1 minute read

FEMININO SER

Next Article
AUTOAPRESENTAÇÃO

AUTOAPRESENTAÇÃO

E as crianças a me distrair, o tino a oscilar ao som de risos infantis. Regredida a bordo do berço, o vento me arrasta cada vez mais alto e mais longe. Afasto-me do destino que pensava ser meu. Montanhas, árvores, mar, perco-me da civilização. Aflita fico aos primeiros sinais de escuridão. Prostrada pelo debate, rendo-me ao curso e levito. Envolta por um jovem Deus, deslizo. No solo me espera a cornucópia, plena de fartura, rica em abundância. O silêncio refaz o percurso. Ao acordar, nada será como antes.

No singular é pujança que vaza e bebe e mergulha, para em seguida emergir e se deixar derramar.

Advertisement

Na alteridade oscila o pendular desejo, a insinuar sem dizer, no seu falar de viés de sinuosas vias.

Na plenitude é presença de grota a colher vida, contraste de sombra e de luz, a permear lacunas como o pulsar de onda lunar.

É singular e plural o sensual divino do feminino ser. Feito cordas que vibram antigas canções de ninar.

This article is from: