Transcendências

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Curadoras Almerinda Silva Lopes e Maria Helena Lindenberg

Exposição de 13 de dezembro de 2010 a 14 de março de 2011 Palácio Anchieta



Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

T772 Transcendências / curadoras: Almerinda Silva Lopes, Maria Helena Lindenberg. – Vitória : Grafitusa, 2010. 64 p. ; il. ; 20 cm.

Exposição de 13 de dezembro de 2010 a 14 de março de 2011, Palácio Anchieta, Secretaria de Cultura do Estado do Espírito Santo (Secult-ES). 1. Arte moderna – Séc. XX – Espírito Santo (Estado). 2. Fotografia – Exposições. 3. Pintura. 4. Escultura. 5. Instalações (Arte). 6. Vídeoarte. 7. Artista. 8. Patrimônio cultural. I. Lopes, Almerinda Silva, curadora. II. Lindenberg, Maria Helena, curadora. III. Secretaria de Cultura do Estado do Espírito Santo. CDD: 709.8152 CDU: 7.036(815.2)


Com a primeira restauração de sua história, o secular Palácio Anchieta ampliou as marcas de seu simbolismo e de importância para os capixabas. Primeiramente, porque, a partir das obras de restauro, configurou-se como um verdadeiro lugar de memória no qual visitantes podem vislumbrar vestígios, peças e estruturas que retratam a trajetória socioeconômica, política e cultural do Estado. A restauração física do conjunto jesuítico, que é sede do Poder Executivo Estadual, também fez da construção um símbolo da restauração político-institucional do Estado, empreendida a partir de 2003, depois de anos e anos de desgoverno – falta de rumo que se refletiu na estrutura e nos usos do Palácio, encontrado depauperado e desonrado pela gestão que ali se articulava até 2002. Além de ter recuperado sua dignidade construtiva, em função do respeito às marcas de sua história, e de ter voltado a ser lugar de respeito político, o Palácio Anchieta teve ainda seus usos ampliados, sempre na direção de estar cada vez mais aberto aos capixabas. Com apenas a permanência no prédio dos serviços ligados ao Gabinete do Governador, os ambientes foram reorganizados, inaugurando um novo tempo no Palácio e tornando-se, também, um espaço cultural de múltiplos usos. Suas dependências, incluindo o Túmulo de Anchieta, os salões e os gabinetes de despachos administrativos, estão abertas a visitas gratuitas e agendadas. A média mensal é de 4.345 visitantes, que também podem apreciar um conjunto de pinturas, mobiliário de época, esculturas, utensílios e objetos de decoração, além de ambientes diversificados. Este catálogo detalha a última mostra do Espaço Cultural do Palácio Anchieta – uma novidade pós-restauração – ocorrida em 2010. Sob a curadoria de Almerinda Lopes e Maria Helena Lindenberg, Transcendências reúne obras de 15 artistas capixabas de diferentes gerações. A mostra se agrega a um conjunto de exposições e eventos artístico-culturais locais, regionais, nacionais e internacionais que movimentaram o Palácio nos últimos meses.


Para marcar a inauguração das obras de restauração, montou-se uma exposição com quadros do acervo permanente do Palácio. Entre novembro de 2009 e fevereiro de 2010, foram expostas, no Salão Afonso Brás, 17 obras de artistas capixabas, nacionais e internacionais. Quase 14 mil pessoas a visitaram. Foi reservado um espaço no Palácio Anchieta com capacidade para receber grandes exposições. De maio de 2009 a outubro de 2010, ocorreram quatro exposições acerca da vida e da obra de expoentes das artes e das ciências: Leonardo da Vinci (31.996 visitantes), Charles Darwin (84.242 visitantes), Michelangelo (55.637 visitantes) e Albert Einstein (56.430 visitantes até setembro). Com a reconstrução político-administrativa do Estado do Espírito Santo e a restauração do Palácio Anchieta, tal conjunto arquitetônico não apenas retoma seu lugar de referência na vida política e institucional dos capixabas, mas também se afirma como um lugar de fruição artístico-cultural, fazendo jus à sua trajetória de quase cinco séculos de história. No novo Espírito Santo conquistamos um Palácio Anchieta restaurado, que coloca o conjunto de natureza jesuítica como um legado do passado, um patrimônio do presente e uma janela para um futuro cada vez melhor, alcançado por meio da política da qualidade, da arte, da cultura e da ciência.

Paulo Hartung Governador do Estado do Espírito Santo



SUMÁRIO

TRANSCENDÊNCIAS Almerinda Silva Lopes Maria Helena Lindenberg

artistas Erlon Peres-Wanderley Fernando Augusto Hilal Sami Hilal Ivanilde Brunow João Wesley Jocimar Nalesso Júlio Schmidt Júlio Tigre Luiz Leite Marcus Vinícius Mauricio Salgueiro Miro Soares Orlando Farya Paulo Vivacqua Piatan Lube

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Biografias

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Ficha catalográfica

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créditos

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transcendĂŞncias Curadoras Almerinda Silva Lopes e Maria Helena Lindenberg

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A mostra Transcendências encerra a programação de 2010 do Espaço Cultural do Palácio Anchieta. O conjunto de obras apresentado, de autoria de 15 artistas capixabas pertencentes a diferentes gerações, reafirma a infinita gama de procedimentos, pensamentos visuais, atitudes estéticas e criativas em vários domínios artísticos, que vão desde as faturas artesanais às tecnologias eletromecânicas e digitais. A mostra redimensiona e potencializa, ainda, o significado simbólico e sacralizado do lugar, evocando tempos e memórias que nele se entrecruzam e se imbricam como num palimpsesto. Símbolo dos poderes religioso e político, esse conjunto arquitetônico abrigou em sua origem a antiga Igreja de São Tiago, que, conjuntamente com a residência e o colégio, foi o mais grandioso empreendimento jesuítico edificado no Estado e um dos mais importantes conjuntos da mesma ordem religiosa no País. Além de símbolo da fé, o monumento agrega, também, desde a sua origem, um viés político, pois foi o propagador não apenas de preceitos religiosos, mas também o difusor de valores morais e culturais transplantados da Europa, que deveriam ser assimilados pela sociedade capixaba em processo de formação. Foi como sede do governo estadual que o antigo conjunto jesuítico se requalificou e se adaptou aos novos tempos, assimilando outros sentidos e vislumbrando novos horizontes, tornando-se símbolo da obstinação e da perseverança política. Ao partilhar generosamente com a população capixaba e com os artistas a expressiva parte desse magnífico patrimônio arquitetônico, equipando-o e concedendo-lhe condições para transformá-lo em espaço cultural, o governador Paulo Hartung escriturava uma nova história de pertencimento e de significação do Palácio Anchieta e possibilitava seu redimensionamento e sua constante atualização por meio de novos usos, de atividades criativas e de ações reflexivas. Apesar de sua curta existência, o Espaço Cultural do Palácio Anchieta já disponibilizou ao público importantes eventos científicos e artísticos de âmbito nacional e internacional. As diferentes propostas até então apresentadas confirmaram que arte e ciência são, desde o início da Era Moderna, domínios não antagônicos ou que se estranham, mas conhecimentos que dialogam, interagem e se completam. Foi o que puderam atestar aqueles que tiveram oportunidade de interpelar e interagir na exposição inaugural com as fantásticas máquinas e com outras invenções científicas desenvolvidas pelo artista renascentista italiano Leonardo da Vinci, ou nas demais exposições que a sucederam. As mostras aqui apresentadas também possibilitaram ao público conjeturar sobre o significado da curiosidade, da sensibilidade, da perseverança, do intelecto e da criatividade para potencializar e distender o percurso e os limites da arte e da ciência.

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Os avanços da ciência moderna, especialmente a partir do Século XIX, estreitaram ainda mais sua reciprocidade com a arte. O aumento dos investimentos no âmbito industrial repercutiu em diferentes domínios: eletricidade, matemática, física, química, psicanálise, fotografia, cinema; o que tornou possível também aos artistas imprimir novos rumos aos respectivos projetos criativos e modificar radicalmente os paradigmas artísticos. A interação arte-ciência-tecnologia permitiu a emancipação da arte de um caráter meramente visual e se reverteu em uma outra maneira de pensar e de ordenar a experiência estética. Isto potencializou a autonomia do objeto artístico e lhe atribuiu novas possibilidades conceituais, cognitivas e sensórias. A recíproca também é verdadeira, se considerarmos, por exemplo, o significado que exerceram as obras de arte, de modo especial a pintura, para os estudos sobre as imagens, os símbolos e os signos desenvolvidos por psicanalistas, como Freud e Jung, para não mencionar outros casos. O atraso e a incipiência da ciência e da técnica no nosso País tornavam muito elevados os custos de produção e nos mantiveram inteiramente dependentes das tecnologias de ponta e do processo de inovação internacional, mais notadamente entre as décadas de 1950 e 1970. Todavia, isso não impediu que alguns artistas brasileiros adquirissem, desde essa época, materiais industriais em lojas especializadas para construírem obras/máquinas dotadas de movimento, luz e som, recorrendo a recursos eletromecânicos concebidos por eles próprios. Os artistas que dispunham de conhecimentos de engenharia puderam engendrar mecanismos inusitados a fim de impulsionarem obras de diferentes concepções formais, calibres de complexidade e de funcionamento. Em contrapartida, aqueles que não os possuíam recorreram à ajuda de técnicos especializados para concretizar o funcionamento das obras cinéticas. Entre os primeiros, merece destaque Mauricio Salgueiro, ao construir ainda no início dos anos 60 os primeiros objetos dotados de luz, som e movimento, com alguns dos quais o público poderá interagir na mostra Transcendências. A historiografia da arte atribuiu ao americano Dan Flavin a primazia de ter sido pioneiro isolado na elaboração de trabalhos que recorriam a lâmpadas de néon, em obras seminais datadas de 1964. Deve-se ressaltar que na mesma época Mauricio Salgueiro executou e expôs os primeiros objetos luminosos com lâmpadas elétricas coloridas (similares aos apresentados nesta mostra), embora, ao que tudo indica, ambos os artistas desconhecessem a experiência um do outro. Para a formulação de seu extenso, ousado e inacabado projeto poético, denominado Urbis, que remete aos problemas cotidianos das cidades modernas, Sal-

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gueiro construiu objetos heteróclitos de natureza sinestésica, que se movimentam sob diferentes maneiras e emitem luz, som e cheiro. Essas obras cinéticas possuem diferentes formatos e dimensões e foram construídas com uma gama de materiais industriais: fios elétricos, interruptores, isoladores, semáforos, buzinas, sirenes, madeira, chapas de aço, ferro, acrílico, motores. Essas criações surpreendem tanto pela potência inventiva quanto pela ironia mordaz. Nascido em Vitória, Salgueiro se transferiu com a família para a então Capital Federal, ingressou no curso de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e abandonou os estudos ao perceber que o curso não lhe oferecia perspectivas de exercitar livremente a vocação criativa. Definiu-se pela Escola de Belas Artes, na mesma Universidade, formando-se em Escultura. Paralelamente à atividade artística atuou, por muitos anos, como docente na mesma instituição e também na antiga Escola de Belas Artes do Espírito Santo, embora residindo no Rio de Janeiro. Foi também na capital fluminense que ele construiu uma sólida e coerente carreira artística, angariando reconhecimento nacional e internacional. Pelo transcurso de seus 80 anos de vida, a exposição Transcendências presta homenagem ao escultor capixaba com uma sala especial, tributo de seus conterrâneos à ousadia e à originalidade de um projeto poético que não envelheceu e manteve sua jovialidade e sua vitalidade. A mostra é integrada por mais 14 artistas de diferentes graus de experiência e de reconhecimento: Erlon Peres-Wanderley, Fernando Augusto, Hilal Sami Hilal, Ivanilde Brunow, Luiz Leite, João Wesley, Jocimar Nalesso, Júlio Schmidt, Júlio Tigre, Marcus Vinícius, Miro Soares, Orlando Farya, Paulo Vivacqua e Piatan Lube. Alguns são autores de linguagens poéticas e trajetórias já consolidadas e suas produções transitam pelo meio artístico nacional e internacional. Outros são ainda jovens iniciantes que sequer completaram sua formação artística na universidade federal local, mas a maturidade, a coerência e a atualidade das suas gramáticas poéticas convenceram a curadoria a acreditar no seu potencial. Ao colocá-los lado a lado com alguns dos mais experimentados e talentosos conterrâneos, a intenção é de incentivá-los a perseverarem e a aumentarem a produção, os fundamentos básicos para o desenvolvimento e a consistência das suas trajetórias profissionais. As escolhas da curadoria não visaram a estabelecer analogias ou aproximações entre as diferentes praxes, haja vista a heterogeneidade dos léxicos e a maneira peculiar de como alguns artistas hibridizam os meios e os materiais nas obras desta mostra. Salvaguardadas as especificidades técnicas, formais e poéticas, parece ser possível pontuar alguma herança salgueirana em determinadas

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produções que utilizam materiais industriais e manipulam fontes de luz. Balizando-se nos conceitos de liberdade e de autonomia, os artistas do nosso tempo se apropriam e se propõem a reordenar o repertório que é extraído de fontes e de tempos diversos. Elegem gramáticas figurativas ou abstratas, alocam imagens da memória, da imaginação e dos meios de comunicação de massa. A diversidade de proposições, que se voltam à captação ou à manipulação de diferentes fontes de luz, orientou o conceito da mostra e se constitui no seu eixo iterativo. A luz se manifesta em alguns trabalhos como cor ou, ainda, como estruturadora da matéria pictórica. Em outras, reverbera e se propaga no espaço como cor-luz, tornando-se elemento simbólico: fonte de vida e de energia, superação e renascimento, ausência e presença, revelação e transcendência, evocação do tempo e da memória, a exemplo da instalação de João Wesley. Recorrendo à pintura, ao objeto, à fotografia, ao vídeo, à instalação ou à performance, nossos artistas encontram uma maneira própria de captar ou produzir imagens, confrontar situações, gerar contradições ou paradoxos, lançar um olhar sensível ou inquiridor sobre diferentes territórios e paisagens próximas ou distantes por onde transitam. Eles descobrem, reconhecem e exploram lugares desconhecidos para demarcarem seu modo de ser e estar no mundo, como ocorre nos trabalhos de Piatan Lube, Marcus Vinícius e Miro Soares. Para documentar o livre trânsito que empreendem por diferentes latitudes esses jovens artistas recorrem aos meios tecnológicos. Hilal Sami Hilal cria instalações com enormes livros cujas páginas se abrem, desdobram-se e deslizam sinuosamente pelo espaço, num movimento dançante de uma ritmada coreografia. Nessas páginas parece estar escriturada, poética e simbolicamente, toda a sabedoria do mundo. A fluência, a leveza e a translucidez das formas e dos volumes, bem como a musicalidade dos trabalhos de autoria de Paulo Vivacqua, evocam um cenário ritualístico, ou mesmo exorcista, no sentido em que evocam tempos, memórias e histórias desfocadas ou que já se dissiparam. Manipulando elementos naturais como o ar, a água e o fogo, mas também realocando o tempo e o sentido da vida através da luz e do desnudamento do próprio corpo, nossos artistas formulam narrativas visuais que subvertem a ordem natural das coisas, lançando sobre elas um olhar poético e transfigurador. Ao flagrar um campo de girassóis em vigília à meia-noite, provocada pelos lampejos da lua cheia na Alemanha, Miro Soares estabelece uma estrita relação arte-vida, mas

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seu principal objetivo é criar uma atmosfera misteriosa, densa, sombria e inusitada. Fernando Augusto apresenta imagens captadas num dia chuvoso em Vitória, misturando-se anonimamente aos passageiros de um coletivo para explorar a reverberação da luz e a não fixidez das formas. Orlando Farya espera com a paciência de um monge budista o melhor momento de registrar a incandescência e a desmaterialização da paisagem pelo sol/fogo em pleno cair da tarde no Egito.

Os artistas participantes da mostra Transcendências produzem um repertório diversificado de formas e de imagens, criam instalações orquestradas por materiais densos ou fluidos, opacos ou transparentes, fazendo-os deslizar, flanar, emitir sons, reverberar poeticamente no espaço, invocando um fluxo de memórias, tempos, ideias e percepções. Ivanilde Brunow, Luiz Leite, Jocimar Nalesso, Júlio Tigre e Júlio Schmidt optam por se expressarem recorrendo à artesania e aos suportes e materiais tradicionais. Articulando diferentes processos e laboratórios experimentais, eles produzem uma imagética pictórica de tendência abstrata ou mesmo figurativa que tanto resulta do olhar que lançam sobre o mundo ao seu redor, como parece ter sido arrancada da imaginação ou da subjetividade. Júlio Tigre cria pinturas impuras ou híbridas, sobrepondo imagens extraídas de fontes diversas. Em alguns casos interfere sobre o campo visual com signos verbais, fazendo migrar para a tela palavras que perdem, assim, sua semântica, transformando-se em signos visuais. Erlon Peres-Wanderley elabora pinturas/objetos que rompem a bidimensionalidade, recorrendo à colagem e à inserção de uma gama de materiais que corporificam ou adensam o campo pictórico. Seu trabalho prolonga ou distende algumas formas, fazendo-as ultrapassar o campo retangular ou quadrado da tela, projetando-se no espaço circundante. Grande parte das formulações artísticas presentes nesta mostra reafirma a crise do purismo formal e visual, iniciada na segunda metade do século passado, mas também revela como os artistas de nosso tempo lidam com a questão da autonomia e da desmaterialização da arte. Se a quebra dos paradigmas artísticos diluiu as tradicionais categorias estéticas, fazendo com que a arte se hibridizasse com diferentes processos e linguagens, tornando-se fluida, reflexiva, ficcional, paradoxal, também preconizou o surgimento de um fruidor ativo, disposto a dialogar, instigar, interagir de maneira criativa ou lúdica com objetos, tal como propõe Mauricio Salgueiro. Ao tocar e acionar as obras, o interlocutor evita que elas se apaguem e feneçam, restituindo-lhes a vida. Almerinda Lopes e Maria Helena Lindenberg Curadoras

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Erlon Peres-Wanderley

Mitologia, 2010 PelĂşcia, arame e linha s/madeira 100 x 120 cm (sem os apĂŞndices)

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Fernando Augusto

S茅rie Deslocamento, 2009/2010 Vit贸ria, ES Fotografia digital 70 x 116,9 cm

S茅rie Deslocamento, 2009/2010 Vit贸ria, ES Fotografia digital 70 x 116,9 cm

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S茅rie Deslocamento, 2009/2010 Vit贸ria, ES Fotografia digital 70 x 140,2 cm

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Hilal Sami Hilal

Sherazade, 2007/2010 Instalação com 1000 x 300 cm, composta de livros de papel industrial de dimensþes variadas.

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Ivanilde Brunow

Dança das Estações I, 2010 Acrílica, resina, carvão s/tela 112 x 112 cm

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João Wesley

Tropical light, 20”16’24.95” S, 40”16’40.93” O., 2010 Instalação luminosa (metal, lâmpadas de néon e areia) 800 x 100 x 8 cm

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Jocimar Nalesso

Série Memória no Vazio 01, 2009/2010 Instalação com pintura e objeto (pigmento em pó diluído em água sobre tela e madeira de canela parda) 145x90 cm (tela) e 89 x 39 x 34 cm (objeto)

Série Memória no Vazio 04, 2009 Pigmento em pó diluído em água sobre tela 145 x 90 cm

Série Memória no Vazio - Casa Soído de Baixo I, 2010 Pigmento em pó diluído em água sobre tela 172 x 224 cm

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Júlio Schmidt

Reposição – Textos, 2010 Acrílica sobre tela (políptico composto por 25 telas de 15 x 15 cm cada) 75 x 75 cm

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JĂşlio Tigre

CĂŠu e Terra, 2010 Mista, vidro e lona sobre madeira. 104 x 101 cm

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Luiz Leite

O Pulo, 2009 Ă“leo sobre tela 140 x 160 cm

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Marcus Vinícius

A Imensidão Íntima Registro de performance realizada no “VIII International Festival of Experimental Arts” – São Petersburgo/Rússia, 2010. Registro fotográfico efetuado por Maria Fedorova 97,5 x 130 cm

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Marcus Vinícius | Vídeo

O imprevisível, o acaso e o que não se sabe. Registro de performance realizada na Ilha da Pólvora (Vitória – ES), com a colaboração de Monica Nitz e Yury Aires, 2010. Registro em vídeo: Monica Nitz Duração: 01’26’’

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Mauricio Salgueiro

Escultura Luminosa 8, 1967 Madeira, lâmpadas fluorescentes e socorro eletromecânico. 193 x 60 x 60 cm

Escultura Luminosa 3, 1964 Ferro, madeira, lâmpadas fluorescentes e socorro eletromecânico. 175 x 57 x 57 cm

Escultura Luminosa 4, 1964 Ferro, madeira, lâmpadas fluorescentes e socorro eletromecânico 117 x 63 x 57 cm

Escultura Luminosa 2, 1963/1964 Ferro, madeira, lâmpadas fluorescentes e socorro eletromecânico. 170 x 57 x 57 cm Acervo do Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo

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Miro Soares

Sunflowers at midnight [Girassóis à meia-noite], 2010 Alemanha Fotografia em backlight 190 x 300 cm

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Miro Soares | Vídeo

Cartographies on the seas I [Cartografias nos mares I], 2010 Noruega Vídeo HD Duração: 10’

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Orlando Farya

Margeando o Rio Nilo, 2010 Instalação com fotografia digital e display 374 x 450 cm (fotografia) e 160 x 58 cm (display)

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Paulo Vivacqua

Vulto, 2010 Instalação com plástico bolha, alto falante e CD Player 750 cm

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Piatan Lube


Prospecções, 2010 Instalação com fragmentos de fotografias das ruínas de Piapitangui (Viana, ES) Dimensões variadas


Biografias

Erlon Peres-Wanderley Manaus/AM – 1975 Graduado em Administração de Empresas pelo Centro Universitário Vila Velha – UVV; graduando em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes. Vive e trabalha em Vila Velha/ES.

Fernando Augusto Itanhém/BA – 1960 Graduado em Artes Plásticas pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG; mestre e doutor em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica – PUC/SP e D.E.A. Diplôme des Études Approfundies, Université Paris I Sorbonne, França. Vive e trabalha em Vitória/ES.

Hilal Sami Hilal Vitória/ES – 1952 Graduado em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes; fez cursos de papel feito à mão em Ogawa Shi e Shuzende/Japão. Vive e trabalha em Vitória/ES.

Ivanilde Brunow Itaguaçu/ES – 1945 Graduada em Línguas e Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Colatina/ES; estudou pintura, desenho

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e gravura na Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Vive e trabalha atualmente em Connecticut/EUA.

João Wesley de Souza Guaçuí/ES – 1957 Mestre em Linguagens Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Vive e trabalha em Vitória/ES.

Jocimar Nalesso Alfredo Chaves/ES – 1971 Graduado em Pedagogia pela Faculdade de Domingos Martins – Urses; graduando em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes. Vive e trabalha em Marechal Floriano/ES.

Júlio Schmidt Domingos Martins/ES – 1964 Graduado em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo - Ufes. Vive e trabalha em Vitória/ES.

Júlio Tigre Carangola/MG – 1960 Graduado em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes; doutorando no programa Lenguages y Poéticas en el Arte Contemporaneo na


Universidad de Granada, Espanha. Vive e trabalha em Vitória/ES.

Luiz Leite Belo Horizonte/MG – 1962 Graduado em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes; é especialista em Desenho na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Vive e trabalha em Vitória/ES.

Marcus Vinícius Vitória/ES – 1985 Licenciado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes; doutorando em Arte Contemporânea Latino-Americana na Universidad Nacional de La Plata/UNLP, Buenos Aires/ Argentina. Vive e trabalha em Vitória/ES.

Mauricio Salgueiro Vitória/ES – 1930 Graduado e pós-graduado pela Escola Nacional de Belas Artes da Universidade do Brasil (hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ); especialista em metais na Académie du Feu, Paris, e na Bromlay Art School, Londres. Vive e trabalha no Rio de Janeiro/RJ.

Miro Soares Mantena/MG – 1981 Mestre em Artes e Mídias Digitais pela Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne onde é doutorando em Artes e Ciências da Arte. Vive e trabalha atualmente em Paris/ França.

Orlando da Rosa Farya Vitória/ES – 1957 Licenciado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes; mestre em História Social da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC/Rio. Vive e trabalha em Vitória/ES.

Paulo Vivacqua Vitória/ES – 1971 É músico de formação erudita e atua como artista plástico. Vive e trabalha no Rio de Janeiro.

Piatan Lube Belo Horizonte/MG – 1985 Graduando em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes. Vive e trabalha em Viana/ES.

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Ficha catalográfica

Erlon Peres-Wanderley Mitologia, 2010 Pelúcia, arame e linha sobre madeira 100 x 120 cm (sem os apêndices)

Fernando Augusto Série Deslocamento, 2009/2010 Vitória, ES Fotografia digital 70 x 140,2 cm

Erlon Peres-Wanderley Quadro de Pelúcia, 2009 Pelúcia e algodão sobre madeira 80 x 60 cm (sem o apêndice)

Hilal Sami Hilal Sherazade, 2007/2010 Instalação com 1000x300 cm, composta de livros de papel industrial de dimensões variadas.

Erlon Peres-Wanderley Fungos, 2009

Ivanilde Brunow Dança das Estações I, 2010 Acrílica, resina, carvão sobre tela 112 x 112 cm

Chapa de alumínio, Espuma Vinílica Acetinada, arame, linha de algodão, foam board, pregos e esmalte sintético sobre mdf

135 x 105 cm

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Fernando Augusto Série Deslocamento, 2009/2010 Vitória, ES Fotografia digital 70 x 116,9 cm

Ivanilde Brunow Dança das Estações II, 2010 Acrílica, resina e carvão sobre tela 112 x 112 cm

Fernando Augusto Série Deslocamento, 2009/2010 Vitória, ES Fotografia digital 70 x 116,9 cm

João Wesley de Souza Tropical light, 20”16’24.95” S, 40”16’40.93” O., 2010 Instalação luminosa (metal, lâmpadas de néon e areia) 800 x 100 x 8 cm


Jocimar Nalesso Série Memória no Vazio 01, 2009/2010 Instalação com pintura e objeto (pigmento em pó diluído em água sobre tela e madeira de canela parda)

Júlio Schmidt Reposição – Arquitetura, 2010 Acrílica sobre tela (políptico composto por 162 telas de 15x15 cm cada) 90 x 405 cm

145 x 90 cm (tela) e 89 x 39 x 34 cm (objeto)

Jocimar Nalesso Série Memória no Vazio 04, 2009 Pigmento em pó diluído em água sobre tela 145 x 90 cm

Júlio Tigre Céu e Terra, 2010 Mista, vidro e lona sobre madeira. 104 x 101 cm

Jocimar Nalesso Série Memória no Vazio - Casa Soído de Baixo I, 2010

Júlio Tigre Química 3, 2010 Mista sobre celulose e madeira 82 x 101 cm

Pigmento em pó diluído em água sobre tela

172 x 224 cm

Júlio Schmidt Reposição – São Sebastião, 2009 Acrílica sobre tela (políptico composto por 30 telas de 15x15 cm cada) 90 x 75 cm

Júlio Tigre Química 4, 2010 Mista sobre celulose e madeira 82 x 101 cm

Júlio Schmidt Reposição – Textos, 2010 Acrílica sobre tela (políptico composto por 25 telas de 15x15 cm cada) 75 x 75 cm

Luiz Leite O Pulo, 2009 Óleo sobre tela 140 x 160 cm

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Ficha catalográfica

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Luiz Leite Noite de Sábado, 2009 Óleo sobre tela 100 x 140 cm

Marcus Vinícius

Marcus Vinícius A Imensidão Íntima Registro de performance realizada no “VIII International Festival of Experimental Arts” – São Petersburgo/ Rússia, 2010. Registro fotográfico efetuado por Maria Fedorova. 97,5 x 130 cm

Registro em vídeo: Monica Nitz Duração: 01’26’’

Marcus Vinícius Sem Título, 2010 Da série Diário de Passagem Bolsheokhtinskly Bridge - São Petersburgo/Rússia. Fotografia digital 97,5 x 130 cm

Mauricio Salgueiro Escultura Luminosa 3, 1964 Ferro, madeira, lâmpadas fluorescentes e socorro eletromecânico 175 x 57 x 57 cm

Marcus Vinícius Sem Título, 2010 Da série Diário de Passagem Nevsky Prospekt - São Petersburgo/ Rússia. Fotografia digital 97,5 x 130 cm

Mauricio Salgueiro Escultura Luminosa 4, 1964 Ferro, madeira, lâmpadas fluorescentes e socorro eletromecânico 117 x 63 x 57 cm

O imprevisível, o acaso e o que não se sabe. Registro de performance realizada na Ilha da Pólvora (Vitória/ES), com a colaboração de Monica Nitz e Yury Aires, 2010.

Mauricio Salgueiro Escultura Luminosa 8, 1967 Madeira, lâmpadas fluorescentes e socorro eletromecânico 193 x 60 x 60 cm


Mauricio Salgueiro Escultura Luminosa 2, 1963/1964 Ferro, madeira, lâmpadas fluorescentes e socorro eletromecânico 170 x 57 x 57 cm Acervo do Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo

Orlando da Rosa Farya Margeando o Rio Nilo, 2010 Instalação com fotografia digital e display 374 x 450 cm (fotografia) e 160 x 58 cm (display)

Miro Soares Sunflowers at midnight [Girassóis à meianoite], 2010 Alemanha Fotografia em backlight 190 x 300 cm

Paulo Vivacqua Vulto, 2010 Instalação com plástico bolha, alto falante e CD Player 750 cm

Miro Soares Sunflowers at midnight [Girassóis à meianoite], 2010 Alemanha Fotografia em backlight 190 x 300 cm

Piatan Lube Prospecções, 2010 Instalação com fragmentos de fotografias das ruínas de Piapitangui (Viana/ES) Dimensões variadas

Miro Soares Cartographies on the seas I [Cartografias nos mares I], 2010 Noruega Vídeo HD Duração: 10’

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REALIZAÇÃO

Exposição

Governador do Estado do Espírito Santo

Paulo César Hartung Gomes

CURADORIA

Vice-Governador do Estado do Espírito Santo

Almerida Silva Lopes Maria Helena Lindenberg

Ricardo de Rezende Ferraço EXhiBITION DESIGN Secretária de Estado da Cultura

Fabrício Coradello

Dayse Maria Oslegher Lemos DESIGN GRÁFICO Subsecretário de Estado da Cultura

Vinícius Guimarães

Erlon José Paschoal ILUMINAÇÃO Subsecretária de Estado de Patrimônio Cultural

Antônio Mendel

Anna Luzia Lemos Saiter MONTAGEM Gerente de Ação Cultural

Equipe Tuca Sarmento

Mauricio José da Silva IMPRESSÕES / LIGHT BOX GERÊNCIA DO PALÁCIO ANCHIETA

Impressa Comunicação e Design

Áurea Lígia Miranda Bernardi PREPARAÇÃO DE ESPAÇO

LCM IMPRESSÕES FOTOGRÁFICAS

Vitória Fine Art Instituto Sincades FOTOGRAFIA PARA CATÁLOGO PRESIDENTE DO INSTITUTO SINCADES

Sagrilo

Idalberto Luiz Moro REVISÃO DE TEXTO

Dorval Uliana

Paulo Gois Bastos Luiz Cláudio Kleaim

GERENTE EXECUTIVO

ANALISTA DE PROJETOS

EQUIPAMENTO

Denise Modolo de Assunção

CBTech

ASSISTENTE DE PROJETOS

TRANSPORTE

Livia Brunoro

Millenium PRODUÇÃO EXECUTIVA

Márcia Domingues PRODUÇÃO

Vitória-ES, dezembro de 2010

Casa do Lago



Parceria:

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realização:

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