newsletter N.º 32 | AGOSTo/setembro 2012
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Opinião
O porquê da Tesla estar certa e a GM e a Ford não A Tesla não se propôs ser mais um construtor, A notícia não é boa para os construtores de fazendo um carro um pouco melhor ou um carautomóveis dos Estados Unidos. Estas emro mais barato, ou um carro alternativo. Em vez presas estão a recorrer a programas promodisso, a intenção foi de fazer um carro superior. cionais radicais para estimular as vendas. A A sua abordagem inicial era a de um carro Chevrolet está a oferecer uma garantia de que oferecesse um desempenho notável devolução do dinheiro até 60 dias, a Chrysentre as 0-60 mph e velocidade máxima ler está a oferecer 90 dias de financiamento rondando as 150 mph ou mais. Além disso, sem juros. Incentivos destinados a estimular ficava ótimo num pacote roadster 2 portas a compra de viaturas, quando realmente os em estilo europeu, (com base no Lotus Elise), consumidores não querem comprar carro. Adam Hartung mas simplesmente, um descontroladamente Pelo menos, não os carros que estão a vender. Managing Partner, melhor carro desportivo. Ah e para que isso Por outro lado, a mal conhecida, pequena e Spark Partners www.adamhartung.com aconteça eles escolheram torná-lo totalmendistante do conhecimento geral, Tesla Motors te elétrico também! disponibilizou um dos seus carros, o novo Foi fácil para os construtores de Detroit “gozarem” com esse modelo S para o crítico Dan Neil do Wall Street Journal, que esforço e fizeram-no, em 2009, enquanto Detroit estava camfez uma crítica brilhante. Ele foi tão longe que comparou o baleando e reduzindo custos – a GM acabou com a Pontiac, desempenho deste carro elétrico de 4 portas com o LamborHummer, Saab e Saturn – o famoso Bob Lutz da GM riu-se de ghini e outros carros como o Ford GT, o seu design com a Tesla e disse que não era realmente um construtor, a Tesla Jaguar, “gastando” vários parágrafos a referir o seu conforto, nunca seria realmente importante , pois à medida que cressilêncio de rolamento, o conforto dos bancos e a sua mala – cesse nunca iria competir de forma eficaz. De acordo com muito mais alinhado com um Mercedes série S. Lutz, ninguém queria um carro elétrico, porque não tinha a Não há atualmente nenhum incentivo oferecido no modelo autonomia suficiente, custava muito e a velocidade/intervaTesla S. lo de trade-off tornava-os impraticáveis. Especialmente no O que há de tão diferente entre a Tesla e a GM ou a Ford? preço que a Tesla os estava a vender. Bem, tudo. A Tesla é um caso clássico de um inovador disEnquanto isso, em 2009, a Tesla vendeu 100% da sua produrutivo e GM / Ford são exemplos clássicos de velha-guarda, ção. E abriu o seu segundo concessionário. Ao mesmo temconcorrentes trancados em inovação sustentável. Enquanto po que fábricas e concessionários para as grandes marcas o primeiro está a mudar o mercado – como, digamos a Amaestavam a ser fechados em todo o mundo. zon fez com a distribuição – os mais atrasados mantêm-se rindo deles – como, digamos Wal-Mart, Best Buy, Circuit City e Barnes & Noble que têm vindo a rir da Amazon. (Continua na página seguinte)
Índice Opinião................................ 1 Editorial................................ 2 Opinião................................ 3 Opinião................................ 4 Redes sociais...................... 5 Notícias................................ 8 Agenda de eventos.......... 8 Financiar a inovação........ 9
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“Empreendedorismo – A Ligação entre as Universidades e as Empresas” Celso Guedes Carvalho – IEUA – Incubadora de Empresas da Universidade de Aveiro O papel das micro e pequenas empresas no desenvolvimento da Economia Moderador : João Luis de Sousa – Vida Económica • Millennium BCP (a confirmar) • Dr.ª Rita Seabra - IAMPEI • Prof. Luis Alvim - EGP • Instituto Kaizen “A sua Empresa é Empreendedora?” • Prof. Luis Lobão – Fundação Dom Cabral - Brasil “Empreendedorismo e a Capacidade de Negociação” • Isabel Paiva de Sousa, investigadora e consultora
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newsletter N.º 32 | AGOSTO/SETEMBRO 2012 Opinião
Editorial
O porquê da Tesla estar certa e a GM e a Ford não (Continuação da página anterior)
Como todos os inovadores disrutivos, a Tesla não fez um carro para o “mercado de massa.” A Tesla fez um ótimo carro, que utiliza uma tecnologia diferente, e adaptou-o às diferentes necessidades. Foi projetado para pessoas que queriam um roadster com bom aspeto, que fosse económico e que fosse silencioso. Não é para todos, mas não foi projetado para ser. Conseguiu demonstrar que um carro realmente bom poderia ser feito sem as tradicionais pessoas e trade-offs como o Sr. Lutz disse serem impossíveis de superar. Agora a Tesla tem um carro que é muito mais alinhado com o que a maioria das pessoas compra. Um sedan, mas não é nada como um qualquer modelo a gasolina (ou diesel) que você poderia comprar. É muito mais rápido, é muito mais espaçoso, é muito mais silencioso, oferece um interface mais parecido com o seu tablet e pode ser ligado à rede. Tem uma vasta gama de opções e a sua autonomia varia entre as 160 e as 300 milhas, dependendo das preferências e possibilidade dos compradores. Em suma, não é nada como qualquer coisa de qualquer fabricante de automóveis tradicionais – dos EUA, do Japão ou da Coreia. Novamente, é fácil para a GM gozar. Afinal, a 97.000 dólares é muito mais caro que o modelo Malibu alimentado a gasolina ou um Ford Taurus. Mas, é uma fração do preço de um Ferrari – ou mesmo um Porsche Panamera, Mercedes S550, Audi A8, BMW Série 7, ou Jaguar XF ou XJ – que são os carros que mais de perto combinam espaço, tamanho e desempenho com este modelo S. É apenas cerca de duas vezes mais caro que um Chevy Volt – mas com muito mais vantagens. Em resumo, a Tesla está a demonstrar que pode mudar o jogo nos automóveis. Embora nem todos estejam dispostos a gastar $ 100K num carro, e nem toda gente quer um carro elétrico, a Tesla está a mostrar que pode atender às necessidades não satisfeitas, as necessidades emergentes e expandir-se em mercados mais tradicionais, com uma solução superior para quem procura uma nova solução, à maneira, digamos, da Apple, como fez em relação a os smartphones. Por que não o fazem, e não pode a GM ou a Ford fazer o mesmo? Simplesmente, nem estão a tentar. Estão tão presos às suas ideias tradicionais sobre o que um carro deve ser e rejeitam as premissas da Tesla. Os seus pressupostos afastam-nos de realmente tentar fazer o que a Tesla fez – e vai continuar a melhorar – enquanto eles continuam tentando fazer o tipo de carros, de acordo com todas as especificações antigas, como sempre fizeram. Ao contrario de construir um carro elétrico, os tradicionalistas denunciam a tecnologia. A Toyota foi pioneira na ideia de estender um carro a gás em energia elétrica com os híbridos – o Prius – que tem tanto um motor a gasolina e elétrico. Não admira que seja mais caro que um carro de tamanho parecido a gasolina (ou diesel). E há um debate sobre se o híbrido ainda recupera o seu preço acrescido em menos de, digamos, quatro anos. E isso depende dos preços da gasolina. A abordagem da Ford foi muito clara na defesa do alargamento da sua atividade tradicional, tanto que sua linha hí-
brida nem sequer tem o seu próprio nome! A Ford pegou nos carros existentes e reformatou-os como híbridos, como o Focus Híbrido, Escape Híbrido e Fusion Híbrido. Como é que qualquer cliente pode estar empolgado com um novo conceito quando é claramente apresentado como um trade-off, “gasolina ou híbrido, você escolhe.” É difícil acreditar nisto como um salto tecnológico. E a GM deu ao mercado o Volt. Embora anunciado como um carro elétrico, ainda tem um motor a gasolina. E mais uma vez, tem todo o tradicional trade-off. Preço inicial elevado, fraco desempenho dos 0-60 Km/h, velocidade final baixa e não é consensual a nível estético. Bob Lutz, que odeia o Tesla, colocou a sua marca pessoal nele. Os investidores estão a começar a “perceber” Houve muita excitação sobre as ações dos construtores de automóveis no final de 2010. As pessoas achavam que a recessão estava a acabar e as vendas de automóveis foram melhorando. A GM veio a público com US $ 34/ação e subiu para cerca de US $ 39. A Ford, que começou a US $ 6/ação, em julho de 2010, triplicou para US $ 19 no início de 2011. Mas, desde então, o entusiasmo dos investidores foi claramente abandonado, pois perceberam que as coisas não mudaram muito em Detroit – se é que mudou alguma coisa. As ações da GM e da Ford baixaram cerca de 50% – cerca de US $ 20/ação para GM e US $ 9.50/ação para a Ford. Enquanto isso, em julho de 2010 a Tesla estava cotada a US $16/ação e lentamente dobrou para cerca de US $31.50. Porquê? Porque não está a tentar ser a Ford, a GM, a Toyota, ou a Honda ou qualquer outro construtor. Está a emergir como uma alternativa disruptiva que poderia mudar a perspetiva do cliente sobre o que devem esperar do seu transporte pessoal, tal qual a Apple mudou as perspetivas em telefones e a Amazon fez com a distribuição. A Tesla começou por fazer um carro melhor. É elétrico, porque a empresa acredita que é a maneira de fazer um carro melhor. E isso está a mudar as métricas que as pessoas usam quando avaliam os automóveis. Entretanto, é praticamente incontestado visto que os concorrentes existentes – com uma dimensão superior à sua em receita, funcionários, revendedores e capitalização de mercado do que a Tesla – continuam a tentar defender o seu negócio, enquanto procuram formas de redução de custos, estendendo as suas linhas de produtos. Eles ignoram o modelo S e o Roadster da Tesla porque esses carros não se adequam à sua fórmula de sucesso histórico de como vencer na competição automóvel. O exato comportamento dos “disruptores” e, tendencionalmente os com mais probabilidades de falhar, tal como descreve no seu livro “The Innovator Dilema “ de Clayton Christensen, (HBS Press). Escolher ser ignorante é, provavelmente, muito caro para os acionistas e empregados construtores tradicionais. Porque é que alguém iria comprar ações de GM ou Ford? Uma faliu e a outra quase ia pelo mesmo caminho. Tal como as companhias aéreas, nem têm qualquer ideia de como a indústria, ou as suas empresas, criarão crescimento a longo prazo ou aumento de valor para o acionista. Para eles, a inovação é definida hoje como era em 1960 – acrescentando “barbatanas” para à tecnologia antiga, e as “barbatanas” saíram de moda na década de 1960 – altura em que o valor dessas empresas atingiu o pico.
Estimados leitores, Nesta época do ano, normalmente tentamos esquecer o nosso quotidiano recheado de preocupações e constrangimentos. Acredito que para uma grande parte dos nossos leitores não seja fácil esquecer as preocupações diárias, pois hoje em dia investimos mais tempo na tentativa de resolução de assuntos correntes, ficando cada vez menos tempo para pensar a organização. A roda já foi inventada, no entanto vão surgindo novas ideias de negócio e desenvolvimento de novos produtos, que são fruto de um acaso de sorte ou de anos de investigação ou de dedicação à procura de novas soluções. Com os problemas que as empresas se deparam atualmente, desde a dificuldade em vender, à cobrança e à falta de crédito, não se consegue parar para pensar o negócio, já que a sobrevivência é o ponto central. Espero que este período seja aproveitado para poderem ler os livros que não conseguimos ler durante o ano e, principalmente, sobre temas que não sejam aqueles que lidamos diariamente. Outras experiências vividas em setores de atividade diferentes dos nossos, podem despertar aplicações que nunca pensamos serem possíveis de adaptar à nossa realidade profissional. As coisas simples, por vezes, levam-nos às mais complexas e ao resultado que esperamos para modificar e prosperar na nossa vida profissional. Mesmo em período de descanso não podemos “baixar a guarda”, temos de estar atentos e cada vez mais o mundo exige de nós, tanto ao nível pessoal como profissional. Vamos estar atentos para que a inovação aconteça e, citando o professor Praveen Gupta, “é tudo uma questão de treino e a inovação também se treina, não está ao alcance só de alguns privilegiados, mas de todos…”, requer vontade, esforço e trabalho. Esta fórmula já vem da antiguidade, é só vontade de aplicar. Acredito que só alguns façam a diferença, pois nem todos estão dispostos a correr riscos. Até Outubro. Jorge Oliveira Teixeira jorgeteixeira@vidaeconomica.pt
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As férias, o capital intelectual e a inovação Chegado que está, para a maioria dos trabalhadores, o merecido período de descanso anual, cabe desligar da atividade laboral intensa, não deixando de aproveitar o merecido descanso para encontrar, neste período, inspiração e, por vezes orientação. Assim, este período é muito importante para recarregar baterias, mas também para encontrar inspiração para aumentar o capital intelectual da empresa. As empresas são constituídas por pessoas (capital humano), que agem e interagem com o exterior da empresa em nome individual ou em nome da empresa, criando conhecimento. Conhecimento estratégico, fonte de vantagens competitivas para as empresas, essencialmente pelo seu carácter único, inimitável e valioso. Podemos assim considerar que este período de férias é muito profícuo para criar valor pela via do incremento do capital humano, resultante das diversas vivências que as férias podem proporcionar, incrementando, criando e extinguindo conhecimento individual
Helena Santos Rodrigues Doutorada em Ciências Empresariais hsantos@estg.ipvc.pt
que, no retorno ao trabalho, incrementará e criará novo capital humano para a empresa. Por outro lado, é também possível criar Capital Social; outro componente do Capital Intelectual, proposto em 2002, por Nahapiet e Goshal; que é gerado através da combinação e intercâmbio de conhecimento, resultante das relações sociais das empresas que lhes permitem, também obter e/ou incrementar as vantagens competitivas. Não é displicente o valor das relações sociais pessoais, criadas em período de feiras, num ambien-
te informal e distendido e que perdurarão, podendo, eventualmente, vir a constituir capital social para a empresa. Finalmente, a rede de relações não se limita às relações e intercâmbio de conhecimentos entre indivíduos dentro da empresa, estende-se às relações com clientes, fornecedores, alianças e outros agentes, ou seja, ao Capital Relacional, que, em essência, é mais individual que organizacional, posto que se baseia nas relações das pessoas com o exterior da empresa. Pelo que, no que ao Capital Intelectual diz respeito, as férias podem constituir uma fonte de conhecimento estratégico valioso para o individuo e para a empresa. Mas não só ao nível do capital intelectual. As férias também são muito valiosas como fonte de inspiração para a inovação. É genericamente aceite que a inovação pode surgir de várias formas, como: Invenção surgida em laboratórios de investigação; Tomando a ideia de outro setor de
“Uma análise atenta da realidade circundante em período de férias pode constituir uma importante e valiosa fonte de inspiração para a inovação.” atividade, ou seja inspirando-se em outro setor de atividade e adaptando a inovação identificada à sua própria realidade; Procurando novos mercados por explorar, por exemplo utilizando a inovação ou a reconfiguração de produtos e serviços existentes e aplicando-os a novos mercados; Introduzindo um novo enfoque inédito e inovador na atividade empresarial. Uma análise atenta da realidade circundante em período de férias pode constituir uma importante e valiosa fonte de inspiração para a inovação. Em suma, a merecida pausa anual (férias) pode ser benéfica a nível individual e empresarial. BOAS e atentas FÉRIAS!
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newsletter N.º 32 | AGOSTO/SETEMBRO 2012 Opinião
O novo conhecimento entre todos. Em 2012 Portugal é já claramente um país da linha da frente em matéria de infraestruturas de última geração – para além da ligação das escolas e de grande parte de instituições públicas em banda larga, a modernização administrativa da Administração Pública Central e Local avançou em grande ritmo e existe uma Rede de Espaços Públicos de acesso universal à internet, com grande impacto em zonas mais isoladas e segmentos sociais mais desfavorecidos. Apesar do enorme progresso registado, os sinais empíricos evidenciam uma leitura menos positivo do comportamento da sociedade portuguesa em termos dos requisitos que a Inovação e a Criatividade implicam. A consolidação duma Sociedade do Conhecimento em Portugal implica, antes de mais, saber responder às seguintes questões:
francisco jaime quesado Especialista em Estratégia, Inovação e Competitividade
- Qual o caminho a dar às TIC enquanto instrumentos centrais duma política ativa de intervenção pública como matriz transversal da renovação da nossa sociedade? - Qual a forma possível de fazer das empresas (e em particular das PME) os atores relevantes na criação e valor e garantia de padrões de qualidade e vida social adequados, num cenário de crescente
“deslocalização” económica? - Qual o papel efetivo da educação como quadro referencial essencial da adequação dos atores sociais aos novos desafios da sociedade do conhecimento? Os atores do conhecimento de que tanto se precisa são “educados” ou “formados”? - Qual o papel do I&D enquanto área capaz de fazer o compromisso necessário entre a urgência da ciência e a inevitabilidade da sua mais do que necessária aplicabilidade prática para efeitos de indução duma cultura estruturada de inovação? - Qual o sentido efetivo das políticas de empregabilidade e inclusão social enquanto instrumentos de promoção dum objetivo global de coesão social? O que fazer de todos os que pelo desemprego se sentem cada vez mais marginalizados pelo sistema? PUB
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Portugal tem vindo realizado fortes investimentos públicos na área da modernização tecnológica e formação em novas competências. Tem sido assumido pelos sucessivos Governos a prioridade conferida à missão de estimular fortemente a acessibilidade e participação, assegurando a dinamização, o desenvolvimento e a consolidação das Tecnologias de Informação e Comunicação, como um instrumento central de modernização e melhoria da qualidade de vida da sociedade portuguesa. Ao fim deste tempo todo, muito falta fazer. Portugal ainda não conseguiu aceder à “rede” e um sentido de urgência se impõe na mudança do paradigma da nossa sociedade. A construção duma Sociedade da Informação e do Conhecimento é um desafio complexo e transversal a todos os atores e exige um capital de compromisso colaborativo
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newsletter N.º 32 | AGOSTO/SETEMBRO 2012 Redes sociais
Integração do Facebook com o mundo real Nos últimos tempos surgiram diversas iniciativas para tratar de aproximar a experiência existente nas redes sociais ao mundo real, de tal forma que os utilizadores com um pefil no Facebook podem compartilhar experiências no mundo real com os seus amigos dentro desta rede social. Assim, por exemplo, a Renault utilizou o Salão automóvel de Amsterdão, no passado mês de abril, para colocar em prática uma dessas experiências. Para a sua concretização, cada visitante do salão recebia, quando se registava, um cartão com tecnologia RFID1 na qual previamente se tinham gravado os seus dados (nome de utilizador e código de acesso ao Facebook).
cabo uma experiência para facilitar a integração do mundo real com a rede social Facebook. Este evento consegue agrupar todos os verões milhares de adolescentes, que disfrutam de uma série de atrações, jogos e programas de lazer patrocinados pela marca Coca-Cola. Na edição de agosto de 2010, entregaram a cada utilizador uma pulseira com um cartão RFID que incluía os dados do utilizador e senha de acesso para aceder ao seu perfil no Facebook. Para além desta entrega de pulseiras, foram colocados nos diferentes pontos de interesse ou atrações do recinto da Coca-Cola Village um dispositivo leitor de pulseiras RFID. Desta forma, cada vez que cada um dos participantes do evento acedia a uma das atrações e se registava no dispositivo de leitura (aproximando o pulso com a pulseira que incluía o cartão RFID) compartilhava a sua experiência em tempo real, publicando a informação no seu mural do Facebook, para que pudesse ser lida pelos seus amigos desta rede social.
Figura 1. Cartão RFID da Renault para efetuar ligação com o Facebook (www.facebook.com/renault)
Ao visitar o stand da Renault e ao aproximar o cartão RFID no leitor situado ao lado de cada veículo, os utilizadores podiam publicar instantaneamente no seu mural do Facebook qual o seu automóvel favorito, compartilhando deste modo esta experiência em tempo real com todos os seus amigos da rede social, contribuindo assim para a difusão do evento e da própria marca Renault.
Figura 2. Painel onde o utilizador pode indicar que gosta de determinado automóvel da exposição da Renault.
Com um posicionamento similar, no evento “Coca-Cola Village 2010” celebrado em Israel, muito popular entre os adolescentes desse país, levou-se a
Figura 3. Coca-Cola Village: registo numa atração do evento
Figura 4. Coca-Cola Village: registo numa atração do evento
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newsletter N.º 32 | AGOSTO/SETEMBRO 2012 Redes sociais
Integração do Facebook com o mundo real (Continuação da página anterior)
A iniciativa Coca-Cola Village 2010, congregou uns 650 adolescentes em cada dia, gerando mais de 35.000 atualizações diárias no Facebook, durante os três dias do evento. Podemos citar outro caso similar que se está a implementar nas lojas da empresa italiana Diesel, que incluí códigos QR nas suas estantes, onde expõe os seus produtos para que os clientes possam partilhar com os seus amigos no Facebook a experiência no ponto de venda. Para isso, visualizando o código QR com o seu telefone móvel e acedendo de seguida ao seu perfil do Facebook desde o seu telemóvel (smartphone), o utilizador pode publicar no seu mural que gosta de determinado produto que acaba de encontrar na loja física da Diesel, compartilhando assim a experiência com os seus amigos. Neste caso, cada vez que o utilizador publica que gosta de determinado produto na sua página do Facebook, pode obter um desconto se adquirir esse dito produto na loja. Definitivamente, este tipo de iniciativas trata de aproximar a experiência do utilizador num determinado evento ou ponto de venda para que possa partilhar em tempo real com os seus amigos no Facebook, contribuindo desse modo na difusão do dito evento ou produto.
Figura 5. Loja da Diesel que utiliza códigos QR nas suas prateleiras de produtos para facilitar a integração com o Facebook (www.facebook.com/Diesel)
Nota: 1 RFID: Radio Frequency Identification (identificação por radio frequência)
Autores Álvaro Gómez Vieites é Doutorado em Economia pela UNED (Prémio de Mérito no Doutoramento), Licenciado em Administração e Direcção de Empresas pela UNED, Engenheiro de Telecomunicações pela Universidade de Vigo (Prémio extraordinário de fim de curso) e Engenheiro de Informática de Gestão pela UNED. A sua formação foi complementada com os programas de Pós-graduação Executive MBA e Curso em Business Administration da Escuela de Negócios Caixanova. Atualmente é professor e colaborador desta entidade e de outras Escolas de Negócios, actividade que exerce paralelamente a projetos de consultoria e trabalhos de investigação na área dos sistemas de informação, segurança informática, e-adminsitração e comércio eletrónico. e-mail: agomezvieites@gmail.com LinkedIn: http://es.linkedin.com/in/alvarogomezvieites/es Facebook:http://www.facebook.com/alvaro.gomez.vieites Twitter: @agomezvieites
Carlos Otero Barros é Licenciado em Ciências Físicas pela Universidade Autónoma de Madrid, Executive Master in Business Adminsitration (MBA) pela Escuela de Negocios Caixanova. Atualmente, está à frente da Colímera Consultores SL, onde desenvolve uma intensa atividade na área da consultoria estratégica e tecnológica quer para empresas privadas quer para a Administração Pública. Anteriormente, foi Business Development Manager na Sun Microsystems Ibérica SA e diretor da empresa de software Fractal Info Ingenieros SL.
e-mail: carlos.otero@colimera.com LinkedIn: http://es.linkedin.com/in/carlosoterobarros Facebook: http://www.facebook.com/carlos.otero.barros Twitter: @kenkeirades
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newsletter N.º 32 | AGOSTO/SETEMBRO 2012 notícias/artigos
agenda de eventos SETEMBRO 2012
Formação de consórcios para projetos europeus na área das TIC
A Agência de Inovação, associa-se ao ICT Proposers’ Day através da organização de um evento de networking que permitirá às instituições nacionais um contato direto com parceiros internacionais para projetos europeus em TIC. O ICT Proposers’ Day é o maior evento na área das TIC organizado pela Comissão Europeia onde é promovido o networking para a formação de consórcios de excelência para apresentação de candidaturas aos concursos de 2013 no setor das TIC que irá contar com cerca de 1.5 biliões de euros de financiamento comunitário. As inscrições são gratuitas e poderão ser feitas até 7 de set.
Porque é que cada escola precisa de um “Innovation day”
Antigo aluno da UE é “Innovation researcher of the year” Pedro Antunes, licenciado em Biologia pela Universidade de Évora e atualmente docente e investigador na Universidade de Algoma, Canadá, foi distinguido com o prémio Innovation researcher of the year, atribuído pela Sault Ste. Marie Innovation Centre a indivíduos ou instituições que localmente se destacam na área das ciências e tecnologia. O investigador, que integrou o segundo curso de Biologia ministrado na Universidade de Évora, e onde lhe foi atribuída a Bolsa de Mérito, desenvolveu o trabalho de fim de curso no âmbito do estudo das práticas agronómicas e a sua ligação à endomicorrizas arbusculares, área onde ainda hoje desenvolve trabalho de investigação. Atualmente, é professor associado e investigador na disciplina de “Espécies Terrestres Invasivas” e investigador Diretor do Invasive Species Research Institute (ISRI) da Universidade de Algoma, Canadá.
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Trends in Innovation in the Postal Market (TIP) Lausanne, Suiça
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3rd Annual Process Driven Innovation Philadelphia, EUA
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18th IGWT 2012 Symposium Technology and Innovation for a Sustainable Future: a Commodity Science Perspective Roma, Itália
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Liz Dwyer
Inovação Inversa: Criada em locais distantes, ganha em qualquer parte Jason Sylva | HBR Blog
Innovation for Sustainability Porto, Portugal OUTUBRO 2012
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A politica do Google ao permitir que 20% do tempo de trabalho seja utilizada pelos seus colaboradoes com tempo “livre” para trabalharem no que muito bem entenderem, é famosa mundialmente por ser o local de “nascimento” de muitas inovações, sendo a mais famosa o Gmail. Agora reparem no que poderia acontecer se as escolas dessem aos seus alunos a mesma percentagem do seu tempo não estruturado, permitindo que controlassem a sua própria aprendizagem. Na primavera passada, Mathew Bebbington, professor de Física no Reino Unido, decidiu descobrir. Organizou um “Innovation-day” que permitisse a 80 alunos entre as idades de 11-15 anos escolherem o quê e a forma como iriam aprender.
Pensamento passado: pegue em produtos existentes criados para consumidores com poder de compra dos mercados desenvolvidos e adapte-os para os países emergentes. Pensamento atual: Primeiro desenvolva soluções inovadoras que funcionem em mercados pobres dos países emergentes e depois aplique essas inovações globalmente. Assista ao webinar com Vijay Govindarajan, onde se fala da forma como a inovação inversa está a transformar a forma como as empresas estão a encarar a inovação e o desenvolvimento de novos produtos.
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BIN@Porto, encontro entre empresas e Universidades dedicado à transferência de tecnologia e inovação, organizado pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Inscrições abertas. Porto, Portugal
Nota: Se pretender divulgar um evento relacionado com Inovação e empreendedorismo Contacte
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newsletter N.º 32 | AGOSTO/SETEMBRO 2012 Financiar a inovação A intensidade de uma força de inovação, tal como o aparecimento de uma nova tecnologia, uma mudança no comportamento da concorrência ou uma alteração do ciclo económico é determinada pelo seu impacto na performance da empresa. Uma força de inovação forte tanto é aquela que provoca uma quebra no desempenho da empresa em situação difícil, como aquela que promove uma substancial evolução na performance. Importa, pois, distinguir os níveis de intensidade da inovação: inovação fraca cuja natureza e direção são difíceis de discernir, inovação moderada cuja direção pode ser observada mas com impacto reduzido no desempenho; e inovação forte com elevado impacto na performance.
Inovação – Forças de mudança
A inovação fraca implica, necessariamente, uma alteração proactiva, chamando à atenção das pessoas parta a necessidade de reconhecer a necessidade de mudar. Por outro lado, inovação moderada requer uma mudança reativa, principalmente quando
as pessoas envolvidas estão, de algum modo, a afetar o desenvolvimento do processo de inovação, em que a comunicação por si só revela-se, por vezes, insuficiente, devendo-se procurar expor diretamente aos envolvidos as forças de mudança, em que têm de ser
desenvolvidas ideias de criação de valor. Por último, a inovação forte implica mudanças rápidas. Certamente que uma das vantagens da crise, é a de obrigar a “acordar”, principalmente as chefias, as quais têm o dever e obrigação de despertar a atenção de todos os interessados. Este “acordar” pressupõe mudança, e mudança também pressupõe procurar ir ao encontro do que se julga “impossível”, porque nunca se pensou sobre tal, e para passar da teoria à prática há que expor e discutir ideias, e depois colocar em marcha as que se considera que poderão criar mais valor, não apenas monetário, mas também, de inovação. Luís Archer – Consultor luismariaarcher@iol.pt
Ficha técnica:
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Coordenador: Jorge Oliveira Teixeira Colaboraram neste número: Álvaro Gomez Vieites, Carlos Barros, Dustin Mattison, Jaime Quesado e Luís Archer Aconselhamento técnico: Praven Gupta, IIT, Center for Innovation Science Tradução: Sofia Guedes Paginação: José Barbosa Contacto: jorgeteixeira@vidaeconomica.pt