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F – Felipe Gabriel


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Desde quando começamos a revista em 2004, sempre tivemos uma ligação forte com o mundo das publicações independentes e todo esse universo de pessoas que se arriscam a fazer coisas por elas mesmas sem pensar em grana, mas sim pela satisfação em estar produzindo e/ou participando de algo que seja verdadeiro e cheio de identidade. O mundo do skate fez isso com a Vista, mas não é uma atitude exclusiva dos skatistas é também de artistas, músicos, escritores, desenhistas e por aí vai a lista. Da mesma forma outras empresas e instituições têm essa postura. Claro que isso é bem mais complicado no âmbito empresarial por motivos óbvios e mercadológicos, porém tivemos a sorte de encontrar com o pessoal do Red Bull Station no meio dessa nossa caminhada e não teve como não juntarmos os sonhos em comum e realizar um festival que unisse grande parte de todas essas características em comum em um lugar só. Como nós já tínhamos feito vários VISS na Casa da Vista em São Paulo, lançando nossas queridas e bem pensadas edições impressas, assim como realizando eventos de parceiros comerciais lá, tínhamos testado vários formatos e tamanhos de uma feira de impressos e a nossa limitação física de espaço da casa não permitia a coisa crescer. Aí veio o pessoal do Red Bull Station que tem uma trajetória muito ligada a dar oportunidade para pessoas crescerem desenvolvendo suas habilidades e vontades graças aos cursos, palestras, shows, oficinas e workshops realizados gratuitamente em seu prédio histórico no centro de São Paulo na antiga subestação de energia Riachuelo, desativada em 2004. Após um longo processo de reforma e requalificação, o prédio de 1926 tombado pela Conpresp reabriu as portas para o público em outubro de 2013. Nessa união, o pessoal do Red Bull Station fez com a Vista o que faz com os indivíduos que os procuram para criar o que sempre quiseram criar e com a gente tiveram a mesma generosidade e cocriaram o Festival Mesa Vista que acon-

teceu durante quase 60 dias ali no centro de São Paulo, mas seguindo a mesma ideia de quando rolava na Casa da Vista na Vila Madalena. Com mais espaço, referências e possibilidades quase infinitas de criação, o que era para ser apenas uma feira de impresso com mais expositores, já que o espaço lá era maior que o nosso escritório, acabou rolando a exposição ReInterpedra do Klaus Bohms onde toda problemática da mudança brutal no Vale do Anhangabaú é discutida pela perspectiva dos skatistas, que tem sua história visceralmente ligada àquelas bordas de concreto pelo menos nos últimos 30 anos. Teve também os encontros de oito jovens artistas, compartilhando expectativas, ideias, experiências e sonhos com Lucas Ribeiro, um dos curadores brasileiros mais respeitados quando o assunto é a ligação entre arte urbana e arte contemporânea. Tivemos a ideia de convidar nossos amigos do Experimental Skate para trazer uma versão adaptada da garagem onde eles criam e recriam usando materias reciclados para produzir o famoso skate infinito entre tantas outras maravilhas. Uma das atrações que só foi possível por causa do pessoal da Red Bull Station foi o workshop Identidades Autônomas que finalizou com uma performance incrível no dia 13/07 também. O incrível multiartista Edgar, Renan Soares e o pessoal da Estamparia Social selecionaram 15 criadores que através de suas obras construídas com restos de materiais diversos durante o workshop realizado em vários dias antes do evento, questionaram consumo, reciclagem e moda de uma maneira absurdamente livre e inovadora. Um outro ponto em que tanto a Vista como a Red Bull tem muita intimidade é a música e pro festival Fernando Denti e Sesper trouxeram a mesma força em experimentar em suas músicas, assim como nós temos em pautas, escolha de fotos, textos e tudo mais. Mas e o blá blá blá dos impressos independentes?


Em tempos onde as vantagens pessoais falam mais alto e se tornam normais pela sociedade anestesiada e desligada do valor da verdade, ter a oportunidade de realizar e vivenciar um festival como o Mesa Vista no Red Bull Station foi uma catarse para as pessoas que realmente acreditam no poder que a comunidade representa. A troca de energia verdadeira foi intensa, todos estavam lá de verdade, se divertindo e trocando com amigos, desconhecidos e novas ideias surgiram, novas amizades e muita gente começou a voar alto depois que saiu de lá. É isso que sempre importou pra nós da Vista, inspirar as pessoas a irem além do que dizem que elas podem ou devem ir. Nosso muito obrigado a todos do Red Bull Station por terem feito exatamente isso com todos nós da Vista também, vocês criaram com a gente um monstro chamado Festival Mesa Vista, que fez exatamente o mesmo com várias pessoas que estiveram presentes e, essa onda só expande e amplia. A missão é essa: voar.

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Teve. Convidamos 23 expositores para compartilhar, vender e mostrar suas produções em forma de posters, fanzines, adesivos, camisetas, fotos, pinturas, desenhos e tantas outras coisas que nem sei dizer. E como sempre gostamos de deixar uma questão no ar, mais do que uma resposta, rolou um bate-papo sobre o Fim do Impresso com vários nomes das revistas de skate do Brasil para ficar evidente que todos os skatistas estão unidos em prol da informação sobre nossa comunidade.


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Since we started the magazine in 2004, we have always had a strong connection with the universe of independent publications and this whole universe of those kind ofpeople who do things for themselves without thinking about money, but rather for the satisfaction of producing and 0r participating in something true and full of identity. The world of skateboarding has done this to Vista but it is not an exclusive attitude of skateboarders, but also of artists, musicians, writers, designers and the list goes on and on. Similarly other companies and institutions have this stance. Of course this is far more complicated in business for obvious and marketing reasons, but we were lucky enough to meet with the Red Bull Station people in the middle of our way and there was no way we could not put together the common dreams and make a festival that connect much of all these features in common in one place. As we had already done several VISS at Casa da Vista in São Paulo, launching our beloved and thoughtful print editions, as well as hosting business partner events there, we have tested various forms and sizes of a print fair but our physical house space limitation didn’t allow it to grow. Then came the people from Red Bull Station crew who have a very strong track record of giving people the opportunity to grow by developing their skills and desires, thanks to the free courses, lectures, shows, workshops held at their historic downtown São Paulo building called back in the days by Riachuelo power substation, decommissioned in 2004. After a long process of renovation and requalification, the 1926 building, listed by Conpresp, reopened its doors to the public in October 2013. From this union, the people of Red Bull Station did with Vista what they do to the individuals who seek them to create what they always wanted to create, and with us they have had the same generosity and co-created the Mesa Vista Festival which happened for almost 60

days there in the center of São Paulo, but following the same idea as when it was happened at Casa da Vista in Vila Madalena. With more space, references and almost infinite possibilities of creation, what was supposed to be just a print fair, with just more exhibitors, since the space there was bigger than our office, it ended up having the Klaus Bohms “ReInterpedra” exhibition where all the problems of brutal change in the Anhangabaú Valley it were discussed by the skaters perspective, which have their history viscerally linked to those granite edges for at least the last 30 years. There were also meetings of eight new artists, sharing expectations, ideas, experiences and dreams with Lucas Ribeiro, one of the most respected Brazilian curators when it comes to the connection between urban art and contemporary art subject. We also had the idea of inviting our friends from Experimental Skateboard to bring it an adapted version of theirs garage where they create and recreate everything using recycled materials in order to produce the famous endless skateboard among so many other wonders. One of the attractions that was only possible because of the people from Red Bull Station crew was the Identidades Autônomas (Autonomous Identities) workshop which ended with an incredible performance on July 13th. Incredible multi-artist Edgar, Renan Soares, and the Estamparia Social staff selected 15 designers whose work built with remnants of various materials during the workshop held several days before the event, questioned consumption, recycling and fashion in an absurdly free way. and innovative. Another point where both Vista and Red Bull have a lot of intimacy is o the music subject, and for the festival we invited Fernando Denti and Sesper to brought the same strength and experiment in theirs unique songs, as we have in guidelines and choice of photos, texts and everything. But what about the bla bla bla of independent print?


The real energy exchange was intense, everyone was really there, having fun and exchanging with friends, strangers and new ideas came up, new friendships and a lot of people started flying high after they left there. That’s what has always mattered to us at Vista, inspiring people to go beyond what others say they can or should do. Thanks so much to everyone at Red Bull Station fordoing just that with all of us at Vista too, you created with us a monster called Mesa Vista and did exactly the same with several other people who were present, and that wave only expands and enlarges itself. From now on the mission is: to fly.

07 T– Flavio Samelo

We had it. We invited 23 exhibitors to share, sell and showcase their productions translated in posters, fanzines, stickers, t-shirts, photos, paintings, drawings and many other things that I can’t even mention. And as we always like to leave a question in the air, and more than one answer, there was a talk about the End of the Print with various names of brazilian skate magazines to make it clear that all skaters are united for information about our community.




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F – Felipe Gabriel


liberdade total

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Eu nunca tinha ouvido falar de upcycle até começarmos as reuniões do Mesa Vista com o pessoal do Red Bull Station. Mesmo assim, eu achei que era o nome de um projeto do Edgar que estava armando alguma coisa inédita com o pessoal lá e com certeza seria cabuloso, até porque vindo dele impossível não ser. Chegou o dia de uma reunião com o Edgar e sua equipe e com todos do Station e da Vista que estavam envolvidos até então. Para minha surpresa e constatação da minha falta de informação sobre o que eu estava por ver, vi que o projeto chamado de Identidades Autônomas era muito maior do que um mero cameraman como eu poderia imaginar. O multitalentoso Edgar se reuniu com Renan Soares e Robson da Estamparia Social, criaram esse projeto para desenvolver experiências multidisciplinares em torno do reaproveitamento de resíduos e da ressignificação criativa de materiais através de oficinas de customização upcycle, dinâmica de corte, costura, modelagem, produção de acessórios e indumentárias. O que significa tudo isso? Um soco bem no meio da minha cara desde o primeiro dia de workshop que fiquei fotografando com o Ale Urch. A gente ficou chocado com a liberdade com que os 15 selecionados pelos 3 mentores reutilizavam cada peça, cada item pré-escolhido pelos mentores, transformando absolutamente qualquer coisa em uma indumentária que faria parte de uma performance no dia do evento Mesa Vista. Essa performance, chamada de Cortejo pelo grupo, foi ápice de 7 encontros que pude acompanhar e me sentir inspirado do começo ao fim. Fez eu repensar meu consumo, minhas definições sobre o que é moda, o que é roupa, o que é criatividade e tantos outros paradigmas que foram abaixo vendo aquela liberdade toda em ação. Me senti uma criança no meio de várias outras fazendo o que achávamos legal, o que deveria ser feito, realizando fisicamente o que na mente parecia incrível, possível e impossível.

Obrigado Edgar, Renan, Robson e a todos os participantes, porque muito além de moda e arte, o workshop pra mim foi uma aula de liberdade criativa e responsabilidade ecológica, já que vivemos em um momento na história da humanidade em que o consumo é incentivado ao extremo sem pensar nos limites que o planeta pode, ou não, suportar.


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To my very own surprise, and finding/ regarding my lack of information about what I was about to witness, I realized that the project called Autonomous Identities was much larger than a mere cameraman as I could imagine. The multi-talented Edgar met with Renan Soares and Robson from Social Stamping, created this project to develop multidisciplinary experiences around waste, reuse and creative resignification of materials through upcycle customization workshops, cutting dynamics, sewing, modeling, production of accessories and clothing. What does it all mean? A punch right in the middle of my face since the first day of the workshop when I was shooting with Ale Urch. We were shocked by the freedom with which the 15 selected by the 3 mentors reused each piece, each item pre-chosen by the mentors, turning absolutely anything into a costume that, later on, would be part of a performance on the Mesa Vista event day. This performance, called “Courting” by the group, was after 7 meetings that I could participate and feel inspired from the beginning to the end. It made me rethink my way of consumption, my definitions of what is fashion, what is clothing, what is creativity and so many other paradigms when I witnessed all that freedom in action. I felt like a child in the midst among several others doing what we thought was cool, what should be done, physically accomplishing what in the mind seemed incredible, possible and impossible.

Thank you Edgar, Renan, Robson and all the participants, because far beyond fashion and art, the workshop for me was a class of creative freedom and ecological responsibility, regarding the fact that we live in a moment of history of humanity where consumption is extreme/ extremely encouraged without any concern for the limits that the planet can, or cannot stand.

013 T – Flavio Samelo

I had never heard of upcycle until we started Mesa Vista meetings with the Red Bull Station people. Even so, I thought it was the name of a Novíssimo Edgar project, who was doing something unheard of with the people there, and it sure would be amazing, since coming from him, it was impossible not to be. The day came for a meeting with Edgar and his team, with everyone from Station and Vista who had been involved so far.


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F – Ale Urch


Gabriela Bazilio @gabsbazilio

Luana Almeida @sechamaluana

Camila Rhodes @mamaflor

Anita Basilio @anita_basilioo

Bruna Sratini @nave maria

Edivaldo Santos @edvaldoru

Srta. Suzy @srta.suzy_

Helga Vaz @helguitcha

Daniel Normal @normaldaniel

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Letícia Mestiça @4froindigena

Luci Hidaka @hidaka_upcycling

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F – Ale Urch

Ana Luchini @luchiniluchini

Luíza Luz @luizaluzzz

André Belizario @obelizario


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F – Felipe Gabriel


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F – Marcelo Amador por Flavio Samelo


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O skatista e multi artista Klaus Bohms traz para dentro do Red Bull Station durante o #mesavista de 13/07 a 31/08 os restos imortais da história do skate brasileiro e mundial, os granitos e pedras portuguesas do, agora antigo, Vale do Anhangabaú que por quase 30 anos foi palco de milhares de manobras, fotos, vídeos, amizades e conversas sobre skate. Garanto que a urbanista Rosa Kliass, responsável pelo projeto no começo dos anos 80, o qual ficou engavetado por quase uma década e só foi finalizado em 1991, nunca imaginaria que em 2019 um grupo de skatistas se uniriam para lutar politicamente para que seu projeto fosse reinterpretado e levado em consideração no novo projeto de urbanização do Vale do Anhangabaú. Trazendo as pedras e os granitos do Vale para dentro da instituição, Klaus resgata a história de cada manobra acertada ali, resgata também o poder que a arte tem na sociedade, ainda mais nesse momento do país em que a cultura e a realidade da população é praticamente colocada à margem do poder financeiro e político. Utilizando dessas ruínas, Klaus convidou Marcelo Formiguinha skatista local que virou uma personalidade global no segmento quando o assunto é skate no Vale do Anhangabaú, para fazer nessas ruínas o que fez durante os últimos 25 anos nessas pedras, utilizando um shape que Klaus produziu através de colagens especialmente para essa exposição. Tudo isso foi filmado e editado por Murilo Romão, skatista e videomaker paulista, dirigido por Klaus, para ser exibido em sua instalação chamada Reinterpedra, em homenagem à luta que os três estão travando com a administração da cidade para que pelo menos essas pedras e granitos sejam reutilizados no novo projeto do Vale do Anhangabaú. Como sabiamente dito pela historiadora brasileira Emília Viotti da Costa: “Um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado.”

Errar, e errar até acertar a manobra, é a realidade de todo skatista, mas não pode ser a realidade de uma cidade tão incrível como São Paulo. Se o skate foi o grande acerto do Vale do Anhangabaú dos últimos 30 anos, porque não continuarmos acertando essa “manobra” por mais muitos anos como Klaus e os skatistas estão sugerindo e demonstrando?


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I guarantee that the urban planner Rosa Kliass, the urban planner who was responsible for the project in the early 1980s, which was shelved for almost a decade and only finished in 1991, would never imagine that in 2019 a group of skateboarders would come together to fight politically to get her project reinterpreted and used as consideration in the new urbanization project of the Anhangabaú Valley. Bringing the stones and granites of the Valley into the institution, Klaus rescues the history of every trick that was made right there, also rescues the power that art has in society, especially in this moment of our country, where the culture and reality of the population is practically outside of the financial and political power. Using these ruins, Klaus invited Marcelo Formiguinha, a local skateboarder who became a global personality in the segment when it comes to skateboarding in the Anhangabaú Valley, to do in these ruins what he did for the last 25 years in these stones before being ruins, using a skateboard that Klaus produced through collages especially for this exhibition with this theme. All of this was filmed and edited by Murilo Romão, skateboarder and video-maker from São Paulo, directed by Klaus, to be exhibited in his installation called Reinterpedra,in honor of the struggle that those three guys and many others are having with the city administration in order to at least reuse these stones and granites in the new Anhangabaú Valley project.

As wisely said by Brazilian historian Emilia Viotti da Costa: “A population without memory is a population without history and a population without history are bound to make, in the present and in the future, the same mistakes of the past.” To make mistakes, and make mistakes until the trick is right, is the reality of every skateboarder, but it cannot be the reality of an incredible city like São Paulo. If skateboarding has been the greatest hit of the Anhangabaú Valley in the last 30 years, why not keep hitting this “trick” for many more years to come as Klaus and the skateboarders are suggesting and demonstrating?

025 T – Flavio Samelo

Skateboarder and multi-artist Klaus Bohms brought to Red Bull Station building in São Paulo, during #mesavista from 07/13 to 08/31, the immortal remains of Brazilian and worldwide skateboarding history, the Portuguese granites and stones of the current old Anhangabaú Valley, which for nearly 30 years has been the stage of thousands of tricks, photos, videos, friendships and conversations about skateboarding.


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Colagem por Klaus Bohms


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F – Flavio Samelo


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F – Flavio Samelo


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F – Marcelo Amador por Flavio Samelo


032 T – Flavio Samelo

legado

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Se você andou de skate nos anos 90 e/ou até pelo menos 2015, você já manobrou por lá ou sempre quis e por algum motivo não rolou. Sim, o Vale do Anhangabaú foi essa entidade para o skate nacional. Do Amazonas, Ceará, Tocantins, Brasília até o Rio Grande do Sul todos os skatistas que chegarem a ver alguma foto ou video de lá, tinha essa cobrança na cabeça de andar no Vale do Anhangabaú algum dia na vida.

If you skated in the 90s, and until at least 2015, you have been there or always wanted to and for some reason did not. Yes, Anhangabaú Valley was this entity for the national skate. From Amazonas, Ceará, Tocantins, Brasilia to Rio Grande do Sul all skaters who saw any photo or video made there, had this thing in mind, to skate in the Anhangabaú Valley someday in their life.

Assim como eu, muitos outros fotógrafos registraram muitas manobras e sequências por lá, daria para fazer uma revista de 1.000.000 de páginas, mas como não temos essa condição infinita decidimos usar as que temos aqui e a exposição Reinterpedra como álibi, para resgatar esse legado de imagens e manobras. Graças a colaboração de vários fotógrafos que escanearam e selecionaram essas imagens raras, algumas inéditas. Salve o Vale!

Like me, many other photographers registered a lot of tricks and sequences there, we could make a magazine of 1,000,000 pages, but since we do not have this infinite money, we decided to use the ones we have here, and the Reinterpedra exhibition as an alibi, to bring back this legacy of images and tricks. Thanks to the collaboration of several photographers who scanned and selected these rare images, some unpublished. Save the valley!


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F – Rodrigo Petersen por Flavio Samelo


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F – Wagner Profetan por Flavio Samelo


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F – André Genovesi por Flavio Donadio


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F – Gian Naccarato por Flavio Donadio


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F – Marcelo Amador por Renato Custodio


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F – Rodrigo TX por Flavio Donadio


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F – Klaus Bohms, Marcelo Amador e Murilo Romão por Flavio Samelo


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045 F – Felipe Gabriel


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Fui convidado pela Vista para ajudar na criação de um projeto novo, para acontecer dentro da feira de impressos Mesa Vista em sua nova e maior edição até agora, no Red Bull Station em São Paulo. Poderíamos aproveitar a estrutura incrível do Station, incluindo seus ateliers e trabalhar com impressos em risografia, através de uma parceria com a RisoTropical. Também existia uma lista quase completa de jovens artistas no radar da Vista, dos quais poucos eu já conhecia e a ambição de experimentar uma dinâmica rápida (ao longo de um mês) e urgente, para fazer de fato alguma diferença na carreira deles. Assim surgiu o Mesa Posta: não exatamente uma residência artística, não exatamente uma exposição e não exatamente uma publicação. Além de minha intensa troca de mensagens e imagens pelo WhatsApp com cada artista, foram quatro encontros, três no Red Bull Station e um na RisoTropical, misturando curadoria e orientação, algo como uma versão cápsula do curso Técnicas Avançadas de Sobrevivência para Artistas (que faço normalmente em parceria com Dedé Ribeiro). A introdução dos artistas uns para os outros foi realizada totalmente através da conta de Instagram de cada um deles, projetada no telão. Luisa Dantas, curadora assistente do projeto passeou pelas fotos enquanto os artistas comentavam as imagens de suas obras, intervenções urbanas e situações do cotidiano. Daí em diante, iniciou a construção do que eles apresentariam no final do evento utilizando os ateliers do Station como espaço expositivo: uma seleção de obras de cada um na parede em diálogo com uma composição de objetos sobre mesas individuais. Objetos ligados ao processo de trabalho de cada artista e/ou a sua história e referências particulares. Cada um deveria, de fato, botar a sua mesa. Boa parte dos artistas convidados chama atenção pela forma como se relacionam com a cidade. O graffiti orgânico, despretensioso e alienígena de Guilherme Akbo entrou em sua instalação através de um vídeo, no qual ele aparece arrancando um pedaço da parede que pintou, pedaço esse que ficou exposto ao lado do monitor. Suas pinturas, cadernos e zines dão densidade para a linguagem que desenvolve na

rua, incluindo seus próprios logos subjetivos. Samantha Oda fotografa detalhes da cidade que não sofreram nenhuma intervenção de arte/vandalismo, mas que carregam composições esquisitas e fascinantes, surgidas de acidentes arquitetônicos, manutenção precária ou descaso completo. Em contraste com sua fotografia silenciosa e contemplativa, os cadernos que deixou pela mesa revelam um desenho deliberadamente tosquinho e fofo, que orienta seu graffiti em espaços abandonados. Pedro Mirandolla, por outro lado, nos coloca em movimento através de sua fotografia crua e urbana. Suas imagens trazem fragmentos de noites perdidas, escritórios e carros abandonados ou nos colocam desequilibrados no topo da estrutura da Ponte Estaiada. A preferência pelas cores saturadas dos filmes analógicos e câmeras amadoras, fica clara pela composição de sua mesa revelando um tanto de seu processo de trabalho. Alguns artistas colocaram suas mesas de forma pontual, precisa e autobiográfica. Ione Maria, por exemplo, organizou suas obras na parede, três pequenas e potentes colagens em relação aos objetos dispostos sobre a mesa, em uma composição de altar que parece pronta para algum tipo de ritual feminino-mágico-periférico. Fotos da própria artista na infância e em um amontoado de 3X4 cobertas de purpurina, fazem pensar nas múltiplas faces e possibilidades de uma personalidade em formação. Na proposta de Cícero Costa, sua identidade e raízes são questões centrais. Colocando no espaço da obra de arte um toldo de camelô e aventais de trabalho, entre outros objetos diretamente ligados aos ofícios de seus familiares, Cicero desdobra uma sensível narrativa autobiográfica mas que ressoa na ampla história dos retirantes nordestinos e de seus filhos paulistanos. Em sua mesa, pistas de como a obra Mera Vista Point (2002) da dupla de artistas Dias & Riedweg incrivelmente alcançou e influenciou Cícero, ainda totalmente fora da bolha da arte contemporânea. Karina Rodrigues, aka Kari, também fez de sua mesa uma janela para sua história, família, processos e valores particulares que formaram o contexto para o surgimento de sua arte, exposta na parede: um aglomerado de jaquetas pintadas. A jaqueta jeans com as costas pintadas


O excesso de informação e o desmoronamento da ordem também se desdobrou como linguagem em algumas mesas. Flavushh trouxe o caos de seu quarto e a ebulição de seu desenho para o espaço expositivo. Brinquedos bizarros e simpáticos existem entre pilhas de papéis e cadernos desenhados, enquanto uma grande quantidade de desenhos colados com esparadrapo na parede parecem desenvolver uma espécie de narrativa insana sobre girinos chegando na puberdade. Já a confusão arquitetada por Lucas Santana em seu projeto tem uma particularidade específica: a arte se confunde com o lixo. Restos de fast food, fotos, bilhetes terríveis e zines estão no meio da instalação que engoliu a mesa. Na parede, obras individuais são identificáveis, polarizando ideologias, culturas e classes sociais em assemblages de composição curiosa, também ricos por suas qualidades abstratas.

047 T – Lucas Ribeiro

é uma plataforma clássica da arte associada à cultura Hip-Hop, que Kari mantém viva e atual pintando referências de música, filmes e ativismo black. Todas as jaquetas expostas têm donos e já circulam de fato no mundo, mas foram emprestadas para a exposição.


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I was invited by Vista to help create a new project to take place within the Mesa Vista independent print fair, in its new and largest edition so far, at Red Bull Station in São Paulo. We could take advantage of the incredible structure of the Station, including its workshops, and work with risography prints through a partnership with RisoTropical shop. There was also an almost complete list of young artists on Vista’s radar, of which few I already knew, and the ambition to experiment with a quick (over a month) and urgent dynamic, to really make a difference in their career. Thus came the Mesa Posta: not exactly an artistic residence, not exactly an exhibition and not exactly a publication. In addition to my intense WhatsApp exchange of messages and images with each artist, there were four meetings, three at Red Bull Station and one at RisoTropical shop, mixing curation and orientation, something like a capsule version of Advanced Artist Survival Techniques, which I do aside as well, usually in partnership with Dedé Ribeiro. The artists were introduced to each other entirely through their Instagram account, which was projected onto the big screen. Luisa Dantas, assistant curator of the project, toured the photos while the artists commented on the images of their works, urban interventions and everyday situations. From then on we began building what they would present at the end of the event using Station’s workshops as an exhibition space: a selection of works from each on the wall, in dialogue with a composition of objects on individual tables. Objects linked to the work process of each artist and / or their history and particular references. Each should, in fact, set their table. Most guest artists draw attention for the way they relate to the city. Guilherme Akbo’s organic, unpretentious and alien graffiti came into his installation through a video, in which he appears tearing off a piece of the wall he painted, a piece that was exposed next to the monitor. His paintings, notebooks and zines give density to the language he

develops on the street, including his own subjective logos. Samantha Oda photograph details of the city which have not undergone any art / vandalism intervention but carry strange and fascinating compositions arising from architectural accidents, precarious maintenance or complete neglect. In contrast to her silent, contemplative photography, the notebooks she left on the table reveal a deliberately rough and cute design that guides her graffiti in abandoned spaces. Pedro Mirandolla, on the other hand, sets us in motion through his raw and urban photography. Their images carry fragments of lost nights, abandoned offices and cars, or place us unbalanced on top of the cable-stayed structure. The preference for the saturated colors of analogue films and amateur cameras is clear from the composition of his desk, revealing some of his work process. Some artists have placed their tables punctually, precisely and autobiographically. Ione Maria, for example, arranged her works on the wall, three small and powerful collages, in relation to the objects placed on the table, in an altar composition that seems ready for some kind of feminine-magical-peripheral ritual. Pictures of the artist herself, in her childhood and in a 3x4cm pile of glittery covers, make you think of multiple faces and possibilities of a forming personality. In Cicero Costa’s proposal, his identity and roots are central issues. Placing in the space of the artwork an awning of street vendors and work aprons, among other objects directly linked to the crafts of their families, Cicero unfolds a sensitive autobiographical narrative, but which resonates in the broad history of the northeastern retreatants and their children from São Paulo. On his desk, clues to how the work of Mera Vista Point (2002) by the duo Dias & Riedweg incredibly reached and influenced Cicero, still totally outside the bubble of contemporary art. Karina Rodrigues, aka Kari, also made her desk a window into her particular history, family, processes and values, which formed the context for the emergence of her art, displayed on the wall: a cluster of painted jackets. The painted-back denim jacket is a classic art platform associated with


Information overload and the collapse of order also spread like language on some tables. Flavushh brought the chaos of his room and the boiling of his drawing into the exhibition space. Bizarre and cute toys exist among piles of paper and sketchbooks, while a great deal of sticky plaster designs on the wall seem to develop a kind of insane narrative about tadpoles coming into puberty. In the other hand the confusion that Lucas Santana engineered in his project has a specific feature: art is confused with garbage. Fast food scraps, photos, terrible tickets and zines are in the middle of the facility that swallowed the table. On the wall, individual works are identifiable, polarized ideologies, cultures and social classes in assemblages of curious composition, also rich for their abstract qualities.

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Hip-Hop culture, which Kari keeps alive and current, painting references to black music, movies and activism. All of the exposed jackets are owned and actually circulated around the world, but have been borrowed for the exhibition.


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F – Diego Sarmento e Felipe Gabriel

cicero costa


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F –Felipe Gabriel e Ale Urch

flavushh


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F – Ale Urch e Felipe Gabriel

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F –Felipe Gabriel e Yasmim Nascimento

ione maria


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F – Diego Sarmento, Ale Urch e Felipe Gabriel

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F –Felipe Gabriel, Ale Urch e Diego Sarmento

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F – Felipe Gabriel, Diego Sarmento e Yasmim Nascimento

pedro mirandolla


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F –Felipe Gabriel e Diego Sarmento

samantha oda




skate infinito


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F –Felipe Gabriel


070 T – Flavio Samelo

skate infinito

infinity skateboard

Seja lá de onde vem seu shape, ele é feito de madeira, seja lá qual o tipo de madeira, mas é madeira. E se você for parar pra pensar, realmente, é bem complicado isso, pois qualquer shape quebra facilmente. Uns dizem que são mais resistentes e tal, mas no final também quebram, faz parte de andar de skate.

Wherever your board comes from, it is made of wood, whatever the type of wood it is, but it is wood, and if you stop to think about it is a really complicated situation because any board breaks easily, some say it is more resistant and such but in the end also breaks, it is part of skateboarding.

Tem muita gente reciclando os restos dos shapes quebrados criando móveis, anéis, guitarras, esculturas e tantas outras coisas que eu nem sei por onde começar. Isso é muito importante ao meu ver, mas o pessoal do Experimental Skate Art, aqui de São Paulo, criou o “skate infinito”, que é como eles chamam shapes feitos de plástico reciclado que podem quebrar, ser quebrados, derretidos e transformados em shape novamente. É um processo muito louco, mas inacreditavelmente funciona. Acabei acompanhando umas sessões dessas produções deles de curiosidade mesmo e sempre dei muita risada lá na garaginha onde eles trabalham. No evento Mesa Vista no Red Bull Station pensamos em convidá-los para recriar uma versão cenográfica da garaginha para que as pessoas que não tem a oportunidade de ver a loucura que é a criação deles, possam entender que naquela loucura toda existe uma importância gigantesca na reutilização de materiais recicláveis, no caso, bastante plástico. Como não tem muito como explicar em texto o que eles fazem, acabei gravando o áudio e uns vídeos do processo. Caso você se interesse, acesse nosso igtv pelo nosso perfil no instagram @vistaskate e acompanhe essa fornada especial que eles fizeram especialmente para essa matéria da Vista, e também logo mais vamos lançar um podcast com a conversa que tive com o Gustavo e o Vinícius enquanto esperavamos a fornada.

There are a lots of people recycling the remnants of broken boards, creating furniture, rings, guitars, sculptures and so many other things I don’t even know where to start. In my point of view this is very important, but the Experimental Skate folks, here in São Paulo, Brasil created the “infinite skateboard” which is how they call boards made from recycled plastic which can be broken, melt and turned into a board to be used again. It’s a very insane process, but it unbelievably works. I followed a few of these productions sessions out of my own curiosity and always laughed a lot there in the little garage where they work. For the Mesa Vista event at Red Bull Station we thought of inviting them to recreate a scenographic version of the little garage so people who do not have the opportunity to watch the madness of their upbringing could understand that in that madness there is a huge importance in reusing recyclable materials, in this case lots of plastic. As there is not much how to explain in this text what they do, I ended up recording an audio and some videos of the whole process. If you are interested, visit our igtv at our profile on instagram @vistaskate to watch the board they made especially for this Vista article, and also we will publish very soon a podcast with the talk I had with Gustavo and Vinícius while we waited for the board be done.


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F – Vinicius Patrial por Felipe Gabriel


o impresso morreu?


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F –Douglas Prieto, Felipe Minozzi e Sidney Arakaki por Felipe Gabriel


o impresso morreu?

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Não! Não! E não! O impresso não morreu. Provas? Esta revista. A feira de impressos com mais de 20 expositores no Red Bull Station (de uma lista de nomes muito maior, mas era o que o espaço permitia). A visita de mais de mil pessoas durante a abertura do Festival Mesa Vista. O auditório lotado onde Douglas Prieto, Fel Minozzi, Sidney Arakaki e eu falamos sobre a situação das mídias core – que, dia após dia, têm sofrido mais para sobreviver imprimindo revistas. Bastou um momento para que as revistas, veneradas por gerações, simplesmente perdessem anunciantes e vissem os meios de distribuição ficarem escassos. Era digital. A situação também é dura por causa de você. Sim, você. Tá, talvez de você não, mas das inúmeras pessoas que deixaram de adquirir impressos. Tudo são ciclos, e quem não se desfez dos LPs de algum antepassado entende do que estou falando. Impressos são eternos. A sensação do toque no papel, de folhear as páginas e ser surpreendido. O tempo para absorver cada detalhe sem nada pulando na tela. Isso é uma opinião, um diagnóstico. São muitos fatores para imaginar o que vai acontecer no futuro. Como não se preocupar com a devastação de matas nativas para produção de eucaliptos, que crescem rápido e ordenadamente para produzir o papel? O que fazer com as revistas que precisam ser descartadas? Enfim, problemas existem para serem solucionados e esse fluxo também é constante. Luxo, lixo. Para encerrar, retomo a melhor pergunta do bate-papo: “como fazer para manter os impressos existindo?”. Lembrei de como criamos a Vista. Já existiam revistas de skate – existiam e cumpriam bem demais o seu papel. Mas, para a gente, faltava algo. Então fomos lá e fizemos. Acreditamos e, com a ajuda de muita gente, uma ideia se transformou em revista. Para mim, é assim que as coisas acontecem. Quer um impresso? Faça seu próprio zine em casa. Seu amigo anda muito mas o fotógrafo posta tudo no Instagram e ninguém lembra daquela bomba de ontem? Pede a imagem, intervém nela (ou chama outro amigo artista) e faz uma tira-

gem pequena na gráfica expressa do centro. Distribui o zine na pista, entrega para sua mãe. Soluções existem. Caso interesse também, durante abertura do Festival Mesa Vista que rolou no Red Bull Station em São Paulo dia 13/07/19 rolou uma conversa com Douglas Prieto (Cemporcento), Sidney Arakaki (Skataholic), Felipe Minozzi (BlackMedia) e comigo na mediação dessa conversa representando a Vista, falando sobre passado, presente e futuro das revistas especializadas em skate no Brasil. Acesse https://www.youtube.com/redbullstation para assistir o talk na integra. OBS: se você tem uma produção de impressos e quiser mandar para a Vista, vamos adorar de verdade. Se quiser mandar cartinha, também. Estamos aqui para seguir produzindo, divulgando e se divertindo. Vista - A/C Tobias Rua Felipe de Alcaçova, 73. Pinheiros São Paulo/SP Cep: 05416020


is the printing dead?

It took a moment In a glimpse magazines, revered for generations, to simply lost advertisers and see/ watched the means of distribution all become scarce. Digital age. The situation is also hard because of you. Yes, you. Okay, maybe not from you, but from the countless people who stopped buying printouts. This is what cycles are about, and anyone who hasn’t gotten rid of an ancestor’s LPs understands what I’m talking about. Printouts are eternal. The feel of touching paper, flipping through pages and being surprised. The time to absorb every detail with nothing bouncing on the screen. This is an opinion, a diagnosis. There are many factors to predict what will happen in the future. How not to worry about the devastation of native forests to plant eucalyptus, which grow quickly and neatly, to produce paper? What to do with magazines that need to be discarded? Finally, problems exist to be solved and this flow is also constant. Luxury, trash. In closing, I come back to the best chat question: “How do I keep printouts being printed?”. I remembered how we created Vista. Skate magazines already existed, they existed and did their job well. But for us, something was missing. So we went there and did it. We believed and, with the help of many people, an idea has became a magazine. For me, this is how things happen. Want a printout? Make your own zine at home. Your friend skates a lot but the photographer

posts everything on Instagram and nobody remembers that bomb yesterday? Ask for the image, intervene on it (or call another artist friend) and make a small print run in the center’s express graphics. Distribute the zine on the track, deliver it to your mother. Solutions exist. If you are interested too, during the opening of the Mesa Vista Festival which took place at Red Bull Station in São Paulo on July 13, 2019, there was a conversation with Douglas Prieto (Cemporcento), Sidney Arakaki (Skataholic), Felipe Minozzi (BlackMedia) and me in the mediation of this conversation representing Vista, talking about past, present and future of skate magazines in Brazil Visit https://www.youtube.com/redbullstation to watch full talk. NOTE: If you have a print production and want to send it to Vista, we will really love it. If you want to, send letters, as well. We are here to continue producing, promoting and having fun. Vista - A/C Tobias Rua Felipe de Alcaçova, 73 - Pinheiros São Paulo-SP/Brasil 05416-020

075 T – Tobias Sklar

Not! No! and not! The printing is not dead. Evidences? This magazine. The independent printing fair with more than 20 exhibitors at Red Bull Station, even though we wanted to invite much more people but that was what the space allowed us to. We received more than a thousand people during the opening of Mesa Vista Festival. Thecrowded auditorium where Douglas Prieto, Fel Minozzi, Sidney Arakaki and I talked about the core printing magazines and media situation which, day after day, has struggles more and more to survive.


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F – Felipe Gabriel


mesa na laje


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F – Felipe Gabriel


080 T – Flavio Samelo

mesa na laje

mesa na laje

Como escrever algo sobre uma performance sonora de dois artistas tão experimentais e únicos como Denti e Sesper? acesse o cruzsesper.bandcamp.com e facebook.com/fernando.denti.3 e ouça você mesmo o que queria ler aqui.

How to write something about a sound performance of wo artists as experimental and unique as Denti and Sesper? go to the acruzsesper.bandcamp.com and facebook.com/ fernando.denti.3 and listen to yourself what you wanted to read here.


081 F – ACruz e Fernando Denti por Felipe Gabriel




arte muda


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Marina Nacamuli @marinanacamuli


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Sesper @repses


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Melissa Baltazar @melissa_baltzar / Raquel Costa @pembapress


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André Calvão @andrecalvao / Fabio Bitão @fabiobitaophotography / Cesar Ovalle @cesinha


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Dimas Forchetti @dimasforchetti


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Marcelo Nava @marcelonava_


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Ale Urch @aurch / Onio @onio1980 / Erica Mizutani @ericamizutani


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Debora Salles @dsalles / Makes @makesofficial


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Camila Rosa @camixvx


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Flora Prospero @floraprospero


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Gizo Nomura @gizonomura / Monique Pak @monique.pak


sobre a vista

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A Vista é um laboratório de comunicação que compartilha vivências e cria legados. Edição Vista Mesa Vista - 09/2019 Capa: Anderson Tuca - Noseslide 1998 Vale do Anhangabaú - SP por Flavio Samelo

Equipe Vista Editor Jefe: Xande Marten Conteúdo: Tobias Sklar Editor: Flavio Samelo Designer: Djavan Amorim Produção: Rebeca Duarte, Alice Ventura, Dalva Kohl e Grasi Ferrari Digital: Luisa Mattos e Fernando Arrienti Criação: Karmel Liedmann Administrativo: Guto Tesch Planejamento: Nando Tesch Atendimento/Comercial: Diego Sarmento, Lauro Netto e Xande Marten RH: Jana Olinto Bem estar: Angela Tiago Equipe Red Bull Station

Colaboradores Texto: Lucas Ribeiro Colaboradores Fotografia: André Calvão, Alexandre Urch, César Ovalle, Diego Sarmento, Fabio Bitão, Felipe Gabriel, Flora Prospero, Marcelo Nava, Marina Nacamulli e Yasmim Nascimento. Colaboradores Arte: Adriano Onio, Alexandre Sesper, Camila Moritugui, Camila Rosa, Deborah Salles, Dimas Forchetti, Erica Mizu, Gizo Nomura, Makes Studio, Melissa Baltazar, Monique Pak e Pemba Press. Agradecimentos: A toda a equipe do Red Bull Station por acreditar nesse projeto que significa tanto para a Vista e para todas as pessoas que vivem a cena de impressos independentes no Brasil e no mundo.

Cultura: Winny Choe, Natália Ferrari, Hanayrá Negreiros, Dryelle Silva. Comunicação: Leticia Alessi, Evandro Pimentel, Felipe Gabriel, Mariana Duarte, Alice Gouveia Produção: Ugo Yamao, Yuri Mendonça, Suelen Ingrid. Monitoria: Victória Sales Facilities: Edicarlos Dias, Márcio Roberto, Juvenal Ramos, Clander Barbosa, Leonardo Aparecido, Marcos Oliveira, Jeferson Gomes, Marta da Silva, Valmira Gomes, Suellen Mariane, João Paulo dos Santos, Neyller do Carmo. Coletivo PURA: Adriana Souza, Maurício Muñoz, Vinícius Rioli, Adriano Gorayeb, Augusto Silva, Raphael Sanchez, Carlos Roberto Souza Jr., Diego Andrade, Mônica de Fátima.

Distribuição gratuita sempre e para sempre. Fale conosco leia@vista.art.br Confira os canais da Vista no site vista.art.br


about vista

Vista is a communication lab that shares experiences and creates legacies. Issue Vista Mesa Vista - 09/2019 Cover: Anderson Tuca - Noseslide 1998 Vale do Anhangabaú - SP by Flavio Samelo

Vista Staff Editor-in-Chief: Xande Marten Content: Tobias Sklar Editor: Flavio Samelo Designer: Djavan Amorim Production: Rebeca Duarte, Alice Ventura, Dalva Kohl and Grasi Ferrari Digital Communication: Luisa Mattos and Fernando Arrienti Creation: Karmel Liedmann Administrative: Guto Tesch Planning: Nando Tesch Clients Service / Commercial: Diego Sarmento, Lauro Netto and Xande Marten HR: Jana Olinto Home care: Angela Tiago Red Bull Station Staff

Photography Contributors: André Calvão, Alexandre Urch, Cesar Ovalle, Diego Sarmento, Fabio Bitão, Felipe Gabriel, Flora Prospero, Marcelo Nava Marina Nacamulli and Yasmim Nascimento

Culture: Winny Choe, Natália Ferrari, Hanayrá Negreiros, Dryelle Silva. Communication: Leticia Alessi, Evandro Pimentel, Felipe Gabriel, Mariana Duarte, Alice Gouveia Production: Ugo Yamao, Yuri Mendonça, Suelen Ingrid. Monitoring: Victória Sales Facilities: Edicarlos Dias, Márcio Roberto, Juvenal Ramos, Clander Barbosa, Leonardo Aparecido, Marcos Oliveira, Jeferson Gomes, Marta da Silva, Valmira Gomes, Suellen Mariane, João Paulo dos Santos, Neyller do Carmo.

Art Contributors: Adriano Onio, Alexandre Sesper, Camila Moritugui, Camila Rosa, Deborah Salles, Dimas Forchetti, Erica Mizu, Gizo Nomura, Makes Studio, Melissa Baltazar, Monique Pak and Pemba Press.

Coletivo PURA: Adriana Souza, Maurício Muñoz, Vinícius Rioli, Adriano Gorayeb, Augusto Silva, Raphael Sanchez, Carlos Roberto Souza Jr., Diego Andrade, Mônica de Fátima.

Acknowledgments: To the entire Red Bull Station team for believing in this project, it means so much to Vista and to everyone who lives the independent print scene in Brazil and around the world.

Vista is exclusively for free, always and forever.

Text Contributors: Lucas Ribeiro

Contact us leia@vista.art.br Check out the channels of Vista on the website vista.art.br

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F – Flavio Samelo




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