Revista Viração - Edição 37 - Novembro/2007

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V iRAÇÃO Ano 5 · no 37 · Novembro de 2007 R$ 5,00 · www.revistaviracao.org.br

Mudança,

atitude e ousadia jovem

INTERNET na cabeça A TV 2.0 é um novo caminho

Jovens de diversas etnias cobram seus direitos

Aliançaindígena


Veja quem faz a pelo Brasil

Vira

Associação Imagem Comunitária Belo Horizonte (MG) – www.aic.org.br

Boca do Lixo – Recife (PE) www.bocadolixo.org.br

Centro Cultural Bájò Ayò João Pessoa (PB)

Casa da Juventude Pe. Burnier Goiânia (GO) www.casadajuventude.org.br

Ciranda Curitiba (PR) – www.ciranda.org.br

Catavento – Fortaleza (CE) www.catavento.org.br

Companhia Terra-Mar Natal (RN) – www.ciaterramar.org.br

Centro de Referência Integral de Adolescentes Salvador (BA) – www.criando.org.br

Agência Uga-Uga – Manaus (AM) www.agenciaugauga.org.br

Diretório Acadêmico Freitas Neto Maceió (AL)

Fundação Athos Bulcão Brasília (DF) – www.fundathos.org.br

Girassolidário – Campo Grande (MS) www.girassolidario.org.br Jornal O Cidadão Rio de Janeiro (RJ)

Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos e Secretaria de Ação Social Rede Sou de Atitude Maranhão São Luís (MA) – www.soudeatitude.org.br Vitória (ES)

Grupo Atitude – Porto Alegre (RS)


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Criar o caminho

ssa é a idéia de Tseredzaro Ruri’õ, da etnia Xavante. Ele saiu do Mato Grosso, assim como outras/os 35 jovens de vários lugares do País, para participar do 2o Encontro Nacional dos Povos das Florestas e mostrar qual o caminho que as/os adolescentes e jovens indígenas querem construir. Essa juventude participou de um encontro específico, organizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em parceria com o Movimento de Estudantes Indígenas do Amazonas (Meiam) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).

E Vira não perdeu essa. Por meio da Agência ViraJovem de Notícias foi até Brasília conferir esse momento de conhecer outras culturas e ajudar a construir um diálogo entre as/os jovens e adolescentes para estimular a expressão, valorização da sua identidade e sua participação efetiva na defesa de seus direitos. Essa participação recebe estímulo diretamente pela informação, que agora está mais fácil de produzi-la com a TV 2.0. O usuário de internet tem todo o processo facilitado e acelerado, não dependendo mais de provedores. A Vira acredita que a juventude pode e deve criar o caminho. Um caminho que respeite suas diferenças.

VIRAÇÃO é publicada mensalmente em São Paulo (SP) pelo Projeto Viração da Associação de Apoio a Meninas e Meninos da Região Sé de São Paulo, filiada ao Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas de São Paulo; CNPJ (MF) 74.121.880/0003-52; Inscrição Estadual: 116.773.830.119; Inscrição Municipal: 3.308.838-1

ATENDIMENTO AO LEITOR Rua Augusta, 1239 – Conj.11 Consolação – 01305-100 – São Paulo – SP Tel./Fax: (11) 3237-4091 / 3567-8687 / 9946-6188 HORÁRIO DE ATENDIMENTO das 9 às 13h e das 14 às 18h E-MAIL REDAÇÃO E ASSINATURA redacao@revistaviracao.org.br assinatura@revistaviracao.org.br

QUEM SOMOS

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iração é um projeto social de educomunicação, sem fins lucrativos, criado em março de 2003 e filiado à Associação de Apoio a Meninos e Meninas da Região Sé. Recebe apoio institucional da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi). Além de produzir a revista, oferece cursos e oficinas de capacitação em comunicação popular feita para jovens, por jovens e com jovens em escolas, grupos e comunidades em todo o Brasil. Para a produção da revista impressa e eletrônica (www.revistaviracao.org.br), contamos com a participação dos conselhos editoriais jovens de 17 capitais, que reúnem representantes de escolas públicas e particulares, projetos e movimentos sociais. Entre os prêmios conquistados nesses quatro anos estão o Prêmio Don Mario Pasini Comunicatore, em Roma (Itália), o Prêmio Cidadania Mundial, concedido pela Comunidade Bahá’í. E mais: no ranking da Andi, a Viração é a primeira entre as revistas voltadas para jovens. Participe você também desse projeto. Veja, abaixo, nossos contatos nos Estados. Paulo Pereira Lima Diretor da Revista Viração – MTB 27.300 CONHEÇA OS 17 VIRAJOVENS EM CAPITAIS BRASILEIRAS • Belo Horizonte (MG) – mg@revistaviracao.org.br • Brasília (DF) – df@revistaviracao.org.br • Campo Grande (MS) – ms@revistaviracao.org.br • Curitiba (PR) – pr@revistaviracao.org.br • Fortaleza (CE) – ce@revistaviracao.org.br • Goiânia (GO) – go@revistaviracao.org.br • João Pessoa (PB) – pb@revistaviracao.org.br • Maceió (AL) – al@revistaviracao.org.br • Manaus (AM) – am@revistaviracao.org.br • Natal (RN) – rn@revistaviracao.org.br • Porto Alegre (RS) – rs@revistaviracao.org.br • Recife (PE) – pe@revistaviracao.org.br • Rio de Janeiro (RJ) – rj@revistaviracao.org.br • Salvador (BA) – ba@revistaviracao.org.br • São Luís (MA) – ma@revistaviracao.org.br • São Paulo (SP) – sp@revistaviracao.org.br • Vitória (ES) – es@revistaviracao.org.br

Apoio Institucional



FAZ A DIFERENÇA Maria Emilia, de Curitiba (PR)

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arabéns a equipe, midiadores, colaboradores e Virajovens que fazem a diferença. E muito sucesso para tudo o que vem por aí. Espero podermos exercitar essa experiência nas ações de educação socioambiental que desenvolvemos na região de influência do Reservatório da Usina Hidrelétrica de Itaipu e nos municípios envolvidos no Programa de Formação de Educadores/ as Ambientais – FEA (33 municípios no Estado do Paraná e 01 no Mato Grosso do Sul).

Raquel Pulita, São Leopoldo (RS)

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aço parte da ONG Trilha Cidadã e estamos montando uma biblioteca para a galera que trabalhamos, gostaríamos de ver a possibilidade de termos as revistas anteriores (edições) para compor a nossa biblioteca. A partir de hoje estou fazendo a assinatura para nós. Victor Ribeiro - Rio de Janeiro (RJ)

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lá, parabéns pelo trabalho feito com jovens. Ouvi falar muito bem do projeto de vocês com o pessoal dos CEDECAS aí de SP. Bom, meu nome é Victor, eu trabalho em um projeto de uma ONG aqui do Rio de Janeiro que se chama EXCOLA (www.excola.org.br). O projeto que fazemos é um quadro de oficinas de informática e rádio comunitária com jovens em risco social. Nestas oficinas os jovens são estimulados a pensarem nas questões sociais sempre tendo a rádio comunitária como um fim reclamador de seus direitos. Queria saber se é possível realizarmos algum tipo de parceria no sentido de envolvermos o conteúdo editorial que vocês trabalham na revista dentro da nossa rádio. Algo do tipo Viração no Ar.

A Vira entra no debate de gêneros e levanta a bandeira da igualdade, que deve estar também na forma de escrever. Por isso, a partir desta edição todas as palavras que tiverem variação de feminino e masculino iremos incluir os dois gêneros, e não somente o masculino. Por exemplo: a/o jovem, o/a professor/a e assim por diante, de forma que contemplaremos a todas e todos!

Mande seus comentários sobre a Vira, dizendo o que achou de nossas reportagens e seções. Suas sugestões são bem-vindas! Escreva para nosso endereço: Rua Augusta, 1239 – Conj. 11 Consolação – 01305-100 – São Paulo (SP) Tel: (11) 3237-4091 / 3567-8687 / 9946-6188 ou para o e-mail: redacao@revistaviracao.org.br Aguardamos suan colaboração! 37 · Ano 5 · Revista ViRAÇÃO o

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Dificuldades de chegar onde é preciso e despreparo das pessoas nos diversos atendimentos necessários, entre outras, são algumas dificuldades encontradas no dia-a-dia das pessoas com deficiência. Há um abismo que os separa dos demais brasileiros e esse abismo é criado pela falta de políticas públicas específicas e pelo não-cumprimento das mesmas, além da falta de sensibilidade de muitas pessoas. Mas e o que a galera acha disso?

E para você, há preconceito contra as pessoas com deficiência? FELIPE ROSA, 24 anos – Curitiba (PR)

Ivanise Andrade

“Com certeza ainda há preconceito. Mas as pessoas com deficiência parece que tem uma garra maior, mais força de vontade. É mais difícil conseguir emprego mas eles correm mais atrás. Na minha escola, por exemplo, tem uma classe de mudos. Eles se adaptaram bem à escola.”

Ivanise Andrade

JÉSSYKA HEDIANNY, 15 anos – São Paulo (SP)

“Para conseguir emprego ainda tem muita limitação pela questão do preconceito que sofrem as pessoas com deficiência. No entanto, o governo e empresas têm dado abertura, contratando funcionários com deficiências conforme prevê a lei. Eu vejo anúncio de empresas que procuram pessoas com qualquer tipo de deficiência para compor o quadro de funcionário. Ainda você percebe muitos lugares de acesso público que não estão adaptados para, que não têm rampa para cadeirantes, por exemplo. O que me intriga bastante é o fato de a programação de TV não fazer uso da linguagem de sinais para os deficientes auditivos.”

ALZIRA MAIRA PERESTRELLO BRANDO, 26 anos, Pedagoga – Rio de Janeiro (RJ)

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“Eu tive paralisia cerebral e tenho comprometimentos motores e na fala. Andar mole e a fala lenta eram motivos de brincadeiras de mau gosto em todos os ambientes que eu freqüentava. Olhares temerosos, risos de deboche e imitações me rodeavam. Não entendia o porquê daquela rejeição toda. Na adolescência, eu queria ter um grupinho para sair ou ficar, mas eu não conseguia. Quando alguém me chamava para sair era uma alegria. Mas, ao ir e ver todo mundo ficando e eu lá num cantinho, sozinha, era uma tristeza total. Aí, comecei a me trancar em casa e me dedicar aos estudos. Eu sentia raiva da minha deficiência. Eu estava com 16 anos, quando a minha fonoaudióloga perguntou o que eu esperava dos tratamentos. Eu disse: normal. Ela falou que eu nunca iria ficar normal e explicou-me o que havia acontecido comigo na hora do parto e as suas seqüelas. Comecei a perceber que eu não era a única culpa-

Revista ViRAÇÃO · Ano 5 · no 37

Ivanise Andrade

DOUGLAS LIMA, Virajovem São Paulo (SP)* LIZELY BORGES, do Virajovem Curitiba (PR)* BIANCA PYL, da Redação

da de tudo, que eu podia buscar a felicidade. Comecei a ir a bares, churrascos e as festas com um grupinho do pré-vestibular. Notei em mim uma pessoa capaz de ser feliz, sair, ter amigos e ser bonita. Modifiquei as minhas roupas, penteados e, principalmente, a minha atitude de pobrezinha. Depois de dois anos de cursinho, ouvindo, apenas, as aulas e ditando uma prova para uma semi-analfabeta, eu passei em duas faculdades: serviço social na UFRJ e pedagogia na UERJ. Foi difícil encarar professores que, muitas vezes, não sabiam como lidar comigo. Hoje, a minha luta é por uma oportunidade no mercado de trabalho. Julgam-me pela aparência associando com a deficiência mental. Fico triste, pois só quero o que é meu de direito: um trabalho, o meu lugar dentro de uma sociedade de produção. Para finalizar eu não queria ser outra pessoa, porque eu sou feliz do jeito sou.”


Raphael Gomes

CARLOS EDUARDO, 23 anos – São Paulo (SP) “As pessoas com deficiência sem dúvidas enfrentam muitos desafios no dia-a-dia. Desde na hora de se locomover, já que nossas calçadas são esburacadas e o transporte nem sempre é adaptado, até na hora de conseguir um emprego. Hoje eu percebo que há iniciativas para ajudar a conseguir um emprego, mas são ações pontuais, não atende toda a demanda.”

NÃO É DE HOJE

Ivanise Andrade

Cássia Deliê

A Convenção Internacional Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência foi aprovado pela Organização das Nações Unidas (Onu) em 2006. Mas, se por um lado temos uma legislação específica avançada, por outro lado RENATA ORSATO, 20 anos – Curitiba (PR) ainda encontramos no dia-adia preconceito e dificuldades “A pior limitação não é da pessoa com deficiência, e sim das diversas de acessibilidade e outras pessoas pelo preconceito que está enraizado na inclusão. Também tem sido nossa cultura. Pela nossa cultura o que é imposto é a imagem daquelas pessoas perfeitas, dente branco, porte cada vez maior o número de físico atlético, padrão imposto pelas passarelas de pessoas com deficiência e de moda. As pessoas com deficiência não são contratadas organizações que buscam o porque não correspondem a este padrão, mas elas cumprimento dos direitos podem superar qualquer limite, todos devem ter conquistados nas últimas oportunidade. No dia a dia as principais dificuldades são décadas, além de uma refleo acesso. No Parque Tanguá, em Curitiba, não tem elevador xão em toda a comunidade para acesso ao mirante, por exemplo. As sobre a diversidade. escolas tentam integrar, mas não sei se os alunos estão Este ano a Agência Nacional preparados adequadamente para esta integração.” de Telecomunicações (Anatel) AMABILIS DE SOUZA SILVA, iniciou a criação de regras para 20 anos – São Paulo (SP) adaptar os orelhões aos brasileiros com deficiências físicas como a “Geralmente, as pessoas com deficiência cegueira, a surdez e pessoas com sofrem porque os outros têm dó, quando na problemas motores. Porém, há pelo verdade elas não precisam que ninguém menos nove anos, está previsto em lei tenha dó.Quem sente esse tipo de preocupação, poderia tentar ajudar de alguma a obrigação de permitir que todos os forma essas pessoas. Por exemplo conhecendo mais a cidadãos tenham acesso à telefonia respeito delas. Onde eu trabalho, é uma política da pública. nonononononononono. empresa contratar pessoas que tenham alguma Segundo o Conselho Estadual para Assuntos deficiência, e elas trabalham em iguais condições, da Pessoa Portadora de Deficiência (CEAPPD) é são tratadas da mesma forma, e todos os dias um direito de todos os portadores de deficiência provam serem mais que capazes de exercer as mesmas física ter atendimento preferencial e contar com funções de maneira igual, ou às vezes até melhor que as adaptações nos transportes públicos e nas cidades, mas não é isso que vemos no cotidiano. Seja qualquer tipo de deficiência: de mobilidade, mental, visual e auditiva. (Conforme o Decreto N o 5.296, de 2 de dezembro de 2004).

TÁ na MÃO

• Mais Diferenças www.md.org.br • 3IN www.3in.org.br • Escola de Gente www.escoladegente.org.br • Sociedade Inclusiva www.sociedadeinclusiva.pucminas.br/ midia.php • Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa Portadora de Deficiência www.conselhos.sp.gov.br/ceappd-sp

*Dois dos 17 Conselhos Editoriais Jovens da Vira espalhados pelo País.

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Jornal mural na escola Construir

outra escola

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Equipe Jornal Mural

ais escolas estão inaugurando seus jornais murais, em diversas regiões de São Paulo. Muitas enfrentando os mesmos desafios. Entre os principais estão a falta de apoio da direção, envolvimento de outros professores e pouca verba. A correria é difícil, mas, quando a equipe de comunicação somada ao professor responsável se empenha, os resultados sempre valem a pena. O segredo do sucesso é um só: comunicação. Quando as/os alunos interessadas/os propõem a idéia para a escola, fazem do jornal um meio para todas/os se expressarem se informarem: funcionários, professores, gestores, alunos do noturno, vespertino e matutino. Essa integração faz com que todas/os sejam parte da construção do jornal mural e, com isso, colaborem com conteúdo e preservação. Sabendo da chave para a evolução do jornal mural, fica fácil relacionar esse método com todos os outros projetos e formas de atuação da escola. Fazer com que as pessoas participem do sistema de ensino é algo grande para ser discutido e levará um bom tempo ainda, porém, dando voz a todas/os, o ambiente escolar cresce e se torna prático e participativo na solução dos seus problemas sem o manjado excesso de burocracia.

CONFIRA O QUE A GALERA ANDA FAZENDO!

E.E. CARMOSINA

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jornal mural me levou a ter mais conhecimento, em cima do que trabalhamos, sobre as pesquisas que fazemos para as notícias. Futuramente não vai ter nada a ver com a minha profissão, mas vai me ajudar a fazer um texto melhor, conhecer palavras novas, saber falar bem. a Andrey Felipe de Souza Lima, 15 anos

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e início, a curiosidade que me levou a participar do jor nal, me integrar, saber como ia ser, o que ia acontecer. O jornal me ajudará a me expressar, me comunicar, em outros termos, criar responsabilidade. É uma grande responsabilidade estar aqui. a Tâmara A. de Lima, 15 anos

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oi uma necessidade básica, de sobre vivência na escola, porque nós estávamos lidando com alunos com muitos problemas e os bons alunos estavam indo embora ou sendo deixados de lado. Eu me aposento no final do ano e eu queria deixar esse legado. Eu não quero que eles fiquem esperando por mim sempre, quero que no ano que vem, quando eu não estiver mais aqui, que isso continue. Porque é importante pra eles. a Tereza do Amaral, professora coordenadora do jornal

E. E. JOÃO KOPKE `

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esde que falaram que iam fazer o jornal mural, eu já tava gostando, só que eu não sabia que a gente ia chegar ao ponto que a gente chegou, de lançar o jornal. Eu espero que seja direitinho, mensal e tudo, e que as pessoas colaborem com a gente. Que elas não rasguem, que queiram cada vez mais o jornal. a Juliana Almeida, 15 anos Luan e a Rafa falaram que ia ter o jornal na escola, logo no começo eu pensei assim: ‘Ah, vai ser um meio de mostrar minha opinião’. Então eu perguntei pra eles se dava para entrar no jornal, eles falaram que era só publicar. Eu publiquei a matéria do anarquismo e das músicas. Fui andando e tô aí com eles, espero que dure bastante. a Lucas Laparo, 14 anos


E.E. JOHAN GUTEMBERG

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u sou repórter do Jornal Mural. Eu achei que foi uma coisa dife rente do que a gente tava pensando, o pessoal gostou do que a gente fez. Espero que fique cada vez melhor. E eu espero que incentive a leitura, porque poucos alunos lêem. a Danilo Francisco da Cruz, 14 anos u achei a primeira edição muito boa, foi muito melhor do que eu esperava. Eu espero só uma palavra: Evolução. Pra mim ele tem que evoluir, ficar o máximo. E o principal: O público tem que gostar. Pode ajudar os alunos a se comunicar mais, não ficarem só no mundinho deles. Eles começam a ver o mundo de outras formas também. a Adriana Matos da Silva, 16 anos

m relação à direção, a gente teve todo o apoio, temos a sala 13 só para o jornal, temos a da coordenação onde os alunos podem usar todos os materiais e até no almoxarifado, com o material da escola. Quanto aos professores, somente alguns, ainda oferecem um pouco de resistência. a Elisabeth Sueli de Paula, professora coordenadora do jornal u adorei, amei, mais uma vez quero parabenizar a revista pela partici pação, por esta dedicação e preocupação com a escola pública, porque acho que isso facilita o nosso trabalho de alguma forma, um trabalho, que enquanto professora, em sala de aula, você pensa em fazer, mas de repente não encontra apoio. Então eu acho que a Viração é a primeira a estar fazendo esse trabalho. a Quitéria Santana Ribeiro, Diretoria de Ensino Norte 2

Agradecemos às Diretorias Regionais de Ensino Norte 1 e Norte 2, que formaram as turma 4 do Projeto Jornal Mural e as escolas: Ademar Hiroshi Suda, Brig. Eduardo Gomes, Edgard Pimentel, Elíseo T. Leite III, Flamínio Fávero, Jair de Toledo Xavier, Jardim Aurora, Joaquim Silvado, Jorge Luiz Borges, José Maria Reis, Profa. Heloísa Carneiro, Prof. Augusto R. Carvalho, Leônidas H. de Macedo, Manuel Bandeira, Milton da Silva Rodrigues e Oscar Blóis.

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idéia do jornal, de ter um espaço na es cola para os alunos falarem, ver aquilo que eles pensam, é uma idéia que eu tenho desde que eu entrei no magistério. Porque o adulto fala e o aluno ouve, sempre o professor fala e o aluno cala, o pai fala e o filho cala. Na hora que eu recebi o convite da diretoria para participar eu me senti muito bem, grata, e veio na hora certa, eu abracei. Pra tirar essa idéia de que a nossa escola fica numa zona violenta, de que é violenta, que não se tem nada de bom aqui por perto. A escola não é nada, é o que a gente faz. a Rita Maria Dias, professora

TÁ na MÃO Procure a comunidade Jornal Mural Revista Viração, no Orkut! Patrocínio:

Apoio:


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iquei muito feliz em participar dessa seção da Vira porque pude tirar dúvidas e conhecer mais minha futura profissão. Até conversar com o engenheiro mecânico Thales Cabral, pensava que a profissão só era relacionada à área de carros. Cheguei, inclusive, a fazer um curso técnico automotivo, para ir me acostumando. Mas, conversando com ele, descobri que a Engenharia Mecânica se divide em três áreas: automotiva, aeronáutica e industrial. Descobri também que um engenheiro mecânico está presente em muitas coisas do nosso cotidiano, como construções, transportes, climatizações. É ele que fará com que o processo a ser executado, seja ele qual for (descarregamento, montagem, construção), aconteça com a máxima precisão, a fim de que não haja acidentes e ocorra tudo bem. Por essa e outras razões, quero ser enge-

MARCOS GONÇALVES*

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esde pequeno, influenciado por meu tio, Mário Jorge, engenheiro mecânico, e meu avô, Teobaldo, mecânico prático de uma usina de açúcar, tive muita vontade de trabalhar nesta área. Tive muitas dificuldades, já que em Alagoas não existe o curso, mas dificuldades são a mola impulsionadora dos sonhos. Prestei vestibular, simultaneamente, para Engenharia Mecânica, na Universidade de Pernambuco (UPE), e Civil, na Universidade Federal de Alagoas, onde passei e cursei um ano e meio, até surgir a oportunidade de transferência para a UPE. Finalmente, a tão sonhada Mecânica estava em minhas mãos e com ela o desafio de viver numa cidade diferente, novas amizades e novas experiências. nononononononononononononononononononononono. O curso de Engenharia desmotiva os iniciantes, pois os primeiros anos vêm carregados de cálculos e muito pouca prática. Mas posso afirmar que se não fossem todas aquelas disciplinas iniciais, não teríamos a grande velocidade de tomada de

THALES DE OLIVEIRA CABRAL*

Engenheiro mecânico

Legenda


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*Marcos Gonçalves tem 17 anos e faz parte do Virajovem de Maceió (AL)

nheiro. Sempre achei interessantes cálculos e máquinas e procurava uma profissão que unisse os dois. Depois de um longo tempo para decidir o que fazer, optei por Engenharia Mecânica, e depois de conversar com o Thales, acabei me apaixonando ainda mais pela profissão e, agora, tenho certeza de que é isso que quero. Segundo Thales, existem duas dificuldades básicas para cursar Engenharia Mecânica, pelo menos para quem mora em Alagoas, já que aqui não existe ainda esse curso: ter coragem de sair de casa para morar em outro Estado, e ter condições financeiras e força de vontade para se manter em outro lugar, longe da família. Mas, estou firme! Pretendo prestar vestibular este ano na Bahia e espero que eu consiga me tornar um engenheiro mecânico.

Legenda

• Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas www.abcm.org.br • Centro de Informação Metal Mecânica www.cimm.com.br • Escola Politécnica de Pernambuco www.poli.br • Engenharia Mecânica http://pt.wikipedia.org/wiki Engenharia_mec%C3%A2nica • Projeto Mini Baja Petrobrás http://www2.petrobras.com.br portugues/ads/ads_Esporte.html

TÁ na MÃO

Thales de Oliveira Cabral tem 27 anos e é engenheiro mecânico, atuante na área de Vendas Técnicas de Maceió (AL)

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decisão, característica imprescindível para o desempenho das atividades de engenheiro. Marcos me pareceu muito empolgado com a profissão, embora sua visão fosse um pouco equivocada. Apresentei a ele as outras faces da Engenharia, que passa pelo projeto, fabricação, supervisão, inspeção, manutenção, operação, gestão e até vendas. Em Pernambuco, tive oportunidades de estágio em diversas dessas áreas, mas foi no departamento de vendas técnicas que fiquei até hoje. O curso nos propicia um grande embasamento para os mais diversos campos, cabendo a nós escolhermos o ramo de atuação. Agradeço à Viração pelo espaço e espero ter ajudado não só ao Marcos, mas outros jovens a escolherem a profissão de engenheiro.


Essa geração

vai longe

Crédito

O Programa Geração MudaMundo chega no Ceará

MAFOANE ODARA, de Fortaleza (CE), e BIANCA PYL, da Redação

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Revista ViRAÇÃO · Ano 5 · no 37

Crédito

“Q

uem aqui gosta de ser ouvido? Então, essa é a melhor definição do que o Geração MudaMundo proporciona a nós jovens.” As palavras de Josiene, de 23 anos, deram o tom do lançamento do Programa Geração MudaMundo (GMM), no dia 27 de setembro, em Fortaleza (Ceará). As/os jovens cearenses empreendedores sociais já podem contar com o apoio de mais essa iniciativa da organização internacional Ashoka para transformar a realidade por meio de seus projetos, que geram impacto social positivo na sociedade. Para a coordenadora do Geração MudaMundo no Brasil, Olívia Martin, o lançamento do Programa no Ceará foi importante para tornar o GMM, de fato, um movimento nacional. “E também porque responde a uma demanda na região Nordes-

te, que precisa de um programa para apoiar as inúmeras iniciativas juvenis.” O Geração MudaMundo continuará, a partir da sua expansão no Ceará, a sua expansão para vários outros estados do país. Depois que teve contato com o programa de juventude da Ashoka, recebendo apoio metodológico e financeiro, Josiene e outros jovens unidos por um interesse comum perseguiram seu sonho. Hoje eles desenvolvem um projeto na zona sul de São Paulo, chamado Oficina de Mangá, que oferece formação técnica sobre esse tipo de desenho japonês e trabalha o olhar das crianças sobre as questões sociais. “Representando toda a Geração MudaMundo, eu tive a dimensão de que somos referências para outros jovens e que podemos, de verdade, mudar o mundo a partir dos nossos sonhos e dos nossos projetos.” As/os jovens cearenses estão vinculadas/os a sete organizações parceiras que desenvolverão a primeira fase da implementação do GMM no Estado. “Estas organizações, em sua maioria


de base comunitária, têm como meta coletiva apoiar, acompanhar e lançar aproximadamente 120 empreendimentos sociais liderados por jovens até fevereiro do próximo ano”, explica Olívia. Um dos parceiros é o Centro de Estudos Aplicados de Juventude (Ceaj). Segundo o coordenador da instituição, Caio Feitosa, o GMM veio somar ao que sempre quiseram desenvolver na região, com o diferencial de oferecer um suporte mais amplo, que inclui formação e apoio financeiro. “Para nós, é um encontro de crenças que temos em comum com a Ashoka. Buscamos valorizar nossas particularidades, seja de gênero, de etnia ou de sexualidade. Assim, temos o nosso potencial valorizado e podemos trazer mudanças concretas para a nossa comunidade”. No Brasil desde 2006, esse programa internacional da Ashoka vem auxiliando jovens entre 14 e 24 anos a criarem e gerenciarem projetos sociais que beneficiem as suas comunidades. Por meio dele os jovens recebem formação, apoio financeiro e passam a fazer parte de uma rede mundial de jovens empreendedores que compartilham idéias e práticas, desenvolvem autoconfiança e capacidade de serem agentes de transformação para toda a vida. nonononononononono. Presente em 14 países e quatro continentes diferentes, foi possível para o programa começar no Brasil, e em outros países, devido ao apoio pioneiro da Staples Foundation for Learning e a sua filial OfficeNet. Além deste financiador internacional, o GMM conta com parcerias nacionais, como o apoio estratégico da Artemísia Empreendimentos Sustentáveis, a Associação Caminhando Juntos – ACJ, Atletas pela Cidadania, Partners Group, MTV e o banco JPMorgan. Contribuem também de forma essencial na implementação do programa os parceiros locais que trabalham na ponta com os jovens nos diversos estados de atuação – atualmente: São Paulo e Ceará, na cidade de Florianópolis e proximamente no estado de Belo Horizonte. nononono nono nonono nononononononono.

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FEIRÃO DO GERAÇÃO

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o dia 20 de outubro a Ashoka realiza a 1a Feira de Projetos Sociais do Geração MudaMundo. A feira se apresenta como uma oportunidade para os jovens mostrarem como seus sonhos foram transformados em empreendimentos sociais concretos. Durante todo o dia, os visitantes poderão conhecer projetos soCrédito ciais que envolvem cerca de 400 jovens empreendedores, que lideram 50 empreendimentos diferentes em São Paulo. Familiares, amigos, financiadores, representantes da mídia, parceiros do Programa e qualquer pessoa que acredite na visão da Ashoka, de que “Todo mundo pode mudar o Mundo”, estão convidados a compartilhar com os jovens esse momento de celebração de vitórias. Os empreendimentos vão de bibliotecas ambulantes, rádios e jornais comunitários até oficinas de criação de páginas na Internet Crédito para organizações do terceiro setor, produção de mangá e grafite, reciclagem de vidros para confecção de jóias, grupos de dança e teatro comunitários. A feira do GMM terá também participações artísticas de vários grupos culturais. nonononononononono. O evento acontece das 13 às 18h, no Museu Brasileiro da Escultura de São Paulo (MuBE), na Av. Europa, 218. O evento contará com a participação especial de alguns atletas reconhecidos como Ana Moser, Raí Oliveira e Gustavo Borges. Eles integram a organização Atletas pela Cidadania, parceira da Ashoka, composta por importantes figuras da comunidade esportiva, que tem como missão conscientizar, sensibilizar e mobilizar a sociedade no apoio às causas que contribuam para o desenvolvimento socioeconômico do país, com um foco na melhoria da educação e das oportunidades para jovens.

TÁ na MÃO • Se liga no Geração MudaMundo Faça parte da comunidade virtual do GMM compartilhando seus sonhos com outros jovens no País e no mundo: www.gmm.org.br no 37 · Ano 5 · Revista ViRAÇÃO

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A TV 2.0 se mostra um novo caminho na democratização da comunicação

TVde bolso

MARIANA LIMA, do Virajovem Maceió (AL)* UBIRAJARA BARBOSA DA FONSECA, do Virajovem São Paulo (SP)*

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Essa autonomia leva a uma grande evolução em se tratando de uma informação de todas e todos e para todas e todos, a chamada democratização da informação, uma vez que qualquer um pode produzir e veicular informação para todo o mundo, desde que tanto quem produz quanto quem acessa a informação tenha acesso à internet. Segundo Sérgio Amadeu, professor da pós-graduação da Faculdade de Comunicação Cásper Líbero e especialista em comunicação digital, de São Paulo (SP), a TV pública pode aproveitar bem a TV 2.0. “A TV pública, a que não é só estatal, pode dar um grande salto na frente da TV comercial, pois não tem interesse mercadológico sobre aquilo que veicula. Ela tem mais interesse no conteúdo do que nas verbas de publicidade como

azer programas de televisão. Um sonho que muitas pessoas têm está ficando mais fácil com a TV 2.0. Esse é o nome usado quando se fala do processo de transmissão e troca de vídeos pela internet. O processo tem uma série de vantagens sobre os sistemas existentes, como o analógico (aquele da TV comum que assistimos em casa), a TV digital (sistema que vai substituir o analógico) e a webTV (na internet). Uma das vantagens é não precisar de provedor, já que o computador é que centraliza a entrada e saída de informações, o que deixa a transmissão muito mais rápida e estável. Não ter servidor também traz outra grande vantagem. Sem estar centralizada em nenhum computador, empresa ou país, qualquer pessoa pode fazer filmagens e programas e colocá-los na rede, assim como qualquer pessoa que esteja em computador conectado à internet pode escolher dentre os vídeos feitos em qualquer lugar no mundo sem que essas informações tenham que ser submetidas à aprovação de empresas, como acontece hoje na TV comercial, ou de um órgão governamental, com acontece na estatal.

FILMES NA FACU O que te atrai nessa onda de fazer seus próprios filminhos e botar na net? – A chance de ver e ser visto, e por fim o reconhecimento do seu trabalho. Também é muito legal as pessoas comentando seus vídeos, é uma forma barata e rápida de mostrar trabalho. É bom também porque você acaba entrando em contato com pessoas que fazem o mesmo, assim acaba trocando conhecimentos sobre o assunto.

Ubirajara Barbosa

Sérgio Amadeu aponta as vantagens da TV 2.0

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Revista ViRAÇÃO · Ano 5 · n 37 o

Qual a repercussão que seus vídeos vêm gerando? Você já ficou “famoso” por algum deles? – Como o instrumento para colocar os vídeos on-line é o You Tube, a repercussão é medida por meio do número de pessoas que assistem, ‘linkam’ e comentam. Famosa? hum... não diria que fiquei famosa, mas sim um curta, que originalmente também era trabalho acadêmico, do qual fiz parte, concorreu em Gramado. Foi uma boa repercussão. Leticia Faddul Nunes, 22 anos, estudante de Publicidade, de São Paulo (SP)


VÍDEO-ARTE

Você filma com qual equipamento? (celular, máquina fotográfica, filmadora) – Comecei com filmadora digital (de um amigo), até que comprei uma webcam. Os últimos vídeos são todos de webcam. Nos vídeos com máquina digital (dá pra perceber, pelos movimentos da imagem) tinha alguém filmando pra mim, na webcam eu sempre estou sozinho. Qual o gênero dos seus vídeos, normalmente (comédia, doc, clip, terror)? – Digamos 50% comédia e 50% lirismo. Os outros são músicas que me tocam muito e eu adoraria passar isso pra quem também sente o mesmo. Ah, eu escolho filmar as músicas que gosto de tocar, geralmente as que estou empolgadíssimo na semana (ou no mês!). Ivan “Minduim” Lopes Neto, 23 anos, biólogo, Maceió (AL)

COMÉDIA O que mais te atrai nessa onda de fazer seus próprios filminhos e colocar na net? – Meus amigos verem e se divertirem. Você filma com qual equipamento (celular, máquina fotográfica, filmadora)? – Celular e máquina fotográfica, bem amador mesmo... Não foi proposital, pra botar no You Tube, não. Qual é a repercussão que seus vídeos vêm gerando? Você já ficou famoso por algum deles? – Hum... Que eu saiba nenhuma... Acho que já arranquei algumas risadas, somente. Caíque Guimarães Balbino, 20 anos, estudante universitário de Biologia, Maceió (AL)

O que te atrai nessa onda de fazer seus próprios filminhos e botar na net? – Na verdade não os vejo como “filminhos”... São vídeos sérios. Como estudante de Artes Plásticas, trabalho com vários meios de representação, e o vídeo é um deles. Colocá-los na net é uma forma de tornar a arte mais acessível. A arte tem que ser acessível! Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

RECONHECIMENTO

Em que ou em quem você se inspira pra criar seus vídeos? – Complicado. Não tenho nada específico. Cada vídeo surge de alguma coisa. Acho que tudo é inspiração. Natália Lemos, 22 anos, estudante de Artes Plásticas e Teatro, de São Paulo (SP)

tem a grande mídia, para quem a criatividade é importante desde que ela alavanque o seu negócio”, conta Amadeu. O professor faz uma comparação interessante para explicar sua visão sobre essa nova fase da comunicação. “Antes, para ouvir música, você tinha que pegar um LP (long play ou disco de vinil), colocar no toca-discos. Depois veio o CD, mas o que importa não é onde você escuta, o suporte, é o que você escuta. A digitalização faz isso, liberta o conteúdo do suporte.”

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*Integrantes de dois dos 17 Conselhos Editoriais Jovens da Vira espalhados pelo País (al@revistaviracao.org.br e sp@revistaviracao.org.br).

TÁ na MÃO • Uma carroça de madeira que transmite on-line vídeos manifestos de pessoas na rua. www.manifesto21.com.br/manifestese2006/ • Vídeo-arte de Natália Lemos www.youtube.com/watch?v=jwACiA14Ahw • Site onde podem ser encontradas musicas, álbuns inteiros em Creative Commons, livres para serem baixados e autorizados pelos autores. www.jamendo.com.pt • Vídeo-arte de Natália Lemos www.youtube.com/watch?v=HDBD-bqon7I no 37 · Ano 5 · Revista ViRAÇÃO

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e d u t i Atna busca por cidadania A galera da Rede Sou de Atitude realiza o 1o Social da Juventude na zona rural de São Luís com show, palestras e muita cidadania

Raimunda Ferraz

RAIMUNDA FERRAZ e SIDNEI COSTA, Fotos de Raimunda Ferraz do Virajovem de São Luís (MA)*

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Raimunda Ferraz

m uma sociedade de desigualdades econômicas e sociais tão notáveis, o protagonismo de crianças, adolescentes e jovens torna-se fundamental para intervir nas questões que afetam sua vida, enquanto ser social. Com o intuito de estimular essa participação surgem grupos de jovens, como as pastorais das igrejas. Nesses espaços, as/os jovens estão construindo uma história, na qual são as atrizes e os atores principais. Em sintonia com esse pensamento, a Rede Sou de Atitude do Maranhão realizou o 1o Social da Juventude, na zona rural de Vila Cruzado, no bairro do Tibirizinho, em São Luís. O evento foi iniciado por Ismael Silva Rodrigues, junto com alguns jovens da Igreja Batista Montesinai, com o objetivo de oferecer serviços àquela comunidade. O evento contou com serviços de atendimento Psicosocial e Jurídico, palestra sobre drogas e suas conseqüências, realizadas pelo Grupo Especial de Apoio as Escolas (Geap), e palestra sobre doenças sexualmente transmissíveis (dst), além de corte de cabelo realizado por um jovem da própria comunidade. Segundo a diretora Maria Nazaré Alves Campos, da escola Centro Educacional do Maranhão (CEMA), onde aconteceu a ação, a realização de eventos como esse é muito importante. “A juventude do Tibiri precisa de muita orientação, palestras, projetos para melhorar a situação das famílias do bairro”, opina a diretora. Ela conta ainda que realizar projetos, principalmente na área de esporte, é necessário pela demanda que há no local. “A garotada quer jogar futebol e, no entanto, não dispõem do principal material que é a bola. Se houvesse incentivo iria ajudá-los a não ficar ociosos e nas drogas”, lembra a diretora. A instrutora Débora Souza, do Programa Agente Jovem, lembra o quanto as comunidades necessitam de várias políticas, como a de lazer, segurança e saúde.

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Revista ViRAÇÃO · Ano 5 · no 37

Débora disse que a iniciativa da rede é muito importante para as pessoas aprenderem a se prevenir. “As dsts estão se proliferando em grande escala e percebe-se que se não houver informação será difícil haver tratamento, considerando a maneira como as políticas públicas estão se conduzindo”. Durante a noite foram sorteadas 28 bolsas para cursos de informática básica e 10 de telemarketing, doadas pela empresa Data Control, o que proporcionou um maior respaldo à primeira ação social da Rede. As atividades acabaram ao som da banda Alto Refúgio, Vocal dos Jovens da Igreja Batista Montesinai e Marlon Brendo. Houve até uma homenagem ao morador Zezinho, pelos benefícios que trouxe para a comunidade por meio de sua atuação na União de Moradores do Tibirizinho. No seu discurso, ele disse que o que conseguiu é pouco diante do que ainda precisa ser feito. “A juventude tem que ter atitude”, finaliza Zezinho.

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*Integrantes de um dos 17 Conselhos Editoriais Jovens da Vira espalhados pelo País (ma@revistaviracao.org.br).


para o serrado

Adolescentes e jovens de diversas etnias do País foram até Brasília entre 18 e 20 de setembro para participar de discussões e debates sobre seus problemas e apontar as soluções para suas comunidades IVANISE ANDRADE, do Virajovem de Campo Grande (MS)*, LIZELY BORGES, do Virajovem Curitiba (PR)* e BIANCA PYL, da Redação, enviadas especiais do Unicef

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Bianca Pyl

ESPECIAL povos das florestas

Da floresta para o serrado essano, Ticuna, Tukano, Bororó, Xavante, Wanana, Sateré-Mawé, Pataxó e muitas outras etnias foram representadas por 36 adolescentes e jovens indígenas no 2o Encontro Nacional dos Povos das Florestas, que rolou entre 18 e 23 de setembro. Em atividades específicas, as/os garotas/os tiveram a oportunidade de falar sobre as suas realidades nas aldeias ou na cidade, suas angústias, esperanças e o que precisam para enfrentar os problemas. Elas e eles foram trazidas/os pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que fechou parceria com a Vira para a Agência ViraJovem de Notícias envolver a galera na produção de reportagens e fotos do evento. A iniciativa contou ainda com apoio da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), do Grupo de Trabalho da Amazônia (GTA) e do Movimento de Estudantes Indígenas do Amazonas (Meiam), das Agências Girassolidário e Ciranda, da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi), da organização Ashoka e do Núcleo de Comunicação e Educação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (NCE-ECA-USP). Com o objetivo de promover um processo de diálogo e interação entre todas/os para estimular a expressão, valorização cultural e organização em defesa de seus direitos, o Unicef realizou uma programação específica para essa turma. Durante os três dias, as e os indígenas apresentaram suas danças e cantos, além de participarem da Mesa de Diálogos – Crianças, Adolescentes e Jovens das Florestas, coordenada por Marie-Pierre Poirier, representante do Unicef no Brasil, e produzirem um documento com suas reivindicações.

no 37 · Ano 5 · Revista ViRAÇÃO

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Bianca Pyl

QUEREMOS O QUE É NOSSO!

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o último dia do Encontro, a galera produziu uma carta para entregar às autoridades. Foram levantados os principais problemas que afligem as/os indígenas, jovens ou não. Os principais são: a demarcação de território, o acesso à educação e a valorização da identidade cultural. Durante a produção da carta, elas e eles se dividiram em grupos, separados por temas, e relataram as dificuldades que vivem em suas aldeias. Confira trechos da carta: EDUCAÇÃO E AUTONOMIA Mesmo reconhecendo os avanços registrados nos últimos anos, a exemplo da educação bilíngüe em diversas regiões, ainda são muitos os desafios a serem superados para assegurar qualidade na educação. Além da necessidade de levar os princípios da educação contextualizada para todas as escolas indígenas, é fundamental ampliar e diversificar as oportunidades de acesso ao ensino superior, perspectiva distante para a maioria das/os jovens indígenas. Para tornar isso realidade, queremos a criação de um núcleo de educação indígena federal todo planejado pelos indígenas, incluindo os jovens, pois nós conhecemos a nosTseredzaro Ruri’õ, da etnia Xavante sa realidade e sabemos o que precisamos. (...) alo da luta dos jovens, mesmo que nem todos façam a defesa

VAMOS CRIAR O CAMINHO

NOSSO TERRITÓRIO Devido aos constantes conflitos motivados pela ocupação e posse das terras indígenas, exigimos a demarcação e ampliação de territórios com a presença e a participação de toda a comunidade e a agilidade nos processos. Além de garantir a consulta aos povos indígenas antes da elaboração de qualquer tipo de projeto dentro e nas proximidades do território.

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o Revista RevistaViRAÇÃO ViRAÇÃO· Ano · Ano5 5· n· on37 37

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do nosso povo. Neste 2o Encontro Nacional dos Povos da Floresta tivemos oportunidade de participar, opinar, conhecer e trocar experiências com vários outros povos do Brasil. Este encontro foi muito rico para o conhecimento tradicional, para fazer união, para se conhecer, para conhecer outros povos. Somos jovens, temos que participar da luta, a defesa de direitos de nossos povos, garantindo a continuação de nossa geração, porque sabemos que durante 507 anos fomos dizimados, massacrados, nossas mulheres estupradas e outros crimes foram cometidos contra nós. Somos jovens indígenas, temos que unir forças junto com experientes líderes indígenas e não indígenas. Lutamos pelo meio ambiente porque a natureza somos nós. O que sentimos agora? O homem branco destruiu a natureza e quer destruir ainda mais, o aquecimento global. Eu estou assustado. Falo nas reuniões para não destruir a natuLizely Borges reza porque ela não é nossa, é da humanidade. Como seria o mundo se não houvesse desmatamento, se os nossos rios não fossem mais poluídos, se não mais instalassem usinas e se o governo começasse a nos consultar quando há algum programa, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A juventude deve pensar na humanidade, no povo e no planeta. Somos nós jovens que vamos continuar o caminho. Por isso esse 2o Encontro dos Povos da Floresta me deixou feliz, por conhecer povos e parentes. Eu vi outros parentes felizes. Pra mim isto já é um grande passo que nós estamos dando.


SEM PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO Com a carta em mãos, as/os jovens foram até o Ministério da Educação cobrar seus direitos

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CONSTRUIR JUNTOS Para Marie-Pierre Poirier, do Unicef, é muito importante o governo federal iniciar um diálogo com as/os jovens indígenas que são protagonistas de suas comunidades e sabem o que precisa ser feito. “Essa carta dos sonhos será entregue a várias instâncias e é um documento que mostra o que

deve ser feito para melhorar a educação e garantir a preservação da cultura indígena”, disse. O Ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que a preservação da identidade indígena, que é um patrimônio de todo o País, garante a preservação da cultura brasileira. Haddad propôs uma parceria com as/os jovens indígenas para construir uma agenda que servirá de exemplo Bianca Pyl

m novo capítulo sobre a aproximação entre o poder público federal e as/os adolescentes e jovens indígenas do Brasil começou a ser escrito no dia 20 de setembro, quando foi entregue ao Ministro da Educação, Fernando Haddad, uma carta com desafios e propostas para melhorar a educação, a saúde, e garantir a manutenção da cultura e identidade dos povos indígenas. Também participaram da reunião a representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, e o Secretário Nacional de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, André Lázaro. Antes de ser entregue, a carta foi lida e comentada pelo jovem Maiko Guajajara, do Maranhão, e pela jovem Luciene Chaves de Jesus, da etnia Pataxó, da Bahia. Para Maiko, a entrega da carta é um momento muito importante, pois os povos indígenas já lutaram muito para conseguir ter oportunidades de participação política. O jovem questionou a maneira de pensar e elaborar políticas públicas para os povos indígenas, sempre com uma perspectiva assistencialista. “Não precisamos ser tratados como coitadinhos. Queremos cursinhos para nos preparar para entrar nas universidades e não cotas. Com isso, vamos continuar sendo tratados com preconceito e discriminação”, afirmou. Para Maiko, antes da criação e financiamento de novos projetos é preciso qualificar as pessoas que irão trabalhar nas aldeias e ouvir o que os povos indígenas têm a dizer. “Nós é que sabemos o que se passa dentro das aldeias. Devemos e queremos ser consultados”, concluiu. Luciene também falou sobre a importância de participação das/dos adolescentes e jovens indígenas na definição de ações para suas comunidades e disse que a união dos povos indígenas poderá reduzir a violência nas aldeias.

Ministro Haddad: primeiro de muitos encontros

para toda a sociedade. “Tomem esse encontro como o primeiro de muitos, pois estamos criando uma agenda de trabalho conjunto. Precisamos compreender o que se passa nas aldeias”. Para o ministro, os povos indígenas estão mais conscientes de seus deveres e passaram a cobrar o governo federal, mas “o Estado não está acompanhando essas demandas no ritmo desejado. Muitas vezes, nos acomodamos com o estágio das Políticas Públicas. Mas queremos ir além.”, admitiu Haddad. O Secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, André Lázaro, quis saber das/dos adolescentes e jovens quais estudavam ou já haviam freqüentado escolas indígenas. Como poucos levantaram as mãos, ele admitiu: “Estamos devendo muito a vocês ainda”. no 37 · Ano 5 · Revista ViRAÇÃO

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Beatriz Caitana

SER JOVEM INDÍGENA É LUTAR PELO MEU POVO Luciene Chaves de Jesus, da etnia Pataxó

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ou representante dos jovens de Coroa Vermelha, no Sul da Bahia, e ser jovem indígena para mim é lutar pelo meu povo e pelos antepassados. Quero mostrar ao mundo que somos capazes de ser um índio de decisões próprias e ensinar a gerações futuras que somos guerreiros do mundo e somos donos da terra. A luta é uma forma de amar a vida. A cada momento esta luta está sendo acabada. Por isso somos jovens de decisões e capazes de lutar até a morte pelo nosso povo, enfrentar as dificuldades com a coragem de um povo guerreiro e lutador. A luta pelo reconhecimento é muito difícil, o que faz que muiLuciene: lutar até a morte tos desistam dos nossos direitos. Temos que correr depressa e dizer que somos livres para lutar e mostrar a nossa cultura, para que ela não se perca. Na minha aldeia temos também um grupo de jovens que está revitalizando a cultura, as danças, o teatro, a saúde e a educação. Este grupo foi a forma de acabar com as drogas, a exploração sexual e o alcoolismo. Hoje temos vários projetos que foram aprovados pois a união da comunidade e do cacique nos deu coragem de viver e mostra que somos capazes. *Integrante de dois dos 17 Conselhos Editoriais Jovens da Vira espalhados pelo País (ms@revistaviracao.org.br e pr@revistaviracao.org.br).

Bianca Pyl

QUEM É QUEM V

eja quem participou da cobertura da programação especial para jovens e adolescentes indígenas, do 2o Encontro Nacional dos Povos das Florestas: Comunicadoras • Bianca Pyl, da Viração • Ivanise Andrade, da Agência Girassolidário • Lizely Borges, da Agência Ciranda Jovens comunicadoras/es • Edinelva Pádua Matos, da etnia Tukano • Glicélia Jesus da Silva, da etnia Tupinambá • Gilce Pereira, da etnia Wanana • Joel Matos Gomes, da etnia Krahô-kanela • Kâhu Wêrimehi, da etnia Pataxó • Luciene Chaves de Jesus, da etnia Pataxó • Mayko Souza, da etnia Guajajara • Noé Ribeiro, da etnia Krahô-kanela • Tseredzaro Ruri’õ, da etnia Xavante Coordenação Geral • Paulo Pereira Lima RevistaViRAÇÃO ViRAÇÃO· ·Ano Ano55· ·nn 37 37 2020 Revista oo

TÁ na MÃO • No site www.revistaviracao.org.br/ povos_floresta, confira todo o conteúdo produzido pela galera durante o encontro


FABIANA IBRAHIM e PABLO ABRANCHES, do Virajovem de Belo Horizonte (MG)*

Minas no debate Em Belo Horizonte, a galera conquista espaço para discutir sobre políticas públicas e articular o movimento juvenil

Virajovem Belo Horizonte

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romovendo a interlocução entre a sociedade civil e o poder público, o Fórum de Entidades e Movimentos Juvenis da Região Metropolitana de Belo Horizonte (FEMJ/RMBH) é um espaço de debates, troca de experiências e de formação de jovens e educadoras/es. O FEMJ/RMBH surgiu a partir da realização do 2o Seminário de Políticas Públicas para a Juventude, em setembro de 2004, organizado por entidades ligadas aos segmentos juvenis de Belo Horizonte e cidades vizinhas. Desde então, o Fórum tem se consolidado como um espaço de discussão e acompanhamento das políticas públicas direcionadas aos jovens da região metropolitana, articulando ações comuns entre os grupos e movimentos juvenis, bem como estabelecendo interlocuções com o poder público local e o Fórum Nacional de Movimentos e Organizações Juvenis. Ao longo dos três anos de existência, o Fórum tem discutido amplamente temas, como a condição social da juventude brasileira, a atuação das entidades e seus educadores, os projetos e programas governamentais voltados aos jovens. Como exemplo dessa atuação, vale destacar a mobilização, em 2006, em torno da criação e fortalecimento do Conselho Municipal de Juventude de Belo Horizonte. O FEMJ/RMBH promoveu debates e atuou decisivamente na articulação dos movimentos juvenis para o processo de discussão e eleição desse Conselho. Atualmente, os integrantes do Fórum, que hoje envolve cerca de 42 entidades e movimentos juvenis, trabalham intensamente na preparação

do seminário Juventudes e o Acesso à Cidade: Construindo Direitos. O objetivo do evento é aprofundar a discussão da temática do acesso à cidade, concretizada nas questões do o direito de ir e vir – passe livre – e da violência contra a/o jovem, que se desdobra nos debates sobre a redução da maioridade penal e a violência policial. De acordo com Juarez Dayrell, representante do Observatório da Juventude da UFMG no Fórum, “a idéia é agregar os debates e esforços em torno de um conjunto bem delimitado de questões importantes nos contextos nacional e local de construção de políticas públicas de juventude”. No evento, serão construídas estratégias, uma agenda de mobilização e articulação dos movimentos e entidades, além de pautas para o diálogo com o poder público no processo de construção de políticas para a juventude. De acordo com Rafaela Lima, representante da ONG Associação Imagem Comunitária no Fórum “a proposta do evento é sair do plano das discussões genéricas, uma vez que o universo de questões e demandas relacionadas à juventude é muito amplo, e estabelecer um conjunto de questões prioritárias frente às quais seja possível construir propostas efetivas”. Somente com a participação de todas/os é que iremos garantir a construção de políticas públicas eficazes e que representem a diversidade juvenil do nosso país.

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*Integrantes de um dos 17 Conselhos Editoriais Jovens da Vira espalhados pelo País (mg@revistaviracao.org.br).

nno o37 37· ·Ano Ano55· ·Revista RevistaViRAÇÃO ViRAÇÃO

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Galera na Ativa 22

Revista ViRAÇÃO · Ano 5 · no 37

Projeto em João Pessoa dá prioridade às/aos jovens em processos educativos Niedja Ribeiro

NIEDJA RIBEIRO, do Virajovem de João Pessoa (PB)* O protagonismo juvenil ganha relevância na Secretaria Municipal de Educação de João Pessoa, devido ao trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Inclusão Social da Diretoria de Gestão Curricular, a partir da articulação do Centro Alunos da rede municipal terão acesso ao conteúdo da Viração Cultural Bájò Ayò, com o dos adolescentes tendo como prioridade a apoio do Fundo Juntos pela Educação. participação das/os estudantes no processo O trabalho deu frutos e o primeiro deles é a educativo, utilizando como um dos instrucriação da Coordenação de Protagonismo mentos pedagógicos a Revista Viração. Infanto-juvenil, onde as/os adolescentes Este é um momento histórico da organizaestão preparando um encontro com a ção do movimento estudantil do município presença do prefeito, secretárias/os, de João Pessoa. gestoras/es, alunas/os e educadoras/es das Esta ação amplia espaços de discussão 92 escolas municipais e entidades convidaocupados por crianças e adolescentes no das (Rede Pró Criança e Adolescente desempenho de papéis e funções que (Remar), Fórum da Criança e do Adolescenbuscam transformações aproximando te (FDCA), Projovem). alunas/os e educadoras/es propondo ações Um documento elaborado pelas/os na escola e comunidade. Espaços permialunas/os expressa a importância de ter tem o desenvolvimento pessoal e social de uma coordenação voltada para as questões crianças e adolescentes, o exercício da cidadania, o envolvimento coletivo, a cooperação social através de práticas que contribuem para a vida adulta. *Integrante de um dos 17 Conselhos Editorias Jovens da Vira espalhados pelo País (pb@revistaviracao.org.br).


DE OLHO NO

Saiba sobre seus direitos e deveres, garantidos pelo Estatuto da Criança

ECA

e do Adolescente

por

PALOMA KLISYS Ivo

Sou

Se liga no Conselho Q

Lentini

uem acompanha as notícias sobre infâncias e juventudes no Brasil, sabe que enfrentamos uma série de dificuldades para o exercício de direitos básicos. Conforme os Estados e regiões percebemos realidades paralelas, coexistentes e marcadamente desiguais. A garantia do que é básico ainda corre o risco de sofrer retrocessos. Redução da maioridade penal, a dificuldade de garantia da educação pública de qualidade, o direito de ter acesso ao conhecimento, de contribuir para a gestão de políticas públicas para o enfrentamento da violência. A partir do momento em que o Estatuto foi aprovado, todos os municípios do território nacional passaram a ter a obrigação de garantir condições para que exista pelo menos um Conselho Tutelar em funcionamento. O nome é estranho mas, na prática, o Conselho é um órgão público que serve para agilizar coisas muito práticas que podem fazer a diferença na vida de uma criança ou um adolescente. O Conselho tem a função de requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança. De acordo com o ECA, o Conselho também é responsável por “encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou do adolescente; encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência; providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária; requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário; assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente”. Como órgão público, o Conselho deve ter um local de funcionamento e uma equipe composta por cinco membros da comunidade com mais de 21 anos de idade. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar deve ser estabelecido em lei municipal. A legislação determina que os recursos necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar devem ser previstos na lei orçamentária. A implementação

de um Conselho Tutelar é uma estratégia de defesa e garantia dos direitos previstos no Estatuto. Se no seu município simplesmente não existir um Conselho Tutelar, informe-se, compartilhe indignação e novos saberes sobre os caminhos de fazer valer os seus direitos, organize ações e estratégias com outras pessoas e procure o Ministério Público. Lembre-se que você pode usar o Art. 14, afinal: “é garantido o acesso de toda criança ou adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos”.

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*Paloma Klysis é escritora, autora de Drogas: Qual é o Barato e Do Avesso ao Direito (paloklis@hotmail.com).

TÁ na MÃO • Relatório Situação da Infância Brasileira 2006 http://www.unicef.org brazil/sib06h.htm • Relatório Situação da Infância no Mundo 2006 http://www.unicef.org/brazil sowc06/index.htm • Jornada de Luta em Defesa da Educação Pública http://www.adital.com.br/site noticia.asp?lang=PT&cod=29101 no 37 · Ano 5 · Revista ViRAÇÃO

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GALERA REPÓRTER

Espelhos da sociedade A galera de Fortaleza conversa com o assessor da juventude da cidade sobre o atual quadro das políticas públicas para as/os jovens KEYWILLA VENCESLAU, AMANDA GIRÃO, BETO ARCANJO e JERSEY ALBUQUERQUE, do Virajovem Fortaleza (CE)*

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Fotos: Virajovem Fortaleza

inanciamento de empreendimentos das/os jovens, oportunidades de formação e qualificação profissional para a juventude são algumas das políticas executadas em Fortaleza (CE). Compartilhando diversas experiências, as/os virajovens de Fortaleza bateram um papo descontraído com Afonso Tiago de Sousa, assessor da Juventude da Prefeitura de Fortaleza e estudante do curso de História, na Universidade Estadual do Ceará (UECE). Na conversa, Afonso opinou sobre diversos assuntos, embasado na sua vivência profissional e no Movimento Estudantil. Quando estudante da Escola Técnica Federal do Ceará, atual Centro de Formação e Educação Tecnológica (CEFET), o jovem iniciou sua militância como presidente do grêmio estudantil. A partir daí, aguçou seu interesse pela questão social, envolvendo-se em vários movimentos juvenis, como a Pastoral da Juventude do Meio Popular, nos movimentos de esquerda, tornando-se, mais tarde, assessor, à época, da vereadora Luizianne Lins, atual prefeita de Fortaleza.

“O Brasil não tem tradição de políticas específicas para a juventude”

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Quais são os principais projetos da Prefeitura de Fortaleza para a juventude? – Temos o CredJovem Solidário, que oferece financiamento para jovens através da tecnologia da economia solidária. O Programa Nacional de Jovens (Projovem), em parceria com o governo federal, atende aos jovens de 18 a 24 anos, visando a elevação da escolaridade, a qualificação profissional e o desenvolvimento de ações comunitárias. Estamos desapropriando terrenos e elaborando projetos para a construção de Centros de Juventude, chamados de Centros Urbanos de Cultura e Arte, Esporte e Tecnologia (Cuca), oferecendo cursos de cultura e esporte. Com a Fundação da Criança e da Família Cidadã (Funci), temos dois projetos: Agente Jovem e Adolescente Cida-

A pesquisa Retratos da Fortaleza Jovem foi realizada pela ONG Instituto de Juventude Contemporânea (IJC) em parceria com a Prefeitura de Fortaleza. Segundo a pesquisa, para 21% das pessoas de 15 a 29 anos de Fortaleza, a pior coisa em ser jovem é a falta Revista ViRAÇÃO · Ano 5 · no 37

de trabalho e renda. Ter um emprego, uma profissão, está entre as maiores preocupações para 31,1% dos moradores inseridos nessa faixa etária. Para 65,1%, a violência é um assunto importante para ser discutido pela sociedade,


dão, que atendem mais de dois mil jovens entre 15 e 21 anos. Algumas obras públicas têm sido pensadas a partir de demandas propostas por jovens, como no bairro Beira Rio, que temos em fase final de construção um espaço para esportes radicais. De que forma as/os jovens participam? – Contamos com espaços de participação, como o Orçamento Participativo da Juventude, onde são apresentadas ao poder público suas reivindicações, para a elaboração do orçamento da cidade, e o Conselho Municipal de Juventude, recémcriado, que conta com 30 membros, quase todos jovens, sendo 20 da Sociedade Civil e 10 do poder público (Executivo e Legislativo). Outras secretarias têm ações específicas para a juventude como a Fundação de Cultura, Esporte e Turismo (Funcet), que desenvolveu a Rede Música Ativa, unificando três grandes festivais de rock da cidade, reunindo jovens numa série de atividades para esse público. Outro exemplo é a Secretaria de Educação que, em parceria com o governo federal, desenvolve o Programa Escola Aberta, possibilitando que nos finais de semana as escolas

ofereçam atividades para a comunidade. Quando eu era mais novo, lembro que pulava o muro da escola nos fins de semana para jogar bola, o que é um absurdo! Estão sendo construídos espaços para a Inclusão Digital. A prefeitura já construiu três equipamentos, as chamadas Casa Brasil, onde a comunidade tem acesso à internet e conhecimentos básicos de Informática, fora os laboratórios de informática espalhados pelas escolas municipais. É raro ver prefeituras com órgãos especialmente voltados para a juventude. Como se deu a experiência na prefeitura de Fortaleza? – O Brasil não tem tradição de política específica para juventude e Fortaleza tinha muito menos. As gestões anteriores nunca tiveram uma ação para o público jovem. Na verdade, o que havia era uma política para adolescentes, apenas uma extensão da política de criança e adolescente. Tentava-se cumprir o

Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas não se dava conta de quem passava dos 18 anos. Como a prefeita foi uma militante de movimento da juventude, ela tinha um entendimento melhor dessa questão. Fora isso, também no Brasil, as pessoas estão começando a ter a compreensão de que os segmentos sociais específicos precisam de políticas específicas, como exemplo as voltadas para as mulheres, os portadores de deficiência. Outra coisa é que reconhecemos a juventude como um segmento estratégico sob o ponto de vista da transformação social, se houver um investimento, podemos ter um mundo melhor. Assim, estaremos investindo na sociedade como um todo. Por tudo isso, foi criada a Assessoria de Juventude, uma equipe composta por jovens, ligada diretamente ao gabinete da prefeita, responsável por diagnosticar e acompanhar a política de juventude municipal. Temos a tarefa de evitar uma coisa que era muito comum nos governos: a desconexão das ações entre os órgãos. Hoje vocês têm o perfil do jovem de Fortaleza, depois de realizada a pesquisa Retratos da Fortaleza Jovem. Como se deu esse processo? – A pesquisa serviu para diagnosticar vários aspectos da juventude de Fortaleza. É um trabalho denso que nunca foi feito na cidade. Com pouco mais de mil jovens entrevistados, nosso objetivo era conhecer a situação desses jovens sob os pontos de vista econômico, cultural, social, expectativa em relação ao Poder Público e em relação à sua própria vida. A pesquisa foi feita por meio da parceria da prefeitura com a ONG Instituto de Juventude Contem-

e 60,5% dos entrevistados apontam a educação como tema que deveria ser debatido com prioridade. A pesquisa foi realizada no fim do ano passado, em 40 bairros da cidade, e foram ouvidos 1.734 jovens. O levantamento, composto por 123 perguntas, foi aplicado por meio de Inquérito domiciliar por alunos do programa nºo 37 · Ano 45 · Revista ViRAÇÃO

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porânea (IJC). A coleta dos dados foi feita por jovens, com a ajuda dos mestres da academia, universitários, doutores que ajudaram a desenvolver a metodologia e analisar os dados. Foi fundamental que os jovens pesquisassem junto à comunidade. Dessa forma o jovem que respondia tinha mais possibilidade de falar a verdade sobre temas polêmicos, como sexualidade, drogas e preconceito. A pesquisa revelou dados que nos possibilitam a melhor elaboração das políticas e, daqui a alguns anos, quando a pesquisa for refeita, nós possamos ver com detalhes o que está acontecendo com a juventude e qual o impacto das políticas de juventude. Qual é o perfil do jovem de Fortaleza, em relação ao que eles esperam da vida, referências, valores, enfim, no geral? – Uma notável característica da cidade é a grande parcela de jovens na população. A juventude brasileira é muito diversificada, principalmente em Fortaleza, onde há um êxodo muito grande do interior pra capital. É uma juventude muito dividida. Se compararmos um jovem de bairro pobre com outro de classe média, eles vivem em mundos diferentes. Então, temos uma diferença cultural muito forte. Temos um jovem que tem as suas tribos, que gosta de coisas distintas. Fica muito difícil dar um perfil único da juventude de Fortaleza. A característica seria na realidade, essa falta de característica uniforme. O que esses jovens gostam de fazer? – De acordo com a pesquisa, eles têm muita vontade de viajar, são muito influenciados pela TV, pela

moda, pelas marcas, pelo mercado capitalista, pela competitividade e pelo individualismo. Por isso, é tão importante a comunicação alternativa, popular, feita na escola, na ONG e na associação comunitária, como contraponto a uma sociedade do espetáculo que se forma onde o jovem deixa de ‘ser’ e passa a ‘parecer’. Outra coisa é que o jovem compete em tudo, seja pra entrar na universidade, seja no mercado de trabalho, seja nos esportes. Isso leva a outra problemática: as rivalidades. Então, o jovem muitas vezes vê no outro, não um parceiro mas, sim, um rival. Por isso, nós temos as disputas do tráfico, do roubo e, ainda, pelo controle moral do território, dos bairros. Isso marca não só a juventude da periferia, mas toda a juventude da cidade. Como diz a socióloga Regina Novaes: “Na juventude se escreve uma opinião que a sociedade está construindo. Às vezes as pessoas acham que a violência é fruto da juventude, quando não é. A violência é fruto de uma sociedade que está se constituindo violenta, e por isso, se expressa na juventude”. É uma coisa que é muito mais construída pelas gerações passadas. E nós achamos que a juventude pode ser agente para resistir e criar novas relações solidárias, democráticas, comunitárias, pra fazer uma sociedade nova. Os projetos sociais dependem muito da juventude, quase que

Primeiro Emprego. A partir das informações obtidas, a administração municipal está lançando uma chamada pública para graduados e estudantes do ensino médio, estimulando-os a produzir pesquisas e estudos voltados para as/os jovens.

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totalmente. O que a/o jovem deve fazer para melhorar o desenvolvimento desses projetos e até ampliá-los? – O papel da juventude é participar dos espaços democráticos que já estão abertos, reivindicar por mais, apontar para o Poder Público suas necessidades e exigir. Em qualquer lugar que o jovem esteja, ele tem que exigir que haja um orçamento voltado pras questões juvenis, discutido democraticamente. Se não tiver orçamento, é apenas discurso. E se não for debatido com os jovens, pode virar apenas uma “política pra jovens”, uma política com a qual a juventude pode não se identificar. Por exemplo, no Projovem, a gente já passou umas boas com os representantes de turma. Periodicamente, pedimos pra que eles coloquem todos os problemas identificados no programa. Aquilo pra gente é sagrado porque o primeiro problema a resolver é o que foi levantado pelo jovem atendido. Você pode deixar uma mensagem pra juventude? – Os jovens deveriam valorizar mais as coisas simples e mais próximas deles, como as amizades, a comunidade, a escola do bairro, a pracinha porque, assim, podem transformá-las. Eu diria que a saída é coletiva. Que todos unam-se e se organizem pra transformar essa sociedade porque a vida de cada um só vai mudar se houver uma transformação geral. Ao invés de ficar cada um tentando se salvar é melhor se juntar pra tentar salvar todo mundo. Seria mais correto.

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*Integrantes de um dos 17 Conselhos Editoriais Jovens espalhados pelo País (ce@revistaviracao.org.br).

TÁ na MÃO • ProJovem www.projovem.gov.br • Retratos da Juventude de Fortaleza www.retratosdafortalezajovem.org.br


IVANISE ANDRADE, do Virajovem de Campo Grande (MS)* e BIANCA PYL, da Redação

Esta seção tem o patrocínio do Unicef

PRA VER

Ritos de passagem Na cultura indígena, os rituais marcam a passagem da criança para a vida adulta. Alguns são marcados por dores físicas, que após serem suportadas, permitem a entrada na nova fase

Rito de Passagem, de Ângela M. Pappiani O documentário mostra ritos de oito povos indígenas do Brasil: Tukano, Xavante, Guarani, Krikati, Karajá, Mehinaku, Kaxinawá e Bororo. Bianca Pyl

D

urante o 2o Encontro Nacional dos Povos das Florestas, ocorrido entre 18 e 23 de setembro, em Brasília, os rituais da Tucandeira, realizados com meninos Sataré-mawé, e o da Menina Nova, feito pelas indígenas Ticuna, foram demonstrados para os participantes da Mesa de Diálogo – Crianças, Adolescentes e Jovens das Florestas, coordenada por Marie-Pierre Poirier, representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil. “A menina é preparada para casar e se tornar a coluna de sustentação da família.” É assim que Cláudia Ticuna, de 29 anos, resume a importância do ritual da Menina Nova, praticado em sua aldeia. Segundo ela, não há a fase da adolescência nos costumes de sua etnia. As meninas deixam de ser crianças quando menstruam pela primeira vez e começam a ser orientadas pelas anciãs da aldeia para assumir sua condição de mulher, de esposa e de mãe. “O ritual começa com um resguardo de alguns dias, momento em que as anciãs nos ensinam novos comportamentos. Durante a festa da Menina Nova entramos e saímos sem falar nada, agüentando com força e coragem enquanto todos os nossos cabelos são arrancados. É um ritual sagrado e um momento para sermos apresentadas como mulheres para a comunidade, prontas para casar”, explica Cláudia Ticuna. Todo o ritual traz ensinamentos e significados que serão importantes para toda a vida, como a paciência, a auto-estima, a tolerância, a força e a coragem. “Os mais velhos tem uma visão que só os deuses têm”, afirma, explicando porque as palavras das anciãs têm tanto valor. “Cada conselho dos velhos é como um chip que fica dentro do coração. Muitas vezes permanece adormecido, mas continua pulsando e é usado sempre que precisamos”, completa. Para Cláudia Ticuna, as/os jovens passam por tantos problemas atualmente, como as drogas e o suicídio, porque não se lembram que tem um clã, uma família, uma história, que têm costumes e uma origem. “Muitos não sabem de sua própria cultura.”

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*Integrante de um dos 17 Conselhos Editoriais Jovens da Vira espalhados pelos País (ms@revistaviracao.org.br).

Viagem ao Mundo Indigena, de Luis Donizete Benzi Grupioni (Editora Berlendis e Vertecch, 1997) Este primeiro volume da Coleção Pawana nos apresenta noites enluaradas, preparativos para a festa de um menino Ukewái que vai tornar-se rapaz. Há também o rito de passagem da infância da menina Kadiwéu para a puberdade.

TÁ na MÃO

• Instituto de Desenvolvimento das Tradições Indígenas www.ideti.org.br no 37 · Ano 5 · Revista ViRAÇÃO

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Por meio de exposição de fotos, jovens revelam os brincantes e seus brinquedos

O

Fotos Virajovem de Salvador (BA)

IMAGENS que viram 28

s quadrados coloridos que congelaram um instante da cultura da infância foram produzidos por jovens durante as oficinas de fotografia promovidas pelo Centro de Referência Integral de Adolescente (CRIA), em 2006/2007 e coordenadas pelo fotógrafo Rogério Ferrari. A primeira etapa da oficina aconteceu em Salvador. As/os jovens fotografaram as comunidades onde vivem. Depois, o mesmo processo foi realizado em Andorinha, pequena cidade do Sertão Baiano. O grupo, de 33 jovens, com idades entre 15 e 21 anos, buscou revelar os brincantes e seus brinquedos. Andorinha e as comunidades retratadas em Salvador fazem parte da Rede Ser-tão Brasil, articulação provocada pelo CRIA. Um movimento cultural pela transformação social que revela coletivos (grupos comunitários e núcleos de arte e educação), conexões entre pessoas que buscam novas possibilidades de desenvolvimento e vida simples e digna para todos e todas, em muitos lugares. Olhares de Brinquedo é uma expressão de tudo isso.

Olhares de

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*Integrantes de um dos 17 Conselhos Editorias Jovens da Vira espalhados pelo País (ba@revistaviracao.org.br).

brinquedo

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NO ESCURINHO

...

SÉRGIO RIZZO, crítico de cinema

Fotos: Divulgação

o m s i Bat de sangue

E

m um dos diversos debates que acompanharam a campanha de lançamento de Batismo de Sangue nos cinemas por todo o país, durante o primeiro semestre deste ano, o diretor e co-roteirista mineiro Helvécio Ratton (que realizou também Uma Onda no Ar) contou que se sentiu recompensado ao ouvir o comentário de um jovem que se surpreendera ao ‘descobrir’ os fatos verídicos recriados pelo filme. “Pensei que essas coisas só tinham acontecido na Argentina e no Chile”, disse o rapaz. O jovem se referia aos procedimentos adotados por órgãos de repressão do regime militar de 1964 contra todos os que eram considerados ‘inimigos’, aí incluídos os universitários que insistiam em manter ativo o movimento estudantil, mesmo depois da prisão de diversos líderes, e os frades dominicanos acusados de acobertar ‘subversivos’ ou mesmo de executar ações para provocar e desestabilizar a ditadura. Muitos dos tais ‘inimigos’ foram torturados. Alguns morreram nos porões do regime. Outros, mais tarde, em decorrência do que sofreram ali. Ratton julgou importante contar a história vivida por Frei Betto (interpretado no filme por Daniel de Oliveira, de Cazuza e Zuzu Angel) justamente porque, entre outras razões, acreditava que o já folclórico desprezo nacional pela memória do país tinha feito seus estragos em relação ao que ocorreu durante os ‘anos de chumbo’ da ditadura que tomou o poder em 1964 e o manteve até 1985. O comentário sincero daquele espectador vinha confirmar a névoa de desconhecimento sobre o que se viveu naquele período e seus efeitos sobre o país. Daí, portanto, a urgência de reconstituir alguns eventos enquanto seus protagonistas continuam entre nós. Embora o livro Batismo de Sangue (no qual o filme se baseia) seja de Frei Betto, o personagem mais importante é Frei Tito (Caio Blat). O choque entre os ideais humanistas do grupo de frades dominicanos que ousou enfrentar o regime e a dura repressão a que foram submetidos, planejada pelo regime para ser ‘exemplar’, está concentrado nessa figura doce que se tornou, até o final da vida, vítima dos fantasmas que passaram a atormentá-lo a partir das sessões de tortura.

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Revista ViRAÇÃO · Ano 5 · no 37

Batismo de Sangue conta a história vivida por Frei Betto durante os ‘anos de chumbo’ da ditadura

Com a concordância de Frei Betto, Ratton adotou um tom realista que incomodou espectadores mais sensíveis a cenas de violência. O objetivo era aproximar o filme (ou, ao menos, as seqüências de tortura) de um estado de desrespeito aos direitos mais elementares do homem. A rigor, as imagens de tortura propriamente dita duram pouquíssimos minutos. Se elas ecoam na mente do público, é justamente por conta da barbárie que representam, e que deve ser lembrada.

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C

riar é Psico é o nome do álbum lançado em 2003 pela Sublimantes, banda de jovens psicólogos que produz suas letras inspiradas nas teorias e práticas da Psicologia. Tudo começou em 1998, quando eles ainda eram estudantes da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC)-RS. O professor de uma das disciplinas do curso pediu para apresentarem um trabalho sobre Rogers (um filósofo) da forma mais criativa possível. Todos os integrantes de um dos grupos eram músicos. Eles decidiram, então, que iriam escrever uma música (Tio Rogers). Assim eles fizeram em várias outras disciplinas. O som fez tanto sucesso que eles acabaram montando uma banda. No início, faziam paródias de músicas famosas, mas logo começaram a compor suas próprias músicas. A produção foi intensa, mas eles ainda não tinham um nome (pelo menos um que eles curtissem), nem grana para gravar um CD. No embalo da criatividade, tiveram a idéia de pedir um auxílio aos colegas e, como contrapartida, eles poderiam sugerir nomes para a banda. A experiência deu certo e Sublimantes foi o nome escolhido. O nome vem de um conceito formulado por Freud de sublimação (processo inconsciente de FREUD: Sigmund deslocamento da energia Freud (1856-1939) pulsional reprimida para desenvolveu a Psioutro objeto). “A gente canálise, teoria do aprendia que música é o funcionamento da que sai da repressão dos

PRA ENTENDER

mente humana

Banda gaúcha faz letras debochadas com teorias da Psicologia

afetos em forma de poesia. Hoje, penso que está para além disso, arte é uma invenção de vida, uma invenção da realidade”, diz Alexandre Knorre (vocal). A banda é composta por outros cinco psicólogos: Felipe Dable (sax e flauta), Lúcio Shashamovich (guitarra), Marcos Daou (bateria), Marcos Adegas (gaita de boca) e Felipe Oliveira (contra baixo). O estilo musical do Sublimantes é mais eclético possível. Rock, Reggae, Pop, Hard Core, Samba, Bossa Nova e até Circense são algumas influências. A maioria das letras é criada coletivamente. Alexandre conta que algumas delas foram produzidas em 15 minutos, em momentos de “surtos criativos”, geralmente após alguma experiência forte e chocante como a ECT (EletroChoque Terapia) – composta após ele assistir a tal técnica sendo aplicada. SIDA (ganhadora da melhor música no 9o Festival de Música de Porto Alegre, em 2006) também foi composta a partir do atendimento a uma mulher soropositiva. As letras têm caráter reflexivo e crítico do cotidiano “psi”, outras brincam com as teorias e pensadores de forma inteligente e divertida. Hoje, além da banda, os integrantes trabalham em diversas áreas da psicologia: análise institucional, psicologia da educação, clínica, entre outras.

TODOS OS SONS

Criar é Psico

ANAMARIA BRASIL, do Virajovem Porto Alegre (RS)*

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*Integrante de um dos 17 Conselhos Editoriais Jovens da Vira espalhados pelo País (rs@revitaviracao.org.br).

no 37 · Ano 5 · Revista ViRAÇÃO

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QUE FIGURA

...

FERNANDA LOPEZ, do Virajovem de Campo Grande (MS)*

Marçal Tupã-Y Deus Pequeno

T

ão forte quanto seu próprio nome, foi a mensagem que Marçal de Souza Tupã-Y deixou à população brasileira. Entusiasmado e corajoso, Tupã-Y, que em guarani significa Deus Pequeno, lutou pelo reconhecimento dos direitos dos povos indígenas, sobretudo no Mato Grosso do Sul. Tupã-Y nasceu na véspera do natal de 1920, em Rincão do Júlio, distrito de Ponta Porã, no então Mato Grosso. Assim, a população indígena ganhou um guerreiro. Órfão aos oito anos, deixou seu Estado e foi para Recife, capital de Pernambuco, aos cuidados da família de um oficial do Exército. Teve sua formação regida pela Igreja Presbiteriana, o que também o levou a ter interesse pelos problemas sociais. Em 1940, Tupã-Y retorna ao Mato Grosso, onde trabalha como enfermeiro do posto da Fundação Nacional do Índio (Funai) na Aldeia Campestre, em Ponta Porã, onde morava. Defensor da população nativa da América Latina, Tupã-Y foi líder dos Guarani em suas batalhas para a recuperação dos territórios de seus ancestrais. Foi um dos criadores do Movimento Indígena Brasileiro, além de ser um dos fundadores da União das Nações Indígenas (UNI). Em 1983, Tupã-Y foi assassinado a tiros. O motivo: disputas de terras com proprietários rurais. Suspeitava-se de um fazendeiro que teria oferecido dinheiro a TupãY para que convencesse os indígenas de etnia Kaiowá, da região de Bela Vista, a sair da Aldeia Pirakuá. A proposta era que os indígenas fossem para as reservas já demarcadas pelo governo federal. Ao recusar nosso”, afirma a proposta, o líder indígena teria sido ameaçado. Alcides de Souza, Houve dois julgamentos sobre o crime, e nos dois o faum dos primeiros morazendeiro foi considerado inocente. Em 2003, depois de 20 dores da aldeia. anos, o caso prescreveu e os culpados não podem ser julEm 11 de julho de 1980, o papa João Paulo II estava no gados nem responsabilizados. aeroporto de Manaus se despedindo dos fiéis após sua Em homenagem ao guerreiro, Campo Grande é a privisita ao Brasil. Tupã-Y discursou para o papa: “Dizem que meira capital brasileira a sediar uma aldeia urbana, fundao Brasil foi descoberto. O Brasil não foi descoberto, Santo da na década de 90, chamada Loteamento Social Marçal Padre. O Brasil foi invadido e tomado dos indígenas. Esta de Souza Tupã-Y. Cerca de 170 famílias de etnia Terena vié a verdadeira história de nosso povo”. Ganhou, assim, advem no local, onde também foi construído o Memorial da miração e projeção internacional. Cultura Indígena Marçal de Souza – uma oca no formato de ema, animal sagrado para os Terena. “A cultura está pre*Integrante de um dos 17 Conselhos sente em nossos valores, mesmo sendo uma aldeia urbaEditoriais Jovens da Vira espalhados pelo País na, não significa que deixaremos de cultivar aquilo que é (ms@revistaviracao.org.br).

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Nov aes


SEXO E SAÚDE CLÁUDIA MARIA PEREIRA FERRAZ, do Virajovem de São Gabriel da Cachoeira (MA)* MAÍTA POLI DE ARAÚJO, ginecologista de São Paulo (SP)

?

É normal sentir dores fortes durante o período menstrual? Ana Paula, 16 anos

?

Durante o período menstrual, algumas mulheres sentem um desconforto leve, que não atrapalha o cotidiano. Aquelas que se sentem muito incomodadas, com dor que limita as atividades, devem procurar o ginecologista.

Um casal sem parentesco enfrenta o risco de 1,5% a 2% de ter um filho com má formação. O risco sobe para 10% quando o casal é de primos em primeiro grau. Se forem primos em segundo grau, o risco cai.

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É verdade que a primeira vez de uma menina dói muito? Rafaela, 15 anos Algumas mulheres podem sentir algum desconforto na primeira relação sexual e um sangramento leve.

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Todo posto de saúde é obrigado a distribuir preservativo gratuito para adolescentes e jovens sem autorização dos pais? Tiago,17 anos Todo posto de saúde é obrigado a fornecer camisinha masculina e feminina de graça. O Ministério da Saúde estabeleceu a distribuição da camisinha a partir dos 10 anos de idade.

Mudança, atitude e ousadia jovem

É verdade que ter filhos com primo de 2o grau não é bom? Luciana, 17 anos

?

O que eu e minha namorada podemos fazer para evitar que a camisinha estoure e também o que podemos fazer se isso acontecer? Anderson Ricardo, 19 anos Para evitar que a camisinha estoure ela deve ser utilizada corretamente principalmente no que se refere a retirada de ar. Caso ocorra ruptura da camisinha, deve-se procurar um posto de saúde, em até 72 horas para orientação com o ginecologista. *Integrante de um dos 17 Conselhos Editoriais Jovens da Vira espalhados pelo País.

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Natália Forcat

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PARADA SOCIAL

AUTOR

Cuidado, polícia

Informação é a melhor saída para evitar abusos durante a abordagem policial

O

Centro de Direitos Humanos de Sapopemba, ba, zona leste de São Paulo, lançou em setembro, a segunda edição da cartilha Abordagem Policial, com o objetivo de informar a população sobre o que a polícia pode ou não fazer durante uma abordagem e como denunciar abusos. Com ilustrações e linguagem didática, a cartilha explica ainda como e onde denunciar, além de dicas para identificar o agressor de forma discreta. Nessa segunda edição, foram incluídos: um capítulo sobre a abordagem policial no grupo de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (GLBTT) porque é uma parte da população que sofre muita discriminação, e um segundo sobre audiências públicas, que são organizadas dentro da própria comunidade para denunciar abusos e cobrar políticas públicas. “Esse ponto é fundamental porque a segurança é mais ampla que a questão policial, as agressões são só uma ponta, dentro de uma série de violências que as comunidades em situação de pobreza sofrem, como a falta de escolas, espaços de lazer, hospitais, capacitação profissional, tratamento de drogadicção etc”, explica Valdênia Aparecida Paulino, integrante do Centro de Direitos Humanos de Sapopemba e do Conselho Editorial da Vira.

A cartilha traz dicas de como se virar durante a abordagem

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TÁ na MÃO • A cartilha está disponível no site da Ouvidoria de Polícia de São Paulo (www.ouvidoria-policia.sp.gov.br) e no site do Observatório de Violências Policial (www.ovp-sp.org) ou no Centro de Direitos Humanos do Sapopemba (email: cdhs@terra.com.br)


M谩rcio Baraldi

Roteiro de Marcelo Monteiro, Max Lander Dias e Leandro Rocha do ViraJovem de Vit贸ria (es@revistaviracao.org.br).



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