V iRAÇÃO Mudança,
Ano 6 · no 42 Maio/2008 · R$ 5,00 www.revistaviracao.org.br
atitude e ousadia jovem
LITERATURA A África de Mia Couto
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL Dicas para salvar nosso planeta
Levante a sua Saiba o que rolou na 1 Conferência Nacional da Juventude a
bandeira!
Vira pelo Brasil
Veja quem faz a
Associação Imagem Comunitária Belo Horizonte (MG) – www.aic.org.br
Universidade Popular – Belém (PA) www.unipop.org.br
Centro Cultural Bájò Ayò João Pessoa (PB)
Ciranda Curitiba (PR) – www.ciranda.org.br Casa da Juventude Pe. Burnier Goiânia (GO) www.casadajuventude.org.br
Catavento – Fortaleza (CE) www.catavento.org.br
Companhia Terra-Mar Natal (RN) – www.ciaterramar.org.br
Agência Uga-Uga – Manaus (AM) www.agenciaugauga.org.br
Centro de Referência Integral de Adolescentes Salvador (BA) – www.criando.org.br Girassolidário – Campo Grande (MS) www.girassolidario.org.br
Diretório Acadêmico Freitas Neto Maceió (AL)
Fundação Athos Bulcão Rede Sou de Atitude Maranhão Brasília (DF) – www.fundathos.org.br São Luís (MA) – www.soudeatitude.org.br Jornal O Cidadão Rio de Janeiro (RJ)
Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos – Vitória (ES)
Grupo Atitude – Porto Alegre (RS)
Diversidade tem cor: verde, amarelo, azul e branco! branco. Brasil!
P
ará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Brasília... Jovens indígenas, quilombolas, ciganos, de partidos, organizações, grupos culturais. Esse foi o maior encontro da juventude brasileira. O palco de tanta diversidade? Só podia ter sido na 1a Conferência Nacional de Juventude, que aconteceu em Brasília em abril e reuniu 2,5 mil jovens de todos os cantos do Brasil. A Vira, é claro, participou de todas as etapas preparatórias fazendo a cobertura das conferências estaduais e municipais com “as galeras” da Agência Jovem de Notícias espalhadas por todos os cantos do nosso imenso país e que não deixaram passar um lance sequer. Para a Conferência Nacional, um batalhão de 50 jovens produtores de comunicação de vários estados do Brasil (teve gente que chegou a Brasília de avião, outros de ônibus e até quem viajou mais de 48 horas), foi convocado para a super cobertura, mais conhecida pelos corredores da Conferência como “Galera da Mídia Jovem”. Tinha informação de todos os jeitos e para todos os gostos: jornal mural, a moçada do vídeo, da rádio, da web. Na ocasião, a galera formou a Rede Nacional de Jovens/Adolescentes Comunicadores e Comunicadoras. O presidente Lula não deu as caras como estava previsto e deixou todo mundo na expectativa. Confira nesta edição especial tudo o que rolou nas plenárias, nos grupos de trabalho, nos momentos de integração e nos shows. E claro, confira as prioridades de políticas públicas escolhidas pelos delegados. E para conferir tudo o que rolou, clique na Agência de Notícias da Conferência: www.revistaviracao.org.br/juventude. Boa leitura!
VIRAÇÃO é publicada mensalmente em São Paulo (SP) pelo Projeto Viração da Associação de Apoio a Meninas e Meninos da Região Sé de São Paulo, filiada ao Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas de São Paulo; CNPJ (MF) 74.121.880/0003-52; Inscrição Estadual: 116.773.830.119; Inscrição Municipal: 3.308.838-1
ATENDIMENTO AO LEITOR Rua Augusta, 1239 – Conj.11 Consolação – 01305-100 – São Paulo – SP Tel./Fax: (11) 3237-4091 / 3567-8687 / 9946-6188 HORÁRIO DE ATENDIMENTO das 9 às 13h e das 14 às 18h E-MAIL REDAÇÃO E ASSINATURA redacao@revistaviracao.org.br assinatura@revistaviracao.org.br
QUEM SOMOS
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iração é um projeto social de educomunicação, sem fins lucrativos, criado em março de 2003 e filiado à Associação de Apoio a Meninos e Meninas da Região Sé. Recebe apoio institucional da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi). Além de produzir a revista, oferece cursos e oficinas de capacitação em comunicação popular feita para jovens, por jovens e com jovens em escolas, grupos e comunidades em todo o Brasil. Para a produção da revista impressa e eletrônica (www.revistaviracao.org.br), contamos com a participação dos conselhos editoriais jovens de 21 capitais, que reúnem representantes de escolas públicas e particulares, projetos e movimentos sociais. Entre os prêmios conquistados nesses quatro anos estão o Prêmio Don Mario Pasini Comunicatore, em Roma (Itália), o Prêmio Cidadania Mundial, concedido pela Comunidade Bahá’í. E mais: no ranking da Andi, a Viração é a primeira entre as revistas voltadas para jovens. Participe você também desse projeto. Veja, abaixo, nossos contatos nos Estados. Paulo Pereira Lima Diretor da Revista Viração – MTB 27.300 CONHEÇA OS 21 VIRAJOVENS EM CAPITAIS BRASILEIRAS • Belém (PA) – pa@revistaviracao.org.br • Belo Horizonte (MG) – mg@revistaviracao.org.br • Brasília (DF) – df@revistaviracao.org.br • Campo Grande (MS) – ms@revistaviracao.org.br • Cuiabá (MT) – mt@revistaviracao.org.br • Curitiba (PR) – pr@revistaviracao.org.br • Florianópolis (SC) – sc@revistaviracao.org.br • Fortaleza (CE) – ce@revistaviracao.org.br • Goiânia (GO) – go@revistaviracao.org.br • João Pessoa (PB) – pb@revistaviracao.org.br • Maceió (AL) – al@revistaviracao.org.br • Manaus (AM) – am@revistaviracao.org.br • Natal (RN) – rn@revistaviracao.org.br • Porto Alegre (RS) – rs@revistaviracao.org.br • Recife (PE) – pe@revistaviracao.org.br • Rio de Janeiro (RJ) – rj@revistaviracao.org.br • Salvador (BA) – ba@revistaviracao.org.br • São Luís (MA) – ma@revistaviracao.org.br • São Paulo (SP) – sp@revistaviracao.org.br • Teresina (PI) – pi@revistaviracao.org.br • Vitória (ES) – es@revistaviracao.org.br
Apoio Institucional
QUE FIGURA Cartão virtual no portal da Vira: www.revistaviracao.org.br HENRIQUE CASTRICIANO Conselho Editorial Eugênio Bucci, Ismar de Oliveira, Izabel Leão, Immaculada Lopez, João Pedro Baresi, Mara Luquet e Valdênia Paulino
Diretor Paulo Pereira Lima paulo@revistaviracao.org.br
RG
Equipe Pedagógica Aparecida Jurado, Cássia Vasconcelos, Isabel Santos, Juliana Rocha Barroso, Maria Lúcia da Silva, Nayara Teixeira, Roberto Arruda, Robson Oliveira e Vera Lion
Equipe Adriano Sanches, Bianca Pyl, Carol Lemos, Camila Caringe, Cristina Uchoa, Gisella Hiche, Rafael Stemberg, Rassani Costa, Sálua Oliveira, Vitor Massao e Vivian Ragazzi Administração/ Assinaturas Thays Alexandrina Marketing Maria Fernanda dos Santos Midiadores da Vira Acássia Deliê (Maceió – AL), Alex Pamplona (Belém – PA), Gardene Leão de Castro (Goiânia – GO), Graciema Maria (Natal – RN), Ionara Talita da Silva (Brasília – DF), Ismael Oliveira (Teresina – PI), Ivanise Andrade (Campo Grande – MS), João Paulo Pontes e Bruno Peres (Porto Alegre – RS), Leonardo Henrique (Cuiabá – MT), Lizely Borges (Curitiba – PR), Maria Camila Florêncio (Recife – PE), Marcelo Monteiro de Oliveira, Maxlander Dias Gonçalves, Patrícia Galleto, Thiago Martins e Vitor Bourguignon Vogas (Vitória – ES), Niedja Ribeiro (João Pessoa – PB), Pablo Márcio Abranches Derça (Belo Horizonte – MG), Raimunda Ferraz (São Luiz – MA), Renata Souza (Rio de Janeiro – RJ), Renata Gauche e Clarissa Diógenes (Fortaleza – CE), Scheilla Gumes (Salvador – BA) e Eric Silva e Ubirajara Barbosa (São Paulo – SP) Colaboradores Lentini, Márcio Baraldi, Natália Forcat, Novaes, Paloma Klysis e Sérgio Rizzo Consultor de Marketing Thomas Steward Projeto Gráfico IDENTITÀ Adriana Toledo Bergamaschi Marta Mendonça de Almeida Fotolito Digital SANT’ANA Birô Impressão Editora Referência Jornalista Responsável Paulo Pereira Lima – MTB 27.300 Divulgação Equipe Viração E-mail Redação e Assinatura redacao@revistaviracao.com.br assinatura@revistaviracao.com.br Preço da assinatura anual Assinatura Nova R$ 48,00 Renovação R$ 40,00 De colaboração R$ 60,00 Revista ViRAÇÃO · AnoUS$ 6 · n50,00 º 42 Exterior
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MAPA da • TUBERCULOSE: CHEGA 8 • DE PRECONCEITO Apesar de parecer uma doença do século passado, ela continua existindo. A boa notícia é que tem cura. Leia a entrevista que o pessoal de Recife fez e aprenda como se prevenir e tratar
mina
Vítor Massao
• OLHAR SOBRE A ESCOLA 10 A seção Imagens que Viram deste mês traz fotos de alunas e alunos da 8ª série do CEU Azul da Cor do Mar, de São Paulo (SP), mostrando cenas de sua escola • JOVENS ATIVISTAS 15 Saiba como foi o curso de Ativismo e Direitos Humanos para Jovens Vivendo com HIV/aids, que teve como principais temas políticas públicas, diversidade e cidadania • CONFERÊNCIA NACIONAL 16 Capa livremente inspirada na obra • DA JUVENTUDE Operários (1933), de Tarsila do Amaral Quatro dias de mobilização, trabalho, propostas e muita troca de experiências. Confira a cobertura do evento, feita por 50 jovens de 16 estados brasileiros • PROFISSÃO: VETERINÁRIA 28 Jovem de Fortaleza (CE) sonha em cursar a faculdade e bate um papo com uma profissional, que fala sobre o curso, dia-a-dia e desafios
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• MANDA VÊ • MAIS IGUAL
• POETA EDUCADOR 30 O homenageado é Henrique Castriciano, poeta potiguar grande entusiasta da educação popular
• QUE FIGURA! • SEXO E SAÚDE
• VIRARTE • PARADA SOCIAL • RAP DEZ
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COLABORAÇÃO EM TODA PARTE Lílian Rosa de Lima Borgato – São Paulo (SP)
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screvo para informar que o número três do jornal da escola Gonçalves Dias saiu, e entre os alunos foi um grande sucesso, principalmente com alunos dos primeiros anos (muitos são novos na escola), mas os que participaram o ano passado da confecção do jornal acabaram fazendo a propaganda para os que não conheciam, foi realmente muito bom! Encaminho algumas notícias, reportagens e entrevistas do jornal. Ah! Foram os terceiros anos que produziram o jornal este mês, o mesmo grupo que não participou em nada ano passado. A passos lentos acho que chegaremos no objetivo! João Felipe Scarpelini – Roma, Itália
“S
ou empreendedor social, escrevo para a revista Capricho, mas faz dois anos que estou morando no exterior trabalhando com consultoria especializada em identidade jovem. Gostaria de colaborar com o projeto Vira justamente por acreditar na idéia e adorar a proposta. Marilene Rosa de Jesus – São Paulo (SP)
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ou Marilene e adoro escrever, gostaria muito de poder escrever algo para os jovens, podem ser frases de incentivos, um conto, não sei ao certo. Moro em São Paulo, na zona sul. Tenho 41 anos, espero que isso não venha me barrar de poder colaborar com a equipe da revista. Um grande abraço e muita sorte a todos!
A Vira entra no debate de gêneros e levanta a bandeira da igualdade, que deve estar também na forma de escrever. Por isso, todas as palavras que tiverem variação de feminino e masculino iremos incluir os dois gêneros, e não somente o masculino. Por exemplo: a/o jovem, o/a professor/a e assim por diante, de forma que contemplaremos a todas e todos!
Mande seus comentários sobre a Vira, dizendo o que achou de nossas reportagens e seções. Suas sugestões são bem-vindas! Escreva para nosso endereço: Rua Augusta, 1239 – Conj. 11 Consolação – 01305-100 – São Paulo (SP) Tel: (11) 3237-4091 / 3567-8687 / 9946-8166 ou para o e-mail: redacao@revistaviracao.org.br Aguardamos suanºcolaboração! 42 · Ano 6 · Revista ViRAÇÃO
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QUAL SUA OPINIÃO SOBRE AS AÇÕES AFIRMATIVAS? Ações afirmativas são medidas especiais e temporárias tomadas pelo Estado e/ou pela iniciativa privada, espontânea ou compulsoriamente, para eliminar desigualdades historicamente acumuladas, garantindo a igualdade de oportunidades e tratamento, além de compensar perdas provocadas pela discriminação e marginalização, decorrentes de motivos raciais, étnicos, religiosos, de gênero e outros. No Brasil, o assunto ganhou peso em 1999, com o projeto de lei 73/99 ANA PAULA DA SILVA, CEIÇA TEÓFANES e levantado no Congresso Nacional, que instituía cotas étnicas para o MARIA ISABEL DANTAS DA SILVA, acesso às universidades federais. Até hoje, o projeto está parado. do Virajovem João Pessoa (PB)* fotos VIRAJOVEM JOÃO PESSOA (PB)
E você, o que acha das ações afirmativas? CLEOMAR FELIPE, professora de Sociologia “Ações afirmativas são políticas públicas que devem sua existência, em grande parte, à luta dos movimentos sociais e políticos para inserir segmentos excluídos da sociedade, na tentativa de mudança, porque historicamente e socialmente, há uma hierarquia de cor e por trás dessa relação de cor tem uma relação de poder, de opressão, de exclusão, tem exploração. Por isso, para uma tentativa de mudança social, as ações afirmativas vêm como medida extremamente necessária nesse momento.” HELBER TAVARES, estudante da pós-graduação em Letras “É a construção de uma nova perspectiva de sociedade que nos permite repensar as ideologias que nos foram impostas ao longo do processo de formação do país. As ações afirmativas são uma forma de remodelação da sociabilidade estabelecida, a partir do momento que uma pessoa desfavorecida tem a possibilidade de ingressar na universidade, e isso remodela hierarquias sociais através de um processo de conscientização. A ação afirmativa é repensar as relações sociais e de poder no país.”
DEYSE, estudante de Pedagogia “Para a comunidade negra é um avanço, sobretudo com relação ao acesso ao nível superior. Percebemos que estamos em menor número na universidade, mas por outro lado, se a gente olha particularmente a questão financeira, tem também branco pobre que não tem acesso à universidade. Então eu acredito mais nas ações afirmativas assentadas na observância às relações econômicas do que com relação à cor, porém é uma forma das minorias lutarem mesmo por igualdade de acesso à educação superior.”
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Revista ViRAÇÃO · Ano 6 · nº 42
JOSÉ AMARO, estudante de Física “Esses incentivos nos ajudam a crescer não só em nível de estrutura, mas também no que se refere às pesquisas científicas, com programas de incentivo a bolsas de estudo.”
NIEDJA RIBEIRO, professora de Artes Cênicas “As ações afirmativas constituem medidas especiais e temporárias que buscam remediar um passado discriminatório, uma política compensatória que acelera o processo de igualdade. É uma promoção de direitos e um instrumento de inclusão social. O mundo deve isso aos negros, um povo que teve seus direitos brutalmente violados ao longo da história do país. As ações afirmativas são ações éticas-políticas-sociais que o povo precisa entender e não ficar discutindo cotas sem nenhum fundamento. Se as universidades federais já têm sua cota para brancos, por que não para negros e negras?”
ELI, estudante de curso de Formação Política “Nós vivemos num país onde a maior parte da população é negra e que falta primeiramente uma conscientização de nós negros enquanto povo, um maior conhecimento de nossa história e cultura. Portanto, dentro dessa perspectiva, eu acho que o primeiro ponto a se trabalhar é a própria educação, o próprio reconhecimento da cultura negra a partir das escolas. A partir do momento que nós criarmos a cota para negros poderemos pensar num país melhor.”
FIQUE POR DENTRO Diferenças de estudo entre brancos e negros é grande Para se ter uma idéia sobre que realidade as ações afirmativas buscam transformar, a média de estudos dos brasileiros brancos é de 7,7 anos e a dos negros é de 5,8 anos. O analfabetismo entre negros maiores de 15 anos é de 16%, enquanto que para os brancos é de 7%. No ensino superior, 10,5% dos jovens de 18 a 24 anos estão matriculados nas universidades, sendo que 94 % dos negros desta faixa etária não estão matriculados nestas instituições de ensino. Essa desigualdade também transparece nos salários: segundo o último relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), “A Hora da Igualdade no Trabalho”, apesar de avanços em alguns indicadores sociais, a situação de desemprego persiste na população negra brasileira: a renda mensal é 50% inferior à branca.
Fonte: Wikipedia, Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) e Organização Internacional do Trabalho (OIT)
*Integrantes de um dos 21 Conselhos Jovens da Vira espalhados pelo País (pb@revistaviracao.org.br) nnºº42 42 ·· Ano Ano 6 · Revista ViRAÇÃO
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TUBERCULOSE
tem cura, preconceito também
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Fique ligada/o numa doença que andava esquecida, mas que anda fazendo estrago na vida de muita gente CAMILA FLORÊNCIO e ALEXANDRA MARIA GALDINO, do Virajovem Recife (PE)*
Márcio Baraldi
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ocê sabe o que é tuberculose, como se transmite e que tem cura? Pois é, muita gente se acha suficientemente informado, mas a verdade é que ainda existem estigmas que geram preconceitos e mitos por falta de informação. Estima-se que no Brasil existam 43 milhões de pessoas infectadas e 130 mil novos casos por ano, e aproximadamente 72% das mortes são homens. A tuberculose é uma doença contagiosa que, na maioria dos casos, atinge os pulmões (tuberculose pulmonar), podendo também se localizar nos rins, ossos, pleura, meninges, gânglios e outros órgãos (tuberculose extrapulmonar).
É muito comum quando pensamos em alguém com tuberculose lembrarmos daquele estereótipo de alguém que fuma, bebe bebidas alcoólicas, bem magro e pobre. Ou mesmo nos equivocarmos na forma de como proceder com alguém que tem. São muitas as dúvidas. São muitas as neuras. Por isso, fizemos uma pesquisa, conversamos com Ronaldo Vasconcelos Nunes, enfermeiro e coordenador do programa Municipal de Controle da Tuberculose de Olinda (PE), e selecionamos algumas perguntas mais comuns que responderemos a seguir. Como se transmite a tuberculose? A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo complexo Mycobacterium Tuberculosis. A transmissão ocorre pela inalação do bacilo de koch (conhecido assim pelo cientista que os descobriu, Robert Koch) passado pelo ar que respiramos, através da tosse, espirro ou fala. Ocorre também, com menor freqüência, pela ingestão de leite contaminado provenientes de vacas infectadas ou pelo contato com animais bovinos doentes. Quais os principais sintomas? Os mais freqüentes são: tosse por mais de três semanas (muitas vezes acompanhada de escarro), febre baixa (geralmente no final da tarde), fraqueza no corpo, perda de apetite, suores noturnos, dores no peito, nas costas e, às vezes, escarro com sangue. Na tuberculose extrapulmonar, os sintomas variam conforme o órgão atingido; em geral é febre, fraqueza e emagrecimento. As pessoas que apresentam alguns desses sintomas são chamadas de sintomáticos respiratórios. Como é dado o diagnóstico? Uma vez que a pessoa apresenta os sintomas, o médico ou enfermeiro solicitará exame de escarro (baciloscopia). Outros exames como raio x de tórax e teste tuberculínico também podem
ser solicitados, quando necessários. O exame dando positivo indica tuberculose pulmonar e o paciente é classificado como bacilífero. Como é o tratamento? O tratamento, assim como o exame, é gratuito. Ele dura pelo menos seis meses. Após 15 dias de tratamento regular, o paciente já não transmite mais e começa a apresentar algumas melhoras. Isso é bom, mas com a melhora, as pessoas tendem a achar que não precisam mais do tratamento e abandonam. Aí mora o perigo! Depois de um tempo ele voltará a apresentar os sintomas e corre o risco de ter resistência aos antibióticos, porque esses bacilos estarão mais fortalecidos e pode transmitilos. A pessoa que se infectar com eles também apresentará resistência, dificultando bem mais a cura. Por isso, é importante não abandonar o tratamento. Uma pessoa pode adquirir o bacilo e não desenvolver a doença? Sim. A doença só ocorre quando o corpo apresenta uma baixa imunidade, daí o bacilo se instala no pulmão, por exemplo. Uma pessoa pode guardar o bacilo durante anos em seu corpo. O desenvolvimento da tuberculose é favorecido por fatores como precárias condições de vida, desnutrição, enfraquecimento por desgaste físico, alcoolismo ou doenças como aids, diabetes e câncer. Isso explica alguns dos estigmas acima referidos. Uma pessoa alcoólatra ou fumante vai apresentar uma baixa imunidade, assim como pessoas pobres que geralmente vivem em péssimas condições. Uma outra questão importante é a co-infecção, no caso de pessoas soropositivas. E dentre as doenças que podem se manifestar na aids, está tuberculose. No Brasil, são cerca de 10 mil pessoas que sofrem com elas. Mas devemos salientar que por ser uma doença transmitida pelo ar, qualquer um/a pode pegar. É claro, em alguns casos a probabilidade é
maior, mas jamais devemos excluir a possibilidade de nos infectar. O que uma pessoa que convive com alguém que tem tuberculose deve fazer? Sempre que for falar com alguém que tenha tuberculose, ao entrar no cômodo, certifique-se de que está bem arejado. Se for de manhã, abra bem as janelas para que os raios de sol entrem (eles diminuem o tempo de vida do bacilo, porque algumas gotículas podem ficar suspensas no ar, ou em cima dos móveis). Não é necessário separar copos, talheres e pratos, por que não oferecem risco de transmissão. Esse tipo de atitude acaba gerando traumas percebíveis em pessoas que já tiveram tuberculose. Cuidados são sim necessários, mas é preciso estar atento para não realizar atitudes preconceituosas. E é bom deixar bem claro que tuberculose não é uma gripe mal curada! Há como prevenir tuberculose? Felizmente sim. Uma delas é a vacinação com BCG, administrada no braço direito da criança ainda na maternidade ou centro de saúde. Esta vacina é obrigatória. Mas a principal forma é identificar os sintomáticos respiratórios e impedir que as pessoas abandonem o tratamento. Isso iria impedir a proliferação e quem sabe um dia, a extinção dessa doença. Por isso, é importante que cada um/a faça sua parte. Você pode ajudar a identificar sintomáticos respiratórios e incentivá-los a não abandonar o tratamento. Nessas horas, as pessoas precisam de apoio, porque é quando a maioria das pessoas se afastam ou têm atitudes preconceituosas mesmo sem querer. Informe-se e as informe... Multiplique!
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Camila Florêncio, do Centro de Jovens – BEMFAM-PE, e Alexandra Maria Galdino, do Grupo Jovens da Cidadania, são integrantes do Virajovem Recife, um dos 21 Conselhos Jovens da Vira pelo País (pe@revistaviracao.org.br)
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Qual imagem significa
Lílian de Souza – “Letras e Cores” CARLOS EDUARDO FERNANDES JUNIOR, de São Paulo (SP)
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urante o ano letivo de 2007 foi desenvolvido um trabalho sobre a linguagem fotográfica e a sua inserção em nosso cotidiano. Este trabalho foi dirigido às/aos estudantes das oitavas séries do C.E.U. Azul da Cor do Mar, em Itaquera, em São Paulo. Durante os seis meses de execução do projeto, as/os estudantes experimentaram na teoria e na prática as especificidades da fotografia jornalística, publicitária e artística, resultando na exposição Escola, na qual responderam através de fotografias a seguinte pergunta: “Qual imagem significa a sua escola?” Estas imagens nos ajudam a pensar sobre o espaço que estamos construindo e que práticas sociais são estas que perpetuamos dentro do ambiente escolar, confirmando, sobretudo, a capacidade de pesquisa dos estudantes do ensino básico.
Adeílson Freitas Lima – “Por onde eu entro?”
Marco Aurélio de Araújo – “Espaço”
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IMAGENS que viram Revista ViRAÇÃO · Ano 6 · nº 42
a sua escola? Luana Água Nova Ramos da Silva – “Big Brother”
Helimária Martins de Oliveira – “Afinidade” Franciele Duarte Santana – “Sombra”
Thuany Tamy de Vasconcelos – “União”
Jefferson Barros da Silva – “Inocência” nº 42 · Ano 6 · Revista ViRAÇÃO
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Arquivo Mandalla Escolar
levam suas propostas para Brasília A
BIANCA PYL e GISELLA HICHE
escola é um laboratório para aprender com os mestres e também criar novas formas de viver e ajudar a comunidade. Para fertilizar a escola como campo de experiência, Manoel Rodrigues e mais três jovens do Projeto Mandalla Escolar resolveram literalmente plantar uma nova idéia junto a 40 estudantes da Escola Estadual Liceu de Maracanaú (CE). A pegada é praticar agricultura orgânica e colher os frutos da terra que vão parar nos pratos da merenda escolar! Os participantes do Projeto Mandalla Escolar se envolvem em todo processo do plantio; desde o planejamento e coordenação
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Revista ViRAÇÃO · Ano 6 · nº 42
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Arquivo Viração
financeira até o momento de colocar as sementes na terra. O projeto busca dialogar com todas as disciplinas da grade curricular, dando sentido às aulas de matemática, ciências e outras. O projeto Mandalla Escolar foi aprovado pelo programa Geração MudaMundo, em janeiro de 2008, o que deu a Manoel a oportunidade de semear sua idéia em outros lugares do país e batalhar por políticas públicas que apóiem o jovem empreendedor a mudar a realidade do país. Durante a I Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude, de 27 a 30 de abril de 2008, Manoel deu seu recado: “Estou aqui como delegado do meu município para pautar a questão do empreendedorismo juvenil. Isso deve ser Política Pública, o governo deve financiar diretamente o jovem, e não uma organização que irá repassar para o jovem”. Também do Ceará, mas com outras reivindicações para o jovem empreendedor, Rogério Chaves, o Babau, coordenador nacional do MH20 (Movimento Hip Hop Organizado) também foi levar o recado da moçada do Hip Hop: “Que se reconheça o movimento Hip Hop como manifestação cultural e que se crie em todo município espaços culturais para abrigar projetos artísticos da juventude com gestão compartilhada e financiamento do estado”. Se esta proposta se tornar uma política do estado, certamente será mais fácil que projetos como o do pessoal do MH20 ocorra em outras partes do país? E o que se ganha com isso? Muito! Para começar, é só dizer que eles realizaram em 30 bairros pobres da região metropolitana de Fortaleza o Craques X Crack. Trata-se de um campeonato de futebol de rua com três jogadores de cada lado e dois caixotes fazendo as vezes do gol. No intervalo dos jogos, música alta, rap e informação para a garotada sobre os perigos do uso de drogas, em especial o crack. Crianças e adolescentes vêem em ativistas como Babau, sujeito resolvido, popular e apaixonado (ele ainda dança bem), um modelo concorrente ao do traficante. Babau rivaliza a tentação da grana alta do tráfico e vira inspiração. Afinal de contas, como ex- integrante de uma gang, ele trocou o time da violência pelo da cultura. O crack, segundo o ativista, chegou há 13 anos em Fortaleza e desde então “dizima” os jovens da periferia, que viciam-se facilmente, roubam e prostituem-se para sustentar o vício e sonham em levar a “vida boa” do passador de drogas. Babau e o pessoal do MH20 oferecem uma atividade que é divertida e muito mais saudável para a moçada. Apostando nesta iniciativa, Babau também levou para a Conferência em Brasília, a proposta de participação da Sociedade Civil e em especial do Hip Hop no Programa Nacional de Segurança e Cidadania (PRONASCI) do Ministério da Justiça e a luta contra a redução da Maioridade Penal. Eles vêem que para afastar o jovem e as crianças das drogas, é preciso investir em esporte e cultura. Babao e Manoel são dois exemplos de pessoas que trabalham com o empreendedorismo juvenil em áreas distintas, mas que seguindo suas aptidões conseguem mudar a visão que se tem dos jovens no Brasil. Cada vez mais, fica mais claro que com oportunidade, as pessoas podem usar sua criatividade para desenvolver projetos interessantes. Em entrevista com o pessoal que fez a cobertura jovem da Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude, em Brasília, o coordenador da área de empreendedorismo juvenil do Ministério do Trabalho, Alisson Araújo contou que atitudes seu ministério tomou para ajudar as iniciativas juvenis: “Nós firmamos convênios com organizações sociais para que a gente possa trabalhar o perfil empreendedor dos jovens, a qualificação em empreendedorismo e a auto-gestão de algum negócio. As organizações já têm alguma experiência de fundo de quintal ou uma fabriqueta de confecção, ou skate, prancha de surf. A gente vê que há uma demanda para isso e cria um empreendimento para que esses jovens possam criar seu próprio negócio”.
VALORIZAÇÃO DO TRABALHADOR JOVEM Carolina Gabardo Belo
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iovani Simões tem 17 anos e mora no município de Ibirama, em Santa Catarina. Ele acredita que o aumento da criminalidade na sua cidade é conseqüência da falta de ocupação dos jovens de lá. “Muitos jovens saem do colégio e vão procurar o primeiro emprego, não conseguem porque não têm uma especialização na área”, diz. Para isso, ele acredita que cursos profissionalizantes durante o Ensino Médio ajudam na capacitação e na busca pelo primeiro emprego. Bem longe da cidade de Giovani, em Redenção, no Ceará, mora Eliane da Silva. Ela participa das mobilizações juvenis da CUT no estado e luta pela desprecarização da jornada de trabalho, fim do preconceito com os empreendedores e trabalhadores jovens e ampliação das vagas para estágio. Os dois participaram das discussões sobre trabalho, durante a Conferência Nacional da Juventude. O trabalho foi o segundo tema com mais propostas apresentadas nas conferências livres (428) e estaduais (78) de todo o Brasil, atrás apenas da educação. Ao todo foram 506 propostas, que abordam desde a capacitação profissional à erradicação do trabalho infantil e ainda a qualificação profissional. nº 42 · Ano 6 · Revista ViRAÇÃO
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ERIC SILVA, do Virajovem São Paulo* ADRIANO SANCHES e RASSANI COSTA, da Redação
de
Mia Couto “N
ão me sinto bem no palco, pareço um cantor.” Foi com esta frase que o escritor moçambicano Mia Couto conversou com as/os alunos do colégio Dante Alighieri em São Paulo. De uma simplicidade marcante, o escritor interagiu com as/os alunas/os e o público em geral e respondeu a diversas perguntas dos mais variados temas, mas em sua maioria ligados à literatura. Mia expôs a idéia dos estereótipos e como passamos a ver o mundo através da pré-concepção. Ele exemplificou dizendo que seu próprio nome causa confusão – segundo ele, a sonoridade feminina e o fato de ser de Moçambique fazem com que muitas pessoas esperem uma mulher negra, e quando ele aparece, acabam tendo grande surpresa – um homem branco, de olhos azuis. Mia conta que isso aconteceu numa viagem que fez com o presidente de Moçambique a Cuba. Ao chegar no país, recebeu presentes como vestidos e brincos. O escritor moçambicano é o mais importante autor do continente na atualidade e autor de obras literárias de destaque no cenário internacional, como O Último Vôo do Flamingo e O Outro de Pé da Sereia. Mesmo sendo de origem européia, Mia não vê o continente africano como sociedade de pessoas negras. Para ele, as pessoas não devem lutar por diferença racial e sim pela identidade nacional. Quando foi questionado por uma aluna sobre
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a idéia de raças, Mia disse que os afro-brasileiros devem lutar para ser inteiramente brasileiros porque já não são mais africanos. “A concepção de ser africano no continente é muito diferente do que os negros do Brasil acreditam”, acrescenta. A facilidade de Mia Couto ilustrar suas narrativas por meio de histórias impressiona e prende a atenção. Um dos motivos que faz com que a literatura africana tenha bons autores é a diversidade de histórias que o povo tem para contar, e essas histórias muitas vezes fazem parte do cotidiano do povo moçambicano. Na época da ditadura militar em Moçambique, Mia atuou como militante e diz ter sido feliz por ter tido a oportunidade de lutar por algo que acreditava, ao contrário da guerra civil que aconteceu pósditadura e que segundo ele foi uma época ruim, pois o momento era confuso e de difícil compreensão. Para o escritor a literatura não tem o poder de transformar – o poder da mudança deve partir da pessoa, além do ambiente vivido. Uma pessoa da platéia quis saber sobre sua religiosidade. Mia defendeu que é ateu, mas que possui grande contato com curandeiros na África e que está sempre aberto a viver diferentes experiências no campo da religião. Defendeu o lance de ser religioso porque a palavra religião tem o significado de religar com algo maior e essa é sua busca.
Durante palestra em colégio de São Paulo, o ícone da literatura de Moçambique fala sobre africanidade, religião e literatura Divulgação
As várias faces
Ainda no contexto da religião, Mia Couto concluiu mostrando de forma poética como faz para enxergar outras experiências religiosas. “Quando a pessoa está na cidade e olha para o céu, não vê nada porque as luzes da cidade ofuscam o brilho das estrelas, mas quando vão para o campo percebem o brilho que cada estrela tem. Assim somos nós, se deixarmos o brilho interno apagar, conseguiremos observar todas as estrelas que estão ao nosso redor.”
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*Integrante de um dos 21 Conselhos Jovens da Vira espalhados pelo País (sp@revistaviracao.org.br)
Jovens vivendo com HIV/aids participam de curso de Ativismo e Direitos Humanos em São Paulo
Por um mundo
mais justo EDSON SANTOS, do Escuta Soh!
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noite. Falaram de medicamentos, consenso juvenil, diversidade, políticas públicas para jovens, ativismo e Direitos Humanos. Paulo Lima, da Revista Viração, reforçou a importância da comunicação em nossas vidas. No encerramento, o Grupo VHIVER, de Belo Horizonte (MG), bateu um papo com a galera a
Fotos: Agência Jovem de Notícias
ão Paulo protagonizou o primeiro curso de Ativismo e Direitos Humanos para Jovens Vivendo com HIV/aids, entre 30 de abril e 4 de maio, realizado pelo Grupo de Incentivo à Vida (GIV), com o apoio do Fórum de ONG Aids do Estado do São Paulo, do grupo de trabalho de Crianças e Adolescentes do Fórum de ONG Aids de São Paulo, da Associação Civil Anima, do Fundo das Nações Unidas para a Infância, do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA) e do Programa Nacional de DST e Aids. O evento contou com 34 jovens soropositivas/os representando as cinco regiões brasileiras. Elas e eles mostraram que não são apenas responsáveis pelo futuro do país, mas sim por modificar e melhorar o presente, e que a luta deve se dar agora, como foi dito nas palavras do grande ativista Kleber Mendes, de Curitiba (PR). O curso teve a presença de convidadas/os que há mais de 20 anos iniciaram a luta em favor das pessoas que vivem com o HIV/ aids, luta essa que muitos jovens estão assumindo agora, e são cada vez mais motivadas/os a exercerem sua cidadania e se assumirem enquanto seres de direitos e deveres. Todas/os tiveram muito trabalho: as atividades começavam pela manhã e terminavam no início da
Roda para transformar o presente respeito do III Encontro Nacional de Jovens Vivendo com HIV/aids, que acontecerá em agosto, na cidade de Belo Horizonte. No período da noite rolaram vários encontros culturais, como teatro, shopping, muita música e curtição no videokê de um barzinho e, para fechar tivemos uma super festa de confraternização! De volta ao trabalho, finalizamos com algumas propostas efetivas: criação da rede nacional de jovens
vivendo com HIV/aids; intervenção no funcionamento das casas de apoio; intervenção no sistema educacional; e a criação de redes municipais de jovens vivendo com HIV/aids. Em alguns momentos as palavras são poucas para expressar a energia que envolveu as/os que estavam no curso, e só quem estava presente pode entender a cumplicidade que se formou entre essas e esses jovens que cansaram de ser vítimas da dor, do preconceito e da exclusão, e que dividiram mais do que choros, beijos, abraços e risadas: uniram forças para enfrentar o mundo, que lhes é tão cruel. São jovens vivendo com HIV/aids, que transmitem amor, esperança, afeto, alegria, coragem, e vontade de viver. E acreditam que esta luta renderá bons frutos, pois não lutam apenas contra a aids, mas sim por um mundo mais justo e com mais qualidade de vida.
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inha vontade profissional é de ser veterinária. Então fui procurar uma atuante da área para eu ficar sabendo como exercer a minha escolha e ter uma melhor noção de como é o curso e as etapas para me formar veterinária. Eu conversei com a médica veterinária Elisângela Vieira Silva que, por sua vez, me esclareceu várias dúvidas. Quando perguntei por que ela escolheu a medicina veterinária como ocupação, ela disse que é porque adora animais e desde pequena se identifica com a profissão.
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eu nome é Elisângela Vieira Silva. Desde pequena eu sempre sonhei em ser veterinária, principalmente para tratar de cães. No colégio, fiz o teste vocacional, que apontou que minha área era a de saúde. Eu estudei na Universidade Estadual do Ceará. Entrei em 1992 e me formei em 1997. No início, há uma diversidade muito grande de disciplinas e parasitas para estudar. Não se estuda apenas os vermes intestinais dos cães. Estuda-se a parte marítima, a parte aquática, a parte terrestre... Tem o laboratório de histologia, de parasitologia, de anatomia, cada disciplina tem o seu. Há também as fazendas experimentais onde se criam bois.
DRA ELISÂNGELA VIEIRA SILVA, médica veterinária
fotos CLARISSA DIÓGENES, Virajovem Fortaleza (CE) *
! Uma profissão animal
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CECÍLIA DE OLIVEIRA NOGUEIRA
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Em toda clínica, a presença de um/a veterinária é obrigatória
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Eu indaguei se o pior momento da profissão era quando algum animal morria, ela disse que deixa bem claro para o dono do animal as condições do mesmo, pedindo então para o proprietário assinar um documento de concessão. Já na parte da remuneração ela informa que no começo é muito difícil, pois se o profissional for trabalhar em clínicas veterinárias particulares, ele ganha 15% do que faz, sendo desvantagem. Para poder ter seu próprio estabelecimento o profissional tem que ter uma clientela fixa. Para finalizar eu perguntei sobre o sentimento que ela tem quando vê animais serem maltratados e abandonados na rua. Ela me garantiu sentir muito dó e que o problema é muito mais sério. O governo deveria incentivar a própria universidade a pegar esses animais, não para fazer uma necropsia, mas um estudo mais aprofundado e castrar os machos e as fêmeas. Eu a agradeci bastante e ressaltei que essa experiência me fez confirmar a minha opção sobre a minha futura profissão. Andrew Dunn
Área de atuação da/o veterinário abrange de clínicas a centros de zoonoses
*Integrante de um dos 21 Conselhos Jovens da Vira espalhados pelo País (ce@revistaviracao.org.br)
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Eu passava toda manhã e tarde na faculdade e, às vezes, finais de semana. Tínhamos aula de anatomia; a teórica e a prática. Na teórica, o professor dá aula e a gente escolhe temas para apresentarmos seminários. Na parte prática, a gente abria o animal, dissecava músculo por músculo. Via as estruturas ósseas e cada orifício que tem no osso. Depois de formado, o trabalho que o veterinário vai realizar dependerá muito da sua especialização. Existem as áreas da medicina veterinária, como a de higiene, da inspeção de alimentos, a laboratorial, tem o médico patologista, o médico ortopedista, o clínico geral... Você pode fazer um mestrado, um doutorado. Você pode trabalhar numa universidade, num centro de zoonoses do estado, na vigilância sanitária, em clínicas. Com a minha formação, eu não posso, por exemplo, cuidar de pássaros, quem trabalha com pássaros são veterinários da área de animais silvestres. Se você for trabalhar nas clínicas veterinárias de outras pessoas, você ganha 15% do que você faz. Antes de me formar eu já trabalhava num consultório, o que me fez adquirir mais experiência, para depois, eu abrir o meu próprio consultório. Logo após a formatura, a gente tem que ir ao conselho de medicina veterinária e efetuar a carteirinha cadastral, depois você leva o seu diploma, e tem um processo para correr e depois “receber a carteirinha”. Hoje em dia já tem uma prova que o conselho exige que você faça quando sair da faculdade. Se tiver aprovação nessa prova, será inscrito no conselho. A medicina veterinária não trata só da parte de saúde, de cães e de gatos, mas também de qualquer produto de origem animal. Tem que ter um médico veterinário assinando naquele local para poder ser inspecionado o produto, porque todo produto animal só sai pra venda com a avaliação de um médico veterinário.
Conferência Nacional levante sua bandeira! A 1a Conferência Nacional de Juventude, que rolou de 27 a 30 de abril, em Brasília (DF), contou com a participação especial de cerca de 50 jovens representantes de 30 organizações juvenis e 16 Estados. Elas e eles formaram um grupo que produziu notícias no formato de texto, imagens, áudio e vídeo para alimentar uma rede de publicações e sites de notícias de todo o Brasil. A cobertura feita por essas/esses jovens repórteres comunitários foi promovida pelo Projeto/Revista Viração em parceria com a ONG Catavento Educação e Comunicação, Ciranda – Central de Notícias dos Direitos da Infância, a Fundação Friedrich Ebert e a Fundação Athos Bulcão. O processo de conferências livres, municipais e estaduais e nacional reuniu 400 mil pessoas em todo o país. Todo o material publicado foi retirado diretamente do site da Agência Jovem de Notícias (www.revistaviracao.org.br/juventude). Confira um pouco do que rolou na Conferência Nacional!
EQUIPE DA COBERTURA JOVEM DA CONFERÊNCIA NACIONAL DE JUVENTUDE
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ais de 50 jovens estão em Brasília, vindos de 14 Estados diferentes, para realizar a cobertura da etapa nacional da Conferência de Juventude. Confira quem é quem:
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Coordenação Paulo Lima, da Viração Fernada Papa, da Fundação Friedrich Ebert Jonas Valente, da Secretaria Nacional de Juventude Equipe Adriano M. Sanches, Bianca Pyl, Eric Silva e Victor Massao, Revista Viração • Amanda Cylke e Sonia Itoz, do Projeto Voz Ativa, do Colégio Emilie de Villeneuve • Alinne Abrahão, do CEDECA Emaús (PA) e Alex Afonso da Cruz Pamplona, da Universidade Popular (PA) • Kenned Lima, Raquel dos Anjos e Fábio Pena, da ONG Saúde e Alegria (Rede Mocoronga) • Pablo Abranches, do Grupo Cultural Entreface, •
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Associação Imagem Comunitária (AIC) e Virajovem de Belo Horizonte (MG) Tainara Lira Marquês de Castro, do Coletivo Hip Hop Chama (MG) Marcos Donizetti Da Silva, da Oficina de Imagens (MG) Ivanise Hilbig de Andrade, da Agência Girassolidário e do Virajovem de Campo Grande (MS) Carolina Gabardo Belo e Felipe Ferreira Martins, da Agência Ciranda pelos Direitos da Criança e do Adolescente e do Virajovem de Curitiba (PR) Jorge de Oliveira Jr., do Centro Cultural Escrava Anastácia e do Virajovem de Florianópolis (SC) Juliana Gonçalves de Souza, Janaína Alves Queiroz, Maria Telma Barbosa de Freitas, Taynara Silva Barbosa, Clarissa Diniz Diógenes e Francisco Rones Costa Maciel, da Catavento Comunicação Ambiental e do Virajovem de Fortaleza (CE) Luana Amorim Gomes e Ceila da Silva Rodrigues, da Casa da Juventude Pe. João Bosco Burnier/ Virajovem
da Juventude:
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Samuel Guimarães Lopes, Gilson Scharnik e Beatriz Caitana, do Instituto Internacional de Desenvolvimento da Cidadania (IIDAC) Alexander Almeida Pereira, do site Voz dos Adolescentes Camila Galdino da Silva, Jovens Feministas da Paraíba Alessandro Muniz Fontenele, da Companhia Terramar e do Virajovem de Natal (RN) Camila Florêncio, Bemfam e do Virajovem de Recife (PE) Fabiana Born De Oliveira, da Universidade Federal Fluminense (RJ) Gizele de Oliveira Martins, Jornal O Cidadão e do Virajovem do Rio de Janeiro Vanessa Junqueira, da ONG Imagem e Cidadania Fábio Henrique de Moraes Souza, Saber Viver e da Agência Escuta Soh! Loran de Jesus Santos, da Cipó Comunicações Karen Krsna Peres Barbosa, Centro de Referência Integral de Adolescentes (CRIA) e do Virajovem de Salvador (BA)
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Raimunda Ferraz, da Rede Sou de Atitude/ Agência Matraca e do Virajovem de São Luís (MA) Marcelo da Cruz Santos, do Cenpec – Jovens Urbanos Geanne Neves e Luiz da Silva Jorge Filho, da ONG CECIP (RJ) Ana Valéria Loiola, da Cidade-Escola Aprendiz Suelen Aparecida Xavier Pimenta, da Ação Educativa Amélia Luana da Silva Rodrigues, Fernanda Carvalho, Guilherme Pereira, Nathan F. Pereira, Régia Vitória da Costa Silvia Bertoldo Guerreiro, Danuse Queiroz e Ionara Talita Silva, da Fundação Athos Bulcão Fátima Ribeiro, da ONG Ciranda – Entretecendo Caminhos e Movimento de Intercâmbio de Adolescentes de Lavras (MG) Monicky Mel Araújo, de Santa Cruz do Capibaribe (PE) Élida Oliveira, da Secretaria de Criança e Adolescente do Estado do Paraná Thais Chita, do Instituto Paulo Freire Fátima Falcão, da Revista Onda Jovem nº 42 · Ano 6 · Revista ViRAÇÃO
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Muitos jeitos, cores, Conferência tem nas diversidades uma característica forte
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alvez seja mais interessante pensar numa Conferência Nacional das Juventudes. Quem transita pela ExpoBrasília, pavilhão onde está acontecendo o evento vai ter a sua atenção chamada pela multiplicidade de expressões juvenis reunidas nesse espaço. É provável que essa seja uma das coisas que mais se destacam no evento. Os sotaques são os mais diversos e é prazeroso ouvir os sons fortes dos “tês” de Pernambuco e Paraíba, ou um mineiro “trem”. Por todo canto, a alegria resistente dos muitos nordestinos e as falas tão cheias de influências dos paulistas. A cara do país é a cara dos jovens espalhados pelo encontro.
JORNAL MURAL: NA MINHA TERRA TEM...
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equipe Virajovem não pára e no segundo e terceiro dia da CNJ três trabalhos interativos foram montados para garantir o espaço direto de participação dos jovens. O primeiro foi o Virou Notícia, onde os acontecimentos mais quentes da cobertura jovem foram colocados à vista de todos que passassem pela redação da Vira. Também tivemos o Vira Aí, espaço livre para recados, mensagens, sugestões e críticas, para a galera usar a imaginação e dizer o que der na telha. E o mais aclamado, o Jornal Itinerante, rodou no dia 29 pelo pavilhão em busca da diversidade regional da juventude, todas as belezas dos povos e da terra de origem da moçada com o tema “Na Minha Terra Tem...”. Até o Secretário Nacional de Juventude, Beto Cury, deixou as belezas de sua terra, Minas Gerais. Foi um dia cheio de emoção na Conferência Nacional de Juventude.
ARTIGO: POLÍTICA E PARTICIPAÇÃO Thiago Victor
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uando se propõe a discussão sobre política e participação, devemos o mais que possível ser minuciosos, abrangentes, inteirados, críticos e sensatos para que possamos ter coerência e precisão tanto nas falas, como nas conseqüentes ações. Quando dizemos participação política ou política e participação, devemos pensar naqueles R$ 0,02 de troco do pãozinho e que provavelmente você não deve cobrar e deixa passar, aquele troco no banco e as duas horas em pé na fila, também não questionados provavelmente. Quer dizer, às vezes questionamos, mas só com o colega da fila e não com o gerente e em seguida tomando as providências cabíveis. Se pararmos para pensar na maior financiadora de golpes de direita e mestra mor da mídia “boicotista”, a TV Globo, veríamos a verdadeira participação política com sua decadência e queda dolorosa... Aí, a Malhação, novela que expõe a juventude mais insuportável e ilusória que pode existir, não teria a mínima audiência. A nossa participação está na mobilização que move fronteiras, no questionamento e contestação intermináveis, na reivindicação e efetivação dos nossos direitos mínimos e em diversas outras formas, não somente no plenário, nos partidos políticos, secretarias, enfim, está em todos os espaços e, antes de tudo, em nós mesmos.
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idéias, juventudes NADANDO CONTRA A MARÉ
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celebração da mensagem poética da banda Cordel do Fogo Encantado marcou o último dia de atividades culturais da 1o Conferência Nacional da Juventude. O show da terça-feira agitou o público, levando a emoção até os ossos da galera que cantava e pulava diante do palco. Após o show, a banda concedeu uma entrevista a galera da Cobertura Jovem. Confira! COBERTURA JOVEM DE NOTÍCIAS: A Conferência da Juventude aqui em Brasília tem o lema: qual a sua bandeira. Qual a bandeira do Cordel? Cordel do Fogo Encantado: O Cordel tem uma musicalidade basicamente percussiva e vem de uma região que representa muitos estereótipos. A gente vem tentando criar com uma maior liberdade possível, por isso a gente abre o show com a música em que o cara sai da prisão, simbolizando essa liberdade, para tentar buscar uma musicalidade não necessariamente ancestral, nem necessariamente arcaica, nem tradicionalista, que é uma prisão que a música nordestina, através do rock regional, se encontra por não poder dialogar com essa coisa contemporânea. COBERTURA JOVEM DE NOTÍCIAS: Dentro deste cenário político, fale um pouco como é a música hoje, porque há uns tempos a música teve um grande significado, na época da ditadura. Fale qual é o papel da música agora em 2008 dentro deste cenário, principalmente para essa juventude que discute política? Cordel do Fogo Encantado: A gente nada contra a maré. É essa coisa de viver no mundo capitalista tendo que vender poesia, botar preço no que não tem preço, poderíamos dizer assim: negociar o sublime, que é a poesia, a música. Mas a gente está inserido nisso e nada contra a maré, porque é uma relação de guerrilha mesmo.
...elaborando propostas de prioridades para diversos temas
Todas as juventudes marcaram presença...
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UMA BOA CONVERSA DE RODA
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“Juventude tem o poder de transformação”, diz a secretária de Juventude do Paraná, Thelma Oliveira
atual secretária de Juventude do Paraná e ex-presidente do Instituto de Ação Social do Paraná, Thelma Alves de Oliveira, participou de um bate-papo com as/os jovens da Viração. Muitos não sabem que o Paraná foi um dos Estados que mais mobilizou jovens na Conferência. Thelma disse que vários fatores ajudaram a grande mobilização do Paraná. “Quando a Conferência foi citada, já tinha uma grande preocupação com esse grupo de juventude, quase 90 mil jovens foram mobilizados em cerca de 200 municípios, por isso o sucesso do encontro estadual”, disse a entrevistada. Ela ainda disse que existiu uma dinâmica bem diferenciada na Conferência do Paraná: “Fizemos uma grande ciranda entre todos os GTs (Grupos de Trabalho) para todos os grupos ficarem cientes de todas as propostas apresentadas, com isso toda a diversidade era representada e se unia”. Outro fato importante foi a parceria com a Educativa, uma força muito importante na região, porque ela é uma emissora de TV e Rádio AM/FM pública com uma boa audiência, que abriu vários tipos de programas para divulgação, com espaço ideal para debater os temas da Conferência Estadual. A maior bandeira defendida pelo Estado é lutar para que a maioridade não seja reduzida de 18 para 16 anos, por isso, o pessoal que representa o Paraná no evento fez um abaixo-assinado que teve 400 assinaturas dos participantes. Thelma termina com uma mensagem para todos(as): “A prioridade é a proteção da juventude brasileira e acreditar que ela tem o poder de transformação”.
JOVENS DE DIFERENTES REGIÕES COLOCAM EDUCAÇÃO NO FOCO DAS DISCUSSÕES
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o dia Internacional da Educação, 28 de abril, a juventude presente na 1a Conferência Nacional da Juventude colocou em pauta o assunto que mais trouxe propostas: a educação. Para Graciliano Augusto da Silva, Alagoas (AL), é difícil acabar com a evasão escolar sem pensar diversas questões. “No Nordeste, as crianças trabalham na enxada a manhã inteira, vão para a escola e lá recebem uma merenda que é um copo de leite misturado com água e três bolachas”, diz. Para Dimitry Soares, da Secretaria de Educação de Minas Gerais (MG), o Brasil dá muita atenção ao ensino superior e deixa de lado a educação básica. “Não adianta pensar só em formar uma pessoa para trabalhar, precisamos garantir que todos, desde crianças, tenham acesso à educação de qualidade”.
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JUVENTUDE NEGRA: É HORA DE PREPARAR, REPARAÇÕES JÁ!
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m 2008 completam-se 120 anos de uma abolição não concluída, onde os índices de desemprego, subemprego e repetência escolar, morte precoce, baixa representação política, entre outras, são maiores entre os e as jovens negras e negros. O Estado se beneficiou do trabalho escravo e não se preocupou em reparar os danos causados por 400 anos de sucessivos massacres e injustiças contra o povo negro. Para responder a essas questões, surge o Fórum Nacional de Juventude Negra, no I Encontro Nacional de Juventude Negra, realizado na Bahia em 2007. O Enjune mobilizou cerca de 620 jovens vindos de 17 estados brasileiros com a finalidade de ampliar as discussões sobre os aspectos étnico-racial da juventude. Na Conferência Nacional de Juventude, o Fórum Nacional de Juventude Negra estruturou espaço de articulação política da juventude negra na conferência. O escritório de articulação política é um espaço para dar visibilidade da juventude negra dentro da conferência, denunciar os altos índices de morte de jovens negros no país e provocar os conferencistas para discutirem políticas públicas referentes à juventude negra. Segundo Leidy Rap do movimento negro de São Paulo, “o governo só vê os jovens negros nos óbitos, é preciso dar visibilidade para os números, sendo que de todas as mortes jovens do país, 87% são de jovens negros”.
GOVERNO FEDERAL LANÇA CONFERÊNCIA GLBT
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lançamento da 1ª Conferência de Políticas Públicas para a população GLBT foi feito pelo Secretário Especial de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, durante a Conferência Nacional da Juventude. O evento contou com forte presença da Juventude GLBT, que estava em Brasília participando da Conferência. “É realmente um momento histórico”, celebrou o E-JOVEM, grupo membro do CONJUVE e da Comissão Organizadora da Conferência GLBT. “Esse compromisso do governo com a Conferência mostra a disposição de fortalecer o programa Brasil Sem Homofobia e criar um Plano Nacional de Políticas Públicas para a população GLBT”, disse Deco Ribeiro, do E-JOVEM. Em seu discurso, o ministro destacou como inadmissível que um homossexual seja assassinado a cada três dias no Brasil, por causa da homofobia. E que nenhuma democracia seria completa sem dar a devida atenção à comunidade GLBT. Chega de preconceito!
CORDEL DA JUVENTUDE
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Conferência Nacional de Juventude uniu em um único espaço vários tipos de manifestações culturais de todos os cantos do Brasil. Confira o Cordel criado por Expedita Freitas, do Ceará, que foi depositado na nossa caixa de sugestões e pautas da Redação: I Conferência Nacional de Juventude Para assegurar políticas públicas Tivemos atitude E nos envolvemos nesta luta Meu amigo e minha amiga Chegou a nossa vez Vamos mostrar nossa bandeira E mostrar quem foi que fez
Termino cumprimentando A todos que estão aqui Você que está de fora Pode a juventude aplaudir Expedita Freitas (CE)
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PROPOSTAS DA JUVENTUDE
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o final do encontro, foram apresentadas as 22 prioridades dos jovens brasileiros, representados no evento por mais de 2 mil delegados eleitos nas etapas preparatórias, que envolveram mais de 400 mil pessoas em todo o Brasil. As 22 prioridades incluem os seguintes temas: Ensino Superior, Educação Profissional e Tecnológica, Educação Básica, Trabalho, Cultura, Sexualidade e Saúde, Meio Ambiente, Política e Participação, Tempo Livre e Lazer, Esporte, Segurança, Drogas, Comunicação e Inclusão Digital, Cidades, Família, Povos e Comunidades Tradicionais, Jovens Negros e Negras, Cidadania GLBT (diversidade sexual), Jovens Mulheres, Jovens com Deficiência, Fortalecimento Institucional da Política Nacional de Juventude e Juventude do Campo. Confira as propostas ao lado e fique de olho!
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Beto Cury, Secretário Nacional da Juvetude, discursa na Conferência
RESULTADO DO MOMENTO INTERATIVO PRIORIDADES DA CONFERÊNCIA NACIONAL DE JUVENTUDE Item
Tema
Proposta
Votos
1
Jovens negros e negras
Reconhecimento e aplicação, pelo poder público, transformando em políticas públicas de juventude as resoluções do 1º Encontro Nacional de Juventude Negra (ENJUNE), priorizando as mesmas como diretrizes étnico/raciais de/para/com as juventudes.
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2
Educ. básica (eleva- Destinar parte da verba da educação no ensino básico para o modelo ção da escolaridade) integral e pedagógico do Centros Integrados de Educação Pública.
547
3
Fortalecimento institucional
Aprovação pelo Congresso Nacional do marco legal da juventude: regime de urgência da PEC n.º 138-B/2003, Plano Nacional de Juventude e Estatuto dos Direitos da Juventude PL 27/2007.
531
4
Meio Ambiente
Criar uma política nacional de juventude e meio ambiente que inclua o “Programa Nacional de Juventude e Meio Ambiente”, institucionalizado em PPA (Plano Plurianual), com a participação dos jovens nos processos de construção, execução, avaliação e decisão, bem como da Agenda 21 da Juventude que fortaleça os movimentos juvenis no enfrentamento da grave crise ambiental global e planetária, com a construção de sociedades sustentáveis.
521
5
Esporte
Ampliar e qualificar os programas e projetos de esporte, em todas as esferas públicas, enquanto políticas de Estado, tais como os programas Esporte e Lazer da Cidade, Bolsa Atleta e Segundo Tempo com núcleos nas escolas, universidades e comunidades, democratizando o acesso ao esporte e ao lazer a jovens, articulados com outros programas existentes.
520
6
Juventude do campo
Garantir o acesso à terra ao jovem e à jovem rural, na faixa etária de 16 a 32 anos, independente do estado civil, por meio da reforma agrária, priorizando este segmento nas metas do Programa de Reforma Agrária do Governo Federal, atendendo a sua diversidade de identidades sociais, e, em especial aos remanescentes de trabalho escravo. É fundamental a revisão dos índices de produtividade e o estabelecimento do limite da propriedade para 35 módulos fiscais.
515
7
Trabalho
Reduzir a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais sem redução de salários, conforme campanha nacional unificada promovida pelas centrais sindicais.
471
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Educação Superior Defendemos que a ampliação do investimento em educação é fator imprescindível para construirmos uma educação de qualidade para todos e todas e que consiga contribuir para o desenvolvimento do País. Para tanto, defendemos o investimento de 10% do PIB em educação. Para atingir este percentual reivindicamos o fim da desvinculação das receitas da união (DRU) e a derrubada dos vetos ao PNE (Plano Nacional de Educação). Reivindicamos que 14% dos recursos destinado as universidades federais seja destinado exclusivamente à assistência estudantil por meio da criação de uma rubrica específica. Defendemos
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Item
Tema
Proposta
Votos
também a ampliação dos recursos em assistência estudantil para estudantes do PROUNI e para estudantes de baixa renda de universidades privadas. Garantir a transparência e democracia na aplicação dos recursos. 9
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Cultura
Criação, em todos os municípios, de espaços culturais públicos, descentralizados, com gestão compartilhada e financiamento direto do estado, que atendam às especificidades dos jovens e que tenham programação permanente e de qualidade. Os espaços, sejam eles construções novas, desapropriações de imóveis desocupados ou organizações da sociedade civil já estabelecidas, devem ter condições de abrigar as mais diversas manifestações artísticas e culturais, possibilitando o aprendizado, a fruição e a apresentação da produção cultural da juventude. Reconhecer e incentivar o hip hop como manifestação cultural e artística.
453
10
Política e Participação
Criar o Sistema Nacional de Juventude, composto por Órgãos de Juventude (Secretarias/coordenadorias e outros) nas três esferas do Governo, com dotação orçamentária específica; Conselhos de Juventude eleitos democraticamente, com caráter deliberativo, com a garantia de recursos financeiros, físicos e humanos; Fundos Nacional, estaduais e municipais de Juventude, com acompanhamento e controle social, ficando condicionado o repasse de verbas federais de programas de projetos de juventude à adesão dos estados e municípios a esse Sistema.
428
11
Jovens mulheres
Implementar políticas públicas de promoção dos direitos sexuais e direitos reprodutivos das jovens mulheres, garantindo mecanismos que evitem mortes maternas, aplicando a lei de planejamento familiar, garantindo o acesso a métodos contraceptivos e a legalização do aborto.
37
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Segurança
Contra a redução da maioridade penal, pela aplicação efetiva do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA
365
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Política e participação
Garantir uma ampla reforma política que, além do financiamento público de campanha, assegure a participação massiva da Juventude nos partidos políticos, com garantia de cota mínima de 15% para jovens de 18 a 29 anos nas coligações, com respeito ao recorte étnico-racial e garantindo a paridade de gênero; Mudança na faixa-etária da elegibilidade garantindo como idade mínima de 18 anos para vereador, prefeito, deputados estaduais, distritais e federais e 27 anos para senador, governador e presidente da República.
360
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Outros temas
Fim da obrigatoriedade do serviço militar, e criação de programas alternativos de serviços sociais não obrigatórios.
336
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Fortalecimento institucional
Criar o Sistema Nacional de Políticas Públicas de Juventude que confira status de Ministério à Secretaria Nacional de Juventude, exigindo que a adesão de estados e municípios seja condicionada à existência de órgão gestor específico e respectivo conselho de juventude. A partir de dezembro de 2009, os recursos do Fundo Nacional de Juventude, do ProJovem e demais programas de juventude, apenas continuarão a ser repassados aos estados e municípios que aderirem ao Sistema.
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Item
Tema
Proposta
Votos
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Povos e comunidades tradicionais
Assegurar os direitos dos povos e comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ciganos, comunidades de terreiros, pescadores artesanais, caiçaras, faxinalenses, pomeranos, pantaneiros, quebradeiras de coco babaçu, caboclos, mestiços, agroextrativistas, seringueiros, fundos de pasto, dentre outros que buscam ser reconhecidos), em especial da juventude, preservando suas culturas, línguas e costumes, combatendo todas as práticas exploratórias e discriminatórias quanto a seus territórios, integrantes, saberes, práticas culturais e religiosas tradicionais.
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Cultura
Estabelecimento de políticas públicas culturais permanentes direcionadas à juventude, tendo ética, estética e economia como pilares, em gestão compartilhada com a sociedade civil, a exemplo dos Pontos de Cultura, que possibilitem o acesso a recursos de maneira desburocratizada, levando em consideração a diversidade cultural de cada região e o diálogo intergeracional. Criação de um mecanismo específico de apoio e incentivo financeiro aos jovens (bolsas) para formação e capacitação como artistas, animadores e agentes culturais multiplicadores.
283
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Cidadania GLBT
Incentivar e garantir a SENASP/MJ a incluir em todas as esferas dos cursos de formação dos operadores/as de segurança pública e privada em nível nacional, estadual e municipal no atendimento e abordagem e no aprendizado ao respeito à livre orientação afetivo-sexual e de identidade de gênero com ampliação do DECRADI – Delegacia de Crimes Raciais e Intolerância.
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Jovens com deficiência
Ratificação imediata da Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência da ONU como emenda constitucional.
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Jovem do Campo
Garantia de políticas públicas integradas que promovam a geração de trabalho e renda para o jovem e a jovem do campo, com participação da juventude na sua elaboração e gestão. Assegurando o acesso a terra, à capacitação e ao desenvolvimento de tecnologia sustentável apropriada à agricultura familiar e camponesa voltada para a mudança de matriz tecnológica. Transformar o Pronaf Jovem em uma linha de crédito para produção agrícola e não agrícola.
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Segurança
Assegurar, no âmbito das Políticas Públicas de Segurança, prioridade às ações de prevenção, promoção da cidadania e controle social, reforçando a pratica do policiamento comunitário, priorizando áreas com altas taxas de violência, promovendo a melhoria da infra-estrutura local, adequadas condições de trabalho policial, remuneração digna e a formação nas áreas de Direitos Humanos e Mediação de Conflitos, conforme as diretrizes apontadas pelo PRONASCI.
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Cultura
Estabelecimento de cotas de exibição e programação de 50% para a produção cultural Brasileira, sendo 15% produção independente e 20% produção regional em todos os meios de comunicação (TV aberta e paga, rádios e cinemas). Valorização dos artistas locais garantindo a preferência nas apresentações e prioridade no pagamento. Entender os cineclubes como espaços privilegiados de democratização do áudio visual.
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Responsabilidade Ambiental
Veja algumas dicas maneiras para salvar o meu, o seu, o nosso ambiente LEANDRA BARROS, do Virajovem Vitória (ES)*
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alar de responsabilidade ambiental e desenvolvimento sustentável agora é moda. Raro é ver quem realmente vista a camisa e viva de verdade a proposta. Nessa nossa vida corrida, saímos por aí consumindo de tudo e, às vezes, nem paramos para pensar nas conseqüências do nosso consumo inconsciente. Mas, como a gente é jovem, temos garra pra caramba e uma força revolucionária gigante dentro de nós, além de uma cabeça boa que guarda tudo, como diria nossa avó, porque não reciclar nossas idéias e começar a agir diferente a partir de agora?
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Revista ViRAÇÃO · Ano 6 · nº 42
Já que “tudo muda o tempo todo no mundo”, como canta Lulu Santos, que seja para melhor e tenha dedo nosso nisso! Bora animar de dar um “up” nesse mundão de meu Deus! Você vai ver como pode ser mais simples
do que imagina! Ajudar a salvar o planeta é só uma questão de disposição. E não precisa ser nenhum superherói. Qualquer mortal que seguir e divulgar pelo menos essas 5 dicas abaixo já estará cooperando. Tome nota! Para melhorar o planeta...
1. USE MENOS PAPEL!
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Procure sempre fazer backup de seus arquivos online, em pendrives ou mídias regraváveis ao invés de CDs, que levam até 450 anos para se decompor. Imprima somente o necessário, e, de preferência, reduza a fonte para caber mais na mesma folha e utilize frente e verso sempre que possível. Ao contrário do que se pensa, as sacolas de papel não são mais sustentáveis que as de plástico. Elas consomem mais energia em sua produção. Mas... ainda têm a vantagem de poderem ser usadas na compostagem e demorarem apenas de 3 a 6 meses para se decomporem na natureza. Só que isso não faz com que as árvores que foram derrubadas para que o papel existisse voltem a nascer. Use menos papel.
2. NÃO ACEITE SACOLINHAS PLÁSTICAS E EVITE COPOS DESCARTÁVEIS!
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Grande parte das sacolas plásticas não são biodegradáveis e podem demorar séculos para se decompor na natureza. Além disso, quando caem no mar os animais marinhos as confundem com algas e muitos morrem asfixiados. O melhor mesmo é levarmos nossa própria bolsa, sacola de feira retornável, mochila ou até mala de rodinha (como é comum nos supermercados da Europa) para as compras. O copo plástico demora cerca de 50 anos para se decompor. Que tal deixar uma caneca ou copo reutilizável no trabalho ou sempre carregar na mochila para evitar o descartável. Se não tiver jeito, ao menos utilize o mesmo copo o máximo que puder.
5. PRESERVE SUA FAMÍLIA!
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Para quem é casado, se as coisas estão mal no seu casamento, converse, vá com calma, fale a verdade com jeitinho, ceda mais uma vez. Perdoe, aumente a dose de compreensão e o tamanho do seu pavio, chore até dormir, não durma brigado que faz mal, escreva para desabafar, grite no travesseiro, tome um bom banho, respire fundo, peça ajuda, sorria e siga em frente! Faça de tudo, mas EVITE O DIVÓRCIO! Além de fazer mal para o psicológico e para o coração de todas as pessoas envolvidas, faz um mal tremendo para o Meio Ambiente. O divórcio aumenta o número de domicílios e, conseqüentemente, o consumo de energia e água, além de aumentar a produção de lixo, já que alguns objetos que eram compartilhados são jogados fora, enquanto, para a nova casa são comprados novos utensílios domésticos.
TÁ na MÃO
• Responsa Ambiental: www.responsabilidadeambiental.com.br/ • Blog maneiro – Meu Ambiente: meuambiente.wordpress.com/ • Mude o mundo: www.mudeomundo.com.br e www.mudeomundo.org.br • Jogo para aprender a economizar em casa: jogos.wwf.org.br/casaeficiente/
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3. ECONOMIZE ENERGIA!
Abra as janelas e aproveite a luz natural durante dia. Apague a luz quando sair de um local à noite. Não deixe seus aparelhos eletrônicos em standby (com aquela luzinha vermelha acesa). Troque suas lâmpadas incandescentes por fluorescentes. Elas reduzem o consumo em 60%.
4. GASTE MENOS ÁGUA!
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Primeiro a clássica: feche a torneira ao escovar os dentes. Junte bastaaante roupa suja antes de colocar a máquina de lavar para funcionar. Não demore tanto no banho. Prefira o balde à mangueira ao lavar o carro. Prefira a vassoura e a pá à mangueira ao varrer o quintal. Prefira o regador à mangueira ao molhar as plantas. Nunca prefira a mangueira! Ela sempre desperdiça água. Deixemos as mangueiras para os bombeiros.
Botando em práticas essas 5 dicas, para começar, você já dá um passo rumo a um desenvolvimento mais sustentável e começa a dar mais moral para a preservação do planeta. E, não se grile se seus colegas começarem a chamar você de “eco-chato” ou “eco-chata”. Praticar um consumo consciente é “chique demais”, como diriam os mineiros, “trilegal”, como diriam os gaúchos, “porreta”, para os baianos, e “muuuito massa”, como nós, capixabas, dizemos por aqui. Veja algumas dicas maneiras para salvar o meu, o seu, o nosso ambiente. Só não esqueça que tudo tem que começar em você! Como deve ter dito uma sábia (mãe): “Não queira mudar o mundo se você não arruma o seu quarto”!
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Integrante de um dos 21 Conselhos Jovens da Vira espalhados pelo País (es@revistaviracao.org.br)
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QUE FIGURA
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ALESSANDRO MUNIZ, do Virajovem Natal (RN)*
Henrique Castriciano, Novaes
o poeta Educador H
enriqueta Leopoldina Rodrigues de Souza, na madrugada de um sábado marcado pelas dores do parto, deu à luz, em 1874, a um menino que anos depois viria a ser o respeitado intelectual e educador Henrique Castriciano. O filho de Elói Castriciano de Souza, comerciante e político de Macaíba (RN), muito cedo revelou sua preferência pelos livros, descobrindo grande talento para a poesia. Seu primeiro livro de versos foi publicado em 1892, com apenas 18 anos, mesmo ano em que contraiu a tuberculose, enfermidade que matou primeiro sua mãe, depois seu pai, quando tinha somente 7 anos. Após a grande perda familiar que foi a morte de Henriqueta, em 1879, a avô materna Didinha veio buscar os 4 netos e os levou para o Recife, dois anos antes da morte do pai. O jovem Castriciano sempre fora uma criança doente, sendo encaminhado pelos avós, como era costume das famílias de posse daquele tempo, para uma viagem de cura pela Suíça, retornando à sua cidade natal 11 anos depois, com seus 16 anos. Apesar de estudioso ávido e compenetrado, a frágil saúde atrasou-lhe, formando-se com 30 anos, no Rio de Janeiro. No entanto, já tinha 4 livros de versos e uma peça publicados à época. Comovido e entusiasmado com tudo que vira sobre educação popular em seus anos na Suíça, em 1909 viajou pela Europa levando a idéia de buscar informações de uma escola para meninas, cultivando o sonho de um espaço destinado à valorização e integração da mulher no plano social. O resultado foi a criação, em 1911, de uma Liga de Ensino e a fundação da Escola Doméstica de Natal em 1914, que hoje engloba o complexo educacional com duas escolas e uma faculdade. Castriciano colaborou muitos anos com a imprensa natalense, sendo redator do jornal A República por mais de 30 anos, além de escrever para outros jornais. Na política, teve papel igualmente ativo como secretário de governo, procurador geral do Estado e vicegovernador duas vezes, tendo presidido ainda o Congresso Legislativo do Estado. Na vida marcada pela incerteza da saúde comprometida, era um adolescente melancólico e, em sua vida adulta, continuou em certa medida um solitário, tornando-se um solteirão inveterado. Morreu aos 73 anos praticamente sozinho, após dois longos anos de sofrimento internado em hospitais de Natal. Terminava uma vida que nunca seria esquecida graças à suas contribuições inestimáveis ao Rio Grande do Norte e ao Brasil.
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Integrante de um dos 21 Conselhos Jovens da Vira espalhados pelo País (rn@revistaviracao.org.br)
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SEXO E SAÚDE RENATA SOUZA e GUSTAVO BARRETO, do Virajovem Rio de Janeiro (RJ)*
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galera do Rio de Janeiro entrevistou Luciana Kamel, psicóloga e assessora de projetos da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia) e Adriano De Lavor, jornalista especialista em Comunicação e Saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP), que atualmente trabalha na Fundação Fiocruz. Confiram as duas visões sobre sexualidade e saúde.
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Como você encara o aumento ou descoberta da diversidade sexual por parte das/os jovens? Luciana: É natural que os jovens descubram seus desejos, sua forma de prazer de modo menos censurado como acontecia há 20 anos, mas ainda hoje a homossexualidade não é respeitada e os jovens ainda sofrem preconceito, discriminação e, em alguns casos, sofrem violência das mais
diversas sem motivo. Simplesmente porque decidiram a sua felicidade ao se relacionarem afetiva e sexualmente com pessoas do mesmo sexo.
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O que podemos fazer para incentivar entre elas/eles a sexualidade saudável? Luciana: A escola tem um papel importante nesse sentido, muitas vezes os jovens não são acolhidos em casa e a escola acaba sendo um espaço de socialização onde eles passam a maior parte do seu tempo. Algumas iniciativas em escolas já vêm abrindo caminho de diálogo nesse sentido e já vêm apontando resultados. A imprensa (tanto escrita, como programas de rádio, televisão, internet), peças de teatro com esquetes que abordam temáticas que são conversas freqüentes entre os jovens acabam sendo estratégias importantes. Aqui na Abia, temos um grupo de teatro com jovens (Cia da Saúde) que se apresentam nas escolas e também nas vias públicas levando informação de prevenção das dst/aids de forma lúdica, descontraída aos outros jovens. Adriano: É importante discutir o assunto nas escolas, nos projetos sociais, nos programas de TV, nos sites, nos blogs. Só se conhece aquilo que se debate. Neste sentido, o papel das escolas e daqueles que promovem iniciativas para o público jovem é importantíssimo!
Natália Forcat
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VIRA R ARTE
KASSIA NOBRE, do Virajovem Maceió (AL)*
Lentini
Mariana era diferente
– Mari, olha só que cabelo desarrumado o seu, amiga! – A Mari é assim mesmo! – Assim como? Alguém podia me explicar? A Mariana não era igual e também não era única. Poderia ser diferente das amigas. – Mari, olha que gatinho! – É, pode ser... Definitivamente, Mariana era diferente. – Mari, você é infeliz? – Acho que sim. Sou tão diferente. Não penso e não sinto igual a vocês. Quero mudar! – Primeiro deixa este cabelo crescer, lixa estas unhas e usa um pouco de maquiagem! Passam os dias e Mariana está igual. – Feliz Mari? – Estou! Procurei um psicólogo. O Dr. Viana, ele é o máximo! – Ah! Agora sim, você vai ser igual a gente. Conta como é lá? – Olha só, no próximo dia, irei mostrar meus poemas e falaremos sobre artes. – E quando você vai mudar? – Não sei, só sei que é muito legal e estou me identificando com tudo. E o silêncio toma as amigas. – Minha gente, vocês viram o filme com aquele ator lindo e maravilhoso? – Ainda não! Vamos todas!
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Revista ViRAÇÃO · Ano 6 · nº 42
E Mariana não entendia, não era para ela ser normal, a terapia não estava funcionando. – E lá vou eu, chegando atrasada. O Dr. Viana não vai perdoar. – Mariana Alencar? – Sim, sou eu. – Você chegou muito atrasada, vai ter que esperar mais meia hora. – Tudo bem. – Nossa! Como aqui está frio, não gosto de frio. Muito prazer, meu nome é Laís, e o seu? – Mariana, prazer. Você veio para o Dr. Viana? – Sim, claro. Ele é ótimo! Hoje vou mostrar todos os meus contos – Eu também! Só que poesias. Olha só. – São muito boas. Posso ficar com algumas, quero colocar no meu blog. – Claro, aproveite e anota o endereço dele. – Aqui está. Prazer Mariana. – Prazer. E à noite, ela entra no blog e lá está a sua poesia. Toda orgulhosa, lê e relê tudo. E comenta, com uma admiração por aquela nova pessoa que conheceu. – Mariana, você tem que ir para esta exposição, vai ter recital de poesias e bandas experimentais. – Ah, vou sim, Laís, mas nunca fui a um lugar assim. – Não há problemas, lá estarão meus amigos, vou apresentá-los. – Alô Mariana. É a Lia. Tudo certo para o barzinho hoje, não é? – Sabe o que é Lia, estou morrendo de sono. – Não acredito Mari! – É sim, deixa para a próxima. – Mari, você vai adorar meus amigos, eles são excêntricos e divertidos. Boa Noite, galera! Esta é a Mariana. – Olá! Pode sentar, aceita um copo de vinho? – Claro que aceito. Já passava da meia-noite, Mariana não quis ir para casa. A noite estava perfeita. Conversa sobre livro, cinema e poesia. Mariana sorria e sorria. – Vamos todos para o meu apartamento! Lá tem mais bebida! Em um momento da noite, Mariana estava olhando para Laís. Seus olhos se cruzaram numa força que elas não saberiam explicar. As mãos encostadas e o impulso era o magnetismo de suas bocas. Era paixão. E, elas, logo descobriram. – Mari, você está feliz? Agora sim, Laís. Agora sim. ini nt Le
Integrante de um dos 21 Conselhos Jovens da Vira espalhados pelo País (al@revistaviracao.org.br)
CREMAÇÃO
THIAGO LUIZ LAPA, do Virajovem Curitiba (PR)*
Por tanto tempo busquei o que queria Que agora a memória me falha. Os seres humanos apreciam porcarias, Como animais que não se agasalham.
Mudança, atitude e ousadia jovem
Busco o dia da sabedoria, Mesmo sem a certeza de nada. Encontrei agora o que queria? Ou apenas outra porta fechada? O nunca, jamais existiria, Se o agora não fosse apenas uma data, O ontem me angustiaria, Como o futuro me maltrata. O saber é um rio que deságua, Bebe dele aquele que não se engasga. Tristemente vive quem não se embriaga De água assim bem aventurada. Mas, se sei de algo, é por acaso. Pois de mim nunca ouvi grandes verdades, De minha boca, saem apenas maldades Que ferem a mim e a outros em todo caso. Meu corpo será queimado no final, Ficarei triste, pois este será o fim de todo o mal. Revendo a pequena trilha que percorri, Espero jamais retornar ao lugar onde nasci.
Carne Quando cheguei, emergindo lento Do meu casulo sangrento, Pra mim havia tudo planejado, E todas as bajulações já haviam sido preparadas. Como em um labirinto infame De nuvens negras a me envolver, Lembro-me dos dias sem cálculos, Dádivas de coincidência e inertes seqüelas temporais no nada. A carne ainda exala o cheiro da desconfiança e Aromas repugnantes lacrimejando olhares selvagens. Quantas lágrimas misturam-se a lama que Até os tornozelos me cobre?
Quão mal cheirosos eram os lírios e as éguas mortas? Horror, horror... Caminhando a passos lentos, Meus grandes olhos, pedras vivas e desgastadas pelo tempo Fecham-se ao ver tombar carcaças vazias recheadas de vermes. Na escuridão sou torturado pela dor, Meus joelhos agora estão também na lama Da eternidade vazia de formas. Onde foi que deixei minha mente? Vejo o líqüido viçoso Onde lentamente todos os vermes se alimentam. São veleiros de prata que flutuam E entram em minha boca morta.
Estagiário da Ciranda – Central de Notícias dos Direitos da Infância e Adolescência e integrante de um dos 21 Conselhos Jovens da Vira espalhados pelo País (pr@revistaviracao.org.br)
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PREÇO DA ASSINATURA
FORMA DE PAGAMENTO: TIPO DE ASSINATURA:
PARADA SOCIAL
Juventude
como prioridade Abaixo-assinados correm pela Conferência Nacional da Juventude para reforçar desejos de direitos garantidos
absoluta MÔNICA SANTANA, da Cipó – Comunicação Interativa (www.cipo.org.br/)
C
om mais de 2 mil pessoas politizadas e militantes reunidas em um único espaço, a Conferência Nacional da Juventude, que rolou em abril em Brasília (DF), foi um momento histórico de reconhecimento da juventude como sujeito de direitos e importante foco de políticas públicas. Logo, também é um momento de fortes articulações políticas e ações em bloco. Por todo evento, correram abaixo-assinados a fim de pressionar o Congresso Nacional a aprovar e colocar nas pautas de votação importantes reivindicações dos movimentos. A concentração de um número tão grande de pessoas contribui na força de pressão para que essas discussões voltem a foco. Um das mais importantes e significativos é o abaixo-assinado pela votação e aprovação do Projeto de Emenda Constitucional 138/03, que prevê a inclusão do termo juventude como prioridade absoluta do Estado e da sociedade brasileira, como grupo social que necessita de políticas públicas específicas e uma atenção diferenciada. O documento foi entregue ao presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia. Segundo a Conselheira Nacional de Juventude, Luciana Martinelli, a aprovação da PEC estabelece um importante marco legal e histórico do reconhecimento da juventude enquanto sujeito social e de direitos. “A PEC 138/03 é importante porque coloca a juventude como um segmento populacional específico e que precisa ter seus direitos garantidos e valorizados”, explica. Essa proposta representa uma reforma constitucional histórica, não só pela valorização legal das novas gerações, mas também por ser resultado da intervenção social e sua influência no poder público.
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Márcio Baraldi
Roteiro produzido por Ariane Bastos Araújo, Carlos Rangel Neves Otto e Ligia Martins, do Virajovem Goiânia (GO)