podem ser produzidos pelo própria empresa em questão ou por uma terceira, esse evento pode ter características próprias ou simplesmente ser apresentação de um novo produto.

Finalidade: Criar um sistema de identidade visual que seja o mais adequado possível para o público. Tanto na expressão dos valores da empresa/evento, quanto na compreensão por parte do público.

Exemplo: Keynote da empresa Apple Inc., que acontece aproximadamente 3 vezes por ano para apresentação de novos produtos e serviços, sendo assim esse é um evento endossado pela Apple.

Outro exemplo é o Rock In Rio, que mesmo tendo uma produtora, ele em sim é o evento e o produto que é vendido, sendo a produtora responsável pela realização, e não para nenhum tipo de promoção dos valores dela.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 20

3.1.6 Objetivos Definição: Organizar os eventos e entender quais são objetivos dos eventos, deixará mais compreensível como desenvolver e projetar, até graficamente, a identidade visual de eventos. O foco dos eventos podem ser vários, sendo alguns eles: • • • • • • • • • • •

Filantrópicos Artísticos Entretenimento Culturais Comerciais Promocionais Institucionais Sociais Acadêmicos Políticos Religiosos

Finalidade: Os objetivos são indicativos de uma série de detalhes e especificidades de cada tipo de evento. Por exemplo, eventos comerciais e promocionais, na maior parte das vezes, irão carregar a marca de uma empresa associada, portanto desenvolvimento e o pensamento de toda a identidade visual deve ser voltada para ajudar a comunicar e ressaltar os valores dessa empresa em específico.

Evento culturais e de entrenimento são os que mais proporcionam uma liberdade poética no desenvolvimento da identidade visual, principalmente pelo seu aspecto lúdico e artístico na maioria das vezes, detalhes como esse devem ser bem aproveitados e desenvolvidos em seu máximo potencial.

Exemplo: • Evento de Entretenimento: a participação e envolvimento dos públicos são essenciais.

• Evento institucional: promoção de um novo produto pela empresa.

• Evento acadêmico: encontros para apresentação de artigos.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 21

A partir da análise destes aspectos podemos entrar em uma outra forma de organização, no nível de identidade visual para eventos. Como dito anteriormente há eventos que são temáticos, e também existe uma parcela de eventos que se aproximam da lógica corporativa, em que se desenvolve uma marca gráfica fixa e que somente alguns elementos tem variação. Para desenvolvimento desta proposta será usada a organização de Arquitetura de Marca usada tanto por Mollerup (apud Raposo, 2008) e por Aline Wheeler (2009).

O objetivo dessa classificação é a melhor compreensão da forma de estruturar cada SIV, com suas características e especificidades.

3.2 Arquitetura de SIV

3.2.1 Arquitetura de Marca Monolítica

Proposta para evento: Arquitetura de SIV Permanente ex.: Cannes , Festival de Gramado, Oscar De acordo com Wheeler (2009, p. 51) a arquitetura monolítica é “uma marca diferenciada, poderosa ao redor da qual tudo está unificado”. Sendo assim deixa claro o caráter manipulador e extremamente presente em todos os materiais da marca. Interessante é um ponto no texto que resume as características da Arquitetura de SIV Permanente: “as características dos benefícios do produto são menos importantes do que as promessas da marca por que o consumidor confia na marca”. Essa arquitetura se pensada no âmbito dos eventos, se aproximaria mais de eventos como o Festival de Cinema de Gramado, mas por motivos de material mais completo apresento outro SIV do TILT Festival Athens, que carrega características bem próximas da arquitetura de marca monolítica.

Figura 8. Marca gráfica do TILT Festival Athens.

Exemplos das aplicações do material gráfico do TILT:

Figura 9. Aplicações do TILT Festival Athens.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 22

Analisando esta identidade visual fica verificado, até por seu minimalismo, que a marca gráfica é bem repetitiva, e tem a perspectiva de carregar os valores da identidade visual, até mesmo pelo fato de ter em sua marca gráfica um símbolo, diferente das outras SIVs, que em boa parte consta de logotipo somente, sendo alguns letterings outros logogramas.

Mas este SIV se encaixa na organização de Arquitetura de SIV Permanente, em que a marca gráfica explicita a pretensão de ser perdurada, até pelo fato de que, se não houvesse outra intenção, por que desenvolver um símbolo abstrato e complexo? Desta forma uma das principais características da Arquitetura de SIV Permanente, é a pretensão de permanência do SIV durante as outras edições, geralmente essas SIVs, criam símbolos ou marca gráficas que são usadas em todas edições, e tendo apenas uma mudança cromática ou de elementos secundários.

3.2.2 Arquitetura de marca endossada

Proposta: Arquitetura de SIV de evento endossado Apropriação de festivais ou eventos por empresas Ex.: Tim Jazz Festival, Planeta Terra Festival O exemplo que será usado é do Festival Planeta Terra, infelizmente o material é muito escasso, e não tem variedade de aplicação, porém com o que será apresentado é o suficiente para entender os príncipios do SIV. Vale destacar o uso das cores branco e laranja com detalhes em amarelo, cores institucionais do SIV do portal de notícias e provedor TERRA. Outro ponto interessante é que a tipografia institucional não é a mesma usada no portal e no festival, porém não são distantes, caracterizando assim que a Arquitetura de SIV de evento endossado tem como perspectiva a manutenção de algumas características com a empresa que endossa, e não necessariamente terá a marca gráfica da empresa em seu material como fator de destaque dentro do SIV, mas é comum o uso das cores institucionais como elemento comunicador na relação evento-empresa.

No livro de Wheeler, é destacado uma característica da arquitetura de marca endossa sendo: “o produto ou a divisão tem uma presença de mercado claramente definida, porém se beneficia com a associação e visibilidade da marca master”. No caso do evento, tanto Pleneta Terra quanto TIM Festival, que será apresentado mais a frente, as empresas usam no sentido inverso, criaram ou endossaram os eventos para agregar valor a marca principal.

Figura 10. Aplicações do festival Pleneta Terra.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 23

Fig. 11. Apesar deste material ser dos anos de 2003 e 2004, o símbolo é usado até hoje em todas as edições.

Outro exemplo é TIM Festival, antigo Free Jazz, que tem a construção da arquitetura de SIV do Planeta Terra,pois usa de um símbolo que é repetido em todas as edições e carrega as cores institucionais da empresa que endossa, no caso vermelho e azul.

Vale destacar que a grande característica da arquitetura de SIV endossada é que os eventos não tratam de vender produtos ou serviços das empresas, assim como Planeta Terra é um festival de música e é endossado por um portal de notícias, oTIM Festival também é um evento de música mas é endossado por uma empresa de telecomunicação. Essa é a diferença da próxima arquitetura de SIV apresentada.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 24

3.2.3 Arquitetura de submarca

Proposta: arquitetura de SIV de evento institucional Ex.: Keynote da Apple. Feiras ou exposições das próprias empresas.

Há uma enorme dificuldade em encontrar materiais de eventos de arquitetura de SIV de evento institucional até mesmo pelo seu caráter institucional, que muitas vezes é fechado para poucas pessoas e empresas.

O ponto chave desta arquitetura de SIV é a relação com a empresa promotora, diferente da arquitetura de SIV anterior, a arquitetura de SIV de evento institucional vai manter todas as características da empresa que é promotora, até mesmo porque se trata de evento essencialmente promotor de produtos e serviços.

Um evento da Apple promove produtos da Apple. Diferende da Arquitetura de SIV endossada que promove a marca mas seria um festival de música ou um encontro de artistas.

Figura 12. Estes são os convites feito a cada edição do Keynote da Apple Inc.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 25

3.2.4 Arquitetura de marca pluralísta

Proposta: Arquitetura de SIV temática Ex.: eventos em que a cada edição exista um novo sistema de identidade visual completamente refeito. Perro Loco, PUTZ, Festival de Artes de Goiás.

Para Aline Wheeler arquitetura de marca pluralística é quando a “marca master tem uma série de produtos que são marcas de consumidores bem conhecidas...O nome da marca master pode ser tanto invisível como inconsequente para o consumidor. Muitas empresas desenvolvem um sistema para o endosso corporativo que é terceirizado”(2008, p. 51).

Adaptando a realidade dos eventos, a Arquitetura de marca pluralística se aproxima dos eventos temáticos que em cada edição mudam completamente todo seu SIV, e só com o decorrer das edições é possível observar alguns aspectos recorrentes e assuntos, mas que são expressos nos valores conceituais ou visuais. Estes eventos geralmente tem uma importância maior que seu produtores, e muitas vezes seus produtores são desconhecidos, assim como no caso da arquitetura de marca pluralística. A proposta de mudança de nome para temática é feita pois essa e uma característica ainda mais marcante do que ser plural, mesmo plural significando variedade. O grande desafio da arquitetura de SIV temática é como construir uma comunicação entre cada edição, mesmo tendo uma mudança drástica em toda seu SIV, pelo menos em termos de estética. A vantagem desta arquitetura é que a cada edição existe um novo valor a ser construído para a marca. É a possibilidade de abordar uma nova forma e revigorar a imagem do festival, e também claro adaptar a um tema com maior eficácia.

Fig 13. Imagens da apliacações das ediçõess anteriores e recente do Festival de Artes de Goiás.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 26

3.3 Termos & Denominações

3.3.1 Sistema de identidade visual A escolha por Sistema de Identidade Visual, e não só por identidade visual, foi feita exatamente para demonstrar o caráter de pensamento sistêmico, a definição de um sistema é a disposição das partes ou dos elementos de um todo, coordenados entre si, e que funcionam como estrutura organizada (Dicionário Aurélio). E para este trabalho, ressaltar esta características de parte e todo, é de total importância. Este termo é usado por Péon e definido: Maria Luísa Peón, em seu Sistemas de Identidade Visual (2001), distingue as noções de Identidade Visual, Imagem Corporativa e Sistema de Identidade Visual. Para a autora, Identidade Visual diz de um padrão visual adotado pela empresa. Já Imagem Corporativa significa a configuração subjetiva junto ao público-alvo da própria empresa. Sistema de Identidade Visual (SIV) é tido como a configuração objetiva da identidade visual, formada pelos elementos primários, secundários e adicionais em suas aplicações. (apud Rocha, 2004, p. 4) Apesar Peón usar dos elementos primários, secundários e adiconais em suas aplicações, e neste trabalho esses termos não serem usados pela características do SIV de eventos, a opção foi a melhor encontrada. Infelizmente esse é um problema da área de identidade visual, as definições mudam muito de autor para autor e não há um consenso.

3.3.2 Marca gráfica Será feito o uso de marca gráfica para se referir a logotipo, símbolo ou a combinação dos mesmos. Não importando o uso de cores, famílias tipográficas ou questões estéticas como abstrato ou realístico. Este uso do termo é baseado no livro Design de Identidade e Imagem corporativa de Daniel Raposo, 2008.

Se na sua totalidade, A Marca ou Imagem Corporativa resulta do sistema semiótico, a marca gráfica é um componente da Identidade Visual Corporativa, e é aquele que se encontra em quase todos os contactos que a empresa estabelece com os seus interlocutores, que rapidamente lhe outorgam os atributos corporativos.(RAPOSO, 2008, p.137) Trabalhando nessa perspectiva o uso de marca gráfica é como o sinal de assinatura das peças gráficas. E neste ponto o uso é mais adequado para este trabalho.

3.3.3 O Padrão Visual identitário - nem logo nem grafismo O sistema de identidade visual baseado no livro de Péon ( 2001 apud ROCHA, 2004, p. 5) usa este conceito: “Sistema de Identidade Visual (SIV) é tido como a configuração objetiva da identidade visual, formada pelos elementos primários, secundários e adicionais em suas aplicações”.

No caso estes elementos primários, secundários e adicionais são definidos por símbolo e logotipo, sendo primário. Secundário seriam cores institucionais e alfabeto institucional, por fim o elementos adicionais são os grafismos, mascotes e normas para layout.

A exemplos das SIVs analisadas,por exemplo as imagens do A WES ANDERSON FESTIVAL, trabalham na perspectiva de uma estrutura formada por uma série de fotografias e tipografia simplesmente informacional. É verificável que a identificação de uma estrutura de SIV corporativa neste caso, cria problemas de classificação, por exemplo o que seria o elemento primário de acordo com Péon? Neste caso o primá-

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 27

rio são as fotografias e não a marca gráfica. Os elementos secundários?

Neste caso é a marca gráfica, que atua como assinatura das peças, ou mesmo poderiam ser as cores e o layout, pois se analisarmos a única função da marca gráfica em um evento é de sinalização de seu nome, mas não dos valores, sendo o layout e cores muito mais destacados. Essa impossibilidade e confusão de classificação do SIV de eventos, cria uma necessidade de uma nova terminologia.

A proposta do termo padrão visual identitário aparece da identificação de que o funcionamento do sistema de identidade visual de eventos tem uma particularidade se comparada ao sistema de identidade visual corporativo, particularidade essa que é mais presente no SIV de evento, porém não é ausente no SIV corporativa. Na análise das SIVs é possível constatar que em boa parte dos casos o elemento representante dos valores e significados do evento não são necessariamente o logotipo acompanhado de um símbolo, não raro é possível ver um sistema de identidade visual baseado somente nas cores ou em uma série de fotografias.O termo surge da necessidade de ser nomear este elemento/objeto amorfo que não se pode classificar nem como logotipo, nem como símbolo, e que pode ser uma série de fotografias, ou mesmo padrões cromáticos e tipográficos abstratos. Padrão visual identitário é todo aquele padrão visual que cria em todas as aplicações do SIV uma identificação visual e de valores, não necessariamente abrigando ou repetindo exatamente os mesmos elementos gráficos.

No sistema de identidade visual corporativo podemos dividir em marca gráfica, tipografia institucional, paleta cromática institucional e grafismos. Sendo que vale destacar que o ponto central de todo o SIV corporativa é combinação de marca gráfica formada na maioria das vezes por logotipo e símbolo. Já no SIV de eventos, esse caráter não é difundido, por vários aspectos, por exemplo de saturação do material, como explicado anteriormente, quando falamos de eventos a convivência conjuntas das aplicações é muito maior do que em uma empresa.

O padrão visual identitário é um elemento que se adapta em cada projeto diferente, pode ser: fotografia, ilustração, cores, elementos abstratos, imagens das mais diversas formas, tipografia e outros. Mas o grande ponto é que o padrão visual identitário deve ser o principal elemento a refletir os valores e linguagem do evento, podendo ser identificado, caso contrário volta para classificação de marca gráfica e elementos institucionais.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 28

Wiki e General Work Process , metodologias que tem 4 Metodologia Methodology uma compreensão mais ampla de todo processo de design. A partir des-

Esta metodologia foi baseada em duas principais referências Design

de SIV para eventos

1

2

ta base foi feita uma adaptação para melhor organização dos aspectos levantados no capítulo anterior, usando dos aspectos abordados, sendo eles: tamanho estrutural/envolvimento, periodicidade, objetivos, duração, público, produção e a arquitetura de SIV. Outros pontos de processo usaram de grande parte sua adaptação o livro de Aline Wheeler, Design de Identidade de Marcas, que trabalha de uma forma muito interessante todo o processo do desenvolvimento de um sistema de identidade visual, é claro sempre pensando na melhor adequação ao desenvolvimento do SIV de eventos.

Para melhor compreensão será desenvolvido e explicado tópico por tópico, para esclarecimento maior do leitor, lembrando que essa metodologia vai ser adaptada para de livro digital, usando do PDF como formato de leitura.

Apesar desta metodologia parecer um tanto quanto linear, deve-se deixar claro que muitas etapas podem ser preenchidas fora de ordem, como dito anteriormente esta metodologia propõe caminhos e não trilhas de trem, aonde só se tem uma opção. É mais do que saudável dar passos para trás ou pular etapas, quando há conforto e compreensão. O objetivo não é criar ferramentas de prisão, e sim conseguir desenvolver um projeto de design com qualidade, respeitando as especificidades de cada projeto.

A estrutura proposta será: pEntender/Problematizar • Aspectos técnicos do briefing • Aspectos do Evento ( durabilibidade, periodiciadade e etc.)

• Definição de tipo de evento • Aspectos concetuais do briefing • Análise de similares e edições anteriores p Conceituar • Objetivos • Linguagem • Temática ou Contínua • Arquitetura de SIV p Desenvolver • Rafes • Partidos/Tendências • Seleção • Prototipagem • Testes p Aplicar • Listagem de todas peças gráficas organização pré-produção,produção, pós-produção

p Vivenciar • Lista de verificação de funcionamento • Questionário para participantes p Manual de uso e a manuntenção do SIV

1 http://dpl.kaist.ac.kr/design-methodology/Main_Page , produto WIKI pertecente a toda comunidade e contruído de forma comunitária também.

2 http://project.cmd.hro.nl/cmi/hci/toolkit/index.php Desenvolvido por Bas Leurs, Peter Conradie, Joel Laumans, Rosalieke Verboom.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 29

4.1 Entender/ Problematizar

Aqui será desenvolvido tópico por tópico, para melhor compreensão.

O primeiro momento de qualquer projeto de design é o Entender o que está acontecendo, ou como chamam, Problematizar, não no sentido pejorativo de achar problemas, mas sim de entender a relação necessidade/dificuldade. E no caso do SIV de eventos, um ponto de extrema importância é entender a relação que o evento tem com seu público, e como se dará a experiência do público no evento. Para isso existe o briefing, e no briefing há dois momentos de compreensão ( WHEELER, 2008) , que são os aspectos técnicos do briefing e os aspectos conceituais do briefing, pontos que serão melhor descritos mais a frente. Neste primeiro momento, ter uma base de como foram desenvolvidas os SIV anteriores, compreender qual é o perfil do evento, e como é construída sua arquitetura de SIV, é o que vai guiar em muitos pontos o desenvolvimento do projeto, os aspectos a serem analisados são: • • • • •

Aspectos técnicos do briefing Aspectos do Evento Definição de tipo de evento Aspectos concetuais do briefing Análise de similares e edições anteriores

Primeiro tópico são os aspectos técnicos do briefing, que são relacionados a: estrutura, por quem é feito, duração do evento, orçamento envolvido, em síntese, todos aspectos técnicos envolvidos na produção de um evento. Há aspectos mais importantes do evento já foram abordados neste trabalho sendo eles: • • • • • •

Duração Periodicidade Tamanho estrutural/envolvimento Público Produção Objetivos

A definição de tipo de evento também é interessante nesse momento já entender, não confundir com arquitetura de SIV, já que se trata da classificação, mais ligada aos objetivos, se ele é institucional corporativo, entretenimento, religioso, acadêmico ou social.

Estes pontos foram adaptados do livro Design de Identidade de Marcas (WHEELER, 2008), em que eram perguntas e foram transformadas em tópicos assim como no livro de Phillips (2007).

Propostas de pontos para esse momento do briefing: • • • • • • • • • •

Área do evento. Entretenimento, acadêmico etc.

Duração do evento. Edição atual.

Fonte de renda do evento. Ex.: Editais, entrada, capital privado.

Estimativa de público desta edição. Cite as edições anteriores também.

Descreva o que o evento promove e todas suas atividades.

Objetivos do evento.Ex.: promoção de algum produto ou serviço.

Público do evento. Expectativa sobre esse público.

Concorrância ou similares do evento. Cite alguns se houver.

Forma de promoção do evento. Ex.: internet, tv, rádio, implessos.

Alcance do evento. Regional, nacional e global.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 30

As perguntas devem ser usadas como orientadoras da conversa com o cliente, uma dica interessante é separar a relação cliente/produtor do evento, evitar palavras e frases que envolva: o que você acha, você, sua opnião, pois estes questionamentos podem ser levados para o lado pessoal do cliente, e o evento deve ser projetado pensando no público e não no gosto pessoal. A não ser em casos em que o cliente já tenha alguma experiência para contribuir, mas evitar a mistura de evento e cliente é um ponto saudável do processo.

Os aspectos conceituais são feitos em um segundo momento, depois do orçamento ter sido aprovado. Geralmente, os aspectos conceituais são avaliadores que levaram a compreensão de linguagem, qual imagem do evento será criada, e claro quais as cores, tipografias. Os aspectos conceituais unidos aos técnicos ajudaram a definir a arquitetura de SIV do evento.

Pontos propostos para esse momento do briefing: • • • • • •

Vantagem competitiva do evento. Cite os motivos que as pessoas iriam ao evento. Grande diferencial do evento que levaria as pessoas até o evento.

Missão. Visão. Metas.

Projeção do evento em 5 anos e 10 anos.

Valores e crenças que os produtores acreditam ou deveriam.

O evento em uma única mensagem.

Se o evento fosse uma pessoa, o descreva.

Anexo: • No briefing separe cliente/contrante do projeto, evitando assim gostos e opniões pessoais, que não sejam de interesse do projeto.

• Anote tudo que puder, gravações são bem vindas, após reuna todo material e filtre, mas no momento do briefing todas informações relacionadas ao projeto são importantes.

• Materiais visuais são bem-vindos, tanto das edições anteriores, como de eventos similares.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 31

4.2 Conceituar

Segundo momento da metodologia, a conceituação, consiste em traduzir tudo que os aspectos técnicos e conceituais do briefing criaram para gerar os objetivos, linguagem e a arquitetura de SIV. A conceituação reúne o máximo de material possível e usa algumas técnicas como o brainstorming e o mural de ideias. Depois do briefing é que se traça a rota e os instrumentos que serão usados. Momento de esquecer soluções pré-estabelecidas e olhar para os objetivos e necessidades, sempre usando o briefing como referência.

• Objetivos • Linguagem • Arquitetura do SIV Anexo: • Mural de ideias / mapa mental • Brainstorming 4.2.1 Objetivos Refere-se ao momento de extrair do briefing o ponto de chegada. Sem o ponto chegada será impossível identificar quando se realmente chegou.

Cristalizar os objetivos ajudará no processo de escolher entre uma tipografia serifada ou não serifada, se a cor deverá ser cinza claro ou cinza azulado. Os objetivos devem ser extremamente claros e bem delimitados pois isso contribuirá também para a produção coletiva, já que são raras as empresas que são feitas por um pessoa só. Outra questão de se definir bem os objetivos são para a melhor relação com o cliente, pois assim evitará surpresas na hora da apresentação, já que sabemos que cada pessoa tem uma visão diferente de um mesmo objeto.

4.2.2 Linguagem Conceituar é a definição de linguagem, depois de bem definidos os objetivos, saber qual linguagem deve ser usada é o que colabora para o próximo passo que é a definição de Arquitetura de SIV, já que essas duas etapas são quase simultâneas e complementares. Porém na definição de linguagem se trata dos caminhos estéticos e técnicos do projeto. Todos esses pontos estão incluídos implicitamente nas perguntas do briefing: Se o evento fosse uma pessoa, como ele seria? Sério? Brincalhão? Executivo? Universitário? Homem? Mulher? Essa pergunta irá colaborar e muito na definição de linguagem do projeto, há outras perguntas também, deixemos claro. Uma boa definição de linguagem é trabalhada em pontos como: • • • • • •

Contemporâneo Vanguardista Executivo Modernista Artístico Comercial popular

Estes são alguns exemplos de adjetivos que podem contribuir na construção da linguagem. Há que se destacar que algumas SIVs de evento já podem ter sua linguagem definida, como no caso dos eventos institucionais promovido por empresas. Neste caso provavelmente a linguagem usada será a da própria empresa promotora.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 32

4.2.3 Arquitetura de SIV A arquitetura de SIV é a organização e estrutura dos elementos e dos comportamentos do SIV, baseados nos objetivos e linguagem do conceito, que neste caso é baseado nos aspectos de eventos como durabilidade e etc. Podendo ser dividas em 4/3 formas de organização: • • • •

arquitetura de SIV de evento endossado arquitetura de SIV de evento institucional arquitetura de SIV de evento pluralista arquitetura de SIV de evento permanente

A arquitetura de SIV auxiliará no desenvolvimento do projeto para a criação de coerência e consistência em toda a composição, sem fugir de seus objetivos e linguagem. Entender onde o evento se encaixa é compreender melhor e aproveitar suas singularidades, com o foco em criar um ótimo projeto de design.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 33

4.3 Desenvolver

O desenvolvimento do projeto acontece após a construção sólida da conceituação e do briefing. Aqui, se aplica o que o briefing e o conceito delimitaram como preceitos, revisar a pesquisa também é muito interessante para lembrança. Agora serão abordadas algumas técnicas, que não são obrigatórias ou essenciais, mas são importantes na construção do projeto. Evitar ao máximo ir direto para o computador, usar de técnicas de desenhos ou colagem, enriquecer o projeto e poderá ajudar a criar perspectivas melhores construídas.

Rafes A palavra rafe vem de roughs do inglês grosseiro ou feito toscamentes.

De acordo com o dicionário Aurélio, “esboço inicial, anterior ao leiaute, realizado na criação de uma obra gráfica”. Então é o momento de se afastar do computador e rabiscar, desenhar sem pretensão de acabamento visual e sim de representação do conceito. Esse momento deve ocorrer quase que simultâneo ao de definição de partidos e tendências, podemos dizer que o momento de rafe serve especificamente para definição de partidos e tendências.

Partidos/Tendências Como dito anteriormente, o momento de decisão de partidos e tendências é uma consequência direta do que os rafes mostrarem ser interessante na representação do conceito e do briefing. É importante não escolher só uma opção, como também não escolher opções demais, no máximo três opções de tendências.

Seleção Logo após a definição de partidos e tendências, a seleção das melhores opções devem ser feitas, colocando em parâmetro o briefing e o conceito, também questões de viabilidade técnica e prazo, devem entrar em questão. Aqui é interessante a escolha de uma única opção para se evitar tanto perda de tempo em desenvolver uma opção que será descartada, como também foco de energia no desenvolvimento, se verificado que não está bom, voltar alguns passos é mais do que natural e até saudável.

Testes A fase de teste é a aplicação do que foi selecionado, envolve desde impressão a tamanhos super-reduzidos até variação de cores e de combinações tanto da marca gráfica quanto do padrão visual identitário ou dos elementos. A fase de teste é essencial para previsão de erros e ajustes, digamos microscópicos. Ter a lista de todas as peças gráficas que serão desenvolvidas é de grande ajuda para prever como será a aplicação e o uso.

Se algo der errado e não tiver salvação, voltar a etapa de rafes é essencial.

Esta fase é a ponte para a próxima etapa de aplicação dos materiais.

Anexo: • Imprima em jato de tinta, a laser, reduza a marca gráfica e os elementos à 0,5mm.

• Veja a aplicação em jpeg com 72 dpi, e estoure sua qualidade.

• Sempre pense o conjunto do materiais • Pense em todas as formas de aplicação, horizontal, vertical, dentro de um quadrado, no canto esquerdo e direito.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 34

4.4 Aplicar

Esta etapa da metodologia prevê que a fase de testes foi bem sucedida, que pode ter continuidade. A aplicação já é a fase final, a identidade visual aqui já está bem resolvida, então essa é uma etapa muito mais de manutenção do que foi desenvolvido anteriormente do que momento de desenvolvimento ainda.

• •

Listagem de todas peças gráficas Organização pré-produção,produção, pós-produção

Faça a listagem de todas as peças gráficas, e depois divida em pré-produção, produção e pós-produção, essa organização serve até para entender o que é prioridade ou não, e também ajuda a visualizar quais as peças que precisam se comunicar mais, por estarem em um mesmo período do projeto. Se possível criar mapas de encontro, quando cada peça irá encontrar outra peça, e como estará sendo usada, isso será de grande ajuda para o desenvolvimento de real SISTEMA de identidade visual.

O questionário a seguir auxília na produção de cada material, como o tempo essas perguntas se tornam intuitivas no processo, mas para quem está começando é importante sempre realizar estas perguntas.

Por quê? > Objetivos dos materiais.

Onde? > Em que ambiente vai estar situado.

Para Quem? > Quem é o público final.

Por Quem? > Quem vai fazer a distribuição / Quem vai desenvolver o conteúdo Como? > Como vai ser usado / como vai ser feito

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 35

4.5 Vivenciar

Esta talvez seja a única proposta que não se encontra nos livros, mas é uma questão empírica, pois vivenciar o evento tem o intuito de perceber como as pessoas, no caso o público do evento, se comporta usando e vivenciando o evento e o SIV. Vivenciar significa observar de perto, como público, os erros e acertos do SIV, pois só olhando de perto é que podemos perceber como as peças se interagem e quais são as dúvidas ou as sugestões do público. Talvez muitos profissionais não tenham tempo de realizar essa etapa, mas ela é de grande auxílio para aqueles que querem sempre desenvolver SIV para eventos.

• •

Lista de verificação de funcionamento Questionário para participantes

Anexo: • Converse com máximo de pessoas do público • Participe de uma oficina ou alguma atração do evento • Vá em alguma reunião do evento como ouvinte

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 36

4.6 Manual de uso e a manuntenção do SIV

Terminado o desenvolvimento do SIV de eventos, chega o momento de manter a integridade do sistema, para isso existe o MANUAL DE USO, bem diferente do MANUAL DE APLICAÇÃO que já prevê todos as aplicações prontas. O manual de uso é projetado para orientar e manter a integridade do SIV. Este manual de uso é interessante que seja projetado para uso de não-designers também, exemplos são jornalistas e programadores, que farão uso do SIV. O que deve constar no manual de uso: • • • • • •

Conceito básico, orientação Todas as formas possíveis de aplicação da marca gráfica e do padrão visual identitário, prevendo a área de respiro Variação cromática: marca gráfica e padrão visual identitário referências de cor Padrão tipográfico Proibições

Mostrar algumas aplicações, para orientação do uso e não como previsão, pode ser interessante. Um formato indicado é que se crie um CD com todos os formatos de arquivos, e que estes arquivos já tenham as variações tanto cromáticas quanto de diagramação.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 37

5 Conclusão

Este trabalho não se propõe a ter um fim e sim um desdobramento, muitos pontos surgiram durante o desenvolvimento da pesquisa e podem ainda ser mais aprofundados. O resultado do projeto foi a proposta de uma metodologia para design de sistema de identidade visual para eventos, assunto que como visto anteriormente foi abordado de forma mais superficial pelos livros de maior referência na área.

Destacamos que o padrão visual identitário tem alto valor de estudo para os profissionais da área de design. A importância de investigar este tema servirá também para SIV corporativas que hoje estão mudando constantemente, e se aproximam de alguma forma a este aspecto muito particular de alguns eventos. Portanto nesta pesquisa propõe-se uma alternativa de leitura em relação a busca de conhecimento na área de design de sistema de identidade visual.

O propósito deste trabalho é ocupar um espaço que foi sendo renegado aos poucos pelos autores da área, e talvez seja só o primeiro passo descobrir e diferenciar SIV corporativa de SIV de eventos, com outros designers entrando em contato com este texto, provoque reflexões e talvez possam surgir muitas outras questões, aspectos e contribuições, e o que se espera é exatamente isso, que este seja um trabalho que abra os olhos para uma necessidade de mercado.

Para tanto, como sequencia do resultado desta pesquisa pretende-se finalizar o conteúdo e ainda a realizar a adequação didática para o formato de livro, em tamanho resumido, em PDF, arquivo de fácil distribuição eletrônica e formato universal de leitura, visando a divulgação para que tenha um alcance de profissionais tanto produtores de eventos como designers. Em anexo consta o protótipo do livro final.

Finalmente compartilhamos que este estudo foi uma experiência altamente interessante, mergulhar nos livros de design de SIV e verificar a multiplicidade de visões dos autores e as todas as perspectivas sobre o pensar design e ainda propor um produto final com possibilidade um maior alcance e acesso de muitas pessoas. Espera-se que este trabalho possa contribuir para uma melhor compreensão da complexidade que é projetar SIV de eventos.

design de sistema de identidade visual para eventos • victor leal pontes • 38

6 Referências

Bibliográficas

BEHANCE NETWORK. Most Appreciated Projects All Time. New York, 2010. p.2. Disponível em: <http://www.behance.net/?content=pro jects&search=festival+identity&sort=appreciations&time=all&page=2>.

Acesso em: 20 de outubro de 2010.

CHAVES, Norberto - La Imagem Corporativa, 3ª ed. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2005.

COELHO, L.A.L. Percebendo o método. In.: COUTO, R. M. S. (Org.) ; OLIVEIRA, A. J. (Org.) . Formas do Design: Por uma metodologia interdisciplinar. Rio de Janeiro: 2AB, 1999. v. 1. 191 p.

FRUTIGER, Adrian. Sinais e símbolos. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

MARTIN, Vanessa. Manual Prático de Eventos. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2003 MICHELENA MUNHOZ, Daniella Rosito - Manual de Identidade visual: guia para construção - Rio de Janeiro : 2AB, 2009.

NEUMEIER, Marty. The Brand Gap - O abismo da marca: como construir a ponte entre a estratégia e o design / Marty Neumeier ; tradução Cynthia Azevedo. - 2 ed. - Porto Alegre: Bookman, 2008.

PHILLIPS, Peter L. - Briefing: a gestão do projeto de design / Peter L. Philips ; traduçnao Itiro Iida - São Paulo: Editora Blucher, 2007.

RAPOSO, Daniel - Design de Identidade e Imagem Corporativa .

Lisboa: Edições IPCB, 2008.

ROCHA, Cleomar et all. Marca, identidade, termos e títulos: uma questão de referência. 2004. Disponível em: <http://www.scribd.com/ doc/34539448/Marca-Identidade-Termos-e-Tipos-%E2%80%94-A-Casa-do-Tipo >. Acesso em: 16 de novembro de 2010.

STRUNCK,Gilberto Luiz Teixeira Leite - Como criar Identidades visuais para Marcas de Sucesso . Rio De Janeiro: Rio Books, 3ª Edição, revista e atualizada, 2007.

WHEELER, Aline - Design de Identidade da Marca / tradução Joaquim Fonseca - 2. ed. - Porto Alegre: Bookman, 2008.