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Ano 16 - n.º 193 - julho 2022
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Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida
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Opticalia Parque Nascente Em Gondomar ( Rio Tinto) C.C Parque Nascente, Praceta (Cp 4435-182), Gondomar ( Rio Tinto )
RIO TINTO: GRANDES FESTAS
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POLÍTICA
DE REGRESSO À CIDADE
> Págs.28/29
Ministra da Coesão Territorial destaca Gondomar como referência no processo de descentralização > Pág. 41
DESPORTO Vários atletas gondomarenses destacam-se em competições internacionais
> Págs. 45 e 46 PUB
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VIVACIDADE | JULHO 2022
EDITORIAL José Ângelo Pinto Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT Estimados Leitores, Os mais importantes fatores indutores de igualdade ou de promoção das pessoas, aquilo que é, genericamente, designado por elevador social são as entidades da economia social e as associações e coletividades culturais, desportivas e de defesa de grupos de interesse, como, apenas por exemplo, as associações de pais, os clubes desportivos, as associações de todas as espécies e mesmo os grupos informais, como os de jogos de salão ou de café. São fatores de indução da igualdade porque promovem fortemente o desenvolvimento, abrindo a porta do elevador social a todos aqueles que participam como voluntários, atletas, jogadores, etc. na sua coletividade; pois o que se aprende com os colegas é sempre muito mais do que aquilo que levamos para os outros aprenderem. Toda a minha vida tive ligações a inúmeras entidades deste tipo e preteri, por diversas ocasiões, negócio puro muito bem pago, por reuniões de uma qualquer coletividade, sendo que, apesar da minha agenda complexa, muito raro é a minha ausência ou falta a uma reunião em que tenha a obrigação moral ou institucional de estar presente. Sempre o fiz, não só na perspetiva altruísta de apoiar e ajudar a instituição a desenvolver os seus objetivos, mas também na perspetiva egoísta de aprender mais e perceber melhor como funcionam organizações complexas e melhorar o conhecimento que tenho sobre as pessoas e a forma como se organizam para promover o desenvolvimento societário. Por vezes, é com muita frustração que observo a ingratidão dos poderes políticos perante as pessoas e as organizações que abnegadamente colocam esforço para fazer a sua parte para melhorar o mundo e depois são ostracizadas ou até perseguidas por causa disso. Antes que alguns procurem na arca das memórias em que momento isso pode ter acontecido comigo, declaro desde já que não falo de mim próprio nesta circunstância, mas sim de casos que conheço em que as pessoas que tanto fizeram para melhorar a qualidade de vida e promover o elevador social de outros depois são “mal” tratadas pelos poderes políticos. Sendo que “mal” tratadas pode ser uma atitude tão simples como ignorar os contatos ou não aparecer numa cerimónia. Mas é nas coisas simples e na comparação de comportamentos que se lê as entrelinhas e que se percebe a (des)consideração que é merecida. Ou não é merecida... Tenho a certeza de que os políticos que o fazem não têm essa intenção. A maior parte das vezes nem percebem que o estão a fazer; isto porque a maior parte dos políticos percebe pouco de inteligência emocional e estão cercados de pessoas que lhes dizem que sim a tudo, idolatrando-os, o que faz com que se afastem da realidade e vejam tudo o que acontece com os óculos das cores dos partidos a que pertencem. Aqueles que conseguem ver para lá da bruma dos assessores e percecionam o trabalho que é desenvolvido nas coletividades, associações e outras organizações da sociedade civil, reconhecem a sua importância e dos seus dirigentes, acarinham e apoiam sem reservas (não falo de dinheiro, isso é outra história) as ações que são desenvolvidas, ignoram as origens filosóficas e politicas dos que dirigem as instituições e o fazem sabendo que muitas vezes essas pessoas dificilmente votarão no partido que representam; esses, sim, são os políticos excecionais que precisamos para melhorar o nosso país. E, felizmente, há muitos na nossa região!
PRÓXIMA EDIÇÃO 25 AGOSTO
SUMÁRIO: Breves Página 4 Sociedade Páginas 6 a 32 Destaque Páginas 28 e 29 Cultura Páginas 34 Política Páginas 39 e 41 Entrevista Páginas 36 e 37 Desporto Páginas 43 a 49 Empresas e Negócios Páginas 52 Opiniões Páginas 54 e 55
Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivacidade.org POSITIVO Desde 2017 que Gondomar, é referência nacional na prevenção dos incêndios com sistema de videovigilância florestal.
NEGATIVO Devido às altas temperaturas, o Município de Gondomar tem estado em alerta para possíveis incêndios florestais. A proteção civil apela à população para evitar comportamentos de risco. Algumas zonas do Município, no Alto Concelho já sofreram incêndios, mas foram controlados pelas forças de segurança.
Viva Saúde Paulo Amado* Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia
*MédicoEspecialistadeOrtopediaeTraumatologiaProfessorDoutoremMedicinaeCirurgia MestreemMedicina Desportiva Diretor Clínico da CLÍNICA MÉDICA DA FOZ – PORTO ( 226178917) Coordenador da Unidade de Medicina Desportiva e Artroscopia Avançada do HOSPITAL LUSÍADAS - PORTO Vice Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina e Cirurgia do Pé Membro do Council Europeu do Pé - EFAS CLÍNICA DESPORFISIO – EDIFICIO RIO TINTO I RIOTINTO
MÉDICOS, SERÃO PRECISOS MAIS EM PORTUGAL ?
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O nosso Serviço Nacional de Saúde, exemplar na sua conceção, tem demonstrado um “desgaste”, fruto dos muitos anos que tem e do desinvestimento que tem sido alvo. Com estas palavras, escrevi neste artigo de opinião, no Vivacidade de Novembro de 2011, no entanto tudo continua igual, ou ainda pior.... Falta uma reforma do SNS profunda que premeie os mais produtivos e que torne o sistema mais eficaz tanto para os profissionais de saúde como para os pacientes. Por um lado, insistem em comparar os hospitais e os centros de saúde como se de empresas se tratassem, dando prémios de produção aos administradores e não aos profissionais que lá trabalham, por outro lado, querem que estes locais do SNS trabalhem com base apenas na remuneração do tempo despendido, em que os profissionais exercem e não na produção.... Que confusão... Logo a tendência é a degradação do sistema. O último Hospital onde trabalhei no sistema do SNS foi o Hospital da Feira idealizado pela ministra Dra. Maria de Belém, em que se provou a espetacular eficácia do sistema pois diria que era um sistema que colhia o melhor do privado e o melhor do publico, com prémios muito rígidos de produtividade para os profissionais de saúde e com atendimento do SNS. Funcionou com excelência cerca de 5 anos até que veio um Sr. Engenheiro de outra tendência política, que só por isso, resolveu acabar o que seu antecessor tinha construído de bom. Infelizmente a crise de Portugal não será de poucos médicos, mas de muitos e fracos políticos (felizmente com algumas exceções). E nada tem haver com partidos, que nesses, em todos temos bons e maus. Falta como o tinha dito já em 2021, uma reforma profunda do sistema em que se prefere pagar mal a muitos profissionais, quando metade desses, bem pagos fariam o mesmo. Dessa forma o SNS, melhorava a eficácia, a produtividade e até economizava, não necessitando de mais médicos, mas de os tornar mais produtivos, os que já lá trabalham ... E isso já em 2000 se provou que resultava, no extinto conceito que se viveu no Hospital de Sta Maria da Feira- S Sebastião, agora designado como CHEDV ??? até o nome piorou... Por favor, Sr. P.M. Dr. António Costa, fale com os quadros do seu Partido, que tem gente muito capaz, fale com a Dra. Maria de Belém (e nem precisa de sair do seu Partido) e peça a ela que lhe explique como se pode reformar a saúde de forma eficaz. Na faça politica de “tapar o sol com uma peneira” e enfrente os bois pela frente. Dos fracos não reza a história... Até breve, estimados leitores ■
FICHA TÉCNICA Registo no ICS/ERC 124.920 | Depósito Legal: 250931/06 | Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-241A) | Diretor Adjunto: Carlos Almeida Redação: Carlos Almeida e Gabriela Monroy | Departamento comercial: Pedro Barbosa Tel.: 910 600 079 | Paginação: José Gonçalves | Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte | Administrador: José Ângelo da Costa Pinto | Estatuto editorial: www.public.vivacidade.org/ vivacidade | NIF: 507632923 | Detentores com mais de 5% do capital social: Lógica & Ética, Lda., Augusto Miguel Silva Almeida e Maria Alzira Rocha | Sede de Redação: Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435- 778 Baguim do Monte Tel.: 919 275 934 | Sede do Editor: Travessa do Veloso, no 87 4200-518 Porto | Sede do Impressor: LUSO IBÉRIA – Av. da República, n.o 6, 1.o Esq. 1050191 Lisboa | Colaboradores: André Rubim Rangel, Andreia Sousa, António Costa, António Valpaços, Beatriz Oliveira, Bruno Oliveira, Carlos Almeida, Diana Alves, Diana Ferreira, Domingos Gomes, Frederico Amaral, Gabriela Monroy, Germana Rocha, Guilhermina Ferreira, Henrique de Villalva, Isabel Santos, Joana Resende, Joana Simões, João Paulo Rodrigues, José António Ferreira, José Luís Ferreira, Luís Alves, Luís Monteiro, Luís Pinho Costa, Manuel de Matos, Manuel Teixeira, Marta Sousa, Paulo Amado, Pedro Oliveira, Rita Ferraz, Rita Lopes, Rui Nóvoa, Rui Oliveira, Sandra Neves, Sofia Pinto e Tiago Vieira. | Impressão: Lusoiberia | Tiragem: 10 mil exemplares | Sítio: www.vivacidade.org | Facebook: facebook.com/vivacidadegondomar | E-mail: geral@vivacidade.org
VIVACIDADE | JULHO 2022
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DE 18 A 23 JULHO
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VIVACIDADE | JULHO 2022
BREVES
LIPOR renova estatuto INOVADORA COTEC
Doe Sangue, doe vida!
Pelo segundo ano, o ambicionado estatuto INOVADORA COTEC foi atribuído à LIPOR, em reconhecimento dos elevados padrões de solidez financeira, competências de inovação e desempenho económico atingidos. Resultado de uma parceria entre as Instituições do sector financeiro e a COTEC Portugal, o Estatuto INOVADORA COTEC tem como propósito distinguir as empresas nacionais com um desempenho superior a nível da inovação, através do reconhecimento do exemplo, elevação da notoriedade e reforço do valor pelo mercado.
Até à próxima edição, a população interessada pode realizar a sua dádiva de sangue no próximo dia 16 de julho, no Centro Escolar de Baguim do Monte, entre as 9h até às 12h 30. Em agosto, no dia 7 e 14, à mesma hora poderá fazer a sua doação na Escola Secundária de Gondomar, e no mesmo local, mas no dia 17, poderá doar a sua dádiva entre as 15h até às 19h.
Câmara aprova requalificação da Escola Básica de Alto de Soutelo A Câmara Municipal de Gondomar aprovou no dia 12 de julho, por maioria, com abstenção do PSD, o projeto de reabilitação e ampliação da Escola Básica (1º ciclo) de Alto de Soutelo, em Fânzeres, que prevê o investimento de 930 mil euros neste estabelecimento de ensino. Os trabalhos incluem a ampliação do edifício da escola, nomeadamente a biblioteca, as salas de aula, o refeitório, a copa, bem como a criação de novas instalações sanitárias e salas de apoio. Além disso, está previsto o isolamento térmico e climatização das salas de aula, a renovação das salas de aula com novos revestimentos, a construção de estrutura exterior para recreio coberto, a recuperação da zona de recreio e a instalação de mobiliário urbano para crianças (brinquedos urbanos, bebedouro, tabelas e balizas), entre outros trabalhos.
2ª fase da requalificação da Avenida Mário Soares concluída A 2ª fase da requalificação da Avenida Dr. Mário Soares, no sentido Rio Tinto - Gondomar (S. Cosme) foi recentemente concluída e a circulação de automóveis e peões está normalizada. O investimento de 1,5 milhões de euros permitiu dar mais segurança a quem usa este importante eixo rodoviário do concelho.
Gondomar participa nos Jogos Eixo Atlântico A XIV edição dos Jogos do Eixo Atlântico realizou-se na Maia, entre os dias 4 e 8 de julho, e contou com cerca de 2.400 participantes, o número mais alto de todas as edições. Esta edição dos Jogos do Eixo Atlântico, que se realiza de dois em dois anos, teve em disputa as modalidades desportivas de andebol feminino e masculino, futebol de 7 masculino, voleibol feminino, basquetebol masculino e feminino, natação e natação adaptada, atletismo e atletismo adaptado. Para além de Gondomar, estiveram presentes 28 cidades do Eixo Atlântico.A comitiva gondomarense contou com a participação de 117 atletas, que representaram o concelho nuns jogos que tiveram origem em 1995 e têm como objetivo promover a prática desportiva, a convivência entre os jovens e a troca de impressões entre cidadãos dos dois países.
Andreia Santos sagra-se campeã do Mundo
A atleta gondomarense já nos habitou às vitórias, desta vez sagrou-se Campeã do Mundo, em Tampere, na Finlândia, na prova dos 10 mil metros.
Gondomar sob risco de incêndio Com a chegada do verão e do calor, soma-se o risco de incêndios que, infelizmente, é uma realidade vivida noutros partes do país. Teremos pela frente dias com temperaturas muito altas, no Município. É nesse sentido, que a proteção civil apela à população para evitar comportamentos de risco, “Proteja-se a si e aos que o rodeiam”.
Balanço positivo para o Ei!Marionetas Terminou no dia 10 de julho o 8º Encontro Internacional de Marionetas de Gondomar, o Ei! Marionetas. Para Luís Filipe Araújo, vereador da Cultura, o balanço desta edição foi positiva. Segundo o vereador, “Quer a companhias de Marionetas de Mandrágora, quer as companhias que nos visitaram, voltaram a dizer que este certame em Gondomar começa a ganhar o seu espaço no universo de teatro de marionetas”.
Rio Tinto entrega Medalhas de Mérito Desportivo Decorreu no dia 12 de julho, a Cerimónia de entrega de Medalhas de Mérito Desportivo de Rio Tinto ao EDC Gondomar (Futsal Feminino), Sport Clube de Rio Tinto (Futebol Feminino), Gondomar Cultural (Andebol) e Run River (Atletismo). Para o presidente da Junta de Freguesia Nuno Fonseca, “É com enorme orgulho que a Junta de Freguesia de Rio Tinto vê o sucesso destes atletas, desejando que continuem a levar a nossa cidade ao topo do desporto nacional”
33.º Festival Nacional de Folclore da Vila de São Pedro da Cova No dia 16 de julho, pelas 21h 30m, irá decorrer no Largo da Igreja Matriz, o 33.º Festival Nacional de Folclore da Vila de São Pedro da Cova. O evento irá contar com a presença dos seguintes grupos: Grupo Folclórico e Etnográfico de São Pedro da Cova – Gondomar – Douro Litoral Norte; o Rancho Folclórico da Redinha – Pombal – Alta Estremadura; o Rancho Regional da Casa do Povo de Ílhavo – Ílhavo – Alto Litoral Vareira; e o Rancho Folclórico e Etnográfico de Ponte da Barca – Ponte da Barca – Alto Minho.
Fânzeres recebe Festival Nacional de Folclore No dia 16 de julho, às 21h 30, no Largo Júlio Dinis, irá decorrer o Festival Nacional de Folclore. O evento contará com a participação do Rancho Regional de Fânzeres - Douro Litoral - Gondomar; o Rancho Folclórico e Etnográfico de Casais de Revelhos - Alto Ribatejo - Abrantes; o Rancho Tradicional de Cinfães - Trás os Montes e Alto Douro; e o Grupo Folclórico da Corredoura - Baixo Minho - Guimarães.
5º aniversário da Assorculme Recreativo Cultural de Medas e Melres No dia 17 de julho, no Parque de Festas de Medas, irá decorrer as comemorações do 5º aniversário da Assorculme Recreativo cultural de Medas e Melres. O evento irá contar com jogos tradicionais e um Sarau de Dança, para além das barraquinhas de artesanato e o bar com bebidas e petiscos.
Tasquinhas de verão Nos dias 29 (19h) e às 16 horas do dia 30 e 31 de julho, irá decorrer junto ao pavilhão Gimnodesportivo de Covelo, irá decorrer as Tasquinhas de Verão. O evento é aberto ao público.
Colónias das Juntas trazem animação para os mais novos Com inicio do verão, as juntas de freguesia do concelho organizaram atividades para preencher as férias dos mais novos. Em Melres e Medas as Férias Desportivas promovidas pela Junta já encerraram, mas em outros cantos de Gondomar, tais como Fânzeres, São Pedro da Cova, Baguim do Monte, Foz do Sousa e Covelo
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SOCIEDADE
Cursos Profissionais em ERASMUS+ O Agrupamento de Escolas n.º1 de Gondomar participou nos dias 20 e 21 de junho, em Oviedo (Espanha), no encontro internacional do projeto Europeu ERASMUS+: Digital Mentoring and Traineeship (DIGITRAIN), sobre tutoria digital na formação profissional em zonas rurais. O projeto reúne ao todo oito organizações de sete países europeus e visa incorporar metodologias inovadoras que permitam a relação entre professores, estudantes e empregadores, no ensino profissional. A reunião teve lugar nas Astúrias, uma vez que o projeto é coordenado pelo Departamento de Ciências da Educação da Universidade de Oviedo.
O objetivo é proporcionar um conjunto de recursos, baseado na tutoria digital, com a participação ativa dos empregadores locais e dos diferentes países participantes. Como resultados esperados, pretende-se disponibilizar um itinerário de formação complementar para professores, estudantes e mentores que promova novas possibilidades de inserção no mercado laboral.
Programa das workshops das Jornadas Pedagógicas do AEG1
W1 – Avaliação das aprendizagens - É o digital assim tão importante? Luís Pereira dos Santos W2 – Plano de Inovação: os desafios da gestão curricular de ciclo. Sónia Valente Rodrigues W3 – Reorganizar o tempo e o espaço da sala de aula, potenciando um laboratório digital. Marco Bento W4 – Supervisão interpares e desenvolvimento profissional. Teresa Vilaça W5 – O pensamento computacional. Luís Neves W6 – O professor, um ator na sala de aula. António Portela Neto W7 – O poder da Arte, da Cultura e do Património - impactos da metodologia de projeto na promoção do trabalho colaborativo e transdisciplinar. César Israel Paulo W8 – Educação e formação de adultos - o processo RVCC. Maria João Alves
https://youtu.be/-QKdavZ-8GA
Clube Europeu do AEG1 no Parlamento Europeu, em Bruxelas, nos dias 16, 17 e 18 de junho
A visita ao Parlamento Europeu, em Bruxelas, foi dinamizada pelo Clube Europeu do AEG1, a convite da Eurodeputada, Isabel Santos. Participaram 10 alunos do Clube Europeu, acompanhados por duas professoras. O programa compreendia uma visita ao Edifício Paul-Henri Spaak, com sessão informativa e interven-
ção da deputada Isabel Santos, visita à galeria do Hemiciclo e visita à Casa da História da Europa. Fez também parte deste passeio escolar a visita ao Atomium e a exploração do centro histórico da cidade, incluindo a visita à Catedral des Saints Michel et Gudule e ao Museu Magritte.
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VIVACIDADE | JULHO 2022
SOCIEDADE
PROJETO
O AERT3 a+posta na formação global dos seus alunos, promovendo a sua participação em projetos e atividades que lhes permitam desenvolver valores de inclusão e tolerância no seio de uma sociedade multicultural, e desenvolvendo skills linguísticas, interpessoais e culturais, tornando-os cidadãos mais completos e participativos. É neste contexto que surge a participação de alunos do 9º ano da turma CLIL (Content and Language Integrated Learning) da Escola Secundária de Rio Tinto, no projeto intitulado “FOOD FOR THOUGHT”. O projeto explora a ligação que existe entre a alimentação e uma série de aspetos primários da atividade humana e da cultura e pretende mostrar a importância da alimentação como elemento cultural que une os europeus não só no decurso da sua história, mas também no seu futuro comum. Também pretende sensibilizar os estudantes adolescentes para os benefícios de uma dieta saudável e a sua contribuição para o bem-estar e equilíbrio mental. De igual modo, introduz o tema da produção e gestão de alimentos num mundo de sobrepopulação, poluição e fontes naturais em constante declínio. O projeto está dividido em quatro secções: Arte e literatura – a presença intemporal dos alimentos nas principais formas de arte e literatura prova a importância da alimentação como elemento cultural que une pessoas de diferentes origens socioculturais. Folclore e tradição - a referência primordial à alimentação na tradição e na cultura popular revela a surpreendente quantidade de semelhanças que os países europeus partilham sobre o tema. Saúde e bem-estar - a dependência nas refeições caseiras, que se baseiam frequentemente em receitas tradicionais e simples, e a prevenção do consumo de comida rápida ajudam os adolescentes a crescerem adequadamente e a construírem um corpo saudável tanto física como mentalmente. Biodiversidade e sustentabilidade - o conhecimento destes conceitos aumenta a consciência ambiental dos nossos jovens de forma a que se tornem conscientes para a necessidade de preservar o ecossistema. No mês de março, na semana de 14 a 17 , seis alunos do 9.º ano da turma CLIL ( Maria Miguel Correia, Rita Rodriguez, Tiago Rocha , Pedro Sá , Ana Sofia Cardoso , Lia Moreira ) da Escola Secundária de Rio Tinto acompanhados por duas professoras (Carla Vieira e Odete Silva) , participaram na primeira mobilidade de alunos que teve lugar na cidade de Izmir (Turquia). Nesta mobili-
dade os alunos apresentaram os trabalhos previamente elaborados relacionados com o sub-tema “Arte e Literatura” e participaram em diferentes actividades pedagógicas e lúdicas que incluíram visita a Izmir, Urla, Ephesus e Şirince. No mês de maio foi a vez de Portugal receber os parceiros do projeto (Polónia, Grécia e Turquia). Todo o programa desenvolvido teve como foco o subtema “Saúde e bem-estar”. Foram apresentados os trabalhos desenvolvidos previamente por cada um dos
parceiros e foram desenvolvidas atividades de sensibilização sobre a importância da adoção de hábitos saudáveis. Neste sentido, os alunos participaram num percurso pedestre nos “Moinhos de Jancido”, em workshops sobre intolerâncias alimentares e dietas alternativas (Cozinha Molecular) e experienciaram a cozinha local, assim como, a cozinha vegetariana. O programa contou ainda com a vista à fábrica de chocolate “Vianense”, ao Centro de Formação Profissional em Ourivesaria, Cindor,
e à empresa AC Filigranas, visitas guiadas pela cidade do Porto, à Câmara Municipal do Porto, ao Palácio da Bolsa e à Torre dos Clérigos. Além do incremento no conhecimento sobre a importância da alimentação como elemento cultural que une pessoas de diferentes origens socioculturais e dos benefícios de uma dieta e hábitos saudáveis, os alunos tiveram a oportunidade de desenvolver competências na língua inglesa e afetos multiculturais. ■
upt.pt
UNIVERSIDADE PORTUCALENSE Aqui começa o futuro.
CANDIDATURAS ABERTAS | 2022/23 LICENCIATURAS | MESTRADOS | DOUTORAMENTOS | MBA | PÓS-GRADUAÇÕES, nas seguintes áreas: Arquitetura e Urbanismo | Diplomacia | Direito | Economia | Educação | Educação Social | Engenharia Industrial | Engenharia Informática | Gestão | Marketing | Multimédia e Artes | Património e Cultura | Psicologia | Relações Internacionais | Sistemas de Informação | Turismo e Hospitalidade
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VIVACIDADE | JULHO 2022 Gonçalo Lixa Médico Veterinário Clínica Veterinária do Taralhão
CALOR EXTREMO: COMO EVITAR PROBLEMAS PARA O MEU ANIMAL? Portugal tem vivido, nos últimos dias, uma situação de calor extremo que se pode revelar perigoso para a saúde de pessoas e animais. No geral, os animais têm mecanismos menos eficientes do que os humanos para arrefecer a sua temperatura corporal. Nós (humanos) temos a possibilidade de ajustar a quantidade de roupa que trazemos ao tempo que faz lá fora, e existem outros mecanismos intrínsecos (como a transpiração) que nos ajudam a não aquecer em demasia. No caso dos nossos animais, a transpiração é mínima e concentrada em poucas regiões do corpo, o que a torna muito pouco eficaz a arrefecer um animal. Posto isto, normalmente o animal procura arfar, mimetizando com a língua o que acontece com a nossa pele ao transpirarmos (o ar ao contactar com uma superfície húmida dá uma sensação de fresco que ajuda no arrefecimento). O problema é que a superfície da língua é relativamente pequena, o que faz com, se o calor no ambiente for muito elevado, o animal continue a aquecer sem ter mecanismos intrínsecos capazes de o compensar. Enquanto arfa o animal vai também perdendo água, o que contribui para a desidratação. Porque é perigoso o meu animal aquecer demais? A hipertermia prolongada pode conduzir a um golpe de calor que, se não for revertido, pode acabar por conduzir à morte do animal. Caso o seu animal, quando exposto ao calor, demonstre um arfar excessivo, desorientação, letargia, deve procurar arrefece-lo e hidrata-lo com a máxima rapidez. Como evitar que o meu animal aqueça em demasia? Mais vale prevenir do que remediar! Evite passear em alturas de maior calor (sabia que o asfalto, estando 30-40 graus de temperatura exterior, pode chegar a 50-70 graus?), tenha sempre água disponível e mantenha o local de descanso do seu animal sempre fresco. Pode usar ar condicionado, ventoinha, banhos frios ou mantas de arrefecimento, por exemplo. Em casas com cave, este local geralmente é mais fresco e uma boa opção. Caso tenha algum animal braquicéfalo (como um Buldogue francês/inglês ou Pug) estes conselhos são ainda mais importantes, já que estes animais podem evoluir muito mais rapidamente para um golpe de calor! Já agora, a maior parte destes conselhos valem também para as pessoas! Não se esqueça de beber água e manter-se fresco, principalmente entre as 10h00 e as 18h00 ( Qualquer dúvida adicional, teremos todo o gosto em responder, para o contacto 934982307 ou cvtaralhao@gmail.com ■
SOCIEDADE
CLIENTES SATISFEITOS com a Águas de Gondomar INQUÉRITO SATISFAÇÃO REVELA CONFIANÇA NO CONSUMO DA ÁGUA DA TORNEIRA A empresa Águas de Gondomar (AdG) promoveu, no último semestre de 2021, um inquérito de satisfação online para monitorizar os índices de satisfação relativamente à qualidade da água e à qualidade dos serviços prestados. O inquérito de satisfação realizado online auferiu a opinião de cerca de 600 clientes, cuja participação espontânea permitiu concluir que 88% estão satisfeitos com a qualidade da água, tendo 89% valorizado a pressão da água que chega aos seus domicílios. 84% revela que nunca registou qualquer falha de abastecimento e 85% estão satisfeitos com a qualidade global dos serviços prestados pela concessionária. O inquérito permitiu ainda concluir a tendência crescente do consumo da água da torneira, em resultado da estratégia de comunicação que tem sido desenvolvido ao longo dos últimos anos. Mais de metade dos participantes revela consumir a água da
rede pública, destacando a boa qualidade da mesma, o facto de estar sempre disponível e de ser mais económica quando comparado com a água engarrafada. Relativamente ao serviço de Saneamento, o estudo revelou ainda que 95% dos clientes têm ligação à rede pública e 84% nunca registaram qualquer obstrução. A rapidez na resolução e intervenção na via pública foi avaliada como razoável/boa por cerca de 60% dos clientes inquiridos. Quanto ao atendimento ao cliente, o inquérito revela uma nova preferência por parte dos clientes da AdG. De entre as diversas opções de contacto - site, telefone, App MyAqua, chat online e atendimento presencial -, os inquiridos privilegiam agora o correio eletrónico em detrimento do atendimento telefónico, até à data o contacto mais usado. Neste item, a avaliação continua a ser positiva, quer no que ao tempo de espe-
ra, esclarecimento de dúvidas e simpatia diz respeito. O atendimento e a segurança em tempo de pandemia também foram avaliados positivamente, com 57% e 61%, respetivamente. Em relação à adesão à fatura eletrónica, 76% dos inquiridos optaram já por esta facilidade digital, que, para além de ser mais amiga do ambiente, é mais cómoda e simples. Face a estes resultados, o Questionário de Avaliação de Satisfação de Clientes conclui que de uma forma global, os clientes participantes no estudo consideram que a AdG presta um serviço de qualidade aos seus clientes. A AdG tem cada vez mais presente que clientes satisfeitos são um ativo valioso e que a sua satisfação é fundamental no processo de melhoria do desempenho, razão pela qual continuará a ser um objetivo estratégico na operação da empresa. ■
UCAPG entrega prémios a Associações de Pais Ao abrigo do programa #DESENVOLVE_AP, a UCAPG- União Concelhia de Associações de Pais de Gondomar- realizou no dia 27 de junho uma cerimónia para a entrega de prémios às Associações de Pais (AP) que concorreram com o seu projeto a esta iniciativa. O evento foi abrilhantado com a atuação da Orquestra da EB Infanta Dona Mafalda, sob a direção do maestro Alberto Bastos. Segundo Luís Lobo, responsável pela UCAPG, este programa tem o objetivo “dar visibilidade a projetos e ideias inovadoras e diferenciadoras, de integração e interação social, que promovam a educação, a saúde e a cultura”. “Com este projeto, as Associações de Pais (AP) conseguem colocar em prática os projetos que pretendem, porque muitas das vezes não têm os recursos necessários para o fazer”, conclui Luís Lobo. O júri do evento foi constituído por Paulo Ferreira, cineasta e realizador gondomarense, e pelo vice-Presidente e vereador da educação Luís Filipe Araújo. A comunidade educativa teve ainda a oportunidade de votar no seu projeto. Em quinto lugar, ficou o projeto “Eu e a minha Cidade”, da AP da Escola Básica (EB) de Ramalde. Em quarto lugar, ficou classificado o projeto “Latitudes da Língua Portuguesa”, da AP da EB da Boucinha. No pódio, em terceiro lugar, ficou a AP da Escola Secundária de Gondomar, com o projeto “apoiar o desenvolvimento dos clubes da Escola”. Em segundo lugar, a AP do Jardim de Infância de Jancido, com o projeto “Relva para o meu jardim” e, em
primeiro lugar, ficou a AP da EB1 de Gondomar, com o projeto “Banco da amizade e pinturas de um circuito de atividades”.“Eu considero fundamental a escola agarrar a cultura… A música, o teatro, as artes plásticas, é fundamental. Tenho a certeza que os miúdos que estão aqui presentes na orquestra vão ser diferentes dos que não têm contacto com a cultura. Estamos todos envolvidos neste espirito de ajudar e de enriquecer a vida das nossas crianças, com a cultura”, começou por referir o vereador, que complementou o seu discurso referindo que a “A escola é o sítio mais importante do nosso município, assim como a educação é o tema
mais importante, porque é nas escolas que formamos os jovens que vão estar no futuro no nosso lugar. É nosso o papel de ajudá-los e para isso, é importante para nós a melhoria continua e enquanto responsável municipal pela educação, vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para alcançar essa melhoria”.“Para mim é uma honra estar aqui presente a convite da UCAPG”, começa por referir Paulo Ferreira, o realizador acrescenta que ter sido júri “Foi um desafio novo”. O gondomarense mostrou-se ainda disponível para ir às escolas falar do seu trabalho e realizar uma colaboração continua com as mesmas. ■
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VIVACIDADE | JULHO 2022 Posto de Vigia
Manuel Teixeira Professor Universitário e investigador do CEPESE (UP)
100 DIAS DE GOVERNO SEM ENCONTRAR RUMO 1 – Passados que são pouco mais de 100 dias de vida deste Governo, a atual equipa de António Costa ainda não encontrou um rumo que permita ao cidadão comum perceber como vai o executivo enfrentar os grandes problemas nacionais e as ameaças que hoje atormentam os portugueses. Em bom rigor, às angústias nacionais que já vêm de trás têm-se somado de forma continuada novas ameaças, e redobradas dores de cabeça para todos. Vamos por partes: há um ano atrás já se sentiam os ventos de uma inflação ameaçadora; hoje, os bens alimentares e de consumo geral não param de aumentar, muito para além do que os valores oficiais dizem. Há um ano atrás os preços dos combustíveis eram uma ameaça para quem tem de andar na estrada; hoje o gasóleo, a gasolina, o gaz e a eletricidade são um susto diário. Há um ano atrás os salários eram miseráveis; hoje são comidos pela inflação. 2 – Se o preço dos bens de consumo corrente são um sufoco para toda a gente, o custo dos equipamentos duradouros não lhe fica atrás, e segue por arrastamento dos primeiros. É o caso das rendas e dos juros para habitação, máquinas e ferramentas, materiais de construção, vestuário e calçado, restauração e lazer, etc. O que nos espera até ao final do ano? Ninguém sabe, mas sente-se que o Governo também não sabe. Ora, é na frente política que a maioria destes problemas tem de encontrar solução. E para isso é necessário que o Governo inspire confiança e transmita esperança. Não é o que se vê. Ao contrário, vê-se uma desorientação generalizada nas pastas mais críticas da governação. Na economia, com António Costa e Silva; nas finanças, com Fernando Medina; nas infraestruturas, com Pedro Nuno Santos; na saúde, com Marta Temido, entre outras… 3 – Entramos nas férias com o caos instalado na saúde e nos hospitais, com uma balbúrdia indiscritível nos aeroportos, com a segurança social em roda livre, com a TAP em turbulência permanente, com os caminhos de ferro sem resposta para as necessidades, com os fundos do PRR em leilão de amigos, com os serviços públicos em rutura em múltiplas áreas, com o ensino secundário público e privado sem rumo, etc. A bem dizer, um Governo que ainda não tem quatro meses parece já esgotado, como se estivesse no fim do uma grande maratona. Um Governo que tem maioria absoluta para fazer quase tudo o que quer, ainda não acertou o passo no início da caminhada. Um Governo que demonstra uma enorme descoordenação, e que dá mostras de falta de unidade interna. Um Governo com um Primeiro-Ministro ausente, e um Presidente da República na desforra de selfies. Os portugueses merecem melhor… ■
SOCIEDADE
JOSÉ RIO FERNANDES marca presença na Universidade Sénior de Gondomar A conferência “Gondomar – No espaço e no tempo!” orientada pelo Professor José Rio Fernandes foi um dos momentos que marcou o final do ano letivo da Universidade Sénior de Gondomar, juntamente, com a atuação da Tuna da USG. Para António Braz, os últimos meses sublinharam “o relançamento da nossa Universidade que tantos constrangimentos enfrentou, no sentido de voltar a reavivar os momentos de confraternização e de partilha que existiam antes da pandemia”. O presidente da União das Freguesias e do conselho executivo da USG, sustentou ainda que, o próximo ano de 2022/2023, “já está a ser planeado, com novas disciplinas no programa curricular e atividades que têm como intuito revitalizar o espírito académico que caracteriza as vivências da universidade”. Recorde-se que o ano de 2021/2022 iniciou-se de forma gradual e cautelosa, mas terminou com o retomar de algumas das atividades que fazem parte da história da Universidade e que, devido à pandemia da COVID-19, estiveram em pausa, nomeadamente, as tertúlias de poesia, as visitas de estudo e o jornal da USG. A pausa para as férias de Verão ficou ainda marcada pela realização de um lanche/ convívio com alunos, professores e colaboradores. ■
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OS SEIS GUARDIÕES DE JANCIDO
A caminho dos 10 moinhos reconstruídos, com seis anos de existência, o trabalho dos “Rapazes de Jancido” tende a não diminuir e mais recentemente, foi levado até ao Parlamento, em Bruxelas. O mandamento destes homens passa pela necessidade de construir e manter a harmonia da natureza daquele que é um dos oásis de Gondomar. Para quem ainda não os conhece, estes Guardiões da Floresta trabalham todos os sábados para manter aquele espaço que serve de casa para milhares de espécies de Fauna e Flora. Um trabalho que por vezes é invisível aos olhos dos que por lá passam, mas que é essencial para manter o lugar a funcionar em perfeita simetria. Emocionado, Manuel de Silva Sousa recorda como tudo começou e de todo o percurso percorrido durante estes anos. Segundo o “Rapaz”,o inicio desta história remonta há uns anos atrás, a uma recolha de fundos para a “festa de lugar”. Até hoje, houve uma frase especifica que o comove e que foi-lhes dita na época: “Agora, vocês não vão deixar aquilo morrer”. Foi o “clique” para que aqueles quatro homens, sentissem que era necessário arregaçar as mangas e fazer um trabalho que era imprescindível e que passava por manter a história, a identidade e principalmente, a Fauna e Flora daquele que é, um dos ex-libris mais procurados do alto concelho e que fica situado em Foz do Sousa, mais concretamente em Jancido. Para Manuel e para os seus companheiros, “apesar de termos a consciência que há mais moinhos em Portugal… estes são mais especiais, porque são os nossos, estes contam a nossa história”. Hoje, a família cresceu e de quatro, passaram a ser seis homens. Um trabalho de irmandade, que já salvou centenas de espécies e que tornou este espaço, num local perfeito para biólogos e fotógrafos de natureza se maravilharem com a riqueza deste sitio. Para além de olharem para a Fauna, estes seis indivíduos fazem um trabalho de requalificação da Flora. Principalmente, com a chegada do verão,
um dos cenários mais dramáticos e que coloca em causa lugares como estes, são os incêndios. Nesse sentido, os Rapazes realizam um trabalho anual para prevenir catástrofes provocadas com a chegada desta onda quente. “Sabemos que o risco de incêndio está sempre presente, mas não é o mesmo que era antes de nós entrevirmos”, começa por referir Manuel. Para evitar estas situações é realizado um trabalho de limpeza do mato em volta desta área protegida e foi ainda criado uma “Margem junto ao Ribeiro, onde mantemos o local limpo, para que, caso haja um incêndio, seja mais fácil de controlá-lo”. Ainda a pensar neste cenário, os Rapazes fazem um controlo rigoroso das espécies invasoras: “Nós tentamos eliminar ao máximo as espécies invasoras. Não as cortamos, porque sabemos que se o fizermos elas vão multiplicar-se, em vez disso, descascamo-las. Depois, quando elas ficam secas, cortamos. Nesse sentido, temos muitas centenas que descascamos e outras centenas estão descascadas, à espera que sequem, para podermos corta-las e à medida que vamos cortando, vamos plantando espécies autóctones”. Manuel garante que todas as árvores invasoras cortadas, são substituídas por espécies autóctones. O intuito é “Colocar a natureza o mais nativa possível porque assim, não está tão sujeita aos incêndios”. Ao todo, já foram plantadas mais de 1600 árvores autóctones, sem contar com os arbustos e
plantas. A pensar nos animais, algumas destas árvores são de frutos, desta forma ajuda a que se fixem no local, exemplo disso foi o último estudo realizado por um biólogo que conseguiu identificar 83 espécies de aves diferentes. Quanto aos Moinhos, há mais novidades para breve, dado que será requalificado o décimo moinho e que terá o seu próprio timelapse, realizado pelo conceituado realizador Paulo Ferreira. Manuel explica ainda que, dois dos Moinhos, já construídos foram colocados a funcionar. Assim, as pessoas e principalmente as crianças, podem descobrir como é que funcionavam e moíam o milho. Ainda a pensar nos mais novos, os “Rapazes” têm realizado muitas visitas de escolas a este local, o que delícia os mais novos que, pela primeira vez, muitos deles entram em contacto com aquele mundo natural que outrora serviu a comunidade envolvente. Em nome de todo o grupo, Manuel fez questão de deixar um agradecimento a todos os proprietários dos terrenos onde os moinhos estão situados, porque desde o início perceberam esta causa e foram imprescindíveis. A história destes homens, tem vindo a inspirar todos os que por lá passam, desde visitantes, até artistas e cineastas, exemplo disso são os documentários realizados com o grupo. Até à Polónia, o seu testemunho já chegou, através de um documentário realizado por uma cineasta polaca. Para conhe-
cer mais estes homens, o realizador Paulo Ferreira, realizou também um documentário com o testemunho destes homens. Mais recentemente, o trabalho dos “Rapazes de Jancido” conseguiu chegar até ao Parlamento Europeu, a convite da deputada Isabel Santos. Apesar da deputada não conhecer o local, em Bruxelas ficou agendado a promessa de visitar o local. Para Manuel, a experiência de visitar a maior casa que representa a democracia europeia “foi muito enriquecedor”, mais ainda por conseguirem dar a conhecer todo o trabalho que é realizado neste cantinho, situado no concelho de Gondomar. Um trabalho voluntário que conseguiu impressionar a deputada pela sua dimensão. Face aos problemas relacionados com o ambiente que enfrentamos, na opinião dos Rapazes, “Se cada um fizesse a sua parte, o problema estaria resolvido. Se as pessoas plantassem tantas árvores, como nós plantamos, se todos tivessem o cuidado que nós temos com o lixo, aqui, como também nas nossas casas, porque reciclamos tudo o que é possível reciclar... se todos tivessem essa preocupação, não havia problemas ambientais. Não podemos esquecer que, começa sempre por nós, não é preciso ser a Câmara, ou as Juntas, ou o Governo a começar a fazer, tem que ser as pessoas a fazê-lo. O problema é que as pessoas têm sempre desculpas. Desculpas essas que não interessam, porque todos nós temos que fazer a nossa parte...” ■
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GENS em festa com São Roque
De 19 a 22 de agosto, a localidade de Gens vais estar em festa com o São Roque. A comissão representada por Alexandre Pinto, refere que será “um regresso em força” da festividade à região. Com uma nova comissão, esta edição será um recomeçar de novo. Para as festas a população pode esperar muita música e animação. No domingo, o dia será animado por duas bandas musicais, a Associação Recreativa e Musical Amigos da Branca e a Banda Marcial de Fermentelos, sendo que a noite termina com um espetáculo de fogo de artificio. Na parte da manhã a missa começa às 11 horas e às 12 horas a procissão sai à rua, acompanhada pela Fanfarra de Lever. No sábado, “haverá um Festival de Folclore organizado pelo Rancho Folclórico de Gens que no qual, agradecemos a colaboração. O momento irá receber participações
do Rancho Folclórico de Gens, do Rancho Folclórico de Paranhos, do grupo Folclórico Cultural Recreativo de Albergaria-A-Velha. Durante o dia, a percorrer o lugar de Gens, teremos o grupo de Bombos S. Tiago a Rufar”. A noite de sexta feira, iremos ter uma noite “mais direcionada para os mais jovens, com uma atuação de duas Tunas académicas e de um DJ a partir das 23 horas. Na segunda feira dia 22, temos o grupo de bombos, num espetáculo com fogo e a partir das 21h, até 22.30h, vai atuar o cantor Toy”. Os organizadores frisam que, ao longo do ano, tem vindo a realizar várias atividades com o intuito de angariar dinheiro para as festas e agradecem toda a ajuda dada pela Câmara Municipal, Junta de Freguesia, Patrocinadores, a própria população e ajuda da Comissão de Culto da Capela de Gens e ao frei Júlio, pároco Foz do Sousa. ■
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Escola Profissional de Campanhã: «Escola à A Escola Profissional de Campanhã é uma instituição de referência no panorama nacional, que conta já com mais de trinta anos de experiência na formação de jovens e adultos em áreas tão diversas e abrangentes como a Informática de Gestão, o Turismo, a multimédia ou as Relações Públicas, a Comunicação, o Marketing e a Publicidade, procurando assegurar um ensino de excelência capaz de cumprir o objetivo primordial da instituição: facultar aos alunos uma sólida formação geral, científica e tecnológica, capaz de prepará-los tanto para o ingresso na vida ativa como para o prosseguimento de estudos. Neste contexto, é fundamental destacar a competência científica e técnica de corpo docente constituído por professores jovens e experientes, que exercem a sua atividade com paixão e que procuram formas constantes de atualização, de forma a, desenvolver junto dos estudantes uma orientação e monitorização eficaz baseada em metodologias e estratégias mais práticas, dinâmicas e motivadoras que aliam a vertente científica e lúdica e que colocam os alunos como construtores do seu processo de aprendizagem, explorando aspetos fundamentais tais como: maior autonomia conferida ao aluno, maior capacidade de organização e gestão, a utilização de uma multiplicidade de ferramentas professor \ aluno, incremento das suas competências digitais, de comunicação e de pesquisa, realização de um trabalho mais individualizado e maior controlo do cumprimento das tarefas por parte dos docentes. Por outro lado, é relevante o papel da escola com ideias claras e inovadoras, bem como, impulsionadora de uma comunidade escolar que se diferencia pela sua dimensão humana, procurando afirmar-se com um espaço integrador da diferença, onde os seus alunos se sintam membros de uma grande família, onde podem desenvolver de forma sustentada e de acordo com a suas vocações e especificidades. Ora, para concretizar este objetivo, há a constante preocupação de estabelecer parcerias com diferentes entida-
des que possibilitam diferentes atividades, nomeadamente conferências sobre diversos temas ligados aos projetos de cidadania de cada turma, participação em projetos nacionais ligados à educação ambiental, tais como os projetos «Eco-Escola» «Escola Azul», «Geração +», «Academia Ponto Verde», «Escola Electrão» ou o projeto «Mapear». Assim, relativamente ao projeto «Escola Azul», trata-se de um programa educativo do Ministério do Mar, desenvolvido na Direção-Geral de Política do Mar, que tem como missão promover a Literacia do Oceano na comunidade escolar e criar gerações mais responsáveis e participativas, que contribuam para a sustentabilidade do Oceano. Este programa distingue e orienta as escolas que trabalham em temas ligados ao mar, criando uma comunidade de Literacia do Oceano que aproxima escolas, setor do mar, municípios, universidades e outras entidades com papel ativo na edu-
cação marinha. Ora, neste âmbito, destaca -se a parceria e intercâmbio estabelecido entre o nosso estabelecimento de ensino e a Escola Básica de Campo de Besteiros (Tondela), Escola Básica de Caxinas (Vila do Conde) Escola Básica Dr. João Rocha Pai, do Agrupamento de Escolas de Vagos (Vagos) ou a Escola Secundária de Palmela (Palmela), integrada no projeto «7 escolas 1 Oceano», que tornou possíveis diversas deslocações entre turmas das diferentes escolas para o desenvolvimento de atividades ligadas ao mar, tais como a Canoagem e outras atividades náuticas, ou atividades culturais como por exemplo a visita à «Nau dos Descobrimentos», em Vila do Conde, a visita ao Museu do Caramulo, entre outros. No que concerne aos projetos «Escola Azul», «Geração +», «Academia Ponto Verde», «Escola Electrão» e «Mapear», estes visam sensibilizar e envolver professores, alunos, funcionários, pais, a comuni-
dade em geral, no esforço da reciclagem a diversos níveis. Paralelamente, a escola tem promovidos ações de sensibilização diversas, com a realização de palestras alusivas ao tema que resultam na realização de diversos trabalhos, por parte dos alunos. De salientar também a existência de iniciativas relevantes no âmbito da preservação ambiental, tais como a realização de uma horta biológica, enquanto meio de sensibilização para a promoção de uma alimentação saudável. Ainda neste âmbito, a escola está envolvida também em projetos internacionais de reconhecida qualidade, tais como o Erasmus, o Etwinning, ou o e-Safety favorecendo o intercâmbio entre turmas e culturas, bem como o despertar do pensamento crítico, a competência comunicação em situação e a consciencialização para a Segurança Digital, cujas práticas adotadas nos conferiram a obtenção de Selo de Ouro nos últimos anos.
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Descoberta do Futuro» projeto “Jovens Repórteres para o Ambiente” com especial destaque para as vertentes de investigação, jornalismo e internet, fotografia e multimédia; Elaboração de artigos. Publicação on-line; MISSÃO JRA JARDIM ZOOLÓGICO DE LISBOA 2022 CONSERVAÇÃO “EX SITU”, 3 DIAS. O enfoque das reportagens será papel dos Jardins Zoológicos na conservação “ex-situ”: oportunidades e desafios.
De salientar, a propósito, que, no presente ano letivo tivemos professores e alunos envolvidos em mobilidade para visitas ao Parlamento Europeu em Bruxelas ou mesmo em países como a Itália e Bulgária (cidades de Varna, Bapha e Sofia). Esta vertente internacional será reforçada nos próximos anos, com novos projetos de mobilidade a serem iniciados, já que o programa 2021-2027 coloca uma forte tónica na inclusão social, nas transições ecológica e digital e na promoção da participação dos jovens na vida democrática. Apoia as prioridades e atividades estabelecidas no Espaço Europeu da Educação, no Plano de Ação para a Educação Digital e na Agenda de Competências para a Europa, assumindo-se assim como importante meio de consolidação das competências exigidas pelo Perfil dos Alunos à saída da Escolaridade Obrigatória. Paralelamente, é a constante consciência da importância de formar alunos capazes de
pensar criticamente e que sejam capazes do exercício de uma cidadania ativa, consciente e empenhada nos temas da atualidade que nos leva a integrar também o programa nacional com vertente também internacional Jovens Repórteres para o Ambiente cuja finalidade consiste em encorajar ações e reconhecer o trabalho efetuado no âmbito da Educação Ambiental. Nesta perspetiva, temos um grupo de alunos que tem cumprido de forma exemplar as diferentes missões a desempenhar que implicam a estadia de alguns dias em “trabalho de campo” e que consistem em observar, inquirir, analisar e reportar o que o envolve, tendo como principal preocupação a abordagem das questões relativas ao desenvolvimento sustentável. Saliente- se que a participação neste projeto potencia as competências sociais e cognitivas dos alunos e permite a realização de um trabalho interdisciplinar, convocando saberes de áreas como o
Português, o Inglês ou a Geografia uma vez que visa as áreas da investigação, recolha e tratamento da informação e comunicação numa perspetiva de Jovens Repórteres para o Ambiente, através de um exercício de intensa reportagem (Missão jornalística). Com efeito, a Escola Profissional de Campanhã, no âmbito deste projeto nas seguintes missões com os objetivos que se enumeram: SEMINÁRIO/ENCONTRO JOVENS REPÓRTERES PARA O AMBIENTE EM BRAGA, DOIS DIAS DE TRABALHO E PARTILHA PARA: Reunir alunos e de forma a incentivar a comunicação, possibilitar uma partilha de objetivos comuns e troca de experiências; Implementar a metodologia inerente ao projeto Jovens Repórteres para o Ambiente, através da realização de workshops baseadas na investigação de um estudo de caso. Debater estratégias e metodologias do
MISSÃO JRA ROCK IN RIO 2022, 5 DIAS Reportar as preocupações de sustentabilidade associadas à organização e participantes de um festival de música; Aplicar a metodologia inerente ao Programa JRA: investigação ambiental e comunicação; Desenvolver competências diversas como: investigação, escrita, trabalho em grupo, domínio da língua inglesa; Investigar boas práticas relacionadas com o desenvolvimento sustentável; Detetar problemas e propor soluções durante o processo de investigação; Proporcionar a um conjunto de jovens a oportunidade de intercâmbio com jovens de outras regiões de Portugal Além disso, a Escola Profissional de Campanhã participa frequentemente em diversas iniciativas como o Campeonato dos Jogos da Matemática, ou concursos de aplicações móveis «AppsforGood», bem como Maratona Internacional de Fotografia - «Changing Planet: Network for Young Photographers», com resultados meritórios. Deste modo, não temos dúvidas que, pelas razões expostas, a Escola Profissional de Campanhã se afirma como o lugar ideal para todos os que procuram através do ensino profissional um futuro de excelência, sendo que ao longo deste processo consideramos ter feito jus ao nosso projeto educativo - «Escola à Descoberta do Futuro», na medida em que enfrentamos o desafio e crescemos juntos na dificuldade, procurando compreender a especificidade do momento que vivemos e apostando na competência, inovação e qualidade como resposta para todos os desafios. ■
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PAULO FERREIRA: “Cumpre-me alertar para o que está errado no concelho onde decidi viver” que eles é que me têm ajudado a mim. Eu acho que isto é mútuo. Eles têm um projeto muito interessante, apesar de haver pessoas que critiquem o seu trabalho. Trabalho este que é de louvar porque, o que eles fazem não se vê nos dias de hoje. Associei-me a eles, porque na minha opinião, eles fazem um trabalho isento de interesses, um trabalho expontâneo, por própria iniciativa.
Provavelmente, os nossos leitores já conhecem um pouco da sua história e é interessante que, todos os seus trabalhos têm ganho reconhecimento no exterior, tendo até já sido premiado no Brasil, nos EUA e agora até na Turquia, é uma lista muito vasta de países e concursos, mas pergunto-lhe, como é obter este reconhecimento constantemente? Sente que chega a um ponto que é habitual? Não é habitual e para mim, os prémios não são o mais importante. É evidente que ajuda. Ajuda-me pessoalmente. Mas o mais importante é o reconhecimento, porque motiva-me para continuar o meu trabalho. O reconhecimento lá fora e aqui dentro também, apesar de ser aos poucos e mais difícil, vou tendo algum. Numa das últimas entrevistas que o Paulo fez com o VivaCidade, sobre um recente trabalho que apresentou, referiu que a Câmara não esteve presente e que essa situação entristecia-o por ser gondomarense… Eu escolhi Gondomar para realizar a apresentação do documentário dos Açores, podia ter feito noutro sitio qualquer. Mas eu fiz questão que fosse cá. No entanto, a primeira fila do auditório esteve deserta e eu convidei todos eles. Justificaram, posteriormente, porque oficialmente não me comunicaram nada. Mas cheguei a questioná-los, como é que ninguém do município, ligado ao ambiente, fosse quem fosse, estava lá a representá-lo. Perante esta situação, fiquei desmotivado, porque tinha escolhido a minha terra para mostrar o documentário e oficialmente, não estava ninguém. Assuntos esses que o preocupam constantemente tanto que, por norma é a base dos seus documentários. É nessa linha que o questiono, como é que vê o ambiente em Gondomar, visto que é uma pessoa que está constantemente ligado ao mesmo, tanto que, por exemplo, neste último ano, cresceu um companheirismo entre o Paulo e os Rapazes de Jancido… Esse companheirismo que surge é natural e espontâneo, porque quando comecei a acompanhar o trabalho deles, foi com um determinado objetivo que consistia na realização de um video promocional do PR1. Depois, acabei por os conhecer e aos poucos cativaram-me, principalmente pela dedicação com que desempenhavam o seu trabalho, para não falar das histórias que eles tinham. Depois, com a pandemia, comecei a acompanhar o trabalho ainda mais próximo, o que depois deu origem ao documentário “Rapazes de Jancido”. Agora, estou a realizar um filme sobre as “Raparigas de Jancido”, porque é a opinião do ponto de vista das suas mulheres. É interessante porque o Paulo tem realizado muitos trabalhos em volta daquela zona, sente que o alto concelho tem muita potencialidade para ser um ex-libris de Gondomar?
Sim. Eu vivi nas Medas desde os meus 6 anos, até aos 25 anos. Eu adoro o alto concelho. Tem muito espaço natural e depois há zonas em que a maioria dos gondomarenses, desconhece. Mas curiosamente, essa também é uma questão que me incomoda um pouco, porque, por vezes dizem que não ligo muito à minha Terra, no entanto, estão errados, porque o maior gosto que eu tinha era que alguém do alto concelho propusesse um trabalho. Aliás, eu já lancei as sementes. Eu tinha todo o gosto de fazer alguma coisa por essa terra, mas não, ninguém faz nada. Considera que há freguesias em Gondomar nessa situação, em que são pouco exploradas na sua promoção e que acabam por ficar mais isoladas? Sem dúvida. Mas não há iniciativa privada. Por exemplo, no caso dos Moinhos de Jancido houve. Os Rapazes juntaram-se e decidiram reconstruir aquela zona. Mas não é uma situação transversal a todas… onde é que nós temos natureza que é o que interessa preservar? É nas freguesias do alto concelho. As freguesias mais urbanas, não tem esse interesse. Mas, na minha opinião, neste momento, considero que tudo o que são meios, são canalizados para as freguesias mais urbanas e as outras são mais esquecidas. No entanto, é caricato, porque se foi criado o Parque das Serras do Porto, porque é que não apostam nessas freguesias para maximizar esse projeto? Na minha opinião parece que as freguesias que estão ao seu redor são apenas uma fronteira física, porque não se interligam com o Parque. Por outro lado, provavelmente estas freguesias não tem a mesma verba que as outras têm. Isso custa-me um pouco. Hoje, o único interesse é marcar trilhos, por meios dos eucaliptos. Isso não chega, há muito mais a fazer. Este trabalho que é necessário ser feito, começava desde logo por ordenar a plantação massiva de eucaliptos. Mas isso são outras histórias.
De facto, Gondomar possui uma vasta diversidade de fauna e flora. É nessa linha que surge um dos seus mais recentes trabalhos que é o livro “No Silêncio dos Moinhos”, que será apresentado no dia 16 de julho. Foi fácil realizar o processo de seleção das fotografias? Não, não foi nada fácil. Eu estou a trabalhar neste livro há um ano. Primeiro fui compilando um conjunto muito vasto de fotografias de Fauna e Flora. Depois, escolhi as melhores. O que é certo é que dessas mil ou 2 mil fotografias, ficaram 100\150. Depois comecei a construir o layout do livro. Este projeto surge no seguimento do documentário, dai o nome “No Silêncio dos Moinhos”, o livro. Porque, à medida que filmava, fui tirando fotografias e mesmo depois de terminar o documentário, ia para lá fotografar. Todo este livro foi realizado e estruturado de forma a que os tons coincidissem, nada foi ao acaso. Mais recentemente, tive a ideia de convidar os Rapazes de Jancido e não só, porque também convidei os familiares deles, para que escrevessem uma legenda de acordo com as fotografias. Para além da legenda, o livro contem o nome da espécie e o seu nome científico. É um livro simples de fotografia que deu muito trabalho para chegar a este resultado final. Como é que se sente ao ver o trabalho final? É espetacular. Eu já tinha feito um livro da Patagónia, mas foi um trabalho diferente. Este livro foi pensado com mais tempo e foi mais trabalhado. Ver o resultado final preenche-me de orgulho, um trabalho proveniente de um documentário que até ao final do mês vai passar na SIC. Então esta é uma forma até de promover Gondomar e o trabalho desenvolvido pelos “Rapazes de Jancido”… Muitas vezes criticam-me de estar a ajudar muito os “Rapazes de Jancido”, o que discordo. Eu digo muitas vezes até a eles,
Sobre o ambiente, o Paulo tem manifestado a vontade de cada vez mais, aproximar-se das escolas. Considera que o seu testemunho ajudaria as crianças a ter outra noção da natureza? Eu acho que de facto, é de pequenino que se educa e para mim, dá-me imenso prazer ir às escolas. Desde o inicio senti que o meu trabalho tinha que ser apresentado nas escolas, mas não tinha essa possibilidade a nível do município. Eu tinha e tenho todo o gosto em ir e falar com os alunos sobre o meu trabalho. E não é com o intuito de me dar a conhecer. Não. O intuito é levar os trabalho que faço, através das minhas histórias, porque elas acabam por ser didáticas e pedagógicas. Para além disso, as minhas histórias passam a ideia de que temos que sair da caixa. Temos que experimentar desafios novos, porque quando arriscamos é que aparecem coisas boas na nossa vida. Se não tivesse arriscado com o TimeLapse, não tinha chegado até onde cheguei, nem teria conhecido o mundo como o conheci. Eu tive pessoas que tentaram desencorajar-me, mas arrisquei e consegui. Eu realizei recentemente um trabalho com a escola de Valbom e para mim, foi um dos melhores momentos que já tive no concelho de Gondomar. Quanto ao futuro? O que é que podemos esperar? Como já referi, um dos meus documentários vai passar em breve na SIC. No dia 16 de julho será o lançamento do livro, na Fundação Júlio Resende, que se disponibilizaram de imediato para o receber. Dia 23 de julho, iremos exibir dois documentários nos Moinhos e queria ver se, até essa data, conseguia concluir o documentário das “Raparigas de Jancido”. Depois, vou começar um novo projeto nos Açores, onde fui convidado pelo Município da Ilha das Flores, para fazer um documentário da ilha. Vai ser um projeto muito interessante e diferente. E há uma mensagem que eu gostaria de deixar que é, enquanto fotógrafo de natureza e realizador de vídeos e filmes sobre a problemática ambiental, cujos trabalhos contêm narrativas muito atuais, sendo alguns deles premiados em diversos países, não posso “assobiar para o lado”, fechar os olhos aos problemas que assolam o meu município. Alguns deles surgidos em virtude de causas naturais, outros por ideologias erradas. Cumpre-me alertar para o que está errado no concelho onde decidi viver. Nós temos muito potencial em Gondomar. Para mim, o Alto Concelho, aqui na zona do Grande Porto é a melhor zona para o turismo. ■
VIVACIDADE | JULHO 2022
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LANCASTER COLLEGE comemora fim do ano letivo
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O Lancaster College de Gondomar- Escola de Línguas, festejou o fim de mais um ano letivo com a sua comunidade educativa. Entre alunos, famílias e staff, um grupo de mais de 120 pessoas passaram um dia memorável no Parque Aquático de Amarante com muita diversão nas inúmeras atrações disponíveis.
Não faltou o piquenique, para que a comunidade se pudesse conhecer melhor e estabelecer laços. A atividade teve também cariz solidário, com donativos a entregar a uma associação de ajuda aos refugiados ucranianos no Porto. Ficou a promessa de haver para o ano letivo 22/23 mais surpresas. ■
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SOCIEDADE
FESTAS DE SÃO TIAGO E SANTA LUZIA recebem José Malhoa A freguesia de Fânzeres não pára de dar cartas no que concerne às Festas de Verão. Depois do sucesso das Festas em honra à Sr.ª Auxiliadora, Santa Bárbara e São Vicente, a Junta de Freguesia, em parceria com a paróquia de Fânzeres, apostam mais uma vez num cartaz de peso para atrair a população. Desta vez, Sofia Martins, Presidente da Junta de Freguesia, abre o jogo e anuncia que a cabeça de cartaz das Festas de São Tiago e Santa Luzia é o conterrâneo José Malhoa, uma personalidade de renome e muito requisitada da música popular portuguesa. O concerto será no dia 22 de julho, sexta feira. Para além das habituais Tasquinhas e do grande espetáculo, são ao todo cinco dias de festa, com muita música, animação e dança. As festividades contarão ainda com uma feira de artesanato. A procissão decorrerá no dia 24 de julho, pelas 10 horas, sendo acompanhada pela Banda Musical de São Pedro da Cova e pela Fanfarra do
Agrupamento 328/Escuteiros de Fânzeres. A missa será às 11 horas. Para a edil, as últimas festas demonstraram que a população está muito envolvida com as festividades, sendo que, a realização do tradicional tapete “foi um sucesso. Para nós, é muito importante sentir o apoio da população para que tudo corra bem e para que as tradições se mantenham. É visível o carinho que as pessoas tem por estas tradições da nossa freguesia”. Quanto ao futuro Sofia Martins anuncia que quer continuar a ajudar na realização dos próximos tapetes, dado que “fazem parte da nossa história e estão presentes na nossa monografia”. Antes de terminar, a responsável da freguesia reconheceu a enorme importância da paróquia para que “tudo corresse bem” e deixou ainda uma palavra de agradecimento e de congratulação à Comissão de Festas pelas preparação da cerimónia religiosa. Depois das festas de São Tiago e de Santa Luzia, pode apontar já na sua agenda as festas em honra ao Divino Salvador, que irão decorrer entre os dias 5 e 7 de agosto. Animação musical, fogo de artifício e as tradicionais tasquinhas não vão faltar. ■
AREJA em Festa na Lomba É já neste fim de semana que a festa da Areja está de volta para celebrar o verão em grande. Após a interrupção causada pela pandemia, a festa promete voltar em força, para animar a população. “Este é um festival humilde, um festival da terra”, começa por descrever Rui Vicente, Presidente da Junta de Freguesia da Lomba. O festival irá decorrer em Areja, uma localidade da freguesia da Lomba que o edil a descreve como “Mágica, pela sua beleza ímpar, onde a beleza do rio e da natureza em volta da zona urbana se fundem de uma forma harmónica”. Para Rui Vicente era urgente devolver a alegria e a animação às pessoas, principalmente depois do sentimento vivido na pandemia. Nesse sentido, a Junta de Freguesia teve a preocupação de realizar um reforço no orçamento do cartaz, para tornar o festival mais atrativo para as pessoas: “Durante estes dois anos de pandemia, como Presidente de Junta tive a noção que as pessoas estavam tristes e desanimadas. Notava-se que havia falta de convívio, falta de comunicação, de diversão… sempre que abordava as pessoas na rua, elas perguntavam-me se não íamos ter nada… ou seja, notava-se uma grande tristeza. É nesse sentido que temos que ser exigentes este ano, porque vamos trazer a normalidade e vamos proporcionar um fim de semana de muita alegria e animação. Como é obvio, nós não queremos falhar e é por isso, que estamos a dar tudo”.
O edil explica que devido à paragem, este ano a organização está a ser mais difícil: “Com a quebra dos dois anos, perdemos o ritmo que tínhamos. Diria que estamos a criar este festival de novo, daí a nossa preocupação de criar um cartaz atrativo”. Para o responsável, a realização deste festival está a ser possível graças “Ao apoio da Câmara Municipal de Gondomar, das associações e da comunidade local. Todos se esforçaram e disponibilizaram os seus recursos para que este festival seja uma realidade”. Sobre o cartaz, a noite de sexta feira começa com um momento musical proporcionado pelas concertinas, seguindo-se do cantor do sucesso “Põe a mão na cabecinha”, Vítor Gonçalves, e terminado o dia com o momento Festa Total. No sábado, depois da atuação das concertinas, o cantor Jorge Guerreiro, que participou até no Big Brother, sobe ao palco para trazer animação a todos os presentes. A noite termina com Festa Total. No domingo, as festas começam mais cedo, às 16 horas, com o Duo Sombaile e às 21h 30, a Banda Nova Dança sobe ao palco para terminar o festival em grande. Para terminar, Rui Vicente, diz ainda que “O tempo vai estar ótimo e de certeza que será muito agradável. Comida, animação e muita música não vão faltar. O local é mágico e vale a pena visitar. O festival da Areja é o local ideal para as pessoas passarem o seu fim de semana e se divertirem”. Rui Vicente acrescentou ainda que, de 12 a 14 de agosto, no Cais de Pé de Moura vai realizar-se o 7º Festival Peixe do Rio. ■
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SOCIEDADE
“FROM GRANNY GONDOMAR recebe distinção de Município Amigo da Juventude TO TRENDY”: Clube de Costura Criativa
No final do mês de junho iniciou-se na Junta de Freguesia de São Pedro da Cova, o projeto de inclusão social “From Granny to Trendy”. Promovido pela associação 1000 rostos, detentora da marca Vintage For a Cause, é um projeto que se encontra em itinerância pelas freguesias do concelho, sendo acolhido desta vez pela Junta da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova. Sobre o projeto, Sofia Martins, Presidente da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, refere que “foi um sucesso, tanto que nós decidimos avançar com o curso. Em setembro, iremos realizar em Fânzeres”. A edil informou ainda que, irá haver um desfile final com
as peças confeccionadas. O Vintage For A Cause (VFC) é uma marca de roupa que reutiliza desperdício têxtil e promove a inclusão social, através de clubes de costura, para mulheres com mais de 50 anos, sem ocupação profissional. O principal objetivo é ocupar pessoas, com recurso à transformação e reutilização de roupa e materiais, com dois fins: primeiro, a criação de rede de suporte social através do contacto e convívio entre as participantes; e, em segundo lugar pretende facilitar um modelo de aprendizagem ao longo da vida e de educação não formal através da partilha de conhecimentos de costura técnicas de reciclagem criativa. ■
O Município de Gondomar foi distinguido como Município Amigo da Juventude, concluída a integração na Rede Nacional de Municípios Amigos da Juventude, criada pela Federação Nacional das Associações Juvenis (FNAJ). Esta plataforma tem como missão consolidar a ligação e cooperação entre o movimento associativo juvenil e as autarquias, traduzindo-se numa rede de contacto e compromisso para a implementação de reais políticas de juventude, potenciadora de uma abordagem inovadora na forma de encarar as questões da participação jovem. Ao integrar esta Rede, o Município de
Gondomar eleva o seu atual compromisso para com os jovens e as jovens do concelho, potenciando a criação de mais e melhores políticas amigas da Juventude, por meio da partilha de boas práticas, da criação de estratégias e da promoção de sinergias associativas. Para tal, o Município trabalhará de perto com a FNAJ, com vista à criação e otimização das ferramentas de participação e dos espaços de diálogo jovem, com tradução na dinamização de planos de ação de políticas e projetos amigos da Juventude, isto é, impulsionadores de uma emancipação condigna da Juventude e de uma maior participação e iniciativa jovem. ■
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CIDADE DE RIO TINTO comemora 27 anos
A cidade de Rio Tinto, composta pelas freguesias de Rio Tinto e Baguim do Monte comemoraram 27 anos de história, no dia 21 de junho. Ao todo, foram três dias de festa, onde animação, promessas e novidades não faltaram. Marco Martins, no seu discurso destacou a importância do papel das Juntas de Freguesia junto às populações e reforçou a importância da transferencia de competências para que as Juntas possam desempenhar da melhor forma o seu trabalho. O Presidente da Câmara de Gondomar referiu ainda que já foram investidos desde o início do seu mandato mais de 40 milhões de euros na cidade de Rio Tinto, com o intuito de requalificar e melhorar as duas freguesias. O edil referiu ainda que espera daqui a uns anos inaugurar o Parque Urbano de Baguim do Monte. “A nossa obrigação é trabalhar para aumentar a qualidade de vida deste território, é por isso também que não me canso de di-
zer e que nem toda a gente gosta de ouvir, aqui é a maior cidade do concelho de Gondomar”, acrescentou o autarca. Francisco Laranjeira não escondeu a sua felicidade a todos os presentes e reforçou a ideia de que como em qualquer aniversário “dá-mos prendas e neste caso damos à cidade”. Foi nesta linha que o edil acrescentou que “Para além do Parque da Cidade que foi inaugurado e que agradeço à Câmara, nós também inauguramos aqui, pela Junta, o Parque do Campinho, que finalmente é uma realidade. Hoje temos três Parques e pretendemos continuar”. O autarca referiu ainda o seguinte: “Continuo feliz, porque vejo de facto que esta cidade continua a desenvolver-se. Continuo feliz porque vejo a Câmara a fazer obras e as contas certas, porque as contas estando certas, nós conseguimos fazer ainda mais obras”. Ainda sobre as prendas, para além do Parque Urbano que para o Presidente já é uma realidade, Francisco Laranjeira, "provocou" Marco Martins ao desafia-lo a colaborar com a futura casa etnográfica
de Baguim do Monte: “O projeto já está feito, temos uma casa que era uma antiga escola e lá teremos um auditório que irá abranger mais pessoas, para os próximos aniversários… estou feliz, porque daqui por dois anos podemos estar a inaugurar essa obra…” Marco Martins, respondeu ao repto e comprometeu-se na ajuda da sua construção. “A questão aqui não é propriamente a parceria, é algo mais profundo do que isso, é uma ligação que vem de trás e que mesmo com a criação da Freguesia de Baguim do Monte isso não nos diminuiu, mas pelo contrário nos fortaleceu. Comemoramos e salientamos o que nos une e nos liga, muito mais do que aquilo que nos poderia dividir”, refere Nuno Fonseca, Presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto. Sobre esta união, o edil acrescenta o seguinte: “Acho que sim, certamente que com a ligação que as duas Autarquias têm, muito mais iniciativas surgirão, tal como uma que já temos e que muito nos orgulha que é a Medalha de Mérito da Cidade de Rio Tinto”.
As comemorações começaram antecipadamente, no dia 18 de junho, com o XV encontro de Bandas da Cidade de Rio Tinto e com um, desfile das mesmas desde o Largo do Mosteiro, em Rio Tinto, até à Junta de Freguesia. No dia 21 de junho, o “grande dia” começou com a inauguração do Jardim da Cidade de Rio Tinto, localizado na Praceta Carlos Amaral, em Rio Tinto e com a inauguração do Parque Infantil do Campinho, na Rua Nova do Campinho, em Baguim do Monte. No mesmo dia, à noite, decorreu no Auditório Carla Laranjeira, situado na Junta de Freguesia de Baguim do Monte, a Sessão Solene do Aniversário da Cidade de Rio Tinto, seguindo-se da entrega de medalhas de Mérito da Cidade e a inauguração de uma exposição. As comemorações terminaram no dia 25 de junho, com um jogo de futsal entre autarcas das Juntas de Freguesia de Rio Tinto e Baguim do Monte que decorreu no Polidesportivo do Castro, em Baguim do Monte. ■
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RIO TINTO renova zona envolvente da Igreja
Durante o ano de 2021 e 2022, cerca de 20 espaços verdes já foram intervencionados nesta freguesia, sendo alguns deles com uma dimensão muito significativa, como é o caso da Quinta das Freiras e o Largo do Mosteiros. Desta vez, toda a zona verde que envolve a Igreja Matriz de Rio Tinto foi intervencionada. Para a Junta de Freguesia, a requalificação deste espaço vai mais além do que simplesmente dar um novo ar em termos urbanísticos, o principal motivo desta obra interliga-se com a questão ambiental. Nesse sentido, a remodelação e o cuidado com os jardins são uma das suas principais preocupações, “Pois além da questão estética temos acima de tudo a questão ambiental e de termos espaços verdes, com uma gestão equilibrada e diminuta no que se refere à sua manutenção e, acima de tudo, ao consumo de água potável”, explica Nuno Fonseca, Presidente da Freguesia. O edil sublinha a importância de preservar e manter o equilíbrio ambiental na sua freguesia, principalmente por ser uma das mais movimentadas de Gondomar: “Uma cidade como a nossa tem que ter área verde que equilibre com o excesso de betão que já temos e por isso, estes espaços são fundamentais para que as pessoas quando circulam pela cidade sintam a sua beleza e sintam acima de tudo que
estamos perante um espaço urbano cuidado e aprazível”. O investimento realizado é sempre direcionado para espécies mais sustentáveis e resistentes, é nessa linha que Nuno acrescenta que, “Estes espaços são sempre muito dispendiosos pois a sua requalificação inclui não apenas a parte dos relvados, como também plantas e sistemas de rega, mais novos, mais adequados e acima de tudo, que tenham uma gestão muito mais eficiente da água, pelo que a Junta já investiu nestes espaços mais de 100 mil euros”. Ainda com o intuito de manter a freguesia mais ecológica, o executivo instalou uma iluminação Led, dado que é mais económica. Paralelamente à requalificação dos jardins da zona, a fachada da Igreja também foi intervencionada, com o intuito de criar uma harmonia visual no local e destacar um dos maiores símbolos desta freguesia, a Igreja Matriz. Para este executivo é importante deixar a marca de Rio Tinto como uma eco-freguesia. Recorde-se que Rio Tinto, tem vindo a ser anualmente destacado pelas sua práticas ambientais, é nesse sentido que, todas as atividades da freguesia são sempre desenvolvidas, tendo como prioridade o ambiente, “Nós iremos preocupar-nos sempre com a nossa pegada ecológica, porque Rio Tinto é uma macro freguesia. Temos que pensar nas gerações vindouras e no nosso planeta”.■
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SOCIEDADE
BALANÇO POSITIVO para as Festas de São Pedro e São Paulo Entre os dias 29 de junho e 3 de julho, foram centenas de pessoas que passaram pelas festas em honra aos Padroeiros São Pedro e São Paulo que aconteceram na freguesias e São Pedro da Cova. A comissão de festas, representada por Carlos Moura fez um balanço positivo destes cinco dias de animação. Com um programa recheado a animação esteve presente nas terras mineiras. Neste pós pandemia, “As festas regressam com força à Terra”. Na quinta feira, a noite foi contemplada com um espetáculo de teatro Via Crucis que, segundo o responsável “quem foi ver ficou arrependido por não terem trazido mais familiares e amigos”. Um espetáculo que na perspetiva de Carlos ficará “na memória” das pessoas que assistiram. Quanto à tradicional Sardinhada, na sua perspetiva, “correu muito bem, foi pena não terem havido mais sardinhas, porque se não ia tudo”. Quanto à música, “O Encontro de
Folclore foi de grande qualidade e o Stukas deram um enorme espectáculo, onde estavam muitas pessoas a assistir. O Conjunto Flashshow foi dentro do que estávamos à espera, onde sentimos uma enorme adesão por parte do público. Quanto à Cláudia Martins e os Minhotos Marotos foi o maior momento das festas. Diria até que foi magnifico! Estava tanta população a assistir, que era uma coisa
impressionante, não havia lugares nem para estacionar”. As festividades foram ainda brindadas com um momento de pirotecnia que, apesar dos problemas técnicos que atrasaram um pouco o espetáculo, “foi muito bom. A única pena é que com o atraso, muitas pessoas acabaram por ir embora. E isso, deixou um bocado de mágoa e tristeza em nós”.
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Quanto ao futuro, acrescenta o seguinte: “Para o ano a Comissão quer continuar, mas não tem orçamento para igualar a qualidade das festas. É preciso mais apoio por parte das entidades públicas. Nós demos este ano o máximo para a recolha de verbas nas empresas e peditórios à população, mas isso só não chega. Sabemos as dificuldades que as empresas atravessam e este ano, até alargamos mais a zona de peditórios, mas não foi o suficiente. Tivemos um bar que funcionou muito bem, foi o melhor de sempre. Temos vontade de continuar mas o orçamento não dá para tudo. E nós não queremos baixar a qualidade das nossas festas. Temos muitas despesas com luzes, geradores, palcos… Nesta altura que existem muitas festas, os preços ficam demasiados inflacionados, se fosse noutra altura os preços eram mais baratos”. Ainda sobre as próximas festas disse que a comissão vai reunir “Para ver as condições que temos de continuar, porque é esse o nosso objectivo. Queremos ainda o regresso das Marchas Populares, pois essa é uma tradição da nossa população. Nós estamos motivados, mas faltam mais apoios para continuar”. ■
GONDOMAR recebe iniciativa de Bombeiro D’Ouro Inserido nas comemorações do centenário dos Bombeiros Voluntários da Areosa-Rio Tinto (BVART), decorreu no final do mês de junho o Encontro Distrital de Escolas de Infantes e Cadetes do Distrito do Porto- Bombeiros D’Ouro. No evento participaram cerca de 200 Infantes e cadetes dos Corpos de Bombeiros do Distrito do Porto. Este é um encontro que reúne e demonstra o trabalho que é desenvolvido pelos bombeiros, com as escolas de infantes e cadetes, e serve para colocar os conhecimentos adquiridos pelos mais novos em prova. O final do evento contou com um desfile das escolas, até ao Parque Urbanos de Rio Tinto. Esta foi uma iniciativa organizada pelos Bombeiros de Areosa-Rio Tinto, que contou com o apoio da Câmara Municipal de Gondomar e a Federação de Bombeiros do Distrito do Porto.■ PUB
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NUNO FONSECA: "Sinto a pressão para serem umas Festas Riotintenses querem e esperam de nós" Uma festa de peso no concelho que une gerações. Uma festa há muito tempo ansiada que após a pandemia, devolveu a vida a uma das freguesias mais movimentadas do município de Gondomar, Rio Tinto. Até ao dia 17 de julho, está de volta a maior festa da cidade de Rio Tinto, as festas em hora a São Bento das Peras e de S. Cristóvão 2022. São dez dias de festa, onde música e animação estão garantidas. Desde o dia 8 de julho, já foram milhares de pessoas que passaram pelas ruas de Rio Tinto. O cartaz do evento conta com grandes nomes tais como, a cantora Gisela João, que irá abrilhantar a noite do dia 15 de julho, no Parque Urbano de Rio Tinto. No sábado, será a vez do cantor Marcus subir ao palco. O dia 16, encerra com chave de ouro, com um momento de pirotecnia. Nuno Fonseca, edil desta freguesia esteve à conversa com o Vivacidade e levantou o véu quanto à exigência da organização deste evento. Este ano, as festas tem outro sabor para a freguesia, porque é o voltar pós-pandemia. Nesse sentido, sentia que a população estava ansiosa para esta semana de festa? Sim, certamente que esta nova fase no pós-pandemia ajuda a que haja uma ansiedade maior com o regresso das nossas festas. O São Bento das Peras e o São Cristóvão são as principais festas da cidade de Rio Tinto e são um momento de união e de partilha de toda a nossa enorme comunidade, diria mesmo que é um momento de orgulho para todos, por isso, sem dúvida que há uma grande vontade e desejo, diria mesmo, ansiedade pelo regresso.
Muitas dezenas de milhares de pessoas, principalmente nas duas grandes noites que vamos ter, com o concerto da Gisela João e com o Fogo de Artifício que este ano será abrilhantado com um espetáculo de som e luz inicial.
A pandemia dificultou a organização das Festas? A pandemia em si não propriamente, pois já estamos a trabalhar sem restrições e confiando nos cuidados que cada um já sabe neste momento que pode e deve adotar para consigo e para com os outros. Mas os efeitos da pandemia, nomeadamente com as questões da inflação dos preços, contratação de serviços, entre outros, sim são um problema e mais uma dificuldade a ultrapassar.
deste fenómeno. Neste momento há um aumento muito grande do investimento por parte da Câmara Municipal de Gondomar e pela Junta de Freguesia de Rio Tinto, sendo esta última, a principal financiadora destas Festas e da organização das mesmas.
Qual foi o valor disponibilizado para as mesmas? As Festas estavam em queda alguns anos atrás e foi preciso que as Autarquias investissem de uma forma mais forte, diria mesmo que foi necessário que resgatássemos as Festas para que houvesse uma inversão
É importante para Rio Tinto, continuar a investir nestes eventos? Obviamente que sim. Somos uma grande comunidade que necessita de eventos que sejam um momento de partilha e de confraternização, e acima de tudo, que sejam momentos de dinamismo e de promoção do ter-
ritório. Neste caso em específico, estas Festas são as principais festas da Cidade e por isso mesmo têm uma necessidade e uma importância muito maior. Sente a pressão por ser uma das maiores festas do concelho? Sinto a pressão para serem umas Festas à dimensão de Rio Tinto e ao nível daquilo que os Riotintenses querem e esperam de nós. Quantas pessoas espera receber em Rio Tinto para estas festividades?
Faria alguma coisa diferente? Estamos ainda na fase da organização e no decurso das festas, por isso, se soubesse que deveria fazer alguma coisa diferente faria-o. A questão aqui é que estamos sempre limitados pelo nosso parco e limitado orçamento. Estas não são as Festas do Concelho e não são financiadas na sua maioria por um Município, pelo que mesmos sendo grandes são sempre limitadas pela nossa capacidade financeira e de organização que está ao nível de uma Freguesia, que sendo grande, não deixa de ser apenas uma Freguesia. Qual o desejo para o futuro? O desejo será que tudo corra bem e que no próximo ano cá estejamos todos para continuarmos a festejar e a participar nas nossas Festas e que as mesmas sejam, nem que seja apenas um pouco, melhor daquilo que conseguimos que sejam este ano. ■
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à dimensão de Rio Tinto e ao nível daquilo que os JOSÉ TEIXEIRA - VISITANTE Natural de Rio Tinto, José não escondeu a satisfação de ver as grandes festas de volta à sua freguesia. Para o riotintense, as festividades já faziam muita falta na sua freguesia. José referiu ainda que fica feliz por ver a animação das pessoas de volta às ruas. ■
SÉRGIO TEIXEIRA - PROPRIETÁRIO DA CASA ERMIDA Sérgio Teixeira, é o proprietário da Casa Ermida e está com o seu espaço nas Festas em honra a São Bento das Peras e de S. Cristóvão. Para o responsável, este regresso das festas pós pandemia está a correr melhor que nunca, diria até que está a ser um regresso “maravilhoso”. Para Sérgio, as festas estão a ajudar muito na recuperação de tudo o que foi perdido com a pandemia. O proprietário sublinha ainda que desde que começou as festas têm recebido muitas pessoas e sente a ansiedade das pessoas em viver estas festas. ■
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SOCIEDADE
GONDOMAR passa a ser um Centro “EUSOUDIGITAL” O Município de Gondomar é a partir de agora um centro “EUSOUDIGITAL”, passando a disponibilizar apoio permanente a pessoas que não tenham qualquer interação com o mundo online e que queiram adquirir competências digitais básicas essenciais ao dia-a-dia. Desta forma, o Município passará a dispor de ações administradas por mentores voluntários que têm como objetivo a capacitação digital de adultos acima dos 45 anos. O programa terá particular incidência na adaptação às novas realidades de emprego que dependem do acesso à internet e no combate ao isolamento através de ferramentas digitais de comunicação. O “EUSOUDIGITAL” tem como objetivo promover a capacitação digital de 1 milhão de adultos em Portugal até ao final de 2023, através de uma rede de mais de 30 mil voluntários, apoiados em mais de 1.500 Centros a nível nacional. O programa junta o Estado Português através da estrutura Missão Portugal Digital, a Caixa Geral de Depósitos e o MUDA - Movimento pela Utilização Digital Ativa, sendo cofinanciado pelo Portugal 2020 e pelo Fundo Social Europeu da União Europeia. ■
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SOCIEDADE Tentou carreira no futebol, mas foi na música que vingou. Com 38 anos de carreira, António Luis Cortez Marante é um homem com uma carreira ímpar na música tradicional portuguesa. Um cantor e compositor que faz as delicias das festas populares, seja na aldeia, ou na cidade. Não importa a geração ou o local no país, ou no planeta, o nome Marante é conhecido e reconhecido por todos os portugueses. Rosto principal dos Diapasão, dá voz a grandes hinos da música pimba, tais como “A bela Portuguesa”, “Garçon”, ou ainda, o “Som de Cristal”. Um artista de mão cheia que já conquistou muitos prémios, entre eles discos de ouro e platina: um de platina, 20 discos de prata e 9 de ouro. Apesar de não ter nascido em Gondomar, escolheu o nosso município, mais concretamente Fânzeres para viver, considerando ter criado um carinho especial pela terra.
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CULTURA
ENTREGA DOS PRÉMIOS
do Concurso Quadras Populares ao São Pedro A Junta da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova entregou, no mês em que se comemora o São Pedro, os prémios aos vencedores do 39º Concurso das Quadras Populares ao São Pedro 2022. “A maior parte de inscrições que obtivemos foi para fora da zona do Porto”, começa por explicar Sofia Martins, Presidente da União de Freguesias. Sofia Martins anuncia ainda que, no concurso foram apresentados 82 trabalhos, sendo 59 de adultos e 23 na categoria de sub-18, num total de 56 concorrentes. Sobre o concurso a edil anuncia ainda que é um evento que irá continuar no futuro porque valoriza a tradição e os poetas populares. Sobre os vencedores, o primeiro prémio foi para Manuel Jorge Correia da Silva, de Almada, com a Quadra “Santinho”. O segundo lugar foi para Maria Gabriela Bacelar, com a quadra “Mar e Sol” e o terceiro lugar para “Orvalhadas”, de Ermelinda Sousa Ramos Costelha Santos Costa, de Gondomar (S. Cosme). Na categoria Sub-18, o júri decidiu atribuir o primeiro prémio à quadra “Melro”, de To-
1.º Prémio Não há fogueira sem chama Nem manjerico sem cheiro Não há paixão sem a cama Nem São Pedro sem chaveiro Santinho - Manuel Jorge Correia da Silva (Almada)
2.º Prémio Mesmo já não sendo nova Ainda sou mulher gaiteira Vou a S. Pedro da Cova Para saltar a fogueira Mar e Sol - Maria Gabriela Bacelar
3.º Prémio São Pedro os teus festejos Revividos nas noitadas, Trazem saudades e beijos Regados com orvalhadas
Orvalhadas - Ermelinda Sousa Ramos Costelha Santos Costa (S. Cosme/Gondomar)
Categoria Sub-18: 1.º Prémio São Pedro, nos teus festejos Ansiamos participar Nos arraiais, dando beijos Com foguetes a estoirar Melro – Tomás Fernandes Domingues (Miranda do Douro)
más Fernandes Domingues, de Miranda do Douro. O segundo prémio foi para “Horse Men”, de Dinis Pedroso Rito, da Maia e o terceiro lugar foi para Pseudónimo “Quim Roscas”, de Rúben Daniel Gaspar Paiva, de Arouca. Para além dos seis classificados, o júri atribuiu ainda sete menções honrosas às seguintes quadras: Iris – Ana-
bela Brás Piedade (Almada); Mar e Sol – Maria Gabriela Bacelar; Teófilo Pessoa – José Manuel Pereira Gonçalves (Almada); Afonsus – Rui Alberto Cruz de Sousa (Santa Marta); Felibrinal – Paulo Pereira Viegas (Viseu); Poeta Feliz – Renato Manuel Bravo Valadeiro (Estremoz); Lobo do mar – José Rosa Rosado Motrena (Setúbal). ■
2.º Prémio São Pedro as orvalhadas São gotinhas incolor, Na noitada… comparadas Às mil lágrimas de amor
Horse Men – Dinis Pedroso Rito (Maia)
3.º Prémio São Pedro, meu grande amigo, Vem até mim, faz chover Não vês que minha fogueira Não pode ficar a arder? Pseudónimo “Quim Roscas” – Rúben Daniel Gaspar Paiva (Arouca)
BANDAS FILARMÓNICAS MÚSICA AQUECE as noites de verão em Gondomar saem à rua
As quatro bandas Filarmónicas do concelho de Gondomar estão a participar numa iniciativa que pretende devolver à população o sabor da música popular. Serão quatro concertos descentralizados que já iniciaram no dia 9 de julho, na Casa Branca de Gramido, com uma atuação da Banda de São Cristovão. Para o vereador da cultura, Luís Filipe Araújo, “Estes concertos serão realizados de forma descentralizada, com o intuito de levar as bandas às freguesias que não possuem banda filarmónica”. O próximo concerto será realizado no dia 23 de julho, pela Banda de Musical de Melres, na Casa Branca de Gramido. No dia 6 de agosto, no mesmo local, será a vez da Banda Musical de Gondomar e no dia 20 de agosto, a Banda Musical de São Pedro da Cova irá atuar na freguesia de Baguim do Monte. Luís Filipe Araújo acrescentou ainda que, será realizado um programa estratégico de apoio às Bandas Filarmónicas, no valor de 1 milhão de euros. O intuito é apoiar insti-
tuições culturais “de maior dimensão como são as bandas filarmónicas, reconhecendo assim o trabalho realizado no ensino da música aos jovens”. Para o autarca esta ajuda é imprescindível porque muitos jovens começam a sua carreira musical ou aprendem um instrumento, nestas instituições “sendo que, algumas Bandas não têm condições para o ensino da música”. “Assim, vamos colocar esta verba à sua disposição. A verba será distribuída de forma igualitária pelas bandas, desde que apresentem um projeto sustentável de intervenção, especialmente dirigido às suas sedes sociais e com, obrigatória ligação ao ensino da música. Este valor poderá ser utilizado para a construção de uma nova sede, como é o caso da Banda de São Pedro Cova”, conclui o responsável. A entrada para os concertos é gratuita e a programação dos mesmos poderá sofrer alterações. Todas as informações estão disponíveis no site da autarquia. ■
Os concertos das “Noites de Verão” estão de volta e prometem animar as noites no Polis de Gramido, junto à Casa Branca. É um conjunto de cinco concertos, com estilos de música diferentes que, segundo o vereador da Cultura, Luís Filipe Araújo, é uma estratégia de agradar todos os gostos. Os concertos serão intercalados com os fins de semana de atuações das Bandas Filarmónicas. Ambas iniciativas gratuitas pretendem “preencher
aquele espaço com oferta cultural, porque equipamentos culturais não são só os auditórios, são também os espaços públicos”. O vereador espera conseguir recuperar a quantidade de público que tinham perdido com a pandemia: “nas ultimas edições das noites de verão, nós tínhamos sempre, aproximadamente 200 pessoas. Agora, estamos a tentar recuperar este público, apesar de sabermos que é um processo lento”.
Quanto à programação, o primeiro concerto é já no dia 16 de julho, com os The Dynaty Band. No dia 30, o segundo concerto será da banda Samba sem Fronteiras. No dia 13 de agosto, o primeiro concerto do mês será da responsabilidade dos Can’t Fado e no dia 27 de agosto, serão os Carioca de Limão a animar a noite. O último concerto do programa decorrerá no dia 10 de setembro e será dos Ana & The Charm Quintet.■
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ENTREVISTA CULTURA
PEDRO TOCHAS|
“Se tu tens uma vida
Texto: André Rubim Rangel, Fotos: Pedro Tochas Passados estes anos, e com o que sabes hoje, voltarias a formar-te em Teatro e Comédia nos EUA e em Artes Circenses em Inglaterra? Sim! Eu arrisquei sem saber qual iria ser o resultado. Agora, que sei o resultado, é muito mais fácil. A posteriori é fácil tomar decisões, na altura é que é complicado. A Engenharia Química, que eu estava a tirar, era nos anos 90 uma profissão segura. E eu resolvi ser artista de rua. (risos) Em termos remuneratórios, o artista de rua não é tão bem compensado. A ver por aí, manterias a Engenharia Química? É como tudo na vida: o que tu queres da vida? Queres dinheiro e será que é ele que te faz feliz ou não faz? Eu, às vezes, vejo certas pessoas que querem ser remuneradas para ter coisas a fim de mostrar aos outros que as tens. Para mim, isso não faz sentido! Eu não tenho carta de condução, por isso não vou gastar dinheiro num carro (risos), não bebo bebidas alcoólicas, não fumo. Portanto, o que eu mais gosto é de fazer espetáculos e de ver espetáculos! Consegui encontrar uma profissão que me permite viajar pelo mundo, faço espetáculos e ganho o suficiente. A remuneração nunca foi um objetivo. E isso libertou-me duma maneira incrível! Sempre fiz as coisas por ser apaixonado por elas e fazia bem, porque queria fazer bem. Acabava por ser, assim, recompensado financeiramente. Mas não era o meu objetivo. O segredo está em fazer bem. Quais são as tuas atuais preocupações quando crias algo de novo, como um espetáculo, comparativamente há uns anos? O que me preocupa é quando o pessoal mais velho desdenha aquilo que é novo, dizendo: “no meu tempo é que era”. É uma questão de me deixar levar. Pelo facto de ser mais velho eu vou ter uma abordagem diferente da que tinha há 20 anos, porque um miúdo de agora não sabe o que é um atendedor de chamadas físico ou um videoclube. Passa-lhe ao lado. Por abraçares o que é novo, não te podes esquecer que há pessoas da minha idade e que tiveram as mesmas vivências do que eu, e tento ter isso em conta quando faço espetáculos. A temática, normalmente, é a crise de meia-idade. Depois há aquelas constantes nas pessoas, as relações, o meu papel na sociedade, a revolta social à minha volta e se vou/quero interagir, etc.. Portanto, a minha preocupação é fazer o que me vai na alma. Além de perceber se ainda estou capaz, física e mentalmente, de aguentar fazer três espetáculos por dia, por exemplo. Pois esta profissão é mais exigente do que parece.
Completaste, há poucos meses, meio século de vida. Ficas indiferente perante tal ou tem um significado especial para ti? Há uns anos pensava que era imortal, que ficava cá para sempre, agora não. A idade já começa a pesar. E se não estás bem fisicamente sentes isso. Se jantas um pouco mais tarde, já não dormes tão bem (risos). Vou fazendo por correr todos os dias e ter alguns cuidados para estar minimamente em forma para os espetáculos. Há pessoal que pensa que é só um número, mas já sentes algumas diferenças no corpo com os 50 (risos). Numa entrevista que deste, antes dos 50, referiste que “é importante viver, mas às vezes esquecemo-nos”. Como é possível? Se há coisa que esta pandemia e esta guerra nos veio mostrar foi aquelas pessoas que dizem: “um dia vou fazer isto, um dia vou fazer aquilo”. E não estão a viver a vida ao máximo, agora, sem ter que esperar por esse dia. Por isso, elas mostram-nos que aquilo que pensamos ser fixo de repente desaparece. Se há coisa que tu gostas, e não têm de ser os grandes sonhos – como ir àquele restaurante que toda a gente fala e que tu gostarias de ir mas que estás sempre a adiar –, fá-la e já está! Passa tempo com as pessoas que tu gostas, com os amigos. Há pessoas que ficam à espera das grandes coisas, como aquelas fé-
rias nas Maldivas, que não chegam… Em vez disso, vai comer caracóis para o café do lado com os teus amigos. Ou seja, viver as pequenas coisas e apreciá-las. Às vezes as pessoas esquecem-se disto. É muito diferente concretizar espetáculos de rua e de palco em Portugal ou em qualquer outra parte do mundo? O que diverge? Se tu és um artista internacional tens de perceber que as culturas são diferentes. E há aspetos que podem ser aceites em Portugal e não o serem noutros países, ou vice-versa. Como ando muito por Portugal e por fora para mim é fácil de perceber e não me faz grande confusão, porque ao preparar espetáculos já reparei que o meu gosto resulta noutros países. Por exemplo, em termos de comédia e de cultura, é mais fácil nós percebermos um espetáculo inglês, do que os ingleses perceberem um espetáculo português. Tem muito a ver com a cultura. Ainda há dias falava com uns amigos suecos e até demos o exemplo dos avós que tomam conta dos netos. Enquanto cá é algo normalíssimo, lá não é bem assim. Parece um favor que os pais estão a fazer aos filhos. É um pequeno detalhe, mas que faz a diferença. Eu tenho de ter isso presente para as piadas que possa elaborar. E tu estás sempre de bom humor? E sempre pronto para fazer rir os outros?
Não. Porém, a minha profissão é simples: naquele dia e naquela hora eu tenho de fazer rir o pessoal. Mesmo que estejas num dia mau? Fazê-lo forçosamente não ajuda… Pois, mas é a profissão! Independentemente de serem dias maus ou dias bons, tenho de bloquear o que me afeta – para não te distrair –, faço o meu trabalho e quando acaba a razão de ser dia mau volta a triplicar. É uma profissão como outra qualquer, neste sentido: apeteça-te ou não, tens de cumprir. A maior parte do pessoal faz rir quando lhes apetece: eu não (risos), eu tenho horas para fazer rir. E acho que ter um momento mau ajuda-te a ter e a desejar um momento bom, dando valor ao mesmo e a quem cá está. Se tu tens uma vida sem problemas, sem dificuldades, que vida essa sem sal! Fica insossa. E quem é a pessoa no mundo que só trabalha quando está bem-disposta?! Ninguém. Olhando à tua volta, o que te faz tirar realmente o humor? E de que modo o resolves? Pode estar a acontecer uma desgraça, aqui ou no mundo, e é aí que vez a diferença de um comediante e de um não comediante. O comediante pensa logo: “eh pá, isto vai dar material”. (risos). O espetáculo pode-te correr muito mal, mas reagindo dessa forma positiva já é diferente. É tirar o peso excessivo
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CULTURA ENTREVISTA
sem problemas, sem dificuldades, que vida essa sem sal!” sem livros, sem música, sem entretenimento na TV, sem séries, etc.. As pessoas nem se apercebem da importância que tem a criação de conteúdos culturais para a Sociedade! Entrando noutra tua área, a de jurado, se não fosse o «Got Talent Portugal» consideras que o malabarismo não teria tanta visibilidade como tem tido? Acho que o «Got Talent» é um daqueles grandes programas, que não sei se vai continuar ou não, que fez mudar aquela ideia que as pessoas tinham de circo e das variedades em geral. Mostrou coisas que nunca passavam na televisão em prime time. Iam aos programas da tarde para encher. Aqui não, são as estrelas, num momento bem produzido e com o apoio da equipa toda para eles brilharem! E deu muito orgulho ouvir miúdos com 10 anos de idade – com a mesma idade do programa – dizer que desde pequeninos o seu sonho era virem atuar ao «Got Talent». E assim foi! As pessoas reconhecem que não estamos lá para humilhar ninguém, mas para valorizar e celebrar o talento. E ver quais se realçam mais.
que às vezes põem em cima de ti. É transformar algo que não seja tão bom, pensar bem nisso e fazer com que resulte, que dê algo de interessante. Mas essa forma de resolveres também se deve ao facto de seres especialista na área do improviso. Ele é natural e sucede com todos os comediantes? Ora bem, a questão do improviso não é igual para todos. Eu tenho muita coisa estruturada, caso seja precisa. Há espetáculos de rua que, por vezes, descambam mesmo. E tu tens de estar preparado para tudo, não sabes o que vai acontecer. Estás na rua e não tens proteção, não tens nada. Agora, quanto ao improviso, é como tudo o resto e como noutras profissões: tem técnicas, tem uma aprendizagem, tem um processo. Depois, depende de dominares essas técnicas e de teres uma certa experiência. Isso tudo requere tempo e trabalho. Nesta área, não consideras que alguns Governos e grandes empresas têm usado improviso demais e que, não sendo estruturado, têm dado mau resultado? Aí começamos a entrar numa área que não é a minha. Eu não sou comediante político e não tenho conhecimentos suficientes para estar a analisar. Mas, por um lado, o improviso é mau, porque naqueles países tão organizados em que se alguma coisa falha eles não
se desenrascam por sair do molde da sua organização. Enquanto nós, portugueses, habituamo-nos a saber desenrascar. É preciso fazê-lo no momento, não é depois de as coisas acontecerem e de termos o resultado delas. Alguns só falam depois e não quando é para decidir. Assim é fácil, mas não é o necessário. Até digo a certas pessoas: mas se falas tanto e se sabes tanto, então por que é que estás mal? Devias estar bem com o que sabes! É como os “treinadores de bancada”: se sabem tanto como é que ainda não foram descobertos? (risos). Pois, esse é outro problema atual: falar-se de mais e denegrir este ou daquele, só porque sim, ou maldizer nas redes sociais… Exato, há também essa situação de quem se dá ao trabalho de ir para a internet insultar este ou aquele. Isso não é nem pode ser um ato normal. Essa pessoa que o faz já não está bem, está com problemas para fazer tal coisa! Se eu não tenho tempo para fazer tudo o que gosto, quanto mais dar-me ao trabalho para o que não gosto! Nem ocupo espaço mental com isso. Prejudico alguém ou é uma questão de gosto? Se é uma questão de gosto, siga, em frente. Isso é algo que me chateia (risos): a pessoa não de gosta de algo e entra numa missão de mostrar aos outros que aquilo é mau… Mas se os outros gostam,
por que razão ir por aí? Para quê perder tempo a mostrar-se o que não se gosta?! (risos) Isto não é normal. Voltando à comédia e ao circo, achas que podia haver mais e melhor em Portugal? Porquê? Estamos a viver uma altura complicada, que é a fase pós-pandemia, embora ela não tenha desparecido de vez. E a pandemia complicou com tudo aquilo que fez parar. Mas mesmo sem pandemia acho que a mentalidade mudou de há uns 20 anos para cá. Enquanto no passado quando me perguntavam o que eu fazia e eu respondia “sou comediante”, a reação era: “mas isso dá?”; agora a reação é: “e há algum espetáculo aqui próximo, para poder ir ver?”. Ou outro exemplo: há 20 anos um amigo dizia-me que o filho queria ser ator, mas que ele queria que seguisse matemática. Há dias tive um amigo a perguntar que escolas eu aconselhava para o filho seguir esta área. Esta é a mudança que se foi operando. Contudo, neste momento de passado recente da pandemia, acabou por ser chato o Governo dar bastante mais à TAP do que dar à Cultura, por exemplo. O Governo esquece-se que se a TAP falhar uma outra companhia pega na rota e faz, na Cultura Portuguesa se não formos nós a fazer mais ninguém faz! Como é que teria sido a pandemia sem Cultura?! Estar em casa
Algum motivo para teres dito que não sabes se o «Got Talent» vai continuar ou não? Nenhum motivo em particular, apenas porque só nos costumam dizer a seguir ao verão. E nesta atividade artística que temos acaba por ser incerto. Nós funcionamos por contratos e é efémero. Neste momento da entrevista ainda não recebi qualquer informação. Essa questão técnica da televisão, e dessa decisão, é uma parte que me passa ao lado. O que tento fazer, como jurado, é o melhor possível, um bom trabalho. A outra parte não depende de mim. Alguma vez atuaste em Gondomar? Do que te recordas? De momento não tenho presente, mas quase de certeza já atuei num dos teatros da cidade. Até porque vou muitas vezes ao Porto e agora até tenho estado no Teatro do Bolhão, que adoro! Não é uma equipa muito grande, mas até prefiro fazer umas três noites com 150 pessoas do que uma noite com 600 no público. Em dezembro vou voltar lá, com um espetáculo novo. Terminando, peço-te uma mensagem positiva para os nossos leitores. Reforçando a mensagem que já deixei antes é no sentido de: não esperes para viver! Vive! Faz as coisas de que gostas, porque não sabemos quando tudo isto acabará (risos). E que seja tudo natural, espontâneo. Pois, às vezes, há quem queira impressionar os outros, fazendo coisas que nem os próprios gostam. Acima de tudo, vive a vida e faz por ser feliz! Não ser feliz para os outros, mas tenta ser feliz para ti. ■
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Nuno Fonseca Alterações climáticas e os Incêndios Rurais No mês passado, escrevi, nestas páginas, sobre o flagelo dos incêndios rurais, em Portugal. No momento em que escrevo este texto, Portugal está em Situação de Contingência, devido ao período de aumento muito significativo de calor e da seca que o país atravessa, sendo uma conjugação “perfeita” para que proliferem os incêndios rurais de grandes dimensões. Independentemente dos danos que estes incêndios produzam, o aumento muito exponencial do número dos mesmos coloca no terreno uma quantidade imensa de meios de combate, originando falhas noutros sistemas e comprometendo serviços básicos. Após o período de prevenção, com as limpezas dos terrenos, por exemplo, e a adoção de medidas preventivas, com este aumento enorme das temperaturas e da seca, apenas a adoção de medidas responsáveis permitirá evitar aquilo que poderá ser uma tempestade, colocando em risco quer o ecossistema quer a segurança de todos aqueles que habitam perto das grandes áreas florestais. Cumprir as regras que nos são emanadas dos organismos e evitar comportamentos de risco são as únicas formas de podermos auxiliar, neste momento. Esta situação de contingência proíbe, entre outras situações, as seguintes que, sendo as mais potenciadoras de risco, devem ser amplamente cumpridas por todos os cidadãos: Proibição do acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, previamente definidos nos planos municipais de defesa da floresta contra incêndios, bem como nos caminhos florestais, caminhos rurais e outras vias que os atravessem; Proibição da realização de queimadas e de queimas de sobrantes de exploração; Proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais com recurso a qualquer tipo de maquinaria, com exceção dos associados a situações de combate a incêndios rurais; Proibição de realização de trabalhos nos demais espaços rurais com recurso a motorroçadoras de lâminas ou discos metálicos, corta-matos, destroçadores e máquinas com lâminas ou pá frontal; Proibição da utilização de fogo-de-artifício ou outros artefactos pirotécnicos, independentemente da sua forma de combustão, bem como a suspensão das autorizações que tenham sido emitidas. Portugal não pode viver nunca mais a desgraça de anos anteriores, mas sabemos que o clima está em rápida transformação, especialmente para fenómenos extremos, que podem potenciar a ocorrência de períodos de enorme risco para os incêndios rurais. Infelizmente, estas alterações parece que irão ocorrer com maior frequência e que estas situações, tal como a que vivemos neste momento, terão tendência para se repetir. Infelizmente, pouco podemos fazer, de forma imediata, para alterar a seca e os períodos de calor extremo, mas podemos todos, em conjunto, evitar centenas de ignições incendiárias que podem originar um enorme incêndio florestal. Sabemos como pode começar um pequeno foco de incêndio, não sabemos depois é em que é que ele se pode transformar e na destruição que o mesmo pode resultar. ■
OPINIÃO Prof. Doutor João Moreira Pinto,
Catarina Gonçalves
Cirurgião Pediatra e Diretor Científico no Hospital Fernando Pessoa
Optometrista da Opticália
CIRURGIA PEDIÁTRICA EM MOÇAMBIQUE O Prof. Doutor João Moreira Pinto, Cirurgião Pediatra e Diretor Científico do Hospital Fernando Pessoa, assim como investigador do Instituto de Investigação, Inovação e Desenvolvimento da Fundação Fernando Pessoa (FP-I3ID) e do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), publicou o artigo "Early results of a distance learning paediatric surgery programme in Mozambique" na revista "African Journal of Pediatric Surgery" a qual é autor sénior. A maioria dos países da África Sub-Sariana, incluindo Moçambique, tem uma carência severa de médicos, o que dificulta o acesso da população a cuidados de saúde, particularmente a cuidados cirúrgicos. Em Moçambique, um País com uma população estimada de 29 milhões de pessoas, 45% são menores de 14 anos de idade. Apesar disso, até 2017, o ensino de Cirurgia Pediátrica não fazia parte dos currículos das Faculdades de Medicina.
Viva Prevenido
Na tentativa de responder a esta carência, a Health4Moz ONGD (Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento e uma associação privada sem fins lucrativos), em conjunto com as principais Faculdades de Medicina de Moçambique iniciou um programa de ensino à distância constituído por uma formação teórica online e um conjunto de 3 sessões práticas leccionadas em Moçambique: casos clínicos, sutura de feridas e suporte básico de vida em contexto de trauma. Este artigo analisa os primeiros 3 anos do programa (2017, 2018 e 2019). A pandemia da COVID-19 obrigou a suspender a parte prática da 4ª edição. Ainda assim, em Abril e Maio deste ano, a Health4Moz com a colaboração da Universidade Fernando Pessoa retomou este programa de ensino à distância. Em 2022, formamos 147 alunos de Medicina de Maputo, Beira e Nampula. ■
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A IMPORTÂNCIA DOS ÓCULOS DE SOL Hoje em dia os óculos de sol mais do que um acessório de moda, tem um papel fulcral na vida das pessoas. Protegem os olhos das radiações ultravioleta, principalmente daqueles que exercem actividades profissionais ao ar livre. Estas radiações são altamente nocivas para a saúde em geral e ao bom funcionamento de todo o sistema ocular podendo causar doenças tais como: catarata (opacificação do cristalino que causa uma diminuição da capacidade visual), fotofobia (sensação de sensibilidade ou aversão a qualquer tipo de luz), degeneração macular (perda gradual de visão), pterígeo (massa fibrovascular da conjuntiva que cresce em forma triangular do ângulo interno nasal em direção à córnea), fotocreatite (inflamação da córnea causada pela luz) e muitas outras. Para uma proteção eficaz as lentes de sol devem filtrar entre os 290 e os 400 nm (nanómetros). No que toca à coloração, não existe uma regra específica mas existem cores indicadas para cada tipo de necessidades: - Verde: para todas as atividades na terra, no ar e na água excepto em condições de nevoeiro e neve. Reduz a luminosidade e mantém as tonalidades das cores. - Castanho/ Âmbar: para alta e média exposição ao sol, permitem boa visão de profundidade e reduz reflexos. -Cinza: ideal para conduzir em dias de nevoeiro uma vez que aumenta os contrastes. - Amarela: indicada para atividades em ambientes com pouca luminosidade natural. Aumentam o contraste e o brilho aumentando a luz desses ambientes pouco iluminados (por esta razão distorce as cores). - Azul: a mais indicada para atividades desportivas em condições de sol moderado. Reduzem a absorção das cores vivas, nomeadamente os vermelhos. - Lentes fotocromáticas: ideal para quem não quer mudar de óculos brancos para os de sol. Mudam de cor à medida que a luz incide sobre elas. - Lentes Polarizadas: possuem uma camada de proteção capaz de eliminar os reflexos de luz que vem da água, dos vidros, metais, principalmente nas situações em que o sol está baixo como amanhecer e pôr do Sol. Tem como objetivo oferecer mais conforto ao utilizador, embora distorça a nitidez das cores em algumas situações. Independentemente da cor da lente, o importante é proteger os olhos da radiação UV. A proteção da sua saúde ocular é feita usando sempre óculos de sol, quer em condições de chuva, nevoeiro ou mesmo de dias claros com bastante sol. Os óculos de sol com proteção só podem ser encontrados em óticas especializadas como a Opticalia Gondomar. ■
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POLÍTICA
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MUNICÍPIO APROVA mais de 1 milhão de euros para o Programa de Apoio ao Movimento Associativo Na última reunião de Câmara, o executivo municipal aprovou com a abstenção do PSD e da CDU, a atribuição de um apoio financeiro de mais de 1 milhão de euros para o Programa de Apoio ao Movimento Associativo do Município de Gondomar. Foram ainda aprovados 30 mil euros para apoiar a atividade da Federação das Coletividades do Concelho de Gondomar. O programa divide-se em cinco eixos de apoio: Desenvolvimento Social, atividade Cultural e Recreativa, Prática Desportiva, atividade Socioeducativa e atividade de Proteção Animal e Defesa do Ambiente. O prazo para a submissão de candidaturas iniciou no dia 4 de julho, e prolonga-se até ao dia 29 de julho.
O Executivo aprovou com os votos contra do PSD e da CDU a prorrogação do prazo de propostas para a aquisição de serviços de recolha de resíduos urbanos,
de construção e de demolição e limpeza dos circuitos pedonais. Noutro ponto da ordem de trabalhos, os vereadores aprovaram, com a abstenção
do PSD, a proposta de realização e normas de participação da Expo Gondomar 2022. Relativamente à freguesia de Fânzeres e S. Pedro da Cova, foi aprovada por unanimidade a atribuição da designação “Rua Quinta dos Guardais” e um arruamento e a inclusão no inventário municipal. Foram ainda aprovados diversos pontos relativamente a terrenos, entre os quais a afetação ao domínio público de uma parcela para alargamento da Rua dos Pessegueiros, em Melres; a afetação ao domínio público de uma parcela para alargamento da Rua das Ferreirinhas, em Melres; a aquisição de uma parcela de terreno para a construção de um arruamento de ligação entre a Rua Novais da Cunha e a Avenida Dr. Mário Soares, em Gondomar (S. Cosme); e ainda a desafetação de uma parcela de terreno na Rua das Macieiras, em Baguim do Monte. ■
DEPUTADOS DO PS
reúnem com o Presidente da Câmara Municipal de Gondomar Os deputados do Grupo Parlamentar do Partido Socialista eleitos pelo Círculo Eleitoral do Porto foram recebidos pelo presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins. Na reunião, nos Paços do Concelho, participaram também o vice-presidente da autarquia, Luís Filipe Araújo e as vereadoras Claúdia Vieira e Sandra Almeida. Estiveram presentes os deputados socialistas Carlos Brás, Joana Lima, Rui Lage, José Carlos Barbosa, António Faria e Miguel Rodrigues. Esta visita insere-se no plano de atividades dos Deputado do Porto agora liderados pelo ex Vereador e atual Deputado Carlos Brás e visa auscultar os autarcas relativamente às suas dificuldades, desafios e oportunidades. Nesta reunião foram abordados temas como a mobilidade e em particular a necessidade do avanço da nova linha do Metro do Porto, que irá ligar o Souto, no centro do concelho, ao Estádio do Dragão. Foi sugerida a flexibilização das regras de contratação pública e, dada a atual conjuntura de aumento da inflação e dos preços dos combustíveis, foram apontados os constrangimentos sentidos, à semelhança de outras autarquias, na execução de obras
e conclusão dos concursos públicos. No que respeita à descentralização, a autarquia gondomarense aceitou a transferência de todas as competências, tendo sido referida a necessidade de que o processo decorra acompanhado do adequado envelope financeiro e ajustando os recursos às reais necessidades da população. A descentralização de competências decorre também do município para as juntas de freguesia, sendo exemplo a limpeza urbana, que a partir de agosto passará a ser operacionalizada pelas freguesias. Na Educação, a Câmara Municipal de Gondomar continua empenhada em desenvolver a oferta formativa do concelho, nomeadamente através da instalação dos novos Centros Tecnológicos, que devem adaptar as ofertas do ensino profissional às necessidades do mercado de trabalho do território. Sendo o rio Douro um ativo importante do património natural do município, a gestão das praias fluviais, o controle e qualidade da água, a erosão das margens em Gondomar, a necessidade de controle da velocidade de circulação dos navios bem como das descargas das embarcações, foram assuntos discutidos.
O Senhor Presidente da Camara fez também um breve resumo dos investimentos efetuados pela autarquia desde 2013.
Os deputados manifestaram disponibilidade em colaborar na medida das prerrogativas de que são titulares. ■
UNIÃO EUROPEIA Fundo Social Europeu
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POLÍTICA
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GONDOMAR é o primeiro município a transferir competências para as juntas
Marco Martins, Ana Abrunhosa e Jorge Veloso
A Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, marcou presença na assinatura dos autos de transferência de competências. A cerimónia decorreu na Casa Branca de Gramido e marcou o dia zero de uma importante descentralização de funções do Município para as Freguesias. A Ministra da Coesão Territorial destaca Gondomar como referência no processo de descentralização A cerimónia decorreu na Casa Branca de Gramido e marcou o dia zero de uma importante descentralização de funções do Município para as Freguesias. Gondomar é o primeiro município do país a transferir, em termos definitivos, as competências para as juntas e uniões de freguesia.
Na sua intervenção, Ana Abrunhosa destacou que “Quando falamos de descentralização e de regionalização, estão em causa dois princípios fundamentais em democracia: a subsidiariedade, que significa o nível adequado para a tomada de decisão, e a proximidade, que é o envolvimento de todos na tomada e implementação da decisão”. E acrescentou: “Obrigada, senhor Presidente, por mais este passo e que o seu exemplo seja seguido por mais Presidente”. O Presidente da Câmara Municipal, Marco Martins, afirmou que este é um momento muito importante da vida do concelho. “Já aceitamos todas as competências que a lei previa transferir, faltando apenas a saúde, que está para breve. Em vez de delegarmos competências através de contratos ou acordos, anualmente ou por mandato, decidimos fazê-lo de forma definitiva e,
assim, alcançamos estabilidade e, consequentemente, qualidade de vida.” Já o Presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto, Nuno Fonseca, em nome de todos os Presidentes de Juntas/Uniões de Freguesia, notou “A proximidade traz ganhos na eficácia e, acima de tudo, no serviço público. Desde 2013 que o município tem sido caracterizado pela transferência de competências para as freguesias. Somos um exemplo de diálogo aberto e construtivo, capaz de evoluir continuamente, melhorando o passado e prevendo o futuro.” Do lado da ANAFRE, o Presidente Jorge Veloso olhou para esta cerimónia como “um passo histórico para as freguesias de Gondomar e para que possa servir também de exemplo para outros municípios. Hoje, decidimos rentabilizar recursos e fortificar o bem-estar dos cidadãos”.
Para assegurar o cumprimento das competências delegadas, o Município vai passar a transferir às autarquias 2,1 milhões de euros anuais. A gestão da limpeza de vias e espaços públicos, sarjetas e sumidouros estava até agora entregue a uma empresa privada. O fim da concessão permitiu que estas responsabilidades voltassem à esfera pública, passando agora a ser geridas pelas sete Juntas e Uniões de Freguesia do concelho. Uma das bandeiras do executivo municipal tem sido descentralização de funções para as Freguesias, que têm visto as competências e respetivos envelopes financeiros aumentarem. Neste ponto, o autarca refere “Em Gondomar, quanto mais próximo se está, melhor se gere. A melhor solução será sempre capacitar quem está no terreno” ■
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DESPORTO
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DIOGO JOTA inaugura academia em Gondomar O internacional português e ex-atleta do Gondomar SC, Diogo Jota, esteve no final do mês de junho no concelho, para inaugurar a Academia Diogo Jota. A direção aproveitou ainda o momento para inaugurar a nova iluminação LED do Estádio São Miguel e erguer a bandeira de ética, dada pelo IPDJ. Depois de uma época a lutar pelo Liverpool, Diogo Jota aproveitou o seu tempo de descanso, para voltar a casa, onde tudo começou para inaugurar a academia do Gondomar SC, agora batizada com o seu nome. Prestes a fazer 26 anos, o gondomarense não escondeu a responsabilidade de estar a dar o nome a uma academia para crianças e deposita toda a sua confiança no clube que o viu crescer: “Obviamente que é uma responsabilidade estar a inaugurar uma academia para crianças, mas sei que o clube faz o melhor por todos aqueles miúdos que carregam o símbolo com a minha cara ao peito e ainda hoje, também tivemos a oportunidade de erguer a bandeira da ética, fruto disso mesmo, o que demonstra que o clube também é responsável. Por isso, confio plenamente que tudo é feito tendo como prioridade o bem estar destas crianças”. “Poucas pessoas imaginavam quando tinha 15\16 anos e jogava aqui no Gondomar SC, que passados 10 anos, estaria no patamar onde estou. Obviamente, estar aqui hoje, a representar o Gondomar e a inaugurar uma academia com o meu nome é um motivo de orgulho, porque é um clube que vou sempre gostar. Dado que, foi onde treinei por muitos anos e onde fiz muitos amigos. É nesse sentido, que como já disse e reforço, é um motivo de orgulho estar aqui e por isso, só posso estar feliz”, acrescentou o jogador do Liverpool. Ponderando o futuro, sobre o Qatar, garante que vai lutar “para estar presente
neste mundial e trazer uma alegria para os portugueses, porque isso é o mais importante”. Quanto ao clube que representa, o Liverpool, a sua ambição passa por lutar o
máximo que conseguir, para que consigam obter o máximo de títulos possíveis, semelhante ao feito da época passada. Sobre o assunto, José Fernando Moreira,
vereador do desporto, constatou o seguinte: “É um orgulho verificar o sucesso internacional obtido por um jovem gondomarense. A presença do Diogo Jota em Gondomar, para a inauguração da Academia com o seu nome, é importante para o aumento da visibilidade do Município e da aposta que os clubes gondomarenses têm mantido nos escalões de formação”. O autarca referiu ainda que “A Academia Diogo Jota tem a capacidade de promover não só a imagem da formação do Gondomar Sport Clube, mas, por extensão, toda a formação dos clubes gondomarenses. Os clubes em Gondomar apostam, de forma muito importante, nos escalões de formação, e o Município apoia e continuará a apoiar esse esforço”. ■
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DESPORTO
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ALICE MOREIRA é campeã da Europa Com apenas 19 anos, a baguinense Alice Moreira conquistou no seu primeiro campeonato Europeu da Juventude, com a camisola das Quinas ao peito, duas medalhas de ouro (individual e pares) para Portugal, na modalidade de Boccia, na classe BC3. O jogos decorreram na Finlândia. O VivaCidade esteve à conversa com o pai e assistente de campo Ezequiel Moreira. Tudo começou há sete anos atrás, quando começou a treinar no FC do Porto, desde então, nem o céu é limite para esta jovem que carrega consigo tantos sonhos. A começar agora a sua carreira internacional, a atleta e a sua equipa ambicionam entrar para a equipa A da seleção nacional, para que assim, “possa representar Portugal ao mais alto nível”. Para Ezequiel, por ser a primeira competição internacional, o sentimento presente era um misto de “nervosismo e ansiedade”, pela responsabilidade de representar a sua nação. Como pai e cidadão português não esconde “o orgulho enorme” de ter a sua filha, uma atleta portuguesa a subir ao pódio e ouvir o hino português. E quanto ao futuro, espera que a filha “continue a lutar, como já o faz, para que continue a ser uma das melhores atletas portuguesas”. No entanto, destaca a grande lacuna concelhia e nacional no apoio aos desportos
adaptados: “Existe uma grande lacuna a nível nacional e concelhio, porque considero que estes atletas são muito injustiçados. Eles trabalham muito e disponibilizam muito do seu tempo para treinar, porque são muitas horas de treino. Para além do
clube, infelizmente, estes atletas não tem apoio nenhum, nem na compra dos equipamentos, que são caros. Tanto por parte das entidades nacionais (federações, comité paralímpico), ou pelas autarquias, eles não dão esse apoio e garanto-lhe que estes atle-
tas trabalham mesmo muito para chegar onde chegam”. Para terminar, o pai da atleta reforçou o seguinte: “Eles esforçam-se diariamente e merecem toda a nossa atenção, reconhecimento e apoio”. ■
ENTRE A CLÍNICA DE GONDOMAR E O EDIFÍCIO MAFAVIS
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DESPORTO
“PARA MIM, quando estamos no momento de cantar
o hino, nada mais interessa, a não ser ouvir aquela música. Eu admiro muito o nosso hino e sinto-me bem a ouvi-lo” João Oliveira tem 21 anos e tem vindo a conquistar o mundo do Ténis de Mesa adaptado. O jovem promessa da modalidade foi campeão do Mundo em equipas e vice-campeão do mundo, em pares, na República Checa. Recorde-se que, no ano transato, na sua estreia nos palcos internacionais no Campeonato Europeu, João trouxe de Itália para Portugal a medalha de ouro no torneio em equipas e a medalha de prata no torneio a pares. O jogador, acompanhado pelos pais -Manuel Oliveira e Manuela Garrilho-, estiveram à conversa com o VivaCidade.
MO: As pessoas não podem esquecer que eles foram campeões do mundo e europeus. Quer as pessoas valorizem, quer não, são factos. Isso ninguém lhes tira, apesar de não lhes ser dado o devido crédito! Embora temos que reconhecer que as coisas hoje, estão um pouco melhor do que estavam há uns anos, mas ainda não estão no equilíbrio. E, enquanto não houver esse equilíbrio, nós pais, vamos batalhar para que ele seja atingido. MG: E é preciso perceber que quando uma criança com trissomia nasce, os pais sentem que o mundo desaba. Mas estão completamente enganados, porque é o contrário. Nós aprendemos a ser muito mais felizes
Como é que tudo começou? João Oliveira: Eu comecei a treinar no Porto, há cerca de 4 anos. Antes estava noutra modalidade que era futsal, no entanto não gostei muito. Como não tinha gostado da experiência, mudei para outra modalidade que neste caso foi o ténis de mesa. Como é para ti treinar no Porto? JO: Gosto muito de lá estar, gosto muito dos meus treinadores e criei muitos amigos. Essa é uma das razões de continuar no FC Porto. E, o meu futuro continua a ser lá. Esta já é a segunda vez que representas Portugal, certo? JO: Já tinha ido para o Campeonato Europeu, na Itália, Ferrara, que correu bem. Mas esta, foi a primeira vez que fui para o Campeonato do Mundo, na República Checa e correu ainda melhor, porque recebi duas medalhas. Qual era a sensação? Estavas nervoso ou sentias-te tranquilo? JO: Sentia as duas coisas (risos). Estavas à espera dos resultados que obtiveste? JO: Para mim o mais importante era estar com a minha equipa. A união é para mim o mais importante, porque gosto de estar com eles, com os meus treinadores e com a minha equipa da seleção portuguesa, porque acima de tudo nos divertimos. Fui à República Checa e trouxe duas medalhas, uma de ouro, por equipas, e a segunda de prata, em pares.
muito importantes para os resultados que conseguimos. Gosto muito deles, quer da minha equipa técnica do Porto, como da Seleção. No futuro, pretendes continuar a treinar e a representar a nossa nação? JO: Agora, vou continuar a treinar, treinar e treinar, para conseguir ser um dos melhores. E o que mais importa é divertir-me.
Quando estavas no pódio a ouvir o nosso hino, o que é que estavas a pensar? JO: Para mim, quando estamos no momento de cantar o hino, nada mais interessa, a não ser ouvir aquela música. Eu admiro muito o nosso hino e sinto-me bem a ouvi-lo.
Para vocês pais, como é ter um filho de 21 anos, que conseguiu chegar a estes patamares, porque não é fácil… Manuela Garrilho: Logicamente que, tenho muito orgulho, principalmente pelo esforço que ele faz. Em tudo o que ele se compromete, ele faz o melhor que consegue. Ele é um exemplo para nós, é um exemplo para a irmã, é um exemplo para todos, porque se todos se dedicassem como ele se dedica, conseguiríamos irmos mais longe. E nisso, contamos com a ajuda da ANDDI, que é a entidade responsável pela Selecção Nacional de Ténis de Mesa e o FC do Porto, que recebeu o João e jovens como o João, em desportos adaptados e onde eles são muito, muito felizes.
Foi difícil a preparação física, para conseguir estes resultados? JO: No Porto, a nossa equipa técnica prepara-nos para estes campeonatos. Eles são
Vocês sentem apoio nesta vertente do desporto? Manuel Oliveira: Não há dúvida nenhuma que há muita falta de apoio no desporto
adaptado. Se nós olharmos para os clubes que tem futebol, quantos é que têm equipas de desporto adaptado? Que conheça nesta região é o FC do Porto. Todos os outros não apostam nesta vertente. Agora, investe-se pouco e dá-se pouca visibilidade, essa é a realidade. Se nós olharmos para as notícias, não vi ainda nenhuma noticia, para além das publicações que foram feitas pela própria Associação, a ANDDI. A questão aqui é, nós devíamos dar mais visibilidade a quem faz o esforço, porque isto não é conseguido de forma fácil… tem o seu trabalho, o seu esforço, e nós fazemos o nosso papel como pais. É necessário perceber que há muito trabalho que é feito para conseguir estas conquistas e requer muitas vezes sacrifícios quer dos pais, quer dos atletas, quer das equipas técnicas. MG: E é até mesmo importante para outros jovens com necessidades especiais, para que saibam que é possível vencer. É possível ir mais longe. Eles fazem parte de uma sociedade e essa sociedade tem a obrigação de os receber como recebem outros atletas mais famosos. Não é pela fama, mas é, pelo reconhecimento de um trabalho feito. É neste sentido que deveria de haver mais informação… tanto se fala na integração, mas no final, os próprios responsáveis, os próprios que divulgam essa integração, não fazem nada para que isto ocorra.
É importante para outros jovens com necessidades especiais, para que saibam que é possível vencer. É possível ir mais longe. Eles fazem parte de uma sociedade e essa sociedade tem a obrigação de os receber como recebem outros atletas mais famosos. Não é pela fama, mas é, pelo reconhecimento de um trabalho feito. e a conquistar o nosso dia a dia. No entanto, estas notícias seriam menos penosas para os pais que têm crianças pequeninas, que não sabem o futuro, que tem muito receio do que pode vir a acontecer, para verem que eles podem ser felizes. Eles podem ser vencedores. Portanto, temos que fazer de tudo para que a sociedade faça a sua parte. O que é que esperam para o futuro do João? MG: Que ele continue a ser muito feliz como ele é agora. É a única coisa que desejamos. Para terminarmos, gostarias de acrescentar alguma coisa João? JO: Queria só deixar um agradecimento à equipa da seleção nacional e à do FC Porto que nos sempre acompanha. Queria agradecer principalmente aos meus treinadores o Ramiro, o Rui, a Sofia Miguel, a Bárbara, a Joana Teixeira (que é a responsável pela secção de desporto adaptado do FC Porto), o Tiago Faria e o selecionador de Portugal o Nuno Machado. Quero ainda deixar um grande abraço ao meu amigo e colega do Sporting o João Soldado e à minha restante equipa, o João Miguel Gonçalves, do Clube Gaia e o Pedro Azevedo, de Caide, Santo Tirso. ■
VIVACIDADE | JULHO 2022
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DESPORTO
FINAL IBÉRICA disputada no Multiusos de Gondomar O primeiro fim de semana do mês de julho ficou marcado pela disputa pelo título europeu realizada no Multiusos de Gondomar. Um fim de semana emocionante que, apesar da seleção lusitana ter mostrado a sua garra nos confrontos, foram as espanholas que levaram para casa o título, no frente a frente ibérico. O evento contou com a presença de 7 mil adeptos. Um fim de semana que começou a sorrir para as portuguesas que, deram a esperança ao público presente, ao vencer a Hungria por uma incrível goleada 6-0. Antes do primeiro confronto da equipa portuguesa, o primeiro jogo que inaugurou o inicio do campeonato foi o frente a frente entre a Ucrânia e a Espanha. Neste encontro, as espanholas levaram a melhor ao golear a equipa adversária por 9-0. No domingo, decorreu o verdadeiro confronto ibérico, onde, as espanholas revalidaram o titulo nos penaltis. Uma vitória sofrida, porque apesar das espanholas terem empatado, as portuguesas estiveram a ganhar por 2-0. O jogo terminou com um empate (3-3) e o confronto teve que ser decido nos penaltis. O pontapé das espanholas foi mais certeiro no alvo e as portuguesas foram menos felizes aos falharem dois penaltis, terminando o jogo com 1- 4. Recorde-se que, em 2019, as espanholas já tinham conquistado o título numa final disputada contra as portuguesas. “Receber grandes competições internacionais, como é o caso do Europeu de futsal feminino, é sempre um fator excecional de promoção da Marca Gondomar. Nós temos das melhores instalações para receber este tipo de eventos, temos o know-how e equipas motivadas, e temos um tecido associativo ligado ao desporto muito dinâmico.O sucesso da realização
deste Europeu passou pela envolvência de todos, UEFA, Federação Portuguesa de Futebol, Câmara Municipal de Gondomar e o movimento desportivo do Concelho”, refere José Fernando Moreira, vereador do Desporto.
O autarca acrescenta ainda que esta competição “foi o programa mais visto , nesse dia, na televisão pública, com mais de um milhão de portugueses a acompanhar a prestação da seleção portuguesa, para aferir o sucesso da realização da pro-
va” e acrescenta que “Gondomar apoia o Desporto” e nesse intuito “Continuaremos a trabalhar, para, num futuro próximo, poder realizar mais eventos desta envergadura”. “Os Gondomarenses podem sempre esperar destes eventos no futuro. Aliás de alguns anos para cá Gondomar tem recebido grandes eventos internacionais e nacionais não só de Futsal mas também noutras modalidades. Será sempre importante Gondomar receber eventos desta dimensão, uma vez que a visibilidade fora de portas é grande ( rádios, jornais e televisão ), a promoção da modalidade em causa também e em muitos casos o retorno económico para o concelho também é notável”, explica o vereador. As verbas da bilheteira serão doadas às cinco Corporações de Bombeiros de Gondomar. O valor será ainda confirmado pela Federação Portuguesa de Futebol.■
ALA NUN’ALVARES DE GONDOMAR organiza Gala das Estrelas 22 Realizou-se este mês, na Sala D’Ouro do Multiusos de Gondomar, mais uma edição da Gala das Estrelas da Ala Nun’Alvares de Gondomar, após dois anos de interrupção, por causa da pandemia. Um evento que pretende homenagear os campeões e todos aqueles que, no seu entender, são merecedores do seu reconhecimento através da atribuição do prémio Condestável. O momento contou com a presença de várias entidades representantes do Município, tais como o vereador do desporto, José Fernando Moreira e o presidente da União de Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim, António Braz. O início do evento ficou marcado pelo discurso do Presidente da Associação, Jorge Silva que referiu o seguinte: “a presença de cada um de nós hoje, aqui, significa que a Ala de Nun’Alvares de Gondomar é a nossa casa. Nela, sucessivas gerações se têm acolhido, cada um colaborando à sua maneira,
em diferentes momentos, desafios e objetivos; mas tendo presente que sempre que aqui estamos, encontramos amigos, recordamos jornadas marcantes, e partilhamos vivências com as quais se vai escrevendo o todo da História da ALA, longa e pujante de 99 anos”. O responsável recordou aos presentes o “sonho tornado realidade”, na concretização de projetos estruturantes, como a construção da Sede Social e do Parque Desportivo. “se o passado nos lega referências, o Presente desafia-nos o engenho em nome de um Futuro que pretendemos construir e potenciar, lançamos um convite a toda a comunidade para a renovação da condição de associado ou para a inscrição como novo sócio. Somente alargando a atual comunidade de associados ficaremos mais fortes, chegaremos mais além rumo ao Centenário”, referiu o presidente. ■
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DESPORTO
GONDOMAR CULTURAL
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CAMPEONATO DA EUROPA
sagra-se Campeão Nacional de Andebol Masculino em Sub 20
Gondomar, recebeu o Campeonato da Europa de Andebol Masculino em Sub 20, prova de grande prestigio e projeção internacional que se realizou entre os dias 7 e 17
No dia 19 de junho, o Gondomar Cultural alcançou o feito que perseguia há uns anos e tornou-se Campeão Nacional da terceira divisão no escalão de seniores masculino de andebol. O Pavilhão Palácio Desportivo de Torres Novas, recebeu uma “final” entre o Gondomar Cultural e o LX50 Handball para a disputa do título de campeão nacional da terceira divisão. Após uma vitória frente ao Clube Naval Setubalense, no dia anterior, no sábado, por 2827 o jogo decisivo chegou no domingo. Num jogo bastante equilibrado, o Gondomar Cultural superou o LX50, com 7 internacionais brasileiros e campeão europeu de andebol de
praia este ano, por 26-23, trazendo assim o título de Campeão Nacional para o concelho de Gondomar. Para os responsáveis o título de Campeão Nacional da terceira divisão era uma conquista que já perseguiam após a derrota com o Alto de Moinho, na época de 2006/2007, tornando-se o Gondomar Cultural nesse ano vice-campeão. Os responsáveis da associação esperam que esta conquista “histórica do concelho de Gondomar e do Gondomar Cultural, traga mais jovens da região a praticar o Andebol, de forma a crescermos e a sermos um clube que faça diferença no andebol português. ■
de julho e que foi organizada pela IHF ( Federação Internacional de Andebol) e a FAP Federação de Andebol de Portugal) com a parceria dos municípios de Gondomar, Gaia e Matosinhos e o apoio da Associação de Andebol do Porto. O evento contou com a presença de 16 seleções oriundas de vários países, incluindo a portuguesa. Os jogos foram disputados no caso de Gondomar, no Multiusos. O campeonato da Europa Sub -20 masculino é uma das mais importantes competições europeias da modalidade, sendo a mais importante a nível da formação. ■
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52 VIVACIDADE | JULHO 2022
COLABORADORES E CLIENTES UNIDOS na comemoração dos 25 anos da Toyota No dia em que celebra 25 anos no Porto, a Caetano Auto comemorou de forma especial junto dos seus colaboradores e clientes. Este aniversário contou com várias novidades que, foram anunciadas por José Ramos, presidente do Conselho de Administração da Caetano Auto. No início da cerimónia, José Ramos começou por dirigir uma palavra de agradecimento a toda a equipa da Caetano Auto que, todos os dias, trabalham em nome da empresa. “Eles são os nossos embaixadores”, para José, o segredo do sucesso da empresa passa por “conseguir ter os melhores colaboradores”, sendo que esse feito “consegue-se através de conseguirmos que ganhem paixão por aquilo que estão a fazer. E isso significa que, quando eles vem trabalhar, não é porque querem um emprego, mas sim porque desejam vir trabalhar”. Para o responsável, “não é fácil”, mas é um desafio necessário e que a sua resolução passa pela proximidade. Com o intuito de homenagear os seus funcionários, a Caetano Auto preparou uma surpresa e homenageou de forma inesperada 17 funcionários com mais de 35 anos de casa, como forma de reconhecimento de anos dados à casa. Como para a TOYOTA é imprescindível “a melhoria continua”, foi anunciado na cerimónia que, a “a pensar no seu futuro e na satisfação dos seus clientes”, irão requalificar todo o edifício da Circunvalação. “Com estes 54 anos, conseguimos ter sustentabilidade nas nossas organizações e com isso, devemos continuar a investir. Neste ano, na Area Metropolitana do Porto, fizemos vários investimentos. Fizemos em Rio Tinto, a seguir vamos um trabalho idêntico ao que estamos a inaugurar aqui hoje, em Vila Nova De Gaia. Por fim, quando passar a estrada perto do parque de usados destas instalações, vamos dar uma nova cara a este edifício situado na circunvalação. O projeto já está fechado”, referiu o empresário. José Ramos acrescentou ainda o seguinte: “Portanto, quero passar esta mensagem aos nossos colaboradores de que, nós estamos sempre a pensar no futuro e também aos nosso clientes para que continuem a acreditar em nós, porque continuaremos a investir para vos servir melhor”. No final da cerimónia e para encerrar a tarde com chave de ouro, foi dado a conhecer o novo Toyota, bZ4X. Inovador, eficiente e com o design dinâmico de um autêntico SUV, o novo bZ4X é o elétrico a bateria da Toyota que chegou para abrir novos horizontes. Vá para além do zero com uma autonomia de mais 450 Km, uma superfície robusta com linhas expressivas e um interior harmoniosamente equipado focado numa experiência de condução superior e dinâmica.■
EMPRESAS E NEGÓCIOS
VIVACIDADE | JULHO 2022 VivaCidade, 14 de julho de 2022
AVISO REINÍCIO DO PROCEDIMENTO DA 2ª REVISÃO DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE GONDOMAR PARTICIPAÇÃO PÚBLICA DR. MARCO MARTINS, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE GONDOMAR, Torna público que a Câmara Municipal, em reunião de 3 de junho de 2022, deliberou submeter a participação pública o reinício do procedimento da 2ª Revisão do Plano Diretor Municipal, de acordo com o previsto nos termos do nº 1, do artigo 76º, do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT). O período de participação pública terá início no dia seguinte à publicação do presente Aviso no Diário da República e terá a duração de 15 dias úteis, nos termos do disposto pelo nº1 do artigo 76º e nº2 do artigo 88º, do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT). As sugestões ou observações poderão ser enviadas por carta registada com aviso de receção, dirigida ao Presidente da Câmara Municipal para a Praça Manuel Guedes, 4420-193 Gondomar, ou para o correio eletrónico geral@cm-gondomar.pt ou ainda entregues diretamente no Balcão Único de Atendimento. Gondomar, 13 de junho de 2022
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VivaCidade, 14 de julho de 2022
EDITAL SANDRA EUNICE RAMOS DE ALMEIDA, VEREADORA DA CÂMARA MUNICIPAL DE GONDOMAR, no âmbito da delegação de competências que lhe foi conferida por despacho de 6 de setembro de 2019, torna público o seguinte: A Câmara Municipal de Gondomar, em sua reunião realizada em 2 de setembro de 2021, deliberou instaurar procedimento administrativo com vista à desafetação do domínio público da parcela de terreno, a seguir identificada: • Parcela de terreno com a área de 739,70m2, sita na Rua Álvaro Cunhal, em São Pedro da Cova, a confrontar de norte com Terreno Particular, nascente com Lote 1, poente com Município de Gondomar e sul com Rua Dr. Álvaro Cunhal. Assim, convidam-se todos os possíveis interessados a virem apresentar ao núcleo de Património desta Câmara Municipal, no prazo de 10 dias, de acordo com o nº2 do artigo 86ª do Código do Procedimento Administrativo, quaisquer impedimentos a que se julguem com direito, para que não se proceda à referida desafetação. Findo este prazo e, não tendo sido apresentada qualquer reclamação, a Câmara Municipal promoverá a desafetação da parcela de terreno em causa que, deste modo, será integrada no domínio privado deste Município. Para constar e devidos efeitos se publica o presente edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos de costume.
Município de Gondomar, 10 de Setembro de 2021
VivaCidade, 14 de julho de 2022
EDITAL
CAC /927 Faço saber que Sociedade Portuense de Drogas, S.A., pretende obter licença para uma instalação de combustíveis constituída por Armazenagem de Outros Produtos Derivados Petróleo destinada a revenda e consumo próprio, sita em Rua da Cavada, nº 550, freguesia de G S Cosme, concelho de Gondomar e distrito de Porto. A referida instalação encontra-se abrangida pelas disposições do Decreto-Lei n.º 267/2002, de 26 de novembro, na atual redação dada pelo Decreto-Lei n.º 217/2012, de 9 de outubro, que estabelece os procedimentos de licenciamento das instalações de armazenamento de produtos derivados do petróleo e postos de abastecimento de combustíveis e pelos respetivos regulamentos de segurança. Em conformidade com.a disposição no n.º 9 da Portaria n.º 1188/2003, de 10 de outubro, alterada pela Portaria nº 1515/2007, de 30 de novembro, são convidadas as entidades singulares ou coletivas a apresentar por escrito, na área Norte desta Direção-Geral, sita na Rua Manuel Pacheco de Miranda, 29 G, 4200-804 Porto, no prazo de 20 dias contados da data de publicação deste edital, as suas reclamações contra a concessão da licença requerida pela entidade acima indicada com a constituição indicada na tabela anexa e num total de 1.140.000 litros. 03-06-2022,
Av. 5 de Outubro. 208 (Ediíício Sta. Maria) 1069 -203 Lisboa Tel.: 217 922 7001/800 Linha Azul: 217 922 861 www.dgeg.gov.pt
Área Norte: Rua Maunuel Pacheco de Miranda 29G 4200-804 Porto Telef.: 226 192 002
Área Centro: Rua Câmara Pestana, 74 3030-163 Coimbra Telef.: 239 700 200
Área Sul - Alentejo: Zona Industrial de Almeirim Lote 18 7005-639 Évora Telef.: 266 750 450
Área Sul - Algarve: Rua Prof. António Pinheiro e Rosa 800-546 Évora Telef.: 289 896 600
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Joana Resende PS Em Março de 2020 as nossas vidas mudaram. Aliás, pararam. De repente, parecia que o mundo ficara em suspenso, e que nada seria igual a seguir. Não obstante, segurava-nos aquela resiliência humana de que tudo combatemos, e mal ou bem, melhor ou pior, conseguiríamos vencer o “novo inimigo”. Nessa altura, e neste mesmo espaço, escrevia
Maribel Fernandes PSD O PSD tem na sua natureza o reconhecimento do mérito, e entende como salutar que o município saiba distinguir o mérito dos que se esforçam e conseguem alcançar os objetivos pretendidos, muitas vezes, em contextos mais ou menos desfavoráveis, superando obstáculos mais difíceis ou imprevistos. Por isso, ainda que um ranking de notas resultantes das respostas aos testes seja a forma mais fácil e menos comprometida de atribuir a distinção, o mérito não deve limitar-se a uma classificação deste tipo. A classificação (diferente de avaliação) assim obtida é redutora do verdadeiro mérito e, por isso, incorre no risco de transformar este procedimento num fator potenciador de frustração e de desmotivação, contrariamente ao
Pedro Carvalho CDS-PP Na Assembleia Municipal de Gondomar (AMG), realizada no passado dia 26 de Maio de 2022, que decorreu no Auditório da Biblioteca Municipal de Gondomar, o Grupo Municipal do CDS apresentou à discussão e votação, uma proposta de alteração ao Regimento da Assembleia Municipal para que ficasse vertido no Regimento um novo Artigo que permitia a transmissão online das reuniões através do Site da Câmara Municipal de Gondomar. Os objectivos desta proposta de alteração ao Regimento, eram vários e importantes, mas destacamos principalmente a possibilidade de aproximar os eleitores Gondomarenses dos seus eleitos, mas também por uma maior transparência e disciplina no decorrer dos trabalhos das Reuniões. Creio que todos estamos de acordo que numa Democracia Pluralista, quanto maior for a transparência do trabalho dos Eleitos, melhor. O Grupo Municipal do CDS desde o início deste processo iniciado
Paulo Silva CDU Do conjunto de sete piscinas existentes no nosso concelho, duas delas, nomeadamente Rio Tinto e Fânzeres, curiosamente as mais procuradas do concelho, mantem-se encerradas há cerca de dois anos e sem previsão concreta para voltarem a reabrir. Como sempre, para o PS/Gondomar, quando algo corre mal a responsabilidade nunca é sua.
OPINIÃO: VOZES DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL
NOITE BRANCA (DE LIBERDADE) que é a essência da Humanidade ser posta à prova e resistir. Sejam pragas, doenças, guerras ou catástrofes naturais, o ser humano tem a maior e mais brilhante capacidade; a de se adaptar. Víamos na altura as empresas a reformularem diariamente o seu dia-a-dia para manterem os seus colaboradores em teletrabalho, famílias a reorganizarem o seu quotidiano para não faltarem à assistência dos seus, às aulas à distância e a uma reinventada normalidade. Assistíamos a uma consciencialização nacional endógena, que nos unia, sem cor nem ideal, mas com uma única premissa; a de que éramos todos pessoas a sentir as mesmas inseguranças, e que todos queríamos proteger os nossos.
Ainda não podemos baixar os braços, ainda não podemos dizer que o vírus desapareceu, mas cada vez se torna mais endógeno e menos letal. Todos os dias damos passos em direção à normalidade, à ao dia-a-dia que nos foi tirado abruptamente, e que tanto nos faz falta. Acima de tudo voltamos às relações. Ao estar com pessoas. Ao convívio, ao abraço, ao rir e conversar. Ao cantar, dançar e brindar à vida. É destes momentos que se alimenta a vida humana. Somos animais de emoções, e estarmos privados daquilo que para nós foi sempre a nossa fonte de energia, de amor, teve consequências na saúde mental da sociedade, e são fontes médicas que nos informam e nos alertam. É por isso que foi com redobrada alegria que
recebi a notícia do regresso da Noite Branca a Gondomar. Não apenas pela potencialidade de negócio ao nosso pequeno comércio ávido de atividade depois de tanto tempo de dificuldade; não apenas pela projeção que o evento tão bem organizado pelo nosso Executivo e associações aderentes promovem além concelho, e que chamam milhares de pessoas. É acima de tudo pela felicidade que vou ver no rosto das pessoas. Nos seus sorrisos, nos seus olhos, e nos abraços sentidos que vão dar aquelas suas pessoas. É pela alegria de passear nas ruas cheias, com música, com energia, com crianças, com festa… Com vida. Obrigada Gondomar. ■
OS “PRÉMIOS DE EXCELÊNCIA MUNICIPAL” DE MÉRITO ESCOLAR! objetivo que certamente se pretende, logo contraproducente. É sabido o quanto a classificação baseada exclusivamente na nota atribuída a um teste traduz de injusto no trabalho dos alunos, razão pela qual se tem discutido e implementado gradualmente algumas medidas, a nível nacional, para combater o efeito pernicioso da classificação para os objetivos de uma educação global e equitativa, ou seja, inclusiva. Não pretendendo detalhar o conceito da avaliação versus a classificação e todas as respetivas implicações na vida académica e pessoal dos alunos, importa perceber, como está demonstrado, que o sistema de avaliação nas escolas, favorece os mais fortes e desfavorece os mais necessitados, pelo que, não é compreensível que a maioria do executivo da Câmara Municipal de Gondomar, entenda premiar o mérito com base num critério que está largamente reconhecido como redutor da avaliação efetiva das aprendizagens e de outras competências que os alunos adquirem nas escolas. Depois de tantos anos no poder e com tanto que se tem evoluído na discussão do sistema edu-
cativo e tudo o que ele envolve, é ainda mais incompreensível que este (executivo) PS não tenha ainda percebido a necessidade de se alterar o paradigma de reconhecimento do mérito e reavaliar os critérios subjacentes. Ao propor, agora, que apenas se retirem as provas nacionais dos critérios, porque estas deixaram de existir, demonstra que de facto se desconhece o sistema educativo em Portugal. Ademais, é incompreensível que se proponha uma distinção baseada no género, como se rapazes e raparigas fossem diferentes nas suas capacidades de aprendizagem. Num olhar superficial, até poderia parecer um critério de equidade, mas pensando bem sobre este requisito mais parece que estamos no início do século XIX e o quanto discriminatório é. O município tem a obrigação de fomentar e contribuir para a inclusão, e não discriminar com base em critérios que pouco (por vezes nada) avaliam de facto o mérito das crianças e dos jovens e que não representam todo o trabalho de cada um, mas apenas constituem um ranking de notas. Reiterando o dito no início deste artigo, o PSD é
favorável ao reconhecimento do mérito. Um reconhecimento justo e que distinga os que mais se destacam nos vários objetivos que hoje se pretendem na educação, nomeadamente os valores e áreas de competência, plasmados no documento “O Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória” (Despacho n.º 6478/2017, 26 de julho). A nossa obrigação é fazer que cada um acredite que é possível. É tempo de se reverem os critérios de avaliação do mérito (ainda que mais exigente para quem avalia) para que traduzam efetivamente o esforço e as competências dos alunos, e também o trabalho diferenciador que as escolas e a educação dão ao desenvolvimento das nossas crianças e dos nossos jovens. Importa avaliar o nível de evolução de cada aluno e também a sua ação social na escola, a interação e o trabalho em equipa com os colegas, a capacidade crítica, de iniciativa e de inovação, a autonomia e, consequentemente, sim denominar com toda a propriedade “Prémios de Excelência Municipal”. ■
MAIS UMA GRANDE OPORTUNIDADE PERDIDA pelo Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Gondomar sempre foi favorável a uma revisão do documento, dado que a vontade do Grupo Municipal do PS passava apenas por meras alterações pontuais do mesmo, que em nosso entender ficaram muito aquém das nossas expectativas, tendo-se perdido uma oportunidade única da Assembleia Municipal de Gondomar dar um passo em frente e acompanhar a evolução dos tempos, à semelhança do que sucede em muitos outros Municípios do País, como por exemplo, no vizinho Concelho do Porto. Perdeu-se uma oportunidade única de dar um novo fôlego ao documento que rege e define as regras de funcionamento da Assembleia Municipal, Órgão Deliberativo e Fiscalizador da acção do Executivo Municipal de Gondomar. Com a intransigência do Grupo Municipal do Partido Socialista em acolher propostas dos restantes Grupos Municipais, que também fazem parte da Assembleia Municipal, podemos afirmar que podíamos ter dado um passo claro rumo a uma maior modernidade, a uma clara aproximação entre os Eleitos e os Eleitores Gondomarenses, especialmente numa altura em que atravessamos uma Pandemia e que a taxa de abstenção continua a aumentar, de eleição em eleição, pelo que se perdeu a oportunidade de introduzir mais transparência e fiscalização aos trabalhos deste Órgão. Para se conseguir que o Grupo Municipal do PS aceitasse pelo menos ouvir e debater as propostas dos restantes Grupos Muni-
cipais, foi preciso que todos os Partidos da oposição estivessem de forma unânime unidos na pressão que foi feita junto do Presidente da Assembleia Municipal e do Grupo Municipal do PS, que tentou reiteradamente e deliberadamente impor a sua vontade, sem dar sequer oportunidade de discussão do documento mais importante da Assembleia Municipal de Gondomar, que é o seu Regimento. O Grupo Municipal do CDS entende ser um mau sinal quando os Partidos que estão representados na Assembleia Municipal de Gondomar encontram uma barreira do lado do Partido Socialista e não são capazes de se entender relativamente a este documento, o que pode ser o prenúncio de ser difícil ou mesmo impossível o entendimento em outras questões relevantes para a vida dos Gondomarenses e do Concelho, quando a opinião expressa seja diversa da manifestada pelos Deputados Municipais do Partido Socialista, que tem a maioria absoluta neste Órgão Autárquico. Temos esta preocupação em mente e afirmámo-lo de forma clara, corajosa e transparente. Desde o PAN, ao CHEGA, do Bloco de Esquerda à Iniciativa Liberal, passando pela CDU e pelo CDS, todos estes Grupos Municipais contribuíram com propostas positivas e construtivas para melhorar o Regimento, como por exemplo as propostas do PAN e do Bloco de Esquerda que sugeriam que todas as Assembleias Municipais tivessem presente um interprete de língua gestual, proposta essa que foi aceite por todos os outros
Partidos menos pelo Partido Socialista; ou ainda a proposta de Transmissão online da Assembleia Municipal de Gondomar no Site Oficial da Câmara Municipal de Gondomar, proposta apresentada de forma transversal pela Iniciativa Liberal, pelo Bloco de Esquerda, pelo PAN, pelo CHEGA e pelo CDS, que juntamente com essa Proposta, o CDS igualmente apresentou um Regulamento para a Transmissão online, proposta essa que também foi rejeitada pelo PS. Importa ainda referir, uma alteração proposta pelo Partido Socialista que introduz a obrigatoriedade dos documentos e assuntos discutidos no PAOD (Período Antes da Ordem do Dia), terem de ser enviados para os Serviços com 2 dias úteis de antecedência, sendo que qualquer tema importante que surja depois deste período fica vedada a sua discussão e votação na Assembleia Municipal, só podendo a mesma ocorrer, tendo de ser aprovada a sua inclusão nos Trabalhos em votação, ficando todos os restantes Grupos Municipais à boa vontade da maioria absoluta, do autismo e do autoritarismo do Partido Socialista. Como é evidente e perante este cenário, e tendo em conta o acima exposto, e depois do autismo e da prepotência do Grupo Municipal do PS, o CDS Gondomar optou por votar contra as propostas de alteração ao Regimento da Assembleia Municipal apresentadas pelo PS. ■
PISCINAS DE RIO TINTO E FÂNZERES, SEM ÁGUA E SEM FREGUESES Quando algo corre mal há sempre problemas muito complicados e dificeis que são alheios à responsabilidade de quem gera o municipio. E claro, há sempre a promessa de que tudo vai ser resolvido, independentemente de quando isso for. Perante a insistência da CDU para que se encontrem soluções para a abertura das piscinas, o Executivo PS/Marco Martins continua sem se comprometer com datas concretas, sugerindo a possibilidade de a piscina de Rio Tinto reabrir no final do próximo mês de Setembro, enquanto em relação às piscinas de Fânzeres, mantém-se sem solução e completamente abandonada. Lembremo-nos que na piscina de Rio Tinto, o prazo de conclusão da obra já se estendeu
para quase um ano após a primeira previsão de abertura, enquanto em Fânzeres não há sequer informação sobre soluções para a reposição do seu funcionamento. Como sempre a maioria PS procura desvalorizar a situação, desculpando-se com as questões da situação pandémica para aligeirar as suas responsabilidades de não ter realizado todas as diligências necessárias para resolver as duas situações. Face ao arrastar da situação e à falta de compromissos concretos de resolução da maioria PS, é inevitável e compreensível o descontentamento. A falta de uma piscina pública nas duas freguesias mais populosas do concelho cria desde logo
pressão sobre os equipamentos de outras freguesias, retira da prática desportiva centenas de pessoas que não têm meios para suportar as mensalidades em piscinas privadas ou a possibilidade de essas pessoas se deslocarem para outras freguesias onde também não vão encontrar vagas para poderem usufruir dos serviços. Não bastam promessas, é necessário acções e medidas concretas. Para um executivo que se fiz “amigo do desporto”, a realidade não o confirma Da parte dos eleitos da CDU, os mesmos de sempre, continuaremos a lutar pela rápida abertura destas duas piscinas. ■
OPINIÃO: VOZES DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL
VIVACIDADE | JULHO 2022
INCÊNDIOS FLORESTAIS Com a vinda do verão e do calor, as notícias dos grandes fogos florestais começam a invadir as notícias e as vidas dos cidadãos e cidadãs. Com dezenas de fogos florestais já a irromper nas zonas verdes por todo o país, as notícias repetem-se ano após ano sem qualquer fim ou solução à vista. Um dos grandes focos de preocupação
na gestão florestal deverá ser a conservação e a limpeza das áreas florestais. Claro que este é um trabalho estrutural e que deve ser levado muito tempo antes dos meses de maior calor chegarem. Claro que a proteção civil, as autarquias e o próprio governo têm um papel fulcral, mas a consciência ativa da população civil é fundamental para evitar muitos dos
fogos que têm atormentado o país. Sendo que a ação humana, intencional ou não, é a principal causa dos incêndios em Portugal, é necessário ações educativas à população de forma a mitigar estas ocorrências. Só com uma estrutura bem montada e com uma vigilância eficaz será possível mitigar os incêndios que aparecem ano
NOVA REALIDADE No dia 24 de Fevereiro do presente ano, infelizmente a Europa foi assombrada por uma nova Guerra. Como anteriormente já tinha mencionado, o nosso país estava ainda a recuperar de dois anos de uma pandemia que nos afetou economicamente e socialmente, e quando esta finalmente começava a abrandar e a dar algumas tréguas, eis que Vladimir Putin, decide
invadir o estado soberano e independente da Ucrânia. Esta ofensiva invasora, fez com que a crise económica na Europa se adensasse, colocando a nú algumas das nossas fragilidades. É imperativo face a esta nova realidade, apostar e apoiar o sector da agricultura e pecuária. Infelizmente em Gondomar, nos últimos
30 anos o número de terrenos de cultivo abandonados aumentou em 50%. Só existe uma exploração de bovinos para produção de leite em todo o concelho , embora exista mais que uma exploração para produção de carne. O número de pessoas a exercer agricultura profissionalmente tem vindo a descer. Temos o dever de apoiar este sector,
UM PASSO POSITIVO PARA OS GONDOMARENSES Realizou-se no passado dia 22/06, nova Sessão Ordinária da Assembleia Municipal de Gondomar. O PAN Gondomar levou a votação nesta Sessão duas recomendações, que no nosso entender são um contributo muito positivo para o concelho e seus habitantes. Ambas foram aprovadas, o que traduz uma cada vez maior abertura do nosso concelho ao progresso e às melhores práticas contemporâneas. A primeira recomendação teve como objetivo tornar as feiras municipais mais amigas do ambiente e incentivar os produtores locais a ter uma presença mais efectiva nas mesmas. Esta recomendação divide-se assim em duas vertentes. A primeira visa ajudar os feirantes a terem um local de trabalho mais limpo e organizado, colocando mais ecopontos temporários junto dos mesmos, assim como tentar sensibilizar a população para a necessidade de sepa-
ração dos resíduos. Numa segunda vertente propusemos que houvesse uma presença maior (nomeadamente com a criação de incentivos) de produtos locais nas nossas feiras. Da agricultura à filigrana, Gondomar possui um conjunto alargado de produtores locais e a presença destes nas nossas feiras seria algo bastante benéfico para a economia do concelho. A segunda recomendação propõe que o município inicie a transição de fogos de artifício tradicionais para alternativas menos poluentes, tanto a nível ambiental, como sonoro. A recomendação pretende igualmente que a autarquia alerte a população para os efeitos nocivos do uso de fogo de artifício. É de salientar que, nomeadamente a nível sonoro, os fogos de artifício tradicionais são extremamente nocivos para crianças no espectro do autismo que, muitas vezes, apresentam hipersensibilidade auditiva,
sendo igualmente perturbadores para pessoas com experiências traumáticas. O ruído dos fogos de artifício tradicionais têm impacto também nos animais, uma vez que estes dispõem de uma sensibilidade auditiva bastante superior à humana, sendo que por altura das festas populares existe um notório aumento do número de animais perdidos. O município de Gondomar tornou-se, assim, o primeiro concelho do Norte do país a assumir esta transição, dando mais um pulo para a modernização e acompanhando várias cidades, tanto na Europa como noutros pontos do mundo que já se encontram a realizar este trabalho. Fora do concelho, destaque para a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, realizada em solo português no último mês. Na declaração final acordada por mais de 150 países-membros da ONU, os Chefes de Estado e de governo afirmaram estar
SILLY SEASON – PARTE I Nos meses de julho e agosto, meses de verão e de pausa generalizada na vida pública nacional e internacional, é normal virem à tona algumas tolices, dando origem àquilo a que os anglo-saxónicos apelidam de silly season. Gondomar não é exceção à tradição. Nos últimos tempos, temos verificado um “apressar” notório na grande obra do atual executivo, o Parque Urbano de Gondomar. Com a pressa, são cometidos alguns erros (óbvios para todos exceto, pelos vistos, para o presidente da União de Freguesias de Gondomar, Valbom e Jovim) como,
por exemplo, o facto da área verde em construção se estender até ao limite da faixa de rodagem na Avenida Oliveira Martins, não fazendo qualquer sentido para os peões. Mas se em relação a algumas promessas, há “pressa” em cumpri-las, outras nem tanto. Há um ano, mais uma vez, o atual presidente do executivo, garantia que em janeiro de 2022 iria entrar em vigor uma redução do preço da água em cerca de 16%. Promessa essa que foi repetida até à exaustão em campanha eleitoral uns meses a seguir. Tanto não aconteceu, como agora até tivemos a comunicação social a
fazer uma reportagem sobre o preço da água e Gondomar, mais uma vez, aparece no topo da tabela pelas piores razões. O município de Gondomar tem a fatura de água mais desigual, de acordo com um estudo feito pela Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, que tem em conta a tarifa da água de cada município em função do agregado familiar. Já por várias vezes, no curto mas intenso tempo de vida que a Iniciativa Liberal tem em Gondomar, chamamos à atenção que a fatura da água é uma questão fundamental no quotidiano dos gondomarenses. Certamente mais importante,
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Sara Santos BE após ano, causando a tragédia por onde atemperatura devido às alterações climáticas, o problema só irá piorar levando consigo hectares de área florestal e vidas humanas no processo. ■
Nuno Pontes CHEGA podemos ser auto suficientes e não depender de outras nações. A prosperidade futura depende muito do nosso trabalho no presente, e é altura de colocar mãos à obra. ■
Ricardo Couto PAN “profundamente alarmados com a emergência global enfrentada pelos oceanos”, incluindo “aumento do nível do mar, da erosão costeira, do aquecimento e da acidificação dos oceanos”, e comprometeram-se em tomar medidas urgentes e em cooperar nos níveis global, regional e sub-regional para se alcançar todas as metas o mais rápido possível. O PAN Gondomar renova a sua esperança para que não se continue a deixar para “amanhã”, medidas que deveriam ter sido implementadas “ontem”, e que os líderes mundiais percebam de uma vez por todas que não haverá futuro, nem prosperidade, se não olharmos pelos nossos mares. ■
João Resende Figueiredo IL em termos de prioridades, que qualquer apressado parque urbano no “coração” do município. Numa altura em que atravessamos uma forte onda de calor, é irónico que haja mais ímpeto na construção de um jardim do que em baixar o preço da água. Agora, só falta dizerem que este jardim irá conter um lago artificial e estará finalmente aberta a silly season.■