newsletter N.º 11 | Janeiro/fevereiro 2012
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Actualidade
Índice
Turismo e web mobile no centro de concurso de empreendedorismo
BetaStart lança quarta edição A Beta-i (Associação de Promoção da Inovação e Empreendedorismo), em parceria com o Billy the Group, abriu o prazo para as candidaturas à quarta edição do BetaStart, programa de aceleração de ideias. O objetivo desta edição – para além de ajudar os participantes a desenvolver ideias que num curto espaço de tempo resultem em verdadeiras ‘start-up’ – é sensibilizar os empreendedores para o potencial que a área da web-mobile e do turismo tem no atual contexto nacional e internacional. As inscrições para a quarta edição do BetaStart estão abertas até ao dia 6 de fevereiro, seguindo-se o processo de seleção que acontece no dia 18 de fevereiro através de um júri que ouvirá as ideias dos candidatos. Serão selecionadas 10 projetos com o máximo de três
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elementos por projeto. O programa é gratuito, existindo um ‘finders-fee’ de 5% quando o projeto seja selecionado por um investidor via Beta-i. O BetaStart arranca no dia 25 de fevereiro para proporcionar aos empreendedores uma plataforma que incentive e crie as condições necessárias para que desenvolvam as suas ideias de forma rápida e sustentada. Terminado este período, pretende-se que as ideias dos participantes atinjam um estado de maturação elevado para se transformarem em verdadeiras ‘start-up’ capazes de dar passos concretos no mercado, não só a nível nacional mas também a nível internacional. No dia 30 de março os projetos acelerados serão apresentados a um grupo de 30 investidores constituído por empresas de capital de risco, business angels, financeiras, entre outras.
Editorial....................................... 2 Opinião....................................... 3 Entrevista.................................... 4 Artigo........................................... 5 Breves.......................................... 6 Opinião....................................... 8 Caso em destaque................... 9 Caso em destaque
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Programa
empreender à 5ª
“Empreendedorismo opções de financiamento” PROGRAMA
Norteshopping 9 de fevereiro 2012 ENTRADA LIVRE
18:20 – Receção dos Convidados 18h30 – Início da Sessão – Mónica Monteiro 18h35 – Empreendedorismo – Opções de Financiamento Bancário 18h55 – Empreendedorismo e o QREN Caixa de Crédito Agrícola 19h15 – Debate aberto aos participantes Dr. Mário Rui Silva, Diretor operacional do Programa ON 2 19h25 – Conclusões e Encerramento – João Luís de Sousa 19h30 – Fim da Sessão
informações/confirmações Patrícia Flores Telf.: 223 399 466/00 patriciaflores@vidaeconomica.pt
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newsletter N.º 11 | janeiro/fevereiro 2012 artigo
Editorial
Gabinete de Apoio ao Empreendedor nasce em Aveiro
Em primeiro lugar quero desejar um bom ano a todos. Muito se tem falado que 2012 será um ano de grandes desafios para o país, para as empresas e para todos os que por necessidade ou por desejo precisam empreender. Como dizia o Nobel da economia Joseph Stiglizt no congresso “Prever o futuro”, promovido pela APED, “Austeridade não é solução” para a crise que a Europa e o nosso país em particular enfrentam. É fundamental dinamizar a economia e apostar no empreendedorismo. Mas como o fazer quando diariamente somos bombardeados com noticias negativas? Como acreditar que é possível? “A adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas.” Horácio – poeta
Nasceu no IPAM de Aveiro o BIZness Preview. Trata-se de um gabinete de apoio aos empreendedores da região e que nasce no âmbito do projeto “Aveiro Empreendedor”. “A atividade do Gabinete BIZness Preview consiste num acompanhamento individualizado a todos os que pretendam perceber o potencial da sua ideia de negócio, de modo a identificar atempadamente os riscos associados à sua implementação, contribuindo assim para uma tomada de decisão mais ponderada e informada”, explica o presidente das Talent Universities New Leaders. Caetano Alves acrescenta que o principal objetivo é “observar, em janeiro de 2014, a sobrevivência de pelo menos 80% das sociedades constituídas por aconselhamento deste gabinete”. Este novo gabinete adota uma metodologia ativa e personalizada, daí que programe cada acompanhamento em três sessões individuais com o promotor e uma sessão interna onde especialistas avaliam a ideia de negócio e a proposta de valor. Caetano Alves recorda ainda que a taxa de sobrevivência, após dois anos, verificada em Portugal situa-se nos 54% contra os 70% registados nos países da OCDE. Segundo o responsável isto acontece pela precipitação
por parte dos promotores. “Raramente encontrámos um promotor de um projeto que tenha resposta efetiva para a pergunta básica: Quem compra o seu produto e quanto paga por ele?”. A mesma fonte adianta ainda que “ser empreender hoje é como ir às compras: é um processo recheado de facilitismos, o que não é de todo mau, mas dadas as características da sociedade portuguesa, há certo tipo de incentivos que deixam muito a desejar e prejudicam muitas famílias, pois são poucos os empreendedores que procuram apoio de gestão antes de tomar a decisão de constituir uma sociedade”. Mas que impacto tem o BIZness Preview para a região de Aveiro? “Este projeto tem como meta avaliar, no mínimo 300 potenciais empreendedores e as suas ideias de negócio em 17 meses. Se considerarmos que pelo menos 20/25 por cento das ideias têm potencial de se tornarem num negócio de sucesso estaremos a criar no mínimo quatro a cinco postos de trabalho por mês, que, por sua vez, irão gerar uma dinâmica na economia da região, através da contratação de serviços básicos, arrendamentos, entre outros.” Patrícia flores patriciaflores@vidaeconomica.pt
Acreditando nas palavras do poeta e no ditado popular - A necessidade aguça o engenho! Durante dois anos de projecto “Empreender” temos relatado casos em que o engenho e muita perseverança originaram bons resultados. Com estes casos aprendemos que é fundamental que as empresas sejam flexíveis. Não há espaço para elevados custos fixos, por isso é essencial trabalhar em rede. Desenvolver competências de cooperatividade entre diferentes agentes da cadeia de valor e estratégias “Win-win” é a receita para ultrapassar os desafios que nos esperam nesta época de crise. Essa é também a nota que nos deixa o Professor Luís Lobão nesta edição. Num ambiente de extrema complexidade é importante que todos nas organizações estejam focados nos objectivos colectivos e não nos seus objectivos individuais. Fomentar um clima Organizacional de confiança numa época tão conturbada é fundamental para estimular o intra-empreendedorismo e a Inovação a essencial para competir globalmente. É na diferença dos elementos das Organizações que está a chave para o futuro. Como diz o meu amigo Vitor Briga “ Ninguém é perfeito, mas uma equipa pode ser!” Gostaria de terminar salientando o conselho dado pelos empreendedores António Leite Castro e Jorge Afonso Silva na sua entrevista ao Empreender “A palavra chave é Profissionalismo. Aquilo que fazemos, temos de o fazer com o nosso melhor empenhamento e competência, e olhar criticamente para os resultados. A confiança é indispensável para ter aceitação num mundo empresarial. É vital que os clientes possam confiar no resultado do trabalho e na pessoa.” Espero que este ano seja um ano repleto de oportunidades para Empreender. Não perca o próximo Empreender à 5ª já em Fevereiro. Pode continuar a acompanhar o nosso projecto em http://ve-empreender.blogspot.com/ mónica monteiro empreendedor@vidaeconomica.pt
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newsletter N.º 11 | janeiro/fevereiro 2012 Opinião
Criando uma vantagem cooperativa O novo ambiente competitivo, as novas institucionalidades vigentes e a nova idéia do papel dos governos marcaram uma série de transformações que fizeram renascer o interesse sobre o papel que os pequenos produtores podem ter na reestruturação produtiva, assim como no desenvolvimento de regiões e países. Esse interesse coincide com o reconhecimento de sinergias coletivas geradas pela participação em cadeias produtivas que efetivamente fortalece as chances de sobrevivência no mercado cada vez mais competitivo. As grandes mudanças ambientais, as incertezas, a complexidade e intensidade competitiva, têm levado ao surgimento de diferentes modelos e redes organizacionais. Nesse sentido, tais mudanças ocorrem simultaneamente, com a emergência de um novo paradigma tecnológico, que impõe um processo produtivo mais intensivo em conhecimento, alterando significativamente o ambiente competitivo e colocando novos formatos institucionais para as
pequenas e médias empresas. Na discussão atual, a capacidade de se articular cadeias produtivas competitivas, em espaços locais, depende da sobremaneira de sua inserção complementar as suas congêneres em nível local. As transformações que decorrem do processo de globalização, associadas a outras, tecnológicas e institucionais, impactam profundamente as formas de organização e as premissas de desenvolvimento de cada país ou região. As estratégias dos grandes agentes econômicos implicam em escolhas de regiões que se integram ou que possuem dificuldades para se convergirem, o que vem redefinindo hierarquias e dinâmicas de crescimento econômico de territórios em toda aldeia global. Destaca-se, também, que a inserção dos empreendimentos no mundo dos negócios em nível global requer a perceção, por parte das instituições públicas e privadas dos Estados, de que a competição não só está mais acirrada como as vantagens competitivas passam a depender cada vez mais
Luís Augusto Lobão Mendes Professor da Fundação Dom Cabral
da interação sinérgica entre as dimensões empresarial, estrutural e sistêmica. A primeira dimensão tem a ver com a capacidade empreendedora dos agentes econômicos; a segunda, com a infraestrutura (logística) local/regional e a terceira está relacionada às principais tendências em níveis nacional e internacional. Cooperatividade sistêmica é uma expressão estranha! Cooperatividade sistêmica é o exercício da cooperação entre os agentes que compõem um determinado todo, beneficiando todas as partes que o constituem e o meio onde ele se insere. A cooperação, dependendo do seu grau, tem a capacida-
de de contabilizar ganhos sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais que podem advir da cooperação, entrando em contato com o conceito de vantagens cooperativas sistêmicas e tendo a oportunidade de verificar que elas decorrem da aplicação de estratégias cooperativas elaboradas e implementadas por agentes que se articulam em modelos organizacionais especiais. A competitividade vem sendo tratada como se fosse à majestade absoluta de todos os processos de desenvolvimento. Com um discurso monofônico, seus pregadores alardeiam a necessidade de se sacrificar tudo: ignorar princípios, esquecer cresças, violentar-se, violentar os outros, desconsiderar tratos e contratos, danificar ambientes efetivos e físicos. A competitividade é mesmo essa panacéia? Qual seu verdadeiro papel nos processos sociais e econômicos? Quais os seus alcances e limites? Por que é dado esse tipo de tratamento ao fenômeno da competição? Qual a relação da competição com a cooperação? PUB
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newsletter N.º 11 | janeiro/fevereiro 2012 Entrevista
“Natureza das multinacionais não incentiva ao intraempreendedorismo”
Pragmasis desenvolve software para a banca Num mercado competitivo como o das tecnologias de informação, a Pragmasis distingue-se pela dimensão e pela agilidade da empresa, o que permite responder de imediato às necessidades de cada cliente, como salientam Alfredo Leite Castro e Jorge Afonso Silva. Empreender – A Pragmasis é uma empresa que desenvolve software para um setor de mercado bastante especifico – a banca. Qual é especificamente a vossa área de atuação? Alfredo Leite Castro – A PragmaSis tem atuado primordialmente no desenho e implementação de soluções informáticas para os canais presenciais da banca, especificamente as agências bancárias. A nossa ferramenta de desenvolvimento de aplicações, AP.NET – Application Platform, permite construir eficazmente soluções à medida de cada instituição financeira. Jorge Afonso Silva – É de salientar que, no desenrolar dos projetos para os nossos clientes, atuamos fortemente como consultores durante a fase de desenho e arquitetura da solução final, de modo a transferir a nossa experiência e “know-how”. E – Segundo a vossa experiência, as empresas multinacionais promovem as condições para que se desenvolva o intraempreendedorismo? LC – A natureza intrínseca das multinacionais não incentiva a que tal aconteça. As soluções a propor aos clientes são quase sempre as dependentes do catálogo de produtos da empresa, complementadas com os serviços necessários a cada implementação específica. A dimensão do mercado nacional, na perspetiva duma multinacional, não justifica normalmente os custos de “start-up” dum projeto de raiz ou inovador. JAS – Nos anos recentes, talvez porque a componente serviços ganhou uma maior ênfase para as multinacionais, temos visto uma maior abertura destas às iniciativas de projetos de âmbito local. E – Quais foram os principais desafios que encontraram para criarem a vossa própria empresa? LC – O nosso desconhecimento dos trâmites inerentes à criação duma empresa, amplificada pelo otimismo de quem inicia uma nova etapa, fizeram-nos ultrapassar as burocracias sem que tenham ficado traumas. JAS – Um dos desafios que enfrentámos na altura da criação da PragmaSis foi a aceitação pelos
potenciais clientes da nossa nova identidade. O mercado alvo viu-nos durante anos como empregados duma multinacional, e uma compreensível inibição inicial teve de ser vencida. Outra dificuldade teve a ver com natural urgência em criar de raiz a ferramenta tecnológica necessária para atingirmos os nossos objetivos. Os primeiros meses foram dedicados à implementação do produto AP – Application Platform, numa versão que suportasse OS/2 (então predominante na banca) e simultaneamente Windows. E – De que forma a Pragmasis promove e fomenta a inovação na sua intervenção com os seus clientes? LC – A faceta que exprime melhor a filosofia da PragmaSis é o pragmatismo. Perante os requisitos dum projecto, preferimos soluções já provadas que satisfaçam as necessidades. Na PragmaSis estudamos primeiro as tecnologias emergentes, esperamos que as mesmas estabilizem demonstrando a sua validade, e então inovamos as nossas soluções. JAS – Qualquer inovação tecnológica ou funcional que introduzimos num projeto é sempre equacionada em termos vantagem versus risco. E – Atuando a Pragmasis num setor altamente competitivo (TI), em que os grandes “player” são internacionais, o que diferencia a empresa face à concorrência? LC – O “commitment” da PragmaSis nos projetos é um dos fatores que pensamos ter grande valor para os clientes. Também a dimensão e agilidade da empresa permite-nos responder de imediato às necessidades e requisitos específicos de cada cliente. A competição, particularmente a internacional, não tem esta flexibilidade.
JAS – O que também nos diferencia é a nossa postura de sinceridade para com os clientes. E – Nos últimos anos assistiu-se a uma revolu ção profunda no mercado bancário com a chegada da banca eletrónica. O vosso negócio foi de alguma forma afetado por esta nova realidade? LC – Sim, e de um modo positivo. Alargámos a abrangência das nossas soluções técnicas. JAS - Temos hoje um portfólio de ferramentas e soluções que cobrem amplamente muitos dos requisitos de TI na banca, em particular na componente de infraestruturas aplicacionais distribuídas. Uma percentagem significativa das operações nacionais executadas por “banca electrónica” depende de componentes e soluções desenvolvidos pela PragmaSis. E – As novas tecnologias são uma área extremamente atrativa para os jovens. Que conselho daria aos jovens que quisessem empreender nessa área? LC – A palavra chave é profissionalismo. Aquilo que fazemos, temos de o fazer com o nosso melhor empenhamento e competência, e olhar criticamente para os resultados. A confiança é indispensável para ter aceitação num mundo empresarial. É vital que os clientes possam confiar no resultado do trabalho e na pessoa. JAS – Ter abertura de pensamento que leve à curiosidade na pesquisa de novas soluções, à aceitação crítica de inovações, a progredir profissionalmente. Finalmente, encontrar um nicho de atividade em que possamos exercer excelência é um fator decisivo de sucesso. MÓNICA MONTEIRO
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newsletter N.º 11 | janeiro/fevereiro 2012 Artigo
Com ou sem crise a opção de mudança é sua “A mudança não assegura necessariamente progresso, mas o progresso implacavelmente requer mudança.” (Commager) Em tempos de crise é normal vermos tudo e todos em manifestações e em lutas constantes contra alguma coisa. Fazem-se greves frequentemente e mobilizam-se pessoas para a rua com o intuito de “fazer barulho”. É assim em todo o lado e Portugal não é exceção. Concordo que devemos manifestar a nossa opinião e não estou aqui com nenhum pretexto político. Estou a escrever esta crónica porque acho que as pessoas andam a perder demasiado tempo a pensar em tudo menos nas próprias pessoas. Sabemos que os governantes governam para os números e para os ratings, e, não tenho competência técnica ou cientíica para analisar se o fazem bem ou mal. Tenho “apenas” a minha opinião formada como cidadão contribuinte que na verdade, não interessa nada para agora. Custa-me saber que as medidas de austeridade continuam e vão continuar. Custou-me abrir uma empresa, fazer contas, planear tudo e, poucos meses depois, ter que fazer tudo novamente porque surgiam “programas de estabilidade e crescimento” constantemente. Confesso que por muitas vezes pensei se abrir a empresa seria uma boa opção, mas acabei por seguir o caminho dos chineses que simbolizam a crise como “perigo e oportunidade”. Tenho consciência do perigo mas, também encontro diversas oportunidades por explorar. Custa-me também saber que neste Natal as pessoas vão ter ainda menos poder de compra. Como profissional que trabalha o mercado, é difícil perceber como se pode crescer se as pessoas perdem poder de compra, ou seja, vão comprar menos. Tenho a hu-
Paulo Morais Gestor de Marketing www.mktmorais.com
milde visão influenciada de que, se vendemos menos, os postos de trabalho são comprometidos, a taxa de desemprego aumenta e não conseguimos “estabilidade e crescimento”. Todavia, deixemos este tipo de análise para os especialistas na matéria. Isto são factos que me incomodam, mas está na altura de começarmos a pensar nas pessoas. Chega de exigir tudo ao nosso governo, cada um de nós tem que assumir um compromisso pessoal. A mudança deste país depende da mudança de atitude de cada um de nós e não exclusivamente de quem nos governa. Todos sabemos que é preciso mudar alguma coisa, mas ignoramos que essa mudança começa em nós. Tudo muda quando nós mudamos. “Você deve ser a mudança que você deseja ver no mundo”. (Gandhi) Os governantes em democracia são escolhidos pelo povo (por nós), como tal, não podemos estar constantemente a queixar-nos das suas decisões. Sou apologista de que devemos deixá-los fazer o seu trabalho e nós devemos fazer o nosso. Desculpem a sinceridade, mas estou-me a borrifar para o rating e que Portugal seja considerado ” lixo”. Óbvio que este cenário não tem nada de positivo e relembro que considero importante termos
posição e opinião relativamente a isso, mas eu faço o meu papel todos os dias, e esse é o meu foco. Sendo “lixo” ou não, trabalho para produzir e para criar postos de trabalho. Os desafios estão à nossa frente e os obstáculos são uma constante, mas o sucesso depende mais de nós do que dos outros. “Acho fascinante que a maioria das pessoas planeie as férias com mais cuidado do que as suas vidas. Talvez porque fugir é mais fácil que mudar.” (Jim Rohn) As parcerias são o segredo dos novos negócios e, se estivermos munidos de gente competente, podemos alavancar muitos novos projetos empresariais. Procurem aquilo que gostam de fazer e façam-no. Acreditem que ninguém o fará por vocês. Deixem de lado as desculpas. Chega de apontar o dedo a terceiros e culpar os outros de tudo. Não percam tanto tempo da vossa vida a pensar na crise ou na Moody´s. Já sabemos que a transparência nesta área é um tema delicado e confuso e, a não ser que essa seja a vossa vocação, não percam muito tempo a entender isso. Por vezes começo a imaginar o que seria se os milhares que se manifestam contra a austeridade se unissem para o desenvolvimento de novos negócios. Como imaginam que seria? Olhem à vossa volta, para os vossos colegas, amigos, familiares e conhecidos e vejam como juntos
podem mudar, criar e produzir. Façam algo de bom por vocês e pelas pessoas. Mudem! Não quero incentivar ninguém a desprezar a liberdade de expressão e o seu direito de palavra. Estou concretamente a tentar influenciar alguém, uma pessoa que seja, a mudar de atitude e a ir atrás daquilo em que acredita. Somos obrigados a fazer escolhas e por vezes teremos que abdicar de uma festa, de um concerto, de jantar fora ou mesmo das nossas férias para investirmos em nós e naquilo em que acreditamos. Não se deixem contaminar pelo pessimismo e pela multidão que se encostou a este cenário de crise para desculpar todos os problemas que tem na vida. A crise não desculpa tudo. Temos de “injetar” otimismo para muitas empresas que perderam a sensibilidade para inovar e esqueceram-se de se adaptar ao novo ambiente. Não desistam! Todos sabemos e é um facto que para a maioria das pessoas que têm ambição e atitude empreendedora, a escassez de recursos financeiros predomina, mas há muitos outros recursos que se pode e deve aproveitar. Com a taxa de desemprego tão elevada, o que custa reunir pessoas e arriscar na criação de novos projetos? Juntar competências pode ser muito mais valioso do que qualquer financiamento. “Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos.” (Galeano )
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newsletter N.º 11 | janeiro/fevereiro 2012 Breves
Projeto inovador promove valorização dos resíduos florestais
Depois de uma experiência de 38 anos em gestão de negócios em ambiente multinacional, Jorge Santos criou, em Agosto de 2011, a Greenfiber Tech, uma empresa a operar na área das cleantech. Tendo como matéria-prima as fibras vegetais numa combinação inovadora com polímeros, a Greenfiber Tech desenvolveu uma fórmula que resulta num produto compósito, designado Smart Composite. Trata-se de uma gama de produtos inovadores mais sustentáveis do que a madeira e compósitos de madeira com termoplástico (WPC – Wood Plastic Composite). A indústria de construção naval e civil dos EUA e Canadá são os principais mercados dos Smart Composite, que poderão ser aplicados em barcos, terraços, jardins, piscinas, spas, mobiliário de exterior, entre outros. Utilizando tecnologias de transformação já existentes, os Smart Composite inovam no processo de produção. Ao seleccionar e combinar propriedades específicas das fibras vegetais, detectadas e isoladas em laboratório sueco, com polímeros de propriedades singulares, o resultado é uma alternativa de maior valor e mais eficaz. Desta forma são valorizados “com mais eficácia os desperdícios da indústria da fileira florestal (coco, casca de arroz, sisal, cânhamo e outros), garantindo produtos com características únicas que reúnem um conjunto de benefícios”, referiu à VE o CEO e fundador da Greenfiber Tech, Jorge Santos. Neste momento, a Greenfiber Tech está disponível para a entrada de capital de risco e outros investidores. Quanto ao futuro do negócio, a curto prazo está prevista a abertura de uma fábrica no distrito do Porto que empregará mão-de-obra qualificada. Para além disso, “há um conjunto vasto de outras aplicações que podem integrar as matérias- primas desenvolvidas pela Greenfiber Tech, o que garante uma maior longevidade à empresa em termos de desenvolvimento. Novos mercados, novas aplicações, diferentes tecnologias e novos clientes”.
Para o primeiro ano, está prevista uma facturação na ordem de 1,5 milhões de euros. A partir daí, com o desenvolvimento dos diversos produtos e a empresa a trabalhar a uma velocidade cruzeiro, estima-se chegar aos 18 a 20 milhões de euros por ano, só com exportações. A Greenfiber Tech é uma empresa criada no âmbito do EIBTnet, programa que apoia a criação de empresas inovadoras e de base tecnológica promovido pela NET – Novas Empresas e Tecnologias S.A. (BIC Porto). A empresa encontra-se instalada no edifício Promonet, usufruindo dos apoios necessários nesta fase de arranque.
Nonius investe 2,5 milhões de euros no mercado externo
A Nonius, empresa tecnológica portuguesa especializada em soluções tecnológicas para a hotelaria, vai investir 2,5 milhões de euros na internacionalização com o apoio da Caixa Capital, do Grupo Caixa Geral de Depósitos. Como refere a empresa em comunicado de imprensa, “o aumento dos capitais próprios, com a entrada do novo investidor institucional, vai permitir à Nonius a execução de um plano de investimento global de 2,5 milhões de euros com os objetivos de aumentar o volume de negócios atual de 2 milhões de euros para 10 milhões de euros e aumentar as exportações de 20% para 80% das vendas até 2015”.
Este workshop será ministrado no Porto a 16 de Fevereiro e a 23 seguinte em Lisboa. A formação é dirigida a Comerciais, Gestores de Clientes, Delegados Comerciais e a qualquer profissional que tenha interesse por esta temática. Este curso intensivo é também direcionado a todos os que procuram a área comercial como uma saída profissional de futuro. A primeira parte do programa incide no tema da importância da comunicação no contexto da venda. A segunda será sobre as técnicas de venda para o sucesso. A Squadra é o novo projeto profissional liderado por Rafael Cerveira Pinto, à frente de uma equipa especializada e com uma vasta experiência profissional executiva nas áreas de Marketing e Vendas, em empresas de grande sucesso e prestígio. O modelo de negócio está assente numa rede de capital humano e integra uma rede de parceiros independentes, especializadas em áreas como Estudos de Mercado, Relações Públicas, Design e Comunicação, Marketing Digital, Incentivos QREN, Internacionalização, entre outras, que permite ter acesso direto ao parceiro mais adequado, para responder às necessidades de cada projeto.
PME têm nova linha de crédito disponível
Consultora Squadra lança oferta formativa em vendas A Squadra, marca de serviços de consultoria na área de Marketing & Sales Management, vai ministrar um curso formativo em vendas, visando dotar as empresas e os profissionais de vendas das competências base para a função comercial. O curso possui uma vertente prática, a qual permite que estas competências sejam adquiridas ou atualizadas de forma sustentada, com exemplos e partilha de casos reais.
A Linha de Crédito PME Crescimento já está disponível com um valor global de 1500 milhões de euros, com dotações específicas para Micro e Pequenas empresas de 250 milhões de euros e para empresas exportadoras de 500 milhões de euros. Esta linha destina-se fundamentalmente a financiar novos investimentos em ativos fixos corpóreos ou incorpóreos, ou ao reforço do fundo de maneio ou dos capitais permanentes.
Guia de
Novidade
POUPANÇA FISCAL O que lhe interessa saber sobre o seu IRS oe ment m livra ula ri eg
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QUEM TEM DE ENTREGAR DECLARAÇÃO DE IRS? QUAIS OS FORMULÁRIOS A ESCOLHER?
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ONDE DEVO DECLARAR O SUBSÍDIO DE DOENÇA (BAIXA)?
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ESTIVE DESEMPREGADO. TENHO DE DECLARAR ESSES VALORES?
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QUAL A FÓRMULA DA VENDA EM CASO DE PERMUTA? TENHO UMA VIATURA QUE A MINHA EMPRESA ME EMPRESTA. ISTO É CONSIDERADO UM RENDIMENTO? PAGUEI UMA INDEMNIZAÇÃO À MINHA ENTIDADE PATRONAL, PARA ME DESVINCULAR. DEDUZO NO IRS? POSSO DEDUZIR OS IMPOSTOS QUE PAGUEI NAS RENDAS RECEBIDAS? QUEM RECEBE A PENSÃO DE ALIMENTOS TEM DE A DECLARAR COMO UM RENDIMENTO? QUE DESPESAS SÃO CONSIDERADAS DE SAÚDE? O NÚMERO DE CONTRIBUINTE NOS RECIBOS É OBRIGATÓRIO OU NÃO? O MEU FILHO TEVE DE IR ESTUDAR PARA FORA DO CONCELHO. OS GASTOS COM ALOJAMENTO E ALIMENTAÇÃO, SÃO ACEITES?
Guia de Poupança Fiscal – IRS 2011
O campo do nº fiscal português fica em branco e os dados da entidade gestora ‘estrangeira’ é identificada nos campos mais à direita.
CONSULTE O GUIA DE POUPANÇA FISCAL – IRS 2011 Também disponível nas melhores livrarias e bancas
VERDADEIRA POUPANÇA FISCAL Os montantes investidos nestas rubricas (seguros de vida, de acidentes pessoais e saúde para profissões de desgaste rápido) constituem uma verdadeira poupança, já que não há um limite a investir e, no caso do seguro de vida, é algo que num futuro acabará por reverter para alguém (ao contrário do seguro de saúde, que tem uma aplicação exclusivamente imediata).
Investir neste tipo de seguro até que valores? Ex1. Não casados – Tratando-se de um sujeito passivo solteiro / viúvo ou divorciado e sem descendentes, se auferir abaixo de 8.000 € brutos / ano (571 € / mês), como não paga IRS, não terá uma vantagem fiscal. Ex2. Não casados – Tratando-se de um sujeito passivo solteiro / viúvo ou divorciado mas com um descendente, se auferir abaixo de 11.000 € brutos / ano (785 € / mês), como este tipo de agregado não paga IRS até estes montantes, não terá uma vantagem fiscal com investimento.
(585 € / mês – cada um), como este tipo de agregado não paga IRS até estes montantes, não terá uma vantagem fiscal com investimento (é muito idêntico ao exemplo 3).
Realidade de 2012 Caso avance a proposta de OE2012, este tipo de dedução passa a ter, já a partir de 2012, um limite de dedução de 2.093,10 €, que até aqui não tinha.
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4.2 - Deduções específicas da categoria B (trabalhadores independentes / empresários em nome individual / recibos verdes)
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Existem duas formas de apurar este tipo de rendimentos: através da contabilidade organizada ou através do regime simplificado. Só o regime de contabilidade organizada permite deduções específicas desta categoria e essa cai fora do âmbito deste guia.
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newsletter N.º 11 | janeiro/fevereiro 2012 Opinião
Agradeça a quem lhe passa a bola! A maioria de nós gosta muito do resultado final, principalmente quando não ficamos agarrados a empates ou decisões que têm de ser divididas. É mais interessante olhar para um cenário definitivo onde uma equipa ganha, e a outra perde (se formos nós os vencedores, melhor ainda!). Isto também é verdade no desporto em geral. Todos gostamos daqueles que aparecem e dão nas vistas nos episódios de sucesso das suas equipas. É habitual ganharmos afetos à volta de quem marca mais golos, ou daqueles que marcam mais pontos, etc.. No final comentamos: “ele marcou dois golos… ele marcou mais de trinta pontos, foi bestial…” Mas, para eles o terem feito, alguém teve de colocar lá a bola! Alguém teve de a recuperar na defesa! Alguém teve de atrapalhar, ou provocar problemas, ao ataque do adversário! Ele marcou, mas, alguém fez com que isso fosse possível! Será que perguntamos, tantas vezes quanto as necessárias, quem foram essas pessoas? Será que as reconhecemos o suficiente? O treinador Dean Smith tornou a equipa de Norte Carolina famosa no basquetebol Universitário dos EU, não só pelos resultados que alcançou mas pelos comportamentos que os jogadores exibiam enquanto jogavam. A sua filosofia apoiava-se na máxima: “Play Smart; Play Hard and Play Together”! Porém, reconhecia, tal como muitos de nós, que esta frase para além de ser bonita quando é escrita ou lida, ganha uma beleza que a diferencia se for tornada real. Isto é, se deixar de estar limitada aquilo que se diz, para estar expressa nos comportamentos e atitudes dos jogadores marcando, com clareza, que é uma mensagem cultural sentida e vivida por todos. Um dos sinais que era importante dar para que todos sentissem que estavam juntos (together) era agradecer ao colega sempre que ele fazia um bom passe. Segundo Dean Smith, esta ideia deveria ser visível a todos os que apoiavam a equipa, e à própria imprensa, ao ponto deste agradecimento se revelar num ato
Mário Henriques ManagingPartner do High Play Institute mariohenriques@highplay.pt www.highplay.pt
público de apreciação. Era uma regra, tal como qualquer outra. Começou por ser praticada nos primeiros anos dentro das sessões de treino, até ao momento que deixou de ser necessário porque já fazia parte da filosofia de jogo da equipa de Carolina do Norte. Este treinador ia ao ponto de dizer que: “mesmo quando falhamos uma bola fácil debaixo do cesto deveremos dizer obrigado, ou até pedir desculpa, ao colega que passou a bola. Ele cumpriu o seu trabalho, nós é que não…”
Nem sempre aqueles que ajudam as equipas nos pequenos detalhes, nas tarefas mais complicadas e menos visíveis, têm o devido reconhecimento As pessoas gostam de ser reconhecidas. Nesse sentido esta regra ia ao ponto de permitir que o jogador que passa a bola aparecesse associado às imagens mais marcantes do jogo. Sempre que um jogador marca um golo, ou um cesto, o que acontece? O público olha para ele, os fotógrafos, os jornalistas que relatam o jogo e as câmaras de televisão ficam, na maioria das vezes, presos a este jogador. Dean Smith conhecia bem este tipo de hábitos que caracterizam os espetáculos desportivos. Aproveitando esta realidade, conseguiu que os jogadores que passam bem a bola aparecessem a festejar, ou a serem cumprimentados, pelos colegas. Isto, porque o jogador que marcava o cesto corria de imediato ao seu encontro num gesto que sendo sim-
ples, ou exuberante, dizia: “Obrigado, este cesto devo-o a ti. Ou, desculpa, falhei o cesto… não cumpri com a minha parte.” Este foi um hábito que todos os que jogaram nas equipas de Dean Smith interiorizaram. Não só enquanto jogadores, mas enquanto pessoas, para o resto das suas vidas. Nem sempre aqueles que ajudam as equipas nos pequenos detalhes, nas tarefas mais complicadas e menos visíveis, têm o devido reconhecimento. Admito, que a minha opinião é um pouco mais forte. È muito difícil estas pessoas conseguirem um reconhecimento à medida das suas contribuições. Isso acontece um pouco no desporto, mas, essencialmente, nas empresas, onde a cultura de jogar em equipa oferece fortes oportunidades de melhoria nem sempre aproveitadas face à pressão e competitividade acrescida dos mercados. Quando uma equipa de vendas alcança os seus objetivos, ou até os ultrapassa, quem tradicionalmente ganha viagens de incentivo e prémios sobre o valor faturado? Se fosse na equipa de Dean Smith, depois de atingirem o objetivo de vendas (aquilo a que no basquetebol chamamos - marcar o cesto da vitória), certamente teríamos os vendedores e o seu principal responsável a abdicarem dos seus egos, enquanto corriam para o armazém, para a área de desenvolvimento de produto, do Marketing, ou da faturação, para saudarem os colegas dizendo: “obrigado, pelas boas bolas que vocês passaram! Esta vitória só foi possível com a vossa contribuição.” Lembro-me de um treinador norteamericano, com quem tive o privilégio de trabalhar, dizer-me: “Mário, é fundamental encontrarmos razões para permear aqueles que jamais terão oportunidade para ganhar algum tipo de prémio.” Nessa altura, com 23 anos de idade, esta expressão teve pouco impacto em mim. O facto, é que não a esqueci. Ao longo do tempo fui aprendendo até que ponto aquilo que ele dizia era importante. Principalmente, quando passamos a maioria do tempo nas
empresas a falar de motivação, empenho e resultados. E quando gastamos muito pouco tempo a perceber, ou a mudar o que for necessário, para ganharmos essa mesma motivação, capacidade de entrega e performance. Quando o contexto, ou ambiente vivido, não faz com que as pessoas se sintam bem, é frequente ver as empresas a gastarem muito dinheiro em formação, em estudos de consultoria, em reuniões e projetos inovadores com uma máquina de comunicação montada somente com esse propósito. Contudo, tem sido muito discutível, e pouco palpável, até que ponto existe um retorno à volta desses investimentos. Com honestidade, sinto que tentam resolver o problema da maneira errada. Isto é, teimam em encontrar soluções para problemas que sentem sem determinarem, de uma forma concreta, e estruturada, as causas que verdadeiramente condicionam estes reflexos. E, principalmente, quando nem sequer tentam, não conseguem mudar, ou não têm força para influenciar, a força política instalada na organização. Dean Smith percebeu, desde muito cedo, que o desempenho da sua equipa seria tanto melhor quanto mais identificação cultural existisse entre os jogadores enquanto jogavam. Sendo claro que ele, como líder da equipa, se recusava a falar de palavras bonitas que não tivessem um efeito prático sobre a disciplina coletiva. Pois bem, falar de trabalho em equipa numa organização exige regras muito claras que todos devem praticar. Falar do conceito em si só pareceme pouco. Tal como este treinador fez, é importante que nas empresas as suas lideranças sejam capazes de ajudar, suportar, e treinar as pessoas a praticarem aquilo que se diz. Together na equipa de Carolina do Norte tinha uma determinada expressão. Numa outra equipa pode ter expressões diferentes. Seja como for, uma coisa é certa - uma empresa, onde as pessoas que a gerem e os seus colaboradores não têm os mesmos valores, jamais funcionará bem!
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newsletter N.º 11 | janeiro/fevereiro 2012 Caso em destaque
tRASHCHIk transforma peças antigas em obras de arte
Empresárias criam objetos únicos Tendo como cenário de fundo o Oceano Atlântico, é de uma conversa na varanda de um hotel no Funchal que nasce um projeto que assenta na arte e paixão pelo antigo - a tRASHCHIk Sofia de Almeida Santos e Cláudia Correia da Silva são assistentes de bordo e ambas tem uma forte ligação à arte. Sofia desde cedo se habituou às viagens aos antiquários e aos leilões com os seus pais. Cláudia, artista plástica e autodidata, tem participado em exposições nacionais e internacionais onde apresenta as suas telas. A tRASHCHIk nasceu da procura de mobiliário “diferente dos outros”. Pretende criar objetos únicos e exclusivos, pre¬ferindo o estilo eclético à uniformidade, o charme ao estan¬dardizado. “Somos apaixonadas desde sempre por arte. A arte enche-nos de emoções. O que quisemos foi transpor para a decoração essas emoções”, afirma Sofia Santos. A recuperação de peças antigas, a sua transformação e até mudança de funcionalidade está na base do trabalho desen¬volvido por esta equipa de criadoras e empresárias. O processo inicia-se com a observação do objeto e com a identificação do destino a dar ao mesmo. Depois desta fase, tanto o objeto como o seu projeto de recuperação são en¬viados para uma equipa de trabalho (quatro pessoas) que pro¬cedem à transformação final. “Procuramos criar peças únicas e com muito carisma. Algo que marque presença no lar. Passamos muito tempo nas nos¬sas casas e achamos que, como tal, devemos transformá-las em algo que seja a expressão de nós próprias”, afirma Sofia. O mundo é a fonte de inspiração para o trabalho desen¬volvido. Uma constante atenção à realidade envolvente é po¬tenciada pelas constantes viagens que as criadoras realizam. “Inspiramonos no que é português, na poesia, nas emoções. Tentamos não copiar tendências a não ser que estas nos di¬gam algo. No fundo apenas tentamos agradar
“Somos apaixonadas desde sempre por arte”, salientam Sofia de Almeida Santos e Claudia Correia da Silva, criadoras da tRASHCIk.
Nem sempre aqueles que ajudam as equipas nos pequenos detalhes, nas tarefas mais complicadas e menos visíveis, têm o devido reconhecimento.
os nossos olhos. Apenas isso”, asseguram as criadoras. Embora ambas continuem a exercer a sua atividade profissio¬nal, a ideia sempre
foi a criação de um negócio que além de ren¬tabilidade financeira também proporcionasse satisfação pessoal. Um conceito inovador e um estilo eclético
“Todo o sucesso do mundo a nível monetário se tornará incompleto se não sentirmos um enorme prazer no que fazemos” E – Pensaram em algum momento que poderia não ser a melhor altura para iniciar a tRASHCHIk? Sofia de Almeida Santos – Muito sinceramente. Não. Além do mais, acreditamos que por vezes é no meio de grandes crises que novos mercados têm a sua grande oportunidade. Não temos pressa para o sucesso. Vamos caminhando e esta é apenas mais uma fase desse percurso. Somos positivas por natureza. E – O facto de manterem as vossas carreiras profissionais facilitou a vossa decisão? Cláudia Correia da Silva – Obviamente que termos a segurança de um bom emprego nos deu a possibilidade de arrancarmos para este projeto. A nossa saudável situação financeira decorrente de um trabalho seguro, sem dúvida, nos alavancam para projetos mais arrojados pois sabemos que deles não dependemos. Se corresse mal nunca ficaríamos ‘sem chão’. O cansaço é o lado negativo. A paixão é assim mesmo. E – Porquê no mercado da arte? Porquê recuperar/reutilizar peças antigas? SAS – Pela mesma razão de que ainda agora falamos: Paixão. Adoramos a ideia de aproveitar o velho ou antigo. Na vida nada se destrói... Tudo se transforma.
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têm sido os fac¬tores diferenciadores desta dupla de criativas. A tRASHCHIk conta já com a assinatura em 47 diferentes peças e as criado¬ras encontram-se atualmente a recuperar 19 peças a pedido de um cliente para decoração de uma casa. As novas tecnologias foram o canal inicialmente escolhido para dar a conhecer a tRASHCHIk, através de um blogue com o mesmo nome. Rapidamente o “passaa-palavra” fez crescer a visibilidade do projeto e rapidamente as empresá¬rias estavam a ser convidadas para participarem em entrevis¬tas televisivas e a serem noticia em revistas da especialidade. “Mas o segredo deve-se, sem dúvida, ao ‘querer muito’ aliado a uma boa dose de sorte”, garantem as empreendedoras. Neste momento, podemos encontrar peças da tRASHCHIk nas lojas Voa Store, no Chiado, na Fusion, em Cascais e tam¬bém online através do blogue. Embora seja ainda um projeto bastante recente, podemos dizer que os resultados são de facto significativamente positi¬vos. “Continuamos a achar que o sucesso é a soma de vários ingredientes. Criatividade. Vontade de Vencer. Paixão pelo que se faz. Estratégia e muita, muita sorte”, salienta Cláudia Silva. Para o futuro, desejam apenas continuar a criar “O que a arte tem de bonito é que nunca sabemos o que provoca nas pessoas, a quem mais ‘toca’ ou se gosta ou não se gosta”, conclui.
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Ficha técnica: Coordenadora: Mónica Monteiro Coordenadora-adjunto: Patrícia Flores Colaboraram neste número: Luís Lobão; Marc Barros; Mário Henriques; Mónica Monteiro; Patrícia Flores; Paulo Ferreira; Paulo Morais Paginação: José Barbosa Contacto: empreendedor@vidaeconomica.pt