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Ano 14 - n.º 166 - abril 2020
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Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida PARQUE NASCENTE, loja 409 EMPORIUM PLAZA, Loja 101
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Balanço dos últimos 60 dias da pandemia
ÚLTIMA HORA
Gondomar já ultrapassou a barreira dos 1000 infetados
Sociedade Cláudia Martins: "A minha geração de enfermeiros nunca teve que lidar com algo desta dimensão e impacto" > Pág. 6
“É minha obrigação realizar um agradecimento público a todos os que estiveram e estão envolvidos neste planeamento”
Empresários de Gondomar apelam ao consumo no comércio local > Pág. 15
Entrevista António Sala: "Cuidem-se por favor. Cada um de nós faz sempre falta a alguém. E, só isso, justifica tudo."
> Págs. 4 e 5
> Págs. 24 e 25
ELES NÃO PODEM, MAS VOCÊ PODE #FIQUEEMCASA COVID-19
> Págs. 16, 17 e 18 PUB
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VIVACIDADE
ABRIL 2020
Editorial José Ângelo Pinto Administrador da Vivacidade, SA. Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT
Caros leitores, Atravessamos uma pandemia como nunca vimos. Um forte abraço para os leitores do nosso jornal físico que estão a ter dificuldades em nos encontrar, porque muitos dos pontos de distribuição – pequenos cafés ou quiosques – se encontram encerrados o que torna difícil encontrarem o nosso jornal. Procuramos sempre que pelo menos nas freguesias, no município e nos seus serviços seja sempre possível encontrar o VivaCidade. Temos tido um enorme aumento na quantidade de pessoas que subscreve as nossas redes sociais e naqueles que descarregam o ficheiro do Jornal. É um bom sinal, temos pena que seja por razões “erradas” e esperamos que sejam muitos novos leitores que nos passem a acompanhar. Prometi a mim próprio escrever pouco sobre o COVID 19, mas é um exercício muito difícil. Numa altura em que é absolutamente indispensável que estejamos todos a lutar do mesmo lado, não se percebem coisas como a imposição da proibição da divulgação de resultados dos delegados de saúde aos presidentes de Camara e não se percebe as limitações na comunicação que têm existido nem o controlo obsessivo que é feito sobre as instituições para não divulgarem dados próprios. A única razão lógica possível – fraca fiabilidade ou demasiado otimismo nos dados oficiais – é muito má e por isso espero que seja apenas uma pequena incompetência e não um excesso de competência de comunicação e gestão de massas. Lembro que nunca é demais que todos devemos proteger-nos e proteger as outras pessoas. Aplicar regras simples como manter sempre uma distância de segurança e conforto de 2 metros em relação a todas as outras pessoas; evitar o toque direto de superfícies lisas, como maçanetas, corrimões, vidros, etc.; evitar o contacto físico entre pessoas, quaisquer que sejam os envolvidos e a razão, nomeadamente cumprimentos ou outras saudações e desinfetar constantemente as mãos, evitando que estas entrem em contacto com a boca, nariz ou ouvidos. E depois de termos a pandemia controlada teremos que nos virar para a economia. Vamos todos ficar bem, se nos cuidarmos, evitarmos todos os contactos desnecessários e mantivermos uma atitude positiva.
PRÓXIMA EDIÇÃO 21 MAIO
SUMÁRIO: Destaque Páginas 4 e 5 Sociedade Páginas 6 a 26 Reportagem Páginas 16, 17 e 18
Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivacidade.org POSITIVO Em tempos de epidemia em que, os cemitérios de Gondomar se encontram encerrados, a maioria das Juntas de Freguesia, têm realizado a manutenção das campas bem como, a colocação de velas e flores.
Entrevista Páginas 24 e 25 Política Página 27
NEGATIVO Em Gondomar testes ultrapassam os mil casos positivos.
Lazer Página 28 Opinião Páginas 30 e 31
Viva Saúde Paulo Amado*
Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia * Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia Professor Doutor em Medicina e Cirurgia Mestre em Medicina Desportiva Diretor Clínico da CLÍNICA MÉDICA DA FOZ – PORTO ( 226178917) Coordenador da Unidade de Medicina Desportiva e Artroscopia Avançada do HOSPITAL LUSÍADAS - PORTO Vice Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina e Cirurgia do Pé Membro do Council Europeu do Pé - EFAS CLÍNICA DESPORFISIO – EDIFICIO RIO TINTO I RIO TINTO
LARES SOCIAIS DA TERCEIRA IDADE COVID 19
ANUNCIE AQUI Tel.: 910 600 079 pedro.barbosa@vivacidade.org geral@vivacidade.org
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Estimados leitores, sabemos bem que em tempo de “guerra” sobressaem a qualidade dos nossos “generais” e as decisões que tomam, são fundamentais para a vitória final. Sim esperemos que tudo isto acabe o mais breve quanto possível, mas sabemos que até que isso aconteça, vamos ter muitas baixas, por isso temos de nos unir e disciplinar, perante as diretivas que os nossos governantes nos transmitem. Mas neste artigo, quero enaltecer o papel que os autarcas chamaram a si, em muitos casos a resolução do problema. Este tem sido um tema atual em que vemos muitos autarcas a agirem por si na resolução e criação de hospitais provisórios, compra de equipamentos e apoiando a realização de testes de diagnóstico. Aqui reside o problema, verificamos que a direção geral de saúde avança e recua em vários aspectos que são essenciais no combate desta pandemia. Um deles tem sido a questão com o uso de mascaras de proteção, que como é óbvio é um meio importantíssimo de evitar muitas das transmissões deste vírus, que é fundamentalmente um vírus que provoca uma doença respiratória, que pode ser fatal, e como tal se transmite em especial por via aérea. Na qualidade de Diretor Clinico do Lar Social e Paroquial da Terceira Idade, de Baguim do Monte há mais de 30 anos, tomamos, com o apoio da direção do Lar, desde muito cedo, todas as diretivas de prevenção e planos de contenção para a prevenção da atual pandemia, com o apoio das autoridades de saúde locais. Foram essa medidas adoptadas, antes mesmo das indicações oficiais, evitando desse modo que até esta data qualquer caso ou suspeita de Covid
19. Fomos avisados que seria o Lar e todos os funcionários sujeitos a testes de virulência do COVID 19, o que teve esta resolução, da nossa parte, o maior apoio. No entanto os dias passaram e nada aconteceu, desde que fomos contactados. Até que apareceu um caso que sendo suspeito, num dos funcionários, tivemos de agir rapidamente, por meios próprios, pois percebemos a dificuldade das autoridades locais para proceder ao rastreio de modo rápido e eficaz, pois para a cura de uma doença é essencial o diagnostico. Contactando a Junta de Freguesia de Baguim do Monte, na pessoa do seu Presidente, Francisco Laranjeira, tivemos uma resposta rápida e pronta, no sentido de satisfazer o pedido efectuado, patrocinando de modo IMEDIATO a aquisição dos testes em causa. Numa parceria com o Hospital Lusíadas Porto, que atendendo tratar-se de um Lar Social, colocou toda a logística de forma gratuita, para que em menos de 24 horas, se colhessem a todos os utentes internados do Lar e seus funcionários, cerca de 59 testes de diagnostico do COVID 19. Isto sim é com gestos destes que se vencerá esta pandemia, minimizando os efeitos desta doença. Em tempo de guerra, todos os bons soldados são bem vindos, todos temos de dar o melhor que podemos. Devo referir que todos os testes efetuados deram negativo. Compreendemos que o momento é difícil, pelo que não será a altura de contestações, pois estou certo que Todos fazem o melhor e o possível. O nosso Inimigo comum é o COVID 19, não outros. Até breve, estimados leitores…
FICHA TÉCNICA Registo no ICS/ERC 124.920 | Depósito Legal: 250931/06 | Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-241A) | Redação: Carlos Almeida e Gabriela Monroy | Departamento comercial: Pedro Barbosa Tel.: 910 600 079 | Paginação: Rita Lopes | Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte | Administrador: José Ângelo da Costa Pinto | Estatuto editorial: www.public.vivacidade.org/vivacidade | NIF: 507632923 | Detentores com mais de 5% do capital social: Lógica & Ética, Lda., Augusto Miguel Silva Almeida e Maria Alzira Rocha | Sede de Redação: Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Tel.: 919 275 934 | Sede do Editor: Travessa do Veloso, nº 87 4200-518 Porto | Colaboradores: André Rubim Rangel, Andreia Sousa, António Costa, António Valpaços, Beatriz Oliveira, Bruno Oliveira, Carlos Almeida, Diana Alves, Diana Ferreira, Domingos Gomes, Gabriela Monroy, Germana Rocha, Guilhermina Ferreira, Henrique de Villalva, Isabel Santos, Joana Resende, Joana Simões, João Paulo Rodrigues, José António Ferreira, José Luís Ferreira, Luís Alves, Luís Monteiro, Luís Pinho Costa, Manuel de Matos, Manuel Teixeira, Marta Sousa, Paulo Amado, Pedro Oliveira, Rita Ferraz, Rita Lopes, Rui Nóvoa, Rui Oliveira, Sandra Neves e Sofia Pinto. | Impressão: Unipress | Tiragem: 10 mil exemplares | Sítio: www.vivacidade.org | Facebook: facebook.com/vivacidadegondomar | E-mail: geral@vivacidade.org
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VIVACIDADE
ABRIL 2020
Destaque
Marco Martins: “Tivemos que adotar uma Comunicação de Choque” para sensibilizar os gondomarenses
Devido a situação epidémica que Gondomar está a viver, a Câmara Municipal de Gondomar teve que implementar medidas para assegurar a segurança de todos os cidadãos. O VivaCidade esteve à conversa com o Presidente Marco Martins e com a Vereadora Cláudia Vieira. Como vê o desempenho das autoridades Gondomarenses no combate ao COVID-19? Na minha opinião, Gondomar começou a preparar-se muito antes, nós quando tomamos conhecimento das consequências que este vírus poderia ter para a população, a 8 de março, começamos a delinear um plano para assegurar a segurança da população. E, logo a 13 de março, encerramos todos os equipamentos e suspendemos algumas atividades não urgentes, tivemos também o cuidado de reunir com as Juntas de Freguesias (um parceiro muito importante nesta matéria), com a proteção civil, com os bombeiros, a polícia e com outras instituições de Gondomar. Portanto, fizemos um trabalho muito atempadamente, o que nos permitiu estar preparados e ter uma melhor capacidade de resposta perante a situação. Posso dizer que, até ao dia 18
ou 19 de março reunimos com todo o pessoal e planeamos, como por exemplo, o encerramento dos ATL, das creches, dos centros de dia, e preparamos as medidas de apoio às famílias que estavam sem retaguarda e contactamos telefónicamente um a um os 18 500 idosos do programa Idade D'Ouro. Como já referi, toda esta situação foi tratada com muito planeamento e com muita antecedência. As respostas foram dadas em articulação com os serviços de saúde, com as forças de socorro e segurança (PSP, GNR, Polícia Municipal e as Corporações de Bombeiros). Nós quando vimos que íamos precisar tratamos logo de comprar, por volta do dia 12 ou 13 de março tudo o que havia no mercado de equipamento de proteção individual. Chegamos a contactar empresas em Santarém para comprar material para as IPSS’S, para as Forças de segurança e de Socorro e até para os Centros de Saúde, já doamos muito material aos Centros de Saúde. Repare bem que, mesmo à pouco a Vereadora Cláudia foi comprar sacos para os centros de saúde colocarem os testes. Se não fosse as Autarquias de Portugal esta situação teria sido muito mais grave e difícil de controlar, porque os serviços do estado não conseguem ter capacidade de resposta operacional direta. O trabalho que foi até agora realizado tem sido muito grande e permitiu resolver muitas situações. E apesar de já ter mencionado isto que vou passar a dizer várias vezes, faço questão de voltar a repetir: Eu vi muitos Presidentes de Câmara a aproveitar esta situação para aparecer na televisão e a fazer espetá-
culos onde reclamavam coisas, que apenas eram da sua competência. Por exemplo, aqui em Gondomar, nós tivemos um caso muito sensível e que já é público da Fundação Nuno Silveira, onde teve 28 infetados em 32 utentes, e como puderam constatar, na altura, não apareceu uma única linha nos jornais ou nas televisões, não nos pusemos em bicos de pés, isto porque resolvemos internamente todo este problema fruto de um trabalho em rede e bem articulado. Apenas uma semana e tal depois, surgiu a notícia no Correio da Manhã, porque alguém decidiu fazer queixa. O trabalho que foi realizado para ajudar a instituição foi efetuado por mim e, em especial, pela Vereadora Cláudia Vieira. Com um acompanhamento permanente, conseguimos fazer os testes no fim de semana e todos os utentes e funcionários foram testados e separamos os casos positivos, dos negativos. Doamos material à Fundação e a equipa especial da GNR foi ao estabelecimento realizar uma desinfeção rigorosa de todo o espaço. Tudo isto, porque estávamos muito bem preparados. Fizemos ainda questão de montar os Centros de Acolhimento Temporário que, felizmente, até hoje, não foi necessário utilizar nenhum. E, portanto, é minha obrigação realizar um agradecimento público a todos os que estiveram envolvidos neste planeamento- Agentes de socorro e segurança, IPSS, às Juntas, aos centros de saúdes, ao ACES de Gondomar- todos eles foram e continuam a ser inexcedíveis nesta articulação. E, também, um agradecimento que é devido a muitas Empresas que fizeram questão de apoiar com aquilo que
podiam em materiais de proteção e bens alimentares. Também estamos a fornecer, cerca de 112 refeições por dia às famílias que mais necessitam, através das cantinas das escolas e com a colaboração das Juntas de Freguesia. Qual foi o momento mais difícil que teve que enfrentar enquanto Presidente de Câmara neste período? Foram muitos os momentos difíceis. Mas penso que o que marcou mais foi quando tive que fazer o “grito do Ipiranga” em que tive que reclamar com a falta de testes em Gondomar. E, só após de esgotar os mecanismos normais, que passou pelo contacto com o governo, com a Ministra e com o secretário de estado, tive que fazer “um grito” e dizer que Gondomar e o Norte de Portugal estavam prejudicados e, felizmente, valeu a pena, porque à data de hoje, estamos a realizar 250 a 300 testes por dia. As pessoas tinham a necessidade e precisavam de acabar com a ansiedade de saber se estavam negativos ou positivos, após terem a prescrição pelo médico. Portanto, houve aqui várias situações complicadas. Depois do “grito que dei”, criamos, para além do Multiusos de Gondomar que neste momento vão aumentar mais 150 testes por dia, um novo local no SASU, que é o local de atendimento ao doente com COVID-19 feito pala equipa do ACES que é feito no Centro de Saúde de Gondomar. Em simultâneo, estamos desde a semana passada com uma equipa móvel que têm o apoio da Câmara e com técnicos do ACES a realizar testes em to-
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Destaque dos os lares de idosos e fazemos quer funcionários, quer utentes e, apesar dos casos darem negativos, não podemos baixar a guarda nesta situação. E, a Autarquia teve o cuidado de abastecer desde o início desta epidemia todos os lares solidários de Gondomar com equipamentos de Proteção individual, o que foi extremamente relevante para os resultados que negativos que foram anunciados. Sentiu o apoio de todos os partidos com as medidas que foram implementadas pela Câmara e pelo Governo? Sim, posso dizer que sim. Obviamente que nós fomos informando os vereadores da Câmara tudo aquilo que estava a acontecer e, portanto, fui dando nota e fui recebendo mensagens de apoio e suporte, nomeadamente da CDU e do grupo Valentim Loureiro. Quando realizamos a primeira reunião de Câmara, porque houve uma que não conseguimos realizar porque estávamos completamente saturados de trabalho, as medidas do Gondomar Protege foram aprovadas por unanimidade. Portanto, houve um grande consenso e partilha de informação, com um espírito de abertura sempre presente caso, alguém quisesse sugerir alguma medida eu estava à distância de um telefonema ou de um email. Quanto a tudo o que foi solicitado ao Governo central as coisas foram chegando? É mais ao contrário, o Governo é que ia solicitando às Câmaras, na prática os pedidos de ajuda eram mais decorrentes de cima para baixo. Tudo o que foi implementado e disponibilizado foi graças à proatividade e ao orçamento da Câmara de Gondomar. A única coisa que veio do Governo e da ARS foi a contratação do laboratório para realizar os testes no Multiusos. De todas as medidas que foram implementadas, sentiu o respeito e cumprimento por parte dos Gondomarenses? Nomeadamente, as medidas de confinamento. Nas primeiras duas semanas, houve uma altura em que tivemos de realizar vários apelos porque as pessoas não estavam bem sensibilizadas com a gravidade da situação e desrespeitavam as medidas. Já não me recordo ao certo a data, mas tivemos que encerrar os passadiços numa terça feira, quando só íamos encerrar no domingo seguinte, porque as pessoas não respeitavam. Então, tivemos que adotar uma Comunicação de Choque, que passou por mostrar os números de casos que estavam a subir diariamente em Gondomar e, que ainda hoje há em Gondomar, como em todo o país, para que, assim as pessoas pudessem ficar assustadas e começar a cumprir as normas. A verdade é que na primeira vez que foi implementado o Estado de Emergência o incumprimento foi melhorando significativamente. E, quanto às medidas de apoio que irão fornecer as Coletividades de Gondomar? O que nos tem a dizer sobre o assunto? Nós por norma abrimos em abril, o programa do movimento associativo em que, a Coleti-
vidade se candidata seja no setor cultural, recreativo, desportivo e ou social, dizendo todo o programa que pretendem realizar durante o ano. Depois em junho realizávamos uma cerimónia no auditório e entregávamos os protocolos. E, o que é que nós achamos? Que não era altura para a Câmara estar a pedir papeis e as pessoas entregarem e andarem a se reunir, por um lado, mas por outra perspetiva a Autarquia não poderia virar a cara às Coletividades e, nem poderíamos estar a adiar isto para depois do Verão. Assim, pegamos no valor monetário e, com base no que foi entregue no ano passado, demos um adiantamento. Esses 350 mil euros, foram divididos. E o adiantamento que foi realizado foi de 50% para as Coletividades da área desportiva e socio educativa, ou seja, para o desporto e para as Associações de pais, porque são por época ou ano letivo e terminavam em junho deste ano. Já as Associações culturais, recreativas e sociais que são para o ano civil, demos já um terço do valor, cerca de 33%. Portanto, uma Associação que no ano passado recebeu de apoio 1000 euros, respeitante aos doze meses de atividade devidamente justificada, vai receber um adiantamento de 300 euros ou 500 depende do setor em que se insere como já expliquei. Gondomar desde o início desta pandemia encontra-se a oscilar entre o quarto e o sétimo concelho com mais números de infetados, consegue explicar o porquê? Primeiramente, os números que nós temos são diferentes quanto aos números que são disponibilizados pela Direção Geral da Saúde, nunca
batem certo. Mas é fácil perceber o porquê. Em primeiro lugar, Gondomar é um concelho com uma grande mobilidade pendular, ou seja, muitos Gondomarenses ainda se encontram a trabalhar e com um grande movimento nos transportes públicos, posto isto, é normal que os números sejam significativos. Obviamente que, preferia que fossemos o último, mas devido a proporção e escala do número de habitantes do Município já era previsível. Ficou surpreso com os atos solidários que os Gondomarenses têm vindo a demonstrar nesta fase? Muitas empresas e particulares disponibilizaram os seus recursos e casas para ajudar. Temos um exemplo de um cidadão que é Polícia, mas que se encontra em Lisboa contactou a Câmara para informar que tinha um apartamento vazio e que poderíamos realojar no local algum profissional de saúde que assim necessitasse. De forma geral, esta situação demonstrou a solidariedade das pessoas e, como autarquia, percebemos que muitos cidadãos têm ajudado e colaborado com o que podem. Nota-se a existência de uma sintonia entre todas as entidades, bem como entre a população de Gondomar. A Câmara vai apoiar de alguma forma o comércio local? Como já foi divulgado, nós isentamos por três meses as taxas correspondentes à publicidade, à ocupação de via pública, às esplanadas, entre outras, assim, todas as taxas que os empresários pagam diretamente à Câmara Municipal foram extintas durante este período.
Assim como isentamos durante três meses as rendas das habitações sociais, as feiras, os mercados, as empresas situadas no Gold Park e os bares que a Câmara possui. Tudo aquilo que estava ao nosso alcance para isentar já o fizemos. Há uma coisa que nós queríamos ter isentado, que não depende de nós, mas que não tivemos recetividades que era as Águas de Gondomar. Nós insistimos e propusemos à empresa que durante este tempo que isentassem a taxa de disponibilidade, quer da água quer do saneamento e não houve recetividade da empresa para o fazer. A proposta que nos fizeram para ajudar os Gondomarenses era miserável, era dar 75 000 euros de escalão social que dava para uma pequena percentagem (cagagésimo) na fatura dos Gondomarenses. Nós tentamos e pedimos, mas infelizmente, não obtivemos a validação da empresa. E qual foi o argumento da empresa para não aceitar a vossa proposta? Foi que a empresa também tem financiamento e quebra da receita. Para terminar, quanto é que a Câmara já disponibilizou e quanto já perdeu com esta epidemia? Em equipamento de proteção a Câmara já disponibilizou cerca de 300 mil euros, tudo suportado pelo Município, sendo que, este valor poderá aumentar. Tudo somado, entre quebras de receita e despesa direta e indireta com o Covid-19 a autarquia já gastou cerca de 3 milhões de euros. ▪
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Sociedade
Cláudia Martins:
“É realmente impressionante experienciar o sentimento de união que está a acontecer. As pessoas estão a ser incríveis”
Cláudia Martins é natural de Rio Tinto e viu em Inglaterra uma oportunidade de percorrer os seus sonhos. Atualmente, é a enfermeira responsável pela prevenção e controlo de infeção nos blocos operatórios de um hospital Londrino. Devido ao seu trabalho, Cláudia conta-nos como é a experiência de estar na frente de combate da pandemia. Antes de falarmos da situação atual, o que te levou a escolher Inglaterra para trabalhar? Quando terminei a minha licenciatura em enfermagem em 2010, nunca pensei que trabalhar fora do país fosse uma opção pela qual optasse. No entanto, após quase um ano a trabalhar como enfermeira em part time numa clínica e, após um número exaustivo de currículos entregues sem resposta, compreendi que era necessária outra solução. O Reino Unido surgiu por acaso. O meu grupo de amigos, que também estava na mesma situação laboral que eu, decidiu que Inglaterra seria uma boa opção e então fizemos as aplicações, fomos entrevistados e tudo aconteceu muito naturalmente.
Como tem sido, globalmente, a experiência de trabalhar em Inglaterra? Tem sido uma experiência muito positiva. No início não foi fácil. Com vinte e quatro anos tive que me adaptar a uma cultura, hábitos e a um sistema de saúde diferente. Foi também a primeira vez em que comecei a viver sem a minha família, o que também foi uma mudança bastante abrupta. Hoje, não me arrependo em nada da decisão que tomei. Trabalho como enfermeira no Reino Unido há 9 anos e a minha evolução de carreira tem sido excelente. Comecei como enfermeira de urgência, passei por enfermarias de cirurgia e depois comecei a exercer como enfermeira instrumentista. Tornei-me a enfermeira responsável pela prevenção e controlo de infeção no meu bloco operatório e, tive a oportunidade de tirar a minha graduação em cirurgia e instrumentação cirúrgica numa universidade em Londres. Atualmente, exerço funções não só como enfermeira instrumentista, mas também como enfermeira especialista em prevenção e controlo de infeção no meu hospital. É muito gratificante ter a oportunidade de puder escolher a área na qual quero trabalhar, evoluir na carreira e ser reconhecida pelo meu trabalho. Neste momento atravessamos uma grave crise de saúde e Inglaterra tem sido dos países mais atingidos por esta pandemia. Como tem sido viver esta situação na linha da frente? Uma pandemia global é algo que sempre se soube que iria acontecer novamente. No entanto, nunca pensamos que isto iria acontecer
na nossa geração. Devido à dimensão desta pandemia e, estando na linha da frente sinto uma preocupação moderada, mas ao mesmo tempo um senso de dever.
também desafiante o facto de estar longe da minha família e das pessoas que me são importantes e não ter a certeza de quando os vou puder visitar.
Que rotinas do teu dia-a-dia profissional viste serem alteradas com a chegada do Covid-19? Como têm sido os dias de trabalho? A chegada do Covid-19 causou um impacto tremendo nas rotinas do meu trabalho, as quais tiveram que ser adaptadas a esta nova realidade. O funcionamento normal dos hospitais teve que ser adaptado de acordo com a estratégia do governo para que estes sejam mais seguros para os utentes, familiares e trabalhadores. Sessões de treino constantes para os trabalhadores (clínicos e não clínicos) tiveram que ser realizadas diariamente de forma a assegurar que todos entendam o que é o covid-19, que mudanças devem ser implementadas e como nos devemos proteger e proteger os nossos utentes. Os dias de trabalho têm sido longos e muito mais cansativos. No entanto gratificantes, porque como enfermeira de prevenção e controlo de infeção e, como estou numa boa posição para dar suporte e sessões educativas aos meus colegas, consigo observar um aumento dos níveis de confiança ao lidar com esta situação.
Certamente que também tens acompanhado o evoluir da situação em Portugal. As diferenças nos números entre Portugal e Inglaterra são muitas, no teu entender, que fatores contribuíram para esta diferença? Relativamente às principais diferenças nos números entre Portugal e o Reino Unido, estas estão também relacionadas com o número de população. Portugal tem cerca de 10 milhões de habitantes enquanto que o Reino Unido tem cerca de 66,5 milhões de habitantes, pelo que, é importante analisar os valores por milhão de habitantes. De acordo com as estatísticas que analisei hoje (17 de Abril, 2020), o Reino Unido tem 1601 casos positivos por milhão de habitantes, enquanto que Portugal tem 1866 casos. Relativamente ao número de óbitos, o Reino Unido tem 215 mortes por milhão de habitantes e Portugal tem atualmente 64. Vários fatores contribuem para a diferença nos números, incluindo o número de testes realizados em cada país. O Reino Unido realizou até hoje um total de 438 991 testes, enquanto que Portugal realizou 221 049. No entanto, por milhão de habitantes, Portugal realizou 21 678 testes enquanto que o Reino Unido realizou 6467. Esta diferença de números poderá indicar que Portugal tem de momento uma tática de testes mais agressiva, uma implementação de medidas de combate à pandemia atempada e, uma rápida deteção e isolamento de casos, o que poderá ter assistido na quebra da cadeia de transmissão. Isto poderá ser traduzido num número reduzido de exposição de pessoas vulneráveis ao covid-19 e consequentemente, num menor número de casos críticos. Obviamente, estas figuras são aproximadas uma vez que as estatísticas alteram diariamente.
Com tantos profissionais de saúde infetados, o medo é um sentimento sempre presente? Os profissionais de saúde estão na linha da frente durante esta pandemia e essa situação provoca, naturalmente, alguma ansiedade. A minha função passa também por transmitir conhecimento e segurança a todos os meus colegas durante o dia-a-dia de trabalho. Medo cria ainda mais medo e a transmissão de segurança é uma grande parte daquilo que faço. Sinto que, os profissionais de saúde têm alguma preocupação, uma vez que esta é uma nova situação e desenvolve-se num contexto em movimento rápido. A minha geração de enfermeiros nunca teve que lidar com algo desta dimensão e impacto, porém, temos que manter a calma e, um nível elevado de cuidados de saúde e profissionalismo. Apesar de tudo isto, sinto-me também bastante inspirada por todo o apoio entre colegas e pelo apoio e carinho oferecido por todas as pessoas. É realmente impressionante experienciar o sentimento de união que está a acontecer. As pessoas estão a ser incríveis. Como geres a tua vida pessoal e a profissional num momento destes? A minha vida pessoal e profissional alterou bastante com esta situação. A nível profissional, a minha prática foi alterada em vários sentidos. Trabalho sobre mais pressão e quando volto para casa ao final de dias muito longos, tenho que estudar bastante para me manter atualizada com o fluxo constante de informação e de alterações. É muito exigente. A nível pessoal, é um pouco desafiante. Durante a fase inicial da pandemia do covid-19 foi sentida uma grande onda de choque e medo na população e até os meus amigos evitavam estar na mesma divisão da casa do que eu. É
Estando na linha da frente num dos países mais afetados, que mensagem gostarias de deixar em especial para os Gondomarenses? Continuem a ser fortes, mantenham-se seguros e cumpram as regras de isolamento e distanciamento social. Este não é um caminho fácil nem curto, mas juntos vamos ultrapassar esta situação. Temos de momento bons especialistas a lidar com esta pandemia e a trabalharem juntos no combate ao covid-19. Mesmo a terminar, o regresso a Portugal é uma meta no teu horizonte? Quem sabe, um dia. Claro que adoraria regressar e as saudades são muitas. Por outro lado, a situação laboral e de evolução profissional em Portugal, não é de momento apelativa. Portugal tem uma excelente formação de profissionais. No entanto, a situação laboral na carreira de enfermagem é infelizmente muito precária. A carreira de enfermagem continua congelada e a evolução profissional nula. É uma pena, porque temos muito talento, mas não nos é dada a oportunidade de o demonstrar no nosso país. ▪
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DECO Joana Simões
Foi aprovada a Moratória no Crédito à Habitação como ajuda às famílias em época de pandemia. A DECO esclarece os pormenores desta medida. A que Créditos se aplica? Crédito para Habitação própria permanente. Em que consiste? Suspensão do pagamento de prestações de crédito à habitação, de capital e juros. Duração Pelo período de seis meses, até 30 de setembro de 2020. Quem pode beneficiar? • Trabalhadores residentes em Portugal que estejam em isolamento profilático ou de doença, que prestem assistência a filhos ou netos, que tenham sido colocados em redução do período de trabalho ou em suspensão do contrato de trabalho por força do estado de emergência • Desempregados registados no IEFP • Profissionais independentes elegíveis para o apoio extraordinário à redução da atividade económica • Trabalhadores de estabelecimento que tenha sido objeto de encerramento determinado durante o período de estado de emergência. Não poderá beneficiar desta medida quem se encontre em situação de insolvência, suspensão ou cessão de pagamentos, ou em processo executivo. Quais as condições de Acesso? • Créditos em situação regular, a 18 de março de 2020 • Não haver prestações em mora ou em incumprimento há mais de 90 dias • Situação regularizada junto da Autoridade Tributária e Aduaneira e Segurança Social. Se o cliente não cumprir as condições de acesso, o banco tem 3 dias úteis após a receção do pedido e da documentação para o informar. Formalização do Pedido: 1) Contactar o banco, pedir o formulário. Preencher e assinar o pedido. 3) Anexar os documentos que comprovam ter aceso à moratória e Declaração de não dívida às Finanças e à Segurança Social 4) Enviar e aguardar 5 dias. Se passados 5 dias, não tiver resposta, insistir com o banco até ter a certeza de que no próximo mês já não paga a prestação (se preencher as condições necessárias para beneficiar). Para mais informações contacte a DECO ou o Gabinete de Apoio ao Consumidor do Município de Gondomar. Atendimento realizado via telefone ou por videochamada Skype. Contacte: 224 660 500 etx. 3619 | gac@cm-gondomar.pt 223 391 960 | deco.norte@deco.pt
Sociedade
Quarentena obrigatória regista aumento de lixo no município Devido ao surto de Coronavírus, muitos Gondomarenses viram-se obrigados a estar em regime de teletrabalho ou simplesmente a ficar em casa devido às medidas de isolamento.
ecopontos seja efetuada à porta da habitação e não no seu interior para evitar ao máximo a proximidade física e o risco de contágio entre trabalhadores e cidadãos. Devido ao risco que estes Homens enfrentam diariamente, no início do mês
de abril, a Câmara Municipal de Gondomar, deliberou por unanimidade atribuir um Voto de Louvor aos trabalhadores da recolha de resíduos e de limpeza urbana, por todo o empenho e dedicação que tem dado a Gondomar e pelo risco constante ao qual estão expostos. ▪
Este fator foi decisivo para o aumento de lixo que se veio a observar no mês de março, relativamente, ao mês anterior. No final do último mês, Gondomar registou 698 toneladas de resíduos, um aumento de 11.4% em comparação com o mês de fevereiro. Este aumento originou uma sobrecarga de trabalho nos funcionários de recolha de resíduos. Devido ao aumento da utilização de máscaras, luvas e lenços de papel, o lixo aumentou e muitos Gondomarenses têm sentido dificuldade na separação dos mesmos, sendo que o correto é colocar estes objetos no Lixo Comum, evitando assim possíveis contaminações para com os funcionários. Com vista a proteger os trabalhadores, é recomendado que a colocação dos
Chat Online para apoio aos clientes Em tempo de pandemia e no sentido de reforçar a proximidade com os seus clientes, agora apenas possível por telefone ou suporte digital, a AdG lançou o Chat Online, uma ferramenta de apoio e atendimento ao cliente disponível em www.aguasdegondomar.pt
Ao entrar no site da AdG, o cliente encontra no canto inferior direito uma janela de conversação, através da qual um operador estará pronto para responder, de imediato, às suas questões. Para além de otimizar a relação entre a AdG e os seus clientes, facilitando uma comunicação mais pes-
soal e customizada, esta ferramenta permite analisar em tempo real as situações apresentadas e responder de forma rápida e personalizada aos pedidos dos clientes. Este novo canal digital dispõe de uma equipa de operadores, disponível entre as 8h30 e as 17h30, em dias úteis. ▪
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VIVACIDADE
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Sociedade
SOSvizinho procura Voluntários e Coordenadores A SOSvizinho é um novo projeto que surge para auxiliar os grupos de risco iminente a ultrapassar em segurança esta fase de vulnerabilidade da saúde pública. Para esta finalidade, foi criada uma linha de apoio aos mais necessitados: 808 20 20 20. Este número pretende dar resposta a todos os idosos, doentes crónicos e outros beneficiários que, por causa da quarentena, têm que permanecer em casa e têm dificuldades de aceder à internet ou a lidar com a tecnologia. O objetivo deste projeto é fornecer bens
essenciais e medicamentos a estes grupos e evitar que saíam à rua e, consequentemente, fiquem expostos ao vírus. A linha funciona todos os dias, de Segunda a Domingo, das 8h às 20h. Os responsáveis estão à procura de mais pessoas dispostas a ajudar como Coordenadores e Voluntários em cada Município. Segundo os responsáveis, “urge identificar, em cada município, Coordenadores que irão dar ajuda na operacionalização dos esforços do corpo de Voluntários, um apoio fundamental para que a respos-
ta ao fluxo de pedidos de ajuda de cada zona seja feita sem falhas”. Neste momento, os voluntários podem registar-se na plataforma online em https:// sosvizinho.pt. Já os pedidos de ajuda também podem ser realizados através do site https://sosvizinho.pt/preciso-de-ajuda, onde o necessitado pode apresentar os seus pedidos. O processo está construído de forma a fornecer apoio em 24h, desde o momento em que o pedido é realizado na plataforma, “é alocado ao concelho e Coordenador respetivos, e este aloca-o a um voluntário dispo-
nível no seu turno. Os Voluntários no terreno estarão devidamente credenciados e identificados para o desempenho da sua tarefa, bem como cobertos por um seguro criado de propósito para o âmbito da ação”. Nesta fase do projeto são necessários parceiros que ajudem no abastecimento de um kit de higiene e segurança como, álcool gel, máscaras e luvas para os voluntários. Caso pretenda mais informações pode o fazer através do email geral@sosvizinho. pt, quanto às parcerias pode solicitar através de comunicação@sosvizinhos.pt. ▪
União de freguesias abre novamente serviços Em comunicado à população, o executivo da União de Freguesias de Gondomar (S. Cosme), Valbom e Jovim, adotou medidas excecionais que foram implementadas a partir do dia 20 de abril. O Presidenta António Braz tornou público que até a orientação contrária, “os serviços desta União de Freguesias (à exceção
dos Cemitérios, Universidade Sénior, GIP e Loja Sociais, que continuam encerrados), passam a funcionar das 9h às 13h”, o autarca apela aos seus cidadãos que apenas realizem deslocações extremamente necessárias e solicita que “privilegiem o contacto telefónico: Secretaria Gondomar (S. Cosme)- 224833552; Secretaria e
CTT Valbom- 224648760; Secretaria, CTT e Espaço Cidadão de Jovim- 224509703”. De acordo com as recomendações implementadas nas repartições públicas, só é permitida a entrada de uma pessoa de cada vez nos estabelecimentos desta União de Freguesias, sendo a fila de espera realizada no seu exterior. ▪ PUB
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VIVACIDADE
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Posto de Vigia Manuel Teixeira
Professor Universitário e investigador do CEPESE (UP)
As pesadas faturas da pandemia Ainda não passaram 40 dias sobre a morte da primeira vítima da pandemia em Portugal, que matou um ex-massagista do Estrela da Amadora, particular amigo de Jorge Jesus. Foi a 16 de março, e à data apenas eram conhecidos 331 infetados no nosso país. De então para cá o vírus converteu o nosso quotidiano num pandemónio, deixando as nossas vidas em suspenso. E hoje só temos como adquirido um futuro, de curto e médio prazos, absolutamente incerto. Mas em bom rigor, e por muita que seja a esperança, sabemos que cada mês nos vai trazer um rol de angústias. Pensar que o alegado desconfinamento é o princípio do fim da pandemia é um erro grave. Fazer planos é um exercício de futurologia que pouco resolve, e até pode contribuir para aumentar o nosso desassossego interior. Ainda assim, não podemos ignorar que já se sente o peso das faturas à cobrança: a fatura da saúde e da doença; a fatura económica e social; e a fatura política e governativa. Quanto à primeira, ninguém tem dúvidas: a lista de infetados e de vítimas mortais vai prosseguir por muito tempo, enquanto não houver tratamento garantido para a doença, ou uma vacina preventiva. E saltar para a rua como se tudo já tivesse passado ficará muito caro a todos nós. Os custos do Serviço Nacional de Saúde dispararam, e os orçamentos futuros terão de passar por uma verdadeira revolução organizacional. Desde os cuidados primários à assistência hospitalar nada poderá ficar como era. Já a fatura económica e social está à vista de todos. A austeridade entrou de rompante na casa de centenas de milhares de pessoas, e ameaça agravar-se. Já se sente a quebra brutal dos rendimentos das famílias, as falências de empresas são em série, o desemprego é galopante, e o alargamento das faixas de pobreza para níveis que podem ultrapassar os da anterior crise está à vista de todos. Com ou sem austeridade assumida, temos a certeza que iremos viver pior, e com muito menos recursos durante sabe-se lá quanto tempo. Resta a terceira fatura, que dependerá sobretudo dos nossos dirigentes políticos: a fatura política e governativa. É certo que será a última a ser cobrada. Mas chegará a sua vez. Até agora António Costa não tem de que se queixar. Os órgãos de soberania e as oposições têm colaborado ativamente, e apoiado quase por unanimidade todas decisões governativas. Mas não haja ilusões, porque chegará o tempo para balanços. Para não dizer que a unanimidade começou já a desafinar… Os primeiros balanços e críticas começaram já a dar a conhecer erros graves de atuação, e muitas omissões cometidas pelos governantes; vão conhecer-se todas as verdades ocultadas, e as mentiras que nos têm sido ditas; todos os números que estão a ser escondidos; todas as decisões tomadas levianamente ou de forma incompetente. Enfim, tudo acabará por se saber para poder ser avaliado. E caberá ao povo fazer o seu juízo, e as suas escolhas. Voltará à mão de cada um o poder do voto, que em democracia é o verdadeiro ajuste de contas sobre quem nos governa.
Sociedade
Município cria Centro de Acolhimento Temporário A Câmara Municipal de Gondomar, em parceria com o exército, a ordem de Malta e o Rancho Regional de Fânzeres criaram um Centro de Acolhimento Temporário de Retaguarda com um total de 225 camas.
O centro encontra-se distribuídos por três zonas do concelho: o Pavilhão de Fânzeres, com 90 camas; o Multiusos de Gondomar, com 60 camas; e o Seminário do Bom Pastor, com 75 camas. O centro surge para servir de apoio à
população que necessitar de cuidados devido ao surto do COVID-19. O local encontra-se dividido em duas alas- femininas e masculinas- e contém um posto médico, instalações sanitárias, sala de medicação e enfermagem. ▪
Alunos de Gondomar fabricam equipamentos de proteção Neste período difícil que o Município está a ultrapassar, a solidariedade é sempre bem-vinda. Nesse sentido, os alunos da escola Secundária de Gondomar não quiseram ser exceção à regra e demonstraram que em tempos difíceis todos podemos colaborar. O projeto surgiu de uma parceria que o Município realizou com o Agrupamento de Escolas nº1 de Gondomar e a Skillmind (Empresa que atua na área tecnológica há mais de 10 anos e que pretende simplificar os processos das organizações), que criaram uma linha de produção com a ajuda de 15 impressoras 3D do projeto de Robótica. Os equipamentos estão a ser operados pelos alunos do curso profissional da Escola Secundária de Gondomar. Por hora, são fabricados cerca de 30 a 40 viseiras que, posteriormente, serão distribuídas gratuitamente às unidades de
saúde, às forças especiais, aos lares de idosos e aos serviços de atendimento do concelho. Esta medida pedagógica e solidária permite que aos estudantes contabilizarem horas de estágio, necessárias para concluir os estudos do ensino secundário, visto que as atividades letivas
se encontram suspensas pela situação epidémica que o país está a enfrentar neste momento. Recorde-se que Gondomar é um dos Municípios com mais casos de COVID-19 em Portugal, sendo necessário assegurar a segurança dos que enfrentam diariamente esta pandemia. ▪
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Sociedade
MERCADONA doa diariamente produtos de primeira necessidade à Gondomar Social
• A empresa MERCADONA fortalece a sua colaboração com a Gondomar Social, doando diariamente produtos de primeira necessidade, como leite, massa, arroz e atum. • A empresa Mercadona reforça as doações de alimentos durante a crise de saúde causada pela Covid-19 para dar resposta às necessidades das pessoas mais carenciadas nesta situação de extraordinária complexidade que estamos a viver. • Desde o início do ano, a empresa já doou mais de 136 toneladas de bens alimentares às diferentes entidades e organizações sociais com quem colabora nos distritos do Porto, Braga e Aveiro, reforçando ainda as entregas da cadeia de supermercados a 10 cantinas sociais de proximidade. A Mercadona reforça o seu Plano de Responsabilidade Social durante a situação de crise de saúde causada pela Covid-19 que atualmente atravessa o nosso país. Assim, mantém o seu compromisso com as diversas instituições com as quais colabora e garante a entrega de bens de primeira necessidade para que as pessoas mais carenciadas apoiadas por essas instituições possam continuar a alimentar-se.
Neste sentido, desde o início do surto de Covid-19, a Mercadona tem mantido contacto regular com as entidades que beneficiam destas doações, com o objetivo de conhecer em primeira mão as suas necessidades, e acompanhar a situação de perto doando bens de primeira necessidade. Para Joana Ribeiro, Diretora de Relações Externas Norte de Portugal destaca que: " A empresa, no seu firme compromisso de estar ao lado das pessoas carenciadas, intensifica o seu Plano de Ação Social colaborando com o Banco Alimentar e instituições de solidariedade social, às quais doou 118 toneladas de bens essenciais em 2019. A situação de excecionalidade que estamos a viver é muito inconstante e requer da nossa parte agilidade nas decisões e abordagens, com o objetivo de fazer o que for possível para dar resposta às necessidades de todas as pessoas e, em especial, das pessoas mais carenciadas que necessitam de todo o apoio extra que todos lhes consigamos dar. A Gondomar Social foi a primeira instituição de solidariedade social com a qual começamos a colaborar em 2019, diretamente desde a loja da Mercadona em Fânzeres, é de perto que acompanhamos o excelente trabalho de inserção social que é realizado com as jovens que são acolhidas na instituição.” Por outro lado, Margarida Almeida, responsável da Comunicação da Gondomar Social, afirma que: “A Gondomar Social Associação de Intervenção Comunitária beneficia, desde finais de Novembro de
2019, do apoio da Mercadona - loja de Fânzeres, recebendo, diariamente, excedentes alimentares. Com uma Casa de Acolhimento Residencial Especializado (CARE Coração d'Ouro) onde vivem 18 jovens, entre os 12 e os 18 anos, a Instituição é o lar destas meninas. Suprir todas as suas necessidades é o nosso dever, um dever que ficou mais fácil de concretizar com a parceria firmada com a Mercadona. O processo de seleção da nossa instituição foi exemplar pela rapidez e preocupação dos responsáveis da Mercadona em avaliar as necessidades da nossa Casa. A regularidade das doações possibilita uma maior variedade e, consequentemente, qualidade das seis refeições diárias que fornecemos às jovens e as poupanças obtidas permitemnos reforçar atividades, nomeadamente lúdico-pedagógicas. A parceria com a Mercadona pauta-se por um diálogo constante e destacamos a excelente formação e enorme sensibilidade dos funcionários que articulam as doações, bem como as preocupações com a segurança e higiene, preocupações reforçadas desde o início da pandemia.” Desde 2019 a Mercadona e a Gondomar Social assinaram um acordo de colaboração que consiste na entrega diária de bens essenciais para apoiar a instituição a dar resposta aos desafios sociais que enfrenta. Estas entregas, compostas por bens essenciais, alimentares e não alimentares, que são
retirados das prateleiras das lojas e se encontram em ótimas condições para consumo, garantindo sempre a máxima segurança alimentar são destinadas a apoiar as refeições que diariamente as jovens que se encontram na Casa de Acolhimento realizam. Uma política de ação social sustentável integrada na estratégia de Responsabilidade Social Empresarial da Mercadona A Mercadona, com o compromisso de partilhar com a Sociedade parte do quanto dela recebe, desenvolve o Plano de Responsabilidade Social, comentado anteriormente, que aborda o componente social e ético através de diferentes linhas de atuação sustentáveis que reforçam a sua aposta pelo crescimento partilhado. Como parte desta política, a Mercadona colabora com mais de 240 cantinas sociais e 60 bancos alimentares e outras entidades sociais de toda a Espanha e Portugal, às quais doa diariamente e participa em campanhas de recolha de alimentos. Em Portugal, colaboramos atualmente com os Bancos Alimentares do Porto, de Braga e de Aveiro, aos quais doámos, no segundo semestre de 2019, um total de 118 toneladas de alimentos. Participámos também, pela primeira vez, na Recolha Alimentar organizada pelo Banco Alimentar Contra a Fome, numa campanha em que os nossos "Chefes" (clientes) doaram um total de 13 toneladas a esta instituição, a partir das 8 lojas abertas à data. ▪
> Imagens das doações realizadas diariamente desde a loja da Mercadona, em Fânzeres (Gondomar) à Gondomar Social
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Sociedade
na prioridade pela educação na distância, com aproximação na superação das adversidades na atenção e responsabilidade da sua ação
Princípios gerais do plano do ensino à distância do AEG1 ● Acompanhamento e inclusão de TODOS os alunos! ● Promoção da autorreflexão e do trabalho autónomo! ● Transmissão de feedback de qualidade aos alunos! ● Garantia do acesso de TODOS às atividades não presenciais! ● Promoção da autorregulação das aprendizagens! ● Tomada de conhecimento, por parte
Agora, uma ferramenta mais útil do que nunca!
A capa do jornal digital do segundo período do AEG1
A última página do jornal
dos alunos e dos Encarregados de Educação, do trabalho a realizar em casa, com o envio de Newsletters, fomentando-se uma interação cada vez mais responsável e mais empenhada do EE no percurso escolar do seu educando!
Todos contam!
Uma rede de apoio para todos!
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VIVACIDADE
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Viva Prevenido Catarina Gonçalves Optometrista da Opticália
Hipermetropia na infância Os seus filhos ficam cansados quando estão a ler ao perto e perdem muito facilmente a concentração? Saiba o que pode provocar estes sintomas. A visão constitui um aspecto fundamental no crescimento e no desenvolvimento da criança, sendo responsável por grande parte da informação que esta adquire. É, por isso, importante que qualquer problema ou deficiência na visão seja detectado na infância, antes da formação da visão estar completa, de forma a aumentar a probabilidade de sucesso dos tratamentos necessários. A hipermetropia é um dos problemas que mais afecta as crianças e muitas vezes não é descoberto atempadamente por não manifestar sintomas. Quando não é corrigida pode levar ao desenvolvimento de outros problemas como a ambliopia (olho preguiçoso) ou o estrabismo (desvio dos olhos). Hipermetropia, ou dificuldade em ver ao perto, é uma anomalia de refracção ocular que faz com que a imagem seja formada atrás da retina, dificultando a visão dos objectos a curta distância. Quanto maior o grau de hipermetropia, maior a dificuldade em ver nitidamente ao perto. É normal as crianças com hipermetropia apresentarem dor de olhos ou cabeça, lacrimejarem, piscarem frequentemente, sentirem ardor e vermelhidão nos olhos, perderem a concentração, e consequentemente terem menor rendimento escolar. O esforço permanente de acomodação para manterem uma visão nítida pode ser a causa destas manifestações, mais frequentes ao fim do dia. A hipermetropia é corrigida através do uso de óculos, temporários ou permanentes dependendo do valor da mesma. As lentes de contacto também podem ser uma alternativa. A maioria das crianças não sabe referir quando não vê bem. Acredita que a visão que tem seja normal, porque nunca viu de outra forma. Por isso os pais devem estar atentos a qualquer alteração do olho, como o lacrimejo ou vermelhidão, ou outros sinais como o baixo rendimento escolar, desinteresse por leitura, dor de cabeça, mal estar quando realizam actividades em que usam a visão se perto. Caso se deparem com algum destes sintomas é recomendável a realização de uma consulta o mais breve possível.
Sociedade
Gondomar realiza testes de COVID-19 em lares Com o intuito de combater o novo Coronavírus, Gondomar decidiu atacar numa nova frente de prevenção de contágio nos lares de idosos, iniciando um conjunto de testes a todos os utentes e funcionários destas instituições, bem como a todas as equipas de apoio ao domicílio. Segundo a Autarquia, esta medida foi concretizada em parceria com o ACES Gondomar, a Unidade de Saúde Pública e o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho. A Câmara Municipal destaca que estes exames são essenciais para preservar a vida dos mais vulneráveis, os nossos idosos. Quanto aos resultados dos exames, foinos comunicado que no Centro Social da Paróquia de Rio Tinto, Centro Social e Paroquial de Baguim do Monte e no Centro Social da Lomba os resultados dos utentes e funcionários deram negativos. Já no Centro Social e Cultural de Valbom, até ao fecho da edição do mês de abril, os resultados são negativos em todo o STAFF e utentes. No entanto, no Centro Social da Paroquial de Foz de Sousa os resultados revelaram que um dos funcionários acu-
sou positivo de COVID-19, sendo de imediato isolado de todos os utentes e funcionários do lar. Os restantes testes deram negativo. Em comunicado à redação, o Presidente da direção do Centro Social da Lomba constatou que, apesar dos testes terem dado negativo, “sabemos o que temos estado a fazer no cumprimento das orientações da Direção Geral de Saúde, e estes resultados ainda nos
dão mais responsabilidade, não só em relação às medidas já tomadas, mas também à obrigação de fazer, cada vez mais, o melhor” pelos utentes e funcionários. Marco Martins destacou que está situação não pode ser justificativa para baixar a guarda. O autarca referiu que por eles terem dado negativo, nós temos a responsabilidade de prevenir o contágio. ▪
Ilustradora Marisa Silva “ofereceu” história à APPC Uma fotografia da Associação do Porto de Paralisia Cerebral (em dias em que ainda não havia isolamento social...), um cartaz da Unidade Residencial “Villa Urbana” de Valbom e a inspiração da ilustradora Marisa Silva foram o ponto de partida para uma pequena (mas surpreendente) produção artística. Em teletrabalho estabeleceu-se diálogo entre as freguesias da Foz do Sousa, S. Cosme e Valbom e, resultado disso, “nasceu” um vídeo com a mensagem a acreditar que “Vamos todos ficar bem”. “Há uns anos, por intermédio de uma amiga voluntária [Glória Rodrigues] fiquei a conhecer a Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC). E foi na ‘Villa Urbana’ de Valbom, entre muitas conversas que me marcaram, que recebi uma verdadeira lição de vida da Elisabete Cunha”, recordou a ilustradora Marisa Silva. Depois disso manteve-se a “amizade” com a APPC. Manteve-se, também, a vontade de um dia poder colaborar em projetos da instituição. “Recentemente vi uma fotografia da Elisabete e lembrei-me de vos oferecer isto. Espero
que gostem!”, foi a mensagem enviada pelas redes sociais. Marisa Silva é arquiteta, designer, ilustradora, fotógrafa, decoradora e entusiasta de “DIY” (“faça você mesmo”). Como criadora de conteúdos no âmbito da moda, decoração e reutilização, colabora com várias publicações. É coautora, com Nuno Markl, do pro-
jeto “Páginas Rejeitadas” e ilustradora do livro “Páginas de livros infantis rejeitadas” e diretora artística do grupo de teatro “Sururus”. O vídeo foi partilhado pela autora e pode ser visto nas redes sociais e no “site” da APPC em www.appc.pt/_nagenda/noticia2149. html ▪
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Empresários de Gondomar apelam o consumo local Devido à crise pública que Portugal e o Mundo estão a ultrapassar, muitas empresas encontram-se receosas e esperançosas quanto ao futuro da nação. O VivaCidade recolheu alguns depoimentos de empresários de Gondomar que transpareceram a atual situação da vida empresarial no Município.
de uma solução antissética de base alcoólica em intervalos regulares. Quanto aos alimentos, o empresário referiu que “desde sempre que são desinfetados aquando a sua entrada no armazém”. Natalino constata que “é certo que esta crise não se resolverá de um dia para o outro. Vai levar tempo até chegarmos à solidez que tínhamos antes da pandemia”, mas, por enquanto, o responsável não vê a necessidade de recorrer à banca num curto espaço de tempo. Natalino Sousa esclarece que quanto ao futuro do estabelecimento “não pondero outro cenário senão o da reabertura do restaurante dentro de poucas semanas”. O empresário deixa um apelo aos Gondomarenses em nome de todas as empresas de restauração: “Não se inibam de utilizar os serviços de take way, por forma a garantir a sustentabilidade das empresas de restauração e evitar ainda mais despedimentos”.
medidas que estão a realizar é o acompanhamento online a todos os alunos que integram o quadro da empresa, o processo deste acompanhamento passa pelo envio de uma ficha aos estudantes dedicada a uma matéria em concreto, após receberem as respostas os profissionais esclarecem todas as dúvidas via Skype ou Whatsapp. Os responsáveis da Dona Sebentinha acreditam que caso reabram em maio, “que é o que esperamos”, irão realizar as suas atividades por marcações e, apenas, com dois alunos por sala. Para proteção individual, as sessões serão realizadas com a utilização de máscaras e desinfetantes, “tudo isto, de forma a ajudar os nossos alunos que se têm sentido muito perdidos neste terceiro período”. Quanto aos Gondomarenses, a Dona Sebentinha deixa um único conselho “que se cuidem e principalmente lutem, pois se não lutarem ninguém o vai fazer por vós”.
> Paulo Pontes e Rita Moreira, proprietários da Dona Sebentinha > Natalino Sousa
Restaurante Clube dos Caçadores Atualmente, segundo as normas implementadas pelo Governo o espaço encontra-se encerrado ao público e funciona apenas com o serviço Take Away. Devido à pandemia, o restaurante sofreu uma quebra na faturação na ordem dos 95%, pelo qual foram obrigados a implementar um regime de “lay-off”. A expetativa do empresário é que num futuro próximo, possam abrir novamente, as portas aos seus clientes, visto que se a situação continuar como está, serão obrigados a realizar uma restruturação na Organização da empresa. Natalino Sousa refere que está a fazer os possíveis e os impossíveis para evitar o despedimento dos seus funcionários. Para proteção do seu STAFF, o estabelecimento tem seguido à risca as normas da DGS, sendo assim utilizados luvas e máscaras, a higienização do estabelecimento também foi reforçada, com a utilização
Dona Sebentinha A Dona Sebentinha é uma empresa de Gondomar que apresenta várias valências desde: o estudo Individual ou em grupo; o transporte escolar; Atividades de férias letivas; Terapia da fala; Psicologia; e Atividades Extracurriculares realizados em parceria com o Ginásio da Venda Nova e a Academia Pausa. Tendo em conta as recomendações da DGS, o estabelecimento encontrase com as portas encerradas desde o dia 16 de março e aguardam ordens para poder iniciar novamente as suas atividades. O mês de abril teve que ser desempenhado em layoff para os empresários conseguirem suportar com todas as despesas. Segundo os responsáveis, a empresa já está a sentir o impacto, sendo que foram obrigados a entregar uma loja à Imobiliária por não conseguirem arrecadar com tantas despesas. O estabelecimento sentiu a necessidade de reinventar os seus métodos para que o fluxo da receita não congelasse totalmente. Uma das
> João Pedro Sousa
Mercado das Viagens João Pedro Sousa é o responsável da agência Mercado das Viagens. A empresa disponibiliza produtos e serviços relacionados com viagens de lazer ou profissionais e
comercializam pacotes completos de aviação ou hotelaria. Devido às recomendações implementadas pelo Governo e por uma questão de segurança dos seus clientes, o estabelecimento encontra-se encerrado desde o dia 17 de março. Foi com o recurso à tecnologia (telemóvel ou email) que a empresa tem estado mais próxima dos seus clientes. João Sousa refere que o Mercado das Viagens faz parte dos setores mais afetados pela pandemia e o impacto é enorme, tal como acontece em muitas outras empresas. “A cadeia de valor parou devido às restrições e a procura por parte dos clientes deixou de existir”. Refere ainda que é percetível que o impacto económico ainda se irá agravar, no entanto, nesta fase, o empresário constata que o foco deve ser a saúde e que com o esforço da nossa sociedade a situação se irá normalizar o mais rápido possível. “O 2º semestre de 2020 e o ano 2021 será um período de desafios, mas considero que o tecido empresarial português e gondomarense já deu provas de resiliência”. O responsável acredita que tem que haver compreensão no momento em que vivemos por parte dos clientes, das empresas, dos fornecedores e do estado. “Tudo ainda é uma incógnita e ainda existem muitos fatores externos incontroláveis que têm uma grande influência. O empresário refere que num futuro “serão incontornáveis medidas adicionais de apoio”, neste momento João menciona que, a única possibilidade passa pelo “incentivo ao crédito com juros e sem juros (quando permitimos o pagamento faseado dos impostos ou protelamos as rendas) e a simplificação do layoff, que já era uma ferramenta disponível na nossa lei”. Conclui referindo que apesar da situação aparentar estar mais calma, “os Gondomarenses, neste momento, têm que continuar com o que têm feito até agora e não podem tomar decisões que possam inverter a tendência de controlo do surto e quando chegar o momento de retoma das suas vidas optem por consumir nas nossas empresas locais para ajudar na reconstrução do nosso conselho e do nosso país”. ▪
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Reportagem
“Soldados” Gondomarenses n O “inimigo” foi declarado e são muitas os profissionais de diversos setores que, hoje, em plena pandemia mundial não baixaram os braços. Muitos homens e mulheres estão expostos, diariamente, ao perigo de contágio para um bem maior que é o de servir a população. Desde muito novos, idealizamos o que é ser um herói e, à medida que vamos crescendo apercebemo-nos que não existem. No entanto, o VivaCidade quis provar o que para muitos é uma ilusão e, neste mês de abril, quisemos homenagear, além dos Médicos e Enfermeiros, aqueles Heróis que todos os dias saem para fazer do mundo um lugar melhor. Texto: Gabriela Monroy
> Psiquiatra António Torres
Em situações de crise, como a atual, o psicológico é, muitas vezes, o primeiro a colapsar. O medo, a incerteza e a preocupação afeta muitos Gondomarenses que se encontram a trabalhar ou em isolamento em casa.
> Bombeiros Voluntários de São Pedro da Cova
Assim, o VivaCidade esteve à conversa com António Torres, Coordenador do Serviço de Psiquiatria do Hospital Escola da Universidade Fernando Pessoa, que nos referiu a importância de ficar calmos nestes momentos de desgaste emocional. António Torres começa por nos elucidar que, o COVID-19, trouxe ao Mundo uma nova realidade nunca antes presenciada pelas Gerações atuais. O médico acredita que o problema foi, notoriamente ampliado, pela globalização dos atuais meios de comunicação social. Devido à afluência de informação, a saúde mental é afetada quer num nível individual, como no coletivo. O médico explica que nesta fase, é mais recorrente os síndromes ansiosos devido à situação de crise atual e, portanto, presenciamos uma “prévia patologia psiquiátrica ansiosa (ansiedade generalizada e perturbações de pânico, fóbicas e obsessivas)”. O especialista constata que o Governo conseguiu implementar medidas que minimizaram os efeitos do vírus e, consequentemente, dos óbitos, por conseguinte, a “mobilização criativa e ativa da população na resposta coletiva permitiu que, tanto quanto empiricamente podemos verificar, não houvesse uma repercussão preocupante na vivência pessoal até à presente fase”. Agora, estamos na preparação da transição para o regresso das atividades laborais que foram repentinamente suspensas e teremos que enfrentar as alterações económicas que se irão apresentar. Segundo o especialista, por melhor que as coisas corram, é necessário estar preparado para enfrentar “patologias de manifestação tardia, seja no domínio de respostas depressivas a estas perdas e na reação às mortes que enlutaram muitas famílias” que, devido às medidas sanitárias, não tiveram a possibilidade de realizar o habitual e cultural momento fúnebre dos rituais religiosos. Muitos poderão sentir “expressões ainda ansiosas e psicossomáticas de stress pós-traumático”. Muitas consultas foram canceladas, no entanto, os serviços mantiveram o contacto com a população mais vulnerável de pacientes crónicos que, de uma forma geral, “não
viram agudizadas as suas patologias por manutenção das medicações habituais”. Apesar disso, António Torres sublinha que é necessário retomar as consultas e os tratamentos e, os meios de saúde terão que começar a explorar os meios informáticos que a população tem acesso em casa. Assim, para evitar o contágio, terá que ser estabelecido no terreno a tele-psiquiatria com o mesmo grau de satisfação e segurança das consultas presenciais. O especialista explica que, a Ordem dos Médicos validou a tele-medicina, no entanto, esta tem que ser adaptada às novas circunstâncias e possuir o mesmo rigor ético e a mesma qualidade adaptada conforme o setor que o paciente está a ser consultado- “Quando a preocupação de contágio diminuir, esta inovação pode justificar-se pela economia de tempo em deslocações e esperas” dos pacientes. Nas últimas três semanas, o Hospital Escola Fernando Pessoa regressou à continuidade do atendimento psiquiátrico de uma forma não presencial, recorrendo assim ao meio online. Segundo o psiquiatra, as consultas revelaram-se “perfeitamente conseguidas na nossa avaliação e na dos nossos pacientes”. António Torres constata ainda que, as teleconsultas permitem ao paciente de “estar no meio doméstico, se tiver condições de privacidade e meios informáticos que o permitam”, caso o utente não possua estas condições, o paciente pode deslocar-se ao Hospital Escola onde dispõe de um gabinete e meios informáticos próprios que se encontram isolados dos restantes espaços do edifício onde o risco de contágio poderia ser acrescido. António Torres conclui referindo que é necessário sermos inovadores para permitir a continuidade dos tratamentos no setor da Psiquiatria e da Psicologia, tendo sempre em atenção da ameaça que o COVID-19 representa para a população. Romero Granda é o Comandante dos Bombeiros de São Pedro da Cova e, hoje, falou por todos os seus colegas que dão auxílio diário à população no combate desta “guerra”.
Todos os dias vários homens e mulheres dos elementos do Corpo de Bombeiros, saem das suas casas para cumprir o dever que possuem para com a população. Todos os dias, milhares destes homens e mulheres sentem um misto de emoções, entre a missão que os move e a sua proteção individual e das suas famílias. Segundo o Comandante, atualmente, a dinâmica que teve que ser imposta no Corpo de Bombeiros fortaleceu, ainda mais, o companheirismo e a entreajuda entre os elementos que se encontram diariamente em serviço, visto que o número de operacionais é mais reduzido e o volume de serviço é, sensivelmente o mesmo. O surto foi uma novidade para todos os profissionais, pois nunca tiveram em contacto com algo como o COVID-19. Desde que a pandemia se instalou em Gondomar, foram muitas as histórias que marcaram os elementos das Corporações. Para o Comandante dos Bombeiros de São Pedro da Cova, um dos momentos mais difíceis que a corporação enfrentou, foi quando três operacionais prestaram auxílio a um elemento da força de segurança, que se encontrava em serviço e que teve que ser socorrido. Posteriormente, veio a confirmar-se que o elemento de segurança estava infetado e, apesar de todo o equipamento de proteção individual utilizado, o Quartel dos Bombeiros de São Pedro da Cova viu três dos seus camaradas a arrumar as botas porque tinham que ser isolados profilaticamente durante 14 dias, para despistar qualquer sintoma, o que no fim, como todas as histórias, teve um final feliz, visto que o trio pode regressar ao trabalho e socorrer mais vidas, porque os testes acusaram negativo. Tivemos que nos reinventar, tivemos que alterar os nossos procedimentos e implementar medidas de contingência, “lidar diariamente com este “inimigo” invisível,
"Estar na frente de combate, é uma missão que requer, muita calma, algum estudo, muito empenhamento, mas acima de tudo uma preocupação constante, para que não falte nada aos operacionais e para que os mesmos se sintam seguros, na sua “segunda casa” e se sintam igualmente seguros e confiantes no terreno."
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na batalha contra o COVID-19 é mais fácil do que lidar com o desconhecimento que temos sobre ele”. Segundo o Comandante, o acompanhamento dos operacionais teve que ser mais próximo e constante, não há margem para erro quando toca a salvaguardar a vida dos que saem de casa todos os dias para socorrer o próximo, independentemente da missão e do seu tipo. Estar na frente de combate, é uma missão que requer, muita calma, algum estudo, muito empenhamento, mas acima de tudo uma preocupação constante, para que não falte nada aos operacionais e para que os mesmos se sintam seguros, na sua “segunda casa” e se sintam igualmente seguros e confiantes no terreno. Tornou-se mais fácil de combater esta “batalha”, porque os operacionais do Corpo de Bombeiros “têm sido inexcedíveis no cumprimento da sua missão”, ressaltando todo o apoio imprescindível prestado por todos os restantes elementos do Comando, da Oficial Bombeira, responsável pelo plano de contingência e da Exm.ª Direção da Associação, na pessoa do Sr. Presidente, bem como, dos restantes elementos. Para o combate ser eficaz é necessário a utilização de armas e a melhor arma para o combate do vírus é a higienização, assim, além dos equipamentos de proteção individual que os elementos necessitam utilizar, as ambulâncias passam por um controlo de higiene rígido. Simultaneamente, para prevenir, foram implementadas a obrigatoriedade de todos os doentes/vitimas utilizarem máscaras e luvas, independentemente da emergência. Toda a dinâmica dentro da Quartel mudou, o número de operacionais presentes teve que ser reduzido, de forma a diminuir o risco de contágio. Afinal, numa “guerra” temos que tirar todos os trunfos ao “inimigo” e quanto menos elementos juntos no mesmo espaço melhor, porque o aglomeramento é a melhor arma do “inimigo”. Numa “guerra” é necessário manter a estabilidade emocional dos seus soldados assim, este é um quesito que o Comandante Romero Granda gosta de dar uma maior atenção, revelando-se orgulhoso de todo o trabalho que os operacionais têm vindo a desempenhar de forma motivada e confiante. Romero Granda deixa um apelo aos Gondomarenses referindo que, é necessário continuar a fazer este esforço de manter as medidas impostas, “sabemos que são duras e difíceis”, mas só assim é que conseguimos diminuir os números e evitar uma segunda “batalha”. O Comandante refere que o País não pode esquecer os Bombeiros, pois quando esta fase difícil terminar, continuarão presentes nos momentos de maior afli-
ção de cada cidadão, sejam eles por doença ou catástrofes naturais. Em representação de todos os Agentes de Autoridade, apresenta-se ao serviço Artur Magalhães, Comandante da Polícia Municipal de Gondomar. Que nos relatou como um Agente de Autoridade lida, diariamente, com esta epidemia. Todos os dias a missão é unânime para todos os agentes, é necessário manter a segurança de todos os concidadãos e, em particular, de todos os Gondomarenses. Para o comandante este “inimigo” é teimoso e não retirará o seu exército assim tão cedo o que é necessário sermos mais inteligentes do que a pandemia. “É extraordinariamente difícil lidar com o que não se vê”, porque nos obriga a ter mais atenção e cuidado. Assim, os procedimentos de higienização são implacáveis para estes heróis. Atualmente, a limpeza é mais reforçada nas esquadras e nos veículos e os agentes de segurança possuem novos procedimentos para assegurar a proteção individual, sendo um deles a utilização de equipamento de proteção que foi disponibilizado pela Autarquia. Quando toca ao tópico da higiene, os Agentes sabem que para ajudar os Munícipes é necessário a utilização destes equipamentos que lhes são confiados. Como numa “guerra”, os agentes tiveram que implementar uma nova estratégia de combate que vai além da higienização. Desde o início de março, os procedimentos de entrada e saída da esquadra foram apertados, bem como, se passou a trabalhar com equipas em espelho para minimizar os con-
> Polícia Municipal - Artur Magalhães Teixeira
> Limpeza urbana - David Silva
tactos. A união é visível, “a polícia municipal, a proteção civil e a fiscalização, complementados pela gestão administrativa, trabalham em equipa e deste modo cada um tem sempre um ombro de apoio que alivia a pressão nos momentos difíceis”, porque no final do dia, a união é que faz a força. O comandante Artur Magalhães Teixeira refere que a sua família sabe os riscos que corre todos os dias e têm noção que “me dou sem reservas” à minha nação e “orgulham-se por isso”. O responsável revela que de um modo geral, os Gondomarenses “compreendem a gravidade da situação que vivemos e são solidários no respeito e cumprimento das normas” implementadas. O comandante aproveita para apelar a todos os seus cidadãos que é necessário “estar atento” e seguir “os conselhos da Direção-Geral da Saúde”. David Silva trabalha para a Rede Ambiente e é o encarregado no sector de limpeza e higiene urbana. Uma profissão imprescindível na linha da frente e, hoje, representa todos os seus colegas que todos os dias saem de casa para manter o “campo de batalha” limpo e longe do Vírus. O receio está presente nas equipas que saem, diariamente à rua para proteger a população. No entanto, como em todas as “batalhas” é, nas situações difíceis que vemos a garra de um soldado, que apesar do receio e preocupação não deixam de desempenhar as suas funções. O sentimento presente nestes profissionais é de “otimismo” e companheirismo com o colega, porque é necessário proteger o ca-
marada de equipa que está todos os dias na frente de combate contra o vírus. A proteção individual dos funcionários foi reforçada com equipamentos apropriados como dita a lei, no intuito de preservar a segurança de todos os trabalhadores. O encarregado refere que é muito difícil lidar com esta epidemia, “mas nós temos a noção das nossas responsabilidades” e o nosso trabalho é essencial para manter o Concelho limpo e evitar a proliferação das doenças. “Estar na frente de combate com um “inimigo” sem o poder ver é uma ansiedade constante, pois como podem imaginar também tenho uma família em casa e ficaria muito triste se por qualquer eventualidade ficasse infetado” Como esperado, novos prosseguimentos foram adotados e seguidos para prevenir a proliferação do vírus, tanto no local de trabalho como, também em casa. Para além das luvas que já eram utilizadas, agora todos os profissionais têm os seus desinfetantes individuais, viseiras e máscaras descartáveis. Os veículos também passam por uma desinfeção rigorosa. Durante o dia esta ação é realizada no interior após a conclusão de cada turno. Também é efetuado uma lavagem/desinfeção no exterior das mesmas todos os dias e também se executa uma limpeza e desinfeção geral no interior das instalações, com especial atenção nos balneários e cacifos dos trabalhadores, mantendo assim uma maior confiança no local de trabalho para todos. O responsável refere que, em casa os cuidados também são elevados sendo que todo
> Motorista - Alfredo Carvalho
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Reportagem o vestuário de trabalho, bem como o calçado, é lavado à parte, como já era habitual, no entanto, com o perigo de contaminação os cuidados ainda são mais reforçados. Quanto aos Gondomarenses, David Silva refere que a grande maioria respeita as regras básicas de higiene e confinamento, no entanto, “ainda se verifica num ou noutro local várias pessoas a passear na rua e algumas delas muito próximas”. O responsável apela ainda a colaboração de todos neste momento critico, visto que ainda há muitos “monstros” que são depositados juntos aos equipamentos. O concelho é dos Gondomarenses e assim é necessário que todos colaborem para o manter limpo. As recolhas dos “monstros” podem ser previamente agendadas junto aos serviços de Ambiente da Câmara Municipal de Gondomar. “Assim todos juntos vamos lutar por um futuro melhor. VAMOS TODOS FICAR BEM. Alfredo Carvalho é motorista de pesados e conta-nos como são os seus dias a lidar com o COVID-19. Todos os dias, o sentimento é unânime. Como um bom soldado, o medo está sempre presente, afinal é o que o faz ficar alerta e não baixar a guarda. Alfredo sabe que é o medo que o torna mais confiante para tomar todas as providências necessárias para manter a sua segurança e proteção individual. Desde o início de março que viu as suas funções a serem alteradas. Dado ao estado de emergência, é necessário limpar todos os equipamentos que vão para à frente de “batalha”. Um trabalho extremamente importante e, meticuloso, visto que está em causa a segurança dos seus colegas de trabalho. Todo o cuidado é pouco quando toca a um “inimigo” invisível. Mudanças foram implementadas e agora todo o trabalho é realizado com proteções individuais. “Para além das proteções que já usávamos como as luvas, agora usámos mascara, viseira e fatos apropriados”. Alfredo refere que o trabalho não pode parar. E, em casa, todo o cuidado é pouco dado que a sua esposa e o seu filho há um mês que não saem de casa e para o motorista, como para muitos profissionais, todo o cuidado é pouco quanto toca aos que mais ama, “adotei as medidas recomendadas, tenho o máximo cuidado na higiene, lavar bem as mãos e lavar as roupas de trabalho separadamente e a temperaturas altas”. “Ainda vejo que muitas pessoas anda na rua e o pior é que noto que andam somente por andar, arranjam sempre pretextos para sair de casa”, segundo o mesmo numa altura em que a nação encontra-se em “guerra” devemos evitar “ao máximo sair de casa e que pensem naqueles que, como eu, são “obrigados” a sair para trabalhar”. Alfredo Carvalho termina dando uma palavra de apreço a todos os seus colegas de trabalho, aos motoristas e aos técnicos de recolha que no último mês têm realizado um “esforço suplementar”. “Talvez as pes-
> Operadora de caixa- Catarina Pacheco
soas não se tenham apercebido, mas ao estarem todos em casa e tendo tempo para fazer limpezas e arrumações, os resíduos duplicaram em relação ao habitual. Como gondomarense, o meu obrigado a todos eles”. Como sempre, numa “batalha”, é necessário manter o abastecimento da população. E é graças aos colabores das grandes e pequenas superfícies que isto acontece. O VivaCidade esteve à conversa com Catarina Pacheco, Operadora de Supermercado do Mercadona. Como colaboradora do Mercadona, Catarina Pacheco mostrou-se segura e confiante com as medidas de prevenção que a cadeia adotou nos últimos meses. Referindo que numa “guerra” com um “inimigo” invisível e cruel, é muito importante quando o nosso esforço é reconhecido. No dia 13 de março, o Presidente do Mercadona, Juan Roig reconheceu todo a dedicação que os seus colaboradores têm vindo a demonstrar nesta fase de calamidade pública oferecendo a 90.000 funcionários um prémio de 20% do salário bruto como reconhecimento do trabalho demonstrado. Todos os procedimentos possíveis foram adotados para garantir a segurança de todos os trabalhadores e clientes. A profissional explica que, para além dos equipamentos de proteção individual que o Mercadona disponibilizou para os seus funcionários (máscaras, óculos de proteção e luvas), a segurança também foi reforçada com a colocação de divisórias de acrílico que protegem e separam os clientes dos colaborados nas linhas de caixa. Para os colaboradores, têm disponível serviço médico providenciado pela própria empresa, com cerca de 100 profissionais que estão em contacto permanentes com a DGS e que seguem todas as suas orientações. Em tempos de “guerra” contra um vírus, o primordial é manter a segurança da população, assim a entrada dos clientes passou
a ser limitada e os horários das lojas foram reduzidas (09.00-19.00). Os estabelecimentos passam por um rigoroso processo de limpeza e desinfeção. Catarina refere que a empresa colocou à disposição dos clientes gel desinfetante e papel, para que estes possam limpar o manípulo do carinho, bem como luvas à entrada para estes utilizarem. No seu dia a dia, adotou medidas mais cautelosas, os encontros nos cafés e os almoços em família ficaram adiados e foram substituídos por videochamadas, porque há que proteger os nossos e, apesar de ter realizado anos em março, a colaboradora refere que a festa ficará para mais tarde, para quando este período mais conturbado passar. Catarina Pacheco constata que é essencial que os Gondomarenses respeitem e valorizem todas as medidas que foram tomadas pelo Mercadona, visto que foram implementadas com o objetivo de o proteger a si e a todos os seus colegas, bem como os próprios cidadãos que visitam todos os dias o estabelecimento. Por último, estivemos à conversa com outro setor fundamental no combate desta epidemia. Raquel Amaral é a Técnica Superior da Divisão do Desenvolvimento Social no Município de Gondomar. E confessaram ao VivaCidade às situações sociais que têm vindo a enfrentar. É certo que, nenhum profissional, nem nenhum cidadão estava preparado para os efeitos devastadores que a pandemia decorrente da propagação da infeção pelo COVID-19, provocou na vida de cada um de nós. Desde logo as medidas preventivas que alteraram as rotinas, obrigando-nos a adaptar o nosso modo de vida e a conviver com o medo, e a incerteza. Por outro lado, para além das consequências do ponto de vista da saúde, o estado de emergência, conduz a impactos a nível económico e laboral, que tendem a aumentar
> Assistente Social- Raquel Amaral
as situações de fragilidade social. Sendo a principal área de intervenção do serviço social as famílias e os indivíduos em situação de fragilidade social, o atual contexto sócio económico, para além de agravar as situações já instaladas, alavanca diariamente novas situações de desigualdade que urgem ser avaliadas, intervencionadas e mitigadas. Os assistentes sociais, bem como os profissionais, estão focados em promover bem-estar das pessoas e constituem-se, neste período, como um grupo profissional chave para garantir os direitos e intervir junto dos grupos mais afetados, de forma a minimizar o impacto social desta “batalha”. Num contexto de acentuado acréscimo de sinalizações e solicitações o assistente social tem necessariamente que revelar uma capacidade acrescida de adaptação, reajuste e versatilidade procurando soluções inovadoras, eficazes e eficientes para as necessidades que emergem, respondendo àquelas que são as grandes preocupações dos cidadãos. A intervenção social em tempo de pandemia tem um desafio acrescido, já que a dimensão relacional está na base do trabalho social, exigindo proximidade à pessoa, à família, à rede formal e informal, que em tempo de crise sanitária são alterados, mas não anuladas. Nesta “guerra moderna”, as tecnologias urgem como um trunfo que permitiram a realização de teletrabalho. Estes métodos digitais, permitem gerir os procedimentos de serviços, no entanto, há determinadas áreas da intervenção social que não se compadecem com esta nova realidade, prevalecendo a necessidade de estar presente. Assim o assistente social, debate-se por um lado com o dever de missão, e desta forma diariamente coloca na sua intervenção o entusiasmo, o profissionalismo, para promover o bem-estar individual e comunitário fazendo prevalecer aqueles que são os direitos e garantias do ser humano e por outro lado o dever de sua própria proteção e da sua família, o receio da sua frágil condição de ser humano, face a um “inimigo invisível”. Nestas circunstâncias verifica-se a necessidade de cumprir com as orientações da Direção Geral de Saúde e utilizar os equipamentos de proteção individual, em simultâneo, exige-se dos profissionais um desempenho mais atento no que respeita à sua relação com o outro e na salvaguarda da sua própria proteção e da sua família. Gondomar e os Gondomarenses têm revelado uma atitude de responsabilidade e uma capacidade de superação e de resiliência no combate a esta pandemia. Não podemos, no entanto, facilitar ou diminuir as medidas de saúde pública que visam e reduzir o risco de transmissão individual e de propagação de COVID-19. Temos que manter a esperança, o ânimo e se formos capazes de continuarmos a ser responsáveis #VamosTodosFicarBem. ▪
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Sociedade
Indalécio Paiva: Nestes tempos difíceis é necessário “Coragem, responsabilidade e esperança.” A Associação do mês de abril é a S.C. Dez de Junho, que se situa na Freguesia de Medas, o VivaCidade esteve à conversa com o Presidente Indalécio Paiva. Este ano a Coletividade está a celebrar quatro décadas de fundação- 40 anos. Uma data importante, para uma Associação que acredita que marca a diferença no Alto Concelho.
ano a realização de eventos de grande impacto e relevância na nossa comunidade. Destaco assim: o Encontro Nacional de Janeiras (Janeiro); o Festival de Teatro (Fevereiro a Junho); o Festival de Dança (Junho); as Jornadas Culturais (Junho e Julho); e o Encontro de Música Tradicional Portuguesa (Julho). Não posso também deixar de referir que ao longo de todo o ano, os nossos grupos de Dança, Teatro e Música Tradicional (DOUROENCANTO), participam por todo o país de norte a sul em eventos artísticos.
Conte-me um pouco da vossa história, como é que a Associação foi fundada? A Sociedade Columbófila Dez de Junho – Desporto, Cultura e Recreio, foi fundada no lugar de Broalhos, Freguesia de Medas a 10 de Junho de 1980- este ano celebra 40 anos. Surgiu da vontade de um grupo de amigos da terra unir numa só coletividade, um grupo de columbófilos e o Ginásio de Broalhos (mais ligado ao Futebol). Até 2006 a columbofilia e o futsal (Futebol de salão) foram as atividades principais, entretanto reflexo dos tempos a columbofilia acabou, o futsal já perdeu também destaque e a S.C. Dez de Junho viu crescer uma nova dinâmica cultural e artística. A Dança, a Música Tradicional e o Teatro, são desde então e até ao presente os três pilares da associação, tanto na formação como na performance.
Acreditam que a vossa Associação é importante para a Freguesia de Medas? Claro que sim!... mas, não só para a freguesia!... humildemente e orgulhosamente tenho a convicção que a “Dez de Junho” tem uma importância muito relevante no Alto Concelho no que respeita a eventos no “nosso território” e também para o concelho de Gondomar, na medida em que, muitas vezes leva a cultura e a arte das nossas gentes (como também referi anteriormente) de norte a sul de Portugal.
A vossa Associação incorpora quais atividades? Neste momento em atividade na S.C. Dez de Junho como referi anteriormente, temos a Dança, a Música Tradicional e o Teatro, como principais atividades. E com muito orgulho destaco a nossa formação: Escola de Dança, Escola de Música e Escola de Teatro Infanto/Juvenil. Temos ainda aulas de ginástica de manutenção, um grupo de BTT e um grupo de caminhadas. Vocês realizam alguma atividade que se destaque devido à relevância da data? Felizmente o dinamismo da nossa associação permite destacar durante o
Quantos integrantes fazem parte da vossa Coletividade e qual a faixa etária mais recorrente? Cerca 70 Crianças (dos 4 aos 16 anos) participam na Dança, música e Teatro. Nas restantes atividades cerca de 100 elementos ativos. Neste momento, temos cerca de 300 associados nas listas e ativamente cerca de 170. Como é que os futuros integrantes podem fazer parte da Associação? ´ Quantos aos futuros integrantes, basta dirigir um email scdezdejunho@ gmail.com ou mesmo passar na nossa sede social. Temos ainda, a possibilidade pelo meio online uma forma muito simples de formalizar essa vontade por quem quiser fazer parte da nossa Associação que está disponível na nossa página do Facebook. Vocês recorrem às vossas redes sociais para partilhar os vossos projetos? Quanto às nossas redes sociais, ten-
> Equipa da Direção da SC Dez de Junho
tamos manter essa ligação com os sócios e simpatizantes através de uma página oficial no Facebook e Instagram #scdezdejunho. Como é que funcionam as atividades? Semanalmente com aulas e ensaios em horários adequados às respetivas atividades, na nossa sede social e na Casa Cultura de Broalhos. Têm em vista algum projeto futuro? Temos dois. Primeiramente, estamos em processo de “candidatura” a Instituição de Utilidade Pública. E o segundo projeto futuro, é a construção de um Palco ao Ar Livre no exterior da nossa sede social. Acredita que está situação do Coronavírus poderá prejudicar o futuro da Associação? Sempre fomos uma associação previdente e a auto-sustentabilidade está sempre presente nos nossos planos de orçamento e atividade. Não acho que esta situação poderá prejudicar o futuro da Associação, tenho a esperança que a vontade de todos em voltar rapidamente à dinâmica habitual fará superar os danos colaterais desta pande-
mia e consequente isolamento social. Sentem o apoio das entidades competentes? Temos o dever de o referir, pois o apoio nem sempre são os subsídios pecuniários. E sim! Sentimos esse apoio na presença nos nossos eventos, na facilitação da organização logística e na cedência de instalações equipamentos. Qual o conselho que quer deixar à população nesta fase de debilidade de saúde pública? Tenho o desejo que a responsabilidade de contenção, prevenção e isolamento social que a todos nos obrigou esta pandemia, nos deixará mais “próximos”. Partilho aqui um desabafo que li de uma amiga que vive nos Açores: “Certamente não vai estar tudo bem, nem tem que estar e será importante que ninguém se sinta obrigado a achar que vai. Talvez assim, nos pudéssemos ajudar mais a nós próprios e aos outros e ficar mais focados no que verdadeiramente importa, mantendo a força para passarmos este tempo e nos prepararmos para o que virá”. Coragem, responsabilidade e esperança. ▪
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Gondomarenses lá fora...
“Hoje em dia, estamos à distância de um clique para vermos quem mais gostamos, mas a 1800km ou 2:15h para os abraçar” Jorge Almeida e Rosana Gomes são naturais de Gondomar e emigraram para a Suíça à procura de um futuro melhor. Decisões tomadas e a vida deste casal nunca mais foi a mesma. Ao VivaCidade, recordam a nostalgia da sua terra Lusitana e os que por aqui deixaram. Contem um pouco da vossa história, como é que se conheceram? Jorge Almeida: Tudo começou com um convite de aniversário por mensagem do Facebook, para todos os amigos virtuais e não virtuais. Ao qual a Rosana não compareceu, mas ficamos de combinar outra saída, que se realizou e a partir daí se desenrolou uma relação. Qual foi a formação académica que tiveram em Portugal? JA: Tenho o Nível 4 académico, terminado no ISMAI com 2 cursos de Especialização tecnológica, Desenvolvimento de produtos multimédia, e produção gráfica. Rosana Gomes: Tenho o nível 3 académico, terminado na Escola secundária de Valbom com o curso de Ciências Sociais e Humanas. O que vos levou a emigrar de Portugal? RG: A estabilidade que poderíamos atingir e o Jorge trabalhar com uma carga horária excessiva, (turnos com 36 horas, mais que uma direta por semana, etc.). Porquê a Suíça? JA: Tenho cá um amigo de infância que na altura nos ajudou com a procura de trabalho. Depois foi um pouco de sorte sermos selecionados para uma vaga. (risos) O que vos passou pela cabeça na primeira vez que saíram do avião e chegaram à Suíça? JA e RG: Nós a primeira vez viemos de carro. JA: A sensação ao passar a fronteira de Portugal-Espanha foi de aperto e saudade, mas ao passar a fronteira FrançaSuíça foi de alívio e determinação.
> Na foto, Jorge Almeida e Rosana Gomes
No início, qual foi a maior diferença que sentiram? A adaptação foi fácil? JA: Para mim a maior diferença foi sem dúvida a comida. A adaptação, ainda hoje estamos a ter. A língua é um dos maiores desafios. RG: Para mim foi igualmente a comida, é totalmente diferente a sua confeção. A adaptação não foi fácil, uma simples ida ao supermercado torna-se difícil devido à língua, pois no local turístico onde começamos, muitos não falam outras línguas que não a sua materna. Contem-nos alguma história que vos tenha marcado na Suíça. RG: Um acontecimento que me marcou foi conseguirmos arrendar a nossa 1ª casa, até lá estávamos num alojamento providenciado pelo empregador. JA: Algo que me marcou foi a superação pessoal perante a continua negatividade dos colegas de trabalho com a mudança de posição de trabalho. Qual a vossa profissão? A vida na Suíça é mais vantajosa? JA: SpezialReiniger- Empregado de limpezas especiais. RG: Unterhaltsreinigerin- Empregada de Limpeza geral. JA e RG: A vida na Suíça não é bem mais
vantajosa, é mais estável. Enquanto no nosso país tínhamos de apertar o cinto, aqui dá um conforto e estabilidade financeiramente melhor. Qual o conselho que dariam a quem pretende emigrar para outro país? JA: O maior conselho que posso dar é vir em casal se possível, para se apoiarem mutuamente e virem com algo na mão, contrato ou ajuda de amigos\família e venham com a mente aberta para engolir muitos sapos. RG: Arrisquem, sejam fortes e guardem o melhor para vocês. Sentem que o facto de estarem juntos facilitou na adaptação a um novo país? JA e RG: Sim, sem dúvida. Ambos são naturais de Gondomar, como é deixar os amigos e a família para trás? Como é lidar com a saudade? JA e RG: É difícil, doloroso e triste. A saudade é enorme e cada ida\partida é marcante. Perde-se o crescer das crianças da família, perde-se aniversários, natais, mas por outro lado ganham-se os verdadeiros amigos, ganha-se uma maturidade diferente, ganha-se uma maneira de pensar diferente, conhece-se pessoas novas, amigos novos, culturas diferentes,
crescemos enquanto pessoas, ganhamse novas oportunidades profissionais. Hoje em dia, estamos à distância de um clique para vermos quem mais gostamos, mas a 1800km ou 2:15h para os abraçar. Pensam um dia voltar a Portugal? JA: Provavelmente na reforma. RG: Não sei. Qual é a maior saudade que têm do nosso país? JA: Além da gastronomia, como é óbvio, as pessoas que ficaram. RG: Da família e amigos. Têm por hábito acompanhar as notícias de Portugal? Ou do vosso Município? JA e RG: Sim, mais em particular do município. Perante a situação epidémica mundial, como é que vêm esta situação que está a ser conduzida em Portugal e na Suíça? JA e RG: Portugal, está segundo sabemos, a tomar medidas acertadas e nem toda a gente está a colaborar. No país que nos acolheu, as medidas são mais ou menos iguais e também nem toda a gente colabora. E depois existem pessoas, tal como nós, que não podem parar o trabalho. ▪
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Entrevista
António Sala:
“Tempo de reencontro e conhecimento mais nítido do verdadeiro sentido da espiritualidade nas nossas vidas”
Texto: André Rubim Rangel
É um cidadão do distrito Portuense, que o viu nascer em V.N. Gaia e viver na sua infância, antes de rumar a Lisboa. O que lhe fica de melhor memória desses tempos e deste distrito nortenho? As minhas memórias de infância nunca são longas nem médias metragens. São sempre uma espécie de vídeo-clip de imagens fugazes e por vezes pouco nítidas. Nessa vertigem de sons, imagens e cores, lembro a minha rua em Oliveira do Douro, a minha casa, mas nem todas as divisões. Recordo com alguma nitidez o velho Colégio do Sardão, algumas caras de vizinhos que nos eram mais próximos, os dias de chuva, vozes da noite frente à minha janela e o pátio, mesmo ali. Acho que era um miúdo feliz. A pessoa mais presente e mais viva na minha memória desses tempos longínquos era a minha avó Sara. Um amor inesquecível. Conhece Gondomar, também na área metropolitana do Porto? Já fez alguma
emissão neste concelho ou sobre ele? Como observa, mesmo que à distância, o crescimento/desenvolvimento deste concelho ao longo das décadas? Teria seis anos a primeira vez que fui a Gondomar. Recordo que fui numa velha camioneta. Depois, já adulto, muitas e muitas vezes aí estive. A imagem que preservo de infância, é de um Gondomar muito diferente do de hoje. Agora sintolhe o rosto da modernidade. O Gondomar da infância parecia-me muito mais rural. É natural, muitos anos passaram e o progresso avançou. Sabia que Gondomar tem um Passeio Ribeirinho com 37km? Ao ter presente esta realidade significativa para a área do Grande Porto, de que modo julga que seria importante potenciar esse espaço e sua respetiva divulgação? Sinceramente, não tinha essa noção de grandeza do Passeio Marítimo de Gondomar. Acho que deve ser muito divulgado em todas as suas potencialidades e bem utilizado, não apenas pelos locais, mas por quem vos visita. É uma mais-valia que deve ser promovida por diferentes meios e alcançar o maior número possível de
pessoas. No divulgar é que está o princípio do êxito.
cair em graça do que ser engraçado”... se calhar, foi isso mesmo!
Sempre desejou, desde novo, ir para a rádio e trabalhar nela, ou foi algo que apareceu mais tarde? Eu queria era ser ator. O meu início na Rádio faz-se através do Teatro Radiofónico. Só depois surge a paixão pelo estúdio e pela magia da comunicação através da palavra que viaja pelo éter. Foi assim que tudo começou.
Tendo em conta que diversos portugueses ouvem, diariamente, muita rádio quando se deslocam entre casa-trabalho / trabalho-casa, entre outras deslocações – e mais do que veem TV ou leem jornais –, pode dizer-se que a rádio acaba por ser mais útil e/ou importante que os restantes meios? Creio que os diferentes meios se completam. Se calhar ouvimos uma notícia pela primeira vez no rádio a caminho de casa. Quando lá chegamos, vemos ao jantar as suas imagens na televisão, e depois já deitados pormenorizamos tudo na internet. No dia seguinte ficamos mais elucidados sobre essa mesma notícia nas páginas de um jornal. É um ciclo informativo e formativo que se completa. Acho mesmo que os diferentes meios acabam por se complementar. Mais do que se combaterem entre si.
É, por muitos, considerado o melhor locutor radiofónico de todos os tempos. Para si, em que consiste essa diferença no modo como fazia rádio do de outros tantos locutores? Sinceramente nem consigo avaliar essa diferença. Cada pessoa é uma pessoa, não há duas iguais. E na forma de comunicar é exatamente o mesmo. Acho que Deus me terá oferecido um pequeno dom, que é o de conseguir comunicar com facilidade, com prazer e com alguma empatia. Também acho que tive muita sorte na forma como se traçou a minha carreira profissional. E também há aquele provérbio popular que diz “mais vale
O seu excelente trabalho não se ficou apenas pela rádio, mas esteve também patente na televisão (RTP), durante a década 90 e com interessantes progra-
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Entrevista impedem a paralisação total do país. Congratulo-me com a serenidade de alguns dos principais governantes do país. A serenidade da grande maioria dos portugueses e a sua boa dose de sensatez. Envergonha-me a estupidez de pequenas minorias da população, que não têm qualquer respeito pelos outros. Mas, desses nem seria de esperar mais, já que não têm mesmo, nem respeito por si próprios. Mesmo sem esses, aliás, contra esses... iremos conseguir seguir em frente e vencer esta difícil batalha. Se Deus quiser.
mas de cultura geral. O que se recorda desse tempo, precisamente iniciado há 30 anos? A televisão é outra das minhas paixões. Sempre gostei de fazer TV e tive o privilégio de passar por excelentes programas. Mas, se a televisão popularizou a minha cara, a Rádio sempre mostrou a minha alma. Mas creio que elas também se completam. Gostei muito de quase tudo o que fiz em TV. Acabou por ser um tempo que chamaria “sol de pouca dura”. O que levou, realmente, a que não se mantivesse na apresentação de programas televisivos, já que igualmente tinha tanto talento para tal? Nos anos noventa sou convidado para ser diretor de Programas da Rádio Renascença. Aceitei e desempenhei essas funções durante 11 anos. Depois tornome diretor geral do Grupo Renascença, que envolvia estações como a Renascença, RFM, Mega Hits e a Rádio SIM. Também fui assessor da administração do Grupo. Tudo isto não me deixou muito tempo para me poder dedicar mais à televisão. Mas, não me arrependo nada dessas decisões. Tudo foi muito bom. É também um exemplo inspirador noutro patamar da vida: o modo otimista e confiante com que superou dois cancros, nos últimos anos. Que conselhos dá para quem sofre desta maldita doença, das piores – se não mesmo a pior – que tem abalado as últimas décadas? Como é o antes e o depois?...
Infelizmente é cada vez mais comum o cancro na vida das pessoas. Graças a Deus que em muitos dos casos o grau de sucesso e cura, já é bastante elevado. O fundamental é prevenir e com isso descobrir a doença o mais cedo possível. Estar atento às mudanças do nosso corpo. Fazer rastreios, fazer vários exames com alguma regularidade. Desde que descoberto cedo, bem atempadamente, é possível ultrapassar com êxito esses problemas. Sejam vigilantes. Não recorramos aos médicos só quando nos sentimos mesmo mal. Às vezes isso, pode ser tardio. O embate e o choque de quando sabemos a notícia de que estamos com um cancro é brutalmente doloroso e traumatizante, mas depois temos de lutar e recuperar a nossa estabilidade. Temos de ser determinados, corajosos, ter Fé e confiar naqueles que nos tratam. E assim tudo é bem mais fácil. E com ajuda dos médicos, tratamentos, amor da família e amigos, consegue-se. No ano 2000 escreveu o livro “Império de Brandos Costumes”. Volvidos 20 anos, entende que continuamos a ser esse império e que os costumes, nem sempre, deveriam ser tão brandos? Infelizmente nos dias que correm, cada vez menos, acho que sejamos um país ou um povo de “Brandos Costumes”. A nossa sociedade está muito povoada de violência e hábitos que nada têm de brandos. Mas, façamos nós a nossa parte no dia-a-dia, para contrariar essa tendência. Se cada um fizer a sua parte, as coisas serão bem mais equilibradas.
E, para si, como vão ficar esses costumes, e o império das sociedades – no global e entre si – após os efeitos devastadores deste surto mundial? Na saúde, sobretudo, mas não só... Apenas sei que dificilmente tudo voltará a ser como era. Não consigo imaginar os comportamentos sociais depois deste pesadelo. No entanto creio, que há coisas e vivências em que iremos melhorar. Pelo menos a nível afetivo e humano. Quero acreditar nisso. A nível económico e profissional, penso que nos esperam tempos muito difíceis e muito duros. Vamos todos de remar muito, mas no mesmo sentido. Só assim alcançaremos um desejado porto seguro. O que mais o preocupa no decorrer de toda esta propagação do “covid-19”? E o que mais louva e menos louva em termos de ação / atuação – individual e coletiva – para tentar prevenir e erradicar o vírus? Estamos mesmo em plena “guerra” e mesmo no “olho do furacão”. Algumas coisas poderiam, por certo, ter sido feitas de forma mais antecipada e coordenada, mas não é esta a altura certa para esse tipo de avaliações. Haverá mais tarde tempo para as fazer. No entanto, e comparativamente a outros países e situações, creio que globalmente estamos a funcionar de forma bem equilibrada. Nalguns casos até me parece que melhor do que poderíamos pensar. Louvo as mulheres e homens da saúde e o seu heroísmo na linha da frente. Todos que com o seu trabalho
Mesmo com esta tragédia pandémica, celebra-se – a partir deste mês – um tempo tão especial quanto profundo: a Páscoa e o tempo pascal, durante 50 dias. De que forma vai viver este tempo espiritual e como irá alimentando-o? Se calhar, esta é uma oportunidade única de celebrar e entender a Páscoa na sua verdadeira dimensão espiritual. Nos silêncios, no entendimento pessoal do verdadeiro sentido da vida e no nosso encontro com o que é profundo e divino. Repensar a Vida e a Morte. O que somos e para onde caminhamos. Qual a nossa relação com Ele. Mesmo para aqueles que n’Ele não acreditam. Pode ser um tempo de reencontro e conhecimento mais nítido do verdadeiro sentido da espiritualidade nas nossas vidas. Em 2015 comentou na comunicação social: “o Papa Francisco é um homem extraordinário”. Mantém, certamente, esta opinião: o que mais tem admirado nele? E, até, no modo como ele se tem aguentado, parecendo estar doente, olhando à grande dificuldade física de mobilidade... Cada vez mais, cresce a minha admiração pelo Papa Francisco. Sente-se a cada dia que passa uma maior debilidade física no seu corpo. Mas, também se sente o seu crescer e a sua força espiritual naquilo que nos transmite. É uma bênção para todo mundo, ultrapassando em muito as fronteiras do mundo Católico Romano. Ele é um bem para toda a humanidade. Assim o saibamos ouvir. Por fim, fica aqui espaço para uma mensagem final que não tenha ainda referido e que julgue ser propício a quem nos ler… Agradeço reconhecido esta oportunidade de diálogo, e este poder ser partilhado com quem nos lê. Desejo a todos, muita força, saúde, paz e as maiores bênçãos nas suas vidas. Cuidem-se por favor. Cada um de nós faz sempre falta a alguém. E só isso, justifica tudo. Cuidem-se. ▪
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Hospital Escola Dra. Teresa Martins da Rocha
REUMATOLOGIA A Reumatologia é a área médica que se dedica ao diagnóstico e tratamento das patologias globalmente designadas por “doenças reumáticas”. Estas são doenças de causa não traumática que envolvem o sistema músculo-esquelético e o tecido conjuntivo, nomeadamente as articulações, os ossos, músculos, nervos, tendões e os ligamentos. Podem ser agudas, recorrentes ou crónicas e ter várias causas (desde degenerativas, inflamatórias, infecciosas, metabólicas, etc). As doenças reumáticas são francamente prevalentes em Portugal, sendo que cerca de metade da população portuguesa apresenta pelo menos uma destas patologias. Em Portugal, afecta mais frequentemente as mulheres e podem envolver qualquer faixa etária, incluindo a idade pediátrica. Estas doenças são também o principal motivo de consulta nos cuidados de saúde primários e a principal causa de incapacidade temporária para o trabalho e de reformas antecipadas por doença. A lombalgia (dor na coluna lombar) é o sintoma mais frequente na população, seguindo-se as doenças peri-articulares (tais como as tendinites) e a artrose do joelho (em cerca de 13% da população). Os doentes com Artrite Reumatóide são os que apresentam maior incapacidade funcional e pior qualidade de vida em Portugal. Estas patologias têm, assim, um elevado impacto na qualidade de vidas das pessoas. O diagnóstico e tratamento atempados por um reumatologista são fulcrais para melhorar o prognóstico e prevenir a incapacidade.
Sociedade
Avelino Jorge: “A igreja tem estado na primeira linha de defesa da vida de todos” Devido à situação epidémica Mundial, a igreja viu-se obrigada, tal como outras instituições a fechar às portas para o bem comum. O VivaCidade esteve à conversa com o Vigário responsável por Gondomar, o Padre Avelino. Em tempos de Pandemia Mundial, acredita que a Fé é uma das bases mais importantes para ultrapassar estes tempos difíceis? Nestes tempos de Pandemia acredito que a fé ajuda a dar-nos esperança, força e horizontes. A fé é confiança em Deus que é amor e nos ama. Por isso essa confiança aponta-nos para essa presença e proximidade de Deus. Não estaremos sozinhos. Não estamos abandonados. Mas no meio deste sobressalto, de todas as apreensões acreditamos que Deus está connosco. E isso faz que nos entreguemos mais a ele e tenhamos gestos de ternura, amor e solidariedade com os outros. Como é que avalia o conjunto de decisões que a igreja católica tem vindo a tomar no combate à propagação do COVID-19? A Igreja, como instituição no mundo, tem acolhido as orientações dos responsáveis da saúde e da política e tem-nas posto em prática. A igreja tem estado na primeira linha da defesa da vida de todos. Quais as medidas que tem vindo a aplicar em Gondomar? Arranjaram alguma alternativa para as missas presenciais? As medidas em Gondomar acompanham um pouco o que se passa pelo país. Os párocos e as comunidades têm tido bastante criatividade e arranjado maneiras de estarem em contato uns com os outros. Algumas paróquias transmitem as celebrações no Facebook e alguns párocos comunicam mensagem todos os fins de semana por email ou Facebook e até há muitos grupos da catequese que por vídeo conferência têm os seus encontros. Não esqueçamos que os meios de comunicação social como a televisão e a rádio transmitem todos os domingos as celebrações que são acompanhadas em casa.
Em Gondomar, há conhecimento de algum pároco que esteja infetado? Que eu tenha conhecimento não, a nível da Diocese há alguns (poucos) casos. Acredita que a Igreja sairá prejudicada desta situação? Esta situação é problemática para todos. Ainda não sabemos os reais custos religiosos, sociais, económicos. Com certeza que terá consequência para todos nós. No entanto espero que possa ajudar-nos a amadurecer, a crescer e a redescobrir o essencial. Uma crise tem sempre oportunidades. Espero que fortaleça a nossa fé, que sejamos mais humildes e contidos e nos foquemos no que é importante: as pessoas. Que crescemos na solidariedade e sentido dos outros. Acredita que a comunidade católica gondomarense tem cumprido todas as recomendações da igreja? Ou, acha que muito fiéis tem contornado as medidas impostas? Sim têm cumprido todas as recomendações. Abril é o mês que se celebra a Páscoa, um tempo de esperança, um tempo onde cada fiel sente a ressurreição de jesus cristo como um novo recomeço, acredita que este recomeço pode ser aplicado a esta situação? A Páscoa é a Ressurreição de Jesus Cristo. É a vitória de vida sobre a morte.
É renascimento. É vida nova. É esperança. Que nesta situação é um forte apelo ao renascimento à criatividade. Apesar das dificuldades, das incertezas e da doença e da morte, a Páscoa é fonte de vida, de renovação e de esperança. Quando a situação melhorar, pretendem realizar alguma festividade para comemorar esta data importante da comunidade católica? A Páscoa tem o seu dia fixo e já a celebramos nas circunstâncias atuais. Para os cristãos o domingo é a Páscoa semanal, onde celebramos a presença de Jesus ressuscitado. Por isso, logo que possamos celebrar o Domingo em comunidade, isso será motivo de grande alegria e gratidão. Será Páscoa. A igreja já está a delinear algumas medidas para o futuro? Ou esse tema ainda é incerto? Nestas circunstâncias ainda me parece cedo. Vamos ver como as coisas vão evoluir. Neste momento, o Norte de Portugal é um dos locais do país mais afetados, sendo que Gondomar é um dos municípios com mais casos, que conselho gostaria de deixar aos Gondomarenses? Que continuemos a cumprir as determinações de confinamento e distanciamento social com a esperança de que brevemente melhores dias virão onde nos poderemos encontrar e abraçar. ▪
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Reunião Municipal aprova propostas
25 de abril celebrado de forma inovadora Em tempos difíceis, todas as comemorações em Gondomar sobre o 25 de abril foram canceladas para proteger a população. Com o intuito de comemorar este dia, a Câmara Municipal de Gondomar vai publicar um vídeo nas suas redes socias alusivo à revolução dos Cravos. A União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova quis celebrar de uma forma especial esta data rele-
vante que Portugal comemora todos os anos desde 1974. No dia 24 de abril, na página de Facebook da Junta de freguesia, pelas 22h, será transmitido o concerto da Ana Bacalhau. Por dia, estão a ser publicados no Facebook dois vídeos por dia com declamações de poesias alusivos ao 25 de abril. Além destas iniciativas, a União de Freguesias está a colocar cartazes nas rotundas alusivos ao 25 de abril. ▪
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No passado dia 16 de abril, a Câmara Municipal de Gondomar realizou a Reunião do Executivo Municipal, realizada através de videoconferência, dos pontos discutidos, destacam-se dois que foram aprovados. O primeiro corresponde à abertura do concurso público para a requalificação da EB 2, 3 de São Pedro da Cova com o valor de 1.008.000 euros +IVA. O segundo ponto aprovado aborda a adjudicação do conjunto habitacional Castro II, em Baguim do Monte.
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Política
Em princípio as obras no Conjunto habitacional Castro II irão iniciar a meados do mês de maio, assim como, o Conjunto habitacional de Tardariz situado em São Pedro da Cova que já tinha sido adjudicado. Atualmente, a Câmara está a preparar o lançamento do concurso do Conjunto habitacional da Granda localizado em São Pedro da Cova, para o Conjunto habitacional de Carreiros situado em Rio Tinto e para o Conjunto habitacional do Monte situado em Valbom. ▪
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Lazer Um homem decide desabafar com um amigo: - Eu tinha tudo! Dinheiro, uma casa bonita, um carro desportivo, o amor de uma linda mulher, e então… tudo acabou. - O que aconteceu? – perguntou intrigado o amigo. Explica o homem: - A minha mulher descobriu…
RECEITA CULINÁRIA Receita de Pão caseiro simples com fermento seco
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1 ovo ¼ Chavena de óleo (60 mililitros) 5 gramas de fermento biológico seco (metade de um sachê) 200 mililitros de leite morno 1 Chavena de farinha de trigo (140 gramas) 1 colher de sopa de açúcar 1 colher de chá de sal Misture os ingredientes secos: a farinha, o açúcar e o sal. Reserve. À parte, bata ligeiramente o ovo com o auxílio de um batedor de arame ou garfo Acrescente o óleo e continue a bater, para misturar bem estes dois ingredientes. Coloque o fermento e o leite na mistura de ovo e óleo e continue a mexer. Dica: O fermento biológico seco é composto por pequenos grânulos de fermento. Ele também é conhecido como fermento instantâneo. E por fim, misture os ingredientes secos reservados nessa mistura para pão caseiro. Dica: Esta massa de pão não fica consistente o suficiente para moldar, por isso não precisa de colocar mais farinha até estar no ponto. Cubra o recipiente com um pano e deixe descansar por 20 minutos, para crescer. Transfira a massa para uma forma de bolo inglês untada e enfarinhada. Leve ao forno pré aquecido a 180 graus por 30 minutos. Espere 5 minutos, desenforme e sirva o seu pão caseiro simples com fermento seco e fofinho!
Gonçalo Lixa Médico Veterinário, Clínica Veterinária do Taralhão Os Meus Animais Gostam Que Eu Esteja Sempre em Casa? Nestes tempos de COVID19, em que toda a gente (no geral) tem passado mais tempo em casa do que costumava passar, a relação com os animais domésticos tem sofrido algumas alterações. Muitos cães passaram a andar com a língua de fora de tanto passear, muitos gatos têm passado grande parte do seu dia a esconder-se de crianças a brincar... a verdade é que o quotidiano de muitos dos nossos animais, para o bem ou para o mal, mudou. Concordando que a mudança ocorreu, surge então a questão: estarão os nossos animais melhor, ou pior, agora? A resposta correta é “estão melhor”, mas nem sempre! Depende essencialmente de como era a vida do seu animal anteriormente, da personalidade dele, e se se trata de um cão ou de um gato. No caso concreto dos cães, não tenho qualquer dúvida que a qualidade de vida da maior parte dos cães portugueses melhorou com a chegada da COVID19. Mais tempo passado a andar na rua e mais tempo a interagir em casa com os tutores. De facto, apesar do pesadelo em que muitos vivemos, uma boa parte dos nossos cães estão a viver o sonho! Já no caso dos gatos, apesar de gostarem dos seus tutores, a fronteira entre pesadelo e sonho é mais ténue. São animais de rotinas, e que precisam do seu tempo e tranquilidade diária para manter o bem-estar. Sabia que um gato saudável, adulto, pode dormir até 14-18 horas por dia? Estas horas de paz e repouso/ higiene pessoal são fundamentais para a saúde do seu gato, e o seu não cumprimento pode trazer problemas sérios. Temos assistido a um grande aumento dos casos de patologias relacionadas com o stress (cistite idiopática estéril, alopecia psicogénica, entre outras) e patologias traumáticas (gatinhos que se atiram de janelas ou que se magoam ao procurar escapar de algo), grande parte delas com gravidade para a saúde do seu gato. É muito importante que o seu gato tenha (pelo menos) um espaço na casa para onde possa ir, tranquilamente, para desfrutar da sua paz e sossego, e onde se possa esconder com facilidade. É também importante enriquecer o seu ambiente, quer através de brinquedos (principalmente se for um gato jovem), quadros interativos (promovendo uma alimentação mais desafiante, sem causar frustração) ou arranhadores (fundamentais para libertar o stress e mesmo para marcação territorial). Qualquer dúvida adicional, teremos todo o gosto em responder, para o contacto 934982307 ou cvtaralhao@gmail.com.
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Opinião: Vozes da Assembleia Municipal Joana Resende PS
É abril. E em abril celebra-se a liberdade. Essa liberdade conquistada, com dor e com paixão, liberdade de uma nação mas também dos seus indivíduos. E como é abril, permitam-me falar em mim também. Estou precisamente há 40 dias em confinamento voluntário. Há 40 dias que fechei a minha empresa, que tento manter e gerir à distância. Há 40 dias que não estou com os meus pais, que me deram a vida, e que os privo também de estarem com as netas, que foram criadas por eles e que diariamente enchiam os seus dias. Há 40 dias que vejo o meu marido sair para trabalhar, arriscando o seu dia-a-dia, porque assim tem de ser.
Valentina Sanchez PSD
Vivemos tempos incertos que de uma forma ou outra nos vão obrigar a adaptação a uma nova realidade. Foi isto que o filosofo francês Edgar Morin, numa recente entrevista, nos transmitiu: "Espere o inesperado". Se por um lado, a economia é uma das nossas maiores preocupações, por todos os problemas que advém de uma economia em queda, o efeito psicológico desta pandemia também deveria estar entre elas. Estamos perante algo de novo para a nossa sociedade. Ninguém estava preparado para
Maria Olinda Moura CDU
O tempo que vivemos coloca como primeira necessidade a defesa da saúde e da vida de cada português. A este pretexto, o país foi chamado a cumprir um tempo de estado de emergência que, desgraçadamente, tem sido aproveitado para o despedimento massivo de trabalhadores e para a retirada de direitos fundamentais, atingindo, como sempre, os mais desprotegidos. Mais do que nunca é imperioso recordar o 25 de Abril e o significado da sua comemoração. Nos últimos 45 anos, o povo assinalou o 25 de Abril homenageando os que, durante 48 anos, enfrentaram a repressão, as privações, as prisões, as torturas e a morte.
Liberdade em confinamento E porque estou privada daquilo que era a normalidade da minha vida, não compreendo quem se insurge contra aqueles que querem manter a celebração simbólica da data mais importante para o país. Revolta-me acima de tudo quem incita, comparando a efeméride de uma data de Estado, com a celebração da Páscoa ou (ainda mais grave), com a privação a que as famílias se viram obrigadas de se despedirem dos seus entes queridos que partiram. É abusivo, imoral e injusto. A data institucional deve celebrar-se pelos nossos representantes naquela que é a casa da Democracia, mantendo todos os cuidados que este vírus obriga, mas celebrando aquilo que é fundamental num estado de direito: a Liberdade. Não falamos de uma festa, com canapés ou jantar dançante. Não falamos de concertos com o público efusivo e abraçado entre si. Não falamos sequer de uma festa privada, à porta fechada.
Falamos sim, nas pessoas que diariamente já vão à Assembleia da República, legislar e votar naquelas que são as diretrizes que nos permitem continuar. Não estarão 700 pessoas como em anos transatos. Estarão os mesmos 70 políticos que estão diariamente, e há mais de 40 dias, nessa mesma sala a trabalhar por nós, para que a vida continue mesmo para aqueles que, como eu, estão confinados. Poderão estar também 60 convidados, se acharem por bem ir e aceitarem o convite. Não há um mau exemplo à população. Pelo contrário. São pessoas que, como os enfermeiros, os colaboradores de supermercados ou motoristas de logística, saem diariamente das suas casas para ir trabalhar. Por nós. No dia 25 de Abril, veremos os nossos representantes, na casa da Democracia e cumprindo todas as indicações da DGS, a discursar para nós, a mostrar que a resiliência foi a força do país
durante décadas de ditadura, e é ainda hoje a nossa maior arma para este infortúnio que é o Covid-19. Serão resilientes por eles e por nós. Estarão privados das suas famílias nesse dia, para mostrar aos seus cidadãos que vale a pena lutar pela liberdade. Que vale a pena acreditar no futuro. Que vale a pena confiar nos homens que com perseverança lutam por bens maiores, sejam eles a Liberdade, sejam eles a cura da Humanidade. No dia 25 de Abril a liberdade será celebrada e ainda bem. Por mim, por todos. Mesmo para aqueles que contestam sem saber. Mesmo para aqueles que denigrem com saber. No dia 25 de Abril farei 45 dias de confinamento voluntário. Nesse dia, mais do que em qualquer outro, a minha alma celebrará a liberdade com os nossos representantes, porque ficará feliz por saber que a resiliência e a força de um povo tudo cura.
obrigações fiscais, por exemplo) os empresários das pequenas e médias empresas (principalmente) vão sentir uma tremenda dificuldade em voltar a erguer-se. É lhes pedido para adiantar salários, não fazer despedimentos, mas, para garantir a liquidez para estes pagamentos, o governo oferece um empréstimo para fazer face a essas despesas ou adia o seu prazo de pagamento. Contudo, não se esqueçam, que estas despesas terão sempre que ser pagas na sua totalidade. Será isto uma ajuda aos empresários? Recordo as palavras de António Saraiva, presidente da Confederação empresarial de Portugal: "Não adianta tentar impedir o desemprego, por decreto, se não houver economia e as empresas não tiverem trabalho.". Ao oferecer este pacote de créditos, o estado
quase que diz que tudo será recuperado e que os empresários irão ter faturações nos próximos 12 meses que lhes permitam pagar os meses "fechados" em quarentena, e parece que garantem também que não haverá mais nenhuma vaga de contágios até ao final do ano. Será? Será que a quebra que a maior parte de nós sentiu nos seus vencimentos não nos irá tornar mais prudentes nas despesas? Será que não precisamos de outro tipo de incentivos aos nossos empresários? Verdadeiros incentivos!! Urge a criação de linhas de atribuição de financiamento a fundo perdido, para as pequenas e médias empresas, onde se possa minimizar danos aos nossos empresários, para que voltem a confiar e a apostar na nossa economia.
ser sacrificados. São estes que, hipocritamente, propagandeiam as teses do todos juntos, mas deixam no desemprego milhares de trabalhadores. Que durante anos desferiram duros golpes nos direitos dos trabalhadores e na democracia, tentaram destruir o SNS em benefício do negócio da saúde privada, reverteram as empresas nacionalizadas para o setor privado, sugando-lhes os lucros e reclamando ao estado o suporte dos prejuízos, deslocalizaram as empresas para o estrangeiro privando o Estado português dos respetivos impostos, levaram fortunas para offshores. São estes que não querem a comemoração do 25 de Abril. Muitas vezes, os mesmos que não queriam uma Revolução, uma Constituição progressista, a Reforma Agrária, um SNS, as Nacionalizações, os Sindicatos, a Educação gratuita e universal, o direito à habitação, e que tudo fizeram ao longo destes anos para
que algumas destas conquistas se perdessem ou fragilizassem. Sim, é verdade. Mas o povo que as conquistou também as há-de recuperar. Comemorar o 25 de Abril é recordar que o país é do povo. Não se trata dos habituais festejos, mas da afirmação política e simbólica de um momento maior da nossa democracia. Por isso, no próximo dia 25 de Abril cada um dos portugueses é chamado a erguer a sua voz, à janela da sua casa, pela Revolução de Abril. Às 15h voltaremos a cantar a Grândola, sinal de Abril, seguida do nosso hino nacional. O combate ao vírus não é incompatível com a defesa da nossa democracia e com a sua afirmação. Abril é do povo e mais uma vez o povo o demonstrará!
Espere o inesperado lidar com semelhante fenômeno sendo que, neste momento, não interessa atribuir culpas, interessa agora para ajudar a ultrapassar esta pandemia global. A União Europeia será posta a prova, Portugal e a nossa comunidade, o nosso território, é colocado à prova, e tudo a seu tempo ficará mais claro. Urge trabalhar, garantir uma proximidade entre os municípios e os seus munícipes e esperar que estes tenham as suas necessidades mais básicas asseguradas. Que todos tenham acesso aos bens essenciais, à educação, à cultura, ao conforto e a um sentimento de preocupação geral que proteja as nossas famílias. Depois disto sim, vem a economia, que, infelizmente, já estava a dar sinais de decréscimo. Com os gastos fixos (rendas, vencimentos e
O 25 DE ABRIL Homenageando os que nunca desistiram. Homenageando um povo que resistiu, enfrentou e derrubou a ditadura fascista. Homenageando os militares que fizeram o golpe, o povo que transformou o golpe em revolução e os trabalhadores que, com a sua luta, alcançaram notáveis avanços sociais. Assinalar o 25 de Abril é também evocar a nossa Constituição, a “Constituição de Abril”, com tudo o que ela comporta de progressista, com a força e o valor que tem, e defendê-la dos ataques e subversões que muitos anseiam. Aqueles que querem fazer esquecer esta data, que ao longo destes 45 anos trazem o 25 de Abril engasgado na garganta, são os que bradam, agora, aproveitando o tempo marcado pela pandemia, que a hora não é de festejos, que a democracia tem de entrar em standby, que os direitos conseguidos têm de
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Opinião: Vozes da Assembleia Municipal David Santos
Tempos estranhos, estes... Vivem-se tempos muito estranhos, de facto. A COVID-19 conseguiu praticamente colocar todo um planeta “em sentido” e fazer a sua população (re)descobrir formas de viver, trabalhar e socializar. Nem pensem que por meras questões políticas vou, nestas linhas, tentar retirar um qualquer tipo de “dividendo”. Fui eleito por um movimento independente. Tenho a minha filiação partidária. Não votei na atual maioria socialista que gere a Câmara de Gondomar. Mas, neste caso, não tenho uma única observação a fazer ao executivo liderado por Marco Martins. O presidente da Câmara de Gondomar tem, quanto à COVID-19, feito praticamente tudo que lhe é possível e impossível. Marco Martins antecipou-se, até, em algumas questões. E tem-se mostrado atento, atuante e reivindicativo em relação ao que o preocupa no que toca a Gondomar. Em relação ao que nos preocupa, diria. Ninguém terá respostas e soluções para todos os problemas inerentes à COVID-19. Ninguém!
Mas por isso mesmo, nesta situação muito específica, todos teremos que dar a nossa contribuição e fazer algo para que todos, no mundo todo, consigam ultrapassar esta barreira. Deixarei as decisões de saúde para as entidades competentes (DGS e Ministério da Saúde). Deixarei as questões educativas para as entidades competentes. Deixarei as problemáticas locais para aqueles que, nesta altura, geram os destinos municipais. Deixarei as questões sociais para todos nós: eu, vocês, o país e o mundo... Faltam as outras questões... As económicas. E é sobre elas que irei agora escrever. Continuo a fazer parte dos órgãos sociais da Associação Comercial e Industrial de Gondomar. A recém-eleita equipa, renovada e com dinâmica, continua a ter como “timoneiro” o empresário Graciano Martinho. E continua, também, a contar com o meu modesto contributo. E são as questões económicas que me preocupam enquanto empresário e enquanto dirigente da ACIG, associação representativa de comerciantes e empresários locais que está muito preocupada com a
presente realidade. Nós, na ACIG, sentimos as enormes dificuldades vividas pelos nossos empresários. Somos da opinião – e de tal já demos conhecimento a quem de direito – que as consequências vão ser muito duras para todos, sem exceção (empresas, trabalhadores e para a população em geral). E enquanto pessoas responsáveis e com responsabilidade, na ACIG entendemos que a todos cabe a responsabilidade de transmitir contributos, colaborando, dentro do possível, junto das entidades decisórias. O esforço coletivo vai ser um bem necessário. Por isso a ACIG (em posição partilhada por outras congéneres espalhadas por todo o país) já enviou ao Governo Português uma Carta Aberta – na qual damos a conhecer o ponto de vista da nossa Instituição sobre algumas das situações mais prementes e que visam a recuperação económica das empresas, locais e não só, com o propósito de se conseguir a recuperação devida pelos prejuízos causados com a crise da COVID-19. Reconhecemos, institucionalmente, o trabalho desenvolvido pelo nosso Governo. Mas não podemos
O VIRUS São estes, tempos complicados e perigosos, que nos afastam da tranquilidade natural e nos forçam a cuidados permanentes. Cuidados connosco pois, “do nada” podemos ficar infetados de um vírus que não olha a condição social, raça, género, no fundo, não olha a quem, e nos pode colocar a vida em manifesto risco. A nossa protecção tem de ser sistemática e absoluta, sem intervalos ou abrandamentos, obrigando-nos a um estado quase que paranóico de duvidar de tudo e de todos. Mas também cuidados com os outros porque, sem o sabermos, podemos-lhes estar a transmitir o vírus e a colaborar na disseminação de uma doença que ainda não tem antidoto. A verdade é que este malfadado vírus nos apa-
aceitar que os prejuízos resultantes desta crise não possam ser aliviados com um conjunto de propostas, pela positiva, e não por uma mera acumulação de dívidas – criando obrigações às empresas que, mesmo que a pagar “suavemente”, causarão transtornos terríveis às suas tesourarias. Defende a ACIG – e também o subscrevo! – que Portugal tem de assumir a recuperação das suas empresas. São essas empresas, na freguesia, no município, no distrito e no país que asseguram o desenvolvimento económico . Que criam riqueza. Que asseguram o emprego. E que, por tudo isso, trazem o consequente bem estar às famílias. E tal como a Associação Comercial e Industrial de Gondomar o defendeu, estou certo de que este humilde contributo, sério, merecerá a maior consideração de quem de direito.
Pedro Oliveira nhou a nós humanos, completamente desprevenidos e sem capacidade de o enfrentarmos com o mínimo de eficácia. Para além de nos “atacar” pessoalmente, o vírus obrigou-nos a ficar preventivamente em casa, facto que determinou o encerramento transitório de inúmeras actividades, com todas as nefastas consequências económicas, financeiras e sociais, cujas repercussões estamos ainda longe de perceber. O mundo encontra-se quase que parado, com a produção lenta e limitada, atirando os níveis de criação de riqueza para parâmetros de há muito não vistos. Será no tempo do depois que mais se manifestarão os efeitos desta inusitada crise, pois as diferentes comunidades começam já a gastar recursos que rapidamente se esgotarão, sendo necessariamente os mais
fracos, pessoas, famílias, empresas, nações, aqueles que mais sofrerão com a inevitável crise que teremos que suportar. Fala-se que o vírus chegou aos humanos através do crescente consumo, vindo da Asia, de animais selvagens. Enfim, admito que tal mais não seja que a pressão da conjuntura, sempre propicia, nestes contextos, a amplas especulações. Contudo, a gravidade com que o vírus se tem imposto à escala global, desafiando e desestabilizando colossos como a China, Europa ou os EUA, pode motivar um repensar genuíno por parte dos líderes mundiais, sobre os caminhos que o desenvolvimento tem trilhado, que porque meramente interesseiro e economicista, tem propiciado efeitos mais que graves na sustentabilidade do ecos-
Programa de emergência autárquico Covid-19: Resposta à crise: a água é um bem público e essencial Vivemos durante as últimas semanas um cenário extraordinário nunca antes visto em plena democracia, a pandemia do Covid -19 , foi e será um duro golpe no status quo do nosso país seja a nível económico, financeiro, social, cultural e nas relações laborais. O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou no nosso país mais de 18 mil pessoas, só em Gondomar existe um total 777 casos confirmados de infectados do novo covid-19 fazendo de Gondomar o 4º concelho mais afectado do país. Por isso e cada vez mais as autarquias terão de ter um papel político de uma resposta forte às necessidades da população. Por isso a garantia de serviços e bens essenciais como o abastecimento de água, pois esta é um bem público que deve ser acessível a todos e todas. Ao longo deste período marcado pela pandemia
Movimento Valentim Loureiro Coração de Ouro
que assola toda a população foram aprovadas um conjunto de medidas no plano nacional e que posteriormente foram implementadas no município de Gondomar, como alargamento dos prazos de pagamentos e a suspensão de cortes, garantindo assim a continuidade deste bem essencial a todas as pessoas. No entanto para o Bloco de Esquerda é necessário ir mais longe, no município onde se paga uma das tarifas mais caras de água de toda a área metropolitana do Porto,. Por exemplo num cenário de um agregado com duas pessoas em Gondomar, apartir dos 5 m3 por mês paga 1,615, enquanto no Porto paga no mesmo escalão 1,005 fazendo o diferença na carga orçamental para as famílias no valor da água de 40%. Nesse sentido é ainda mais urgente e fundamental criar medidas que protejam as pessoas e que deem garantias do usufruto deste bem essencial durante e pós cenário pandémico. O Bloco de esquerda recomenda ainda a criação
de um plano para a redução das taxas da água no concelho, de modo a baixar este custo no agregado familiar, bem como de modo a antever as dificuldades económicas que muitos municipes virão a ter no seguimento da possivel crise financeira que se avizinha. O Bloco de Esquerda recomenda ao município em articulação com as águas de Gondomar aplicar um conjunto de medidas que visem apoiar as pessoas na utilização deste bem essencial. 1- Alteração das taxas de pagamento, a aplicando a taxa de 0,7123 do 1º escalão sendo alargada também para o 2º escalão, esta medida teria aplicação por um período de 6 meses 2- Isenção do pagamento da taxa fixa de água a todas as pessoas que tenham ficado desempregadas, pessoas que passaram para o regime de layoff ou com vínculos precários causados pelo surto pandémico e por conta própria. 3- As famílias em situação de carência provocada
CDS-PP
sistema planetário, cada vez mais irreversíveis. É esta pandemia um exemplo duro, duríssimo, porque tantos são os inocentes que não resistem ao vírus, do estado deplorável em que o Homem colocou o planeta. Urge assim, de forma clara e determinada, arrepiar caminho e, concertadamente, reescalonar prioridades que, restaurando a saúde do planeta, contribuam, em paralelo, para a melhoria da qualidade de vida do ser humano.
Bruno Pacheco BE
por este flagelo social(desempregados, pessoas em regime layoff, conta própria) devem ser abrangidas pelo programa da tarifa social e a mesma deve ter um alargamento para estas famílias de 15m3 no 1º escalão. 4- Isenção da taxa de pagamento aplicada ao saneamento por um período de 6 meses. Em Gondomar por cada família que gaste 7m3 durante 30 dias paga 7,72 euros na taxa de saneamento, no Porto com o mesmo cenário paga 3,28 euros. Percentualmente os Gondomarenses pagam cerca de mais 60% do que quem vive no Porto, isto é, mais do dobro do que é cobrado na cidade vizinha 5- Isenção do pagamento da taxa fixa de água, a associações e corporações de bombeiros, pelo período de 4 meses.
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