VIVA! dezembro 2013

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Revista gratuita trimestral, dezembro 2013

MICAELA OLIVEIRA UM MUSEU DE SONHO

SONHOS DE GLAMOUR

FC PORTO ESTÓRIAS DA «FAINA MAIOR»


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E D I T O R I A L

Pesada tarefa

A área metropolitana do Porto tem um novo Conselho Metropolitano que veio substituir a antiga Junta, então liderada pelo autarca do Porto, Rui Rio. Em função dos recentes resultados autárquicos nas 17 câmaras da região, que levaram um independente à liderança da Câmara do Porto e colocaram o maior número de autarquias nas mãos dos social-democratas – oito PSD, seis PS, uma CDS e dois independentes - Hermínio Loureiro, autarca de Oliveira de Azeméis, assumiu o cargo de presidente do novo organismo. Ex-deputado social-democrata, ex-presidente da Liga Portuguesa de Futebol e atual vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Hermínio Loureiro tem pela frente uma pesada tarefa. Não obstante o novo presidente ter assegurado, na cerimónia de posse, que o novo organismo seria “forte, coeso e unido” e que “pretendia funcionar como uma equipa metropolitana, independentemente de uma autarquia ser mais periférica do que outra”, como irá Hermínio Loureiro assumir junto do governo o “carisma” que tinha Rui Rio e reivindicar, para a região, o muito que nos últimos anos o poder central lhe retirou? Como irá o autarca da ultra periférica Câmara de Oliveira de Azeméis, naturalmente próximo das posições governativas, assumir as reivindicações profundas da região, e especialmente da cidade do Porto, nomeadamente as relacionadas com as verbas comunitárias dos fundos de coesão, no passado desviadas para Lisboa, o investimento no porto de Leixões e o caso da privatização do Aeroporto Francisco Sá Carneiro? No caso do aeroporto, está por resolver - e em tribunal - a exigência da Câmara do Porto ao governo de uma indemnização de cerca de 70 milhões de euros, por causa da privatização daquela estrutura. Irá Rui Moreira, ainda que sem o pretender, “subalternizar” o novo presidente metropolitano e assumir ele próprio, politicamente, essa reivindicação? Assumirá Hermínio Loureiro a defesa do Porto, lutando até à exaustão pelos direitos da cidade? É bom não escamotear que a cidade de Lisboa já foi ressarcida pela privatização do seu aeroporto, em cerca de 268 milhões, e que as duas situações são inquestionavelmente idênticas. A Câmara do Porto, tal como a de Lisboa, expropriou ou comprou os terrenos, realizou os projetos, executou as obras e rececionou as empreitadas do Sá Carneiro. O governo fiscalizou e, no caso do Porto, comparticipou com 60% dos encargos. O atual governo, que já indemnizou Lisboa, nega à cidade do Porto igual solução e deixa correr a decisão pelos tribunais. Como vai o Conselho Metropolitano do Porto, e o seu presidente Hermínio Loureiro, lidar com esta situação? Como se comportará a nova Câmara do Porto, e Rui Moreira, neste processo? José Alberto Magalhães

REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


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S U M Á R I O

008 Micaela Oliveira PERFIL 032 Sucessos de um “Novo Norte” CCDR-N

014 Crowdfunding DESTAQUE

024 Balas e Bolinhos À DESCOBERTA

036 Um museu de sonho FC PORTO

040 Pescadores de bacalhau UM DIA COM...

046 Pedalar na Natureza GALIZA

050 Noites ESKADA

054 Take 3, Ação! PORTO CANAL

084 Rua do Almada MEMÓRIAS


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Revista gratuita trimestral, dezembro 2013

ÍNDICE 003 EDITORIAL 058 CIN 060 ATUALIDADE 066 EDP 070 AUTARQUIAS – PORTO 074 PORTO VIVO, SRU 078 PORTO D´ARTE 082 ÁGUAS DO PORTO 086 MÚSICA 088 AUTARQUIAS – MATOSINHOS 094 AUTARQUIAS – GAIA 098 ÁREA METROPOLITANA 102 CARTAZ 104 FREGUESIAS 112 HUMOR 114 CRÓNICA

FICHA TÉCNICA Propriedade de: ADVICE - Comunicação e Imagem Unipessoal, Lda. Sede de redação: Rua do Almada, 152 - 2.º - 4050-031 Porto NIPC: 504245732 Tel: 22 339 47 50 - Fax: 22 339 47 54 adviceporto@mail.telepac.pt adviceredaccao@mail.telepac.pt www.viva-porto.pt Diretor Eduardo Pinto Editor José Alberto Magalhães Redação Marta Almeida Carvalho Mariana Albuquerque Fotografia Virgínia Ferreira Marketing e Publicidade Eduardo João Pinto Célia Teixeira Produção Gráfica Diogo Oliveira Impressão, Acabamentos e Embalagem Multiponto, S.A. R.D. João IV, 691-700 4000-299 Porto Distribuição Mediapost Tiragem Global 140.000 exemplares Registado no ICS com o nº 124969 Membro da APCT Depósito Legal nº 250158/06 Direitos reservados

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Texto: Mariana Albuquerque | Marta Almeida Carvalho Fotos: Virgínia Ferreira

Atenta ao ritmo e ao dinamismo da sociedade, cujos pormenores absorve, a cada dia, para enriquecer os seus trabalhos, Micaela Oliveira é já considerada uma referência na criação de vestidos de alta-costura, tendo revolucionado a moda nupcial. A sua principal motivação, essa, é simples: transformar os sonhos das mulheres em realidade.

gla mo ur MICAE LA OLI V E I RA

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Sonhos de

e sorriso rasgado, – protagonizada pelas manequins acontecendo de uma forma muipostura correta Grace e Lúcia – e interrompida to natural. Nunca foi pensado, foi e ainda a dar os a cada instante, sempre que os a consequência do meu trabalho últimos retoques vestidos assim o exigiam. que me levou ao sítio onde estou ao cabelo, entrou, Conhecida do grande público e não a vontade de chegar a um descontraidamente, numa das como a criadora de vestidos de determinado ponto», admitiu. salas do Palácio do Freixo, onde gala das mais mediáticas figuras Natural da Trofa – onde se enjá se encontravam duas “mu- da televisão portuguesa, de que contra o seu ateliê – a criadora sas” vestidas com marcantes são exemplo Cristina Ferreira, Dia- assume-se como uma mulher exemplares de alta-costura. À na Chaves e Rita Pereira, Micaela «simples, prática, lutadora» e, sua chegada, uns segundos de Oliveira, de 36 anos, tem objeti- acima de tudo, «persistente». silêncio da equipa, entre cabelei- vos bem definidos e reconhece Aliás, sublinhou, é essa teimosia, reiro, maquilhadora e fotógrafo. que a sua marca é, hoje, «muito em doses equilibradas, que a faz Aí está a Micaela. A partir de en- apetecível», unicamente devido «lutar mais pelas coisas», sem se tão, luz, câmara, ação, dando-se ao trabalho desenvolvido nos deixar abater. início a uma produção fotográfica últimos anos. «As coisas foram REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013

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UMA INFÂNCIA «NO MEIO DOS TRAPOS» Ainda que não tenha idealizado, desde logo, uma carreira profissional na área da criação de moda, Micaela Oliveira cresceu num ambiente ligado à costura, absorvendo alguns ensinamentos da mãe, responsável pela elaboração das coleções de criança de uma empresa, que acabou por encerrar. «Depois disso, começou a fazer vestidos de noiva. Como cresci no meio dos trapos, a ver a minha mãe criar, absorvi esse espírito, mas sempre fui muito autodidata», sublinhou, revelando que, com apenas 14 anos, foi confrontada com um «enorme desafio». «Gostava muito de trabalhos manuais, de bordar à mão e a minha prima pediu-me para ser eu a bordar o vestido de noiva dela», contou. «Foi uma responsabilidade muito grande que despertou em mim o gostinho pela alta-costura», reconheceu. Mais tarde, apesar de ter enveredado pela área da Economia, um acontecimento – o nascimento da filha – viria a mudar-lhe completamente o rumo da “história”, levando-a a optar, em definitivo,

pela alta-costura. O vestido de noiva bordado para a prima é, assim, recordado como uma criação especial. Contudo, para Micaela, o primeiro vestido que concebeu inteiramente ficará para sempre como um dos mais marcantes. «Em algumas situações, chorei na altura em que fui entregar os vestidos, por serem criações minhas. Às vezes, o valor monetário não é suficiente para que possamos deixá-las partir. Lembro-me perfeitamente de ir entregar o primeiro vestido de noiva criado e executado por mim. Ia no carro e chorei o tempo todo. A noiva estava linda, mas foi a primeira vez que eu deixei a obra sair-me das mãos e foi um misto de emoções», contou. Nesse momento, Micaela Oliveira percebeu que, de facto, é «uma criadora», atenta à personalidade da cliente, ao evento que a mesma vai ter, à sua envolvência e ao que ela pretende transmitir, já que a moda é, acima de tudo, «uma forma de comunicar».

O PORTO COMO FONTE DE INSPIRAÇÃO E é com o Douro ao alcance do olhar, através de qualquer uma

das janelas do emblemático Palácio do Freixo, obra do conhecido arquiteto Nicolau Nasoni, que Micaela admite ter uma «intensa ligação» à cidade onde vive atualmente. «Para um criador é importante estar inserido num meio que o inspire. Como vivo na Foz, tenho o privilégio de ter o rio mesmo ali ao lado, o mar e o elemento água, que é fundamental para mim», confessou, acentuando a beleza «extrema» da cidade que agora é sua. «É um espaço muito cosmopolita, com muita atividade», referiu, acrescentando que, para além disso, é evidente a diversidade de estilos que se podem observar no mesmo local. «Sentamo-nos num banco, em qualquer zona da baixa, e conseguimos observar estilos completamente diferentes. É muitas vezes aí que encontro inspiração, para além das viagens que faço normalmente, das visitas a feiras de tendências de moda e da pesquisa de materiais», afirmou. Assim, fruto daquilo que observa e consome da própria arquitetura da cidade, o trabalho desenvolvido pela criadora consegue ser «glamoroso», de estilo barroco, mas também «minimalista». As coleções são idealizadas de acordo com as


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suas inspirações e, a partir daí, dá-la a melhorar a sua técnica o segredo está mesmo nas ca- profissional. No entanto, com racterísticas físicas e emocionais uma agenda repleta de comde cada cliente. «Crio as estru- promissos «que são para cumturas, os cortes que considero prir!» - garantiu – a criadora tendência, mostro-os às minhas nem sempre consegue finalizar clientes mas, depois dessa fase, é as formações a que se propõe. desenvolvido um trabalho muito «Ainda estou inscrita no curmais direcionado, pormenorizado so de Estilismo, da Escola de e exclusivo para cada pessoa», Moda do Porto, mas como não explicou. Uma breve conversa consigo finalizar, a escola vem é suficiente para que Micaela dar formação à minha empreOliveira consiga percecionar os sa, a todos os colaboradores», objetivos das mulheres que a referiu, sublinhando que «um procuram. «As minhas clientes criador tem de estar em cons- nos seus trabalhos. «Eu fui reprecisam de se sentir bem, espe- tante aprendizagem». Além volucionária na moda nupcial. cialmente numa ocasião como a disso, está também a frequen- Quis criar um certo ‘show off’, do casamento. Por isso, analiso tar, neste momento, um curso um espetáculo na moda nupcial, automaticamente os aspetos de desenho, confessando-se que habitualmente é clássica, físicos dos quais devemos tirar igualmente adepta da pintura. e fiz um desfile muito arrojado partido e aqueles que devemos Aliás, já teve oportunidade de com semi nus, causando uma atenuar. Além disso, percebo qual “fazer o gosto à mão” na parede espécie de rutura. Percebi que é a sua forma de estar, se são do quarto infantil lá de casa, era preciso fazê-lo e, por isso, descontraídas, se têm uma auto- decorando-a com uma série conjuguei materiais nobres com outros mais usuais, criei peças estima elevada ou não e trabalho de princesas. quase impensáveis e apercebipara que se sintam confortáveis», «REVOLUCIONAR» me de que as pessoas realmensublinhou. te compravam. Senti que havia Permanecer atenta «àquilo que A MODA NUPCIAL uma falha no mercado e que a sociedade pede» é, para a cria- COM O TRUNFO DA faltava alguma exuberância dora, uma obrigação constante. EXUBERÂNCIA na moda nupcial», descreveu. Desta forma, além de absorver todas as «experiências» que o Para Micaela Oliveira, as noi- A reação do público à “provoPorto lhe dá, a cada dia, a esti- vas demonstram uma grande cação” da estilista foi visível a lista não prescinde de apostar curiosidade pelos seus vestidos nível nacional e internacional. em cursos de formação que devido ao caráter inovador e «Como comecei a criar por senpossam, de algum modo, aju- arrojado que procura imprimir tir uma falha de exuberância, REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


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NO PORTO GOSTA DO RIO E DO MAR, DA FOZ E DOS PERCURSOS A PÉ NA ZONA DA RIBEIRA, ONDE FAZ AS SUAS CAMINHADAS E A SUA INTROSPEÇÃO. A PARTE CULTURAL É TAMBÉM DESTACADA PELA ESTILISTA QUE VÊ NA RUA DE MIGUEL BOMBARDA UM NICHO DE GALERIAS COM EXPOSIÇÕES E ATIVIDADES “MUITO INTERESSANTES”. O PALÁCIO DA BOLSA, COM O SEU “LINDÍSSIMO” SALÃO ÁRABE, A IGREJA DO CARMO COM OS “MAGNÍFICOS” AZULEJOS - QUE PODEM VIR A INSPIRAR UMA DAS SUA COLEÇÕES FUTURAS – A IGREJA DE S. FRANCISCO E A TORRE DOS CLÉRIGOS FORAM OS MONUMENTOS QUE DESTACOU. ALIÁS, DA RUA DOS CLÉRIGOS GUARDA ALGUMAS MEMÓRIAS, PERCORRIDAS NA INFÂNCIA QUANDO ACOMPANHAVA A MÃE ÀS DIVERSAS RETROSARIAS QUE POR LÁ EXISTIAM. DOS PORTUENSES GOSTA DA FRONTALIDADE, DA GASTRONOMIA DESTACA AS “DELICIOSAS” TRIPAS À MODA DO PORTO, EMBORA TAMBÉM SEJA UMA ADEPTA DE FRANCESINHAS.

automaticamente fui transportada para mercados que a pedem, como Angola, que tem um poder económico interessante», notou, contando que, nos últimos meses, foi convidada para fazer um desfile privado no Epic Sana Luanda Hotel, assim como para encerrar o Belas Fashion Week e o Moçambique Fashion Week. Para conseguir dar resposta a todas as solicitações que lhe foram chegando, a criadora teve de estender os seus pontos de venda, fazendo chegar os seus vestidos ao Brasil, ao Líbano e a Angola, por exemplo. A nível interno, não só está a ser procurada por diversas lojas de todo o país como reconhece, com orgulho, estar encarregue de vestir as figuras de que mais gosta: Mariana Monteiro, Diana Chaves, Rita Pereira, Sónia Araújo, Lúcia Garcia e Cristina Ferreira, entre outras. «São pessoas que têm um posicionamento que lhes permite escolher o criador que

quiserem e se me escolheram é porque há alguma diferença, o que me deixa muito lisonjeada», confessou, acrescentando que tudo tem de ser gerido ao máximo pormenor devido à exposição mediática a que estão sujeitas.

«O QUE MAIS ME FASCINA É O SONHO» No universo da alta-costura, aos seus olhos indissociável dos conceitos de sensualidade e requinte, o que mais fascina a criadora é o sonho. «As mulheres que me procuram sonham estar muito bonitas numa determinada altura da vida e eu tenho essa capacidade. Elas vêm até mim porque acham que eu tenho o poder de as transformar em princesas. Fico muito feliz com isso», reconheceu. Mas desenganem-se os que pensam que Micaela Oliveira apenas desenvolve vestidos de noiva

e de cerimónia. «As mulheres dos jogadores de futebol, por exemplo, usam muito fatos de treino e eu também os faço porque elas querem marcar a diferença. Não querem comprar mais uma peça feita em série, querem algo exclusivo, um fato de treino com um corte fantástico, arrojado, num material que normalmente não é utilizado. Querem andar cómodas, bonitas e diferentes. E eu trabalho também para elas», referiu. Para além disso, a criadora tem uma linha masculina, ainda que não tão explorada. «É algo em que talvez venha a apostar: numa linha de homem e de sapatos», revelou, defendendo, no entanto, que cada criador deve ser especializado e ter um conhecimento profundo da sua área para que as coisas funcionem. De resto, o maior desejo de Micaela Oliveira é o de ser feliz e «agarrar as oportunidades», continuando a trazer contos de fadas à vida das suas mulheres que a procuram.


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D E S T A Q U E

À CONQUISTA DA “MULTIDÃO” Se tem uma ideia de negócio inovadora e precisa de dinheiro para concretizá-la, o crowdfunding pode ser a solução. Através desta modalidade de procura de financiamento, é possível apresentar um projeto e convencer a “multidão” a contribuir para que possa torná-lo real. Texto: Mariana Albuquerque | Marta Almeida Carvalho

É

um método de procura de financiamento que, embora desconhecido para grande parte da população, tem vindo a dar que falar desde que chegou a Portugal, em 2011. Na verdade, o crowdfunding – conceito que ainda não tem tradução em português – mais não é do que uma espécie de financiamento colaborativo em que qualquer pessoa pode contribuir para impulsionar o nascimento de um novo negócio ou projeto. Pretende angariar dinheiro para desenvolver uma ideia? Basta

apresentar o seu projeto ao público, numa das plataformas portuguesas de crowdfunding, e convencê-lo de que realmente merece a quantia pedida. O primeiro passo terá de ser, obrigatoriamente, o de escolher uma plataforma, na qual a inscrição do projeto é feita de forma gratuita, sendo que a ferramenta só receberá a sua comissão depois de o promotor ter angariado a verba solicitada. No caso de não conseguir, as pessoas que efetuaram contribuições são reembolsadas. A PPL e a Massivemov são duas das plataformas lusas mais co-

nhecidas, sendo que a primeira surgiu “pelas mãos” de quatro pessoas que se conheceram durante o Lisbon MBA e que tinham um desejo em comum: o de impulsionar «o engenho e a criatividade dos portugueses». «Na altura ainda não existia nada em Portugal e decidimos não esperar pela conclusão do programa (em dezembro de 2011), mas sim avançar em simultâneo. Desta forma, o site ficou operacional em junho e a plataforma final em meados de agosto», contou Pedro Domingos, fundador da PPL. Até ao momento, já foram


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financiados através desta plataforma 83 projetos e angariados 236 mil euros, graças a mais de 6.500 apoios dentro dos 11.200 utilizadores registados. A Massivemov, por sua vez, surgiu em julho do mesmo ano, por iniciativa de João Marques, que teve conhecimento do conceito numa viagem realizada aos EUA, em 2009. Hoje, já proporcionou o financiamento de 46 projetos, num total de 140 mil euros. Estas plataformas funcionam com base num sistema de recompensas, associadas ao projeto em financiamento. «Na Massivemov

as recompensas têm de ser o fruto do projeto. Nós incentivamos a pré-venda do produto ou serviço para que o promotor possa, para além do financiamento, obter uma carteira de clientes e de préencomendas. Acreditamos que estas características fortalecem o projeto e a sua sustentabilidade após o término da campanha de crowdfunding. Por exemplo, se o promotor criou pranchas de bodysurf, a recompensa para os seus clientes deve ser uma prancha; se o promotor quer gravar o seu novo CD, a recompensa para os seus clientes fãs deve ser o

CD», explicou João Marques. As recompensas funcionam - referiu Pedro Domingos - «como um incentivo adicional para o público efetuar o seu apoio e/ou aumentar o valor da sua contribuição».

AO SERVIÇO DOS TURISTAS... E DOS PORTUGUESES E neste processo de conquista do público, a forma como o projeto é comunicado pode fazer toda a diferença. Por isso, no vídeo de apresentação da sua ideia, André Parente, criador do “Local Porto” - uma espécie de guia online para REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


D E S T A Q U E André Parente, criador do Local Porto

cionalizada». Por isso, decidiu apostar num conhecimento «genuíno», transmitido, muitas vezes, por vizinhos, conhecidos e habitantes locais para, juntamente com outros quatro elementos (uma jornalista, um médico, um historiador e uma espécie de editora de conteúdos), lançar o Local Porto. Também numa lógica de facilitar o dia-a-dia dos cidadãos surgiu o Transportes Públicos. pt, outro projeto financiado através da PPL Nuno Lopes e Ricardo Reis, fundadores que funciona como um motor do Transportes Públicos.pt de busca gratuito para definir viagens independentes na cidade trajetos em transportes públicos – deixou que alguns locais em- em Portugal, englobando todas blemáticos da Invicta falassem as modalidades de transporte por si. Depois de uma campanha coletivo – rodoviário, ferroviário e de crowdfunding de dois meses, fluvial. Facilitar o planeamento de na PPL, o projeto conseguiu anga- uma viagem da Póvoa de Varzim a riar a verba pretendida, de 1600 Faro ou de Lisboa a Bragança, por euros, e começar a cumprir a sua missão: dar dicas «isentas» aos viajantes sobre o clima, a alimentação, alojamentos, restaurantes e cafés, atrações turísticas e principais serviços do Porto. «Quando comecei a viajar usava os guias normais de viagem, os Lonely Planet, e, uma vez, na Costa Rica, fui assaltado e levaram-me tudo, incluindo o guia da América Central. A partir daí nunca mais comprei nenhum e o facto é que viajei mais seis meses sem qualquer guia», contou André Parente, reconhecendo que os encara com «alguma desconfiança» pelo facto de apresentarem uma visão «demasiado instituFotos: Virgínia Ferreira

exemplo, é o objetivo do serviço, que permite conjugar transportes e ter acesso a informações relativas aos operadores, tarifários e paragens de serviço. «Queremos que o transporte público seja atraente para as pessoas, fazendo aumentar o número de utilizadores, por todas as razões: ambientais, sociais e económicas», explicou Nuno Lopes, um dos responsáveis do projeto, que conseguiu angariar um financiamento de 2015 euros. Neste momento, acrescentou Ricardo Reis, o motor de busca já contempla a Madeira e expandiu-se, recentemente, à Auto Aviação Feirense, cobrindo Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Arouca e Castelo de Paiva.

UMA BANDA E... UMA GAITA DE FOLES QUE NÃO INCOMODA OS VIZINHOS Os projetos musicais são alguns dos mais populares nas plataformas de crowdfunding. A prová-lo está o caso dos A BETA MOVEMENT. Para editar o EP ‘Blossom Age’, a banda portuense, criada por Secundino Oliveira e Pedro Cordeiro, escolheu um produtor, um engenheiro para a “mistura”, foi para estúdio, convidou alguns músicos e lançou 200 cópias em vinil. Com a necessidade de expandir a edição física do EP para


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D E S T A Q U E

os cerca de 500 exemplares, o grupo resolveu também apresentar o seu projeto na PPL, com o objetivo de angariar a quantia de 1800 euros. O valor conseguido, através de 38 apoiantes, superou as expectativas, representando cerca de 103% do inicialmente “pedido” – 1860 euros. De acordo com Pedro Domingos, ainda que os projetos musicais e de cariz social sejam dos mais apresentados na PPL, há uma crescente aposta em ideias culturais em geral. Já na Massivemov existe uma percentagem maior de projetos Startup e PME, segundo notou João Marques, referindo-se, por exemplo à empresa que inventou o Trino, uma gaita de foles eletrónica. A ideia para o instrumento partiu da JHC, entidade de desenvolvimento de sistemas eletrónicos de Jorge Santos e de Hernâni Bastos. Confrontado com a dificuldade de tocar gaita de foles no sítio onde vivia, em Lisboa, dado o volume do instrumento, Jorge decidiu criar uma réplica eletrónica que não fizesse “barulho”. «O primeiro modelo era apenas para uso próprio mas o sucesso foi tanto com outros gaiteiros que resolvi investir um pouco mais», contou. A Trino – linha de instrumentos lançada pelos dois engenheiros – candidatou-se a uma verba de três mil euros, para financiar a produção do instrumento, e conseguiu alcançar os 6445 euros. Uma das suas mais valias? Pode ser tocado em qualquer sítio já que inclui uma saída para auscultadores.

conseguiu o maior valor de financiamento alcançado numa plataforma de crowdfunding em Portugal, superando os 10 mil euros, com base numa única pergunta que convenceu o público – “e se voltássemos a ter as fotografias nas paredes?”. O projeto, dos arquitetos Pedro Homem e Domingos Domingues, surgiu «de uma forma natural», numa fase de crescente utilização dos smartphones e das novas aplicações de fotografia. «A ideia era simples: desenvolver um produto que conseguisse tirar as fotografias do mundo digital. Para isso era necessário garantir não só o suporte (moldura) como um serviço global que fizesse chegar às pessoas os seus momentos fotográficos de forma simples e inovadora. A nossa experiência

profissional e o conhecimento de materiais e processos de produção permitiu-nos desenvolver a Onframe», explicou Pedro Homem. A utilização deste método de financiamento foi, segundo o arquiteto, a melhor forma de alavancar o projeto e, ao mesmo tempo, a primeira oportunidade para testar o mercado e perceber qual seria a reação das pessoas à ideia. «Nesse sentido, a experiência do crowdfunding foi muito enriquecedora. Ainda antes de estarmos a produzir as Onframe tivemos o feedback dos primeiros clientes, o que nos permitiu ajustar alguns pontos e trabalhar de forma mais assertiva. Outra vantagem desta forma de financiamento é a angariação de clientes. Ao longo dos dois meses da campanha conseguimos cerca

ETERNIZAR MOMENTOS... E SABORES Também através da Massivemov, a Onframe foi o projeto que


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D E S T A Q U E Carmo de Almeida e Leonor Guimarães, criadoras do Ponto Condensado

de 250 clientes e vender perto de 500 peças», acrescentou. A Onframe assume-se, assim, como um conceito inovador de moldura, com um design diferente e apelativo. «É uma peça fechada, que não permite mudar a fotografia do seu interior; foi desenhada para ser única para cada imagem e para eternizar o momento da fotografia no papel e na moldura», sendo composta por duas peças (frente e costas), com uma palete de dez cores que permitem criar 100 combinações diferentes. O processo de aquisição será simples: basta «fazer o upload de uma fotografia, escolher as cores da Onframe e indicar a morada para o envio da encomenda». Mas as plataformas de financia-

mento também escondem projetos de fazer crescer água na boca, como é o caso do “Ponto Condensado”, que juntou Carmo de Almeida e Leonor Guimarães em torno de uma paixão pelos brigadeiros. Criada em março de 2012, a marca foi crescendo até se tornar evidente a necessidade da aquisição de equipamentos que permitissem ultracongelar os brigadeiros, de forma a ser possível vendê-los a outros estabelecimentos. Carmo e Leonor decidiram, assim, apresentar as suas “delícias” ao público, conquistando-o de tal forma que a verba solicitada – de 5000 euros – foi superada, chegando aos 5515 euros. «Após obtermos este financiamento e termos comprado o equipamento, rapidamen-

te o negócio deu um pulo em termos de clientes de revenda, o que nos obrigou a mudar de instalações de forma a termos mais armazenamento», contou Leonor, admitindo que a equipa já só pensa em levar o produto a outras paragens. «Temos comprovado, através da venda dos nossos brigadeiros, que todos os turistas ficam conquistados, por isso, queremos fazê-los chegar além-fronteiras», acrescentou. O principal segredo do crowdfunding, esse, está revelado. O dos brigadeiros... terá de ficar para depois.


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À D E S C O B E R T A

! h o o o y … s e l e o ã S eida C arta Alm Texto: M x htbo Fotos: Lig arvalho

Fenómeno de popularidade, a ‘quadrilha’ mais hilariante do país bateu recordes com o terceiro filme da saga «Balas e Bolinhos – o último capítulo». As personagens, marginais desastrados “do mais desgraçado que há”, são muito queridas do público, com grande empatia no Norte… talvez devido ao ‘sotaque’ e ao vernáculo utilizado nos seus diálogos. Luís Ismael, Jorge Neto, João Pires e J.D. Duarte, que vestiram a pele de Tone, Rato, Bino e Culatra, falaram sobre o conceito, os filmes, aventuras, desventuras e toda a envolvência que deu vida à trilogia.

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oucos são os que não conhecem ou nunca ouviram falar de ‘Balas e Bolinhos’, uma trilogia que conta a história de uma quadrilha de ladrões, que se movimenta num mundo underground, mas real, onde impera a ‘chico-espertice’, o

bom humor, a versatilidade, enfim, o ‘desenrascanço’. Poucos são, também, os que não conseguem vislumbrar uma realidade paralela, que existe transversalmente à sociedade em que vivemos. Tone, interpretado por Luís Ismael, assumido como o líder pelos colegas, é o ‘cérebro’

do gangue e também o mais viajado dos quatro, alvo da admiração dos outros. Rato é o ‘linguarudo’, com respostas imediatas, embora nem sempre as mais acertadas, que ‘topa a tudo’ para ganhar dinheiro: vende droga, faz negócios sujos com toda a espécie de criminosos, investindo, até, no


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mundo da pornografia. Culatra é o versátil, que salta de profissão em profissão e o que usa os termos mais ‘elegantes’. “Se imaginarmos um bairro pobre ao lado de um bairro rico, o Culatra seria o único que pertenceria ao bairro rico mas que saltava constantemente o muro para estar com os do bairro pobre”, explicou Jorge Neto. Bino é o distraído, que parece não ter grande interesse por dinheiro mas que colabora nas ‘desonestidades’ dos outros pela grande amizade que os une. De acordo com João Pires, que interpreta esta caricata personagem que passa os três filmes sem falar “o bino é o bino e ponto final”.

DO INÍCIO A FENÓMENO DE POPULARIDADE Jorge Neto e João Pires são amigos de há longa data, o mesmo acontecendo com Luís Ismael e J.D. Duarte. As duplas conheceram-se e, desde logo, a empatia criada entre todos levou Luís Ismael, responsável, juntamente com J.D. Duarte, pela primeira escrita do argumento, a convidar João e Jorge para o projeto audiovisual. “No primeiro filme – «Balas e Bolinhos» manteve-se a génese inicial de um longo diálogo à volta de uma mesa, a disparatar”, uma ideia na qual J.D. Duarte insistiu. A partir daí, o filme foi “crescendo para os lados”, contam. Os

recursos eram parcos – “os apoios monetários rondaram os 300 contos” (1.500 euros), sendo quase todos gastos numa betacam, cassetes e bolinhos de bacalhau” – e a equipa constituída pelo estonteante número de seis elementos. Mesmo assim, o conceito pegou e houve imensa gente a querer assistir ao filme que não foi badalado, tendo só começado a aparecer na Internet por volta de 2005, já depois do lançamento do segundo filme – «Balas e Bolinhos - o Regresso» (2004) sobre uma caça ao tesouro. Aí sim, a popularidade disparou, as visualizações no Youtube superaram as expectativas mais otimistas e o conceito REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


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entranhou-se no público. Apesar deste sucesso, os elementos só viriam a equacionar uma sequela cerca de sete anos depois, “após um longo retiro espiritual”, revelaram. Foi então que, em maio de 2012, o tão esperado «Balas e Bolinhos – o Último Capítulo» se apresentou no ecrã, tendo sido lançado no Teatro Rivoli, onde os elementos chegaram na famosa VW ‘Pão de Forma’, a carrinha usada nos filmes, num grande espetáculo de produção no exterior, antes e depois da sua exibição.

AVENTURAS E PALAVRÕES EM DOSE DUPLA Chamemos-lhe conceito uma vez que já assumiu uma dimensão tal que as frases das personagens são, constantemente, usadas no quotidiano…dos próprios e dos fãs. Durante a apresentação, no Coliseu do Porto, do espetáculo

ao vivo «Balas e Bolinhos – Mesmo à Frente do Teu Focinho», ficou demonstrado que todos sabiam as frases mais emblemáticas da quadrilha. “Foi engraçado ouvir as pessoas a acompanhar as nossas falas”, conta Jorge Neto, que reteve na memória os milhares que auxiliaram o seu personagem numa das suas frases mais conhecidas: “Tu ‘há-des’ vir aqui, ao menino”. “Durante o processo criativo de todos os filmes, houve frases que sabíamos que iriam ‘pegar’ mas outras expressões que ‘colaram’ foram autêntica surpresa para nós”, sublinhou João Pires. Se a expressão mais usada por Bino é também a única da personagem ao longo da triologia – o célebre ‘yoooh’ – já Rato, Culatra e Tone são ricos em verbos, adjetivos, substantivos e complementos que resultam numa autêntica parafernália de expressões que lhes estão associadas.

Desafiados a caracterizar a sua personagem, bem como as expressões que melhor a distingue, surgiram imensas: “Quem eu? Nada!”, “Estou no negócio das ‘carnes’!” e “Você tá completamente fodido!”, entre outras, são as que melhor distinguem Culatra. Rato, uma autêntica “máquina de debitar postas de pescada” tem vários termos que colaram: “Tu ‘há-des’ vir aqui, ao menino!”, “Soltem a parede!”, “Até ficas paneleiro dos olhos” e “Conheci dois irmãos, um chamava-se ping e o outro pong, depois veio uma raquete e fodeu aquela merda toda!” Tone deixa, no uso e abuso dos palavrões, a sua marca mais vincada. Embora não use expressões recorrentes e facilmente repetíveis, é, no entanto, o mais diversificado em termos linguísticos. Já para Bino, a escolha foi fácil e unânime: “Yoooh!”. Apesar de não fazer parte da quadrilha, Faísca, a


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À D E S C O B E R T A

personagem interpretada por Fernando Rocha, o fornecedor de uma vasta gama de materiais que vão desde as armas aos órgãos humanos – entre os quais um célebre ‘fígado de porco’ presente nos dois últimos filmes, fica marcada por uma pergunta que repete insistentemente ao longo de ambos: “Queres comprar um edredão?”. Outra das expressões que acompanhou a trilogia foi a do cigano: “Ah, boiiiii,

onde está o meu dinheiro, boi?”.

«O ÚLTIMO CAPÍTULO» COM MAIS DE 266 MIL ESPECTADORES O primeiro filme, de 2000, surgiu na sequência do apoio de um movimento associativo, ao qual os atores pertenciam, com uma pequena ajuda, em termos logísticos, da Câmara de Valongo. O orçamento era

‘curto’ e a equipa também, constituída apenas por seis pessoas, incluindo os atores. “Às vezes estávamos a rodar uma cena e a segurar no microfone para gravar o som”, exemplificaram. O segundo «O Regresso» - já contou com o apoio técnico da mesma associação e o investimento foi maior: 30 pessoas fizeram, então, parte da equipa que deu vida à sequela. Depois de um período a que todos chamam de «retiro espiritual», onde se dedicaram a outros projetos, eis que surge o terceiro filme, este sim com outros meios e muito mais profissional, com um vasto elenco de atores bem conhecidos do público: Fernando Rocha, Pedro Alves, Octávio de Matos, Francisco



À D E S C O B E R T A

Menezes, João Seabra. Com a produtora Lightbox a apoiá-los, o primeiro teaser foi lançado pela Lusomundo em janeiro de 2012. «O Último Capítulo» sagrou-se recordista dos mais vistos entre os filmes portugueses estreados em sala em 2012, com 256.158 espectadores e 1,29 milhões de euros de receita. A curiosidade de como seria ‘adaptar’ o «fenómeno» ao teatro resultou numa trabalho ‘ao vivo e a cores’ estreado em março de 2013.

«Balas e Bolinhos – Mesmo à Frente do teu Focinho» encheu os Coliseus de Porto e Lisboa, num espetáculo com as cenas mais hilariantes dos três filmes e outras totalmente inéditas, com muita música e convidados especiais à mistura. De acordo com os atores, os espetáculos ao vivo deverão ser a última aventura da quadrilha mais hilariante do cinema português. Mas será mesmo? Questionados sobre um possível «quarto

episódio», não confirmam nem desmentem. “Para já não está nada programado nem pensamos nisso. Mas nada garante que daqui a alguns anos não poderemos pensar”, referem os atores. Certo é que já foi criado um movimento no Facebook, pelos fãs e admiradores, denominado «Queremos o Balas e Bolinhos 4» que conta já com mais de 22 mil likes. Há que ter calma. Yoooh!


PORTO DE LEIXÕES

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REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


C C D R - N

Sucessos de um NOVO NORTE om o fim do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) 2007/2013 – e do seu ON.2 - O Novo Norte (Programa Operacional Regional do Norte) – é chegado o momento de fazer o balanço de mais um ciclo de fundos estruturais da União Europeia aplicados em território português. De acordo com os dados da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Autoridade de Gestão do ON.2 – financiado na totalidade pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) – o programa apresenta a mais relevante dotação financeira global dos programas operacionais regionais – 2,7 mil milhões de euros – representando 12,5% do orçamento do QREN. Para cumprir o seu objetivo de promover o desenvolvimento socioeconómico e territorial

O ON.2 – O Novo Norte apresenta a mais relevante dotação financeira global dos programas operacionais regionais. Mostramos-lhe, de seguida, alguns dos projetos realizados no Grande Porto ao abrigo deste estímulo europeu. Texto: Mariana Albuquerque Fotos: CCDR-N

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sustentável da região, o programa elegeu quatro prioridades estratégicas: Competitividade, Inovação e Conhecimento; Valorização Económica de Recursos Específicos; Valorização do Espaço Regional e Coesão Local e Urbana (eixo ao qual foi destinada a maior fatia do financiamento - 1,1 mil milhões de euros). Numa análise centrada apenas nos projetos dinamizados no Grande Porto, no âmbito do

ON.2, foram aprovados cerca de 548,6 milhões de euros de fundos comunitários para iniciativas de cariz público. Por outro lado, no que diz respeito ao Sistema de Incentivos às PME (Pequenas e Médias Empresas), a verba aprovada na Área Metropolitana do Porto chegou aos 193,5 milhões. Valores de investimento à parte, conheça uma amostra de projetos financiados pelo ON.2 destacáveis na região.


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NOVO TERMINAL DE CRUZEIROS DO PORTO DE LEIXÕES

Uma das iniciativas – apoiadas por fundos comunitários – mais promissoras de desenvolvimento regional do Norte é a construção, em Matosinhos, do novo terminal de cruzeiros do Porto de Leixões. Num investimento de 50 milhões de euros, comparticipado em 25,5 milhões pelo ON.2, a iniciativa dotará a região de um cais acostável para cruzeiros com um terminal de 360 metros de comprimento

e capacidade para navios de cruzeiro até 300 metros de fundo. Além disso, o projeto da Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL) inclui

ainda um porto de recreio para 170 embarcações, permitindo a circulação de 187 passageiros por dia.

LOJA INTERATIVA DE TURISMO DO AEROPORTO FRANCISCO SÁ CARNEIRO

Aberta 24 horas por dia, a Loja Interativa de Turismo do Aeroporto Francisco Sá Carneiro foi outro projeto concretizado com a comparticipação do ON.2. O equipamento, promovido pelo Turismo do Porto e Norte de Portugal num investimento de 519 mil euros (com 363 mil de verbas comunitárias), traduz-se num conjunto de mesas de toque e “videowall’ que incluem informação relativa a eventos culturais e turísticos da Região do Norte. Além disso, inclui ainda uma sala imersiva, com tecnologia 3D, em que o turista pode conhecer algumas atividades que poderá experimentar durante a sua visita à região.

O NORTE MONUMENTAL EM REDE E se visitou, recentemente, o Mosteiro da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, já deverá ter tido a oportunidade de conhecer

o projeto “O Norte Monumental em Rede - Conceção, Implementação e Gestão da Rede de Monumentos da Região Norte”, promovido pela Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN). Com a iniciativa, que custou 1,3 milhões de euros (atribuídos

quase na totalidade por fundos externos), a entidade instalou naquele mosteiro a interface física da rede, transformando-o num espaço privilegiado para os turistas conhecerem o património cultural classificado da região. REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


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CONSOLIDAÇÃO DO PARQUE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

De salientar também a iniciativa da UPTEC - Associação de Transferência de Tecnologia da Asprela, com um plano de consolidação que permitirá criar ou adaptar mais duas infraestruturas capazes de receber perto de 80 novas ações empreendedoras. Com este projeto, orçado em 14,8 milhões (11,9 milhões dos quais provenientes de verbas europeias), o UPTEC pretende assumir-se como um Parque de Ciência e Tecnologia de referên-

REQUALIFICAÇÃO DA URBANIZAÇÃO DE VILA D’ESTE cia na Região Norte. Instalado no Pólo da Asprela, o equipamento abrange diferentes áreas desde Engenharia, Ciências Naturais e Cinema a Design, Arquitetura e Artes Visuais.

Outra obra importante que está a ser dinamizada no âmbito do ON.2 é a intervenção promovida pela Gaiurb na Urbanização de Vila D’Este, em Vila Nova de Gaia, que representa um investimento total de 18,6 milhões de euros (15,8 milhões dos quais obtidos por fundos comunitários). A primeira fase da obra, voltada especificamente para a renovação do espaço público e do ambiente urbano, a inclusão social e valorização socioeconómica e profissional e ainda a requalificação dos edifícios está em conclusão. Já em fase de arranque, o segundo momento do projeto representará um novo ciclo desta aposta, muito direcionada para a integração e participação da população local. Assim, para além das transformações realizadas no espaço público (com a repavimentação de arruamentos, criação de áreas de circulação pedonal, arborização e iluminação pública), a iniciativa inclui a abertura de um equipamento multiusos equipado com um Espaço Jovem (com informação atualizada sobre emprego, formação e educação, habitação, saúde, sexualidade, toxicodependência e atividades lúdicas e desportivas); um Espaço Mulher e outro aberto a toda a população.


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HOTEL TEATRO

Situado no número 84 da Rua Sá da Bandeira, no coração da cidade do Porto, o Hotel Teatro nasceu num edifício remodelado através da comparticipação do ON.2, num investimento global de 3,4 milhões de euros (2,2 milhões provenientes das verbas do QREN). O projeto, da Citylodge - Sociedade de Investimentos e Gestão de Hotéis, traduziu-se na abertura de um Hotel Design, de quatro estrelas, num prédio construído nos anos 70 e localizado na Área Crítica de Recuperação e Reconversão Urbanística (ACRRU). O equipamento dispõe de 73 unidades de alojamento, dis-

tribuídas por seis suites, 56 quartos duplos e 11 individuais, num total de 135 camas. Além disso, integra um restaurante – no qual os hóspedes podem saborear pratos da cozinha

regional e internacional - um bar e um mini SPA composto por banho turco, sauna e dois gabinetes de tratamento.

KATTY XIOMARA

No âmbito do Sistema de Incentivos à Qualificação de PME do Programa Operacional Regional do Norte, a marca Katty Xiomara (da estilista portuguesa) apresentou duas candidaturas. A primeira, com uma comparticipação de 374 mil euros, voltada para o reforço das suas capacidades organizacionais e de gestão – com a aquisição de equipamentos informáticos e de software – e para a realização de ações promocionais idealizadas especificamente para

os mercados espanhol, francês, norte-americano e japonês. A segunda, concretizada este ano, num investimento de 757 mil euros (381 mil dos quais atribuídos por fundos externos), esteve associada ao reforço do seu posicionamento internacional, através da reestruturação da imagem corporativa – numa perspetiva de dinamismo – da formação em inglês e de eventos sazonais, realizados no estrangeiro, para a apresentação das coleções da estilista.

A conhecida empresa Castelbel, dedicada ao fabrico e comercialização de sabonetes e outros produtos de luxo perfumados para a casa e para o corpo, situada no Grande Porto, também recorreu ao programa de incentivos comunitários dirigidos às PME. Com a implementação do projeto, que

CASTELBEL: CRIAÇÃO DE NOVAS LINHAS DE PRODUTO

representou um investimento de 194 mil euros (com o apoio comunitário de 87 mil euros), a entidade teve a oportunidade de levar marcas próprias a novos mercados. O reforço da marca, a certificação da empresa segundo as normas ISO 9001:2008 e o melhoramento das condições do local de trabalho foram algumas das metas contempladas no plano de ação. REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


F C P O R T O

A imponente história do ‘dragão’

O Museu do FC Porto by BMG, inaugurado em setembro, é um espaço de sete mil metros quadrados repleto das «estórias» e «mitos» que contam a já longa vida do Dragão. Tecnologia e interatividade dominam todo o percurso, num desfile feito por entre objetos de culto que simbolizam 120 anos de história azul e branca. Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Virgínia Ferreira


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imponente ‘Valquiria Dragão’ recebe os visitantes no átrio de entrada do Museu do FC Porto by BMG, lá do alto, em todo o seu esplendor. A obra da reconhecida artista plástica Joana Vasconcelos, é composta por mais de 300 troféus, que sobressaem por entre uma panóplia de cachecóis, bandeiras e rendas com toques dourados, numa espécie de referência visual à expressão «ouro sobre azul». Desde o esboço da criação do clube ao título da época passada, está tudo lá. 120 anos de história contada através de objetos míticos que constituem o espólio de uma longa jornada de feitos desportivos. O notável trajeto do Dragão, iniciado em 1893 por António Nicolau de Almeida e assente em premissas como rigor, ambição, competência e paixão, traduz-se, neste espaço, através de milhares de objetos e elementos que distinguem a marca azul e branca, nacional e internacionalmente, e que compõem um “destino” aglutinador de conquistas do emblema, desde a sua fundação. Ao reunir o fascínio azul e branco, acumulado em 120 anos de vida, o FC Porto vai muito além de uma mera exposição de troféus - cerca de 200 – e de tantas outras referências, proporcionando ao visitante uma inesquecível experiência sensitiva, onde a viagem por mais de um século de história se faz com memórias vivas. O futuro resgata o passado, projetando-o no presente, com a magia do audiovisual e

a sedução da interatividade, numa apresentação inovadora, requintada nos pormenores, refinada nos afetos, fiel à grandeza e à mística do Dragão, através de 215 vídeos interativos, num total de 280. Assim, o Museu do FC Porto by BMG traduz-se numa sensacional visão sobre um espólio, sem rival, de triunfos e sentimentos, um autêntico altar da imortalidade dos feitos do clube, solidamente construídos por dirigentes, atletas, treinadores e adeptos, e um testemunho da relação com a cidade e o mundo.

LUGAR DE CULTO DA FAMÍLIA PORTISTA Inaugurado a 28 de setembro de 2013, dia do 120.º aniversário

do FC Porto, este espaço corporiza uma nova centralidade no Estádio do Dragão, com uma amplitude de serviços que atestam polivalência e modernidade, idealizado e concebido muito para lá do simples conceito de depósito de história. Aberto ao público a 26 de outubro, recebeu, nesse mesmo dia, mais de mil visitantes, entre os quais uma presença especial: José Vaz foi o primeiro a entrar no museu à semelhança do que já tinha acontecido na inauguração do estádio do Dragão, há cerca de uma década. O novo museu, que simboliza um lugar de culto para todos os portistas, pretende ir mais além, envolvendo-se na comunidade, com diversas funcionalidades segmentadas REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


F C P O R T O

num atendimento de qualidade e ações pedagógicas. Para além de um espaço de quatro mil metros quadrados relativo à exposição permanente, e a áreas dedicadas à programação temporária, o espaço é constituído por uma zona dedicada ao serviço educativo – onde se pretende transmitir a identidade portista e o conhecimento da história do clube e da cidade, bem como a difusão de valores desportivos e de saúde – o Museu Caffé, com vista panorâmica para o exterior e para o átrio interior - e a FC Porto Store – uma área que integra a Loja do Associado e a Loja Azul, que se transferiram para este espaço.


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VIAGEM SENSITIVA O «Espaço K», dedicado ao golo de Kelvin apontado ao Benfica, que viria a valer o campeonato da época passada, é um ‘tesourinho’ que a todos arranca um sorriso ao passar. Já com grande emoção e saudade se iluminam os rostos no «De Calcanhar», onde se pode rever o famoso “calcanhar de Madjer”, em Viena. Diversos outros espaços fazem as delícias de quem visita o museu. Para além da «Constelação do Dragão» - onde cintilam os troféus enquanto se admira a história do primeiro clube a vencer as mais importantes competições internacionais e o único pentacampeão nacional de futebol, e onde se destacam, ainda, diversas montras de luxo dedicadas às várias modalidades – muitos são os que aludem a inúmeras temáticas, sendo que o espaço «O Presidente», dedicado a Jorge Nuno Pinto da Costa, o dirigente que apontou, definitivamente o clube ao respeito e reconhecimento universais e à grandeza das mais apetecíveis conquistas, destaca-se por entre outros, também eles de grande importância para a história azul e branca: «Origens», «Azul ao Fundo do Túnel», «Brilho Universal», «Modalidades», «Tanto Porto», «Jogadores», «Destino: vencer», «Treinadores», «Porto em Casas», «Plantel», «Dragões em Formação», «Melhor 11», «Do Campo ao Estádio» são alguns exemplos. Para perpetuar uma visita que percorre momentos e figuras marcantes do universo azul e branco, o visitante tem ainda a possibilidade de se gravar a si próprio numa imagem, com recurso a tecnologia de ponta, que irá perpetuar a sua passagem pelo Museu do FC Porto by BMG. REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


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Texto: Marta Almeida Carvalho

Estórias da FAINA MAIOR Vida dura. É assim que os homens que se dedicaram, no passado, à pesca do bacalhau, classificam a atividade durante os cerca de seis meses que passavam, anualmente, no mar, em terras distantes, para pescar aquele que é conhecido como o “fiel amigo” dos portugueses. O bacalhau, uma espécie de ‘símbolo’ que não pode faltar há mesa da consoada, constitui uma tradição centenária, à qual muitos sacrificaram vidas para que se pudesse manter acesa.

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onhecido como um grande consumidor do ‘peixe das águas frias’, Portugal dedica-se, desde há mais de 500 anos, à pesca do bacalhau. A frota portuguesa de navios bacalhoeiros que rumava à Gronelândia e Terra Nova, ascendia, entre 1950 e 1970, a mais de 52 embarcações, sendo constituída, atualmente por 13 navios, quase todos propriedade de empresas da zona centro do país que ainda se dedicam a este tipo de pesca. A diminuição da frota – cujas tripulações eram maioritariamente constituídas por pescadores nortenhos, nomeadamente de Viana do Castelo, Póvoa de Varzim, Vila do Conde (Caxinas) e Matosinhos - deve-se, em parte, à drástica redução das cotas de mercado desta atividade, que teve lugar na última década. Joaquim Marques, hoje com 75 anos, ingressou na pesca do bacalhau em 1956, quando tinha 17. Durante 15 anos, a vida deste pescador das Caxinas, comunidade piscatória do concelho de Vila do Conde, dividia-se, anualmente, entre os seis meses a pescar bacalhau, na Gronelândia e Terra Nova, longe da família, e os outros seis em Vila do Conde. Os pescadores escreviam-se na atividade e recebiam o «avançado», um adiantamento para o suporte da família, o que criava obrigação para com o armador. “Quando me matriculei, obrigaram-se REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


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a dar-me cinco contos: dois contos e quinhentos de imediato e a outra metade quando chegasse a Lisboa, onde embarcávamos”, contou José Moreira, pescador de Matosinhos. “Na época, a vida dos pescadores que ‘iam ao bacalhau’ era dura, quer devido à falta de condições a bordo, quer à faina em si”, garantiu Joaquim Marques, salientando que a pesca era feita à linha, basicamente na Terra Nova e Gronelândia, e cada homem que constituía a frota, saía, sozinho, em pequenos botes a que chamavam ‘doras’.

“O BACALHAU É UM PEIXE BURRO” “Por volta das 04h00 da manhã acordávamos e depois de um pequeno almoço escasso, saíamos ao mar, cada um na sua ‘dora’”, conta, salientando que essas viagens solitárias duravam até ao final da tarde. Os dias eram frios, quando estava bom tempo, e assustadores quando o nevoeiro teimava em persistir. As águas, essas eram geladas e mortais para quem nelas caísse, por acidente ou descuido. Joaquim perdeu o irmão, a poucos metros do seu barco, que se desequilibrou e mergulhou no gelo da Gronelândia, solo onde ficou sepultado. “Depois de acordar, ‘dar o louvado’ e de tomar o pequeno almoço, davam-nos o isco, [constituído basicamente por engodo de lula e tubarão] e saíamos do navio nos pequenos botes, passando o dia a deitar e a recolher o trol [linhas que continham o conjunto de anzóis], acompanhados por uma parca refeição que tinha de chegar para a jornada de trabalho”, conta José Moreira. Deitavam as linhas, que podiam atingir um ou dois quilómetros e, depois de esperar cerca de uma hora, recolhiam o peixe de cada anzol, mudando de sítio quando o peixe era escasso. Em “dias bons” saía peixe com fartura até porque o bacalhau “ é um peixe burro”, diz Joaquim Marques. Quando as doras estavam cheias era necessário ‘aliviá-las’. Para tal havia uma balieira, uma espécie de barco de apoio, que recolhia o pescado das doras e o transportava ao navio. No final do dia de pesca, no regresso à embarcação-mãe, o trabalho continuava. Depois de pescado era preciso “descabeçar o peixe, escalá-lo e salgá-lo”, explicam, sublinhando que, por vezes, só se deitavam já tarde da noite. “Nestes serviços, às vezes só me ia deitar por voltas das 23h30. Olhe

Cada pescador andava na sua ‘dora’, onde carregava o pescado que ia retirando do mar

Depois de pescado, o peixe tinha de ser ‘descabeçado, desviscerado e escalado’

lá o pouco tempo que descansávamos”, observou Joaquim Marques. O peixe mantinha-se a salgar até chegar ao destino. Uma vez desembarcado, seguia para a seca ao sol, em estruturas concebidas especificamente para o efeito, onde as mulheres o estendiam e recolhiam mediante as condições


P ESCADO RE S D E BACA LH AU

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ATIVIDADE CENTENÁRIA A primeira referência à história da pesca do bacalhau feita pelos portugueses, muitas vezes denominada de ‘faina maior’, é de 1353. D. Pedro I de Portugal e Eduardo II de Inglaterra estabeleceram um acordo para que os pescadores de Lisboa e Porto pudessem pescar bacalhau nas costas da Inglaterra, pelo prazo de 50 anos. Esta necessidade indica que a atividade já se realizava anteriormente, sendo tão considerável que justificava o enquadramento nas relações entre os reinos. Durante o reinado de D. Manuel I seriam cerca de 60 naus, só para a pesca na Terra Nova, número que subiu para aproximadamente 150 em 1550. Até ao reinado de D. Sebastião a atividade aumentou, sendo que a organização das frotas era feita a nível nacional. Após a morte do rei, e a consequente ocupação Filipina, foram graves as repercussões na frota bacalhoeira portuguesa, nomeadamente a requisição de todas as embarcações capazes de enfrentarem mar alto, para a Invencível Armada. Daí,

e até ao século XIX, a pesca do bacalhau feita pelos portugueses desapareceu, o que não significou, no entanto, o fim do consumo do peixe, apesar dos decretos régios, nomeadamente do Marquês de Pombal e de D. Maria I, que isentavam de impostos a pesca do bacalhau, num esforço para relançar a atividade. As invasões napoleónicas, no início do século XIX, contribuíram, ainda mais, para a dificuldade de reiniciar a atividade. Para minorar a falta de bacalhau pescado por portugueses, o país teve de recorrer à importação em grande quantidades. Entre 1819 e 1829 eram importados cerca de 282.811 quintais de bacalhau, o que demonstra bem a importância deste peixe para a economia nacional. Em 1830, um decreto visando criar incentivos à pesca em geral, incluiu a pesca do bacalhau, que isentava os barcos nacionais com tripulações portuguesas de todos os direitos e contribuições ou seja, a pesca ficava isenta de impostos. Depois de muitos altos e baixos, a pesca do bacalhau empregava, em 1917, 1400 homens de tripulação, sendo que o apogeu desta atividade se deu entre os anos 50 e 70.

As condições de vida a bordo eram duras. Aqui um momento de convívio entre os pescadores (foto cedida por José Martins Areias)

Joaquim Marques dedicou-se durante 15 anos à pesca do bacalhau na Terra Nova e, posteriormente, à da sardinha, nas Caxinas

atmosféricas. As parcas condições de habitabilidade dos navios e a falta de água potável, constituíam um entrave à boa higiene pessoal. “Passávamos meses sem tomar um banho em condições. Primeiro porque não havia, a bordo, casas de banho para o pessoal, depois porque só nos era dado cerca de um litro de água por dia e não dava para

nada”, recorda José Moreira. As refeições também eram monótonas, sendo basicamente constituídas por peixe (bacalhau) frito e cozido. “Fartei-me de bacalhau, já estava enjoado”, recorda, salientando que, por vezes, ao domingo, faziam uma refeição de galinha e às quintas-feiras de feijoada. REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


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C O M A pesca era um pouco solitária e feita por cada homem a bordo do seu ‘barquito’

A BORDO DOS BACALHOEIROS As tripulações dos navios bacalhoeiros eram, quase todas idênticas em hierarquia, sendo constituídas por um capitão, um piloto e um cozinheiro, um ou dois moços que ajudavam nas tarefas a bordo e um grande número de marinheiros-pescadores. Estes eram divididos entre escaladores, salgadores e pescadores ‘verdes’, aqueles que participavam nesta atividade pela primeira vez. “Quando fui de ‘verde’ fui um dos melhores na categoria”, refere José Moreira, lembrando, no entanto que, apesar de tudo não gostou da experiência e no ano seguinte não participou na pesca. Para reforçar a pouca vontade de continuar a ‘ir ao bacalhau’ contribuiu o naufrágio que sofreu a bordo do navio «Inácio Cunha» que incendiou. Logo depois casou, e entre 1963 e 1966 manteve-se intermitentemente na pesca do bacalhau, sendo que só a partir de 1966 participou regularmente na atividade, acabando por deixá-la de forma definitiva em 1971. Durante estes cinco anos consecutivos foi marinheiro-pescador no navio «S. Jorge». “No meu ano de ‘verde’ pesquei 260 quintais de bacalhau”, recorda Joaquim Marques, lembrando que ganhou “dez contos”. “Era muito dinheiro”, diz, acrescentando que, nesse ano de 1956, o navio «Rio Antuã» regressou a Portugal carregado com 12.800 quintais, ou seja, 768 mil quilos de peixe. As notícias de e para a família eram quase impossíveis, sendo que muitas vezes, durante seis me-

ses, não se sabia o que era feito dos pescadores. Por vezes, uma carta chegava à terra quando o navio-hospital Gil Eanes passava perto das embarcações e trazia o correio. Agora os tempos são outros e as condições de habitabilidade nos navios que se dedicam à pesca do bacalhau completamente diferentes. “Hoje, para além dos mais sofisticados instrumentos de navegação, os navios têm televisão e acesso à internet, boas casas de banho, duche com água quente e disponibilizam uma boa alimentação, fatores que permitem outra qualidade de vida a bordo”, conta Vitor Pereira, capitão do navio «Praia de Santa Cruz». O capitão, de 39 anos, dedica-se à pesca do bacalhau desde há 14 anos, naquele arrastão, propriedade da Sociedade de Pesca Silva Vieira, sedeada em Aveiro, que parte regularmente para a Terra Nova e Noruega, onde permanece entre quatro a cinco meses, dedicando-se a este tipo de pesca, em muito diferente do passado. “Já não se faz ‘à linha’ mas antes por ‘arrasto’ sendo que os homens já não saem do navio, nas doras, para pescar”. As redes são largadas e a ‘operação

de pesca pode durar entre duas a seis horas, findas as quais se recolhe ‘a arte’. O peixe é, então, troteado (livre de cabeça e de vísceras), seguindo para os túneis de congelação, onde permanece entre quatro a seis horas e, de seguida congelado. Só quando chega ao destino, depois de descongelado, o peixe é escalado, salgado e colocado em túneis de secagem. Apesar das diferenças evidentes, o trabalho continua a ser duro. “É um pouco violento se olharmos ao desgaste físico dos homens que ainda se dedicam a este tipo de pesca. Em 12 horas de trabalho árduo, meio dia por cada turno, é frequente contraírem hérnias discais e, para além disso, estão, constantemente, submetidos a temperaturas negativas”, admitiu o capitão.


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D E S T I N O S

PEDALAR NA NATUREZA

Fotos: Turgalicia

O convite é simples: pedalar com familiares ou amigos e parar uns instantes para contemplar a beleza das paisagens. O Centro BTT Portas da Galiza tem 12 trilhos, num total de 244 km, para sugerir aos aventureiros, permitindo-lhes conhecer os municípios de Gudiña, A Mezquita, Riós, Viana do Bolo e Vilariño de Conso.


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ituado em plena fronteira entre a Galiza, Portugal e Castela e Leão, o Centro BTT Portas da Galiza pretende desafiar os cidadãos a explorarem os segredos do território numa aventura em duas rodas. Com 12 sugestões de percursos, num total de 244 km, os visitantes do equipamento são convidados a pedalar pelos municípios de Gudiña, A Mezquita, Riós, Viana do Bolo e Vilariño de Conso, numa aventura pelo meio rural e natural.

TESTAR OS LIMITES FÍSICOS OU PASSEAR DESCONTRAIDAMENTE EM FAMÍLIA Os trilhos, elaborados consoante diferentes níveis de dificuldade, ligam todo o território e os adeptos dos grandes desafios desportivos podem até realizar uma grande rota, por etapas, de Riós até Viana do Bolo. Mas se o objetivo é planear um passeio de família ou amigos, o centro de BTT sugere outros percursos mais simples, de traçado circular, como a Rota Barragem do Vao em Vilariño de Conso e a Rota As Telleiras em Viana do Bolo. Para além de incentivar a prática desportiva, o equipamento representa também uma oportunidade de descobrir a natureza, de atravessar as montanhas e os vales até aos reservatórios, de conhecer a riqueza histórica

e etnográfica de cidades como Viana do Bolo, de saborear uma gastronomia que encontra na castanha o seu ingrediente de excelência, de degustar o vinho da Denominação de Origem Monterrei e ainda de percorrer alguns dos trechos do Caminho de Santiago do Sudeste (Via da Prata).

DIFERENTES TRILHOS… DIFERENTES DESAFIOS Com um percurso de 13 km, a Rota das Carballeiras começa no Centro de Interpretação da Castanha no lugar da Eirexa, REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


D E S T I N O S

passando pela igreja paroquial de Santo Estêvão e seguindo até Riós por um caminho entre campos de cultivo e soutos. Já na capital municipal, é possível visitar a igreja paroquial de Santa Maria, de estilo barroco. No segundo percurso – rota de Valmedo – os aventureiros podem desfrutar de uma panorâmica da Serra da Urdiñeira, local de grande valor arqueológico e

natural. Depois, avançam para o lugar conhecido como Os Caborcos dos Infernos, onde começa um declive até ao rio Mente. A terceira rota – Conexão Riós-Barx – consiste num percurso mais exigente, com grandes desníveis e áreas técnicas, atravessando o Vale do Rio Marcelino até atingir a aldeia de Barx. O desafio mais difícil proposto pelo Centro BTT Portas da Galiza

é o da Rota de Pena Maseira, de 44 km, num percurso circular que mostra a diversidade do município de Gudiña, através de um corredor natural que atravessa Pena Maseira. No caminho dos Três Reinos é possível visitar o Penedo dos Três Reinos, uma elevação montanhosa que marca o limite fronteiriço entre a Galiza, Portugal e Castela-Leão. Segue-se a rota Os Castros, a


GALIZ A

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única que permite visitar o Alto da Canda, na fronteira com Castela e Leão e o Alto do Castelo. Para o ciclista que espera um percurso com algumas dificuldades técnicas para depois ser recompensado com belos cenários da natureza, sugere-se a rota Conexão A Gudiña-Entrecinsa, que oferece as melhores vistas para o Parque Natural “O Invernadeiro” e a barragem As Portas.

Ao longo de cerca de 19 km, o caminho do Vale do Rio Conso combina na perfeição a paixão pelo ciclismo de montanha com o prazer pela descoberta das paisagens autóctones. A rota mais curta e simples do Centro BTT Portas da Galiza tem a barragem do Vão como protagonista, sendo a sua única dificuldade a subida até Conso, onde é possível admirar o Paço de Conso,

belo exemplar das tradicionais casas nobres galegas. Da lista de opções consta ainda uma rota que percorre de sul a norte a barragem do Vão, ligando os municípios de Vilariño de Conso y Viana do Bolo. Ideal para aqueles que se estão a iniciar em BTT, o trilho As Telleiras é curto e tecnicamente simples, permitindo-lhes desfrutar de um ambiente agradável e recomendando-se uma visita às Médulas de Caldesiños. Por fim, para ciclistas mais experientes há ainda a rota A Escrita que, em direção ao norte, percorre alguns dos núcleos mais característicos das “Terras do Bolo” como Hedroso, Tabazoa de Hedroso e Mourisca, brindando os visitantes com uma paisagem pitoresca, onde repousam os vestígios da antiga fortaleza medieval. REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


N O I T E


E SK A DA P ORTO

Seguindo as mais recentes tendências internacionais e inspirando-se em espaços de animação noturna de Miami, Abu Dhabi, São Paulo ou Saint-Tropez, o Eskada Porto mantém-se como uma referência nas noites portuenses, tendo já adquirido uma imagem de marca baseada no glamour e no bom gosto. A aposta na relação de proximidade com o cliente, bem como a disponibilização de espaços com ambientes distintos, cuidadosamente pensados para públicos heterogéneos, sublinham um estilo próprio que se destaca no panorama da diversão noturna portuense. As noites de quarta são direcionadas para um público jovem; às quintas, as noites são diversificadas,

Sempre em alta

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seguindo a tendência da «música MTV» enquanto que os fins de semana abrangem um público mais heterógeneo. Uma vez por mês, ao sábado, o Eskada Porto lança a «Salsa Party» à semelhança do que acontece, a nível mundial, nas casas de referência de diversão noturna, uma tendência que está, definitivamente, na moda. Aberto quatro noites por semana, o Eskada marca, assim, a diferença, uma vez que, há mais de 15 anos que não havia esta oferta na cidade do Porto. Eskada Porto | Rua da Alegria, 611 | www. eskadaporto.com.pt | www.facebook.com/ eskadaporto | email para info e reservas: grupoeskada@gmail.com

REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


N O I T E


E SK A DA V I Z E LA

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Conceito de SUCESSO Desde a abertura, em 2007, que o ESKADA Vizela se tem vindo a afirmar como um espaço de referência noturna, quer devido à oferta diversificada de animação, quer à qualidade dos eventos realizados. Localizado numa área privilegiada, de bons acessos e amplos estacionamentos, o ESKADA Vizela afirma-se também como um espaço atento à moda e às tendências sociais, onde se destaca o House Music, abrindo agora também à sexta-feira, em «Super Fridays» para um público jovem. Os sábados são mais generalistas e dedicados a noites temáticas, destinando-se à generalidade dos frequentadores. Em 2008 foi considerado Casa Revelação e, em 2010, eleito como Discoteca do Ano e Melhor Site Noite (Prémios Noite.pt), numa compensação pela aposta arrojada e trabalho desenvolvido. Em 2013 reabriu, revigorado, com três espaços distintos e uma decoração inovadora, futurista e atraente, sobre a qual adotou alguns conceitos estéticos inovadores: The Living Room – um espaço de Cocktail & Food Bar; The Beat – pista principal e The Mix - um espaço de conceito, mistura de culturas e de sons alternativos. Na nova fase, o ESKADA Vizela pretende manter elementos que já o caraterizam - ambiente agradável, boa música e um espaço acolhedor onde o cuidado com o conforto do cliente e a excelência do serviço são a principal motivação de funcionamento da atual equipa – aliando a inovação de outros aspetos que o distingam no panorama noturno, como a oferta de zonas reservadas com serviço Premium. “Agora é consigo!” Eskada Vizela | Rua Dona Laurinda Ferreira de Magalhães, 4815 Caldas de Vizela | contacto: 919769992 | e-mail: eskadavizela. ge@gmail.com | GPS: 41°22’46.56”N 8°19’6.17”W

REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


T V

TAKE 3, AÇÃO! Depois de uma fase de crescimento, o Porto Canal entra, agora, numa etapa de consolidação, onde os critérios de isenção, credibilidade, rigor e proximidade se mantêm como premissas inerentes ao seu ADN. A base estruturada de sustentabilidade, que tem vindo a decorrer por fases, marca-o definitivamente como serviço público de qualidade à escala nacional. Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Virgínia Ferreira


P ORTO CA N A L

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U

m ano passado sobre a grande revolução editorial e tecnológica, o Porto Canal tem vindo a assumir-se como uma referência, um pouco por todo o país. A reestruturação em termos de programação, o novo «look», mais colorido, mais informação, novos programas e mais «Porto» têm contribuído, largamente, para o seu crescente sucesso. Um novo grafismo, mais ousado, faz parte da afirmação que quer implementar em 2014, com uma imagem inovadora e mais irreverente. A profunda alteração a nível gráfico, a par do avanço tecnológico, faz desta a fase mais arrojada do canal.

NOVA GRELHA JÁ ‘NO AR’ Ana Guedes está de regresso à estação onde irá apresentar, entre terça e quinta-feira, o ‘Jornal Diário’, que vai para o ar às 20h00, agora num formato alargado. Às segundas e sextas, a apresentação deste bloco noticioso ficará a cargo de Júlio Magalhães, diretor do canal. A apresentação do ‘Último Jornal’, transmitido diariamente às 0h00, será partilhada pelas jornalistas Carla Ascenção e Ana Rita Bastos. À hora de almoço, o ‘Jornal das 13’ mantém a presença de Pedro Carvalho da Silva e Cláudia Fonseca, incluindo ao fim de semana. ‘Testemunho Directo’, o programa semanal de grande reportagem, que passa todas as quintas-feiras ao final REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


T V

«Saúde no Tacho» com Ana Bravo ao vivo na Rua de Santa Catarina, no Porto

da tarde, continua com antena aberta para a discussão dos temas que marcam a atualidade, bem como ‘Caminhos da História’ e ‘Consultório’.

NOVOS PROGRAMAS E FORMATOS Às quintas, por volta das 22h00, a grelha conta com um novo programa com apresentação de Andreia Teles, cujo objetivo é o de dar pistas para passar o fim de semana: locais a visitar, o que fazer, onde ir. A pedido dos espectadores, as ‘Grandes Manhãs’ passam a ter um horário alargado: se antes tinha início às 11h00 agora está no ar a partir das 09h00. Este é um programa diário, em direto, que visa aproximar e ajudar de forma positiva todos aqueles que o assistem, através de reportagens

no exterior e rubricas em estúdio relacionadas com finanças, advocacia, bricolage, astrologia, veterinária, ginástica, artes decorativas, dança, gastronomia, entre outros. De regresso estão,

também, as ‘Grandes Entrevistas’, conduzidas por Domingos de Andrade, bem como o programa ‘Pena Capital’, nos serões de quarta-feira. Com apresentação de Fernando Tavares este é um


P ORTO CA N A L

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espaço de análise e comentário ‘politicamente incorreto’. Agridoce, ácido e sem meias palavras, um programa onde se fala de pessoas e para pessoas, onde cada convidado diz o que pensa e não o que “deve” ser dito. No ‘tribunal do júri’ marcam presença Maria José Azevedo (jornalista), Coutinho Ribeiro (advogado), Pinto Nogueira (procurador) e o Ricardo Luz (empresário). “Saúde no Tacho”, é o novo espaço dedicado à culinária saudável, apresentado pela nutricionista Ana Bravo, com transmissão às sextasfeiras, por volta das 23h30.

Para o início do ano estão em preparação novos conteúdos, quer de entretenimento, quer de informação, que visam acentuar a marca Porto Canal na Região e no país. ‘Duelo Frontal’, será transmitido ao fim de semana e propõe-se debater temas com base em rivalidades. “Este será um formato inovador, cujo objetivo é o de colocar, frente a frente, pessoas com opiniões opostas, de forma a debater uma diversidade de assuntos com base nessa rivalidade saudável”, explica Domingos de Andrade, diretor de informação e programação do canal.

ESPAÇO AZUL E BRANCO Os blocos dedicados ao FC Porto têm vindo a consolidar a sua importância na fidelização das audiências, nomeadamente espaços como ‘Portistas no Mundo’, ‘Cadeira de Sonho’ e ‘Azul e Branco’. Exemplo maior é o programa ’45 minutos à Porto’, com transmissão diária de segunda a sexta-feira, que se alarga, agora, ao dobro do tempo que o título ainda indica, passando a ter 90 minutos. REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


S O L U Ç Õ E S

elegância e sofisticação em sua casa

Designer Coatings


CIN

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O

Catálogo Designer Coatings da CIN apresenta duas coleções de alta decoração – Cashmere e Nobuck – que permitem criar um ambiente tão exclusivo e elegante como confortável. Com a gama Cashmere, pode revestir toda a casa com o requinte e suavidade da caxemira, em tons íntimos e profundos. Por sua vez, com

a gama Nobuck, é possível sentir a leveza aconchegante da camurça, num toque muito distinto. Com estes produtos, a CIN revela o seu domínio em matéria de criação de ambientes ímpares, cruzando um universo único de cores e texturas e abrindo a casa a um conjunto de sensações ainda por explorar, em tons de conforto e com te x tu ras su rpre e n d e n t es .

Para os que procuram um estilo sofisticado, elegante e, ao mesmo tempo, cheio de personalidade, Cashmere é a solução ideal. Esta sugestão de alta decoração permite revestir toda a casa com cores intimistas e com um aspeto extra-suave. Já a textura de Nobuck confere um ambiente de calor a qualquer espaço, tornando-o autêntico e sedutor. REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


A T U A L I D A D E

PFN ATERROU NO AEROPORTO DO PORTO A Associação Selectiva Moda, em parceria com o Aeroporto do Porto, e no âmbito do projeto Portuguese Fashion News, organizou mais uma edição do Concurso Novos Criadores PFN. Este é um projeto que visa fomentar a criatividade de jovens designers e possibilitar a interação entre eles e os fabricantes nacionais de tecidos e acessórios, que cedem a matéria-prima, permitindo a realização desta iniciativa. O Aeroporto do Porto foi o palco desta edição onde, na passerelle, desfilaram propostas arrojadas de jovens criadores, que prepararam a preceito os seus coordenados, prometendo brilhar e surpreender. Paralelamente a esta iniciativa, esteve patente, na área de partidas, uma exposição de moda, onde foi possível ver a inspiração e projetos de alguns novos criadores nacionais. O Concurso Novos Criadores PFN, que decorreu em novembro na área pública de chegadas do aeroporto, teve em prova coordenados de 14 novos criadores de nove escolas de moda nacionais. Criatividade, inovação e originalidade, foram ferramentas utilizadas pelos designers para surpreender os jurados. Combinação de novos materiais, originalidade e criatividade foram os principais critérios de avaliação para a seleção dos vencedores. Rita Gilman, da ESAD, foi a primeira classificada

com tecidos Lurdes Sampaio. Em segundo lugar ficou Ana Teresa Teixeira, da CENATEX, com tecidos A. Sampaio e o terceiro lugar foi arrecadado por Eliana Teixeira, da Modatex, com materiais

da Fábrica de Tecidos Vilarinho. O júri do concurso foi composto por profissionais conceituados do mundo da moda nacional, nomeadamente a estilista Katty Xiomara, o representante da


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Empresa Inarbel, José Armindo Ferraz, António Cunha, representante da Empresa Orfama e Alexandra Costa, jornalista do Jornal Têxtil. www.portuguesefashionnews.com REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


A T U A L I D A D E

TÊXTEIS INTELIGENTES Voltado para a inovação, o iTechStyle Innovation Business Forum by Citeve é um espaço muito concorrido, dentro do Portuguese Fashion News (PFN). Dividido em três setores - Fórum de Tecidos Técnicos e Inovadores, Showcase de Produtos Inovadores e Showcase de Projetos I&DI e Novos Conceitos – o evento apresenta diversas novidades em termos de conceitos e de ideias. O Fórum de Tecidos Inovadores expôs 28 referências, de várias empresas portuguesas, com inúmeras características, desde a reflexão da radiação infra-vermelha que favorece a recuperação muscular e a regeneração da pele, até às malhas que não absorvem humidade.Integrado no Showcase de Produtos Inovadores, a BW13 T-shirt foi desenvolvida a pensar nos atletas profissionais de longas maratonas e no seu elevado conforto, mesmo em temperaturas acima dos 50.º graus, incorporando uma barreira protetora aos raios UV uma vez que se sabe que o uso de protetores solares dificultam a respirabilidade cutânea. «Estamos a atingir mais intensamente um dos objetivos deste fórum que é o de confrontar os consumidores de matérias têxteis – sejam clientes finais, empresas têxteis ou empresas de outras áreas – com aquilo que o setor tem capacidade para fazer», reconheceu Braz Costa, diretor-geral do Citeve. Estas foram algumas das pistas deixadas no iTechStyle Innovation Business Forum que, em fevereiro de 2014, estará de volta com mais tecnicidade incorporada pela indústria têxtil nacional.


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WELLNESS & BEAUTY LAB - NOVO CONCEITO BOMBÁSTICO NO PORTO PALÁCIO A área da saúde, beleza e bem-estar tem um novo conceito. O Wellness & Beauty Lab, do Porto Palácio, apresenta-se como um espaço renovado, onde a perfeita comunhão entre as tradições mais antigas e as tendências contemporâneas se refletem no que se refere aos rituais de wellness. Um ‘refúgio dentro da cidade’ foi a linha de inspiração que levou à criação de um conceito inovador, num espaço que se apresenta como acolhedor, exclusivo e eco-friendly, bem patente, entre outras coisas, na escolha da marca dos produtos. Um local de excelência que integra cuidados de saúde, beleza e bem-estar num só espaço que, apesar de se situar no centro da cidade, nos transporta para um ambiente único, aconchegante e longe da agitação quotidiana. O Wellness & Beauty Lab apresenta três valências distintas que incluem Therapy, Spa e Hairstyle e que complementam, assim, uma já vasta oferta de serviços. Este espaço permite ainda, a criação de soluções individuais e exclusivas, que se destacam pela parceria com a Malo Clinic e que vem desta forma, reforçar as suas competências profissionais. A apresentação, em outubro, deste novo conceito do Wellness & Beauty Lab, contou com a presença de várias figuras públicas entre as quais Sónia Araújo, Jorge Gabriel, Manuel Serrão, Katty Xiomara, Vera Deus, entre outros, que se encantaram com o espaço que logo na entrada nos transporta para um ambiente de paz e harmonia, impossível de resistir. REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


A T U A L I D A D E

SONHAR EM GRANDE NA FEIRA DO EMPREENDEDOR Inovação, financiamento e internacionalização foram as grandes temáticas em destaque A Alfândega do Porto recebeu, em novembro, a 16.ª Feira do Empreendedor organizada pela ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários. Assumindo-se em contraciclo com o pessimismo que invade o mercado nacional e o mundo global dos negócios, o certame subordinado, este ano, ao tema “Dream Big” propôs um extenso rol de novidades para atuais e futuros empresários. A exposição multissetorial manteve-se focada nas oportunidades de negócio e o programa complementar foi o mais extenso promovido até hoje, envolvendo mais de 40 iniciativas. De acordo com Luís Figueira de Sousa, CEO da empresa Quality Impact, esta é “uma oportunidade de networking e de troca de ideias com empresas de outros setores de atividade e um evento que faz parte, anualmente, da nossa estratégia”. Já para a empresa Nicles, especialista em organização de eventos, o destaque foi para o jantar de Negócios à Mesa, integrado na programação da feira já que esta iniciativa “facilita a negociação e a troca de contactos e sinergias entre os empresários num ambiente informal” afirmou Manuel Serrão, diretor

da empresa. Já para o Portal de Moda (www.portaldemoda.pt), um site de referência sobre as novidades da moda nacional, a feira encaixa na estratégia de divulgação do site, que se faz sempre acompanhar por uma marca de roupa portuguesa, oferecendo descontos a quem se registar na newsletter do portal. A Fifty Paiva olha para o certame como uma forma de fazer benchmarking e para a Praia Lusitana este é um barómetro do mercado, devido à heterogeneidade do público. “A troca de ideias permite-nos uma reflexão interna de posicionamento no mercado”, afirmou um dos diretores da empresa. O MUUDA, uma concept store, integrada no Circuito Cultural de Miguel Bombarda, aproveitou esta oportunidade para divulgar a loja, não só

como ponto de venda, mas também como espaço ideal para jantares ou reuniões de empresas. A No Less, especialista em eventos, olha para todas as empresas expositoras como potenciais clientes. O programa da feira incluiu três workshops sobre “como criar um negócio específico” e um ciclo de 24 conferências práticas, versando temáticas como “Orientação profissional e emprego”, “Oportunidades, criação de empresas, financiamentos” e “Gestão, emprego, RH e internacionalização”. Na sua terceira edição, a Sessão Women Inov, mostra que veio para ficar, demarcando um espaço reservado à iniciativa empreendedora feminina, onde jovens empresárias tiveram a possibilidade de partilhar o seu testemunho.


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1.ª EDIÇÃO DA MESA AO VIVO PORTUGAL BRASIL REALIZA-SE NO PORTO Numa parceria inédita, Portugal e Brasil encontram-se para a primeira edição da Mesa ao Vivo Portugal Brasil, sob o mote “A Língua que nos une”. O evento itinerante, que é realizado desde 2004 pela revista brasileira Prazeres da Mesa, chegou este ano, pela primeira vez, a Portugal, produzido pela No More em conjunto com a AGAVI, Fundação AEP e Fecomercio. A Mesa ao Vivo Portugal Brasil é um evento que pretende a promoção do intercâmbio gastronómico, cultural e comercial entre os dois países, que se realiza entre os dias 4 e 7 de dezembro, no Sheraton Porto Hotel & Spa, no Porto. Mais do que uma mostra, esta é uma ação que pretende aprofundar as relações entre ambos os países promovendo, essencialmente, a cooperação empresarial na comunidade lusófona. Nesta primeira edição, Angola é o convidado especial. Da programação da Mesa ao Vivo, destaca-se uma mostra de produtos gastronómicos, que inclui a realização de showcookings, workshops, provas de vinho e harmonizações com a presença de alguns dos melhores chefes portugueses e brasileiros, como Henrique Sá Pessoa, Vítor Sobral, Ivo Loureiro, Nuno Inverneiro, Hélio Loureiro, Beto Pimentel, Bella Masano, Raphael Despirite, Janína Ruedo, entre outros. Numa vertente mais direcionada para a área dos negócios, o evento

integra, ainda, a 1.ª Convenção Internacional “O Valor Económico do Mundo Português”, onde são debatidos temas relacionados com as riquezas e oportunidades de negócio ou o impulso nas relações empresariais, entre outros assuntos que têm como intuito facilitar a relação comercial dos presentes. Durante os dias da Convenção, foram ainda realizadas Rodadas de Negócios de forma a promover a troca de informações entre as várias empresas presentes, criando, assim, redes de relações que se espera que no futuro impulsionem de forma positiva as suas áreas de negócio. Seguindo a máxima de que os melhores negócios são feitos à mesa, esta edição promove, ainda, jantares Premium - Mesas Magnas, que têm lugar nos restaurantes DOP, Quarenta e 4 e DeCastro, juntando na mesma cozinha chefes de ambas as nacionalidades. O evento termina com um grande jantar de encerramento - Mesa de Pátrias, que se distingue como um momento de afirmação cultural com moda e animação,

apresentando um menu oficial “Mundo Português”, preparado por seis chefes portugueses e brasileiros, num momento de grande valorização económica da cultura lusófona. Num ato preparativo para os sabores da Mesa ao Vivo Portugal Brasil realiza-se, também, até 8 de dezembro, a ação Mesas pela Cidade, que oferece um menu especial com 50% de desconto, inspirado no receituário “Portugal Brasil”, em alguns dos melhores restaurantes do Porto, Matosinhos e Gaia. REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


EDP GÁS

LIBERALIZAÇÃO DO MERCADO DE GÁS NATURAL

Mudança no setor energético

C

om vista ao incremento da eficiência dos mercados, a Comissão Europeia tem vindo a estabelecer, desde finais da década de noventa, medidas para a abertura e liberalização do mercado e promoção de concorrência. As alterações legislativas implementadas pretendem um reforço no mercado interno do gás natural, proporcionando a possibilidade real de escolha a todos os consumidores da União Europeia, sejam cidadãos ou empresas, criação de novas oportunidades de negócio

e intensificação do comércio transfronteiriço, de modo a assegurar ganhos de eficiência, preços competitivos e padrões de serviço mais elevados, contribuindo ainda para a segurança do abastecimento e a sua sustentabilidade.

DISTRIBUIDORAS E COMERCIALIZADORAS A partir de 2008, um dos aspetos mais relevantes desta estratégia traduziu-se, a nível nacional, no ‘unbundling’ no setor do gás natural. As atividades de operação e de comercializa-

ção das redes foram separadas, tendo sido introduzidos novos regulamentos e diplomas legais, provenientes da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), nomeadamente os relativos à Qualidade de Serviço, Relações Comerciais e de Acesso às Redes e às Interligações, entre outros. Até então, a concessionária – que começou a operar com a marca EDP Gás Distribuição, e cujo core business é o desenvolvimento e a exploração da rede pública de distribuição de gás natural na região litoral norte


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Com a abertura do mercado de gás natural, os clientes passaram a ter acesso às propostas de vários comercializadores mas as atividades de operação das infraestruturas mantêm-se da responsabilidade das distribuidoras - ou Operadores da Rede de Distribuição (ORD), por área de concessão. A EDP Gás Distribuição é o operador de rede na generalidade dos concelhos dos distritos de Porto, Braga e Viana do Castelo. (29 concelhos dos distritos de Porto, Braga e Viana do Castelo) – garantia o ciclo completo de operação de um modo vertical, isto é, desde a compra de gás natural até à venda a clientes finais.

Com o objetivo de garantir a prestação de um serviço de qualidade, a EDP Gás Distribuição disponibiliza no site www.edpgasdistribuicao.pt informação relevante, bem como serviços online que permitem ao cliente final o registo de leituras e o acompanhamento de incidentes. Atualmente existe um conjunto de comercializadores livres a operar no mercado nacional, aos quais o operador deve garantir igualdade de tratamento, não discriminação, transparência e o envio regular de informação à ERSE. Assim, os ‘clientes naturais’ da EDP Gás Distribuição são os comercializadores de gás, exceto nas matérias de avaria e emergência - nas quais o operador deve disponibilizar um serviço de resposta permanente (nomeadamente por solicitação do cliente final) – bem como nos novos pedidos de ligação à rede, leituras (sendo o operador responsável pela recolha das leituras relativas aos contadores colocados nas instalações dos clientes) e também nas questões relacionadas com reclamações, nomeadamente as que decorrem das ações mencionadas. Prevê-se que até ao final de 2013 a EDP Gás Distribuição atinja 300.000 pontos de abastecimento – os comercializadores livres representam já 50% dos pontos de entrega existentes e cerca de 85% do volume de gás veiculado na área de concessão. REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013

COMPETÊNCIAS DISTINTAS A separação da propriedade implicou a nomeação do proprietário da rede de distribuição como operador da rede, tornando-o independente em relação a quaisquer interesses de comercialização e de produção. Atualmente, a


EDP GÁS

ASSUNTOS A TRATAR COM A DISTRIBUIDORA: Emergências: 800 215 215 Leitura do contador: www.edpgasdistribuicao.pt ou 800 500 330 Nota: CUI – código universal de identificação - representa de uma forma unívoca a instalação (está disponível na fatura e deverá ser utilizado para interação com a EDP Gás Distribuição)

OS COMERCIALIZADORES: Faturação Tarifário

operação e o desenvolvimento de infraestruturas é a atividade principal dos operadores, no sentido de responder à previsível solicitação da procura, garantindo a exploração da infraestrutura de acordo com elevados padrões de segurança e qualidade de serviço, e a consequente veiculação do gás, nas condições técnicas contra-

tualizadas, desde os pontos de injeção, a montante, até aos pontos de entrega “destino final”. Deste modo, a EDP Gás Distribuição é um Operador da Rede de Distribuição (ORD) do Sistema Nacional de Gás Natural (SNGN) e, com base nesta infraestrutura, os diferentes comercializadores podem oferecer um conjunto de propostas

comerciais (bens e serviços) aos clientes finais, assentes na infraestrutura disponibilizada pelo operador. A clarificação da arquitetura do sistema é particularmente positiva para os cidadãos, uma vez que permite conhecer as responsabilidades das diferentes entidades, bem como as expectativas de relacionamento com cada uma delas.


solidรกrio

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A U T A R Q U I A S

s resultados das eleições autárquicas de 29 de setembro, no Porto, representaram uma novidade, a nível nacional, com a eleição de um movimento independente à segunda maior autarquia do país. Rui Moreira foi o presidente eleito pelos portuenses para liderar os destinos da cidade pelo movimento ‘O Nosso Partido

O

é o Porto’. Ao evento oficial da tomada de posse do novo executivo camarário, realizada quase um mês depois dos resultados eleitorais, a 22 de outubro, acorreram largas centenas de pessoas, sendo que as instalações dos Paços do Concelho foram exíguas para tanta gente, o que levou a que fossem colocados diversos plasmas no átrio para

que todos pudessem assistir à cerimónia do ato oficial. No seu discurso, Rui Moreira garantiu que “as promessas eleitorais são para cumprir”, realçando os principais objetivos da sua campanha como as linhas orientadoras da sua proposta de gestão para a cidade. Neste âmbito, as áreas da coesão social – através do combate à pobreza e à exclusão, e do


P ORTO

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NOVO CICLO NA ‘INVICTA’ Coesão social, desenvolvimento económico, cultura e habitação. Estão, há muito, traçadas as prioridades do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, para o mandato que, recentemente, iniciou, e que pretende “enobrecer” com a execução das principais linhas orientadoras que determinaram a sua eleição. A animação de natal já chegou às ruas da Invicta, que aposta na continuidade do programa «Porto de Futuro». Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: CMP

apoio aos desempregados e suas famílias - e do desenvolvimento económico, social e cultural, bem como uma forte política de habitação, apresentam-se como base de uma ‘nova urbanidade’ a implementar na autarquia, seguindo alguns princípios desenvolvidos pelo executivo anterior e pretendendo, ainda, ir mais além noutras matérias.

IMPORTÂNCIA DO PODER LOCAL Rui Moreira vincou a importância do poder local como o “que melhor corporiza a ideia de um Estado de proximidade, de relação com os cidadãos”, realçando a importância da descentralização e do poder autárquico, numa perspetiva de modernidade e de adaptação

necessária à evolução das sociedades. “O poder local é mais eficiente, mais económico, mais racional na utilização de recursos públicos do que outros poderes”, exemplificou, garantindo que nunca deixará de o reivindicar. “Estando mais próximo dos cidadãos, sabe ouvilos, cumprindo a razão de ser de qualquer poder público: servir os cidadãos, melhorando a sua REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


A U T A R Q U I A S

AGENDA DE NATAL DESTAQUES Iluminações + Árvore de Natal: até 7 jan I 6.ª, sáb. e vésperas de feriado: 17:30-02:00; restantes dias 17:30-24:30 Instalação “Nove Baloiços/Palavras, Nove Palavras/Baloiços”: até 23 dez I iluminação de 6.ª, sáb. e vésperas de feriado: 17:30-02:00; restantes dias 17:30-24:30 I Praça General Humberto Delgado (Av. dos Aliados) Animação de rua | Especial de Natal: Aliados e outros locais da cidade | Acesso Livre: às 17:30 liga-se a iluminação e o espírito de natal promete invadir os Aliados todas as 6.ªs, sábados e domingos. Junto à árvore de natal cantar-se-ão histórias encantadas. Circo: até 5 jan | todos os dias (exceto dias 24 e 31 dez): 21:30 | fim de semana e feriados 16:30 e 21:30 | Queimódromo Artesanatus: até 23 dez | domingo a quinta: 11:00 – 20:00 | Sexta e sábado: 11:00 – 23:00 | Praça D. João I | Entrada Livre Concerto de fim de ano I Fogo-de-artifício: 31 dez | 22:00 | Av. dos Aliados | Entrada Livre | Programa: 22:00: Concerto de Passagem de Ano; 23:50: Fernando Alvim; 00:00: Fogo de Artifício; 00:15: Fernando Alvim Concerto de Ano Novo: 1 jan 2013 | 16:00 I Igreja dos Clérigos I Entrada Livre 20.ª Corrida de S. Silvestre Cidade do Porto: 15 dez | 18:00 | Partida e chegada: Av. dos Aliados. A corrida terá um percurso de 10 Km. Integrada nesta prova irá decorrer uma Caminhada com um percurso de 4 Km (sem fins competitivos). Info: 220 304 726 | www. runporto.com | runporto@sapo.pt Através do programa 1.ª Avenida e da PortoLazer, a agenda de Natal da cidade irá integrar, ainda, diversas exposições, espetáculos de dança, teatro, poesia, música, cinema, oficinas e workshops. Consulte mais em: www.portolazer.pt

qualidade de vida e atendendo às suas necessidades e anseios”. O autarca defende, ainda, a criação de uma Liga de Cidades, num traçado contínuo que una o Norte do país, o desenvolvimento de “políticas transmunicipais”, a existência coerente de “uma pluralidade de círculos concêntricos estratégicos” e um “reforço de poderes” do Concelho Metropolitano, bem como a elaboração de uma agenda supramunicipal.

PORTO, CAPITAL DE SI PRÓPRIA Para o presidente da câmara, o Porto “não abdica nem capitula” de ser parte integrante de um todo nacional, mantendo sempre a sua voz “ativa, autêntica e determinada”, tendo, o país, “o Porto que merece e de que precisa”. “O Porto livre pode,

e deve, assumir um papel agregador, deixando claro que não tem pretensão de domínio e que não aspira senão a ser capital de si mesmo”, salientou, sublinhando que, no futuro, os cidadãos podem contar com uma cidade “limpa, criativa, sustentável, atrativa para o investimento, segura, inclusiva e dinâmica, que se orgulha das suas tradições, sem ter medo de se transformar, e que sabe ser cosmopolita sem deixar nunca de ser popular”. Para além de todos os compromissos que integram o programa do novo ciclo político, Rui Moreira deixou uma garantia: manter o que está bem - o que irá obrigar a uma grande exigência - e melhorar o que for necessário, garantindo empenho e criatividade. “Saberei ouvir, sempre, todos, sem excepção”, garantiu.


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«PORTO DE FUTURO» O programa educativo municipal «Porto de Futuro», pioneiro e único no país, prevê a promoção, capacitação e aproximação da comunidade escolar ao tecido empresarial da região, através de parcerias entre os agrupamentos escolares e diversas empresas nortenhas. O objetivo é o de criar uma cultura do conhecimento baseada no mérito, criatividade, inovação e empreendedorismo, que seja o reflexo do projeto educativo que se pretende para transformar o Porto numa cidade mais coesa, equilibrada e sustentável. Para tal, a autarquia estabeleceu parcerias entre cada um dos agrupamentos de escolas da cidade com um igual número de empresas da região: Águas do Douro e Paiva, Auto Sueco, BA Vidro, BIAL, Cerealis, CIN, Corticeira Amorim, Efacec, Ibersol, Mota Engil, KPMG, Porto Editora, RAR, Salvador Caetano, Sogrape, Sonae, Symington e Unicer. A originalidade destas parcerias está no papel de educador ativo, assumido pelas empresas, que promove a aproximação dos alunos ao mundo do trabalho, desenvolve projetos educativos, presta serviços de consultoria de gestão às direções das escolas, integrando aos seus órgãos de direção estratégica. Escolas e empresas traçam, assim, objetivos de atuação para o desenvolvimento sustentado de uma sociedade competitiva e dinâmica, em áreas como consultoria de gestão, empreendedorismo, cidadania, capacitação e s u c e s s o e s c o l a r, desenvolvimento vocacional e promoção da saúde juvenil. Estes objetivos passam pela participação da sociedade civil na vida escolar bem como pela transferência de boas práticas e conhecimento do mundo empresarial para as escolas, gerando uma cultura de conhecimento baseada no mérito, criatividade, inovação e empreendedorismo. Recentemente, a Fundação

Gulbenkian mostrou interesse no programa, disponibilizandose para contribuir na sua divulgação à escala nacional, no sentido do projeto poder vir a ser replicado noutros municípios portugueses. Iniciado em 2007, o programa já implicou a participação direta de mais de 25 mil cidadãos, com um elevado grau de satisfação dos envolvidos e com expectativas crescentes. REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


SRU

NA EXPECTATIVA DE NOVOS TEMPOS O processo de reabilitação urbana do centro do Porto – Baixa e Centro Histórico ancorou-se no quotidiano da cidade em 2004. Antes, já o CRUARB, Fundação para o Desenvolvimento da Zona Histórica, Porto 2001 e Metro do Porto tinham intervindo, mas agora a aposta assenta num alargamento do naipe de agentes. O que antes era apenas uma missão pública, é agora também uma atividade do mundo privado – proprietários e investidores. Fotos: Porto Vivo, SRU

CO-Financiamento:

Lar de 3ª Idade do Morro da Sé

Programa de Realojamento- Porto Vivo, SRU


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ez-se habitação de cariz social e de rendas controladas na Ribeira-Barredo, Sé e Vitória; criaram-se equipamentos de apoio à população; requalificaram-se ruas, largos e praças, valorizando um espaço de convívio de residentes e de acolhimento a visitantes e turistas, antes e depois de 2004. Nesta segunda fase, e já sob a responsabilidade do Município e da Porto Vivo, SRU, alavancou-se a intervenção em apoios comunitários e no financiamento do Banco Europeu de Investimentos, através do

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IHRU. A base foi sendo criada para que a atração do local e o interesse dos investidores privados pudesse aumentar. Muitos há, mais audazes, mais crentes ou com maiores capacidades financeiras, que estiveram no terreno desde o início, sendo pioneiros, arriscando e colhendo os primeiros frutos. Mesmo com os constrangimentos económicos e financeiros atuais, o efeito de alavanca do investimento público em reabilitação urbana é assinalável: de 2005 até aos finais do primeiro semestre de 2013, por cada euro de investimento público em reabilitação urbana e

requalificação do espaço público na área de intervenção da Porto Vivo, SRU os privados investiram pelo menos 11 euros, ou seja, cerca de 600 milhões de euros. Apesar do investimento já realizado há que divulgar as possibilidades que existem, e continuar a encontrar apoios que façam todos poder e querer também ser parte desta aposta da cidade, onde se acrescentou já valor material a um património extremamente rico, se criou valor imaterial pela mais forte dinâmica que vai sendo evidente, se deu visibilidade de escala mundial e se pôs o mercado a reagir.

INCENTIVOS À REABILITAÇÃO URBANA esde a sua criação que a Porto Vivo, SRU tem pugnado pela cri a ç ã o d e in centivos e, apesar das dificuldades atuais, estão no terreno medidas e dispositivos que estimulam os proprietários a realizar as obras de reabilitação dos seus edifícios. No âmbito fis-

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cal, existem incentivos que compreendem a isenção ou redução de vários impostos, como o IVA nas empreitadas de reabilitação urbana, o IMI, IMT e IRC. Também o município deliberou, e tem vindo a manter, taxas mais reduzidas para os processos de reabilitação de edifícios na Baixa e no Centro Histórico. Foi ainda promovido, em sede

de PDM, o regulamento SIM Porto, que atribui aos promotores de reabilitação de edifícios – cumpridos critérios de manutenção de inquilinos e atividades, de melhoria da acessibilidade interna dos edifícios e de melhoria da eficiência energética – créditos construtivos a aplicar em zonas de desenvolvimento urbanístico da cidade. REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


SRU

PROGRAMA VIV’A BAIXA Este é uma parceria entre a Porto Vivo, SRU e um conjunto de fornecedores de materiais de construção e de serviços, que reduzem custos no âmbito das intervenções promovidas por privados, em especial por proprietários de edifícios, senhorios ou utentes diretos. Isto, para além da Bolsa de Projetistas e da Bolsa de Empreiteiros que divulgam aos promotores, empresas interessadas em colaborar no processo de reabilitação e recuperação do edificado. A Porto Vivo, SRU estabeleceu também um protocolo de cooperação com a Caixa Geral de Depósitos, que assegura condições especiais de financiamento aos proprietários que façam obras de reabilitação na ZIP, bem como às empresas que pretendam lá instalar-se através de linhas de apoio ao empreendedorismo. Para já, estes são os diversos incentivos disponíveis a quem pretende intervir mas outros são esperados, no âmbito do próximo quadro de apoios comunitários, que poderão englobar o setor da habitação de promoção privada, bem como a preservação do património construído de valor histórico, que no Centro Histórico do Porto, alcança um estatuto de património mundial. Numa altura em que a reabilitação urbana, para além de ser uma necessidade social e económica, é uma prioridade assumida pelo Estado e, em particular, pelo Município do Porto, é necessário que o mercado perceba que há, na reabilitação de edifícios e na revitalização urbana da Baixa e do Centro Histórico, uma oportunidade evidente.



P O R T O

D ´ A R T E

Convites de inverno Com a chegada do natal e do novo ano, os equipamentos culturais do Porto agitam-se para oferecer ao público uma programação adequada à época festiva. Na Casa da Música ultimam-se os pormenores para o regresso tão esperado do pianista Pedro Burmester; em Serralves admiram-se instalações e fotografias que despertam a reflexão e no TNSJ recordam-se histórias especiais como a da “Alice no País das Maravilhas”. Texto: Mariana Albuquerque

SERRALVES: DESCOBRIR CILDO MEIRELES E AHLAM SHIBLI Até ao início do próximo ano, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves tem dois novos “mundos” para revelar: o de Cildo Meireles, um dos mais reconhecidos artistas contemporâneos e vencedor do Prémio Velázquez 2008, e o da palestiniana Ahlam Shibli. Inauguradas no passado dia 14 de novembro, as exposições do artista brasileiro e da fotógrafa palestiniana vão poder ser admiradas até 26 de janeiro e 9 de fevereiro, respetivamente. A primeira das mostras, comissariada por João Fernandes, vice-diretor do Museu Reina Sofia, revela-nos, para além de um conjunto de desenhos, esculturas e propostas concetuais produzidas entre 1969 e 2013, obras e instalações de grandes dimensões, entre as quais se destaca “Nós formigas” (200713). “Esta peça consiste numa grua de gigantescas proporções, Abajur, 1997/2010 Lâmpada, Cybachrome, dínamo e som Coleção do artista Fotografia: Joaquín Cortés/ Román Lores

instalada por cima de uma câmara subterrânea escavada no solo, que suspenderá um cubo de pedra sob a qual será instalada uma colónia de cerca de 100 mil térmitas”, explica Serralves, notando que as posições acabam por se inverter, “já que os visitantes observam as térmitas não de cima para baixo, mas de baixo para cima”. De resto, muitas das obras apresentadas podem ser interpretadas como “comentários críticos

Olvido, 1987/1989 Tenda indígena realizada com aproximadamente 6000 notas de bancos de países americanos, 3 toneladas de ossos, 69300 velas, carvão vegetal e som Fotografia: Joaquín Cortés/ Román Lores


EXPOSIÇÕES/ESPETÁCULOS

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Marulho, 1991/1997 Coleção de Arte Moderna do Rio de Janeiro/Coleção FNAC – Fonds Nationele d’Art Contemporain, Paris / Coleção do artista Fotografia: Joaquín Cortés/ Román Lores

a conceitos de território e valor, questionando a História enquanto narrativa de dominação colonial”. É o caso de “Olvido” (1987−89), uma tenda indígena, feita com 6 mil notas de bancos de todos os países americanos, três toneladas de ossos e 69.300 velas, e ainda de “Amerikkka” (1991/2013), um chão feito de 20.050 ovos de madeira sob um teto de 40 mil balas. Em “Phantom Home”, Ahlam Shibli expõe a maior seleção de obras até hoje apresentada, incluindo nove séries fotográficas produzidas pela artista durante a última década.

TNSJ: DO CLÁSSICO LITERÁRIO À OBRAPRIMA DO TEATRO PORTUGUÊS O mês de dezembro chegará ao Teatro Carlos Alberto com a influência de um dos clássicos da literatura mundial. Entre os dias 11 e 15, o Teatro da Garagem, em coprodução com o Teatro Nacional São João (TNSJ) apresentará, em estreia absoluta, a peça “Alice”, inspirada em “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll. O espetáculo inscreve-se no Ciclo Caminhadas Especulativas do Teatro da Garagem, para onde confluem peças que reúnem num mesmo elenco atores profissionais e nãoprofissionais, procurando assim criar um espaço comum de formação e de partilha de experiências. Em “Hoje”, que chegará ao TNSJ nos dias 13 e 14 de dezembro, o coreógrafo Tiago Guedes procura um novo fôlego

“Madalena”, por João Tuna

“Turismo Infinito”, por João Tuna

para prosseguir caminho. “Hoje vivemos tempos conturbados. Não sabemos bem onde pomos os pés e que textura tem esse terreno”, afirma, revelando o ponto de partida desta sua

nova criação: um grupo de jovens bailarinos pisa um chão incerto que é transformado e os transforma pelo peso que exercem sobre ele. “Hoje é então esse aqui e agora REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


P O R T O

D ´ A R T E

Rui Oliveira

onde se fala de instabilidade, manifestação, reivindicação, decisões conjuntas, mobilização e confrontação”, adianta o equipamento cultural. Já em 2014, entre os dias 31 janeiro a 14 fevereiro, o Mosteiro de São Bento da Vitória recebe “Madalena”, com encenação de Jorge Pinto, a partir de “Frei Luís de Sousa”, de Almeida Garrett. “É uma forma de celebrar e interpelar este portuguesíssimo drama familiar com poderosas ressonâncias políticas, arriscando lançar uma especial luz sobre a personagem de D. Madalena de Vilhena, epicentro de todos os temores e augúrios que assombram Frei Luís de Sousa, bem como da culpa que hipoteca a felicidade do presente”, descreve o TNSJ. Mais tarde, de 13 a 26 março, o TNSJ abrirá as portas a “Turismo

Infinito”, de António M Feijó, obra centrada na figura de Fernando Pessoa, organizada em blocos de texto.

CASA DA MÚSICA: O AGUARDADO REGRESSO DE PEDRO BURMESTER Fortemente marcada pelo Nascimento de Cristo, a programação de dezembro do equipamento cultural projetado por Rem Koolhaas terá como expoente máximo a “Oratória de Natal” de Bach (14 de dezembro), numa “oportunidade única para comparar uma interpretação moderna com uma interpretação historicamente informada, com réplicas da época”. A obra divide-se em seis cantatas, cabendo à Orquestra Sinfónica e ao Coro

Casa da Música a interpretação da primeira parte. Contudo, não foram só os compositores do passado que criaram música com a temática natalícia. A prová-lo, o Remix Ensemble apresentará, a 17, o “Concerto per la Notte di Natale 1956”, de Luigi Dallapiccola, compositor italiano que introduziu o serialismo em Itália. Antes disso, a 8 de dezembro, outro dos momentos mais aguardados de todo o ano, com Pedro Burmester a subir ao palco da Sala Suggia para encerrar o Ciclo de Piano de 2013. Durante o concerto, o pianista português promete revisitar uma das obras que marcou os primeiros anos da sua carreira internacional, a “Sexta Partita” de Bach, apresentando também a comovente “Bênção de Deus na Solidão”.


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REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


Á G U A S

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P O R T O

PAVILHÃO DA ÁGUA ACOLHEU NOITE EUROPEIA DOS INVESTIGADORES O Pavilhão da Água, situado no Parque da Cidade do Porto, organizou, pela primeira vez, a Noite Europeia dos Investigadores 2013, onde crianças e adultos participaram ativamente em diversas atividades dedicadas ao tema “Água e Biodiversidade”. O evento contou com o apoio da autarquia portuense.

SOB O TEMA «ÁGUA E BIODIVERSIDADE»

“Ser cientista por um dia” foi o desafio dirigido ao público em geral, de todas as idades. O programa reservou uma mão cheia de experiências lúdicas e pedagógicas, no Pavilhão da Água e zona envolvente, em pleno coração do Parque da Cidade do Porto. A iniciativa, promovida pela Comissão Europeia, decorreu, em simultâneo, em mais de 300 cidades da Europa. O programa da Noite Europeia dos Investigadores 2013 – Pavilhão

da Água contemplou atividades de cariz essencialmente prático, onde as crianças, jovens e população em geral, interagiram com investigadores e equipas de especialistas, com o objetivo de divulgar a ciência de uma forma divertida, desmistificando ideias feitas sobre os cientistas e o trabalho que desenvolvem.

«ÁGUA E BIODIVERSIDADE» Os visitantes participaram

na captura e identificação de insetos diurnos e noturnos, na anilhagem e libertação de aves selvagens, na observação de anfíbios e na análise à lupa de macroinvertebrados enquanto indicadores da qualidade da água. No domínio da biodiversidade, desvendaram mistérios da fauna e flora, nomeadamente dos musgos existentes nas margens dos rios e ribeiras, da vegetação antiga - e agora fossilizada - e da migração de aves.


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A temática da água foi abordada nas suas múltiplas ligações à biodiversidade, mediante uma viagem ao maravilhoso mundo dos rios, ribeiras e charcos, quer através do conhecimento das suas dinâmicas e das espécies de flora e fauna que nelas habitam, quer da arte de construir contos e de escutar a narração dessas histórias. No interior do Pavilhão da Água realizaram-se visitas livres e guiadas às 21 experiências interativas em que a água é a única fonte de energia utilizada para fazer mover engenhos. Os visitantes participaram, ainda, na tertúlia noturna sobre “Água e Biodiversidade” e assistiram ao Ensemble de Trompetes do Conservatório de Música do Porto. Outra atração do evento foi o Bar da Água, onde foi servida a Caipirágua. Esta bebida especial, cujo ingrediente principal era a água da torneira, fez as delícias de crianças e adultos. REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


M E M Ó R I A S

Inovação no exterior da ‘Muralha’

A Rua do Almada em inícios do século XIX Texto: Marta Almeida Carvalho Foto: Virgínia Ferreira

A construção desta artéria foi ordenada por João de Almada e Melo, Governador de Armas do Porto na segunda metade do século XVIII, figura que homenageia. Este foi o primeiro grande arruamento a ser aberto fora da Muralha Fernandina, criando um acesso fácil ao então denominado campo de Santo Ovídio (hoje praça da República) e à estrada de ligação a Braga.

João de Almada e Melo (Monção, 1703 - Porto, 1786) foi o grande obreiro da expansão urbana da cidade do Porto no século XVIII e o principal responsável pela organização do espaço designado por Baixa portuense. Depois de uma carreira de armas, este primo do Marquês de Pombal acabaria por ganhar a confiança do rei D. José I ao tornar-se no responsável pela sua guarda, aquando do Terramoto de 1755, em Lisboa. Aos 49 anos contraiu matrimónio com Ana Joaquina de Lencastre, na Quinta do Paço, em Valadares, Vila

Nova de Gaia, de quem teve dois filhos: António José de Almada e Melo e Francisco de Almada e Mendonça. Em fevereiro de 1757 eclodiu, no Porto, um motim contra a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro tendo sido Almada e Melo indicado para pôr cobro à situação. Por decreto, ascendeu, então, ao cargo de Governador de Armas do Porto, cidade que já conhecia bem e onde vivia a sua mãe. Tendo controlado rapidamente a situação com pulso de ferro, João de Almada acabou por ficar


RUA D O A LM A DA

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na cidade até morrer, empenhando-se de alma e coração, durante quase três décadas, no seu engrandecimento.

PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA CIDADE No período entre 1758 e 1786, Almada e Melo conseguiu transformar radicalmente a cidade, colocando-a na vanguarda da modernidade. Entre muitas outras, procedeu à abertura, prolongamento ou melhoramento

das ruas de Cedofeita, Santa Catarina, São João e Direita (hoje Rua de Santo Ildefonso), bem como das praças da Ribeira e de São Roque - demolida aquando da construção da Rua de Mouzinho da Silveira. Por sua iniciativa foram, ainda, construídos edifícios públicos de grande relevo nomeadamente o Hospital de Santo António, Real Academia da Marinha e do Comércio (hoje edifício da Reitoria da Universidade do Porto) e a Casa da Feitoria Inglesa. Em 1761 elaborou o projeto de

modernização da zona norte da cidade, exterior às medievais Muralhas Fernandinas, de onde resultaram a atual Praça da Liberdade e um novo eixo de ligação à velha estrada de Braga – a rua do Almada. O governador mandou abrir um longo arruamento que iria prolongar a pequena rua das Hortas - atual troço da rua do Almada situado entre as ruas dos Clérigos e a da Fábrica – até ao Campo de Santo Ovídio. Em 1764 foi promovido a Governador da Justiça e Relação do Porto. REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


M Ú S I C A

Concertos, lançamentos, curiosidades “Your album is brave, interesting, very musical and really quite incredible in my opinion. I don’t know many people who can do this as well as you have. You will be successful, I’m sure!” Barry Palmer • Cantor • Mike Oldfield Group

«Homem dos Sete Instrumentos» lança livro-disco-filme

“O Homem dos 7 Instrumentos é um projecto audaz, que aposta na lingua portuguesa e defende o que temos de melhor: uma pátria que se deixa escrever e cantar através do talento singular do Tozé.” Pete Tha Zouk • DJ

“Quem canta assim e vai pela diferença, merece ir longe e chegar onde quer. Parabéns e uma grande viagem, Tozé. Do teu homónimo amigo Tozé Brito.” Tozé Brito • Cantor / Produtor / Manager / A&R

“Cheio de personalidade, profissional, bom gosto, boas letras, voz consistente... ‘thumbs up!’”

Depois de ter trabalhado com os maiores produtores mundiais durante 10 anos no afamado projeto bLUNDER - e de ter editado quatro álbuns que estão distribuídos por todo o globo, eis que reaparece como frontman dos PER7UME e desde logo para a posteridade com “Intervalo”, o single de estréia, para o qual convidaram Rui Veloso, que rapidamente se sagrou tema nacional do ano de 2008. Dois anos depois regressou aos top´s nacionais, não só com os PER7UME, mas com um novo grupo que procurava homenagear o poeta e cantor José Afonso, os Zeca Sempre, juntamente com Vitor Silva, Olavo Bilac e Nuno Guerreiro. 2012 foi o ano da estreia a solo com um disco que escreveu e gravou inteiramente, ao qual faz juntar, agora, um livro e um filme num compêndio de luxo, depois de uma tour “(Esta obra) vai ser de certeza uma peça literária que vai causar alguma polémica, pois nem todos os seres humanos comuns têm a audácia de perguntar e responder a tantas questões, tais como, “qual é a nossa razão de viver?”.” Eunice Isabel Viçoso • Produtora - SIC

Herman José • Actor / Apresentador / Humorista / Músico

“...gosto muito, muito diferente do que se ouve, muito bom som, boas canções. Do melhor!!!” Rui Veloso • Cantor / Músico / Compositor

“Os portugueses sempre foram um povo aventureiro. A música em Portugal, sempre foi uma aventura. Tozé, músico dos Per7ume, lançou-se numa aventura de compor, cantar e tocar todos os instrumentos, num disco, livro e filme (que são) um excelente trabalho, esta aventura à procura de alguma coisa.” Zé Pedro • Xutos & Pontapés / Músico

“Gosto de discos conceptuais. Gosto deste disco. Se puderem oiçam do início ao fim, vale a pena.” Fernando Martins • Ritual Tejo / Produtor musical

“...álbum, bem cantado, bons textos e uma sonoridade algo folk/popular com destaque para os harpejos de guitarra, malhas de Banjo e harmónica!” Fernando Cunha • Delfins / Resistência

...esta singularidade que o destaca dos demais, é aquela que o coloca no plano dos compositores mais talentosos que eu alguma vez conheci. Carla Lisboa - Universal Music / Produtora / Directora artística

“Parabéns pelo disco! Obrigado pelo privilégio de o ouvir em 1ª mão! Gostei muito! (Este) exercício solitário (...) tornou-se uma dissertação com imensa identidade!” Pedro Vaz • Anjos / Produtor musical

“Em cada canção existe um som próprio num contexto único.” Mário Rui • Maestro / Produtor musical

ímpar pelo mundo - Nova Iorque, Londres, Paris, Zurique e Luxemburgo! ‘Dissertação Sobre Tudo e Coisa Nenhuma’, é o percorrer de um caminho por três vias distintas: música, palavras e imagem. Três caminhos que se complementam, não como três facetas diferentes da mesma pessoa, mas como três olhares distintos, dela própria sobre si mesma”. “Faz jus ao nome “Homem dos 7 Instrumentos”.” / Encenadora Wanda Stuart • Cantora / Actriz

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9 789897 430312

‘A Kind of Queen’ no HotFive A Kind Of Queen, uma banda do Porto de Tributo aos míticos Queen, vai atuar no HotFive, a 13 de dezembro. Com uma produção totalmente baseada na dinâmica dos Queen, irrepreensível na parte musical e com o visual extremamente próximo da “melhor banda rock de todos os tempos”, os espetáculos da banda são dimensionados ao pormenor, de acordo com o tipo de eventos e palcos, privilegiando a forte interação entre som e imagem. Destacam-se os temas e momentos fortes (We Are The Champions, Bohemian Rhapsody, Somebody To Love), bloco acústico/intimista (Love Of My Life) e interação com a plateia (We Will Rock

You, Friends Will Be Friends), nos concertos com duração de cerca de duas horas, que têm vindo a resultar em repetidos êxitos, dado o agrado efusivo das diferentes plateias. A Kind Of Queen procura, em cada concerto, proporcionar uma atmosfera única e o público é transportado por várias fases e gerações da música dos Queen.


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Madredeus dão concerto no Porto em dezembro O regresso dos Madredeus nos seus 25 anos foi também um regresso à essência: as melodias, as palavras, o sentimento. O líder Pedro Ayres Magalhães e o teclista Carlos Maria Trindade foram acompanhados por Jorge Varrecoso, violinista da Orquestra do São Carlos, que arranja as cordas para as quais também contribuem António Figueiredo e Luís Clode. A voz foi entregue a Beatriz Nunes, uma autêntica revelação. Depois do enorme sucesso em 2012, que confirmou a vitalidade dos Madredeus, o grupo prepara uma nova apresentação na Casa da Música – 15 de Dezembro às 21h00 - uma oportunidade para ouvir novo material e vislumbrar o futuro de um grupo histórico. As entradas custam 30 euros.

Vocalista dos Green Day grava disco country com Norah Jones Billie Joe Armstrong, vocalista dos Green Day, gravou um disco de versões dos Everly Brothers com Norah Jones. Segundo a Rolling Stone, «Foreverly» é uma homenagem, “faixa a faixa”, ao disco de 1958 dos Everly Brothers, «Songs Our Daddy Taught Us» . Gravado em nove dias em Manhattan, Nova Iorque, «Foreverly» chegou às lojas em final de novembro. Ao site Stereogum, Armstrong explica como nasceu a ideia: “Achei engraçado fazer um remake do disco, por ser um objeto algo obscuro, que mais pessoas deviam conhecer. Mas quis que tivesse uma mulher a cantar, para alargar um pouco o seu significado”. O vocalista disse ainda que, nos últimos 25 anos, a banda que integra esteve “constantemente a construir caos e que essa besta foi crescendo sem parar”, explicando, desta forma, a decisão de integrar um surpreendente projeto de música country com Norah Jones. Entretanto, o cantor vai também participar como ator num filme intitulado Like Sunday, Like Rain , onde irá contracenar com Leighton Meester (da série Gossip Girl ). Armstrong fará o papel de namorado da personagem de Leighton Meester, uma música que se torna a tutora de uma criança prodígio de 12 anos.

Novos talentos do Jazz e da Bossa Nova ao vivo em dezembro Às sextas-feiras, sobretudo agora, que as noites estão mais frias, o que apetece mesmo é reunir com os amigos num local agradável a ouvir boa música. Um desejo que vai ao encontro do “Fridays in MAR Lounge”, que, às sextas-feiras, sempre pelas 21h30, reúne, num espaço com ambiente confortável e relaxante, o MAR Lounge, no piso 1 do MAR Shopping, junto à Praça da Restauração, concertos de música, com entrada gratuita. Os novos talentos da música nacional estão, assim, de regresso ao “palco” do “Fridays in MAR Lounge” e o cartaz de dezembro revela o que de melhor se está a fazer nos campos do Jazz, dos Blues e da Bossa Nova. Dia 6 Trio Luísa Carvalho | 13 André Sarbib | 20 Isabel Ventura e Mário Figueiredo | 27 João Galante REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


A U T A R Q U I A S


M ATOSI N H OS

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Ao lado dos cidadãos Texto: Mariana Albuquerque Fotos: Francisco Teixeira (CMM)

Requalificar ruas e passeios, avançar com obras nos bairros sociais e manter a aposta na captação de investimentos são alguns dos objetivos do novo executivo de Matosinhos, também empenhado em ativar a cidadania através de um projeto inédito a nível nacional, que chamará os cidadãos a participarem na vida autárquica.

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um momento em que o país vive uma «situação de emergência social», o presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Guilherme Pinto, pretende afastar-se de eventuais projetos megalómanos para se concentrar especificamente «nos mais urgentes». Reeleito para o seu terceiro mandato, o autarca, agora independente, diz-se empenhado em manter a aposta nos investimentos já iniciados no concelho, nomeadamente como estratégia de criação de emprego. Em relação à atração de empresas, «há duas coisas» que o edil assinalou na agenda de trabalhos para os próximos tempos. «Em primeiro lugar, quero dar a ideia do que se está, efetivamente, a passar

em Matosinhos para que mais pessoas tenham confiança para investir. Depois, quero ouvir os empresários. A autarquia matosinhense tem a pretensão de ser moderna, de tratar bem os cidadãos e os projetos das empresas. E há sempre uma

distância entre aquilo que nós fazemos e o que as empresas acham que deve ser feito. Nem sempre têm razão, mas o importante é que esse diálogo se estabeleça para que elas sintam que a câmara tem um papel de apoio», explicou o também preREVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


A U T A R Q U I A S

sidente do Fórum Europeu para a Segurança Urbana (FESU). Da lista de prioridades do executivo fazem também parte as obras nos bairros sociais e a requalificação de ruas e pavimentos. «Estamos muito empenhados em fazer obras nos bairros sociais. Temos um pedido de empréstimo que vai ser aprovado pelos órgãos municipais. Esperemos que o tribunal de contas não nos levante nenhum problema», referiu Guilherme Pinto, acrescentando que o Bairro Salazar, o Bairro da Biquinha e o da Guarda, em Perafita, são os que necessitam de uma intervenção mais urgente. Para além disso, a autarquia está a preparar para o início da primavera um programa de reabilitação de ruas e passeios. «Os últimos invernos foram muito rigorosos e, apesar do esforço que foi feito no ano passado, ainda há muita coisa para fazer», notou, defendendo que uma câmara municipal tem

sempre a obrigação de ter o seu território «em dia» para que os cidadãos gostem de lá viver. Se as verbas do QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional) forem aprovadas, será possível apostar um pouco mais na regeneração urbana, de modo a deixar o casco urbano de Matosinhos «perfeitamente qualificado», numa fase em que o turismo assume uma importância crescente. «Ninguém gosta de passear em locais velhos, sujos, que não estão tratados. Temos um vasto programa de regeneração urbana mas, para concretizá-lo, ainda é preciso perceber bem quais são as regras do QREN», salvaguardou. Ainda na lógica de atrair novos visitantes ao município, Guilherme Pinto reconheceu que, com a chegada das verbas comunitárias, poderá ficar definida a situação da Casa da Arquitetura, um projeto da autoria de Álvaro Siza Vieira que visa reunir e preservar o espólio

arquitetónico nacional. «Há aqui uma questão de dinheiro que estamos a discutir porque não sabemos se o país está preparado para um investimento que seria maior do que o de Serralves. É isso que teremos de discutir com Siza Vieira», afirmou o autarca. Antes de apostar neste projeto maior, a autarquia pretende reabilitar o centenário edifício da Real Vinícola, que foi a primeira unidade industrial de Matosinhos-Sul. «A grande preocupação de um presidente da câmara tem de ser encontrar formas de partilhar o volume cada vez mais apreciável de cidadãos que chegam ao Porto. Não queremos ficar de fora, temos de encontrar outros argumentos para que as pessoas gostem de vir a Matosinhos», sublinhou.

DESAFIAR OS CIDADÃOS A PARTICIPAREM NA VIDA POLÍTICA

Guilherme Pinto afirmou também estar, neste momento, a trabalhar «com muita intensidade» na criação de uma experiência piloto em Portugal que pretende colocar cidadãos escolhidos de forma aleatória a participar na vida autárquica. «Vamos dividir Matosinhos em 48 Unidades de Cidadania, definidas, dos pontos de vista sociológico e morfológico, de acordo com a leitura que temos da integração social do territó-


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rio. Cada espaço deverá ter uma média de quatro mil pessoas e queremos desafiá-las a participar na gestão dessas zonas, envolvendo cidadãos que, normalmente, estão afastados da vida política», explicou, reiterando que «ativar a cidadania» é uma das suas maiores preocupações. «[Nas eleições autárquicas de 29 de setembro] tive um resultado muito tranquilo, do qual muito me orgulho, mas não nos podemos esquecer que há uma larga percentagem de cidadãos que nem sequer se deu ao trabalho de ir votar: alguns por estarem momentaneamente zangados com o sistema, mas boa parte deles devido a uma anomia que faz com que as pessoas se desinteressem da vida política», lamentou Guilherme Pinto, garantindo que

vai tentar fazer com que esses indivíduos saiam da sua «zona de conforto».

CONSELHO METROPOLITANO DO PORTO TERÁ DE «MARCAR A DIFERENÇA»

Abalar consciências deve ser também, para o presidente da Câmara de Matosinhos, a missão do novo Conselho Metropolitano do Porto, que elegeu recentemente o seu líder, o social-democrata Hermínio Loureiro, autarca de Oliveira de Azeméis. Os presidentes das câmaras da Maia e de Santo Tirso, Bragança Fernandes e Joaquim Couto, são os dois vicepresidentes do novo organismo. Apesar de assumir «um grande apreço por Hermínio Loureiro»,

Guilherme Pinto acabou por lamentar que o atual Conselho mantenha «rigorosamente os mesmos defeitos» da anterior Junta Metropolitana. «Tinha alguma expectativa que conseguíssemos aproveitar esta mudança e apostar em personalidades que, não pertencendo ao universo autárquico, pudessem ter um contributo importante. O que é certo é que a opção foi por manter o mesmo registo, tecnicamente competente para determinadas áreas, nomeadamente a do QREN, mas com mais dificuldades para fazer com que este órgão seja verdadeiramente eficaz», defendeu. «Espero que Hermínio Loureiro queira marcar a diferença», concluiu o autarca.


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Prioridades em tempo de ação Criar postos de trabalho e contribuir para a qualificação dos desempregados são duas das metas prioritárias do novo presidente da autarquia gaiense, Eduardo Vítor Rodrigues, que chegou a um acordo programático de compromisso com o movimento independente “Juntos por Gaia”, liderado por José Guilherme Aguiar. Texto: Mariana Albuquerque Fotos: Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia

Num momento de plena reestruturação da autarquia, Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, já começou a preparar o “novo ciclo” da história do concelho, que ficará marcado por uma forte aposta na satisfação das reais necessidades dos cidadãos. Depois de tratar da reorganização do arranque do ano letivo – com a contratação de monitores para as Atividades de Enriquecimento Curricular, de auxiliares de limpeza e de técnicos de apoio terapêutico para as crianças com necessidades educativas especiais – o socialista centrou as suas atenções na criação de um programa de emergência social, destinando 200 mil euros do orçamento à ação social e ao emprego. “Perspetivamos a criação de 300 postos de trabalho que

se dividem em grupos específicos: 120 para Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), 100 para empresas, 60 para agrupamentos de escolas e o remanescente vocacionado para pessoas portadoras de deficiência”, referiu o autarca. Uma das novidades do programa consiste no facto de o município se comprometer a financiar - “diretamente e via comparticipação das Águas de Gaia” - a formação complementar dos cidadãos. Desta forma, durante os 12 a 20 meses de vigência do projeto, haverá um esforço de requalificação curricular dos próprios desempregados, uma vez que, tal como afirmou o socialista, “o problema do desemprego em Gaia passa também pelo desajustamento das qualificações dos ativos”. Ainda que o gabinete de apoio ao emprego e ao

empreendedorismo criado por Eduardo Vítor Rodrigues esteja essencialmente voltado, nesta primeira fase, para a criação de postos de trabalho diretos, é intenção da autarquia avançar com mecanismos que permitam o crescimento dos próprios negócios, atribuindo-lhes espaços onde possam funcionar. “Além disso, a partir de janeiro, vamos também rever todo o modelo de funcionamento da InovaGaia no que diz respeito à gestão de parques industriais, estando disponíveis para libertar terrenos, a custo próximo de zero, a empresas que se queiram instalar em Vila Nova de Gaia”, acrescentou. Também numa lógica de ativação do tecido económico e da criação de emprego suplementar, o executivo tem apostado na receção de delegações de empresários estrangeiros. “A


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primeira foi ao embaixador indigitado do Japão em Portugal e, depois, tivemos outras duas iniciativas: a receção ao vice-prefeito de Cotia, em São Paulo, na qual se delineou um protocolo de estágios para jovens licenciados de Gaia no município de Cotia, que é um dos mais industrializados do Brasil, e também de uma delegação de 14 empresários de Taiwan com interesses muito particulares em várias áreas da economia”, revelou. Do rol de medidas que o novo presidente da autarquia gaiense – eleito com 38,15% dos votos – tomou imediatamente a seguir à tomada de posse constam também a redução, em 8%, do IMI (Imposto Municipal Sobre Imóveis) e em 0,25% do valor da derrama para empresas com um volume de negócio abaixo dos 150 mil euros. “No caso de

empresas que se instalem e criem, no mínimo, cinco postos de trabalho, haverá uma isenção total”, informou.

PRINCIPAIS “FRENTES DE BATALHA” Para além de tratar dos dossiês mais urgentes para os munícipes, no âmbito das áreas da ação

social e do emprego, Eduardo Vítor Rodrigues constituiu uma equipa de trabalho destinada a avançar com a candidatura de alguns projetos “prioritários” a verbas comunitárias. “Mesmo nas idas ao QREN [Quadro de Referência Estratégica Nacional] nós temos de ser seletivos porque não estamos em fase de grande liquidez”, sublinhou, reconhecendo que uma das REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


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obras mais importantes – tal como havia defendido durante a sua campanha eleitoral – é a requalificação da Feira dos Carvalhos. De salientar ainda a reabilitação da orla ribeirinha em Arnelas e no Areinho de Avintes e a aposta em obras como o Centro Escolar de Avintes e o Pavilhão Nelson Cardoso. Numa lógica de continuidade dos projetos do mandato anterior, o novo executivo camarário decidiu avançar com um concurso público internacional para, no âmbito da eficiência energética, fazer “a adaptação da iluminação pública à vontade de reduzir o orçamento energético”. A transferência do Centro de Reabilitação Animal de Vila Nova de Gaia (canil e gatil) para o Parque Biológico é outra das metas do autarca. “Nós temos o melhor parque ambiental da AMP [Área Metropolitana do Porto]. Eu sei que aquele equipamento não é para construção de canis, mas também sei que, em todos aqueles hectares, há-de haver um espaço para criarmos um verdadeiro centro animal, que possa ser não um interface entre a captura e o abate, mas um centro veterinário com serviços como a esterilização”, explicou o socialista. Para além disso, pretende ainda abrir uma casa-abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica, que terá como madrinha, ainda que a título póstumo, Teresa Rosmaninho. “Foi ela a força motora de um célebre projeto que envolveu a PSP em Portugal na criação de um serviço próprio de atendimento a mulheres vítimas

de violência doméstica que, normalmente, eram atendidas ao balcão, no meio dos outros problemas, numa degradação da intimidade que era absolutamente desastrosa”, recordou. Desta forma, o equipamento, cuja localização está, neste momento, em análise, permitirá “alojar transitoriamente” estas mulheres, assim como os seus filhos que, normalmente, presenciam a situação. A autarquia prevê, para este projeto, utilizar um edifício já existente mas reabilitado ou instalá-lo em terreno municipal, recorrendo a fundos externos. “Este é dos financiamentos do QREN que nós estamos dispostos a assumir, numa lógica de comparticipação, porque consideramo-lo fundamental”, defendeu. Ainda que os grandes projetos para o município estejam

“circunscritos às prioridades identificadas”, o presidente da autarquia não escondeu a ambição de reabilitar a orla ribeirinha, fazendo eventuais ajustes ao projeto “Encostas do Douro”. “Uma das coisas que pedi para ajustar foi a criação, nos sítios em que haja reabilitação, de alguns postos de negócio. Não sei por que é que na orla ribeirinha não está prevista a localização de um pequeno barco que criará um ou dois postos de trabalho e uma pequena concessão”, referiu, acrescentado que, durante o arranque da obra, procurará sensibilizar parceiros que possam encontrar, em duas ou três quintas, potencialidades para a criação de um hotel de charme. Outra ambição, para já apenas ‘em carteira’, passa pela construção do auditório de Vilar do Paraíso.


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“ACABAR COM AS VAIDADES É O MELHOR CAMINHO” PARA O CONSELHO METROPOLITANO Numa altura em que o Conselho Metropolitano do Porto também iniciou, recentemente, um novo ciclo – com a eleição do social-democrata Hermínio Loureiro para o cargo de dirigente – o autarca de Vila Nova de Gaia considera que é urgente assumir uma estratégia verdadeiramente metropolitana com vista à defesa dos interesses da região. “Neste momento, do ponto de vista do rendimento per capita e do poder de compra, competimos com regiões como o Alentejo e os Açores”, frisou, reconhecendo que “estamos

a léguas de Lisboa e Vale do Tejo”. Assim, para Eduardo Vítor Rodrigues, é necessário haver uma mudança de atitude dos municípios que integram a antiga Junta Metropolitana. “Penso que a AMP andou, durante muito tempo, a servir de palco da afirmação de vaidades pessoais”, defendeu, admitindo que o organismo corre, hoje, “sérios riscos de não conseguir ter o peso que poderia ter do ponto de vista político”. “Se cada presidente de câmara estiver ali a ver o que pode ‘pescar’ para o seu município, não há estratégia metropolitana. O fim das vaidades é um bom caminho”, sustentou. A segunda missão terá de ser, para o autarca, a aposta em estratégias conjuntas, nomeadamente a criação de um plano metropolitano para o turis-

mo e o emprego. “Há muita competição entre municípios, que ainda por cima é induzida por Lisboa, que fez o favor de acabar com uma série de instituições, desconcentradas, da administração pública, como os governos civis e as direções regionais de educação. Tudo isto, na altura muito saudado, acaba por significar uma diminuição da presença de órgãos importantes na região e uma concentração das suas funções em Lisboa”, lamentou. Eduardo Vítor Rodrigues garante estar, por isso, empenhado em contribuir para a criação de um “verdadeiro espírito coletivo” no Conselho Metropolitano do Porto. “Temos de perceber que, se o Norte for fraco, cada município, mesmo que tente afirmar-se, também será fraco”, concluiu o socialista. REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


AMP Texto: Marta Almeida de Carvalho Fotos: AMP

Capacitação Institucional Investimento Sustentado Para além de uma melhoria constante na modernização interna da estrutura, a Área Metropolitana do Porto (AMP) tem vindo a desenvolver um projeto abrangente no âmbito da “Promoção e Capacitação Institucional” sobre o qual apresentou, em julho de 2010, uma candidatura ao Programa Operacional Regional do Norte - ON.2 – O Novo Norte. A operação teve início em meados de 2011, envolvendo um investimento na ordem dos dois milhões de euros. ontratualizada em junho de 2011, esta operação tem vindo a ser implementada para a afirmação de mecanismos partilhados de atuação e concertação, nos 16 municípios da AMP, a par da capacitação institucional dos seus agentes públicos municipais, promovendo plataformas intermunicipais decisivas para o desenvolvimento económico e social do espaço metropolitano, no quadro de maior coesão social, competitividade territorial e qualificação ambiental sustentável. A operação traduz-se na concretização de iniciativas inovadoras e de elevado efeito demonstrativo, na agilização e

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consolidação de parcerias estratégicas colaborativas entre instituições regionais e locais, e de densificação e qualificação das redes de instituições de apoio ao desenvolvimento, dinamizadas ou impulsionadas pela AMP. Focada em domínios prioritários e áreas estratégicas para a capacitação institucional, como a Governância Metropolitana, a operação tem, ainda, em vista, o desenvolvimento, com a promoção de iniciativas de âmbito diverso, nomeadamente em áreas como a “Educação”, “Cultura, Património e Turismo”, “Empreendedorismo e Inovação Sociais” e “Ambiente e Sustentabilidade”, abordando projetos e infraestruturas fundamentais no

âmbito dos “Sistemas e Redes de Mobilidade e Transportes”. Neste domínio foram realizados dois estudos importantes para a defesa dos interesses metropolitanos em matéria de infraestruturas de transportes: «Custo-Benefício da Linha Ferroviária do Vouga, no Troço Oliveira de Azeméis/Espinho/ Porto» e «Modelos de Gestão para o Aeroporto Francisco Sá Carneiro». A modernização e rentabilização dos recursos internos, que possibilitou a concretização de um número alargado de projetos


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Foto de Liliana Ribeiro Tema: “Capacitação de interlocutores das Redes Sociais”

No âmbito da Educação- reconhecida pela AMP como extremamente importante quer para o desenvolvimento dos indivíduos, quer para a competitividade dos territórios e participação ativa nos processos de mudança social – para além de uma aposta forte na excelência dos sistemas de educação através de Projetos Educativos Municipais e Referencial para o Projeto Educativo Metropolitano, Promoção do Empreendedorismo e Inovação Social e da criação, implementação e capacitação do “Centro de Inovação Social Metropolitano (CIS-M), a estrutura metropolitana tem vindo ainda a desenvolver uma “Avaliação do impacto e condições de implementação das Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) nas escolas do 1º ciclo”, com a qual pretende contribuir para a qualificação dos programas de enriquecimento educativo e formativo dos alunos no universo da AMP.

de grandes dimensões, com um investimento muito reduzido por parte da AMP, permitiu, ainda, a aquisição de um sistema de gestão documental, destinado a facilitar os fluxos de documentação existente.

CULTURA, PATRIMÓNIO, TURISMO E EDUCAÇÃO No domínio da Cultura, Património e Turismo, a par da requalificação gráfica e editorial da revista i’Porto e da reestru-

turação do respetivo portal ambos integrados na Agenda Metropolitana da Cultura - estão em curso iniciativas associadas à recolha e divulgação, em diversos suportes, do património imaterial e da oferta museológica na AMP, incluindo programas de rotas temáticas, bem como a «Capacitação de Pivot de Turismo nos municípios da AMP», constituída por módulos de formação para vereadores e técnicos municipais, de modo a incrementar a dinamização da promoção turística dos municípios.

AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE A «capacitação para a valorização e disseminação de sítios metropolitanos» - considerados relevantes e estratégicos para uma estrutura ecológica de dimensão metropolitana, envolvendo práticas de gestão sustentáveis para a valorização turístico-económica dos recursos naturais, culturais e patrimoniais, possibilitando a definição de roteiros metropolitanos de espaços de recreio e lazer - a par da «consolidação do projeto «CRE_Porto - Centro Regional de REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


AMP

Excelência em Educação para o Desenvolvimento Sustentável da Área Metropolitana do Porto» responsável por iniciativas como o projeto “Futuro” de plantação de 100 mil árvores no espaço metropolitano - são iniciativas de grande relevância para uma gestão metropolitana assente em estratégias intermunicipais. A Reforma da Administração Local também mereceu uma atenção especial da estrutura no desenvolvimento dos projetos realizados no âmbito do Programa ON.2 - O Novo Norte, nomeadamente através de estudos dos modelos de governância de áreas metropolitanas na União Europeia e de modelos de governo, funcionamento e financiamento das áreas metropolitanas. Num balanço total da operação, que irá terminar no final do ano embora se possa estender até ao final do 1.º trimestre de 2014, a estrutura metropolitana desenvolveu um conjunto significativo de projetos, alguns deles já finalizados e outros em fase de conclusão, cujo valor global ascende a mais de dois milhões de euros, cabendo à AMP cerca de 322 mil euros, sendo o restante financiado por Fundos Comunitários do QREN, através do Programa Operacional Regional do Norte - ON.2 – O Novo Norte – “Promoção e Capacitação Institucional Comunidades Intermunicipais e Área Metropolitana do Porto”.

Ação de capacitação para técnicos municipais no âmbito do projeto “Mais Empreendedorismo e Inovação Social”

Mosteiro de Leça do Bailio, no âmbito do projeto de “Capacitação, Valorização e disseminação de Sítios Metropolitanos”.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO O «Contrato de Delegação de Competências por Subvenção

Global», celebrado entre o ON.2 – O Novo Norte e a AMP, em 2008, teve como objetivo a implementação e o desenvolvimento do Programa Territorial de Desenvolvimento (PTD) da Área Metropolitana do Porto. Este acordo permitiu uma boa colaboração entre a AMP e os seus 16 municípios na implementação de um conjunto significativo de investimentos, previstos no âmbito do PTD e cofinanciados pelos Fundos Comunitários a t r a v é s d o Q R E N . Pa r a acompanhar a gestão destes projetos a Área Metropolitana recorreu aos seus recursos endógenos, acrescidos dos meios disponíveis na sua agência metropolitana “Primus, Agência de Desenvolvimento Regional” e na “Associação dos Municípios das Terras de Santa

Maria” (AMTSM), tendo, com esta associação e para este efeito, celebrado um protocolo de cooperação, constituindo assim uma Estrutura de Apoio Técnico (EAT) coordenada diretamente pela Comissão Executiva da AMP. Neste quadro de competências foram acompanhados 156 projetos apresentados pelos 16 municípios da AMP, dos quais 119 Centros Escolares. Estes projetos representaram um montante de investimento total, por parte dos municípios, no valor de 268 milhões de euros (dos quais 210 milhões elegíveis), tendo a gestão da EAT representado para a AMP um encargo de apenas 322 mil euros, ao longo de cinco anos, graças à comparticipação financeira do Programa Operacional Regional do Norte.


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Tirou o curso de professor de Educação Física, “conhecido vulgarmente como ‘professor de Ginástica’, ou seja, o professor menos respeitado de qualquer estabelecimento de ensino”, mas acabou por fazer da comédia a sua vida. Hugo Sousa lançou, recentemente, um DVD de stand-up comedy que reúne as piadas que mais marcaram os dez anos da sua carreira. “Acho que agora foi o momento certo. Já estou mais maduro, as piadas já estão super afinadas, já tenho material suficiente para fazer mais um ou dois espetáculos diferentes deste do DVD e fazia todo o sentido lançá-lo com a celebração dos 10 anos de carreira. Além disso, acho que não há mais nenhum DVD de standup comedy no mercado e, portanto, eu tenho o monopólio. Assim sendo, acredito que vou ficar rico e vamos vender mais de dez unidades”, afirmou Hugo Sousa, a fazer jus ao sentido de humor que o caracteriza. O DVD vai estar à venda nos sítios do costume, “mas se o comprarem online em www.cegosurdoemudo.com é mais barato, mais cómodo e até podem pedi-lo autografado!”, acrescentou.

DVD HUGO SOUSA Stand-Up Comedy

Leitura “ÍNCLITA GERAÇÃO”, DE ISABEL STILWELL

A escritora e jornalista Isabel Stilwell regressou, recentemente, aos romances históricos com a surpreendente história de Isabel de Borgonha, a única mulher da chamada Ínclita Geração: a geração perfeita dos filhos de Avis, cantada por Camões, que marcou a História de Portugal. A obra retrata, assim, a vida de uma mulher do século XV que assumiu com inteligência e determinação o seu papel no governo de Borgonha, fazendo alianças com França e Inglaterra, que procurou salvar Joana d’ Arc da morte e que abriu os braços aos sobrinhos fugidos de Portugal, num período de tumultos e divisões. Uma mulher que “nunca esqueceu que era filha de Filipa de Lencastre e princesa de Portugal”, tal como avança a editora “A Esfera dos Livros” na sinopse da obra.

“CANTINHO DO AVILLEZ RECEITAS”, DE JOSÉ AVILLEZ

Considerado já uma das grandes referências da cozinha em Portugal, José Avillez lançou o livro “Cantinho do Avilez”, no qual apresenta, de forma relaxada, receitas de Peixinhos da horta, Farinheira com crosta de broa e coentros, Crumble de morcela e maçã, Camarões salteados com erva príncipe e gengibre, Bife à Cantinho e Bolo de chocolate. “Receitas fáceis de preparar e fotos divertidas que dão a conhecer o ambiente descontraído do Cantinho do Avillez e a boa disposição da equipa”, descreveu o próprio autor.


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5 JANEIRO 2014 | 18 HORAS

“O LAGO DOS CISNES” TCHAIKOVSKY NATIONAL BALLET OF RUSSIA Depois do êxito dos anos anteriores, o famoso bailado de Tchaikovsky estará de regresso ao Coliseu do Porto a 5 de janeiro. Bailarinos reconhecidos em todo o mundo prometem, através de uma coreografia, brindar o público com um conto de fadas. Ao longo da obra, a jovem rainha Odette é vítima de um feitiço do terrível bruxo Von Rothbart, que a transforma em cisne e só lhe permite adotar uma forma humana durante a noite. O feitiço só acabará quando um homem lhe jurar amor eterno. Sigfrido apaixona-se por Odette, mas o malvado bruxo faz tudo o que está ao seu alcance para impedir este amor. COLISEU DO PORTO Rua Passos Manuel, 137 – 4000-385 Porto Tel. 223394940 | Fax. 223394949

FANTASPORTO 2014

24 FEVEREIRO A 9 DE MARÇO DE 2014

Em 2014, a grande festa portuguesa do cinema decorrerá entre os dias 28 de fevereiro e 9 de março. Para além das cinco secções oficiais e de uma retrospetiva e homenagem dedicadas ao produtor Henrique Espírito Santo, a 34ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto terá uma novidade: a secção “Fantas Classics”, na qual serão exibidas as obras-primas do cinema “O Feiticeiro de Oz” e “E Tudo o Vento Levou”, celebrando os 75 anos da sua estreia. O programa do evento integrará também exposições de artes plásticas de Helena Leão e Antónia Gomes e de fotografia, sob o tema “O Porto”, de Rui Videira, assim como conferências e homenagens diversas. RIVOLI TEATRO MUNICIPAL Praça D. João I | 4000-295 Porto Tel. 223 392 200

“O FILME LEGO” ESTREIA 27 DE FEVEREIRO DE 2014

CINEMA

O primeiro filme da LEGO chegará às salas de cinema em fevereiro de 2014, juntando os tradicionais brinquedos a figuras especiais como o Batman, a Mulher-Maravilha, o Super-Homem, as Tartarugas Ninja e alguns jogadores de basquetebol da NBA. A película de animação conta-nos a história de Emmet, “uma anónima, absolutamente escrupulosa e mediana figura da LEGO”. Apesar de ser um cidadão comum, Emmet é confundido com alguém absolutamente especial e extraordinário que detém a chave para a salvação do mundo. Vê-se, assim, recrutado para uma aliança de estranhos – conhecidos como “Os Construtores” – numa grande aventura para impedir o terrível tirano da LEGO, “Lorde Negócios”, de colar todo o universo. REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


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TRAÇAR O FUTURO Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Virgínia Ferreira

As eleições de 29 de setembro determinaram a maioria do Partido Socialista na ‘condução’ autárquica da Junta de Campanhã, uma continuidade que marca mais de duas décadas de executivo local na freguesia. Ernesto Santos é o novo presidente. Combater as desigualdades e apoiar as necessidades dos campanhenses, bem como o incremento da formação desportiva e cultural, são as principais prioridades deste executivo local.


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Ernesto Santos, presidente da Junta de Campanhã

ior do que não fazer limitadora” da Sociedade de é não deixar fazer”, Reabilitação Urbana – Porto afirmou Ernesto Vivo SRU – cuja ação se tem Santos, presidente circunscrito ao centro histórico. da Junta de Campanhã. Aos 66 “As zonas limítrofes da cidade, anos chegou à liderança da nomeadamente Campanhã, têm autarquia mas o seu percurso muitos locais cuja reabilitação conta já com mais de quatro pode potenciar a criação de décadas de intensa atividade novas centralidades, essenciais política, das quais cerca de para o crescimento económico metade exercida nos seus e cultural do Porto”, sublinhou, sucessivos executivos. “A ação defendendo que “a câmara tem social é uma das prioridades de aprender a olhar para lá da deste executivo que pretende Circunvalação”. não só seguir a linha orientadora do anterior mas também reforçá- “OLHAR PARA ALÉM la, reorganizando, neste âmbito, DA CIRCUNVALAÇÃO” o seu regulamento”, afirmou o autarca, destacando esta Para além das carências próprias como uma das áreas prioritárias de um espaço ‘descriminado’ de intervenção da junta de pelos executivos camarários freguesia. A habitação, ou falta anteriores, S. Pedro e Azevedo dela, é também um problema debatem-se com um problema a que Ernesto Santos garante que se arrasta há anos e que estar atento, reivindicando para o autarca lamenta – a falta a freguesia uma maior atenção de pelo menos uma linha da da Câmara do Porto. “O apoio STCP que garanta a mobilidade para a reabilitação urbana que das crianças e dos pais para a visa a área da habitação deveria escola do Cerco do Porto, sede ser incrementada pela autarquia, de Agrupamento, bem como de não se limitando ao centro toda a população, limitada pela histórico mas antes estendendo- falta de transportes públicos que se a toda a cidade”, reclama, lhe permita “alguma mobilidade”. exemplificando com a “atividade “Esta será uma batalha sobre a

qual empenharemos todos os esforços”, garantiu, salientando que a solução é fácil o que falta é a vontade. “Até lhes posso dar a solução”. A redução do orçamento da junta em cerca de 35% relativamente ao ano de 2001 é outro problema com o qual a autarquia tem vindo a debater-se, uma vez que o dinheiro é menos para combater cada vez mais dificuldades. “A crise está a fustigar cada vez mais famílias e a nossa intenção é a de ajudar quem realmente precisa, mas os casos crescem de dia para dia”, referiu, salientando que, atualmente, são já 90 os utentes que vão receber a sopa diária fornecida gratuitamente pela junta, embora os números sejam muito superiores. “A autarquia despende cerca de 5 mil euros por mês só para a ação social”, lamenta, salientando que mesmo assim é pouco para acudir a todas as necessidades. A formação desportiva e cultural merece também toda a atenção de Ernesto Santos, que alertou para a falta de apoios para com as coletividades locais, nomeadamente no que toca à cedência de espaços para as suas atividades desportivas. O autarca sublinhou, no entanto, que está confiante numa maior colaboração por parte do novo executivo da câmara municipal. “O novo presidente é uma pessoa muito mais sensível a estas questões, que durante anos foram menorizadas pelo anterior autarca”, referiu, salientando a necessidade da prática desportiva e cultural, nomeadamente para crianças e jovens. REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


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Uma nova junta ribeirinha Eleita pela candidatura “Porto, Nosso Partido”, de Rui Moreira, Sofia Maia é a primeira presidente da recém criada União das Freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos.

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e braço dado com o rio Douro, numa das zonas da cidade do Porto que deslumbra turistas e moradores – tal a beleza da paisagem ribeirinha – a União das Freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos inicia agora um novo capítulo na história desta cidade. Os dois antigos territórios, agora unidos pela reforma administrativa, deram origem a um só, compondo aquela que é a maior freguesia ribeirinha do Porto. Nos desígnios da nova freguesia, presidida por Sofia Maia, está o executivo constituído por: Maria João Nunes, Carlos Velez, Artur Braga, Mimosa Pinho,

Paula Martins e João Moreira da Silva, executivo emergente da coligação estabelecida entre “Porto, Nosso partido”, de Rui Moreira, e o Partido Socialista.

SÍMBOLOS DE UM TERRITÓRIO Respeitar a história das “gentes” e prosseguir o trabalho iniciado com vista à defesa dos interesses dos cidadãos são os objetivos já assumidos pelo executivo, numa nova freguesia de grande tradição fabril e que contém alguns dos mais importantes equipamentos e infraestruturas da cidade. Com o Douro como pano de fundo, é também a freguesia com maior

impacto na habitação social, apresentando, no seu conjunto, mais de dez bairros sociais. Para além disso, integra três importantes faculdades da Universidade do Porto: a de Letras (FLUP), a de Ciências (FCUP) e a de Arquitetura (FAUP), além de múltiplos pólos escolares do ensino básico e secundário. Instalada na freguesia em 1939, a Maternidade Júlio Dinis, hospital central especializado (incluído na rede nacional de hospitais do Serviço Nacional de Saúde), que presta cuidados na área da saúde da Mulher e da Criança, é um dos mais relevantes equipamentos de saúde da cidade. A freguesia, na qual foram recentemente assinala-


LO RDELO DO O U R O | M A SSA R E LOS

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MENSAGEM DO PRIMEIRO EXECUTIVO DA UNIÃO DAS FREGUESIAS DE LORDELO DO OURO E MASSARELOS “Desejamos a todos os fregueses e respetivas famílias da União das Freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos um Feliz Natal e um próspero ano de 2014. Pela parte deste executivo, fica o compromisso do sério empenho na resolução dos problemas da freguesia e a constante preocupação com as vossas necessidades, garantindo um contacto regular com as forças vivas da nossa comunidade. O exercício das nossas funções pautar-se-á pela transparência, seriedade e abertura a todos os que desejarem participar positivamente na vida da nossa freguesia e da nossa mui nobre, sempre leal e invicta cidade do Porto.” Texto: Mariana Albuquerque Da esquerda para a direita: João, Paula, Artur, Sofia, Carlos, Maria João e Mimosa

dos os 50 anos da inauguração da Ponte da Arrábida, geograficamente situada em Massarelos e com um incontornável peso na história de Lordelo do Ouro, integra também o Parque Urbano da Pasteleira, um dos espaços de vegetação natural da área do Porto, equipado com ciclovias. Anteriormente conhecido como Pavilhão dos Desportos, o Pavilhão Rosa Mota surge também na União das Freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos, nos jardins do Palácio de Cristal. Projetado pelo arquiteto José Carlos Loureiro, o edifício, em forma de nave, com 30 metros de altura, tem capacidade para 4568 espectadores, servindo de palco

às mais diversas atividades. Os jardins do Palácio englobam ainda a Quinta Tait e a Quinta da Macieirinha, consideradas o coração do romântico portuense.

PELOS CAMINHOS DO ROMÂNTICO E é exatamente dos Jardins do Palácio de Cristal que parte o primeiro dos cinco percursos temáticos que compõem os Caminhos do Romântico, aos quais o novo executivo pretende atribuir especial atenção. Dar a conhecer os contrastes do “Porto de Oitocentos”, romântico e burguês, rural e industrial, é um dos objetivos dos trajetos, sugeridos em qualquer roteiro turístico da cidade. O segundo percurso, intitulado “o Aproveitamento da Água”, acompanha os

antigos leitos da Ribeira de Massarelos e seu afluente, o Rio de Vilar. Através da rua da Macieirinha podem ser encontrados chafarizes, fontes e lavadouros que abasteciam quintas da nobreza e burguesia e pequenos campos agrícolas. Segue-se o trilho “Arqueologia Rural e Industrial”, entre a Rua da Macieirinha e a da Restauração, relevando um espaço rural que, a partir do século XIX, se transforma em industrial. O último caminho, “do Gólgota a Massarelos”, parte da Faculdade de Arquitetura, passa pelo Gólgota, bairro de operários que trabalhavam na indústria ribeirinha, e recria o caminho destes trabalhadores até Massarelos, por entre a beleza paisagística da Arrábida. Segredos que a nova freguesia pretende continuar a guardar e a revelar aos seus visitantes. REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


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Nuno Ortigão, presidente da União das Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde

REORGANIZAÇÃO E MODERNIZAÇÃO EM CURSO Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Virgínia Ferreira


A reorganização administrativa, implementada com as eleições de 29 de setembro, determinou a junção numa só de três das antigas freguesias do Porto: Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde. Para liderar a gestão desta nova união de freguesias, uma das que compõem a zona ocidental da cidade, a população escolheu o movimento “O Nosso Partido é o Porto” (NPP). Entre outras, Nuno Ortigão, presidente do executivo, tem como prioridades a “coesão social, o desenvolvimento económico e a reorganização e descentralização administrativas”.

AL DOAR | FOZ | N EVO G I LD E

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MESA DA ASSEMBLEIA DE FREGUESIA Presidente: Nuno Cabral Carvalho (NPP) | 1.º Secretário: Joana Miranda (NPP) | 2.º Secretário: Maria Ramos (NPP)

ASSEMBLEIA DE FREGUESIA: Vitor Manuel Gonçalves Arcos (PS) | Ana Luísa Aires Martins (PS) | Andreia Belisa Gomes Júnior de Araújo Lima (PSD) | Carlos Alberto Pereira Dias de Magalhães (NPP) | Domingos Dias Gomes (PSD) | Filipe Lello Ortigão de Carvalho Guimarães (NPP) | Francisco Manuel de Castro Magalhães Marques de Aguiar (PSD) | Hugo Almeida de Azevedo Meireles (NPP) | Joana Filipa Antunes Cunha de Miranda (NPP) | João Miguel Vilaça Teixeira de Barros (CDU) | Joaquim Eduardo Brandão Alves (PS) | Mafalda de Bessa Ferreira Franchini (NPP) | Manuel Neves de Carvalho (PS) | Maria Manuel Janardo Pereira Ferreira-Rosa Archer de Carvalho (NPP) | Maria Pestana da Luz Pereira Ramos (NPP) | Pedro Carlos da Silva Bacelar de Vasconcelos (PS) | Vasco Eduardo Formigal Mourão (NPP) | Maria da Conceição da Silva Castro (NPP)

A par de uma audição às instituições que fazem parte das três freguesias e da auscultação às situações de emergência social, para avançar com a sua resolução célere, a reorganização administrativa é uma das prioridades em execução. “A reorganização é uma das nossas prioridades, uma vez que as roturas não serão fáceis devido às diferenças entre as três freguesias”, referiu o presidente do executivo. Para Nuno Ortigão, a junta “é uma entidade social, nem privada nem pública, tendo a sua gestão de ser cuidada e com contas à moda da União”. De acordo com o presidente, é necessário e urgente uma clara redefinição de competências para que não continue a «confusão» entre o que é da responsabilidade das juntas, da câmara ou do Governo”. “Ou realmente se transferem competências para as juntas de freguesias ou mais vale transformá-las em Lojas do Cidadão”, alertou. A par da descentralização administrativa, o novo executivo tem como prioridades a coesão social, o desenvolvimento económico (incremento de micro-negócios) e cultural, bem como um cuidado especial na formação de jovens e nas políticas para os idosos. O executivo da Junta é composto pelo presidente Nuno Ortigão (NPP), que irá assumir a coordenação e superintendência de todos os serviços e atividades com responsabilidade direta nas áreas de marketing e comunicação, economia, segurança, mobilidade e ambiente; pelo tesoureiro André

Machado Vaz (NPP) que irá supervisionar o setor financeiro, planeamento, informação e controlo de gestão e pela secretária Ana Furtado (NPP) que terá intervenção direta no Desenvolvimento Organizacional, Recursos Humanos, Sistemas de Informação e Reforma Administrativa. Entre os quatro vogais que compõem, ainda, o executivo Fabiana Martins (NPP), assume as pastas da coesão social, habitação, saúde e relação com Associações de Moradores; João Pedro Espregueira (NPP) as do desporto, animação e juventude; Laura Brito (NPP) irá gerir as coletividades e a 3.ª Idade enquanto que Maria Lacerda (NPP) ficará com as da cultura e educação. Relativamente à unidade de gestão, todos os membros do executivo exercerão funções nos três locais, ou seja, nas ruas da Vilarinha (Aldoar), Corte Real (Foz) e Fez (Nevogilde). REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


F R E G U E S I A S

PELOS CIDADÃOS Texto: Mariana Albuquerque Foto: JFParanhos

Abrir uma cantina social, dar início à construção de um tanatório e adquirir uma carrinha de transporte de pessoas idosas e doentes serão algumas das apostas da junta de freguesia de Paranhos no próximo mandato. Depois de ter sido reeleito, nas últimas eleições autárquicas, pela candidatura da coligação Porto Forte, Alberto Machado já começou a definir estratégias para o seu segundo mandato na junta de freguesia de Paranhos, a única ganha pelo PSD na cidade do Porto. Entre os principais projetos estruturantes para o novo mandato estão o Tanatório de Paranhos, equipamento de cremação cuja construção irá avançar brevemente, e ainda a inauguração de uma cantina social que consiga dar resposta às necessidades mais urgentes dos cidadãos em dificuldades. “Já temos um princípio de acordo com uma IPSS e com a Congregação das Irmãs do Bom Pastor e poderá ser possível termos uma cantina social, que será importante neste momento de aflição para tantas famílias”, su-

blinhou o autarca. Numa lógica de dinamização social, Alberto Machado colocou já no terreno uma das medidas com que se havia comprometido: a criação de um orfeão com inscrições abertas a todos os paranhenses que queiram cantar em representação da freguesia. As áreas da inclusão e da mobilidade dos cidadãos, sejam eles deficientes ou idosos, também estão no centro das atenções do executivo. Para dar resposta às necessidades destes grupos prioritários, a junta vai adquirir uma carrinha de transporte de pessoas idosas e doentes, quer para o apoio nas idas às consultas médicas quer para um apoio pontual aos idosos que, fruto das suas dificuldades de locomoção, não conseguem ir à farmácia ou fazer pequenos recados. “Será uma carrinha SOS que irá apoiar na mobilidade dos cidadãos e que servirá também para a criação de um serviço de apoio domiciliário para pequenas reparações”, acrescentou Alberto Machado, referindo-se, por exemplo, à mudança de uma lâmpada ou de uma fechadura. Manter a aposta no pelouro da ação social – que fica novamente nas mãos do presidente da junta de freguesia – é outra das linhas orientadoras deste mandato. “Acho que é importante que seja o presidente a ficar com este pelouro, dandolhe um peso institucional que permitirá que


PA RA N H OS

111

Resultados eleitorais referentes à Junta de Freguesia de Paranhos

29,41% 26,22% 24,25%

9,47%

4,68%

3,47%

2,49%

PPD/PSD . MPT . PPM

II

PS

PCP-­‐PEV

BE

Brancos

Nulos

determinadas situações se possam resolver mais rapidamente”, referiu. Outra estratégia passará pelo reforço da Comissão Social de Freguesia, na qual estão representadas todas as instituições que prestam apoio social em Paranhos. Ainda assim, para além de querer consolidar os projetos e atividades lançados no mandato anterior, Alberto Machado não prescinde também de investir na inovação e na procura de novas respostas e estratégias. Numa altura de mudanças resultantes da nova lei da atribuição de competências às juntas de freguesia, o socialdemocrata está a aguardar a plena definição das novas tarefas de que o executivo ficará encarregue. “A lei é clara em relação a algumas competências. Somos nós que vamos, por exemplo, fazer a gestão dos parques infantis públicos e equipamentos desportivos de âmbito local”, apontou Alberto Machado, esclarecendo que as restantes tarefas dependerão de um acordo escrito que irá ser assinado entre a Câmara e as Juntas. Igualmente dependente da Câmara do Porto está também a possibilidade de se construir em Paranhos algumas infraestruturas de apoio ao desporto de formação e a utilização das escolas EB1 pela junta em horário pós-letivo, como já acontece, aliás, com o ATL de Pontas da Escola do Bom Pastor, que funciona das 8 às 9

da manhã e depois das 17:30 às 19 horas, em período de aulas, funcionando das 8 às 19 em período de férias, num “importante complemento de apoio às famílias”. Da lista de objetivos da junta de freguesia constam ainda o reforço do papel da cultura, com a rentabilização dos espaços culturais da freguesia (como o auditório), a aposta na proximidade aos comerciantes, com projetos de dinamização do comércio tradicional, e a promoção da Unidade Empresarial, sobretudo junto dos paranhenses. No setor da educação, Alberto Machado vai instituir um prémio anual para os melhores alunos das escolas da freguesia.

LUTAR LIVREMENTE PELOS INTERESSES DOS CIDADÃOS Apesar de Paranhos ter sido ganha, pela primeira vez na história da democracia, por um partido diferente daquele que ganhou a Câmara, Alberto Machado está seguro de que, independentemente da cor política, haverá “uma atitude de equidade e justiça entre todas as juntas da cidade do Porto”. “Estou certo de que teremos toda a liberdade para podermos expressar as nossas ideias e lutar livremente por elas”, assegurou, realçando, assim, que votará favoravelmente “tudo quanto seja bom para a cidade e para a freguesia”. REVISTA VIVA, DEZEMBRO 2013


H U M O R

Na floresta, depois do julgamento, uma toupeira foi condenada à morte. Quando o dia de execução chegou, perguntaram-lhe se tinha um último desejo. A toupeira respondeu: “Quero ser enterrada viva!

Último desejo

Um homem chega a casa já ao raiar do dia, com o cabelo todo despenteado e a cara cheia de batom e pó-de-arroz. A mulher com ar de zangada perguntalhe: O que é que andaste a fazer? - Não vais acreditar mas andei à porrada com um palhaço!

Porrada

Um gago está a gozar com um careca. - Qqqquanto dididinheiro gaaaastas no caaaabeleireiro? - Muito menos do que tu em telemóvel.

O gago e o careca

O Joãozinho vai ter mais um teste de matemática. A professora diz-lhe: - Espero que desta vez não o apanhe a copiar no exame. - Eu também espero que não, professora.

Exame de matemática

Um médico diz ao paciente: - Tenho notícias más e notícias piores. - Quais são as más notícias? - Você só tem mais 24 horas de vida! - Isso é terrível. Como pode haver notícias ainda piores? - Tenho andado à sua procura desde ontem! O Joãozinho volta para casa depois de um jogo de futebol na escola e diz ao pai: “Pai, pai, hoje marquei dois golos! Pai: Muito bem, filho! Qual foi o resultado final? - 1-1, pai!

No consultório

Craque


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C R Ó N I C A

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MÚSICA AO VIVO NA NOITE PORTUENSE José Pimenta de França Jornalista

A

noite do Porto é intensa, com milhares de pessoas nas ruas, percorrendo dezenas de bares sofisticados. Todos têm música ambiente (gravada ou com DJ, na esmagadora maioria). Mas os que oferecem música ao vivo com programação regular contam-se pelos dedos de uma mão. Se a música ao vivo desse muito dinheiro, haveria no Porto dezenas de casas a disputar o mercado, mas o negócio está difícil, por isso, são poucas as alternativas que a cidade oferece aos seus residentes e visitantes. Na área do jazz e dos blues, as poucas casas que estão nessas condições são o Tribeca, o Hot Five e o Breyner 85, a que se junta o BH, na Foz. Na generalidade, os responsáveis por essas casas queixam-se da dificuldade de quem procura oferecer música ao vivo, arcando com a responsabilidade dos “cachets” dos músicos - que até nem são por aí além, mas são sempre maiores que os dos DJ que pontificam em tantos bares concorrentes. “Não é por causa da crise que há pouco público para a música ao vivo, porque as discotecas e os bares com DJ estão cheios. As pessoas é que, infelizmente, não estão educadas para ouvir música ao vivo”, diz Alberto Índio, músico e responsável pelo “Hot Five – Jazz & Blues Bar”, o mais antigo bar com música ao vivo no Porto, a trabalhar há oito anos. Rui de Pina, do Breyner 85, casa que traz a sua direcção no nome e apresenta música ao vivo de quinta a domingo, considera que a maior parte das pessoas saem à noite para encontrar pessoas

do sexo oposto e beber um copo, não sendo a música a primeira prioridade, pelo que optam por bares em que não têm que pagar consumo mínimo. No BH, na Foz, as quintas-feiras estão exclusivamente dedicadas ao jazz ao vivo, estando os restantes dias destinados a música que pode ir do rock alternativo até à música acústica, ao blues e ao funk. Quanto ao Tribeca, na Rua 31 de Janeiro, que inicialmente concentrou a sua oferta no jazz, viu a necessidade de alargar o público alvo. A casa aposta agora no fado às segundas e terças-feiras, enquanto de quarta a sábado apresenta bandas de jazz, blues, funk e música acústica. Há ainda outros locais com música ao vivo que programam jazz, blues e rock alternativo, como o Edifício AXA, onde a Associação Porta-Jazz (associação de músicos de jazz do Porto) programa ciclos de concertos com músicos nacionais e estrangeiros. Há ainda bares como o 3C, a Casa do Livro e o Café Lusitano (na zona dos Clérigos), o Café Concerto, o Maus Hábitos e o Passos Manuel (na baixa), mas nestes casos os concertos são esporádicos, não são objecto de uma programação regular. Se formos a estes locais, poderemos encontrar música ao vivo ou não, por isso, nestes casos, se quisermos mesmo ver música ao vivo, convém telefonar antes a perguntar… Não se pode dizer que haja fartura de música ao vivo na noite portuense, mas neste aspecto o Porto está longe de ser um deserto e com algum cuidado haverá sempre alternativas de qualidade à escolha… *Este texto não foi escrito ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico


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