Imobiliário sexta-feira, 15 de maio 2015
Limitações de crédito, burocracia, preços elevados dos imóveis entravam operações
Compra para investimento está a aumentar mas falta de bons produtos penaliza negócios Págs. 6-7
Aumento da concessão de crédito é um dos indicadores
Casas vão iniciar valorização nos próximos meses Pág. 2
Promotor tem um percurso sólido no Grande Porto
Pedro Barbosa, diretor nacional de expansão, afirma
Novandar constrói habitação nova em Matosinhos e vende frações na construção Pág. 4
“Neste momento uma loja ERA consegue garantir uma rentabilidade entre os 25% e os 30%” Pág. 8
II | Imobiliário |sexta-feira, 15 de maio 2015
Notícia Aumento da concessão de crédito é um dos indicadores
Casas vão iniciar valorização nos próximos meses Elisabete Soares elisabetesoares@vidaeconomica.pt
A
compra de casas para investimento tem aumentado gradualmente e este é, sem dúvida, um indicador de que o mercado está otimista e acredita na valorização deste produto nos próximos meses. Mas há outros indicadores que vão nesse sentido. De acordo com o inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito, publicado pelo Banco de Portugal, referente ao mês de Dezembro, verificou-se a manutenção das condições praticadas no que diz respeito à concessão de crédito à habitação. No entanto, na projeção para os próximos três meses, prevê-se que a procura de empréstimos para a aquisição de habitação altere de novo o valor das casas, sendo que algumas instituições falam ainda na manutenção e outros num ligeiro aumento na concessão de crédito. Contudo, na apresentação dos resultados do primeiro trimestre, o banco Santander Totta destaca o aumento de crédito à habitação concedido este ano, que demonstra a retoma na compra de casa por parte dos portugueses. Assim, no primeiro trimestre deste mês a produção de crédito à habitação no banco Santander Totta registou
No primeiro trimestre o crédito à habitação no banco Santander Totta registou um crescimento de 75,2%.
um crescimento de 75,2%, face ao período homólogo, e reduzindo o ritmo de descida da carteira. De acordo com António Vieira Monteiro, presidente executivo do banco, “o Santander Totta registou, nos primeiros três meses do ano, um desenvolvimento generalizado da sua atividade comercial.
O crescimento no crédito às empresas e na produção do crédito à habitação, a par do aumento dos depósitos e dos recursos fora de balanço, revela bem a confiança que o mercado tem em nós, e o nível de compromisso que o banco tem com os seus clientes”. Quanto ao valor das casas, ve-
Opinião
Reis Campos,
“Plano Juncker”: a oportunidade para um verdadeiro consenso político
N
as Previsões Económicas de Primavera, da Comissão Europeia, publicadas muito recentemente, é destacada a “clara melhoria das perspetivas de curto-prazo para a economia europeia”, afirmando-se ainda que poucas vezes se conseguiu reunir uma conjugação tão forte de fatores de suporte da mesma. No entanto, é também questionada, de forma muito veemente, a sustentabilidade da recuperação económica e evidenciado o risco de regresso a um ciclo de crescimento anémico, pelo que se reforça a necessidade de uma ação decisiva, em especial, através de um esforço coordenado de dinamização do investimento, da reorientação do investimento público para o crescimento económico e da rápida implementação do Plano de Investimento para a Europa, mais conhecido por “Plano Juncker”. A importância deste Plano para o futuro do nosso País exige que o mesmo seja sujeito
rifica-se que decresceu durante o ano 2014, como reflexo da condição económica do país. Assim, nos últimos anos, os valores de avaliação bancária têm vindo a ajustar-se à realidade socioeconómica, traduzida em traços gerais por uma contínua instabilidade no mercado de trabalho e no poder aquisitivo das famílias, numa hesitante confiança no mercado e na prolongada restritividade bancária. De acordo com dados divulgados pelo INE – Instituto Nacional de Estatística, entre janeiro de 2011 e dezembro de 2014, o valor médio do segmento residencial rondou os 1044 euros/m2. Comparando os valores médios de avaliação bancária, em termos homólogos, denota-se um decréscimo dos mesmos durante o ano de 2012 e até meados de 2013, com oscilações positivas em 2014. No que concerne a variações homólogas, em 2012 até janeiro de 2014 registaram-se decréscimos nos dois tipos de habitação. tendência essa ligeiramente invertida a partir de 2014. Entre janeiro de 2011 e dezembro de 2014, as regiões que apresentavam valores médios de avaliação bancária mais elevados eram Lisboa, Madeira e Algarve.
a um amplo debate político, que seja publicamente discutido e assumido transversalmente nos Programas dos vários partidos que se apresentarão às próximas eleições legislativas. É certo que o atual Governo já identificou projetos no valor de 31 mil milhões de euros, mas não basta. Exige-se um consenso que vá para além dos ciclos eleitorais e que permita encarar esta oportunidade, de uma forma global, seja no mercado interno, seja externamente, nos mercados europeus. É, por isso, necessário um adequado posicionamento nacional, que assuma tal como acontece na generalidade dos demais países comunitários, o caráter fundamental do investimento. Não podemos ignorar que, no seu conjunto, à escala europeia, o “Plano Juncker” representa 315 mil milhões de euros em novos investimentos, nos quais a construção representará uma fatia muito significativa, à
qual o tecido empresarial nacional deverá poder aceder. Temos uma presença internacional muito significativa, com uma faturação anual que supera os 9,8 mil milhões de euros e que é acompanhada por um prestígio e competência técnica reconhecidos à escala global. Porém, o mercado europeu representa apenas 7,1% desse volume e são sobejamente conhecidas as dificuldades de implantação das nossas empresas nestes mercados. Este aspeto ganha ainda maior relevância num momento em que o nosso País, onde a presença de empresas europeias sempre foi uma constante, volta a alterar as leis que regulam a atividade do setor, em nome de uma suposta eliminação de barreiras a outras empresas espaço europeu. A competitividade do nosso tecido empresarial é reconhecida, pelo que temos que garantir as condições de reciprocidade que lhes permitam competir no
presidente da CPCI – Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário
espaço europeu. E, para além disso, o Governo não pode ignorar nem a importância da expansão das nossas empresas da construção e imobiliário, nem as especificidades da atividade externa deste Setor. A fiscalidade, designadamente em matéria laboral, o apoio ao financiamento das empresas e a remoção das barreiras administrativas que ainda proliferam no Mercado Único são aspetos prioritários para que possamos acompanhar este novo ciclo de investimento que foi assumido para toda a Europa. A Europa já percebeu que precisa de crescer mais e melhor e que o setor da construção e do imobiliário é imprescindível, pelo que também Portugal terá de ser capaz de consolidar uma estratégia de curto e médio prazo que, enquadrada pelo “Plano Juncker”, traduza a vontade coletiva de um País, cuja economia necessita de crescer interna e externamente de uma forma sustentada.
NOVOS SPREADS que podem baixar até 1,50% para aquisição
e transferências
TAE 2,415% e TAER entre 2,415% e 2,441%. Exemplo para um crédito de 150.000€, com relação financiamento/garantia de 80% e prazo de 35 anos, em função das condições dos Clientes. TAN de 1,755% (a média mensal da Euribor a 12 meses, de Fevereiro de 2015, arredondada à milésima, acrescida de spread de 1,50%). Esta TAE resulta da aplicação de bonificação, em função da subscrição de determinados produtos e serviços e do pagamento atempado das prestações do crédito, ao spread base de 4,20%, com TAE e TAER de 5,140%. Consulte detalhadamente as condições de Crédito Habitação em www.santandertotta.pt ou num dos nossos Balcões.
IV | Imobiliário | sexta-feira, 15 de maio 2015
Notícias
Breves
Promotor tem um percurso sólido no Grande Porto
Ordem dos Engenheiros lança petição
Novandar constrói habitação nova em Matosinhos e vende frações na construção
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Ordem dos Engenheiros (OE) lançou uma petição em defesa do exercício da profissão de engenheiro e a solicitar ao Presidente da República que não promulgue os Decretos n.º 333/XII e 334/XII da Assembleia da República. Entende a OE que os decretos em questão não defendem o interesse público e limitam-se, na pressa de legislar, a propor uma revisão da legislação cujo resultado se afigura negativo porque, para além de padecer de erros técnicos graves associados à definição dos tipos de obras, não consideram devidamente a responsabilização dos agentes intervenientes no ato de construir e a diferenciação das intervenções que levem em conta a formação base, experiência profissional e formação contínua.
Apartamentos turísticos em Lisboa são cerca de 4 mil
A Novandar foi a empresa responsável pela construção de parte significativa dos edifícios da Avenida da Republica.
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Novandar – Empreendimentos Imobiliários é dos poucos promotores que atualmente está a construir habitação nova no Grande Porto e com excelentes resultados nas vendas. O promotor está a construir dois empreendimentos para habitação em Matosinhos, com a conclusão da construção prevista para 2016, mas que apresentam a comercialização já em fase avançada. De acordo com Pedro Silva, sócio gerente, no caso do edifício na Rua Brito e Cunha, nº 359, constituído por 16 frações, T0, T1, T2 e T2 dúplex, tem já cerca de 50% vendido, sendo que as tipologias mais pequenas foram adquiridas por investidores para colocarem no mercado do arrendamento. Este empreendimento tem prevista a conclusão para meados de 2016. Os preços de venda variam entre os 80 mil euros e os 260 mil euros. Os apartamentos apresentam uma área bruta entre os 50 m2 (T0) e os 171 m2 (T2 duplex). De acordo com o responsável, no caso deste empreendimento a Novandar fez uma parceria com o banco Santander Totta, que permite que os clientes tenham condições especiais para a concessão de crédito à compra de habitação. “A parceria tem corrido bastante bem, já que o banco Santander Totta é bastante aguerrido e apresenta boas condições para os clientes”, refere Pedro Silva. Posicionado num segmento médio alto de clientes, o empreendimen-
to apresenta como acabamentos as madeiras lacadas a branco, caso das portas interiores, rodapés e dos roupeiros; pavimentos das escadas e hall de acesso às habitações revestidos a placas de mármore Ibiza (branco), parede dupla com isolamento térmico e respetiva caixa de ar e revestimento da fachada principal exterior em mármore branco Ibiza. No caso do edifício localizado no gaveto da Avenida da Republica com a Rua Comendador Ferreira de Matos, constituído por 18 apartamentos, com tipologias T2 e T3 e T3 dúplex, a comercialização ronda já os 70%. Os preços variam entre os 165 mil euros (T2) e os 220 mil euros (T3). As áreas brutas dos apartamentos entre os 80 m2 e os 125 m2. O empreendimento tem também para venda uma loja com 160 m2, que custa 315 mil euros. Os acabamentos são semelhantes ao empreendimento da Rua Brito e Cunha. Os apartamentos têm todos lugares de garagem, e no caso das tipologias T3 são em box. Os dois empreendimentos de habitação têm projeto de arquitetura de Rui Mota que, de acordo com Pedro Silva, “tem sido uma pedra fundamental, apesar da tenra idade, para que os prédios mais recentes, incluindo os dois mencionados, possam ser a face de uma atualização cada vez mais moderna, da arquitetura e da construção desta empresa, que queremos sempre com linhas cada vez mais atuais e na vanguarda da construção moderna”.
Um percurso de 20 anos Contando com mais de 20 anos de presença no mercado (desde 6 de dezembro de 1993) e com uma experiência de 40 anos adquirida através do seu fundador, Joaquim Alberto Moreira Silva, a Novandar é uma empresa de referência na construção de habitação, especialmente em Matosinhos e em outras localidades do Grande Porto. Neste momento, a Novandar é gerida com o apoio dos filhos, e tem vindo a expandir-se pelo país. De acordo com Pedro Silva, a Novandar já construiu milhares de fogos em várias localidades do Grande Porto, como é o caso de Matosinhos, Gondomar ou Maia, Gaia e Valongo. Com sede em Matosinhos, a Novandar foi a empresa responsável pela construção de parte significativa dos edifícios da Avenida da Republica, uma das principais artérias da cidade. Neste momento é das poucas empresas que continua a dedicar-se à construção nova nesta zona e que consegue vender as frações enquanto decorre a construção do empreendimento. A solidez do percurso é, na opinião do responsável, o melhor cartão de visita para os clientes, e uma garantia no serviço pós-venda. “As pessoas sabem onde nos encontrar, têm o nosso telefone e damos sempre a cara”. Os novos projetos imobiliários, sempre na habitação nova, estão previstos para Ermesinde e para a freguesia de Ramalde, no Porto.
A
companhando uma das tendências marcantes do mercado imobiliário português, a JLL Portugal acaba de lançar a primeira edição do research “Lisbon’s Tourist Apartments – A growing market”. No documento, a consultora analisa, pela primeira vez, o segmento de apartamentos turísticos, apurando que a oferta deste tipo de alojamento é atualmente de cerca de 4000 unidades, sendo a zona do Centro Histórico e a Avenida da Liberdade os locais preferidos para o seu desenvolvimento. Outra conclusão do estudo é que este tipo de alojamento tem vindo a ganhar cada vez mais força na cidade de Lisboa, exibindo fortes taxas de crescimento da procura quer por turistas, quer por investidores que querem aplicar o seu capital nesta classe alternativa de ativos.
Proprietários podem entregar recibo em papel até Novembro
O
s senhorios podem continuar a entregar os recibos das rendas em papel até 1 de novembro, uma vez que o Governo adiou a obrigação de emitir recibos eletrónicos, que entrava em vigor em maio. Quem não passar o recibo eletrónico fica obrigado a entregar uma declaração anual de rendas, a entregar nas finanças até 31 de janeiro do ano seguinte, em papel ou pela internet. As novas regras sobre recibos eletrónicos foram criadas com a reforma do IRS, em vigor desde janeiro de 2015, mas só se soube como seriam aplicadas numa portaria publicada no final de abril.
Ficha Técnica: Edição e coordenação: Elisabete Soares | Paginação: Célia César e Flávia Leitão | Periodicidade: Quinzenal
sexta-feira, 15 de maio 2015
| Imobiliário | V
Notícias Cortiça esteve em destaque na Tektónica
Amorim Isolamentos apoiou Gyptec no desenvolvimento do auditório da Ordem dos Arquitetos
F
ruto de uma parceria com a Gyptec Ibérica, a Amorim Isolamentos esteve representada na Tektónica 2015, com destaque para o auditório da Ordem dos Arquitectos - o Auditório de Negócios Gyptec. O aglomerado de cortiça expandido foi o material preponderante, sendo usado no chão, nas paredes e também no mobiliário deste auditório que foi um dos principais espaços da Tektónica 2015, a Feira Internacional de Construção e Obras Públicas, que teve lugar na FIL, em Lisboa, entre o dia seis e nove de Maio. O desenvolvimento do Auditório de Negócios foi inspirado na placa Gypcork, “uma solução construtiva multicamada que reúne dois produtos nacionais – as placas de gesso laminado Gyptec e o aglomerado de cortiça expandido, da Amorim Isolamentos – e se apresenta como uma solução sustentável, de baixa energia incorporada, com um excelente desempenho em termos de isolamento térmico e acústico, dando resposta aos requisitos da reabilitação sustentável”, garante fonte da empresa. A utilização de cortiça no auditório da Ordem dos Arquitetos não se limitou, no entanto, à solução Gypcork, em que esta é parte de uma solução técnica que beneficia o isolamento pelo interior dos edifícios, mas que não é visível. O aglomerado de cortiça expandida foi também selecionado como material para o mobiliário do espaço e para o revestimento de paredes, este último da gama especial MDFachada Wave, da
Amorim Isolamentos, em que a cortiça natural fica visível. O aglomerado de cortiça expandida é o principal produto da Amorim Isolamentos. 100% natural e integralmente reciclável, é obtido apenas a partir da matéria-prima cortiça que, uma vez sujeita
a altas temperaturas, liberta a suberina, uma resina própria do material que funciona como aglutinante natural. Como principais vantagens, destacam-se a muito baixa energia incorporada, o carbono negativo, o isolamento térmico, acústico e antivibrático, a elevada
estabilidade dimensional, o suporte de temperaturas entre -180º e º 120º C, durabilidade praticamente ilimitada, mantendo características técnicas, promove o atraso térmico, a qualidade do ar interior A+, é permeável ao vapor de água, resistente à compressão
O aglomerado de cortiça expandida é o principal produto da Amorim Isolamentos, é 100% natural e integralmente reciclável.
(boas propriedades mecânicas), em caso de incêndio, não liberta gases tóxicos; não reage a agentes químicos, não é atacável por roedores e é 100% reciclável e reutilizável. Refira-se que a Corti-
ceira Amorim tornou-se na maior empresa transformadora de produtos de cortiça do mundo, gerando um volume de negócios superior a 500 milhões de euros em 103 países.
Porque têm de passar por uma recruta exigente e uma formação contínua, porque trabalham a tempo inteiro, porque vivem e respiram exclusivamente na zona geográfica onde trabalham, o que lhes dá um profundo conhecimento do seu bairro, porque sabem os preços reais do mercado, porque possuem o apoio de uma estrutura à escala nacional – a máquina ERA, porque têm em cada Agência um consultor legal e financeiro que adora triturar papelada e acelerar processos, porque nunca se desligam dos seus objectivos, porque são incansáveis na procura da casa certa para cada família e da família certa para cada casa, por todas estas razões e mais algumas que lhe podemos dizer cara a cara e caso a caso, os Agentes ERA são uma autêntica máquina a vender casas.
era.pt
VI | Imobiliário | sexta-feira, 15 de maio 2015
Notícias Limitações de crédito, burocracia, preços elevados dos imóveis entravam operações
Compra para investimento está a aumen de bons produtos penaliza negócios Elisabete Soares elisabetesoares@vidaeconomica.pt
P
ortugal tornou-se um mercado atrativo para o investimento imobiliário e essa situação é visível tanto na componente de habitação como nos imóveis de serviços e comerciais. A convicção que existe é que este é o momento de investir, tendo em conta que os preços – especialmente na habitação - estão a iniciar a fase ascendente. Perguntamos a um conjunto de profissionais do mercado qual é o comportamento dos investidores em relação à procura de negócios de investimento no país e as respostas são positivas, embora denotem preocupações por alguns aspetos que entravam muitos negócios. Na opinião de Pedro Valente, do departamento de capital markets da Worx, “neste momento assiste-se a um grande interesse no nosso país e nos nossos produtos imobiliários, quer por parte de investidores internacionais, quer por investidores nacionais”. Na sua opinião, os ativos imobiliários são considerados muito seguros e resilientes, especialmente quando comparados com outro tipo de investimentos tradicionais (ações/obrigações), além disso apresentam, hoje, rentabilidades bastante superiores às outras classes de ativos. “À semelhança de Espanha, os valores dos imóveis caíram bastante nos anos anteriores e são, neste momento, considerados muito atrativos, sobretudo quando comparados com os países do Norte da Europa ou com outras origens de capital, mais instáveis”, salienta Pedro Valente. Acrescenta que, também as rendas, esmagadas ao longo dos últimos anos, deixam antever um possível aumento no retorno para os investidores.
Na opinião de Paulo Silva, diretor geral da Aguirre Newman, “regista-se uma maior dinâmica por parte dos investidores nacionais, embora o grosso das intenções (e concretizações) de investimento, pelo volume das disponibilidades financeiras, seja originário de investidores estrangeiros”. Acrescenta que, “de uma forma geral, há um forte interesse em concretizar as suas intenções de investimento dadas as suas expectativas de retorno a médio-longo prazo que se mostram extremamente interessantes numa análise comparativa com outras geografias”. Na opinião de Luís Lima, presidente da Associação das Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP), “os investidores nacionais, com especial destaque para os que não precisam de recorrer ao crédito, procuram o imobiliário português reconhecendo-o como um investimento seguro que tem vindo a substituir outros investimentos, em tempos tidos como de mais rápido retorno mas revelados, com a crise desencadeada em 2008, investimentos muito voláteis e de risco elevadíssimo”. Luís Lima acrescenta, que muitos investidores estrangeiros, de fora da Europa e da própria Europa comunitária, têm vindo a olhar para o imobiliário português, nomeadamente para o que apresenta alguma matriz de natureza turística, como um destino de excelência, pelo preço, pela relação preço/ qualidade e pela ambiência social e política que Portugal, como um país aberto aos outros, oferece”. Na opinião de José Araújo, diretor do departamento imobiliário do Millennium bcp, “existe grande interesse por parte dos investidores, havendo um conjunto muito alargado de pedidos de informação, e muitas reuniões, mas pouca percentagem de concretização”.
Na opinião de Miguel Poisson, diretor geral da ERA Imobiliária, “verifica-se que, globalmente há mais confiança, e uma maior propensão para as tomadas de decisão na compra”. Constata, também, “que o período de crise foi de aprendizagem e mostrou que o imobiliário no nosso país é um ativo seguro, porque, como não passou por nenhuma bolha, resistiu bem a este momento passado”. Ao mesmo tempo os investidores, que tinham depósitos a prazo, constataram que a rentabilidade conseguida no imobiliário é cinco ou seis vezes superior. Miguel Poisson destaca, também, o facto de haver cada vez mais investidores que aproveitam o regime criado para residentes não habituais para adquirem imóveis destinados ao arrendamento habitacional ou para o arrendamento de curta duração, que colocam nos seus países. Este tipo de investimento é cada vez maior, especialmente, por parte dos franceses”. Alerta, ainda, para a maior disponibilidade dos bancos em conceder crédito bancário, que aliado às atuais taxas de juro baixas está a ser muito positivo para o investimento.
Razões que limitam aquisição O imobiliário português regista uma clara procura, quer por parte dos portugueses quer por parte de cidadãos estrangeiros. Contudo, há um conjunto de aspetos que limitam uma maior abrangência das operações. Na opinião de Luís Lima, “no plano interno, parte desse procura tem as limitações decorrentes das dificuldades de acesso ao crédito, fenómeno que se acentuou durante a crise financeira desencadeada em 2008 mas que tem vindo, gradualmente, a
melhorar como uma evidente abertura das instituições financeiras a este mercado”. Acrescenta que, no plano externo, o que o limita uma maior procura, que se concretiza em transações imobiliárias, é “alguma insuficiência de informação que mostre, no estrangeiro e ou junto de mercados externos potencialmente interessados em investir entre nós, a dimensão e as excelentes características do nosso imobiliário, bem como as condições favoráveis em que o promovemos”. Na opinião de José Araújo, “as limitações na compra de carteiras de imóveis estão claramente relacionadas com o preço, já que muitos investidores vêm ainda à procura de descontos, de 30-40%, que não se praticam”. Na sua opinião, a procura de imóveis com yields elevadas é também uma limitação pois a maioria ainda procura taxas de 7% e 8 % e só, por exceção, o mercado continua a pagar esses valores. “Os locais de investimento são sempre (ou quase)
Os intervenientes:
Luís Lima, presidente da APEMIP: “Muitos investidores estrangeiros têm vindo a olhar para o imobiliário português”.
José Araújo, diretor do departamento imobiliário do Millennium bcp: “Existe grande interesse por parte dos investidores, havendo um conjunto alargado de pedidos de informação”.
Miguel Poisson, diretor geral da ERA: “O período de crise mostrou que o imobiliário no nosso país é um ativo seguro”.
Pedro Valente do departamento de capital markets da Worx: “Assiste-se a um grande interesse no nosso país e nos nossos produtos imobiliários”.
Paulo Silva, diretor geral da Aguirre Newman: “Regista-se uma maior dinâmica por parte dos investidores nacionais”.
sexta-feira, 15 de maio 2015
Novo conceito garante 5,5% de rentabilidade aos investidores
tar mas falta
A cidade de Lisboa, sobretudo a zona mais antiga, é a mais apetecível na procura para investimento os mesmos. Em Lisboa, zona antiga e Av. da Liberdade, Linha do Estoril e, em menor escala, o Algarve. Nestes locais já falta (bom) produto e os preços estão mais ‘aquecidos’. Por exemplo, no Porto há excelentes oportunidades mas estes investidores não querem ir visitá-los nem receber informação”, refere José Araújo. Finalmente, “muitos investidores ainda vêm a procura de operações de financiamento estruturado, com pouco capital próprio, demasiado alavancado, a prazos longos passando o risco quase todo para vendedor/ financiador”. Miguel Poisson destaca o facto de começar a “faltar os produtos que são mais apetecíveis, ao mesmo tempo que há outros imóveis com preços demasiados elevados, que acaba o mercado por os excluir”. Falando especialmente na componente de habitação, o responsável da ERA, alerta para a necessidade de as au-
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tarquias criarem canais próprios que permitam a celeridade dos processos de licenciamento e aprovação de projetos, para que os investidores se sintam motivados a prosseguir com os negócios. O responsável destaca, ainda, que há muita oferta de imóveis, para remodelação e reabilitação, contudo encontra-se localizada em locais pouco interessantes, o que limita a sua transação. Na opinião de Paulo Silva, começando pelo mercado local de habitação, “os requisitos (preço e percentagem do valor financiado) apresentam-se como a maior restrição à compra de habitação por residentes”. A nível da propriedade comercial, “a principal limitação decorre da incapacidade dos maiores proprietários imobiliários suportarem imparidades, o que condiciona o ajustamento dos preços face a valores contabilísticos que não refletem o seu valor presente”, destaca. Acrescenta, que outro aspeto limitativo da aquisição de imóveis por investidores estrangeiros prende-se com a escassez de ativos com um perfil ‘core’, fruto da oferta reduzida dos últimos anos e que tarda em recuperar pelo ciclo de produção própria destes ativos, pela escassez de promotores imobiliários e pela sua falta de confiança em assumirem riscos no desenvolvimento de novos projetos”. A falta de produtos ‘prime’ é sem dúvida o fator mais limitativo, neste momento, considera Pedro Valente da Worx. “O principal interesse dos investidores continua a ser ativos ‘prime’ (bons ativos, bem localizados, e com bons inquilinos). O que se passa é que este de produto tem sido vendido, pelo que, neste momento, começa a escassear. O que tem repercussões imediatas, com subidas de preços”, destaca.
“Há falta de condomínios de 30 a 40 frações” António Magalhães, responsável pelo residencial da Predibisa, destaca o facto de, neste momento, o mercado começar a apresentar falta de oferta de habitação nova, especialmente “de pequenos condomínios de 30 a 40 frações, fechados ou semiprivados, por questões de segurança, com o rés-do-chão vazado, alguns equipamentos, jardim e hall de entrada amplo, com portaria”. Na sua opinião, este é o género de produto que o cliente procura, mas que não se encontra atualmente na cidade do Porto, porque o que existia já foi vendido. Também a apetência pela aquisição de habitação, no centro da cidade, é grande, especialmente da parte de jovens casais, mas também de casais mais velhos. “Neste momento há grande dificuldade em encontrar apartamentos T1 ou T2, nestas zonas”. Destaca o facto de receber, em média, uma chamada por dia de pessoas que procuram uma casa no centro do Porto, sendo que muitas delas são pessoas que sempre viveram naquela zona e pretendem comprar de novo. Na sua opinião, o facto de os proprietários de prédios usados para venda continuarem a pedir preços elevados é uma das razões que está a limitar a renovação e reabilitação urbana no Porto.
Investidores aderem ao conceito Oporto Serviced Apartments
O edifício, datado de 1860, foi totalmente reabilitado pela empresa Bastir, apresentando uma área total de 1000 m2.
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Predibisa foi a consultora imobiliária responsável pela colocação, em exclusivo, do novo conceito Oporto Serviced Apartments, instalado em Cedofeita. Constituído por um edifício em fase final de reabilitação, o empreendimento é promovido pela Pártenon, de Jorge Santos, também proprietário da cadeia de restauração BB Gourmet. De acordo com António Magalhães, responsável pelo departamento residencial e promoção da Predibisa, dos nove apartamentos que constituem o empreendimento, 80% foram colocados no espaço de um mês, o que demonstra a procura que existe na cidade por produtos com estas características e com este nível. “O sucesso na comercialização deste empreendimento deve-se à excelente arquitetura associada a um produto com rendimento garantido/ short rental. Foi sem dúvida um ‘case study’”, destaca António Magalhães. Os apartamentos apresentam preços de venda entre os 180 mil euros e os 275 mil euros e foram comprados, especialmente, por investidores, que terão uma rentabilidade anual esperada de 5,5%, com a colocação das frações no arrendamento turístico. O edifício, datado de 1860, foi totalmente reabilitado pela empresa Bastir, apresentando uma área total de 1000 m2, distribuídas pelas nove frações e uma loja/ restaurante BB Gourmet, que completa este conceito. A intervenção a nível da arquitetura esteve a cargo do arquiteto Pedro Valentim. O volume de vendas esperado totaliza os dois milhões de euros, sen-
do que a conclusão do edifício está prevista para o final deste mês. António Magalhães considera que o conceito Oporto Serviced Apartments surge no coração da cidade do Porto como uma necessidade comum a todas as grandes cidades europeias. Inserido numa zona de intervenção prioritária, na Rua de Cedofeita, o projeto, pretende servir turistas, residentes, estudantes e todos aqueles que procuram um serviço personalizado e de qualidade. Na opinião de Jorge Santos, “o conceito de serviced apartments, ou apartamentos com serviço de hotel e de restauração, é um conceito com grande potencial de crescimento, o que aliado ao rendimento proporcionado aos proprietários sem dúvida que torna muito elevada a atratividade deste empreendimento”. O empresário está à procura de outros imóveis, com características semelhantes, para avançar com novos projetos.
VIII | Imobiliário | sexta-feira, 15 de maio 2015
Notícias Pedro Barbosa, diretor nacional de expansão, afirma
“Neste momento uma loja ERA consegue garantir uma rentabilidade entre os 25% e os 30%” porciona formação profissional, que consiste numa primeira componente teórica onde os candidatos apreendem a metodologia de trabalho da ERA, ganhando conhecimentos nas áreas: comercial, de marketing, tecnologias, e um aprofundado conhecimento de todos os serviços oferecidos pela ERA aos seus clientes. Em suma, basta serem pessoas determinadas, proactivas com gosto pelo trabalho em grupo e por objetivos.
Pedro Barbosa foi, pelo terceiro ano consecutivo, nº 1 da Europa em termos de venda de franquias/ lojas. Em entrevista, assegura que a rentabilidade conseguida por uma loja é muito interessante e o retorno do investimento é efetuado no prazo médio de 24 meses. Elisabete Soares elisabetesoares@vidaeconomica.pt
Na sua opinião, quais as razões que explicam o seu desempenho, pelo terceiro ano consecutivo, em termos de venda de franquias? São várias as razões. Para além do conhecimento profundo do nosso modelo de negócio, do empenho e dedicação de toda a equipa de expansão, do master da ERA Portugal, estes resultados devem-se, por um lado, ao pontual contexto do mercado. Verificou-se um maior número de clientes internacionais, bem como emigrantes e luso-descendentes. O investimento estrangeiro no imobiliário subiu para níveis nunca registados anteriormente (no entanto, a maioria das transações em Portugal continuam a ser efetuadas por cliente nacionais), o que potenciou o interesse dos empresários pelo sector imobiliário. E, por outro lado, deve-se, também, à notoriedade da marca ERA (com 17 anos de maturidade no mercado português e 43 anos de existência no mercado internacional) e ao seu modelo de negócio. Sabemos que, na hora de escolher, as pessoas percebem a importância de se fazer parte de uma grande rede internacional. Fomos, também, proactivos na busca e identificação de pessoas com talento nos vários em setores do mercado, como, por exemplo, o da mediação imobiliária (mediadores tradicionais), da banca, da indústria farmacêutica, das TI, da construção civil, etc. O país foi, a nível da Europa, um
Qual é, neste momento, a sua expectativa em relação aos resultados já conseguidos e para o resto deste ano? O nosso objetivo é dar continuidade ao nosso plano de expansão, no mercado português, com a abertura de 25 novas lojas. Cerca de metade das aberturas previstas serão por substituição de lojas já existentes, mas que precisam de ser reestruturadas, a outra metade serão lojas novas de raiz. Até finais de Abril já assinámos 13 novos contratos.
Pedro Barbosa considera que o ano 2014 foi bastante dinâmico em Portugal
dos mais afetados a nível financeiro. Contudo, estes resultados mostram outra realidade? O ano 2014 foi bastante dinâmico: Portugal assumiu-se como um mercado preferencial para investimento imobiliário. Neste contexto, fomos contactados, sobretudo, por pessoas interessadas em ter o seu próprio emprego/negócio, num sector de atividade em expansão e que oferece rentabilidade e riscos controlados. Neste momento uma loja ERA consegue garantir uma rentabilidade entre os 25% e os 30%, e o retorno
do investimento é efetuado no prazo médio de 24 meses. É um negócio com a particularidade de não oferecer problemas de cobrança aos clientes. O que precisa ter um franquiado para se tornar um empresário de sucesso da ERA Imobiliária? A ERA prevê continuar a atrair empresários que se identifiquem com os valores da marca. Os candidatos não precisam de ter experiência no setor imobiliário, a ERA Portugal é das poucas empresas do setor que pro-
Quais as localizações e segmentos de mercado que está a privilegiar na localização de novas lojas? Pretendemos chegar aos pequenos e grandes concelhos, para o efeito temos duas soluções de investimento possíveis – Lojas Standard e Lojas + – sendo que ambas garantem excelentes níveis de rentabilidade, com a vantagem de serem adaptáveis à capacidade de investimento de cada pessoa. Tendo em conta que a aposta do mercado imobiliário atual é a componente de reabilitação, qual é a estratégia na instalação de lojas para captar este mercado? De facto, as alterações de contexto de oferta e de procura levam a redefinir zonas de atuação, Foi o caso de Lisboa, onde a ERA decidiu que havia espaço para se considerar a abertura de mais lojas.
Solum Prestige em Coimbra já vendeu 18% das frações em planta
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ERA Coimbra Vale das Flores já vendeu 18% do Solum Prestige, um empreendimento prime com volume de negócio a rondar os 2,8 milhões de euros, e que, neste momento, se encontra em fase de fundações. Neste momento foram vendidos especialmente os T1 a investidores, estando a ser promovido de forma a permitir que cada cliente personalize o apartamento à medida dos seus gostos e exigências. O empreendimento tem prevista a conclusão da constru-
ção em dezembro de 2016, assegurada pela MBA. Situado na zona moderna da cidade de Coimbra, é composto 11 apartamentos, com tipologias entre o T1 e o T4, a variar entre os 145 mil euros e 495 mil euros, valores estes que se devem não só à localização, bem como fatores como à construção, materiais e acabamentos de qualidade. O Solum Prestige distingue-se, também, pela forma de comercialização inovadora que está a ser leva-
da a cabo pela ERA, que beneficia a antecipação na compra, uma vez que a venda das frações deste empreendimento está a ser feita por fases. Se comprado ainda em planta, o cliente tem liberdade de escolher a tipologia e materiais a utilizar no seu apartamento, acrescendo ainda uma promoção, à compra em construção, de 10% no valor da fração; se comprado na segunda fase, pode escolher os materiais beneficiando ainda de 5% de desconto. “O modelo de comercialização
tem vindo a revelar-se um sucesso, reavivando a tendência de compra em planta que não se verificava há largos anos e temos já 18% das frações vendidas nesta modalidade”, sublinha David Nobre, diretor comercial da ERA Coimbra Vale das Flores. “Trata-se acima de tudo de um empreendimento único que nasce na conjugação da modernidade, funcionalidade e qualidade e que prima pela valorização da privacidade e da proximidade da vida citadina”, acrescenta o responsável.