DIVERSITY
DIVERSITY Direção: Larissa Silveira Pacheco Redação-Chefe: Larissa Silveira Pacheco Produção de Moda: Larissa Silveira Pacheco Produção Gráfica: Luiza Andrade
Diversidade Cultural
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Histรณria da Arte
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Pop Art
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Street Style (Editorial)
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Gastronomia e Drinks
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Receitas Mineiras
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Revista Appai Educar
A Primeira edição de uma Revista é sempre muito importante. Dita o tom das restantes e carrega em si uma energia vital potente e preciosa. Marca este tão importante começo, faz com que a redação se desdobre para dar conta do recado e traz embutida toda efervescência que começos costumam a ter. Quando falamos da história do Brasil é impossível não falar da miscigenação. Os ancestrais indígenas do Brasil se introduziam mais pela diversidade do que pela homogeneidade, agora os portugueses vinham de um processo de mestiçagem secular e variado. Neste processo podemos destacar as contribuições dos fenícios, gregos, romanos, judeus, árabes, visigodos, mouros, celtas e escravos africanos. Aproximadamente 15 gerações, do século XVI ao XVIII, foi constituída a estrutura genética da população brasileira, que foi a mistura entre africanos, portugueses e índios. Tal mistura deu origem a três tipos fundamentais de mestiços: Os mulatos, que eram mestiços de negros e brancos, eles formaram a economia litorânea do Brasil, e em contrapartida o desenvolvimento de sua vida urbana. Os caboclos ou mamelucos, como são chamados, eram mestiços de brancos e índios, eles povoaram o interior e seguiram em direção ao oeste. E os cafuzos, que eram mestiços de índios e negros, eram uma pequena quantidade e povoaram algumas partes das regiões Norte e Nordeste. Brasil é foco da nossa primeira edição. Preparamos matérias que envolvem vários cenários, onde tentamos desvendar o que está por vir daqui. Esperamos que este seja o início de uma evolução, constante por parte nossa e sua. Com carinho,
Larissa Silveira Pacheco
Manifestação cultural - carnaval no Rio de Janeiro.
Diversidade Cultural no Brasil 1
Festa do Nosso Senhor do Bonfim, Salvador, Bahia A diversidade cultural refere-se aos diferentes costumes de uma sociedade, entre os quais podemos citar: vestimenta, culinária, manifestações religiosas, tradições, entre outros aspectos. O Brasil, por conter um extenso território, apresenta diferenças climáticas, econômicas, sociais e culturais entre as suas regiões. Os principais disseminadores da cultura brasileira são os colonizadores europeus, a população indígena e os escravos africanos. Posteriormente, os imigrantes italianos, japoneses, alemães, poloneses, árabes, entre outros, contribuíram para a pluralidade cultural do Brasil.
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Historia da Arte A História da Arte é muito vasta e complexa, pois acompanha todo o desenvolvimento do ser humano. Sendo assim, ela está dividida em vários períodos, nos quais se verificam as variadas formas de produção artística de inúmeras civilizações ao longo da história humana. Alguns historiadores entendem que a História da Arte, desde a Pré História até os nossos dias, traduz a própria história da humanidade, isto é, revela o processo de auto compreensão humana. Um dos temas iniciais em história da arte, por exemplo, é “A Arte na Pré-História”, período no qual podem ser colhidas informações sobre os sistemas simbólicos desenvolvidos pelos homens primitivos, suas técnicas (como a arte rupestre) e os principais lugares do mundo onde esse tipo de arte pode ser encontrado atualmente. Não podemos deixar de falar também sobre a arte desenvolvida pelas grandes civilizações da
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Antiguidade no Ocidente e no Oriente Médio, como a arte da Mesopotâmia, a arte do Egito Antigo, a Arte Persa, a Arte Grega, a Arte Romana, a Arte Bizantina e a Arte Cristã Primitiva, essa última divide-se entre a fase da produção artística oficial e a produção nas catacumbas romanas. Seguindo cronologicamente, temos a arte no período da Idade Média, com temas como a Arte Gótica, que pode ser esmiuçada no estudo dos vitrais góticos e na especificidade do gótico alemão, além das catedrais medievais e as técnicas de pinturas que estabeleceram as bases para os artistas do Renascimento. Entre os artistas do Renascimento, destacam-se os italianos, como Michelangelo. Além disso, temos ainda a fase pós-renascentista, destacando-se a arte barroca (em especial, a pintura barroca — em que foram empregadas com maestria as técnicas de luz e sombra —) e a variação do mesmo período, conhecida como rococó. Outros temas também estão inseridos no campo da História da Arte, como aqueles dos séculos XVIII e XIX, isto é, o Romantismo, o Simbolismo e o Impressionismo; bem como os temas relacionados com a arte moderna, ou seja, a arte de vanguarda do século XX, sendo o surrealismo um dos exemplos prementes. Por Me. Cláudio Fernandes
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Pop Art
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O lugar da arte sempre foi um tema extensamente debatido entre críticos, apreciadores, pesquisadores e os próprios artistas. Durante um bom tempo, o mundo da arte foi pensado como uma esfera autônoma, regida por seus próprios códigos e fruto de uma criatividade centrada na individualidade do artista. C o n t u d o , principalmente a partir do século XX, notamos que essa separação entre a arte e o mundo veio perdendo força na medida em que movimentos diversos buscaram quebrar tais limites. Na década de 1950, observamos a formulação de um movimento chamado de “pop art”. Essa expressão, oriunda do inglês, significa “arte popular”. Ao contrário do que parece, essa arte popular que define tal movimento não tem
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nada a ver com uma arte produzida pelas camadas populares ou com as noções folcloristas de arte. O “pop art” enquanto movimento abraça as diversas manifestações da cultura de massa, da cultura feita para as multidões e produzida pelos grandes veículos de comunicação. Ao envolver elementos gerados pela sociedade industrial, a “pop art” realiza um duplo movimento capaz de nos revelar a riqueza de sua própria existência. Por um lado, ela expõe traços de uma sociedade marcada pela industrialização, pela repetição e a criação de ícones instantâneos. Por outro, questiona os limites do fazer artístico ao evitar um pensamento autonomista e abranger os fenômenos de seu tempo para então conceber suas criações próprias. O movimento “pop art” apareceu em um momento histórico marcado pelo reerguimento das grandes sociedades industriais outrora afetadas pelos efeitos da Segunda Guerra Mundial. Dessa forma, adotou os grandes centros urbanos
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norte-americanos e britânicos como o ambiente para que seus primeiros representantes tomassem de inspiração para criar as suas obras. Peças publicitárias, imagens de celebridades, logomarcas e quadrinhos são algumas dessas inspirações. Os integrantes da “pop art” conseguiram chamar a atenção do grande público ao se inspirar por elementos que em tese não eram reconhecidos como arte, ao levar em conta que o consumo era marca vigente desses tempos. Grandes estrelas do cinema, revistas em quadrinhos, automóveis modernos, aparelhos eletrônicos ou produtos enlatados foram desconstruídas para que as impressões e ideias desses artistas assinalassem o poder de reprodução e a efemeridade daquilo que é oferecido pela era industrial. Entre outros representantes desse movimento, podemos destacar a figura de Andy Warhol, conhecido pelas múltiplas versões multicoloridas de “Marilyn Monroe”, produzida no ano de 1967. Outro exemplo de “pop art” pode ser reconhecido na obra “No Carro”, em que Roy Liechtenstein utiliza a linguagem dos quadrinhos para explorar situações urbanas. Ainda hoje, diversos artistas empregam as referências da “pop art” para conceber quadros, esculturas e outras instalações. Por Rainer Sousa Mestre em História
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STREET STYLE 22
Larissa Ohana 23
Isabella Caetano 24
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Stefany Marรงal 26
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Andy Warhol: Perrier, 1943
Jordan Andrew Carter
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Malika Favre
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Chef ucraniana cria sobremesas inspiradas em formas geométricas Processo criativo de Dinara Kasko incluiu softwares de arquitetura e impressora 3D POR EDUARDO VANINI
Você teria coragem de tirar um pedaço de uma das sobremesas exibidas nestas páginas? A própria criadora dos doces, a arquiteta-designer e chef ucraniana Dinara Kasko, admite que a tarefa não é fácil.
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— Às vezes, sinto como se não tivesse coração ao parti-las — diz ela, emendando com uma consolação. — Mas confeitaria é feita para ser degustada. Dinara usa princípios da arte e do design para fazer tortas e bolos únicos. Sua cozinha envolve equipamentos que lembram mais um laboratório de engenharia. A lista de aparatos inclui impressora 3D, softwares de arquitetura, uma máquina fresadora e outra para cortes a laser. Para a finalização, entram ferramentas de construção civil, como pistola para pintura e espátulas. — Primeiramente, algumas ideias surgem em minha mente. Então, imagino qual será o aspecto final do bolo e crio um modelo no computador, que
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materializo usando uma impressora 3D. Preencho este molde mestre com silicone e chego a uma forma onde possa pôr os ingredientes — detalha a chef. Montadas as camadas, ela espera a composição ficar bem gelada para removê-la com facilidade. Feito isso, parte para a decoração com glacê e texturas aveludadas. Parte deste processo é compartilhado por ela em seu site, dinarakasko.com, onde mostra detalhes de seus trabalhos em textos, fotos e vídeos. De tão inusitadas, suas criações têm corrido os quatro cantos da internet — são cerca de 500 mil seguidores no Instagram — e do mundo. A chef já se apresentou em países como França, China e Itália, onde ministrou aulas especiais. Ela adora formas geométricas e vive ligada nas galerias de arte, onde capta ideias novas. Para paleta de cores, prefere as mais básicas, como branco, preto e vermelho.
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— Escolho tons que combinam melhor com cada molde. Mas há uma regra de ouro: se você não sabe como decorar seu bolo ou qual cor usar, aposte no vermelho. Funciona em 100% dos casos — garante ela
Dinara Kasko
Mas, afinal, qual o sabor de tanta invencionice? O repertório básico de ingredientes inclui farinha, açúcar, ovos, leite e gelatina. Já os complementos variam entre caramelo, chocolate, frutas exóticas e baunilha. Para uni-los ao seu design, ela parte de dois conceitos básicos, porém conflitantes. — O primeiro deles é: a aparência é tão importante quanto o sabor. O segundo: o sabor será sempre mais importante que a aparência. A partir destas duas premissas, tento fazer bolos deliciosos e que pareçam bonitos. É o caminho que encontrei para proporcionar um prazer visual e gustativo às pessoas — diz ela. É só ter coragem de partir.
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REPRESENTAÇÃO VISUAL DOS AROMAS DE VINHOS
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RECEITAS MINEIRAS
Tutu de feijão Mineiro (fundo brasa de fogo) O prato é um clássico da cozinha de Minas Gerais e tem origem no período escravista. É uma receita que dá sustança! O tutu leva feijão, cebola, farinha de mandioca, ovos, linguiça, bacon, torresmo, couve e até um pouco de cachaça!
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Receita 1/2 kg de feijão cozido sem tempero 2 cebolas cruas raladas Farinha de mandioca Pimenta do reino 1 colher de sopa de cachaça 2 ovos cozidos 1/2 kg de linguiça frita ou assada no forno 200 g de bacon frito em cubinhos Couve refogada Bata o feijão no liquidificador com o caldo do cozimento. Depois, doure a cebola na gordura do bacon e refogue o feijão com alho amassado. Colocar uma pitada de pimenta do reino, uma colher de cachaça, sal a gosto. Quando abrir fervura, colocar lentamente a farinha de mandioca, mexendo sem parar, até o ponto de um pirão. Em seguida, misturar o bacon frito e a linguiça picadinha. Depois, é só despejar numa tigela e enfeitar com rodelas de ovos cozidos, couve e molho de cebola. Detalhe: o tutu deve ser mole para não ficar seco.
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Feijão Tropeiro Mineiro Uma mistura de feijão cozido, farinha de mandioca, bacon, linguiça e cheiro verde. O nome “tropeiro” remete ao período colonial e era utilizado para designar os homens que transportavam mercadorias a cavalo ou em lombos de burros. Essa era a comida consumida por eles.
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Receita 500 g de feijão 250 g de bacon 250 g de calabresa 5 ovos 1 molho de couve 200 g de farinha de mandioca Tempero (cebola, salsa e cebolinha) a vontade Cozinhe o feijão na panela de pressão (com uma colher de colorau, para “a cor ficar mais bonita”) por 20 minutos. Escorra e lave. Em outra panela, coloque um pouco de óleo e acrescente o tempero, o bacon e a calabresa (ambos já fritos). Em seguida, adicione o feijão sem o caldo, a couve e a farinha de mandioca e misture. O prato está pronto. Um ovo cozido (ou frito, dependendo do gosto) dá o toque final (coloque 1 em cada prato).
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Frango com Quiabo O prato chegou à mesa dos mineiros (e depois, do Brasil) pela influência dos índios. Não tem a melhor das aparências, mas o sabor o tornou um dos pratos mais tradicionais do estado. Receita sal a gosto pimenta a gosto 1 quilo de quiabo cheiro verde a gosto 1 xícara de chá de óleo 5 dentes de alho amassados 1 cebola grande bem picadinha 1 colher de sobremesa de colorau 1 frango inteiro, cortado em pedaços
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Tempere o frango com o alhos amassados, sal, pimenta e colorau. Deixe marinar na geladeira por aproximadamente, 30 minutos. Preparando o quiabo: Lave o quiabo e seque com um pano, deixando-o bem sequinho e pique em rodelinhas finas. Em uma panela, aqueça uma xícara de óleo e acrescente o quiabo picado e deixe refogar até que não tenha mais nenhuma baba, este processo leva cerca de 20 minutos. Mexa de vez em quando, com cuidado para o quiabo não desmanchar e quando estiver sem baba, desligue o fogo, espere amornar e coe, para retirar o óleo e reserve somente o quiabo. Preparando o frango: Em uma panela, aqueça duas colheres de sopa de óleo e doure muito bem a cebola, como se estivesse queimando, junte o frango e deixe -o fritar muito bem. Quando estiver bastante dourado, junte três xícaras de água fervente. Corrija o sal, se necessário, e deixe cozinhar em fogo médio, com a panela semitapadas por mais ou menos 20 minutos, ou até que o frango esteja bem macio. Junte o quiabo reservado e deixe apurar até que fique encorpado, se estiver com muito caldo, aumente o fogo e deixe secar um pouco mais. Por último, junte o cheiro verde.
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Pão de Queijo E, claro, não podia faltar o pão de queijo – um dos maiores presentes da culinária mineira para o Brasil. Existem diversas receitas, mas a autêntica leva o queijo minas.
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Receita 3 xícaras de polvilho doce 1 1/2 xícara de leite ½ xícara de óleo ½ colher (sopa) de sal ½ colher (sopa) de manteiga 3 xícaras de queijo minas meia-cara, ralado 4 ovos Misture o sal e o polvilho numa vasilha grande, reserve. Ferva o leite e o óleo até que os dois se misturem e fique um líquido homogêneo. Misture o líquido fervido com o polvilho e o sal. Misture bem e deixe esfriar um pouco. Aos poucos, vá adicionando os ovos e a manteiga, mexendo bem para os ovos não cozinharem. Adicione o queijo e sove bem até a massa ficar lisinha e brilhante, isso pode demorar alguns minutos. Forme os pãezinhos e coloque-os numa assadeira, separando bem uns dos outros. Asse em forno médio por 25 minutos.
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