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NEWSLETTER N.81 | MARÇO | 2017
DESTAQUE
INDICE
Aceleradoras verticais
Opinião p. 3 • A Agenda do Portugal 2020
Editorial p. 3 Opinião p. 4 • Programa Universitário de Empreendedorismo para ajudar a passar da Ideia à Empresa
Redes Sociais pp. 6-9 • O Snap é uma marca valiosa • Vítimas do Smartphone • A concorrência deixa o Twitter arruinado • Menos é mais no mercado dos Smartphones • Financiado pela multidão
Desde que a primeira aceleradora foi fundada, com o nascimento da Y Combinator em Cambridge (Massachusetts) em 2005, muita coisa mudou no panorama empresarial. Este já contava com a presença de incubadoras e viveiros, criadas em universidades americanas como Stanford. Mas o modelo das aceleradoras não só acrescentou o elemento inverso, como também trouxe consigo novas metodologias, uma forma diferente de abordar o desenvolvimento de startups, e uma mudança de mentalidade entre os empreendedores, o teste e o protótipo, validar e lançar; mas imprimindo uma maior agilidade ao processo, de modo a não perder a oportunidade. Atualmente, na Europa, há um total de 113 aceleradoras, de acordo com dados do Relatório Global de Aceleradoras de 2015 e estes converteram-se no pilar de ecossistemas empreendedores em todo o mundo. E é agora que o modelo das aceleradoras é validado e se reconhece o seu
Através das aceleradoras não só podem aceder às novas tecnologias, mas também promover novas formas de trabalho dentro das suas organizações, terem acesso a talentos e poderem aumentar o seu potencial de inovação grande impacto na geração de novos negócios, impulsionando o surgimento de iniciativas verticais centradas na aceleração de projetos relacionados com um setor ou tema específico. A verticalidade nas aceleradoras tem inúmeras vantagens para os empresários. As aceleradoras deste tipo são geralmente lideradas por grandes corporações ou têm uma rede de parceria com empresas líderes no setor. Isso permite que os empreendedores não só possam aceder a uma rede de mentores muito mais especializada e adaptada às suas necessidades, mas também têm a capacidade de compartilhar experiências e conhecimentos com os empresários na mesma situação e setor (gerando siner-
gias) e ter acesso a uma poderosa rede de contactos, potenciais clientes, inclusive investidores, com experiência e conhecimento da indústria, que podem fornecer mais do que apenas o financiamento. Mas a verticalidade não traz só benefícios para os empresários, as empresas também têm sido capazes de ver os benefícios das aceleradoras e da inovação através das startups. A implementação da inovação aberta como estratégia surgiu a partir da incapacidade de algumas empresas para manterem o ritmo da inovação imposto pelo mercado. Através das aceleradoras não só podem aceder às novas tecnologias, mas também promover novas formas de tra-
• As notícias online americanas recuperam da depressão da pós-eleição • O mundo da tecnologia é ainda o mundo masculino • A Amazon ainda está muito longe de dominar o mercado chinês • Os meios de comunicação e a personalização do conteúdo são prioridades para os profissionais de marketing em 2017
Notícias pp. 9-10 • Assombrada por uma futura escassez de trabalho, Europa lida com leis para os robôs • Uma análise económica da economia colaborativa • Estratégias de Investigação: o próximo Programa-Quadro
Financiar a Inovação p. 11 • INOVAÇÃO – qualidade e reengenharia
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balho dentro das suas organizações, terem acesso a talentos e poderem aumentar o seu potencial de inovação. Neste novo cenário surgiu a aceleradora do setor automóvel, Business Factory Auto (BFA), uma aceleradora vertical, focada no setor automóvel e promovida pela própria indústria e pelo Governo da Galiza. Os seus promotores são a Junta da Galiza, o Consórcio da Zona Franca de Vigo, Grupo PSA e o Cluster de Empresas de automóveis da Galiza (CEAGA), que é a entidade gestora desta aceleradora. A Inovalabs tem participado na conceção e desenvolvimento das aceleradoras verticais e graças a esta experiência adquirida com a BFA e com a Via Galicia, na gestão de programas de dinamização da inovação, em conjunto com o setor das TIC, como a Autronic, a Coremain e a Sivsa, desenvolveram uma aceleradora especializada no âmbito da saúde social, destinada a desenvolver projetos tecnológicos, destinados a con-
Desta experiência resultou a criação da SENDA, uma aceleradora vertical especializada na área da saúde, que brevemente abrirá as suas portas aos empreendedores da Galiza, mas também aos portugueses centrar a utilização e a aplicação da internet das coisas (iot) a este setor da sociedade. Desta experiência resultou a criação da SENDA, uma aceleradora vertical especializada na área da saúde, que brevemente abrirá as
suas portas aos empreendedores da Galiza, mas também aos portugueses que estejam interessados em participar como residentes nesta aceleradora dedicada à área da saúde, que pretende ter uma abordagem o mais ligada
possível à realidade empresarial, adequando os projetos às reais necessidades do mercado e, consequentemente, a sua integração mais rápida no mercado. Os projetos selecionados receberão a orientação de especialistas, formação, financiamento e a possibilidade de fazerem parte de um ecossistema integrado por empresas com experiência em empreendedorismo, desenvolvimento de projetos no setor das TIC e no setor da saúde-social, a par com um conjunto de investidores. No próximo mês de abril daremos mais detalhes aos potenciais empreendedores portugueses que queiram desde já abraçar esta entrada direta num mercado vizinho, com apoios que podem ser importantes para quem inicia uma aventura empresarial. POR: LUCÍA SÁNCHEZ NOUCHÈ
Novidade! As eleições americanas de 2016 e as eleições europeias em 2017 As Grandes Questões, Ameaças e Desafios do Mundo Comtemporâneo Um livro, controverso e acutilante, que contém todos os ingredientes para suscitar polémica e promover um debate esclarecido sobre os dois temas que continuam a marcar o quotidiano: o Brexit e as eleições norte-americanas. Este não é um livro polémico apenas para o ser. A controvérsia surge naturalmente, emana das palavras e do pensamento do autor, sempre extraordinariamente bem fundamentado e sem medo de trazer para a mesa as ligações e as implicações que se exigem, sem se vergar ao politicamente correto ou ao academicamente aconselhável. Autores M. Jorge C. Castela Págs. 304
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OPINIÃO
EDITORIAL
Debate – Inovação & Competitividade
A Agenda do Portugal 2020 FRANCISCO JAIME QUESADO
Presidente da ESPAP – Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública
O novo pacote de fundos Portugal 2020 é um desafio para a economia portuguesa. No contexto da atual situação económica e no meio de uma profunda crise financeira internacional, continua a ser evidente no nosso país a falta de um modelo de desenvolvimento que seja partilhado sob a forma de contrato estratégico entre o Estado e a sociedade civil. Os atores económicos e sociais (municípios, empresas, universidades, centros de inovação) preocupam-se unicamente com a sua sobrevivência conjuntural e com isso têm desperdiçado a oportunidade única de fazer do Portugal 2020 uma aposta sustentada para o futuro do país. Por isso, no Portugal 2020 muito tem que mudar! O Portugal 2020 foi concebido como um instrumento inovador para dar resposta às novas exigências que a competição da economia global e os novos fenómenos sociais exigem ao nosso país. O balanço de mais de 25 anos de fundos comunitários em Portugal é muito claro: aposta sustentada na melhoria das infraestruturas do país, numa lógica não raras vezes pouco coordenada e monitorizada (veja-se a proliferação desnecessária de parques industriais e pavilhões desportivos municipais), falhas sucessivas nas ações de formação empreendidas ao longo das três intervenções levadas a efeito, resultados muito frágeis nas áreas essenciais da inovação, conhecimento e competitividade. Ou seja, passado este tempo, Portugal é um país de autoestradas com menos coesão territorial e crescentes desigualdades sociais numa Europa em grande indefinição de identidade. O Portugal 2020 não pode ser interpretado pelos atores nacionais como mais um instrumento financeiro utilizável para dar cobertura a uma crescente falta de financiamento nos circuitos tradicionais. Em tempo de crise financeira, impõe-se, mais do que nunca, um verdadeiro “choque operacional” que conduza a mudanças claras e necessárias: desativação das atividades empresariais
sem valor, aposta maciça numa formação / educação que produza quadros reconhecidos pelo mercado, fixação de investimentos e talentos nas regiões mais desfavorecidas, criação de um contexto competitivo moderno voltado para a criatividade das pessoas e a qualidade de vida das cidades. O Portugal 2020 dispõe dos instrumentos financeiros que poderão ajudar a alavancar toda esta agenda de mudança que queremos para o nosso país. É por isso que a aposta numa “Estratégia Coletiva” para o futuro tem que ser a marca desta nova fase do Portugal 2020. Um sinal de aposta nas políticas do conhecimento, centradas em territórios inteligentes e apostas na dinamização de verdadeiros “trabalhadores criativos”. Ideias muito simples e claras e para as quais mais não é necessário do que um pacto de “cumplicidade estraté-
gica” e “convergência operacional” entre todos os que têm responsabilidades – atores públicos, empresas, universidades e centros de saber. O Portugal 2020 não pode ser interpretado como um mero instrumento conjuntural de resposta a uma crise estrutural, mas antes como uma aposta estrutural capaz de alterar a conjuntura no futuro. Portugal não pode perder esta oportunidade de alteração do seu paradigma de desenvolvimento estratégico através da dinamização de um novo ciclo do Portugal 2020. Em tempo de profunda crise financeira, têm que ser acionados mecanismos de rápida absorção das verbas disponíveis. Mas não a qualquer preço. Sob pena de se estar a hipotecar o futuro. O Portugal 2020 tem, duma vez por todas, que se assumir como um fator estratégico de convergência positiva do país face aos novos desafios duma economia global complexa e exigente.
Os investigadores elaboraram um sem-número de teorias relacionadas com o insucesso das empresas. Schumpeter inicialmente relacionou as causas do insucesso com as desvantagens da dimensão das empresas. Foster (1986), por outro lado, atribui o insucesso das empresas à emergência de novas tecnologias e ao compromisso destas empresas com tecnologias do passado. O insucesso acontece quando a nova tecnologia se cruza com a “velha” tecnologia em performance pura. Poderíamos reproduzir diferentes e inúmeras teorias desenvolvidas por economistas de renome, para as mais diversas razões que conduziram ao insucesso marcas que eram líderes no seu mercado e por esta ou por outra razão não souberam ler o sinal dos tempos nem identificar as alterações tecnológicas que a sociedade estava e está a presenciar continuamente. Devem as empresas produzir as suas próprias inovações ou desenvolvê-las com outros parceiros? Um exemplo marcante desta encruzilhada foi a Boeing, quando começou a desenvolver o modelo 787 Dreamliner, pois decidiu externalizar cerca de 70% da sua produção e desenvolvimento através de empresas nas mais diversas geografias, mesmo tendo implicado subcontratos de produção e de i&d das asas, que até essa data eram consideradas as joias da coroa, mesmo sabendo da intenção de alguns desses fabricantes terem aspirações na área da construção aeronáutica civil. Também a P&G rejeitava tudo o que não fosse inventado ou desenvolvido dentro de casa, passando a representar mais de 50% da sua produção. Este movimento liderado pelas grandes corporações foi apelidado de Open Innovation (inovação aberta), que Henry Cheseborough, em 2004, nos deu a conhecer como uma tendência que deveria ser levada a sério por todas as empresas, com as vantagens que poderiam daí retirar. Estes dois exemplos mostram-nos uma séria mais complexa teia de problemas e oportunidades que as empresas encaram numa economia global em que os produtos são complexos, mas existem centros de excelência por todo o lado para que as empresas não deixem de aproveitar esta vantagem para o desenvolvimento mais rápido dos seus produtos e consequente entrada mais rápida no mercado. Afinal, é o que o mercado quer e o que as empresas devem perceber, como forma de acelerar o tempo de entrada no mercado. Boa leitura Jorge Oliveira Teixeira jorgeteixeira@vidaeconomica.pt
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OPINIÃO
Programa Universitário de Empreendedorismo para ajudar a passar da Ideia à Empresa HELENA V. G. NAVAS Professora da Universidade Nova de Lisboa, Investigadora do UNIDEMI, Especialista em Inovação Sistemática e TRIZ
Desde há cinco anos que a Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa inclui a unidade curricular obrigatória de Empreendedorismo para todos os estudantes do 4.º ano dos cursos de Mestrado Integrado, do 1.º ano dos Mestrados (2.º ciclo) e doutorandos. Todos os anos esta unidade curricular abrange mais de 1000 alunos de diversas áreas de engenharia e ciências por ano e desenvolve-se em regime integral durante cinco semanas de experiência de aprendizagem intensiva, entre janeiro e fevereiro, com mais de 20 professores universitários e especialistas internacionais da indústria, representando 50 empresas, rede e parceiros com estudantes e especialistas de diferentes domínios de tecnologia, tendo os alunos que desenvolver uma ideia e apresentá-la em elevator pitch a um painel de investigadores. O objetivo principal é desen-
volver habilidades empresariais e de negócios para se equipar com as ferramentas para a sua jornada empresarial. As sessões teóricas e práticas abordam as seguintes temáticas: • Processos de criação e desenvolvimento de ideias • Design thinking • Estratégias de valorização e proteção da propriedade intelectual: patentes, modelos e formalismos técnicos • A gestão de um projeto de empreendedorismo: planeamento; comunicação e motivação • Liderança e gestão de equipas • Marketing e inovação para o desenvolvimento de novos produtos e negócios • Modelos de negócio: aplicação do Business Model Canvas • O plano de negócios e o estudo técnico-financeiro • Financiamento e Sistemas de Incentivos • A gestão do crescimento e o intra-empreendedorismo • A visão dos investidores Nesta sua 5.ª edição, a FCT NOVA ofereceu aulas abertas da UC de empreendedorismo com transmissão em direto via internet. Decorreu no dia 24 de fevereiro de 2017, na Faculdade de Ciên-
O objetivo principal é desenvolver habilidades empresariais e de negócios para se equipar com as ferramentas para a sua jornada empresarial
cias e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, a sessão de apresentação final dos projetos realizados pelos alunos na unidade curricular “Empreendedorismo”. O primeiro prémio foi para o projeto “Power Burp” (David Coutinho, Rui Cabral, Pedro Sobral, Raul Vences, Marta Pereira), que visa a produção de energia a partir do metano proveniente do arroto das vacas. “Sheelper” (Bruno Carneiro, Márcia Santos, Ana Fernandes)
foi premiado com o segundo lugar pelo dispositivo e sistema para a reposição de papel higiénico em casas de banho públicas. O terceiro lugar foi para o projeto “Glooma” (Daniel Fernandes, Marina Bento, Francisco Nogueira, José Venâncio, Ana Almeida), que contempla uma luva de rastreio para a prevenção do cancro da mama. It’s not just an Entrepreneurship course It’s an experience
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Uma excelente ideia de pouco vale se não for activada. E numa conjuntura empresarial cada vez mais feroz e competitiva, nenhuma organização se pode dar ao luxo de dispensar as boas ideias, muito menos de não as implementar. A ACCELPER disponibiliza-lhe as ferramentas, os processos e as metodologias que dão vida à sua vontade de inovar. Aposte na massa cinzenta da sua empresa, antes que ela morra. Afinal, mais do que um caminho para o crescimento, a inovação é uma questão de sobrevivência.
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REDES SOCIAIS / TECNOLOGIA
O Snap é uma marca valiosa
Depois de a subida do preço das suas ações ter atingido os 44% no seu primeiro dia de negociação, a Snap é avaliada agora em 28,3 biliões de USD. Isto é quase equivalente a 70 vezes a sua receita total de 2016, o que é bastante elevado, mesmo para uma empresa de tecnologia de rápido crescimento. Comparativamente, o Facebook tem uma relação preço/vendas de cerca de 14. Como o gráfico ilustra, agora a valorização da Snap é consideravelmente mais elevada do que muitos nomes americanos mais populares, incluindo empresas como a Kellog e a Harley-Davidson, que já têm décadas no mercado.
A receita pré-IPO da Snap por utilizador
Quando se trata da métrica da receita média por utilizador (RMPU), o Snap ainda tem algum caminho a percorrer. Depois de ter registado grandes perdas em receitas igualmente elevadas em 2016, a empresa quer ainda provar que pode sustentar o seu crescimento significativo em utilizadores e
convertê-lo em lucro. Tal como o Facebook, o Snap depende muito da receita de publicidade gerada pelos seus utilizadores e, no 4º trimestre de 2016, a RMPU global foi de 1,05 USD por utilizador. Para contexto, o Facebook representava 1,21 USD (13% a mais) nos três meses anteriores ao seu IPO e agora possui uma média global de 4,83 USD. Com a desaceleração do crescimento por utilizador, o Snap pode precisar de um aumento igualmente impressionante na RMPU caso pretenda sobreviver.
Vítimas do Smartphone A indústria móvel reuniu a semana passada em Barcelona para mostrar as últimas tendências na tecnologia de smartphones. Há dez anos – o iPhone tinha acabado de ser revelado, mas ainda não tinha sido disseminado pelo mundo – costumávamos confiar numa variedade de dispositivos para nos ajudar a completar tarefas diferentes. A maioria de nós tinha um telemóvel para enviar SMS e efetuar chamadas, um MP3 para ouvir música, uma câmara digital para tirar fotos durante as férias e um sistema de navegação para nos ajudar a encontrar a nossa casa de férias. Atualmente, só precisamos de
sociation, mostra até que ponto desceramas vendas de dispositivos com funcionalidades mais limitadas devido ao aumento de funcionalidades dos smartphones.
um dispositivo para fazer tudo o que foi mencionado acima e as vendas de aparelhos não-smartphone sofreram subsequente-
mente uma queda significativamente. O gráfico abaixo, baseado em dados da Consumer Electronics As-
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REDES SOCIAIS / TECNOLOGIA
A concorrência deixa o Twitter arruinado
Enquanto o Twitter tem uma comunidade leal e ativa de utilizadores, o serviço de microblogging está a lutar para atrair novas pessoas e chegar ao próximo nível em termos de recurso de “mainstream”. Após o crescimento explosivo nos primeiros anos da sua existência, o crescimento do Twitter abrandou significativamente, uma vez que a empresa tinha atingido 300 milhões de utilizadores. Nos últimos dois anos, o Twitter ganhou apenas 31 milhões de utilizadores ativos, o que é dececionante para uma empresa que procura tornar-se numa plataforma global para o
intercâmbio de ideias e informações. É ainda mais dececionante, porém, quando se considera a rapidez com que as plataformas concorrentes cresceram no mesmo período de tempo. O WhatsApp, o Messenger e o Facebook, sendo todos propriedade do Facebook, cada um ganhou mais utilizadores nos últimos dois anos do que o Twitter em toda a sua vida. Enquanto isso, o Snapchat, sem dúvida a plataforma do momento, acrescentou quase três vezes mais utilizadores ativos diários do que o Twitter relativamente a utilizadores ativos mensais desde o final de 2014.
Financiado pela multidão Os sonhos de muitos jovens empreendedores costumavam terminar dentro de um banco, quando lhes são negados os fundos necessários para iniciarem os seus negócios. Felizmente, estes dias podem estar a diminuir, pois um empréstimo não concedido não tem que ser o fim de uma ideia potencialmente inovadora. Plataformas como Kickstarter possibilitam às mentes criativas lançarem a sua ideia para milhares ou milhões
de pessoas, na esperança de aumentarem os fundos necessários para realizar a sua visão. De acordo com o Digital Market Outlook da Statista, mais de 150.000 campanhas de crowdfunding foram lançadas nos EUA em 2016, atingindo uma média de 4860 USD. Embora não seja muito, alguns empresários sortudos conseguiram levantar milhões em plataformas de crowdfunding para trazerem as suas ideias para o mercado.
Menos é mais no mercado dos Smartphones
Após a abertura do Mobile World Congress em Barcelona, na segunda-feira, muitas das maiores marcas de smartphones mundiais aproveitaram este encontro da indústria móvel para revelar as suas últimas ofertas no cenário global. Enquanto a maioria das marcas estão mais do que felizes com a atenção que os seus produtos recebem num evento como o MWC, os maiores produtores de smartphones do mundo não exibiram novos telefones este ano. Enquanto a Apple é conhecida por ignorar o MWC, a Samsung aproveitou para desvendar o seu novo modelo “bandeira”, o Galaxy S. O líder coreano do mercado de smartphones vai estar presen-
te em Barcelona, mas espera-se que, desta vez, se concentre nos tablets. Curiosamente, a Samsung e a Apple seguem abordagens opostas no mercado de smartphones. Enquanto a Apple é decididamente minimalista nos diversos modelos que comercializa e se concentra no segmento high-end do mercado, a Samsung produz mais smartphones do que qualquer outra marca ano após ano. Os modelos Galaxy S e Galaxy Note competem com a Apple no segmento premium, a Samsung também oferece modelos mais baratos para competir com as marcas chinesas na Ásia e no extremo inferior dos mercados ocidentais.
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REDES SOCIAIS / TECNOLOGIA
As notícias online americanas recuperam da depressão da pós-eleição
Até à eleição presidencial nos EUA, a 8 de novembro de 2016, houve um aumento constante no tráfego nos sites noticiosos. Após a eleição, parece que uma espécie de fadiga e visitas a si-
tes de notícias caíram consideravelmente. No entanto, no ano novo e na “não lua de mel” entre o presidente Donald Trump e os meios de comunicação, o tráfego aumentou novamente.
O mundo da tecnologia é ainda o mundo masculino
No ano passado, as Nações Unidas comemoraram o Dia Internacional da Mulher sob o tema oficial “Planeta 50-50 em 2030: um degrau para a igualdade de género”. Uma das indústrias que ainda estão longe da igualdade de género é a indústria tecnológica. As mulheres empregadas compõem entre 26% (Microsoft) e 44% (PayPal) da força de trabalho em grandes empresas de tecnologia, com a percentagem em queda quando se trata de empregos de
tecnologia. Em termos de posições de liderança, o estatuto das mulheres no setor da tecnologia, aqui representado pelas oito empresas no gráfico, é aproximadamente igual ao do resto da economia. Em 2015, as mulheres ocupavam 25% dos cargos executivos, de nível sénior e de administração das empresas do S&P 500, percentagem que a indústria tecnológica combina e, em alguns casos, supera, mas ainda está longe da paridade.
A Amazon ainda está muito longe de dominar o mercado chinês Tão dominante quanto a posição da Amazon como o retalhista líder no mercado online presente na maioria dos países ocidentais, a organização baseada em Seattle tem ainda de dominar o mercado chinês. De acordo com
a iResearch China, uma empresa chinesa de pesquisa de mercado, a quota de mercado da Amazon na China ascendeu a menos de 1% em 2016. O mercado de comércio eletrónico B2C da China, que tem
aproximadamente a mesma dimensão do mercado dos EUA, é claramente dominado pela Tmall, e o mercado B2C da Alibaba representou 56,6% das vendas em 2016. A Amazon aumentou a sua ambição no mercado chinês quando a empresa adquiriu a Joyo, o
maior vendedor de livros online chinês, por 75 milhões de USD em 2004. A Joyo.com foi transferida para a Amazon.con e renomeada Joyo Amazon em 2007 antes de eliminar completamente o antigo nome e foi recriada como Amazon China em 2011.
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REDES SOCIAIS / TECNOLOGIA
Os meios de comunicação e a personalização do conteúdo são prioridades para os profissionais de marketing em 2017 O marketing no mundo digital tem percorrido um longo caminho desde os anúncios iniciais nos “banners” que fizeram com que os nossos olhos paralisassem nos primeiros dias da internet. Quer esteja a pagar para aparecer nos resultados de pesquisa, a compartilhar conteúdos nos meios de comunicação ou a ter uma estrela do YouTube, a usar o seu produto num dos seus
vídeos – atualmente, há inúmeras maneiras de promover produtos, serviços e marcas online. Ao longo dos últimos anos, as redes sociais, em particular, têm aumentado a sua importância a partir de um ponto de vista de marketing. De acordo com um estudo da Econsultancy e da Adobe, que questionou cerca de 3500 comerciantes internacionais sobre a forma como os seus gastos, em vários canais de marketing digital, iriam alterar-se este ano, o marketing de meios de comunicação continua a ser uma prioridade para as marcas em 2017. Como o gráfico ilustra, 56% dos entrevistados planeiam aumentar os seus investimentos nos meios de comunicação, enquan-
to apenas 5% planeiam fazer o oposto. O marketing e a personalização do conteúdo também são importantes na agenda dos profissionais de marketing este ano, enquanto os gastos com publicidade em display e pesquisa não serão amplificados pela maioria dos profissionais de marketing.
NOTÍCIAS | ARTIGOS
Assombrada por uma futura escassez de trabalho, Europa lida com leis para os robôs Em Bruxelas, França e na Finlândia, o desafio que a automatização coloca ao emprego começa a ser levado a sério. Mas os deputados rejeitaram uma proposta para que os proprietários paguem as contribuições dos seus robôs à segurança social. Um número crescente de políticos, advogados e economistas europeus começaram a enfrentar a ameaça da automatização, com o Governo finlandês a testar um rendimento mensal básico para os desempregados, enquanto o candidato socialista francês Benoit Hamon sugeriu um imposto sobre os robôs, na plataforma
política da sua campanha presidencial. As propostas para conceder aos robôs o estatuto legal e fazer os seus proprietários pagarem as contribuições à segurança social foram debatidas e, em última instância, rejeitadas pelos deputados, na semana passada. No entanto, refizeram um quadro ético para o desenvolvimento e implementação de robôs e responsabilidade pelas ações de robôs, incluindo carros autónomos. Toda esta atividade é parte de um crescente debate público na Europa sobre tecnologias de inteligência artificial que são construídas numa variedade de robôs
e outros sistemas inteligentes, incluindo condução autónoma de carros e automatização do local de trabalho. Subjacente ao debate está o
receio de que, com os robôs a executar diversas funções, haverá menos empregos para os seres humanos, reduzindo a cobrança de impostos, o que irá afetar a estabilidade financeira dos sistemas de segurança social. “O meu forte sentimento é que estamos a olhar para um ponto de inflexão envolvendo uma transição que vai deixar a maioria das pessoas para trás”, disse Martin Ford, developer de software baseado em Silicon Valley e autor de ‘The Rise of the Robots’. “Podemos discutir se a disrupção massiva vai chegar dentro de 10, 15 ou 20 anos – mas está de facto a chegar”.
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NOTÍCIAS | ARTIGOS
AGENDA DE EVENTOS
Uma análise económica da economia colaborativa
MARÇO 2017
GEORGIOS PETROPOULOS
A economia colaborativa combina os utilizadores online que querem compartilhar bens e serviços. Esta contribuição política: i) discute como a economia colaborativa pode ser definida; Ii) fornece uma panorâmica das evidências sobre os seus potenciais benefícios para as economias europeias e o impacto de plataformas específicas nos diferentes sectores e o seu funcionamento; iii) ilustra os crité-
rios que permitem distinguir os serviços profissionais e não profissionais oferecidos através de plataformas colaborativas; iv) recomenda prioridades para as plataformas de forma a criar um ambiente seguro e transparente para as transações dos seus utilizadores; V) discute outras preocupações regulatórias e como estas devem ser abordadas. Se este tema lhe interessa, descarregue o artigo
ESTRATÉGIAS DE INVESTIGAÇÃO: O PRÓXIMO PROGRAMA-QUADRO Em outubro de 2016, a Rede de Ciências de Universidades, Empresas e Organizações de Inovação reuniram-se em Bruxelas para debater o futuro dos programas de I&D da UE. O resultado: uma profusão de ideias, recomendações e avisos para o futuro da investigação e inovação da UE.
Registe-se para ter acesso ao documento: Na comparação sobre investimento em I&d entre Portugal, o conjunto de países da OCDE e os Estados Unidos, ainda estamos longe do desejado, como podemos verificar de uma forma muito direta.
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The Creativity Workshop in Lisbon - March 25 - 29, 2017 Lisboa, Portugal
ABRIL 2017
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The Energy & Materials Research Conference EMR2017 Lisboa, Portugal
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3rd International Conference on Vehicle Technology and Intelligent Transport Systems – VEHITS 2017 Porto, Portugal
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6th International Conference on Smart Cities and Green ICT Systems – SMARTGREENS 2017 Porto, Portugal
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2nd International Conference on Internet of Things, Big Data and Security – IoTBDS 2017 Porto, Portugal
Divulgue os seus eventos relacionados com Inovação e empreendedorismo Contacte-nos!
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FINANCIAR A INOVAÇÃO
Qualidade é, talvez, um dos conceitos de gestão que mais definições pode ter, em que o objectivo é o de procurar satisfazer e, se possível, exceder as necessidades e expectativas dos clientes. Efetivamente, os termos qualidade e inovação são fatores cruciais para a sobrevivência das empresas, isto porque os clientes são cada vez mais exigentes, a competição é cada vez maior, os custos podem crescer mais do que produtividade e as crises, quando surgem, atingem todos os atores os económicos, se bem que alguns em maior escala do que outros. De facto, a qualidade está associada a várias fases, que vão desde o controlo do produto e do serviço, alargando-se ao processo de fabrico e à empresa como um todo, podendo também passar pela garantia através da certificação, chegando finalmente ao estádio da qualidade total que supõe o envolvimento de todos os colaboradores num
INOVAÇÃO – qualidade e reengenharia
movimento de melhorias contínuas direcionadas para o cliente. Quando as chefias da empresa chegam à conclusão de que algo vai mal e que as dificuldades são cada vez maiores, dois caminhos são possíveis de trilhar: melhorar o que já existe, ou colocar tudo em causa e começar do zero, optando pela reengenharia, cujo fim é o de responder a uma questão básica: se se pudesse começar do príncipio, como é que se faria? Poderia/poderá passar
por um redesenho radical, com o objetivo de obter substanciais melhorias em várias áreas: custos, serviço e tempo. Todavia, é preciso ir mais longe, ou seja, é preciso diferenciar-se da concorrência, o que só se consegue por via da inovação, dado que a qualidade total pretende fazer o mesmo, mas melhor, enquanto a reengenharia visa fazer mais por menos. Luís Archer – Consultor luismariaarcher@iol.pt
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Índice de Capítulos: 1. ¿Por qué buscar nuevas maneras de solucionar problemas? 2. La construcción de un nuevo modelo de resolución : del problema al resultado final ideal. 3. El compromiso tras el problema. 4. Del compromiso a la contradicción inherente. 5. Búsqueda de recursos invisibles. 6. Lo imposible a menudo es posible: cómo incrementar la idealidad del sistema. 7. Cómo separar el grano de la paja: una herramienta sencilla y eficaz para la evaluación de soluciones. 8. El enriquecimiento del modelo de resolución de problemas. 9. Patrones: poderosas herramientas para el desarrollo del sistema. 10. Los principios de innovación: 40 maneras de dar con la solución correcta. 11. Evaluación del modelo de resolución de problemas. 12. Cómo mejorar el negocio con TRIZ. 13. Usar TRIZ con la Teoría de las Limitaciones. 14. Usar TRIZ con Seis Sigma y otros sistemas de mejora de la calidad. 15. Síntesis de la resolución creativa de problemas. 16. Manos a la obra.
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FICHA TÉCNICA:
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Coordenador: Jorge Oliveira Teixeira Colaboraram neste número: Praveen Gupta, Helena Navas, Jaime Quesado e Luís Archer Tradução: Sónia Santos | Paginação: Flávia Leitão | Vida Económica Contacto: jorgeteixeira@vidaeconomica.pt
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de Gestão de Ideias componente essencial para obter a inovação e a excelência em negócios
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