ANTÓNIO LÚCIO BAPTISTA
INOVAÇÃO PARA A MUDANÇA
9 789727 888610 ISBN: 978-972-788-861-0 www.vidaeconomica.pt livraria.vidaeconomica.pt ISBN 978-972-788-861-0
Estudou em Portugal e preparou a sua especialização em Portugal e na África do Sul, adquirindo uma visão internacinal dos problemas e das oportunidades. É fundador e CEO da Iberia Advanced Healthcare, uma empresa que constitui uma plataforma científica e tecnológica, fazendo a ponte entre ciência e inovação e o setor empresarial, para criar produtos inovadores de valor acrescentado para a exportação. É fundador e presidente da Altec – Associação de Laserterapia e Tecnologias Afins e membro da direção da ELA – European Laser Association.
INNOVATION FOR CHANGE
Trabalha exclusivamente no setor privado e tem em curso vários projetos de investigação científica e de inovação. Ao longo da sua carreira desenvolveu novas técnicas cirúrgicas, atualmente internacionalizadas, e publicou e apresentou publicamente mais de 100 artigos neste âmbito. António Lúcio Baptista é médico especialista em Cirurgia Cardiotorácica, com grande experiência na área vascular.
ANTÓNIO LÚCIO BAPTISTA
António Lúcio Baptista is a cardiothoracic surgeon with extensive experience in the vascular field. Throughout his career, he has developed new surgical techniques that are now also applied abroad. He has published and presented over 100 articles on the subject to the public. Works exclusively in the private sector and is currently working on several scientific research and innovation projects. He is the founder and president of ALTEC, the Association for Laser Therapy and Related Technologies, and a member of the Board of the European Laser Association (ELA). Is the founder and CEO of Iberia Advanced Healthcare, a company that acts as a scientific and technological platform bridging the gap between science, innovation and the business sector with the aim of creating innovative, addedvalue products for export. Studied in Portugal and specialised both in Portugal and South Africa, which has led him to develop an international viewpoint on issues and opportunities.
ISBN 978-972-788-861-0
www.vidaeconomica.pt livraria.vidaeconomica.pt ISBN: 978-972-788-861-0
9 789727 888610
INOVAÇÃO PARA A MUDANÇA ANTÓNIO LÚCIO BAPTISTA
Título Inovação para a Mudança Autor António Lúcio Baptista Editor Vida Económica - Editorial, SA Design e Paginação Nhdesign, www.nhdesign.pt
Vida Económica - Editorial SA R. Gonçalo Cristóvão, 14 4000-263 Porto T 223 399 400 F 222 058 098 E geve@vidaeconomica.pt www.vidaeconomica.pt http://livraria.vidaeconomica.pt
Fotografia da Capa Nuno Horta Impressão e Acabamento Uniarte Gráfica, SA Depósito Legal 366423/13 ISBN 978-972-788-861-0 Executado em novembro de 2013
http://livraria.vidaeconomica.pt É facil, rápido e seguro. Registe-se agora.
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À minha mulher. Aos meus filhos e netos. À memória dos meus pais e avós e a todos os que me trataram como filho. Aos meus irmãos e a todos os que me trataram como irmão. Às pessoas que, além de trabalhar, também pensam em inovar.
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ÍNDICE
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Agradecimentos
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Prefácio
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Introdução
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01. Ciência, inovação e empreendedorismo
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Tirar a ciência da gaveta
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O “Vale da Morte” do empreendedorismo português
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Políticas comunitárias para a ciência e inovação
32
Um Europass para desburocratizar a Europa da ciência Uma linha verde para inovação aberta
36 40
A importância da língua no desenvolvimento científico do país
44
Turismo de saúde e bem-estar em Portugal: inovação para a mudança!
48
Olhar as empresas pelo lado da ciência
52
02. Reforma dos sistemas de saúde
56
Reformas dos sistemas de saúde – entre o fracasso e o futuro
58
O fim da ADSE é um erro da troika
62
Suécia importa ADSE?
66
A saúde não pode ser low cost
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Melhorar a qualidade e baixar os custos na Saúde
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7
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0.3 Laser: o desafio das tecnologias disruptivas
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50 anos de laser – uma tecnologia disruptiva
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Brasil, Portugal e Europa: parcerias para o futuro
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Adoro festivais de Verão
88
0.4 Médicos e sociedade
94
Que médicos para o futuro?
96
Médicos ao poder
100
Polimedicação e contaminantes emergentes, riscos para o ambiente e saúde humana Os cirurgiões são os mais bonitos
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104 108
AGRADECIMENTOS
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Ao longo de dez anos partilhei com a minha equipa, Joaquim Sá Couto e José Mouro, várias ideias e opiniões, discussões e criticas sobre os mais variados temas da sociedade portuguesa e europeia. Sempre com vivacidade e sarcasmo. Este foi o motivo que me levou a escrever estas crónicas e a publicá-las para todos poderem partilhar destas temáticas e discussões. Agradeço ao meu editor Vida Económica, ao Marc Barros, à Elisabete Soares, à Teresa Themudo e à Anabela Peixoto. Agradeço ao Álvaro Tenreiro e a todos os cientistas e colaboradores da Iberia Advanced Health Care, pelo trabalho desenvolvido. Agradeço ao Nuno Horta, pelo design e pela disponibilidade para arriscar sempre que lanço um desafio. Agradeço aos meus professores e colegas, que, de um modo específico, deixaram uma marca no meu percurso. Deixo também um especial agradecimento às empresas Syneron-Candela, Medi Bayreuth, Linea Médica, Mundinter e Iberia Advanced Healthcare que gentilmente apoiaram esta edição. Por último, agradeço aos jornais Ciência Hoje, Público, Diário de
Notícias, I e Expresso pela oportunidade de, ao longo dos últimos anos, poder expressar as minhas ideias e reflexões.
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PREFテ,IO
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Com lucidez e clareza, as crónicas de António Lúcio Baptista abordam quatro assuntos de inegável atualidade e relevância: colocar a ciência ao serviço da produção de riqueza, reformar o sistema de saúde de forma sustentável, potenciar o uso da tecnologia laser na medicina e avaliar o impacto das novas tecnologias na profissão médica. “Tirar a ciência da gaveta” e colocá-la ao serviço da produção de riqueza através da inovação e do empreendorismo é uma questão com a qual Portugal e a Europa se debatem desde há muito e que nos últimos anos tem conhecido algum progresso. Todavia, ainda existe um longo caminho a ser percorrido. Um caminho que, internamente, entre outros aspetos, passará inevitavelmente por uma alteração de mentalidades que permita perspectivar a investigação médica como uma actividade empreendedora e como fator de criação de riqueza, pois, como o próprio autor se interroga: não “será este um dos caminhos para sair da crise?”. Internamente, o país tenta ultrapassar a dificuldade das empresas em se organizarem de forma a gerarem inovação nos produtos, nos processos ou no marketing, notando-se, por vezes, como o autor refere, um “enorme afastamento, e mesmo desconhecimento, quanto ao seguimento a dar aos projetos científicos desenvolvidos em diversas áreas de investigação” por parte de alguns cientistas médicos. Em simultâneo, no plano europeu, existe uma “imperiosa necessidade de Portugal, através das suas instituições de investigação, inovação e ciência, adotar uma postura 13
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pró-ativa em relação às instituições comunitárias”. O autor destaca a necessidade de simplificar os procedimentos que permitem o acesso aos fundos comunitários e apresenta propostas inovadoras para agilizar estes procedimentos. É um aspeto da política europeia de ciência e inovação em que tenho trabalhado nos últimos anos, e, não posso deixar de o referir, no qual têm sido feitos progressos significativos, bem patentes nas diretrizes do oitavo Programa-Quadro da União Europeia – Horizonte 2020. As ideias do autor para a reforma do sistema de saúde, bem como as suas preocupações com os desafios e as ameaças que se deparam às profissões médicas, são igualmente dignas de análise e reflexão. Estando o país a atravessar uma fase em que implementa um grande número de reformas num curto espaço de tempo, é fundamental que o debate sobre o impacto que este processo virá a ter em cada área, em particular na área da saúde, seja o mais aprofundado possível. Sendo investigador e empresário, António Lúcio Baptista tem uma perspetiva particular sobre o mundo da ciência, da inovação e dos negócios em áreas especializadas. A sua visão sobre a evolução das tecnologias, sobretudo a tecnologia laser, que o fascina, permite-nos apreciar a forma como este empresário cientista acompanha os avanços do conhecimento científico a par da sua atividade como CEO da empresa por si criada – a Iberia Advanced Healthcare. 14
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É de desejar que outros cientistas portugueses se inspirem neste exemplo e se empenhem em transformar os resultados da sua investigação em projetos tecnológicos e industriais capazes de contribuir para a riqueza do país e o bem-estar dos portugueses. Maria da Graça Carvalho Deputada do Parlamento Europeu Professora Catedrática da Universidade Técnica de Lisboa
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INTRODUÇÃO
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Unir ciência, inovação e empreendedorismo de uma forma equilibrada é a chave para o sucesso da competitividade de qualquer economia. Mas nem sempre é isto que acontece. Apesar dos progressos a que se tem vindo a assistir nos últimos anos, a ligação entre estas três áreas ainda padece de algumas lacunas. É imprescindível investigar, inovar, patentear. Não podemos, no entanto, ficar só por aqui. Há também que comercializar as tecnologias e inovações desenvolvidas. E é precisamente nesta aproximação às atividades de índole empresarial que ainda reside muito a fazer. Crescer em qualidade é determinante para economia de um país. E é meio caminho andado assumir o princípio de que só através da ciência, da investigação e da inovação se obtêm resultados relevantes e atrativos para a indústria e, consequentemente, competitividade do mercado. Nunca foi tão necessário incentivar o estabelecimento e dinamização de parcerias entre investigação e empresas. Iniciativa, visão, atitude, coragem, firmeza e decisão são, neste sentido, palavras de ordem para uma economia mais competitiva. É necessário aliar a vontade de mudar à inovação. Para este estímulo ao empreendedorismo é também necessário um contexto favorável ao surgimento de projetos inovadores e de promoção da simbiose entre a ciência e o empreendedorismo. 17
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É neste contexto que o cirurgião cardiovascular António Lúcio Baptista tem vindo, nos últimos anos, a alertar para esta temática. Fruto da sua experiência pessoal e profissional, entende que a aproximação entre a investigação e as empresas é fundamental. Este livro pretende, assim, reunir crónicas escritas por António Lúcio Baptista, algumas das quais publicadas no jornal online
Ciência Hoje (e agora revistas), e que, por um lado, pretendem alertar para as lacunas no mercado que impedem a ciência de chegar às empresas e, por outro lado, apontar caminhos para a união entre a ciência e o empreendedorismo. Através desta compilação de crónicas, o autor pretende ainda criar um espaço de reflexão e debate sobre a forma de promover a transferência do conhecimento científico para o tecido empresarial.
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0.1 CIÊNCIA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
Tirar a ciĂŞncia da gaveta
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O grande passo que a ciência feita em Portugal deve dar implica tirar da gaveta os projetos que desenvolve. Até porque a aproximação entre a investigação e as empresas é fundamental! E a criação e o registo de patentes não o é menos. Estes são aspetos que contribuem para a criação de empresas de elevado valor acrescentado, empregos qualificados, capazes de estancar a hemorragia de quadros superiores para o estrangeiro, e para estimular a economia nacional. Daniel Bessa, ex-ministro da Economia e atual diretor-geral da COTEC, aponta que as empresas que vão tirar Portugal da crise e levar a economia para a frente são aquelas que ainda não existem e lança o conceito de “Vale da Morte”, ou seja, o local onde jazem muitos projetos científicos com mérito que poderiam dar origem a novas empresas ou produtos. Pela minha experiência e pelos contactos que venho mantendo com cientistas, no quadro da atividade da Iberia Advanced, verifiquei que existe um enorme afastamento, e mesmo desconhecimento, quanto ao seguimento a dar aos projetos científicos desenvolvidos em diversas áreas de investigação. Os cientistas e investigadores nacionais não trabalham para desenvolver as potencialidades económicas e empresariais dos seus projetos. Em suma, não estão virados para o mercado.
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Quando terminam um projeto ou uma tese, esta é simplesmente empurrada para a gaveta. E as próprias empresas, infelizmente, não encetam grandes esforços no sentido de aproveitar as oportunidades geradas por este manancial de possibilidades. Pelo contrário, e pelo que verifiquei quanto ao método de trabalho em países anglo-saxónicos, nestes países as inovações técnicas são de imediato encaminhadas para as ciências de engenharia e posterior criação de patentes, dependendo da respetiva área de especialização. Em Portugal há ainda muito por fazer. Daí que seria positiva a introdução de uma disciplina de “Negócios e Empresas” nos cursos superiores técnicos e científicos. Mais ainda, o país só teria a beneficiar com o desenvolvimento de plataformas de trabalho intergeracional, capaz de aliar experiência e inovação – algo que o Ministério da Saúde já reconheceu, manifestando a vontade de contratar médicos reformados para o Serviço Nacional de Saúde, quer para colmatar lacunas do quadro de pessoal quer na vertente de ensino. Por último, a comunicação e informação contribuiem para melhorar o ambiente científico, de inovação e de empreendedorismo em Portugal.
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Neste campo, o jornal on line Ciência Hoje tem dado um forte contributo nessa matéria e, por isso, dou os meus parabéns aos seus responsáveis, pelo trabalho meritório na divulgação da ciência em Portugal!
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O “Vale da Morte” do empreendEdorismo português
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Nos últimos anos de contactos intensos que mantive com cientistas jovens e menos jovens, no âmbito da atividade nacional e internacional da Iberia Advanced Healthcare, pude constatar uma diferença de postura em relação ao passo seguinte a dar quanto aos projetos científicos desenvolvidos em várias realidades. Em Portugal, a maioria dos cientistas, incluindo médicos e paramédicos, praticamente não possui qualquer tipo de conhecimento do mercado ou a noção das potencialidades da inovação, no sentido de constituir novas empresas. Muito menos possuem vontade de assumir riscos e desafios. Aliás, quando abordamos estes assuntos no meio médico, corremos até o risco de ser mal interpretados. Pelo contrário, e aprofundando a experiência recolhida desde que trabalhei num país anglo-saxónico, pude verificar que nesses países de tradição mais liberal existe uma arreigada noção de empreendedorismo. Ou seja, quaisquer inovações técnicas ou de procedimentos são de imediato encaminhadas para as ciências de engenharia e posterior criação de patentes, dependendo da respetiva área de especialização. Tive oportunidade de assistir a vários painéis de debate no âmbito da Conferência de Empreendedorismo promovida pela ANJE, que teve lugar na Universidade Católica do Porto, e mais uma vez esse tema foi tocado de raspão.
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Um dos intervenientes, o conhecido ex-ministro da Economia e atual diretor-geral da COTEC, Daniel Bessa, lançou o conceito de “Vale da Morte”, como sendo o local onde jazem muitos projetos científicos com mérito e que poderiam dar origem a novas empresas ou produtos. Este “Vale da Morte” constitui uma espécie de limbo ou purgatório, formado por bibliotecas, computadores e outros “armazéns” de investigação, onde, em vez de almas penadas, deambulam teses de mestrado, muitas vezes com anotações a lápis, estatuindo “distinção e louvor” a esses estudos. Outras vezes, tais projetos foram vendidos a empresários estrangeiros, que aplicam ao mercado global o conhecimento produzido em Portugal.
O caminho para sair da crise Num desses painéis, dedicado ao tema “Incubadoras de terceira geração”, fiquei verdadeiramente entusiasmado, pois verifiquei que uma empresa como a Iberia Advanced, que se preparava para ser “incubada”, estava no caminho certo, ao criar as pontes para a travessia do “Vale da Morte”. É preciso formar toda uma nova geração de empresários. O papel das universidades é importante, fomentando nos seus alunos um espírito empreendedor forte, seja na criação das suas empresas, seja no interior das empresas para onde vão trabalhar. 28
INOVAÇÃO PARA A MUDANÇA António Lúcio Baptista é médico especialista em Cirurgia Cardiotorácica, com grande experiência na área vascular. Ao longo da sua carreira desenvolveu novas técnicas cirúrgicas, atualmente internacionalizadas, e publicou e apresentou publicamente mais de 100 artigos neste âmbito. Trabalha exclusivamente no setor privado e tem em curso vários projetos de investigação científica e de inovação. É fundador e presidente da Altec – Associação de Laserterapia e Tecnologias Afins e membro da direção da ELA – European Laser Association. É fundador e CEO da Iberia Advanced Healthcare, uma empresa que constitui uma plataforma científica e tecnológica, fazendo a ponte entre ciência e inovação e o setor empresarial, para criar produtos inovadores de valor acrescentado para a exportação. Estudou em Portugal e preparou a sua especialização em Portugal e na África do Sul, adquirindo uma visão internacinal dos problemas e das oportunidades. ISBN 978-972-788-861-0
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