Madrugadas de verão

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Madrugadas de verão Daniel Ávila

As vezes sinto falta de sentir falta, de um medo do qual tenho, da vontade louca de alguém, de um sentimento talvez, um abraço simples e sincero de um amor que nunca vou ter, de olhar nos olhos de quem não enxergo, falar no ouvido de alguém que não ouve,

me sinto sujo, de uma sujeira sentimental um banho gelado deve resolver analisar os problemas, e tudo pensar a qualidade do pessimista é saber que qualquer coisa que aconteça nada pode ser pior do que ele já imaginou

o sentimento puro e verdadeiro de um romance inóspito nem vivido o coração mesmo batendo forte por momento lembrados de conversas já apagadas das pontadas já sentidas no gosto amargo que fica na boca de um beijo nunca beijado

os sonhos vividos as noites em claro nos papos de uma madrugada silenciosa aquela vontade de deitar no chão em campo aberto


e as estrelas contar, o quão belo é tua vida vivida de uma vida amarga imaginar o que há lá fora, sonhar em um dia do sonho sair sonhar em não sonhar nada, uma questão difícil, para quem não sente os prazeres de um romance de verão

no calor da imensidão, a vontade de despir os desejos mais profundos lá guardados dentro de uma parte esquecida de sua mente um dia eles retornam a ponto de bala tão doce quanto limonada, ou tão azedo...

duas colheres de açúcar e uma careta feia, um sorriso nos lábios de alguém que você nunca viu, a fala de alguém que nunca ouviu ...

dilemas, os quais chorando, deitado, ao som de Legião pudesse levar mais para baixo quem já esta no fundo, fundo de uma imensidão de problemas banais que ninguém deve entender mas que todos passam, o amor


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