2018 Ano 4 | #14
Rede de distribuição de gás natural será ampliada em Bauru Edifícios residenciais e mais comércios poderão usufruir desta fonte de energia
Foto: Monkey Business Images/Shutterstock
SUMÁRIO
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DESTAQUE
ENVELHECIMENTO: A TRAVESSIA ENTRE O NASCIMENTO E A MORTE
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EDIÇÃO
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Vitrinni Magazine 14 14
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DICAS Indicações de séries, livros e filmes do universo Vitrinni
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CASA COR 2018 32a edição da mostra paulistana traz o tema “A Casa Viva”
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ENERGIA Rede de gás natural em Bauru será ampliada
COLUNA Andrea Simonetti: três vestidos para personalidades e gostos variados
ESPORTE O ciclismo tornou-se um dos esportes mais praticados no Brasil
MULHERES NA POLÍTICA Confira a trajetória do sexo feminino no cenário político do Brasil
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ENTREVISTA Escritor e professor de literatura Luíz Vitor Martinello
COLUNA Milton Debiasi: Direcionando objetivos e alcançando resultados
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ESPECIAL Alimentação: A Febre dos Alimentos Orgâncicos
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GRANDES MULHERES Moda plus size conquista espaço no mercado e nas passarelas
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COLUNA Paulo Martinello: saiba quais os benefícios e as regras do estágio
E MAIS OLIGOFLORA - ADEUS MELASMA!, PÁG. 37 | RESSONÂNCIA MAGNÉTICA - IMAGEM DIAGNÓSTICOS MÉDICOS, PÁG. 38 AREZZO BAURU SHOPPING - DUAS DÉCADAS DE HISTÓRIA, PÁG. 50 | BÁRBARA BOUTIQUE - BARCELONA BRIDAL WEEK 2018 , PÁG. 58 FASHION - A BOSSA CARIOCA DA MARCA RICHARDS EM BAURU , PÁG. 61 | VITRINNI SOCIAL, PÁG.64 | CCXP 2018, PÁG.69
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Foto: Wavebreakmedia/Shutterstock
C A R TA A O L E I T O R
Aproveite a travessia com a
VITRINNI
A
vida é uma travessia que se dispõe entre o nascimento e a morte. É a maneira como a cruzamos que nos diferencia de todos os outros seres viventes, os quais compartilham conosco o mesmo presente – temporal e imaterial. Diante da possibilidade de florescer o caminho com boa informação, a Vitrinni selecionou para esta edição temas que levarão o nosso leitor, sempre exigente, a refletir sobre as perspectivas do viver. É imprescindível, nos dias de hoje, que deixemos de lado nossa zona de conforto, debatendo temas que, outrora, sofreram uma certa censura social, como a moda plus size, o preconceito de gênero no cenário político brasileiro e a agricultura familiar, que é desenvolvida, majoritariamente, pelos pequenos produtores rurais. Percorrendo atalhos que nos tirem da estrada principal e nos mostrem as vicinais de terra batida, seja sob duas rodas, como os ciclistas entrevistas para esta edição, ou sob nossas próprias pernas, conseguimos enxergar o mundo tal como ele é e, assim, desfrutar da travessia da melhor forma possível. Quando chegar a hora, aquele momento que vai além do envelhecer, estaremos prontos, satisfeitos e, acima de tudo, conscientes.
Maria Cristina D’Incao e Alexandre Haralampidis Diretores Vitrinni Magazine
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EXPEDIENTE
Conheça a equipe Vitrinni Magazine
VITRINNI MAGAZINE EDIÇÃO 14, ANO 4 2018 DIRETORIA Diretores editoriais: Alexandre Haralampidis e Maria Cristina D’Incao
Profissional de comunicação, gestão e desenvolvimento de projetos. A Vitrinni se concretiza para superar qualidade, surpreendendo todas as expectativas.
Profissional das áreas de comunicação, marketing e relacionamento. Preza semprepelo atendimento assíduo e pelo ótimo relacionamento com o cliente.
Alexandre Haralampidis Diretor Vitrinni
Cristina D’Incao Diretora Vitrinni
REDAÇÃO E ARTE Coordenador de conteúdo Alexandre Haralampidis Jornalista Tamiris Tinti Volcean Projeto gráfico e Edição de arte Victor Pereira Designer Assistente Priscila Gasparini Conteúdo Web Tamiris Tinti Volcean Fotográfo capa Gabriel Cabreira Colunista Social Danny Pagani
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Publicitária pela Faculdades Integradas de Bauru, atua em comunicação e marketing. Fotógrafa da Vitrinni desde de 2014, hoje também atua no atendimento da revista.
Jornalista e mestranda em comunicação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), escritora e especialista em produção de conteúdos para plataformas digitais.
Victor é designer formado pela Unesp. Além de dedicar-se ao design editorial, possui ampla experiência em design publicitário e fashion. Site:
Danny Pagani Atendimento e fotografia
Tamiris Tinti Volcean Jornalista
Victor Pereira Designer e editor de arte
ULYSSES MACHADO Parceiro da edição
Publicitária por formação (SENAC/ SP) e designer gráfica de coração, tem experiência no desenvolvendo de campanhas publicitárias, identidade visual, planejamento estratégico e gestão de redes sociais.
Graduanda em superior de tecnologia em Marketing pela Universidade Anhanguera, Danni Brito atua há 2 anos na área de vendas e merchandising.
Priscila Gasparini Designer
Danni Brito Atendimento comercial
victorleosp.wix.com/victorleonardo
COMERCIAL Atendimento Danny Pagani Danni Brito Anuncie na Vitrinni Magazine Contatos contato@revistavitrinni.com.br dincao@revistavitrinni.com.br (14) 9912-64424. Maria Cristina D’Incao e Alexandre Haralampidis
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Dicas!
C U LT U R A L
INDICAÇÕES DE SÉRIES, LIVROS E FILMES DO UNIVERSO VITRINNI por Tamiris Volcean
Nesta edição, falamos sobre as transformações do envelhecer ao longo das últimas décadas. E seguimos tratando das mudanças, principalmente no âmbito político, demonstrando o histórico da presença do sexo feminino no sistema governamental brasileiro. A moda, essa eterna metamorfose ambulante, também alterou suas perspectivas, a partir da militância de Grandes Mulheres, que buscam, incansavelmente, a inclusão e aceitação de todos os estilos, corpos e gostos. No #DicaVitrinni, você confere séries, livros e filmes que possam fazer você mergulhar ainda mais nas temáticas das matérias que encontrará no decorrer das páginas.
Fotos: divulgações
Envelhecer
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A morte é um dia que vale a pena viver (2016) Ana Cláudia Arantes
Mortais (2014) Atul Gawande
A partida final (2018) Rob Epstein e Jeffrey Friedman
O livro da médica geriatra Ana Claudia Quintana Arantes é um relato franco, sensível e inspirador da sua experiência de cuidadora de quem está morrendo. Embora não gostemos do assunto, vamos todos morrer e quanto mais nos prepararmos para a ideia, melhor partiremos. É esse o grande aprendizado do livro: como ajudar alguém (e a nós mesmos em algum momento) a morrer.
Este é um livro sobre a experiência moderna da mortalidade: sobre como é sermos criaturas que envelhecem e morrem, sobre como a medicina mudou essa experiência e como não a mudou. Atul escreve o livro na esperança de entender o que vem acontecendo, uma vez que a mortalidade pode ser considerada assunto traiçoeiro. E se houver melhores abordagens para o tema, bem diante de nossos olhos, esperando para serem reconhecidas?
Neste documentário da Netflix, o fim mostra-se inevitável. Os pacientes terminais de um hospital norteamericano conhecem profissionais que se dedicam aos chamados cuidados paliativos. que são o conjunto de práticas de assistência ao paciente, por meio de uma equipe multidisciplinar, visando oferecer dignidade e a diminuição do sofrimento daqueles que se encontram em estágios avançados de uma doença.
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# DI C AV I T R I N N I
Mulheres na política Fotos: divulgações
Ciclismo
Scandal (2012) Shonda Rhimes
Mulheres, Raça e Classe (2016) Angela Davis
Scandal é uma série de televisão estadunidense classificada como thriller político. A série acompanha o cotidiano de Olivia Pope, uma ex-funcionária da Casa Branca e dona de uma empresa especializada na gestão de crises.
Mais importante obra de Angela Davis, o livro traça um poderoso panorama histórico e crítico das imbricações entre a luta anticapitalista, a luta feminista, a luta antirracista e a luta antiescravagista, passando pelos dilemas contemporâneos da mulher. O livro é considerado um clássico sobre a interseccionalidade de gênero, raça e classe.
ACEITAR O PRÓPRIO
No limite do corpo, da alma e da razão (2015) Mr. Milan Raam O livro faz a narrativa da décima participação de Marcio Milan na Race Across América, umas das provas mais difíceis do mundo, que parte de Oceanside (Califórnia) até Annapolis (Mariland), onde eles percorrem cerca de 5 mil quilômetros em sete dias. Um excelente livro reportagem para quem busca desafios de extrema dificuldade.
CORPO 3 CONTAS DO INSTAGRAM PARA TE INSPIRAR!
@ju_romano A blogueira plus size sempre fala sobre a importância de cada mulher aceitar o próprio corpo e que não existe problema em ser gorda.
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@mbottan Mirian Bottan sofreu bulimia no passado e, hoje, mostra sua trajetória de recuperação em seu perfil, trabalhando a questão da autoimagem.
@loveyourline O perfil é inteiro em preto e branco e tem como objetivo mostrar que estrias, celulites e cicatrizes não são tão horríveis quanto imaginamos.
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CASA
Foto: divulgação Casa Cor
ARQUITETURA
COR 2018 32ª edição da mostra paulistana traz o tema “A Casa Viva” Com uma semana a mais, de 22 de maio a 29 de julho, evento destaca tendências, sustentabilidade e gastronomia
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om o tema “Casa Viva”, a maior e mais completa mostra de arquitetura, decoração, design e paisagismo das Américas traz, mais uma vez, renomados profissionais para surpreender os visitantes. O evento de São Paulo, principal edição de CASACOR, acontece no Jockey Club São Paulo, com 10 semanas de duração, de 22 de maio a 29 de julho. Apresentando 82 ambientes em 17 mil m2, a expectativa é receber mais de 110 mil visitantes, num crescimento de público de 10%. A edição destaca a harmonia com a natureza, a convivência e a confraternização, num estilo de vida rodeado de verde e de memórias afetivas. Neste ano, a CASACOR São Paulo
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recebe de volta grandes nomes da arquitetura, do design e paisagismo como Arthur Casas, Débora Aguiar, Fernando Brandão, Rosa May, Naomi Abe, João Armentano, Roberto Migotto e Tenório Estúdio. Voltam também os profissionais que fizeram história no ano passado: Alexandre Furcolin, Bia Abreu, Bruno Carvalho, Clariça Lima, Erica Salguero, Gustavo Neves, Gustavo Paschoalim, José Marton, Lao Design e Zoom Urbanismo, Leo Shehtman, Lídia Maciel, Luiz Otávio Debeus, Maicon Antoniolli, Marina Linhares, Marlon Gama, Michel Safatle, Negrelli & Teixeira, Yamagata Arquitetura, Paulo Azevedo, Paola Ribeiro, Patricia Hagobian, Patrizia Genoveze e Guilherme Longo, Plantar
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CASACOR2018
Fernando Brandão e Camila Bevilacqua - Templo Coworking
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Foto: divulgação Casa Cor
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Duez Arquitetura - Boulangerie
“Inspirada nas principais tendências mundiais, a CASACOR 2018 terá um espaço inteiro destinado ao co-living: estúdios, áreas de compartilhamento e um co-working.”
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Ideias, Studio 011, Suíte Arquitetos, Très Arquitetura, Triart, Triplex Arquitetura e Mauro Contesini. Além desses, novos talentos estream em CASACOR, a exemplo de Kalil Ferre Paisagismo, GDL Arquitetura, Cenário Paisagismo, Gabriela Gaunszer e Rejane Heiden, Gabriela Lotuffo e Larissa Silva, SP Arquitetura, Gustavo Martins, Marcelo Salum, Jean de Just, BC Arquitetos, Juliana Pippi, MN Arquitetura de Interiores, Lisandro Piloni, Estúdio Gaetta, Ricardo Afiune e Peter Burmeister, Thalita Vitachi para Plantare Mais, Myrian Marquez, Luciano Dalla Marta, Meyer Cortez, Ricardo Abreu Borges, Melina Romano, MF+Arquitetos, Cyane Zoboli e Ana Elisa Hott, Flavio Abílio Rodrigues e Flavia Ranieri. Um marco para o evento são os 25 anos de parceria com a Deca, patrocinadora master do evento, presente em todas as praças nacionais. A lista de patrocinadores e apoiadores de 2018 conta ainda com
marcas como Renault, Leroy Merlin, casa moysés, Uniflex, Duratex, D&D, Bontempo, Comgás, Igui, Cosentino, LG, Meliá, Nextera Brasilit, Sensações e Todeschini. PRINCIPAIS DESTAQUES Inspirada nas principais tendências mundiais, a CASACOR 2018 terá um espaço inteiro destinado ao co-living: estúdios, áreas de compartilhamento e um co-working. O Tea Lab também será uma novidade: um projeto de duas jovens profissionais, Patricia Bacellar e Steffi Kaufman, que servirá como uma casa de chá dentro da mostra onde serão oferecidos workshops ligados ao mote do evento. A gastronomia continua sendo um dos pontos fortes da mostra, que traz para essa edição parceiros como Dona Deôla, na Boulangerie, e Tartuferia San Paolo, além da estreia do Iulia, que comanda o bar, do Mondo, que fica à frente do restaurante e da Ofner à frente da Casa de Chá. O compromisso com a sustentabi-
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Fotos: divulgação Casa Cor
CASACOR2018
Andrea Teixeira e Andrea Negreli - Spa da Mata
Marcelo Diniz - Banheiro Público
Bia Abreu - Jardim da Tartuferia
Cenário Paisagismo - Jardim da Casa da Árvore
Alexandre Furcolin - Paisagem do Refúgio Urbano
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Foto: divulgação Casa Cor
ARQUITETURA
Michel Safatle - Loft Eu+Tu+Elas
“O compromisso com a sustentabilidade continua latente na CASACOR São Paulo. O intenso trabalho desta gestão visa a conquistar o selo AQUA-HQE de construção sustentável até 2020.”
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lidade continua latente na CASACOR São Paulo. O intenso trabalho desta gestão visa a conquistar o selo AQUA-HQE de construção sustentável até 2020 e, para isso, adota diversas práticas não só durante as obras, mas na educação dos colaboradores e no dia a dia da mostra. Para este ano, a execução da Casa Sustentável é feita pelas arquitetas Gabriela Lotuffo e Larissa Silva, de São Paulo. A proposta foi vencedora da primeira edição do Desafio Casa Sustentável CASACOR patrocinado pela Leroy Merlin. Entre as soluções concebidas pelas profissionais para o espaço - uma das edificações tombadas do Jockey Club - e evidenciadas pela comissão julgadora do Desafio, estão a flexibilidade na ocupação dos espaços, intervenção delicada no patrimônio tombado, uso de tecnologias sem excessos, mobiliário de fácil montagem, materiais com possibilidade de reaproveitamento e/ou reciclagem e adequação do sistema de iluminação artificial com LED.
A CASA COR Empresa do Grupo Abril, a CASACOR é reconhecida como a maior e melhor mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo das Américas. O evento reúne anualmente prestigiados arquitetos, decoradores e, pela primeira vez, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. A mostra acontece ainda em quatro praças internacionais: Bolívia, Estados Unidos, Paraguai e Peru. paisagistas. Em 2018, são 17 praças nacionais: São Paulo, Bahia, Brasília, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina (Florianópolis e Itapema) e, pelainclina-se para beijar uma mulher que tem o rosto em uma expressão suave. Especialistas dizem que o quadro representa Klimt e sua eterna companheira, Emilie Flöge e segue sendo relacionada com uma mensagem de amor profunda.
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Foto: Coberschneider/Getty Images
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Sob duas
CICLISMO
O ciclismo tornou-se um dos esportes mais praticados em todo o território nacional. Conversamos com dois ciclistas da cidade e preparamos um roteiro para que você explore as estradas e trilhas de Bauru e região
por Tamiris Volcean
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á modas que vêm para o bem. A bicicleta foi uma delas. Hoje, se observarmos as ruas de uma cidade, seja ela de pequeno, médio ou grande porte, encontramos vários ciclistas indo e vindo. As prefeituras têm, também, demonstrado interesse pelo assunto, construindo ciclovias, ciclofaixas e rotas de bicicletas. Mas, esse entusiasmo por pedalar é mais antigo do que pensa. Em 1973, com a crise do petróleo, surgiu a necessidade de se pensar alternativas não dependentes de combustíveis fósseis para o deslocamento da população. Foi na década de 70, então, que a bike começou a ganhar destaque, deixando de ser vista como um meio de transporte desprestigiado para se tornar uma opção sustentável e cool, ainda que, muitas vezes, secundária.
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De acordo com a Abraciclo, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, o Brasil possui, atualmente, mais de 70 milhões de bicicletas e o número de ciclistas, só no estado de São Paulo, cresceu 50% em um ano. ESPORTE, LAZER OU TRANSPORTE? É possível utilizar a bicicleta para diversos fins. Alguns, utilizam-na para se divertir nos finais de semana, outros, para se deslocar diariamente até o trabalho. No entanto, há um grupo de pessoas que encaram o pedalar como um esporte sério, que exige treinamento disciplinado, planejamento e alimentação adequada como qualquer outra modalidade. Em todas as situações, deve-se classificar aquele que pedala como ciclista. Victor Vieira e Isaac Loureiro são designers e mu-
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Foto: Victor Vieira
Foto: Victor Vieira
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na cidade. Segundo alguns empresários, o boom se deu a partir de 2013 e, pouco a pouco, fez com o que o setor ocupasse lugar de destaque no cenário econômico local e regional. Fatores como mobilidade urbana, sustentabilidade e qualidade de vida foram decisivos para que as bicicletas atraíssem tantos olhares para o tema e para a prática.
“Para quem está pensando em iniciar os pedais, é importante conhecer os locais com pessoal mais experiente e fazer trajetos menores e mais populares, como trechos de rodovias e estradas na região de Piratininga-Bauru”, compartilha Isaac Loureiro
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daram-se para Bauru com a finalidade de cursar a graduação na Universidade Estadual Paulista. Ambos já tinham, antes de estabelecer moradia em solo bauruense, contato com bikes. No entanto, foi aqui que o gosto se desenvolveu. “Bauru tem muitas vantagens para a prática do ciclismo e do Mountain Bike, lembrando que o ciclismo é praticado em vias pavimentadas e o Mountain Bike é praticado em estradas de terras e trilhas. A principal vantagem é a facilidade do acesso às estradas e trilhas, temos várias opções de estradas, de asfalto ou de terra nos arredores e cidades vizinhas, estradas em boas condições e com pouco movimento de veículos, você não precisa se deslocar muito para começar o pedal”, conta Victor. Para Isaac, que pedala por esporte, lazer e transporte, o tempo seco da cidade e falta de empatia de alguns motoristas, somada à falta de atenção ao volante, são fatores inconvenientes para a prática do ciclismo na região. O mercado relacionado às bicicletas esportivas cresceu exponencialmente
PEDALANDO EM BAURU E REGIÃO As características geográficas do terreno de Bauru e a estrutura viária dos arredores, que conta com muitas estradas de terra e trilhas em meio a plantações agrárias, podem ser vistas como pontos favoráveis à prática na região. “Hoje, morando em Bauru, eu pedalo pelo menos 4 dias na semana. Na região de Bauru, já percorri 144km. Há sempre encontros e grupos que partem do posto “Ana Premiere”, que fica perto do trevo da Rodovia Marechal Rondon e a Rodovia Eng. João Batista Cabral, e de lá grupos de Mountain Bike seguem para locais como a “trilha da moto”, o “linhão”, Vale do Igapó e trilhas dentro da reserva da Duratex. Já grupos de ciclismo de estrada, partem principalmente para cidades próximas como Piratininga, Agudos, Lenções Paulista, Pederneiras ou para a região de Avaí”, conta Isaac, quando questionado sobre quais os trechos mais conhecidos e percorridos nos proximidades do perímetro urbano. Para os iniciantes, incluindo aqueles que ainda não desenvolveram a técnica do pedal e apresentam dificuldades para se equilibrar, Victor Vieira diz que o melhor é ficar no perímetro urbano e usufruir das ciclovias, como nas proxi-
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CICLISMO
Algumas
40 KM
por estradas asfaltadas
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NÍVEL MÉDIO
SUBIDAS
íngremes, mas curtas
EQUIPAMENTOS:
ÁGUA E ALIMENTAÇÃO:
capacete, luvas, 2 câmaras de ar reserva, remendos de emergência, espátulas para troca da câmara, canivete multi-ferramenta para ajustes ou apertos emergenciais
não tem lugar para encher a garrafinha, a não ser ainda dentro de Agudos, mas 1l de água é suficiente, mesmo em dias quentes. Quanto à alimentação, não é neces sário muita comida, uma banana e duas barrinhas ou um gel energético bastam
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Foto: Victor Vieira
Foto: Victor Vieira
VITRINNI ESPORTE
midades do Hospital Estadual, na avenida Getúlio Vargas e ao lado do Camélias. Já para aqueles que têm mais segurança e experiência, o ciclista diz que “há alguns trechos bem populares e legais para ciclismo, como a estrada que leva ao aeroporto de Arealva, a estrada da Amizade entre Agudos e Borebi e a estrada do Seminário, que tem uma serrinha bem divertida e desafiadora; para Mountain Bike tem várias estradas e avenidas não asfaltadas em todo entorno da cidade, dá pra ir pra qualquer cidade da redondeza por estrada de terra, mas quase todos os pedais começam na tradicional Av. Mun. José Sandrin, no IPMet da Unesp”. PARA ENFRENTAR LONGAS DISTÂNCIAS, É PRECISO PREPARO! Se a sua intenção é enfrentar longas distâncias, o ideal é dar inícios a treinos crescentes, pedalando com regularidade por algumas semanas seguidas. “Eu costumo pedalar por um mês, pelo menos 1 ou 2 vezes por semana, aumentando a distância de maneira
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gradual. 40 km numa semana, 60 km na outra, depois 80 km e 90 km para, enfim, sentir se estou bem para um 120 km ou 150 km”, afirma Victor. Para Isaac, a alimentação e uma boa noite de sono também são fatores fundamentais. “Quando planejo pedais longos, procuro me alimentar muito bem no dia anterior, principalmente com alimentos ricos em carboidratos, cuidar bem da hidratação e ter uma boa noite de sono. Quando saio para esse tipo de pedal longo, sempre dou uma olhada na previsão do tempo, planejo bem as rotas, a condição das estradas e locais para paradas. Mantenho a bicicleta sempre em plena forma e com as manutenções em dia e, para nao ter nenhum imprevisto, carrego comigo kits de ferramentas e reparos de emergência, assim como calculo a quantidade de alimento que levarei comigo”, conta o ciclista. SEGURANÇA É COISA SÉRIA De acordo com um relatório publicado pela ONG Ciclocidade, os adeptos da bicicleta não se sentem seguros nas cidades de médio e grande porte. Entre os entrevistados, 58% dizem não sentir segurança ao pedalar pela Grande São Paulo, por exemplo. Além disso, quase 67% deram notas negativas às ciclovias e ciclofaixas na região. Em Bauru, bem como em outras cidades do interior, não é diferente. O mecânico de bicicletas Rodrigo Simão comenta que a grande dificuldade é conscientizar o motorista de veículos automobilísticos sobre o ciclista em treinamento. Rodrigo alerta, principalmente, para os veículos de grande porte, como caminhões.
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C O M P O R TA M E N T O
Direcionando objetivos e alcançando resultados
Buscar o Autoconhecimento Se não procurarmos nos conhecer melhor para entendermos como somos e qual nosso perfil comportamental, vamos sempre ter as mesmas atitudes e ações que levam aos mesmos resultados. Atitudes diferentes levam a resultados diferentes. A forma como nos comportamos geram consequências desse comportamento. Mudar a chave de nossos comportamentos, que estão nos levando a não alcançar nossos objetivos e resultados, para termos novos comportamentos que nos
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Foto: Olga Danylenko/Shutterstock
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enho notado, em contato com empresários(as) e gestores(as), bem como nos atendimentos que faço a meus clientes, o quanto estão todos ansiosos, estressados, muitos à beira de uma possível depressão. O motivo? Não alcançarem seus objetivos de vida e também profissionais, consequentemente não obtendo os resultados esperados, como sonhar e conquistar, desde a compra de bens, passando pelo desejo de uma carreira brilhante, o equilíbrio e a estabilidade financeira. Muitos são os desejos, mas por trás deles vêm as dores e incômodos. Medo, insegurança, indecisões, falta de confiança e outros. Tudo isso tem consequências, gerando um diálogo interno que travamos em nossa mente. Esse diálogo resulta no que chamamos vulgarmente de mente tagarela, com um turbilhão de pensamentos mais negativos que positivos, questionando e dificultando nossas decisões sobre as coisas, o que ocasiona, normalmente, desequilíbrios emocionais. Outra consequência são as dores no corpo, como dor de cabeça, estômago, coluna e, muitas vezes, podendo ocorrer doenças mais sérias pela somatização de várias dores e incômodos que carregamos. Como mudar essa realidade? Aqui estão algumas pistas:
leve a uma mudança de Mindset ou novos padrões de comportamento é o caminho. Crenças – Cuidado com aquilo que acreditamos Todos nós temos uma forma de ver a vida e o mundo a partir do que cremos. Logo, o que eu sou, ou a forma como sou, me leva a agir da forma como penso e, consequentemente, vou ter um resultado que pode ser positivo ou negativo para aquilo que eu quero e desejo. Isto retroalimenta a minha forma de ver a vida e o mundo. Exemplo: se eu acredito que não adianta estudar para ter sucesso, eu não vou me esforçar para estudar e a consequência é que para aquilo que eu quero para minha vida (objetivos) posso não ter sucesso, reforçando minha crença que realmente não adianta estudar. Falta de Clareza e Objetivos É muito comum as pessoas terem dificuldades para definir seus objetivos de forma clara e objetiva. E sem essa clareza não nos encorajamos para agirmos e ou tomarmos atitudes no dia-a-dia para conseguir alcançá-los. Exemplo: quero mudar de emprego. É um objetivo genérico. Como então deveria defini-lo? Da
seguinte forma: VOU buscar emprego em determinada área e conquistá-lo num prazo máximo de um ano, e para isso vou seguir os seguintes passos. Cuidado com a Zona de Conforto Toda vez que arrumamos desculpas por não fazer, estamos nos sabotando, entrando numa zona de conforto, que tem muito a ver com nossas crenças, e que nos leva a procrastinar o que desejamos. Trabalhando bem nesses pontos, já temos um bom caminho a percorrer para alcançarmos nossos Objetivos e Resultados e, consequentemente, sermos mais felizes, confiantes, empoderados, com uma energia que transborda a ponto de impactar outras pessoas. Busque colocar em prática esses conhecimentos. Se não conseguir as transformações que deseja por si só, busque profissionais no mercado realmente preparados para ajudá-lo nesse processo.
Milton Debiasi Coach de Lideres/Executivos
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ENERGIA
A GasBrasiliano ampliará sua rede de distribuição em Bauru para poder atender edifícios residenciais e mais comércios.
Foto: Gabriel Cabreira
Rede de gás natural em Bauru será ampliada
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gás natural canalizado é um combustível versátil, capaz de substituir com eficiência qualquer outra fonte de energia, podendo ser utilizado para cocção em fornos e fogões, no aquecimento de água de chuveiros e piscinas, no controle de temperatura dos ambientes, em churrasqueiras e também em carros, com o GNV (gás natural veicular). A GasBrasiliano ampliará sua rede de distribuição em Bauru para que, além de indústrias, edifícios residenciais e mais comércios tenham acesso a essa importante fonte de energia segura e econômica, utilizada em países de primeiro mundo. Serão investidos aproximadamente R$ 6 milhões na construção de cerca de 25 novos quilômetros de rede de distribuição, ampliando assim sua capacidade de atendimento em Bauru para mais de 8,5 mil novos consumidores a serem beneficiados com o gás natural nos próximos anos.
Conhecendo mais
A GasBrasiliano é a concessionária responsável pela distribuição de gás natural na região Noroeste do Estado de São Paulo. Está presente em 35
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Fotos: IStock by Getty Image
GÁSNATURAL
Vantagens ao escolher o gás natural canalizado Colabora com a mobilidade urbana, pois independe de transporte rodoviário, diminuindo o número de caminhões em rodovias, ruas e avenidas; Não necessita estocagem de combustível no local de uso, aumentando a segurança; Possui fornecimento contínuo - você não precisa ficar se preocupando com a quantidade que ainda resta ou se vai faltar; Conta com atendimento técnico 24 horas por dia, todos os dias do ano; Ótimo custo-benefício, com pagamento realizado após o consumo, sendo cobrada apenas a quantidade realmente consumida;
municípios, entre eles Bauru, que agora passa a contar com uma estrutura capaz de atender, além de indústrias, um amplo número de edifícios residenciais e mais comércios. Ao todo, a GasBrasiliano atende mais de 25 mil clientes nos mercados residencial, comercial, industrial e automotivo e já investiu mais de R$ 480 milhões na construção de mais de 1.040 km de rede de distribuição. EDIÇÃO
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Para mais informações
Para mais informações sobre as novas áreas atendidas em Bauru, basta entrar em contato com a GasBrasiliano através do telefone 0800 773 6099.
Pode ser utilizado nas áreas comuns do condomínio, incluindo saunas e piscinas; Menor impacto ao meio ambiente, pois é uma fonte limpa de energia, com baixa emissão de poluentes, sendo uma energia de transição para uma economia de baixo carbono.
www.gasbrasiliano.com.br 0800 773 6099 - 24h por dia, todos os dias do ano
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VITRINNI SAÚDE
por Tamiris Volcean
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morte tem diversas facetas. Ao iniciar uma conversa sobre envelhecimento, que, certamente, desembocará neste, que é um dos temas mais evitados e temidos pelo ser humano, alguns podem logo imaginar toda a parafernália médica, responsável por tornar, imageticamente, o morrer solitário e amedrontador. Outros, em contrapartida, pensarão na Pietà, uma das mais conhecidas esculturas de Michelangelo – a morte como uma mulher que recebe o nosso corpo em seu colo. Mas, será que algum dia as pessoas serão capazes de desenvolver uma conversa simples e transformadora sobre a morte? Ana Claudia Quintana Arantes é médica, formada pela Universidade de São Paulo, com residência em geriatria e especialização em Cuidados Paliativos. Atualmente, a autora do livro A morte é um dia que vale a pena viver, publicado pela Casa da Pala-
Foto: Jacob Lund/Shutterstock
O processo de envelhecimento à luz de discursos livres de tabus Como é envelhecer em uma sociedade que ainda se amedronta, foge e ignora a finitude da vida humana?
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ENVELHECIMENTO
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Foto: Pressmaster/Shutterstock
Foto: Diego Cervo/Shutterstock
VITRINNI SAÚDE
SER IDOSO HOJE
“Cuidados paliativos consistem na assistência, promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e de seus familiares diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento, da identificação precoce e tratamento da dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais”, de acordo com a OMS
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vra, é uma das maiores referências nesta abordagem, que visa a melhoria da qualidade de vida de pessoas com doenças graves. Em seu livro, Ana Claudia afirma que a conversa sobre a morte está ganhando espaço na vida e que o envelhecer é um excelente motivo para buscar um novo olhar para a vida. No entanto, a travessia até a morte, propriamente dita, é marcado pelo envelhecimento, que é o desgaste gradual, a nível macro e microscópicos, do corpo humano e o declínio de nossas funções orgânicas. Este processo, inevitável a qualquer ser vivo multicelular, apresenta fatores fisiológicos, sociais, culturais e, é claro, econômicos. Por isso, é imprescindível que a busca pelo equilíbrio e qualidade de vida, responsável por evitar sofrimentos desnecessários, não seja protagonista apenas no fim da vida, junto aos cuidados paliativos, mas, também, durante todo o desenvolvimento gradativo do envelhecer.
Ao longo das últimas décadas, o papel do idoso na sociedade mudou. Atualmente, são poucas as representações culturais e sociais que apresentam um integrante dessa faixa etária debilitado. Os idosos são, na maioria das vezes, retratados em pleno vigor, demonstrando, assim, as alterações nos índices de expectativa de vida e, principalmente, nos hábitos e costumes cotidianos. O idoso deste século, para a área da saúde, vem associado a proatividade. O geriatra Guilherme Genta dos Santos, graduado em medicina pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), atua na cidade de Marília e afirma que, do ponto de vista biológico, não há diferenças entre o processo de envelhecimento de diferentes etnias, mas, do ponto de vista social e cultural, há, ainda hoje, divergências, quando comparados sociedades distintas. “Sociedades que prezam mais pelos seus velhos tendem a proporcionar uma experiência muito mais agradável aos que se encontram nessa fase da vida, como é o caso da sociedade japonesa. Nesse caso, embora biologicamente sejam semelhantes a qualquer outro, eles possuem uma integração, respeito e qualidade de vida melhores”, conta o médico. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), nos países em desenvolvimento são consideradas idosas as pessoas de 60 anos EDIÇÃO
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Foto: Monkey Business Images/Shutterstock
ENVELHECIMENTO
Brasil está entre os 40 piores países para morrer no mundo
Em um ranking de 80 países, o Brasil ficou na 42º colocação – atrás de nações como Uganda e Equador. No continente americano, o país está em 10º.
No quesito Cuidados Paliativos, o Brasil ficou em 64º com apenas 0,3 pontos. Para comparação, a Áustria – país com melhor performance nessa categoria – ganhou nota 63,9.
No mundo, apenas 34 dos 80 países analisados oferecem condições adequadas para pessoas no fim da vida, segundo o relatório. Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia dominam o topo da lista.
Fonte: Death Quality Index 2015, Economist Intelligence Unit
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“É fundamental envelhecermos com independência econômica e física o que significa envelheceremos com saúde, independência, autonomia e respeito”, afirma Guilherme Genta, geriatra
Foto: Jacob Lund/Shutterstock
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em diante; em países desenvolvidos, pessoas com 65 anos ou mais. Ainda de acordo com Genta, apesar de ser notória a inversão da pirâmide etária, principalmente em países em desenvolvimento, “temos que entender o indivíduo velho como alguém que precisa de adaptação, de tratamento da sociedade para continuar fazendo parte dela, caso contrário o que acontece é o que presenciamos: o isolamento do idoso que depende de ações altruístas para sua integração. Essa posição muito periférica na sociedade reflete no estado psicológico destes indivíduos, evidentemente, com uma alta prevalência de doença depressiva e abandono pelos familiares”. OS DESAFIOS DE ENVELHECER NA SOCIEDADE MODERNA
O principal desafio, hoje, é integrar o idoso à sociedade. Oferecer o espaço social devido, com a finalidade de que integrantes dessa faixa etária possam ter valor no 34
mercado de trabalho, por exemplo. O idoso, diante do atual contexto político, histórico e econômico que vivemos, deve ser protagonista de sua vida e ser visto, pela sociedade, como agente modificador e transformador, papel destinado quase exclusivamente às gerações mais novas. Para o cirurgião plástico Ricardo Estefani, graduado pela Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) e com Mestrado em Biologia e Envelhecimento pela mesma instituição, a sociedade moderna é, ainda, a responsável por propagar discursos e promessas antienvelhecimento, que, do ponto de vista biológico, são impossíveis de existir. “Cremes anti-aging, terapias hormonais desenfreadas e sem critério, propagandas de idosos em esportes radicais, são exemplos que denotam uma sociedade que ainda não assimilou as necessidades e limitações que o idoso impõe a ela. Existem procedimentos estéticos efetivos para melhorar a estética e saúde das pessoas, porém nunca para o retorno de anos anteriores, como um elixir da juventude”, compartilha Estefani, que fala, ainda, sobre a falsa imagem que a área da cirurgia plástica transmitiu ao longo das décadas; a de que um rejuvenescimento real é possível. O médico lembra que qualquer discurso milagroso ou exagerado, seja ele proveniente da Medicina ou da indústria farmacêutica, é contra EDIÇÃO
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Foto: Monkey Business Images/Shutterstock
ENVELHECIMENTO
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a fisiologia e, por isso, segue por vias profissionalmente inadequadas. Diante da fobia, quando o assunto é a proximidade da morte, uma grande parcela da população ainda trata a temática do envelhecer como tabu. Esse é um dos principais motivos pelos quais a busca por intervenções cada vez mais invasivas para prolongar a vida cresce com o passar dos anos. Para Ricardo Estefani, deve-se, acima de tudo, conscientizar essa sociedade moderna sobre a finitude humana, evitando, dessa maneira, que se adote práticas nocivas à qualidade de vida de cada indivíduo. “A morte deve ser trabalhada desde nossa formação na pré-escola. De início, de forma lúdica, depois trabalhada de forma a integrar todas as disciplinas humanas de nosso currículo fundamental e médio. É fato que poucas pessoas entendem o processo do envelhecimento e, consequentemente da morte, como algo inexorável a vida. Nesse ponto, ensinos teológicos, filosóficos e biológicos devem ser trabalhados desde
Transformações nos diagnósticos da população idosa Aumento dos casos de câncer, doenças pulmonares degenerativas, demências, depressão e doenças cardíacas. Causa: alta prevalência de hábitos nocivos como o cigarro, o sedentarismo e alimentação desregrada. A medicina avançou muito em qualidade no diagnostico precoce, o que também pode ser considerado um fator para o aumento no número de constatações.
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sempre”, conta o cirurgião plástico, quando questionado sobre as possíveis estratégias para promover a conscientização. ALZHEIMER, A DOENÇA DO SÉCULO
Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), estima-se que existam no mundo cerca de 35,6 milhões de pessoas com a Doença de Alzheimer. No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico. No entanto, quais são os motivos que favorecem esse aumento no número de diagnósticos? Guilherme Genta reconhece que as demências mais comuns, incluindo a doença de Alzheimer, aumenta com as décadas de vida. “O entendimento atual, entretanto, é que não se trata de uma consequência inexorável do envelhecimento, e, sim, a consequência de um envelhecimento malsucedido, em que o indivíduo doente teve interferência de fatores genéticos e, principalmente, e isso é muito importante, de fatores externos, como o sedentarismo, o tabagismo, a alimentação inadequada etc.”, complementa o geriatra.
COMO GARANTIR UMA TRAVESSIA AGRADÁVEL?
Guimarães Rosa, há muito, afirmou que o real não está na saída, nem na chegada; ele se dispõe para gente é no meio da travessia. A saída, ponto de partida, é nosso nascimento. A chegada, a morte. Sair e chegar são fatos inexoráveis da existência humana, não há escolha. No entanto, podemos escolher de qual maneira será feita e vivenciada nossa travessia, ou seja, o processo de amadurecimento e envelhecimento é consciente e depende de nossas escolhas. O envelhecimento bem-sucedido, que marca uma trajetória de belas paisagens, baseia-se em hábitos de vida simples e saudáveis, ou seja, exercícios físicos, alimentação balanceada, convívio social saudável, cultivar o hábito da leitura, nunca aposentar a cabeça, mesmo depois da aposentadoria do trabalho. “O objetivo da gerontologia não é fazer o individuo viver mais e cada vez mais, e, sim, viver de forma saudável, na sua plenitude de independência e autonomia com respeito a programação biológica de cada individuo”, finaliza o geriatra Guilherme Genta. EDIÇÃO
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Adeus,
melasma! Foto: Danny Pagany
Na Oligoflora o tratamento pode ser feito em qualquer época do ano.
ESTÉTICA
O surgimento de manchas escuras ou acastanhadas na pele é um problema para muitas mulheres adultas. Os temidos melasmas que, embora acometam também os homens, são mais corriqueiros entre as pacientes do sexo feminino, com idade entre os 20 e os 50 anos. Essas manchas estão relacionadas principalmente à exposição solar sem a devida proteção, além de predisposição genética e, em muitos casos, também a questões hormonais. Geralmente, o rosto é a parte mais comprometida e o local no qual as manchas costumam gerar os maiores incômodos aos pacientes, com destaque para áreas como bochechas, testa, nariz e buço. Na OligoFlora, a Dra. Ingrid Bigotto explica que o tratamento oferecido pela clínica consiste em promover a despigmentação das manchas já existentes e e evitar o surgimento de novas manchas, através de um método chamado despigmentação inteligente In & Out ou seja, dentro e fora do organismo. Para ela, o equilíbrio metabólico é peça chave e fundamental para o tratamento do melasma. Isto é feito através de fórmulas de uso oral, detox do organismo e uso de fototerapia. Para a melhora das temíveis manchas, existem diversas abordagens possíveis, geralmente ácidos fortes. Entretanto, na OligoFlora, o método é não invasivo, ou seja, não há a utilização de agulhas, não descama a pele, não agride a pele, não causa hipersensibilidade. Há mais de 15 anos, a OligoFlora é a única rede de franquias de estética do Brasil que não utiliza nenhum procedimento invasivo, visando a busca por resultado mais eficazes e duradouros.
OLIGOFLORA BAURU: Clínica de Estética Funcional e Laser, possui atendimento individualizado na forma de consultas e avaliações gratuitas, além de equipamentos modernos e sofisticados. Rua Afonso Pena 11-28, Bela Vista Fones: (14) 99885-1222 / 3232-1797 @oligoflora.bauru facebook.com/oligoflorabauru
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EXAMES
Ressonância Magnética
Magnetom Spectra 3T é o novo equipamento de ressonância magnética da Imagem Diagnósticos Médicos Imagem Diagnósticos é pioneira, trazendo para região de Bauru o primeiro equipamento de ressonância magnética com tecnologia 3T.
Técnico responsável: Dr. Kazinobu Nakamura - CRM 13.140
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IMAGEMDIAGNÓSTICOSMÉDICOS
O Magnetom Spectra 3T chegou para mostrar que a ressonância magnética pode ser muito mais agradável do que você imagina.
A
clínica Imagem Diagnósticos inova mais uma vez. Agora, no setor de ressonância magnética. Com a nova tecnologia obtida, nossos pacientes terão a oportunidade de desfrutar de uma experiência de qualidade incontestável. A nova ressonância 3T da Imagem Diagnósticos oferece, acima de tudo, conforto, qualidade diagnóstica, rapidez e segurança. O Magnetom Spectra 3T oferece acesso a imagens em ressonância magnética sem precedentes. O alto campo magnético traz homogeneidade na imagem, fundamental para exames onde a acurácia é imprescindível para o diagnóstico. Com a nova aquisição, o maior objetivo da clínica é gerar conforto aos seus pacientes. A rapidez e a usabilidade são forças-chave do Magnetom Spectra 3T, que garante exames de altos níveis diagnósticos em menos tempo. Quer mais? O aparelho apresenta, ainda, três tecnologias inovadoras que
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quebrarão muitos paradigmas da ressonância magnética, confira: Frezeeit: permite que absolutamente qualquer paciente realize exames de abdômen, pelve, pescoço, tórax etc, mantendo a qualidade de um paciente fisiologicamente apto e preparado para o mesmo. Como? A tecnologia permite imagens de corpo em modo de respiração totalmente livre, trazendo uma solução para pacientes sem capacidade nenhuma de apneia. Resolve: é uma nova abordagem revolucionária para a obtenção de imagens de difusão de alta resolução e alta qualidade, mesmo em regiões corporais fortemente afetadas por artefatos de susceptibilidade. É largamente livre de distorções e oferece imagens nítidas com maior resolução espacial. Caipirinha: é uma técnica de aquisição de dados que reduz significativamente a respiração sem afetar a resolução da imagem, a cobertura ou o contraste. O exame é realizado em menos tempo.
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ESPECIAL VITRINNI
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ALIMENTAÇÃO SAÚDE E MEIO AMBIENTE
Foto: Pixelbliss/Shutterstock
A febre dos alimentos
orgânicos
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CULTURA, COMIDA, SABOR!
O consumo de alimentos orgânicos, provenientes da agricultura familiar, que é uma atividade mantida pelos pequenos produtores rurais, cresce exponencialmente graças à preocupação com a saúde e com o meio ambiente por Tamiris Volcean
A preocupação da sociedade com a qualidade dos alimentos que consome expandiu a produção e consumo de orgânicos.
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magine só ter cenouras, tomates, mandiocas, abobrinhas, folhas orgânicas e muitas outras opções todas as semanas, disponíveis para o preparo de suas refeições? Alimentos recém tirados da terra, fresquinhos, sem agrotóxico. Isso, há algum tempo, parecia utopia, já que os aglomerados urbanos se tornam cada vez mais sufocantes, impedindo, assim, qualquer forma de cultivo e aproximação com a terra e com a natureza. No entanto, graças à produtividade dos pequenos produtores rurais, que praticam a chamada agricultura familiar e tem sua fonte de renda totalmente dependente desta prática, é cada vez mais possível incluir ingredientes saudáveis e cultivados com muito carinho e cuidado no cardápio semanal de toda a família. Hoje, a venda direta dos alimentos colhidos pelas famílias que se dedicam ao plantio não convencional tem sido incentivada tanto pela crescente demanda, quanto por empreendedores, que enxergam uma oportunidade de converter o desejo e a necessidade de uma vida mais saudável em capital rentável para pequenas e médias empresas. Por isso, é muito comum que pequenos produtores montem cestas de seus produtos e as enviem àqueles que aderem à iniciativa, proporcionando, dessa maneira, o cenário ideal para que aconteça uma mudança significativa nos hábitos e práticas alimentares da sociedade moderna. Seja nas mais populares redes, como Facebook e Instagram, ou até mesmo por auxílio de aplicativos para celular – caso do Mapa das Feiras Orgânicas – estes alimentos estão cada vez mais ao alcance do consumidor.
COMUNIDADE QUE SUSTENTA A AGRICULTURA (CSA) A CSA é um modelo de trabalho conjunto entre os produtores e os consumidores. Quer dizer: um grupo fixo de interessados se compromete a cobrir por um ano, geralmente, o orçamento anual da produção agrícola. Em contrapartida, re-
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ESPECIAL VITRINNI
Gourmet
ALIMENTAÇÃO
O MERCADO ORGÂNICO NO
BRASIL
BRASIL No Brasil, o mercado de alimentos naturais movimentou cerca de US$24,3 bilhões (Fonte: Euromonitor)
FATURAMENTO As vendas globais de bebidas e alimentos orgânicos obtiveram um faturamento de 6,8%%, apresentando assim, um aumento nas vendas de US$ 36 bilhões, no ano de 2017
Foto: StudioPhotoDFlorez/Shutterstock
(Fonte: Euromonitor)
CONSUMO Segundo a COMEX do Brasil (Comércio Exterior, Agronegócio, Política Externa e Turismo), estima-se uma taxa média de crescimento do consumo de alimentos orgânicos de 4,4% ao ano até 2021.
AO CONSUMIR ALIMENTOS ORGÂNICOS, VOCÊ CONTRIBUI COM: A sua saúde e a da sua família, pois evita o risco de contaminação por possíveis resíduos agrotóxicos presentes nos alimentos frescos. A preservação do meio ambiente, uma vez que o solo e a água não são contaminados.
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Além disso, a produção agroecológica baseia-se no uso responsável dos recursos naturais, contribuindo para o desenvolvimento sustentável, assim como para a conservação da cultura local e para a valorização da biodiversidade.
A redução dos riscos à saúde dos trabalhadores rurais, que na produção convencional ficam expostos a diversas substâncias tóxicas. A valorização do pequeno agricultor, que tem mais autonomia sobre a produção.
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Foto: Mythja/Shutterstock
Foto: divulgação Apfel Restaurante Vegetariano
CULTURA, COMIDA, SABOR!
1. VEGETARIANO APFEL: o restaurante Apfel segue a linha ovolactovegetariana e também atende a um grande público vegano. Além disso, uma das mudanças recentes da casa é que agora, além de vegetariano, agora o buffet é 100% orgânico. Ele traz combinações diferentes de ingredientes e molhos, além de saladas frescas, raízes, cereais, tortas, massas, assados, refogados e gratinados.
cebem os alimentos produzidos pelo sítio ou fazenda, sem custos adicionais. Essa iniciativa, desenvolvida há 40 anos no Japão, espalhou-se para outros países do mundo, estendendo-se mesmo a alguns países em desenvolvimento. No Brasil, o CSA teve início no município de Botucatu, há três anos, com o produtor orgânico Marcelo Verissimo da Costa e o artista Hermann Pohlmann, o qual já desenvolvia a Escultura Social junto a projetos de CSA na Alemanha. Em Bauru, o CSA atua junto à Viver Escola Waldorf, que disponibiliza produtos como leguminosas e hortaliças, laticínios, pães artesanais, ovos, frango, mel e esporadicamente algumas frutas. POR QUE CONSUMIR ORGÂNICOS? Segundo a FAO, Organização para Agricultura e Alimentação das Nações Unidas, cerca de 70% dos alimentos consumidos no mundo são produzidos pelos pequenos produtores. Estes, livres de agrotóxicos, fertilizantes e produtos químicos, são mais nutritivos e saborosos. Existe o mito de que os alimentos orgânicos são caros demais, mas na verdade o que acontece é que eles parecem mais caros porque os supermercados onde
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costuma-se comprar cobram até quatro vezes mais do que as feiras. Nas feiras orgânicas, muitas vezes, os consumidores compram direto dos produtores, o que significa preços mais baixos e a experiência de troca entre o consumidor e o produtor. ALIMENTOS ORGÂNICOS NA GASTRONOMIA Ainda que os alimentos orgânicos representem uma alternativa sustentável e que respeita a vida em sociedade, há muito preconceito sobre seu uso dentro das cozinhas da alta gastronomia. De acordo com uma pesquisa realizada pelo portal Infood, chefs de cozinha e donos de restaurante apontam a disponibilidade dos produtos como o principal obstáculo, já que muitos alimentos orgânicos não estão disponíveis a qualquer momento do ano, dificultando a manutenção dos cardápios. Entretanto, o interesse crescente do consumidor pelo tema faz com que qualquer dono de restaurante, no mínimo, esteja atento ao assunto. A Vitrinni separou três dicas para quem quer frequentar restaurantes exclusivamente orgânicos na grande São Paulo:
Endereço: Rua Bela Cintra, 1343 Jardins, São Paulo
2. FREE SOUL FOOD: todos os pratos vendidos no restaurante Free Soul Food, localizado na zona norte de São Paulo, são orgânicos. A proprietária, Maíra da Costa Pedro da Luz, compra os ingredientes de seus pratos dos pequenos produtores das cidades de Botucatu, Socorro e Mairiporã. Endereço: Rua Gaspar Soares, 325 Jardim Sao Paulo, São Paulo
3. CASA S: é a primeira loja da marca S simplesmente, voltada à alimentação orgânica, vegetariana, sustentável e saborosa. Funciona assim: dê uma olhada nas geladeiras abastecidas com saladas, doces, chocolates, chás, sucos, sopas e pães e escolha seu preferido. Pegue o pote de vidro e os talheres de bambu e coma por ali ou pague e leve para casa. O menu muda toda semana, de acordo com a sazonalidade dos ingredientes, e pode incluir salada de lentilhas, maçã, uva passa, pepino e manjericão, salada de quinoa, folha de beterraba, alho poró e sublimes de coco ou pistache. Endereço: Rua Mourato Coelho, 1008 Vila Madalena, São Paulo
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Foto: Monkey Business Imagesb/Shutterstock
POLÍTICA
Mulheres na
política por Tamiris Volcean
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luta das mulheres brasileiras pelo espaço na política é antiga. Em 1880, a dentista Isabel de Mattos Dillon evocava a Lei Saraiva, requerendo seu direito ao voto. A Lei Saraiva, no entanto, de nada adiantou. Foi preciso, ainda, muita luta para conseguir, em 1932, o voto como direito nacional. Na prática, não foi como a maioria das mulheres que lutavam pelo sufrágio universal desejavam. O código eleitoral de 1932 definia que as mulheres votariam se assim o quisesse seus pais, no caso das mulheres solteiras, ou seus maridos, no caso das casadas. A constituição de 1946 definiu que o voto era obrigatório, exceto para as mulheres “que não exerciam atividades remuneradas”, ou seja, a maioria das mulheres casadas continuavam submissa à vontade de seus maridos. Foi apenas no código eleitoral de 1965 que os direitos e obrigações eleitorais foram igualados entre homens e mulheres. Após 83 anos do registro da primeira eleitora, as mulheres tornaram-se a maioria dos votantes nas eleições gerais de 2010, quando 51,82% dos 135 milhões de eleitores eram do sexo feminino. Mas, não é só o direito de votar que marca os avanços da participação feminina no cenário político de um país. Entre os especialistas,
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Foto: Annie Kenney and Christabel Pankhurst
Foto: 03 de novembrode 1933, dia da Instituição do voto da mulher no Brasil
POLÍTICA
1880
Início da luta feminina pelo direito ao voto
o nível de participação de mulheres na política é um indicador confiável do grau de amadurecimento das democracias: quanto mais postos o sexo feminino conquista na cúpula do governo, mais igualitário tende a ser aquele país – ou, pelo menos, mais preocupados os governos estão em reduzir as diferenças entre homens e mulheres. O direito à candidatura, no Brasil, é anterior à conquista pelo voto obrigatório. A Lei Eleitoral do Estado do Rio Grande do Norte de 1927 determinou em seu artigo 17: “No Rio Grande do Norte, poderão votar e ser votados, sem distinção de sexos, todos os cidadãos que reu-
CONQUISTA RECENTE Faz pouco mais de 50 anos que a mulher conquistou o direito de votar no Brasil, sem depender da autorização de uma figura masculina.
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1932
Código eleitoral garante o voto como direito nacional, mas as mulheres dependiam de autorização masculina.
nirem as condições exigidas por esta lei”. Com essa norma, mulheres das cidades de Natal, Mossoró, Açari e Apodi alistaram-se como eleitoras em 1928. AS PIONEIRAS A primeira prefeita brasileira foi eleita em 1928 em Lages (RN). 1934 vê a primeira deputada federal mulher, Carlota de Queirós, e o Senado só veria suas primeiras parlamentares mulheres em 1990. Em 1994, Roseana Sarney é a primeira mulher escolhida pelo voto popular para chefiar um estado, o Maranhão. Em 2011, a primeira mulher presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, tomou posse. E, no Parlamento, foram eleitas as primeiras vice-presidentas da Câmara dos Deputado e do Senado. MACHISMO COLABORA PARA BAIXA PARTICIPAÇÃO FEMININA NA POLÍTICA O problema vem desde a infância, quando as meninas, diferentemente dos meninos, não são incentivadas pela família a assumir cargos de poder. A mulher, em uma sociedade patriarcal, é vista como um ser frágil, sem voz ativa, o que dificulta a ocupação do seu lugar de fala na política e em outros âmbitos sociais, como o mercado de trabalho. Neste mo-
mento, as mulheres ocupam 11,2% das cadeiras do Congresso Nacional, mesmo 86 anos depois de terem obtido o direito ao voto. Esta porcentagem é reflexo das dificuldades e obstáculos oriundos da problemática de gênero, que desfavorece a ascensão feminina, ainda que as mulheres apresentem competência, formação intelectual e aptidão para os cargos do legislativo, executivo e judiciário. Para reverter o quadro de baixa participação feminina no Congresso, algumas medidas foram adotadas na legislação eleitoral brasileira nos últimos anos. A Lei nº 9.504/1997, que rege as nossas eleições, estabeleceu que cada partido ou coligaçãoW deve reservar pelo menos 30% de suas vagas para as candidaturas de mulheres. No entanto, mesmo diante da política de cotas, alguns partidos ainda apresentam resistência, dificultando a participação feminina. Essa resistência, no entanto, não pode ser abreviada ao machismo. Não é uma questão meramente sexista. Existe também uma dinâmica muito forte de proteção de poder. A entrada de mulheres representa uma maior competição para os homens que já estão na política. De acordo com os(as) cientistas políticos(as), a saída para amenizar a desi-
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Foto: posse de Alzira Soriano em 1929
Foto: reprodução
MULHERESNAPOLÍTICA
1928
Foi eleita a primeira prefeita brasileira, em Lages (RN)
gualdade de gênero é apoiar as candidaturas verdadeiramente. Apoio significa repasse de recursos, repasse de tempo no horário eleitoral, mas também dar visibilidade para essas candidaturas de outras formas, com números de fácil memorização, apoio para a produção de conteúdo, colocar as mulheres em eventos junto às lideranças partidárias. É abrir o espaço político para que as mulheres o ocupem. PARA SE INSPIRAR! Exemplos de figuras femininas que se destacaram no cenário político, dentro e fora do Brasil, sugerindo mudanças e causando transformações significativas
PEQUENA ANEDOTA ARQUITETÔNICA O Senado Federal do Brasil iniciou seu funcionamento em 1826, mas o primeiro banheiro feminino do Plenário foi inaugurado em 2016.
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As mulheres, há muito, lutam pelas conquistas do presente.
1965
Direitos e obrigação foram igualados entre homens e mulheres
DILMA ROUSSEFF Primeira presidente mulher do Brasil, Dilma Rousseff iniciou sua militância política aos 16 anos e ingressou na luta armada contra a ditadura militar. Foi presa em 1970 por quase três anos e submetida à tortura. O principal feito da primeira presidente eleita foi o combate à fome no Brasil e a aprovação da Lei de Acesso à Informação, que obriga órgãos públicos a informarem sobre suas atividades a qualquer cidadão interessado e vale para todo o serviço público do país. A Lei de Acesso à Informação acaba com o sigilo eterno de documentos públicos e estabelece prazo máximo de 50 anos para que as informações classificadas pelo governo como ultrassecretas sejam mantidas em segredo. HILLARY CLINTON Na profissão de advogada, especializou-se em direito das mulheres e das
crianças, em especial casos de custódia. Fez estágios em escritórios famosos pela militância em favor das liberdades civis. Preferências que levou à vida política. Apesar de ser conhecida mundialmente como a esposa de Bill Clinton, Hillary não dedicou muito tempo nem às funções públicas do marido nem às de primeira-dama do Arkansas ao longo de oito anos. Tornou-se sócia da maior banca de direito do Estado, trabalhando com patentes e propriedade intelectual, e prosseguiu com o ativismo pro bono pelos direitos das crianças. CRISTINA KIRCHNER Frequentemente descrita como uma mulher de temperamento forte, que cultiva uma obsessão excessiva por sua imagem, Cristina Kirchner foi a primeira presidente argentina eleita nas urnas. Uma das características do seu modelo de governo é que ele privile-
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DADOS SOBRE A MULHER NA POLÍTICA
Apesar das políticas de inclusão, ainda há muita resistência quando o assunto é presença feminina no cenário político brasileiro.
O Brasil ocupa o 154º lugar entre 193 países do ranking elaborado pela InterParliamentary, à frente apenas de alguns países árabes, do Oriente Médio e de ilhas polinésias. No Brasil, há sete vereadores (homens) para uma vereadora (mulher).
Segundo dados compilados pela Inter-Parliamentary Union, no Brasil, pouco mais de 10% dos deputados federais são mulheres.
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Foto: reprodução
Foto: Sergey Nivens/Shutterstock
POLÍTICA
Nos últimos anos, nós votamos menos em mulheres, e um percentual ainda menor delas conseguiu se eleger; Nas últimas eleições municipais, 18.244 candidatas não ganharam um voto sequer. Isso representa 12,5% de todas as mulheres inscritas para disputar a eleição.
giou o desenvolvimento interno sobre o investimento estrangeiro. No terreno internacional, alinhou-se com a postura anti-neoliberal da América Latina e tratou de estabelecer um eixo sulamericano com o Brasil, a partir do Mercosul. ANGELA MERKEL Considerada a mulher mais poderosa do mundo, Angela Merkel é, atualmente, chanceler alemã. É conhecida mundialmente por sua defesa ferrenha das políticas de austeridade. Os alemães a chama de “mutti”, que, traduzindo para o português, significa “mamãe”, uma vez que a chanceler inspira uma grande segurança em meio às grandes turbulências políticas e também econômicas na Europa. Merkel sempre soube impor seu estilo atípico, que mescla um profundo conhecimento das relações de poder com um enorme pragmatismo – o que suscita críticas por sua suposta falta de convicções – e uma retórica muito sóbria.
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FA S H I O N
Há duas décadas, a Arezzo começou a construir o seu legado de histórias em Bauru Foto: Danny Pagani
A unidade do Bauru Shopping existe há 22 anos e, desde então, fideliza clientes, que se tornam, ao longo dos anos, integrantes de uma grande família
O
s irmãos empreendedores Anderson e Jefferson Birman, lá em 1972, não podiam imaginar que a ideia de produzir sapatos femininos de alta qualidade e design contemporâneo fosse extrapolar as lógicas de mercado, criando, ao redor da marca Arezzo, uma grande família que compartilha o gosto por compartilhar momentos, histórias e, é claro, o desejo de calçar bem para realizar as travessias da vida. Hoje, a rede de franquias Arezzo possui mais de 356 lojas distribuídas em 180 municípios e está presente em todos os estados brasileiros. No Bauru Shopping, a marca existe há 22 anos, quando as irmãs Erica Della Barba Amantini e Yara Della Barba compraram o local da antiga proprietária, e também irmã, Márcia Della Barba. Sandra Mattos é gerente da unidade e comenta que os resquícios das relações familiares, que marcaram desde a fundação da marca até o desenvolvimento da loja no Bauru Shopping, está também presente na relação entre os integrantes da equipe e, principalmente, no vínculo entre as vendedoras e clientes.
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Yara Della Barba e Erica Della Barba Amantini “Quando fazemos uma compra de produtos, escolhemos de acordo com o perfil de nossas clientes Sabemos exatamente para quem direcionar cada novidade que chega na loja. Tudo é pensado e planejado para agradá-las. Hoje, tornamo-nos um grupo de amigas”, conta Sanda Mattos, gerente da unidade.
“Nossa equipe é antiga e tradicional, o que nos permite conhecer o perfil de cada cliente. Quando você entra na loja pela primeira vez, anotados todas as suas preferências, gostos e número do calçado em uma agenda, possibilitando que o pós-venda aconteça de forma natural e personalizada. Estabelecemos, assim, uma relação de confiança, adaptando as premissas da marca mundialmente conhecida para o contexto bauruense”, conta a gerente da loja.
Para comprovar essa história de que as clientes da unidade do Bauru Shopping são, de fato, fieis e, consequentemente, fazem parte da grande família que se formou ao redor da marca, entrevistamos três bauruenses que frequentam a loja há décadas e não trocam a Arezzo por nenhuma outra opção nacional ou internacional. Confira os motivos que as levaram a assumir a fidelidade e conheça um pouco mais dessa grande família:
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Fotos: Danny Pagani
AREZZOBAURUSHOPPING
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Ana Meri Marigo Killer Empresária
Maria Isabel Perin Professora e Artista Plástica
Cleusa Evaristo Administradora e Contadora
“Eu sou muito fiel à marca, porque me calça muito bem. Sou cliente da loja desde 1996, quando me mudei para uma fazenda da região. Na época, eu saia da fazenda e vinha até a cidade, na loja do Bauru Shopping. Percorria toda essa distância porque, aqui, eu encontro tudo o que eu quero. Encontro desde o calçado que uso de manhã, até o sapato que vou usar em um evento noturno. A Arezzo, para mim, é minha companheira do dia a dia. Para uma caminhada, um tênis. Para passear, uma rasteirinha. Se eu for a um restaurante, é Arezzo. Se estiver muito frio, é uma bota Arezzo, sem sombras de dúvidas. É uma marca para todas as situações, sem exceções. A marca consegue atingir todos os estilos, desde o mais social até o mais despojado. Eu, particularmente, sou uma cliente clean, mas, o estilo depende do meu humor. E é isso que me fez fidelizar à loja. Aqui, consigo encontrar calçados que satisfaçam o desejo de todas as minhas facetas. Para mim, o tratamento da unidade Bauru Shopping é VIP. Cada vendedora tem suas clientes. E elas sabem o gosto de cada uma, é incrível! Ao chegar uma novidade, elas já me identificam e comunicam. Foi assim que adquiri um sapato que não dou, não vendo e não empresto. É meu xodó, uma joia que gosto de guardar comigo”
“Eu sou cliente da unidade Bauru Shopping desde 1996, ano em que retornei a Bauru. Encontrei a loja por acaso, em um passeio, e, a partir dai, tornei-me cliente fiel. Foi amor à primeira vista. Vesti um Arezzo e nunca mais quis calçar outra marca. Mas, o atendimento impecável foi o que me fez querer voltar até hoje. Elas sabem exatamente a cor e o modelo que me agrada. É impossível deixar de visitar a loja, a equipe e conferir as novidades. Meu estilo é mais esporte. Gosto dos tênis, sapatilhas e botas curtas. Resumindo, gosto de calçados confortáveis. E é exatamente por isso que só uso Arezzo de manhã até à noite. Em todas as ocasiões. A marca é democrática, versátil e atende muitos estilos. Certa vez, fui a Turquia e levei uma outra opção de calçado, que não era Arezzo. Na mala, foi também uma bota Arezzo. E, adivinhe? Ao final da viagem, eu notei que fiquei de bota o tempo todo. Não consegui usar outro calçado. Nada é mais confortável que Arezzo, que me deixa mais segura, mais confiante e, ao longo dos anos, modificou a minha autoestima”
“Eu sou frequentadora e consumidora assídua há mais de dez anos. A equipe me conquistou desde a primeira visita. O atendimento é diferente de todo o resto. Elas realmente se interessam pelo gosto de cada uma de nós. Quando chegam as novidades ou surge uma promoção, elas ligam, mandam fotos e nos fazem ter cada vez mais vontade de vir até a loja, seja para comprar ou para tomar um café. Gosto de tudo, já que o meu estilo é muito versátil e eclético. Então, não sei sair com um sapato só. Eu compro muitas cores de um mesmo modelo. Venho e logo encontro um calçado e uma bolsa. E compro confiante na durabilidade. Um Arezzo é para sempre. Falando nisso, eu tenho uma bolsa transversal da Arezzo que vai comigo para todas as viagens, já que viajo muito a trabalho e também a passeio. Essa eu não troco, porque ela guarda muitas memórias e compartilhou muitas situações inesquecíveis. Uma prova de que os produtos da marca duram tempo suficiente para nos acompanhar em diversas etapas da vida”.
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AREZZO BAURU SHOPPING www.arezzo.com.br | Rua Henrique Savi, 1555 Telefone: (14) 3224-3838 | @ArezzoBauruOficial
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MODA E ESTILO
GRANDES
MU LHE RES O
por Tamiris Volcean
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número do manequim é 50. A moça, apaixonada por moda, gosta de estar por dentro das tendências do mundo fashion, por isso, acumula pilhas de revistas e catálogos sobre o tema, apesar de nunca ter esbarrado o olhar em nenhuma modelo que se assemelhasse à sua imagem real. Se estivéssemos em um período que antecede o ano de 2012, a dona desse manequim e do gosto pela moda daria muitas voltas no Brás, ou em qualquer grande centro popular, para encontrar uma roupa adequada ao seu corpo. E, quando encontrasse a numeração ideal, provavelmente lhe ofereceriam modelos muito distantes daqueles expostos nos tradicionais edito-
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Foto: arquivo pessoal Paula Bastos
MODAPLUSSIZE
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Foto: arquivo pessoal Paula Bastos
MODA E ESTILO
“Ser invisível para mídia e para a sociedade foi o gatilho para que eu decidisse criar o blog”, conta Paula Bastos, do site Grande Mulheres
Foto: arquivo pessoal Paula Bastos
riais fashionistas do Brasil e do mundo, matando o seu desejo de adquirir e vestir peças dignas das passarelas. Em 2008, pouco se falava de moda plus size, mas, a bauruense Paula Bastos, que, à época, era estudante de jornalismo, já percebia que a mídia não conversava com mulheres que carregassem um número superior ao 44 nas etiquetas que vestiam. Diante da necessidade de compartilhar seu dilema sobre ser gorda e não se sentir representada nas revistas de moda, a então estudante decidiu, junto a duas amigas, criar o site Grandes Mulheres, que funcionaria como um portal de notícias jornalísticas, reunindo matérias direcionadas a mulheres fora dos padrões. O boom da moda plus size no Brasil aconteceu um tempo depois de o site Grandes Mulheres entrar no ar, mais especificamente no ano de 2014, quando o segmento passou a ser estudado e praticado pela indústria da moda. De
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acordo com levantamento do IEMI, empresa especializada em inteligência de mercado, já são ao menos 492 indústrias de confecção desenvolvendo coleções específicas para o setor plus size, o que representa um salto histórico de 7,9% entre os anos de 2013 e 2015. O apelo comercial pode ser considerado o grande causador do crescimento exponencial de interesse e investimento no setor, uma vez que a procura e demanda sempre foram altíssimas, diante da pouca oferta de peças de vestuário com numeração acima de 44. As marcas e grandes empresas da moda entenderam que a mulher gorda quer consumir, tem poder aquisitivo para o fazer e, acima de tudo, quer se sentir bonita, seguindo as tendências da moda. Entretanto, segundo Paula, apesar de as grandes marcas e lojas de departamento, como Renner e C&A, entrarem na onda plus size, as mesmas reuniram muitos fracassos em seus planos de ação. “As marcas tentam adaptar um modelo regular para um corpo gordo. Quando você não tem, em sua equipe, uma mulher gorda que entenda os dilemas das mulheres gordas, você acaba tendo problemas. Foi assim que algumas marcas até faliram, porque vestir uma gorda é muito diferente de vestir uma magra”, diz a jornalista Paula Bastos. A problemática, no entanto, vai muito além das vitrines. Na maioria dos discursos de ativistas e blogueiras do
MERCADO PLUS SIZE NO BRASIL
Sobrepeso 51% dos homens e
48% das mulheres têm sobrepeso (IBGE)
Moda Entre as lojas de varejo de moda
brasileiras, só 17,5%
vendem roupas plus size
Lojas Quando se
trata de lojas
especializadas para atender
esse público, o número é
ainda menor: apenas 3,5% (SEBRAE)
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Foto: arquivo pessoal Paula Bastos
MODAPLUSSIZE
Os investimentos
direcionados à moda plus size ganham
destaque com o passar dos anos, confira:
Roupas Plus Size Esse setor movimenta, só no Brasil, 5% do comércio total de
vestimentas, cerca de R$ 4,5 bilhões
anualmente (dados
da Associação Brasileira do Vestuário)
Brasil 71% dos brasileiros que
vestem GG ou numerações acima relatam que têm
dificuldade em encontrar roupas em lojas comuns (SEBRAE)
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mundo plus size, a representatividade no universo da moda é apontada como falha, uma vez que é quase ínfima a quantidade de modelos negras, orientais ou gordas nas passarelas. “São raríssimas as mulheres brasileiras que têm proximidade com modelos de passarela. Os estilistas, na verdade, não estão nem aí para moda plus size. Eles não querem vestir uma mulher gorda. Pouquíssimos têm noção de que todas as mulheres têm direito de se vestir com dignidade. É o que sinto, sendo gorda. A representatividade está longe de ser atingida”, desabafa a responsável pelo Grandes Mulheres. E não é só nos bastidores das passarelas que o preconceito brota silenciosamente. A gordofobia, como é chamada a aversão a pessoas gordas, também está presente nos olhares e, principalmente, nos discursos cotidianos, quando certos termos, que deveriam ser apenas substantivos da Língua Portuguesa, tornam-se ofensas e machucam seus interlocutores. As plus size vão às compras No mundo da moda, há um enorme caminho percorrido pelas peças produzidas na indústria têxtil, desde as passarelas até às lojas convencionais. E, por isso, é preciso analisar todos os níveis de representatividade e interação com as mulheres consumidoras de manequins acima do 44.
Paula Bastos conta que, ao fazer compras, nota problemas como a postura de certas vendedoras que agem como se, naquele espaço, nada fosse adequado para quem não se encaixa nos padrões impostos. Além disso, constata que os provadores, em sua maioria, são locais muito pequenos e apertados, ou seja, desconfortáveis para mulheres gordas. Deve-se também lembrar que, no Brasil, não há regulamentação de medidas, o que impede a padronização do tamanho de peças de roupa produzidas no país. Atualmente, cada fabricante define as medidas correspondentes a um determinado tamanho de roupa, deixando o consumidor confuso na hora da compra. “No meu armário, você pode encontrar roupas do 44 a 54, porque a variação de medidas é muito grande. Particularmente, noto que as marcas diminuem a centimetragem das numerações, diminuindo, consequentemente, a autoestima das mulheres”, compartilha conosco a blogueira. Hoje, de acordo com o Ministério da Saúde, 56% da população brasileira está acima do peso. Estima-se que, até 2020, esta porcentagem chegue a 65%. Diante desse cenário, a Associação Brasileira de Plus Size, responsável por estudar e analisar as tendências de mercado, afirma que, apesar de movimentar em torno de 7 bilhões de reais, o segmento ainda não conquistou nem 10% de seu real potencial. As principais causas para que persista, entre as grandes empresas, o
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Fotos: arquivo pessoal Paula Bastos
MODA E ESTILO
“Eu gostaria que não existissem rótulos e que, assim, não precisássemos ser chamadas de plus size, porque somos todas mulheres. E ponto. Ninguém gosta de ser rotulada”
Foto: arquivo pessoal Paula Bastos
tabu de investir no segmento são o preconceito e as reações do mercado. É possível afirmar que o(a) consumidor(a) plus size tem a pior experiência de compra possível, uma vez que as pessoas, em sua maioria, ainda não conseguem lidar com a realidade do corpo gordo. De acordo com analistas de mercado, a aceitação do público ainda é baixa, então, as grandes marcas ainda sentem receio de usar modelos realmente gordas em suas campanhas. Paula Bastos complementa, afirmando que “a mulher gorda tem muitos problemas de naturalidade com o corpo gordo. Tanto ela, quanto a sociedade de modo geral, não aceitam as imperfeições naturais, como as dobras, saliências, curvas acentuadas e a barriga. A roupa não pode ser vista como algo milagroso, que vai te transformar naquilo que, em essência, você não é. Muita gente espera que a
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gorda se vista como uma mulher magra e é exatamente esse o motivo pelo qual somos tão desmotivadas a consumir”. A patrulha do corpo alheio no universo plus size As redes sociais originaram vários comportamentos humanos, antes inexistentes ou pouco praticados, como a chamada patrulha do corpo alheio, que consiste em uma constante vigilância dos hábitos e costumes, assumindo um controle sobre a vida do outro. “As pessoas se acham no direito de julgar e comandar o corpo alheio. Quando você aposta em dietas ou procedimentos estéticos para melhorar sua autoestima, é rechaçada. Dizem que você não se ama, não se aceita. É um comportamento doentio. As pessoas estão insatisfeitas consigo mesmas e precisam sempre achar defeitos no outro para se sentir melhor”, conta Paula. Para fugir dessa atitude e não ditar regras, Paula Bastos aposta na ideia de que cada mulher deve se vestir da maneira que a faz sentir bem, independentemente das dicas contidas nos editoriais de moda. De acordo com a blogueira, o
universo feminino não deve ficar preso às regras, mas, sim, descobrir o que faz, individualmente, cada mulher feliz. O que vale, verdadeiramente, é o que a pessoa sente em frente ao espelho. “Tecnicamente, a roupa pode ser muito indicada, no entanto, caber é diferente de servir, por isso, é preciso investir em si mesma. A moda é comunicação. Ela passa uma imagem para o mundo de quem você é. O seu estilo fornece uma breve leitura sobre você e, por isso, é você quem deve determina-lo”, finaliza Paula, que indica o Grandes Mulheres (www.grandesmulheres.com.br) para aquelas que buscam inspirações para combinações, marcas que trabalham com o universo plus size e, é claro, para todas as mulheres que desejam se sentir representada da forma como realmente são.
Paula Bastos é jornalista e, atualmente, responsável pelo site Grandes Mulheres www.grandesmulheres.com.br @parispaula com mais de 90 mil seguidores @blog.gm com mais de 700 mil seguidores
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N O I VA S
Bárbara Boutique no Barcelona Bridal Week 2018
Fabiana Neubern, proprietária da loja, viajou até Barcelona para conferir as tendências da maior feira de noivas do mundo
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arcelona, além de ser uma cidade mundialmente conhecida pela arquitetura de Antoni Gaudí, reunindo monumentos inesquecíveis, como a Sagrada Família, o Parque Guell, a Casa Batlló e a Casa Milà, a famosa La Pedrera, é também vista como um dos berços da moda noiva. Não por acaso, aconteceu, na cidade, durante o mês de abril, o Barcelona Bridal Week 2018, que é considerado o principal evento fashion de vestidos de noivas do mundo. Fabiana Neubern, proprietária da Bárbara Boutique, é apaixonada pelo mercado bridal e, por isso, percorre o mundo todo em busca de inspirações e de tendências para as noivas que, há mais de três décadas, confiam no trabalho da Bárbara Boutique. Durante o evento, em Barcelona, Fabiana, além de conferir as novidades desse universo
BARCELONA BRIDAL WEEK Em sua 27ª edição, o evento apresentou as coleções 2018 de estilistas de todo o globo, concentrando olhares de casais, lojas e empresários do mercado nupcial. 58
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Foto: Wilian Olivato / Casa Lume
Fotos: Wilian Olivato / Casa Lume
BÁRBARABOUTIQUE
Ensaio em Barcelona SALA DE NOIVAS: ONDE OS SONHOS ACONTECEM A Bárbara Boutique conta com um salão exclusivo para as noivas provarem seus vestidos. Com espaço para acompanhantes e decoração digna de contos de fadas, a sala de noivas foi pensada para tornar a experiência do vestido de noiva inesquecível.
de amor e sonhos, também aproveitou a ocasião para fechar novos negócios, firmando parcerias com dois novos fornecedores, uma fábrica ucraniana e outra russa, e adquirindo vestidos inéditos de marcas conceituadas para suas clientes do noroeste paulista. Em 2018, o tule, o mix de transparência e rendas, a aplicação em flores, as capas e o visual romântico marcaram presença nas passarelas espanholas. Para as mais ousadas, o efeito 3D e as plumas continuam em alta. O sucesso no atendimento, o qual garante a satisfação desta e de muitas outras noivas, formandas e debutantes que adentram a loja, é fruto da dedicação existente há mais de trinta anos. Atuando de forma especializada, personali-
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zada e com hora marcada, a equipe Bárbara Boutique estabelece uma relação de confiança com noiva, que, durante o processo de planejamento e organização do casamento, busca conforto, paciência e compreensão para amenizar a ansiedade que antecede o grande dia. Mas, não é só em territórios estrangeiros que Fabiana Neubern busca inspirações. Além de Barcelona e Miami, onde acontece o Allure Bridals, evento anual que reúne marcas do mundo todo, a empresária também explora eventos nacionais, como o Minas Trend. Em Bauru, a Bárbara Boutique faz questão de marcar presença nas feiras locais, como a Casar Bauru, apresentando as tendências e a variedade de modelos e estilos que é possível encontrar no portfólio da loja.
“A Fabiana publicou um ensaio feito em Barcelona. Logo que vi as fotos, enviei uma mensagem a ela e, sem dúvidas, fiz um upgrade, modificando o modelo do grande dia. Quando provei, fiquei apaixonada pelo vestido. Faltavam apenas 40 dias para o casamento, mas a loja reagiu com profissionalismo, realizando as modificações e deixando o vestido perfeito para mim”, conta Amelisa.
BÁRBARA BOUTIQUE Alameda Doutor Octávio Pinheiro Brizolla, 14-21, Bauru, SP Fone: (14) 3223-4649 WhatsApp: (14) 99785-7762 @barbaraboutiquebauru @barbaraboutiquebauru
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LOOKS
É FESTA!
por Andrea Simonetti, Digital Influencer e Consultora de Estilo
Para celebrar o amor, comemorar conquistas profissionais e iniciar um novo ciclo em grande estilo não há época do ano mais indicada. Em qualquer mês ou estação, é possivel encontrar o look ideal na Villa Novia. Escolhi três vestidos para provar que a loja tem opções para personalidades e gostos variados. Inspire-se!
LOOK 1
Marsala, a queridinha da temporada Produção de corte lânguido, tecido leve, com aplicação de rendas e bordados, este modelo é indicado para diversas ocasiões. No entanto, a cor marsala é muito indicada para madrinhas, seguindo a tendência de enfileirar tons semelhantes de vermelho e rosa no altar do grande dia. Para incrementar a produção, apostei no brinco dourado e na bolsa nude rose carregada de cristais.
LOOK 2
Produção inesquecível
Valorizando a produção local
Não importa a ocasião, seja casamento ou formatura, os bordados e a pedraria deste modelo serão inesquecíveis. Com gola raglan, o vestido é perfeito para quem quer ousar na produção. Para completar o look e fazê-lo ganhar um ar de modernidade, escolhi um brinco Miguel Alcade Bridal Atelier, marca da qual a Villa Novia é revendedora exclusiva na região, e uma bolsa esfera metálica.
Confeccionado pelo ateliê Villa Novia, o modelo exclusivo apresenta corte sereia com fenda marcante e é indicado, principalmente, para formandas e madrinhas de casamentos noturnos. Repleto de rendas e bordados, o vestido é feito em crepe de seda e atende aos desejos de mulheres que não têm medo de ser o centro das atenções.
Looks: Villa Novia | Make: Thais Ticianelli | Hair: Júlio Dinards | Foto: Danny Pagani 60
LOOK 3
Quer mais dicas? Acompanhe meu site e minhas redes sociais! www.andreasimonetti.com.br @andrea_simonetti @blogdaandreasimonetti
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A bossa carioca da marca Richards em Bauru
FA S H I O N
Com exclusividade da marca em Bauru, a loja do Boulevard Shopping Nações preza, acima de tudo, o conforto e o diálogo com seus clientes
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Fotos: Danny Pagani
o entrar em uma loja Richards, deve-se, antes de mais nada, sentir o toque do linho belga, acetinado e leve, que é o carro-chefe da marca. Em Bauru, o espaço, localizado no Boulevard Shopping Nações, apresenta exclusividade da marca, concentrando ali, em seu interior, peças conhecidas em todo o território nacional por sua qualidade e, principalmente, pelo bom corte. Beatriz Razuk Contreira, proprietária da loja, garante que a confecção carioca preza pelo conforto e elegância simultaneamente. “A marca Richards busca trabalhar com peças acessíveis, compartilhando com o cliente histórias próximas do cotidiano, que o fazem enxergar onde ele poderia estar e o que poderia estar fazendo com determinada roupa”, compartilha conosco.
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No portfólio, encontramos apenas tecidos naturais, que são sempre mais frescos e agradáveis ao toque. As peças são feitas em linho, seda ou algodão, possibilitando, assim, que cada uma delas carregue em si a graça e a despretensão do Rio de Janeiro. A experiência de compra começa logo na interação com o espaço físico, uma vez que toda a decoração amadeirada da loja foi pensada para que o cliente pudesse se sentir confortável desde o momento da escolha, até o uso da peça propriamente dito. Quem vai até a Richards sempre encontrará um café, um bolo e um bom papo. É assim, estabelecendo laços de amizade, que os consumidores e as consumidoras tornam-se amigos e amigas da equipe de vendas. “Além do relacionamento bacana com a equipe, os clientes são extremamente fieis porque já conhecem o caimento das roupas. 14
“A durabilidade das peças, que ficam intactas, mesmo após diversas lavagens, é vista como um grande diferentes pelos clientes, já que possibilita a prática do consumo consciente e sustentável”, diz Beatriz Razuk Contreira, proprietária da loja
Sempre dizem que não existe outro igual. As peças Richards são fáceis de vestir, não tem erro!”, conta Beatriz. Mas, você não precisa ir até o Boulevard Shopping Nações para conferir as novidades da marca, que é democrática, uma vez que atende a todos os tipos de corpos. Conhecendo a rotina de seus clientes, a loja envia sacolas para Bauru e região, proporcionando maior conforto na hora da escola, que é feita em casa. 61
Foto: Malavolta Jr.
E N T R E V I S TA
Escritor e professor de Literatura, o bauruense formou-se em Filosofia pela PUC e em Letras pela USC e, hoje, é conhecido por suas poesias e livros infanto-juvenis. Em entrevista exclusiva à Revista Vitrinni, Luiz Vitor Martinello compartilha sua história, trajetória e, principalmente, suas inspirações, que o fizeram seguir pelo caminho das palavras, incentivando crianças, adolescentes e adultos a lerem seus escritos por Tamiris Volcean
Você já publicou livros infanto-juvenis, como “O Sapato que sabia andar” e “O Penuginha”. Conhecendo este público, como você encara o cenário literário infanto-juvenil no país e, mais especificamente, na cidade de Bauru? Existe um mundo subterrâneo nas escolas bastante atuante em relação à literatura infanto-juvenil. Digo subterrâneo, porque a mídia não se dá conta de que isso ocorre. Estou sempre indo às escolas para dar palestras, ou para um bate-papo com os alunos sobre meus livros, quando adotados. Também meus amigos escritores fazem o mesmo com seus livros. E isso ocorre constantemente. Mas isso não é notícia. Há trabalhos maravilhosos nas escolas. Há professoras e professores que se dedicam apaixonadamente à literatura e
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transmitem essa atmosfera aos seus alunos. É gratificante o carinho com que os alunos nos recebem, a nós escritores. Em 2016, seu texto “O Menino e sua bacia” foi transportado na íntegra para a peça da Cia. Mariza Basso Formas Animadas, sendo representado nos palcos do teatro. Como você encara estas transposições das obras literárias? Acredita que as diversas representações facilitem o acesso, incentivando, assim, direta ou indiretamente, a leitura? Bem, literatura é especificamente arte da palavra. Quando uma obra literária é transposta para o teatro, ou cinema, muda-se o suporte, são outros os ingre-
dientes artísticos a serem observados, mas não muda sua magia, pois que tudo é arte. E é claro, é um incentivo enorme à leitura! Duas obras literárias minhas foram transpostas para o teatro pela Companhia Mariza Basso Formas Animadas. O Sapato que sabia andar foi uma adaptação livre, criativa, bem-humorada e instigante do livro. Já O Menino e sua bacia, citado acima, teve seu texto levado integralmente para o palco, aproximando espectador e leitor. Você vê sua obra ali sendo representada, ela é sua obra e ao mesmo tempo ela é outra. É um outro olhar, sua obra se ilumina com outras cores, outras luzes e vozes.
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LUÍZVITORMARTINELLO
Atualmente, diante do contexto tecnológico, como é escrever para crianças? Quais são as estratégias para dialogar com os pequenos e pequenas, uma vez que eles estão cada vez mais conectados no smartphone e tablets? Também neste caso, o que muda é o suporte. O que a criança busca no smartphone e tablets é o que seu imaginário e fantasia desejam: historinhas de fadas, aventuras de super-heróis etc. Essa fantasia e esse imaginário sempre estiveram e ainda estão nos livros infantis. O que não se pode é excluir um ou outro meio. Já que é natural que a criança hoje engatinhe com um celular, há que se cultivar nela a presença de livros, para que ela se habitue também a eles e seja incentivada para a leitura dos mesmos. Agora, falando de seus poemas e de títulos voltados aos mais grandinhos, conte quais são suas inspirações para escrever poemas. Sobre o que, na maioria das vezes, eles tratam? São temas cotidianos ou você prefere trabalhar pautas específicas? Comecei a me interessar por poesia no seminário. Nessa época conheci e me deslumbrei com três poetas: Bandeira, Drummond e Quintana. De quebra, Cassiano Ricardo. Através deles descobri (ainda naqueles tempos de seminário) que para fazer poesia não era mais obrigatória a rima, a palavra dourada, não era necessário o verso decassílabo. A descoberta dos modernistas abriu-me os olhos para outro tipo de poesia, em que os elementos básicos são a ironia, o humor, o coloquial, a fragmentação. E muito cotidiano. Na verdade, sou um poeta de aldeia. Tive um poema, o Final, Feliz Natal! de Os Anjos mascam chiclete que, inserido num livro didático de Língua Portuguesa, foi considerado por muitos como blasfemo, ocasionando, por conta disto, enorme polêmica nacional com a queima deste livro na cidade de São Carlos. O fato, que ficou conhecido como “a fogueira da purificação”, mereceu inúmeros registros. Na realidade, era só uma metáfora da exploração do trabalhador pelo mundo do consumo, através da personagem Menino Jesus. Mas tudo passou e como disse, sou apenas um poeta de aldeia e bissexto.
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“O Sapato que Sabia Andar” é uma metáfora da sociedade em uma relação de conflitos e de realização.
Bissexto, pois que meus poemas não vêm quando eu quero, só vêm quando eles querem e quando vêm, não vêm prontos. Vislumbro-os, quase nus, e então o que faço é tentar vesti-los com palavras, uma tarefa árdua, incansável e quase nunca acabada. De todos os livros que escreveu, qual aquele que, hoje, transmite mais de sua essência enquanto professor, poeta e ser humano? Por quê? Acredito que seja O sapato que sabia andar. É uma pequena metáfora da sociedade, uma alegoria, uma fábula, ou melhor dizendo, um apólogo, em que sapatos são representativos dos seres humanos, numa relação de conflitos, de dominação, de busca, de realização. Há ali a Chinela Havaiana, representando o povo mais humilde, o oprimido (hoje a havaiana é símbolo de status, mas na época em que o livro foi escrito era símbolo da pobreza). Há o Tênis Topper, representante da juventude idealista, a Salto Alto, figura da madame da alta sociedade, o Sapato Professor, mas há principalmente o Sapato Filósofo, velho, feio, fora dos padrões dos heróis, fisicamente um anti-herói, mas que na verdade é o que faz a sociedade pensar, é o motivador de novos comportamentos, representa a consciência das amarras sociais, caminhando sempre em busca de uma sociedade mais justa, mais livre. Há projetos de novas publicações? Foi aprovado este ano pela Secretaria de Cultura de Bauru um projeto apresentado por um de meus ex-alunos, o Thiago Augusto Correia, formado em Letras pela
Unesp de Araraquara e que tem um site de entretenimento na internet, o Vortex Cultural, no qual apresenta podcasts, colunas e análises sobre cinema, literatura, séries, quadrinhos, games, etc. O Thiago sugeriu o projeto, acreditou nele e foi em frente. Trata-se da publicação do que será minha Antologia Poética, comemorando os meus 40 anos de poesia, desde a publicação de meu primeiro livro, Mãos nos bolsos (1978), e meus 70 anos de existência, bem contadinhos. Atualmente, qual o seu livro de cabeceira? E mais: qual leitura marcou a sua história? Há algum escritor ou escritora que serviu de gatilho para que você começasse a traçar um caminho literário? Ultimamente, ando lendo os meus amigos escritores bauruenses. Alguns já estão se tornando autores nacionais. Há que louvá-los, pois que santos de casa fazem milagres, sim! Paralelamente, continuo a rever os clássicos com os quais eu trabalhei em sala de aula, Alencar, Machado de Assis, Lima Barreto, Monteiro Lobato, Graciliano Ramos, Eça de Queirós, Guimarães Rosa, Saramago, Jorge Amado, e os poetas que tenho sempre à mão, os clássicos, Bandeira Quintana, Drummond, Camões, Fernando Pessoa. Alguns livros pautaram meu modo de pensar. Cito A peste, de Albert Camus, O existencialismo é um humanismo, de Jean Paul Sartre, A Revolução dos bichos, de George Orwell, Admirável mundo novo, de Aldous Huxley, talvez porque os tenha lido nos tempos em que iniciava minha formação. Hoje, e de há algum tempo, quem faz muito minha cabeça é o adorável Alberto Caeiro com seus poemas em O guardador de rebanhos, que gosto de resumir neste verso emblemático: “Há metafísica bastante em não pensar em nada”, e que, segundo meu ponto de vista, exclui qualquer pensamento ideológico, liberando-nos para sermos nós mesmos, em comunhão com a natureza.
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EVENTOS SOCIAS
Vitrinni Social por Danny Pagani
ANIVERSÁRIO DE 45 ANOS DA ELLUS COM SHOW DA BANDA EVA LOCAL: SAMPA BAURU
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FEIJOADA DO MÍDA DA TV RECORD | LOCAL: NOVO THERMAS DE PIRATININGA
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1. Daniel Rapini e Vera Tobia 2. Bia Lopes 3. Luiz Gonzaga Dario Filho, Beatriz Razuk Contreira, Fernanda Camargo e Rafael Padilha 4. Katia Mangialardo, Felipe Pezzoni (Vocalista Banda EVA) E Marina Helena Mangialardo
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5.Isabella Palhacci e Marcia Palhacci 6. Laura e Rogerio (Docepan), Dayana Machado e Ulysses Machado 7. Daniele Germano e Deny Comine 8. Fernanda Nunes Pacquola e Ghessika Pedroti 9. Katia Castilho e Ellen Espanholo
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COQUETEL DE INAUGURAÇÃO DA PORTOBELLO SHOP
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LANÇAMENTO DA COLEÇÃO #JUNTASFAZENDOOVERÃO DA AREZZO BAURU SHOPPING
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10. Claudine Gottardo e Augusto Nebo 11. Flávio Rodrigues de Sá 12. José Valério Neto e Marcia Valério 13. Andrea Simonetti e Priscila Cucci 14. Camila Contieri e Vagner Silveira
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15. Erica Della Barba Amantini entre Fernanda Franciscato Mortari e sua enteada 16. Equipe Arezzo 17. Erica Della Barba Amantini, Lourdinha, Martha, Yara Della Barba e Kiki 18. Mayara Burgo, Erica Della Barba Amantini , Fernanda Manzano e Yara Della Barba
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EVENTOS SOCIAS
Vitrinni Social por Danny Pagani
LANÇAMENTO DO LIVRO “RESENHAS”, POR CAIO COUBE
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19. Eduardo J. Avallone e Fernanda Franciscato Mortari | 20. Patricia e Caio Coube | 21. Priscila Simão, Milton e Fabíola Simão
MARCOS PONTES NO ARRAIÁ AÉREO 2018 | LOCAL: AEROCLUBE DE BAURU
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22. Prefeito Clodoaldo Gazzeta e Marcos Pontes | 23. Autoridades da Cidade de Bauru e Marcos Pontes junto com a Banda da Policia Mitilar | 24. Giuliano Tamura e Marcos Pontes
DIA DOS NAMORADOS NA RICHARDS (BOULEVARD SHOPPING BAURU)
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25. Fernanda Camargo e Rafael Padilha | 26. Katia Mangialardo, Bia Razuk Contreira, Marina Helena Mangialardo e Luiz Gonzaga Dario Filho | 27. Equipe Richards Boulevard Shopping Bauru Danny Pagani - Fotógrafa (14) 99108-3672 / fb.com/dannypaganifotografia / danny.pagani@gmail.com
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CARREIRA
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Carga horária: A jornada de trabalho do estudante varia de acordo com a modalidade de ensino. São quatro horas diárias, não excedendo a 20 horas semanais, no caso de estudantes da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional de educação de jovens e adultos. Para o ensino médio regular, educação profissional de nível médio e ensino superior, pode-se trabalhar seis horas por dia, sem ultrapassar a 30 horas semanais. Fiscalização: Salienta-se que as jornadas de trabalho precisam ser levadas a sério pelos estagiários, instituições de ensino e instituições públicas e privadas. O estudante não pode exceder às jornadas previstas em Lei. Caso as regras não sejam cumpridas, o estudante pode requerer seus direitos trabalhistas na Justiça, o que implicaria a descaracterização do contrato de estágio. Com isso, a empresa ou a instituição pública podem ser oneradas com o pagamento de todos os custos do trabalhador, tais como FGTS e INSS. Segundo a legislação, a instituição privada ou pública que reincidir nas irre-
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Foto: ESB Professional/Shutterstock
período de recesso pode ser um bom momento para pleitear uma vaga de estágio. Com viagens e términos de bolsas, a procura e a oferta tendem a aumentar nessa época. Por isso, o Ministério do Trabalho faz um alerta aos estudantes: apesar de não configurar vínculo empregatício, os estágios compreendem uma série de direitos, garantidos pela Lei nº 11.788, de 2008, conhecida como Lei do Estágio. Para se candidatar às oportunidades de estágio é preciso ser estudante do ensino médio, do ensino superior, da educação especial ou profissional ou dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.
gularidades também pode ficar impedida de receber estagiários por dois anos.
na Lei 11.788, de 25 de setembro de 2008, que foi mencionada no início deste artigo.
Tempo de estágio: A duração, na mesma empresa ou órgão público, não pode exceder a dois anos, exceto para portadores de deficiência.
Faltas: As ausências do estagiário podem ser descontadas no pagamento da bolsa.
Férias: A partir de um ano de estágio, o estudante terá 30 dias de recesso. Vínculo: O contrato de estágio, em regra, não configura vínculo empregatício. Cobrança: É vedada a cobrança de qualquer quantia dos agentes de integração para os estagiários. Descanso: Estagiários e chefes devem acordar os horários de lanches, almoço e jantar, sempre respeitando os limites de saúde e da produtividade. Remuneração: Estagiários podem ser remunerados ou não. O detalhamento está
Previdência: Estagiário não é segurado, mas pode contribuir como segurado facultativo da previdência social. Saúde e alimentação: Vale-alimentação e seguro saúde não são obrigatórios.
Paulo Martinello Empresário Contábil, Delegado Regional do CRCSP em Bauru, Presidente do Sindicato dos Contabilistas de Bauru – Gestão 1993/1996, Presidente da ACIB – Bauru - Gestão 2013/2015 e Diretor da Martinello Contadores.
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QUADRINHOS
Artista americana participa da quinta edição da CCXP – Comic Con Experience, que acontece de 6 a 9 de dezembro em São Paulo
Foto: divulgação
Jill Thompson, uma das quadrinistas mais famosas da atualidade, confirma presença na CCXP18
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CCXP – Comic Con Experience, considerada a maior comic con do planeta após reunir um público recorde de 227 mil pessoas em 2017, recebe, pela primeira vez, a quadrinista americana Jill Thompson na quinta edição do festival, que acontece de 06 a 09 de dezembro de 2018 no São Paulo Expo. A artista estará no evento todos os dias, participando de atividades no Artists’ Alley, área dedicada especialmente aos quadrinhos, e em painéis nos auditórios. A programaçãocompleta será divulgada em breve. Jill Thompson é uma das quadrinistas mais famosas do mundo, e conquistou uma visibilidade importante em um mercado predominantemente masculino com aclamados trabalhos em Wonder Woman (Mulher-Maravilha), Swamp Thing (Monstro do Pântano) e Black Orchid (Orquídea Negra). A artista trabalhou também na multipremiada série The Sandman, de Neil Gaiman, no arco Brief Lives (Vidas Breves).
Além disso, a própria quadrinista serviu de inspiração como modelo para a criação de novos personagens, como em seu primeiro livro infantil, Scary Godmother (Minha Madrinha Bruxa), uma série de histórias em quadrinhos que derivou as animações Scary Godmother:
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Halloween Spooktacular (Minha Madrinha Bruxa: Um Dia das Bruxas Diferente) e Scary Godmother: The Revenge of Jimmy (Minha Madrinha Bruxa: A Vingança de Jimmy). Além disso, P. Craig Russell usou sua imagem e semelhança na graphic novel The Magic Flute (A Flauta Mágica) e em outras obras, e Alex Ross usou a inspiração para a personagem Duela Dent em Kingdom Come (O Reino do Amanhã). Thompson foi premiada diversas vezes no Eisner Awards(o Oscar dos quadrinhos) com: Scary Godmother em 2001; Stray - The Dark Horse Book of Hauntings em 2004; Unfamiliar - The Dark Horse Book of the Dead com Evan Dorkin em 2005; e três vezes em 2017 com Wonder Woman: The True Amazon e Beasts of Burden: What the Cat Dragged In. A obra com Diana Prince (a Mulher-Maravilha) – ainda inédita no Brasil – foi lançada em 2016 com uma releitura da origem da personagem em comemoração aos seus 75 anos – e foi um sucesso de crítica. Apesar de seguir detalhes da trama original, tem uma narrativa sobre a amazona com outra perspectiva, mostrando uma garota que amadureceu diante às adversidades. Na ocasião do Eisner Awards, Jill Thompson dedicou o prêmio desta obra “a toda garota que ler Mulher-Maravilha pela primeira vez, inspirando-a a ser mais forte, fazendo coisas que pareçam difíceis ou que os outros digam que não podem ser feitas. Porque não há nada que uma garota não possa fazer, elas podem tudo”. A CCXP – Comic Con Experience (www.ccxp.com.br), que reuniu 227 mil pessoas em 2017 e reiterou o recorde de público em comic cons no mundo, terá sua quinta edição entre 6 e 9 de dezembro de 2018 no São Paulo Expo. A edição comemorativa do festival de cultura pop promete ser a maior da história. Os ingressos para quinta, sexta, sábado, domingo, pacote de quatro dias, Full Experience, Unlock e Epic Experience estão à venda pelo site com preços a partir de R$ 89,99. Para saber mais, acesse: www.ccxp.com.br www.facebook.com/CCXPoficial/ www.twitter.com/CCXPoficial www.instagram.com/ccxpoficial/
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Foto: divulgação
QUADRINHOS
Sobre a CCXP Comic Con Experience A CCXP - Comic Con Experience é um evento que já faz parte do calendário cultural do país. Se manteve em 2017 no posto de maior comic con do mundo após receber 227 mil pessoas em sua 4ª edição. Reúne fãs, artistas, profissionais e empresas de cinema, TV, games, quadrinhos, cosplay,
música, anime, RPG, ficção científica e colecionáveis para conhecerem as últimas novidades dessas áreas em uma grande celebração do universo geek e da cultura pop. A CCXP 2018, quinta edição do evento, acontece de 6 a 9 de dezembro no São Paulo Expo. O evento é organizado pelo Omelete Group, Chiaroscuro Studios e PiziiToys. Para saber mais,acesse: www.ccxp.com.br.
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VERÃO 2019
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