Revista Viração - Edição 66 - Outubro/Novembro/2010

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a r i V a z a f m e Veja qu

Sexo e Saúde

pelo Brasil

Associação Imagem Comunitária Belo Horizonte (MG)

Centro Cultural Bájò Ayò João Pessoa (PB)

Universidade Popular Belém (PA)

Rede Sou de Atitude Maranhão São Luís (MA)

Casa da Juventude Pe. Burnier Goiânia (GO)

Avalanche Missões Urbanas Underground Vitória (ES)

Ciranda – Curitiba (PR) Central de Notícias dos Direitos da Infância e Adolescência

Catavento Comunicação e Educação Fortaleza (CE)

Cipó Comunicação Interativa Salvador (BA)

Centro de Refererência Integral de Adolescentes Salvador (BA)

Instituto de Estudos Socioeconômicos Brasília (DF)

Centro Cultural Escrava Anastácia Florianópolis (SC)

Gira Solidário Campo Grande (MS)

Projeto Juventude, Educação e Comunicação Alternativa Maceió (AL)

União da Juventude Socialista Rio Branco (AC)

Agência Fototec Natal (RN)

Bemfam - Recife (PE)

Movimento de Intercâmbio de Adolescentes de Lavras Lavras (MG)

Grupo Makunaima Protagonismo Juvenil (RR)

Jornal O Cidadão Rio de Janeiro (RJ)

Grupo Cultural Entreface (Diversidade Juvenil, Comunicação e Cidadania) Belo Horizonte (MG) Taba - Campinas (SP)


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! a s s a m o t i u m Foi

Paulo (SP), rande São G a n , rã o reunidos, Mairip l estiveram ue fez em si q ra io B s fr o o o it d u de to acional do pesar do m s e jovens ncontro N E te º n 4 e s o sc le ra o se 0 ad s Con lho bro, pa mais de 5 formam o na de outu e a u q m s se e õ a ç d aniza segun ilização e tre as org durante a sobre mob riências en te e a p b x e e d e o d oca trazer seguir. Além da tr ante para logias páginas a Virajovens. s foi import a n to n re e m metodo fe m n o ra o e m c x u o ê o c , a o tr v ir e V m , que Jovens da envolvera como uma juventude olítica da s regiões, icipantes se p a rt o a su ã p ç s m a o e ip s s, partic uzida discutiram vidade ser reprod s também dias de ati o n e o rã v e tr jo d a o u s p q O . e Em jovem o online vas qu e o espaç omunicati rem o Vira c ra ta u g d is e v te s re in a a c a est oas de práti feitas para ovas pess convidar n es de texto õ ç u d r. ro a forma de p no as e ve entrará rmato para o tema qu que em bre conferir é um novo fo s, e d ia c r tí a o ix e N e Naçõ s ode d vem de rada pelas ocê não p e v Agência Jo id e L u . q a n m a e a Hum rtag z e reduzir Outra repo Segurança o Projeto ltura de pa : u a c p a a c r e a v n o m trazemos retende pro envolvem radas que iniciativa p g te in s tudo e õ Unidas, a e aç tão, pare or meio d nitária. En u m o c violência p o ã . saúde e aç sta edição educação, degustar e a e c e m o agora e c ! Boa leitura

Conteúdo

Copie sem moderação! Você pode:

“A

Quem somos A

Viração é um uma organização não governamental (ONG), de educomunicação, sem fins lucrativos, criada em março de 2003. Recebe apoio institucional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), do Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo e da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi). Além de produzir a revista, oferece cursos e oficinas de capacitação em comunicação popular feita para jovens, por jovens e com jovens em escolas, grupos e comunidades em todo o Brasil. Para a produção da revista impressa e eletrônica (www.viracao.org),contamos com a participação dos conselhos editoriais jovens de 22 Estados, que reúnem representantes de escolas públicas e particulares, projetos e movimentos sociais. Entre os prêmios conquistados nesses seis anos, estão Prêmio Don Mario Pasini Comunicatore, em Roma (Itália), o Prêmio Cidadania Mundial, concedido pela Comunidade Bahá'í. E mais: no ranking da Andi, a Viração é a primeira entre as revistas voltadas para jovens. Participe você também desse projeto. Veja, ao lado, nossos contatos nos Estados. Paulo Pereira de lima Coordenador Executivo da Viração – MTB 27.300

• Copiar e distribuir • Criar obras derivadas Basta dar o crédito para a Vira!

Apoio Institucional

Conheça os Virajovens em 22 Estados brasileiros e no distrito Federal Belém (PA) - pa@viracao.org Belo Horizonte (MG) - mg@viracao.org Boa Vista (RR) - rr@viracao.org Brasília (DF) - df@viracao.org Campinas (SP) - sp@viracao.org Campo Grande (MS) - ms@viracao.org Curitiba (PR) - pr@viracao.org Florianópolis (SC) - sc@viracao.org Fortaleza (CE) - ce@viracao.org Goiânia (GO) - go@viracao.org João Pessoa (PB) - pb@viracao.org Lavras (MG) - mg@viracao.org Maceió (AL) - al@viracao.org Manaus (AM) - am@viracao.org Natal (RN) - rn@viracao.org Porto Velho (RO) - ro@viracao.org Recife (PE) - pe@viracao.org Rio Branco (AC) - ac@viracao.org Rio de Janeiro (RJ) - rj@viracao.org Sabará (MG) - mg@viracao.org Salvador (BA) - ba@viracao.org S. Gabriel da Cachoeira - am@viracao.org São Luís (MA) - ma@viracao.org São Paulo (SP) - sp@viracao.org Serra do Navio (AP) - ap@viracao.org Teresina (PI) - pi@viracao.org Vitória (ES) – es@viracao.org

A Revista Viração é publicada mensalmente em São Paulo (SP) pela ONG Viração Educomunicação, filiada ao Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas de São Paulo (Sindjore); CNPJ: 11.228.471/0001-78; Inscrição Municipal: 3.975.955-5

atendimento ao leitor Rua Augusta, 1239 - conj. 11 - Consolação 01305-100 - São Paulo - SP Tel./Fax: (11) 3237-4091 / 3567-8687 HoRáRio dE atEndimEnto Das 9h às 13h e das 14h às 18h E-mail da REdação E assinatuRa redacao@viracao.org assinatura@viracao.org

Revista Viração • Ano 8 • Edição 66 3


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Direito de todos

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Jovens de todo o País discutem acessibilidade em encontro no Rio de Janeiro (RJ)

Pelo planeta

Conheça as ações que a Viração está fazendo em outros países

Juventude que vira

do Integrantes de Conselhos Virajovens, adolescentes e jovens ação, mobiliz discutir para (SP) Brasil se reúnem em Mairiporã m comunicação e juventude no 4º Encontro Nacional Virajove

É de chorar

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No interior de São Paulo, ônib us irregular é flagrado pelo Ministério Público do Trabalho com adolescente s que seriam levados para a colheita de cebolas

19 Segura aí

Quando se fala em Segurança humana o que lhe vem à mente? Saiba que hoje em dia esse conceito está bem além da discussão sobre violências

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Latino americana

ul Jovem, rede de Participante do encontro Laços Sul-S HIV/aids, Linda cooperação para o enfrentamento do de seu país, o Paraguai tude juven da visão Marchuck traz sua

24 Liberdade de expressão

Sempre na Vira

Arthur Massuda, da ONG Artigo 19, é o convidado do “Galera Repórter”. Ele fala sobre a luta pelo livre acesso à informação e à liberdade de expressão existente no Brasil

Manda Vê . . . . . . . . . . . . . 06 Imagens que Viram. . . . . . 10 De Olho no ECA . . . . . . . . 28 Que Figura . . . . . . . . . . . . 29 Rango da Terrinha . . . . . . 30 No Escurinho . . . . . . . . . . 32 Sexo e Saúde . . . . . . . . . . 33 Parada Social . . . . . . . . . . 34 Rap Dez . . . . . . . . . . . . . . 35

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Triste realidade

Coordenador do Comitê para a Defesa dos Direitos Humanos na Nigéria, Folarin Olayinka fala sobre os desafios de atuar numa ONG do país africano

27 Arriba!

Mais de 600 voluntários participaram da Conferência Mundial de Juventude, que aconteceu no México em agosto. Conheça a experiência de uma brasileira que esteve nessa parada

RG VÁLIDO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL Conselho Editorial

Direção Executiva

Eugênio Bucci, Ismar de Oliveira, Izabel Leão, Immaculada Lopez, João Pedro Baresi, Mara Luquet e Valdênia Paulino

Paulo Lima e Lilian Romão

Conselho Fiscal Everaldo Oliveira, Renata Rosa e Rodrigo Bandeira

Conselho Consultivo Douglas Lima, Isabel Santos, Ismar de Oliveira e Izabel Leão

Presidente Juliana Rocha Barroso

Vice-Presidente Cristina Paloschi Uchôa

Primeiro-Secretário Eduardo Peterle Nascimento

Equipe Ana Paula Marques, Carol Lemos, Douglas Ramos, Elisangela Nunes, Eric Silva, Gisella Hiche, Luciano de Sálua, Manuela Ribeiro, Maria Rehder, Rafael Lira, Rafael Stemberg, Sâmia Pereira, Sonia Regina, Vânia Correia e Vivian Ragazzi

Administração/Assinaturas Fábio Elias, Danilo Asevedo e Norma Cinara Lemos

Mobilizadores da Vira Acre (Leonardo Nora), Alagoas (Jhonathan Pino), Amapá (Camilo de Almeida Mota), Amazonas (Cláudia Ferraz e Délio Alves), Bahia (Nilton Lopes), Ceará (Amanda Nogueira e Rones Maciel), Distrito Federal (Ionara Silva), Espírito Santo

4 Revista Viração • Ano 8 • Edição 66

(Filipe Borges, Jéssica Delcarro, Leandra Barros e Wanderson Araújo), Goiás (Érika Pereira e Sheila Manço), Maranhão (Sidnei Costa), Mato Grosso do Sul (Fernanda Pereira), Minas Gerais (Maria de Fátima Ribeiro e Pablo Abranches), Pará (Alex Pamplona), Paraíba (Niedja Ribeiro), Paraná (Juliana Cordeiro), Pernambuco (Maria Camila Florêncio), Piauí (Anderson Ramos da Luz), Rio de Janeiro (Gizele Martins), Rio Grande do Norte (Alessandro Muniz), Rondônia (Luciano Henrique da Costa), Roraima (Cleidionice Gonçalves), Santa Catarina (Celina Sales e Ciro Tavares) e São Paulo (Damiso Faustino, Luciano de Sálua, Sâmia Pereira, Simone Nascimento e Virgílio Paulo).

Colaboradores Antônio Martins, Diego Pereira dos Santos, Emilia Merlini, Heloísa Sato, Lentini, Karina Lakerbai, Márcio Baraldi, Natália Forcat, Novaes e Sérgio Rizzo.

Consultor de Marketing Thomas Steward

Projeto Gráfico Ana Paula Marques e Cristina Sayuri

Jornalista Responsável Paulo Pereira Lima – MTB 27.300

Divulgação Equipe Viração

E-mail Redação e Assinatura redacao@viracao.org assinatura@viracao.org

Preço da assinatura anual Assinatura Nova Renovação De colaboração Exterior

R$ 58,00 R$ 48,00 R$ 70,00 US$ 75,00


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A Vira pela igualdade. Diga lá. Todas e todos Mudança, Atitude e Ousadia jovem.

Diga lá

Rogério Santos por e-mail Ola! Sou fotógrafo amador e no passado tentei fazer parte do Virajovem, mas na época eu não tinha máquina digital, então ficou difícil de colaborar com vocês... Mas agora quero saber se ainda posso participar com as fotos que tiro no meu dia-a-dia?

Que legal, Rogério. É claro que você poderá colaborar com imagens para uma das seções. Vamos entrar em contato e combinar como pode ser a sua participação no Virajovem. Abraços!

Fale com a gente! Janine Silva – Cairu (BA) por e-mail Pesquisando na internet, encontrei a Revista Viração... Adorei. Tem tudo a ver com a necessidade dos jovens de encontrar significação na relação com o conhecimento. Faço parte de um grupo de professores da rede estadual no interior da Bahia e gostaríamos de saber se vocês nos indicam caminhos para a realização de oficinas para a construção de um Jornal Mural. Um abraço!

Priscila Galante por e-mail Eu tentei entrar no site www.viracao.org e não consigo. Há uma informação de que o site tem dispositivos que podem danificar o computador. Tem algo de errado? Queria saber mais da ONG. Beijos!

Olá, Janine! É claro que podemos auxiliá-la no Jornal Mural. Encaminharemos para o seu e-mail todas as dicas de como iniciar esse trabalho. Curtimos muito receber sua mensagem.

Pois é, Priscila, o site sofreu uma invasão de crackers (piratas virtuais). Isso fez uma bagunça em todo o sistema. Mas a boa notícia é que logo mais um espaço bem moderno e interativo estará no ar.

r! witte no T é a r i ao aV rfil Siga osso pe m/virac o N c . r itte //tw http:

Ponto G Para garantir a igualdade entre os gêneros na linguagem da Vira, onde se lê “o jovem” ou “os jovens”, leia-se também “a jovem” ou “as jovens”, assim como outros substantivos com variação de masculino e feminino.

Mande seus comentários sobre a Vira, dizendo o que achou de nossas reportagens e seções. Suas sugestões são bem-vindas! Escreva para nosso endereço: Rua Augusta, 1239 - Conj. 11 Consolação - 0135-100 - São Paulo (SP) ou para o e-mail: redacao@viracao.org Aguardamos sua colaboração!

Parceiros de Conteúdo


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Manda Vê Avanny Oliveira, do Virajovem Maceió (AL)*, e Graciele Oliveira dos Santos, do Virajovem Boa Vista (RR)*

Originado do termo inglês que designa “valentão” (é bully), o bullying tem virado pauta constante nas discussões sobre a vivência em espaços educacionais e na mídia. No ano passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou pesquisa afirmando que, em todo o Brasil, 30,8% dos estudantes de escolas públicas e particulares já sofreram violência física ou psicológica em algum momento. Colocar apelidos não aceitos, humilhar, excluir e discriminar alguém são práticas consideradas bullying, além das agressões físicas que o adolescente ou jovem

pode sofrer. Nas regiões com mais registros de casos, Brasília (DF) lidera a lista, com 35,6% de seus estudantes expostos à violência física ou verbal. Em seguida, vem Belo Horizonte (MG), com 35,3%. A pesquisa envolveu estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental de 6.780 instituições de ensino nas 27 capitais. Mas será que todos estudantes estão por dentro desse problema? Os conselhos Virajovem de Maceió e Boa Vista foram ouvir dos próprios jovens o que eles pensam sobre o assunto. Confira!

Como lidar com o bullying? Davyd Melo, 15 anos, Maceió (AL) “A vítima do bullying fica marcada para o resto de sua vida e futuramente pode até se revoltar e praticá-lo também”.

Jéssica Micaele, 16 anos, Maceió (AL) “O bullying mais parece uma praga! Quando pensamos que é só uma brincadeira, acaba machucando”.

Thais Magalhães, 16 anos, Maceió (AL) “Em casos extremos, as vítimas de bullying podem até cometer suicídio. Acho uma ‘falta do que fazer’ zombar apenas para se divertir”.

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Mirlany de Oliveira, 16 anos, Maceió (AL) “O bullying nada mais é do que pessoas querendo ser mais do que as outras e procuram sacanear os mais indefesos”

*Integrantes de Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados e no Distrito Federal (al@viracao.org e rr@viracao.org)


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Jerlandsom Barbosa, 17 anos, Maceió (AL) “O bullying está presente em todas as escolas, sem exceção. Antes de fazer, é importante pensar que certas brincadeiras podem não ser entendidas da mesma forma que você pensa”.

Natasha Dias Queiroz, 18 anos, Boa Vista (RR) “É uma situação que deve ser tratada com muito cuidado. Tem casos em que a vítima se isola ou entra em depressão. Logo, tem que haver mais informação para os funcionários da escola, os alunos, a sociedade em geral, alertando-os sobre a gravidade de piadinhas e agressões”.

Christiane Thomazelli Piza, 25 anos, Boa Vista (RR)

Wanderley Johnson, 17 anos, Boa Vista (RR)

“É uma 'brincadeira' que pode trazer consequências terríveis. A pior delas é levar alguém a tirar a própria vida. Quem pratica o bullying é um covarde que vê no sofrimento dos outros uma satisfação”.

“Vivo constantemente com essa situação em minha escola. Tenho 'amigos' que gostam de fazer brincadeiras para me provocar. Mas como estou por dentro do assunto, não levo muito a sério”.

Thalyta Nascimento, 17 anos - Boa Vista (RR) “O bullying está principalmente dentro das escolas e nos espaços virtuais, com comentários depreciativos, fazendo a vítima se sentir o pior ser humano”.

Tudo que você não soube (Fernanda Young) Editora Ediouro A publicação conta a história fictícia de uma mulher, casada e com filhos, que resolve contar a seu pai, à beira da morte, o porquê de ela ter se tornado uma pessoa dissimulada e impiedosa. Em forma de relatos, a personagem traz revelações surpreendentes, como a vez em que martelou a cabeça da própria mãe. Sem mostrar arrependimentos, ela apenas tem a necessidade de explicar ao pai as circunstâncias que a fizeram ser maldosa, o que inclui sua vida familiar durante a infância.

Faz Parte

Em São Paulo (SP), alunos bolivianos estão sendo vítimas de discriminação e sofrem violência física caso não paguem uma espécie de pedágio para entrar na escola e usar os banheiros. O caso acontece desde 2008 na Escola Estadual Padre Anchieta, na região central da cidade, e, segundo as denúncias, os imigrantes precisam dar a estudantes brasileiros qualquer valor que tiverem no bolso, do contrário irão apanhar na saída. Ao jornal “Folha de S.Paulo”, a direção da escola confirmou as denúncias. Em nota, a Secretaria Estadual de Educação afirma que abriu investigação do caso e irá criar um programa de enfrentamento à violência.


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ACESSIBILIDADE não dá mais para esperar

dade reuniu 50 jovens de 18 a 28 anos 1º Encontro Brasileiro de Juventude pela Acessibili dade na perspectiva dos direitos humanos no Rio de Janeiro (RJ); evento focou em acessibili

Texto e fotos: Nair Moraes, adolescente comunicadora da Plataforma dos Centros Urbanos, Janaína Alves Cardoso, colaboradora da Vira, e Vivian Ragazzi, da Redação

C

erca de 50 jovens de mais de 15 estados brasileiros se reuniram no hotel Novo Mundo, no Rio de Janeiro (RJ), entre 31 de agosto e 2 de setembro, para o 1º Encontro Brasileiro de Juventude pela Acessibilidade (JUVA). O evento, organizado pela ONG Escola de Gente, teve como objetivo principal proporcionar aos participantes, militantes de diferentes causas, uma formação em direitos humanos e acessibilidade e sensibilizá-los para a necessidade de adotar os conceitos de vídeo, livro, encontros, sites, fóruns e debates acessíveis em seu dia-a-dia. 20% do total de participantes do encontro tinham algum tipo de deficiência: visual, intelectual ou sensorial. Muitos desses jovens atuam diretamente em políticas públicas em conselhos municipais e estaduais em seus territórios. Durante os três dias de evento, a questão da acessibilidade foi debatida pelos participantes de diferentes formas, por meio de palestras, oficinas e histórias de vida. Além disso, a formação focou em temas como educação inclusiva, cidades acessíveis e mídia, fazendo com que os participantes pudessem vivenciar a importância da acessibilidade para todos os cidadãos. Todo o encontro contou com áudiodescrição (descrição clara e objetiva de tudo que acontece na tela de cinema ou TV) para os participantes cegos e intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras) para os surdos. Além disso, o hotel onde os participantes se hospedaram era totalmente acessível, assim como os materiais impressos distribuídos, garantindo que todos tivessem o mesmo acesso às informações. Para a jornalista Cláudia Werneck, superintendente da Escola de Gente, a inclusão ainda é vista pela sociedade como algo opcional. “Para muitas pessoas, é algo que pode ser adiado por mais cem anos. Elas não se importam com o

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grau de exclusão e de sofrimento (que isso provoca). Mas mesmo essas posturas colaboram com o processo, porque é preciso encontrar diferentes argumentações e dados para mobilizar pessoas que pensam dessa forma. E assim também evoluímos, constata. Para iniciar o encontro de forma lúdica e divertida, o grupo de teatro da Escola de Gente, Os Inclusos e os Sisos - Teatro de Mobilização pela Diversidade, fez uma apresentação. Em três esquetes, fizeram o público refletir ao tratarem do tema da discriminação de forma geral, não apenas relacionada às pessoas com deficiência, mas também contra pessoas homossexuais, por exemplo.

Escola, comunicação e cidades acessíveis O evento contou também com uma mesa com a participação de Izabel Maior, secretária da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Danilo Moreira, presidente do Conselho Nacional da Juventude, Márcio Aguiar, representante do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Ricardo Henriques, secretário da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, Isabel Gimenes, secretária municipal da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência do Rio de Janeiro, Ana Paula Mattos, da gerência de Comunicação Institucional e Projetos Sociais da Petrobrás, Durval Soledade e Cláudia Werneck, da Escola de Gente. No eixo “educação”, os participantes tiveram a oportunidade de pensar em grupos menores sobre “a escola que queremos”. Nas apresentações que cada grupo fez, ficou evidente que todos procuram uma escola acessível, inclusiva. Outra atividade que chamou a atenção do grupo foi relacionada aos meios de comunicação. Os participantes visitaram estandes como “rádio”, “internet”, “impresso”


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e “televisão” e tiraram dúvidas com os facilitadores do evento sobre como tornar estes veículos acessíveis às pessoas com deficiência. Descobriram, por exemplo, que existem softwares (programas de computador) que fazem a narração de textos e ações no computador para pessoas cegas ou com baixa visão, e puderam notar a diferença entre assistir um filme com áudiodescrição e outro sem. O grupo também teve acesso a publicações impressas em Braille. O coordenador do Movimento pelo Livro e Leitura Acessíveis no Brasil (Molla), Naziberto Lopes de Oliveira, fez uma palestra no encontro. O Molla defende o direito do

acesso à leitura, à educação e à informação como um direito de todos. “Ler de maneira autônoma e independente deve ser ampliado também às pessoas que não podem, devido a alguma deficiência, desfrutar dos livros em formato convencional, impressos em papel”, disse ele, que ressaltou que os cegos não conseguem escolher os livros que gostariam de ler porque o governo não pergunta quais são suas preferências. O encontro lançou ainda o “Manual da Mídia Legal 6 – Comunicadores(as) pelas Políticas de Juventude”, que faz parte de uma coleção lançada pela Escola de Gente em 2003 e que tem como principal objetivo não só qualificar a mídia e profissionais de comunicação, como contribuir com qualquer grupo interessado em aprender mais sobre inclusão, direitos humanos e deficiência. No fim do encontro, os participantes foram estimulados a participar de espaços para discussões em torno dos temas inclusão e acessibilidade. Uma das sugestões foi um fórum virtual criado no site acessível da Escola de Gente (www.escoladegente.org.br). A ideia é que sejam sistematizadas 30 perguntas sobre acessibilidade com as respostas dadas por especialistas. V

Participantes de todo o país aprenderam e trocaram experiências no encontro

Grupo de teatro Os Inclusos e os Sisos levantou situações como discriminação na escola e na fila do banco

Escola de Gente www.escoladegente.org.br

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IMAGENS QUE VIRAM

Forte abalo Filipe Campos Borges, do Virajovem Vitória (ES)*, no Chile

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o final de fevereiro, o Chile enfrentou um grave terremoto que matou mais de 500 pessoas e deixou milhares de família desabrigadas, segundo informações do governo. O abalo sísmico, que atingiu 8,8 graus na escala Ritcher (medição do tremor), está entre os piores do mundo. Oito meses após o desastre, o país segue na reconstrução das cidades atingidas e luta para deixar essa história soterrada no passado. Para acompanhar essa fase, a ONG brasileira Avalanche Missões Urbanas levou, em julho, jovens participantes da organização para um projeto missionário no Chile com o objetivo de produzir um vídeo documentário na região. Nas imagens a seguir, você confere um pouco do que a equipe do Avalanche encontrou nessa viagem. V

Mais de 500 mil imóveis tiveram algum dano com o tremor

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Santiago, Concepción e Talcahuano foram as regiões mais atingidas pelo terremoto

Tremor, de 8,8 graus de magnitude, está entre os cinco abalos mais fortes da história

Conheça mais sobre o projeto do Avalanche Missões Urbanas: www.avalanchemissoes.org

*Integrante de um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados do País e no Distrito Federal (es@viracao.org).

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Vira ação planetária Em mensagem enviada da Itália, onde presta serviço para o UNICEF, Paulo Lima, diretor executivo da Viração, informa sobre o trabalho da Vira e os avanços da Educomunicação na África e na Itália, detalhando as novidades ocorridas entre setembro e outubro de 2010 Paulo Lima, de Denno (Itália)*

P

or motivos pessoais e profissionais estou há quase um ano morando e trabalhando na Itália. Mais precisamente colocando em ação uma das ações estratégicas que a Viração definiu para os próximos cinco anos em seu planejamento estratégico: divulgar o conceito Viração na Europa e na África. Pois bem, veja o que a gente anda combinando de uns tempos para cá, tentando divulgar nosso trabalhos, estreitando laços, promovendo intercâmbios internacionais, tudo para fortalecer os direitos de crianças, adolescentes e jovens dos quatro cantos do mundo por meio da Educomunicação.

Congresso na África Realização de uma palestra sobre o conceito e a prática da Educomunicação destinada a um grupo de 200 jornalistas africanos durante o Congresso da União Católica Internacional de Imprensa (UCIP), em Ougagougou, capital de Burkina Faso. Em outro momento do evento, ocorrido entre 12 e 19 de setembro, a realização de uma oficina acompanhada por nove jovens jornalistas africanos. As atividades tiveram também a participação do professor Ismar de Oliveira Soares, do Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo (NCE/USP). Professor Ismar Soares (à esq.), do NCE/USP, Como resultado final dos trabalhos, foi criado um blog e Paulo Lima em Congresso da UCIP (http://www.ucipkibare.blogspot.com), que está sendo animado pelo documentarista Guel Cyrille. A Educomunicação foi inserida nas resoluções do Congresso Mundial da UCIP (http://www.ucip.ch/cg/bf/aa.htm), o que nos dá ainda mais legitimidade como Viração e NCE para atuar junto a essa associação internacional. Um dos pontos mais celebrativos desse primeiro congresso da UCIP que aconteceu na África foi a cerimônia de entrega de vários prêmios. Entre eles, o Prêmio Internacional de Educomunicação concedido à Viração.

Viração Burkina Faso Fruto imediato das atividades durante o congresso da UCIP e, sobretudo, do acompanhamento que estamos dando aos jovens jornalistas africanos, é o projeto de criação da Agência Burkinabé para a Promoção da Educomunicação, que está sendo impulsionado por Guel Cyrille. Guel é formado em História e faz especialização em ciências da informação e da comunicação. Ele acaba de traduzir o estatuto da Viração Educomunicação para o francês e está criando um regulamento junto com um grupo de mais cinco jovens jornalistas e estudantes do Ensino Médio. Neste momento, a equipe coordenadora da Viração estuda modos de melhor ajudar o pessoal do Burkina Faso a implementar suas ideias e ações.

Viração Itália Pouco a pouco está sendo formado um pólo de difusão da Educomunicação na Itália por meio da criação de uma ONG provisoriamente denominada Viração World. Para essa empreitada, contamos com a colaboração de jovens comunicadores italianos, entre os quais Isabela Bruni, recém-formada jornalista da Università Sapienza, de Roma, que acaba de escrever um livro sobre a educomunicação brasileira, fruto de suas pesquisas no Brasil. Criamos um blog para divulgar notícias, experiências e artigos sobre educomunicação e mídia-educação em todo o mundo, e não só na Itália. O blog é www.viracaoworld.tk

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Educomunicação no UNICEF Estamos fazendo uma consultoria para o Movimento Younicef for Unicef e o projeto Unite for Climate (Unidos pelo Clima), ambos do UNICEF Itália. A proposta é trabalhar comunicação para a mobilização social por meio da educomunicação. A cada 15 dias, desenvolvemos formação e atividades de coordenação compartilhada desses dois projetos. Um grupo formado por nove representantes das regiões italianas integra a coordenação dos trabalhos do movimento que já está presente em 45 cidades. Está previsto para o final de outubro o segundo encontro nacional dos participantes do projeto (o primeiro aconteceu em maio deste ano). Para tornar mais efetivo o trabalho, o grupo faz uso constante das novas tecnologias, com videoconferências praticamente todos os dias.

MED: Educação e Comunicação Participamos oficialmente da Associação Italiana de Educação aos Meios e à Comunicação (MED), que reúne profissionais, educadores e pesquisadores acadêmicos de toda a Itália que atuam no campo da mídia-educação. Nos dias 20 e 21 de outubro participamos da assembleia anual da associação, em Roma. A proposta é estreitar laços e compartilhar experiências entre os dois modos de se trabalhar a interface entre educação e comunicação (a Media Education e a Educomunicação).

Phyrtual Estamos construindo aos poucos nossa parceria com a Fundação Mundo Digital (www.mondodigitale.org), de Roma, que está desenvolvendo a plataforma virtual de inovação social Phyrtual em alternativa à rede social Ning. A previsão é que a plataforma seja lançada em novembro. Inicialmente, vamos cuidar da tradução para o português. Depois, vamos incluir a Viração, por meio de um protocolo de cooperação, para que sejamos o parceiro do Phyrtual no Brasil, sendo a co-desenvolvedora da plataforma, que será aberta a todo o movimento social.

Estamos fazendo parte da coordenação nacional da Conferência Internacional Infantojuvenil - Vamos cuidar do planeta, aqui na Itália, junto com a Associação Percorsi di Pace e o Conselho Nacional de Pesquisa de Bologna. Estamos divulgando a metodologia da conferência e também buscando escrever projetos para financiar atividades de disseminação da Conferência em outras escolas em toda a Itália. Atualmente, participam desse processo 52 salas de aula e 541 estudantes das regiões Trentino, Emiglia Romagna, Toscana, Lazio, Campania e Puglia.

Grupo Green Team Outro projeto de educomunicação, este no universo do ensino formal, vem ocorrendo com um grupo de 20 adolescentes, entre 15 e 16 anos, e 3 professoras de Geografia, Biologia e Ciências do Liceu Bertran Russel, de Cles, na região de Trento, com o desenvolvimento de práticas educomunicativas pensadas a partir da conferência local no âmbito da Conferência Internacional Infantojuvenil Vamos Cuidar do Planeta. Trata-se de uma ação no âmbito da educomunicação socioambiental. Os encontros semanais acontecem com duração de duas horas, após as aulas regulares. A galera até batizou o grupo de “Green Team” (Time Verde). A assessoria oferecida pela Viração é como contrapartida à colaboração financeira que a Província de Trento e a Associação Jangada oferecem a um dos projetos da Vira, no Brasil, a Agência Jovem de Notícias.

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Fique por dentro das novidades da Viração World (selecione o idioma no topo da página): www.viracaoworld.tk

* Paulo Lima é fundador e integrante da diretoria executiva da Viração Revista Viração • Ano 8 • Edição 66 13

Paulo Lima

Vamos Cuidar do Planeta


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Encontro de sotaques e corações como objetivo debater educomunicação, O 4º Encontro Nacional dos Virajovens teve lescentes e jovens de todo o País mobilização social e política e integrar ado Alex Ferreira, do Virajovem Rio de Janeiro (RJ)*, e Pablo Abranches, do Virajovem Belo Horizonte (MG)* Fotos: Lea Ferno e Leandra Barros

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ebates e propostas de mobilização para promover o direito humano à comunicação deram o tom do 4º Encontro Nacional dos Virajovens, que aconteceu entre os dias 10 a 14 de outubro, em Mairiporã, na Grande São Paulo. Realizado pela ONG Viração Educomunicação, participaram mais de 50 integrantes da rede dos Virajovens de 22 Estados brasileiros e do Distrito Federal, representando todas as regiões do País e os adolescentes e jovens de seus conselhos. A programação do encontro contou com oficinas, grupos de trabalho e mesa com especialistas sobre participação política e juventude e democratização da comunicação, além de diversos momentos de integração. Os quatro dias de evento também foram importantes para o estabelecimento de um programa de ações que serão realizadas entre o final de 2010 e o primeiro semestre de 2011. Para Lilian Romão, diretora-executiva da Viração, o encontro representa a articulação, diálogo e integração das juventudes. “É a possibilidade real de adolescentes e jovens pensarem juntos, fazerem ação política e pensarem a comunicação que querem construir”, destaca. Participante do Virajovem Porto Velho (RR), Talita Nascimento, de 17 anos, deu o seu recado logo na chegada ao evento: “O encontro será uma oportunidade para que os conselhos troquem experiências”, comenta. Amanda Nogueira, jornalista da ONG Catavento, e que integra o Virajovem Fortaleza (CE), disse que o evento foi “um espaço de debate sobre políticas públicas de comunicação para a juventude.” Entre os convidados, estavam o professor e sociólogo Alexandre Piero, coordenador da Pastoral da Juventude do Estado de São Paulo, os jornalistas Antônio Martins, do site Outras Palavras, Fernanda Papa, da Fundação Friedrich Ebert, e Bia Barbosa, do Coletivo Intervozes. No terceiro dia, foram formados os GTs (grupos de trabalho). A missão desses grupos era discutir formas de potencializar a participação e a mobilização de adolescentes, jovens e redes, além de temas como sustentabilidade, incidência política, comunicação internados virajovens e Revista. Do resultado das discussões realizadas em meio à uma mistura de sotaques foram retiradas

14 Revista Viração • Ano 8 • Edição 66

medidas que deverão ser aplicadas pelos conselhos. Entre as oficinas, os virajovens participaram de uma oficina do programa Geração Muda Mundo, facilitada por Mafoane Odara, da Ashoka Empreendedores. A galera teve a oportunidade de conhecer o projeto, voltada ao empreendedorismo juvenil, e de realizar projetos de suas próprias autorias, que futuramente poderão ajudar na sustentabilidade do conselho. Por não contarem com recursos financeiros, os Conselhos Virajovens realizam suas atividades com o apoio de organizações colaboradoras da Vira, Em Belo Horizonte, por exemplo, a ONG Associação Imagem Comunitária cede o espaço para a realização das atividades do Grupo Cultural Entreface desde janeiro de 2007. Durante a noite, várias oficinas, como de redação, rádio e fanzine, foram oferecidas e facilitadas pelos participantes. Carol

Comunicação colaborativa Para produzir o conteúdo da revista e do portal da Viração, os Conselhos Jovens da Vira espalhados por todo o País contribuem com reportagens sobre a juventude brasileira. O processo de produção é colaborativo, sendo que em cada cidade onde o projeto está presente conta com um grupo de adolescentes e jovens que se encontram, no mínimo uma vez por mês, geralmente na sede de ONGs parceiras da Viração.


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Lemos, coordenadora pedagógica da Vira, falou sobre esse formato de troca: “É uma grande sensação de satisfação, pois o conteúdo que trouxemos da Vira e que cada um trouxe de seu Estado proporcionou uma ótima troca. Todos puderam falar, partilhar...” No final do encontro, Vivian Ragazzi, uma das coordenadoras da Viração, comemora. “As expectativas foram mais que superadas. E desejo que todos os que estiveram aqui consigam pôr em prática (as propostas do encontro) dentro de suas realidades”.

Comunicadoras e comunicadores O Encontro Nacional também foi um espaço para os integrantes da Rede de Adolescentes e Jovens Comunicadoras e Comunicadores (RAJCC) se encontrassem para organizar o grupo. A proposta da RAJCC é fazer incidência política de maneira articulada com o poder público, contribuindo para a criação e fortalecimento de políticas públicas voltadas para a democratização da comunicação. O intuito também é promover o diálogo e garantir a interlocução com as politicas de juventude. Além de todo o debate sobre comunicação e juventude, o evento também contou com momentos de descontração. Uma festa ao redor da fogueira para aquecer os participantes e espantar o típico frio paulista. Também houve uma premiação bem-humorada para os jovens que se “destacaram” no encontro, como o prêmio de melhor look fashion e a de melhor dançarina. Ao final, a despedida, com muita choradeira, levou na bagagem o

desejo de que todas as propostas sejam executadas com o objetivo de garantir o direito humano à comunicação. O primeiro Encontro Nacional da Viração aconteceu em 2006 em São Paulo. Os eventos seguintes aconteceram em 2007 a 2009, também na cidade. Os momentos presenciais da rede garantem troca de conhecimento e experiências, formação pessoal do participante, integração, espaços de debate e articulação política para mobilização social. O 4º Encontro Nacional dos Virajovens é apoiado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Fundação Friedrich Ebert, Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), Secretaria Nacional da Juventude e o site Outras Palavras. V

Curiosidades O 4º Encontro Nacional dos Virajovens ultrapassou o continente sul-americano, pois a Alemanha também esteve representada pela jovem Lea Ferno, de 24 anos, que veio ao Brasil participar de um estágio na Fundação Friedrich Ebert (FES), uma das organizações parceiras da Vira. “A Viração é uma importante organização para ajudar o mundo a se tornar melhor”, comenta Lea. Quem também viajou muito foi Cláudia Ferraz, de 27 anos. Ela mora em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, e levou cinco dias para chegar ao Encontro. Encarou barco, ônibus, carro e avião! Mas isso não a desanimou, pois confessa em um recado ao grupo de participantes que “leva ideias, exemplos de outros projetos e, volta fortalecida para continuar os trabalhos na cidade onde mora”.

dos

VIRAJOVENS

de 10 a 14 de Outubro de 2010

* Integrantes de Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados do País e no Distrito Federal (rj@viracao.org e mg@viracao.org) Revista Viração • Ano 8 • Edição 66 15


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Parados na estrada José do Rio Pardo (SP) e Casa Aliciados nos municípios de Itobi (SP), São entes foram flagrados por Branca (SP), no interior paulista, 15 adolesc s para a colheita de cebola fiscalização de transportes de trabalhadore Bárbara Vidal, da Agência Repórter Brasil, parceira da Vira Ilustrações: Manuela Ribeiro, da Redação

U

ma fiscalização motivada por denúncias de transporte irregular flagrou 15 adolescentes em situação ilegal que estavam sendo levados para a colheita de cebola. A operação ocorreu em São José do Rio Pardo (SP), no dia 24 de agosto, e foi realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Gerência Regional do Trabalho e Emprego de São Carlos (SP), com a participação também de efetivo da Polícia Civil e da Polícia Militar. Além dos 15 adolescentes - todos com menos de 18 anos e moradores de Itobi (SP), Casa Branca (SP) e São José do Rio Pardo (SP) -, outras 40 pessoas estavam sendo levadas em transporte precário. O conjunto dos trabalhadores estava em um ônibus em mau estado de conservação e com o licenciamento vencido. O motorista, Guilherme Campos Rivoiro, que já tinha passagem pela polícia, estava sendo procurado e não possuía habilitação. Ele foi conduzido até a delegacia e responderá em liberdade pelo processo por crime de periclitação de vida. Diferentemente dos casos de libertações nos locais de trabalho, a fiscalização era específica do transporte para a colheita de cebola e batata, por causa da circulação de veículos em condições precárias pela região. De acordo com o procurador do trabalho Ronaldo Lira, a comitiva avistou um ônibus quando entrava na cidade de São

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José do Rio Pardo (SP) pela Av. Waldemar Poggio. O motorista, segundo o procurador, parou o coletivo a uns 200 metros de distância dos agentes públicos e saiu correndo na tentativa de escapar. À medida que os trabalhadores foram descendo do veículo, foi possível constatar que nenhum deles tinha a Carteira de Trabalho e da Previdência Social (CTPS) assinada para a execução do serviço. Ainda não há informações sobre o destino final do ônibus, pois o flagrante se deu ainda na estrada, e não na lavoura. Esses tipos de colheitas duram, no máximo, uma semana. Os lavradores costumam trabalhar cada semana em uma propriedade diferente, o que dificulta o vínculo empregatício. Em São José do Rio Pardo (SP), eles já trabalhavam de um a três meses, em jornada de dez horas diárias, de segunda a sexta-feira. Segundo o gerente regional do trabalho de São


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Carlos (SP), Valério Morillas, "eles ganham por produção, então paravam somente meia hora para uma refeição rápida". Esses lavradores eram agenciados por Marcos Antonio dos Santos, proprietário do ônibus e residente de Casa Branca (SP), município próximo a São José do Rio Pardo (SP). Marcos vai responder processo na justiça pelas irregularidades trabalhistas encontradas - como a falta de registro e de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) - e ainda pelos problemas constatados no veículo. Ele receberá uma multa de aproximadamente R$ 50 mil. O proprietário do veículo teve que pagar R$ 80 por dia trabalhado a cada empregado, como forma de indenização, além de ter tido o ônibus apreendido.

Ponta do iceberg Entre os 15 adolescentes, 7 eram meninas e 8 eram meninos. Os responsáveis pelos jovens tiveram de apresentar e assinar um termo de responsabilidade para que o grupo pudesse voltar para as suas casas. Ofícios foram expedidos para os Conselhos Tutelares de Casa Branca (SP) e Itobi (SP). De acordo com a conselheira de São José do Rio Pardo (SP), Maria Cláudia Guaglioto, "todos os pais sabiam das atividades exercidas pelos filhos". "Alguns frequentavam a escola, e outros, não". "(A situação dos adolescentes) é um problema social da região, pois as crianças não têm estudo", coloca o procurador Ronaldo Lira. Para ele, tratase apenas da 'ponta do iceberg'. Um dos motivos para o aliciamento de mão de obra de jovens, segundo ele, está na facilidade e agilidade que os adolescentes têm para colher cebolas se comparados com os adultos, pois a catação é feita diretamente no solo com a postura abaixada. A conselheira tutelar Maria Cláudia, de São José do Rio Pardo (SP), afirma que existem vários projetos sociais voltados para a juventude no município. Contudo, adolescentes de famílias pobres manifestam o desejo de trabalhar cedo para que possam ajudar na renda. Muitos dos encontrados pela fiscalização fazem parte de núcleos sustentados apenas pela mãe. "Esses adolescentes têm que estar na escola", declara Maria. "O que precisa ser feito é uma conscientização das famílias e o oferecimento de cursos profissionalizantes". Apesar de considerar o caso como um episódio isolado, a conselheira tutelar de Itobi (SP), Marta Ângela de Queiroz, avalia como insuficiente o incentivo municipal a projetos sociais voltados aos jovens. "Além de mais projetos, é preciso um acompanhamento mais assíduo das famílias dos adolescentes, que costumam ser muito carentes", acrescenta Marta.

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* Reportagem publicada originalmente na Agência Repórter Brasil em 21/09/2010. Saiba mais em: www.reporterbrasil.org.br Revista Viração • Ano 8 • Edição 66 17


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Ana Paula Marques

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Viver com liberdade

blico: e civil e poder pú ad ed ci so e, ad id mun para a Adolescentes, co ragencial da ONU te in a tiv ia ic in a um alizada todos juntos em o da violência, re çã du re e z pa de ra promoção da cultu ) de de São Paulo(SP da ci da e st le o no extrem

Carlos José Bonifácio, Fabiana Cruz, Kariny Sopranzy, Nayara Lima, Rafael Peixoto, Silvia Ariel, Vêronica Mendonça e Vinícius Balduíno, adolescentes da Plataforma dos Centros Urbanos, e Maria Rehder, da Redação

Você sabia que sua segurança não depende somente dos policiais? E que existe uma segurança que vai muito além disso, que zela por toda a comunidade, abrangendo a família, a escola e a saúde? Pois então, isso é Segurança Humana! Ela vem para complementar a segurança garantida pelo Estado, promove o desenvolvimento e reforça os direitos humanos. Tá difícil de entender ainda? Então vamos tentar explicar melhor: a Segurança Humana não tem como objetivo tratar a violência, mas sim preveni-la por meio da integração dos mais diferentes setores da sociedade, como educação, saúde, economia, meio ambiente, políticas públicas. Mas, para quê tudo isso? Para garantir não somente a integridade física do indivíduo, mas também a sua integridade moral, dignidade e todo tipo de liberdade. Então, agora que você também já entende o conceito de Segurança Humana, nós, adolescentes comunicadores, vamos contar o que e como fazemos para garanti-la nas nossas comunidades aqui na zona leste de São Paulo (SP). Participamos de uma iniciativa; Projeto Segurança Humana, que envolve as agências da Organização das Nações Unidas (ONU) voltadas à prevenção da violência e a promoção da cultura de paz, tendo como parceiros a Secretaria Municipal de Saúde, de Educação e a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo. Ela rola desde agosto de

2008, com duração de três anos, e acontece nos bairros de Itaquera, Cidade Líder, Parque do Carmo e José Bonifácio, todos localizados na região leste de São Paulo. Por meio de ações nas áreas da saúde, educação e ação comunitária, essas agências da ONU, que atuam em diferentes âmbitos, viram que não fazia sentido atuar isoladamente em uma mesma área e uniram seus esforços em prol da Segurança Humana, que é, segundo Marie-Pierre, representante do UNICEF no Brasil, o que um trabalho interagencial deve fazer: potencializar as capacidades de seus participantes com o objetivo de chegar a melhores resultados. Além da integração de áreas, um dos grandes pilares do Projeto Segurança Humana é a horizontalidade nas relações Estado e sociedade civil, por exemplo, propiciar a possibilidade da comunidade construir políticas públicas “de baixo para cima”, ou seja, sinalizando para o governo as reais necessidades da comunidade. Veja a seguir como o conceito foi traduzido em ações que estão rolando em nossas comunidades e reflita como você também pode lutar pelo direito à Segurança Humana das crianças e dos adolescentes que moram aí na sua cidade! A iniciativa é coordenada por quatro agências da ONU: Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).

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il - UNICEF duas grandes áreas de ticipação Juven r Pa e ia r nil. Essas são as ve tá Ju muni ribuir para que ipação Participação co icipação Comunitária e da Partic de objetivo desse trabalho é cont busca de

áreas

meio da da Part O gran garantidos por Fortalecimento rança Humana. , respeitados e no projeto Segu os id governos, EF IC eg m ot UN co pr to do s o un atuaçã , seus direito ia, em conj am nc nh cê te es ol es ad nt os adolescentes a ce e tre es ximação en m a infância ro ge crianças e adol ap in ão a at iç e um os qu er op as ov pr na prom problem acontece para pem ativamente soluções para os unidades partici esas. Tudo isso m pr co . em es as as nt e e l ce qu vi es ra ci ol as e ad sociedade der público e pa vivem as crianç ntes do poder unitárias e o po cais, representa ndições em que lo co s s ça lideranças com da an ria er ho lid r el rvenção, a ados po com vias à m de ações de inte a de grupos form ur ão de estratégias ut uç tr iais, ec es ex a a , um ejamento seado em parceiros potenc realizam o plan O trabalho é ba iços públicos e os rv up se Gr m de s tê s te es de Es . nt re com olesce centes contexto, os ad idade, o diálogo público e adoles ação da comun trabalho. Neste processo ul o a tic um ei ar rt de e no ão am e ip aç qu ic mobiliz local e part ano de Ação Pl ão aç um ic de un rendendo a m ão ap co e uç ilização e a as públicas ic ob lít além da constr m a po r, e er br ec so al s rt boa escola, laze ecimento função fo ando seus conh mana é garantir como principal nd Hu ! fu a ão ro nç gi ra ap re a gu o, su Se çã . pacita r isso na l e a mídia constante de ca mbém pode faze a sociedade civi ta o, cê ic vo bl e pú r qu de po pensou dialogar com o do isso junto! Já miliar, saúde, tu fa io ív nv co m bo

Gênero, Raça/Etni a e Juventude – U NFPA O trabalho de

senvolvido pelo UNFPA - que é o Fundo de Po Nações Unidas - no eix pulação das o comunidade, é realiza do em conjunto com UNICEF. As ações for o am desenhadas com base nas necessidade apresentadas pelas lid s eranças da comunidad e, representadas pelo Grupo Nuclear do Pro chamado jeto Segurança Huma na. A partir dos ponto pelo grupo, foram de s levantados finidos os três grand es eixos do trabalho gênero, raça/etnia e comunitário: juventude. Segundo Ad elina França, coorden componente do UNFPA adora do no projeto, esses trê s eixos foram escolh unir as forças locais idos para para o bem comum da comunidade. “Fazer lideranças se reconhe com que as çam e trabalhem em conjunto é um dos gra ganhos do projeto. Se ndes cada um vai para um lado, o fortalecimento comunitário acaba nã o acontecendo. Antes havia instituições viz desenvolviam trabalho inhas que s semelhantes, mas nã o se conheciam. Agora um trabalho coletivo existe ”.O UNFPA oferece for mação para as lidera comunitárias trocarem nças experiências e se pre parem para atuar de proativa. Exemplos dis forma mais so foram a oficina de mediação de conflito políticas públicas, qu s e a de e contaram com a pa rticipação de represen e também do poder pú tantes locais blico. “Com as oficin as, o grupo adquiriu para transformar as repertório demandas da comunid ade em ações proposit incidência política”. ivas de

LAÇOS FAMILIARES E SAÚDE - OPAS

ar

Vir Faça

O que é Segurança Humana para você? Como você pode desenvolver ações em prol da Segurança Humana em sua região? Nós queremos saber o que você pensa! Acesse o site www.projetosegurancahumana.org e divulgue ali a sua opinião e reflexão! Quem sabe a sua ideia pode ser compartilhada com outras pessoas de outro estado ou até país.

20 Revista Viração • Ano 8 • Edição 66

Você já parou para pensar que a Segurança Humana tem que ser garantida bem antes da criança nascer? Você deve estar pensando: como assim? É isso mesmo. Uma mãe que tem acesso aos cuidados médicos, que recebe informações sobre a importância do aleitamento materno e consegue fazer um pré-natal de qualidade pode contribuir e muito para o bom desenvolvimento e garantia da qualidade de vida de seu bebê. Saúde não é apenas curar doença. O aprofundamento e consolidação dos laços familiares são bases fundamentais para a construção da cultura de paz e para a redução da violência. Neste sentido, a orientação para uma gestação desejada, o incentivo ao aleitamento materno, o acolhimento às gestantes e adolescentes pelas famílias e serviços de saúde e a atenção humanizada à mulher e ao recém-nascido são indispensáveis. Por isso, a OPAS/OMS, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de São Paulo, desenvolve no projeto Segurança Humana ações direcionadas para a humanização e qualificação do atendimento nos serviços de saúde e dos profissionais que trabalham nesta área, principalmente, em relação à atenção integral à gestante, crianças e adolescentes.

d


de atuação - Segurança Humana

Itaquera

concentra mais de Bairro da zona leste que ). cidade de São Paulo (SP 500 mil moradores da em , ão taç lan imp aa O local foi escolhido par r Segurança Humana po o jet pro do to, pilo caráter es social das comunidad conta da vulnerabilidade s de 2000 e 2002, da região. Entre os ano de, ocorreram 235,5 segundo a Fundação Sea e homicídios para cada mortes por agressões e 24 anos. 100 mil jovens, entre 15

EDUCAÇÃO E EDUCOMUNICAÇÃO – UNESCO A UNESCO e seus parceiros como a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e o Instituto Ecos selecionaram diferentes materiais para integrar as ações de todo o projeto Segurança Humana com as atividades educativas para que as 105 escolas públicas da região possam explorar diversos conteúdos com abordagens metodológicas adequadas e fortalecidas para promover a cultura de paz, saúde sexual e saúde reprodutiva, prevenção ao HIV/aids, gravidez na adolescência, prevenção do uso de drogas e protagonismo juvenil. Tudo isso rola de forma integrada com as atividades contempladas no currículo escolar. A ideia é que a galera aprenda todos os conteúdos e os multiplique a partir da educomunicação. Por exemplo, os jovens de lá descobriram que é direito do adolescente pedir camisinha no posto de saúde, sem a necessidade de um adulto o acompanhar. Agora eles estão empenhados na produção de programas de rádio, jornal mural, entre outras mídias para multiplicar essa informação a toda a galera da região. As atividades acontecem semanalmente em horários pré e pós-aula, em pólos de formação uma vez que a região conta com uma área extensa, o que dificulta as ações acontecerem simultaneamente em cada unidade escolar. “Entende- se que os pólos são estratégias de socialização e troca de saberes entre os atores envolvidos. Os trabalhos buscam a sustentabilidade das ações educativas sendo elas incorporadas nos planos didático pedagógicos e nos planos políticos pedagógicos de cada escola”, explica Edneia Soares de Souza Oliveira, que coordena as ações da UNESCO no âmbito do projeto Segurança Humana. O foco, segundo ela, é a formação de multiplicadores: alunos, pais, comunidade escolar e profissionais de educação, beneficiando 105 escolas públicas, sendo 31 escolas municipais de Ensino Fundamental 43 escolas municipais de Educação Infantil e 24 centros de Educação Infantil, totalizando 52.864 alunos e 5560 profissionais de educação, no qual 3722 são docentes em pleno exercício nas unidades. “O projeto na área da educação visa, portanto potencializar as ações e evitar a fragmentação de esforços e recursos, valorizando as forças e respeitando os saberes locais, construindo competências e habilidades para o hábito de vida saudável”, complementa. Revista Viração • Ano 8 • Edição 66 21

Arte: Ana Paula Marques

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Com a palavra, a jovem de Itaquer

Quando pensaríamos que um projeto fizesse as pessoas pensar a segurança de uma maneira diferente. Pois é, talvez se a gente perguntasse nas ruas o que precisaria ser mudado, a primeira resposta seria a segurança da população. Mas o que muita gente não sabe é que essa é uma questão que nós mesmos podemos mudar, aprendendo coisas muito simples, como atravessar uma rua, a respeitar pessoas que vivem e agem de um jeito diferente do nosso.

Esse projeto veio no momento certo! Realizado com especialistas no assunto e a participação de crianças, adolescentes e comunidades da zona leste paulistana. Esperamos que esse projeto seja realizado com muito sucesso, assim como está sendo, e possa ser desenvolvido em todo o Brasil. Uma coisa é fato: o Projeto Segurança Humana já modificou a vida de muitas crianças e adolescentes que estão participando da iciativa.

Kariny Sopranzy, adolescente comunicadora da comunidade Parada 15 de novembro, em São Paulo (SP), participou ativamente da formação em segurança no trânsito oferecida pela projeto e atua na multiplicação do que foi apreendido para outras crianças e adolescentes.

Reprodu

ção

“Hoje dou valor à minha vida” O adolescente comunicador Carlos Henrique Santos, da comunidade José Bonifácio, zona leste de São Paulo (SP), fez a entrevista abaixo com o jovem Eduardo Nascimento da Silva, de 23 anos, também morador de São Paulo e participante do projeto Segurança Humana. O que é Segurança Humana para você? Quando me perguntam em Segurança Humana , já penso logo em polícia na rua protegendo todos. Mas não é assim que acontece nas comunidades. Os bandidos dominam como se fossem donos da terra; a comunidade fica perdida sem ter o que fazer e fica à procura de quem a possa proteger. Os jovens da comunidade não têm opções de lazer e a única diversão deles é ficar na rua, à mercê dos bandidos que, na maioria das vezes, conseguem destruir famílias, levando crianças e adolescentes ao mundo da violência, prostituição e drogas. O projeto Segurança Humana está mudando a realidade dos jovens por proporcionar atividades que não existiam anteriormente na nossa comunidade, como formação e conscientização dos jovens. As crianças estão tendo a oportunidade de pensar sobre suas vidas, fruto da reflexão que o Projeto Segurança Humana está promovendo. O que este projeto mudou em sua vida? O Segurança Humana me tirou do mundo da ruas, eu não tinha nada para fazer e ficava com meus amigos na rua, 'zoava e tals'. Mas aí, por conta de um amigo, acabei conhecendo o Projeto Segurança Humana, que me rendeu frutos. Hoje estou empregado, mas não só isso, pois transformei meu vocabulário, minhas atitudes e dou o valor necessário à minha vida e à Segurança Humana de outras pessoas. Antes eu não dava valor para nada disso.

O conceito Prêmio Nobel de Economia (1998), Amartya Kumar Sen é um economista indiano. Nascido em 1933, em Santiniketan, Sen já lecionou na Delhi School of Economics, London School of Economics, Oxford e Harvard. Reitor de Cambridge, é também um dos fundadores do Amartya Kumar Sen, Instituto Mundial de Pesquisa economista indiano em Economia do Desenvolvimento (Universidade da ONU). Representante da Comissão de Segurança Humana da ONU, Amartya construiu o conceito de Segurança Humana, que foi inserido por Sadako Ogata, presidente da Comissão no Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) em 1994. O QUE É: Garantir a segurança humana significa proteger as liberdades vitais, proteger as pessoas expostas a ameaças ou situações críticas, desenvolvendo seus pontos fortes e procurando realizar as suas aspirações. Significa também criar sistemas que proporcionem às pessoas os elementos básicos de sobrevivência, dignidade e meios de subsistência. A segurança humana relaciona diferentes tipos de liberdades: a liberdade de viver sem necessidades nem medo e a liberdade de agir em prol dos seus interesses pessoais. Para garantir a segurança humana são trabalhadas duas estratégias: a promoção dos direitos e a autonomia. A promoção dos direitos oferece subsídios para que as pessoas possam se defender das ameaças. Exige um esforço para elaborar normas, processos e instituições que se ocupem sistematicamente das questões de insegurança. A autonomia permite que as pessoas realizem suas potencialidades e participem plenamente na tomada de decisões. A promoção dos direitos e a autonomia reforçam-se mutuamente e, na maioria das situações, ambas são necessárias. V

Além do site do Segurança Humana (www.projetosegurancahumana.org ) que traz todo o conceito aqui abordado, uma boa dica é o livro Desenvolvimento como liberdade (editora Companhia das Letras), de Amartya Kumar Sen, traduzido pelo Instituto Ayrton Senna. 22 Revista Viração • Ano 8 • Edição 66





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Filha de políticos, a jovem paraguaia Linda Marchuck critica o atual sistema de ensino de seu país, que 'não prepara o aluno para a vida'

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inda Vera Marchuck tem só 17 anos é já pensa em fazer carreira política em seu país, o Paraguai. Seu pai, que morreu quando ela tinha dez anos, era deputado federal e sua mãe, professora licenciada, está no Conselho Municipal de Educação da cidade onde vive, em Caacupé. Militante de inúmeras causas da juventude, ela já acumula muitas experiências na atividade política. Há quatro anos entrou para a Rede Nacional de Meninos e Meninas Adolescentes, que monitora e elabora projetos de políticas públicas voltadas à juventude do Paraguai, país marcado por um histórico de ditadura, corrupção e escândalos políticos. Por conta de sua atuação, a jovem é uma das poucas exceções em Caacupé, interior do Paraguai, com costumes muito tradicionais. Segundo Linda, muitas das meninas deixam de planejar o futuro para cuidar das tarefas de casa, como preferem seus pais. Mas ela resolveu não seguir a regra. Estudante do último ano do Ensino Médio do Colégio Nacional Dr. Raúl Peña, Linda gostaria de estudar Engenharia Social na faculdade, mas o curso foi fechado recentemente por falta de alunos. “Como segunda opção, vou fazer Psicologia Social”. Aliás, educação é um outro assunto que a garota também adora falar. Ela acredita ser a prioridade de qualquer país, pois com ensino ruim não é possível criar cidadãos preparados para resolver seus problemas sem depender dos governos. Dentre as atividades que participa, ela destaca o projeto que objetiva debater prevenção e tratamento das doenças sexualmente transmissíveis com os estudantes. A equipe que promove essas ações também é formada por adolescentes e jovens. “Além disso, fazemos campanhas contra diversos tipos de discriminações e violências”, complementa. Quando se “desliga” da militância, Linda prefere ficar em casa a sair em programas noturnos com amigos e a família. Na TV, assiste a documentários e gosta de ler livros sobre sociologia e política.“Não gosto de ver novelas. Fico apreensiva, pois quero logo saber o final. Com os livros de literatura é a mesma coisa”, conta. Também acompanha diferentes jornais, pois gosta de comparar as visões políticas dos jornalistas. Linda veio ao Brasil para participar do primeiro encontro Laços Sul-Sul Jovem, promovido pelo UNICEF em junho. Ao

lado de outros 14 adolescentes vindos de países da América Latina, África e Ásia, ela representou o Paraguai na criação da rede de cooperação juvenil para o enfrentamento do HIV/aids, uma ação complementar à Rede Laços Sul-Sul. Criada em 2004, o Laços Sul-Sul é um acordo conjunto entre os governos do Brasil, Bolívia, Paraguai, Nicarágua, Timor Leste, São Tome e Príncipe, Cabo Verde e Guine Bissau para promover o acesso universal à prevenção, tratamento e cuidados na área de HIV/aids. A cooperação também conta com as parcerias da UNAIDS, UNESCO, UNICEF, UNFPA e o Centro Internacional para Cooperação Técnica em HIV/aids (CICT). No encontro, o coordenador regional do UNICEF no Panamá, Mark Connolly, disse ser extremamente importante a criação de uma rede formada por adolescentes e jovens para que se construa um diálogo unificado entre os países da cooperação para uma resposta à epidemia da aids. “O maior desafio será fazer com que todos os governos entendam o acesso ao tratamento do HIV/aids como um assunto de direitos humanos. E será importante ter a militância jovem nessa construção”. Se futuramente Linda será uma das presidentes de seu país não é possível afirmar. Mas o que de certo já acontece, é que a garota, de constantes sorrisos no rosto, faz sua contribuição para mudar a vida de pessoas que nem imaginam sua existência.

V

A cada edição, você acompanha a histórias de um dos jovens participantes do encontro Laços Sul-Sul Jovem, que ocorreu em junho, em Brasília (DF). A Vira esteve presente a convite do UNICEF.

Revista Viração • Ano 8 • Edição 66 23

Rafael Stemberg

Rafael Stemberg e Vivian Ragazzi, da Redação


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r e t r ó Rep

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Pelo acesso a informacao

Conversamos com Arthur Massuda, da Artigo 19, ONG que desde 1987 luta pelo livre acesso à informação e à liberdade de expressão

Fernanda Garcia, do Virajovem Campo Grande (MS)*

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utar pela liberdade de expressão e o livre acesso à informação pública. É para isso que trabalha a ONG Artigo 19, uma organização não-governamental de direitos humanos, fundada em 1987 no Reino Unido, e que conta hoje com escritórios regionais em Bangladesh, no Brasil, México, Nepal, Quênia e Senegal. O direito de acesso à informação, previsto no artigo Artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, não é apenas um direito em si, mas também um mecanismo para o exercício de outros direitos. Entre os muitos trabalhos realizados pela ONG Artigo 19 no Brasil, está a criação e implementação de uma lei que garanta a todo cidadão o livre acesso à informação pública. Lei que já existe em países da Europa há muito tempo. Com sede em São Paulo, a Artigo 19 está no Brasil desde 2005 ampliando sua atuação pelo País. Em agosto, Arthur Massuda, oficial de Acesso à Informação, esteve em Campo Grande (MS), em uma parceria com a Gira Solidário, para uma reunião sobre a “Campanha de acesso à informação”. Em um dos intervalos desse encontro, o Conselho Virajovem conversou com ele sobre o trabalho da Artigo 19. Confira alguns trechos dessa entrevista.

Viração: O que muda para o jovem uma lei de acesso à informação? Arthur Massuda: Uma lei como essa é importantíssima para os jovens e para as organizações que estão diretamente ligadas a eles. É uma força na mobilização, na possibilidade de saber onde buscar números e dados que auxiliem as ações de conscientização. Ela está diretamente ligada ao direito de informação do jovem. Afinal, é fundamental estar munido de informação para poder se posicionar diante de ações nas escolas, em relação às políticas para o jovem, para a vida. Como fazer para participar de toda essa mobilização? O primeiro passo começa no reconhecimento do direito à informação. Depois disso vem a forma de reivindicar o direito a essa informação. É legal começar com a sua realidade, ter conhecimento das informações de tudo o que te rodeia. Por exemplo, quais as discussões legislativas envolvem o jovem, quanto sua escola gasta, seu condomínio... Dessa forma criamos a cultura do acesso à informação. E gradativamente o jovem pode ir se apoderando de temas mais globais e exercendo sua participação.

A ONU assina em 1948 a Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento que traz os direitos básicos de todos os cidadãos do mundo. Divido em artigos, o 19º diz: “Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”

1948

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Reprodução

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Linha do Tempo É fundada em Londres a ONG Artigo 19, organização criada para a defesa do acesso à informação e à liberdade de expressão de todos os cidadãos

1987


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“E fundamental estar munido de informacao para poder se posicionar ,

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diante de acoes nas escolas, em relacao , as politicas para o jovem, para a vida.” ,

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Qual a melhor parte de trabalhar em uma organização como a Artigo 19? Tudo é muito bacana. A Artigo 19 foi minha escolha de vida. Trabalho com algo que eu gosto, acredito e sinto, todos os dias, que fazer o que faço valoriza meu potencial e desenvolve minhas dificuldades. Todos os dias minhas limitações estão sendo testadas, desafiadas e, o mais importante, é tudo por uma causa boa e justa. É um trabalho que ajuda a construir minha identidade como cidadão. Acredito que seja o que todos deveriam buscar. V

Alan Nantes

Como você chegou na Artigo 19 e qual o seu trabalho lá? Comecei quando estava na faculdade, como voluntário fazendo traduções. Até que abriu uma vaga para trabalhar no acesso à informação, me candidatei e entrei. Hoje eu trabalho na parte de conversas com parlamentares sobre o acesso a informação e a aprovação de uma nova lei. Treinamento de organizações da sociedade civil e servidores. Além de estar a frente da Campanha “A informação é um direito seu” (veja no “Tá na mão”).

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Arthur Massuda, da ONG Artigo 19

Se você está interessado no assunto, vale a pena conferir esses sites: htpp://artigo19.org/infoedireitoseu/ e www.girasolidario.org.br

1988

Brasil realiza a 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), evento que reuniu representantes da sociedade civil, do governo e setor empresarial para apresentarem propostas para a área de comunicação

Arquivo Viração

Reprodução

A Constituição Federal do Brasil, no Capítulo I, assegura a livre manifestação do pensamento, seja intelectual, artístico, científico e de comunicação, independente de censura ou licença

2009 * Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados e no Distrito Federal (ms@viracao.org)

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A voz da Nigéria Coordenador de ONG nigeriana conta sobre a busca pelos direitos humanos em um país onde o sequestro é uma importante fonte de renda Federica Pacella, colaboradora da Vira, na Nigéria Tradução de Emanuela De Cicco e Chiara Santamaria

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proteção. O espaço da ONG é utilizado por estudantes, jornalistas, militantes e outros atores da sociedade civil que se reúnem para discutir formas de difundir informações sobre direitos humanos. "Hoje o público está mais consciente dos seus direitos, pois aumentaram os números de denúncias de abusos e violações”, reforça Folarin. O CDHR representa para muitos jovens uma alternativa de participarem ativamente no desenvolvimento e gestão de projetos relacionados às políticas públicas de educação e saúde, além do combate à corrupção. Além disso, os jovens veem a ONG como uma porta de entrada do mercado de trabalho, já que acumulam experiências. As dificuldades para as ONGs atuarem no país ainda são numerosas. "Em vez de apoiar as instituições locais, o serviço público dificulta o trabalho delas”, afirma Folarin. Sobre a independência do CDHR, o jovem diz não receber recursos financeiros da iniciativa pública por acreditar ser a única maneira de atuar livremente no país, mas isso gera dificuldades, por faltar muitos recursos.“Não é incomum, portanto, que a corrupção também tenha chegado ao mundo dos 'sem fins lucrativos', já que muitos políticos estão ligados a organizações.” Em resumo, um compromisso constante numa realidade complexa. Mas Folarin deixa claro que não pretende desistir da luta. "Apesar de toda a dificuldade, vou continuar lutando para defender os direitos humanos. Creio que se os direitos forem reconhecidos e respeitados por todos, o planeta seria um lugar melhor para viver ", finaliza o coordenador.

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Reprodução

aís independente desde 1960, a Nigéria enfrenta graves problemas políticos que não permitem à população, que se aproxima dos 156 milhões de habitantes, transitar pelas ruas de maneira livre e segura. A avaliação é de Folarin Olayinka, de 28 anos, coordenador do Comitê para a Defesa dos Direitos Humanos (CDHR, na sigla em inglês), organização não-governamental com sede no Estado de Ogun, no sudoeste da Nigéria. "O governo da Nigéria não está empenhado em fazer valer os direitos garantidos na Constituição. Nossos líderes são corruptos, trabalham com pessoas que cometem crimes e tiram proveito do sofrimento dos jovens desempregados e órfãos”, afirma Folarin. O CDHR nasceu em 1989 como um movimento contra a prisão preventiva e sequestro de militantes e sindicalistas que questionavam as ações do governo, mas tornou-se uma plataforma que atua, em escala nacional, na defesa dos direitos humanos de todos os cidadãos. No dia em que a ONG Human Rights Watch (Direitos Humanos Assistidos, traduzido do inglês) divulgou relatório com denúncia de que as instituições públicas da Nigéria não estariam aplicando suas leis, Folarin e outros jovens do CDHR deram início a uma nova campanha contra a detenção ilegal de pessoas e a corrupção desenfreada da polícia nigeriana. A educação é a principal estratégia da organização, que por meio de seminários, oficinas e palestras, busca a sensibilização dos moradores sobre os direitos e os instrumentos jurídicos de

O CDHU foi criado para ser um movimento contra a prisão preventiva de militantes que questionavam as ações do governo

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Relatos de uma voluntaria de Conferência Mundial de Juventude, no México, reuniu mais eira 600 voluntários. Saiba como foi a experiência de uma brasil Texto e fotos: Clarissa Diógenes, do Virajovem Fortaleza (CE)*, no México motivos está o fato de o Brasil estar tão avançado em discutir e executar políticas públicas voltadas para as pessoas com idade entre 15 e 29 anos. Um exemplo disso foram as conferências de juventude (estaduais e nacional), que aconteceram entre 2007 e 2008, com o objetivo de criar um documento com as principais demandas dos jovens brasileiros para os próximos dez anos. Em nível local, posso citar o Congresso Municipal de Juventude e o Festival das Juventudes da América Latina e as lutas juvenis, realizados em Fortaleza (CE). São nesses momentos que vejo como as juventudes participam do processo de elaboração e legitimação das políticas públicas. Vale ressaltar que nem tudo é perfeito e que também há muitas falhas, porém, há, ao menos, o reconhecimento da importância da participação da juventude para construção de ações mais concretas, realistas e diretas. V

odelli

Clarissa participou da equipe de imprensa da Conferência

nda S Ferna

P

articipar da Conferência Mundial de Juventude, no México, foi um momento muito rico e único em minha vida. Primeira trip internacional, viajar sozinha, não sabendo o que ia fazer e quem encontrar foram alguns dos meus primeiros desafios. Parti dia 18 de agosto e foram quase 24 horas de viagem até chegar em meu destino final: León, uma cidade com cerca de dois milhões de habitantes, localizada no Estado de Guanajuato e considerada a capital mundial do calçado. Fui para a Conferência trabalhar como voluntária, juntamente com mais 50 jovens representantes de diversos outros países, dentre eles, Argentina, Haiti, China, Itália, Coreia do Norte, Bolívia, Honduras, Estados Unidos e, claro, México. Havia cerca de 600 voluntários, divididos em tarefas como traduzir textos, organizar programação e direcionar os participantes para as atividades. Eu fiquei na sala de imprensa, fazendo a cobertura jornalística da Conferência. Afora alguns problemas de desorganização e críticas em relação à participação da juventude na elaboração da “Declaração de Guanajuato” (documento com as recomendações dos participantes aos governos do mundo), a Conferência foi um momento muito especial para conhecer novas pessoas, trocar experiências e saber que há uma juventude espalhada pela nossa América Latina discutindo política, pensando ações para mudar o mundo e realizando atividades que buscam melhorar a qualidade de vida de outros jovens de suas comunidades e países. Na viagem, também pude perceber como o Brasil é querido para além de suas fronteiras e que o meu País não é conhecido apenas pelo samba e pelo futebol, mas pela sua política externa, pela economia estável e em desenvolvimento, pelas belezas naturais e pela força da juventude nas decisões políticas. Em uma conversa informal, um jovem mexicano falou a seguinte frase: “Eu queria que o meu país fosse tudo aquilo que o Brasil é”. E, realmente, eu deixei o México com um sentimento muito gratificante de ser brasileira, e dentre os vários

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Ivo S sa ou

A C E o n o De olh Equipe do Portal Pró-Menino*

O abandono do direito à cultura Por outro lado, são raros os exemplos de políticas públicas culturais específicas, voltadas diretamente ao jovem ou à criança. Dentro do orçamento do Ministério da Cultura, por exemplo, não há uma linha específica para investir em projetos voltados a esse segmento da população. Claro que há exceções, como os projetos do Centro Cultural da Juventude, em São Paulo (SP). Mas, via de regra, a cultura da criança e do adolescente não é prioridade dentro da estrutura governamental. Essa percepção, no entanto, não poderia estar mais equivocada. Não há hierarquia possível entre os direitos fundamentais, como a cultura. Esses direitos são inter-relacionados, e, por isso, além de universais, são indivisíveis. Não há como graduar as violações, ou considerá-las mais ou menos graves. É preciso combater a todas, pois apenas a implementação completa e efetiva desses direitos pode garantir a proteção integral às crianças e os adolescentes. V

Lentine

O

direito à cultura, um dos princípios fundamentais da Declaração Universal dos Direitos Humanos e de nossa Constituição, está garantido também pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seus artigos 58 e 59. Mas, apesar de o nosso sistema jurídico reconhecer sua importância, na prática esse direito dos jovens e crianças acaba ficando, por muitas vezes, relegado a segundo plano. Uma pesquisa lançada pelo Ceats/FIA (Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor da Fundação Instituto de Administração) em setembro investigou a aplicação do ECA por meio da análise das histórias reais enviadas para o concurso cultural “Causos do ECA”, promovido anualmente pelo Portal Pró-Menino. O levantamento apontou que, entre os relatos de violação de direitos infantojuvenis, a categoria menos frequente é justamente a do direito à cultura, com pouco mais de 2% dos causos. Isso não quer dizer, no entanto, que essas violações não ocorram cotidianamente. Muito pelo contrário. Mas esse número é um indicativo de que os atores sociais consideram essas situações comuns, ou “menos fundamentais” do que, por exemplo, as violações dos direitos à vida, à educação ou à saúde, entre outros. Ou seja, quando comparado aos demais direitos fundamentais, a cultura não recebe tanto destaque e atenção

*O Portal Pró-Menino, parceiro da Vira, é uma iniciativa da Fundação Telefônica em conjunto com o Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor (CEATS/FIA).

A pesquisa que mencionamos no começo do artigo também demonstrou que a violação mais comum aos direitos de crianças e adolescentes é a violência psicológica cometida pelos próprios familiares. Outras conclusões que merecem destaque estão relacionadas com as crianças e adolescentes com deficiência, cujas chances de terem os direitos à vida ou à saúde violados é ainda maior. Para ver a pesquisa completa e seus principais resultados, confira a seção “Biblioteca” do portal Pró-Menino: www.promenino.org.br

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Que Figura!

Furacão Frida s

Conheça a pintora mexicana que contava suas vivências em seus quadro

Sâmia Pereira, do Virajovem São Paulo (SP)*

“P

into a mim mesma porque estou muitas vezes sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor”, disse Frida Kahlo, pintora mexicana nascida em 1907, que gostava de declarar-se como filha da revolução ao dizer que nascera em 1910, ano da Revolução Mexicana. Frida não tinha planos de tornar-se artista. No entanto, em 1925, ao sofrer um grave acidente de ônibus – início de uma série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofreu ao longo de sua vida -, começou a pintar telas em um cavalete adaptado à cama e também nos diversos aparelhos ortopédicos que usaria durante anos. Quando sua mãe colocou um espelho no teto, Frida começou a pintar a si mesma.

Ainda jovem, filiou-se ao partido comunista, quando conheceu Diego Rivera, muralista polêmico com quem se casaria mais tarde. A partir de então, Frida viajou o mundo, conheceu os maiores astros da política e das artes, e sob influência de sua identidade mexicana e dos muros pintados por Rivera, retratou o país em que vivia – incluindo as tradicionais vestes que usava desde o acidente. Seus quadros, muitas vezes chocantes, apenas refletiam sua vida. Ambos eram infiéis – Rivera traiu-lhe com sua irmã, enquanto Frida relacionou-se com Leon Trotski, ex-líder comunista soviético, quando este se refugiou em sua casa. Seu casamento conturbado foi tema para diversas pinturas, inclusive o famoso quadro “As duas Fridas”, em que uma vestia roupas estrangeiras, mostrando a Frida como cidadã do mundo, enquanto a outra aparece com trajes mexicanos e um retrato do marido, ligada à primeira por uma fina artéria. A impossibilidade de ser mãe era seu maior pesar, uma vez que as sequelas das operações que sofreu não lhe permitiam levar uma gestação até o final. Apesar de suas limitações físicas, Frida provou que não há barreiras para se expressar. Os últimos anos de sua vida foram os mais produtivos de sua carreira, mesmo com uma perna amputada e usando um pesado colete de gesso. Sua última realização foi a exposição de suas obras em um museu de seu país natal. Em uma de suas exposições pelo mundo, sua obra fora classificada como surrealista. Frida declarou mais tarde: “Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade”. Morreu em 1954 de embolia pulmonar.

V

Dica de filme: “Frida” (2002, direção de Julie Taymor) retrata a vida da pintora desde a adolescência até a morte. O filme aborda o cotidiano familiar, seu casamento aberto com Diego Rivera e seu relacionamento com Trotski e com diversas mulheres. * Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados e no Distrito Federal (sp@viracao.org) Novaes

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Rango da terrinha

Sururu ao leite de coco do com ostra

Muito apreciada no Nordeste, refeição é feita com marisco bem pareci Avanny Oliveira, do Virajovem Maceió (AL)*

N

esta edição, escolhemos para vocês uma iguaria, traduzida numa receita muito fácil e simples de fazer (aproximadamente 40 minutos), e que irá revelar um sabor inigualável: o sururu ao leite de coco. O sururu é um molusco que mede cerca de dois centímetros e habita os terrenos lamacentos dos mangues nordestinos. Muito parecido com outros mariscos, como o vôngole e a ostra, o sururu é um dos ingredientes que melhor caracteriza a culinária regional de Alagoas. Nos bares e restaurantes da capital Maceió e de seus arredores, é preparado de diversas maneiras. Tipicamente nordestino, o sururu será bem mais apreciado se for regado ao leite de coco, receita que você confere logo abaixo.

Ingredientes 1 quilo de sururu 1 cebola média ralada 2 dentes de alho amassados 2 colheres de sopa de extrato de tomate 1 tomate sem pele e sem semente picadinho 3 pimentas de cheiro, sem semente, picadinhas Azeite de oliva Coentro picadinho Suco de 1 limão grande Sal e pimenta-do-reino a gosto 500 ml de leite de coco

Lave bem o sururu com um limão e depois o coloque num recipiente com o suco de limão e sal a gosto. Deixe de molho enquanto, numa panela, você coloca para dourar no azeite, em fogo brando, a cebola e o alho. Assim que dourarem, acrescente a pimenta de cheiro, o tomate e o sururu e deixe cozinhar. Mas atenção, não passar nenhuma colher para mexer os ingredientes. Faça isso balançando a panela, sempre com muito cuidado. Quando a água formada pelo cozimento diminuir a menos da metade, acrescente o extrato de tomate e o leite de coco, deixando cozinhar por mais dez minutos. Acrescente o coentro e desligue o fogo. Com tempo de preparo aproximado dos 40 minutos, rende até oito porções e a sugestão é servir com arroz branco. * Integrante de um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados do País e no Distrito Federal (al@viracao.org)

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Divulgação

Como fazer o sururu


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Todos os Sons

CHORO CEARENSE Banda formada em universidade propõe som bem-humorado e se prepara para segundo álbum Raiana Carvalho, do Virajovem Fortaleza (CE)*

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Maria Pinheiro

Arihel Mar

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oda sexta-feira, às sete da noite, o Boteco do Arlindo, em Fortaleza (CE), recebe o grupo musical Esquina Brasil. Sentados numa mesa, envoltos por amigos e desconhecidos, os músicos começam a tocar e “reinventar” o chorinho, samba e canções nordestinas por meio de seus instrumentos. E é nesse clima de informalidades que o grupo tem se firmado no cenário musical da cidade. A proposta do Esquina Brasil, que já se apresenta há pouco mais de um ano, é mostrar a música brasileira de uma forma diferente e contemporânea, como explica Iann Calíope, de 20 anos. "Vemos todas as possibilidades de ritmo para fazer uma mistura. Pegamos um elemento da música erudita e colocamos na popular, ou da popular na erudita”, diz o jovem, que toca flauta transversal. Além de Iann, o grupo é formado por Jamerson Farias, de 22 anos, no cavaquinho, George Anderson, de 24 anos, no violão sete cordas, Walter Almeida, de 22 anos, no pandeiro, e Pedro Alcântara, de 21 anos, com o bandolim de dez cordas. A primeira vez que tocaram juntos foi em 2009, no “Festival de Música de Viçosa”, no Ceará. Desde então, os jovens dividem-se em trabalhos de canções autorais e repertórios de Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Cartola, Noel Rosa e outros mestres da música brasileira.

Música e estudo Apesar de todos os integrantes da banda cursarem Música em instituições de ensino, eles afirmam que, no aprendizado musical, o mais importante foram os encontros “por acaso” que tiveram. “O choro tem muito dos músicos se encontrarem casualmente para tocar”, conta Pedro, enquanto Walter destaca a importância do estudo musical. “Basta ter sentimento para fazer a arte, mas para que a gente consiga expressar isso, precisamos da técnica e do estudo”, fala. Com espírito de descoberta, todos têm planos de estudar e tocar em lugares fora da cidade. “Vai chegar uma hora que, aqui em Fortaleza, vai se esgotar a possibilidade de você receber algo (cachê). Então você vai querer sair, ir pra outro lugar, conhecer outras pessoas. O grupo vai existir, mas não integralmente”, diz Jam Farias, deixando dúvidas no ar. A importância da música para os instrumentistas parece evidente. Além de talento, os rapazes demonstram paixão pelo que fazem. “Uma maneira de você se conectar consigo mesmo. Acho que cada instrumento libera algum tipo de energia quando está tocando”, descreve Iann. V * Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados do País e no Distrito Federal (ce@revistaviracao.org.br)

O grupo é formado por (da esquerda para direita) Walter Almeida, Jan Farias, Iann Calíope, Pedro Alcântara e George Anderson

Escute o Esquina Brasil no MySpace: www.myspace.com/esquinabr

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No Escurinho

Divulgação Disney

Casar ou ir para o País das Maravilhas? Sérgio Rizzo, crítico de cinema

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escritor inglês Lewis Carroll (1832-1898) criou a menina Alice, o Chapeleiro Maluco e os demais personagens da subterrânea "Wonderland" (País das Maravilhas, nas traduções em português) a partir de uma brincadeira: contar histórias para três irmãs, filhas de um amigo. Uma delas, Alice Pleasance Liddell, na ocasião com 10 anos, teria sido a inspiração para a protagonista. Em forma de livro, "Alice no País das Maravilhas" só veio a público em 1865. Sete anos depois, saiu a sua continuação, batizada em português de "Alice no País do Espelho". Mais de um século se passou, e essa obra ainda conquista leitores, provoca debates e gera novas adaptações, inclusive no coração da indústria cultural. Sem medo de intervir no texto original para aproximálo do espectador contemporâneo, o diretor Tim Burton ("Edward Mãos-de-Tesoura", "A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça") foi um dos que recentemente retornaram ao universo fantástico de Carroll em "Alice no País das Maravilhas", que se tornou a quinta maior bilheteria da história, com arrecadação mundial superior a US$ 1 bilhão. Produzida pelo grupo Disney, essa bemsucedida operação de rejuvenescimento da história foi escorada na mudança de idade da protagonista. A Alice de Burton, interpretada pela australiana Mia Wasikowska, tem 19 anos e está às voltas com uma grande perspectiva de mudança, em virtude de um assustador pedido de casamento. De volta a "Wonderland" (que não se chama exatamente assim, como insistem alguns personagens que vivem ali), Alice transforma-se em heroína de filmes de ação. Apenas ela poderia salvar a bondosa Rainha Branca

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(Anne Hathaway) e seus súditos na batalha contra a desagradável e cabeçuda Rainha Vermelha (Helena Bonham-Carter). Quem estiver disposto a comparar a visão de Burton com outras versões da obra de Carroll pode assistir ao desenho animado "Alice no País das Maravilhas" (1951), também produzido pela Disney, e a três outros filmes disponíveis em DVD no Brasil: os britânicos "Alice in Wonderland" (1966) e "Alice Adventures in Wonderland" (1972), e o tcheco "Alice" (1988). V


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Sexo e Saúde

Diversidade na sala de aula s de todo o Brasil a criar Prêmio incentiva educadore ual trabalhem a diversidade sex iniciativas que discutam e na escola Da Redação Jovens e adolescentes estão assumindo sua homossexualidade muito mais cedo. O pesquisador Ritch Savin-Williams, autor do livro The New Gay Teenager, diz que garotos já estão percebendo sua homossexualidade aos 12 anos e tendo seu primeiro contato sexual com alguém do mesmo sexo entre 14 e 16 anos - assim como seus colegas heterossexuais. Porém, a descoberta e o processo de assumir a sexualidade mais cedo é acompanhada pela discriminação. Segundo relatório de 2004 da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), publicado no livro Juventudes e Sexualidade, é alto o índice de homofobia nas escolas brasileiras. De cada quatro alunos, um não gostaria de ter homossexuais como colegas de classe. Com o objetivo de divulgar e valorizar iniciativas de respeito à diversidade sexual no ambiente educacional no Brasil, a aliança internacional GALE (The Global Alliance for LGBT education), uma comunidade internacional de aprendizagem para educadores que visa promover a inclusão plena de pessoas que são prejudicadas devido a sua orientação sexual ou identidade de gênero, idealizou o Prêmio Educando para a Diversidade Sexual. A iniciativa foi realizada pelo Centro Paranaense da Cidadania – Cepac, em parceria com a Aliança Paranaense pela Cidadania LGBT, e tem a Viração como um dos apoiadores. Os participantes puderam enviar projetos em diferentes categorias, sempre no âmbito educacional, como artigos, monografias, produção audiovisual etc. Segundo Igor Francisco, presidente do Cepac, “como o objetivo do prêmio é parabenizar iniciativas de combate ao preconceito LGBT nas escolas, nós esperamos que essa ação diminua a taxa de evasão escolar de adolescentes que sejam gays, lésbicas ou transexuais”. A divulgação dos ganhadores acontece no dia 23 de novembro, na Sala das Comissões da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). Os prêmios para os primeiros colocados de cada categoria são um troféu, certificado e publicação da iniciativa. V

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Parada Social

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PREÇO DA ASSINATURA

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A

organização Childhood Brasil, criada em 1999 pela rainha Silvia da Suécia, e que trabalha pela proteção da infância contra o abuso e a exploração sexual, lançou no final de agosto a campanha “Viralize”, que utiliza as redes sociais para sensibilizar a sociedade sobre a importância de proteger crianças e adolescentes contra a violência sexual. Desenvolvida para diversas mídias, a campanha tem a internet como principal canal de de disseminação, algo como um “vírus” que faz o bem por meio de diversas ferramentas virtuais. “As redes sociais são uma maneira fácil e rápida de fazer com que as informações cheguem para várias pessoas e também mobilizá-las para disseminarem esse conteúdo para suas redes. É uma estratégia conhecida como viral, onde um passa para muitos e assim a mensagem chega a todos os lugares”, diz Anna Flora Werneck, coordenadora de Programas da Childhood Brasil. O “Viralize” ainda conta com um vídeo exibido na TV e em salas de cinema de São Paulo. De forma engraçada, o pequeno filme lembra uma dessas mensagens virais que recebemos por email, mas ele termina com a seguinte mensagem: “Quantas dessas coisas que você ‘viraliza’ realmente faz a diferença?” Para participar da campanha é bem simples. No site oficial, o internauta tem diferentes formatos de banners que podem ser agregados em blogs pessoais ou a opção de personalizar o avatar (foto) do Twitter. Já em espaços como o Orkut, MySpace e Facebook, é possível divulgar mensagens com diversas informações sobre como identificar e enfrentar o abuso sexual.

“O grande gol da campanha é chamar atenção para a importância de sabermos que o abuso sexual infantojuvenil acontece, muitas vezes, de forma mais próxima e frequente do que imaginamos, e saber o que fazer para mudar essa situação. Para isso, criamos uma área chamada 'Como agir' no site da campanha, que dá dicas para os diferentes públicos sobre como identificar e proceder em casos de abuso sexual. É preciso falar constantemente do assunto, pois se não tem ninguém falando, pode ter alguém fazendo!”, finaliza Anna Flora.

V

Fica aqui o convite para você entrar nessa campanha. Acesse: www.childhood.org.br/viralize e divulgue essa causa!


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Ana Maria de Jesus Ribeiro ou Anita Garibaldi parece uma personagem saída diretamente de um folhetim do mais descabelado romantismo para a realidade. É uma mulher movida por um amor louco. Amava um homem, os filhos, o País e os ideais de liberdade e emancipação política. Amor de fêmea enérgica, brava e destemida, que não parava diante de nenhuma barreira.

Novaes

Anita Garibaldi (1821-1849)


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