Edição de novembro de 2021

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Ano 15 - n.º 185 - novembro 2021 Preço 0,01€ Mensal Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida

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PALCO'S

Um projeto inclusivo

> Págs. 23 a 26

78 M€ para a Estratégia Local de Habitação

Ponto mais alto do concelho recebe árvore de Natal > Pág. 36

> Pág. 37

SOCIEDADE

ENTREVISTA Herman José: "O Nicolau foi a grande figura que me foi essencial, sem dúvida" > Págs. 11 e 12

CINDOR cria parceria com Miss Portuguesa > Pág. 20

Esquadra de Medas inaugurada dia 26 > Pág. 21

Mercadona inaugura loja de Valongo a 26 de novembro PUB


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VIVACIDADE | NOVEMBRO 2021

EDITORIAL

SUMÁRIO: Breves Página 4

José Ângelo Pinto

Sociedade Páginas 6 a 32

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivacidade.org POSITIVO Dos últimos censos realizados, foram detetados dois casos de sem abrigos conhecidos na freguesia de São Cosme, já se encontram realojados.

Entrevista Páginas 10 e 11 Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT Caros leitores, Já entramos no período de pré-campanha eleitoral para as eleições de 30 de Janeiro de 2022. Já disse aqui, há uns anos, que, para mim, o orçamento do ano seguinte tem sido sucessivamente pior que o do ano anterior pelo que um governo gerir o país em duodécimos não seria grande o mal. Mas, neste caso concreto, o governo está a publicar legislação avulsa que lhe permite ultrapassar o chumbo do orçamento, realizando na mesma a despesa apesar de ter sido derrotado na votação e até mesmo ignorando a oposição e o facto de que lá para Junho de 2022 muitas das rúbricas agora cabimentadas por legislação avulsa ficarem esgotadas, não havendo autorização de despesa para se continuar a realizar essa despesa. Claro que qualquer novo governo sensato procurará ultrapassar a situação e haverá até uma obrigação dessas despesas serem aprovadas pelos partidos do arco da governação, mas na politica tudo é sempre possível. Já sobre o agendamento para o dia 30 de Janeiro de 2022, foi o que era possível, considerando as restrições, quer o período do Natal quer a antecedência que deve existir para a elaboração das listas. Quanto aos motores partidários, eles já se encontram bem aquecidos, estando todos os partidos já lançados na preparação e elaboração de programas eleitorais e na organização das listas candidatas. Alguns arrumaram a casa antes de irem para a luta, outros optaram por ir para a luta com a casa bem desarrumada e outros andam a tentar arruma-la ainda a tempo de a conseguir mostrar limpinha aos eleitores. Independentemente da campanha eleitoral que iremos assistir diariamente a partir de agora, o esclarecimento eleitoral é sempre a melhor opção para aqueles que acreditam que os eleitores fazem boas escolhas. Por isso, que vença o melhor! Para isso, os eleitores devem procurar perceber o que cada uma das propostas eleitorais tem em cima da mesa e como pretendem concretizar essas propostas. Devem perceber a composição das listas, procurando as competências, formação e capacidade que os futuros eleitos vão ter para executar ou fazer executar as propostas que realizam. Para tal, devem os eleitores procurar assistir aos debates e entrevistas que os candidatos vão dar ao longo de toda a campanha para perceberem quem e como é a sua região fica mais bem defendida. Só votando nas listas certas (nas pessoas certas) podemos desenvolver a nossa região Claro que isto não é fácil. É por isso que falo aqui do dever de cidadania. Porque ir às eleições colocar uma cruz, à sorte ou por causa da influência de um amigo, é fácil. Difícil é fazer escolhas informadas e feitas em função do que é melhor para Portugal e para a região. Isso já é difícil. E dá trabalho. E não chega. Porque o nosso voto sozinho não altera nada, é preciso que os votos dos amigos, conhecidos e familiares também seja informado e inteligente e isso significa que temos a obrigação de informar e discutir com todas as pessoas como devemos votar. Claro que vamos discordar muitas vezes e com muitas pessoas. Mas da discussão nasce a luz e só falando sobre o melhor futuro que podemos querer para Portugal conseguiremos caminhar para lá.

PRÓXIMA EDIÇÃO 16 DEZEMBRO

Destaque Páginas 23 a 26 Cultura Páginas 33 a 35 Política Páginas 36 e 37

NEGATIVO População descontente com o trânsito formado nas horas de ponta em Rio Tinto, nas principais vias de ligação entre Gondomar - Porto.

Desporto Páginas 38 a 41 Empresas e Negócios Página 42

Viva Saúde Paulo Amado*

Opinião Páginas 46 e 47

Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia

*MédicoEspecialistadeOrtopediaeTraumatologiaProfessorDoutoremMedicinaeCirurgia MestreemMedicina Desportiva Diretor Clínico da CLÍNICA MÉDICA DA FOZ – PORTO ( 226178917) Coordenador da Unidade de Medicina Desportiva e Artroscopia Avançada do HOSPITAL LUSÍADAS - PORTO Vice Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina e Cirurgia do Pé Membro do Council Europeu do Pé - EFAS CLÍNICA DESPORFISIO – EDIFICIO RIO TINTO I RIOTINTO

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O nosso Serviço Nacional de Saúde, exemplar na sua conceção, tem demonstrado um “desgaste”, fruto dos muitos anos que tem e do desinvestimento que tem sido alvo. Muitos dos estimados leitores perguntarão porque este tema. Temos vindo nós médicos a assistir a umas “habilidades” contabilísticas e de gestão por parte de muitas Unidades de saúde públicas, torneando desta forma números para que não demonstrem a realidade dos factos. A divida a fornecedores de material cirúrgico e não só esta a aumentar assustadoramente, sem que se demonstre essa realidade. Usam-se artimanhas contabilísticas em que muito material usando por exemplo em cirurgias ortopédicas, nem sequer sejam registados com notas de encomendas, pelo que, do ponto de vista contabilístico, é como senão existissem, logo não entram nos números das dividas aos fornecedores. Algumas das grandes empresas de material em saúde, têm créditos a receber dos hospitais de muitos milhões de euros... Na prática, empresas de menores dimensões, não “aguentam” esse empate monetário e fecham, ou como empresas estrangeiras, que se retiram do nosso mercado de saúde, com perdas inerentes para a qualidade de saúde a prestar aos nossos utentes. Ainda esta semana, um representante de placas e parafusos em Ortopedia, de qualidade, de uma empresa americana, o seu agente em Portugal, não consegue pagar à fábrica a divida que tem com a mesma, pois também lhe devem a ele alguns hospitais, desde há muitos meses e como tal, a cadeia financeira interrompe-se, acabando por parar o fornecimento. Certo que vão aparecendo alternativas, mas isto leva a uma economia inquinada e “falsa”, dando uma imagem da saúde financeira do sistema nacional de saúde, que não corresponderá ao real. Invistam no que é mais importante na VIDA das pessoas, e a saúde é certamente um fator importante, não só mais estradas ou apoios na TAP??? Alguém ponha fim nesta confusão, para bem do funcionamento da saúde. Até breve, estimados leitores…

FICHA TÉCNICA Registo no ICS/ERC 124.920 | Depósito Legal: 250931/06 | Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-241A) | Diretor Adjunto: Carlos Almeida Redação: Carlos Almeida e Gabriela Monroy | Departamento comercial: Pedro Barbosa Tel.: 910 600 079 | Paginação: Rita Lopes | Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte | Administrador: José Ângelo da Costa Pinto | Estatuto editorial: www.public.vivacidade.org/vivacidade | NIF: 507632923 | Detentores com mais de 5% do capital social: Lógica & Ética, Lda., Augusto Miguel Silva Almeida e Maria Alzira Rocha | Sede de Redação: Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435- 778 Baguim do Monte Tel.: 919 275 934 | Sede do Editor: Travessa do Veloso, no 87 4200-518 Porto | Sede do Impressor: LUSO IBÉRIA – Av. da República, n.o 6, 1.o Esq. 1050-191 Lisboa | Colaboradores: André Rubim Rangel, Andreia Sousa, António Costa, António Valpaços, Beatriz Oliveira, Bruno Oliveira, Carlos Almeida, Diana Alves, Diana Ferreira, Domingos Gomes, Frederico Amaral, Gabriela Monroy, Germana Rocha, Guilhermina Ferreira, Henrique de Villalva, Isabel Santos, Joana Resende, Joana Simões, João Paulo Rodrigues, José António Ferreira, José Luís Ferreira, Luís Alves, Luís Monteiro, Luís Pinho Costa, Manuel de Matos, Manuel Teixeira, Marta Sousa, Paulo Amado, Pedro Oliveira, Rita Ferraz, Rita Lopes, Rui Nóvoa, Rui Oliveira, Sandra Neves e Sofia Pinto. | Impressão: Lusoiberia | Tiragem: 10 mil exemplares | Sítio: www.vivacidade.org | Facebook: facebook.com/vivacidadegondomar | E-mail: geral@vivacidade.org


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VIVACIDADE | NOVEMBRO 2021

BREVES Colégio Paulo VI com formação europeia Robótica Está a decorrer entre o dia 15 e 19 de novembro, uma formação em eletrónica, sobre o kit de robótica desenvolvido para trabalhar com crianças entre os 10 e os 13 anos. Os parceiros do Projeto ROBOTS FOR STEM, coordenado pelo professor Rolando Barradas, puderam finalmente reunir-se presencialmente depois de um ano a trabalhar virtualmente. Esta é uma formação de Robótica direcionada para professores de Portugal, bem como de outros países, tais como Itália, Croácia, Lituânia e Reino Unido. Neste momento, encontram-se a trabalhar em Joniskis, Lituânia, para onde viajaram levando o primeiro output do Projeto: o Robot Steamie.

Colaboradores do Município vão obter o título de “operacionais DAE” No seguimento da aquisição de 25 Desfibrilhadores Automáticos Externos (DAE), por parte do Município de Gondomar, para colocação nos espaços de acesso ao público e nos recintos desportivos do concelho, deu-se no dia 16 de novembro, o início da formação aos 150 Colaboradores do Município que vão operacionalizar estes equipamentos. No final desta formação, ministrada por formadores do INEM, no caso concreto, de duas corporações do concelho (Bombeiros Voluntários de Gondomar e Bombeiros Voluntários de São Pedro da Cova), estes colaboradores obterão o título de “operacionais DAE”.

Lançamento do livro: “A Abadia de Melres” No próximo dia 20 de novembro, pelas 15 horas, no Jardim da Junta de Freguesia de Melres, irá decorrer o lançamento do livro “A Abadia de Melres”. A entrada é gratuita e livre à população. Os autores são: Manuel Joaquim Correia Soares; Ana Catarina Gomes Moreira; José Manuel Soares de Andrade; e Joaquim Gonçalves Mendes. Este é um livro que contou com o apoio da União de Freguesias de Melres e Medas.

Clara Haddad marcou presença no Colégio Paulo VI A artista de nacionalidade luso-brasileira, com ascendência sírio-libanesa e holandesa, esteve presente no Colégio Paulo VI encantando as quatro turmas do 6.º ano, no passado dia 3 de novembro, com a magia da narração oral de contos. Clara Haddad é atriz, escritora, storyteller e biblioterapeuta, foi considerada a melhor narradora de língua portuguesa na Europa em 2015 e ganhou o prémio Baobá de Literatura em 2020.

Aerobic Monsters estão de regresso ao Rio Douro A prova internacional de remo está marcada para o próximo dia 4 de Dezembro, sendo que as inscrições ainda estão abertas até dia 26 de Novembro. A Organização é do Clube Naval Infante D.Henrique. Mais informações em: https://www.aerobicmonsters.pt/

Feedback positivo para o regresso às aulas da US A Universidade Sénior de Gondomar está de volta com 70% das turmas em funcionamento. António Braz, Presidente da União de Freguesias, revela que é visível a felicidade dos alunos com este regresso pós pandemia. Com esta reabertura, a Universidade tem novas disciplinas no seu programa. Segundo o edil, a dificuldade surge nas turmas com mais alunos, dado que há disciplinas com 50 alunos. O edil informa que, se tudo correr bem, essas serão reabertas em janeiro. Neste momento, ainda há alunos que estão em contenção, atualmente temos 270, sendo que a US tinha antes da pandemia, cerca de 400 pessoas.

Árbitro de Gens salva vida a atleta Samuel Cunha é o mais recente herói de Gondomar, depois de salvar a vida a um jogador de Futebol do Clube Pedras Rubras. O sucedido ocorreu no passado domingo, dia 14 de novembro, no frente a frente entre os FC Pedras Rubras e o Oliveira do Douro. Durante o confronto, o árbitro natural de Gens apercebeu-se que, após um choque entre dois atletas, José Gabriel, caiu inanimado no chão e não fora a rápida intervenção de Samuel que fez com que tudo não se passasse de um susto.

Doe Sangue, doe vida! No que concerne ao mês de dezembro, as doações de dádivas podem ser realizadas nos seguintes dias: no dia 1, em Rio Tinto, pelas 9h até às 12h 30 min; no dia 18 e 19, decorrerá à mesma hora, na Escola Secundária de Gondomar, e ainda no dia 22, no mesmo local, a recolha será realizada entre as 15h, até às 19h.

Fundação Nuno Silveira promove venda de trabalhos dos Utentes No próximo dia 24 de novembro iniciará a XXIII Exposição e Venda de Natal da Fundação Nuno Silveira. A Exposição decorrerá na Sede da Fundação até ao dia 15 de dezembro.

Centro de Dia de Melres voltou a reabrir Desde o passado dia 2 de Novembro que os utentes do Centro de dia de Melres voltaram ao Centro de Dia. O horário de funcionamento é das 14h às 17h, e as atividades disponíveis vão desde a Música, a Ginástica e as Artes Plásticas. As inscrições podem ser efectuadas nas Juntas da União de Freguesias de Melres e Medas.

Sérgio Sousa distinguido por subida de categoria No passado dia 12 de Novembro, na Quinta D. José, em Jovim, foi organizado o Jantar do 35º aniversário do núcleo de árbitros de Futebol Francisco Guerra. Neste evento foram distinguidos os árbitros que subiram de categoria na época transata, nomeadamente o jovem gondomarense Sérgio Sousa, acompanhado pela sua ex-equipa composta por Pedro Barbosa e Filipe Lima. O evento contou com a presença do Vereador do desporto, José Fernando Moreira, o Presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, Luciano Gonçalves, o Presidente da Associação de Futebol do Porto, José Neves, o Presidente do Núcleo de Árbitros Francisco Guerra, Manuel Oliveira e o Presidente do Conselho de Arbitragem da A.F. Porto, Carlos Carvalho.

Feira de Outono em Valbom No dia 27 de novembro, sábado, será realizado pela Escola Dramática e Musical Valboense, a Feira de Outono. Na programação, para além dos petiscos e da animação que irá decorrer ao longo do dia, pelas 10h, será o inicio da venda de artesanato. Às 10h 30 min, será realizado uma atividade para as crianças. Apesar do evento terminar às 18h, mais tarde, pelas 21h 30min, irá decorrer a estreia da peça “Os emigrantes”, protagonizado pelo grupo de Teatro da E.D.M.V.

Amut organiza Seminário Internacional A AMUT – Associação Mutualista de Gondomar, em parceria com o Município promove o Seminário GONDOMAR A INOVAR 4.0, que se realiza no Parque Urbano de Rio Tinto, nos dias 23 e 24 de novembro 2021. Neste encontro, destinado a promover as boas práticas de inovação e empreendedorismo social a nível nacional e internacional, serão apresentados os resultados da operação GONDOMAR#CRIA#ATIVIDADE. O propósito é proporcionar momentos inspiradores para uma transformação social e individual positiva e significativa. As inscrições são gratuitas e obrigatórias.


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SOCIEDADE

PLANO DE INOVAÇÃO IR MAIS ALÉM O AEG1 tem vindo a fazer um percurso de consolidação e reforço da sua autonomia curricular. Para o desenvolvimento das aprendizagens

Breves Destaques de algumas das dinâmicas do AEG1 > Plano Nacional das Artes Integrado no Projeto Cultural do AEG1, o artista residente, António Portela, levou aos alunos do 1ºciclo a atividade “O ator na sala de aula”. No âmbito da nova disciplina AnimArte, a expressão e a comunicação oral são desenvolvidas através do teatro. ProjetoCulturaldeEscola #PlanoNacionaldasArtes

essenciais ligadas às novas disciplinas, muitos têm sido os contributos provenientes da dinamização de projetos, da participação em múltiplas

atividades, em concursos de abrangência interna, local, nacional e internacional, de que são testemunhos os prémios atribuídos.

Este Workshop de linguagem cinematográfica pretendeu ser o primeiro passo para a criação de um olhar crítico, capaz de discernir o que está por detrás de uma imagem, de uma narrativa visual, oferecendo aos alunos um contacto mais próximo com as ferramentas audiovisuais de hoje e com os códigos da linguagem cinematográfica. Assim, apostámos no desenvolvimento das competências previstas no Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória. https://www.youtube.com/watch?v=TntYf6YDX-0

> Mês Internacional das Bibliotecas Escolares no AEG1 Anualmente, em outubro, celebra-se o Mês Internacional das Bibliotecas Escolares (MIBE), cujo propósito é dar a conhecer o trabalho que as BE desenvolvem, já que são um centro nevrálgico vital nas escolas, um espaço agregador de conhecimentos e de recursos diversificados, necessários à leitura, ao uso e à produção de informação e de conhecimento. No presente ano letivo, de acordo com a International Association of School Librarianship (IASL), a celebração incidiu no tema Contos de Fadas e Contos Tradicionais de Todo o Mundo. Embrenhadas no desafio, no passado dia 29, as BE do AEG1, em articulação com o Plano Nacional das Artes, promoveram a leitura do conto “Desculpa… por acaso és uma bruxa?”, de Emily Horn, Dinalivro, dirigida a todas as crianças da Educação Pré-Escolar e do 1.º Ciclo do EB. A atividade assumiu um duplo registo: presencial e online, com a narração do artista residente, António Portela, e com filmagem por Pedro Farate. De destacar a grande interação entre narrador e público-alvo, resultando numa dinâmica divertida de grande estímulo à leitura. Muito em breve, serão os alunos a assumir o papel de narrador e a contar histórias aos colegas, aos professores e às famílias.

> A atribuição de prémios através do concurso “PRÉMIOS LUÍSA E CARLOS”, patrocinado por dois ex-alunos da Escola Secundária de Gondomar. Objetivo: Promover a motivação dos alunos da Escola Secundária de Gondomar, através da atribuição de prémios pecuniários aos melhores alunos. Destinatários: Todos os alunos inscritos no ensino secundário na Escola Secundária de Gondomar a partir do ano letivo de 2021/22 que frequentem o 12º ano, bem como todos os alunos do mesmo ensino secundário abrangidos pelas medidas adicionais, previstas nos artigos 9º e 10º, respetivamente, do Decreto-Lei nº54 / 2018, de 6 de julho, independentemente do ano letivo frequentado. Prémios: serão entregues, no final do ano letivo, por Luísa Barros e Carlos Sousa. Melhor aluno/a abrangido pelas medidas adicionais ou seletivas: 1.500€ Melhor aluno/a do 12º ano durante o ano letivo: 2.500 € Melhor aluno/a do 12º ano durante os exames de acesso ao ensino superior: 3.000 €

> Consulte o regulamento desta iniciativa http://www.aeg1.pt


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SOCIEDADE

eTwinning no AERT3

O dia 26 de Novembro de 2021 será sempre um dia especial para o Agrupamento de Escolas de Rio Tinto nº 3 (AERT3), o dia da cerimónia oficial da entrega do Selo de Escola eTwinning 21/22, fruto do trabalho desenvolvido, em particular, neste último biénio. Neste ano letivo que terminou, este agrupamento destacou-se a nível nacional nos resultados que obteve nos projetos eTwinning, com 74 Selos Nacionais de

Qualidade e 69 Selos Europeus de Qualidade, o Agrupamento no país com maior número de certificações nas duas categorias. É visível o investimento que os docentes têm feito na variedade de projetos e, também, na qualidade alcançada. No ano letivo corrente, de 2021/22, a internacionalização do AERT3 continua a ser uma realidade, com vários projetos internacionais eTwinning a serem desen-

volvidos. Mesmo com as regras atuais de candidatura a Selos Nacionais de Qualidade (um máximo de 4 projetos por docente), a dinâmica eTwinning continua, com novos eTwinners AERT3 a aderir a esta comunidade. Nesta altura, já vários projetos internacionais correm em velocidade cruzeiro, destinados a diferentes faixas etárias e abordando temáticas diversas. O projeto Generation Z, Artificial Intelligence, é direcionado aos alunos dos 10 aos 17 anos, e

está assente no conceito da inteligência artificial, o SteaMaker, para alunos dos 6 aos 11 anos, baseado na conjugação do espírito “Maker” e na abordagem STEAM e, ainda, o Future Journey with STEM, que pretende lançar o alicerce para a alfabetização tecnológica dos alunos. Há projetos com uma atualidade inquestionável, numa visita guiada e de descoberta à literacia associada às alterações climáticas, tais como o Climate Literate e o Save World, Save Yourself, para alunos dos 10 aos 16 anos e dos 6 aos 11 anos, respetivamente. O Tomorrow is too Late apresenta o conceito de “lixo zero” com o modelo Zero Waste 5D. Os alunos que frequentam o CAA

(Centro de Apoio à Aprendizagem) também trabalham a metodologia de projeto, estando, neste momento, com os projetos eTwinning “I’m Special, Im Learning My Feelings”, “Special Colors” e o “Recycle Me Cycle”; estes projetos abordam a socialização, as cores do Outono e a Reciclagem. O projeto I ♥ HOLIDAY está a ser desenvolvido pelo 1º ciclo, em articulação com a Biblioteca Escolar, planificado segundo a

metodologia CLIL, tendo como ponto de partida o clima, as paisagens e diferentes culturas. Os alunos do Ensino Profissional, do 1º ano de Técnico de Turismo, estão a desenvolver o projeto Not Just a Holiday, aprendendo sobre

feriados nacionais e religiosos de outros países europeus. Em fase embrionária estão os projetos Safety and Science at Home, relacionado com normas de segurança transversais às mais diversas situações do quotidiano, e o Global and Inclusive Europe, cujo principal objetivo é a criação, no AERT3, de uma comissão de alunos para facilitar e apoiar a integração de colegas oriundos de outros países. Estes dois últimos projetos foram concebidos no agrupamento, fruto da vontade e da colaboração entre colegas do 2º e 3º ciclos e Ensino Secundário. A comunidade eTwinning está a mudar a Escola, e o AERT3 tem sido um agente catalisador dessa mudança, com o apoio da Direção e de toda a comunidade educativa.


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Foto: HERMANIAS

ENTREVISTA Eu não sentia nada. O que me recordo é que na escola eu tinha de ser sempre o artista principal. E era porque tinha mais talento que os outros. Por isso, desde cedo, se começou a perceber que eu ia ser qualquer coisa de artístico. Eu não tinha aprendido nada para fazê-lo, apenas tinha muito jeito, ao contrário dos miúdos da altura. Eram uma espécie de legumes: uns pepinos com pernas ou umas curgetes com olhos. (risos) Hoje, com 4 anos, são espertíssimos. Até já mexem bem no telemóvel! Portanto, eu era mais esperto, tinha mais habilidades e toda a gente achava que eu era o “menino-prodígio”. Acha que não teria tido sucesso na representação, ou tanto sucesso, se o Nicolau Breyner não o descobrisse e o convidasse como tal a estrear-se na TV, aos 21 anos? O Nicolau foi a grande figura que me foi essencial, sem dúvida. Eu teria conquistado na mesma um lugar qualquer, mas não tão rapidamente como foi possível com ele. O Nicolau teve algo inacreditável: uma genuína paixão artística por mim e uma genuína amizade. Às vezes penso que, na altura, ele tinha muito o sonho de ser pai e, por alguma razão, não era. Acabei no fundo, apesar da nossa distância de idades não ser tão grande, por ser olhado por ele como um filho. Depois, mais tarde, acabou por ter duas filhas duma amiga em comum. Ele foi de tal maneira generoso, abnegado e tão importante para mim. Se não fosse ele a minha carreira teria sido bastante mais lenta!

HERMAN JOSÉ “Corrompe a democracia portuguesa o facto de o voto não ser obrigatório!” TEXTO: André Rubim Rangel

Tendo ascendência germânica, o que aprendeu com o pai do rigor e confiança típicos da Alemanha? O meu pai era meio alemão, meio espanhol, com certas características: era sportinguista e quando via jogos de futebol ficava todo latino. O que me deu alguma organização foi o facto de estar na Escola Alemã de Lisboa. Aí aprendi uma coisa que os portugueses não tem, chamada “discriminação positiva”. Nós, a nossa sociedade, está construída para castigar. Para o próprio Cristianismo tudo o que é transgressão é pecado, tipo “fizeste isso, vais para o inferno”. Na lógica nórdica, as coisas negativas são o que são, mas perde-se mais tempo a dar os parabéns às coisas que são boas: “parabéns por seres bom aluno. Obrigado por seres boa pessoa”, etc.. E nós não pomos isso em prática. Aprendi isso com a cultura alemã e mantenho vivo na minha vida. Nacionalidade pela qual viria a optar, após ultimato da PIDE: foi uma decisão fácil e ponderada? Foi bem ponderada. Até porque sabia que po-

dia optar por uma ou por outra, ou pelas duas nacionalidades. Quando chegou a altura de eu querer optar pelas duas, cheguei à conclusão de que os alemães não permitem. Por isso, não pude estender a minha nacionalidade à portuguesa, porque tenho grande respeito pelo meu passaporte alemão. O mesmo respeito que tenho por Portugal! Apesar de ser alemão, sente-se um português de eleição tendo em conta que ficou em 70.º lugar na lista dos 100 maiores portugueses de sempre, no programa «Os Grandes Portugueses» (2007) ou outros prémios distintos já recebidos? Esse não me espantou, pessoalmente, porque em primeiro lugar ficou Salazar (risos). Por isso, não é um prémio que me encante. Mas, graças ao Mário Soares e num ano da minha vida que considero particularmente significativo, eu recebi uma comenda e fiquei muito contente. Nessa altura, ainda não estava vulgarizada essa prática de se ser ‘Comendador’. Era algo escasso e à qual era dada muita importância. O futuro brilhante do Herman já estava desde cedo traçado. Do que se recorda e o que sentia quando protagonizava os filmes do pai aos 4 anos?

Mas foi como baixista que começou nos ecrãs, destacando-se aos 18 anos. Como surgiu esse gosto e talento multifacetado na música, que mantém? Eu mantenho porque adoro música. Eu sempre achei que não ia ser ator, mas iria ser músico. Só não fui porque percebi que não era fácil um músico organizar a sua vida em Portugal e que ganhava muito pouco. Não quer dizer que os músicos hoje ganhem muito, mas sempre podem organizar a vida. Nessa altura, na Escola Alemã, comecei por aprender violino, depois viola e a seguir violoncelo. Quando ensaiava em casa, transformava-o numa viola-baixo. E um dia comprei uma viola-baixo, em segunda mão. Comecei a tocar até ser descoberto, pelo Vítor Mamede, que foi meu produtor no programa «Parabéns». Portanto, entro na vida artística pela música. Cantei também no coro do programa, que foi depois para o Teatro. Nesse entretanto fiz umas habilidades e aí o Nicolau percebe que eu existo e me leva para a televisão fazer o «Feliz e Contente» e, depois, a partir daí, já foi mais fácil. No seu jeito polifacetado notabilizou-se sobretudo no humor. Sente que o estilo da atualidade impôs o contraste entre os tempos áureos e memoráveis dos seus primeiros programas e o presente? Ou é uma opção fazer diferente? Eu não me interessa o passado, porque não vivo nele. Interessar-me-ia se estivesse na América e o passado desse dinheiro. O que me interessa é o presente. E neste presente faço aquilo que me diverte e que acho fazer melhor do que os outros. Tenho a felicidade de estar a fazer um programa na RTP com toda a liberdade e com um orçamento. É um programa muito decente e com alguns meios. Onde verdadeiramente organizo a minha vida é nos espetáculos ao vivo, onde sinto que sou melhor do que os outros. Tenho essa facilidade de pegar num piano ou numa viola e ter tanto repertório, tantas cantigas.

Mas sem ficar preso ao passado, ao olhar para trás não faz nenhuma autocrítica daquilo que fez e teve tanto sucesso Desses primeiros programas que fiz, alguns acho engraçados outros já não. O «Tal Canal» foi-o na sua época, hoje perdia objetividade. Há outros que me espantam: como o que fiz na passagem de ano, o «Crime na Pensão Estrelinha», que continuo a achar absolutamente extraordinário. Depois há várias personagens. Há umas que só fiz uma vez e que agora fui contratado pela Uber para fazer um anúncio do ‘José Seferino’, aquele que diz: “Eu é mais bolos!” (risos). Acho isso fantástico. Até estou a ser injusto com o meu passado: disse, antes, que o meu passado não dava dinheiro e, afinal aí, rentabilizei essa minha personagem e adorei. Continua a passar na televisão e fico fascinado como é que um boneco, que passou uma só vez num programa televisivo, pode ter ficado para sempre. Ao falar das suas personagens, quais aquelas históricas que prefere encenar? Ou qual lhe marcou mais e com a qual se identifica particularmente? Há várias muito engraçadas, sobretudo aquelas que se mantêm vivas. Como a Maximiana, o José Estebes e aquela que encerra sempre os meus espetáculos, o Serafim Saudade, graças ao repertório de um génio chamado Carlos Paião. É nessa comédia singular, com tantas personagens icónicas ao longo dos seus quase 50 anos de carreira, que vai estar em breve no Pavilhão Rosa Mota, no Porto. Haverá algo de especial nesse espetáculo? Vou fazê-lo com duas convidadas, porque acho interessante e revolucionário convidar artistas do stand-up do feminino. O stand-up em Portugal tende a ser um pouco misógino. Importa ter mulheres a fazê-lo e acho engraçado elas inverterem os papéis. A Beatriz é uma mulher do Norte, tem uma imaginação e uma força incrível. E a Ana Garcia, também conhecida pela «Pipoca mais doce», que é uma mulher fortíssima e super polémica. Ainda temos alguns bilhetes, mas como faltam algumas semanas acredito que esgote. Este meu espetáculo será o habitual, com as coisas que surgem no momento, em que toco, canto, falo, faço as minhas personagens. Faço tudo. Eu faço três partes e elas duas, numa duração de duas horas ou pouco mais, e nunca corre mal. E quais dos locais onde atuou pelo mundo fora ficou marcado por um momento feito lição de vida e que guarda no coração? Eu gosto sempre das plateias de fora e é difícil dizer de qual gostei mais. Adorei ter ido à Austrália: as comunidades lá são muito variadas, com todo o tipo de emigração, desde uma mais antiga e conservadora até uma mais recente. É engraçado ter juntado na mesma sala três gerações e ter tido esse desafio de arranjar repertório que conseguisse chegar a todos. É giro ir ligando tudo e conquistar o público, até terminar com todos de pé a bater palmas. Por isso, acho que os espetáculos ao vivo são sempre alta competição. Desses vários locais também já atuou em Gondomar. O que tem a dizer sobre esta cidade e os Gondomarenses? Já atuei. Mas recuso-me a elogiar tanto Gondomar e os seus cidadãos, para não soar a falso. Porque, de facto, a intensidade com que o seu público – como o do Norte, em geral – nos


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ENTREVISTA

Foto: HERMANIAS

acolhe e reage ao nosso trabalho é tão emocionante, que às vezes me faltam as palavras de agradecimento. Aliás, foi no Norte que eu cresci como artista com o Nicolau, numa altura do Portugal pós-revolucionário, em que não funcionava nada em Lisboa. Foi o Norte, com os seus espetáculos, que me ajudou a pagar a minha casa. Recuando, na década de 1980 produziu muito humor radiofónico. Como era fazer humor sem que ninguém o visse, para um showman como o Herman cuja essência são os palcos? Era um laboratório, porque muitas das minhas personagens começaram pela voz. Todos os truques que inventei e o modelar a voz começaram na rádio. Diverti-me e gostei imenso. Cheguei a ganhar muito dinheiro nesses tempos na TSF. Nos anos 90 ganhava seis mil contos por mês, o que equivale a uns 30 mil euros por ano. Vivi uma fase inacreditável, nesse aspeto. Depois cansei-me da rádio, porque não tinha tempo para fazer tudo. Acabei por me dedicar só à televisão e ao espetáculo. Entre os anos 1990 e 2000 e pouco, nos seus programas de então, convidou várias estrelas musicais internacionais. De todas essas, se tivesse e pudesse repetir a vinda cá, consigo, qual seria? E porquê? Eu repetiria todas, porque gostei de todas elas. Há alguns que, infelizmente, já não podia tê-los, porque não estão em condições. Mas voltava a convidar a Anastasia, a Cher e o Sting, com certeza. Um artista que foi sempre um gentleman, e que todos os Natais – e ainda hoje – me envia um presente, o Julio Iglesias, com quem fiquei muito próximo. E a Diana Krall: ela foi lançada, em Portugal, por mim. Ficamos com uma relação gira. Nesse aspeto, tive um privilégio extraordinário. Portugal marcava ainda, na altura, quando vinham em digressão pela Europa. Primeiro passavam cá e depois iam para Madrid. Agora, infelizmente, vão diretamente para Madrid… E qual o artista mundial que não teve oportunidade de convidar – ou, porventura, convidou mas na altura recusou – e que gostaria muito de o ter no seu talk show? Que esteja vivo, já não tenho nenhum! Mas cheguei a fazer a primeira parte do Frank Sinatra, no Estádio das Antas, e adorava tê-lo num programa meu, contudo era verdadeiramente impossível. Ainda guardo o cartaz em que o meu nome aparece por baixo do dele. Atualmente, talvez trouxesse a Lady Gaga: ainda, por cima, tenho uma cantiga dedicada a ela (risos). Ela é muito gira, tê-la-ia certamente como convidada. Passados estes anos e com outra visão sobre as coisas, como entende a os abaixo-assinados pretéritos por determinados sketches seus? Comecei a viver essas situações muito antes dos abaixo-assinados que agora se faz por tudo e por nada. Os primeiros casos foram meus e tive de aguentar a bronca e, por vezes, foi uma luta muito solitária. Foi muito giro, fez-se e voltaria a fazer tudo igual. Num primeiro momento não tive apoio – no «Humor de Perdição» –, mas no segundo – com o sketch da «Última Ceia» – já tive. Foi tudo uma questão política. Primeiramente, o Governo estava à Direita, enquanto depois era a Esquerda, que é muito mais civilizada nessas coisas. Não há nada a fazer. Falo da Esquerda moderada, não olho para os extremos, pois acabam por ser

mais conservadores dos que de Direita, com os quais algumas coisas concordo. Poucas. O Dr. Mário Soares foi a única figura com a qual me revi politicamente.

-histórico! Eu não voto, pois como se sabe sou alemão, não voto em Portugal. Mas sou observador, lido com as coisas e acho descabido.

Continuará este pingue-pongue habitual entre a Direita ao centro e a Esquerda moderada? Acho que, no futuro, vai-se passar por uma pulverização dos partidos. Há muita gente descontente que quer fugir em várias direções. Há uma coisa que corrompe a democracia portuguesa: o facto de o voto não ser obrigatório! Cada vez votam menos pessoas e vamos ser geridos pelas poucas pessoas que vão às urnas, que nem sempre são as mais equilibradas. Depois, conhecemos muitos que dizem: “ai, isto está horrível”. – Mas fostes votar? “Não”, diz ela. – E da outra vez? “Também não”. Mais de metade da população não vota. Assim é difícil descobrir e haver soluções interessantes para a saída política.

Li online que o Herman é “uma espécie de sociólogo de Portugal”, pelas caracterizações diversificadas que vai fazendo de figuras nacionais e da Sociedade. Face ao que estamos a viver e despreocupados com o meio ambiente universal, que linhas traça do ser Português e do ser Portuguesinho? Isso não tem que ver com Portugal, mas com o ser humano. Em todas as culturas há esses “portuguesinhos”, no sentido de chico-espertos. É igual em todo o lado: há os bons e os maus, há os trabalhadores e os vigaristas. Portanto, aí, não acho que haja grande diferença. Quanto ao aspeto mais cívico, de cidadania, e no que toca ao cumprimento de regras urbanas – por exemplo –, noutros países europeus acabam por ser mais cumpridores porque são obrigados e porque têm dinheiro. O ser humano acaba por ser uma espécie cheia de problemas. Isso funciona muito bem quando é condicionado! Com leis que condicionem. Às vezes, basta uma camerazinha a filmar. Não tenho grande opinião sobre a Humanidade, mas sou um defensor dum Estado que organize as coisas. E os Nórdicos são fantásticos a fazer isso, porque tiveram de se reconstruir após as guerras mundiais. E reconstruíram-se muito bem! Depois, há outros sítios e continentes em que é caótico e onde seria infelicíssimo se tivesse de lá viver, como em vários países da América do Sul e de África.

Mais alguma proposta concreta? Como o voto eletrónico, num mundo tão tecnológico… Sim, já ajudaria! É ridículo, hoje em dia, fazermos tudo online, mas termos de ir com o papelinho para votar. É algo completamente pré-

Naquilo que o tem caracterizado na TV, vê-se muito dividido entre ser ator e ser apresentador? Em qual dessas áreas se sente mais como a cereja no topo do bolo? São complementares, porque eu adoro falar com pessoas. Mas também faço questão de

Focando-nos na atualidade, como vai o Herman e vamos conseguir nós digerir, sem indigestão, esta sanduiche de crises sobrepostas e, agora, impostas ao país? Ai, são muito menores do que aquelas que eu já vivi! Vivemos crises muitíssimo piores do que esta. Estamos numa fase até protegidos na Europa, com as bazucas e isso tudo. Por isso, não me parece que estejamos muito mal. Apesar de que a covid é uma grande chatice e enquanto dura a pandemia! Quanto ao resto, até estou bastante otimista.

fazer outras coisas mais artísticas, que não só conversar. Neste momento da entrevista, estou desde há longas horas a escrever os textos do meu próximo programa. E não gosto de escrever, estou exausto, porque escrever humor é das coisas mais duras que existem! Por outro lado, acho que tenho a obrigação de manter essa veia viva e de não ceder à facilidade. Recuso a improvisar sem me preparar para as minhas entrevistas e os meus convidados. Para mim, é essencial que o meu programa tenha arte e que seja trabalhado. Depois vejo, quando terminado, e penso para mim: era mesmo isto, maravilha. Embora alguém, de seguida, me diga que não teve muita audiência face às novelas noutros canais. E eu respondo: não me importa! As pessoas que viram, e tantas me enviam mensagens e escrevem críticas online, sentem-se profundamente respeitadas por terem assistido a algo muito bem feito. E terminando, que mensagem final de ânimo e coragem pode deixar a todos? Acho que é obrigação das pessoas ver onde o copo está meio cheio e onde está meio vazio. Só o facto de acordar num país abençoado como o nosso, onde não há grandes criminalidades, onde apesar de tudo as coisas vão funcionando, é um privilégio muito grande. Isto deve ser um sinal de otimismo. Portanto, sou sempre a favor daqueles que pegam nas coisas que estão menos bem e as tendem a transformar em coisas melhores! Daí o Norte dar esse exemplo: enquanto na Revolução, no sul, apenas se gritava e desconstruía; no Norte, já se arregaçava as mangas para a vida continuar. Esse lado é muito inspirador e é engraçado como um país tão pequenino tem essas diferenças. O que faz com que Portugal seja tão interessante, para quem o conhece! Para quem não o conhece, acha que é uma província de Espanha (risos).


12 VIVACIDADE | NOVEMBRO 2021

Posto de Vigia

Manuel Teixeira Professor Universitário e investigador do CEPESE (UP)

ELEIÇÕES: NADA FICARÁ IGUAL 1 – Dentro de 70 dias vamos novamente às urnas. A 30 de Janeiro os portugueses vão escolher uma nova Assembleia da República. São legislativas antecipadas, porque a geringonça se desfez ao não conseguir a indispensável maioria de votos que eram necessários no Parlamento para a aprovação do orçamento do Estado para o próximo ano. Perante o impasse, o Presidente Marcelo não hesitou, e convocou novas eleições. António Costa, como é do domínio público, escolheu para parteiros do seu governo, em 2015, os partidos à sua esquerda, comunistas e bloquistas, porque não tinha os deputados necessários para garantir estabilidade governativa no Parlamento. Em 2019 repetiu a receita, ainda que sem acordo formal, convicto da fidelidade das esquerdas. Enganou-se. Os parteiros dos governos socialistas foram agora os seus coveiros. 2 – António Costa não cometeu apenas o erro de acreditar que os partidos à sua esquerda lhe seriam fiéis. E para quem era tido como um político muito hábil, com uma capacidade de negociação sem limites, foi gravíssimo o seu erro de análise. Estava escrito nas estrelas que António Costa, ao ficar refém dos partidos radicais à sua esquerda, haveria de morrer nas suas próprias mãos. Era uma questão de tempo. Foi o que aconteceu. Mas António Costa, o tal político mágico, não compreendeu que ou radicalizava o seu próprio partido, ou os partidos radicais acabariam por lhe fazer o caixão na primeira oportunidade? Pior ainda, o mesmo António Costa, o tal político hábil e moderado, não percebeu que, quando há um ano atrás disse e repetiu que no dia em que precisasse do PSD, nesse mesmo dia o seu governo acabava, estava literalmente a encurralar-se à esquerda? 3 – Foram erros graves de mais para quem era endeusado como um político capaz de encantar as próprias serpentes. E agora, os propagandistas dos governos socialistas pretendem impor à opinião pública a ideia de que as eleições nada mudarão, e tudo vai ficar como dantes. Que é como quem diz, o xadrez político-partidário pouco ou nada mudará, porque a esquerda continuará a ser maioritária. Não é isso que a história nos diz. Com efeito, em 47 anos de democracia, sempre que o ciclo político foi interrompido pelo Presidente da República, os governos mudaram de cor partidária. Hoje, com o Parlamento muito mais fragmentado, tudo nos diz que nada ficará como foi até aqui. E não vale a pena ter ilusões: quem tranca portas ou corta pontes na hora das aflições fica encurralado nas suas próprias escolhas. Aguardemos, porque a vida dá muitas voltas, diz o povo, e com razão…

SOCIEDADE

LIPOR galardoada com Green Flag Award e Special Award for Innovation No ano em que a LIPOR, Serviço intermunicipalizado de Gestão de Resíduos Urbanos do Grande Porto, comemora 39 anos de atividade, a empresa é galardoada com o Green Flag Award e o Special Award for Innovation num ano em que os parques europeus comemoram um número recorde de vencedores. O Parque Aventura & Trilho Ecológico da LIPOR é galardoado com o Green Flag Award no seu primeiro ano de candidatura, para além de ser reconhecido com o Special Award for Innovation pelo seu trabalho inovador em matéria de resíduos, reciclagem e ambiente. The Green Flag Award® é um programa de acreditação internacional sem fins lucrativos que reconhece e galardoa parques e espaços verdes bem administrados, desde 1996, sendo gerido internacionalmente pela Keep Britain Tidy e uma rede de parceiros que oferecem o programa nacionalmente. Um número recorde de parques públicos, jardins e espaços verdes em toda a Europa foi galardoado com o prestigiado Green Flag Award. Vinte nove (29) vencedores de oito países são anunciados hoje, incluindo: Bélgica, França, Alemanha, Holanda, Espanha, Portugal, Suécia e Turquia. Este Prémio reconhece a estratégia pioneira da LIPOR que remonta já à década

de 90, de transformação do espaço do antigo aterro sanitário num Parque Aventura & Trilho Ecológico, localizado em Ermesinde (Valongo) e Baguim do Monte (Gondomar). Nesta infraestrutura, recebemos mais de cinquenta mil visitantes todos os anos para explorar e desfrutar de espaços verdes enquanto aprendem sobre resíduos e biodiversidade. PERSU 2020 A empresa sediada em Gondomar também atingiu todas as metas definidas no PERSU 2020. A LIPOR foi um dos dois únicos Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos (SGRU), num universo de 23 entidades, que cumpriram as metas nacionais fixadas pelo PERSU (Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos) para 2020, segundo o Relatório Anual de Resíduos Urbanos 2020, divulgado pela Agência Portuguesa do Ambiente. O PERSU2020 definia como metas nacionais um valor de 35% (em peso) de preparação dos resíduos urbanos para reutilização e reciclagem; 10% de deposição dos resíduos urbanos biodegradáveis em aterro; 54 Kg por habitante de retoma de recolha seletiva. Para cada um destes items, a LIPOR, atingiu desempenhos de 36%, 2% e 58 Kg por habitante, respetivamente.

O critério sobre o desempenho dos SGRU dependeu de dois objetivos: o incremento do desvio de resíduos de aterro e o aumento do quantitativo de resíduos a enviar para reciclagem, o qual se alicerçou em investimentos no incremento da eficiência das instalações já em funcionamento e na otimização da gestão. Releve-se, por isso, nesta síntese de resultados sobre o desempenho de cada SGRU em 2020, os apenas 2% (em peso) de deposição de Resíduos Urbanos em aterro conseguidos pela LIPOR, num total de mais de 523 mil toneladas de resíduos urbanos produzidos por cerca de 1 milhão de habitantes residentes nos 8 municípios associados da LIPOR (Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde). Também no que respeita ao item do aumento do quantitativo de resíduos a enviar para reciclagem, a LIPOR cumpriu a meta definida no PERSU, com um valor de 36% (em peso) na preparação para reutilização e reciclagem, quando a meta definida era de 35%. Por último, as retomas de recolha seletiva estabelecida como meta do PERSU os 54 Kg por habitante, tendo a LIPOR, segundo o Relatório Anual dos Resíduos Urbanos, conseguido superar essa meta e atingido os 58 Kg por habitante.

NIC de Rio Tinto vai para Águas Santas O Núcleo de Investigação Criminal (NIC) que se encontra situado no edifício da Estação Ferroviária de Rio Tinto, irá sair da freguesia e instalar-se em Águas Santas. Fica agora em causa a finalidade futura das instalações. Sobre o caso, Marco Martins começa por referir o seguinte: “Eu é que criei aquele espaço quando ainda era o Presidente da Junta. Em 2006 surgiu a ideia e foi inaugurado em 2007. Este NIC tinha vários objetivos, sendo eles: Primeiro, dar resposta a um pedido da PSP para novas instalações, que não existia no concelho de Gondomar e que a Câmara não tinha ainda dado resposta. Segundo, tínhamos a intenção de revitalizar aquela zona da estação de Rio Tinto, porque o edifício estava completamente abandonado. Terceiro, foi criado com o intuito de dar um bom ambiente àquela zona. Na altura, a Junta de Freguesia fez um investimento de 60 mil euros”. Sobre o motivo da transferência, Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, refere o seguinte: “Pelo que me disseram, a Junta não realizou as obras de conservação e só neste ano de 2021 é que o fez. Supostamente, terá sido esse um dos motivos, a degradação do imóvel”. O edil da Câmara de Gondomar explica que, após terem-lhe comunicado o assunto, o seu papel enquanto Presidente seria “Garantir que o serviço continuasse no concelho”. Após a primeira reunião com o

Presidente da Junta, decidiu reunir com a Comandante e Sub Comandante da PSP, e ficou delineado que “Nas novas instalações da PSP de Gondomar -que estamos agora a terminar o projeto- vai estar lá contemplado um espaço para instalar esta equipa. Assim, vão temporariamente sair para Águas Santas, mas vão voltar para Gondomar daqui a dois anos. A minha intervenção conseguiu passar de uma decisão definitiva, para uma temporária”. Questionado sobre a problemática, Nuno Fonseca afirma que, “A PSP vai passar para Águas Santas porque, segundo a comunicação efetuada pela comandante e pela sub comandante Metropolitana da PSP, é que, há uma vontade da policia, de enquadrar as esquadras de investigação criminal, dentro de esquadras normais, de forma a evitar gastos. Pelas informações que tenho, ainda só há duas esquadras -NIC- nestas condições, que no caso é a esquadra de Rio Tinto e a das Antas. A deslocação para a esquadra de Águas Santas é porque a esquadra da PSP, tem condições físicas para albergar a Investigação Criminal”. O Presidente da Junta refere ainda sobre o assunto, que há aqui uma “Questão paralela”, porque esta 4ª Esquadra investiga crimes cometidos nas áreas de Gondomar e de Valongo. Nesse sentido, explica que, “Ela não vai para dentro da área dela. Ela vai para uma esquadra que ficar fora da sua

área operacional, porque é a única que tem capacidade logística”. Nuno Fonseca afirma que, “Não é só os riotintenses que vão perder com esta situação. Este NIC estava aqui para dar resposta ao concelho de Gondomar e de Valongo. O que é que todos os habitantes do concelho de Gondomar perdem? Se pensarmos em Ermesinde, eles agora até ficam mais perto. Se pensarmos na outra ponta do concelho ai já não estão. Mas, o que acontece aqui no global é que o habitantes de Gondomar e de Valongo que necessitem de prestar declarações nos autos de investigação da IC -por exemplo- vão ter que ir agora para Águas Santas, quando antigamente iam à estação de Rio Tinto”. O edil da freguesia diz ainda que esta situação é um “Revés”, dado que os rio tintenses terão agora que se deslocar até Águas Santas, no entanto esclarece que “Não estamos a falar da policia de patrulhamento, estamos sim a falar de uma esquadra de investigação de processos”. Questionado sobre a falta de investimento no espaço, Nuno Fonseca refere que “Só no ano de 2021, a Junta de Rio Tinto, para melhorar algumas condições do edifício, fez um investimento de 3 900 euros, em ar condicionado, e mais 16 900 euros na reparação de portas e janelas de madeira para que, o traço original se mantivesse no edifício e nas suas devidas condições”.


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14 VIVACIDADE | NOVEMBRO 2021

SOCIEDADE

ADG distinguida pela ERSAR com prémio de excelência e quatro selos da qualidade do serviço de águas A Águas de Gondomar, SA (AdG) foi distinguida com o Prémio de Excelência do Serviço de Saneamento de Águas Residuais Urbanas (ao consumidor), para além de quatro selos de qualidade do serviço de águas, três respeitantes à edição de 2020, que por força da pandemia de Covid-19 não puderam ser entregues no ano passado, e um relativo à edição de 2021. A cerimónia de entrega de Selos e Prémios teve lugar em Lisboa, no dia 15, no âmbito da 16ª Expo Água. A Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), após ter realizado uma avaliação quantitativa e qualitativa do desempenho das entidades gestoras na qualidade do serviço prestado, premeia com o Prémio de Excelência a entidade que além de cumprir os critérios de atribuição dos selos correspondentes à qualidade do serviço, tem revelado especial desempenho ou uma melhoria significativa em aspetos referentes à adequação da interface com o utilizador, à sustentabilidade da gestão do serviço e à sustentabilidade ambiental. A AdG obteve ainda pela primeira vez o selo “Qualidade do serviço de saneamento de águas residuais urbanas (ao consumidor) 2020”, atribuído apenas a duas entidades gestoras em Portugal. Conquistou ainda os selos das duas edições na vertente “Qualidade Exemplar da Água para

Consumo Humano”, distinção que alcança ao longo dos últimos anos, tendo também obtido na categoria “Qualidade para o Uso Eficiente da Água 2020”, integrando assim o grupo restrito de nove entidades prestadoras de serviços no setor reconhecidas com este selo. Com esta iniciativa a ERSAR pretende evidenciar a existência de um rigoroso sistema de avaliação dos serviços prestados aos consumidores, e reconhecer as entidades que prestam o melhor serviço em diferentes áreas. É também objetivo daquela entidade, sensibilizar as entidades gestoras para as questões da qualidade na conceção, execução, gestão e exploração dos sistemas. O selo de “Qualidade Exemplar da Água para Consumo Humano” evidencia-se por assegurar uma qualidade exemplar da água para consumo humano, tendo sido

avaliados vários critérios definidos em regulamento, como por exemplo ≥ 99,0 % de cumprimento dos valores paramétricos relativos à qualidade da água e 100% do cumprimento integral do número de análises agendadas no programa de controlo

de qualidade da água (PCQA). Para atribuição do selo de “Qualidade para o Uso Eficiente da Água" que destaca as entidades prestadoras de serviços de abastecimento público de água que tenham assegurado uma gestão eficiente da água de especial qualidade como por exemplo a evolução positiva nos últimos 5 anos de alguns indicadores, entre outros critérios. No que se refere à categoria “Qualidade do serviço de saneamento de águas residuais urbanas (ao consumidor) 2020”, o selo é atribuído após avaliação dum conjunto de indicadores tais como o cumprimento integral da licença de descarga e acessibilidade física ao tratamento, para além do cumprimento de ≥ 70,0 % de avaliação boa ou mediana na totalidade dos indicadores da qualidade do serviço aplicáveis. A AdG considera a atribuição destas distinções pela ERSAR, em especial o Prémio de Excelência, a confirmação do empenho e dedicação dos seus colaboradores na qualidade do serviço e desempenho da empresa no município de Gondomar.

Cerimónia Protocolar do projeto +Cuidar 2.0 No passado dia 5 de novembro, pelas 11h 30 horas, o Auditório Municipal de Gondomar foi palco da Cerimónia de assinatura do acordo de cooperação, ao abrigo do Projeto Cuidar de Quem Cuida, e do Protocolo de Colaboração Interinstitucional no âmbito do +CUIDAR - Programa de Apoio ao Cuidador Informal do Município de Gondomar. Este projeto visa contribuir para o desenvolvimento de intervenções que promovam o bem-estar físico e psicológico dos/ as Cuidadores Informais e promover estratégias no ato de Cuidar, criando uma rede de partilha, suporte e apoio para aqueles que prestam cuidados regulares a uma pessoa, não sendo remunerados e desprovidos de um vínculo formal. O +CUIDAR é um projeto concertado territorialmente em sede de Rede Social, promovido pela Câmara Municipal de Gondomar, pelo Agrupamento dos Centros de Saúde de Gondomar, pelas autarquias locais concelho de Gondomar e mais de 20 entidades

do 3º setor. Todos os seus representantes estiveram presentes na cerimónia e procederam à assinatura do mesmo. Para além disto, esta cerimónia celebrou o Dia Mundial do Cuidador Informal. Com esse propósito, o momento solene contou com a presença de Cuidadores/as Informais do Município, como forma de homenagem, reconhecimento e apoio em prol daqueles que tudo dão. Atendendo às necessidades sentidas, houve um upgrade deste programa. Assim sendo, com o firmar destes protocolos, o programa +CUIDAR alarga a sua área de intervenção aos Cuidadores Informais Não Especificados, isto é, os Cuidadores de pessoas dependentes e cujo nível de dependência pode ter diferentes origens, física e ou mental. Até então, o programa era apenas implementado junto dos Cuidadores Informais de pessoas com demência, como a Doença de Alzheimer. Na perspetiva de Cláudia Vieira, vereadora da Coesão Social, este é um projeto de “Excelência”. Dado que, nas palavras da responsável “é de extrema importância” o trabalho desempenhado pelos Cuidadores Informais que, abdicam da sua vida, em prol do outro. “A Câmara teve aqui o papel de fazer toda a coordenação do trabalho e, para além da identificação destas pessoas, nós tivemos a missão de os trazê-los até nós”, explica a vereadora, contextualizando que, o Mu-

nicípio não presta apenas o apoio psicológico, como também aproveita estes momentos para “A partilha de experiências e estratégias” que aliviem o dia a dia destas pessoas, “Pretendemos assim trabalhar as competências cognitivas e emocionais com estas pessoas, mas também dotá-las de estratégias e de ferramentas para que no dia a dia, cuidarem do outro”. Com esta estratégia de abordagem a Câmara pretende combater o isolamento que existe em alguns casos, “Porque nós só conseguimos cuidar do outro, quando estamos

bem. Este trabalho do +Cuidar tem isso como objetivo. No final dos psicoeducativos, eles já estão a combinar os lanches, ou ir tomar um café, portanto organizam-se de forma a conseguir ter outro tipo de relações que não estar 24 horas, sobre 24 horas, com o ato de cuidar”. Sobre o trabalho desenvolvido, Cláudia sublinha que é “Extremamente gratificante” trabalhar num projeto como este, “Um projeto de qualidade”. Além disso reforça que é interessante constatar “A diferença que fazemos na vida do outro”.


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16 VIVACIDADE | NOVEMBRO 2021

SOCIEDADE

A magia do Super Circo está de volta a Gondomar, totalmente renovado Após um ano de pandemia, onde os espetáculos foram cancelados, o Super Circo está de volta às terras gondomarenses. Estivemos à conversa com o responsável Israel Modesto, que nos adiantou todas as novidades.

Volvidos cerca de um ano e meio de pandemia em que vocês praticamente, não trabalharam, gostaria de perceber um pouco, como é que foi este ano e meio? Foi um ano muito difícil para este setor e não só, também foi difícil para outros setores, mas para esta arte tão mal protegida, nunca tivemos apoios nenhuns. Sustentar e manter doze camiões, sete\oito carrinhas, mais não sei quantos carros ligeiros, mais quinze\dezasseis pessoas que estão permanentes, porque não se abandonou ninguém… foi mesmo muito complicado. Não despediu ninguém? Nada. Zero. Eu fui infeliz numa situação e digo isto sem problemas nenhuns, o que é que aconteceu? Eu fui empresário, em nome individual, com contabilidade organizada durante muitos anos -mais de 20 anos- e no dia 9 de janeiro de 2020, o meu contabilista aconselhou-me, nunca pensando na pandemia como é lógico, a criar uma empresa. Acedi porque era mais fácil para empregar mais pessoas. No dia 9, criei a minha empresa onde encerrei toda a minha atividade. Portanto, eu não tive ajudas nenhumas, a pandemia começou em março. Os meses foram passando e as nossas economias começaram a ir-se embora, depois as contas continuavam a chegar. No início de janeiro, temos tendência a pagar todos os seguros (pessoas, viaturas, inspecções de circo, entre outros). Em março aconteceu toda esta situação em que estávamos desprotegidos, porque ninguém estava à espera desta pandemia. Todas as empresas receberam apoios, exceto a minha, porque era prematura. A única coisa que tive que fazer foi recorrer ao crédito. Ainda tenho um ativo que só daqui a dois anos, é que vai começar a ser pago. Foi o que me aguentou durante este tempo. Não vendi camiões para a sucata. Não vendi nada disso. Porque depois teria que adquirir viaturas para transportar todo o equipamento. Foi o que aconteceu... não faltou nada em casa, nem alimentação e felizmente, temos um terreno próprio, que foi comprado a pulso ao longo de toda uma vida de trabalho. Foi nesse local onde agora esta a empresa sediada, que estivemos confinados durante as fases em que não conseguíamos trabalhar. Claro que, ainda durante o ano de 2020, quando havia aquelas aberturas tentávamos trabalhar com o circo, mas ,mais valia estarmos quietos, só tivemos prejuízo.

Sentia que na altura, o medo era muito grande? O medo, o receio, as pessoas estavam assustadas, havia sempre aqueles mais corajosos que vinham, mas foi uma situação muito complicada. Depois a retoma da atividade foi feita desde maio deste ano, foi quando, abriram as salas de espetáculos, embora ainda com restrições. Tivemos que gastar milhares de euros para ativar os seguros de responsabilidade civil, inspeções das viaturas, entre outras coisas, tudo para voltar a colocar tudo de novo no ativo. Felizmente, desde maio até ao momento, sinto a flexibilidade das pessoas a procurar este setor. As Câmaras têm sido muito mais carinhosas, pelo menos nas últimas que temos passado, como Coimbra, que foram espetaculares, Figueira da Foz, onde tivemos todo o nosso mês de agosto e onde a Câmara foi fantástica, agora viemos para Gondomar, onde deixo o meu agradecimento muito especial, porque sempre foram impecáveis!

Vem novamente para Gondomar, o que é que o Super Circo nos pode trazer de novidade? Portanto, temos um espetáculo renovado. Vamos ter um baterista excepcional a acompanhar os números todos. A sala está diferente, temos um all de entrada muito bonito. Em termos de espetáculo em si, há algum número novo? Sim. Temos uma comicidade -os palhaços, o entretenimento- completamente renovado, com caras novas na pista. O espetáculo será apresentado com pista elevada. Com muita dificuldade, fizemos uma aposta muito grande no sistema de som e de luz. O espetáculo vai ser grandioso e luxuoso a nível de vestuário, porque foi tudo requalificado, apesar das nossas dificuldades. Quanto custa os bilhetes? Nós temos bilhetes que custam a partir de sete euros. Temos os packs família, que é o mais importante neste momento, porque antigamente fazíamos aquelas promoções, mas hoje optamos por estes packs porque nunca sabemos ao certo o número de pessoas. Depois os preços variam dependo do local escolhido para assistir ao espetáculo, porque temos a zona vip, a central, a lateral... Este ano, teremos uma coisa muito curiosa, que é a zona vip. Este ano terá uma configuração diferente do que é habitual. Apostamos também um pouco nisso. As nossas instalações também estão capacitadas para receberem pessoas com mobilidade reduzida. Sentiu o apoio do município neste período particularmente difícil? Sempre! Foram extraordinários, mesmo fora de série. A Câmara de Gondomar, para nós...eu só tenho a agradecer meu nome pessoal e em nome do Super Circo, porque têm sido uma Câ-

mara fora de série. E isso, para nós, é muito importante… sempre licenciaram, sempre estiveram disponíveis para tudo o que fosse preciso. A Junta de Rio Tinto é a única Junta com quem vocês trabalham? Durante o ano, há algumas Juntas de Freguesias de outras localidades que nos vão trazendo crianças ao circo. Neste momento, na época de Natal, a Junta de Freguesia de Rio Tinto é que traz as crianças todas ao circo. Por enquanto, em Gondomar, só Rio Tinto nos procura. Esperamos que um dia, as outras Juntas tragam também as suas crianças. Para terminar, que mensagem gostaria de deixar aos gondomarenses em particular, e ao distrito do Porto em geral, para virem ao circo. A mensagem que posso deixar é que, não deixem morrer o circo tradicional. O circo tradicional é dos espetáculos mais antigos que sempre percorreu todo o nosso país. Por-

tanto, é importante que o circo não morra. Convido a população do Grande Porto e os Gondomarenses, a vir ao circo, venham assistir ao nosso espetáculo. É um espetáculo de qualidade. Todos temos o direito de governar a nossa vida, como é lógico, mas eu sei que os gondomarenses e a população do Porto, gostam do Super Circo, porque mesmo em época de pandemia algumas pessoas vinham. As salas continuam confortáveis e este ano vai ter um sistema de climatização ainda mais atualizado, que os anos anteriores. Queria terminar dirigindo um agradecimento muito especial a todos os nossos espectadores, a todos os nossos seguidores das redes sociais, porque eu tenho um orgulho muito grande em dizer que o Super Circo, é o único circo em Portugal, que tem cerca de 24 mil seguidores no Facebook. Para nós é um motivo de orgulho e felizmente, não temos comentários negativos, é tudo positivo e temos que manter a nossa força e o nosso público.


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18 VIVACIDADE | NOVEMBRO 2021

SOCIEDADE

Escolas de Gondomar reconhecidas com importante prémio internacional No dia 4 de novembro, a Escola Básica e Secundária À Beira Douro de Medas e o Agrupamento de Escolas nº1 de Gondomar, foram distinguidos como Escola de Excelência do Projeto Ação Climática. Apenas 250 escolas em todo o mundo foram reconhecidas pelo seu intenso trabalho na educação climática numa abordagem de escola integral. O reconhecimento foi concedido pelo Cartoon Network Climate Champions e Climate Action Project. O Cartoon Network Climate Champions é uma iniciativa de conscientização sobre a mudança climática que visa inspirar as crianças a enfrentar os desafios diários que, coletivamente, podem fazer uma grande diferença na saúde do nosso planeta. Foi desenvolvido em colaboração com o WWF, uma organização ambiental de renome mundial. O Climate Action Project é um projeto educacional global gratuito lançado pela Take Action Global, uma organização educacional sem fins lucrativos com sede nos EUA, envolvendo 2.700.000 professores e alunos em 146 países. O projeto

visa ajudar os alunos a aprender sobre a crise climática de forma autêntica e divulgar soluções online. As escolas reconhecidas enviaram os seus trabalhos e assumiram um compromisso de toda a escola com a educação climática. Do Agrupamento de Escolas nº1 de Gondomar, os alunos do 11º ano participaram no Earth Challenge, desafio que mediu a pegada de carbono que eles mesmos evitaram ao alterar os seus próprios comportamentos. Os alunos participaram, ainda, no desafio lançado pelo mesmo projeto, através da respetiva app. No seu total, os alunos, durante as seis semanas de duração deste desafio, evitaram 270.43 kg de plástico e 18040.0Kg de carbono mundo. Foram monitorizadas diversas ações: subs-

tituição de materiais de plástico como garrafas de águas, escovas de dentes e cotonetes; o tempo de utilização do telemóvel; a duração dos banhos; o número de lâmpadas led nas respetivas casas; o tipo de carne consumida durante uma semana; o transporte usado nas deslocações para a escola, entre outros. A equipa ficou em 11º lugar. Para permitir esta participação ativa dos alunos neste grande projeto mundial, Climate Action Project, os professores de Inglês deste agrupamento alteraram as planificações, para que o tema das Alterações Climáticas fosse trabalhado de uma forma ativa. A par disso, os alunos do 11°15, Curso Profissional de Frio e Climatização, sob a coordenação da professora Inês Rodrigues, embaixadora deste projeto, em Portugal, fizeram um vídeo em Inglês, que foi divulgado no Climate Action Day, a 4 de Novembro, com o projeto Gota de Luz (Drop of Light), projeto que no ano anterior, tinha ganho o 1º lugar no T4 Solutions Challenge. O AEG1 foi uma das 20 escolas de todo o mundo selecionadas para participarem em direto na COP 26, sendo o vídeo transmitido para todo o mundo. É de salientar ainda que, no âmbito deste projeto continuam a fazer videoconferências para escolas de vários países ao redor do mundo, como a Turquia, a Moldávia e a Índia, durante as quais debatem as alterações climáticas e quais os comportamen-

tos que os jovens devem alterar. A Escola Secundária À Beira Douro participou em todas as fases do projeto, incluindo uma aula em conjunto com uma turma da Moldávia sobre as alterações climáticas. Além disso, propôs soluções práticas de combate às alterações climáticas, inseridas na plataforma do projeto, e participou numa ação prática de limpeza costeira. Este evento contou com a participação de 250.000 pessoas em todo o mundo. Os palestrantes do evento incluíram HRM Príncipe William, Presidente James Alix Michel, Seychelles, Rick Davis, NASA, Matt Larsen-Daw, WWF, HRM Princesa Esmeralda, Bélgica, Juan Pablo Celis Garcia, Programa Ambiental da ONU e outros líderes mundiais, cientistas do clima, e ativistas. Os vencedores foram anunciados por Dan Russell, o dublador por trás de vários personagens da série de sucesso global do Cartoon Network, The Amazing World of Gumball, e Nandi Bushell, um músico de 11 anos, um influenciador e defensor apaixonado do clima. Sobre o projeto, o Príncipe William disse o seguinte: “Precisamos da criatividade dos jovens para reparar o nosso planeta. Precisamos de alunos para inventar e inovar – pensar além de onde estamos agora e ser otimistas sobre o nosso futuro”. Declaração de Koen Timmers, Climate Action Project: “Os jovens têm a capacidade de fazer mais do que aprender sobre as mudanças climáticas. Todos eles podem apresentar soluções, realizar pequenas ações e inspirar outras pessoas a mudar seus estilos de vida. No final, uma mudança no comportamento dos alunos e na mentalidade da sociedade será crucial para resolver a crise”. Declaração da Dra. Jennifer Williams, Projeto de Ação Climática: “A nossa comunidade de educadores uniu-se no apoio à educação climática para todos. Estamos empenhados em garantir que os alunos tenham acesso a informações, ideias e oportunidades de ação pelo planeta e, hoje, essas Escolas de Excelência lideram o caminho para o mundo inteiro”.


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CINDOR responsável pela Coroa e as Tiaras da MISS Portuguesa A CINDOR recebeu nas suas instalações a visita do Presidente da Organização da Miss Portuguesa, Isidro Brito, que fez-se acompanhar pela Miss Portuguesa 2021, pela 1ª e 2ª Damas de Honor, pela Miss Grand Portugal, pela Miss Portuguesa 2016 e Miss Universo. Para além da visita ao centro, houve ainda tempo para uma workshop de ourivesaria e uma sessão fotográfica com jóias do espólio do CINDOR.

> Presidente da Organização da Miss Portugal, acompanhado pelas Misses e pela diretora do CINDOR

Tendo como base uma parceria realizada entre as duas entidades - CINDOR e Miss Portuguesa - a empresa gondomarense teve o desafio de realizar a Coroa e a Tiara das Misses. Estas jóias da autoria do CINDOR serão agora utilizadas em concursos nacionais e internacionais. Para a confecção das mesmas, todos os detalhes foram pensados e cuidados até ao mínimo detalhe pela equipa do CINDOR. Assim, estas três peças celebram a arte da ourivesaria e joalharia, incorporando diferentes técnicas aplicadas manualmente pela equipa de formadores que se dedicou a este projeto. Paulo Martingo, responsável pelo design e produção das peças refere que, “A Coroa é inspirada no corpo feminino, na silhueta da mulher, enquanto símbolo de beleza, havendo uma referência à perenidade do belo através do símbolo do infinito que surge como elemento central”. Inteiramente executada em prata e cravada manualmente com pedras de cor, apresenta no centro uma pedra de tamanho considerável, que mantém o foco numa beleza que se pretende iluminada e eterna. Sérgio Silva, responsável pela cravação da Coroa e das Tiaras, menciona “que este é um projeto exigente e, “Simultaneamente, motivador, porque inclui diferentes técnicas de crava-

ção e evoca a arte da joalharia portuguesa que agora será transportada além-fronteiras”. Estas peças foram ainda inspiradas no rio Douro. Eunice Neves, diretora do CINDOR, realça o seguinte: “É um privilégio para o CINDOR ser parceiro de uma iniciativa de impacto mundial, que permitirá levar ainda mais longe a arte da ourivesaria e joalharia portuguesa, uma vez que as vencedoras deste concurso deixarão como legado a Coroa e as Tiaras, que passarão às suas sucessoras repetidamente nos próximos anos”. Para o Presidente da Miss Portuguesa a razão da decisão de escolher o CINDOR foi “Simples”, dado que a ligação desta organização para com o Município de Gondomar remete-nos a eventos passados, como por exemplo a parceria com o lançamento da Rota da Filigrana, ou com a gala realizada em Gondomar, onde foi apresentado o maior coração do mundo realizado também com esta arte de ourivesaria. O que consequentemente, originou uma ligação entre o CINDOR e a Organização. Segundo o responsável pelo concurso de beleza nacional, o desafio lançado para que as peças fossem feitas em Gondomar partiu do ex-vereador, Carlos Brás, nesse momento, Isidro revela que Eunice Neves propôs que fossem realizadas pelo CINDOR. Sobre as peças confeccionadas Isi-

dro sublinha que, “São muito dignas, são Nacionais e são feitas num Centro que aprende com o passado e olha para o futuro. Há aqui uma curiosidade que é, as peças foram feitas em conjunto, mas como é óbvio, quando vemos a peça finalizada é diferente, foi uma surpresa, gostamos muito, tem brilho, ou seja, tem tudo aquilo que nós queríamos e são nossas”. Natural de Foz do Sousa, Ana Teixeira, 2ª Dama de Honor do Miss Portuguesa e Miss Supranational Portugal, revelou que “é um orgulho ter o privilégio” de poder unir no seu percurso, o concurso Miss Portuguesa, que lhe é importante pelos valores transmitidos e a Cindor, “Uma marca de Gondomar que representa parte da cultura do meu concelho: a arte da ourivesaria”. “O Miss Portuguesa é o maior concurso de beleza em Portugal e onde está presente todo o glamour de uma mulher, sendo as jóias um acessório indispensável. Esta parceria é uma mais-valia para ambas as partes pois, as jóias fabricadas pelo CINDOR podem ser usadas em diversos momentos e situações, tanto nacionalmente como internacionalmente, sendo que o Miss Portuguesa elege representantes portuguesas para os cincos maiores concursos de beleza do mundo (Miss Mundo, Miss Universo, Miss Internacional, Miss Supranational e Miss Grand International) entre outros concursos internacio-

nais, o que valoriza a nossa tradição na arte de ourivesaria”, contextualiza a jovem, acrescentando ainda que, “O facto de termos visitado presencialmente o CINDOR e visto de perto a arte em diversas peças distintas, fez com que a coroa e as tiaras desenvolvidas ganhassem ainda mais simbolismo e encanto. No momento em que vi pela primeira vez a coroa e as tiaras, foi notório toda dedicação, todo o simbolismo, e toda a arte colocada em todas as peças, tornando-as lindíssimas e especiais”. “Quando fui coroada senti-me honrada por, além de ter ganho dois títulos tão significativos, ganhar ainda o direito a usar no meu mandato uma tiara tão bonita desenvolvida no meu concelho. Foi sem dúvida um sentimento único”, revela a Miss. Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal de Gondomar reforça o orgulho que é, presenciar esta parceria realizada, onde uma organização do estatuto do Miss Portuguesa tenha procurado Gondomar para a confecção destas jóias: “ É uma empresa nossa e é um motivo de orgulho que a Miss Portuguesa venha a Gondomar, enquanto fornecedor, para fabricar uma peças tão importantes que são as tiaras que as finalistas usam. E o mais importante ainda é que ajuda na promoção da imagem de Gondomar, enquanto capital da ourivesaria”.


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Esquadra de Medas com obras concluídas e pronta a ser inaugurada Ao fim de vários anos de espera, a população do Alto Concelho pode respirar de alivio, dado que a GNR encontra-se agora sediada neste território, mais concretamente na antiga escola da Lixa, situada em Covelo e a poucos metros da fronteira com Medas. Uma obra que custou ao município 980 mil euros, mais IVA. A inauguração será realizada no dia 26 de novembro. Segundo Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, “O posto de GNR de Medas foi criado por decreto em 1997, e ainda hoje, funciona em São Cosme”. O próprio explica que, quando

chegou à Câmara Municipal, teve que reunir-se com o Governo com o propósito de resolver os problemas das instalações das Forças de Segurança. O responsável aponta ainda que, com este problema resolvido, agora falta apenas terminar as obras nas instalações de Fânzeres. O edil explica que, o local escolhido surge de um contrato comodato onde cedeu a escola ao Ministério Administração Interna, no entanto a responsabilidade da empreitada esteve ao encargo do Município. O autarca destaca ainda que este Posto “Foi uma grande luta do falecido Presidente de Junta das Medas, José Pinto”. “Só agora em 2021, é que a GNR vai de facto para o local onde deve estar, porque o posto estava num local onde não conseguiam ter competência para atuar, que é em São Cosme. Naturalmente que, este novo posto dará mais segurança e conforto à população do Alto Concelho, para além disso permitirá reduzir os custos operacionais naquilo que é a própria gestão da GNR. Neste momento aquele posto tem cerca de 20 militares, porque também não tem condições para ter mais e agora, com estas novas

instalações, poderão reforçar o número de efetivos”, conclui Marco Martins. Sobre a empreitada, José Paiva, Presidente da União de Freguesias de Melres e Medas, refere que é “Uma grande notícia para Melres e Medas, e obviamente, para o Alto Concelho”. “Finalmente é concretizada uma obra, há muito desejada, pelas populações, mas que só agora está concluída”, refere o responsável da União de Freguesias, ainda

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sobre a localização sublinha que “É privilegiada e de fácil acesso é, sem qualquer dúvida, uma mais valia, quer para a GNR quer para os cidadãos”. José Paiva fez questão ainda de reconhecer o seguinte: “Quero, neste processo da deslocalização da GNR, destacar a importância e a determinação de dois homens: Marco Martins e o nosso querido e saudoso José Pinto. Não tenho dúvidas, que foram fundamentais para a realização desta obra.”

> Na foto, José Paiva, Presidente da União de Freguesias de Melres e Medas

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PALCO’S, um projeto que elimina as diferenças utilizando a arte como ferramenta O projeto “Operação PALCO’S - Um projeto de Arte Comunitária’’ pretende trazer a cultura para todos. Promovendo assim a inclusão social de grupos populacionais que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Um projeto piloto que, na opinião de todos os envolvidos, está a ser um sucesso junto aos utentes. A arte tem esta magia de nos fazer conexão com o artista e, neste projeto, o público será envolvido com as histórias de cada interveniente. Esta é uma iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Gondomar e cofinanciada pelo “Cultura para Todos” do NORTE 2020. Este projeto assume a finalidade de capacitar e incluir na comunidade local, através da Cultura, grupos desfavorecidos e socialmente excluídos, com base nos conceitos de democracia cultural. “Este projeto também tem o lado de reconhecimento de um trabalho escondido que é feito nessas instituições”, refere o vereador da cultura, Luís Filipe Araújo. Para o responsável a arte surge como uma ferramenta essencial e igualitária para todos. Sobre o assunto, o responsável refere que tem visitado os ensaios, com a vereadora responsável da vertente social, e demostra-se satisfeito pelo facto de que tudo está a correr bem e os utentes se sentirem envolvidos no projeto. Emocionada, Cláudia Vieira, vereadora responsável pela Coesão Social, refere que o mais gratificante neste projeto é ouvir os integrantes da iniciativa a dizer que com este projeto “sentem-se como pessoas”. A vereadora acrescenta que “emociona a forma como eles se dedicam. É impossível ficar indiferente. Aquilo que está a acontecer toca-nos a todos. É mesmo transformador, porque percebemos que este é um projeto que faz realmente a diferença na vida das pessoas e, mesmo nós, também crescemos com eles”.

“O PALCO’S é um projeto de excelência onde os diferentes tipos artísticos se cruzam com diferenciados públicos, assumindo a arte como uma estratégia nobre e criativa de intervenção para a inclusão”, assim o define Cláudia Vieira, Vereadora da Coesão Social.

Cláudia Vieira explica ainda que este projeto permitiu trabalhar, “de forma diferenciada, com população portadora de deficiência, doenças mentais ou com outras incapacidades, população sénior e jovens com vulnerabilidade social”. A responsável acrescenta ainda que o PALCO’s possui “uma metodologia muito interessante em termos de trabalho, porque o emocional é trabalhado através da arte”. Este projeto contempla várias ações que estão ligadas à cultura e tem na sua base as oficinas. Nesse sentido, até dezembro de 2021 decorre a ação “PALCO’S Comunitários” que consiste na realização de oficinas com recurso a três linguagens artísticas distintas: a Dança, a Música e o Teatro/Formas Animadas. No projeto PALCO’s estão incluídos várias associações do nosso concelho. Na vertente social, temos as seguintes associações: Associação Social de Silveirinhos (A.R.C.S.S.); a Associação «Vai Avante» (A.S.R.C.B.F. Vai Avante); e a Gondomar Social – Associação de Intervenção Comunitária. Quanto à vertente cultural, juntaram-se ao projeto as seguintes coletividades: a companhia Teatro e Marionetas de Mandrágora; Duarte Valadares/Catarina Otto Reuss; e a Três por Quatro - Associação Cultural. Esta Operação destina-se a jovens, entre os 16 e os 30 anos de idade, pessoas portadoras de doença mental ou outras incapacidades e a idosos com mais de 60 anos de idade, residentes no concelho de Gondomar. Esta ação da Operação PALCO’S envolve, até ao momento, cerca de 70 participantes diretos. Toda a Operação (e ações inerentes) conta com a direção artística de Hugo Cruz (diretor artístico do «MEXE - Encontro Internacional de Arte e Comunidade»).

Espetáculo Final - REPARA Os saberes adquiridos nestas oficinas – que são uma espécie de “laboratórios de experimentação artística” – culminarão num espetáculo comunitário final de grande dimensão: o REPARA. Nesse espetáculo serão cruzadas as diversas linguagens artísticas e todos os intervenientes no projeto, numa representação identitária do concelho de Gondomar. Sobre o assunto, Hugo Cruz explica que o espetáculo que irá ocorrer, “na verdade, é só uma ação mais visível que integra o diálogo entre todas estas oficinas”. Por conta da pandemia, Hugo explica que o projeto inicial teve que ser alterado. Para o codiretor, a grande dificuldade foi a “situação pandémica, porque reduziu a possibilidade de contacto e de encontro. Ora este trabalho, que é de inclusão e de criação artística, vive exatamente desse encontro e, principalmente, do encontro entre pessoas que são muito diferentes entre si. Eu diria que este trabalho é um trabalho que celebra esse encontro entre as

> Na foto: Luís Filipe Araújo e Cláudia Vieira

diferenças, mais do que transformar todos em iguais”. “Tem sido um desafio muito interessante. E toda a operação em termos de saúde e segurança, que a própria Câmara tem montado e preparado para acontecer nos dias de ensaios e dos próprios espetáculos – porque estamos a falar de um espetáculo que irá envolver aproximadamente 80 pessoas –, tem aqui muita logística envolvida. Já há uma grande complexidade em realizar um espetáculo que convoca tantas pessoas, que são diferentes e com características e complexidades diversas. Ora com esta situação da pandemia isto piorou, mas nós cá estamos para encontrar essas soluções. Eu considero, ainda, que isto também tem provocado um afin-

> Equipa artística do espetáculo - REPARA

camento e um aprofundamento de um trabalho em rede entre as instituições, muito interessante e que serve de treino para o futuro, para que nós consigamos trabalhar mais em conjunto e de uma forma mais concertada”, explica. O mesmo acrescenta ainda que as pessoas necessitam de ver este espetáculo para se reencontrarem, no sentido de que “precisamos de voltar a estar juntos, precisamos de reinventar a maneira como estamos juntos. Precisamos de perceber como é que somos mais fortes enquanto coletivo e também precisamos de entender que não podemos isolar pessoas, pelas suas características. A ideia do espetáculo é convocar todos nós a estarmos juntos, porque assim somos mais fortes”.


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DESTAQUE Associação Social de Silveirinhos (A.R.C.S.S.) Fomos até à Associação de Silveirinhos com o intuito de perceber como funcionava o projeto dentro da instituição. A parceria deste projeto é com o Teatro e Marionetas de Mandrágora. Como já referido, o público-alvo são os cidadãos portadores de deficiência, doença mental e outras incapacidades. Matilde Monteiro é a diretora da Associação de Silveirinhos. A própria deu-nos o seu depoimento sobre o projeto. O que é que vocês pensaram quando receberam esta proposta? A Associação de Silveirinhos já tem um longo historial, porque desde 2013 começou a realizar a intervenção e a capacitação de pessoas com deficiência e com doença mental, principalmente ao nível da capacitação pessoal, social e profissional. Com esse objetivo, umas das ferramentas de eleição e de excelência que utilizamos é a intervenção pela arte, porque a arte é uma metodologia que possibilita trabalhar as competências deles de forma transversal. Foi nessa senda de capacitar os nossos grupos, que nós fomos encontrando estratégias diferenciadoras que possibilitassem ter bons resultados e um grande impacto no público. Ficamos por isso responsáveis por este público-alvo, composto por pessoas com deficiência ou incapacidade. Considera importante o envolvimento da arte na vida dos seus utentes? Há aqui várias dimensões a pensar. Em primeiro lugar, a questão de ser um trabalho participado e construído e, portanto, faz toda a diferença, porque assim a pessoa com deficiência ou incapacidade, ou doença mental, não é só objeto de intervenção, é também sujeito ativo no processo e isso faz toda a diferença. Por outro lado, temos também a questão de que na arte, não há diferenças. Nós quando estamos em cima de um palco, somos todos pessoas e não interessa a dificuldade que tenhamos, a arte é das estratégias e ferramentas mais niveladoras do ponto de vista de igualdade que existe. Um outro ponto que podemos apontar, porque há muitos que poderíamos referir, é que este tipo de trabalho não vai só tocar a pessoa que está a participar, acima de tudo e isto é muito importante, há dois grandes objetivos que considero que este projeto tem, que é, não só proporcionar mais oferta cultural e artística a quem vai ver, mas acima de tudo pretende contribuir para desconstruir estereótipos, lutar contra o estigma que existe na comunidade de que as pessoas com deficiência, neste caso com doença mental, não são capazes. Qual é a sua opinião quanto ao futuro deste projeto? Para mim só tem lógica se houver continuidade. Porque há algo aqui muito desafiador que não é nada fácil… no nosso caso, a associação de Silveirinhos já faz isto, mas é claro, que as outras instituições poderão ter aqui este desafio muito grande que nós todos os dias temos isso

pela frente que é, normalmente quem trabalha a área social - as instituições - não são artistas e os artistas também não são técnicos da área social, portanto isto é uma receita, que tem que ser muito bem misturada, para que haja um apoio, um diálogo e uma comunicação de parte, a parte, para um trabalho em conjunto. Dado que, de repente temos instituições da área social e instituições artística a trabalhar em conjunto, perante um grupo alvo, e não só as pessoas não se conhecem, como para além disso, tem que trabalhar conjuntamente algo que é difícil por si só. Portanto, isto é uma vitória muito grande, é uma ideia maravilhosa poder do ponto de vista municipal, estar a proporcionar este tipo de trabalho. Porque não estão só a capacitar o grupo alvo, estão em simultâneo a capacitar os técnicos, e este foi um dos primeiros objetivos que tínhamos no projeto e que a Câmara se propôs, que era capacitar os técnicos para este trabalho que dá frutos e que tem um grande impacto em vários níveis e este projeto só faz sentido se tiver continuidade. Embora que de facto, o que estamos a ver, requer muita coordenação, mas tudo o que é difícil depois também capacita, dá-nos mais competências e nós devemos depois aplicá-las. No fundo, isto acaba por ser um projeto piloto que, segundo as indicações que tivemos até ao momento, os frutos têm sido ótimos, e tendo um ótimo resultado, deve ser replicado futuramente, em possíveis projetos com a mesma metodologia. E que convite gostaria de deixar às pessoas para assistir ao espetáculo? As pessoas têm a oportunidade de escolher, de levantar-se do sofá, sair e vir ver algo completamente diferente. Se uma pessoa com deficiência ou com doença mental tem a força e o espírito de aventura para se lançar a este projeto, acho que as pessoas deviam de vir ver e deviam de apreciar uma coisa muito importante que este projeto nos traz, que é o facto de ser baseado na nossa identidade gondomarense. Estivemos à conversa com Cláudia Ribeiro, responsável pelo Teatro Mandrágora, sendo que no projeto PALCOS é a responsável pela coordenação das ações ligadas ao teatro, às marionetas e ao cinema de animação. Como é que vocês se uniram a este projeto? Nós somos o Teatro de Marionetas de Mandrágora e fomos convidados pela Câmara Municipal a integrar esta candidatura. Na altura, a candidatura era mais longa, ela tinha dois anos e com a questão da pandemia houve aqui algumas alterações, mas, no fundo, foi com o convite da Câmara. Qual é a sua perspetiva sobre o projeto? Para nós, enquanto criadores, é uma experiência única, porque nem sempre é possível trabalharmos desta forma, com outras entidades e num projeto tão grande. No caso dos utentes, acho que é uma mais-valia, porque para além das atividades que acontecem aqui na Associação e que eles já estão habituados, surgiram pessoas novas, atividades novas, e, neste momento, estamos a criar dois espetáculos, um é o Repara, que nós apelidamos como o “Big

Show”, e temos um “Small Show”, que será só criado com os utentes aqui da associação de Silveirinhos. Esta atividade possui uma componente social e cultural muito forte, na sua perspetiva levar a cultura para estas pessoas é essencial? Sim. Como nós já estamos aqui há alguns meses, conseguimos ver a evolução dos participantes que no início, não queriam participar, ou não falavam, ou nem estavam à vontade. Mas esta iniciativa ao interligar a componente social e cultural traz ferramentas que no seu dia a dia, creio que melhora e os torna mais confiantes. Eu noto em praticamente todos esta diferença, esta mudança.

O que nos pode adiantar sobre o espetáculo? O espetáculo traz uma visão contemporânea, uma visão diferente daquilo que pode ser um espetáculo. Em simultâneo, servirá para nós percebermos que qualquer um de nós, assim que trabalhado, pode pisar um palco e dar de si. Porque aqui o que acontece com a associação e os seus utentes é que, quando eles pisam o palco, estão lá com todo o compromisso e de coração, para apresentar o espetáculo. Eles merecem que o público os vá ver e que tenhamos a casa cheia. Ainda uma curiosidade é que nós, aqui na vertente de cinema de animação, é que estamos a fazer o “teaser” do espetáculo, que foi realizado pelos meninos.

DEPOIMENTOS UTENTES DA ASSOCIAÇÃO SILVEIRINHOS

Camila Fonseca São Pedro da Cova 83 anos Para além deste projeto, nós já temos participado noutros eventos parecidos. Acho uma maravilha, para mim é muito bom. Quanto aos ensaios, às vezes sinto-me um pouco confusa, mas nós chamamos os técnicos e eles explicam-nos as coisas. Ajudam-nos muito. Sou logo das primeiras a pedir ajuda. Sobre o espetáculo final sinto-me preparada. Gosto muito de cantar, ainda ontem fui ao karaoke (risos).

Amanda Scors Rio Tinto 22 anos Considero que o projeto é libertador. Sinto-me em casa ao participar nele e na minha perspetiva, deveria acontecer mais vezes no futuro. Quanto à estreia da peça, sinto-me nervosa, mas confiante. É um misto de sentimentos, mas sinto muito apoio por parte de todos os envolvidos.

Joaquim Almeida 40 anos São Pedro da Cova Para mim é muito importante, sinto o apoio dos responsáveis e acredito que o mesmo deveria repetir-se no futuro. Quanto ao espetáculo, sinto-me bem para a estreia, não me sinto nervoso.


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DESTAQUE Associação “Vai Avante” Na vertente da oficina de Dança, temos a Associação “Vai Avante”, que se encontra a trabalhar em parceria com o Duarte Valadares\ Catarina Otto Reuss. O público alvo são os idosos. Estivemos à conversa com Vera Pedroso que é a responsável pelo projeto PALCOS na área comunitária e Ana Sousa responsável pela dança. De momento, os utentes a participar no projeto são aproximadamente 32, sendo que 21 estão envolvidos no espetáculo final- o Repara. Como é que foi o vosso primeiro contacto com o PALCOS? VP: Na altura, quando nós desenvolvemos o projeto, a nossa candidatura foi dentro da dança, porque estávamos a pensar em colocar a Ana Sousa no projeto para dinamizar a oficina da dança, porque considero que a dança acaba por ser altamente capacitante para os idosos, em termos de estimulação física, cognitiva e mesmo em termos de psicomotricidade. Na altura, o projeto demorou muito a ser implementado e veio logo a seguir a uma pandemia. Ou seja, era muito complicado avançar com o projeto com a pandemia, mas nós começamos a fazer intervenções no domicílio. Esta foi a primeira fase do projeto. A Ana Sousa ia ao domicílio, fazia as atividades com eles, em termos de estimulação física e de psicomotricidade e, depois, íamos trabalhando algumas componentes físicas e expressivas neles, para que quando avançássemos em sala fosse mais fácil e eles tivessem mais capacidades. Porque o facto de eles terem ficado em casa, trouxe limitações físicas e cognitivas. Desde que iniciaram este projeto, qual é a vossa opinião no que concerne ao proces-

> Ensaio dos utentes do Vai Avante

so dos utentes no PALCOS? VP: Houve uma evolução muito grande em termos de autonomia física. Mesmo na prevenção de quedas, notou-se que eles já se equilibravam muito mais, notamos ainda que eles tem mais força e mais resistência física. Em termos psicológicos, o facto de começarem a preparar algo para apresentar também fez com que eles se sentissem mais autónomos e mais entusiasmados. Porque iria haver um objetivo final. AS: Assino por baixo do que a Vera acabou de dizer. Mas um dos aspeto que noto é o facto de eles acreditarem mais que são capazes. Muitos deles achavam que não seriam capazes de fazer qualquer tipo de coisa que fosse para o espetáculo final e foram evoluindo e acabaram por ganhar mais auto confiança quanto ao atingir os objetivos que lhes eram propostos. Como avalia este desafio? Já sou professora de dança aqui na Associação com outra faixa etária. É claro que, para mim, acaba por ser um desafio diferente porque ser professora de dança e estar a dinamizar uma aula de dança para seniores, acaba por ser um desafio. Mas, considero que atingi os meus objetivos, considero que sempre estive capaz, de com eles, treinarmos e evoluirmos. Considero que a evolução tem sido muito positiva, os idosos tiveram uma evolução muito drástica. Quanto ao futuro, a Vera espera que este tipo de iniciativas se volte a repetir? VP: Espero bem que sim, se não for em parceria com a parte artística, como este projeto teve, pelo menos queríamos continuar com a Ana, em termos de intervenção de dança e continuar com a dança um pouco mais dentro da área popular que foi com o que nós nos propusemos na altura.

> Na foto: Vera Pedroso e Ana Sousa

DEPOIMENTOS UTENTES DA ASSOCIAÇÃO ‘’VAI AVANTE’’

Graciete Costa 83 anos Para mim tem corrido bem. Eu não consigo andar ou estar muito tempo de pé, porque as minhas pernas não me deixam, mas faço aquilo que posso, sempre sentada. O que me mandam normalmente fazer é os gestos que eu fazia no meu trabalho, que era a metalurgia. São estes os gestos que eu faço na dança. Nós fazíamos muita coisa, fazíamos preguinhos, fazíamos fivelas, muita coisa. Eu tive uma vida de muito trabalho. Criei os meus filhos com muita dificuldade, mas graças a deus que ainda estou aqui. As professoras da dança são muito boas, ajudam-nos muito. Todos são muito bons para nós, não podíamos estar melhor.

Otilia das Neves 84 anos Eu estou aqui há muitos anos e antes de vir para aqui, trabalhava na feira, desde os meus 23\24 anos. Depois quando fui para a reforma, vim para o Avante, dançar, cantar, tínhamos saídas bonitas. Era uma alegria. Gosto muito, porque eu gosto de dançar e de cantar. Sinto que me ajuda em tudo. E aqui o que faço é o movimento de feirante. Eu vendia azeitonas, tremoços, entre outras coisas, era isso que eu realmente gostava, fiquei com pena de ter deixado a feira. Como o que nós fazemos nas aulas são os movimentos do trabalho que eu tinha, sinto que é um recordar dos tempos que passaram, quando eu 'berrava' para vender aos fregueses. Eu sou uma pessoa muito alegre, gosto muito de rir, mas dançar gosto ainda mais! (risos). Espero que no futuro tenhamos mais festas destas, porque o que eu gosto é disto!


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DESTAQUE No que concerne ao Gondomar Social, a parceria foi realizada com a associação Três por Quatro. De momento, no projeto encontram-se sete jovens da casa de acolhimento e seis de Santa Bárbara: 13 no total. Estivemos à conversa com Rita Marques, responsável pelo projeto PALCOS na associação Gondomar Social. Porque é vocês se associaram a esta iniciativa? Nós associamo-nos a esta iniciativa, em primeiro lugar, porque consideramos que é importante dar voz a grupos que apresentam mais vulnerabilidade e mais fragilidade. Achamos que o acesso à cultura e à arte nem sempre é democrático. É nesse sentido que consideramos que esta seria uma oportunidade para estes grupos que têm trajetórias de rutura e de desvio. Assim, esta intervenção comunitária através da arte pretende capacitar, integrar, dar voz a estes grupos que nem sempre a têm, bem como fomentar a sua participação cívica deles na sociedade. Considera que juntar a arte com a componente social é fundamental para a evolução destes jovens? Sim, sem dúvida. Na minha opinião o PALCOS é mesmo isto, é a ponte entre a área social e o acesso à cultura. Tendo em conta que a arte reflete aquilo que sentimos e a música aqui não é uma exceção, é também uma forma de mostrarmos aos outros aquilo que se está a passar connosco. Estes jovens fizeram um trabalho baseado nas suas histórias de vida e só o facto de trabalharmos estes sentimentos de uma forma mais individual e em grupo, é muitas vezes transformador, para não falar que é uma forma de criar pontes com outros grupos, capacitando-os para um convívio social. Assim sendo, considero que é uma ferramenta muito fundamental para que eles consigam trabalhar estas questões de forma mais aprofundada e até mesmo, de conseguirem reconsiderar tudo aquilo que foram as suas vivências que muitas vezes, são muito diferentes da maioria da sociedade. Esta é uma forma de integrar estes grupos que, muitas vezes, acabam por ser alvo de estereótipos. E o que é que nos pode explicar sobre o que vocês têm vindo a desenvolver? Aqui, a Gondomar Social trabalha em parceria com a Três por Quatro e o trabalho que se desenvolve com os jovens ocorre semanalmente nas oficinas de música. Assim todos as semanas, na sexta feira à tarde, eles tem aqui um momento musical. Aquilo que nós temos feito é explorar e criar música, valorizando sempre a individualidade de cada um, mas também tentamos encontrar pontos comuns entre narrativas partilhadas nos vários grupos de forma a motivá-los. Todo este trabalho é sempre tendo como base a música, enquanto ferramenta e estratégia de integração social. O grupo dos idosos está aqui a desenvolver um trabalho com os jovens em que nas oficinas de dança,

os mais velhos acabam por explorar as suas histórias de vida, acabam por buscar gestos que faziam parte dos seus percursos laborais, depois estes jovens replicam estes movimentos no espetáculo, como se trouxessem o passado para o presente. Qual é o seu feedback quanto ao projeto? Eu acho que o balanço é extremamente positivo. Temos aqui jovens que de facto tem trajetórias desviantes, de risco e de exclusão social. Eu sinto que a via da música é das áreas que elas mais apreciam e que mais as motiva. Eu sinto que este processo contribuiu para que eles se desenvolvessem, até do ponto de vista pessoal, sinto que elas ganharam muita autoconfiança. O que é que as pessoas podem esperar do vosso espetáculo? Eu acho que as pessoas podem esperar, sobretudo, a possibilidade de ver todo o trabalho que foi desenvolvido por este projeto, mas também perceber as pontes que foram criadas entre os vários grupos. Considero que no fundo todos conseguiram trabalhar em conjunto para um objetivo comum que era também retratar a identidade do município de Gondomar. Considera essencial que este tipo de projetos se mantenha no futuro? Sem dúvida. Acho que foi uma intervenção comunitária muito bem conseguida e na minha opinião as artes, e neste caso em particular a música foi uma ferramenta essencial como motivação para a mudança, que acaba por ser fundamental nestes grupos que às vezes estão desligados e ausentes daquilo que é a participação cívica. E é importante realçar que, ao longo deste processo, nunca senti que elas foram elementos recetores, ou seja, em que estavam só a ouvir ou a construir aquilo que lhes estava a ser pedido, pelo contrário, elas foram sendo autoras e co-construtoras daquilo que era realizado. Para falar sobre a trajetória artística, estivemos à conversa com Cristina Silva, enquanto representante da Associação Três por Quatro AC. Qual é a função da Três por Quatro AC no projeto? O convite feito pelo município de Gondomar para esta parceria da Três por Quatro Associação Cultural no projeto Palco’s foi o de desenvolver as oficinas musicais com os jovens. Um processo que se foi revelando à medida que na nossa oficina fomos realizando um conjunto de exercícios geridos através das vivências dos jovens, em cruzamento com as nossas ideias. As nossas oficinas são um lugar onde experimentamos muito, com muita coisa, desde os objetos e sons do quotidiano, até aos instrumentos e programas de manipulação sonora. O objetivo maior é democratizar, alargar a experiência artística, a visão estética e o leque das possibilidades sonoras das mais variadas maneiras, privilegiando as linguagens musicais contemporâneas. Ao longo do tempo, criamos peças musicais experimentais com os grupos a partir das suas referências e dos seus universos, com espaços de reflexão pela manipulação do som e da interação musical em busca da concretiza-

> Na foto: Rita Marques e Raquel Pereira, Diretora Técnica CAE Coração D'Ouro

ção da ideia. Nota o impacto deste projeto nas pessoas com quem trabalha? A oficina trouxe ao grupo momentos de interação bastante fora do habitual pelo grau de envolvimento e entrega que implica, dada a heterogeneidade das vivências dos diferentes elementos do grupo, consideramos que o impacto é positivo, há um antes e um depois nos jovens na oficina. Um dos maiores impactos sentidos é a enorme relação de interação, confiança, empatia boa e genuína, que foi possível atingir tanto com os jovens, com o nosso interlocutor mais direto na parceria, a Gondomar Social, esta ressalva em particular é, obviamente, olhando na relação mais imediata nas interações neste projeto. Diria que este desafio foi difícil, mas enriquecedor para vós? As dificuldades são aquilo que testa o tamanho da nossa vontade, é sempre um desafio quando se inicia um projeto com pessoas que não

se conhece, nunca nos assustamos com isso. Vamos sempre com profissionalismo, paixão e coragem, sempre disponíveis e abertos na busca de soluções que melhor respondam à necessidade do grupo ou do momento, sabendo sempre o nosso objetivo. O desafio é estar pronto para de alguma maneira deixar uma marca positiva no outro, principalmente com jovens. Ter delicadeza e compreensão, esse é o maior dos desafios. Rapidamente entendemos que tipo de abordagens melhor respondiam ao grupo nos diferentes momentos e, sempre que precisamos colhemos o parecer dos técnicos que sempre foram muito disponíveis e atentos, esta simbiose e sintonia foi bastante enriquecedora para nós e para todos. Porque é que as pessoas precisam de ver o vosso espetáculo REPARA? Deixe-nos uma mensagem\convite para os nossos leitores. Uma performance artística ou um espetáculo é uma experiência muito pessoal que nos toca individualmente de maneira diferente. Nada como ir assistir, e reparar no que acontece!

DEPOIMENTOS UTENTES DA ASSOCIAÇÃO- Gondomar Social Susana (nome fictício) 16 anos Até ao momento tenho achado o projeto muito interessante. É diferente, nunca tinha feito nada igual. Normalmente, fazemos os nossos próprios rappes para gravar, ou fazemos beats e por vezes, vêm dançarinos. Na minha opinião é bom, porque às vezes o colégio está com um ambiente mais pesado e isto faz com que as coisas se tornem mais leves. Quanto ao espetáculo será a primeira vez que vamos atuar num palco e sinto que este projeto ajuda um pouco a lidar com a minha história. Eu gosto muito da Cristina e do Sérgio, que são os nossos professores. A Cristina tem sido um apoio para nós. Sem eles as coisas não seriam as mesmas... A Cristina até já faz parte da casa. Andreia (nome fictício) 16 anos É uma atividade muito boa, diferente, onde nós podemos distrair-nos e pensar mais naquilo que gostamos. É muito interessante. Eu sinto que este projeto em algumas partes ajuda-nos a lidar com aquilo que já passamos. Na minha opinião é importante continuar com este projeto no futuro. Quanto aos professores que nos têm acompanhado, eu gosto muito deles! É sempre uma animação quando eles vêm cá, à sexta feira, ficamos sempre ansiosos para os ensaios.


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28 VIVACIDADE | NOVEMBRO 2021

SOCIEDADE

Agostinho Lemos: “O ensino profissional é um ensino com mais potencialidade” Algumas novidades marcaram o arranque do novo ano letivo da EPG- Escola Profissional de Gondomar. Estivemos à conversa com Agostinho Lemos, responsável pela instituição, que nos adiantou algumas novidades, tais como o novo Curso Técnico de Apoio à Gestão, criado com o intuito de dar resposta aos pedidos do tecido empresarial da Área Metropolitana do Porto. Começo por perguntar-lhe, como tem sido este regresso às aulas, tendo em conta os últimos tempos de pandemia, como se readaptaram? A adaptação tem corrido bem. Diria que, o maior problema foi exatamente o período da pandemia, porque ai sim, perderam-se muitas situações, como aulas, dado que alguns professores estavam em isolamento. Em simultâneo, muitos alunos não tinham o equipamento e apesar da escola ter feito um esforço de dar equipamento aos mais carenciados, não tínhamos para todos. Em suma, o período da pandemia foi complicado, agora no pós, estamos a fazer um esforço na recuperação das aprendizagens. Assim, o primeiro período está mais focado em recuperar aquilo que não foi dado no ano letivo anterior. Houve alguma coisa que mudou? Sentimos menos procura. Esta situação decorre porque houve uma taxa menor de retenções. E como, no caso dos CEFs, houve alunos de uma maneira geral que vem para aqui e tem uma ou duas retenções. Nesse ponto, sentimos claramente, uma menor procura. Nos cursos profissionais que equivalem ao 12º ano, sentimos, mas acredito que não será tanto por isso. Na minha perspetiva é uma conjuntura que cada ano irá piorar que concerne à diminuição do número de jovens. Isto porque, a taxa de natalidade, ao longo dos anos, tem vindo a diminuir. Quanto ao futuro, preocupa-o? Claro que preocupa. Não é um problema nosso, porque as escolas públicas estão a lidar com a mesma situação. Diria até que não é um problema regional, mas sim um problema nacional. No outro dia falava com dois diretores de instituições fora de Gondomar e o problema que eles sentiam era exatamente o mesmo. O número de jovens tem vindo a reduzir e, consequentemente, o número de procura também. Para além disso, muitos alunos ainda sen-

tem o ensino profissional, como sendo um ensino de segunda, quando no ensino profissional, eles adquirem as mesmas competências que no secundário. É necessário fazer essa desconstrução junto dos jovens e dos pais? Claro que sou suspeito para falar, mas, o ensino profissional é um ensino com mais potencialidade, porque além de conferir o 12º ano, tem depois a componente profissional que permite aos alunos escolher, ou seja, se eles quiserem continuar os estudos podem-no fazer, se não quiserem continuar os estudos, estão já preparados para uma profissão. Ainda esta semana esteve aqui nas nossas instalações um ex-aluno que tirou um Curso de Técnico de Turismo e hoje, é diretor de um hotel. Veio pedir estagiários, para um hotel que vão abrir no Porto. Portanto, se não tivesse tido formação em turismo ao nível do secundário, não tinha conseguido o lugar que conseguiu. E agora, está a pensar fazer um curso superior, porque é uma mais valia para a sua carreira. Já que tocou na vertente dos cursos, pergunto-lhe quais são os cursos que têm para este ano letivo? Neste ano letivo não há muitas novidades. Temos um curso novo para Técnico em Gestão, temos o Curso Técnico Comercial, temos o Curso Técnico de Turismo e temos o Curso Técnico de Receção Hotelaria. A maior procura continua a ser na área do turismo. Quanto ao Curso Técnico de Apoio à Gestão, é um dos cursos recomendados. Dado que, todos os anos, a Área Metropolitana do Porto faz um levantamento das necessidades, portanto, contratam uma empresa e realizam um levantamento, junto do tecido empresarial, sobre as profissões que estão a ser mais requisitadas. Depois essa informação é distribuída pelas escolas e estas, tentam candidatar-se a esses cursos. No nosso caso, candidatamo-nos ao Técnico de Apoio à Gestão. Mas depois, os alunos, por alguma razão, não o procuram. No caso do turismo, talvez pelo nome, consideram que é um curso mais fácil e agradável em termos práticos, e daí possa ser essa a razão de existir uma maior procura. Qual é a mais valia de estudar na EPG? Nós aqui estamos numa região complicada em termos sociais, porque dentro do concelho de Gondomar, socialmente, esta freguesia é das que tem uma maior carência e o maior número de famílias em risco de exclusão social. Esta também é uma realidade recente, porque nos primeiros anos da escola, como a oferta de cursos profissionais no país era muito baixa, vinham alunos de várias pontos o país -Fafe, Bragança, Açores, etc- isso hoje, já não acontece. Portanto, o que nós temos hoje, são alunos do concelho. Então, criamos algumas medidas e projetos, que facilitam a permanência deles aqui. Posso dar alguns exemplos, como a alimentação

saudável. Todos os dias, à entrada, temos fruta, pão e leite, sempre à disposição de todos e porquê toda a gente? Porque podíamos só dar àqueles que nós sabemos que necessitam mais, mas se só déssemos a esses, eles iam sentir-se envergonhados e acabariam por não aceitar. Assim, todos têm à sua disposição estes alimentos. Um ponto interessante deste projeto é que não há desperdícios, no inicio tivemos ainda algum receio que isso pudesse suceder, mas não aconteceu, porque eles comem tudo. Outro ponto ainda dentro da alimentação é que depois também temos o pequeno almoço para os alunos que têm aulas no primeiro tempo e que chegam a horas. Infelizmente, temos muitos alunos que a única refeição que fazem é aqui na nossa escola. Temos ainda outro apoio, financiado por um fundo europeu, mas que tem menos procura -porque muitos deles sentem vergonha- que diz respeito à atribuição de um subsídio de alimentação aos alunos mais carenciados, além do subsídio, eles ainda recebem uma refeição no bar da escola. Depois também temos muitos casos em que os jovens estão inseridos num contexto familiar vulnerável, tanto que, temos muitos alunos que são acompanhados pela CPCJ. Daí, que para nós, é muito importante esta vertente social, dado o cariz de alunos que temos. Decorrente destas situações sentimos que, para muitos dos alunos, a escola acaba por ser a primei-

ra casa deles, porque sentem-se melhor aqui, do que em casa. Outra particularidade que nós temos é relativa ao facto de termos recebido alunos de países PALOPS, fundamentalmente de São Tomé e Príncipe. Fomos contactados por algumas associações locais, fizemos protocolos com eles e temos neste momento nove alunos oriundos de São Tomé. Os alunos que não são nacionais, não tem apoios do Fundo Europeu, tinham até 2011, depois com a Troika deixaram de o ter. Nesse sentido, a escola tem uma parceria com uma associação que lhes garante o alojamento e a escola financia-o. Para além disso, também recebem a refeição gratuita. Depois temos um acordo com o Centro Social da Paróquia que fornece, as refeições ao fim de semana, bem como o jantar. Para além disso, participamos em projetos muito importantes, tais como o ERASMUS. Ainda agora tivemos um grupo que foi para Itália uma semana e daqui por uns meses iremos receber quatro\cinco escolas. Depois iremos à Bélgica, à Lituânia... portanto, nós fazemos depois muitas parcerias para que consigamos ter projetos que os motivem, dado que muitos destes miúdos nunca foram a Lisboa, quanto mais à Itália ou à Bélgica. De facto, para eles é uma oportunidade única. Paralelamente, temos muitas visitas de estudos, porque consideramos que é essencial para a educação deles.


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SOCIEDADE

Gondomarense coroada no Miss Supranational Portugal 2021 Natural de Foz do Sousa, Ana Teixeira, de 18 anos, conquistou os jurados do mundo da beleza, no concurso Miss Supranational Portugal 2021. A jovem sucede assim, Nadini Machado que representou Portugal no concurso internacional deste ano. Agora, será a vez da nossa conterrânea

de pisar os palcos internacionais deste concurso do mundo da beleza na próxima edição deste concurso que irá decorrer na Polónia, Recorde-se que, a jovem conquistou no passado dia 11 de setembro, o titulo de 2ª Dama de Honor, no concurso Miss Portuguesa.

Loja de cidadão de Valbom comemora primeiro aniversário No dia 16 de novembro, o Espaço Cidadão de Valbom comemorou o seu primeiro aniversário. Ao longo destes 360 dias, cerca de 3500 pessoas beneficiaram deste balcão para solucionar assuntos direcionados com a renovação do cartão de cidadão ou da carta de condução, do registo criminal, da entrega de despesas à ADSE, de marcações de agendamento na Segurança Social, entre muitos outros. Com o objetivo de comemorar o sucesso deste último ano António Braz, Presidente da União de Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim,

esteve no Espaço Cidadão, juntamente com José Paulo Sá, membro do executivo e Eduardo Serrão, diretor do Centro de Emprego de Gondomar. António Braz constatou que, este espaço já emitiu aproximadamente 400 cartões de cidadão, para além disso, apesar de terem estado meio ano à espera da certificação do IMT, este espaço em Valbom conseguiu emitir 35 cartas de condução, a contar a partir de maio, e aproximadamente 200 registros criminais. Estes são os números registados até ao dia 12 de novembro.

Gondomar acolhe Ornishow Internacional do Douro 2021 Neste último fim de semana, dias 12, 13 e 14 de novembro, o Pavilhão Municipal de Fânzeres recebeu um dos eventos mais aguardados do ano, para os amantes de Ornitologia, a 23ª edição do Ornishow Internacional do Douro. Desenvolvido pelo Clube Ornitológico de Gondomar e pelo Centro Ornitológico do Porto, este é um evento que pretende homenagear, dignificar e promover a Ornitologia Nacional, bem como dar a oportunidade de expor e partilhar os resultados de todo esse processo feito pelos criadores. Este concurso possui duas vertentes, uma de concurso e uma de exposição. Na verten-

te de concurso, o evento iniciou no dia 8 de novembro, onde os juízes nacionais e internacionais classificaram estas aves. Ao todo foram avaliadas 1500 aves de sete espécies únicas, oriundas de vários continentes. Segundo os organizadores, os juízes teceram rasgados elogios ao local onde foi realizado o evento: “Deixamos aqui o nosso agradecimento à Câmara Municipal de

> Equipa organizadora do evento

Gondomar, que nos facultou este magnifico pavilhão que agora, depois de cá estarmos foi aprovado pela nossa federação como o melhor pavilhão do país para esta atividade, porque é magnífico em termos de condições de temperatura e luz para as aves”. A intenção dos responsáveis é colocar novamente este concurso no patamar que conseguiram atingir em 2014, que

foram 5400 aves, “Foi o maior evento da Europa”. Atendendo ao facto de terem dado a resposta da cedência do espaço muito em cima da data do evento, o número de aves foi condicionado. O evento contou com o seguinte pódio geral: 1º Vitor MS Lopes, com 110 pts; 2º Amilcar Rocha Dias, com 103 pts; e 3º Belmiro Silva, com 100 pts.


30 VIVACIDADE | NOVEMBRO 2021

SOCIEDADE

Carlos Tavares:

“Partilha, união, entreajuda, compaixão. O nosso maior lema é vencer e nunca desistir, acho que ele já fala por si” Fundada no dia 25 de abril de 2015, a RunRiver tem vindo a conquistar vários títulos além fronteiras gondomarenses. Fomos descobrir mais sobre a associação e estivemos à conversa com Carlos Tavares, Presidente da direção e responsável técnico do clube e Eduardo brandão, vice-Presidente da direção. Conte-nos um pouco da vossa história. CT: O nosso clube foi fundado através de um grupo de amigos que se encontrava na Quinta das Freiras. Na altura, consideramos que era necessário dar um passo em frente. A intenção da fundação da RunRiver era colmatar a falta de um clube de atletismo que não existia na altura em Rio Tinto e, em simultâneo, para ajudar as crianças carenciadas que não tinham acesso ao desporto. Se bem pensarmos, pouco ou quase nada conseguimos nessa vertente porque não tivemos tanta adesão como estávamos a pensar na vertente social. Isto é, a adesão dos atletas mais carenciados tivemos poucos e ainda temos, mas são residuais. Ou seja, a maior parte dos nossos atletas de formação, felizmente, não precisam de ajuda e a nossa área social que nós tanto queríamos ajudar, não tem grande receptividade a nível da população. Nós pensamos muito na obra ABC, mas podemos dizer que nós nunca tivemos nenhum atleta de lá. Você tocou num ponto que chamou a minha atenção, onde mencionou que Gondomar não tem locais apropriados para a pratica do atletismo, pode explicar-nos? CT: Sim. Tirando a modalidade do futebol, Gondomar, em particular Rio Tinto está muito carenciado e então na modalidade de atletismo nem se fala. A pista ou o circuito da Quinta das Freiras, ou dali do parque urbano é bom para quem faz jogging. Mas para quem dá aulas ou pratica atletismo, não tem condições adequadas. Nós iniciamos todas as épocas na Quinta das Freiras, porque não temos acesso às escolas. Normalmente, nós treinávamos na Infanta Dona Mafalda. Depois, passamos para o Monte da Burra que tem melhores condições. A nível exterior as condições são melhores, porque tem uma pista de 200 metros, no entanto, a nível de pavilhão é mais fraco. Se estiver a chover e não der para fazer o treino no exterior, o pavilhão é muito mais pequeno. Mas indo diretamente à resposta, Rio Tinto, está há anos luz. Temos a pista de Valbom que é em alcatrão, que é a mesma coisa que correr na rua. Depois temos outro ponto que é a distância. Como é obvio, não vou dizer que é para construir uma pista em cada canto, mas nós fazemos o treino às 19h e para

chegar a Valbom a essa hora, é quase impossível, tanto para mim, como para os pais e treinadores. E depois, nós temos a informação de que a estrutura fecha às 20h. Aqui na freguesia necessitávamos de uma infraestrutura para o atletismo. Somos um clube que tem um orçamento muito reduzido. A modalidade não gera receita. Temos três ou quatro empresas que nos ajudam, mas ser autónomo é muito complicado e conseguir fazer pressão sobre o poder politico para criar uma infraestrutura dessa dimensão é muito complicado. Se precisávamos? Claro! Mas digo sinceramente que, a fazer uma infraestrutura tinha que ser para esta modalidade. O que é distingue a RunRiver das outras associações? CT: Partilha, união, entre ajuda, compaixão. O nosso maior lema é vencer e nunca desistir, acho que ele já fala por si. EB: Durante mais de um ano, tratei das contratações dos veteranos para os clubes e sempre que começava a conversa com um atleta, dizia os deveres e os direitos do atleta dentro do clube, e referia sempre “Se vieres para aqui, vais ter sempre uma família à tua volta” e todas os atletas que continuam cá, apesar de terem convites para irem para outros clubes, a maior parte deles fica, por causa do ambiente que nós temos. Isto é uma família. Nós nos ajudamos uns aos outros. Acho que para mim o que caracteriza o clube é a grande família que somos. De momento, quantas pessoas integram o vosso clube? EB: A nível de técnicos, temos três treinadores para tratar das camadas jovens. Portanto, na orientação temos o Carlos, o Artur e a Joana. Atualmente, temos por volta de 40 miúdos e depois temos a parte dos seniores e dos veteranos, que são cerca de 20\30 atletas, todos filiados na Associação de Atletismo do Porto sendo que, alguns, estão na ATRP (Associação de Trail Running de Portugal). Mas ao todo, temos 84 atletas federados. Normalmente, como é que funcionam as vossas provas, principalmente depois desta pandemia? EB:A nossa época começou recentemente. Começou bem. No último fim de semana realizamos o corta mato de abertura no concelho de Marco de Canaveses. É o primeiro corta mato de preparação organizado pela Associação de Atletismo do Porto. Tivemos bons resultados. Tivemos um primeiro lugar numa camada jovem, outro quinto lugar, um segundo lugar no geral e o melhor resultado foi o facto da RunRiver ter ganho o corta mato em termos coletivos. Este foi um dos resultados que temos obtido nestes anos todos, se calhar aqui em Rio Tinto, não se dá muito valor, mas já fomos terceiros qualificados num corta mato absoluto do Norte, em que abrangia, a Associação de Atletismo do Porto, de Braga e de Viana do Castelo. Já fomos sub vice-campeões regionais de pista. Já recebemos vários prémios colectivos, que é isso que

nos interessa mais… Só este fim de semana participamos, no corta Mato de Abertura, na Maratona do Porto, no ultra trail do Marão, no ultra trail de são Macário e ainda tivemos um atleta na maratona de Barcelona. Isto, estamos a falar em um fim de semana, como é óbvio, não são todos os fins de semana que são assim. isto é uma pequena amostra do que o clube abrange, temos de estrada, de trail, de corta mato, de pista, temos um pouco de tudo. O atleta não é obrigado a fazer nada, nós nunca obrigamos os atletas a participar nas provas. Qual diria que de momento é o vosso maior problema? CT: A nossa grande dificuldade é que fazemos reuniões em casa de cada um de nós, porque não temos sede. Os trofeus, bem como o material desportivo estão nas nossas casas. Mas vamos vivendo, vamos puxando a coletividade para a frente, e estou capacitado e acredito que tanto a Junta de Freguesia, como a Câmara, estão atentos. Eu não vou dizer que não era justo ou que não merecíamos já uma sede, no entanto, colocando-me na pele das pessoas que estão a dirigir a freguesia e o concelho considero que, há muitas coletividades no concelho. Agora, se há tratamento igual para todas? Não! Então a nível do futebol a diferença de tratamento é berrante. São clubes com muitos anos, é verdade, eu sou sócio do Sport Clube de Rio Tinto, mas já disse isto pessoalmente ao Presidente da Câmara e ao Presidente da Junta, que o espaço onde fizeram o campo de formação do Sport Clube de Rio Tinto foi muito mal aproveitado. Íamos ficar junto do futebol? É verdade, mas íamos ter um sitio para treinar. No entanto, tenho andado a negociar. Já foi-me prometido alguns espaços como por exemplo, um espaço na Quinta das Freiras para guardar o material e eventualmente, um espaço para fazer treinos de lançamento. Isto porque, temos lançadores que já atiram acima de 30 metros e como é óbvio, não é fácil treinarmos em sítios públicos, porque um martelo de 4kg a sair da mão de um atleta, se

bater em alguém será complicado, agora um martelo de 6 kg, nem se fala. Quanto ao futuro da RunRiver, o que é que vocês esperam? EB: Sinceramente, o que eu desejava era que um dia nós possamos passar a pasta. Deixar o clube maior do que está agora. Durante todos estes anos temos evoluído muito. Espero que tenhamos mais aceitação e mais agradecimento pelo que temos feito. Sempre que vamos a alguma prova, chega a RunRiver e toda a gente sabe que é de Rio Tinto. Recordo-me que no primeiro ano, ninguém sabia quem éramos, mas agora não. CT: Eu quero continuar no clube. Quero fazer parte dele enquanto conseguir. É a minha paixão. Desde os meus oito anos de idade que pratico esta modalidade. O meu desejo para o futuro é essencialmente, continuar o torneio de rua e de pavilhão que nós temos, que foi interrompido por causa da pandemia. Tivemos 325 no torneio de rua, que foi organizado na Quinta das Freiras e tivemos 380 inscritos no torneio de pavilhão. Desejo que esses números sejam batidos, porque estamos com ideias de fazer já o segundo torneio de pavilhão no próximo dia 22 de janeiro, isto é em primeira mão (risos). Ainda não está finalizado porque ainda não conseguimos, lá está, a infraestrutura para poder acolher os atletas. Precisamos de um Pavilhão com capacidade para receber quase 400 atletas, que é o que prevemos em conversa com a Associação. Os únicos pavilhões que tem a capacidade para receber este número elevado de pessoas é o Multiusos de Gondomar e o Pavilhão da Escola Secundária de Rio Tinto. Quanto à Quinta das Freiras, que é onde realizamos o Torneio de rua, também não está fechado. Mas tenho a certeza que o Presidente Nuno Fonseca, que nos tem sempre apoiado nesta iniciativa, irá se mostrar disponível para nos continuar a ajudar. Espero ainda no futuro que a nossa associação consiga ter a sua sede, bem como ter um espaço em Rio Tinto, vou ser egoísta, mas ter um espaço na freguesia onde possamos treinar os atletas ■


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32 VIVACIDADE | NOVEMBRO 2021

Viva Prevenido Catarina Gonçalves Optometrista da Opticália

Já afasto os braços para ler… isso é Presbiopia? Já deu por si a afastar uma folha de papel para conseguir ler? Não consegue ver as letras pequenas dos rótulos ou das bulas dos medicamentos? Os seus braços já não são suficientemente compridos para poder ler o jornal? Esta dificuldade é normal e resulta da evolução das estruturas oculares – Presbiopia. Costumo dizer aos meus pacientes que é como ter cabelos brancos ou rugas... A boa notícia é que a presbiopia não é uma doença, corresponde a um processo natural de envelhecimento que atinge todas as pessoas a partir dos 40/45 anos. A má notícia é que não há como evitar a presbiopia e tende a agravar-se até cerca dos 60/65 anos, altura em que pode estabilizar. Além da dificuldade em ler, sintoma que se agrava quando se tenta ler com pouca luz e ao final do dia, pode ocorrer fadiga ocular, lacrimejo, ardor e mesmo dores de cabeça, sobretudo se a profissão exigir muita leitura. Manchas na visão de perto e visão turva momentaneamente quando existe transição entre a visão de perto e de longe, também são sintomas frequentes. Para lermos ou fazer algo ao perto (a uma distância de cerca de 40 cm) precisamos de ter uma capacidade de acomodação de cerca de 3 dioptrias. Quando começamos a perder essa capacidade de acomodar, vamos ter a imagem desfocada ao perto. Isto acontece porque o cristalino fica maior e menos flexível, os músculos ciliares, por mais que se contraiam, não conseguem torna-lo tão curvo de forma a aumentar o “zoom” e a imagem não se forma na retina, mas atrás desta e a visão ao perto está diminuída. Chegou a hora de usar consultar o seu especialista da visão. Habitualmente o problema corrige-se com a utilização de óculos. Para muitos será a primeira vez. Existem vários tipos de lentes correctoras da Presbiopia, como as lentes simples de leitura ou lentes de meia-distância, as lentes progressivas ou também lentes de contacto multifocais. Para o aconselhar sobre as lentes mais adequadas às suas necessidades e expectativas, o especialista terá de conhecer as suas actividades, quer profissionais, quer de lazer. Se acha que está a passar pelo processo da presbiopia consulte um optometrista ou oftalmologista de forma promover o diagnóstico e tratamento adequados para o seu caso.

SOCIEDADE

Gondomar já vacinou 15 mil pessoas com a terceira dose Pelo Multiusos de Gondomar, os profissionais continuam a dar cartas a todo o vapor, no que concerne à vacinação da população. Agora, na modalidade “Casa Aberta” é possível para toda a população acima dos 65 anos, receber a terceira dose da vacina contra a Covid-19 e contra a gripe sazonal, todos os dias, entre as 8.30 e as 14.30 horas. Segundo Marco Martins, Presidente da Câmara de Gondomar, o processo de vacinação da terceira dose tem corrido “Muito bem, fruto da articulação entre a Autarquia, o ACES de Gondomar e as Juntas de Freguesia”. O próprio explica que, só no último fim de semana, 13 e 14 de novembro, “Já só tínhamos 700 idosos para vacinar,

com mais de 80 anos e que só não foram vacinados porque não compareceram à convocatória. Agora, neste momento deve faltar apenas 500 pessoas”. Ainda sobre o assunto, anuncia que “Neste momento, estamos já a preparar-nos para abrir até aos maiores de 65 anos, numa forma generalizada, para ver se o objetivo é cumprido. Neste momento, em Gondomar, já contamos com cerca de 15 mil pessoas com a terceira dose administrada”. Recorde-se que, segundo a legislação em vigor, só podem receber esta 3ª dose da vacina, os utentes acima dos 65 anos, que não tenham estado infetado, ou tomado a 2ª dose há menos de 6 meses.

Rio Tinto com “30 Dias para a Igualdade” Com o intuito de sensibilizar a população para a desigualdade e os problemas de violência, a Junta de Freguesia de Rio Tinto implementou o projeto “30 dias para a Igualdade”. A iniciativa contou com a parceria da associação de renome de nível nacional Plano I. Esta iniciativa surge do projeto A Escolha é Tua. “Esta iniciativa surge no seguimento das atividades que nós realizamos no âmbito da ação social, relativamente as questões da igualdade, a igualdade de género, a prevenção de violência, como a violência doméstica, ou violência contra os idosos”, explica a responsável do projeto Mónica Babo, Diretora Técnica da Ação Social da Junta de Freguesia de Rio Tinto. No programa constam um conjunto de ações que pretendem sensibilizar os alunos, bem como o corpo docente e não doente para estas temáticas. Assim, ao longo do último mês e ainda durante o mês de novembro, o Agrupamento de Escolas Infanta D. Mafalda e o Agrupamento de Escolas de Pedrouços, vão receber mais atividades ligadas a este projeto.

Segunda a ótica da responsável, este projeto é extremamente importante e pretende, de forma direta e próxima, consciencializar os mais novos sobre a violência, dado que eles “Nem sempre há a noção que são violentos, ou são eles próprios alvo de alguma violência”. Para além disso, Mónica explica que este projeto pretende ainda “Desmontar um pouco aquelas ideias existentes de que ouvimos muito no nosso dia a dia, como por exemplo 'Entre marido e mulher, não se mete a colher' ou 'O que se passa dentro de casa ninguém tem nada que saber'. Há muitas situações destas que nós temos que desmontar para que eles consigam ter consciência que a vida não pode nem deve ser violenta”. Ainda enquadrado com esta iniciativa, a coordenadora do projeto revela ainda que no próximo dia 27 de novembro, haverá uma caminhada pelas 10h, que terá como ponto de partida o Parque Urbano de Rio Tinto: “Será uma caminhada pela eliminação da violência contra as mulheres, o intuito é chamar a aten-

ção da nossa comunidade e sensibilizá-los para este problema”. Mónica ressalva ainda que, este projeto surge ainda com o intuito de prevenir e reverter o aumento de casos de violência: “No nosso dia a dia, no atendimento que fazemos e na relação que temos com as Instituições, sabemos muito bem que o número destes casos tem vindo a aumentar. Trabalhamos diretamente com outras entidades também ligadas à questão da violência domestica e de género, e sabemos que os números tem aumentado, principalmente depois da pandemia. Decorrente do Covid-19 percebemos que houve outro tipo de violência que aumentou e que neste momento ainda é pouco visível, mas temos os números da Comissão de Proteção de Menores que o dizem. Perante esta situação, só em conjunto, só em rede, com todas as instituições, é que poderemos fazer alguma diferença em termos de região e território. Assim, enquanto Junta de Freguesia e enquanto cidadãos, é uma realidade que nos preocupa”.

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CULTURA

Rio Tintense vence Festival da Canção Vida 2021 No dia 9 de outubro, decorreu o Festival Canção Vida, onde Gondomar saiu a festejar com a conquista do primeiro lugar do pódio através da atuação de Luís Guedes. Um evento onde concorreram quase 100 pessoas/bandas e onde esteve o vocalista dos The Black Mamba, Tatanka.

Como é que surgiu o seu gosto pela música, esta arte esteve desde sempre presente na sua vida? Conte-nos um pouco sobre si. Desde cedo que estive rodeado de música, apesar de, numa fase inicial, não lhe ligar muito. Só queria correr e jogar à bola. Cresci com uma bola nos pés ou nas mãos. Sempre adorei desporto e fui atleta de basquetebol durante doze anos. A música posso dizer que veio mais tarde. Tive aquele clique de querer, do nada, aprender a tocar guitarra como aqueles craques que via no Youtube. Ao início era frustrante porque não conseguia, mas quando ia conseguindo fazer algo parecido era uma sensação incrível. E melhor ainda era mostrar às pessoas e elas gostarem do que fazia. Depois, foi tudo surgindo de forma natural. Comecei a tentar cantar, o que foi sem dúvida, um processo engraçado, na medida em que nunca o tinha experimentado antes dos 17/18, nem no banho. Até que, quis começar a fazer as minhas músicas. Sempre gostei muito de criar. Na verdade, 99% das vezes em que pego na guitarra ou no piano é para tentar fazer algo diferente do que já existe, ainda que tenha consciência de que é impossível ser 100% criativo. No fundo, gosto de contar histórias. Principalmente, através da música, que é onde mais quero singrar. No entanto, também gosto de escrita pura e dura. Tenho já um livro publicado. Chama-se “A Menina dos Cabelos Ruivos”, e tenho um segundo livro para sair em breve, completamente diferente do primeiro! Teve alguma formação na área? Formação musical, propriamente dita, não. Mas tive aulas de guitarra no Orfeão de Rio Tinto, onde posso dizer que fui muito feliz. Gostei muito de lá andar. Fiz lá boas amizades e tive muita sorte com o professor que tive. Estimulou-me imenso a aprender a fazer o que quero na música e a ter a força de vontade de ir atrás disso, por mais difícil que seja. Acho

isso muito importante. Em muitas escolas de música, pelo que vou ouvindo através de amigos meus, isso não acontece. Há um plano de estudo e, independentemente das características do aluno, é para seguir. Acho que se estivesse nessa situação nunca me teria apaixonado pela música de forma tão profunda. Tive mesmo muita sorte em ter tido aulas de guitarra com o professor Rodolfo Cardoso! Qual é o seu estilo de música? Genuinamente, tenho muitas dificuldades em responder a essa questão. Um exemplo disso são as minhas playlists que são uma autêntica confusão. Não fazem sentido nenhum! Sou capaz de ouvir sequencialmente músicas dos Bon Jovi, dos Beatles, da Olivia Rodrigo, do Miguel Araújo, do Eminem… acho que não há um padrão. Gosto de ouvir tudo e de tirar ideias em tudo o que ouço. Isso reflete-se na música que faço, acho eu. Se tivesse de escolher um estilo seria pop, no entanto acho que nunca me conseguiria vincular a um só estilo. Gosto de variar, no entanto gosto sempre de fazer coisas simples e que entrem facilmente no ouvido. Sou fascinado por música simples, precisamente, por ser difícil de fazer. Muitas vezes não consigo simplificar, mas quando consigo fico muito contente. Para mim, quanto mais simples soar, melhor. Hoje, consegue viver completamente da música? Nesta fase, não. É complicado, principalmente para quem está a começar, ainda por cima num país que aposta tão pouco na cultura. Não é uma crítica, apenas uma constatação de algo que é evidente e de que é preciso ter consciência. A pandemia veio de-

monstrar que mesmo os profissionais da cultura com grande notoriedade tiveram dificuldades em sobreviver a este período de crise. Nomes que, se calhar, nunca acharíamos que estariam em dificuldades. Já para não falar de técnicos, engenheiros de som, etc… por detrás do artista estão muitas pessoas altamente qualificadas que são indispensáveis para que a cultura aconteça. No entanto, apesar de ser difícil, é, sem dúvida, um objetivo e um sonho que tenho! Farei tudo por isso. Como é que começou o seu percurso nos festivais? Este foi o seu primeiro? Em que tive a oportunidade de participar, sim! Foi a primeira vez que toquei num festival. Ter ido foi espetacular. Ganhar nem era uma questão em que pensava, para ser sincero. Só queria aproveitar a experiência ao máximo. É engraçado que mal entrei na sala de espetáculos, senti-me, estranhamente, em casa. Estava um bocado nervoso, por não ter muita experiência em tocar neste tipo de eventos tão grandes, mas, sinceramente, acho que senti que é ali que gosto de estar. Naquele tipo de contexto. Por mim, ficava ali a noite toda a tocar, se fosse possível! Como é que teve conhecimento do Festival da Canção Vida? E como é que foi a preparação para participar no mesmo? Boa questão. Sinceramente, não sei precisar. Acho que foi através de um anúncio no Facebook. Não tenho a certeza, mas foi através das redes sociais. Em termos de preparação, acho que foi só fazer o que tenho vindo a fazer. Treinar muito. Eu e a minha guitarra, quase sempre. Ou eu e o piano. É como me sinto mais confortável, apesar de a ex-

posição ser maior, por ser só uma pessoa em palco. Como é que se sentiu no momento em que percebeu que tinha vencido? Muito feliz, claro! Acho que a primeira coisa que fiz foi perguntar às pessoas que estavam ao meu lado se tinha, realmente, ouvido bem. Porque não estava mesmo à espera e fiquei, até, um pouco atarantado e sem reação. Sei que é daquelas coisas que toda a gente diz. Que nunca espera ganhar, mas, genuinamente, eu não estava à espera. Não estava mesmo. E nem estava triste com isso! Não que não gostasse da minha canção e que estivesse desapontado com a minha atuação, mas porque havia músicos incríveis e acho que qualquer um que ganhasse, seria justo. Ainda que com estilos diferentes, gostei mesmo muito de ouvir todos eles. Sem exceção. O que é que espera para o seu futuro? Principalmente na área artística, tem alguns projetos já em mente? Acho que o que torna a vida, até certo ponto, engraçada, é também o fator surpresa. Logo, em termos artísticos, muito sinceramente, não sei. Possivelmente, daqui a uns meses estará tudo diferente, quem sabe…muitas vezes surgem oportunidades que não esperamos. Acho que só podemos contar com aquilo que controlamos. Por isso, dentro daquilo que controlo, espero continuar a fazer mais música, muita música! Tocar mais vezes ao vivo, quantas mais melhor. No fundo, ir-me preparando para o que poderá estar para vir e sem dúvida, aproveitar o processo para evoluir cada vez mais. Gosto do que tenho vindo a fazer e não quero que fique por aqui!


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CULTURA

“O Meu Mundo” com Paulo Ferreira

Medas recebe festival “Aqui Há Teatro”

No próximo dia 4 de dezembro, pelas 21h 30 min, o Auditório de Clotilde Mota, da Banda Musical de Melres, será palco do evento “O Meu Mundo”, onde serão retratados as histórias e os filmes de Paulo Ferreira. A entrada é livre. A viagem inicia-se na Noruega, desce ao Chile e Argentina, passa pela Nova Zelândia, sobe até à Islândia e termina em Gondomar. Trata-se de um retrato através dos documentários curtos do conceituado realizador gondomarense e, ao mesmo tempo, o público presente será contemplado com algumas histórias que Paulo viveu nas suas aventuras ao redor do mundo, enquanto explorava o nosso Planeta. Este momento contará com a participação especial da turma de Biologia do 12º. Ano da Escola Básica e Secundária À Beira DOuro, orientada pela Professora Elisabete Carvalho. Este seria um momento

Organizado pela Associação S.C. Dez de Junho, o “Aqui Há Teatro” já teve a sua estreia no passado dia 13 de novembro, com o Grupo Teatro Olimpo, de Ansião, com a peça “Meu marido que Deus haja”. No entanto, no programa de espetáculos consta com mais duas datas. No dia 20 de novembro, pelas 21h 30 min, a Companhia Teatral de Ramalde, do Porto, irá contemplar os presentes com a peça “Perdidos na Noite”. No dia 5 de dezembro, à mesma hora, o grupo de Teatro S.C. Dez de Junho, irá apresentar a peça “Os sogros”. Os espetáculos encontram-se a decorrer nos palcos da Casa Cultura e Recreio de Broalhos. Para os interessados a reserva dos bilhetes é através do email: scdezdejunho@ gmail.com Esta edição do festival contou com os apoios da Comissão de Festas de Broalhos, da Federação das Co-

que tem ainda o intuito de apelar à consciencialização ambiental. Este evento é organizado em parceria com a União de Freguesias de Melres e Medas.

letividades do concelho de Gondomar, com a INATEL, com a União de Freguesias de Melres e Medas, e com a Câmara Municipal de Gondomar. Para o Presidente da União de Freguesias, José Paiva, este evento é importante para reativar os espetáculos culturais, principalmente depois de um ano de pandemia. O autarca deixa um convite a todos os interessados para que aproveitem este momento cultural de qualidade.

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CULTURA

Concertos estão de volta ao Multiusos

21º Festival de Teatro de Rio Tinto

A responsabilidade de inaugurar o palco do Multiusos de Gondomar, após a pandemia, foi dos “God Save The Queen”, uma banda de tributo aos Queen. O concerto decorreu no passado dia 6 de novembro, sábado. O público presente no Multiusos foi ao rubro com a atuação de Pablo Padín, que juntamente com a sua banda, trouxeram um repertório que incluiu temas desde o início da carreira dos Queen até

Encontra-se a decorrer nos próximos dias 20, 21e 27 de novembro, a 21ª edição do Festival de Teatro de Rio Tinto. Nos dias 20 e 27 de novembro, o espetáculo irá ocorrer pelas 21.30 h e no dia 21, às 16.30h. O palco escolhido para realizar os espe-

ao seu último álbum, "Made In Heaven”. Inicialmente, este concerto encontrava-se agendado para maio de 2020 e foi adiado para maio deste ano, no entanto acabou por ser reagendado para a noite de sábado da primeira semana de novembro. Este concerto que contou com os maiores hits da banda dos anos 80, marcou o inicio de uma serie de concertos já programados para este local.

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táculos foi o do Auditório do Dramático de Rio Tinto. A entrada tem um custo de 2 euros e os bilhetes encontram-se à venda na sede do Grupo Dramático Beneficente de RT. Segundo os responsáveis, a noite do espetáculo de abertura foi um sucesso.

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POLÍTICA

Programação natalícia está de volta com força a Gondomar Com o mês de dezembro à porta, os preparativos das entidades para receber esta época Natalicia estão a todo o vapor. A maior novidade deste ano, será a colocação de uma árvore de Natal no ponto mais alto de Gondomar- o Monte Crasto. A vereadora Cláudia Vieira, levantou-nos o pano e revelou tudo o que está programado para este ano. Na perspetiva da responsável, já estamos em condições de retomar “alguma normalidade”, claro que “Sem descorar as questões de saúde e de segurança das pessoas”. Para Cláudia o Natal é a época do ano mais afetiva e repleto de sentimentos positivos, é nessa linha que a vereadora, juntamente com a sua equipa traçaram um programa mais especial, que terá um maior investimento autárquico. Semelhante ao ano transato, as iluminações estarão presentes por todas as freguesias do concelho: “Iremos reforçar ainda mais a iluminação e com vista a criar mais dinâmica no concelho, bem como atrair as pessoas para o ar livre, com o objetivo que elas sintam o espirito do Natal, iremos colocar objetos\ornamentos de luzes alusivo à época (presentes, bolas, arcos, estrelas), sendo que este ponto foi articulado com as Juntas de Freguesias”. A grande novidade na iluminação foi a decisão de colocar no ponto mais alto de Gondomar -o Monte Crasto- a árvore de Natal: “A árvore já está montada e pretendíamos que ela tivesse uma grande visibilidade, porque de certa forma alcançará, não só o Município, como também todos os territórios envolventes a Gondomar”. A ligação das luzes está prevista para o dia 26 de novembro. Este ano, o valor investido nas iluminações foi de aproximadamente 180 mil euros. Para além da iluminação, também no dia 26 de novembro, arranca a campanha de apoio ao comércio local-Neste Natal Compre + Local. Cláudia Vieira explica que este ano haverá novidades quanto aos prémios fornecidos. Atendendo às recomendações do setor comercial gondomarense, o executivo decidiu aumentar o valor investido e agora, para além dos prémios de ourivesaria, a população que aderir à iniciativa habilita-se a ganhar prémios mais tecnológicos, tais como: computadores, telemóveis, tablets, televisões, entre outros. A campanha decorre numa plataforma própria que é o compremaislocal.pt, “Onde a pessoa que realizar as suas compras nos estabelecimentos aderentes pode registar a sua factura. Com o intuito de dinamizar ainda mais o nosso comercio local, estamos a programar uma parada\desfile na zona centro do concelho.

Será um desfile com elementos alegóricos do Pai Natal e que irá decorrer no dia 18 de dezembro”, acrescenta. Na vertente social, temos ainda a campanha de apoio às famílias “Natal Solidário”. A vereadora revela que, semelhante aos já referidos, esta ação teve um reforço no apoio monetário, na ordem dos 50 mil euros e teve em conta a frágil situação socioeconómica de alguns agregados familiares residentes em Gondomar, fruto também da atual conjuntura agravada pela situação pandémica. A Vereadora explica que este é um apoio “Monetário para a aquisição de bens alimentares. Será um vale, que será descontado na nossa rede de supermercados aderentes do +Alimentação. O valor do vale depende da composição do agregado familiar, mas tem uma média de 40 euros. Para as pessoas terem acesso a esta iniciativa necessitam de se inscrever. As famílias que já recebem o + alimentação, já tem acesso direto, ou seja, para além do valor que já recebem, o valor do apoio é duplicado. As outras famílias que não estão abrangidas por este apoio, poderão apresentar a can-

safio de escrita criativa de Natal, com o tema de sustentabilidade, aos alunos do 2º e do 3º ciclo, e do Secundário. “Os alunos serão desafiados a escrever uma carta ao Pai natal, e tem que começar com a frase "Se o planeta escrevesse, o que pediria ao Pai Natal”, para além desta iniciativa, para os meninos dos “JI e EB1, a magia do Natal chega às crianças com a visita do pai Natal e o seu fiel duende, que para além da sua boa disposição levarão também os tão desejados presentes, oferecidos pela Junta da União de Freguesias”. Também destinado para os mais novos a União de Freguesias está a promover as Oficinas de Natal, que irão decorrer na Biblioteca de Fânzeres e no Museu Mineiro de São Pedro da Cova. O projeto é direcionado para meninos dos 6 aos 12 anos, e decorrerá nos próximos dias 20 e 23 de dezembro. As inscrições são gratuitas, mas obrigatórias, para mais informações, pode consultar o site da União de Freguesias. Já o natal na União de Freguesias de Melres e Medas, também conta com algumas novidades. O Presidente José Paiva revela que,

> Presépio que será instalado junto à Igreja Matriz de Rio Tinto

didatura através do nosso balcão virtual, no balcão único, ou nos espaços +família nas urbanizações municipais”, conclui. Quanto à Junta de Freguesia de Rio Tinto, o edil Nuno Fonseca revela que será inaugurado na primeira semana de dezembro, um presépio em grande escala, que será instalado no jardim, junto à Igreja Matriz. O autarca adianta ainda que, semelhante a anos anteriores, 3 500 meninos, entre os 3 e os 10 anos, das escolas públicas e privadas da freguesia, serão levadas ao circo. Como já é habitual, juntamente com o circo, realizarão ainda a iniciativa de angariar alimentos para as famílias mais carenciadas. No que concerne à União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, a Presidente Sofia Martins explica que, lançaram um de-

para além das luzes colocadas, “Este ano quisemos dar uma roupagem diferente”, principalmente nas zonas mais movimentadas de ambas as freguesias. Assim sendo, para além da iluminação, teremos música ambiente, “Vamos tentar que as Associações, aos sábados , animem os finais de tarde”. Além deste evento, será realizado o evento A Caminho do Madeiro (consultar notícia pág. 40). Quanto aos mais novos, o edil adiante que foi lançado um convite às escolas para que cada uma fizesse um presépio para colocar na rotunda da A41. “Vamos ter também, no dia 10 de dezembro, no Auditório da Banda de Melres, um espetáculo de Natal dirigido a todas as crianças dos JIs e das EB1s”, anuncia José Paiva. O autarca revela ainda que o itinerário do Auditório da Banda de Melres para os próximos fins de semanas de novembro e de dezembro está repleto de atividades. Para os interessados todas as informações serão divulgadas nas redes sociais da União de Freguesias. No que diz respeito à União de Freguesias de Gondomar (São Cosme, Valbom e Jovim), António Braz adianta que no dia 10 de dezembro, pelas 21horas, decorrerá no Auditório Municipal de Gondomar, a festa de Natal da Universidade Sénior. Para além disso, no próximo mês será ainda realizado o jantar de natal da US. Semelhante a anos anteriores, a União de Freguesias realizou uma parceria com a Associação Donas de Casa de Gondomar que irão realizar os presépios para colocar nas três Juntas de Freguesia, para além disso "Iremos realizar a base do presépio para a Câmara. Participaremos ainda numa outra iniciativa das escolas", conclui o edil. Quanto à freguesia da Lomba, o Presidente Rui Vicente revela que, semelhante a anos anteriores serão entregues prendas de natal às crianças da freguesia. Este ano, devido à pandemia, a Festa de Natal dos mais novos, terá outro programa, “Vamos levar todos os meninos ao Perlim”, situado em Santa Maria da Feira, este é um parque Temático alusivo ao Natal.


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POLITICA

Formalização do Protocolo da Estratégia Local de Habitação atribui a Gondomar 78 milhões de euros O Ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, a Secretária de Estado da Habitação, Marina Gonçalves e o Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, juntamente com o seu executivo, marcaram presença na Casa Branca de Gramido, no dia 16 de novembro, com o intuito de formalizar a Assinatura do Acordo de Colaboração entre o Município de Gondomar e o IHRU (Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, I.P.). Este Acordo de Colaboração permitirá ao Município executar a sua Estratégia Local de Habitação, no valor de 78 milhões de euros (a terceira maior Estratégia Local do país, em euros), possibilitando maior acessibilidade a uma habitação condigna e melhoria das condições de habitação para famílias em situação de carência habitacional, residentes no concelho de Gondomar Orientada para um horizonte temporal que culmina em 2026, a Estratégia Local de Habitação de Gondomar (ELH Gondomar) encontra-se alinhada com os objetivos e soluções desenhadas ao abrigo do programa 1º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação, constituindo-se como um instrumento programático cujo objetivo central será “a promoção de soluções habitacionais para pessoas que vivem em condições habitacionais indignas e que não dispõem de capacidade financeira para suportar o custo do acesso a uma habitação adequada”. A Estratégia Local de Habitação de Gondomar visa, assim, fortalecer o direito à habitação, combater carências habitacionais existentes no concelho e desenvolver uma reflexão estratégica sobre as soluções e prioridades que visam resolver os problemas habitacionais de 1453 famílias, num modelo diversificado e ajustado às diferentes necessidades identificadas. Para tal, esta Estratégia Local aposta na reabilitação do edificado devoluto, aquisição e cons-

> Pedro Nuno Santos acompanhado do Executivo Municipal

trução, tendo como objetivo a promoção do arrendamento acessível e /ou a construção a “custos controlados”. Constituindo-se um instrumento programático, este documento define um conjunto de 27 medidas que envolvem o Município, um conjunto alargado de entidades beneficiárias, proprietários em núcleos degradados e beneficiários diretos e resultará num investimento global de 78.668.961€ (sendo 80% desse valor investimento do próprio Município e os restantes 20% investimento das Entidades Beneficiárias parceiras do Município para a ELH, designadamente oito entidades do 3º setor). Sobre o protocolo, Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal de Gondomar referiu o seguinte: “Este foi um projeto que começamos a trabalhar em 2019 e devido à pandemia sofreu alguns atrasos. Este é um contrato que tem que valer até 2026 e que de grosso modo, tem 27 medidas, mas a maior parte delas é para dar resposta a curto prazo a 1500 famílias. Nós já estamos a trabalhar nisto, para que, a partir do momento que esteja assinado, consigamos avançar com o projeto. Além daquilo que é a recuperação de imóveis para este fim, também está em causa a possibilidade de fazer um apoio ao arrendamento e assim, aquele programa que nós já tínhamos do +Habitação que era tudo com fundos camarários, iremos reforçá-lo para mais famílias. Em suma, o grande objetivo é dar resposta às necessidades

e aumentar a oferta no mercado para que o preço seja mais baixo, porque estão muito especulativos, como sabemos”. Sobre o processo o Ministro referiu que Portugal tem uma carência muito grande no que concerne ao eixo da habitação. O responsável explica ainda que, no panorama atual do mercado, “Não só a população mais carenciada, mas também a classe média, os jovens da classe média, as jovens famílias”. É nessa linha que, Pedro Nuno Santos ressalta a importância deste programa: “Portugal tem a obrigação de conseguir fazer da habitação, aquilo que foi capaz de fazer na saúde, na educação e nas pensões, conseguir juntos, construir um sistema que garante a todos o acesso à habitação, independentemente da sua capacidade económica e financeira. É por isso que este programa é tão importante e é por isso, que é uma revolução o que nós estamos a fazer em Portugal, um programa que perdurará no tempo, independentemente do governo, independentemente do prazo”. Sobre Gondomar, o Ministro deixou um desafio a Marco Martins e à sua equipa: “Gondomar dá aqui um passo muito importante, é uma das estratégias locais de habitação, com o maior número de habitações, com um maior volume de investimento. Vai exigir da Câmara Municipal de Gondomar uma grande capacidade de execução. Se há coisa que Gondomar nos tem mostrado

nos últimos anos, é essa capacidade de fazer, de realizar, de concretizar e de executar. É por isso que nós temos uma grande esperança que esta Estratégia Local de Habitação seja executada dentro do prazo que está previsto, até 2026”. Sobre o assunto acrescenta ainda que, se Gondomar tiver a capacidade de executar “Com um ritmo superior a grande parte das autarquias, vai ter um financiamento 100% a fundo perdido. Este é o grande desafio que nós lançamos a Gondomar, porque a verdade é que esta é uma estratégia local muito dispendiosa. Se o Município de Gondomar conseguir ser rápido a executar são pelo menos 34 milhões de euros que poupa e que pode investir noutra área. Este é um desafio muito importante, porque nós temos um Programa de Recuperação e Resiliência para concretizar e executar até 2026 e o que não for executado dentro deste praz, será devolvido a Bruxelas e é por esse motivo, que nós queremos que os Municípios corram atrás destas estratégias e executem com rapidez. E é por causa disso que nós damos às primeiras 26 mil habitações executadas 100% a fundo perdido. Este é um desafio que nós lançamos a uma autarquia que nós sabemos que tem capacidade de realização. Não será fácil porque os constrangimentos serão muitos. Tenho uma grande certeza que Gondomar estará à altura de conseguir concretizar em tempo”.


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DESPORTO

Multiusos foi palco do XXII Torneio Aberto de Ténis de Mesa da Ala Nun’Álvares de Gondomar No fim de semana de 13 e 14 de novembro, o Multiusos de Gondomar recebeu o XXII Torneio Aberto de Ténis de Mesa, organizado pela Ala Nun’ Álvares de Gondomar. O evento contou com o apoio da Câmara de Gondomar e da Federação Portuguesa de Ténis de Mesa (FPTM). Semelhante ao ocorrido em edições anteriores, este ano o evento contou com 600 inscrições, onde marcaram pre-

senças os melhores atletas nacionais e diversos atletas internacionais.Este torneio é o único a contar para o Ranking Nacional de Atletas, que integrará o calendário da Federação Portuguesa de Ténis de Mesa, pontuando nas classes de Séniores, Sub-19, Sub-15 e Sub-12. Esta distinção, por parte da Federação, é consubstanciada pela excelência com que este torneio tem vindo a ser organizado.

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VIVACIDADE | NOVEMBRO 2021 Gonçalo Lixa

Madalena de Lima, Advogada de Direito Criminal, Civil, Família e Menores, Administrativo, Comercial, Urbanismo e Internacional. Inscrita na Ordem dos Advogados desde 1983, com escritório em Rio Tinto.

Espaço Jurídico Aquisição de equipamentos eletrónicos Com a entrada em vigor da Lei nº 47/2020, de 24 de Agosto, que transpõe a Directiva Europeia 2017/2455 do Conselho, de 5 de dezembro de 2017, e a Diretiva (UE) 2019/1995 do Conselho, de 21 de novembro de 2019 – passam a existir novas regras no que diz respeito à tributação de vendas transfronteiriças de bens ou serviços. Na União Europeia existe livre circulação de bens e serviços entre todos os Estados-Membros. Pelo que não há necessidade de pagar qualquer taxa aduaneira para receber ou enviar produtos. Contudo, para feitos fiscais (IVA) alguns territórios pertencentes à UE são considerados extracomunitários, estando, sujeitos a controlo aduaneiro (é o caso das Ilhas Canárias). Desde 1 de Julho de 2021 (data da entrada em vigor da Lei referida) todas as compras eletrónicas extracomunitárias passaram a estar sujeitas a IVA - sem exepção – independentemente do valor do objecto. Terminou, portanto, a isenção de IVA nas compras extracomunitárias até ao valor de 22,00€. Assim, os equipamentos cujo IVA não tenha sido liquidado no acto da compra, ao sê-lo na entrada em Portugal, passarão por um processo de desalfandegamento. As encomendas enviadas a partir de países que não pertençam à EU, para além do IVA (aplicado sobre o valor da mercadoria), terão que pagar outras taxas : taxa de apresentação à alfândega e armazenagem - taxa que não é sempre cobrada- cujo valor dependente da transportadora; taxa dos direitos aplicáveis a países terceiros (TPT) – é aplicável a remessas com valor superior a 150 €– depende do valor da mercadoria, variando entre os 3% e os 5% ; tráfego postal; imposto selo; impresso e outras, com o custo total de cerca de 3,00€. ENVIE AS SUAS DÚVIDAS PARA O E-MAIL: GERAL@VIVACIDADE.ORG

Médico Veterinário Clínica Veterinária do Taralhão

Roupas em Cães e Gatos Agradeço à leitora deste jornal - Susana Ramos - por nos ter questionado acerca da pertinência/ necessidade de vestirmos roupas aos animais durante a época de inverno. Sempre bom poder ir de encontro às questões concretas que tenham sobre os vários assuntos da medicina veterinária. No geral não existe, de facto, nenhum problema em vestir roupas aos animais! Ao fazê-lo, contudo, existem dois pormenores que devemos ter em conta: o conforto do animal e o potencial alérgico associado à roupa. Conforto do animal: As roupas devem servir para aquecer o animal, quando necessário, e podem ser usadas apenas quando este se sinta confortável em vesti-las. Se o seu cão não faz outra coisa que não seja tentar retirar as roupas quando as tem vestidas ou vir o seu comportamento muito alterado nesses momentos, está na altura de ponderar seriamente se vale a pena sujeitá-lo a esse stress. Pela sua estrutura física e algumas características anatómicas específicas (como a falta de pelo - gato esfinge ou cão crestado chinês – o tamanho miniatura da raça, ou animais idosos), alguns animais irão agradecer que lhes vistamos uma roupa. Para outros, como a maioria dos cães com mais de 25kg de peso, a roupa é vista como um corpo estranho que urge retirar rapidamente. Cada animal é diferente! Alergias causadas pelas roupas: Quando compramos material de boa qualidade, são muito raros os animais que fazem alergias às roupas que lhes vestimos. A exceção faz-se quando falamos de animais com patologia alérgica crónica (como dermatite atópica ou reação adversa ao alimento). Estes animais vêm os seus problemas piorar, na maior parte das vezes, pelo desenvolvimento de infeções secundárias cutâneas, que se expressam com maior facilidade quando a superfície da pele é sujeita a condições de alta temperatura e/ ou maior humidade, exatamente o que acontece quando vestimos as roupas. Isto muito dificilmente acontecerá se vestirmos uma roupa pontualmente (por exemplo: só para o passeio exterior). Nestes casos podemos, quando muito, identificar dermatites de contacto (zonas de vermelhidão em alguns pontos de contacto da roupa com a pele), que geralmente passam sozinhas sem ser necessário tratamento. Devemos, portanto, evitar o uso prolongado de roupas se o nosso animal sofre de doença alérgica de pele. Em resumo: lembremo-nos que o nosso animal, tal como nós, também sente frio, e devemos tentar adequar o seu meio ambiente a esse facto. O uso de uma roupa adequada, principalmente na altura do passeio, poderá ser um bom aliado no desafio de combater o frio! Qualquer dúvida adicional, teremos todo o gosto em responder, para o contacto 934982307 ou cvtaralhao@ gmail.com.

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Filipa Sá Carneiro Médica Pedopsiquiatra no Hospital Fernando Pessoa

Os jovens e a dependência tecnológica: um mal inevitável? O tempo que as crianças e adolescentes passam em frente aos écrans (leia-se televisão, tablets, consolas e telemóveis) aumentou quase 50% nos últimos anos. Os malefícios que este tempo prolongado podem trazer, estão já espelhados nas queixas que os jovens apresentam, desde dores de cabeça, dores nos olhos, dores nas costas ou cansaço exagerado. Ainda assim, largar os écrans não parece ser para estes jovens uma consequência lógica. Os adolescentes vêem-no como uma necessidade social, identitária e de proclamação de independência. Muitas destas crianças e adolescentes sentem-se perdidos quando desligam o telemóvel ou ficam sem internet. Um caso paradigmático foi o do recente apagão de algumas redes sociais. Muitos adolescentes sentiram-se efetivamente em ressaca, como se de uma dependência se tratasse. Os estudos mais recentes alertam para o facto de que os jovens que passam mais tempo nas redes sociais e chats, apresentam em média piores notas, maior percentagem de conflitos entre pares e menos contentamento em geral com a vida quotidiana. Outra questão fundamental é o padrão do sono destas crianças e adolescentes. Quando se pergunta às crianças (e aos seus pais) onde está o telemóvel à noite, as respostas mais comuns são “na mesa de cabeceira” ou mesmo “debaixo da almofada”. Efetivamente, 36% dos adolescentes questionados nos estudos (e 26% dos pais) acordam a meio da noite para responder a mensagens. Mesmo quando a noção é a de que “estão a dormir”, sabemos que estão a ter menos sono de qualidade e padrões de sono encurtados e que

isso tem influência nos sistemas de aprendizagem e memória. Estamos perante uma adição que está diretamente relacionada com o aumento da ansiedade, impulsividade e alterações do humor e, consequentemente, com o grande aumento da necessidade de suporte psicológico ou psiquiátrico. Todos sabemos que as crianças passam demasiado tempo nos écrans nos dias que correm. Os pais sabem-no. Contudo, também sabemos a necessidade que os pais têm de conciliar o cuidado dos filhos com as responsabilidades de casa e, num grande número de casos, o teletrabalho. O que fazer então? Será este um mal inevitável? Limitar o tempo de exposição aos écrans pura e simplesmente não funciona. Pelo contrário, torna-os o “fruto proibido”. Preencher o dia das crianças com várias atividades é o mais útil. Programe horários de sono, de refeições, de estudo, de atividades extra letivas e deixe o tempo de ecrã para o tempo que lhe sobra. Outra dica útil passa por usar os dispositivos com os filhos, aprender o que eles estão a fazer e, no processo, tentar ensinar. Mostrar interesse pelos interesses dos filhos e, da posição de aprendiz, pensar com o seu filho e ajudá-lo a ter pensamento crítico sobre o que efetivamente é o objetivo do jogo e qual a necessidade de o jogar durante 3 horas seguidas. Do ponto de vista do cuidador e educador, é importante ensinar a tratar estes dispositivos como ferramentas para o sucesso e não como recompensa de sucesso. Os écrans não devem ser as “chupetas” de auto-regulação dos miúdos. Há-que introduzi-las para que a criança os use de uma forma correta, para que os use para criar algo com eles, e fazê-los desaparecer se a criança não os usa bem. Estar no controle da situação e dar o exemplo desde o primeiro dia é a melhor estratégia para não deixar que as crianças e os adolescentes percam eles próprios o controle.


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DESPORTO TABELA CLASSIFICATIVA Campeonato Portugal Série 3

Melres promove “Caminho do Madeiro”

Gondomar 1-2 Alvarenga 1º Salgueiros -16 p 2º Castro Daire- 10 p 5º Gondomar – 7 p PRÓXIMOS JOGOS: Gondomar - Salgueiros

AF Porto Elite Série 2 Varzim B 0-0 Gondomar B SC Rio Tinto 1-1 Candal 1º Gondomar B-27 p 2º Foz – 19 p 3º SC Rio Tinto 18 p PRÓXIMOS JOGOS: Gondomar B – Candal SC Rio Tinto- Perosinho

AF Porto Elite Série 3 S.Pedro da Cova 1-0 Gens 1º Alpendorada 25 p 2º Sobrado-23 p 8º Gens- 8 p 10º S.Pedro da Cova-4 p PRÓXIMOS JOGOS: Gens-Gandra Sobrado-S.Pedro da Cova

AF Porto Elite Série 4

No próximo dia 18 de dezembro, pelas 14. 30 horas, os gondomarenses podem anotar na agenda o evento “Caminho do Madeiro”. Realizado pela União de Freguesias de Melres e Medas, o momento consistirá numa caminhada de aproximadamente 7 km, sem caráter competitivo. O objetivo é assinalar a época natalícia, juntando à prática desportiva.

que, a caminhada será realizada junto ao rio e o percurso é acessível a todos. Após a caminhada, será então realizada a tradicional queima do Madeiro, no adro da igreja, onde também será realizado um pequeno convívio, em que cada participante terá direito a um cálice de Vinho do Porto, fornecido pela organização. Posto isto, José Paiva adianta ainda que, estão a limar algumas arestas do evento, assim garante que o momento contará com a

animação musical de uma associação da freguesia, mas ainda não consegue adiantar qual foi a escolhida. Para os interessados, o evento é livre e gratuito, no entanto requer uma inscrição prévia, porque segundo o edil “Esta inscrição só é necessária por causa do seguro que tem que ser realizado”. Assim, podem contactar diretamente a Junta de Freguesia ou inscrever-se através do link disponível no Facebook desta União de Freguesias.

Eiriz-1-1-Sousense 1ºFreamundo-26 p 2ºRebordosa-25 p 3º Sousense-17 p PRÓXIMOS JOGOS: Sousense-Lousada

AF Porto Honra Série 1 Leça Balio-1-0-CA Rio Tinto 1º Arcozelo-19 p 2º LAvrense- 17 p 4º CA Rio Tinto 15 p PRÓXIMOS JOGOS: CA Rio Tinto – AC Milheirós

AF Porto Honra Série 2 Rio Moinhos 2-1 Estrelas Fânzeres Lagares- 3-1 Ataense 1º S.Lourenço Douro – 27 p 2º Roriz – 17 p 4º Ataense- 16 p 10º Estrelas Fânzeres- 11 p PRÓXIMOS JOGOS: Estrelas Fânzeres-Roriz Ataense- Ferreira

AF Porto 2º Divisão Série 2 Freamunde B-1-2- Melres 1º Boim- 18 p 2º Cête- 16 p 3º Melres- 14 p PRÓXIMOS JOGOS: Frazão – Melres

Inatel Porto A Portelinha 3-0 Vila Cova Covelo 2-2 Aguiar Santa Catarina 1-0 Alunos Meirim 1º Aguiar -10 p 2º Portelinha-6 p 4º Covelo -5 p 9º Alunos Meirim-3 p PRÓXIMOS JOGOS: Aguiar-Portelinha Praça Alegria-Covelo Alunos Meirim-Galatic

Inatel Porto B Ancora-1-2-Montezelo Gondomar FC 3-1 Teibas Dragões Valboenses 5-0 Barca Silva Escura 0-1 Rio City 1º Rio City -7 p 3º Dragões Valboenses-6 p 4º Ermentão-6 p 6º Gondomar FC -5 p 7º Montezelo-4 p PRÓXIMOS JOGOS: Ermentão – Silva Escura Teibas-Dragões Valboenses Rio City-Ancora Montezelo-Gondomar FC

Segundo José Paiva, Presidente da União de Freguesias, este evento serve para avivar as tradições da freguesia, dado que sofreu uma paragem por conta da pandemia. O próprio explica

Arlindo Vieira de Sá distinguido em Fânzeres No dia 13 de novembro, pelas 16h 30 min, decorreu no Pavilhão do G.D.C. Fânzeres, a cerimónia de homenagem e reconhecimento a Arlindo Vieira de Sá. Após a intervenção dos oradores, seguiu-se no interior do recinto a inauguração da lápide dedicada ao homenageado. Recorde-se que, Arlindo Vieira de Sá foi o fundador do Ringue, no ano de 1963, e durante 20 anos, foi o primeiro Presidente do Grupo Desportivo e Coral de Fânzeres. Caracterizado por muitos como um homem de carácter forte, humilde, dinâmico, cordial, que tornou-se numa personalidade de extrema importância para a história da Freguesia, “Um apaixonado pela prática do bem” O momento contou com a presença de Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, com David Sousa, enquanto representante da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, com o padre

da freguesia Francisco Costa, o representante da organização do evento, António Sousa e com o filho Fernando Sá. O momento contou com aproximadamente uma centena de pessoas,

incluindo ex-atletas, fundadores, diretores e técnicos do clube. Arlindo era natural de Espinho e após o seu casamento escolheu Fânzeres para viver o resto da sua vida.


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DESPORTO

Saopedrense conquista título de campeã nacional nos Açores No dia 7 de novembro, a gondomarense Andreia Santos, sagrou-se Campeã Nacional de Meia Maratona F35. A prova decorreu em Ponta Delgada, nos Açores.

Dificuldades em pagar as contas? Saiba o que fazer. Conheça o nosso guia.

Neste sentido, e tendo por base a experiência adquirida no apoio em matéria de protecção financeira que prestamos aos consumidores há mais de 20 anos, reunimos num breve guia informações e conselhos de forma a evitar a rotura financeira e o que fazer quando esta já é uma realidade. Ao longo deste guia poderá saber mais sobre:

Ricardinho termina carreira internacional

“Hoje, vim aqui anunciar o final de um ciclo. Foi, sem dúvida, uma caminhada incrível e inesquecível, com altos e baixos. Disse que o Mundial seria a minha última competição pela seleção, fosse qual fosse o desfecho”, referiu em conferência de imprensa aos jornalistas presentes. O gondomarense comunicou o seguinte: “Agarrei-me à crença do nosso treinador e a todos os portugueses que nos acompanharam. Termina da melhor forma esta página do futsal. Venho aqui dizer, com

DECO

Para muitos consumidores a gestão e equilíbrio da vida financeira é um verdadeiro quebra- cabeças. O atual contexto de pandemia veio reforçar a especial importância de dotar os consumidores de conhecimentos e informações fidedignas e claras que permitam a saúde financeira das famílias.

A Atleta que habita em São Pedro da Cova tem vindo a conquistar vários campeonatos, sendo que em 2003\2004 conseguiu o recorde nacional 3000m obstáculos, no Mundial Pista Ar Livre – Grosseto. Na época de 2009\10, Andreira bateu o recorde regional dos 5000m, sagrando-se ainda campeã regional. Neste ano e no transato, a atleta conquistou os seguintes títulos: Vice campeã Nacional Cross longo - colectivo; Campeã Regional Cross Curto - colectivo; Sub vice- campeã regional Cross Curto; Campeã Regional Cross longo - colectivo; Sub vice-campeã regional Cross longo; Campeã Regional Estrada - colectivo; Sub vice-campeã Nacional de Estrada - colectivo; Campeã Nacional de Estrada Maters - colectivo.

Com 187 jogos disputados com a camisola da Seleção Nacional ao peito, o jogador gondomarense, anunciou, oficialmente, o fim de uma longa carreira no mundo do futsal ao serviço da seleção nacional.

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muita pena minha, que vou dizer um até já à Seleção Nacional, que é a decisão mais difícil da minha carreira desportiva. É hora de dar lugar aos mais jovens, sinto que tudo o que podia dar à Seleção dei dos 16 anos até hoje. Obrigado a todos, espero que entendam a minha decisão. Sou português, vou ser sempre português e vou continuar a apoiar a Seleção Nacional e o futsal”. O ex-internacional foi considerado por seis vezes consecutivas o melhor jogador do mundo e hoje, alguns meses depois de ter conquistado o título de campeão mundial, juntamente com a sua equipa, decidiu arrumar as chuteiras e terminar uma longa carreira ao serviço da seleção. Deixando um enorme legado a todos aqueles que ambicionem seguir as suas pisadas. Recorde-se que Ricardinho, no último mês foi homenageado pelo Município de Gondomar com a medalha de honra, pela sua carreira no mundo do futsal.

Como lidar com as dificuldades financeiras, As vantagens do orçamento no equilíbrio da vida financeira, O que fazer quando não consegue pagar as contas As consequências do incumprimento e do recurso a tribunal pelo credor e pelo devedor. Conheça os nossos conselhos de forma detalhada no guia completo disponível em https://deco.pt/ servicos-financeiros/dificuldades-em-pagar-as-contas-guia-pratico/ . A DECO presta aconselhamento e orientação na gestão das suas finanças pessoais e apoia o consumidor sobre-endividado. Para mais esclarecimentos contacte-nos através do número de telefone 223 391 961 ou através do e-mail gas.norte@deco.pt .


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EMPRESAS E NEGÓCIOS

Uma marca gondomarense pautada pela inovação na cortiça Com a fábrica situada em São Pedro da Cova, Helder Flávio Gandra e Sónia Gandra decidiram, em plena pandemia, oficializar a sua marca que já fabricava produtos de cortiças. Assim nasceu a Helder Flávio Gandra- Cortiças, um investimento que pretende valorizar a cortiça portuguesa e fomentar o comércio gondomarense. Atualmente, ainda sem uma loja física, os produtos podem ser adquiridos através da página oficial da empresa. A arte de moldar a cortiça para produzir produtos para o nosso dia a dia, criou já várias tendências no mercado português, desde as famosas carteiras e mochilas, até ao calçado. Com cortiça

100% portuguesa, a Helder Flávio Gandra- Cortiças, decidiu aventurar-se e criar produtos que os diferenciassem no mercado. Assim, para os interessados, a marca têm disponível produtos direcionados para a área da restauração, do mobiliário, dos acessórios (Malas, carteiras, entre outros) e de peças de vestuário, como o calçado. Um dos produtos que Sónia aponta como um dos que os clientes mais gostam são os sofás feitos de cortiça, ou até mesmo as almofadas coloridas de cortiça, bem como os pormenores dos produtos disponíveis para o setor da restauração. São muitas as opções de produtos de qualidade que o cliente tem à sua disposição. “As pessoas que têm vindo, têm adorado, porque há itens que nunca tinham visto em cortiça. São objetos específicos, que nós também pouco percebíamos, porque ainda não havia no mercado. Foi a primeira vez que as pessoas viram sofás, puffs… foi essa a nossa ideia… era fabricar objetos que tem ainda pouca oferta no mercado… Temos na mesma o que já consideramos como tradicional que são as carteiras,

> Proprietários da empresa acompanhados por Cláudia Martins, vocalista dos Minhotos Marotos

os chapéus, as bolsas… tentamos ter na mesma estes produtos, mas em melhor qualidade, toda a nossa cortiça tem um acabamento próprio para o inverno. E como é óbvio, aventuramo-nos e colocamos artigos novos que ainda não existiam”, constatou Sónia Gandra. As vantagens de ter um objeto feito de cortiça são vários, tais como o material é mais duradouro, são menos inflamáveis, é sustentável, e uma das características das linhas desenvolvidas pela empresa gondomarense é que o acabamento é totalmente impermeável e de boa qualidade. O próximo passo para os empresários é

ter a sua própria loja física, no entanto, até lá, irão colocar todas as parcerias que irão realizar com lojas físicas, no site da empresa. Até lá, todos os interessados podem acompanhar o trabalho da empresa através das redes sociais. No final do mês passado, os responsáveis expuseram os seus artigos no edifício do Clube Naval de Valbom. A entrada era gratuita e 5% de todas as vendas ou pré-compras realizadas na exposição, revertiam a favor de quatro instituições de solidariedade social que são: O coração na rua; O Banco Alimentar; Os Juntos por um sorriso; e os Sacos Solidários. PUB


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OPINIÃO: VOZES DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL

Joana Resende PS As últimas eleições autárquicas, mas acima de tudo o momento que vivemos desde o eclodir desta pandemia e das alterações à nossa vida como a conhecíamos, trouxe à ribalta um assunto, não novo, mas pertinente: a regionalização. Historicamente, em vários países da Europa Ocidental assistiu-se a um processo de refor-

Maribel Fernandes PSD Os Gondomarenses participaram ativamente na maior intervenção de vacinação até hoje efetuada a nível mundial, que assentou na administração e na inoculação diária de mais de 30 milhões de vacinas contra a COVID-19, sendo que a sua eficácia e segurança permitiram progressivamente a reabertura da economia mundial. Conseguimos acompanhar o esforço de

Pedro Carvalho CDS-PP Nas últimas semanas muito se tem discutido na Comunicação Social, sobre a realização ou não do Congresso Nacional do CDS, antes das Eleições Legislativas que foram marcadas pelo Presidente da República para dia 30 de Janeiro de 2022. Antes de deixar neste espaço a minha opinião sobre o assunto, quero desde já referir que o faço exclusivamente na qualidade de Militante de base, pelo que a opinião aqui expressa

Daniel Vieira CDU As ideias de que só há boa governação com estabilidade, de que a economia só prospera com estabilidade, de que o regime democrático precisa de estabilidade para que funcione, aparecem com frequência no debate público. Os últimos tempos têm sido profícuos no uso destes argumentos. Presidente da República (PR), Governo e a maioria dos comentadores políticos alinham pelo mesmo

REGIONALIZAÇÃO - UM TEMA QUE SE IMPÕE mas que levaram à criação de regiões. O pressuposto era claro, já que se tratava de uma clara vontade de modernizar os sistemas administrativos nacionais, em consonância com vontade expressa de contrariar uma tendência de centralização cega aos interesses regionais. Aliás, os únicos países da EU com dois níveis de administração como Portugal, são mais pequenos em território que o nosso país, e por isso não avançaram para a descentralização. Assim, pela experiência internacional, era expectável que este fosse um assunto já ultrapassado internamente. Em Portugal, e mesmo a Constituição prevendo

a regionalização, o assunto tem sido adiado, em claro prejuízo para os municípios. No início de 2019, o Instituto de Políticas Públicas e Sociais do ISCTE realizou um inquérito aos autarcas sobre a organização do Estado e as competências dos Municípios. A resposta foi contundente: mais de 80% dos edis mostraram-se totalmente a favor da criação de regiões administrativas, com órgãos próprios (diretamente eleitos). É natural que as autarquias locais conheçam mais claramente e de forma mais aprofundada os problemas dos territórios, que sejam mais aglutinadores no momento da participação dos cidadãos, e sejam mais ágeis e imediatos nas

respostas que se precisam urgentes. Como Europa que somos temos de assumir a nossa modernização. Temos que pensar nos desígnios do país não numa visão de curto prazo, mas a médio e a longo prazo, com estratégias que nos permitam ver um futuro mais próspero e em consonância com os países ditos mais desenvolvidos. O mundo mudou com a pandemia, e com ele mudámos todos nós. Devemos por isso centrar os nossos esforços no país que queremos deixar aos nossos filhos, e trabalhar na reforma que o torne mais eficaz, mais competente e mais atrativo.

O NOSSO PROPÓSITO SÃO OS GONDOMARENSES! vacinação a nível mundial, mas fizemos ainda mais, superamos os objetivos de cobertura vacinal nacional contra a COVID-19. No início de setembro, Gondomar tinha mais de 87% da população residente com o esquema vacinal completo, representando a população elegível com idade superior a 12 anos. O sucesso destes dados deve-se à capacidade de organização, planeamento e liderança a nível Nacional, mas também ao indispensável apoio das estruturas de saúde competentes de Gondomar, que souberam mobilizar e motivar os profissionais de saúde destacados para esta tarefa. Contudo, nada teria sido viável sem a adesão e sem o envolvimento da

Autarquia e População que compreenderam a importância da vacinação e dos seus benefícios para a recuperação sanitária, social e económica do concelho. O contributo de um modelo de planeamento e de organização que soube, sobretudo, criar condições e soluções que facilmente envolviam a população, investindo na acessibilidade, no alargamento de horários, na desburocratização de procedimentos e na simplificação de medidas que estabeleceram critérios claros e uniformes. A população entendeu, anuiu, participou e cumpriu. De momento é imperativo que os Gondomarenses maiores de 65 anos, sendo a popula-

ção mais vulnerável, sejam vacinados com a dose de reforço da vacina Covid 19 e a vacina da gripe, que podem ser administradas simultaneamente (Co-Vacinação), de modo a garantir que a pandemia não seja uma ameaça permanente e se alcance a proteção de todos. Porque a Saúde tem um patamar superior, vamos concentrar e rentabilizar esforços para envolver o nosso concelho neste compromisso de melhoria da saúde de todos os que aqui vivem, estudam e trabalham. Porque o nosso propósito são os Gondomarenses!

PORTUGAL SEMPRE EM PRIMEIRO apenas me vincula a mim próprio. Quem como eu, que é Dirigente Local, Distrital e Nacional de um Partido Político com projecção Nacional e responsabilidades Governativas, e que já participou por dentro em vários processos de preparação de Campanhas, Programas Eleitorais, Registo de Candidaturas junto dos Tribunais e Listas sabe que é impossível preparar em simultâneo a realização de um Congresso com todo o restante processo. Aqueles que diariamente enchem a Comunicação Social com as mais eloquentes opiniões sobre este assunto, sabem que aquilo que eu digo é a mais pura das verdades. Num Partido Democrático e Plural como o CDS, em que as Listas e o Programa Eleitoral são preparados

pela Comissão Política Nacional em conjunto com as Estruturas Locais do Partido, sabe bem que estes processos são morosos e feitos simultaneamente por todos os Distritos mais os Arquipélagos dos Açores e da Madeira. Para mim, que defendo o Personalismo Humanista e que coloca sempre os interesses da Nação acima dos interesses político-partidários e dos interesses pessoais, este tipo de discussão é pura e simplesmente demagógica e irresponsável. Um Partido Fundador da nossa Democracia, que já por várias vezes teve responsabilidades Governativas e que exerce essas funções neste preciso momento nos Governos Regionais da Madeira e dos Açores, assim como em muitas Autarquias não se pode dar ao luxo de colocar

acima dos interesses da Nação e dos Portugueses, os interesses do CDS e dos interesses pessoais de uma dúzia de personalidades que mais não querem do que um lugar nas Listas de Candidatos a Deputados esperando chegar ao Parlamento. Este é o cerne da discussão toda: fazer parte das Listas de Deputados em Lugar Elegível. É caso para relembrar que neste momento em que o País precisa mais do que nunca de um Centro-Direita forte e unido, que permita colocar novamente o País na rota do crescimento socioeconómico, o Estadista que era Adelino Amaro da Costa. E que tanta falta nos faz! Espero que o seu legado sirva de exemplo e de guião aos actuais actores políticos

“ESTABILIDADE” PARA QUÊ E PARA QUEM diapasão, defendendo que “depois de uma pandemia e uma crise económica, tudo o que país não precisava era de uma crise política”, referindo-se ao facto do Orçamento de Estado (OE) ter sido reprovado. Mas, o que eles querem dizer é que o OE deveria passar independentemente do seu conteúdo, ou seja, em nome de uma “estabilidade” que está ligada ao que designam de “mercado financeiro” e que, na prática, nada tem que ver com a economia e a vida concreta das pessoas. Santificam uma “estabilidade” ao mesmo tempo que apregoam as eleições antecipadas como a resposta que o regime dispõe para ultrapassar a “irresponsabilidade” – dizem eles - de quem não viabilizou o OE, ignorando

outras possibilidades que acabaram goradas (também) pelo papel negativo do PR. No essencial, estamos perante um processo que procurou castrar a discussão e o confronto democrático e que clarificou o que o PS quer mesmo: uma maioria absoluta para, com as mãos livres, executar o seu velho programa. Descentralizando esta discussão, poder-se-ia perguntar qual a correlação de forças que permite melhores soluções: i) quando temos um Orçamento construído com vários contributos, como se verificou no país nos últimos 6 anos e que significou, por exemplo, reposição de feriados e rendimentos, aumento das pensões, gratuitidade dos manuais escolares, passe social, prolongamento subsídio desemprego;

ii) ou quando temos um Orçamento imposto por uma maioria, como acontece em Gondomar e que, nos últimos anos, entre outros problemas, significou o aumento do IMI, mais lugares de estacionamento pagos, aumento das rendas da habitação pública, falta de respostas ao problema do preço da água e dos resíduos. É um exemplo que, mesmo aplicado a cenários distintos, nos permite perceber que objetivos pretendem alguns atingir e que não pode ser desligado do papel e da intervenção do PCP e da CDU, cujo reforço das posições institucionais é decisivo para que a estabilidade corresponda aos interesses dos trabalhadores e das populações.


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OPINIÃO: VOZES DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL

DIREITO À OPOSIÇÃO O Direito à Oposição é um direito consagrado na lei e que reconhece a todos os partidos representados nos órgãos locais o direito a ser ouvidos no que aos orçamentos e planos de atividade diz respeito. É um direito constitucional que garante que haja oposição democrática dentro das autarquias. Embora seja um direito constitucional não é raro que alguns executivos se esqueçam de fazer com que este direito se materialize. É assim importante que os partidos o façam exercer com propostas concretas para melhorar a vida dos cidadãos e cidadãs das freguesias e autarquias locais. Estas propostas não podem esquecer as pes-

soas em maior risco de pobreza e criar programas de monitorização que permitam identificar as famílias nesta situação, de modo a assegurar uma resposta rápida e eficaz em todos os momentos. Não podem também esquecer o problema da habitação. A habitação acessível e camarária deve ser reforçada com vista a suplementar as debilidades que se verificam nesta área. Os trabalhadores e trabalhadoras precários das autarquias locais não devem ser também esquecidos. Para além de entender quantos trabalhadores e trabalhadoras existem nesta situação, é necessário regularizar estes contratos quando possível.

Nas áreas da educação e cultura, é preciso voltar a insistir numa oferta pública e gratuita de creches e criar uma estratégia cultural estrutural para o município, que estimule as diferentes áreas e não passe apenas por eventos avulso no plano de atividades. A mobilidade sendo um dos pilares de ação das autarquias tem de sair reforçado deste debate. É importante rever as tarifas dos transportes públicos e criar linhas que reforcem as áreas onde o transporte não chega ou é insuficiente. Por fim, na área do ambiente, existe espaço para voltarmos a falar de medidas que promovam a redução carbónica e do estado dos nossos rios. É importante insistir num plano hídrico municipal

GONDOMAR A DIMINUIR, O TRÂNSITO A AUMENTAR. Já por nós foi dito que Gondomar não se pode reduzir a ser um grande dormitório. Mas em todo o caso temos de respeitar quem cá vem dormir, e embora Gondomar esteja na lista dos concelhos da área metropolitana mais atrasados, vivemos o drama do trânsito das grandes metrópoles. Não somos de forma nenhuma, adeptos da crítica fútil e fácil, e de facto queremos ajudar com soluções e ideias construtivas. Sabendo que muitas vezes existe o problema da “manta”, em que se cobre a cabeça e os pés

ficam descobertos, e cobre-se os pés e a cabeça fica ao relento, mas quando se mexe para piorar, aí a história já é outra. Temos o caso do acesso ao centro da cidade, Souto, em que as todos os dias em hora de regresso, o trânsito ganha forma em longas filas já no IC 29. Se por um lado se explica com o corte de uma pequena estrada por causa do novo parque urbano, já não podemos concordar com a forma como está “desenhada” o acesso ao largo do Souto. Já nos acessos de Rio Tinto, a história repete-se,

sabemos que existem 5 dias de trabalho e apenas dois de lazer, isto se muitas vezes não se trabalhar aos sábados, por isso como diria Guterres, é fazer as contas . Isto tudo porque a criação do parque Urbano , condicionou e muito o acesso a Rio Tinto. Já agora apela-se para o cuidado de talvez se criar uma passagem pedonal aérea junto à linha de metro, pois aos fins de semana com tantas crianças, torna-se potencialmente perigoso. Na avenida da conduta, o trânsito torna-se caótico devido ao excesso de ciclovias e passeios pedo-

UM CONCELHO CADA VEZ MAIS VERDE Aproximadamente um mês se passou desde a tomada de posse dos órgãos autárquicos. Se a nível local, pouco ou nada se alterou no nosso município, já a nível nacional as mudanças foram muitas. Desde logo, a não aprovação do orçamento de estado para 2022, parece-nos completamente contraproducente para um país a tentar recuperar economicamente de uma crise pandémica. O PAN, como é seu apanágio, manteve ao

longo do processo de votação orçamental uma postura de responsabilidade e diálogo, procurando sempre a melhor solução possível para o país. Essa é a postura que pretendemos ter no nosso concelho, uma postura séria e de diálogo construtivista com o executivo e os restantes partidos, sempre em prol da melhoria das condições de vida dos gondomarenses, como em prol de um concelho cada vez mais verde e sustentável.

Assim sendo, para o Orçamento Municipal de Gondomar iremos propor medidas sensatas, com a intenção de impactar de forma reduzida as contas, sendo que com vontade política para as implementar, estas irão beneficiar a população. Nota ainda para a cimeira COP26, que para nós ficou bastante aquém dos objetivos mínimos necessários, o que só realça o muito que ainda há a fazer na educação ambiental e na aposta num estilo de vida mais sustentável.

QUAL ORÇAMENTO? Nos últimos tempos, praticamente só ouvimos falar do Orçamento do Estado. Devemos aproveitar esta oportunidade para levantar a seguinte questão: e o Orçamento de Gondomar? Depois da crise económica e social decorrente da pandemia, não podemos aceitar qualquer orçamento. Este devia ser "o" Orçamento. Gondomar regista um poder de compra inferior à média nacional, a quinta fatura da água mais cara do país e uma parca oferta de transportes públicos, naquele que é o concelho com mais movimentos pendulares diários na área metropolitana do Porto. Que medidas apresentará o

Executivo, no próximo Orçamento, para resolver estes problemas? Um Orçamento é sempre um exercício de definição de prioridades políticas. Nesta matéria, a Iniciativa Liberal não tem dúvidas: escolhemos resolver primeiro os problemas mais prementes do concelho em detrimento de ambições megalómanas, traduzidas em grandes obras públicas, que servem mais para deixar um legado de "obra feita" do que os interesses legítimos dos gondomarenses. Defendemos uma opção clara pela redução dos impostos e taxas municipais, como o IMI e a taxa de participação no IRS, de forma a dinamizar a

economia local e dar mais liquidez às famílias. Defendemos um esforço orçamental significativo para reduzir o preço da água que, todos os meses, pesa na carteira dos gondomarenses (já demasiado fustigada por sucessivos recordes de carga fiscal a nível nacional). Defendemos mais investimento em soluções de mobilidade e transportes públicos, especialmente no Alto Concelho, onde quem não tem viatura própria está limitado na sua capacidade de se deslocar dentro e para fora do concelho. Para alcançar estes objetivos, o Executivo tem de fazer escolhas. As nossas são bem claras: investir menos milhões em parques urbanos e noutras

Sara Santos BE que inclua a renaturalização das encostas e a colocação de sistemas de alerta, em caso de cheia. Estes são apenas alguns exemplos de propostas a serem discutidas no âmbito dos próximos orçamentos. É importante que haja, no entanto, um esforço da parte dos executivos locais em ouvir e fazer uma discussão construtiva nas próximas assembleias.

Nuno Pontes CHEGA nais, em detrimento das rodovias. Só para terminar, os acessos a Valbom via Fonte Pedrinha, ainda vão entrar para o Guiness Book, como a obra mais longa da História, infelizmente as medidas eleitoralistas, às vezes resultam nestas asneiras.

Ricardo Couto PAN No PAN Gondomar trabalhamos diariamente para essa mudança de paradigma e ambicionamos que Gondomar seja cada vez mais um exemplo dessa mudança.

João Resende Figueiredo IL grandes obras públicas, canalizando esse dinheiro para reduzir impostos, baixar o preço da água e melhorar a mobilidade dos gondomarenses. O problema é que este caminho, que transformaria verdadeiramente a vida das pessoas, não rende tantos likes nas redes sociais, nem deixa um rasto de inaugurações, e acima de tudo, não é jeitoso para a foto.


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