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Revista gratuita trimestral, junho 2013
SARA SAMPAIO ROSTO DO MUNDO
HOSTELS PONTOS DE PARTILHA
LUSÓFONA DO PORTO ENSINO DE QUALIDADE
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E D I T O R I A L
Uma pérola arte nova Num curto espaço da baixa da cidade do Porto situam-se dois ex-libris que atraem, anualmente, mais de um milhão de visitantes estrangeiros. A esguia e imponente Torre dos Clérigos – que este ano celebra o 250º aniversário – e a Livraria Lello, uma pérola da arquitetura arte nova, ambas património nacional. Entrando hoje na Lello, o visitante, nacional ou estrangeiro, sente-se envolvido por um ambiente muito acolhedor, com música portuguesa (especialmente o fado) a envolvê-lo e onde pontificam os livros em várias línguas – sobretudo em inglês, francês, espanhol e italiano – para responder à procura dos mais de dois mil visitantes estrangeiros que diariamente a visitam. Para eles, a Lello preparou também um pequeno café literário e um diversificado merchandising onde se destacam o azeite, o vinho do Porto e os sabonetes nacionais bem como a música portuguesa, essencialmente o fado, com Amália Rodrigues e Mariza em destaque. A livraria, em dois pisos ligados por uma escada ornamental e com um teto profusamente lavrado, tem um interior arte nova com bustos de distintos homens das letras, nomeadamente Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco, Antero de Quental, Tomás Ribeiro, Teófilo Braga e Guerra Junqueiro. Destaque para o amplo vitral e para a fachada em estilo neogótico, internacionalmente muito elogiados. Devido ao seu ímpar valor histórico e artístico a Lello foi mundialmente reconhecida como uma das mais belas do mundo. O escritor espanhol Enrique Vila-Matas descreveu-a como “a mais bonita livraria do mundo”, enquanto o diário britânico Guardian e a editora australiana “Lonely Planet” a denominaram como a “terceira livraria mais bela do mundo”. Foi em janeiro de 1906 que, por entre uma multidão que se acotovelava e perante o testemunho de vultos literários e políticos da época, como Guerra Junqueiro, Abel Botelho, João Grave, Bento Carqueja, Aurélio Paz dos Reis e Afonso Costa, a Lello & Irmão foi inaugurada. Seria restaurada em 1995, mantendo, no entanto, a traça original. A história da livraria tem as suas origens mais remotas na Livraria Internacional de Ernesto Chardron, fundada na rua dos Clérigos em 1869. José Alberto Magalhães
REVISTA VIVA, JUNHO 2013
S U M Á R I O
008 Sara Sampaio, PERFIL
014 Circuito da Boavista DESTAQUE
022 Hostels do Porto À DESCOBERTA
028 Convento da Avé Maria MÁQUINA DO TEMPO
032 Galiza DESTINOS
036 Palcos de emoção FC PORTO
040 Porto Canal TELEVISÃO
046 Veterinários UM DIA COM...
052 DOWNTOWN
084 Hospital Militar MEMÓRIAS
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Revista gratuita trimestral, junho 2013
ÍNDICE
FICHA TÉCNICA
003 EDITORIAL
Propriedade de: ADVICE - Comunicação e Imagem Unipessoal, Lda. Sede de redação: Rua do Almada, 152 - 2.º - 4050-031 Porto NIPC: 504245732 Tel: 22 339 47 50 - Fax: 22 339 47 54 adviceporto@mail.telepac.pt adviceredaccao@mail.telepac.pt www.viva-porto.pt
044 LUSÓFONA
Diretor Eduardo Pinto Editor José Alberto Magalhães Redação Marta Almeida Carvalho Mariana Albuquerque Fotografia Virgínia Ferreira Marketing e Publicidade Eduardo João Pinto Célia Teixeira Produção Gráfica Diogo Oliveira Impressão, Acabamentos e Embalagem Multiponto, S.A. R.D. João IV, 691-700 4000-299 Porto Distribuição Mediapost Tiragem Global 140.000 exemplares Registado no ICS com o nº 124969 Membro da APCT
056 DECORAÇÃO – CIN 060 ATUALIDADE 064 AMBIENTE – ADDP 068 PORTO D`ARTE 074 PORTO 080 PORTO VIVO, SRU 082 ÁGUAS DO PORTO 086 MÚSICA 088 MATOSINHOS 094 GAIA 098 ÁREA METROPOLITANA 102 CARTAZ 104 FREGUESIAS 112 HUMOR 114 CRÓNICA
Depósito Legal nº 250158/06 Direitos reservados
REVISTA VIVA, JUNHO 2013
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PORTUENSE rosto do mundo
Com pouco mais de duas décadas de vida, Sara Sampaio já mostrou ao mundo que a determinação nem sempre é uma condição exclusiva das manequins mais experientes. A jovem portuense, que sonha desde pequena em viver nos Estados Unidos, interrompeu os estudos superiores para perseguir o sonho da moda. E, nessa luta, as respostas negativas encontradas pelo caminho são transformadas em doses extraordinárias de ambição. Texto: Mariana Albuquerque | Marta Almeida Carvalho Fotos: Central Models
SA RA SA M PA I O
A voz meiga e os tenros 21 anos de existência não denunciam a intensidade do olhar, a garra e a sensualidade com que a portuense encara as objetivas. Sim, porque em frente às câmaras e sob a mira atenta de fotógrafos, jornalistas e críticos, “não é a Sara Sampaio”, mas “uma personagem” que lhe foi dada e que a modelo portuguesa domina com unhas e dentes. De resto, entre dias frenéticos passados a muitos milhares de quilómetros das suas origens lusas, não há segredos no dia a dia da jovem, mas sonhos que se perseguem com a paixão de quem sabe perfeitamente o que quer fazer na vida. Nos últimos anos, os olhos verdes da manequim chegaram a todo o lado. Na verdade, Sara Sampaio recorda até já com alguma dificuldade os locais todos que visitou em trabalho. “Ai isto vai ser complicado. A ver se não me esqueço
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de nenhum: Espanha, França, Itália, Inglaterra, Alemanha, Croácia, Grécia, Turquia, Dinamarca, Suécia, Marrocos, EUA, Cuba, Bahamas, Saint Tropez, Turks e Caicos, Madagáscar, Seicheles e México. Acho que é isto”, enumerou. Com pouco mais de duas décadas de vida, a portuense já fez capa de edições internacionais da Vogue, Elle e Marie Claire e protagonizou as campanhas da Lanidor, Armani Exchange, Bluemarine, Calzedonia e Replay. Aliás, esteve recentemente no centro de todas as atenções na apresentação da coleção de verão da Calzedonia, que decorreu em Rimini, Itália, contando com uma plateia de mais de três mil convidados, entre os quais a atriz norte-americana Sarah Jessica Parker, protagonista da conhecida série “Sex and the City” (O Sexo e a Cidade). Além disso, venceu dois Globos de Ouro da SIC REVISTA VIVA, JUNHO 2013
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para Melhor Modelo, foi a estrela dos catálogos da Victoria’s Secret e participou num anúncio da Axe, chegando a casa dos portugueses como um anjo caído do céu. Os instantes da verdade, do “é agora ou nunca”, em que se despe da sua real identidade para vestir uma nova pele são quase impossíveis de explicar. “Não tenho como descrever, são momentos fantásticos que ficam guardados no coração”, assegurou a jovem, que se mudou definitivamente para Nova Iorque em setembro do ano passado. “Desde muito pequena, sempre quis sair de Portugal. Não por não gostar do país, muito pelo contrário, amo Portugal, mas sempre tive o sonho de ir viver para os Estados Unidos”, reconheceu. E esse sonho viria a ser concretizado na sequência de uma viagem descontraída, de férias, durante a qual o “bichinho” da moda falou mais alto, levando Sara Sampaio a visitar uma agência.
O Porto “é uma das cidades mais bonitas do mundo”
A modelo portuguesa nasceu no Porto e foi viver para Leça da Palmeira, em Matosinhos, com 10 anos. “O que recordo com mais carinho da minha infância foi o tempo em que estudei no jardimescola João de Deus do Porto. Eu amava aquela escola e sinto que lá aprendi muitos valores como ser humano”, realçou. O primeiro grande passo no mundo da moda foi dado precisamente na Invicta, no concurso Cabelos Pantene 2007, que acabou por vencer. Depois de concluir os estudos na Escola Secun-
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dária Boa Nova, Sara candidatou-se ao curso de Matemática Aplicada da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. “Era a única disciplina que sempre me deu prazer e cujos trabalhos de casa eu não me importava de fazer”, admitiu. Ainda assim, o braço de ferro entre a moda e os estudos universitários acabou por ter um vencedor. No início do segundo semestre de curso,
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Sara Sampaio fez uma viagem a Londres, com o modelo português e amigo Luís Borges – da Tommy Hilfiger – que viria a mudar por completo a sua vida. “Acabei por ficar agenciada na primeira agência que fui visitar [a Woman Direct]. Eles gostaram de mim, agenciaram-me e mandaramme logo ver alguns clientes, por isso, fui ficando por lá”, contou a jovem. A viagem, que seria para durar uma semana, acabou por prolongar-se por dois meses. Depois de Londres, Sara foi para Paris, onde viveu um ano numa residência para modelos em Saint Germain e fazendo amigos que ainda hoje mantém. Um deles, o de quatro patas, chama-se Luigi e é um chihuahua bastante famoso nas redes sociais da manequim. Entretanto, num período de férias, a portuense decidiu ir pela primeira vez a Nova Iorque, mas aproveitou para estabelecer alguns contactos profissionais. Visitou a agência Woman Direct – na qual tirou umas fotografias e falou sobre as suas ambições – e, no mesmo dia, recebeu um telefonema. A Victoria’s Secret queria vê-la pessoalmente, depois de ter recebido as fotos tiradas na agência. Um mês depois, estava a fotografar para a marca de roupa interior. Nessa altura já a jovem tinha a certeza de que a moda era, de facto, a direção a percorrer. E essa convicção surgiu-lhe logo nos primeiros trabalhos, durante os quais se apercebeu de que “se calhar tinha jeito para a coisa”. Desta forma, o sonho de infância da portuense parecia estar cada vez mais perto: o seu destino passava por Nova Iorque. Apesar de se ter mudado para a “Grande Maçã” em setembro de 2012, a manequim já visitava regularmente a cidade “há quase um ano e meio”, por isso, “já tinha lá muitos amigos e a adaptação foi muito fácil”. Hoje, depois de já ter visitado locais espalhados pelos quatro cantos do globo, a jovem não tem dúvidas de que “o Porto é especial em diversos aspetos”. “Para mim, é uma das cidades mais bonitas do mundo ou não fosse a minha cidade”, sublinhou. Por isso, na hora de se descrever, a modelo não precisa de muitas palavras. A Sara “é uma rapariga do Porto que lutou pelos seus sonhos”. REVISTA VIVA, JUNHO 2013
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Não desistir perante “um simples não” Nos últimos tempos, o dia a dia da manequim tem sido “caótico”, uma vez que a gestão da sua vida profissional exige uma rigorosa organização de compromissos com agentes, bookers, revistas, clientes, fotógrafos e editores dos mais diversos locais. Em Portugal, a Central Models continua a ser a sua agência-mãe, fazendo toda a coordenação. A seleção dos trabalhos tem de ser feita de forma cuidadosa, de modo a não comprometer futuras oportunidades. De resto, apenas tem de manter a boa forma física. “Nunca me foi pedido para fazer dietas ou emagrecer, simplesmente estar em forma. O corpo e a cara são o meu instrumento de trabalho”, referiu a modelo. Por isso, Sara faz exercício com um personal trainer que a ajuda a manter tudo rijo. Mas nem só os atributos físicos são importantes no universo da moda. “Não existe uma lista de características certas. A moda procura algo único, uma pessoa com personalidade. É óbvio que ser alta e magra ajuda, mas eu não sou muito alta e estou a conseguir, depende do que eles procuram naquele momento certo”, explicou. Assim sendo, para a portuense, as jovens que sonham com uma carreira semelhante à sua têm de ser “realistas acima de tudo”. Outro conselho? “Lutem, não tenham medo de dizer aquilo que querem e não se deixem ir abaixo com um simples não”. Sem contar com as sessões de treino e com algum cuidado na alimentação – se bem que a modelo adora piza, hambúrguer e panquecas – não existe mais nenhum “ritual sagrado” na rotina da portuense, “a não ser o cuidado de retirar a maquilhagem no final do dia”. Os tempos livres são ocupados com as ativida-
des normais de uma jovem de 21 anos: “ir ao cinema, sair à noite, jogar bowling e passear com o cão no parque”. As saudades da família e da comida portuguesa, essas, intensificam-se, num momento em que o tempo para regressar à cidade Invicta é escasso. “Ultimamente tenho ido muito menos do que gostava. O verão e o natal são sempre épocas em que uma paragem no Porto é obrigatória”, confessou. As praias e o parque da cidade são alguns dos locais de eleição que Sara recorda com saudade. As redes sociais são uma boa forma de apresentar as suas produções e de sentir o feedback dos apoiantes. “Eu gosto de manter um contacto próximo com os meus fãs e divulgar o meu trabalho. As redes sociais tornaram isso muito mais fácil”, reconheceu. E como o segredo ainda é “a alma do negócio”, Sara Sampaio não levanta a ponta do véu em relação aos projetos nos quais está a trabalhar no momento. “Não posso revelar”, respondeu com prontidão. O mundo terá de esperar para ver, como tem feito até agora. E os sonhos – que levavam a criança Sara a imaginar a sua vida futura nos Estados Unidos – continuam a ser a a chama que a manequim portuguesa teima em não deixar morrer. “Quero continuar a fazer aquilo que gosto e, um dia, ter uma família”, confessou a portuense do mundo.
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D E S T A Q U E
GLORIOSAS memórias sobre rodas Texto: Mariana Albuquerque | Marta Almeida Carvalho Fotos: cedidas por António Menéres | CMP
As primeiras provas de automobilismo realizadas na cidade do Porto decorreram há mais de 80 anos, no circuito da Boavista. As décadas de 1930 e de 1950 confirmaram, em definitivo, o forte espírito automobilístico da cidade, uma característica comum a todo o Norte do país. Em 1958, os F1 chegaram à Invicta, marcando uma década de grandes sucessos sobre rodas, naquele que foi o primeiro circuito utilizado para a realização de Fórmula 1 em Portugal. Agora, as etapas de WTCC que se realizam na Boavista, projetam, de novo, este circuito para a ribalta internacional. Se é verdade que o automobilismo português não nasceu no Porto, também é certo que a Invicta foi a cidade que o acolheu e protegeu como se de obra sua se tratasse. Aliás, apesar de um interregno de 45 anos sobre as glórias vividas no Circuito da Boavista, o arranque dos motores e a paixão pelas máquinas passou do sonho à realidade, regressando, em 2005, à zona da Boavista e Circunvalação, que recebe, de dois em dois anos, bólides das mais variadas classes. Num reavivar de memórias, o verão de há oito anos ficou, assim, marcado, nas palavras de Rui Rio, presidente da Câmara do Porto – entidade
envolvida no regresso das corridas de carros à cidade – pelo renascimento “de uma grande marca internacional de Portugal”, que muito contribuiu “para a projeção do nome da cidade do Porto”. O “glorioso passado” do atual circuito começou a ser escrito tendo como combustível o forte empenho da secção regional do Automóvel Clube de Portugal (ACP) e de homens ligados ao automobilismo nacional, como o Conde da Covilhã, Jorge Novais, Arnaldo Torres e Anselmo Mancelos. Assim, entre 1931 e 1960, o Porto acolheu 11 edições de Circuitos da Boavista, nos
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internacionais. A elevada dose de competitividade entre pilotos era um dos aspetos que levava o público a aderir em massa. E, das bancadas cheias, muitos foram os portuenses que aplaudiram as vitórias de portugueses como Vasco Sameiro, Casimiro de Oliveira e Joaquim Filipe Nogueira face a figuras estrangeiras de renome no mundo das quatro rodas. quais participaram sete campeões do mundo de Fórmula 1 e três vencedores das 24 Horas de Le Mans. “Foi uma grande marca internacional que, a partir daí, se perdeu, mas que se sentia que tinha potencial para voltar a renascer, até porque os adeptos do automobilismo estão fundamentalmente concentrados no Norte do País e na Galiza”, sublinhou Rui Rio. As três primeiras edições estritamente nacionais, dos anos 30, realizaram-se numa pista com um traçado ainda limitado sendo que, a partir de 1950, a prova portuense se foi aperfeiçoando, ganhando terreno nos calendários desportivos
O arranque dos motores
Depois de ter acolhido a primeira prova de carros após a Implantação da República, a 5 de Outubro de 1910, e também a primeira competição que se seguiu ao Golpe de 28 de Maio de 1926 – que instaurou a ditadura militar – a cidade do Porto preparou para o dia 2 de agosto de 1931 o “I Circuito da Boavista”, utilizando um traçado de 4.100 metros que aproveitava as duas faixas da avenida da Boavista unidas por duas curvas de ângulo apertado. O regulamento desta primeira competição ficou marcado pela aplicação da fórmula de “handicap”, REVISTA VIVA, JUNHO 2013
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ou seja, a utilização de um algoritmo destinado a tentar compensar automóveis de menor potência que, assim, necessitavam de percorrer uma distância significativamente menor. Ainda assim, o sistema acabou por não cumprir os propósitos para que foi criado, levando a imprensa especializada a reconhecer unanimemente que os pequenos automóveis – como o do vencedor da altura, Fernando Palhinhas, haviam sido beneficiados. Ao volante de um Singer Nine, o piloto teve de percorrer apenas 30 das 50 voltas definidas para o circuito. No ano seguinte, a Secção Regional do Norte (SRN) do ACP alterou o regulamento do circuito, eliminando o sistema de handicap, medida bastante aplaudida pelo público. O traçado utilizado foi o mesmo do ano anterior, mas esta segunda prova ficou marcada por um acontecimento especial: a estreia absoluta de uma senhora, Palmira Coelho, ao volante de um Opel. Perante 12 mil espectadores, os vencedores do II Circuito da Boavista foram dois grandes nomes do automobilismo nacional: Vasco Sameiro na classe Sport e Leopoldo Roque da Fonseca nos automóveis de corrida. Em 1933, a cidade do Porto acolheu o último circuito na sua configuração minimalista. Em competição estiveram apenas 14 concorrentes, mas a organização optou por manter as duas categorias, com provas separadas. A grande atração do programa foi a “luta” entre Vasco Sameiro e Henrique Lehrfeld, que protagonizavam uma das grandes rivalidades da época. Na corrida reservada aos carros Sport venceu Mário Ferreira, sendo que, na prova principal, Sameiro viria a levar a melhor, com o seu Alfa Romeo 8C 2300.
Anos 50 dão corpo a “um dos mais valiosos patrimónios” do Porto Após um longo período durante o qual a Invicta esteve afastada do automobilismo desportivo de velocidade, em 1950 o ACP decidiu reativar o Circuito da Boavista, desenhando um traçado completamente diferente do anterior, com 7.775 metros. No regresso das corridas, a cidade acolheu, então, o I Circuito Internacional do Porto,
AUTOMÓVEL MAIS ANTIGO DO MUNDO “CORREU” NA BOAVISTA
Em 1958, na primeira prova de Fórmula 1 do país, realizada no circuito da Boavista, esteve presente o carro mais antigo do mundo. O «Panhard-Levassor», construído em 1891, foi o primeiro automóvel a entrar em Portugal. Causou grande sensação e curiosidade entre o público e os pilotos. Tinha sido adquirido, em França, pelo conde de Avilez que o ofereceu ao ACP, na condição de nunca ficar muito tempo fora da cidade do Porto, em cujas instalações ainda se encontra atualmente.
que contou com uma boa adesão de concorrentes. Entre outros corredores, destacaram-se, por exemplo, Bonetto (Alfa-Romeu), Carini (Osca), Wisdom (Jaguar), Casimiro de Oliveira (Allard), Fernando Palhinhas (FAP), José Cabral (Allard) e Nunes dos Santos (BMW). No novo percurso, os automóveis subiam a Avenida da Boavista e a Avenida Antunes Guimarães, virando para a Rua da Preciosa, onde era proibido ultrapassar, descendo, depois, a Circunvalação.
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provas, testemunhou um sem número de momentos emocionantes vividos ao som daqueles motores. “Logo nos primeiros anos, o Casimiro de Oliveira ganhou um circuito à custa da proibição de ultrapassagem na Rua da Preciosa. À frente dele estava um italiano chamado Bracco e os concorrentes atrasados, apercebendo-se da situação, fecharam a passagem ao italiano. O Casimiro passou e foi ganhar a corrida”, recordou. Fica aqui a nossa homenagem ao organizador das corridas, entretanto falecido. No ano seguinte, em 1952, o circuito, deixou de contemplar a Rua da Preciosa, incluindo no trajeto a Rua Particular da Fonte da Moura, atual Rua do Lidador. Com a alteração, os níveis de adrenalina dos pilotos subiram significativamente, devido às velocidades alcançadas. Todo o percurso era protegido com fardos de palha – de forma a “suavizar” eventuais choques e despistes – e vedado com arame. Além de tentar impedir acidentes, a organização pretendia também evitar o acesso dos curiosos e as “borlas”.
Milhares a apreciarem “a classe” dos corredores
Na sequência do êxito da primeira edição, o II Circuito Internacional do Porto foi desenhado à luz de um programa mais aliciante, não só em número como em qualidade, com a designação de I Grande Prémio (GP) de Portugal. Dos 30 pilotos esperados, 16 eram estrangeiros, a denunciar já a força da prova além-fronteiras. Esta competição foi ganha pelo português Casimiro de Oliveira, irmão do conhecido cineasta Manoel de Oliveira, ao volante de um Ferrari 340, que tinha recebido apenas três dias antes da prova. O desempenho do piloto ficou, aliás, bem gravado na memória dos portuenses. Arnaldo Torres, funcionário do ACP durante 50 anos e um dos mentores das
No local das provas, todas as entradas onde estavam colocadas as bilheteiras contavam com a supervisão de porteiros. Na rotunda do Castelo do Queijo existiam duas bancadas e ainda a tribuna de honra. Os preços para assistir às cobiçadas corridas variavam: para a Taça da Cidade do Porto (prova paralela ao GP Portugal destinada a viaturas Sport) oscilavam entre os 30$00 e os 60$00 nas bancadas e os 10$00 para peões. No Grande Prémio de Portugal, um bilhete para a bancada podia ir dos 60$00 aos 120$00, custando 15$00 para peões. Se a fome ou a sede apertassem, os espectadores tinham à sua disposição diversos bares ao longo do percurso. As barraquinhas de madeira ficavam a cargo de Acácio Osório Lapa, concessionário dos dezassete bares do circuito. Na altura, a venda de Coca-Cola ainda era proibida em Portugal, mas não faltavam interessados nas sandes, cervejas, laranjadas, pirolitos e café. Aliás, tal como chegou a recordar Acácio Osório em declarações à Viva, numa noite de sábado foram vendidas 15 REVISTA VIVA, JUNHO 2013
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45 ANOS DEPOIS: O “REGRESSO ÀS ORIGENS”
Em 2005, depois de uma série de reuniões, a Câmara do Porto, a Talento e o ACP decidiram pôr mãos à obra para que o histórico circuito regressasse às artérias do Porto. À Viva, David Cabral, que esteve envolvido na organização das provas de 2005, 2007 e 2009, explicou que, no primeiro ano, apenas se realizou o Grande Prémio Histórico do Porto, “dentro do verdadeiro espírito de fazer reviver o passado glorioso do Circuito da Boavista”. “Foram dois anos de intenso trabalho”, garantiu, acrescentando que a maior dificuldade “foi, sem dúvida, a montagem da pista”. A reedição do evento exigiu a realização de um conjunto de trabalhos de “arranjo dos passeios para permitir a colocação de rails de proteção e de jerseys de betão, além das redes para proteger os espectadores da projecão de detritos, no caso de haver um acidente”. Atualmente, o circuito engloba a zona envolvente ao Parque da Cidade, integrando a Avenida da Boavista, Avenida do Parque, Rua da Vilarinha, Rua de Vila Nova, Estrada da Circunvalação, Praça Cidade de S. Salvador, Esplanada do Castelo do Queijo e Praça Gonçalves Zarco. A prova de 2005 é recordada por Rui Rio com especial carinho “por ser a primeira, 45 anos depois, e com os mesmos carros”, designadamente os mesmos Fórmula 1 que tinham corrido no Porto em 1958 e 1960. “O Lotus que ganhou em 2005 foi o mesmo carro com que John Surtees fez a pole position em 1960”, relembrou o presidente da autarquia. Nesse ano, o êxito foi “tão grande que, desde logo, se pensou em estender a prova por mais um fim de semana, fazendo-a contar para o WTCC (Campeonato do Mundo de Carros de Turismo) já em 2007”. Para poder receber os carros do WTCC, o Circuito sofreu algumas mudanças no seu traçado e viu a capacidade das bancadas aumentada para o dobro, passando a contar com cerca de 24 mil lugares sentados. Adrenalina e emoção são, desde então, alguns dos ingredientes confirmados nas corridas que, de dois em dois anos, enchem a Boavista de apaixonados pelo mundo automóvel. Tiago Monteiro é um dos pilotos da nova geração de corredores portugueses mais solicitados pelos fãs, que aguardam ansiosamente a chegada dos únicos dias em que a palavra de ordem é, definitivamente, acelerar.
mil sandes. “Também havia para lá umas garrafas de whisky mas eram para os corredores”, sublinhou. O público marcava presença nas competições com grande entusiasmo. “Havia muita classe, os corredores tinham uns fatos todos catitas e os carros eram muito giros”, avançou o responsável dos bares, justificando as milhares de pessoas que se deslocavam ao Porto na altura das provas. Depois da estreia de Palmira Coelho como corredora, ainda na década de 30, o Circuito da Boavista registou a participação de mais duas mulheres. No I Circuito Internacional do Porto, 1950, esteve presente Madame Yvonne Simon, que conquistou o quarto lugar, com 38 voltas num total de 40. No Primeiro
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Grande Prémio de Fórmula Um, em 1958, Maria Teresa de Filippis partiu da sexta fila da grelha e correu, a uma média de 131 Km/h, durante cerca de vinte minutos, acabando por desistir depois de completar a sexta volta ao circuito.
Fórmula 1 chega a Portugal e cumpre sonho de uma geração Entretanto, em 1958, a cidade do Porto teve o privilégio de ser incluída nas provas do Mundial de Fórmula 1, disputando-se na Boavista a antepenúltima competição do calendário. Stirling Moss foi o grande vencedor, numa categoria em que não participou nenhum português. O Circuito da Boavista vivia, então, um dos momentos mais altos da sua história. À corrida de Moss e Hawthorn terão assistido mais de 100 mil pessoas, que recordam um episódio caricato. Hawthorn falhou a travagem na saída de Antunes Guimarães para o Lidador e não conseguiu pôr o seu Ferrari a trabalhar, tentando empurrá-lo no sentido do circuito. Contudo, como o percurso era a subir, decidiu virar o carro ao contrário e aproveitar
a ligeira inclinação para conseguir, finalmente, acionar o motor do automóvel. No final, os Comissários Desportivos colocaram a hipótese de ter havido uma violação do regulamento, já que empurrar o carro contra o sentido do circuito era proibido, resultando na desclassificação do piloto envolvido. No entanto, Stirling Moss protagonizou um dos gestos que ficou gravado na memória de todos os amantes da história do automobilismo mundial – testemunhou afirmando que Hawthorn empurrara o Ferrari fora da pista, pelo que o corredor acabou por vencer o Campeonato do Mundo, com um ponto de vantagem sobre Moss. Dois anos depois, em 1960, o circuito portuense recebeu, pela última vez, o GP de Portugal de F1, ganho pelo australiano Jack Brabham e no qual também participou o corredor português Mário Araújo Cabral, conhecido como “Nicha” Cabral, que acabou por abandonar a prova devido a problemas mecânicos. António Menéres, filho de Clemente Menéres, o responsável pela vinda de alguns modelos de automóveis do estrangeiro, guarda um magnífico espólio desses tempos.
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À D E S C O B E R T A
H OST E LS
Gallery Hostel
Pontos de partilha Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Virgínia Ferreira
O termo hostel é um estrangeirismo entendido, frequentemente, como sinónimo de albergue. A sociabilização dos hóspedes e a partilha de experiências, aliadas a preços low-cost, têm aumentado quer a procura, quer a oferta, destas acomodações, cuja proliferação é fruto do incremento turístico potenciado pela chegada das companhias aéreas low-cost e pelo crescimento acentuado do movimento de passageiros no aeroporto do Porto. Dos mais simples aos mais sofisticados, dos funcionais aos glamorosos, dos gerais aos temáticos, os hostels do Porto têm superado as expectativas dos turistas que visitam a cidade. A decoração e o design dos interiores inspiramse no nome, cuja palavra em sânscrito significa Elementos, representando os cinco elementos da vida: Terra, Água, Ar, Fogo e Céu. Na rua do Cativo, junto à Sé Catedral, em pleno coração da Baixa, partimos à descoberta do Tattva Design Hostel, um dos mais bonitos da cidade do Porto, inserido em dois edifícios recuperados, classificados como Património Mundial, e que oferece um grande nível de conforto e intimismo, em ambiente simpático e informal, sem esquecer a harmonia do design e
os aspetos ecológicos. Com vistas deslumbrantes nos pisos superiores, este é, de acordo com Himali Bachu, o maior da cidade do Porto, com capacidade para 116 pessoas - 16 quartos, entre os quais dormitórios femininos, mistos e quartos duplos. Todos os quartos têm casas de banho privadas, chuveiros de alta pressão e aquecimento e cada cama possui cortinas individuais, ventoinhas, luzes de leitura, armário e um cartãochave, proporcionando assim, privacidade total ao hóspede. Possui, ainda, uma cozinha equipada
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Tattva Design Hostel
de livre utilização, wi-fi gratuito, computadores e um amplo terraço, o seu exlibris, sendo o único equipado com elevador e plataforma elevatória, preparado para receber pessoas com incapacidade física nas camas e em todas as áreas comuns. Desde a abertura, em março de 2012, o Tattva já ganhou diversos prémios, tendo sido distinguido como um dos dez melhores Design Hostels pela revista WallPaper e integrado os três melhores do Porto no Prémio Nacional de Reabilitação Urbana. A grande novidade é a aposta no restaurante, aberto ao público, que garante trazer novas sensações aos jantares portuenses, que tem vindo a registar uma crescente procura, quer pela qualidade, quer pela simpatia do local. Aberto a partir das 16h00, para lanches e snacks, o Tattva Restaurant and Bar, promete um agradável prolongamento noturno, com deliciosos jantares, onde se pode escolher entre o menu para grupo e à carta, e provar especialidades locais ou pratos de outras tendências como a cozinha vegetariana, servidos no restaurante ou, nas noites mais quentes, no seu bonito terraço. Na rua Miguel Bombarda encontramos um espaço original que funciona simultaneamente como hostel e galeria de arte. O Gallery possui um certificado de excelência e está inserido num prédio do início do século XX, totalmente restaurado. O espaço é composto por diferentes tipologias de
quartos, tendo, inclusivamente, suites com vista para o jardim, decorados com artistas famosos do Porto, como Sophia de Mello Breyner, Almeida Garrett, Silva Porto, Júlio Resende, Siza Vieira e Souto Moura. Seguindo a mesma linha, as suites têm nomes dos mais conhecidos parques da cidade - Cordoaria, Botânico, Serralves e Palácio de Cristal. De acordo com Gonçalo Castanho, proprietário, o objetivo é o de “fazer este espaço imergir na cultura local, não só através da decoração, mas também de um serviço qualificado e familiar, com o compromisso de criar uma atmosfera relaxada para uma estadia memorável e uma experiência urbana única”. Neste sentido, os serviços e áreas comuns foram desenvolvidos para satisfazer em pleno as expetativas dos hóspedes, dispondo de galeria de arte, biblioteca, jardim de inverno, bar lounge – com uma ampla seleção de bebidas tais como vinhos do Porto e vinhos regionais - sala multiusos e cozinha, disponibilizando, ainda, diversos eventos e jantares temáticos.
Conceito de hostel
A interação entre os viajantes é o fator que os diferencia. Nos hostels, os visitantes podem arrendar uma cama ou beliche, num dormitório partilhado, com casa de banho partilhada, lavandaria e, em alguns casos, cozinha. Os dormitórios podem ser mistos, femininos ou masculinos sendo que, nos REVISTA VIVA, JUNHO 2013
Hostel Gaia-Porto
À D E S C O B E R T A
últimos anos, a oferta de quartos privados tem vindo a aumentar, ditada pela crescente procura. São, geralmente, baratos, praticando preços lowcost, e muitos têm residentes de longo termo. Em países como a Irlanda, Inglaterra e Austrália, a palavra “hostel” designa uma espécie de “pensão”, disponibilizando acomodação de longo termo para trabalhadores temporários, mas, nos outros países, esta descrição tem vindo a modificar-se, conferindo-lhe semelhança a “albergues” para backpackers - termo mais utilizado para caracterizar os utilizadores frequentes dos hostels - viajantes ou mochileiros, assemelhando-se às pousadas da juventude, embora destinados a um público mais abrangente. A qualidade dos hostels tem vindo a melhorar substancialmente e, para além da simples dormida e socialização, estes estabelecimentos oferecem cada vez mais atrações concorrenciais de forma a aliciar o viajante. Entre essas “ofertas”, alguns hostels providenciam já refeições caseiras gratuitas, provas de vinhos, licores ou bebidas espirituosas da região, passeios gratuitos, entre outros. A proliferação do conceito aperfeiçoou um forte cluster, tendo-se já tornado, em alguns casos, em modelos de negócio mais lucrativos do que os próprios hotéis. Enquanto que os hostels têm demonstrado taxas de ocupação em crescimento, nos hotéis essa posição tem vindo a inverter. Estudos recentes revelam que os backpackers gastam mais dinheiro que os viajantes normais, tendo em consideração o tempo que permanecem fora nestes locais. Os preços variam entre os oito e os 20 euros por pessoa, nos dormitórios, e entre os 30 e os 50
nos quartos duplos e suites. Inseridos no âmbito do Alojamento Local estão, por isso, sob a alçada das câmaras municipais, por quem são tutelados. Esta atividade não está dependente do mercado nacional, já que o número de hóspedes portugueses é reduzido, mas nem aqui se consegue escapar à crise, muito por “culpa” da abertura de diversos hostels e pelo consequente aumento da concorrência. As taxas de ocupação desceram nos meses de inverno, devido à diminuição do número de turistas naquela época do ano, mas, com o verão à porta, a lotação destes espaços irá, certamente, disparar quer pela qualidade quer pela originalidade da oferta dos hostels portuenses.
Fenómeno começou em 2006
Na rua da Firmeza, o Andarilho – que inclui um amplo jardim, onde se organizam diversos eventos culturais como concertos, peças de teatro ou a realização de alguns filmes – foi o primeiro hostel a abrir no Porto, em 2006, através de um grupo de amigos que recebem os hóspedes num ambiente popular e familiar. Aqui, eles são tratados, “não como forasteiros, mas como pessoas que têm algo para nos oferecer tanto cultural como socialmente”, refere Rui Bourbon, salientando que procuram incluí-los na verdadeira “cultura tripeira” e nos meandros do “underground” artístico e social que o norte de Portugal tem para oferecer, entre um festival de música trance e a romaria tradicional. Este é um local de partilha: nos dormitórios, os hóspedes confraternizam, na sala de estar trocam-se experiências de viagem, na cozinha compartilham gastronomias do mundo
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Oporto Excentric Hostel
e no pátio brincam e fumam. O jardim possui uma das maiores e mais antigas glicínias do centro da cidade e uma grande diversidade de fauna e flora. A decoração mantém um equilíbrio entre a ruralidade e o ambiente ciberpunk, e todas as obras de restauro e estruturais foram realizadas pelo grupo de amigos. O mobiliário e todos os objetos são “encontrados ou comprados em segunda mão e adaptados ao espaço segundo a máxima «Do It Yourself»”. De acordo com Rui Bourbon, este conceito é para manter, apesar da concorrência que enfrenta com o «boom» de diversos espaços do género, nos últimos anos. Numa cidade de poetas, não podia deixar de existir um hostel dedicado a estes artistas. O Oporto Poets Hostel ocupa dois edifícios da rua dos Caldeireiros, proporcionando um ambiente de glamour, associado a uma aura especial que envolve a alma dos poetas. Poemas, desenhos, citações e o próprio Fernando Pessoa fazem parte da decoração das suas paredes. O Porto Spot Hostel, situado na rua de Gonçalo Cristóvão, recuperou um edifício de três andares, construído na belle époque, desenhado pelo arquiteto Arménio Losa. A aposta na socialização dos hóspedes está bem vincada nas diversas atividades que promovem sejam festas temáticas, gastronómicas ou provas de vinhos. Sendo um dos mais conceituados hostels do Porto, as festas que promove no pátio já lhe valeram o título de um dos melhores cinco party hostels mundiais no sítio hostelbookers.com. O Hostel Gaia-Porto, o único situado na outra margem do Douro, representa um excelente exemplo
de qualidade e de conforto. A originalidade deste espaço está patente nos sete pisos que compõem o edifício, construído em “escada”. Quatro pisos são destinados a habitação, constituída por com camaratas, quartos duplos, suite, sala de jantar e convívio e cozinha de livre utilização. Os três pisos superiores disponibilizam agradáveis espaços ao ar livre, onde se pode desfrutar de uma magnífica vista sobre o rio e o Porto. João Saavedra e a mulher são os proprietários do espaço, aberto desde outubro de 2012, o único na cidade de Gaia. Apesar de se encontrar a cinco minutos da Ribeira do Porto, e de se situar em pleno centro histórico de Gaia, inserido no circuito habitual de qualquer turista, o hostel não está contemplado no Oportonity, um portal de promoção turística da cidade do Porto, que, no entanto contempla outros espaços em Matosinhos, num espaço bem mais afastado da zona histórica portuense. Apesar desta “descortesia” o hostel distingue-se pela qualidade dos serviços e tem tido muita procura, apesar da época de inverno. “Com o verão, a afluência de turistas à cidade será maior, o que nos irá trazer, com certeza uma maior taxa de ocupação”, admite, salientando que este será o primeiro verão do hostel, que, mediante um pequeno pagamento, disponibiliza o aluguer de diverso material hospitalar, como cadeiras de rodas ou aparelhos de oxigénio, para os hóspedes que necessitem e não queiram trazer consigo na viagem.
Hostels temáticos
Embora a oscilação de ocupação, devido à sazonalidade, também se faça sentir nos hostels, o
Outros hostels no Porto Almada Guest House | Rua do Almada, 353 Studio Ribeira | Rua S. Francisco de Borja, 18 – E1 Downtown Moinho de Vento Studios | Rua de Sá de Noronha, 93 Magnólia | Avenida Rodrigues de Freitas, 387 Dixo’s Oporto Hostel | Rua Mouzinho da Silveira, 72 Pilot Hostel | Rua General Silveira, 11 Garden House Hostel | Rua Santa Catarina, 501 Republica do Fado Hostel | Rua Alvares Cabral, 213
público, em menor ou menor quantidade, acorre durante quase todo o ano. E, se no verão a tendência é para passar mais tempo ao ar livre, outono e inverno convidam a um maior recato. É por isso que quase todos os hostels disponibilizam amplas áreas de convívio com televisão, videojogos, jogos de tabuleiro, livros, instrumentos musicais, computadores e filmes. E quem melhor do que um hostel com o nome de cinema para facultar o acesso à sétima arte através de mais de 300 filmes disponíveis? No Rivoli Cinema Hostel, cada um dos 13 quartos (duplos ou quádruplos) é inspirado num filme ou realizador. Tarantino, Manoel de Oliveira ou Tim Burton são estrelas consagradas neste espaço, onde se pode, também, escolher entre cenas de filmes como Pulp Fiction, Ice Age, Laranja Mecânica, Noiva Cadáver ou Sin City. Está localizado no centro histórico do Porto, na Rua Dr. Magalhães Lemos, junto ao Rivoli, e, para além da cozinha equipada, dispõe de um espaço lounge e de um fantástico terraço, no último piso, onde se pode ouvir música, fazer um churrasco, tomar banhos de sol e desfrutar de uma magnífica vista. E do cinema para o surf. Em Matosinhos, o Oporto Excentric Surf Design Hostel apresenta um inovador conceito temático, num um espaço de mistura de estilos, caráter, diversão, cultura e desporto,
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Rivoli Cinema Hostel
que resulta numa nova experiência de residência urbana, cultural, moderna para um público com as mesmas características, à procura de uma estadia diferente. Quartos personalizados, com temas alusivos a espaços emblemáticos da cidade do Porto como a Fundação de Serralves, Casa da Música, Parque da Cidade, Casa da Animação, Estação de São Bento, Café Majestic, Ardina, entre outros, transformando cada espaço numa obra individual. O Excentric tem como público alvo turistas jovens, com interesse na prática desportiva, ao mesmo tempo que conhecem uma cidade nova, cujas praias são dotadas de excelentes condições para a prática do surf e bodyboard, existindo mesmo uma divisão para guardar pranchas e fatos de surf. O OPorto Excentric oferece atividades como surfcamp, kitecamp, wakeboard camp, velacamp, patins em linha camp entre outros, disponibilizando uma equipa de profissionais para ajudar na aprendizagem e estadia dos seus hóspedes. Diversas temáticas estão presentes noutros hostels da cidade, nomeadamente o Fado e o Vinho. REVISTA VIVA, JUNHO 2013
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Lugar de memórias Texto: Marta Almeida Carvalho
O convento de S. Bento da Avé-Maria, no Porto, foi um edifício que albergou freiras beneditinas e que funcionou entre 1535 e 1892. Demolido no final do século XIX, por morte da última monja, no local onde existia foi construída a Estação de São Bento, onde, em 1896, numa gare ainda provisória, entrou o primeiro comboio. Conta a lenda que, ainda hoje, se ouvem as rezas da monja a ecoar pelos corredores da estação.
O convento tinha uma «Roda», local onde se deixavam as crianças enjeitadas
CONVENTO DA AVÉ MARIA
Em 1518, D. Manuel I, que no ano anterior outorgara foral à cidade do Porto, mandou construir à custa da Fazenda, o Mosteiro da Avé Maria ou da Encarnação das Monjas de S. Bento, dentro dos muros da cidade, no local chamado das Hortas do Bispo, em terrenos cedidos pelo bispo do Porto, D. Pedro da Costa, para que as religiosas se transferissem dos mosteiros rurais para as cidades. Tendo como primeira abadessa D. Maria de Melo, monja de Arouca e regedora do Mosteiro de Tarouquela, o convento iniciou a vida conventual em janeiro de 1535, recolhendo as comunidades vindas dos mosteiros de S. Cristóvão de Rio Tinto, Salvador de Tuías, Salvador de Vila Cova das Donas (Sandim) e de Santa Maria de Tarouquela. O projeto incluía também as monjas do Salvador de Vairão, mas estas recusaram a transferência, sendo que, mais tarde, recebeu, ainda, algumas freiras de um extinto mosteiro em Macieira de Sarnes. Em 1596, de acordo com o estabelecido com a Congregação de S. Bento, dois terços dos rendimentos do Mosteiro de S. Martinho de Cucujães, foram unidos ao de S. Bento. Vários testemunhos referem-se ao convento como sendo “magnificiente em termos decorativos”, onde terá predominado, inicialmente, o estilo manuelino. Assim, supõe-se que, quer a igreja, anexa, quer o convento, tenham sofrido diversas transformações ao longo dos anos, sendo as últimas motivadas por um incêndio que terá deflagrado em 1783. Na
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altura da demolição, em 1901, da traça primitiva apenas restava um arco manuelino.
Liberalismo e extinção das ordens religiosas
Com a afirmação do Liberalismo, em inícios do século XIX, o futuro do convento ficaria traçado. De acordo com a Direção Geral de Arquivos, em 1834, no âmbito da “Reforma Geral Eclesiástica” empreendida pelo ministro e secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, e executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), por decreto de 30 de maio, “foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e ordens religiosas”, ficando, o de S. Bento da Avé Maria, sujeito ao respetivo bispo, até à morte da última freira, altura em que encerraria definitivamente, passando, os seus bens, para a esfera do Estado. Como esta terá falecido em 1892, ficaram as instalações devolutas a partir dessa altura, sendo que, ainda hoje, se contam várias histórias que relatam que, em certas noites, ainda é possível ouvir as rezas da monja a ecoar pelos corredores das alas da estação. A demolição dos claustros iniciou-se em 1894 - dando lugar à gare provisória da estação que começou a funcionar em 1896 com a chegada do primeiro comboio - e a da igreja entre 1900 e 1901. As ossadas das monjas foram recolhidas num túmulo mandado construir no cemitério do Prado do Repouso pela Câmara REVISTA VIVA, JUNHO 2013
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Municipal do Porto, em 1894. Muito do seu espólio perdeu-se por altura da demolição, incluindo uma grande variedade de azulejos-tapete. “Ah, malditos reformadores!” Frase célebre de Alexandre Herculano, que demonstrava bem a sua opinião sobre a destruição deste monumento.
1896: inauguração da Linha Urbana do Porto Numa altura em que o automóvel adquiria contornos de verdadeiro luxo, o comboio surgiu como uma excelente alternativa. O mês de novembro de 1877 iria mudar o panorama das ligações de caminho de ferro entre o norte e o sul do país - a inauguração da Ponte D. Maria I, sobre o Douro, aproximaria as cidades de Lisboa e Porto. A criação de uma estação, no centro da cidade, impunha-se faltando apenas definir o local e, uma vez que o Convento se encontrava em degradação, a Câmara aprovou o projeto. Em janeiro de 1888, a Direção dos Caminhos de Ferro foi autorizada a estudar o prolongamento da linha de Campanhã até à Praça da Liberdade. Assim, procedeu-se à abertura dos túneis da Quinta da China, do Monte do Seminário e das Fontainhas, cuja abertura ditou a demolição do mosteiro, dando lugar à construção de uma gare provisória, onde o primeiro comboio entraria a 7 de novembro de 1896, estendendo, assim, a denominada Linha Urbana do Porto, já em funcionamento entre as estações das Devesas e de Campanhã. O serviço de comboios suburbanos portuense oferecia ligações frequentes a partir da S. Bento, que inicialmente funcionava num edifício bem menor até à construção do atual, da autoria do arquiteto Marques da Silva, inaugurado em 1916. Em 1897, a Companhia Real e os Caminhos de Ferro do Estado – Direção do Minho e Douro, assinavam um contrato para a circulação dos comboios da Companhia Real entre S. Bento e Campanhã.
A Estação de S. Bento
O nome resultou da ocupação dos terrenos do convento. Nas obras para a sua construção, bem como na remodelação da zona envolvente, descobriuse que, no subsolo da praça de Almeida Garrett, circulava o rio da Vila que resulta da junção de dois ribeiros: um oriundo da praça do Marquês, outro do Bolhão. Em agosto de 1915 foram colocados os painéis de azulejos na nova estação, num total de 551 metros quadrados, cada um representando uma cena da história nacional: o Torneio de Arcos de Valdevez, em 1140, a entrada triunfal de D. João I e o seu casamento com D. Filipa da Lencastre, no Porto, em 1386, e a conquista de Ceuta, em 1415. Nos outros encontram-se cenas e aspetos etnográficos de outros locais e, no alto das paredes, existe um friso multicolor, evocativo da história da viação nacional, desde os primórdios até à chegada do primeiro comboio a Braga. As laterais do edifício, concebido em forma de U, dão para as ruas da Madeira e do Loureiro, e a fachada principal está virada para a praça Almeida Garrett. Pela rua da Madeira
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descia a Muralha Fernandina, vinda de Cimo de Vila, tendo a estação “dentro de muros”. Ainda famosa pelas suas “tasquinhas”, foi local de comércio e de pequenas fábricas, onde se fixaram, também, muitos despachantes, a quem chamavam de recoveiros, que aceitavam mercadorias que transportavam em vagões alugados aos caminhos de ferro, para localidades ao longo das linhas do Douro e Minho. Aos paquetes e serviçais das empresas portuenses que utilizavam os seus serviços, pagavam “um copo e uma sandes” ou até “uma posta de sável” no «Quim», no «Vizeu» ou no «Madeira», nas imediações dos escritórios. No interior, o edifício integra uma gare com oito linhas e cinco cais de armazenamento de mercadorias, cobertos por uma artística estrutura metálica. A estação foi considerada uma das mais belas do mundo pela revista norteamericana Travel+Leisure. Os painéis de azulejos de Jorge Colaço colocaram-na ao nível de outras gares ferroviárias famosas como a Gare du Nord, em Paris, e Atocha, em Madrid.
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SÃO JOÃO, noite mágica na Corunha Fotos: Turgalicia
Considerado uma celebração de Interesse Turístico Nacional, o São João na Corunha é uma data incontornável tanto para quem visita a cidade como para aqueles que nela residem.
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Com a chegada do verão, a agenda de eventos culturais e lúdicos da Corunha intensifica-se, ganhando um novo fôlego. Um dos acontecimentos mais importantes e mágicos é a noite de São João, celebrada a 23 de junho. No dia da festa, declarada de Interesse Turístico Nacional, os rituais e feitiços
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ancestrais ganham protagonismo, dando corpo à noite mais curta e intensa do ano. As fogueiras tradicionais nas praias e as populares sardinhadas são alguns dos ingredientes imprescindíveis, num espetáculo em que a música, a magia e a luz invadem todos os recantos da cidade. REVISTA VIVA, JUNHO 2013
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A população agita-se, logo aos primeiros raios de sol, com um único propósito: o de recolher lenha e encontrar o sítio perfeito nas praias atlânticas da Corunha para a celebração do solstício de verão. Mas o entusiasmo popular não se confina às praias. Também os mercados se enchem de transeuntes frenéticos em busca de vários quilos de sardinha - a verdadeira rainha da noite e da mesa. Com o passar das horas, a atmosfera festiva compõe-se e as praias vestem-se de gente. Aliás, todos os anos, o número de pessoas que alinha na aventura de viver o São João da Corunha aumenta. Diz-se até que a festa tem de ser vista e revista na primeira pessoa. À meia-noite em ponto, um jovem representante da cidade é responsável pela tarefa de acender a fogueira principal. Há fogos de artifício a pintar os céus, a festa explode em cada recanto e centenas de fogueiras brilham no escuro da noite.
Uma semana intensa
Para além de ser uma noite mágica, o São João é também um momento em que todos os cidadãos se esforçam para que os visitantes se sintam em casa e desfrutem de uma intensa semana de celebrações, que arrancam a 15 de junho. Atividades
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diárias para as crianças, música, dança, desfiles e caminhadas de norte a sul são algumas das aventuras sugeridas, polvilhadas com muita magia. E a celebração não ficaria completa sem o misterioso banho com as ervas de São João. Reza a história que aqueles que o concretizam ficam aptos a realizarem os seus desejos e a curarem todos os males. A receita, essa, é fácil: basta deixar um punhado de ervas na água durante a noite e utilizá-la no banho, na manhã seguinte. Um desafio deixado a todos os que pretendem comprovar a magia da celebração. MAIS INFORMAÇÕES Como chegar: A Corunha fica a três horas do Porto (de carro) www.turismocoruna.com @corunaturismo www.facebook.com/#!/turismocoruna REVISTA VIVA, JUNHO 2013
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PALCOS de emoção
As estruturas desportivas do Estádio do Dragão e do pavilhão Dragão Caixa foram concebidas de acordo com uma multifuncionalidade que, para além do reconhecimento como grandiosos «palcos de emoção», lhes permite a realização de um vasto leque de eventos, nas mais variadas áreas. Paralelamente à vertente desportiva, estas estruturas foram pensadas para criar uma dinâmica transversal ao nível da execução dos mais variados eventos. Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: FCP/Virgínia Ferreira
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ara além de ter sido eleito o “mais bonito, harmonioso e interessante” dos visitados pela comitiva brasileira, com vista à recolha de experiências para o Campeonato do Mundo de 2014, o Estádio do Dragão distingue-se pela sua vertente ecológica. A infraestrutura integra o lote restrito dos recintos classificados com cinco estrelas pela UEFA, realçando as suas vincadas preocupações ambientais, ao mesmo tempo que reúne certificação exclusiva. Com uma localização privilegiada e boas acessibilidades a transportes públicos, nomeadamente à ligação ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, através da rede do Metro do Porto, o
Dragão assume-se como um espaço privilegiado de diversão e espetáculo, bem como um modelo de multifuncionalidade, capaz de acolher uma diversidade de eventos, graças às suas dimensões e características específicas. De acordo com Gil Santos, diretor da Porto Comercial, a “versatilidade do recinto”, que oferece, entre outros, uma vasta gama de salas, serviços de catering e espaços de apoio (bar, sala de jantar e salas de convívio), transformam-no no cenário ideal para a realização de congressos, conferências, reuniões, cocktails, showrooms, seminários, colóquios, workshops, exposições, ações de formação ou mesmo um tranquilo almoço ou jantar de negócios. A diREVISTA VIVA, JUNHO 2013
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Pedro Albuquerque, Gil Santos e Ana Leão compõem a equipa da Porto Comercial que gere a área dos eventos
versificação dos espaços que compõem o estádio fazem dele um local privilegiado para outros eventos, nomeadamente a organização de festas de aniversário, cocktails para apresentação de exposições ou até mesmo o aluguer do relvado para uma partida de futebol entre amigos. As visitas guiadas ao recinto são também uma atração que trouxe cerca de 25 mil pessoas ao estádio só durante a época de 2011/2012.
Concertos e eventos de grande dimensão
Dos Rolling Stones aos Coldplay, passando pela Missa de Bênção das Pastas, que integra a Queima das Fitas do Porto, e mais um sem número de atividades que o estádio tem vindo a acolher, realizaram-se, este ano, no Dragão, para além dos jogos, cerca de 110 eventos nomeadamente o concerto dos britânicos Coldplay, Festival Panda (4.ª edição), Arraial da Associação de Estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (2.ª edição), S. João (7.ª edição), Exposição de Motas (Moto Clube do Porto), Jantar do Dia dos Namorados, Stock Off Fashion (12.ª edição),
um casamento e a final da Liga Zon Kids. 123 mil pessoas marcaram presença nestes eventos no Dragão, onde cerca de seis mil crianças participaram em 300 festas infantis, muito procuradas pelos pais e frequentadas pela pequenada. Assim, e tendo em conta os resultados do ano anterior, verificou-se um aumento de nove por cento em número de eventos e um acréscimo de 30 por cento de faturação, o que garante a sua rentabilidade muito para além da atividade ligada ao desporto. Ao longo de uma década de vida, e paralelamente à vertente desportiva, mais de meio milhão de pessoas, numa média de 200 eventos/ano, passaram por diversos aconteci-
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mentos realizados no Estádio do Dragão, a única infraestrutura desportiva que possui o certificado de energia ‘Green Light’.
Dragão Caixa segue a mesma linha
O pavilhão do FC Porto, um dos mais modernos e bem equipados a nível europeu, foi concebido de acordo com características equivalentes só que numa versão indoor. A oferta de espaços que podem ser utilizados para além da área desportiva permitiu já um vasto conjunto de eventos, nacionais e internacionais, nomeadamente o Festival Europeu de Danças de Salão, concertos dos Xutos e Pontapés, Steve Aoki e Martinho da Vila, Gala dos Dragões de Ouro, bem como diversas outras galas como as da Unicer e Revigrés. Recorde-se, ainda, que o Vitalis Park e o Centro de Treinos e Formação Desportiva, no Olival, também fazem parte de um circuito por onde passam milhares de visitantes, apesar de uma menor dimensão destas infraestruturas. REVISTA VIVA, JUNHO 2013
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SAIR DO Estúdio
Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Virgínia Ferreira
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O crescimento do Porto Canal, que tem vindo a ser realizado por fases, encontra-se em bom andamento, com resultados muito positivos. O canal portuense, que desde 2011 tem vindo a realizar um investimento avultado, quer ao nível das instalações, quer de serviços, está cada vez mais vivo, tornando-se já numa referência a nível nacional.
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epois de um primeiro momento de reestruturação, que visou delinear as vertentes do canal, nomeadamente de informação generalista, programas com marca FC Porto e entretenimento, a segunda fase contemplou a reorganização física, adaptando as instalações à estratégia do canal, o que resultou num aumento de espaços informativos e de noticiário. Ao mesmo tempo, foram sendo melhoradas as condições em que a imagem aparecia no ecrã aos telespectadores, a par de uma reestruturação total da zona para os programas generalistas e a criação de um estúdio só para programas com a marca FC Porto. Numa fase posterior, o Porto Canal procedeu a uma verdadeira “revolução” tecnológica, com melhorias na reggie, câmaras, iluminação e material informático, que lhe permite responder com muita qualidade aos seus desafios estratégicos.
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“Estar onde as pessoas estão”
De acordo com Domingos de Andrade, diretor de informação e programação, os próximos passos irão “tirar o canal do estúdio” a par de um incremento da estrutura nas redes sociais e de uma forte aposta na cobertura das eleições autárquicas de outubro. “O verão é época de praia, festivais de música, festas e muita animação no exterior”, lembra, salientando que o canal irá acompanhar toda essa atividade, saindo do estúdio e juntandose às pessoas, na rua. A preparação das eleições autárquicas é também um desafio a que o canal quer responder, nomeadamente através de uma forte aposta no debate autárquico, que, apesar de centrado no Porto, irá acolher e dar voz a todos os candidatos das capitais de distrito onde tem delegações (Braga,
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A preparação das eleições autárquicas é também um desafio a que o canal quer responder, nomeadamente através de uma forte aposta no debate. Guimarães, Alto Minho, Tâmega, Vila Real, Mirandela, Aveiro, Entre-Douroe-Vouga e Lisboa). “O rigor, a equidade e a autonomia editorial estão acima de tudo”, refere Domingos de Andrade, assegurando que poderão ainda ser contemplados outros municípios “editorialmente relevantes”.
Aposta nas redes sociais
Atualmente, a evolução tecnológica permite a presença nas redes sociais que está a um toque de distância num ipad, telemóvel ou pc. A reestruturação do site do canal tem também contribuído para um aumento da sua visibilidade e proximidade com o público. “O site está dividido em vários «microsites» que permitem, em tempo real, aceder à informação do canal, seja em termos de informação generalista, de conteúdos FC Porto ou de programas âncora como os apresentados por Ricardo Couto ou Maria Cerqueira Gomes”, ilustra. Assim, já é possível aceder a todos os conteúdos do canal através da internet, onde todos os programas do canal estão referidos. REVISTA VIVA, JUNHO 2013
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“Qualidade e rigor” como chave do futuro Prof. Doutora Isabel Babo, Reitora da Universidade Lusófona do Porto e Prof. Doutor Joaquim Pais Barbosa, Vice-Reitor. Fotos: Virgínia Ferreira
Num período em que a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) avalia os ciclos de estudos das universidades portuguesas, é com a garantia de “rigor e exigência” que a Universidade Lusófona do Porto (ULP) vê acreditados vários cursos. De acordo com Isabel Babo, reitora da ULP, “na sequência do processo de acreditação em curso, a Lusófona tem, hoje, à disposição dos estudantes, um conjunto de cursos que preenche os requisitos de qualidade requeridos na formação superior”. Além disso, acrescentou, abrirão novos cursos no próximo ano letivo acreditados por parte da agência. A ULP, que integra o maior grupo de ensino privado português, aposta nas áreas consideradas “basilares” da Arquitetura, Ciências Naturais e Engenharias, Comunicação e Cultura, Direito, Economia e Gestão, Educação, Educação Física e Desporto, Estudos Europeus, Relações Internacionais e Ciência Política, Psicologia, Psicopedagogia. Na aposta no desenvolvimento e expansão dessas áreas, a instituição conta com docentes de elevada qualidade, como é o caso do Mestrado Integrado de Arquitetura que apresenta uma nova equipa constituída por
arquitetos bem conhecidos na cidade do Porto: Pedro Ramalho, diretor do curso, Graça Correia, João Pedro Serôdio, José Manuel Gigante, Edite Rosa, Rui Furtado, Sidh Mendiratta, galardoado com o Prémio Távora 2013, entre outros. De salientar também o domínio da Comunicação, área que tem vindo a afirmar-se no percurso da ULP e que irá abrir, já em 2013-14, a nova licenciatura em Comunicação Aplicada. Segundo Isabel Babo, é importante realçar “a vitalidade e a capacidade de expansão da Faculdade de Ciências Económicas, Sociais e da Empresa”, especificamente na área da Gestão, mas também do Serviço Social que tem contribuído para dar um salto rumo à internacionalização com a participação de docentes estrangeiros. A Gestão de Turismo é outra das apostas da Lusófona do Porto, beneficiando da sua localização privilegiada no centro histórico da cidade. A Psicologia, por sua vez, é uma área em pleno desenvolvimento. “O objetivo é o de, para além da licenciatura em Psicologia e do mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde, abrirem no futuro outros mestrados em áreas específicas”, explicou a reitora, esclarecendo que a tendência para solidificar as licenciaturas e expandir para vários mestrados e doutoramentos estende-se às restantes áreas.
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Remo, surf, rugby e atletismo: as novas apostas do Curso de Educação Física e Desporto na Universidade Lusófona do Porto Dirigido por Paula Botelho Gomes, o curso de Educação Física e Desporto da ULP, inaugurado no presente ano letivo, pretende angariar um sucesso equivalente ao do seu homónimo da Lusófona de Lisboa que conta com vários atletas premiados. No caso da ULP, decidiu-se apostar em modalidades menos habituais, como o remo, surf e rugby, com parcerias com o Clube Fluvial Portuense – na sequência da qual nascerá a equipa de remo da ULP – e com a RunPorto.
Atividades extracurriculares de vocação científica e cultural A dinâmica colocada nas atividades extracurriculares é outra mais-valia da ULP que promove, ao longo do ano, o funcionamento regular do Cineclube, de entrada livre. O impulsionador do projeto foi João Sousa Cardoso, também responsável pela 3ª edição do Multiplex organizada pelo curso de Comunicação Audiovisual e Multimédia, este ano com a presença do realizador catalão José Luis Guerín. “A ULP organiza diversas atividades científicas”, informou Isabel Babo, enquanto decorria, nesse mesmo dia, a I Jornada Ibérica sobre Tribunais Arbitrais, com a participação de diversos conferencistas espanhóis. O mês de maio ficou marcado, entre outros eventos científicos, pela jornada de Reabilitação de Infraestruturas e Edifícios; pelas conferências Gestão e Política; Direito Laboral, Registral e Notarial; de Psicologia; pelas IV Jornadas de Ciências Naturais, Engenharias e Tecnologias; TechDay de Engenharia Informática; Jornada de Serviço Social; Arktec – Cálculo Estrutural e Gestão de Obras; II Encontro Cidade, Espaço e Identidade.
Investir na qualidade da Investigação e na Internacionalização A investigação e a internacionalização são duas das maiores prioridades da ULP, na prossecução dos rigorosos critérios de qualidade que estabeleceu como meta. “A preocupação desta reitoria é a aposta na qualidade da investigação e na internacionalização, por isso o Professor Joaquim Pais Barbosa foi nomeado para vice-reitor nessa área”, afirmou Isabel Babo, informando que a ULP adere aos programas de mobilidade e, nesse âmbito, acolhe estudantes de Erasmus, sobretudo polacos, eslovenos e espanhóis. “Além disso, também temos professores estrangeiros a integrar o nosso corpo docente”, sublinhou a reitora, esclarecendo que a instituição pretende intensificar o intercâmbio académico, científico e cultural. Aliás, em junho, a ULP vai promover uma conferência que contará com a presença de um docente do Indian Institute of Technology Indore, a fim de se estudarem eventuais parcerias. Em simultâneo e no futuro próximo, a instituição pretende intensificar o investimento nas Artes Cénicas e nas Engenharias ligadas à Reabilitação Urbana e de Infraestruturas, ao Ambiente e ao Mar – a ULP tornou-se sócia da Oceano XXI | cluster do conhecimento e economia do mar. Apostas essas que, conjugadas com a reconhecida marca de juventude da Universidade Lusófona do Porto, lhe permitirão enfrentar melhor os desafios do futuro. REVISTA VIVA, JUNHO 2013
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Pacientes de quatro patas Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Virgínia Ferreira
São médicos de animais e com eles partilham grande parte dos seus dias de trabalho. A atividade dos veterinários desenvolve-se entre as “estrelas” de quatro patas e é no sentido de salvar a vida dos nossos “melhores amigos” que lutam diariamente. Os seus pacientes vão desde os animais de companhia mais comuns como cães e gatos - a animais de produção, exóticos e…leões do zoo. Ana, uma leoa do zoo da Maia, e Vadia, uma gata que é uma verdadeira relações públicas da clínica veterinária da Santa Rita, em Ermesinde, foram as principais embaixadoras da nossa reportagem, que chamaram a si boa parte da atenção. Se a primeira - embora inativa - nos absorveu, e a toda a equipa de veterinários, bastante tempo por toda a logística envolvida na sua chegada à UP Vet, onde veio fazer uma Tomografia Axial
Computorizada (TAC), a segunda captou a nossa atenção pelas traquinices, poses verdadeiramente fotográficas e meiguice. Ambas as felinas contam com um historial clínico que as levou até a um veterinário: uma no passado, outra no presente. Vadia chegou às mãos de Rui Pinto com o corpo numa ferida só e ausência total de pêlo. O tratamento era longo e as feridas, abertas, demoraram a cicatrizar. Aos poucos a Vadia foi ganhando pelagem e o carinho de toda a equipa da clínica, acabando por ficar onde, atualmente, é uma verdadeira mascote. Ana está no zoo da Maia, e tem vindo a sofrer de problemas neurológicos com alguns episódios de tonturas. Acompanhada pelo veterinário do zoo, chegou à UP Vet sedada para fazer o exame que pode desvendar a origem do seu problema de saúde.
Serviço «público»
Responder eficazmente a diagnósticos feitos com base em sinais e não em sintomas, é a grande dificuldade destes profissionais de saúde, que lidam diariamente com pacientes que não falam e, muitas vezes, nem se queixam. Augusto de Matos, doutorado em Ciências Veterinárias e diretor clínico da UP Vet, clínica veterinária do Instituto
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de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, lidera uma experiente equipa de médicos que todos os dias recebe animais, aos quais presta todos os cuidados, desde os meios auxiliares de diagnóstico, a consultas, vacinas, tratamentos e cirurgias. Para além da prestação de serviços à comunidade, a clínica tem uma dupla vertente: formar estudantes e promover a investigação clínica, esta última uma atividade constante da estrutura. “Quando se fala em investigação as pessoas pensam logo que estamos aqui para fazer experiências com os seus animais, uma ideia completamente er-
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rada”, refere o professor, salientando a importância da pesquisa no âmbito da veterinária. “Temos um projeto em desenvolvimento, há já alguns anos, onde estudamos os fatores de prognóstico ligados ao cancro de mama”, exemplifica, sublinhando que “é necessário saber o porquê das coisas” e, para isso, a investigação é fundamental. A UP Vet, que depois de um avultado investimento ao nível de instalações e de serviços pretende vir a tornar-se, em breve, num hospital veterinário, tem um serviço permanente de atendimento de urgência há cerca de dois meses e um corpo clínico de três médicos, reforçado com os seis docentes do ICBAS que vão lá dar as suas aulas. A partir do 3.º ano, os estudantes fazem também parte da “mobília” da clínica, onde aprendem nas aulas práticas e intervêm diretamente na sua atividade, a partir do 4.º ano, sempre sob a supervisão dos responsáveis. “A última decisão de tudo o que se faz aqui dentro é da responsabilidade dos veterinários e professores e nunca dos alunos”, garante o diretor. REVISTA VIVA, JUNHO 2013
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Vertente social Para Rui Pinto, veterinário responsável pela Clínica de Santa Rita, estar no meio da “rapaziada” de quatro patas é já um hábito de há décadas, ou não fosse ele também médico da “bicharada”. Apesar de trabalhar em prol do bem-estar dos animais e zelar pela sua saúde, lembra que é às pessoas que têm de agradar, uma vez que os animais não vão ao médico “sozinhos”. “A nossa atividade para além da parte clínica, tem também uma grande dose de âmbito social, uma vez que é com os donos que temos de lidar à priori”, refere Rui Pinto. E é aos donos que têm de explicar exames, tratamentos e cirurgias por vezes caros. “Há pessoas que não têm possibilidades de pagar esses atos que, por vezes, são fundamentais para a sobrevivência dos animais”, lamenta o médico, embora também ele faça todos os esforços, como prestador de um serviço, para que essas situações possam ser ultrapassadas. No entanto há alguns donos que pura e simplesmente se recusam, mesmo depois de uma «negociação». “Há pessoas insensíveis às hipóteses de sobrevivência do seu animal”, lamenta, sublinhando, no entanto, que a importância que os animais de companhia têm junto das famílias tem vindo a aumentar significativamente. “Apesar de ainda haver muitos abandonos, os que integram famílias conscien-
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ciosas têm vindo a ganhar, cada vez mais, um papel preponderante, como se de mais um elemento da família se tratasse”. Augusto de Matos partilha da mesma opinião. “As pessoas estão mais sensibilizadas para o bem-estar animal e essa preocupação com cuidados médicos reduz problemas que interferem na saúde pública”, diz, salientando a importância da diminuição do stress na interação com animais, um fator cientificamente provado. No entanto, o médico alerta para a questão da crise económica que pode interferir com essa «boa-vontade».
Pacientes que não falam
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“Muitas vezes, os diagnósticos que fazemos são baseados em sinais, já que os pacientes não falam e não conhecemos os sintomas”, refere o professor, salientando uma das grandes dificuldades da profissão. “Há alguns, os estóicos, que nem sequer se queixam apesar de irmos fazendo REVISTA VIVA, JUNHO 2013
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palpação pelo corpo todo”, conta, recordando, no entanto, os que agem de forma contrária. “Há também, aqueles que, mal lhes tocamos queixam-se logo. Podem ter a cauda partida mas queixam-se se lhe tocamos no focinho”, admite. Tal como acontece com as pessoas, também algumas doenças dos “bichos” são sazonais. “Na primavera imperam as alergias, no inverno as doenças reumáticas e pulmonares”, diz Rui Pinto, salientando que tem vindo a crescer o número de animais que chegam com problemas renais, hepáticos e gastrointestinais, quase todos decorrentes de desequilíbrios alimentares. A clínica recebe, em média, cerca de 50 animais por dia, sendo que o verão é a “época alta”. “É no verão que as pessoas mais se predispõem a trazer os animais ao veterinário porque têm mais tempo livre, principalmente nos períodos de férias”, explica, salientando que o espaço começou com um veterinário e já vai em cinco, para além de quatro assistentes. Questionados sobre quais foram os pacientes menos habituais que tiveram de atender, Augusto
de Matos referiu um chimpanzé. “Eu auscultava-o, ele pegava no estetoscópio e «auscultava-me» a mim; eu olhava para ele e ele para mim; eu passava-lhe a mão no braço e ele fazia-me o mesmo. Sinceramente, ainda hoje não sei quem examinou quem”, brincou. Também Rui Pinto teve já experiências pouco habituais: para além de ter de “atender” uma galinha, o veterinário foi chamado a consultar a ovelha do presépio de uma escola, a quem os alunos “empanturraram de chocolate” pelo Natal.
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D O W N T O W N
Clássicos da Invicta
Nesta edição, a Viva desafia-o a fazer uma viagem ao passado – conhecendo alguns dos produtos que marcaram outras gerações. Está preparado?
Fotos: Virgínia Ferreira
“A Vida Portuguesa”
Localizada bem no coração da cidade do Porto, no primeiro andar do número 20 da Rua Galerias de Paris, “A Vida Portuguesa”, vizinha da famosa Livraria Lello, nasceu a acreditar que os produtos antigos portugueses têm futuro. Num espaço recuperado, com mais de 300 m2 e com vista privilegiada para a Torre dos Clérigos, a loja desafia os visitantes a fazerem uma viagem ao passado, apresentando-lhes muitos produtos que ainda mantêm as suas embalagens originais e que são fabricados com uma dose importante de manufatura. A loja apresenta, assim, parcerias estabelecidas com diversas marcas portuguesas de renome para a criação de produtos exclusivos, de que são exemplos os sabonetes Ach. Brito e Confiança, as andorinhas Bordalo Pinheiro, o lápis Viarco e os cadernos Emílio Braga e Serrote.
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“Arcádia” Para uma paragem mais doce, há que visitar, no número 63 da Rua do Almada, a Confeitaria Arca e Arcádia S.A, que se assume como uma fábrica de confeitaria artesanal, assegurando a tradição das suas receitas e processos de fabrico, nos quais são utilizados produtos nacionais selecionados. Os deliciosos bombons e as línguas de gato de chocolate são algumas das especialidades do espaço, pertencente à família Bastos desde 1933.
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Vista do torneio
Eugénio Braga e Gonçalo Cerqueira Gomes
Mais uma taça do Homem do Leme na Foz
Licínio Canelas e Pedro Boanerges
André Rothes Barbosa e Pedro Oliveira
Eugénio Braga, José Vilela, João Sampaio e | Cerqueira Gomes
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A D TE UC AO LR I AD ÇA ÃD OE
“Reconnect with your world” é o tema do mais recente Catálogo de Tendências de Cor da CIN, que sugere um reencontro com os valores essenciais, positivos e humanos.
CIN lança Tendências de Cor 2013 A lançar tendências de cor há mais de uma década, a CIN permanece na vanguarda, sendo a primeira e única empresa de tintas do mercado nacional a desenhar, todos os anos, novas sugestões coloridas e inspiradoras para a casa. Por isso, os catálogos de Tendências de Cor CIN são uma referência ibérica, liderando a procura entre os consumidores e profissionais mais exigentes. Em cada ano, a designer de cor da CIN, Céline de Azevedo, inspira-se num determinado tema e desenvolve um conjunto de cores criadas de raiz para o respetivo catálogo. Em 2011, por exemplo, os “Quatro Elementos” foram o mote utilizado e, em 2012, o tema central foi “Home Stories”. Para 2013, a CIN acaba de lançar o seu novo Catálogo de Tendências de Cor, desta vez inspirado no tema “Reconnect with your world”. Dividido em quatro coleções de cor – “Peace”, “Voyage”, “Nature” e “Imagine” – o novo catálogo de cores exclusivas da CIN sugere um reencontro com os valores essenciais, positivos e humanos, na perspetiva de reinventar os espaços e o mundo de cada um.
De acordo com Céline de Azevedo, “a escolha da cor é um dos momentos mais importantes na decoração de um espaço”. “Todos os anos desenvolvemos novas cores que têm por base as principais tendências internacionais de hoje e de amanhã e que são totalmente exclusivas, pois não existem em mais nenhum catálogo ou marca. São cores feitas à medida, como se de alta-costura se tratasse”, explicou a responsável.
As cores do ano
Entre as 28 cores que compõem o novo Catálogo de Tendências de Cor CIN 2013, é de destacar o Amarelo Soleil!, eleito Cor do Ano pela sua associação ao otimismo, criatividade, luz, alegria e bom humor. As cores neutras e calmas da “Peace Collection” permitem um reencontro com a paz, transformando a casa num verdadeiro casulo de tranquilidade, harmonia e equilíbrio. Todas as divisões do lar, mas em particular o quarto, espaço íntimo e de relaxe, ficam favorecidas com as cores desta coleção. O Branco Génesis e o Bege Pashmina são as grandes referências
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desta paleta. As cores calorosas e exóticas da “Voyage Collection” transformam os espaços em ambientes de partilha e convívio com os outros. O mundo e a sede de conhecer novas culturas foram a verdadeira fonte de inspiração para cores como Namibe ou Bege Atacama. Por sua vez, as cores frescas da “Nature Collection” revelam um interior natural e sustentável, em perfeita conexão com a natureza e o exterior. Os aromas e as sensações de um dia no campo ou de uma tarde no jardim são a fonte de inspiração desta gama, repleta de vitalidade, de que fazem parte, por exemplo, a cor Framboesa ou a Agave. “Imagine Collection” propõe usar e abusar da criatividade, tirando partido do dinamismo, do improviso e da infinidade de combinações de cores. Diversão é a palavra de ordem desta coleção formada por cores vivas, como o Lilás Fairytale ou o Rosa Macaron, que darão uma nova alegria aos espaços para crianças. Segundo explicou Céline de Azevedo, “as Tendências de Cor 2013 marcam um ano de mudança, REVISTA VIVA, JUNHO 2013
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Para mais informações e sugestões de decoração visite www.cin.pt, www.facebook.com/ TintasCIN ou www.cindecor.cin.pt.
de redefinições e de reencontros”. “O contexto económico e social em que nos encontramos leva-nos a redefinir o nosso espaço e, sobretudo, a retomar ligações com valores que tínhamos perdido; seja connosco, com a família ou com a natureza. Tudo isto tem reflexos claros na decoração e nas cores que escolhemos para a casa”, realçou a designer de cor da CIN. Assim, este ano, “assistimos a um regresso à simplicidade na casa, à procura de harmonia e de paz. De uma forma geral, as cores serão muito mais suaves e inspiradas em elementos naturais”. “A decoração da casa é marcada por uma busca de intemporalidade pura e o artifício é abandonado. Os materiais são mais transparentes e as formas simplificadas. Existe uma real vontade de nos reencontrarmos connosco dentro de casa. O branco tem um papel imprescindível este ano”, acrescentou a responsável, referindo que o Branco Génesis surge em total conformidade com esta tendência, uma vez que “é muito suave e equilibrado”.
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A T U A L I D A D E
Homenagem a Daniel Serrão
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ais do que uma homenagem, um abraço coletivo a uma das personalidades de que o Porto e o país mais se orgulham». Foi assim definido o tributo realizado pela Secção Regional Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM) e pela Fundação Mestre Adelino Ângelo, ao professor Daniel Serrão, figura incontornável da medicina. Esta homenagem valorizou a dedicação do médico, investigador e professor, à medicina nacional, recordando alguns dos momentos mais importantes ao longo da sua “enorme” carreira. No discurso de homenagem, Miguel Guimarães, presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos, afirmou que Daniel Serrão “é o Mestre que, de forma sábia e simples, nos tem mostrado que a Medicina tem limites que é preciso conhecer e respeitar, e que para além dela existe o ser humano e toda a sua complexidade”. Durante a cerimónia, Daniel Serrão mostrou-se visivelmente emocionado com todo o carinho demonstrado, tendo inclusive recebido um retrato pintado a óleo por Adelino Ângelo, que ficou nas instalações da SRNOM para ser apreciada posteriormente. Outros momentos marcaram ainda a noite de homenagem, com passagens pela poesia e pela música. Daniel Serrão, de 84 anos, nasceu em Vila Real mas foi no Porto que passou a maior parte da sua vida. Depois de estudar na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, foi professor para a mesma instituição e dedicou-se à investigação e ao impulsionamento da bioética, tornando-se, também, numa referência internacional no setor.
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PFN desfila
Natureza, Tecnologia e Arte na passerelle da Expocosmética Em abril, teve lugar mais uma edição da final do Concurso Novos Criadores Portuguese Fashion News, cujo palco escolhido para a fase final desta iniciativa foi a Expocosmética. Sob o mote “Natureza&Tecnologia&Arte”, foram apresentadas as 15 propostas concebidas pelos novos criadores a concurso, em representação de oito escolas de moda nacionais. Inspirados pelo tema, os novos criadores conceberam os coordenados e apresentaram-nos na passerelle, sob o olhar atento da imprensa e designers consagrados. Em concurso estiveram 15 alunos, representantes de oito escolas de moda portuguesas. Estimular a criatividade e inovação e impulsionar jovens designers é o principal objetivo deste projeto. A participação destes novos criadores nestas iniciativas permitelhes uma aproximação à indústria da moda e uma primeira interação com os fabricantes nacionais de tecidos, que cedem a matéria-prima para a criação dos coordenados, permitindo desta forma a concretização desta iniciativa. O júri do concurso - composto por profissionais do mundo da moda nomeadamente a estilista Elisabeth Teixeira, António Cunha, representante da Empresa Orfama, António Pascoal, diretor de Unidade de Negócio da Exponor e Sandra Falcão, do Portal de Moda – deu o primeiro lugar a Rita Krupiej, da ESAD, com tecidos Fernando Valente & Cª; o segundo coube a Maria Martins, da Modatex Porto, com tecidos TMG Textiles e o terceiro a Domingos Machado - Escola Art. Soares dos Reis - com tecidos Albano Morgado.
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A T U A L I D A D E
Porto Fashion Week
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1.ª Porto Fashion Week colocou a moda no centro do Porto, com milhares de profissionais da indústria a correrem a baixa da cidade em busca das mais recentes novidades do setor. Quase 5.100 compradores (4.629 nacionais e 462 internacionais) estiveram na Alfândega do Porto, no salão Modtissimo, que decorreu em finais de fevereiro, e percorreram as 12 lojas de design e moda que se associaram ao primeiro Fashion District deste novo conceito. No salão dedicado aos tecidos, acessórios e confeção portuguesa, os mais de 200 expositores presentes gostaram da nova configuração do salão, que incluiu a zona Lifestyle, com mobiliário e têxteis-lar made in Portugal, e com as muitas visitas que permitiram angariar novos contactos de negócios e até encomendas na hora. Neste novo conceito, o Modtissimo contemplou ainda o iTechStyle Innovation Business Forum by CITEVE – um novo conceito para os têxteis inovadores. Paralelamente decorreram outras ações, como a apresentação de tendências do WGSN, Carlin, Mudpie e Citeve, e do estudo de Daniel Agis sobre o retalho em Portugal, intitulado “Retail 3.0”. Já no Fashion District, o roteiro incluiu 12 lojas da baixa do Porto – Mezzanine, Miacomigo, Marc by Marc Jacobs Porto, Gentleman Square, Gio Rodrigues, Cedofeita n.º 300, Hippie Plaza, Dama de Copas, Muuda, Taken Urban, Luís Buchinho e Size – e ainda um happening no bar Clube 3C, que reuniu o mundo da moda e contou com um desfile especial com a mostra da oferta destas lojas. A segunda edição da Porto Fashion Week regressa em setembro e promete trazer mais novidades.
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LIFE Training inspirou cerca de 500 pessoas no Porto
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LIFE Training, especialista em formação da área comportamental, promoveu o maior evento de comunicação do país - o Inspiração ’13 - que se realizou, em abril, na Exponor, e que contou com a presença de mais de 500 pessoas, onde inspiração, motivação e liderança foram as palavras de ordem. Pedro Vieira, master trainer e CEO da LIFE Training, foi o responsável por ministrar a formação que cativou os presentes. O Inspiração ‘13 permitiu a todos os participantes explorarem as suas ambições e planos, bem como descobrir mais acerca do seu tipo de comunicação e sobre os segredos para o sucesso pessoal. O evento esteve repleto de atividades dinâmicas, com exercícios práticos e algumas surpresas durante o dia. A formação foi dada em quatro módulos, de 90 minutos, onde os participantes puderam aprender acerca do processo da auto-motivação, comunicar com maior eficiência, metodologias de gestão de conflitos e o desenvolvimento de um plano para o aumento das competências comportamentais. O dia passou de uma forma leve e animada, num evento que não deixou ninguém indiferente. REVISTA VIVA, JUNHO 2013
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Rumo à
harmonização A qualidade do serviço prestado aos municípios, a eficiência energética, a manutenção do equilíbrio financeiro e a sensibilização dos cidadãos para a correta utilização da água são as grandes bandeiras da Águas do Douro e Paiva, empresa que brevemente se vai fundir com outras três entidades, dando origem à Águas do Norte. Texto: Mariana Albuquerque Fotos: AdDP/Virgínia Ferreira
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um momento em que o setor da água em Portugal está em processo de transformação, na persecução de um futuro marcado pela sustentabilidade económica e ambiental, a Águas do Douro e Paiva (AdDP) já está a trabalhar na criação de uma empresa – a Águas do Norte – que permitirá dar importantes passos rumo à harmonização das tarifas aplicadas aos municípios. “O que se passa em Portugal é que a tarifa da venda de água em alta (água que é transportada, já tratada, até à entrada das cidades ou povoações) é muito diferente, o que acaba por ter repercussões no preço da água vendida aos consumidores”, explicou Álvaro Castello-Branco, presidente do Conselho de Administração da AdDP. Desta forma, notou, é fundamental para o país que a tarifa seja harmonizada, ou seja, que quem vive no Algarve ou em Trás-os-Montes pague a água ao mesmo preço daqueles que vivem na região do Porto, o
que não acontece atualmente. “Há uma grande preocupação do poder político para que a água tenha uma tarifa harmonizada em Portugal e, para isso, estão a dar-se passos que são importantes: está a ser preparada uma fusão de empresas”, esclareceu. Neste momento, o grupo Águas de Portugal é composto por 17 empresas que vão dar origem a apenas quatro. Tal como explicou o responsável da AdDP, no norte, os sistemas multimunicipais Douro e Paiva, Noroeste e de Trás-os-Montes e o sistema multimunicipal de saneamento SIMDOURO vão fundir-se num só. “Isto significa a harmonização, em cinco anos, da tarifa em toda a região”, realçou. Ainda assim, segundo salientou Álvaro CastelloBranco, o processo de fusão em curso será fundamental não só devido à questão das tarifas. “A reestruturação é extremamente importante para o futuro do setor em Portugal. Neste momento, as câmaras municipais devem 555 milhões de euros ao grupo Águas de Portugal. Esta dívida
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aumenta todos os meses em alguns milhões e isto viria a tornar-se insustentável”, assegurou. Desta forma, está na Assembleia a República (AR) uma proposta de lei que pretende resolver a questão do acumular da dívida – a fatura detalhada. “Trata-se de uma fatura na qual vem discriminado o valor em alta e em baixa, ou seja, o consumidor paga exatamente a mesma coisa, só que o dinheiro que tem a pagar vem decomposto, sendo que as Águas de Portugal passam a receber diretamente a parte correspondente à alta”, explicou o presidente. Outra questão a ter em conta é a do chamado défice tarifário (diferença entre a tarifa que se pratica e o real custo da água) “que é também de algumas centenas de milhões de euros.” “Há muitos locais em que a tarifa é inferior ao custo existente para fazer lá chegar a água e isso resulta num défice enorme, em termos de perda para o Grupo”, esclareceu, assegurando que a fusão conseguirá resolver o problema, uma vez que,
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com as novas tarifas, as previsões apontam para que a Águas do Norte consiga recuperar todo o défice tarifário atualmente existente.
Manter a qualidade e o equilíbrio financeiro Entretanto, para este ano, os objetivos da Águas do Douro e Paiva já estão plenamente definidos. “Pretendemos continuar a fornecer os nossos 20 municípios em ótimas condições de qualidade. Nos parâmetros de certificação, a empresa apresenta um grau de qualidade que ronda os 99%. Manter esses padrões de eficiência é o primeiro grande objetivo da AdDP”, sustentou Álvaro Castello-Branco. Além disso, frisou, a segunda meta será a de conservar os resultados financeiros da entidade. “Esta é uma empresa que não dá prejuízo, conseguimos atingir o equilíbrio e, por isso, queremos manter os índices financeiros alcançados”, salientou. REVISTA VIVA, JUNHO 2013
A M B I E N T E
Inovação, eficiência energética e educação são apostas constantes A preocupação com a renovação de equipamentos e a aprendizagem de novas soluções é de tal forma valorizada no setor português da água que o transformou num “dos mais avançados da Europa”. “Estamos na vanguarda, em termos técnicos e de inovação”, referiu o responsável, acrescentando que, neste momento, a fatura energética – “que tem aumentado brutalmente” – está no centro de todas as atenções. “A fatura cresceu não pelo facto de gastarmos mais energia, mas porque o preço da mesma tem subido”, explicou, referindo que aquela despesa representa 36% dos custos da AdDP. “Por isso, temos muita atenção nesta área e procuramos sempre uma maior eficiência energética, inovando o mais possível para podermos baixar a fatura”, afirmou. A eficiência ambiental é outras das prioridades que norteia o desempenho da empresa. “Procuramos transmitir às pessoas – através dos projetos
ambientais e do Centro de Educação Ambiental – os valores corretos para a utilização da água. Estamos num negócio sui generis, na medida em que não nos satisfaz vender o mais possível, mas sim vender exatamente o que é necessário, de forma a não desperdiçar um recurso natural que é essencial para a vida”, referiu o presidente do Conselho de Administração da empresa. Os resultados obtidos no trabalho de sensibilização da comunidade, esses, “têm sido bastante bons”, refletindo-se, desde logo, na adesão ao Programa Integrado de Educação Ambiental: A Água e os Nossos Rios - Projeto “Mil Escolas” e ao Centro de Educação Ambiental. “Dirigimo-nos às camadas jovens porque são aquelas que aprendem mais facilmente, as que estão mais abertas ao conhecimento e é uma forma de darmos um importante contributo para a construção das gerações futuras”, concluiu o responsável.
ÁGUAS DO DOURO E PAIVA
www.addp.pt
Grupo Águas de Portugal
CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ÁGUAS DO DOURO E PAIVA, S.A.
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Propostas culturais de verão Com o tempo quente já assinalado nas agendas de todos aqueles que pretendem desfrutar do verão desde o primeiro momento, os equipamentos culturais portuenses idealizaram um conjunto de espetáculos, concertos e performances que vão desafiar os cidadãos a viverem o espaço público da cidade. Texto: Mariana Albuquerque Fotos: Serralves | TNSJ | CdM | Galeria Fernando Santos
Serralves: Mel Bochner de regresso a Portugal No início de junho, o clima vivido em Serralves é só um: de festa. Nos dias 8 e 9, o equipamento cultural portuense recebe a 10.ª edição daquele que é considerado o maior festival de expressão artística contemporânea em Portugal – o “Serralves em Festa” – que é já um ponto de passagem obrigatório para dezenas de milhares de pessoas. Assim, das 8 horas da manhã daquele sábado até à meia-noite de domingo, dezenas de eventos pensados para todas as idades e gostos vão animar os visitantes, oferecendo-lhes propostas nas áreas da música, dança, performance, teatro, circo, cinema, vídeo e fotografia. Num olhar mais atento para a programação, os destaques musicais vão para o concerto de Jazz que reúne a formação alemã WDR Big Band Cologne e a Orquestra de Jazz de Matosinhos; o projeto de Ópera em Bicicletas da britânica Kaffe Mathews, “que vai pôr o público do Porto a pedalar pelas ruas da cidade numa áudio-bicicleta ligada a um satélite” e ainda a instalação performativa do coletivo internacional Circumstance, em colaboração com artistas portugueses. Por outro lado, na vertente da Dança Contemporânea, a grande festa vai abrir as portas ao projeto “Bodies in Urban Spaces”, do coreógrafo austríaco Willi Dorner, “que nos convida a descobrir, sobre a forma de
percurso coreográfico e arquitetural, a relação entre o corpo das bailarinas e a arquitetura dos locais onde se realiza”. O Circo Contemporâneo será, mais uma vez, uma das grandes apostas da iniciativa, com a companhia belga Okidok a trazer ao Porto o espetáculo “Slips Inside”, um registo clownesco do ridículo e do desastrado com acrobacia, magia, mímica e dança. Ainda no mês de junho, mas nos dias 15 e 16,
ESPETÁCULOS/ EVENTOS
Serralves receberá o ciclo de música, dança e performance “Matérias Vitais”, inspirado “pela defesa da importância da energia intrínseca da vida não-orgânica, sublinhada na emergência de novos materialismos”. A iniciativa contará com a participação do coletivo “Les Femmes Savantes” – composto por cinco mulheres artistas: Sabine Ercklentz, Hanna Hartman, Andrea Neumann, Ana-Maria Rodriguez e Ute Wassermann – que apresentará, no dia 16, um dos seus projetos mais recentes, um “Concerto em Auscultadores”. Em alternativa ao tradicional espaço acústico de audição coletiva da sala de concertos, elegem o espaço direto e íntimo da cabeça e dos ouvidos dos espectadores como espaço de audição. No dia anterior, uma formação reduzida a Neu-
TNSJ: aproximar o público do ato de criação
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mann e Ercklentz apresentará “Pionierinnen der Klangforschung” [Pioneiras da Investigação do Som], um vídeo realizado em colaboração com Anja Weber, com banda sonora interpretada ao vivo. O ciclo integrará ainda, na área da música, a presença de Akio Suzuki e David Maranha. No mês de julho, Serralves vai inaugurar “uma das mais importantes exposições em circulação na Europa”, de Mel Bochner, em coprodução com a Whitechapel Gallery (Londres) e a Haus der Kunst (Munique). Assim, entre os dias 12 de julho e 27 de outubro, o público terá oportunidade de conhecer o trabalho de um dos artistas “que mais revolucionou a história da arte da segunda metade do século XX, tendo sido o autor, em 1966, da primeira exposição de arte concetual. A provar que o palco de um verdadeiro artista (profissional ou amador) não se confina aos locais especialmente criados para esse efeito, o Teatro Nacional São João (TNSJ) vai apresentar, entre os dias 11 e 21 de junho, “Corpo Casa Rua”, nas estações de Metro do Porto. A peça, produzida pelo Visões Úteis – coletivo teatral que se esforça por romper com o confinamento da criação artística, envolvendo públicos nas suas manobras de distração e intervenção – “designa um trajeto da intimidade para a exterioridade, do espaço privado para o público, do fechamento para a abertura”. Assim, o projeto, que chegará às estações de São Bento, Aliados, Trindade e Bolhão, vai ser executado por quatro comunidades portuenses distintas: pelos alunos de Teatro do Serviço Educativo do Visões Úteis, do Balleteatro Escola Profissional, pelos utentes seniores do Centro de Dia da Junta de Freguesia de Santo Ildefonso e ainda por reclusas do Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo. Com direção de Carlos Costa, a peça visa despertar a reflexão nos passageiros do metro, transportando-os para o mundo das possibilidades impossíveis e levando-os a pensar se não conseguiriam viver de outra forma. Depois das obras “A Ballet Story”, “A Strange Land” e “Fuga sem Fim” – com especial destaque para a primeira, descrita pelos jornais REVISTA VIVA, JUNHO 2013
P O R T O
D ´ A R T E
Público e Expresso como o melhor espetáculo de dança de 2012 – Victor Hugo Pontes chega ao palco do TNSJ com “Zoo”, entre os dias 20 e 22 de junho, pelas 21h30. Na nova criação, o encenador parte de “Why Look at Animals”, texto originalmente publicado pelo ensaísta britânico John Berger em “About Looking”, refletindo sobre a relação ancestral entre animais e humanos, “esse companheirismo inominável em regime de mutação nas sociedades contemporâneas, uma vez que as criaturas enjauladas em jardins zoológicos acabam por tornar-se monumentos vivos ao seu próprio desaparecimento cultural”. O espetáculo retrata este processo, transformando-o em matéria teatral. Uma semana depois da estreia de “Zoo”, de 27 a 29 de junho, o coreógrafo André Mesquita apresentará “Salto”, peça que assenta no diálogo das possibilidades entre o pensamento contemporâneo e o corpo, com interpretação de Teresa Alves da Silva e Miguel Oliveira. Depois, já em julho, entre os dias 5 e 7, o Teatro Carlos Alberto receberá “Máquina-Tróia”, um exercício final dos alunos da licenciatura em Teatro (Interpretação e Encenação) da Escola Superior Artística do Porto, dirigido pelo encenador e pedagogo Roberto Merino. A segunda edição da Mostra de Processos/ Portugal (MAP/P) chegará ao Mosteiro de São Bento da Vitória (MSBV) entre 9 e 13 do mesmo
mês para promover um contacto mais próximo entre o ato de criação e o público. A iniciativa, programada pelo coreógrafo Alberto Magno, caracteriza-se por promover um espaço de partilha de processos de pesquisa e criação artística: “o criador expõe um work in progress, testando os seus pressupostos e linguagens; o público acede a novas propostas criativas, participando do seu crescimento potencial”. Os formatos da MAP/P, esses, são diversos, abrangendo vídeo, performance, exposição, conversa, videoconferência e análise de portefólio. Com encenação de Nuno Cardoso, a comédia trágica “A Visita da Velha Senhora”, que decorrerá de 10 a 14 de julho no TNSJ, pretende mostrar ao público, “de forma lúcida e lúdica”, o destino de uma comunidade que é submetida à força arbitrária do poder e do dinheiro. Ainda antes da pausa para férias - no mês de agosto - o TNSJ receberá o IV Encontro Nacional de Cenografia, no dia 20 de julho, pelas 15h, reunindo todos os interessados em debater aquele conceito a partir da experiência acumulada nas áreas artísticas, técnicas e artesanais que com ele se relacionam de uma forma mais ou menos direta. O evento é organizado pela Associação Portuguesa de Cenografia, que visa dignificar a profissão de cenógrafo “no quadro da interdependência das mais diversas disciplinas”.
Miguel Bombarda: pintura, escultura, fotografia e vídeo de João Louro
Depois de uma temporada em que apresentou ao público a exposição “Pintura”, de Nikias Skapinakis, a Galeria Fernando Santos (localizada no n.º 526 da conhecida Rua Miguel Bombarda) vai desvendar, durante as próximas semanas, até ao dia 31 de julho, “L’ Écriture du Désastre”, de João Louro. Natural de Castelo Branco, estudou
Arquitetura em Lisboa e Pintura na Escola de Arte e Comunicação Ar.Co. O trabalho do artista, agora disponível numa das artérias mais conhecidas da Arte Contemporânea no Porto, engloba pintura, escultura, fotografia e vídeo. Descendente da arte concetual e minimal, João Louro procura ultrapassar o paradigma romântico dando
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protagonismo ao papel do espectador que, nas palavras do próprio autor, é a figura chave para completar a obra de arte. A reorganização do universo visual é um dos grandes objetivos da sua obra, que também explora de forma intensa a linguagem, nas suas várias potencialidades e aspetos.
Casa da Música: “La Dolce Vita” na celebração do verão
A programação de verão do equipamento cultural projetado pelo holandês Rem Koolhaas arranca num ambiente informal com “La Dolce Vita”, entre o São João e o fim de julho. De uma forma descontraída, no exterior e no interior da Casa da Música, os espectadores serão convidados a usufruir de uma significativa oferta dos mais variados géneros musicais, desde o fado ao jazz vocal e instrumental e ao pop-rock. No dia 23 de junho, a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música vai protagonizar o concerto de São João, evocando “grande temas que associamos à Roma antiga, ao icónico Coliseu e a alguns dos filmes mais populares do cinema, como são “O Gladiador” e “Ben-Hur”. Dias depois, a 14 de julho, haverá “Sonópolis”, festa multicultural realizada anualmente que envolve largas dezenas de pessoas em “fusões surpreendentes de sons e linguagens artísticas”. “Fruto de um projeto do Serviço Educativo desenvolvido ao longo do ano, junta comunidades de realidades distintas”, transformando os contrastes em harmonia. A 16 do mesmo mês, o palco pertencerá a Luís Marques, para um concerto de guitarra portuguesa, que contará com a participação de Ricardo Martins, na viola. O músico tem-se vindo a destacar também na música instrumental renascentista, barroca, clássica e contemporânea, sendo membro fundador do grupo de música portuguesa Soão. “La Dolce Vita” encerrará a 28 de julho ao som das Bandas Filarmónicas, naquele que é “um dos encontros mais festivos da programação”. As bandas chegam de várias localidades do país, trazendo consigo muitos anos de tradição e os seus repertórios de eleição. Apresentam-se, então, no formato de arruada, em redor da Casa da Música, convidando, depois, o público a ouvi-las nas melhores condições acústicas da Sala Suggia. Depois da pausa de agosto, os grandes concertos regressam em força, com especial destaque para os projetos cénicos. Agendado para o da 24 de setembro está um dos momentos altos da programação, marcado pela estreia em Portugal da mais recente ópera de Luca Francesconi – “Ligações Perigosas” – que se baseia num dos textos teatrais mais significativos de Heiner Muller, por sua vez inspirado no famoso romance “Ligações Perigosas”. Depois de ter estreado em Milão, em 2011, a obra transformou-se num dos grandes sucessos da ópera contemporânea, tendo já inúmeras novas produções anunciadas em vários teatros da Europa. Com encenação de Nuno Carinhas e interpretação musical a cargo do Remix Ensemble, a produção seguirá para Estrasburgo, depois a passagem pela Casa da Música.
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A U T A R Q U I A S
Depois da Fitch Ratings, agência de notação financeira, ter reconhecido publicamente o equilíbrio orçamental do munícipio do Porto, apesar das dívidas do Governo à câmara municipal, falta ainda que o Tribunal de Contas dê luz verde para que a autarquia possa avançar com alguns projetos reestruturantes, cuja sustentabilidade está garantida desde o início.
Projetos reestruturantes Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: CMP
Junho, mês de animação O mês que marca as comemorações do santo padroeiro da cidade, irá proporcionar, ainda, um conjunto alargado de eventos, de forma a que os portuenses possam receber o verão em festa. A 2.ª edição do Festival Optimus Primavera Sound, o Festival Internacional de Teatro de Expressão
P O RTO
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Estabilidade financeira na Câmara do Porto
Num ano difícil, em que o Governo foi obrigado a lançar um programa de apoio à economia local, assegurando empréstimos às autarquias endividadas de forma insustentável, tanto à banca como a fornecedores, o município do Porto, fruto de um rumo traçado logo de início, por este executivo, manteve o equilíbrio das contas, garantindo o compromisso assumido com os seus munícipes. Essa estabilidade traduz-se, essencialmente, na manutenção dos prazos médios de pagamentos a fornecedores inferiores a 30 dias, na contínua redução da dívida bancária e no controlo permanente da eficácia das despesas de funcionamento. Em 2012, assistiu-se a uma quebra significativa da receita, devido a decréscimos nas receitas fiscais, que obrigou a um controlo apertado das despesas de funcionamento e de investimento, tendo sido, no entanto, o não cumprimento pelo IHRU de um acordo de colaboração para o investimento em reabilitação, a ação mais penalizadora na execução orçamental, uma vez que havia compromissos assumidos pela autarquia ao abrigo desse acordo, bem como a retenção, pela administração tributária, de 5% das receitas do IMI, o que resultou num esforço orçamental não previsto de 11,7 milhões de euros, que a autarquia remete como sendo da total responsabilidade da Administração Central. Apesar das dificuldades, o “bom desempenho orçamental” conferiu-lhe nota muito positiva, atribuída pela agência de notação financeira Fitch Ratings, que reconhece que, ao longo dos últimos cinco anos, a Câmara do Porto tem conseguido conservar a receita fiscal “relativamente estável, enquanto as transferências correntes do Governo central se têm mostrado voláteis”, destacando, ainda, o facto de o executivo autárquico ter ajustado os seus gastos operacionais, de forma a poder manter “um nível confortável de equilíbrio orçamental”, expressando publicamente a sua satisfação pela “prudente gestão financeira e pela dívida moderada” da autarquia. Ibérica, Inaugurações Simultâneas de Arte Contemporânea no Quarteirão de Bombarda e a Festa da Criança decorrem na primeira semana do mês, que avança com a 10.ª edição do Serralves em Festa, entre os dias 7 e 9. A Corrida de S. João (16 de junho) e o início da dupla jornada do Circuito da Boavista (21 a 23 com o Grande Prémio Histórico do Porto), marcam o fim de semana que antecede a grande noite de S. João. No dia 23, para além das corridas, haverá «Ranchos em Arruada», no centro da cidade. O Baile das Fontainhas, o tradicional fogo de artifício, à meia noite, sobre o rio e o Arraial nos Aliados, são os momentos altos previstos para a noite mais longa e divertida do ano. No dia 24 há concerto de S. João, pela Banda Sinfónica Portuguesa, às 16h00, nos Jardins do
Palácio de Cristal, e Regata de São João. De 28 a 30 continuam as corridas na Boavista, desta vez com o Campeonato Mundial de Carros de Turismo (WTCC). O evento irá integrar uma programação paralela, diversificada e de acesso gratuito, com propostas musicais, atividade física, atividades dedicadas aos mais novos, feiras e mercados. Os bilhetes para a edição deste ano podem ser adquiridos na FNAC, CTT, El Corte Inglês, Postos de Turismo do Porto, Serviços Centrais Portolazer, Centro Desportivo do Monte Aventino, Piscina Municipal da Constituição e Rivoli – Teatro Municipal ou online em www.circuitodaboavista. com e portolazer.bilheteiraonline.pt. A fechar o mês, as Rusgas de S. João regressam aos Aliados, no dia 29. REVISTA VIVA, JUNHO 2013
A U T A R Q U I A S
Reabilitação do troço nascente da Av. Boavista Tendo já procedido à abertura do concurso público para a requalificação do troço nascente da Avenida da Boavista, a maior artéria urbana da cidade do Porto, com uma extensão superior a cinco quilómetros, a Câmara do Porto aguarda luz verde do Tribunal de Contas para dar início à empreitada. Depois da reabilitação a poente, entre o Parque da Cidade e a Rotunda do Castelo do Queijo, o troço nascente, entre a Rotunda da Boavista e o Bessa, irá ser reabilitado por sete milhões de euros, tendo a autarquia fixado já “prazos parciais vinculativos” para as várias fases da obra, que no total tem de durar menos de dois anos. A requalificação irá decorrer por fases, atendendo ao avultado investimento e tendo em conta a extensão da artéria. Numa primeira fase, a intervenção partirá da rotunda, incluindo as ruas adjacentes que servem o cemitério de Agramonte. A segunda fase engloba a zona entre as ruas de Guerra Junqueiro e António Cardoso. A partir desta artéria e até à de António Bessa Leite terá lugar a terceira fase de requalificação, sendo que a última englobará o troço entre Bessa Leite e a rua “O Primeiro de Janeiro”. Assim, a avenida e áreas adjacentes, irão passar a contar com passeios mais largos, ciclovia, novos lugares de estacionamento e infraestruturas de iluminação e de telecomunicações, escoamento de águas pluviais, abastecimento de água, saneamento, melhorias na circulação automóvel e arborização lateral.
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A T U A L I D A D E
Lançamento do Projeto “Bebe Água do Porto”
Edifício Axa: novo «cluster» cultural O Edifício Axa, na Avenida dos Aliados, está a ser reconvertido num centro cultural de sete andares e 50 salas, num investimento “superior a um milhão de euros”. Inaugurado em abril, o projeto visa transformar o espaço num local de acolhimento de várias iniciativas culturais, assinalando o arranque da segunda fase do programa de dinamização urbana 1.ª Avenida – promovido pela Câmara do Porto, Porto Lazer e pela Associação Comercial do Porto – anteriormente localizado no edifício Montepio, também nos Aliados. Até final de outubro, a nova sede do projeto deverá acolher mais de 200 eventos.
O município do Porto lançou o projeto “Bebe Água do Porto”, dirigido a alunos e docentes das escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico da rede pública em parceria com a Ordem dos Nutricionistas, Faculdade de Medicina e Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto. A iniciativa resulta da constatação de que uma significativa percentagem da população não utiliza a água da torneira para beber e que a principal razão apontada, segundo estudos recentes, é a desconfiança relativamente à qualidade da rede pública. De acordo com os resultados obtidos, a qualidade da água da cidade está de acordo com todas as exigências legais. O projeto pretende incentivar a utilização da água da rede pública, para beber diariamente e, através das crianças, promover a sua ingestão junto das famílias e da comunidade. Para tal, foi entregue aos alunos uma garrafa reutilizável, para o consumo da água da torneira na escola.
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SRU
Operação B ( R Mercadores)
Operação E1 (Rua de Sant’Ana)
Operação E1 (Rua de Pena Ventosa)
Programas de Regeneração Urbana e Realojamento em curso Fotos: Porto Vivo, SRU
Morro da Sé
As obras referentes ao Programa de Realojamento do Morro da Sé continuam a desenvolver-se a bom ritmo, mantendo-se a previsão de haver fogos concluídos para proceder ao realojamento das primeiras famílias após o verão. Ainda no âmbito da Parceria para a Regeneração Urbana do Morro da Sé, e com mais um contributo no quadro do apoio a proprietários e investidores que intervêm na reabilitação de edifícios de construção antiga, a Porto Vivo, SRU reeditou o Guia de Termos de Referência para o Desempenho Energético-Ambiental. Trata-se de um documento realizado em parceria com a Agência de Energia do Porto / Laboratório de Física das Construções da Universidade do Porto, que contou também com a colaboração da Direção Regional de Cultura do Norte. O Guia tem como públicoalvo os agentes que intervêm no processo de reabilitação de edifícios do Centro Histórico do Porto e fornece orientações de projeto e de execução com vista à adequação dos edifícios a
condições de conforto e de melhoria da eficiência energética, propondo soluções que conciliam o Património e a Sustentabilidade. O documento pode ser consultado em http://www.portovivosru. pt/morro_se/fileManager/editor/pdfs/Guia_Termos_Referencia.pdf ou obtido gratuitamente na Loja da Reabilitação Urbana.
PORTO VIVO
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Eixo Mouzinho/Flores
O Programa para a Regeneração Urbana do Eixo Mouzinho/ Flores encontra-se quase concluído no que toca quer a operações imateriais (Estudo para Melhoria da Mobilidade na Zona Histórica, instalação do Museu da Santa Casa da Misericórdia, instalação e operacionalização da Gestão de Área Urbana, apoio ao Empreendedorismo, Feiras Francas e Valorização do Espaço e do Comércio Tradicional através da Memória) quer às físicas (Modernização dos Ninhos de Empresas e Circuito do Vinho do Porto). Em curso está, ainda, a operação de Requalificação do Espaço Público, em franco progresso e controlo, de modo a não perturbar em demasia a vida de moradores e comerciantes. Nesta intervenção têm sido detetadas várias ocorrências ao nível dos achados arqueológicos, o que se traduz num importante contributo para a história da cidade, como o antigo Convento de S. Domingos, já escavado e protegido, e a necrópole da Capela da Ordem dos Terceiros, pertença daquele Convento que terá sido demolida em 1835 quando se iniciou o processo de abertura da Rua de Ferreira Borges. A intervenção na rua Mouzinho da Silveira permitiu, ainda, a localização de vestígios de elementos alinhados com a antiga Rua das Congostas, designadamente duas estruturas habitacionais e um aparelho hidráulico de uma antiga indústria da Idade Moderna, dois arcos e muro medievais e um muro de datação romana. Foram também identificados uma casa medieval, a Capela de S. Crispim e o Hospital de Crispiniano. No Largo de S. Domingos foi identificado um antigo lajeado e no Largo dos Lóios surgiram níveis romanos. Na Rua do Infante D. Henrique foi identificado e escavado um conjunto de níveis de ocupação romanos associados a três outras estruturas.
Rua das Congostas
Arcos medievais Capela de S. Crispim
REVISTA VIVA, JUNHO 2013
Á G U A S
P O R T O
O Pavilhão da Água é o local perfeito para experimentar a importância da água e as suas aplicações diárias, lúdicas e científicas. No sentido de proporcionar algumas dessas experiências, o equipamento, desce, durante o verão, às praias do Porto, numa iniciativa lúdica e de aprendizagem para miúdos e graúdos.
Pavilhão da Água vai às praias Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: AP
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esponsável pela educação ambiental no âmbito do projeto Bandeira Azul, o Pavilhão da Água funciona como Centro Azul, desenvolvendo todas as atividades dentro e fora das suas instalações. Fora de portas, o programa de atividades do Pavilhão da Água é reforçado durante os meses de verão. A época balnear deste ano reserva uma mão cheia de experiências lúdicas e pedagógicas nos areais e na frente marítima do Porto. Convidando a uma participação ativa de públicos de diversas idades, as ações de educação ambiental previstas visam contribuir para que as praias da cidade continuem a hastear a Bandeira Azul. Assim, de
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16 a 23 de julho, entre as 14h00 e as 16h00, a diversão toma conta dos areais portuenses: dia 16 de julho as atividades irão desenvolver-se na praia do Homem do Leme, dia 18 na do Molhe e 23 na do Ourigo.
Uma visita cheia de surpresas
Oferecido à Câmara do Porto pela Unicer, a infraestrutura está, desde 2002, instalada no Parque da Cidade, sendo gerida atualmente pela empresa municipal Águas do Porto. O edifício, foi projetado pelos arquitetos Alexandre Burmester e José Carlos Gonçalves de forma a criar a ilusão de que está suspenso no ar. No espaço, uma série de experiências, concebidas no Experimentarium, na Dinamarca, por uma
equipa dirigida pelo físico Nils Hornstrup e pelo designer Peter Claudell, formam um conjunto de jogos de cor, luz e som que produzem efeitos, simulam acontecimentos e explicam fenómenos através da água, a única fonte de energia das experiências. As surpresas são muitas e passam por diversas atividades lúdicas e divertidas como a composição de música, o acesso a imagens em três dimensões - através de ilusões de óptica - assistir à formação de um tornado e de um ciclone, observar o comportamento das ondas e jatos de água de diferentes formas, aprender as diferentes fases do ciclo da água ou quais as melhores formas de não a desperdiçar. REVISTA VIVA, JUNHO 2013
M E M Ó R I A S
Homenagem a D. Pedro V Apesar de já anteriormente terem existido hospitais militares no Porto, uma infraestrutura construída de raiz só foi autorizada por Carta Régia de 18 de abril de 1854, por D. Fernando II, regente em nome do seu filho menor, o rei D. Pedro V. O hospital está situado na Avenida da Boavista, a mais longa artéria portuense, com cerca de cinco quilómetros, que atravessa seis freguesias da cidade. Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Virgínia Ferreira
H OS P I TA L M I L I TA R
A
construção do hospital, situado na parte inicial da avenida, foi iniciada em 1862, sendo batizado em homenagem ao rei, falecido no ano anterior. O Hospital Militar, denominado de D. Pedro V, ainda não estava concluído quando recebeu os primeiros doentes, em 1869. Na sequência do golpe republicano de 1910, o hospital passou a designar-se de “Hospital Militar do Porto” e, aquando da reorganização do Exército, em 1926, passou a hospital da 1.ª Região Militar, com a designação de “Hospital Militar Regional nº 1”.
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Em 1990, em homenagem ao seu fundador, o hospital voltou a incluir o nome de D. Pedro V na sua designação oficial, que passou a ser “Hospital Militar Regional nº 1 D. Pedro V”. No âmbito da criação do Hospital das Forças Armadas, ocorrida em 2009, está prevista a transformação do HMR1 no pólo do Porto daquele hospital, quando o mesmo for ativado. A Avenida da Boavista foi aberta em meados do século XIX, mas o último troço, entre a Fonte da Moura e o mar só terminou em 1917. Com cerca de cinco mil metros de extensão, esta artéria atravessa as freguesias de Cedofeita, Massarelos, Aldoar, Ramalde, Lordelo do Ouro e Nevogilde.
REVISTA VIVA, JUNHO 2013
M Ú S I C A
Muse | 10 de junho | Estádio do Dragão Os britânicos Muse regressam a Portugal para atuar no Estádio do Dragão, a 10 de junho, num concerto que integra a digressão mundial de promoção do seu último álbum, “The 2nd Law Tour”. Com 6 discos editados, os Muse já venderam mais de 15 milhões de unidades no mundo inteiro e arrecadaram muitos prémios, entre os quais cinco MTV Europe Music Awards, oito NME Awards, quatro Kerrang! Awards e dois Brit Awards. A digressão, intitulada “Muse’s Summer Stadium Shows”, mostra como a banda que criou a música oficial dos últimos jogos Olímpicos, “Survival”, incluída neste álbum, se transformou numa das maiores para atuações em grandes recintos. O preço dos bilhetes varia entre os 56 e os 90 euros.
Concertos, lançamentos, curiosidades
Botequim Fantasma lança 1.º EP Formados em 2010, e após quase dois anos trancados num sótão do Porto, os Botequim Fantasma (BF) abriram finalmente o alçapão ao público com o lançamento do EP «Guarda-Nuvens», o seu primeiro registo discográfico. Após participarem em inúmeros projetos musicais os elementos decidiram juntar-se para criar um denominador comum que englobasse as suas influências e experiências musicais: tendo por base a sonoridade rock, a música distingue-se por incursões ao jazz, funk e música tradicional portuguesa. Desta amálgama resultam melodias cativantes e ritmos frenéticos, conferindo assim à música um tom sarcástico, enigmático e intimista. O disco encontra-se disponível para venda nas grandes superfícies FNAC e online, em mais de 650 lojas distribuídas por todo o mundo.
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NOVA ERA apresenta EDP Beach Party | 6 julho | Praia do Aterro Considerado como o melhor DJ Nacional, e 47º a nível mundial do Top 100 DJs, da DJ Mag, Pete Tha Zouk vai atuar na Praia do Aterro, no festival NOVA ERA apresenta EDP Beach Party. A 6 de julho, Pete Tha Zouk vai assim juntar-se a Axwell, Dimitri Vegas & Like Mike, DJ Ride, Plastik Funk entre muitos outros em 12 horas non stop na Melhor Beach Party da Europa. Os bilhetes para a mega-festa já estão em pré-venda nos locais habituais: FNAC, Worten, Agências Abreu, Centros Comerciais Dolce Vita, El Corte Inglés, Ticketline.pt e Rádio Nova Era.
«Red Wine» no festival Positive Vibes Com data marcada para os dias 28 e 29 de junho, no Areinho de Oliveira do Douro, o Festival POSITIVE VIBES regressa para a segunda edição com um dos maiores clássicos do reggae: UB40. A banda de reggae britânica vai atuar a 29 de junho, trinta anos depois de se ter tornado numa das mais consagradas a nível mundial, com mais de 50 milhões de álbuns vendidos. Formada no ano de 1978, em Birmingham, numa fila de segurança social, viu o nome saído de um impresso de desemprego: Unemployment Benefit 40 (Benefício de Desemprego). Depois de dois discos com boa aceitação, lançaram, em 1993, “Labour of Love II” um álbum de versões de reggae que conquistou o primeiro lugar no Reino Unido e entrou para os tops americanos, do qual saiu o sucesso «Red Wine», um dos seus ex-libris. O bilhete diário fica por 18 euros e
o passe de 2 dias custa 25 (os portadores de passe têm direito a campismo no recinto). 28 de junho: Anthony B | Expensive Soul | Skalibans | Dirty Skankbeats | AYO | General Levy | Jimmy P 29 de junho: UB40 | Richie Campbell | Million Styles | Pow Pow Movement | Dengaz | Xibata & Celebration Sound | Cchapa Dux
Marés Vivas | 18 a 20 de julho | Praia do Cabedelo O festival Marés Vivas 2013, que se realiza de 18 a 20 de julho, na Praia do Cabedelo, em Gaia, traz, este ano, ao palco principal, bandas de culto para concertos memoráveis de puro rock. Smashing Pumpkins, Bush e 30 Seconds to Mars são os cabeça de cartaz que estarão rodeados de outros nomes de peso da música nacional e internacional. O bilhete diário pode ser adquirido por 30 18 de julho: The Smashing Pumpkins | Bush | We Trust euros e o passe de 3 dias por 50. 19 de julho: James Morrison | La Roux | David Guetta | Orelha Negra 20 de julho: 30 Seconds to Mars | Rui Veloso | Klaxon
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A U T A R Q U I A S
Marcar a diferença Texto: Mariana Albuquerque Fotos: Francisco Teixeira (CMM)
Matosinhos está, neste momento, a concluir um conjunto de investimentos que “vai fazer a diferença” nas mais diversas áreas, impulsionando a criação de emprego e criando condições para garantir a atração de novas empresas e moradores. Numa altura em que já se avalia o trabalho autárquico desenvolvido nos últimos anos, o presidente da Câmara Municipal de Matosinhos encara com satisfação o nível de dinamismo que conseguiu implementar no município. “Atingimos um belo ritmo de realizações e, assim, é com tranquilidade que me vou submeter novamente ao juízo dos cidadãos”, reconheceu Guilherme Pinto que, nas próximas eleições autárquicas, entrará na corrida como candidato independente. Confiante no “sentido de justiça” das pessoas, o responsável sublinhou que, hoje, se vive melhor em Matosinhos, local onde a fórmula “Mar, Movimento e Cultura” continua a ser uma das maiores estratégias.
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Emprego é a grande prioridade para os próximos tempos De acordo com o autarca, os investimentos que estão, neste momento, “no terreno” vão ser de extrema importância para o reforço da confiança da população. “Estamos a construir equipamentos que vão marcar a diferença em Matosinhos. Quando o pólo do Mar da Universidade do Porto, o CEIA – Centro de Investigação e Aeronáutica, a Porto Business School, o ninho de empresas ligadas ao design e as novas unidades da Unicer e da Ramirez estiverem em funcionamento, o município vai ficar com um clima de confiança diferente”, defendeu, acrescentando ter a “forte determinação” de que Matosinhos poderá impulsionar a Área Metropolitana do Porto (AMP) a sair da crise. Desta forma, nos próximos tempos, a prioridade é sobretudo uma: “emprego, emprego, emprego”. Guilherme Pinto pretende, por isso, completar a estratégia económica que tem vindo a colocar em prática “e que tem de ter
o desenvolvimento necessário para que continue a ter resultados”. O autarca pretende também manter a aposta na solidariedade, concluir tudo o que está a ser feito em matéria de educação e aprofundar atuações em determinadas áreas, “sobretudo na da energia”, não descurando a criação de um “clima de criatividade capaz de gerar empreendedorismo”, de forma a garantir o futuro das próximas gerações.
Educação e investimento económico na linha da frente Tal como referiu o presidente da autarquia local, foram quatro os vetores que nortearam a sua ação nos últimos anos: a educação, o ambiente, a solidariedade e a estratégia económica. A preocupação com a formação dos mais novos assumiu, desde logo, um papel de destaque, pelo que foram construídas 27 escolas das 30 necessárias. Ainda assim, acrescentou Guilherme Pinto, o projeto dos outros três estabelecimentos de ensino vão avançar, tendo em conta as últimas notícias que apontam para a devolução do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) às autarquias. Para além de assegurar às crianças as instalações necessárias a uma boa formação, a câmara apostou também na definição de um plano educativo municipal “que faça com que escolas, autarquia e pais consigam
conjugar as suas ações e estratégias”. No setor ambiental, Guilherme Pinto considera que Matosinhos também cumpriu “todos os objetivos” a que se propôs, assim como na vertente da solidariedade. “Esta é, há muitos anos, uma terra solidária, que mantém bem alta essa bandeira, uma vez que temos um cuidado muito grande com aqueles REVISTA VIVA, JUNHO 2013
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que mais precisam”, garantiu, referindo-se, por exemplo, aos investimentos efetuados em centros de dia, lares da terceira idade e para a deficiência. “Nesse aspeto, temos uma política ousada, que vai muito para além daquilo que é o normal. Só no plano municipal de apoio ao arrendamento – ajuda cedida aos agregados carenciados – temos quase 800 famílias abrangidas”, acrescentou. O investimento económico é, todavia, outro dos grandes motores do município. “Neste momento, Matosinhos tem uma estratégia de aproveitamento dos recursos ligados ao mar que já ditou um investimento de 1700 milhões de euros”, informou o responsável. Por outro lado, evidencia-se ainda uma preocupação constante com a dinamização cultural, “que se revela decisiva na estratégia de integração de novos residentes em Matosinhos, na dinamização dos cidadãos, na forma como se pretende que Matosinhos tenha notoriedade no mundo e na busca permanente da valorização do património local”.
Praias equipadas e prontas para o verão Para que visitantes e moradores pudessem desfrutar das praias de Matosinhos com as melhores condições, a autarquia lançou, logo em 2005, um “masterplan” para toda a orla marítima. Hoje, o processo de requalificação está praticamente concluído e, segundo realçou Guilherme Pinto, “as praias estão prontíssimas a acolher os cidadãos”. De acordo com o presidente, o município só perdeu duas bandeiras azuis porque decidiu “não estar a gastar dinheiro
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desnecessariamente, uma vez que não se tratavam de zonas concessionadas”. “Para manter as bandeiras azuis era preciso que a autarquia pagasse um conjunto de itens que não fazem sentido em
zonas não concessionadas, pelo que resolvemos que iríamos deixar de ter o galardão, embora que a praia continue com a qualidade de sempre”, salvaguardou.
Combater o crescente clima de desconfiança Um dos principais obstáculos que o autarca afirma estar a tentar contrariar é o clima de desconfiança gerado pela excessiva burocratização da gestão. “Há dias, tive de levar à Assembleia Municipal a reparação de duas máquinas Xerox. Só mesmo num país de loucos é que é necessário que aquele órgão se pronuncie sobre essa reparação ou sobre a contratação de mais um funcionário”, defendeu. Além disso, o presidente da câmara lamenta ainda a morosidade que acaba por afetar qualquer processo que envolva a autarquia. “No Tribunal de Contas, por exemplo, não há processo que não seja analisado depois de repetirem quase 20 vezes a mesma pergunta. Há um estado de espírito complicado. Eu lancei um concurso em setembro de 2011 para a manutenção de jardins
a pensar que tudo estaria pronto na primavera de 2012 e o mesmo só foi adjudicado em abril passado por causa destas questões burocráticas”, contou Guilherme Pinto, acrescentando que, se houve um tempo em que se apostava na facilitação da vida das pessoas, hoje, “parece que estamos a voltar a dificultar por desconfiarmos de tudo e de todos”. “Como é que podemos combater isto? Temos de ser mais teimosos e sabermos que não podemos desistir”, concluiu.
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GAIA
DESENVOLVIMENTO COM BOAS CONTAS
Parque da Lavandeira
Praias com bandeira azul Cais de Gaia
Via Rosa Mota
Teleférico
. Saldo positivo superior a 1,3 milhões de euros;
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. 34,1 milhões de euros de investimento; . Poupança de 7,8 milhões de euros na despesa global; . Em 3 anos, o Município reduziu o seu passivo em 65 milhões de euros (cerca de 1/4 do passivo total); . Investimento de 1,5 mil milhões de euros nos últimos 10 anos;
Parque da Cidade
Piscina de Lever
Habitação Social de Qualidade
Centro Escolar Cine-Teatro Prof. Dr. Marques dos Santos Eduardo Brazão
A U T A R Q U I A S
Investimento
contínuo
Apesar da crise económica que se instalou em toda a Europa, o investimento que tem vindo a ser efetuado pela Câmara de Gaia, nos diversos setores, não demonstrou um abrandamento visível. A criação de novos serviços, em plataforma digital, apresentados pela empresa municipal Gaiurb, a inauguração de mais um parque urbano e a manutenção das 18 praias do concelho com Bandeira Azul são disso exemplo. A aposta na educação também não foi descurada por Luís Filipe Menezes, que inaugurou mais um estabelecimento de ensino, num investimento superior a quatro milhões de euros. Fotos: CMG
18 bandeiras azuis para o concelho de Gaia
As praias do concelho de Vila Nova de Gaia mantêm, este ano, o mesmo número de bandeiras azuis, relativamente a 2012. São 18 praias que orgulham a autarquia. “É muito importante para o concelho ter o pleno de praias com Bandeira Azul”, garantiu Firmino Pereira, vice-presidente da autarquia.”Gaia é um concelho urbano, onde é não é fácil este pleno”, referiu, salientando que manter o galardão em todas as praias é “o reflexo do esforço que se fez na melhoria da rede de saneamento, na construção de Estações de Tratamento de Águas Residuais, na melhoria das acessibilidades e na limpeza urbana”. A Bandeira Azul “é sinónimo de qualidade do concelho”, concluiu. Gaia vai então hastear o galardão nas praias de Lavadores, Salgueiros, Canide norte, Canide sul, Marbelo, Madalena norte, Madalena sul, Valadares norte, Valadares sul, Dunas Mar, Francemar, Sãozinha, Senhor da Pedra, Miramar, Mar e Sol, Francelos, Aguda e Granja. A Associação Bandeira Azul da Europa conferiu, este ano, a Bandeira Azul a 277 praias portuguesas, mais duas do que em 2012.
GA I A
Parque das Devezas com Jardim de Camélias
O culto das camélias, que marcou fortemente o século XIX, regressou a Gaia, com a inauguração do Parque da Quinta do Conde das Devezas. Trata-se de mais um espaço verde que se insere na política de qualificação ambiental e
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patrimonial dinamizada na última década pela autarquia. De acordo com Luís Filipe Menezes, foi realizado “um enorme esforço de requalificação ambiental, numa cidade com muito betão” e “em urbanidade”, através da criação de alternativas de espaços de usufruto público e de lazer. O presidente da câmara referiu-se, assim, à multiplicação de espaços verdes na última década, de que são exemplos os parques da Cidade, Corgas, Castelo de Crestuma, Centro Cívico Municipal e de diversos jardins. Este novo equipamento, na freguesia de Santa Marinha, resulta de um desafio lançado por Luís Filipe Menezes no sentido de recuperar o antigo jardim envolvente do Solar do Conde das Devezas. A requalificação deste património histórico e natural representou um investimento REVISTA VIVA, JUNHO 2013
A U T A R Q U I A S
de cerca de 200 mil euros e permitiu a criação de um jardim com uma coleção diversificada de camélias. De acordo com Nuno Oliveira, diretor do Parque Biológico de Gaia, para além dos exemplares centenários já existentes na propriedade, como o tulipeiro e a faia que contam mais de 200 anos, foram reunidas “outras variedades e espécies”. O Parque conta com 118 variedades de japoneiras, 91 das quais obtidas em Gaia e no Porto, nos séculos XIX e XX. “O cultivo de camélias ou japoneiras foi muito popular no século XIX
nesta região, de onde alastrou para a Galiza”, esclareceu, acrescentando que, atualmente, “está a renascer e a dar um contributo interessante para o turismo no norte de Portugal e da Galiza”.
Nova escola com investimento superior a €4 milhões
O presidente da Câmara de Gaia inaugurou uma nova escola básica denominada Manuel António Pina, em homenagem ao poeta e escritor que recebeu o Prémio Camões, em 2011, e a medalha de cidadão honorário do município de Gaia, em 2012, entretanto falecido. O equipamento representa um investimento superior a quatro milhões e 600 mil euros e é constituído por 15 salas do ensino básico e seis salas de jardim-de-infância, estando dotado de polidesportivo, biblioteca, sala polivalente, salas de estudo, cantina e auditório. Na cerimónia, o autarca congratulou-se por mais uma personalidade de referência associada a um novo equipamento do concelho e defendeu a descentralização das competências do Ministério da Educação (ME), através da criação de “comunidades locais de educação”. “O ME devia ser reduzido a uma Loja do Cidadão, em Lisboa, e as suas competências transferidas para entidades locais, que seriam exercidas de acordo com as regras de âmbito nacional”. Estas “comunidades locais de educação” poderiam, assim, decidir, da forma mais adequada, o melhor para cada caso de proximidade, e a avaliação do cumprimento de regras ficaria a cargo de agentes externos”. Dário Silva, presidente da junta de freguesia
de Oliveira do Douro, enalteceu a construção deste centro escolar de referência, salientando que o autarca luta em contraciclo. “Quando se anunciam cortes na Educação, o presidente da Câmara de Gaia opta por inaugurar mais uma escola de excelência. Oliveira do Douro vai ficar marcada pela sua liderança, que transportou a freguesia para um novo patamar de modernidade, através da construção de equipamentos educativos e desportivos de excelência”. Fátima Pina, mulher do escritor, agradeceu a homenagem e Álvaro Magalhães, “escritor e amigo”, enalteceu a escolha deste equipamento para eternizar o seu nome. “Nada melhor do que associá-lo a uma escola, o lugar mais importante de uma sociedade, que cuida de si e do seu futuro”. A cerimónia ficou marcada, também, pela declamação de dois poemas de Manuel António Pina por dois alunos do 1.º ciclo, intitulados “Sopa de Letras” e “ Cabeça no Ar”.
GA I A
Gaiurb apresentou novos serviços de âmbito tecnológico A Gaiurb - Urbanismo e Habitação, EM, apresentou os novos serviços “NoPaper” e “GeoPortal”, pioneiros no país, que demonstram o potencial de excelência da empresa municipal. Ambos os serviços foram apresentados, com base numa demonstração, por Ângelo Estrela, diretor do Departamento de Tecnologias da Informação, e Marco Lima Carvalho, diretor do Departamento de Informação Geográfica. O NoPaper visa a substituição da entrega de documentos em papel por um exemplar único em suporte digital, permitindo um reforço de sustentabilidade, eficiência, transparência e racionalização dos serviços da empresa, perspetivando um impacto muito positivo no funcionamento interno da empresa e na relação de proximidade com os cidadãos. Por sua vez, o GeoPortal - Portal Digital de Informação Geográfica e Geoestatística de Gaia, consiste num serviço público prestado a todas as entidades com necessidade de mapas interativos, designadamente escolas,
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universidades, municípios, entre outras. Numa plataforma única, disponibiliza serviços de dados geoestatísticos de interesse municipal. De acordo com Amorim Pereira, presidente do Conselho de Administração da Gaiurb, a empresa inverteu os seus indicadores económicos que “permitem hoje olhar com tranquilidade” para sua a atividade. “Em 2010, os resultados eram negativos em 400 mil euros. Em 2012, são positivos em 600 mil euros. As despesas correntes reduziram mais de 1 milhão de euros desde 2010 e o contratoprograma com a câmara diminuiu cerca de 2 milhões de euros, o que traduz maior autonomia da empresa”. Os fatores mais relevantes dessa evolução prendem-se com a publicação do Guia do Utente, que anunciou a emissão de alvarás em 24 horas, a transformação em empresa de certificação energética e o início do percurso de fornecimento de serviços de formação complementar” na sequência dos quais foi convidada por uma empresa pública angolana para prestar serviço de assessoria e consultoria, na área de intervenção, para uma população superior a 3 milhões de habitantes. REVISTA VIVA, JUNHO 2013
AMP
Visão estratégica sobre a educação Considerado como uma das grandes “bandeiras” da ação da Junta Metropolitana do Porto, com vista à criação de linhas orientadoras que potenciem a educação e a formação na área metropolitana, o Projeto Educativo Metropolitano (PEM) tem vindo a promover a elaboração, desenvolvimento e avaliação dos diversos projetos educativos municipais. Texto: Marta Almeida Carvalho
A Junta Metropolitana do Porto (JMP) lançou, em março de 2012, um programa de elaboração, desenvolvimento e avaliação de projetos educativos municipais, com vista à posterior criação de um Projeto Educativo aplicável no âmbito da Área Metropolitana do Porto (AMP). Para a dinamização deste plano estratégico educacional, a área metropolitana conta com a parceria da Universidade Católica do Porto, a instituição melhor qualificada no concurso público lançado pela estrutura metropolitana, a quem compete a criação de instrumentos técnico-científicos de
suporte e orientação do trabalho a desenvolver, apoiando cada um dos 16 municípios na elaboração dos seus projetos educativos, quer através da capacitação das equipas técnicas municipais, quer do acompanhamento no terreno por parte dos consultores. Os princípios orientadores que presidiram ao lançamento do concurso público para a elaboração, desenvolvimento e avaliação dos projetos educativos dos municípios, foram estudados e debatidos no Conselho Metropolitano de Vereadores da Educação e aprovados pela JMP, com o objetivo de valorizar os princípios da
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auscultação, participação, envolvimento e integração de toda a comunidade. Mais do que um documento, a Área Metropolitana pretende que o PEM venha a ser uma dinâmica de envolvimento de muitas pessoas e instituições que operam no terreno e que ajudam a construir e a definir o sentido estratégico da ação educativa e formativa. “A educação e a formação são um desafio e um compromisso de todos”, garante Valdemar Castro Almeida, coordenador do programa desenvolvido pela Católica Porto, salientando que o PEM traduz “a participação, implicação e co-responsabilização de pessoas e instituições, sobretudo de escolas, na concretização das metas e estratégias previstas num projeto de cariz municipal”. Enquanto documento aglutinador das diferentes ações realizadas pelos diversos atores educativos e formativos dos municípios, o PEM deve estar continuamente recetivo ao esforço de inovação. Para além deste princípio, é fundamental que se valorizem as pessoas e instituições envolvidas no processo, que o trabalho a desenvolver se oriente para a ação
concreta e que se criem mecanismos exigentes de monitorização e avaliação dos resultados.
Resultados em timings diferentes Devido às diferentes dinâmicas e dos contextos específicos de cada um dos 16 municípios envolvidos neste programa, os resultados não serão iguais entre eles nem serão atingidos em simultâneo. Assim, espera-se que o PEM contribua para o reforço das redes de cooperação e de parcerias, incremento da participação, partilha e racionalização dos recursos, racionalização da rede educativa/formativa, maior abertura da escola à sociedade e da sociedade à escola, eficácia da ação educativa, diversificação e adequação da oferta educativa/ formativa, reforço da afirmação da identidade municipal, redução do abandono escolar, bem como para a melhoria dos resultados educativos, tornando-se, assim, num fator de desenvolvimento articulado e sustentado de um território e num elemento catalisador e inspirador de novas dinâmicas educacionais. REVISTA VIVA, JUNHO 2013
AMP
Desenvolvimento do programa
Com este programa, a decorrer entre setembro de 2012 e dezembro de 2013, a JMP pretende potenciar as iniciativas das escolas e das comunidades locais nas áreas da Educação e da Formação. De acordo com Lino Ferreira, presidente executivo da AMP, é necessário “qualificar as redes de instituições educativas e formativas”, locais e metropolitanas, superando “a fragmentação e duplicação de serviços”, bem como “racionalizar os recursos educativos existentes e proceder à monitorização e avaliação das políticas e dos projetos educativos”, delineando propostas de melhoria, resultantes de uma “extraordinária ambição” que tem contado com o trabalho empenhado de largas dezenas de pessoas. De acordo com Valdemar Castro Almeida, o trabalho teve início “num diagnóstico que resultou na recolha e análise de informação sobre projetos educativos e projetos em educação junto dos 16 municípios da AMP”, tendo em conta o conhecimento aprofundado dos contextos municipais em matéria de educação, com vista à valorização e integração de dinâmicas pré-existentes. Posteriormente, o trabalho desenvolver-se-á em três fases distintas, numa lógica de “investigação-ação”: planeamento, ação e monitorização dos resultados, cujas dinâmicas a desenvolver serão complementadas por uma lógica de formação-ação, que permita capacitar os agentes envolvidos na construção dos projetos educativos municipais. Até agora já foram cumpridas diversas etapas, nomeadamente a recolha e análise de informação, preparação de um relatório de referência para a elaboração de projetos educativos municipais, criação de uma jornada de formação técnico-científica para todas as equipas municipais, realização de um Seminário Internacional sobre projetos educativos munici-
pais e a criação de uma plataforma interativa de suporte à elaboração, desenvolvimento e avaliação do PEM, bem como uma mostra de projetos educativos/formativos inovadores e um Seminário Internacional sobre o mesmo tema. Até ao final do ano, serão, ainda, elaborados um repositório de documentos de referência e de exemplos de PEM, uma proposta para a elaboração, desenvolvimento e avaliação de um Projeto Educativo Metropolitano (até final de setembro), um guia de boas práticas de melhoria de processos e resultados educativos e o relatório final, estando ainda prevista uma avaliação ao programa.
Recetividade e envolvimento das comunidades Os consultores da Católica que têm acompanhado de perto todo o processo de envolvimento das comunidades no diagnóstico da situação educativa e formativa dos respetivos municípios e na definição dos eixos de ação do PEM, têm constatado um crescente envolvimento dos Conselhos Municipais de Educação neste processo, bem como a participação dos diferentes parceiros nos «focus groups» promovidos pelos municípios. Com efeito, as dinâmicas de auscultação, envolvimento e implicação dos munícipes e a sua adesão a este trabalho colaborativo têm constituído um dos aspetos mais positivos do programa PEM. Este papel de dinamização e implicação dos parceiros, com especial destaque para os estabelecimentos de ensino, centros de formação, associações de pais, e associações culturais e empresariais, tem pertencido às equipas técnicas municipais, que têm demonstrado grande motivação e desenvolvido um considerável esforço de mobilização e de congregação de vontades. Muitas das equipas
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C A R T A Z
Literatura
“Jogos Perversos”, de Shayla Black Da autoria da escritora americana Shayla Black, “Jogos Perversos” conta-nos a história de Morgan O’Malley, que já assistiu a muitas situações perversas na qualidade de apresentadora de um talk-show sobre sexo. Ainda assim, nunca tinha conhecido um homem como Jack Cole, um alfa dominante impossível de resistir e que Morgan vai querer ter por perto quando um sociopata começa a persegui-la. Embora Jack seja um guarda-costas, a apresentadora está longe de se sentir segura na sua presença e, de um modo lento e sedutor, ele começa a revelar as suas fantasias mais íntimas. Morgan torna-se, então, uma presa fácil nos jogos perversos de Jack e, mesmo sabendo que os seus motivos não são inocentes, está longe de saber o que a espera.
“Ama-me sem me suportares!”, de Fátima Marinho Como livro de poesia, “Ama-me sem me suportares!”, de Fátima Marinho, apresenta-se como “uma ribeira brava, que a todo o momento pode galgar as margens e afogar o que nos sufoca”. É, por isso, uma libertação inconsciente de arquétipos imemoriais. Nas palavras da própria autora, a obra representa “um ensaio imperfeito sobre a métrica dos sentimentos - mas a prova adequada das suas aderências”. “Quis escrever poemas de amor, de saudade, de morte, de esperança e, durante sete capítulos, mantive o esforço, até desaguar nos fragmentos, para deixar que os poemas fossem exatamente isso: pequenos pedaços de tudo”, descreveu.
Música
“ARTPOP” – Lady Gaga O novo álbum da cantora, compositora e produtora musical Lady Gaga, intitulado “ARTPOP”, vai ser lançado no mês de agosto. O sucessor de “Born This Way” surge como uma “aposta arriscada”, nas palavras da própria artista norte-americana, que lançou o seu primeiro disco – “The Fame” – em 2008, conquistando os tops do Reino Unido, Canadá, Áustria, Alemanha e Irlanda. O processo de criação do mais recente trabalho de Lady Gaga foi acompanhado pelo fotógrafo Terry Richardson, que está a elaborar um documentário sobre a vida da cantora. Influenciada por artistas como David Bowie, Michael Jackson, Madonna e Queen, Gaga é reconhecida pela extravagância com que adorna as suas atuações e vídeos musicais. No total, a artista já vendeu cerca de 23 milhões de álbuns e 64 milhões de singles no mundo, números que a transformam numa recordista de venda de discos no globo. Entre os prémios conquistados constam, por exemplo, cinco Grammy Awards e 13 MTV Video Music Awards.
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“Where You Stand” – Travis O novo trabalho da banda escocesa Travis, “Where You Stand”, vai chegar às lojas no dia 19 de agosto. Trata-se do sétimo disco do grupo, que não avançava com novos temas há já cinco anos. A produção do mais recente álbum ficou a cargo de Michael Ilbert (The Hives, The Cardigans), e o primeiro single é a faixa-título. A banda foi criada por um grupo de miúdos da escola de arte de Glasgow que resolveram fazer música para expressar os seus sentimentos, apostando no rock aliado a letras que podem ir do romântico ao melancólico. O grupo formou-se em 1991, com o nome de Glass Onion e com três dos atuais integrantes: Fran Healy (vocais), Neil Primrose (bateria) e Andy Dunlop (guitarra). Em 1994 surgiu a mudança de nome para Travis, inspirada numa personagem do filme “Paris, Texas”. Depois, em 1996, integrou a banda como baixista Dougie Payne, um antigo amigo de Healy da escola de arte.
Cinema
“The Wolverine”
Estreia 25 de julho O filme “The Wolverine” vai chegar às salas de cinema portuguesas em julho de 2013. Deprimido devido à morte de Jean Grey (Famke Janssen), Wolverine, interpretado por Hugh Jackman, perde-se por bares e becos, sem conseguir encontrar grandes motivações para viver. Entretanto, procurado por um homem que salvou há décadas, decide viajar para o Japão, de forma a proporcionar um reencontro. É então que é confrontado com uma oferta tentadora: como recompensa por lhe ter salvo a vida, o homem oferece a Wolverine a possibilidade de se tornar imortal. O herói aceita a oferta sem, contudo, imaginar que os vilões Samurai de Prata e Viper estavam à espera desta oportunidade para o matar.
“Os Smurfs” Estreia 1 de agosto
Na sequela de “Os Smurfs”, o malvado feiticeiro Gargamel decide criar um par de Smurfs travessos chamados Diabretes, com o intuito de o ajudarem a roubar a mágica e poderosa essência dos Smurfs. Contudo, quando descobre que apenas um verdadeiro Smurf lhe pode dar aquilo que pretende – e que só um feitiço secreto que a Smurfina conhece pode transformar os Diabretes em verdadeiros Smurfs – Gargamel rapta Smurfina e leva-a para Paris. A tarefa do Grande Smurf, Smurf Trapalhão, Smurf Resmungão e Smurf Vaidoso será, assim, a de voltarem ao nosso mundo e encontrarem os seus amigos humanos Patrick e Grace Winslow, a fim de resgatarem a Smurfina.
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Do 25 de Abril ao S. João
As comemorações do 25 de Abril decorreram, como habitualmente, em Campanhã com uma visita ao cemitério local, em memória dos autarcas e democratas já falecidos. As celebrações prosseguiram, no auditório, com intervenções políticas dos eleitos locais e a homenagem a figuras ilustres. Caminha-se, agora, para o próximo ponto alto de celebrações com o S. João do Porto e os santos populares.
Junta assegura continuidade do posto dos CTT da Corujeira A Junta de Freguesia de Campanhã foi, recentemente, surpreendida com a comunicação dos Correios de Portugal (CTT) sobre o encerramento do posto de atendimento daqueles serviços, junto à Praça da Corujeira. “Este era o único posto da zona e servia uma população maioritariamente idosa, que o utilizava para receber as suas reformas e pagar as suas contas”, observou o presidente da junta, Fernando Amaral, lamentando que, para ter acesso ao posto mais próximo, as pessoas tivessem de deslocar-se a cerca de dois quilómetros. Para ultrapassar o problema, a junta decidiu, assim, assegurar a continuidade dos serviços através
da abertura um posto de atendimento no edifício da sede, na Praça da Corujeira, o que vai implicar um grande esforço financeiro. “Toda a logística, bem como o pagamento aos funcionários, serão a expensas desta autarquia local, o que, numa altura de grandes cortes orçamentais, traz ainda maiores dificuldades”. Fernando Amaral relembrou, ainda, que este será mais um encargo a juntar aos que a junta já tem com os postos de Pinto Bessa e de Azevedo, que também se encontram a seu cargo, salientando o “mau serviço” dos CTT com “o fecho contínuo de postos de atendimento por toda a freguesia”.
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S. João em Campanhã A par das diversas atividades, dos tradicionais bailaricos e do S. João no Dragão, a freguesia vai contar, este ano, com um programa organizado pelo Clube Desportivo de Portugal que irá ter lugar no campo de jogos Ruy Navega. 8 de junho: Duo Marco & Manuel | 9, 22, 23 e 30 de junho: Banda Boeings | 14 de junho: Dançares e Cantares de Campanhã | 15 de junho: Banda Iniciadores | 21 de junho: Banda Boeings+ Ricardo (Art Band) | 28 de junho: Grupo Diapasão
Associação de Surdos do Porto: atividades “invisíveis” A Associação de Surdos do Porto (ASPorto), com mais de mil inscritos, tem a sua génese no Grupo Recreativo de Surdos-Mudos do Porto, criado em 1934, que, ao longo dos anos, foi mudando de nome até chegar a esta nomenclatura, em 1995. Criada para representar e defender a população surda da cidade, e da região Norte em geral, tem como atividades principais, extensivas a todo o país, o apoio social à comunidade surda, ensino e Formação Profissional, nomeadamente através do Centro de Integração Profissional para Surdos – CIPS. Este serviço da ASPorto orienta e informa sobre questões relacionadas com o trabalho, apoiando pessoas surdas desempregadas que procuram emprego, e informa e esclarece dúvidas sobre o mundo do trabalho a pessoas surdas empregadas. Para além dos corpos sociais, que são constituídos por pessoas surdas, a associação conta com oito funcionários entre surdos e ouvintes. Armando Baltazar, presidente da direção ligado à instituição desde 1972, tem vindo a impulsionar diversas propostas de parceria com instituições públicas, no sentido de atenuar a barreira da comunicação com que a comunidade surda se de-
bate. “O investimento em ações de formação e de informação não pode nunca ser descurado”, refere salientando que o ensino vocacionado para esta “minoria cultural linguística” deveria ser estruturado de forma a que os planos curriculares lhe fossem devidamente adaptados, o que, na realidade, não acontece, mesmo nas escolas com ensino especial. A associação tenta, assim, minorar este problema, com o incremento ao ensino e à formação de pessoas com surdez. O âmbito do atendimento da ASPorto não se limita à comunidade surda, abrangendo, de igual forma, as famílias de pessoas surdas e a comunidade em geral, nomeadamente através da promoção de cursos de língua gestual portuguesa para ouvintes. Na região Norte, estima-se em cerca de 20.000 os que utilizam a língua gestual.
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Todos a Lordelo Num momento em que já “cheira” a São João, a junta de freguesia de Lordelo convida toda a população a juntar-se à quadra festiva, desfrutando de uma programação especial que inclui a final do Concurso de Fado e o Festival de Folclore da freguesia. Texto: Mariana Albuquerque Fotos: JFLordelo
Com a proximidade da noite mais comprida do ano – a de São João – em que os balões de ar quente, os martelos de plástico e os alhos-porros se cruzam com o aroma da tão apreciada sardinha assada, a freguesia de Lordelo do Ouro já está a ultimar os preparativos para a quadra festiva. A aproveitar a animação contagiante que mobiliza os portuenses na apreciada festa popular, celebrada na madrugada de 23 de junho, a junta de freguesia vai promover mais uma edição das “Noites de Ouro”, que prometem uma agenda musical adequada a todas as gerações, entre os dias 14 e 30 de junho. De acordo com Gabriela Queiroz, presidente da junta de Lordelo, o cartaz será “interessante e suscetível de cativar toda a gente”, pelo que os portuenses estão todos convidados a aderir às iniciativas. Diapasão e Quim Barreiros são dois dos nomes já confirmados para os serões musicais, que arrancam na sexta-feira, dia 14. Depois, no dia 15 de junho, às 16:00 horas, a
freguesia vai acolher a final do Concurso de Fado de Lordelo do Ouro, realizado pela junta há já vários anos. “Temos incluído a final nas ‘Noites de Ouro’ porque é também uma forma de conceder importância ao evento. Trata-se de uma altura muito importante para a freguesia porque todas as pessoas podem participar nas festividades”, sublinhou. Agendado para domingo à tarde, dia 16, no largo do Calem, está o já conhecido Festival de Folclore de Lordelo do Ouro, numa organização do Grupo Folclórico local apoiada pela junta de freguesia. No dia 22, as festividades terão um momento especial, dedicado aos 50 anos da inauguração da Ponte da Arrábida. O aniversário daquele que é considerado um dos ícones da cidade Invicta, ligando as margens do Douro, vai ser assinalado com “um concerto especial e com algumas iniciativas” destinadas a recordar o momento da construção da ponte. Sete dias depois, a 29, o Porto recebe as tradicionais rusgas da cidade, nas
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A junta de freguesia de Lordelo do Ouro está, neste momento, a trabalhar com a Clínica Médica da Foz com o objetivo de estabelecer um protocolo de parceria cujas novidades vão ser apresentadas na próxima edição da Viva.
quais a freguesia tem presença garantida, pela mão do Grupo Folclórico de Lordelo do Ouro. Tal como alertou Gabriela Queiroz, os ensaios vão realizar-se no antigo jardim infantil do Estoril e qualquer pessoa interessada em participar poderá contactar uma das duas entidades envolvidas. “Quanto mais gente melhor, de todas as idades”, realçou.
Gabinete de Proximidade já está no terreno
As atenções da junta de freguesia de Lordelo estão também voltadas para o funcionamento do Gabinete de Proximidade (GP), criado no âmbito do Processo de Consulta Alargada realizado no final do ano passado, com vista à preparação do Plano de Atividades e Orçamento de 2013. “Uma das propostas foi exatamente a criação desse gabinete, com o objetivo que o próprio nome indica – o de ser um serviço com uma valência muito virada para a relação de proximi-
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dade com os fregueses mas, em particular, com a população idosa, mais isolada, sem grande retaguarda familiar”, esclareceu Gabriela Queiroz. Ajudar a realizar determinadas tarefas, acompanhar numa ida ao médico ou simplesmente fazer uma visita para conversar são algumas das tarefas asseguradas pelo GP, cuja intenção é a de descobrir em que valências é que a ação da junta de freguesia poderá ser mais importante. “É, sobretudo, um gabinete de rua. A ideia é que as pessoas responsáveis possam estar na rua para irem quase de porta em porta, contactando as pessoas, chegando àquelas que, por regra, não se deslocam tanto à junta”, elucidou Gabriela Queiroz, assegurando que o projeto, ainda a dar os primeiros passos, está já a ter resultados “bastante positivos”. Novo Contrato Local de Desenvolvimento Social A junta de freguesia está também, neste momento, a desenvolver todos os esforços no sentido de concretizar no território de Lordelo um novo Contrato Local de Desenvolvimento Social. “O Ministério da Solidariedade e da Segurança Social anunciou, há uns tempos, a nova geração dos contratos locais, a que chamou CLDS+, que visa um acordo tripartido entre a Segurança Social, a Câmara Municipal do Porto e uma instituição executora local para desenvolver um conjunto de iniciativas com enfoque na área social, de potenciação e capacitação das pessoas”, informou a autarca. O combate ao desemprego e à pobreza, nomeadamente a infantil, estão no topo das prioridades do novo CLDS. “Nós estamos numa freguesia muito carenciada, desde logo pelo forte impacto da habitação social, e, portanto, estamos a desenvolver todos os esforços para a concretização do contrato”, afirmou Gabriela Queiroz, acrescentando que o contrato local que estava em vigor terminou no passado dia 20 de abril, “com resultados muito positivos. “O reconhecimento desse trabalho por parte da ADILO fez-nos trabalhar no sentido de lutar por uma nova candidatura ao CLDS. Será um motivo de orgulho e, à data, a indicação que tenho é a de que as coisas estão bem encaminhadas”, assegurou. REVISTA VIVA, JUNHO 2013
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A estátua O Socorro a Náufragos, evoca os bravos salva-vidas prontos a ajudar quem corria riscos de naufrágio. O Homem do Leme, representa uma figura do universo português dos Descobrimentos
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SÍMBOLOS de história O passeio marítimo da cidade do Porto é particularmente rico em estátuas, símbolos da memória coletiva. Estes monumentos evocam personalidades, conceitos e factos relevantes da História, perpetuando glórias do passado. As do Homem do Leme e Salva-Vidas, nas avenidas Montevideu e Brasil prestam homenagem a duas figuras ligadas ao mar.
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Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Virgínia Ferreira
evido à proximidade que tem com o mar, a freguesia de Nevogilde sempre manteve com ele uma forte ligação. Na avenida de Montevideu, encontram-se alguns exemplos de estátuas e de monumentos que evocam o tema marítimo. A estátua do Homem do Leme, talvez a mais conhecida, representa o orgulho dos pilotos dos barcos e a bravura que dedicavam à arte de pilotar. Reconhecidos pela coragem, o seu lema era o de nunca abandonar o leme das embarcações, o que só acontecia em último recurso. É uma estátua de bronze, construída em 1934 por Américo Gomes e encomendada por Henrique Galvão, comissário da Exposição Colonial Portuguesa que decorreu entre junho e setembro de 1934, no Palácio de Cristal. Encontra-se virada para o mar e parece conduzir o leme da cidade, guiando-a
rumo às águas do oceano. Os «Xutos e Pontapés» eternizaram esta figura incontornável do universo português dos Descobrimentos, no tema «Homem do Leme» («E mais que uma onda, mais que uma maré, tentaram prendê-lo imporlhe uma fé, Mas vogando à vontade, rompendo a saudade, vai quem já nada teme, vai o homem do leme»). Também na Avenida Brasil podemos encontrar o Salva-Vidas. Esta estátua representa um barco semi-afundado com a figura de um homem com uma bóia, pronta a ser lançada a quem necessitar. Evoca os bravos salva-vidas sempre a postos e prontos a ajudar quem corria riscos de naufrágio. Chama-se O Socorro a Náufragos e foi criada por Henrique Moreira, em 1937, salientando a importância que os homens ligados à pesca e ao mar tiveram, desde sempre, em Carreiros, antigo topónimo daquela zona.
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Inovação Social na linha da frente Texto: Mariana Albuquerque Fotos: JFParanhos
Promover a inclusão pelo desporto, o gosto pela língua portuguesa e pela reflexão e a aposta nos talentos escondidos são alguns dos objetivos dos projetos dinamizados pela junta de freguesia de Paranhos junto dos mais novos. Com a Inovação Social na linha da frente, a junta de freguesia de Paranhos tem em marcha diversos projetos, elaborados em parceria com a Fundação EDP e com vários parceiros no terreno, que visam dar cartas no apoio e na formação cívica dos jovens e das suas famílias. Implementado pela Fundação Benfica, em conjunto com as duas instituições, o programa “Para ti se não faltares” visa promover a inclusão pelo desporto, através do ensino de modalidades como o futebol e o atletismo. Contudo, as atividades não se confinam à prática desportiva. Tal como referiu o presidente da junta de Paranhos, Alberto Machado, as crianças envolvidas no projeto recebem também aprendizagens de Matemática, Português e Tecnologias da informação e Comunicação (TIC). Desta forma, a iniciativa surge como uma estratégia de combate ao absentismo e de promoção do sucesso escolar. Atualmente, o “Para ti se não faltares” é dinamizado na EB 2/3 Pêro Vaz de Caminha, abrangendo mais de 300 alunos, direta ou indiretamente. “Escolhemos o estabelecimento de ensino que tinha maior taxa de absentismo escolar e, neste momento,
já conseguimos reduzi-la para valores residuais”, contou Alberto Machado. O processo de funcionamento do projeto, esse, é simples: os estudantes são desafiados a comparecerem em todas as aulas e a terem um comportamento adequado. Se o fizerem, recebem um registo positivo na agenda. No caso de não conseguirem um bom desempenho, o registo será negativo. No final do mês as avaliações são contabilizadas e, se o saldo for satisfatório, os estudantes recebem um incentivo: “umas sapatilhas, um equipamento de futebol, uma viagem ou algo do género”. “Há também um prémio para a turma que, no ano passado, foi uma ida ao Badoca Park, no Alentejo”, acrescentou o presidente da junta de Paranhos.
Despertar o empreendedorismo e promover valores de respeito Em parceria com a Junior Achievement, Paranhos está também a dinamizar o “Aprender a Empreender”, projeto que coloca crianças e jovens em contacto com as temáticas do empreendedorismo, gestão financeira, família e comunidade. A decorrer na Escola Secundária Filipa de Vilhena, a iniciativa traduz-se num conjunto de ações de formação, durante as quais os estudantes são convidados, por exemplo, a refletir sobre a criação e a gestão de uma empresa. Para que os alunos assimilem melhor os conteúdos programáticos da disciplina de português e, ao mesmo tempo, desenvolvam as suas capacidades de escrita, a junta está também a promover, em colaboração com as Produções Fictícias, o “Palavra Dita e Feita”. Neste projeto-concurso, “os
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estudantes são convidados a escrever um texto e, depois, a declamá-lo, em público”, afirmou Alberto Machado, esclarecendo que a primeira edição foi realizada na EB 2/3 de Paranhos (escola de referência para a educação de alunos surdos no distrito do Porto), que conseguiu arrecadar todos os prémios na final, realizada em Lisboa. A segunda edição da iniciativa já está no terreno para voltar a unir os jovens em torno da língua portuguesa. A apostar na inclusão social através do ensino da prática de judo – e sob o lema “Seremos campeões para a vida” – a Escola de Judo Nuno Delgado é outra das estratégias de ação em Paranhos. A iniciativa desenvolve-se em dois vetores principais: os blocos de judo, realizados em contexto curricular na EB 1 de São Tomé, para 120 crianças, e o Centro Hajimé, cujas atividades decorrem em ambiente extra-curricular, abrangendo atualmente os alunos de São Tomé, Agra do Amial e Azenha. Mais do que promover a prática desportiva, o programa visa desenvolver os valores de respeito e de aceitação do outro. “É tudo levado na ótica de dar competências sociais às crianças para que se possam desenvolver da melhor forma”, sublinhou Alberto Machado.
parceria com a Pressley Ridge, para a realização de um trabalho de capacitação da comunidade através de uma intervenção nas famílias. Tal como explicou o presidente da junta, o programa centra atenções nos agregados desestruturados, procurando cativar as mães e dar-lhes competências parentais. “Como é que o fazemos? Levamos as mães ao cinema, ao cabeleireiro e a sessões de maquilhagem. Depois, quando elas já estão cativadas, iniciamos um trabalho de sensibilização”, explicou. De salientar ainda o programa “Transformers”, que pretende descobrir os talentos escondidos na freguesia de Paranhos. “A intenção é a de percebermos em que é que os jovens são bons e tentarmos explorar essas capacidades, sejam elas nas áreas da música, do desporto ou das artes”, descreveu Alberto Machado. Numa vertente distinta, voltada para saúde oral, destaca-se também a “Turma do Bem”, composta por um conjunto de médicos dentistas voluntários que atendem gratuitamente as crianças de Paranhos, até aos 18 anos, dando prioridade aos mais carenciados e aos que estão mais próximos da entrada no mercado de trabalho. Na mesma linha de ação há ainda o “Paranhos Sorridente”, realizado em parceria Atuar também junto com a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade das mães do Porto, e que apresenta duas vertentes: a realização E como o bem-estar das crianças está de sessões de esclarecimento e de higiene oral nas intimamente ligado às situações fami- próprias escolas e a concretização de tratamentos e liares, a freguesia de Paranhos beneficia rastreios naquele estabelecimento de ensino superior. ainda do “Projeto Roldana”, realizado em REVISTA VIVA, JUNHO 2013
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Jaguar
Dois amigos conversam: - No Dia da Mãe dei um jaguar à minha sogra. Espantado diz o amigo: - Eh lá! E ela, gostou, ficou emocionada? - Nem imaginas quanto! Precisavas de ver a cara dela quando abri a jaula…
Família
Um casal vinha por uma estrada do interior, sem dizer uma palavra. A discussão tinha sido intensa e nenhum deles queria dar o braço a torcer. Ao passarem por uma quinta em que havia vacas e porcos, o marido perguntou com ar sarcástico: - Parentes teus? A mulher respondeu sem hesitar: - Sim… Cunhados e sogra.
O tigre e a ovelha
Um submarino passa por duas sardinhas, mãe e filha. Curiosa, pergunta a jovem sardinha: - O que era aquilo, mamã? Explica a mãe sardinha: - Oh, são homens em conserva…
Um senhor visitava o Jardim Zoológico e parou diante de uma jaula. Lá dentro está um tigre e uma ovelha. Surpreendido, pergunta ao tratador: - Como é possível que estes dois animais consigam ficar juntos? Explica o tratador: - É muito simples: todas as manhãs substituímos a ovelha!
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- Querido, estás tão caladinho! Em que estás a pensar? - Em nada de importante… - E eu a julgar que estavas sempre a pensar em mim! - Por acaso, até estava!
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Lata de conserva
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BEM-VINDOS AO PORTO Padre Américo Aguiar,
presidente da Irmandade dos Clérigos Acolher bem deve ser o cartão-de-visita do Porto. Quando refiro o Porto não quero ficar apenas pelos limites territoriais do município mas antes abraçar todo um território que se identifica como Porto. Tendo assumido, em fevereiro de 2011, a responsabilidade da Irmandade, Igreja e Torre dos Clérigos, fui tomando consciência que tenho nas mãos algo mais que um edifício ou monumento. Estamos a falar do ex libris da Cidade que marca o seu horizonte, exatamente há 250 anos. Tenho constatado o fluxo em crescendo dos que visitam o Porto. Oriundos, via Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Porto de Leixões ou por meios próprios. Chegados ao coração da cidade, vemo-los em busca de dois “pontos cardeais”: a Torre dos Clérigos e a Livraria Lello. Daqui prosseguem para outros destinos já mais profissionalmente desenvolvidos. Vou ganhando a convicção que estes ditos “pontos cardeais” poderão e deverão ser âncora e plataforma giratória dos fluxos turísticos da cidade, a partir do seu coração... Ativamos várias parcerias de modo a “forçar” este circuito. Num primeiro momento, com a Santa Casa da Misericórdia do Porto, onde nascemos como Irmandade em 1642. A visita ao Museu da Misericórdia e aos Clérigos com bilhete comum, são os primeiros passos do circuito Nasoni. Seguiram-se os bilhetes com desconto de 50% na entrada nos Clérigos aos portadores de ingressos em Serralves, na Casa da Música e no Museu de Soares dos Reis. E estão na forja muitos outros... Queremos com tudo isto reforçar o trabalho em REDE. Não esqueçamos que esta é a palavra-chave para muito do sucesso que desejamos como cidade e país. E, neste âmbito do Turismo, temos tudo a ganhar com o potencializar de sinergias. De nada valerá correr sozinho. Sabemos que não estamos a descobrir a pólvora e que são muitos os agentes, públicos e privados, que têm feito um trabalho meritório na oferta turística nacional, do Porto e Norte. Este aumento do número de turistas de visita a Portugal é certamente resultado desse trabalho. Em 1763, a cidade viu concluída a sua Torre. Há dias ouvi, e gostei, que a Torre é uma marca de saudade da sua terra de origem que Nasoni nos quis legar. Oriundo da Toscana, Nicolau Nasoni (1691-1773) deixou-nos um legado espalhado por toda a cidade e norte do país, dos Clérigos, no Porto, ao
Palácio de Mateus, em Vila Real. Queremos reabilitar o seu nome e o seu legado e queremos acompanhar a Direção Regional da Cultura do Norte na exploração de um novo filão: o turismo de arquitetura. Poucas cidades do mundo poderão oferecer tantos nomes e obras ao longo dos séculos: de Nasoni a Siza Vieira e Souto Moura, entre muitos outros. Barcelona, com Gaudí, mostra-nos como se faz. No desenho das comemorações do aniversário da Torre decidimos provocar as gentes e as instituições e daí ir realizando o possível. Estamos felizes com os resultados obtidos até ao momento. Obrigado gentes e instituições do Porto! O bombom CLÉRIGUS, da nossa Arcádia e do Chefe Hélio Loureiro, com a colaboração dos alunos da Faculdade de Belas Artes do Porto; o Livro UMA AVENTURA NO PORTO, da autoria de Isabel Alçada e de Ana Maria Magalhães; os sabonetes da Ach Brito; os livros sobre a Igreja e Torre dos Clérigos, que serão quatro, da autoria de Francisco Queirós, Germano Silva, Hélder Pacheco e Manuel Montenegro, o mecenato para essas publicações da Associação Comercial do Porto, Banco Carregosa, Douro Azul e Santa Casa da Misericórdia do Porto. Alguns destes livros são, pelo menos em português, inglês, castelhano e francês; a apresentação e lançamento da futura moeda de 2€, comemorativa dos 250 da Torre, que muito nos honra e que agradecemos à Imprensa Nacional Casa da Moeda, os variadíssimos concertos já realizados e a realizar, da ESMAE à CICO, da Orquestra Gulbenkian à Casa da Música, dos coros ao Órgão, do Carrilhão à Harpa... enfim... tudo fruto da generosidade das gentes e instituições. Por último, o ponto alto que vivemos a 24 de março: volvidos mais de 80 anos, devolvemos à cidade, e a todos os que a visitam, a Capela de Nossa Senhora da Lapa. Já nem memória visual existia, sabe onde fica? Na fachada da Igreja dos Clérigos. Até parece a porta principal mas não é. As entradas na Igreja dos Clérigos são todas laterais. O Senhor D. Manuel Clemente, na bênção e abertura da capela, dizia que começamos a abrir portas, há muito fechadas, e a mostrar tesouros há muito escondidos. Existem ainda muitos a aguardar. Visite-a e visite-nos, seja bem-vindo ao Porto. Mesmo que seja da casa, bem-vindo!
Com o aumento da esperança média de vida, o número de pensionistas é cada vez maior quando comparado com o número de trabalhadores, o que torna o sistema de pensões difícil de sustentar. E com as actuais fórmulas de cálculo, as pensões poderão vir a ser até 40% inferiores ao valor do último ordenado da vida activa. Se quer defender o seu nível de rendimento na reforma, deve por isso começar a constituir uma poupança dedicada a esse objectivo. Para o ajudar, o BPI convida-o a fazer uma simulação do seu caso em www.aminhareforma.pt Comece desde já a planear a sua reforma. Quanto mais cedo, melhor!
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