Cinemovie - Second Edition

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CINEMOVIE Edição nº 2 R$7,00




Caro leitor, seja bem vindo a mais uma edição da CineMovie! Nesta edição iremos falar de grandes grandes assuntos do cinema mundial!

Outro assunto que estará em nossa segunda edição é sobre a volta dos monstrinhos mais queridos do cinema que irá entra em cartaz no próximo mês com a animação “Universidade dos Monstros” que irá revelar como Mike e Sulivan se conheceram. Iremos discutir sobre o fraco encerramento para a triologia da comédia “Se Beber não Case”. Uma entrevista pra lá de interessante com a Senior Rigger Laurie Brugger, contando sua vinda ao Rio de Janeiro onde palestrou no maior espetáculo de Computação Gráfica da América Latina, o CG Extreme. E concluindo, iremos saber como tudo começou sobre a história do grande sucesso nacional “Minha Mãe é uma Peça” do ator e comediante Paulo Gustavo. Boa leitura e divirta-se!

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Na matéria de capa iremos falar sobre o sucesso Homem de Ferro, que por sua vez está em sua ultima edição nas telonas! Na trama o gênio excêntrico, bilionário e filantropo Tony Stark é o super-herói da armadura conhecido como Homem de Ferro. Tentando relaxar após os atos heroicos e quase fatais que o Homem de Ferro empreendeu para salvar a cidade de Nova York da aniquilação, Tony se vê incapaz de dormir e sofre com preocupações e inquietações. Quando seu mundo é destruído e aqueles que ele ama são ameaçados, Tony precisa achar um meio de salvá-los— e no processo reencontrar a si mesmo.


Capa Especial Homem de Ferro! Relembre toda a história desse grande sucesso!

DESTAQUES Universidade Monstros Em Universidade Mosntros iremos descobrir como Mike e Sulivan se conheceram!

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ENTREVISTA Laurie Brugger, falando sobre sua vinda ao Brasil!

24 De frente com dona herminia Fique por dentro do que vai rolar no grande sucesso de Paulo Gustavo: “Minha Mãe é uma Peça”!

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s monstros Mike and Sulley estão de volta 12 anos depois do lançamento de Monstros S.A. A nova animação da Pixar mostra a vida dos amigos antes dos acontecimentos do primeiro filme, quando eles foram para a universidade para aprender a asustar as pessoas. Quando se conheceram na universidade, estes dois monstros se detestavam. O longa revela o segredo de como Mike e Sulley superaram suas diferenças e se tornaram grandes amigos. Com Jennifer Tilly, Steve Buscemi e Kelsey Grammer entre os dubladores. A direção é do novato Dan Scanlon, e o roteiro continua com AndrewStanton, responsável pelo primeiro longa.


Aproveitando o lançamento de “Universidade Monstros” (Monsters University) em 21 de Junho de 2013, a Disney e a Pixar resolveram adiantar o relançamento em 3D de “Monstros S.A.” (Monsters, Inc.) para o final deste ano. Segundo o Deadline, a nova data de estreia nos Estados Unidos é 19 de Dezembro (originalmente o relançamento seria em Janeiro de 2013). Por enquanto, no Brasil, a reestreia do filme convertido para o formato 3D continua programada para Fevereiro de 2013. Com direção de Peter Docter, “Monstros S.A.” foi lançado em 2001, e conquistou o Oscar de Melhor Canção Original. O elenco da animação possui nomes conhecidos, como John Goodman (Sulley) e Billy Crystal (Mike). A história mostra o astro do susto, Sulley, e seu falante assistente, Mike, que trabalham na Monstros S.A., a maior fábrica de processamento de gritos da cidade de Monstrópolis. A principal fonte de energia do mundo dos monstros provêm da coleta dos gritos das crianças humanas. Os monstros acreditam que as crianças são tóxicas, e entram em pânico quando uma menininha invade seu mundo. Sulley e Mike fazem de tudo para levar a garota de volta para casa, mas enfrentam desafios monstruosos e algumas situações hilárias em suas atrapalhadas aventuras.

Fonte: http://www.infoanimation.com.br

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Fonte: http://saladadecinema.com.br


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que se faz depois de pisar na lua? É mais ou menos essa a complexa questão que a Marvel tenta responder com o lançamento de “Homem de ferro 3”. A lua, no caso, é “Os vingadores”, sucesso acachapante de público que rendeu mais de U$ 1,5 bilhão nas bilheterias de todo mundo e consolidou a Marvel como a casa das ideias também no cinema. Um projeto como “Os Vingadores” era utópico para quem olhasse tanto para a Marvel, engatinhando em matéria de cinema, ou mesmo para os filmes de super-heróis, há dez anos. Hoje, depois de ter chegado à lua, o desafio da Marvel é muito maior. Primeiro porque seus filmes estão mais caros, ainda que os personagens estejam consolidados no cinema, a pressão por rendimentos estratosféricos é grande. Um filme que não passe do meio bilhão de dólares corre

o risco de comprometer toda a estrutura financeira do estúdio. Paralelamente a isso, a Marvel já promove a engenharia do segundo Os Vingadores e, a exemplo do que aconteceu antes, os filmes solo de seus personagens devem exercer papel fundamental nessa construção. A pergunta é: Como fazê-lo? Sim, porque outra investida do estúdio nessa nova safra de filmes é a mudança de tom. O primeiro trailer de “Thor: um mundo sombrio” revela que o filme está concebido para ser um épico. O terceiro homem de ferro é mais político e humano e como Os vingadores, diversão escapista, se encaixaria nesse contexto? São perguntas que serão respondidas nos próximos três anos – “Os Vingadores 2” está previsto para 2015 – e suscetíveis a mudanças de percurso fomentadas por recepção de público e crítica aos filmes que serão lançados em 2013.

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Ao desenvolver a história de Homem de Ferro 3 (Iron Man 3), da Marvel, o produtor Kevin Feige queria garantir que ela fosse não só uma evolução natural ousada para Tony Stark, mas que também estivesse alinhada com os eventos anteriores do Universo Cinemático Marvel. “O eletrizante sobre Homem de Ferro 3 (Iron Man 3), é que não é apenas o auge dos dois primeiros filmes, mas também uma sequência de The Avengers - Os Vingadores da Marvel (The Avengers)”, diz Feige. “É uma das primeiras situações em que você tem um filme que é uma sequência de dois filmes diferentes e, de certa forma, isso o liberta para ser mais singular do que qualquer outro feito anteriormente, motivo pelo qual estamos muito empolgados.” Feige continua: “Tony Stark é um homem que empreende uma jornada e evolui como personagem. Quando o encontramos em Homem de Ferro 1 (Iron Man 1), ele era um sujeito arrogante que fazia armas e que passou por uma mudança de vida quase que instantânea, um acidente dramático, ao ser atingido por um de seus próprios mísseis no Afeganistão. Isso o levou a construir o traje do Homem de Ferro e a sair do jogo das armas. Homem de Ferro 2 (Iron Man 2) testa essa decisão enquanto ele enfrenta um evento com potencial para mudar o mundo - que não só inclui ver os poderes de outros super-heróis, mas também ter um portal para outro mundo aberto sobre sua cabeça”. Para a história de Homem de Ferro 3 (Iron Man 3) da Marvel, os cineastas decidiram adotar um tom “de volta às origens” em que eles pudessem explorar o que Tony Stark faria se todo seu dinheiro e brinquedos fossem tirados dele e ele fosse forçado a encontrar uma maneira de voltar a ser um super-herói.

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Fonte: http://www.cinepop.com.br


“Logo no início do desenvolvimento, nós falamos sobre a ideia de levar Tony Stark de volta às origens porque queríamos vê-lo usando apenas o cérebro”, explica o produtor executivo Louis D’ Esposito. “Você fica querendo ver o que ele é capaz de fazer quando as probabilidades estão contra ele e isso faz você imaginar: ‘Como ele vai sair dessa?’.” O produtor executivo Stephen Broussard explica a decisão dos cineastas de misturar duas histórias no filme. “Há duas histórias clássicas que foram contadas nos quadrinhos do Homem de Ferro — uma é mais antiga e a outra é mais moderna”, explica Broussard. “A mais antiga é com um personagem chamado Mandarin, e ele é um dos mais famosos vilões da franquia. O personagem é dos anos 1960 e nós queríamos que Shane [Black] e Drew [Pearce] pegassem essa ideia e a tornasse mais contemporânea para as plateias de hoje.”

ideia de que Tony Stark vestia uma armadura de ferro e, de certa forma, se escondia dentro dela”, diz o diretor Shane Black. “O personagem não explicaria dessa forma, mas era bem esse o caso. Com as pessoas Extremis, você sempre tinha a sensação de que elas estavam queimando por dentro. Então uma delas poderia, na verdade, dizer a Tony, por exemplo: ‘você guia um carro, eu sou o carro’.” Há muito ódio de Os Vingadores - The Avengers da Marvel (The Avengers) para alimentar a trajetória de Tony Stark também. Antes de Os Vingadores - The Avengers da Marvel (The Avengers), Tony Stark achava que ele era o único super-herói no mundo e em Homem de Ferro 3 (Iron Man 3) ele terá que lidar com a revelação de que ele não é único.

“Tony é um cara com uma mente muito científica, que achou que tinha atingido o ápice em termos de inovação científica, mas de repente Broussard acrescenta: “Nós também queríamos se deu conta, naqueles breves momentos no combinar isso com outra narrativa dos quadrinhos final de Os Vingadores (The Avengers), que há chamada Extremis, que foi lançada pouco uma infinidade de coisas que ele não conhece”, tempo antes do primeiro filme do Homem de diz o produtor executivo Stephen Broussard. Ferro em 2008. Ela fala sobre o aprimoramento “Isso o faz se sentir pequeno de certa maneira, biológico de humanos, e Tony precisa enfrentar e eu acho que o encontro daqueles personagens humanos superpoderosos. Então nós pensamos: em Os Vingadores (The Avengers) fez com que ‘Não seria interessante se combinássemos essas ele deixasse de se sentir a pessoa mais poderosa duas histórias em uma para Homem de Ferro 3 do mundo, o que ele não gostou. Ele pode até (Iron Man 3)?’”. ser a pessoa mais inteligente do mundo, mas não necessariamente a mais poderosa.” Um dos primeiros a gostar da história de Extremis, Downey Jr., diz: “Eu me lembro Para Robert Downey Jr. o público tem facilidade quando estávamos nos preparando para filmar de se identificar com a jornada de Tony Stark Homem de Ferro (Iron Man), e eu comecei a ler na franquia Homem de Ferro (Iron Man). “O as revistas em quadrinhos do Homem de Ferro interessante em Homem de Ferro 3 (Iron Man 3) e havia uma que se chamava ‘Extremis’, e eu é que nós realmente voltamos para uma espécie achei muito interessante e legal. Shane [Black] de extensão ou continuação de algumas das realmente se apegou à ideia de Extremis e coisas que fizeram a franquia decolar no início”, refletiu sobre como nós poderíamos levar a diz Downey Jr. “Com a execução e o sucesso história para a tela em Homem de Ferro 3 (Iron inacreditável de Os Vingadores (The Avengers) Man 3). Então, na história, Extremis é o que faz da Marvel, nós tivemos a oportunidade de fazer Maya e Killian entrarem em cena.” outro filme e poder explorar o personagem de Tony Stark de maneiras muito orgânicas e “A questão da história de Extremis que sempre conectáveis e agregar à força da franquia.” me interessou nas revistinhas era que havia a CINE 13


Diretor a bordo Com Downey Jr. e a Marvel a bordo no terceiro filme da franquia, uma das grandes questões que precisavam ser respondidas era quem assumiria a direção no lugar Jon Favreau, o diretor que colocou a franquia Homem de Ferro (Iron Man) no mapa e chefiou dois blockbusters de sucesso mundial. “Todos os nossos filmes são definidos pelos cineastas com quem colaboramos para levar essas histórias para a telona”, diz o produtor Feige. “O que Jon Favreau conseguiu fazer nos dois primeiros filmes foi inovador e deslumbrante. Então, quando percebemos que precisávamos de um novo diretor, foi uma tarefa assustadora. Nós precisávamos de alguém que tivesse a experiência, o gosto e a habilidade para fazer um grande filme de ação, mas que ao mesmo tempo fosse uma pessoa sensível e centrada.” Para Robert Downey Jr., contratar Black para escrever e dirigir o filme fez a franquia voltar à origem foi meio que uma recompensa cármica pela ajuda por trás das câmeras do diretor em Homem de Ferro (Iron Man). “Durante a préprodução de Homem de Ferro (Iron Man), Jon Favreau e eu ligávamos para Shane e pedíamos conselhos a ele sobre cenas e ele nos dava umas metáforas e fazia alguns comentários diretos, mas sempre eram ótimos conselhos e ele nunca ganhou nada por isso - embora uma vez ele tenha pedido um salmão bem passado e alguns mirtilos”, diz o ator, rindo. “Shane foi muito importante na criação do gênero comédia de ação de amigos eu fiquei encantado quando a Marvel mencionou seu nome e, obviamente, fui totalmente a favor de tê-lo como diretor de Homem de Ferro 3 (Iron Man 3).” Para o diretor Shane Black, eterno fã do Homem de Ferro e autointitulado admirador, voltar a trabalhar com Robert Downey Jr. foi uma oportunidade que ele não podia perder. 14 CINE

“Ter a oportunidade de dirigir e escrever Homem de Ferro 3 (Iron Man 3), foi simplesmente a maior oportunidade de todas e Robert parecia estar sempre engrandecendo o material - é isso que é ótimo nele”, diz Black. “Nós queríamos que Homem de Ferro 3 (Iron Man 3) tivesse um tom novo e Shane Black tem um estilo único e incrível para escrever”, conclui o produtor executivo Louis D’ Esposito. “Ele faz ação muito bem, mas também faz muito bem comédia de humor negro com reviravoltas e repletas de emoção. O mais incrível em Shane é que ele encontra meios de fazer isso tudo em uma mesma cena. Roteiros que são meio excêntricos e não convencionais, mas repletos de emoção, sempre foram sua marca registrada.” Após a escolha do diretor e roteirista, os cineastas também chamaram o roteirista Drew Pearce para colaborar com o diretor Black na redação do roteiro. Inicialmente, a decisão encontrou alguma resistência dos dois lados, mas no final a dupla provou ser a escolha perfeita. O produtor Feige relembra o processo: “Nós tínhamos desenvolvido outro filme que Drew Pearce havia escrito e estávamos terminando a pós-produção de Thor e eu fui a Londres e quis me encontrar com ele porque ele havia acabado de saber que não íamos mais fazer o filme”, diz Feige. “Ele ficou compreensivelmente chateado, mas muito foi muito gentil e eu perguntei a ele o que ele achava sobre Homem de Ferro 3 (Iron Man 3). Nós conversamos um pouco e dias depois, de muito bom grado, ele escreveu um rascunho com 25 páginas e algumas considerações que formavam um ensaio de ideias sobre que rumo ele via o personagem tomando. Embora não tenhamos aproveitado tudo que havia naquele documento, havia muitas ideias ótimas e tanta paixão que decidimos convidá-lo para trabalhar junto com Shane Black.”


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Elenco e personagens

ativador em nossa vida que nos coloca no nosso devido lugar. O legal sobre Tony Stark é que ele não leva sua própria evolução a sério porque ele No universo cinemático da Marvel, todos os está muito longe de onde estava. Ele realmente eventos que acontecem em cada filme têm precisava disso, e eu acho que as pessoas seminfluência e consequência diretas nos filmes pre se identificaram com esse aspecto ‘lição de futuros e nas franquias. Para Tony Stark de vida’ do personagem dele.” Robert Downey Jr. os eventos e os desafios que ele enfrentou em Os Vingadores - The Avengers Continuando a explicar Tony Stark/Iron Man, da Marvel (The Avengers) podem ter ficado Robert Downey Jr. delineia a evolução do perpara trás, mas ele ainda luta para equilibrar as sonagem ao longo dos filmes anteriores. “Tony exigências de sua vida pessoal. passou por uma jornada muito emocional até chegar a este filme”, diz Downey Jr. “Embora o mundo conheça e ame Tony Stark, ele ainda está aprendendo e lutando para “Na primeira vez que encontramos Tony em definir onde termina o Homem de Ferro e onde Homem de Ferro (Iron Man) ele tinha estilhaços começa sua própria vida, o que o fez ficar cada no coração. Yinsen o ajudou a construir um RT vez mais dependente de suas armaduras do para impedir que furasse seu coração. Então ele Homem de Ferro”, explica o produtor execuconstruiu e colocou seu próprio reator de arco. tivo Stephen Broussard. “Elas se tornaram uma E o que isso fez? Isso forneceu energia para tudo parte tão grande dele que estão afetando todos desde então, mas começou a envenená-lo em os aspectos de sua vida, inclusive dos que estão Homem de Ferro 2 (Iron Man 2). E depois o que próximos a ele, como Pepper Potts, Rhodey e aconteceu? Seu pai postumamente o conduziu Happy Hogan.” através de uma iniciação misteriosa sobre como aperfeiçoar seu próprio coração”. “Como se pega um industrial playboy bilionário e o transforma em alguém com quem é posO ator continua, “Mas em Homem de Ferro 3 (Iron sível se identificar e alguém por quem se pode Man 3), embora Tony agora tenha resolvido seu sentir uma forte simpatia?”, questiona o proproblema no coração, ele não lidou de verdade dutor Kevin Feige. “Uma forma é tendo Robert com o ferimento. Então quando se tem todas Downey Jr., que torna Tony Stark alguém muito essas coisas em jogo você diz: ‘Certo, com tudo simpático e um grande herói. A outra forma é isso acontecendo, o que ele deve fazer?’. Essa tirar do personagem tudo que ele tem, o que é a direção que escolhemos para o personagem faz com que você simpatize com ele.” e é absolutamente maravilhosa.” “Desde o início, com Jon Favreau, havia a ideia de incluir o ponto de vista dos fãs e do público vindo diretamente das ruas, que não sabia nada sobre o personagem”, diz Downey Jr. “Nós nos perguntávamos, ‘O que eles esperam?’, ‘O que eles não esperam?’ e ‘como atenderemos a essas expectativas?’.” “Durante o crescimento como ator e estando diante dos olhos do público, há um excesso de confiança e o ego aparece e, depois, para todos e qualquer um de nós sempre há um evento

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“A razão de termos escalado Robert Downey Jr. em Homem de Ferro (Iron Man) foi porque ele é um ator espetacular e, desde então, ele obviamente se tornou o maior astro de cinema do mundo e tem mostrado em cada filme do Homem de Ferro e em Os Vingadores (The Avengers) da Marvel por que isso aconteceu”, diz Kevin Feige. “Ele não se acomodou depois da fama. Ele não chega e diz: ‘Eu sou o maior astro do mundo’”.


Ele chega e mostra a você por que ele é o maior astro do mundo. Então, quando começamos a falar sobre o rumo que queríamos dar para Tony Stark em Homem de Ferro 3 (Iron Man 3), Robert, como sempre, demonstrou uma paixão muito grande e uma enorme motivação no que diz respeito a tempo e determinação para assumir os riscos e fazer deste o melhor filme da franquia.” Se existe uma pessoa com quem se pode contar para estar ao lado de Tony, ela é a CEO das Empresas Stark e a vibrante namorada Pepper Potts, papel reprisado pela atriz vencedora do Oscar®, Gwyneth Paltrow. Homem de Ferro 3 (Iron Man 3) da Marvel encontra Pepper confortável em sua posição como presidente das Indústrias Stark. Ela é bastante poderosa no mundo corporativo, mas ao mesmo tempo mantém um relacionamento íntimo com Tony Stark. “Tony e Pepper vivem um relacionamento”, relata Paltrow. “Eles moram juntos, depois que ela se mudou para a casa dele em Malibu, e estão muito à vontade agora, então não é o tipo de relacionamento experimental que eles tiveram nos dois primeiros filmes. É muito bom ter a evolução do relacionamento ao longo de alguns filmes. Robert e eu temos sempre tivemos um ótimo relacionamento de trabalho e é bom levá-lo a uma nova fase. Ainda há muita implicância entre os dois, mas é menos frágil.” “Há cenas na história entre Pepper e Tony que são muito emocionais e carinhosas de uma maneira divertida”, acrescenta Kevin Feige. “Era importante para nós que o relacionamento entre Tony e Pepper continuasse através dos quatro filmes, incluindo Os Vingadores - The Avengers (The Avengers), da Marvel e isso meio que atingiu o clímax em Homem de Ferro 3 (Iron Man 3) de uma forma muito memorável”.

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“Tony Stark é o único super-herói que cultivou e manteve um relacionamento de longa duração com uma mulher que não foi por água abaixo”, conclui Robert Downey Jr. “É mais como um relacionamento de verdade e é isso que torna este filme interessante para Gwyneth. Nós abordamos essa questão óbvia desta vez e ela passa por uma evolução incrível, que é um dos aspectos que me deixa mais empolgado.” Embora Pepper tenha se tornado a protagonista de Tony, o coronel Jim Rhodes (Rhodey) ainda continua sendo seu melhor amigo e maior aliado. No final de Homem de Ferro 2 (Iron Man 2), Rhodey foi visto saindo da casa de Tony usando o traje Mark 2.

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“No início de Homem de Ferro 3 (Iron Man 3), ficamos sabendo que Tony deixou Rhodey ficar com o traje Mark 2 e ele o está usando em articulações com o governo americano”, explica Feige. “Os Vingadores são considerados um grupo independente e a S.H.I.E.L.D. também é uma organização separada do exército e do governo norte-americano. O presidente pediu aos militares para reformular a armadura do Máquina de Combate dando uma nova pintura e a identificando como Patriota de Ferro. Rhodey, sendo militar, veste orgulhosamente o Patriota de Ferro, mas ele continua sendo o melhor amigo de Tony, então ele está sempre dando informações a ele nos bastidores desde que ficou com a armadura em Homem de Ferro 2 (Iron Man 2).’” “Em todos os filmes do Homem de Ferro, Rhodey sempre foi a consciência de Tony”, diz o produtor executivo Broussard. “Ele é o cara que alerta Tony sobre as coisas e o ajuda na retaguarda. Em Homem de Ferro 3 (Iron Man 3) estamos falando mais sobre o relacionamento deles e pode-se ver por que eles são melhores amigos há tanto tempo. Essa nova dinâmica faz o filme ser mais um filme de ação entre amigos quando eles se juntam.”


Para o indicado ao prêmio da Academia® Don Cheadle, a exploração mais profunda do relacionamento de seu personagem com Tony foi algo que ele gostou de ver. “É ótimo estar num filme que tem muita ação, mas o relacionamento entre Tony e Rhodey está se aprofundando e nós temos uma ideia melhor de quem são de fato esses homens”, diz Don Cheadle. “Em Homem de Ferro 3 (Iron Man 3) você verá como eles lidam com os desafios que enfrentam.”

maneira bem ampla. O que nós sempre queremos fazer nesses filmes é ter um personagem que representa um determinado aspecto da personalidade de Tony Stark. Killian quer ser uma força motora, um agente modificador e um líder da indústria, assim como Tony Stark.”

Tendo Extremis como uma das principais linhas narrativas no filme, alguns novos personagens entram no mundo cinemático de Homem de Ferro (Iron Man), o primeiro é Aldrich Killian, fundador da organização de especialistas IMA interpretado por Guy Pearce.

No início de Homem de Ferro 3 (Iron Man 3) vemos Killian como um cara chato e ambicioso que tenta conhecer pessoas como Tony Stark e é quase sempre rejeitado. Mas embora Killian possa ser muito áspero e exigente com as pessoas que nunca lhe deram uma chance quando ele estava começando, ele nutre uma paixão por Pepper Potts.

O produtor continua: “Quando encontramos Killian pela primeira vez, ele é um Killian muito diferente do que o que vimos nos dias modernos. Ele se transformou em um executivo refi“Nós realmente queríamos que o personagem de nado, atraente e educado. Ele está bem graças Rhodey fosse mais dinâmico e tivesse seu próprio a uma invenção chamada Extremis. Mas o Extretraje ou arma e fosse capaz de se equiparar a mis também pode mudar o mundo todo, que é o Tony nas bravatas e na perspicácia”, diz Robert que Killian pretende fazer com ele”. Downey Jr. “Eu acho que Shane e Drew fizeram um grande trabalho inserindo isso no roteiro e é “Killian é um personagem interessante já que ótimo que Don possa dar vida ao personagem e é alguém que chegou neste filme com algumas que se divirta com ele.” incapacidades físicas”, diz Guy Pearce. “Mas ele nunca foi capaz de aceitar essas limitações e “Nem Tony nem Rhodey têm acesso a suas ar- passou quase a vida inteira tentando superá-las maduras em um dado ponto do filme, então de todas as formas possíveis. Sua tenacidade e eles precisam se unir de uma ótima maneira determinação cega na luta por uma vida melhor como nos antigos filmes de ação”, acrescenta são vistas por algumas pessoas como irritantes, o produtor executivo Louis D’Esposito. “Ter Don uma vez que ele quase sempre é considerado Cheadle de volta é um grande prazer, pois ele detestável. Ele simplesmente não quer aceitar confere um nível de autoridade ao personagem as cartas que recebeu, e sendo inteligente como que faz você acreditar em tudo que ele diz… e é, tem uma motivação verdadeira para mudar e ele é capaz de se equiparar a Tony.” se tornar uma pessoa diferente.”

“Nós somos fãs de Guy Pearce há anos e já quisemos escalá-lo em quase todos os filmes que fizemos”, revela o produtor Feige. “Aldrich Killian é um personagem dos quadrinhos. Era um personagem menor que nós expandimos de uma

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“Há muitos anos, quando Killian iniciou sua organização IMA, Pepper trabalhava lá e ele sempre gostou muito dela”, conta Pearce. “Ela é inteligente e atraente, mas ela nunca demonstrou interesse por ele; ela sempre o manteve a distância. Então, anos depois, quando ele a procura basicamente para conseguir um financiamento e para envolvê-la de novo, ela se surpreende com seu charme e em ver como ele está bonito. Então ela meio que é envolvida por ele; e não entende muito bem o que está acontecendo com ela e sua reação a ele. Tony vê isso e isso causa uma pequena desavença entre os dois.” Gwyneth Paltrow elabora sobre o passado e o relacionamento dos dois personagens. “Killian sempre teve uma queda por Pepper e Tony se está muito ocupado lidando com seus problemas desde Os Vingadores - The Avengers (The Avengers), então ela se vê meio que atraída pelo charme de Killian. E isso acaba se tornando um aspecto bem complexo do enredo porque esse tipo de amor não correspondido que ele sente por Pepper o motiva a fazer coisas bem assustadoras”.

“Maya Hansen é uma cientista incrivelmente inteligente”, explica Rebecca Hall. “Alguns diriam que ela é meio como um gênio cientista que desenvolveu algumas tecnologias muito inovadoras - que é um dos principais componentes da história.” Hall continua: “Maya é contratada por Killian porque ela é uma das mais inteligentes e brilhantes cientistas de bioquímicas e que já está desenvolvendo o que ela acha será a descoberta mais revolucionária da humanidade, que essencialmente poderá curar todas as doenças. Ela precisa de recursos financeiros para concluir a pesquisa e a vende pela maior oferta, que é de Killian, e ele financia sua pesquisa”. Os cineastas realizaram seu desejo quando escalaram o ator vencedor do prêmio da Academia® Ben Kingsley como o Mandarin. E para Kingsley, o universo Marvel foi um mundo inteiramente novo que ele ficou empolgado em explorar no papel do icônico personagem Mandarin.

“Quando eu falei com Shane Black pela primeira vez, eu não havia visto os filmes anteriores, então ele foi muito gentil de me “Quando vemos Guy Pearce nas cenas com enviar um pacote maravilhoso com desenhos, Gwyneth Paltrow e Robert Downey Jr., o nível gráficos, revistinhas do Homem de Ferro da de atuação é muito alto e é realmente diver- Marvel, e é claro, os dois filmes”, recordatido assistir”, diz o diretor Shane Black. “Guy se Ben Kingsley. “Eu assisti aos filmes, gostei Pearce é um ator incrível e muito dedicado o muito e também gostei de como os personagens tempo todo. Eu realmente acho que Killian irá não são estereótipos e tinham várias facetas. surpreender as pessoas por conta do que Guy Eu me inspirei muito em Robert Downey Jr. e agregou ao personagem.” Gwyneth Paltrow já que esse relacionamento é como a espinha dorsal do filme. E também Don Outro novo personagem que fica preso na teia de Cheadle, é claro, é maravilhoso, e não é seu Aldrich Killian é Maya Hansen, interpretada por tipo de filme habitual quanto ao gênero, já que Rebecca Hall. Maya é uma cientista brilhante há algo original na franquia. Então quando li o cuja nova tecnologia e descobertas são um roteiro, eu senti que era uma abordagem muito grande recurso para Killian e sua organização inteligente para este filme.” IMA.

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Explicando a motivação de seu personagem, Kingsley diz: “A motivação do Mandarin é virar a pirâmide da civilização como a conhecemos de cabeça para baixo ao se referir com bastante precisão à iconografia, história e às ironias que existem em qualquer estado civilizado. Ele mexe com elas de forma bem cruel e sem remorsos para justificar a legitimidade de seu desejo de destruir esta civilização em particular, que ele considera absurda. É um sentido de correção - e não de maldade -, que o motiva e ele deseja basicamente virar todos os marcos e as coisas que estimamos de cabeça para baixo”. “A melhor coisa sobre o Mandarin nos quadrinhos é como ele é determinado na tentativa de destruir Tony Stark”, explica Louis D’Esposito. “Tony faz uma declaração em rede nacional dizendo: ‘Eu vou atrás de você, Mandarin. E um dia depois, o Mandarin destrói a casa de Tony. O Monge de Ferro não fez isso, o Chicote Negro não fez isso e Loki não fez isso. O Mandarin faz isso no primeiro ato, o que realmente eleva o nível e estabelece o tom para o restante do filme.”

A Experiencia Refletindo sobre a jornada de fazer Homem de Ferro 3 (Iron Man 3) da Marvel, Gwyneth Paltrow diz: “Eu acho que este filme acaba de uma maneira realmente inesperada e há muita emoção na história. É sobre autoconhecimento e o que realmente é importante. E, é claro, o filme é feito com todos os fogos de artifício e toda ação e empolgação, mas existe uma emoção real.” “A parte mais gratificante da jornada até agora nos Estúdios Marvel é ver o modo como as plateias mundiais respondem a esses filmes”, diz Kevin Feige. “Eu acho que as pessoas gostam da ideia de ver um filme que se encaixa em um amplo quadro mitológico e Homem de Ferro 3 (Iron Man 3) segue essa tradição. Eu acho que as pessoas ficarão satisfeitas quando assistirem ao que Tony Stark enfrentará.” Robert Downey Jr. resume: “De certa forma, esta é a temporada natalina para todos nós no que se refere aos filmes do Homem de Ferro. Como nunca fica melhor que isso, eu acho que ficaremos satisfeitos porque este talvez seja o melhor de todos os nossos trabalhos”. O diretor Shane Black resume: “Eu ia ao cinema e esperava duas horas na fila para ver um filme, mas depois quando entrava e assistia ao filme, eu sempre achava que a espera tinha valido a pena. Com Homem de Ferro 3 (Iron Man 3) nós fizemos o possível para justificar a espera na fila. Nós sabemos que há empolgação porque você quer a aventura e você adora, então nós daremos a você uma aventura pela qual vale a pena esperar na fila”.

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RETA FINAL Se Beber não Case

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m 2009, a comédia para adultos “Se Beber, Não Case!” cativou o público com seus personagens carismáticos e cenas absurdas que partiam de uma ideia de fácil identificação para boa parte dos espectadores: amigos que acordam de ressaca sem lembrar o que aconteceu na noite anterior. O segundo filme da série, de 2011, apesar de tão eficiente quanto o primeiro, gerou críticas por se prender à mesma estrutura do antecessor, mudando apenas o contexto da trama. Reconhecendo o comodismo, os roteiristas Todd Phillips e Craig Mazin tentam fazer desta sequência que fecha a trilogia algo diferente, embora preserve a essência da série. Dessa forma, “Se Beber, Não Case! Parte III” não envolve bebida e nem casamento em sua premissa. A trama parte da necessidade que os fa-

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miliares e os amigos de Alan (Zack Galifianakis) sentem de interná-lo em uma clínica devido a seu estilo de vida alienado e inadequado, consequência da medicação que ele deixou de tomar. Para esta intervenção, Alan tem a companhia de seus melhores amigos, Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms) e o sempre apagado Doug (Justin Bartha). Eis que, durante a viagem, os quatro são abordados pelo traficante Marshall (John Goodman) e seus capangas, que procuram Chow (Ken Jeong) por este lhes ter roubado uma gigantesca quantia em barras de ouro. Exigindo que o “bando de lobos” ache o ladrão asiático devido à aparente relação de coleguismo que possuem com ele, Marshall sequestra Doug como garantia, ameaçando matá-lo caso seus amigos não lhe entreguem Chow em três dias.

| Fonte: http://cinemacomrapadura.com.br | Por: Thiago César


Phillips, que além de assinar o roteiro também comanda a direção de toda a trilogia, situa bem a trama e os novos personagens, mas a opção por um desenvolvimento menos caótico do enredo em relação aos outros filmes prejudica o teor cômico neste, que em vez de se sustentar durante toda a narrativa, tem apenas bons momentos casuais. Isto também se dá pelo fato de boa parte das gags se basear em referências aos longas anteriores, dependendo necessariamente do conhecimento destes para que sejam compreendidas – e mesmo assim, nem sempre são efetivas. A direção de Philips também falha em estabelecer a gravidade da situação em que o trio de protagonistas se encontra. Mesmo com um de seus melhores amigos correndo sério risco de morte, Phil, Stu e Allan transmitem um nível de preocupação que aparenta saberem que tudo vai dar certo no final, o que é totalmente incoerente na diegese do filme. O bordão “O que está acontecendo?” do desesperado Stu passa quase despercebido e parece ser dito apenas para cumprir tabela.

Comédia chega ao seu ultimo filme da triologia e perde o atrativo na tentativa de se diferenciar de seus antecessores, resultando em um entreteimento pouco empolgante.

Nos dois primeiros filmes, o desenvolvimento da trama se dava a partir de eventos já ocorridos, com os personagens refazendo seus passos da noite anterior para descobrir o que havia acontecido e como poderiam sair da situação em que se encontravam. Neste, a história é totalmente aberta, com os personagens tendo que lidar com problemas que lhes são apresentados, fazendo-nos pensar que o ritmo fraco da obra seja reflexo da dificuldade dos roteiristas em adequar este tipo de narrativa a esta série específica. Apesar de o roteiro privilegiar cenas com Galifianakis – tentando se aproveitar da competência humorística do ator até quando não há o que tirar de engraçado -, quem mais se destaca é Jeong, roubando a cena na pele de Chow, que ganha maior importância nesta terceira parte, com a trama girando ao seu redor. Infelizmente, o bom elenco não disfarça as falhas de Phillips e Mazin, que embora mostrem criatividade na elaboração de situações interessantes e potencialmente memoráveis, não conseguem desenvolvê-las de modo satisfatório, forçando o público apenas a esperar por momentos mais empolgantes que nunca chegam.

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Como todo encerramento de trilogia que se preze, “Se Beber, não Case! Parte III” resgata vários elementos do primeiro longa. O problema é que a inserção destes elementos é feita de modo forçado, soando mais como um filme de homenagem à franquia – a exemplo de “American Pie: O Reencontro” – do que como parte integrante desta. O “final épico” prometido no pôster decepciona quem espera ver o melhor longa da série ou pelo menos um que faça jus ao sucesso dos anteriores. Em todo caso, não será surpresa se daqui a alguns anos for realizada uma quarta parte da franquia, visto a regra dos produtores de sempre deixar margem para possíveis continuações caso o retorno financeiro as torne viáveis, mesmo quando a proposta é de conclusão.

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Foto: Paty Lopes Fotografia

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A mágica do cinema faz personagens criados na imaginação dos autores e roteiristas interagirem com atores de verdade diante do público. Basicamente, manter os olhares admirados desta audiência é o trabalho da animadora Laurie Brugger. Com dez anos de experiência em animação de personagens 3D, a profissional já trabalhou em projetos como Harry Potter e as Relíquias da Morte, Onde vivem os monstros, Fúria de Titãs eCapitão América: O primeiro vingador. “É muito mais fácil criar games hoje em dia”, afirma designer de Hitman “Você tem que estar disposto a tentar qualquer coisa”, diz produtora de game de Star Wars Laurie atua como rigger sênior, um profissional que cria a estrutura e o “esqueleto” dos personagens para que os animadores não tenham problemas técnicos. Trabalho essencial para o resultado final da animação. Em entrevista ao R7, a animadora comenta a evolução dos efeitos especiais, seu trabalho em franquias de sucesso e atesta: — Eu não acho que nós vamos nos livrar das telas verdes [de chroma key] tão cedo. Laurie Brugger vem ao Brasil neste mês para participar do CG Extreme, o evento vai reunir profissionais de computação gráfica no Rio de Janeiro. Confira a entrevista na íntegra:


Em filmes como Harry Potter, Fúria de Titãs e Onde vivem os Monstros há uma mistura entre realidade e fantasia — graças aos belos efeitos visuais. Pode descrever como esta combinação influencia o seu trabalho? Laurie Brugger – Se um personagem está enraizado de maneira firme na realidade, nós passamos a maior parte do nosso tempo tentando encontrar uma referência real. Quanto mais o design empurrar o personagem para além da realidade mais subjetividade será necessária para produzir algo que a audiência aceite. Nós temos que adaptar nossos conhecimentos de anatomia e expressividade para adequar às necessidades do design. Por exemplo, para o personagem Dobby nós não podíamos seguir uma referência exata para resolver os problemas que surgiam de suas proporções fantásticas. Nenhum nariz humano ou olho é tão grande! Então com este nariz se comporta quando ele se destaca? Como a micro expressão dos olhos parecem quando a imagem é ampliada para cobrir metade de sua face? O quão soltas são suas orelhas grandes e como elas se movem quando ele move a cabeça ou quando ele pula? Hoje em dia, uma série de programas para modelagem 3D está disponível através da internet, permitindo que qualquer produza seus próprios curtas em 3D. O que você acha disso? Laurie Brugger – Eu acho que é demais quando a tecnologia é acessível. Quem sabe quantos artistas digitais incríveis podem crescer quando eles têm as ferramentas ao alcance dos dedos. Ainda assim, muitos artistas de efeitos visuais surgem de backgrounds tradicionais de arte e eu acho que é importante lembrar que você não precisa apenas do programa mais atual para produzir algo belo. Você só precisa de uma ideia e um lápis. O chroma key é uma das técnicas mais eficientes para criação de cenas e efeitos, entretanto, com a evolução da tecnologia, você acha que o chroma key um dia será “defasado”? Laurie Brugger – Eu não acho que nós vamos nos livrar das telas verdes tão cedo.

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Criar e dar vida para personagens em 3D deve ser um desafio. Você tem que saber muito sobre anatomia, caimento das roupas e muito mais. Qual é o grande desafio neste processo de criação para você? Laurie Brugger – Personagens em 3D são um negócio complicado com um monte de desafios. Acho que manter o ímpeto criativo por um longo período de tempo, com grandes equipes de pessoas que fazem coisas muito diferentes em velocidades diferentes é uma arte em si. Os efeitos visuais abraçam uma boa parte dos custos de produção. Você vê alguma chance deste tipo de trabalho ficar mais rápido e barato?de certa forma cria o esqueleto dos personagens e faz com que alguns controles ligados aos ossos possam ser usados pelos animadores. Trabalho que, apesar de afetar diretamente o resultado final, dificilmente é visto na telas.

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Laurie Brugger – Os efeitos visuais estão ficando mais rápidos e baratos todos os dias. A diferente é que há mais e mais efeitos complexos nos projetos de filmes, que necessitam de um exército de artistas para serem implementados. Não há um botão que você possa apertar e produzir um personagem com qualidade personalizada, assim como você não consegue um terno feito sob medida de uma fábrica. Acho que a melhor forma da produção simplificar o custo dos efeitos visuais é descobrir o que querem durante a pré-produção e se manter nisso. Então, no set eles saberão o que precisam gravar para a pós-produção seguir sem problemas. Omissões no set custam um monte de dinheiro, da mesma forma que mudanças de direção após a gravação e instalações de pósprodução tem que levar isso em consideração quando formulam e definem seus preços.


Também acredito que é importante manter as coisas em perspectiva, há uma grande quantidade de atores classe A fazendo somas incríveis de dinheiro por projeto e não ouço ninguém falando sobre como reinar neste lado do orçamento.

E trabalhar com modelagem, a pessoa precisa saber desenhar?

Laurie Brugger: Ajuda se você souber desenhar sim. Não só para ajudar a criar os personagens como ajuda a se comunicar com outras pessoas. Se você tentar descrever para alguém como Quando falamos de personagens, sabemos alguma coisa tem que parecer, ajuda muito se que eles têm que interagir, que seja em diálo- souber desenhar. gos ou, simplesmente, se abraçando. Qual é a parte mais difícil de tudo isso? Usar as palavras e desenhos seria o ideal para você. Bem, o que uma pessoa tem que fazer Laurie Brugger: Sim, novamente, depende de para fazer parte da indústria do entretenicomo foi gravado, como por exemplo o Dobby mento como você? de Harry Potter. Tem uma parte meio que o Harry faz carinho no Dobby e eles colocaram um Laurie Brugger: Acho que você tem que enconboneco no lugar para que eles tivessem noções trar algo no que é realmente bom e o que gosta de peso, para que o ator respondesse àquilo. de fazer. Essa é a parte mais difícil. Acho que Para também haver interação com os atores e o esse é o primeiro passo. Depois é uma questão set. Foi feito quase quadro por quadro. Foi um de trabalho duro. grande desafio, é verdade.

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aulo Gustavo descobriu que era ator quando criança, imitando a mãe em festinhas de família. A voz estridente, as ladainhas, as chantagens emocionais, os trejeitos repetitivos, tudo isso ele levou para o palco. “Minha Mãe É Uma Peça” está em cartaz há cinco anos. O ator, que tem 32 anos, já se acostumou com a revolução que a figura de bobs na cabeça e avental na cintura fez em sua vida. Um milhão de espectadores não é uma marca qualquer no cinema, quanto mais no teatro. “A peça funciona em qualquer lugar. Estreei no (teatro) Cândido Mendes, com cem lugares, e na semana seguinte já era sucesso”, conta, sem modéstia. “Não pretende ser nada cabeça, mas também tem fundo dramático. Ela fala da solidão. Já vi socialite de São Paulo de sapato de croco morrendo de rir, assim como a minha empregada. Já cobrei de R$ 30 a R$ 150.” A mãe dele, Déa Lúcia, que já deu muita entrevista reclamando, de brincadeira, 10% da bilheteria, sempre foi uma figura divertida, conhecida na galera do filho como “figuraça”. Tiques dela e de outras mães foram dando forma à histriônica Dona Hermínia. Quando contrariada por um dos dois filhos, diz que sua “disritmia está atacando”, ou pior: que vai acabar com “psoríase no cérebro”. Choraminga porque não lhe dão valor, sustenta que “23 anos é criança, sim”. “Não adianta dizer que você não é parecida, porque é!”, ele dispara para as mães da plateia, já com a careca de fora, num momento stand-up pós-aplausos finais. Na trama, Dona Hermínia, uma mulher de meia idade, aposentada e sozinha, que tem como preocupação maior procurar o que fazer. Para uma mãe dedicada a preocupação com os filhos é sempre uma ocupação, mas os filhos de Dona Hermínia cresceram, e ela está entediada. Sem um trabalho ou um companheiro, a nada simpática Dona Hermínia passa seu tempo desabafando com a tia idosa, a vizinha fofoqueira e a amiga confidente. A personagem nada caricatural quanto aos humores, gostos e ataques femininos repetirá as gargalhadas nas telas do cinema.

Os filhos - Marcelina e Juliano (foto), que vivem dando trabalho para a mãe, Dona Hermínia

Dona Hermínia tendo um conversa séria com seus dois filhos.

A filha Marcelina acaba dizendo o que não devia no telefone e Dona Hermínia fica arrasada com o que ouviu

Dona Hermínia em cena dando bronca na filha Marcelina.

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No teatro, onde tudo começou!

Na TV, em seu programa humorístico - 220 Volts, exibido no Multiushow, onde Dona Herminia viajou para Nova Iorque

Em 220 Volts, Dona Hermínia conta os cotidianos de sua vida com seus dois filhos.

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Beba dessa limonada, onde o ingrediente principal ĂŠ a Criatividade! fb.com/limaodocereferencias

CINE Por: VinĂ­cius Teodoro


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