Edição de dezembro de 2020 do VivaCidade

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Promoção válida de 13 de Maio a 31 de Julho de 2019. Para as colecções das marcas Pull and Bear, Amichi, Pepe Jeans, Mango, Custo BCN, Victorio & Lucchino, Pedro del Hierro e Hackett disponíveis em cada estabelecimento Opticalia. Para monofocais: Lentes monofocais orgânicas brancas com índices de refracção 1,50 / 1,60 ou 1,67, com tratamento AR, da linha Vistasoft da Opticalia. Para progressivos, as lentes serão sempre lentes progressivas orgânicas brancas com índice de refracção 1,50 ou 1,60 com tratamento AR, das linhas Basic, Quality ou Prestige, da linha Vistasoft da Opticalia. Para ambos casos, as lentes deverão estar, nos intervalos de fabrico disponíveis dos fabricantes Vistasoft em stock e de fabrico. Financiamento mínimo de 12 prestações e máximo de 60 prestações mensais. TAN E TAEG DO CARTÃO DE CRÉDITO OPTICALIA: 0%. A utilização do crédito está condicionada a uma mensalidade mínima de 9,95€. Crédito disponibilizado pela Abanca Servicios Financieros e sujeito à sua aprovação. As ópticas OPTICALIA atuam como intermediárias de crédito a título acessório e sem carácter de exclusividade.

Ano 14 - n.º 174 - dezembro 2020

Preço 0,01€ Mensal

Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida PARQUE NASCENTE, loja 409 EMPORIUM PLAZA, Loja 101

Visite-nos em: www.vivacidade.org - E-mail: geral@vivacidade.org

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António Sarmento: "Com o dinheiro que foi investido na TAP, teriamos construído três excelentes hospitais para doentes COVID"

Marco Martins: Nesta edição veja alguns dos principais investimentos do Município desde 2014 até hoje. > Págs. 50 a 56

Reportagem Abílio Cunha:

"Não somos os coitadinhos, os pobrezinhos e muito menos infelizes." > Págs. 10 e 11

> Págs. 28 e 29

Sociedade

Entrevista José Cid:

"As pessoas de Gondomar são afáveis e têm personalidade" > Págs. 6 e 7

Marco Martins:

"Hoje, podemos dizer com toda a certeza que teremos Metro até S. Cosme." > Pág. 14

Proteção Civil

Os "Anjos" que protegem os Gondomarenses. > Pág. 16

Urbanização da Triana

Limpeza, manutenção, segurança e falta de respeito são os principais problemas. > Pág. 34

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VIVACIDADE

DEZEMBRO 2020

Editorial José Ângelo Pinto Administrador da Vivacidade, SA. Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT

Caros leitores, Os dados que chegam indiciam que estamos a começar a diminuir a intensidade dos novos casos e que a segunda vaga do COVID 19 poderá estar a começar a perder a sua força. No caso de Gondomar, os números confirmam mesmo isso. Muito trabalho há agora para fazer, para lá de procurar entender o que fizemos errado e de que modo poderíamos ter evitado os mais de 8,000 mortos adicionais (não provocados pelo COVID 19) que existem em 2020 comparando com o 2019. Ou seja, o facto de termos uma pandemia provoca mais mortos como consequência das medidas para a conter do que a própria, sendo também certo que não sabemos o que poderia acontecer se as medidas de direcionamento das autoridades e serviços de Saúde para o COVID 19 não tivesse sido realizada.

SUMÁRIO: Breves Página 4 Entrevista Páginas 6 e 7 Sociedade Páginas 8 a 34

E todos precisam de apoio. E o estado não tem euros para todos. E os documentos estruturantes, como o Orçamento de Estado, ignoram completamente estas situações e não acautelam medidas para resolver as consequências da pandemia. É, aliás, sintomático, que ainda este orçamento não está aprovado e já se fale no retificativo. E perigoso. Continuem protegidos,

PRÓXIMA EDIÇÃO 28 JANEIRO

POSITIVO

Número de casos em Gondomar encontra-se a diminuir. Há sensivelmente duas semanas, Gondomar registava 2100 casos e esta semana apenas 1600 casos positivos.

Reportagem Páginas 10 e 11 Destaque Páginas 28 e 29 Cultura Página 36 a 40 Política Páginas 41 a 56

NEGATIVO

Neste mês o VivaCidade recebeu uma foto da Rua S. João, em Valbom, que habitualmente se encontra no estado que nela é visível, segundo a fonte, só o tipo de resíduos é que vai varia.

Desporto Página 57 Opinião Páginas 62 e 63

Viva Saúde Paulo Amado*

Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia

Para lá da avaliação que é preciso fazer da estrutura e funcionamento das autoridades e serviços de saúde, e na qual a comunicação social se deveria focar com muita força, principalmente para perceber a que é que se devem os números e os factos que são consequência da pandemia, também os impactos económicos devem ser muito bem avaliados. E essa é uma avaliação mais complexa pois é mais difícil de extrapolar os factos geradores. Porque em economia o conceito “Ceteris Paribus” (avaliar um fenómeno considerando que todas as restantes variáveis estão “paradas”) é muito fácil de compreender mas muito difícil de aplicar, pois teria que se presumir que tudo o que se decidiu fazer e tudo o que se poderia ter feito são fenómenos isolados. Mas a verdade é que não são. Porque um empregado de mesa que perde o seu trabalho influencia a economia. Pois já não vai ter dinheiro para pagar a renda. Pois já não vai ser capaz de continuar no ginásio. Pois já não vai ter a capacitação para visitar a aldeia da sua infância. Pois já não vai ser capaz de ir de férias. E, por isso, não termos estabelecimentos de restauração a funcionar tem impactos muito maiores do que a simples perda de faturação daquele estabelecimento.

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivacidade.org

* Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia Professor Doutor em Medicina e Cirurgia Mestre em Medicina Desportiva Diretor Clínico da CLÍNICA MÉDICA DA FOZ – PORTO ( 226178917) Coordenador da Unidade de Medicina Desportiva e Artroscopia Avançada do HOSPITAL LUSÍADAS - PORTO Vice Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina e Cirurgia do Pé Membro do Council Europeu do Pé - EFAS CLÍNICA DESPORFISIO – EDIFICIO RIO TINTO I RIO TINTO

Reflexões sobre COVID - VACINAS

ANUNCIE AQUI Tel.: 910 600 079 pedro.barbosa@vivacidade.org geral@vivacidade.org

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O tema deste artigo não podia deixar de ser sobre a Pandemia que vivemos. Não consigo alterar o tema, devido à importância do momento atual, da crise sanitária. O avanço mais recente prende-se com a Vacinação. Ainda as vacinas não chegaram e já se levantam muitas questões, desde a eficácia, segurança das mesmas, que leva a que muitos hesitem se devem ou não ser vacinados. Compreendem-se estas dúvidas mas vamos tentar esclarecer alguns pontos importantes. Desde o inicio da pandemia, a maioria dos laboratórios farmacêuticos desenvolveram linhas de investigação, em todo o Mundo, investindo todos os recursos económicos e científicos, para a descoberta de uma vacina, que se sabia ser difícil, dada a mutação que o vírus sofre, que dificulta o seu reconhecimento por parte do sistema imunológico. Assim uma vacina, que até aqui demoraria variados anos a ser descoberta, e ainda há pouco tempo se afirmava que na melhor das hipóteses só no final de 2021 apareceria uma vacina eficaz, ora que surge ainda em Outubro passado o anuncio de 2 vacinas que passaram em todos os testes, ou seja, ensaios clínicos. Seria necessariamente uma vacina com base numa tecnologia inovadora, dada a especificidade do vírus em causa. E assim se deu o quase milagre de aparecer a mesma. A maioria dos processos que se baseiam as vacinas existentes, são de vírus inativos, ou parte dos mesmo, levando o nosso sistema imunitário (células que possuímos que nos protegem dos vírus e outras infeções) a reconhecer como algo de estranho ao organismo e “matar” os tais vírus.

Esta tecnologia inovadora, é de certa maneira mais eficaz e “pura” pois baseia-se numa parte microscópica do vírus, chamado RNA- mensageiro, que é igual, nas varias mutações deste vírus. Assim se baseiam as duas mais eficazes vacinas, a do laboratório MODERNA e o da PFIZER. Tem no entanto algumas dificuldades e a maior, é o seu transporte em meios de mais de 70 graus abaixo de zero. Outro será o numero de vacinas a produzir e até a sua administração. Ainda neste momento assistimos a um protesto da Sociedade de Cardiologia por não incluir pacientes de risco abaixo de 50 anos. Temos de ser práticos. Não existem sequer numero de vacinas que chegue para o primeiro grupo que fará para o resto das pessoas. Tem de existir critérios e o aprovado que até tem a sua lógica compreensível. Mas a maior mensagem deste texto, é que confiem na ciência e na medicina, TOMEM TODOS A VACINA. Tal como procurei explicar a tecnologia por trás desta vacina, que até teve uma colaboração de um laboratório português na sua descoberta, sobre RNA –m, é eficaz e segura, até abre caminho para o tratamento de outras doenças quiçá sobre o tratamento de alguns tipos de Cancro. Ainda para mais, a vacina que será aplicada em Portugal é a uma das melhores e que será aplicada em toda a Europa, onde também é produzida. É a única forma de acabar com esta Pandemia, caso contrário a mesma vai continuar meses ou até anos, com numero crescente de vitimas, e mortes... Até breve, estimados leitores…

FICHA TÉCNICA Registo no ICS/ERC 124.920 | Depósito Legal: 250931/06 | Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-241A) | Diretor Adjunto: Carlos Almeida Redação: Carlos Almeida e Gabriela Monroy | Departamento comercial: Pedro Barbosa Tel.: 910 600 079 | Paginação: Rita Lopes | Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte | Administrador: José Ângelo da Costa Pinto | Estatuto editorial: www.public.vivacidade.org/vivacidade | NIF: 507632923 | Detentores com mais de 5% do capital social: Lógica & Ética, Lda., Augusto Miguel Silva Almeida e Maria Alzira Rocha | Sede de Redação: Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Tel.: 919 275 934 | Sede do Editor: Travessa do Veloso, nº 87 4200-518 Porto | Sede do Impressor: Tv Anselmo Braancamp 220, 4410-359, Arcozelo Vila Nova de Gaia, Porto | Colaboradores: André Rubim Rangel, Andreia Sousa, António Costa, António Valpaços, Beatriz Oliveira, Bruno Oliveira, Carlos Almeida, Diana Alves, Diana Ferreira, Domingos Gomes, Gabriela Monroy, Germana Rocha, Guilhermina Ferreira, Henrique de Villalva, Isabel Santos, Joana Resende, Joana Simões, João Paulo Rodrigues, José António Ferreira, José Luís Ferreira, Luís Alves, Luís Monteiro, Luís Pinho Costa, Manuel de Matos, Manuel Teixeira, Marta Sousa, Paulo Amado, Pedro Oliveira, Rita Ferraz, Rita Lopes, Rui Nóvoa, Rui Oliveira, Sandra Neves e Sofia Pinto. | Impressão: Unipress | Tiragem: 10 mil exemplares | Sítio: www.vivacidade.org | Facebook: facebook.com/vivacidadegondomar | E-mail: geral@vivacidade.org


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VIVACIDADE

DEZEMBRO 2020

Breves Banda de São Pedro da Cova comemora 120 anos No dia 1 de dezembro a Banda Musical de São Pedro da Cova comemorou o seu 120 aniversário. Como forma de comemoração o grupo terá um novo fardamento.

Município com nova Central Municipal de Operações de Socorro em 2021 O ano de 2021 será extremamente importante para o Município de Gondomar dado que, resultante da Candidatura ao Portugal 2020 será operacionalizado o designado CMOS (Centro Municipal de Operações de Socorro). Esta Central numa primeira fase trará uma melhoria na comunicação com os agentes de segurança pública do concelho (Polícia Municipal, Bombeiros, entre outros) e, numa segunda fase, as chamadas de socorro do Município irão cair todas nesta central de comunicações. A Central estará localizada no GoldPark.

Rio Tinto promove iniciativa para famílias GNR de Fânzeres e São Pedro da Cova com novas instalações Na última reunião Municipal, foi aprovado a construção do novo posto Territorial da GNR de Fânzeres e São Pedro da Cova. A previsão é que a empreitada comece ainda antes ou no Verão de 2021. O valor da empreitada rondará um investimento superior a 1 milhão de euros que é pago pelo governo e tem um prazo de execução de um ano.

A Junta de Freguesia de Rio Tinto está a promover a iniciativa “RIO TINTO Árvores da Família 2020”. A intenção do concurso é que cada família envie uma fotografia da sua Árvore de Natal identificando na fotografia o nome de família. A foto deverá ser enviada até ao próximo dia 15 de dezembro pelo email: riotinto@ riotinto.pt. O regulamento está patente no site da Junta.

Doe Sangue, Doe vida! Para o mês de dezembro, a população interessada poderá proceder à doação de sangue nos seguintes locais: dia 19 e 20 de dezembro na Escola Secundária de Gondomar, entre as 9h e as 12h 30 min; e no dia 23 de dezembro na Escola Secundária de Gondomar, entre as 15h até as 19h.

Centro Hípico de Gondomar promove campo de férias O Centro Hípico de Gondomar está a promover para o mês de dezembro um campo de férias para crianças e jovens dos 4 aos 16 anos. Esta iniciativa inclui várias atividades tais como: quinta pedagógica, atividades plásticas, atelier de culinária e muitos outros. Adaptados as faixas etárias, e respeitando todas as regras de segurança e higiene da DGS. A coletividade encontra-se ainda a promover Baby Class, destinada a crianças dos 2 aos 5 anos

Município suspende parquímetros O executivo Camarário anunciou, a implementação da medida que prevê a suspensão do pagamento dos parquímetros até março de 2021. A norma pretende incentivar os munícipes na compra de bens no comércio local nesta época natalícia.

Oficinas de Natal de Fânzeres e São Pedro da Cova A União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova está a promover as tradicionais Oficinas de Natal que decorrerão entre os dias 21 a 23 de dezembro, das 14h até às 17h, na Biblioteca de Fânzeres e no Museu de São Pedro da Cova. Esta iniciativa é gratuita e destina-se a crianças dos 6 aos 10 anos. As inscrições são limitadas e obrigatórias, todas as informações encontram-se disponíveis no site da Junta.

Pedro Burmester atua em Fânzeres O pianista Pedro Burmester irá atuar no 6º Festival de Música de Fânzeres e São Pedro da Cova. O pianista já foi premiado em diversos concursos, destacando-se o Prémio Moreira de Sá, o 2º Prémio Vianna da Motta e o prémio especial do júri no Concurso Van Cliburn, nos Estados Unidos. Em simultâneo, o artista frequentou diversas masterclasses com pianistas como Karl Engel, Vladimir Ashkenazi, T. Nocolaieva e E. Leonskaja.


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VIVACIDADE

DEZEMBRO 2020

Entrevista

JOSÉ CID:

“Há pessoas que pensam livres, independentemente de qualquer força política ou ideal”

Texto: André Rubim Rangel

O facto de ter frequentado dois colégios religiosos na infância e na adolescência, sente que isso foi determinante na sua maneira de ser, pensar e agir? De que formas concretas? Teve muito pouca influência. Quando estive interno nas Caldinhas (Santo Tirso), nos Jesuítas, eu morava a 350 km dali, no Ribatejo. O que mais me divertia era ganhar todos os anos o prémio de canto coral do colégio todo. Para mim era muito divertido. Depois, uns anos mais tarde, no Colégio Camões em Coimbra, foi determinante porque uns tocavam acordeão, outros bateria, outros ainda viola e piano. Criou-se ali um grupo de musicalidade e divertimento. Foi mais marcante, para mim, este colégio. Porque quando estava, ainda lá, eu saltava da janela do meu quarto – no rés-do-chão – para ir tocar nas festas universitárias. A nível da educação em si, nem esses colégios – que nada têm a ver – nem os meus pais me conseguiram educar: eu eduquei-me a mim próprio. Sou um autodidata na educação, um “self made man”, e estou muito contente por isso. Claro que tive uma boa génese: de ser solidário, amigo e ter sentido de humor. Se tivesse uma má génese era complicado. E sente que se tem dado bem na vida com a sua autoeducação? Que foi suficiente para, como se costuma dizer, conseguir “aguentar a carruagem”? Sim, não me queixo! Tenho tido a persistência,

a teimosia e a alegria de continuar a perseguir este meu projeto de vida, trabalhando. Sou muito trabalhador, por isso não faço questão de mudar de ideias. Vou até ao fim. Podemos dizer que o seu estilo musical preferido seja o jazz, tendo em conta que a primeira canção que compôs, com 17 anos, tinha influências jazzísticas? Sim, tinha influências jazzísticas porque eu era vocalista de Jazz no Orfeon Académico de Coimbra. E quando, cinco anos mais tarde, eu passo para a minha aventura no «Quarteto 1111», o Jazz e a Bossa-Nova ficaram completamente para trás. Partimos para um projeto completamente português, muito nosso, onde tínhamos inspiração no regime, cantando contra o regime salazarista e marcelista. E, ao mesmo tempo, com uma ideia de muita independência. O 1111 é um bocadinho como os «Heróis do Mar». Éramos monárquicos progressistas: pensávamos numa monarquia como a que existia nos países do Norte da Europa. São os países menos corruptos, mais cultos e com melhor nível de vida. Há 50 anos, precisamente, editou um álbum com o «Quarteto 1111» que foi, por isso, alvo de censura na época. Passado este tempo, acha que, se fosse atualmente, a censura manter-se-ia? E com que efeitos práticos? A censura neste sistema, pós-25 de Abril, terminou. Há um partido que é, ainda, completamente estalinista: é algo que me irrita. O próprio Saramago escreveu que “o comunismo nunca

existiu em país algum. A filosofia é o marxismo. No caso da União Soviética inventou-se um capitalismo de Estado e não havia comunismo, se houvesse uma participação ativa dos seus cidadãos, dentro do seu próprio país. As limitações à liberdade eram gravíssimas: não podem falar, não podem sair nem podem protestar”. Porque pode ser-se comunista sem se seguir os itens da Rússia ou do Estaline. Pode sê-lo pela ideia da igualdade de oportunidades, de respeito pelo trabalho deles e dos outros… Mas isso não é uma particularidade só do comunismo! A social-democracia e o socialismo também defendem, cada um à sua maneira, esses direitos… Exato. Porque, na verdade, há objetores de consciência. Há pessoas que pensam livres, independentemente de qualquer força política ou ideal. Isso é muito bom que exista nas pessoas. Essa revolta e rebeldia contra a imposição de dogmas e sistemas, é muito importante que exista. É muito saudável. Nessa altura, considera que se não tivesse sido chamado para o serviço militar, a um ano de terminar o curso de Educação Física, teria enveredado mais por essa área em detrimento da música? Não, o desporto foi sempre algo paralelo na minha vida. Eu quando fui para a Força Aérea, na OTA, estive lá três anos a lecionar Educação Física. E diariamente a mais de mil jovens: por turmas, naturalmente. Eu sempre fiz desporto, toda a minha vida.

E a paixão pelos cavalos, pela equitação / hipismo, veio depois ou já praticava antes? Angariando até alguns prémios… Inicialmente, os cavalos eram, para mim, a ligação entre o Homem e a Natureza. Era normal, na minha terra natal – na Charneca – estar no campo com os cavalos e com pessoas amigas, na conversa. Mas a partir de 1973, eu adquiri dois cavalos de competição. Primeiro, pus os meus amigos a saltar neles e, de repente, percebi que tinha tanto jeito ou mais que os meus amigos. E comecei eu o salto a cavalo. Nunca fui um cavaleiro de grande qualidade, na medida em que nunca tive cavalos muito caros. Aliás, tinha a propensão de comprar cavalos que ninguém queria, baratos, e eu próprio dar-lhes a volta: era muito engraçado. Foi essa a minha “guerra” no desporto hípico. Hoje é mais fácil, com mais dinheiro, adquirir cavalos – a que chamamos – “com boa cabeça”. A minha ideia era ter cavalos “com má cabeça”, transformando-os sem nunca bater neles, nem agredir, sem nunca usar esporas e sempre acariciando, dando-lhes festas e uma cenoura. Fazendo tudo de boa vontade e mostrando que a vida é bela, desde que se colabore. Também é assim com as pessoas, não só com os animais! E, dessa forma, em 1992, fui vice-campeão de salto em altura, a 2 metros e 8, num cavalo em que a campeã da Europa não conseguia dar um salto naquele meu cavalo. Era como uma locomotiva, que só queria andar para frente, com uma força brutal. Mas o que destaca desses anos de alferes, enquanto oficial miliciano na Força Aérea Portuguesa?


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Entrevista Ninguém nasce soldado. Nós vivíamos num regime ditatorial. Já tivemos duas ditaduras e mais uma terceira, em que o primeiro-Ministro ganhou por maioria e fez aquilo que lhe apeteceu: nem vale a pena referir nomes. Então, eu tive um serviço militar que me convinha, porque eu podia estar ao lado da minha filha pequenita cá e não a queria deixar, por isso não fui refratário tal como fez o Tozé Brito, que era solteiro: fez as malas e voou para Inglaterra. Já que falava no regime, acha que estaríamos melhor agora com Monarquia? A monarquia é mais cultural. E ao Dom Duarte, que conheço pessoalmente e de quem sou amigo, faltou-lhe mais de coragem para enfrentar a ideia monárquica. Ele é um homem bom, cultíssimo, bom pai de família, é uma pessoa que sabe imenso sobre a Natureza e o ser humano. É alguém muito interessante. Mas vem aí o filho dele, o mais velho, que não é um jovenzinho armado em snob. Escreve, é culto e cativante, tem uma mãe extraordinária. Pode ser que haja uma abertura na nossa Constituição que não permite uma alternativa. Repare-se: o rei D. Carlos foi assassinado e, logo após o regicídio, institucionalizou-se uma República sem eleições nacionais! Depois, aparecem Salazar e Marcelo Caetano com ditaduras, em plena República. Graças a Deus, hoje temos um primeiro-Ministro, com quem simpatizo, que é muito humano; temos um presidente da República que faz perfeitamente o papel de um bom rei que faria na Monarquia. Portanto, as coisas estão bem como estão, porque eu não posso fazer futurologia de

uma coisa que não existe. Ainda há dias, fez um apelo aos jovens, pela televisão, de lerem muita poesia e deixarem que ela os inspirasse e conduzisse. Foi assim consigo e pelo facto de ter tido a colaboração, num disco seu, da poetisa Natália Correia? Sim, eu leio muita poesia e tenho uma série de livros e antologias por todo o lado. Porque isto vai, depois, influenciar a poesia que eu escrevo. A todos os níveis. A mais conhecida é a mais simplista, como as canções de amor. Eu tenho poesia muito boa, como a que escrevi dedicada ao Norte – “Caminhos de Santiago”. Sou influenciado por Teixeira de Pascoaes, José Régio. Miguel Torga e Manuel Alegre, entre outros. Acho que as letras de muita gente que canta, hoje em dia, são completamente vazias. Refletem o dia-adia dos ingratos: dos amores e desamores dos jovenzinhos às namoradas, como conversa de café. Isso é muito básico, não quer dizer que não se possam escrever canções de amor bonitas. O tema que canto, neste momento, é um grande poema ao Porto. Ia perguntar-lhe, exatamente isso. Não sendo nem natural nem residente no Porto, prestalhe uma declaração de amor com esse tema. Qual a razão deste tributo? Apenas se destina à cidade ou, também, à sua metrópole? Quem lhe faz uma declaração de amor é o poeta Manuel Trindade, do Porto. Eu faço questão de agradecer ao Porto os grandes concertos que aí tenho feito, alguns mais célebres: no Coliseu transmitido pela RTP, aquele inesquecível no S. João do Porto diante de 200 mil pessoas, a

minha Queima das Fitas há 8 anos. No entanto, também vivi 15 anos com uma senhora no Porto, por isso conheço-o bem. E claro que o Porto tem sempre a sua metrópole, não se fica pela sua cidade. Os seus concelhos limítrofes sentem-se retratados por serem integrados no tecido urbano do Porto, daí a canção ser para todos do Grande Porto. Dentro desta área metropolitana temos Gondomar. O que realça deste concelho fronteiriço ao Porto? Alguém me perguntava, de Gondomar: o que se passa consigo que quanto mais velho está cada vez melhor? Eu respondi que não fumo, não bebo, durmo bem e ando muito a pé. Eu conheço e adoro Gondomar, até porque já cantei aí algumas vezes. O melhor de Gondomar, para além de outras coisas muito boas, são as pessoas. Porquê? Podes ter uma casa que seja um palácio. Pode haver várias realidades familiares, mas o mais importante numa casa são as pessoas que estão lá dentro. As boas pessoas que fazem o espírito de família, que almoçam e jantam à mesa, os filhos que são amigos dos pais e os pais que não são ditadores na família, mas dialogam com eles. E assim são as pessoas de Gondomar. Como as pessoas do Norte. São afáveis e têm personalidade: ou gostam ou não gostam. Assim acontece, também, com a minha região do Ribatejo. Ora tinha um concerto agendado em setembro para o pavilhão multiusos de Gondomar e que, devido à covid, foi adiado para 1/05/2021. Conta com casa cheia? E que particularidades, e até novidades, irão preencher esse espetáculo: será diferente dos outros? Com a vacinação entre janeiro e março, esperando-a massiva e maciça, maio fica dois meses depois. Pode ser que, naquele imenso pavilhão, em vez das 10.000 pessoas de lotação já possam estar 5.000. E se esgotar, passamos para o dia a seguir ou nessa mesma tarde. Penso que as pessoas irão melhorar com a vacina. Ela é providencial. Eu já dizia que se fazem tantas coisas boas no planeta: por que não se tentou uma vacina mais rápida – teve de se esperar 6 meses! – ou uma panaceia para curar todos? Quanto ao espetáculo em si, não será muito diferente. Será como aquele que fiz no Altice Arena, em setembro, durante três horas e perante o presidente da República. Às vezes ouve-se falar da sua pessoa como sendo um pouco controversa. Sente o mesmo e revê-se ou não nesses comentários da arena pública? Quando analiso algo, eu não contesto, apenas constato. Porque na História da Música portuguesa o cantor mais solidário dos últimos 50 anos, a ajudar os colegas, a apoiar causas, a fazer concertos solidários com os «soldados da paz» chama-se José Cid! Tudo bem que ainda não fui condecorado, como gente com obra inferior à minha e a cantar menos do que eu que já foi. Aqui estou eu a contestar e a constatar. Mas já recebi o Grammy Latino de «Excelência Musi-

cal», porque eu não sou somente músico, mas também poeta. Ainda este ano vou receber um prémio pela Fundação António Quadros e outro pela Fundação Celta. Musical e artisticamente, qual é ou quais são os profissionais portugueses que mais admira e porquê? Muita gente. Eu não quero ser indelicado em escolher um ou outro e falhar com outros, porque é complicado: são muitos os artistas que admiro. Porém, o meu «top 3» em Portugal são: Jorge Palma, Paulo de Carvalho e José Afonso, que deixou uma obra genial. Mas há muita gente genial que tem aliado o talento musical com o poético. No seu caso, como tem sido enfrentar esta pandemia? Tem sabido adaptar-se ou reinventar-se, de que modo? Estou bem. Este ano não tive praticamente trabalho: tinha 40 e tal concertos que foram todos cancelados ou adiados. Vou agora reinventarme, começando esta semana com o meu «Lusko Fusko», até dia 15 de janeiro. Às 18h de cada dia, quando ele se põe, vou cantar e falar todos os dias, durante meia hora aquilo que as pessoas me vão propondo. De referir, ainda, que as redes sociais, às vezes – quando querem ser malévolas – não constroem, só destroem. E não percebem que se destroem a si próprias. Já me tentaram fazê-lo nessas redes, mas não conseguiram: perderam. Custa-me ver essas pessoas fora do baralho, sem sentido de humor, azedas. Também são divertidas e acutilantes. Sendo este o mês do Natal, concorda que mesmo perante estes tempos difíceis vividos o Natal enquanto nascimento de Cristo, príncipe da Paz e salvador do Mundo, manter-se-á na essência do seu espírito ou julga que ficará também afetado? Este ano vou assistir à «Missa do Galo» na televisão, porque não deve dar para ir à igreja. Nem sei se vai haver, por causa do confinamento. Vou estar em casa com a minha esposa, nem sei se a minha filha pode vir. Vou fazer um Natal em família, um Natal criativo e simples, também telefonando aos amigos. Já vai projetando e fazendo planos para 2021? Como conta e deseja que seja o próximo ano? Não para si, mas para todos os cidadãos do mundo… Com a vacina e os cuidados profiláticos necessários a ter. Acho que a Páscoa já poderá ser passada em família. Peço a Deus que assim possa acontecer! É habitual terminar estas grandes entrevistas com um pedido de mensagem motivacional para os nossos leitores. O que entende de tão importante que as pessoas nunca devem esquecer nesta vida? Sejam solidários, ajudem as pessoas que passam por cada um de vós e que precisam. Tenham alma e coração! Sejam portugueses, independentemente da região. Feliz Natal e bom ano para todos! ▪


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Sociedade

Escola Básica de Jovim e Foz do Sousa inaugurou polo do Labi9 O Labi9 é um projeto educativo baseado na metodologia STEAM (Science, Technology, Engineering, Arts e Mathematics), ou seja, assenta na resolução de problemas, no desenvolvimento de projetos e na integração de saberes e conhecimentos ligados a várias disciplinas. Possibilita a formação e programação de Arduíno, a formação em desenho e impressão 3D, a programação de micro:bit, a participação em workshops e em ações de capacitação. Valoriza, também, a inovação, a criatividade e o empreendedorismo dos alunos, capacitando-os para o desenvolvimento de projetos de inovação e para a participação em concursos promovidos

por entidades externas à escola. Foi oficialmente inaugurado o LabI9-Jovim, no dia 3 de dezembro. Está equipado com um painel digital dinâmico, que apoiará a formação de programação com placas micro:bit, uma impressora 3D, kits de programação com placas micro:bit e kits educacionais de construção de robôs. Muito deste equipamento foi oferecido pela CMG. O Labi9 está aberto a todos os alunos e verifica-se uma grande adesão dos alunos dos vários ciclos de ensino em Jovim. Presentemente, estão a dinamizar atividades e projetos para serem apresentados nos concursos "Cansat Júnior" 20202021 (construção e programação de um

microssatélite por alunos do 9ºB) e " À Velocidade do Sol" (construção de um carrinho solar por duas equipas da EBJFS). No presente ano letivo, o LABI9 conquistou o 1º lugar no concurso "Prémio Portugal, País de Excelência em Engenharia", promovido pela COTEC e destinado aos alunos do 3ºCiclo. Com a participação nestas atividades, pretende-se formar e capacitar os alunos para os desafios do século XXI. Ana Moreira, 9ºB Escola Básica de Jovim e Foz do Sousa

Em tempos de pandemia, o AEG1 reinventa-se! Associação de Estudantes eleita por voto eletrónico. A 18 de novembro, foram realizadas as eleições para a associação de estudantes. Concorreram três listas. Venceu a Lista S. Foi grande a participação dos alunos neste ato de democracia e com uma votação bastante alargada aos vários níveis de ensino. Sendo necessário manter a segurança de todos, apostamos numa votação online, sobretudo por ser mais fidedigna. Os princípios que defendemos são a comunica-

ção, a cooperação e a integração. Enquanto Associação de Estudantes, estamos abertos a todas as sugestões e dispostos a apoiar todos no que for necessário. Por um ano seguro e, ainda assim, surpreendente, a associação de estudantes #staysafe Joana Camões

26.11.20 - Aula Aberta (por videoconferência) no auditório da Escola Secundária de Gondomar com o investigador da Universidade de Aveiro, Jacob Keizer, sobre o projeto “LIFE REFOREST”. O objetivo principal deste projeto é atenuar a erosão e a perda de solo em áreas afetadas por incêndios florestais. Jacob Keiser disponibilizou-se a colaborar no Projeto Eco-Escolas e a dar uma aula “interativa” aos alunos do 8º3, inserida no tema “Solos” (“A Terra – um Planeta com Vida”), do Programa do 8º da disciplina de Geologia-Biologia. Em novembro, estes alunos trabalharam as aprendizagens essenciais relativas a este conteúdo, preparando esta aula, dinamizada por eles e pelo Núcleo de Estágio de Biologia e Geologia da Secundária de Gondomar (NEBGESG). Neste pequeno projeto/ desafio, tiveram um papel ativo no seu processo de aprendizagem e demonstraram uma enorme satisfação. Ao abrigo do PROGRAMA LIFE, da CE, e no âmbito da área prioritária Ambiente & Eficiência de Recursos – este Projeto pretende demonstrar novas estratégias para mitigar

a perda de solo associada a episódios pósfogo em áreas florestais, aplicando uma tecnologia inovadora, de forma a evitar a erosão do solo e aumentar a regeneração natural de áreas florestais queimadas. Esta sessão agradou muito aos alunos e aos organizadores.

TESTEMUNHOS

O que dizem os ex-alunos da ESG?

A passagem pela ESG foi uma das fases mais importantes na minha vida. Foram 6 anos, durante os quais fiz boas amizades e aprendi muito com professores e colegas; foram anos de estudo, mas também de formação pessoal. Por volta dos meus 12/13 anos, comecei a praticar ciclismo por desporto, inicialmente, e depois, por paixão. E como me sagrei, este ano, campeão nacional de ciclismo, vou correr, no próximo, numa equipa de Madrid. Ainda frequentei o curso de Geografia na FLUP durante 3 meses, mas terei que suspender as aulas para me focar somente no ciclismo. Mais tarde, voltarei à universidade.

João Silva

É com imenso pesar que expressamos os nossos sentimentos à família de Diogo Fernandes. Foi aluno da Escola Secundária de Gondomar e frequentava, presentemente, o 2º ano da Licenciatura em Engenharia Informática. Descansa em paz, Diogo.


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Reportagem

“Villa Urbana”:

alguns rostos de um projeto com 17 anos

A “Villa Urbana” de Valbom foi formalmente inaugurada a 28 de novembro de 2003. Agora, 17 anos depois, o Vivacidade visitou esta unidade residencial da Associação do Porto de Paralisia Cerebral e foi verificar o que mudou, ou não, entre 2003 e 2020. Na altura o espaço foi inaugurado pelo então Primeiro-Ministro Durão Barroso. O presidente da Câmara de Gondomar era Valentim Loureiro... Mas há rostos e vidas que, 17 anos depois, ainda fazem da “Villa Urbana” o centro da sua vida. E é com os seus depoimentos – alguns dos muitos que fazem parte da vida da “Villa” – que se escrevem estas linhas...

Foi em finais de novembro de 2003 que a Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC) concretizou um dos seus principais sonhos: a criação de uma unidade residencial que tivesse outras valências e que se assumisse, ainda hoje, como um projeto pioneiro a nível nacional. O então responsável da APPC, Pinto Viana, dizia no dia da inauguração que era “a concretização de um sonho”. E foi em ambiente festivo que se abriram as portas de um espaço – desde sempre assumido como não exclusivamente destinado a pessoas com paralisia cerebral.

> Abílio Cunha

Inicialmente a “Villa” tinha em funcionamento a vertente residencial, o Centro Comunitário, as Atividades de Tempos Livres, o Centro de Atividades Ocupacionais e um serviço de apoio domiciliário. Depois o leque de ofertas foi-se alargando. Presentemente disponibilizam Creche e Jardim de Infância, piscina e ginásio ou desporto adaptado (boccia e tricicleta). Quando desafiados pelo Vivacidade para uma reportagem, da APPC recebeu-se resposta positiva. No entanto, deixe-me dizer-lhe, para contextuali-

zar que não somos os ‘coitadinhos, ‘pobrezinhos’ e muito menos ‘infelizes’!”, disse convicto Abílio Cunha, atual presidente da Direção da instituição. Em 2003 o então Primeiro-Ministro, Durão Barroso, classificou o espaço como “uma das mais notáveis obras do ponto de vista infraestrutural e do melhor que já vi em termos de equipamento social... uma obra magnífica!”. Agora, 17 anos depois, impunha-se saber junto do atual presidente da APPC se ainda considera tal elogio como válido. Abílio Cunha destaca que “a ‘Villa urbana’ continua a ser uma referência a nível de estruturas de apoio integrado às pessoas com deficiência”, salientando o facto de, cada vez mais, o espaço “se assumir como uma unidade aberta à diversidade e à comunidade”, integrando pessoas com e sem deficiência. “Em 2003 era o presidente Pinto Viana que defendia a necessidade de se possibilitar uma melhor qualidade de vida às pessoas com deficiência. Hoje, volvidos 17 anos, reforço esse propósito – mas lamento que atualmente a sociedade ainda tenha certas dificuldades em aceitar a diferença...”, disse Abílio Cunha. Uma casa sem muros e sem barreiras era o pretendido quando o projeto foi elaborado. E conseguiu-se? A resposta vem daqueles que lá habitam e que fazem da “Villa Urbana” a sua residência... E da Paralisia Cerebral condição de vida (mas não facto impeditivo de “viver”).


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Reportagem

> Rui Reisinho

O DJ de serviço Chama-se Rui Reisinho. Tem 43 anos e paralisia cerebral. É natural de Espinho e mora na “Villa Urbana” de Valbom. Profissionalmente é técnico de multimédia na “Ereserv, Urban Solutions” – empresa de Valbom onde no início deste ano conseguiu colocação profissional. Mas o Rui Reisinho não é “só” isso. Também tem uma atividade paralela, de ocupação de tempos livres... Daí que, por muitos, em vez de ser conhecido como Rui Reisinho é o DJ ET – pois costuma ser “disc jockey” em vários espaços de diversão noturna. É através de uma tabela de

> João Lomar

Desportista temporariamente “preso” João Coelho Lomar tem 46 anos e é natural de Barcelos. “Assinalei no dia 22 de novembro 14 anos de vida na ‘Villa Urbana’ de Valbom”, faz questão de referir. Também ele tem paralisia cerebral. E também

letras e números que comunica – contornando assim a impossibilidade de falar por ter paralisia cerebral. Mas a sua outra forma de “comunicar” é a música, que fez dele o DJ ET. Bailarino, designer e desportista (de boccia), recusa-se a estar parado. “Tive uma vida cheia de luta e de projetos”, refere. Alguns atingiu-os; outros nem por isso. A sua mais recente “conquista” foi a empregabilidade. “Consegui colocação na ‘Ereserv’, em Valbom, onde presto o meu contributo a nível de edição gráfica e conteúdos digitais/multimédia”, diz com satisfação. Entretanto também foi “afetado” pela pandemia... E está, presentemente, em regime de teletrabalho mas não se cansa de elogiar a aposta que a empresa fez: “Estamos, na ‘Ereserv’, a desenvolver um projeto de parques infantis e desportivos para pessoas com deficiência. E é de realçar que, em Portugal, não é qualquer empresa que recruta e confia nas capacidades das pessoas com deficiência”, destaca. Este confinamento “forçado” não é minimamente do seu agrado. “Não gosto de estar fechado nem de me sentir preso... Mas compreendo que a saúde pública – e a minha saúde – são coisas a ter em conta”, comenta. Eterno defensor da autonomia e da liberdade, Rui Reisinho é uma das mais constantes vozes na defesa dos direitos das pessoas com deficiência. “Aquilo que defendo em relação ao trabalho, à sexualidade, as acessibilidades e à independência fazem com que algumas pessoas me considerem um contestatário. Que até o seu...”, diz. ele, como muitos mais, tem vivido os mais recentes meses num confinamento muito específico... “Viver aqui deu-me muita independência de vida, coisa que até então nunca tive”, diz com satisfação. Porquê? Porque “sinto-me livre e sinto que tenho a minha casa”. Mas os últimos meses foram diferentes para João Lomar. “Durante estes meses de confinamento não me foi possível manter os treinos daquela que é a minha paixão: a Tricicleta”, lamenta-se... Já com vários títulos nacionais e internacionais de Tricicleta, João Lomar conseguiu encontrar alternativas ao confinamento: “Encontrei duas soluções! Aulas por vídeo-chamada e, depois, treinos diários de 45 minutos nas várias rampas que a ‘Villa Urbana’ tem”. Desde 2015 a tricicleta tem sido fundamental no seu plano de vida. “No dia em que tudo voltar à normalidade quero regressar aos treinos semanais de Tricicleta (em pista) e terminar um sonho que ia ser realizado no Verão de 2020” – que era fazer um Mergulho Adaptado em alto mar, perto da cidade de Vigo. Quanto ao futuro espera que possa acontecer na “Villa Urbana” – espaço para o qual até sugere melhorias, nomeadamente a nível de espaços exteriores cobertos.

História da APPC e da “Villa” A Associação do Porto de Paralisia Cerebral é uma Instituição Privada de Solidariedade Social, com mais de quatro décadas de vida, situada no Porto e Gondomar. No total de serviços a Associação do Porto de Paralisia Cerebral conta com cerca de 2.600 clientes (com e sem deficiência), 23.000 atendimentos/ano, mais de duas centenas de funcionários e uma vasta equipa de voluntários [dados referentes a 2019]. A “Villa Urbana” de Valbom acolhe, em regime de habitação permanente, em apartamentos individuais (tipologias T1, T2 e T3), 32 pessoas com Paralisia Cerebral. A unidade residencial é constituída por 14 casas independentes, repartidas por dois pisos, construídas de raiz a pensar nas necessidades de uma pessoa com paralisia cerebral. As habitações foram projetadas para resolver questões essenciais da rotina diária de cada indivíduo, nomeadamente a nível de mobilidade, alimentação e higiene pessoal. E é na “Villa” que se confrontam com as habituais barreiras (de acessibilidades, de comunicação, de emprego, dos preconceitos e da cidadania). Esta valência funciona 24 horas por dias durante os 365 dias do ano. 366, neste ano de 2020...

> António Magalhães

“Pensador” e insatisfeito António Magalhães – ou apenas “Tó”, como prefere que o chamem... – também mora na “Villa Urbana” de Valbom. Desde 2005 que faz deste local o centro do seu universo. Mas, esclarece, “o meu univer-

so é bem maior que isto... é a freguesia, o município e o mundo!”. Aos 60 anos António Magalhães tem já outra maneira de “analisar” a sociedade. “Ainda não somos uma sociedade verdadeiramente inclusiva e que respeita a diferença”, diz com tristeza. Mas, admite, algo tem vindo a mudar nestes anos mais recentes. Não tendo atividade profissional, António Magalhães faz da “sua” paralisia cerebral o mote para sensibilizar os outros para tal realidade. Daí que, enquanto voluntário, colabora a nível de aulas de Cidadania em vários estabelecimentos de ensino (enquanto convidado). “Curiosamente, ou nem por isso, é junto das crianças e dos jovens que encontro uma maior abertura para a diversidade”, esclarece. Pensador e ocasional criador de conteúdos, faz da palavra escrita uma das suas ocupações. “Se tenho opinião? Sim, claro! E sempre a pensar nas pessoas com deficiências e numa sociedade que, em muitos casos, ainda opta por nos ostracizar...”, conclui.

> Companhia era uma vez teatro

Teatro “confinado” mas em atividade Dos vários projetos existentes na APPC a companhia “Era uma vez... Teatro” será talvez dos mais curiosos. Assumindo-se como um projeto inclusivo que pretende sensibilizar a sociedade para as capacidades artísticas das pessoas com deficiência, desde 1997 que este grupo dá a conhecer, anualmente, uma média de duas produções. Juntam pessoas com e sem paralisia cerebral. Apostam na qualidade e num trabalho que implica muita preparação, discussão e ensaios. Mónica Cunha, encenadora da companhia, comenta com algum desa-

lento as limitações “impostas” nestes últimos meses por uma inesperada pandemia. “Mas mesmo assim, com elementos do grupo em confinamento (ou em casa, por decisão pessoal), não deixamos de trabalhar enquanto grupo”, diz a encenadora. Além do teatro, em setembro de 2020 a Companhia produziu e realizou a sua primeira curta-metragem (intitulada “Raiz”). E “mesmo amadores, fazemos do profissionalismo dos trabalhos que se apresentam algo de imperativo”, assumindo-se como um espaço de partilha que facilita o intercâmbio com outras instituições e artistas emergentes.


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VIVACIDADE

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Sociedade

Contacto telefónico e digital são preferenciais para AdG Tendo em conta a atual situação pandémica que se vive no país a empresa Águas de Gondomar tem vindo a solicitar aos seus clientes que privilegiem o contacto telefónico ou por meios digitais em vez do atendimento pessoal. Apesar desta solicitação a AdG mantém o atendimento presencial quer na loja-sede quer no balcão da Loja do Cidadão. A empresa garante desde logo o mesmo nível de qualidade no atendimento à distância no que diz respeito aos diferentes serviços prestados sejam esclarecimentos,

comunicação de leituras, pedidos de ligação urgente ou qualquer outro. As linhas de apoio que funcionam através dos números 224660200 e 224660295 ou do email geral@ aguasdegondomar.pt foram reforçadas apesar dos seus colaboradores se manterem em teletrabalho. Mesmo no caso da data limite da fatura tenha sido ultrapassada, antes de se dirigir às instalações da AdG, poderá contactar a empresa para lhe serem fornecidos novos dados para pagamento. Para melhorar o seu serviço no atendimento à distância a AdG criou ainda um novo canal, o chat online que funciona diretamente através do site da empresa: www. aguasdegondomar.pt. Com este pedido a Águas de Gondomar pretende promover a adoção de comportamentos respon-

sáveis, acautelando a proteção individual e coletiva e a segurança sanitária, através de medidas de prevenção e segurança, que aju-

dem a quebrar a cadeia de transmissão do coronavírus, protegendo os seus clientes, colaboradores e parceiros, e a sociedade em geral. ▪

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Sociedade

Metro até São Cosme será uma certeza

O Presidente da Câmara Municipal de Gondomar declara que, “hoje, podemos dizer com toda a certeza que teremos metro até S. Cosme” e contextualiza que, inicialmente, em 2008, o Município tinha previsto acolher dois projetos, um via Rio Tinto- Baguim do Monte- Fânzeres e, outro Campanhã-Freixo-Valbom-Feira de Gondomar. “Na altura, em 2010, foi decidido que ficava só até Fânzeres a linha que seria para continuar até Gondomar, entretanto sempre defendi que a prioridade deveria ser realizar a ligação direta da rede existente até ao Souto e a Valbom”, refere o autarca constatando que desde então nunca desistiu do projeto e sempre o acompanhou junto da Metro do Porto. Mais tarde, em 2016, o edil de Gondomar revelou que o governo comprometeu-se em realizar um conjunto de estudos para decidir que linhas deveriam avançar e, “foi aí que percebemos que a linha do Freixo não tinha pernas para andar” porque não cumpria os critérios exigidos de procura. Para Marco Martins, o assunto não poderia ficar por aqui e era urgente para o Autarca criar uma solução, uma alternativa para realizar este projeto, para realizar este novo traçado e, teve uma ideia de um percurso alternativo que irá passar por baixo da A43 e irá passar pelo vale de rio tinto num viaduto. “Na altura realizamos logo um pré projeto de uma possível ligação a uma zona mais a norte para ligar em vez de ser à feira, fazer a liga-

Foto DR

Um dos projetos mais esperados pelos Gondomarenses está aprovado. No total contaremos com um percurso de 6,7 quilómetros, nove estações e um investimento que rondará os 140 milhões de euros.

> Futura Linha do Souto

ção pelo Souto e fomos desenvolvendo esse trabalho com a Câmara do Porto afinando com o seu presidente que sempre foi inexcedível nesta matéria comigo e, em 2019, estabilizamos o traçado, em janeiro de 2020 começaram a ser feitos os estudos”. O autarca explica que, em fevereiro de 2020 deu-se à assinatura protocolar da Metodologia dos Estudos entre a Área Metropolitana do Porto e o Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, na Câmara Municipal de Gondomar. Em outubro deste ano os estudos estavam concluídos e, em novembro o Ministro do Ambiente validou e tornou público as linhas que iriam ser executadas, sendo que Gondomar encontra-se na lista. Para Marco Martins “agora, Gondomar encontra-se nas prioridades para avançar” e já marca presença no Programa Nacional de

Investimentos (PNI). Para o autarca este novo traçado tem uma vantagem fundamental que passa pela realização da ligação direta com a rede, com esta linha a zona Oriental do Porto ficará mais próxima aos centros de Valbom e de Gondomar. A empreitada que terá um custo de 140 milhões de euros apresenta um percurso com nove estações e, na sua totalidade irá ter aproximadamente 41 mil validações diárias sendo que, em princípio, irão usufruir deste investimento aproximadamente 80 mil gondomarenses “que são quem mora em São Cosme, em Valbom, os que habitam na parte mais a sul de Fânzeres e todo o alto concelho”. O Autarca explica ainda que este projeto fará com que o Souto “se torne numa grande interface com o transporte rodoviário proveniente do Alto Concelho”.

O Presidente adianta ainda que as regras de contratualização pública o impedem de revelar uma data precisa do arranque da obra, mas o cenário mais favorável na sua perspetiva é que no início de 2021 o concurso seja lançado para o projeto de execução e, só em 2022 é que essa parte fique concluída. Posteriormente, em 2023, será lançado, novamente o concurso para a realização da empreitada e, só depois, no final do ano de 2024 é que o Município terá uma nova linha de Metro, “o certo é que conseguimos, Gondomar terá esta linha”. O custo da obra para o Município até ao momento quanto a projetos tem sido aproximadamente 60 a 70 mil euros. Para Marco Martins, não restam dúvidas de que o dia em que presenciar a inauguração da empreitada será, enquanto autarca, o dia mais feliz da sua vida. ▪


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Sociedade

Na frente de batalha com a Proteção Civil de Gondomar Ao longo destes anos os agentes da Proteção Civil tem assumido um papel de guardiões de Portugal. Diariamente homens e mulheres colocam o medo de lado e vão para frente de batalha defender os seus cidadãos e salvaguardar a sua segurança. Todos os Municípios possuem a sua unidade e o VivaCidade foi conhecer melhor e acompanhar uma operação ao lado das equipas de Gondomar. À chegada ao GoldPark fomos recebidos por Paulo Guedes, coordenador da Proteção Civil de Gondomar, que abriu as portas das instalações onde as equipas encontram-se diariamente e onde começou por nos explicar a dinâmica diária do Centro de Operações. “Aqui no Gold Park funcionam quatro núcleos, temos o núcleo de gestão administrativa, o núcleo de Proteção Civil, a Polícia Municipal e a Divisão de Fiscalização que são chefiadas pelo Comandante Artur Teixeira”, quanto a divisão de fiscalização e a Proteção Civil são coordenados por Paulo Guedes. Por consequência da COVID-19 “de momento, a quantidade de elementos dentro das instalações foi reduzida, estamos a trabalhar em espelho, há dois turnos diferentes à exceção da Proteção Civil e da Polícia Municipal que já tem os turnos instituídos”. No que concerne à Proteção Civil esta encontra-se dividida no local por quatro secções. Temos a parte técnica que se encontra na responsabilidade do arquiteto Jorge Sousa, nesta secção o arquiteto entra em campo quando é necessário avaliar alguma estrutura. Na parte do Planeamento assume as rédeas Sérgio Sousa, é ele o responsável por elaborar tudo o que seja planos, inclusivamente foi ele quem elaborou o Plano de contingência da Câmara Municipal de Gondomar. Na Parte da Logística o comando é de Patrício Ramalho, é ele que assume a responsabilidade no que toca a aquisições de materiais necessários para o funcionamento do departamento. E, por fim, temos a parte operacional que segundo Paulo Guedes “como o próprio nome indica é

tudo o que é operacional, se for necessário balizar alguma coisa, se for preciso ir ver qualquer situação que ocorreu são os operacionais que arrancam” para o teatro de operações. No espaço podemos observar cinco monitores que controlam o concelho de Gondomar. Um dos monitores serve para exibir as notícias ao minuto, o segundo monitor demonstra as condições constantes e atualizadas quanto à meteorologia, aos ventos e aos riscos de sismo. O terceiro monitor controla as ocorrências dos cinco corpos de bombeiros do Município e o quarto faz a monitorização gráfica em termos de localização, através deste monitor é possível controlar onde estão os meios de socorro dos Corpos de Bombeiros, explica-nos Patrício Ramalho. Ainda temos o quinto monitor com as Câmaras que se encontram espalhadas pelo Município de Gondomar que têm o intuito de alertar para focos de incêndios. É com Patrício Ramalho, com o Comandante Artur Teixeira e com a Coordenadora da Segurança Social de Gondomar, Olivia Silva, que partimos para uma operação no Lar de Atães, onde vamos perceber como funciona a dinâmica de uma operação a um local infetado com COVID-19. No local estão 15 utentes infetados devidamente isolados, segundo as normas da Direção Geral da Saúde. A equipa desloca-se para este lar com o intuito de realizar uma avaliação do espaço e constatar se todas as medidas estão a ser seguidas. Na chegada e, após uma reunião com a administração do espaço, é hora de equipar para entrar na área contaminada. É com Patrício Ramalho que fica a responsabilidade de equipar bem e de forma segura os agentes que vão proceder à entrada, ninguém se equipa sozinho. Após a fiscalização realizada há um processo a ser seguido para desequipar os agentes, novamente a ajuda de Patrício é requisitada, é extremamente importante que o protocolo seja seguido para salvaguardar a segurança de todos os envolvidos. Segundo o Maestro da Operação, Artur Teixeira o lar está a cumprir todas as normas à risca, “este lar tem todas as condições de manter aqui de forma segmentada os utentes, ou seja, os negativos ficam separados dos positivos” e até ao momento o lar tem conseguido dar resposta à situação com os seus próprios recursos humanos. Para além dos utentes infetados há três funcionários do Lar que se encontram contaminados e estão

isolados. A atuação da equipa revela-se essencial para colaborar com a gestão organizacional do lar face ao problema apresentado. O agente da Proteção Civil, Patrício Ramalho, desabafou como tem sido a vivência na linha da frente com esta pandemia, “em março e abril, só folguei no final de abril, porque trabalhei todos os dias em média de 12\16 horas por dia. Na altura como era tudo novo tivemos aqui um trabalho muito intensivo de planeamento e de estudo que nos obrigou a muitas horas de literatura, porque isto não é só fazer é necessário uma organização de logística e uma organização de planeamento porque inicialmente tínhamos dificuldades a nível de recursos de equipamentos, porque na altura houve um ‘boom’ muito grande, mas conseguimos ter uma boa capacidade de respostas”, o responsável sublinha ainda a importância da Autarquia no fornecimento de recursos de proteção individual às Corporações de Bombeiros “os bombeiros têm essa dificuldade por parte das entidades competentes, nomeadamente a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e do Instituto Nacional de Emergência Médica. Aliás tem havido uma polêmica institucional devido a esta

carência, porque estes equipamentos acabam por ficar extremamente caros às Associações Humanitárias que são quem de facto estão na frente de batalha, não têm suporte financeiro, porque no início da crise pandémica posso dizer que um equipamento descartável chegava a custar 60/70 euros, obviamente que agora os preços baixaram, mas um equipamento completo descartável, atualmente, andará na casa dos 25/30 euros”. Para Patrício a situação mais complicada que teve de lidar desde o início da pandemia foi a evacuação do lar de idosos ilegal, “obviamente que somos humanos e ao presenciarmos a idade das pessoas, o estado de saúde, a carência afetiva e a tristeza que eles estavam a sentir por ir para outro sítio, são situações que nos marcam”. Para Patrício Ramalho há vários fatores que são importantes para o sucesso de uma equipa “temos o fator comunicação, o fator profissionalismo, o fator entrega e o fator liderança/coordenação”, para o profissional esta equipa multidisciplinar entre entidades “tem sido muito gratificante de trabalhar”. Para estes profissionais a palavra chave é o trabalho em equipa, porque como Paulo Guedes relata “aqui eu costumo dizer que não há Cristianos Ronaldos”. ▪


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STCP reforça linhas de autocarro A oferta da rede STCP – Sociedade de Transportes Colectivos do Porto foi aumentada no dia 23 de novembro, e por um período de cerca de três meses, através do reforço de seis linhas que circulam nos seis concelhos onde a STCP tem operação (Porto, Gaia, Gondomar, Maia, Matosinhos e Valongo). Segundo a empresa as linhas aumentadas foram identificadas como linhas de maior procura pelos passageiros, principalmente nos períodos de ponta da manhã e da tarde, alturas em que há registos de procura excessiva para a oferta, atualmente, praticada. As linhas que serão reforçadas são: 501, 600, 703, 800, 801 e 907. Este reforço estará ativo aos dias úteis e nos horários denominados “Normais”, pelo que não estará em funcionamento nos dias de períodos de férias escolares. As linhas 800 (Bolhão-Gondomar) e 801 (Cordoaria- São Pedro da Cova) o reforço é ao

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Sociedade

longo de todo o dia. A entidade salienta ainda que continuam a realizar ações de higienização e desinfeção das viaturas diariamente, de modo a reduzir potenciais riscos de contaminação e que os veículos das novas linhas subcontratadas respeitarão as mesmas condições, condição que foi exigida na contratação realizada. ▪

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e um 2021 cheio de luz!


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Restrições da época Festiva e Plano Nacional de Vacinação A entrada do novo ano de 2021 é dado com um passo de esperança para o fim da pandemia que marcou o ano 2020, dado que a vacina tanto ansiada chegou ao mercado mundial. Para Portugal, apenas no próximo ano é que serão administradas as primeiras vacinas, no entanto até lá, esta época festiva será marcada por novas restrições já anunciadas. Enquanto esperamos a vacina chegar a Portugal, no passado Sábado o Governo Central liderado por António Costa apresentou as medidas a ser respeitadas no Natal e no Ano Novo. Para o Natal foi anunciado que

haverá a permissão de circulação entre concelhos nos dias 23, 24, 25 e 26 de dezembro e que na Véspera de Natal os cidadãos portugueses poderão circular na via pública até às 02h da manhã. No que concerne à restauração no Natal foi indicado que nas noites de 24 e 25 de dezembro poderão estar abertos até às 01h da manhã e, no dia 26 de dezembro podem servir almoços até às 15h 30 min. O Governo aconselha ainda que nesta época Natalícia evitem encontros com muitas pessoas e apela ainda à população uso de máscara e que optem por espaços mais abertos e arejados. Respeitante ao Ano Novo, as medidas serão mais restritas em comparação ao Natal. A circulação entre Municípios está proibida entre as 00h do dia 31 de dezembro e as 5h da manhã do dia 4 de janeiro. O único alívio será na noite de passagem de ano em que a circulação na via pública será permitida até às 2h da manhã, no entanto no dia 1 de janeiro passa para as 23h. O Primeiro Ministro anunciou ainda que PUB

não será autorizada a realização de festas públicas na noite de Ano Novo, nem ajuntamentos com mais de seis pessoas. No que diz respeito à restauração, estes poderão funcionar na noite de 31 de dezembro até à 1h da manhã e, no dia 1 de janeiro de 2021, poderão servir até Às 15h30min. O ano de 2021 começa com o pé direito com o anúncio da vacina e a divulgação do plano de vacinação por parte do Governo Central. O Plano de Vacinação encontrase dividido em três fases. Numa primeira fase, foi anunciado que a prioridade será vacinar cerca de 400 mil pessoas com idade igual ou superior a 50 anos, com pelo menos uma das seguintes patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária, Insuficiência renal (TFG< 60ml/min) e DPOC ou doença respiratório crónica. Ainda na primeira fase serão vacinados 250 mil cidadãos que sejam profissionais e residentes em lares e instituições similares e profissionais e internados em unidades de cuidados continuados. Em simultâneo, respeitante à primeira fase a vacina será

administrada em mais 300 mil pessoas que desempenham as funções de profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados a doentes e a profissionais das forças armadas, de segurança e de serviços críticos. Até ao momento na segunda fase de vacinação serão vacinados cerca de 1.8 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 65 anos com ou sem patologias e mais 900 mil pessoas que tenham idade entre os 50 e os 64 anos com pelo menos uma das seguintes patologias: Diabetes, Neoplasia maligna ativa, Doença Crónica (TFG> 60ml\min), Insuficiência hepática, Obesidade (IMC >35KG\ m2) e Hipertensão Arterial. Quanto a terceira e última fase as vacinas serão administradas à restante população residente em Portugal, serão ainda definidos um terceiro e quarto grupo prioritário, caso os calendários sejam adiados. Os grupos da terceira fase são revistos consoante o ritmo de entrega das vacinas. A vacinação será assegurada pelo Serviço Nacional de Saúde. ▪ PUB


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“Vamos salvar Portugal” da Pandemia A Câmara Municipal de Gondomar aderiu ao projeto-piloto com a ARS-Norte (Administração Regional de Saúde do Norte) apelidado por “Vamos Salvar Portugal”. A iniciativa é composta por uma equipa de vinte pessoas que têm a responsabilidade de contactar todos os casos que testaram positivo e quebrar as cadeias de transmissão. Há sensivelmente duas semanas, Gondomar registava 2100 casos e com a implementação desta iniciativa o Município regista esta semana 1600 casos positivos.

A equipa de vinte pessoas é composta por cinco médicos dentistas que se encontravam sem consultas, dez militares e cinco funcionários da Autarquia que se uniram para colmatar uma lacuna do sistema nacional no que concerne à capacidade de resposta em contactar os infetados e os possíveis contactos que desencadeiam as cadeias de transmissão. Caso seja necessário este número de operacionais será reforçado, no entanto até ao momento tem sido suficiente para dar resposta às necessidades. A iniciativa encontra-se dividida em três fases. Em primeiro lugar, é realizado o contacto com o gondomarense que testou positivo que, por sua vez, irá preencher um inquérito online a indicar os contactos que esteve nos últimos dias (familiares, amigos, colegas de trabalho, entre outros). Depois, a segunda fase corresponde ao contacto com as possíveis pessoas que se encontram na cadeia de transmissão do primeiro indivíduo e, nesse momento, será determinado se o mesmo terá ou não de ficar confinado tendo em conta os seus sintomas. Quanto à terceira e última fase, é realizado uma monitorização de sintomas por um profissional de saúde e será da competência desse mesmo médico indicar a realização de um novo teste ou de dar alta ao paciente.

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Iolanda Lino Gerente Intemporal Rua do Monte de Crasto 25 4420-210 Gondomar Site: http://gabineteintemporal.pt/ Telefone: 22 242 6225 E-mail: gabineteintemporal@gmail.com

Estes 20 agentes tiveram uma formação de três dias na Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) e segundo o Presidente da Autarquia, Marco Martins, os mesmos estão capacitados para emitir declarações que, posteriormente, são enviadas por email para que os infetados possam justificar as faltas ao trabalho e para requerer o pagamento de baixa à Segurança Social. O autarca revela que, antes do projeto entrar em ação, “havia 1800 inquéritos em atraso” e na sexta feira passada (4 de dezembro) existia apenas 56 pendentes que seriam contactados ao longo do dia. Para o edil de Gondomar "não era humanamente possível à delegação de saú-

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de fazer tantos contactos. Os profissionais de saúde estavam e estão a dar o seu melhor, mas de facto houve uma altura que com o pico era impossível, portanto a ARS lançou o desafio a alguns Municípios e Gondomar foi o primeiro", os respetivos contactos realizados pela delegação de saúde demoravam em média cinco a seis dias para falar com os casos positivos e só ao oitavo\nono dia é que os possíveis contactos de transmissão estavam a ser contactados. Esta iniciativa do “Vamos Salvar Portugal” pretende assim quebrar com as cadeias de transmissão e aliviar a pressão imposta no sistema nacional. Até ao momento, o projeto tem-se revelado bastante eficaz. ▪

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"A empresa 'O Nelo' que é o principal construtor mundial de canoas, e que é nosso patrocinador, terá mesmo dito que este seria o melhor local do país para fazer canoagem" É no alto concelho, mais propriamente na Freguesia de Covelo, que se encontra sediada a Associação Douro Canoa Clube. À conversa com o VivaCidade esteve presente Carlos Cunha, Presidente do Clube, Osvaldo Ferreira, Tesoureiro e Jose Moreira, Vice-Presidente. Comecemos pela história do clube, como é que o clube nasceu? Carlos Cunha: Douro Canoa Clube surgiu há cerca de 10 anos, iremos completar o nosso aniversário agora no fim de dezembro. O seu surgimento deve-se a uns oito atletas, sendo que seis deles pertenciam à seleção nacional, na época os atletas encontravam-se a treinar num outro clube, na altura o treinador que eles tinham foi dispensado e como quiseram continuar a trabalhar com esse treinador nasceu a ideia e foi fundada a Associação. No início, com a ajuda da escola das Medas foi-nos cedido um espaço no edifício da instituição e foi assim que tudo começou e, atualmente estamos aqui sediados em Covelo. Atualmente, o clube funciona 12 meses por ano e paramos apenas uma semana no fim do verão, dado que a época vai de janeiro a dezembro, no entanto, as provas começam em março e estendem-se até finais de setembro, mas como é óbvio os atletas têm de treinar ao longo do ano. Há cerca de um ano ganharam uma nova sede em Covelo, como é que tem sido a experiência para vocês e como é que vos têm beneficiado? CC: Esta nova sede surge na sequência das obras de requalificação da Via Marginal. Anteriormente, as instalações que nós tínhamos colidia um pouco com um projeto que eles (Câmara e Junta de Freguesia) tinham para o local e a Câmara Municipal de Gondomar e a Junta de Freguesia perguntou se nós não queríamos mudar para esta nova sede. Claro que esta nova sede é um sítio melhor, da nossa parte foi um grande esforço porque tivemos que pegar na casa toda e transferi-la para este novo espaço, tivemos que andar a fazer obras, tivemos que investir dinheiro que é sempre muito escasso, mas ficamos felizes com a mudança porque este local é muito mais visível e notamos até que a comunidade começou a olhar para nós de outra maneira, começamos a ser mais vistos, mais valorizados

e começamos a ter até mais atletas. Tocou num ponto muito importante, quantos atletas têm de momento? Qual a faixa etária? Qualquer pessoa pode vir aqui treinar? CC: Neste momento, nós temos cerca de 40 atletas e a treinar diariamente temos 20, não quer dizer que sejam sempre os mesmos a treinar. Há um grupo que treina mais "a sério" e que treina todos os dias no rio, isto porque são atletas de alta competição, esses nunca falham, por norma realizam oito treinos por semana, treinam todos os dias e ao sábado fazem da parte da manhã e da parte da tarde. Depois temos desde os meninos de 9 anos que vêm cá para o grupo de iniciação, esta é a idade mínima para poderem começar a treinar e a partir desta idade todas as categorias são admissíveis, no entanto é certo que depois dos 17\18 anos, quem nunca fez canoagem e quiser fazer canoagem de competição já está fora de tempo. Mas temos cá veteranos, que veem ao clube e nós nunca dizemos que não a ninguém e quanto mais pessoas tivermos, acredito que mais fortes seremos. Como é que funciona as vossas inscrições? Como é que a população interessada pode entrar em contacto com vocês? Há a obrigatoriedade de pagar alguma cota? CC: Os interessados podem vir cá à nossa sede -qualquer dia a partir das 18h e ao sábado ou ao domingo de manhã são as melhores alturas para visitar- também podem enviar-nos email (dourocanoaclube@gmail.com). Não temos número de telefone, mas temos uma página online e no Facebook é só procurarem por Douro Canoa Clube. A inscrição não tem nenhum custo de pagamento, portanto o que pedimos e se assim o quiserem porque não é obrigatório, é que os pais e os familiares se tornem sócios do clube, atenção nós pedimos, não é uma exigência. Caso se torne sócio, a cota anual tem um custo de 20 euros. Também oferecemos o equipamento de rio, e o transporte. Quanto às provas, normalmente não há custos de participação. Temos provas desde o Algarve até Mirandela. Este ponto onde vocês se encontram e treinam é umas das melhores áreas de treino, certo? CC: Muita gente reconhece isso e até muitos outros clubes veem cá treinar também, às vezes até dá-se um certo excesso de atletas na água que, por vezes, causa alguns constrangimentos, mas a verdade é que o nosso hangar está pertíssimo da água, as águas são paradas o que é excelente para a prática de canoagem, se quisermos fazer um percurso mais longo e com águas mais mexidas vamos para fora (alto rio), se nós tivéssemos que idealizar um local para a prática de canoagem não conseguimos algo melhor que esta. Aliás o "Nelo" que é o principal cons-

trutor mundial de canoas, e que é nosso patrocinador e que nos tem ajudado desde o primeiro dia com ofertas de alguns barcos, terá mesmo dito que seria o melhor local do país para fazer canoagem. Sentem o reconhecimento da população? CC: Não sei se já chegamos aí, sei que já quebramos o primeiro gelo. Por parte da Junta de Freguesia, por acaso desde o primeiro dia, desde o primeiro pedido que nós fizemos que fomos bem recebidos e acolhidos e, claro que este projeto tem sido algo que tem vindo a crescer, porque no início havia alguma desconfiança sobre a nossa intenção. O nosso único propósito é colocar os jovens a praticar canoagem, a intenção é colocá-los na água, colocá-los a praticar desporto, que é algo que lhes faz bem e é uma maneira deles desenvolverem um estilo de vida saudável. Quanto a projetos/objetivos futuros, vocês têm algum em mente? CC: Em termos de objetivos, o nosso principal objetivo é em termos de classificação de ranking a nível nacional, posso dizer que no ranking existem mais de 40 clubes e o Douro Canoa Clube, na última época do ano passado ficamos em 15º lugar, o que para um clube que tem 10 anos, que está a começar e que enfrenta muitas dificuldades financeiras não está nada mau, claro que nós queremos sempre mais. Portanto, o nosso principal objetivo é instalar-nos na primeira divisão entre os 10 melhores clubes a nível nacional, que estamos quase, não falta muito e a partir daí vai passar por ter atletas na seleção nacional que também é o nosso objetivo, não sei se este ano

vamos conseguir, mas a breve prazo penso que iremos conseguir. Abordou o ponto das dificuldades financeiras, como é que o clube se encontra de momento nesse setor? CC: Um clube deste sem receitas próprias é sempre muito difícil de gerir, portanto nós recorremos à direção. A Câmara tem nos ajudado imenso, mesmo financeiramente tem nos ajudado desde o primeiro dia, mas se não tivermos um rendimento próprio, como um bar, vai ser muito difícil, o nosso objetivo vai ser criar um local onde possamos obter alguma receita que nos possa auxiliar, porque até a este nível onde estamos ainda vamos conseguindo colmatar as despesas, agora como queremos aumentar e crescer, vamos ter que arranjar uma fonte de receita que nos permita lá chegar. Mas aproveito para agradecer às entidades -Câmara Municipal e a Junta de Freguesia- por todo o apoio que nos tem vindo a dar, claro que não chega e que não é suficiente, mas têm sido excecionais no apoio que nos tem dado. Osvaldo Ferreira: O nosso orçamento anual não chega para às despesas que temos e apelamos às forças vivas, não só das freguesias de Foz do Sousa e Covelo, mas como concelho de Gondomar que nos queiram patrocinar, temos aqui um espaço amplo junto a um dos lugares mais bonitos e mais visíveis de Gondomar que é a Angra da Marina, na zona de Covelo, temos espaços no Pavilhão que cedemos basta entrar em contacto connosco para que as pessoas possam colocar a sua publicidade é um local aprazível e visível, eu acredito que seja uma oportunidade para as empresas que queiram fazer publicidade à sua marca. ▪


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Movimento Cívico acusa Autarquia de “empurrar com a barriga” problema das Águas de Gondomar No dia 24 de novembro, pelas 8h 30min, o Movimento Cívico em Defesa dos Interesses dos Consumidores das Águas de Gondomar tomou a iniciativa de entregar tanto na Câmara, como na sede das Águas uma carta aberta e mais de 6000 assinaturas de gondomarenses recolhidas em julho nas petições online e presenciais. O intuito do Movimento com esta ação era obter respostas por parte da administração da empresa, bem como o executivo camarário que na reunião realizada com as entidades não foram respondidas. No local a abordagem não foi a desejada por este grupo de pessoas dado que, segundo os mesmos, na sede das Águas de Gondomar foram recebidos pela Empregada de limpeza que no qual prometeu que iria fazer chegar o

documento à administração. Já na Autarquia o Movimento revela ter sido “surpreendido pela recusa tanto da parte do Segurança, como da rececionista em receber o dito envelope, mesmo após várias chamadas feitas para os seus superiores” , o envelope acabou por ficar em cima do balcão ao cuidado de Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, “esperando que este mereça a sua atenção”, conclui o porta voz do Movimento. O Movimento Cívico em Defesa dos Interesses dos Consumidores das Águas de Gondomar faz questão de relembrar que “no passado mês de julho foi-nos prometido que voltaríamos a reunir em setembro e que, entretanto, iam pensar numa solução para atenuar este problema. O que nos deixa com a sensação de que o atual executivo prefere “empurrar com a barriga” em vez de procurar uma solução”, o Movimento Cívico garante ao VivaCidade que pretende relembrar que está “vivo” e que continuará a reivindicar até ter uma solução. Contactado pelo VivaCidade, o Presidente da Câmara Marco Martins esclarece que não tinha conhecimento prévio de que o Movimento iria dirigir-se à Câmara Municipal para entregar o envelope. O autarca refere que “o que o Movi-

mento decidiu fazer com meia dúzia de pessoas foi uma surpresa com a imprensa”, o edil acrescenta ainda que quando soube do sucedido “liguei ao Vereador do Ambiente, José Fernando que estava a caminho da LIPOR e mudou a sua rota de propósito para ir ter à Câmara, quando lá chegou por volta das 9h 35 min para recebê-los, eles já tinham ido embora. Portanto, o que eles quiseram fazer foi só um número para a Comunicação Social. Não houve nenhum contacto prévio, nem houve nenhuma falta de compromisso para com eles”. O Autarca acrescenta ainda que: “Quando nós nos reunimos com o Movimento este alegou um conjunto de situações, de consumos elevados, de faturas com valores diferentes, de problemas relacionados com os contadores e ficaram de nos enviar suporte documental que alegadamente tinham para depois reunirmos com as Águas de Gondomar, e pediram-nos também o envio do contrato de conceção, contrato esse já enviado pela Câmara, mas até hoje, nunca recebemos nada por parte do Movimento. Por isso, o Município ainda continua à espera dos tais documentos e das transgressões que o Movimento alega ter e que nunca, até hoje, nos fizeram chegar”.

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Quanto à empresa Águas de Gondomar foinos comunicado que: “Confirmamos a receção do referido documento. Quanto a não terem sido recebidos, é estranho que tal seja referido porque não havia qualquer agendamento e, à hora em que ocorreu, perto das 8h30, o secretariado ainda não está a funcionar. Acresce que quando tocaram à campainha e foram atendidos pela colaboradora que estava a prestar o serviço de limpeza, limitaram-se a dizer que pretendiam entregar um documento, o qual foi recebido e imediatamente entregue ao diretor Administrativo e Financeiro que se encontrava na empresa. Quanto à carta apresentada esta reproduz as mesmas questões que nos foram colocadas na reunião presencial que mantivemos com os membros do Movimento e às quais tivemos oportunidade de responder. Entendemos que o Movimento está esclarecido já que não indicou qualquer endereço para receber uma eventual resposta. E, no que concerne ao contrato de concessão este tem previsto um mecanismo para a atualização anual dos preços que depende apenas da evolução de determinados índices estatísticos. Ainda assim, estamos em conversações com a Câmara Municipal de Gondomar”. ▪ PUB

Boas Festas!


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Gondomarense vence concurso Miss Queen Porto 2020 É com duas décadas de vida que Olivia Azevedo de Rio Tinto, venceu o concurso de Miss Queen Porto 2020, a Gondomarense irá agora representar o distrito na final nacional. Atualmente é aluna do ISCAP e encontra-se a tirar o curso de Marketing. Os seus tempos livres são divididos entre os projetos em que se encontra inserida (tais como a Associação HeForShe que defende a igualdade de géneros), entre a sua família e os seus amigos, que para a jovem são o seu maior pilar e a prática de exercício físico. A sua candidatura ao concurso surge “numa brincadeira, foi durante o isolamento, por volta de abril. Eu já tinha uma amiga que já tinha concorrido no ano passado e aconteceu de simplesmente estar no Instagram e aparecer uma publicação dela no concurso e eu pensei, vamos investigar um pouco e foi aí que decidi candidatar-me”. Eternizado para Olivia ficará o momento em

que foi anunciado que tinha sido vencedora da Miss Queen Porto 2020, “lembro-me perfeitamente desse momento, porque foi um misto de emoções, sei que trabalhei muito houve pequenos pormenores em que eu sei que falhei e que estava convencida que poderia não ganhar por causa dessas questões, no entanto, no final, quanto foi anunciado a vencedora, como os familiares das candidatas não puderam assistir devido à pandemia eu lembro-me olhar para o fundo do salão e quando anunciaram o meu nome e estar lá numa janela na rua a minha mãe, foi muito emocionante, porque sem a ajuda da minha mãe, acho que não seria possível, porque eu tenho tanta coisa agora para fazer que se não fosse a minha mãe a organizar-me eu perdia-me.” Neste momento estou a realizar ou a tentar realizar porque isto está um pouco complicado por causa da pandemia um projeto ambiental juntamente com a Junta de Freguesia de Rio Tinto, não posso adiantar muito sobre o mesmo, porque ainda estamos no início, mas é um projeto que visa a reciclagem e a reutilização dos produtos e é essa a principal causa” explica Olivia, enquanto Miss a jovem defende ainda mais duas mensagens que lhe causa mais preocupação a primeira concerne

“à redução do consumo do plástico, porque acho que é sem dúvida um problema para o meio ambiente e a adoção de animais que são abandonados constantemente todos os anos, portanto em termos ambientais são essas as minhas principais mensagens, em termos mais sociais, sou voluntária na SOLSAL que reintegra pessoas, nomeadamente crianças em situações de vida mais precárias na sociedade. A jovem revela que ser Miss requer uma “preparação constante para a final Nacional, em termos físicos e técnicos, porque é necessário treinar passerelles, é necessário treinar a oratória, é necessário treinar a postura, as ex-

pressões faciais, isto falando numa perspetiva técnica. Numa fase mesmo de preparação em si, é necessário termos alguns cuidados físicos, como a alimentação, o exercício físico, beber muita água, estes temas mais burocráticos, digamos assim de conseguir contactos, por exemplo com a Câmara para conseguir auxiliar um pouco no processo do nosso apoio com estas causas que já referi”. Quanto ao futuro a jovem ambiciona terminar a licenciatura e de ingressar no mestrado e quem sabe, realizar algum projeto em paralelo a sua vida profissional interligados a este concurso e do que ele pode vir a proporcionar. ▪

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União de Freguesias de S. Cosme, Valbom e Jovim auxilia Famílias carenciadas É desde 2017 que a União de Freguesias de S. Cosme, Valbom e Jovim têm dado a mão aos mais necessitados com a PO APMC- Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas- o programa conta como entidade coordenadora a Santa Casa da Misericórdia e a Gondomar Social. Atualmente, a União de Freguesias é a única do concelho que aderiu a este programa. “As pessoas são selecionadas de acordo com os seus rendimentos” começa por explicar o Presidente da União de Freguesias António Braz, segundo o edil para um agregado ser inserida no programa, em cada mês os rendimentos têm de ficar abaixo do IAS. Todo o processo de seleção para este programa é realizado pela Segurança Social, “são as técnicas que decidem, nós não temos acesso a nenhuma informação das famílias, quando chega até nós o processo a família já está predefinida a entrar no programa, ou seja, tudo passa pela plataforma da segurança social, em que existe todo um alinhamento necessário, quanto ao que ela recebe, quanto ao número de integrantes do agregado familiar que vive na habitação, também é avaliado se aquela família recebe ou não um outro tipo de apoio, portanto está tudo contemplado no programa da segurança social, para nós as técnicas apenas enviam o número de segurança social correspondente de cada família”, explica o autarca. Para o responsável é possível constatar um

e na minha opinião deveria manter-se por mais tempo. Eu recorro a esta ajuda porque o meu ordenado não é suficiente.

> António Braz, Presidente da União de Freguesias

aumento de necessitados nas freguesias “há meio ano atrás tínhamos cerca de 400 pessoas, depois passou para 600 e neste momento temos cerca de 800, temos 794 mais precisamente, no conjunto da União de Freguesias”, o responsável acredita que a pandemia foi um dos fatores que causou este aumento de carenciados. A freguesia de Valbom é considerada a mais carenciada e fomos até ao local acompanhar a distribuição e recolhemos a opinião de algumas pessoas que estão associadas a este programa. Dinora Leite- Valbom- agregado constituído por filho de 21 anos que tem muitos problemas de saúde

Eu aderi a esta campanha desde o início, porque tenho necessidades. E, para mim esta iniciativa é muito importante porque eu tenho poucas posses, sou oncológica e o meu filho é doente, o dinheiro que eu recebo é pouco e não dá para esticar, para além disso tenho muita medicação para comprar. Com a pandemia eu acho que piorou a situação, uma pessoa anda com medo e depois tem de comprar máscaras a toda a hora e álcool, depois é necessário comprar a mediação que já é habitual e, isto para mim é uma ajuda preciosa. Há muitas pessoas que têm vergonha, mas nós temos de nos abrir para aquelas pessoas que nos querem ajudar e sinto um elo de confiança com as pessoas envolvidas no projeto. A minha técnica diz que tem muitas pessoas que são como eu, mas que eu sou diferente porque digo tudo o que tenho a dizer e não tenho vergonha da situação que vivo. Eu sou uma pessoa muito prática, se tivesse mais eu dizia para eles darem a quem necessita, mas como eu preciso. É necessário falar, é necessário aceitar. E considero que esta iniciativa deve durar por mais anos porque ajuda muitas pessoas.

Fátima Pacheco- Agregado familiar duas pessoas Faz três meses que venho cá buscar comida. Eu tomei conhecimento da iniciativa pela doutora da Segurança Social que entrou em contacto comigo a perguntar se eu queria vir aqui buscar alimentos e, como precisava, disse que sim. Isto é uma ajuda muito importante no meu dia a dia que a doutora me deu. Eu acho que esta iniciativa deveria prolongar-se por mais anos, porque é um bem para a população. É dar a quem precisa e não deitar fora, porque nós aproveitamos tudo. Eu sempre trabalhei, recentemente caí e parti umas costelas e não posso fazer esforços e agora preciso desta ajuda. ▪

Inês Oliveira- Trabalha- Agregado familiar três adultos e um bebé Acho que estas iniciativas são boas e que ajuda muitas pessoas, no meu caso é um auxílio PUB


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Destaque

António Sarmento:

"Bastou um ser microscópico, que desaparece com uma gota de álcool, para colocar em pânico toda a Humanidade" Texto: Miguel Almeida Texto e Fotos: Carlos Almeida

António Sarmento é Diretor de Serviço de Doenças Infeciosas do Hospital de S. João com especialidade em doenças infeciosas e cuidados intensivos. O médico é também professor da Faculdade de Medicina do Porto de doenças infeciosas. O VivaCidade conversou com este profissional sobre a atual situação pandémica. O que é que mudou no profissional de saúde depois de março de 2020? Mudaram muitas coisas, para melhor. À medida que se foi conhecendo a doença, que ainda está longe de ser totalmente conhecida, fui aprendendo muita coisa que antes não sabia. Portanto, acho que temos hoje muito mais conhecimento da doença e das melhores formas de tratar estes doentes. Acima de tudo as pessoas sentem-se muito mais seguras e com menos medo em relação ao contágio, sabem como é que têm de se proteger e que se o fizerem estarão seguras. Eu ando o dia todo no meio dos doentes Covid e chego a casa tranquilo. E no homem, o que mudou? Eu acho que vai mudar muita coisa depois disto, ou antes, espero que mude e para melhor. É evidente que isto tem sido muito pesado e acarretou muito sofrimento em muita gente mas estas coisas não têm só aspetos negativos. Acho que as pessoas deviam pensar na sua pequenez face à Natureza e ao cosmos. Bastou um ser microscópico, que desaparece com uma gota de álcool, para colocar em pânico toda a Humanidade. As pessoas com isto espero que assumam uma

atitude de humildade em relação ao universo e à Natureza, sabendo que somos apenas uma parte, muito frágil e muito pequena. Essa humildade pode levar-nos a muita coisa boa, desde logo a respeitar mais a Natureza, o Meio Ambiente e acima de tudo a respeitar mais uns aos outros, porque ao assumirmos esta posição de maior humildade também nos tornamos mais humildes uns para com os outros. É pena ter que haver tanto sofrimento para aprendermos coisas que são tão básicas mas temos que as aprender, temos que ver que realmente somos frágeis. Agora foi um vírus, daqui a uns tempos pode ser um meteorito ou uma tempestade eletromagnética de proporções muito grandes no sol que emita raios gama a esterilize a vida na Terra. Tudo isto pode acontecer. Temos que saber que não somos omnipotentes e não podemos assumir a sobranceria que dominamos tudo. Andamos com as inteligências artificiais, as sondas em Marte, etc e achamos que somos fantásticos, no entanto, um ser microscópico poderia acabar connosco. Não vai ser este mas pode haver no futuro outras pandemias por agentes mais contagiantes, mais contagiosos, mais patogénicos e mais agressivos. Nós temos que ter essa posição de humildade. Acha que isso é uma possibilidade? Sim, claro. Esta pandemia estou perfeitamente convencido que se vai resolver, até agora nenhuma durou para sempre. Ela vai-se resolver mas se nós não mudarmos de vida, de estilo de vida e de atitude, vão acontecer outras, de certeza absoluta. Desde o início do ano 2000 já houve quatro pandemias, com uma frequência crescente. Nós temos que pensar muito bem que tipo de vida que queremos fazer. Até a própria economia baseada num crescimento constante pode levar à exaustão de recursos naturais, de água potável, oxigénio, de tudo isso. Nós vivemos em conjunto com microrganismos, com vírus, bactérias, fungos… que existem muito antes do Ser Humano e continuarão a existir, possivelmente com mais potencialidades de resistirem do que nós. Temos que estar mais preparados para isso, para que se as coisas acontecerem estarmos organizados. Acho que devíamos inclusivamente fazer formação ao nível da sociedade civil, regular, de formas de comportamento perante pandemias que

poderão aparecer no futuro, tal como os suíços fazem que até aos 50 anos, toda a população anualmente tem uma semana de treino militar, caso aconteça algo eles estão preparados. Houve alguma situação em que, por manifesta falta de meios (ventiladores por exemplo), ou por falta de profissionais, não conseguiu salvar uma vida? Felizmente não tivemos essa situação. O Hospital de S. João é um dos dois a nível nacional de referência para este tipo de situações, portanto já temos uma vocação para enfrentar a fase inicial destas situações. Ainda não se falava em nenhum caso na China e nós já tínhamos conseguido que o Conselho de Administração aprovasse a criação de uma unidade ligada ao serviço chamada Unidade de Infeções Emergentes, já com uma estrutura, com pessoas vocacionadas para isso, portanto, os treinos de equipamentos e circuitos a usar estavam já oleados, até porque já tinha havido o SARS, o MERS, a gripe aviária, a ameaça do ébola… havia já o treino. Também muito rapidamente, logo no início de janeiro, começamos a perceber que aquilo não ia ficar na China e que rapidamente estaria no mundo todo, por isso começamos logo a estabelecer um Plano de Contingência por fases. Essas fases tinham vários níveis, de zero a quatro, e íamos subindo de nível à medida em que aumentava a taxa de transmissão na comunidade. Não fomos apanhados de surpresa, quando apareceram mais 20, 30, 40 doentes, nós tínhamos tudo preparado. O SNS já estava muito esticado antes do Covid, já tínhamos poucas camas, poucos meios e recursos humanos, tal como acontece por toda a Europa. O que teve que se fazer foi que na primeira fase foi necessário cancelar as atividades programadas, não dava para tudo e nós tínhamos que encontrar novos espaços dentro do hospital. Essas atividades programadas que foram canceladas não tinham problema nenhum, não eram urgentes, contudo, se continuassem por resolver durante quatro ou cinco meses, poderiam passar a ser urgentes. O que estávamos a tentar fazer antes do aparecimento desta segunda vaga era recuperar o que tinha ficado para trás, as tais atividade programadas adiadas. Agora, apesar de tudo, conseguimos manter-nos no nível três, não subir ao quatro, o que implica uma redução na atividade progra-

mada inferior a 20%. Conseguimos, com grande esforço e um trabalho muitíssimo intenso todos os dias, que os doentes Covid que entram de novo são em número inferior aos que têm alta, estando num planalto, continuando a manter as restantes atividades. O que nos diz é que não houve nenhuma doença não Covid que tenha deixado de ser tratada por causa da pandemia. Exatamente. Houve algumas urgentes que foram prejudicadas mas são aquelas em que a própria pessoa, por sua iniciativa, teve medo de ir ao hospital. Antes do Covid as pessoas tinham uma dor no peito, que podia ser um enfarte, e iam ao hospital. Nesta fase houve muita gente que deixou passar coisas graves, teve medo de ir ao hospital e portanto teve evolução de coisas, com um desfecho pior, porque tiveram medo de procurar cuidados nos hospitais. Mas isto não foi por insuficiência do hospital, foi por receio do próprio paciente. No início desta pandemia, numa entrevista que deu, afirmava que o coronavírus estava a assustar mais as pessoas que a Sida. Mantém essa afirmação? Mantenho. A Sida matou muito mais gente que o coronavírus, contudo, com a Sida rapidamente percebemos como ela se contagiava e como é que se impedia esse contagio, com comportamentos que são opcionais, portanto as pessoas sabiam que não corriam risco em comer na mesma mesa, sem máscara, ir a uma festa, ir no autocarro, etc. Eu podia viver em casa 30 anos com uma pessoas com Sida sem nunca apanhar a doença. No caso deste vírus nunca sabemos se a pessoa que está à nossa frente nos vai contagiar. Em agosto, numa outra entrevista a um canal televisivo, dizia que era preciso preparar o país para uma segunda vaga. Essa preparação foi feita? Eu não gosto nada de olhar para trás e ver o que se fez ou o que deveria ter sido feito, como dizia o outro, “prognósticos só no fim do jogo”. É sempre muito fácil depois de ver o que aconteceu dizer o que deveria ter sido feito mas antes não se sabia. O que aconteceu cá aconteceu na Alemanha, o país mais rico e com o sistema de saúde mais desenvolvido da Europa, aconteceu em Inglaterra, em França, Itália, Espanha, etc. Não acredito que todos fossem incompetentes, se nós tivéssemos sido incompetentes haveria resultados diferentes dos nossos e apesar de tudo os nossos são bons. Não considero que tenhamos sido incompetentes. Acertamos em tudo? Não, ninguém acerta em tudo, ninguém é infalível, muito menos numa doença nova que não se conhece. Agora a pessoa olha para trás e podemos dizer que podíamos ter feito isto ou aquilo de diferente mas na altura não sabíamos o que ia acontecer. O que é evidente é que as pessoas deviam estar preparadas para o pior mas com esperança que isso não aconteça, devemos estar preparados para isso. Ouvimos o Primeiro-Ministro dizer que a segunda vaga chegou mais cedo que o previsto, isto pode ter influenciado, de alguma forma, esta preparação? Ninguém conseguia prever. Desde logo não havia certeza de uma segunda vaga, nem isso. Isso não era, mais ou menos, factual? Não. Por exemplo, o SARS-Cov que é um vírus parecidíssimo com este fez uns milhares de vítimas no início e depois desapareceu, ninguém sabe porquê


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Destaque nem para onde e a este podia ter acontecido a mesma coisa. Os vírus são seres vivos e vão mudando. Eu não sou um especialista em Saúde Pública. Nós médicos pensamos sempre na saúde dos nossos doentes mas um decisor político tem que integrar muito mais coisas, a saúde, a população e a economia. Sem economia não há saúde porque não há dinheiro para os hospitais ou para medicamentos. Um país pobre é um país que não tem saúde. Qualquer um de nós preferia, de certeza, ser tratado na Alemanha por médicos normais do que na Etiópia pelos melhores médicos do mundo. O que ia acontecer ninguém sabia. Aquilo que eu acho é que aquilo que temos de pensar é mais do que aquilo que falhou, é pensar no futuro. Temos de pensar a sério como é que queremos organizar a sociedade e onde queremos gastar o dinheiro. Se preferimos um sistema de saúde mais robusto e nível de vida mais baixo ou se preferimos descurar a saúde e termos mais dinheiro para outras coisas. São opções. O que me parece, e isso sim, é uma crítica que faço, quando ouço dizer que se vão investir 1500 milhões de euros na TAP, que é uma empresa falida em que se ela não existir outra empresa fará esse trabalho, com esse dinheiro era possível construir três excelentes hospitais para doentes Covid, perfeitamente. Até pode existir uma razão válida para essa opção mas nós temos o direito de ser informados sobre isso, quem nos governa tem que saber que o dinheiro é de nós todos e portanto eles têm que nos dar contas das opções que fazem, concordemos ou discordemos delas. Temos de pensar também o porquê desta doença estar na China e passados uns dias estar espalhada por todo o mundo, por causa das viagens de avião. A China é o maior centro comercial do mundo, todo o mundo viaja para a China e de lá viaja-se para todo o mundo. Eu acho que nós temos que limitar isso, as pessoas entraram num consumismo de viagens completamente disparatado, uma coisa é a pessoa viajar por uma necessidade absoluta, outra é por um turismo perfeitamente consumista. Há muitos portugueses que nunca foram ao Castelo de Guimarães e já estiveram na Muralha da China. Se olharmos para o Canadá, em relação à pandemia, eles estão numa posição muito boa mas é preciso ver que eles fecharam as suas fronteiras, desde março até ao dia 21 de janeiro do próximo ano. Na Europa os números dispararam a partir de junho quando voltamos a abrir fronteiras e a realizar voos. Temos que repensar toda esta situação. Em Portugal o turismo tem um peso muito grande na economia, com essa limitação nós não iríamos sofrer com essa mudança? Por isso é que digo que estou a ver a coisa só por um ponto mas ela tem que ser vista num sentido mais amplo, este é o meu ponto de vista porque esta é a minha área mas depois tem que haver alguém com maior abrangência para encontrar opções. Há uma coisa que eu não tenho dúvidas, se não houvesse contacto entre as pessoas não havia contágio mas nós não podemos viver assim. Reduzindo isto ao absurdo é assim. Acho que deve haver um meio termo e temos também que olhar para fora e ver o que outros países que estão melhor que nós, estão a fazer. Com a aproximação do Natal aumenta a preocupação de como será vivida esta data, que recomendações deixaria aos portugueses? Esperança. As pessoas podem sentir-se cansadas e preocupadas mas não deixem de ter esperança.

No nosso dia a dia, quando estamos a tratar dos doentes temos que manter o ânimo e isso não depende só da coragem, implica esperança e a pessoa saber que isto irá passar. As pessoas têm que saber que há imensa gente a trabalhar para isto, gente muito competente e esforçada, portanto vamos dar a volta e isto não vai durar para sempre. Gondomar é um dos concelhos na lista de “risco extremamente elevado”, à imagem do que acontece em muitos concelhos do Grande Porto. É uma situação preocupante? Claro que sim. Por isso é que falava atrás da formação da sociedade, não há sistema que consiga fiscalizar tudo, nem pensar, tem que partir das próprias pessoas. As pessoas têm que se mentalizar de uma coisa, o grande perigo é o contacto respiratório portanto, quanto mais confinadas estiverem, em espaços fechados, em contacto com outras pessoas, mais riscos correm. Afastem-se voluntariamente umas das outras, não é afastarem-se socialmente, pelo contrário, em situações de crise é fundamental haver uma proximidade social muito forte, é o distanciamento físico, espacial. Esse é o principal foco de contágio? Sim, é. Depois há muita gente nos concelhos limítrofes do Porto que depende do seu trabalho no dia a dia para sobreviver, portanto têm que se deslocar das suas residências para o Porto e outros locais onde trabalham e se há pessoas que até andam de carro, muita gente viaja nos transportes públicos e essas têm mesmo que sobreviver. O que se deve evitar são as festas, os aglomerados, as pessoas enfiarem-se todas num café, andar tudo a monte num centro comercial… mas isso parte do civismo de cada um. A pessoa até pode ser analfabeta ou só ter a 4ª classe mas muitas dessas pessoas não são desprovidas de

inteligência, por isso é possível fazer-lhes chegar a mensagem e elas assumirem isso como uma tarefa da sua própria convicção. O Hospital Fernando Pessoa é um dos hospitais de retaguarda para o Covid-19, é importante esta entrada dos privados na ajuda aos hospitais públicos? Claro. Tudo é importante e aqui não pode haver preconceitos de público e privado. Fiz toda a minha carreira no serviço público mas mais do que isso tudo interessa a saúde das pessoas, mais do que quem as trata propriamente, isso é um preconceito ideológico ou político. O que interessa saber é se as pessoas são bem tratadas ou não, tanto interessa se seja A, B ou C. Se houver ajudas de privados, dentro daquilo que é razoável e daquilo que o estado pode depois pagar, então não vejo problema. Se nós no público temos que fazer sacrifícios então os privados também têm que os fazer, obviamente que sem sacrifício da sua atividade normal. Obviamente que têm de ter lucro, senão não se conseguem manter, mas neste caso a finalidade não pode ser o lucro, é o sobreviver e a ajuda. É a tal consciencialização de todos. Houve alguma relutância na aproximação dos privados, caso ela tivesse acontecido mais cedo acha que teria havido melhores resultados? Sinceramente não sei. Não sei mesmo. Até porque não sei qual é a capacidade deles, não é muito grande, não sei se seria assim tão decisivo. Se me dissessem que para ajudar a tudo isto me iam meter 20 pessoas em casa eu recusava (risos), por mais altruísta que fosse, e os privados podem dizer o mesmo até porque têm o resto dos doentes. Têm que ser soluções pontuais caso a caso. Se o S. João, por exemplo, tem 2 ou 3 hospitais privados na

vizinhança entra em contacto com eles e arranja-se uma solução favorável para todas as partes, sem complexo, sem preconceito. Aqui o único objetivo é que as pessoas sejam tratadas o melhor possível e com todos os meios que podemos dispor. Alguns profissionais de saúde têm falado em exaustão física e rutura do sistema. Qual é o panorama atual no hospital de São João? O panorama é que as pessoas estão cansadas, como é evidente, mas não estão em rutura nem perderam a esperança. As pessoas sabem que isto mais dia menos dias irá começar a melhorar. Há exaustão mas não há rotura do sistema, é isso? Eu não lhe chamava exaustão, chamaria cansaço. A exaustão é qualquer coisa que já não tem remédio em que a pessoa já colapsou e não, as pessoas não colapsaram, estão cansadas, como é evidente mas não vão desistir, disso não tenho dúvida nenhuma. Apesar de todas as evidências científicas são várias as pessoas que negam a perigosidade desta pandemia, algumas delas são mesmo profissionais de saúde. Se estivesse frente a frente com uma destas pessoas, o que lhe diria? A evidência é tão grande que nem vale a pena argumentar, não vale a pena. Algumas pessoas afirmam que os assintomáticos não transmitem o vírus. Como analisa esta afirmação? Não se pode dizer isso. Temos visto que há pessoas que estão infetadas e não desenvolveram sintomas, apesar de terem o vírus. Assim como há assintomáticas que contagiam outras. Há aqui um período muito importante que são os dois dias que antecedem o início dos sintomas e os dois primeiros de sintomas, são os de maior contágio. Portanto, uma pessoa pode estar assintomática e ser altamente contagiante, até por não saber que está infetada. Com a experiência que tem, quando acha que poderão começar a ser vacinados os primeiros portugueses? E qual será o efeito da vacina? Eu tenho imensa esperança na vacina mas certeza absoluta não tenho, tal como ninguém tem. Há estudos que têm de ser feitos de segurança e eficácia que demoram tempo, e mesmo assim estes foram muito rápidos, apesar de tudo. Em circunstâncias normais isto teria demorado mais um ano. Contudo os estudos têm sido bem feitos e até à data as principais vacinas parecem ser eficazes e seguras. Mas isso é a única coisa que posso dizer, parecem. Até posso dizer mais, muito provavelmente são eficazes e seguras mas afirmar com toda a certeza não o posso fazer até porque há efeitos adversos que se podem manifestar ao final de vários meses ou anos. Uma mensagem de sensibilização para as pessoas que neste momento estão em casa confinadas ou nos hospitais com problemas de saúde. O que está a acontecer a essas pessoas está a acontecer a centenas de milhares no mundo inteiro, não estão sozinhas. Não é uma fatalidade que lhes aconteceu, aconteceu no mundo inteiro a muitos milhões de pessoas. Depois que há um imenso esforço e imensa gente a trabalhar nisto por eles, por essas pessoas, portanto só não se fará o que não for possível fazer. Para finalizar, isto não vai durar sempre, como qualquer outra pandemia. ▪


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Sociedade

ACIG na primeira linha do apoio ao comércio local A pandemia Covid-19 trouxe uma crise de grandes dimensões ao comércio, em Gondomar a Associação Comercial e Industrial de Gondomar (ACIG) tem procurado apoiar os comerciantes de diferentes formas. Conversamos com o presidente Graciano Martinho para perceber o que tem sido feito. Enquanto presidente da Associação Comercial e Industrial de Gondomar (ACIG), e percebendo as dificuldades que os empresários enfrentam neste concelho, o que é que esta associação está a fazer por estes mesmos empresários? A situação tem sido muito complicada por causa da pandemia. Vemos todos os dias micro e pequenas empresas a não conseguirem aguentar a situação e encerrarem. As dificuldades que eles sentem são uma preocupação nossa permanente. Temos procurado, no plano de apoios, o cumprimento de obrigações com a Segurança Social, IVA e outros impostos, por exemplo, dar apoio possível, sem aumento de custos, procurando facilitar o mais possível porque compreendemos a situação. Uma das ações que levamos agora a efeito, até para os ajudar dentro daquilo que são as nossas possibilidades, é a oferta de papel fantasia para os embrulhos de prendas de Natal e os respetivos laços, que têm tido muita procura apesar de ainda não termos atingido o pico. É um investimento de alguns milhares de euros, cerca de 15 mil, para o qual procuramos também o apoio da autarquia, através da vereadora Cláudia Vieira, que foi aceite resultando num apoio de 7500 euros. Nesta altura não podemos fornecer todo o papel e laços necessários mas acreditamos que esta possa ser uma boa ajuda. Esta ação visa principalmente os nossos associados mas temos as portas abertas para qualquer empresário. A entrega será feita nas nossas instalações, mas também no Gold Park onde a autarquia tem também em curso uma outra ação que é “Neste Natal Compre+Local”. Estando as duas instituições juntas podemos ajudar ainda mais os

> Graciano Martinho (segundo a contar da esquerda) com a sua equipa de colaboradores

nossos empresários. Da experiência que têm, qual é a maior dificuldade que sentem nos empresários de Gondomar? A maior dificuldade são as limitações existentes. Também o aumento de desemprego que reduz a capacidade económica das pessoas, levando a um decréscimo no consumo e por conseguinte na atividade económica. As medidas que o Governo tem tomado parecem-me bastante positivas e a questão das moratórias às empresas e às pessoas tem ajudado bastante. As pessoas também se estão a acautelar para o que virá no futuro apesar de que só em setembro do próximo ano, no final destas moratórias é que vamos perceber a realidade em que estamos. Com a experiência que tem, consegue avançar um número total de empresas que nunca mais conseguirão abrir? Um número exato não. Por exemplo em Lisboa ainda há dias saiu um estudo que só no centro da cidade fecharam mais de 100 lojas mas até ao final do ano esse número pode ascender às 500. Aqui em Gondomar, até pela proliferação de grandes espaços, ou a loja tem

qualidade e capacidade de se sustentar ou a grande maioria irá mesmo fechar. O nosso comércio tradicional é gerido por pessoas mais velhas e os mais novos não estarão na disponibilidade de pegar nesses negócios. Estaremos a falar do encerramento de 30 a 40% do nosso comércio, no mínimo. Um dos setores que mais tem sido afetado é a restauração. A associação tem em vigor ou está a pensar em algum apoio específico para este setor? Eu lido muito com este setor até pela minha atividade industrial com a restauração. É um setor que tem sido bastante penalizado, apesar de ter havido uma adaptação muito positiva a soluções como o take-away, que vai segurando a situação. As pessoas sem poder de compra vão refletir isso na restauração, obviamente que continuamos a ter restaurantes cheios mas os pequenos, como eu costumo dizer, não ganham para a sopa ou vão ganhar apenas para sobreviverem. Amealhar dinheiro é algo que neste momento está muito longe da realidade. Não temos nenhuma medida específica pensada para este setor. Aquilo a que

assistimos, mesmo nas notícias é todos os dias o encerramento de diversos espaços, alguns deles mesmo icónicos como é o caso, por exemplo, do Café Majestic, um local de referência. Quando estas casas se vão, coitados dos pequenos. Era de toda a justiça que o Estado Português, a medida que apresentou de um apoio pela média da faturação deste ano, o fizesse tendo em conta o ano passado, porque este ano, com todo o tempo que já estiveram encerrados e a redução de negócio é impossível fazer uma média justa. O que nós aqui na associação fazemos para este setor é termos aqui uma pessoa que os pode ajudar a captar alguns apoios a que de outra forma não conseguiriam chegar. Este apoio tem um custo mas é meramente simbólico. Uma mensagem que queira deixar ficar aos gondomarenses. Aos gondomarenses, um dirigente associativo com um quarto de século no cargo, espero que tenham tudo de bom, sejam o mais felizes possível e que tenham a capacidade de ultrapassar todas as adversidades. ▪


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O executivo da Junta de Freguesia de Baguim do Monte deseja a todos um Feliz Natal com a esperanรงa de dias melhores

Rua D. Antรณnio Barroso nยบ 33, 4435-996 Baguim do Monte geral@baguimdomonte.pt T: 22 489 9666 F: 224 808 840


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Viva Prevenido

Catarina Gonçalves Optometrista da Opticália

Soluções visuais para a Era Digital

Foi durante a segunda Guerra Mundial que nasceu uma máquina que ia/iria revolucionar toda a história daí em diante, o computador. Nas primeiras décadas do século XX, nasceria um dispositivo pessoal que melhoraria a comunicação entre as pessoas, mesmo em locais longínquos e sem ter que estar ligado a um fio, o telemóvel. Desde os seus inícios, estas máquinas foram tendo um crescimento e um desenvolvimento exponencial, tornando-se cada vez mais avançadas e personalizadas. Hoje em dia, qualquer pessoa tem na sua casa, escola ou trabalho um computador ou um telemóvel, o que leva a que o seu uso seja cada vez mais constante e comum. Sem dúvida que foram as invenções do século e que vieram facilitar toda a vida humana, contudo, também, trouxeram com elas um maior sedentarismo por parte da população que as usa e outros problemas adjacentes à sua utilização. Com o passar do tempo, tem-se constatado que as gerações mais novas são as mais impulsionadas ao uso destas máquinas. Este facto está diretamente relacionado com o incremento da prevalência dos problemas visuais nos jovens e, consequentemente, com o aumento do uso constante de óculos de descanso para ajudar a diminuir os sintomas que estes vêm a sentir, como cefaleias (dores de cabeça), astenopia (cansaço visual), olho seco, entre outros. Uma das grandes preocupações dos fabricantes de lentes oftálmicas e de contacto é diminuir estes sintomas e dar um maior conforto ao cliente quando este as está a usar, principalmente, sendo ele usuário destes dispositivos durante muitas horas. Cada vez mais o mercado se preocupa em diminuir as emissões de luz azul dos ecrãs, colocando capas protetoras. Então, nas lentes, acontece exatamente o mesmo fenómeno. Neste momento, podemos encontrar uma capa protetora, ou seja, um filtro na superfície da lente oftálmica com uns ligeiros reflexos azuis que protege os seus usuários das emissões irradiadas por estes dispositivos. Este filtro tem vários nomes, dependendo do fabricante da lente, sendo um complemento do já usado anti-reflexo. Vários estudos apresentam resultados que mostram que os dispositivos eletrónicos podem levar a alterações do normal funcionamento do sistema acomodativo, uma vez que são usados a distâncias curtas. Neste sentido e de forma a diminuir este esforço dos olhos aquando o uso destes instrumentos, existem atualmente no mercado lentes oftálmicas e de contacto que, pela sua geometria, têm uma ligeira adição, ou seja, um acréscimo de potência positiva, que leva assim à atenuação do esforço visual do usuário. Numa era em que somos cada vez mais dependentes destes dispositivos eletrónicos, o uso de óculos e de lentes de contacto tornase quase inevitável. Idealmente, caso sinta qualquer sintoma ou alteração visual, deve saber aconselhar-se bem junto dos seus profissionais óticos sobre as soluções adequadas para si.

Sociedade

2021 o ano de esperança para o setor turístico É de conhecimento público que o ano de 2020 foi austero para o setor turístico. A incerteza, as restrições de circulação concelhias e fronteiriças e o medo fizeram com que muitos turistas cancelassem as suas viagens. Agora, com a entrada de 2021 à porta, fomos falar com o setor turístico de Gondomar para perceber o panorama atual da situação. Viagens Gondomar- Cremilde Viana Comparando o ano de 2019 ao de 2020, o ano anterior foi dos melhores anos para o turismo em que conseguimos bater todos os recordes, não só a nível nacional, como mundial, no entanto com o ano de 2020 sentimos que recuamos 20 anos atrás. Para termos uma ideia nós neste momento estamos com cerca de 90% de quebra de faturação o que é absolutamente catastrófico. O que nos tem prejudicado mais são as restrições de cada país não é propriamente as vendas, porque um ou outro cliente quer e sente a necessidade de viajar, mas havendo as restrições as pessoas não saem, muito embora elas não saibam que as restrições não são para os turistas, por exemplo o impedimento de circulação entre concelhos é justificável com um bilhete de avião, se necessário nós podemos deslocar-nos até ao aeroporto para embarcar, outro exemplo que dou é os vouchers de hotéis, nós com um voucher também podemos nos deslocar de um concelho para o outro. Posto isto e constatando as dúvidas dos nossos clientes, nós temos um departamento de consultoria onde as pessoas podem marcar uma reunião e perguntar todas as dúvidas que tem sobre o assunto que nós estamos disponíveis para esclarecer. É nesse sentido que não estamos a receber clientes físicos sem marcação prévia, mas para um contacto mais facilitado, os interessados têm ao seu dispor o nosso site (que serve como cliente final), as nossas redes sociais e o nosso número de WhatsApp. É nas nossas plataformas online que colocamos todas as nossas campanhas que, recentemente tivemos a BlackFriday onde oferecíamos a noite de núpcias aos noivos e, ao mesmo tempo, decidimos facilitar a entrada de 10% o período desta campanha está em vigor até ao final deste ano. As facilidades de pagamento e as noites de núpcias são para todos os noivos, não tem validade, os 10% é que é até ao dia 30 de dezembro. Este ano, decidi investir mais nas luas de mel e, felizmente, a pasta desde há 15 dias que já está recheada. Temos ainda outra opção que são os vouchers presentes que são sempre uma boa prenda tanto para incentivo de empresas, como também para prendas de Natal, de aniversário ou até de casamento, e os nos-

sos vouchers saem sempre muito bem. Quanto aos destinos mais requisitados de momento em Portugal são as ilhas (Açores e Madeira) são destinos seguros, obviamente que têm regras, ambos necessitam de testes negativos, mas pode-se viajar. Quanto a destinos internacionais não posso aconselhar um único destino nesta pandemia todos os destinos têm restrições tanto como fora e dentro da Europa, com a exceção da Suécia. A minha esperança recaí sobre a vacina que já foi anunciada, temos de aproveitar o que a ciência nos dá, está semana já houve companhias aéreas a comunicar que os passageiros antes do embarque teriam de apresentar o comprovativo de vacinação onde consta que tomou a vacina da COVID-19. O ano de 2021 é um ano de muita fé e a esperança é que a partir de junho as coisas estejam mais normalizadas, por isso vamos abrir os nossos horizontes e focar-nos no futuro e não chorar mais pelo leite derramado, para o próximo ano as reservas antecipadas já começaram no dia 1 de outubro. Mercado das Viagens- João Sousa As primeiras diferenças começaram a ser sentidas logo no início do ano, sentíamos que as pessoas estavam com medo de viajar e, para além dos receios de viajar tínhamos as restrições, porque mesmo que os clientes não tivessem receio, estes impedimentos faziam com que os clientes pensassem duas vezes antes de embarcar, portanto tudo isto acabou por retrair mais as pessoas a viajar. Atualmente o cenário já é outro, nós visualizamos que o medo já não é um impedimento, agora, as pessoas começam a avaliar as restrições que cada sítio tem e se vale a pena ou não ir. Na minha opinião acho que é mais seguro viajar do que andar de transportes públicos, porque as imagens que vejo estes encontram-se sempre completamente apinhados e quem viaja de avião tem um controlo mais rigoroso no que concerne à segurança dos passageiros e nos destinos, há muitos que exigem o teste negativo à COVID-19, portanto eu considero que viajar é mais seguro do

que andar na rua ou de transportes. Apesar de que o ano de 2020 tenha sido fraco para o setor turístico, de momento já temos reservas para 2021 e nós sentimos que as pessoas querem viajar. Quanto aos operadores nós sentimos que estes estão a testar, não estão a lançar todo o que tem de produtos, porque estão a testar a adesão, sentimos uma aposta forte nas Caraíbas, com valores bem interessantes para o Verão, temos também os voos para às ilhas do Sal, às ilhas espanholas, à Tunísia e Marrocos. Dentro do país temos destinos que recomendamos como as ilhas (Madeira e Açores) porque para nós são os destinos mais seguros e tranquilos para viajar dado as medidas de segurança implementadas. Para quem quiser ficar no Norte temos vários destinos como a zona de Mondim de Bastos, Viana do Castelo, Ponte de Lima, Monção e a zona do douro que também é um exlibris a visitar, todas elas têm unidades hoteleiras de excelência e que dão aos clientes das zonas mais urbanas uma tranquilidade diferente. Para nós, o que tem sido mais complicado são as restrições, porque não dá margens de manobra, nem dá para os hotéis se prepararem, nem para o cliente, nem para nós, porque quando anunciam as restrições é muito em cima da hora e sempre tendo como base os números de infetados, mas se houver procura, vai haver oferta esta é a lei base. Como campanhas para os interessados temos os nossos Vouchers para o Natal ou cheques de prenda que pode ser uma boa opção de oferta não só para esta época natalícia e que pode ser gasto em qualquer serviço, de momento os vouchers não tem validade para que as pessoas possam comprar e oferecer com tranquilidade e, quanto aos vouchers anteriormente comprados nós decidimos prolongar a validade de alguns deles. Em simultâneo, não estamos a pedir sinalização, tudo o que é reserva é com cancelamento gratuito, porque queremos que o cliente se sinta confiante a marcar connosco. Nós sentimos que as pessoas querem viajar, já estão fartas disto, de estarem fechados e 2021 já conta com algumas reservas. ▪


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Sociedade

“Na Triana só quando os incumpridores saírem de lá é que aquilo vai ao sítio” Neste mês o VivaCidade recebeu a denúncia por parte dos moradores da Urbanização da Triana sobre o estado em que se encontra atualmente o Bairro Camarário. Os habitantes do espaço reclamam da falta de manutenção e limpeza dos espaços envolventes, contestam a falta de segurança, reivindicam a retirada dos telhados de fibrocimento com amianto e apontam o problema da humidade. Anexo à denúncia foi-nos feito chegar o processo -sobre as Telhas de Amianto e Humidades presentes nas habitações- que iniciou em 2016 e onde podemos visualizar as cartas partilhadas entre o Secretário de Estado do Ambiente, os moradores (representados por Lúcia Pereira) e a Câmara Municipal de Gondomar. Em 2016, o Secretário de Estado já legitimava os problemas do Conjunto Habitacional da Triana, reconhecendo que a sua intervenção deveria ser prioritária no âmbito da candidatura ao PEDU (Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano). Até ao momento nenhuma intervenção foi realizada e chegando ao local os moradores levantam mais problemas que preocupam e que agravam ainda mais a situação deste bairro. Há problemas que se encontram à vista dos que por lá passam tais como a falta de limpeza do espaço, no entanto a segurança e o desrespeito são outros fatores que os habitantes apontam. Dulce Costa Vim para aqui em 2000. Desde então que a casa tinha muita humidade e na Câmara ninguém quis saber de nada até que há cinco anos, cansei-me, e paguei o isolamento do telhado. Quem diz da humidade, diz da casa aqui ao lado que tem os animais, já fui lá reclamar e foi sem efeito, porque é dia e noite os animais a latir e o problema não é com os animais porque eu gosto deles, mas sim pelo desrespeito, porque são cães de grande porte que estão dentro da casa e que acumulam muita energia e depois não é só um cão, são vários cães e gatos trancados dentro de casa. E, por ser um bairro camarário eu estou a pagar o limite, pago 154 euros e uns cêntimos, no entanto há pessoas que pagam cinco e dizem que não trabalham, mas trabalham a semana toda, nota-se a falta de controlo. As assistentes sociais não querem saber de nada, os Presidentes muito menos

pelo que falei com eles. Tive o meu marido anos desempregado por causa duma cirurgia que ele realizou que correu mal e ninguém quis saber, nem uma ajuda foi dada pelas as Assistentes, porque elas só ajudam para quem vai para lá chorar, mas isso cada um faz a vida que pode e elas deviam era de investigar bem mais a vida de cada um, não é só porque a pessoa vai para lá queixar-se ou lamentar-se, porque todos nós trabalhamos, temos os nossos descontos, temos é que ser corretos, agora a verdade é que aqui não há sossego, nós denunciamos e ninguém faz nada. Nós neste bairro estamos esquecidos é quase como este terreno aqui em frente, uns dizem que é da Câmara, outros dizem que é da Junta, eu não sei, nem me interessa, meu não é, e, consequência do estado em que ele se encontra é só bicharada (ratos). Há falta de muita limpeza e manutenção. Por mais de 20 e tal anos trabalhei num lar e, agora devido a um problema de saúde tive que ficar de baixa e coloquei a reforma antecipada porque não tive outra solução e como antes não passava muito tempo em casa não me apercebia dos problemas deste bairro, aqui não há sossego, não há respeito, há falta de manutenção, isto é uma vergonha no século em que nós estamos e o que presenciámos nesta Urbanização. Bernardino Salgado Eu moro aqui há já 21 anos. Esta Urbanização tem muitos problemas, nomeadamente os telhados de fibrocimento que de verão é um calor insuportável e no inverno é um frio horrível, para além de que está comprovado que faz mal à saúde por causa do amianto. Para além disso, no inverno, temos o problema de que começa a aparecer a marca das vigas, o que quer dizer que para além da humidade, do frio e do calor temos de andar sempre a pintar os tetos dos quartos. Já entramos em contacto com as entidades e, foi-nos comunicado que o problema seria solucionado até 2021, mas como se meteu isto da pandemia eu desconfio que o problema só será resolvido para 2025. Depois a falta de limpeza e de manutenção do espaço preocupa-nos principalmente este terreno aqui da frente, porque se houver um incêndio no verão será um problema, eu não me importo com as árvores porque até nos faz bem, eu preocupo-me mais é com o mato. Outro ponto a apresentar é o barulho, há sítios aqui que parecem um canil, a minha mulher já falou na Câmara e disseram que não era lá que faziam as queixas, por isso não sei como vamos resolver esta situação. Aida Pereira Eu moro cá na Urbanização há 10 anos. O que nós reivindicamos acima de tudo é a retirada das telhas de fibrocimento e a humidade. O meu filho é autista e no quarto onde ele brinca precisa urgentemente de obras, já reclamei à Câmara e até hoje estou à espera para retirarem a janela e para ajeitar a parte da frente que está a entrar água lá para dentro, até agora dizem que eu tenho de esperar, entretanto com a chuva caí água dentro da

minha habitação. O Bairro para além destes problemas tem muita falta de manutenção, onde eu moro tem umas traseiras que dá para um ringue onde as crianças brincam e há muita falta de higiene, as pessoas deitam tudo naquela zona (lixo) e fazem do local uma casa de banho a céu aberto. A Câmara, entretanto, já foi avisada eles destroem tudo, não há sossego, nem segurança e eu não quero saber se as pessoas sabem, é a realidade. A partir das 21h 30 da noite há dias que ninguém dorme ou é música alta, ou é eles aos berros ou a jogar à bola. E, todas estas situações são comunicadas à Câmara, mas nada é feito e às vezes chamamos a Polícia e eles nem querem saber. Lúcia Pereira Eu vivo cá há já 16 anos. Para nós há vários problemas, mas os telhados de fibrocimento que no inverno é frio e no verão é um calor insuportável, temos de estar sempre a pintar por conta das vigas. Eu não peço ao senhor Presidente da Câmara para fazer obras dentro de casa, porque essas trato-as eu, com muito sacrifício e com o pouco dinheiro que recebo da minha reforma, mas vou fazendo, ainda agora troquei as persianas porque já estavam todas estragadas, agora, o telhado é o que está a ser o maior problema para os moradores, porque é assim, eu nunca andei em tantas consultas como ando agora e tudo consultas de pneumologia e de alergias, era isto que eu pedia, era que o senhor Presidente tivesse um pouco de bom senso e olhasse para nós e para a nossa idade, porque a maior parte das pessoas que cá habitam já tem idade avançada e estão com problemas de saúde. O que eles nos dizem é que vão resolver, vão resolver e a realidade é que não fazem nada e o processo já foi iniciado em 2016 e, desde então não tivemos resposta nenhuma. E, depois outra preocupação que temos é com este terreno aqui em frente é ratos, é cobras, há muita falta de manutenção, há pouco tempo houve aqui um incêndio grande e ficamos até com as nossas casas em risco, foi prometido que seria limpo e até hoje nada. E, mais grave ainda é a falta de

segurança que nós temos, não temos policiamento que seja capaz e, outra coisa que está acontecer agora é que se alguém liga para a Policia Municipal os agentes vêm ao local e contam os detalhes todos da pessoa que realizou a denúncia, agora pergunto onde é que a Câmara têm o sigilo profissional? Porque os funcionários não respeitam a proteção de quem realiza as denúncias, isto são coisas que o Presidente tem de tomar conhecimento do que está a ocorrer, porque é grave. Face às denúncias realizadas e pelo que foi constado no local o VivaCidade interpelou o Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins sobre os problemas denunciados o que no qual foi comunicado: “Temos em mente expulsar os moradores que não cumprem as regras tanto a nível de higiene, de ruído e de mau ambiente. Só que em março por causa do COVID-19, os despejos foram suspensos, porque se não alguns já tinham sido colocados no olho da rua, é claro como água a resposta. Expulsar os moradores que não cumprem e que revelam um comportamento errado. Os moradores em causa estão devidamente identificados pelas forças de segurança, pela Junta de Freguesia e pela Câmara, só que agora nós não podemos fazer despejos, por causa da covid-19, mas ali já disse e volto a repetir que efetivamente há alguns moradores que vão ser expulsos. Ponto final, porque ao longo dos anos têm tido todo o apoio para corrigir o comportamento e não mudam. O que nós temos previsto de projeto para aquela zona só vamos delegar depois de retirarmos de lá os incumpridores. Está prevista uma intervenção de recuperação muito significativa, mas só depois de eliminarmos o foco do problema é que vamos lançá-lo, mas adianto que vai ser um projeto muito giro. Para além disso, nós temos intensificado com a PSP as rondas, vamos também aumentar a periocidade das ações de limpeza para tentarmos minimizar as coisas. Agora, na Triana só quando os incumpridores saírem de lá é que aquilo vai ao sitio” ▪


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Cultura

Global Teacher Prize destaca professora de Gondomar A professora Lídia Aguiar recentemente foi destacada com uma Menção Honrosa da Global Teacher Prize. Desde muito nova que desenvolveu um carinho pela arte de ensinar e é perto dos seus alunos que Lídia é realmente feliz e se sente realizada. Atualmente, Lídia Aguiar ensina no Colégio Paulo VI. Como é que surgiu o seu gosto pela Educação? E há quantos anos exerce a profissão? Era ainda adolescente quando percebi que o ensino poderia vir a ser o meu caminho. Estávamos no ano de 1998 quando os meus pais, emigrantes em França, decidiram regressar a Portugal. Naquela altura, soube que a meia dúzia de palavras que sabia pronunciar em português não iriam suficientes para enfrentar uma comunidade escolar. Percebi isso rapidamente, mas fui também percebendo que os professores tinham um papel fundamental nesse processo de inclusão. Alguns limitavam-se a dar as suas aulas. (Nada contra.) Mas outros conseguiam incluir nas suas lições meros gestos ou expressões que faziam toda a diferença: faziam-me sentir bem-vinda e integrada. Aprendi que uma sala de aula é bem mais do que um espaço onde um professor ensina alunos. Antes disso, tem de ser um lugar onde todos se sintam bem, se entreajudem e onde sejam felizes. Decidi que essa seria a minha missão. Iria ser professora. Já estávamos no ano de 2000 quando me apaixonei pelo primeiro ciclo. A minha tia estava a terminar a sua formação e era com um olhar cintilante que eu a ouvia contar-me as suas inúmeras experiências com crianças pequenas. Ouvi-a explicar-me de forma apaixonada o que fazia para motivar aquelas pequenas mentes, dizer-me o quão especial era trabalhar com elas e cada pormenor que eu ia registando ao longo daquelas conversas ia-me ajudando a estar mais certa de que o

meu caminho também seria aquele. Terminei a minha formação em 2006 e, desde então, não me vejo a fazer outra coisa. O que é que considera ser um bom método de aprendizagem? Para si, qual é a chave para o sucesso dos alunos? Nos últimos anos, felizmente, fomos abraçando de forma cada vez mais natural a ideia de que todos somos diferentes e de que isso é, inevitavelmente, bom. Numa sala de aula, acontece o mesmo: temos, à nossa frente, crianças com características muito distintas umas das outras. Posto isto, não me parece que exista um bom método de ensino e aprendizagem, mas uma multiplicidade deles. Aquilo que resulta com os alunos A, B e C, pode não resultar com o aluno D. Uma estratégia com a qual se consigam bons resultados num determinado dia, poderá não ter o mesmo efeito se for aplicada noutra altura. O segredo é ir tentando, inovando. Na sua grande maioria, as crianças do primeiro ciclo estão ávidas de saber. São curiosas por natureza e extremamente criativas. Cabe ao professor exponenciar essas características e ir alimentando a vontade de aprender dos nossos alunos tendo sempre a consciência de que o ato de ensinar conteúdos impostos por um programa não lhe retira a liberdade de promover o sentido crítico nos alunos e em si mesmo. A educação é um processo dinâmico e o maior erro da atividade docente é reduzir o ato pedagógico a uma determinada estratégia, a um determinado método, a um determinado conteúdo, a um determinado programa... esquecendo que tudo em educação é um ato processual em evolução constante. Mas é também importante não esquecermos que a educação é um processo que pode ser moroso e que implica esforço por parte dos seus intervenientes. É, por isso, de extrema importância que os professores continuem a mover montanhas em prol da motivação dos seus alunos. Se, a par disto, conseguirem mostrar-lhes que vale a pena que se esforcem diariamente e que deem o seu melhor em tudo aquilo que fazem, então teremos a chave para o seu sucesso. Como é para si enquanto docente estar entre as três candidatas a receber a Menção Honro-

sa? Acredita que estes tipos de prémios são importantes para os docentes? Ser uma das três candidatas a receber a Menção Honrosa da Global Teacher Prize é uma honra. Principalmente porque considero que sou o rosto de muitos professores portugueses que, nos meses de confinamento, fizeram um trabalho excecional. Fomos forçados a reinventar-nos da noite para o dia sem termos tempo suficiente para o fazermos, sem termos certezas de que o caminho certo seria aquele. A existência deste tipo de prémios prova-nos que há muita gente a acreditar e a valorizar os docentes. É revigorante e dá-nos mais vontade de continuarmos a nossa missão. Estou muito grata à Global Teacher Prize por fazer tudo o que está ao seu alcance para, de alguma forma, enaltecer a nossa profissão. Principalmente neste ano tão atípico em que criaram a menção honrosa relacionada com o ensino à distância. Muitos professores fizeram aquilo que peço aos meus alunos: deram o seu melhor e conseguiram levar a escola para casa dos seus alunos. Isso tem um valor incalculável e merece ser sublinhado.

A seleção para receber a Menção Honrosa correspondia a “Adaptação e inovação do ensino à distância” pode explicar-nos este seu projeto/método? Durante o período de ensino à distância, tal como imensos professores do nosso país, tentei encontrar estratégias que me permitissem encaixar a escola num pequeno ecrã. De entre as inúmeras experiências que fui fazendo em contrarrelógio, julgo que a que melhor resultou foi a criação do canal de YouTube “A Professora Explica”. Transformar-me numa Youtuber era algo que não estava nos meus planos quando decidi abraçar esta profissão, mas o feedback que fui recebendo por parte dos meus alunos e de alunos de outras escolas que tinham ficado a conhecer o canal através dos seus professores, provou-me que valeu a pena transformar a minha sala de estar num estúdio de gravação improvisado. O YouTube revelou-se uma ferramenta crucial naquilo que considero ser a multiplicidade de estratégias que devem estar ao serviço do ato de transferência pedagógica. ▪

União de Freguesias promove Festival de Música De dezembro de 2020 até janeiro de 2021 irá decorrer a 6ª edição do Festival de Música de Fânzeres e São Pedro da Cova. Cada espetáculo será adaptado às regras em vigor e o executivo adotou divulgar o cartaz no site e nas redes sociais da União de Freguesias de forma desfasada, tendo em conta à imprevisibilidade da atual situação pandémica. Para Maria José, responsável pelo Festival é importante manter estas atividades culturais para trazer música para perto dos cidadãos. Ao todo serão realizados seis espetá-

culos, três na Freguesia de Fânzeres e três na Freguesia de São Pedro da Cova. O último Festival de Música do mandato terá uma aposta por parte do executivo em “jovens talentos e da terra”. Em princípio o festival terá início agendado para São Pedro da Cova e o encerramento do mesmo será realizado em Fânzeres. O cabeça de cartaz com mais peso do festival é Pedro Burmester. Maria José levantou um pouco do véu em relação ao cartaz revelando que este será diversificado com recitais de Piano, recitais líricos, recitais de

quintetos de metais, entre outros. Para além da cabeça de cartaz anunciada, o festival de música irá contemplar a participação do coro feminino do conservatório de Música de Paredes e a participação habitual da Banda de São Pedro da Cova que, este ano, devido às atuais circunstâncias realizará uma atuação mais simbólica dado ao facto da banda na sua génese ser composta por muitos elementos. A responsável sublinha ainda as parcerias “imprescindíveis” das paróquias de Fânzeres e de São Pedro da Cova, bem como do

Centro Republicano. Em simultâneo, Maria José faz um agradecimento especial a todos os apoios dados por empresas da União de Freguesias e pela Câmara Municipal de Gondomar que foram muito importantes para ajuda financeira que auxiliará na iniciativa. O espetáculo de abertura está confirmado para o dia 18 de dezembro, pelas 21h, na Igreja de São Pedro da Cova, com um recital Lírico de Patrícia Quinta (Mezzo Soprano), Pedro Telles (Barítono) e Miguel Oliveira (Piano). A entrada é gratuita ▪


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Cultura

Paulo Ferreira soma conquistas internacionais O realizador gondomarense Paulo Ferreira não para de somar prêmios nacionais e internacionais com o seu documentário This is Our Time, realizado na Islândia, o filme possuí momentos magníficos com imagens de tirar o fôlego aos amantes da natureza. Desta vez, foi no Cannes Corporate Media & TV Awards 2020 que o realizador venceu na categoria de Enviroment, Ecology and Sustainability com This is Our Time. Este documentário curto traz consigo uma mensagem de sensibilização para os comportamentos humanos em relação ao planeta e à casa que todos habitamos. Já reconhecido em festivais um pouco por todo o mundo, foi também premiado com "Award of Excellence", na categoria "Best Documentary Short", no festival interna-

cional de cinema Vegas Movie Awards, em Las Vegas, em agosto deste ano. Apesar de ter sido produzido no período pré-pandemia, a mensagem que este difunde é uma mensagem de alerta para os tempos que correm, para a mudança necessária perante o mundo, que se revelou completamente adaptada aos tempos que se vivem atualmente, em contexto de pandemia. Nas palavras do realizador: “este é o nosso tempo. O tempo de repensar comportamentos, o tempo de nos lembrarmos que todas as nossas ações trazem consequências. O tempo da era humana mostrar o seu valor e que somos merecedores de habitar esta casa, a que chamamos Terra.” O trabalho de Paulo Ferreira é já bem reconhecido dentro e fora de fronteiras: recentemente viu também premiado um trabalho realizado em tempos de confinamento, na cidade do Porto, que lhe valeu três prémios no Festival internacional de Cinema Finisterra Arrábida Film Art & Tourism Festival. A estes três prémios juntou-se uma Menção Honrosa por parte do Presidente do Júri. É difícil demonstrar indiferença às imagens

transmitidas pelo olhar de Paulo Ferreira. O reconhecimento mundial do trabalho desenvolvido pelo realizador na promoção de mensagens de sensibilização e consciencialização ambiental e promoção de lugares singulares, através de um olhar que evidencia a beleza é já uma característica de todo o trabalho realizado. As imagens captadas e acompanhadas por narrativas que conectam com as pessoas são propriedade do realizador. A par destas men-

sagens, que dissemina pelo mundo, Paulo Ferreira homenageia o lado belo das paisagens, dos lugares, de Portugal e do mundo. O gondomarense continua a afirmar a marca de Portugal no mundo, difundindo uma mensagem global e universal, que não tem fronteiras. Os trabalhos do realizador gondomarense podem ser visualizados na sua página oficial online: www. pauloferreira.pt. ▪ PUB

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Cultura

Luís Filipe Araújo: "A prioridade será a recuperação das atividades das Coletividades" Desde o início da pandemia que a Cultura tem vindo a ser colocada em causa, podemos inclusivamente dizer que, em 2020 este setor sofreu um grande impacto a todos os níveis e que, muitas Coletividades de Gondomar tiveram de readaptar-se, enquanto outras viram-se obrigadas a suspender a sua atividade. Estivemos à conversa com o Vereador responsável pelo Pelouro Luís Filipe, que nos elucidou mais sobre o assunto. “Grande parte das coletividades têm a sua atividade extremamente reduzida ou até totalmente suspensa, nós temos mantido um contacto próximo com a maioria das Associações do concelho, algumas delas vão-nos reportando problemas mais urgentes e nós procuramos ajudar dentro do que é possível, mas tomamos nós próprios a iniciativa de ir ao encontro delas”, o responsável aponta para dois problemas que surgiram, um deles concerne à faixa etária avançada de algumas Associações que viram-se obrigadas a ficar completamente suspensas, enquanto outras coletividades vão “andando” como é o caso das bandas filarmónicas que como o próprio relata “vão ensaiando com todas estas dificuldades, respeitando todas as medidas e vão mantendo as escolas de música a funcionar e estou ciente do esforço que eles tem vindo a realizar para tentar diminuir um pouco o impacto desta situação”.

Na perspetiva cultural a eventos promovidos pela Autarquia esta fatia viu-se obrigada a virar-se para o digital, o que no qual Luís Filipe confessa que não tem o mesmo sabor do que viver a cultura presencialmente, mas é uma forma de eternizá-la. “Nós temos realizado concertos com a Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins antes da pandemia, os concertos nem eram aqui, mas eram em redor de todas as freguesias do concelho e tinham sempre muito público, devo reconhecer que não sou muito adepto do online, mas nós não temos muita alternativa”, o responsável da Cultura relata que as transmissões ao vivo têm gerado um impacto muito grande quer na reação imediata dos comentários, quer no número de visualizações, “o último que se fez já estava com mais de dez mil visualizações”. Neste ano de 2020 o Pelouro da Cultura teve como prioridade a conversão de documentos históricos do Arquivo Municipal que, agora, ficará disponível no online para todos os cidadãos. Para o Vereador é importante que a população tenha conhecimento da história e de todos os documentos do Município, “este ano houve tempo para colocar tudo direito e, agora, estamos a passar para o online. Estou convencido que até ao final do ano já vamos ter muitos documentos online e devidamente catalogados. Vamos começar com as atas de reuniões da

Câmara, desde a primeira, em 1834, que foi quando houve a reforma administrativa em que se deu a criação dos concelhos e já temos tudo digitalizado”, Luís Filipe Araújo garante que é uma prioridade que o Município terá e que será realizada com todo o empenho, “porque o digital agora não vai embora, pelo contrário. E, em 2021 a história será muito valorizada por nós”. Para o ano de 2021 o Vereador avança a novidade da revista “Lugar de Memória” que no qual visa abordar assuntos culturais “com artigos liga-

dos à nossa etnografia e cultura local, ou seja, isto não é nenhuma resenha dos eventos que foram realizados, isto é mais um registo histórico”. O lançamento ainda não tem nenhuma data prevista e a mesma estará disponível em papel, bem como no digital. Quanto à programação de 2021 ainda há muitos detalhes por lapidar quanto à programação da Câmara, mas o vereador garante que a prioridade será a recuperação das atividades das coletividades, “porque muitas delas vão passar dificuldade”. ▪

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Cultura

Os “Rapazes de Jancido” Os Moinhos de Jancido são o novo palco do mais recente trabalho cinematográfico de Paulo Ferreira. A ideia desta parceria surge quando António Gonçalves, um dos “Rapazes de Jancido” convidou o realizador a visitar a rota dos Moinhos. Para o realizador os seus olhos vivenciaram algo incrível “surpreendentemente fiquei pasmado com o que na altura vi com os meus olhos. Uma área imensa, onde é possível ver os moinhos de água envoltos pela natureza. E tudo isto foi possível graças ao trabalho árduo de cinco pessoas que sábado após sábado marcam presença nos vales ao redor do Rio Sousa, por onde os ribeiros correm naturalmente e a fauna e flora existem como em poucos lugares do concelho de Gondomar”. Mais tarde teve a oportunidade de conhecer os restantes integrantes: o Albino Sousa, o Fernando Sousa, o Manuel Sousa e o Paulo Campos, onde presenciou a forma envolvente como trabalhavam para

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reconstruir todo aquele espaço. Segundo palavras do realizador a dúvida começou a surgir do porquê tal dedicação e envolvência por parte destes cinco homens: “Sempre me questionei por que razão se dedicavam tanto a um sítio, sem qualquer interesse e sem nenhuma contrapartida. A resposta foi chegando aos poucos, à medida que fui falando com eles. Fundamentalmente era a paixão que os unia em torno da reconstrução dos moinhos. Gente que não perde o tempo em vícios supérfluos, muito comuns nos dias de hoje. Gente que contagia quem por lá passa. Gente com alma e coração. Simplesmente Gente”. Foi nesse sentido que Paulo Ferreira brindou-nos com mais um documentário, desta vez em terras gondomarenses, num local recheado de natureza e com o depoimento destes cinco rapazes que marcam diariamente a diferença no Município. O registo pode ser visualizado no canal do Youtube do realizador como “Os rapazes de Jancido”. ▪

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Política

Gondomar cria apoios ao comércio local com “Compre+ Local” e “Natal Solidário” O Município de Gondomar tem a decorrer duas campanhas alusivas ao Natal que em conjunto pretendem estimular junto dos munícipes o investimento na economia e no comércio local. No total, as campanhas "Compre + Local" e "Natal Solidário" representam um investimento de 310 mil euros. A campanha "Natal Solidário" atribui um Cabaz de Natal às famílias do Município de Gondomar em situação de maior fragilidade. Esta iniciativa permite a entrega de cabazes, sob a forma de vales, para a aquisição de géneros alimentares, a ser descontados nos estabelecimentos comerciais locais aderentes. Neste âmbito, foi aprovada uma verba de 40 mil euros, de forma a atribuir cabazes às famílias, em for-

ma de vales, medida complementar ao apoio já disponibilizado pela autarquia às famílias que integram o Programa Social +. A campanha "Compre + Local", iniciativa que visa fomentar o comércio local na época natalícia e para a qual foram disponibilizados 270 mil euros, espera revitalizar e dinamizar o comércio do concelho, num ano particularmente difícil para o comércio local. Os estabelecimentos devem proceder à inscrição na plataforma para o efeito, para que lhes seja atribuído um kit que os identifica enquanto loja aderente. Os clientes, após a compra, igual ou superior a 24€ -pode ser cumulativo até três faturas do mesmo estabelecimento- devem registar as suas faturas na plataforma (compremaislocal.pt). A vereadora responsável pela iniciativa Claúdia Vieira revela que “caso, tenha uma fatura de 80 euros pode dividi-la em vários talões para poder obter mais prémios”. Todas as semanas, o Município irá sortear 200 faturas/clientes, os quais serão premiados com peças de ourivesaria e cabazes. Estes prémios terão, aproximadamente um valor de 20 euros. A Vereadora explica ainda que comprar no comércio local traz outras vantagens apelati-

vas inexistentes nas grandes superfícies: “As grandes superfícies naturalmente que tem uma ou outra capacidade de negociação, no entanto, também percebemos que se nos modelos de comunicação que tem já definidos existem produtos muito competitivos, existem outros que se calhar não são assim tão competitivos quanto isso. O que acontece é que o consumidor quando é levado a uma grande superfície pela quantidade de oferta, ele pode ir atrás daquele produto que está no topo para ser adquirido a um preço apelativo, mas depois se fizer as contas a tudo o resto que acaba por ser impelido a comprar, eventualmente pode não justificar a compra que efetuou porque tem outros preços que não são assim tão competitivos, mas isso tem a ver com a questão de marketing e de negócio. No comércio local temos a vantagem do sentimento de proximidade e de relação, de saber que é aquela pessoa que ali está e que lá vai estar daqui por três ou seis meses, porque o que no fundo se pretende criar é este sentido de fidelização do cliente e, nós sentimos isso nas nossas lojas. No nosso comércio existem efetivamente clientes fidelizados. ▪

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12 milhões para a construção da Via Estruturante e da Via Nordeste em Gondomar No dia 24 de novembro, o Presidente da Câmara Municipal Marco Martins, os Presidentes das Juntas de Freguesia de Baguim do Monte (Francisco Laranjeira) e de Rio Tinto (Nuno Fonseca) visitaram as obras do Percurso da Via Estruturante Norte-Sul, após quarenta e sete dias do arranque inicial.

nal e ciclável, bem como, a colocação de equipamentos como iluminação, passeios, bancos e papeleiras. Prevista há mais de 30 anos, esta é uma via de extrema importância para o Município de Gondomar e para os concelhos vizinhos, uma vez que permite saí-

das e entradas no concelho em pontos nevrálgicos, evitando o tráfego mais denso na zona urbana. Em concurso está também a obra de construção do Percurso da Via Nordeste -pedonal e ciclável- entre Rebordãos e a Rua da Granja, em Rio Tinto. Com

um prazo de execução de 730 dias, esta obra representa um investimento superior a 8 milhões de euros. Estas são obras de grande relevância para o concelho de Gondomar (e limítrofes), representando um investimento de quase 12 milhões de euros. ▪

No total, a intervenção representa um investimento de aproximadamente 2,9 milhões de euros que, na sua fase A, liga a Rua das Donas à Rua Padre Joaquim das Neves e, na fase B da obra, liga a Rua Padre Joaquim das Neves à Rua das Covas. Para além da via rodoviária, a obra contempla a construção de uma via pedoPUB


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Política

Candidato João Ferreira visita São Pedro da Cova

Ana Gomes recolhe assinaturas em Gondomar

No dia 19 de novembro, pelas 12h 30 min, o candidato João Ferreira visitou a empreitada da segunda fase da retirada dos resíduos perigosos de São Pedro da Cova, localizada próximo às piscinas da Freguesia, na Rua do Castanhal. Durante a visita foi realizado um levantamento do que estava a ser realizado até ao momento, o Deputado do PCP do Parlamento Europeu espera que nesta segunda fase não haja surpresas

A candidata presidencial Ana Gomes esteve em Gondomar em duas ações de recolha de assinaturas na Rotunda da Areosa e na Rua Dom Afonso Henriques. Com uma equipa reduzida a que os atuais tempos obrigam, a candidata presencial teve a companhia de meia dúzia de apoiantes, entre eles o presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto, Nuno Fonseca. Ao nosso jornal Ana Gomes mostrava-se confiante nesta ação afirmando que a sua presença servia também para se inteirar “dos problemas dos gondomarenses”, sabendo que esta “é uma zona que está a sentir muito o impacto da crise sanitária”. “Acabei de ouvir dos meus amigos de Gondomar que me acompanham que esta situação de crise social já vinha de trás devido ao envelhecimento da uma parte da população. Vim para ter esta noção da realidade e para estar em contacto com os meus apoiantes que querem conversar comigo”, afirmou. Não só para que as pessoas me colocassem questões mas para eu as ouvir dire-

e que depois seja prioritário a requalificação do espaço. Já não é a primeira vez que João Ferreira visita Gondomar, em 2013 o eurodeputado visitou o terreno onde posteriormente veio a ser realizada a primeira intervenção da retirada dos resíduos perigosos. De referir que esta visita foi realizada no âmbito da sua candidatura às presidenciais de 2021. ▪

tamente”. No caso de ser eleita Presidente da República Ana Gomes promete ser “uma pessoa atenta às pessoas, disponível para as ouvir e às suas sugestões de como o país poderia melhorar e com vontade de fomentar o diálogo democrático contra aqueles que querem destruir as instituições democráticas e a democracia”. ▪

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Política

Para os autarcas de Gondomar é urgente manter a magia que o Natal traz à cultura portuguesa, e é nesse sentido que realizaram esforços para tornar o Município de Gondomar mais "quente" num ano frio, recheado de preocupações. As decorações, as luzes e os presépios que já foram ou que ainda serão colocados servem para relembrar aos gondomarenses que o Natal é uma época onde a esperança reina, a esperança para um 2021 mais sorridente. Comecemos por Rio Tinto, estivemos à conversa com Nuno Fonseca que nos revelou o que a Junta estava a preparar para os Riotintenses. “Como toda a gente este ano tivemos que nos readaptar, tivemos que alterar aquela nossa tradicional iniciativa que era o circo de Natal” dado as restrições impostas pela DGS. Apesar disso outras soluções foram criadas para os mais novos, vamos substituir a prenda que dávamos às crianças no circo de natal. Seá substituída por uma prenda física simbólica, com as devidas regras de segurança. Não queremos que o Natal passe em branco e que não haja aqui uma não comemoração de uma época tão especial, estes presentes são para todos os meninos até aos 10 anos” e como para o Presidente ‘’Rio Tinto somos todos nós’’, esta lembrança será atribuída tanto ao ensino privado, como também ao ensino público. Além disto, haverá ainda as tradicionais árvores de Natal, com a diferença que este ano decorrerá noutros parâmetros, “haverá menos árvores devido à inatividade de algumas instituições, nomeadamente a parte Associativa, porque infelizmente estas encontram-se encerradas e, para não criar ajuntamentos, nós não vamos colocar as árvores todas juntas, vamos distribui-las pelas rotundas, com um placar alusivo ao nome da escola”. O sistema de votação destas 25 árvores vai ser realizada como é habitual nas redes sociais da Junta. Ainda por terras Riotintenses, o autarca revela que este ano haveria um “grande acontecimento” que era um presépio em tamanho real, seria um grande investimento da Junta de Freguesia que tentaram “adiar o inadiável, mas tivemos de ser realistas e adiar

Foto: DR

Época festiva mais "quente" com esforço de Autarquias

> Inauguração do presépio do CANTABILE - Grupo Coral e Recreativo de Melres

a apresentação do presépio”, no entanto para que este não fique sem efeito, “vamos fazê-lo e gravar um vídeo que será posteriormente lançado nas nossas redes sociais e que se fará acompanhar duma mensagem da Junta para a população”. Está previsto reforçar a iluminação do edifício da Junta de Freguesia (que terá ainda uma árvore de Natal), bem como das zonas comerciais e nas ruas. Na União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova o planeamento para o Natal já está finalizado e começa a ser implementado. Pedro Vieira, Presidente da União de Freguesias adianta que “ao longo destes últimos anos temos feito um natal com várias iniciativas no sentido de comemorar esta quadra”. A primeira que o edil enumera é o Natal junto aos mais novos. Como já é habitual, todos os anos esta União de Freguesias realiza a tradicional festa de Natal com as crianças, onde atribui uma prenda a cada menino. No entanto, perante a atual situação “não será possível realizar estas comemorações, mas entregaremos na mesma uma prenda às crianças” constata o autarca. Ainda para os mais novos, Pedro Vieira aponta para outra iniciativa que é tradicional com as escolas de ambas as Freguesias que é o concurso de enfeite das rotundas e dos jardins públicos. Neste concurso as escolas da União de Freguesias recebem um vale que podem usufruir junto às papelarias aderentes, para comprar material escolar. Este ano, como novidade a autarquia colocou oito placas para apoiar o comércio local, “aqui a União de Freguesias quer dar um impulso ao comércio” o intuito do executivo é incentivar a população a fazer as suas compras junto a estes estabelecimentos que sofreram e estão ainda a sofrer com as mazelas provocadas pela pandemia. Quanto à iluminação, Pedro Vieira revela que será colocado um

painel de luzes em cada uma das Freguesias a desejar as boas festas. Quanto à Junta de Baguim do Monte, o Presidente Francisco Laranjeira explica que tinha cabimentado um orçamento inicial de 10 mil euros, mas que em virtude das restrições impostas reduziu este orçamento inicial na ordem dos 7 mil euros. Na União de Freguesias de São Cosme (Gondomar), Valbom e Jovim, o Presidente António Braz revela que este ano “o Município foi austero e, foi-nos comunicado que vai haver na entrada das freguesias uma mensagem de Natal”, o edil explica ainda que a nível da União de Freguesias, irá colocar umas luzes em cada edifício da Junta e ainda que “a maioria do que vai haver nas freguesias vai ser pelo Município. Vai ser gasto algumas dezenas de euros, não passará disso, será algo residual, utilizaremos algumas coisas que temos do ano passado”. António Braz afirma que manterá a parceria com as Donas de Casa de Gondomar que realizarão um presépio em cada Junta de Freguesia. No alto concelho, José Paiva, Presidente da União de Freguesias de Melres e Medas começa por abordar a iluminação já inaugurada no dia 1 de dezembro. “Colocamos uma árvore de Natal junto às igrejas de Melres e Medas”, em simultâneo as principais zonas comerciais da União de Freguesias, como é o caso da Rua das Quintãs encontram-se iluminadas. Os edifícios das Juntas desta União também ficaram mais coloridas com as luzes colocadas. O autarca revela ainda que na rotunda da A41, “que no fundo é uma das portas de entrada da União de Freguesias”, também está iluminada com um presépio. Para os mais novos, a festa de Natal irá realizar-se num formato diferente do habitual, formato este que ganhou peso neste ano de 2020, as

comemorações dos mais novos será realizada numa plataforma disponível na internet- o Zoom- na próxima segunda feira, dia 14 de dezembro, pelas 11h, com crianças das escolas primárias e dos jardins de infância da União de Freguesias. No total a União de Freguesias disponibilizou um orçamento aproximadamente de 1500 euros para esta época festiva. Ainda no alto concelho, o Presidente da União de Freguesias de Foz do Sousa e Covelo, Isidro Sousa, também quis comemorar esta época especial, é nesse sentido que será colocado uma árvore de Natal no Centro Social e paroquial do Foz do Sousa, uma árvore de natal na rotunda de Santo Amaro, próximo ao centro de Saúde, os meninos das escolas e dos Jardins de Infância vão ainda colocar os seus trabalhos. Quanto ao investimento camarário, incluindo a iniciativa de Natal do Compre+ Local em conjunto com as luzes, ronda os 35 mil euros. A vereadora responsável, Claúdia Vieira revela que “nós entendemos que a magia do Natal, o calor do Natal deve continuar e, portanto, este fator emocional é fundamental para o nosso bem estar e as luzes de natal criam este sentimento e nós este ano optamos por, para além da corrente de iluminação junto aos pontos de maior comércio, apostar também em elementos ornamentais iluminados para que as pessoas nos seus territórios possam, se assim o entenderem, tirar uma fotografia, levar os seus netos, os seus filhos, as crianças, para junto destes elementos que estarão dispersos por todo o território, inclusivamente este ano vamos ter até na Lomba”, quanto à ligação das luzes, Claúdia explica que ainda não foram acesas, porque estão a ultimar os últimos detalhes, mas em breve serão inauguradas. ▪


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VIVACIDADE DEZEMBRO 2020

Política

Gondomar aprova orçamento Municipal de 124 milhões de euros No dia 26 de novembro, a Câmara Municipal de Gondomar aprovou em reunião camarária o orçamento para 2021, que no qual totaliza 124 milhões de euros. Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal constata que num panorama global 2021 terá um orçamento superior ao habitual porque tem a “alavancagem dos comunitários”. Para o ano que se avizinha, a prioridade de Marco Martins passa por dar continuidade aos projetos já em curso. O autarca revela que para este orçamento “fiz questão de reunir com todos os Presidentes das Juntas de Gondomar” e sublinha que “de uma forma geral, claro que não tudo, mas as grandes preocupações das Juntas de Freguesia encontram-se acauteladas no orçamento”, sendo assim os principais investimentos elencados são: a continuação da construção da rede concelhia de nove parques urbanos; a construção de vias estruturantes (Via Estruturante Norte-Sul e Via Nordeste); a requalificação de rede escolar e a aposta na qualificação dos mais novos, através de vários programas de modernização de equipamentos e do desenvolvimento de projetos em conjunto com os agrupamentos escolares; a requalificação da habitação social; a preservação do património: como a recuperação do Cavalete do Poço de S. Vicente e a implementação da rede de percursos pedestres; a construção de novos Postos da GNR em Medas e em Fânzeres; a aposta no potencial turístico do Município e no desenvolvimento do território, de que é exemplo a criação do Museu da Filigrana. O edil revela que quanto à parte social, o programa social+ (que engloba os subprogramas +Alimentação, +Habitação e +Saúde) passou de 480 mil euros, para 1 milhão de euros de apoio direto às famílias. Em simultâneo, as empresas com um volume de negócios até 150 mil euros encontram-se isentas de derrama e no que concerne às empresas com um volume superior a 150 mil euros a derrama foi reduzida em 25% da taxa implementada, “só com esta redução da derrama o município terá uma perda de receita na ordem dos 900 mil euros”. O responsável pelo Município explica que “tem custos fixos e quanto a isso a Câmara não pode fazer nada” é nessa linha que Marco Martins explica que é importante destacar os mais de 27 milhões de euros para contratação de serviços (entre os quais, mais de 9,5 milhões para a limpeza e tratamento de resíduos e mais de dois milhões com a iluminação pública no concelho), em simultâneo só em “serviços de dívida são 11 milhões de euros são números que estão ali e que são intocáveis”.

Vereador Daniel Vieira- CDU O Orçamento e as Grandes Opções da Câmara Municipal de Gondomar para 2021, o último e quarto documento estrutural deste mandato, confirma os traços da gestão e as opções políticas da maioria PS/Marco Martins. Uma maioria que rejeita de forma continuada os contributos e desafios da CDU e que, nas decisões fundamentais, contou com o apoio de Valentim Loureiro. Um Orçamento que traduz a decisão tomada no início do mandato de proceder a um aumento significativo da taxa de IMI, sem que o tivesse anunciado na campanha eleitoral. Uma decisão que penaliza os gondomarenses e que significará, em comparação com o mandato anterior, mais de 14 milhões de euros de receita. Uma gestão que não foi capaz de resolver os principais problemas do concelho (ex: preços exorbitantes da água), que não está a preparar a reversão das concessões (ex: recolha dos resíduos), que continuou a optar por concessões por 20 anos (ex: estacionamento público) ou a renovar concessões com resultados muito negativos (ex: refeições escolares). Uma gestão que recorre permanentemente à prestação de serviços, aos contratos de emprego inserção nas escolas, em vez de fazer investimentos sérios na renovação da estrutura de pessoal e na valorização dos trabalhadores do município. Opções que continuam a desaproveitar os principais recursos endógenos do concelho (ex: criação museu ourivesaria, o reforço do movimento associativo e popular) e não potenciou muitos dos recursos naturais (ex: alargamento Pólis, combate à eucaliptização) e patrimoniais (ex: património mineiro e central de captação água). Uma maioria PS que continua a priorizar a publicidade, a propaganda, os permanentes anúncios, o entretenimento, eventos que se reduzem a slogans, em vez de investimentos estruturais que deixem sementes para o futuro. Uma gestão que não foi capaz de reivindicar, junto do poder central, projetos relevantes para o concelho e que continua a não ter compromissos sérios para a sua concretização (ex: rede metro). Uma gestão que continua a pensar o concelho em função das eleições e não em função das futuras gerações de gondomarenses, engavetando projetos importantes (ex: projeto educativo municipal) e adiando outros (ex: criação de malhas industriais significativas). A situação que vivemos, marcada pela pandemia, exige medidas sérias de combate à propagação do vírus e de defesa da saúde das populações, mas não pode ser o pretexto para adiar o debate público sobre o que Gondomar precisa para avançar. Vereador Nelson Sousa- PSD Tendo sido convidado para escrever umas breves palavras aos Gondomarenses sobre o orçamento, para o ano 2021, apresentado pelo executivo na passada reunião de câmara, devo antes demais partilhar uma dúvida que sobre o mesmo tenho, pois sempre pensei, aparentemente mal, que o acrónimo GOP (Grandes Opções de Plano) se relacionava com o orçamento e gestão da autarquia e não, como aparentemente se conclui, após uma leitura atenta do documento, de uma Grande Opção Partidária, não benéfica, na nossa humilde opinião, dos Gondomarenses em especial e dos cidadãos em

geral. Temos assim uma sensação de déjà-vu, para pior, o qual só poderemos adjetivar como sendo o mesmo uma VERGONHA – parte II. Resulta ainda de tal leitura que continuamos, infelizmente, a desbaratar milhões quando somos na realidade e lamentavelmente uma autarquia de tostões. Será que algum dia o executivo pretende devolver parte, senão a totalidade, dos 5% de IRS, que ano após anos recolhe dos Gondomarenses (taxa máxima legalmente permitida 5%)? Lamentavelmente sabemos que não, apesar dos nossos pedidos / propostas para tal. Já para não falar do descaramento por parte da autarquia no que toca ao montante cobrado aos munícipes a título de IMI. Uma vergonha. Qual a política do executivo para cativação da Indústria e de emprego no Concelho? Nenhuma, uma vez que a derrama continua das mais altas da área metropolitana do Porto, agora de 1,25% (numa variável possível até 1,50%) sobre o lucro tributável superior a 150 mil Euros a título de IRC das empresas com estabelecimento estável neste mui nobre concelho. Contudo, agora, ao fim de alguns anos e de repetidos pedidos da nossa parte, resolveu, para o ano em que se vão realizar eleições autárquicas dar uma “esmola ao pequeno comércio”, ou seja, isentando-o de derrama. Porque não se prenuncia a autarquia no que concerne ao valor, absurdo, da água em Gondomar? Esperamos que as buscas lá realizadas no passado dia 19 de outubro pela PJ nos possa dar alguma luz sobre este e outros assuntos que a todos nós dizem respeito enquanto Gondomarenses. Porque continuamos a pagar milhões para que sejam retirados, e bem, resíduos de São Pedro da Cova quando essa é e será sempre uma obrigação do Governo central? Amizade rosa? Lamentamos a falta de visão de futuro da autarquia, mesmo apesar dos constantes alertas por nós feitos ao presente executivo. A título de exemplo, basta referir que este executivo ainda vive à luz da Capital Europeia do Desporto de 2017, evento do qual os Gondomarenses e o comércio local nada ganhou?! Fazendo jus ao adágio “Com festas e bolos se... O futuro prepara-se hoje, mas para tal temos de entender o passado e preservá-lo, não só com museus ou casas de cultura, mas sim com as Pessoas. Essas são e serão sempre a nossa herança para as gerações vindouras. Neste sentido questionamos e pedimos a todos vós que enquadrem o executivo, e a sua forma de (des)cuidar dos gondomarenses, fazendo recurso a um pensamento do sec. XV de Maquiavel: “Há três espécies de cérebros: uns entendem por si próprios; os outros discernem o que os primeiros entendem; e os terceiros não entendem nem por si próprios nem pelos outros; os primeiros são excelentíssimos; os segundos excelentes; e os terceiros totalmente inúteis.” Acho que não vos será, por fim, difícil de responder a tal questão… Vereador Leonel Viana- Movimento Valentim Loureiro O Orçamento e as Opções do Plano, em cada ciclo governativo de quatro anos para os quais os executivos são eleitos, devem, se nada de excecional ocorrer, entretanto, respeitar a linha orientadora das políticas sufragadas nas eleições

e serem sucedâneos do anterior do 1º ao 4º ano de cada mandato. Ora o orçamento para o ano de 2021 será o último do mandato que se iniciou em 2017 e que terminará perto do final de 2022 e que, por isso, não traz grandes novidades relativamente aos últimos 3 anos anteriores. Não tem nada de excecional nem por boas nem más razões. No entanto, o ano 2020 foi completamente atípico para todo o mundo e para os Gondomarenses em particular pois devido à pandemia surgiram novas dificuldades que exigiriam novas soluções. Certamente que os problemas e dificuldades com que os gondomarenses se debatem e gostariam de ver resolvidos são certamente diferentes dos que seriam expectáveis no início deste mandato. À atual maioria socialista seria exigível um orçamento com maior sensibilidade social, que alargasse os apoios, também, à classe média designadamente aos pequenos proprietários e pequenos empresários que diariamente labutam para cumprir as suas obrigações. Será justo reconhecer que o orçamento para 2021, tal como os anteriores, salvaguarda o essencial para a continuidade dos mesmos níveis de qualidade de vida que os gondomarenses se foram habituando desde o inicio deste Século XXI, mas também seria exigível mais medidas que mitigassem os efeitos nefastos da contração económica que vivemos e vamos continuar a viver quiçá com maior incidência no futuro próximo promovendo maior coesão social e maior e melhor apoio ao tecido económico local, designadamente através da redução dos impostos diretos como o IMI. Ao invés, quando comparado com os anteriores dos anos transatos, prevê o atual orçamento arrecadar maior receita por esta via. Este orçamento, a exemplo dos anteriores, dá continuidade à politica populista e eleitoralista prevendo valores desproporcionados para comunicação e eventos festivos como a Noite Branca que pouco ou nada contribuem para o desenvolvimento sustentado de Gondomar em detrimento de fomentar verdadeiras politicas de apoio ao desenvolvimento económico como por exemplo o turismo nas margens ribeirinhas do Douro e Sousa ao qual não é dado o destaque que no meu entender mereceria. Também será justo reconhecer que o atual Plano e Orçamento dá continuidade a algumas grandes obras que são estruturantes para a mobilidade dos gondomarenses como são as Vias estruturantes em já curso e que já integravam planos de anteriores executivos. Pena é que o orçamento agora aprovado pela maioria socialista que governa a Câmara não acautele maior equilíbrio de investimento e desenvolvimento harmonioso entre as 12 freguesias privilegiando umas em detrimento de outras. Uma nota positiva para o investimento em infraestruturas de carater ambiental com a implementação de novos parques urbanos que proporcionarão melhor qualidade de vida aos utilizadores. Mesmo nesta área seria de exigir melhor e maior complementaridade entre os investimentos já existentes e os que se vão realizar redefinindo prioridades privilegiando a expansão do POLIS de Gramido para as freguesias a montante que permitiria alavancar novas e interessantes dinâmicas de desenvolvimento integrado como por exemplo o ecoturismo no projeto inter concelhio, já em curso, das Serras do Porto. ▪


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Política

Conheça os horários de recolha de resíduos urbanos na época Natalícia O Natal, por tradição, é a época do ano em que as famílias se juntam na noite de consoada para confraternizar, e o dia do ano em que se geram mais resíduos. Assim, a recolha de resíduos na época de Natal e de Ano Novo irá ser realizada por forma a criar o mínimo de transtornos, pelo que irá haver um reforço de meios de modo a garantir a limpeza das ruas do concelho neste período. Nos dias 24 e 31 de dezembro (5ªs feiras), toda a recolha será antecipada da seguinte forma: recolha diurna decorrerá das 7h até às 13 horas e a recolha noturna decorre entre as 13h e às 19 hora. Nos dias 25 de dezembro e 1 de janeiro (6ªs feiras) não se realizará a recolha de re-

síduos, com a exceção da recolha dos Ecopontos e dos contentores Moloks, habitualmente recolhidos às sextas feiras, e das zonas de Recolha Seletiva Porta-a-Porta de São Pedro da Cova, Rio Tinto, Baguim, Fânzeres e S. Cosme, em que a recolha será efetuada nos horários habituais. No entanto, de modo a precaver situações de acumulação de resíduos, estarão nas ruas cinco equipas diurnas e cinco equipas noturnas para a recolha adicional de contentores que eventualmente estejam cheios. Nos dias 26 de dezembro e 02 de janeiro -sábados- a recolha será efetuada nos horários habituais. Desta forma, pretendemos não só manter a recolha regularizada, como também ir ao encontro das expectativas dos trabalhadores e dos seus familiares que pretendem conviver nestes dias de grande relevância para todos, sem colocar em causa o normal funcionamento do serviço. O vereador José Fernando sublinha a importância da reciclagem e deixa o apelo a todos os Gondomarenses, para que sepa-

rem os resíduos e utilizem os ecopontos, ou os circuitos de recolha seletiva existentes, evitando desta forma a sobrelotação dos contentores de resíduos indiferenciados com resíduos recicláveis, contribuindo para uma época festiva amiga do ambiente. O responsável do ambiente de Gondomar anuncia que “não podemos, no entanto,

deixar de fazer um pedido especial aos Gondomarenses, uma vez que devido à pandemia em que vivemos, este tem sido, e continua a ser, um ano que muito tem exigido de todos nós em prol da saúde pública, para que festejem de forma cuidadosa evitando riscos desnecessários, com respeito pelas regras de prevenção”. ▪

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Investimento no Município de Gondomar

Autarquia investe mais de 120 milhões em seis anos Desde 2014 a autarquia de Gondomar, liderada por Marco periores a 120 milhões de euros com principal destaque para a e a aposta no ambiente, com a criação de espaços verdes. A beneficiação de arruamentos foi mesmo a rubrica com maior

inves�mento autárquico to talizando um valor final de 43 096 188,75€, enquanto no que respeita o ambiente e espaços verdes foram inves�dos 28 359 313,20€. Estas duas rubricas totalizam mais de metade do inves�mento desde 2014. O inves�mento na habitação pública ascende perto dos 20 milhões, totalizando 17 939 800,17€. Abaixo do marco dos 10 milhões – mas que no total re-

> Cais da Lixa (Covelo)

>Futuro Loteamento Industrial de Tardariz (S. Pedro da Cova)

presentam um inves�men to superior a 30 milhões de euros – ficam intervenções na requalificação urbana (9 744 854,66€), Escolas (8 571 273,59€), Equipamentos Despor�vos (6 930 277,67€), e Equipamentos Municipais (6 651 368,63€). No total, o inves�mento da au tarquia desde 2014 contabiliza assim 121 293 076,67€, num total de 73 obras, das quais 60 estão já concluídas, 10 estão

> Cais da Lixa (Covelo)

em execução e três têm já concurso lançado estando em fase de adjudicação. Ao longo destes seis anos o execu�vo avançou, ainda, com a criação de sete Unidades Locais de Proteção Civil, correspondentes às sete freguesias/ uniões, fazendo de Gondomar o único concelho no país com ULPC em todo o território. Em seguida apresentamos as principais obras da autarquia em cada freguesia/união de freguesias.


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Investimento no Município de Gondomar

Ambiente e Espaços Verdes

> Construção de 20 Novos Parques Infan�s e Reparação de 74

>Construção do Futuro Parque Urbano de Fânzeres

> Parque Urbano de S. Cosme

> Construção Parque Urbano Rio Tinto

> Passadiço no Rio Douro (Valbom)


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Investimento no Município de Gondomar

Equipamentos Municipais

> Arranjos Exteriores no Mercado da Areosa (Rio Tinto)

> Balcão Único (Gondomar)

> Obras Casa Branca de Gramido (Valbom)

> Espaço do Cidadão na Junta de Freguesia da Lomba

> Reabilitação Espaço Cultural Amália Rodrigues (Rio Tinto)

> Construção do Posto Territorial da GNR de Covelo


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Investimento no Município de Gondomar

Escolas

> Requalificação da EB 2/3 Santa Bábara (Fânzeres)

> Requalificação da EB 2/3 de Medas

> Reparação da EB1 / JI de Zebreiros (Foz do Sousa)

> Requalificação da EB 2/3 Frei Manuel de Santa Inês (Baguim do monte)

> Requalificação EB1 do Souto (S. Cosme)

> Requalificação da Escola Básica de Cimo de Vila (Melres)

> Requalificação e Modernização da Escola Básica Infanta D. Mafalda (Rio Tinto)

> Escola EB1 Monte Castro (Gondomar)


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Investimento no Município de Gondomar

> Remodelação do Pavilhão Gimnodespor�vo de Fânzeres

> Pavilhão da Escola Secundária (Valbom)

> Campo Sinté�co - Clube Recrea�vo Ataense (Jovim)

> Reabilitação do Pavilhão Gimnodespor�vo da EB 2/3 de Medas

> Construção do Campo Sinté�co de Gens

> Construção do Campo Sinté�co Sport Rio Tinto - Complexo Despor�vo


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Investimento no Município de Gondomar

Habitação Pública

> Conj. Habitacional Santa Bárbara (Fânzeres)

> Conjunto Habitacional Monte Castro

> Conjunto Habitacional Castro II (Baguim do Monte)

> Conjunto Habitacional Tardariz (S. Pedro da Cova)

> Conjunto Habitacional (Melres)

> Conjunto Habitacional do Monte (Gondomar)

> Conjunto Habitacional das Areias (Rio Tinto)


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Investimento no Município de Gondomar

> Via Estruturante Norte Sul (Baguim do Monte)

> Beneficiação da Rua da Lavandeira (Foz do Sousa)

> Beneficiação da Rua dos Azevinhos (Fânzeres)

> Beneficiação da Rua da Vessada (Jovim)

> Praia da Lomba - Requalificação e Beneficiação de Acessos

> Beneficiação da Avenida Santa Bárbara (Melres)

> Via Nordeste (Rio Tinto)

> Beneficiação Via Centro de Saúde (S. Pedro da Cova)

> Rua Dr. Joaquim Manuel da Costa (Valbom)


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Desporto

Toma posse nova direção do Gens SC:

"O legado que o anterior presidente nos deixou é irrepetível" O Gens SC elegeu recentemente um novo Presidente e uma nova direção marcada pela juventude. Estivemos à conversa com Mário Santos que com 26 anos assumiu as rédeas de um clube quase centenário e nos revelou pormenores quanto ao futuro do clube e anunciou a homenagem que pretendem realizar a António Eleutério Gonçalves. O Gens assume uma nova direção e um novo Presidente. Elucide-nos um pouco este percurso. Como é que te sentes sendo o Presidente mais novo da Associação de Futebol do Porto? Nós em setembro não sentíamos a necessidade inequívoca de termos uma figura de um lider, de um representante legal da Associação do clube. De facto, com o passar do tempo verificamos que as coisas não poderiam continuar assim, porque o Gens precisava de uma liderança e acima de tudo precisava de uma restruturação. Antes de tudo, e antes de entrarmos por essa tal restruturação, é importante dizer que o legado que o anterior Presidente nos deixou é irrepetível, ninguém pense que nos Gens vai fazer mais do que ele, porque é impossível, pelos anos que ele tinha de casa e, acima de tudo, por aquilo que ele deu ao clube, portanto o legado que eu, ou qualquer outro Presidente que venha a seguir a mim tem para "carregar às costas" é muito grande, diria até que é irrepetível. E, portanto, o trabalho que temos pela frente é árduo uma vez que houve esta perda do nosso Presidente, nós sentimos a necessidade com o aumento dos desafios constantes do clube de termos uma liderança forte e depois aproveitar também para realizar uma reestruturação da direção e foi isso que nós fizemos. Nós agora temos um departamento de marketing e comunicação isso não existia, não tinhamos pessoas focadas apenas nesta área esse é um dos motivos para nós sentirmos que existia a necessidade de convocarmos novas eleições para a direção do Gens SC e, foi nesse sentido que a anterior direção, que passou agora para a nova direção, decidiu demitir-se em bloco e dar a palavra aos sócios, se de facto era nesta direção que confiavam ou não para assumir os desafios do clube. É importante de frisar que eu sou só um elo nesta engrenagem toda, nós nos órgãos sociais ao todo somos 28 e todos tem o mesmo propósito que é ajudar

TABELAS CLASSIFICATIVA DE FUTEBOL Campeonato Portugal série 3 P. 1 2 3 4

Equipa Trofense Leça Paredes Gondomar

Pontos 17 16 13 11

Af porto Elite Série 1 4/12- SC Rio Tinto 5-2 Gondomar B

P. 1 2 3 ... 6 ... 11

o clube e colocá-lo num patamar superior. Eu diria que cerca de 35% da direção são mais novos, ou seja, são 10 elementos mais novos que eu. Quanto à outra questão prendia-se com o facto de como é que me sinto por ser o Presidente mais jovem, pelo menos a nível da AFP, por acaso, nunca tinha pensado nisso, mas assim muito abertamente e estou a falar para mim, no ano passado também assumi o futebol sénior e praticamente todos os atletas que me rodeavam eram mais velhos que eu e, pelo contrário, eu não senti qualquer tipo de dificuldade em controlar uma equipa com atletas mais velhos, porque para mim a idade é apenas um número, desde que nós tenhamos a consciência e a competência de honrarmos os nossos compromissos. Pegando na bengala do desafio digital, temos muitos clubes que não valorizam tanto esse caminho digital foi uma preocupação vossa de ter esta repaginação de trazer mais jovens e explorar esse meio? Sim, sem dúvida, porque nós hoje, não só nas redes sociais e podemos falar mais abertamente na área da comunicação, até a nível administrativo e processual, precisamos de ter conhecimentos da forma como se processa este mundo digital e quando falamos deste tema parece uma palavra difícil, mas estamos a falar por exemplo em inscrever um jogador, porque a exigência que é hoje a inscrição de um atleta é muita. Portanto, se nós não tivermos esta preocupação com a renovação geracional e sobretudo colocar jovens que estão muito mais habituados com esta realidade digital, nós iríamos acabar por desaparecer ou por ser muito complicado de aguentar o clube. Para nós foi prioritário adotar uma visão departamental do clube, isso é muito importante para conseguirmos fazer face a outros desafios diários, porque se nós tivermos as pessoas certas, nos departamentos certos é muito mais fácil de andarmos com isto para a frente, facilita-nos o trabalho a cada um. E no futuro o que é que pretendem imple-

mentar no clube, qual é a vossa principal preocupação neste momento para além da pandemia, têm algum objetivo? O que nós quisemos fazer quando tomamos posse foi estabelecer sete objetivos basilares que vou passar a citar, o primeiro objetivo é a construção dos balneários e a bancada coberta durante o mandato que durará até 2022, o segundo é manter e afirmar o clube na principal divisão da AFP, na divisão de elite, o terceiro é aumentar de forma gradual o nível de certificação da formação do clube, recordo que somos um dos únicos três clubes de Gondomar certificados pela Federação Portuguesa de Futebol no que diz respeito ao futebol de formação. O quarto objetivo também tem a ver com a colocação de todos os escalões de formação na principal divisão da AFP, já tínhamos um para este ano que era os sub 17 e queremos também colocar os sub 15 e os sub 19, pretendemos também abrir a equipa de veteranos à comunidade do lugar e a ex atletas e, aqui é mais num sentido de praticar desporto, há aquilo que nós chamamos e que já existe noutros clubes que é o futebol fitness e, portanto, nós já temos uma equipa de veteranos que tem um espírito e um cariz puramente social e o que nós queremos é juntar nessa secção um projeto de futebol fitness. O sexto objetivo é abrir à comunidade a história do Gens SC, divulgando a mística e a simbologia do clube e, eventualmente escreveremos um livro ou recolheremos algumas peças de museu para colocar aqui no nosso espaço. E, por fim e não menos importante, para perpetuar a memória futura e para honrar também o trabalho que o nosso Presidente fez e porque não pode ser a direção a decidir isso, mas pode ser a direção a levar à Assembleia Geral, nós decidimos levar a proposta de nomeação do campo de futebol designado como Parque desportivo de Gens, como Estádio António Eleutério Gonçalves, portanto o poder de decisão quem tem é os sócios, mas nós vamos levar essa proposta a uma próxima Assembleia Geral. ▪

Equipa

Vila Maia Avintes .... Gondomar B ... SC Rio Tinto

Pontos 18 17 16 ... 15 ... 12

Af Porto Elite Série 2 Freamunde 3-2 Sousense

P. 1 2 3 ... 5 ... 7 8

Equipa Rebordosa Vila Meã Freamunde ... S.Pedro da Cova ... Sousense Gens

Pontos 23 21 20 ... 18 ... 14 14

Af Porto Honra Série 2 P. 1 2 3 ... 6 ... 13

Equipa Alfenense Águias Eiriz Valonguense ... CA Rio Tinto ... Estrelas Fânzeres

Pontos 16 15 15 ... 11 ... 4

Af Porto 1 Divisão Série 2 P. 1 2 3

Equipa Aldeia Nova Lusitanos Ataense

Pontos 16 15 15

Af Porto 2 Divisão Série 3 P. 1 2 3 ... 12

Equipa Lomba SC Amarante Várzea Douro Rans ... Melres DC

Pontos 16 14 11 ... 1

Devido à situação pandémica atual, os próximos jogos não são divulgados nesta tabela, tendo em conta que estão consecutivamente a ser adiados.


Hospital Escola Prof.ª Doutora Sandra Guimarães do HFP

GLAUCOMA O glaucoma é uma doença do nervo óptico, a estrutura que liga os olhos ao cérebro e permite que tenhamos visão. Com a progressão da doença o nervo óptico vai perdendo fibras conduzindo a uma perda de visão. Esta perda de visão pode começar da periferia para o centro, o que faz com que possa não ser percebida até fases avançadas da doença. Por este motivo o glaucoma é chamado de “ladrão silencioso da visão”. Torna-se então importante uma avaliação regular dos seus olhos, especialmente se tem mais de 55 anos ou mesmo a partir dos 40 anos se tem história familiar de glaucoma ou fatores de risco (alta miopia, cirurgia de retina prévia, raça negra, traumatismo/acidente ocular, entre outros). Porque surge o glaucoma? Na maioria das pessoas o glaucoma surge devido a uma pressão intraocular alta. Isto acontece porque dentro do olho existe um fluido (humor aquoso) que não consegue fluir de forma adequada devido a problemas de drenagem do mesmo. No entanto, há variadíssimos tipos de glaucoma, podendo existir glaucomas com pressão intraocular baixa/normal ou até glaucomas que causam dor (que são menos frequentes). Por este motivo, é importante não confiar apenas em medições de pressão intraocular esporádicas, mas sim em exames completos do seu olho. O glaucoma pode ser prevenido? Sim. Numa fase inicial, se o diagnóstico for realizado atempadamente pode prevenir-se o desenvolvimento ou progressão do glaucoma através de tratamento com gotas, laser e/ou cirurgia. O importante é um diagnóstico precoce para prevenir a perda visual. Que exames dispomos no Hospital Fernando Pessoa para a avaliação do glaucoma? - Medição da pressão intraocular com tonometria de aplanação de Goldmann e Icare; - Tomografia de coerência óptica; - Campos visuais computorizados; - Gonioscopia; - Paquimetria corneana; - Retinografia. Que formas de tratamento temos disponíveis no Hospital Fernando Pessoa? Além da Cirurgia (que poderá ser minimamente invasiva), a Trabeculoplastia Laser Seletiva (SLT) é uma modalidade de tratamento que pode ser utilizada desde o início para prevenir os efeitos secundários das gotas ou até mesmo evitar a necessidade de colocar gotas diariamente.

Gonçalo Lixa

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Médico Veterinário, Clínica Veterinária do Taralhão

Época de Natal e Ano Novo: Que cuidados ter com o meu animal? Com mais ou menos limitações, maior ou menor consumismo, o Natal e o Ano Novo estão mesmo a chegar! Na generalidade das famílias, esta altura implica dias de entrada e saída de pessoas em casa, nem todas comuns ao ambiente familiar, e mesas preenchidas com elementos gastronómicos (e não gastronómicos) diferentes, que facilmente despertam a atenção dos nossos amigos de quatro patas... “Que cuidados particulares devo ter nesta altura?” Antecipar e minimizar o Stress: - São inúmeros os fatores que podem levar ao stress no seu animal, mas principalmente aqueles relacionados com alterações marcadas na rotina, presença de pessoas estranhas na casa e/ ou ruído excessivo (ex: fogo de artifício). As maneiras de lidar com este problema incluem abordagens não farmacológicas (procurando dessensibilizar o seu animal nas semanas anteriores para os eventos pelos quais terá de passar) ou farmacológica (adequada a cada animal e a cada situação específica). Este está longe de ser um problema menor, já que episódios de stress agudo podem, em muitos casos, resultar em doença. Cuidado com a Alimentação e/ou ingestão de corpos estranhos: - Ano após ano, esta é uma altura em que as clínicas e hospitais veterinários se enchem de casos de animais que sofrem por ingestão de corpo estranho ou algum tipo de intoxicação alimentar. É fácil, infelizmente, de perceber porquê. Multiplicam-se pela casa elementos pequenos (das decorações, dos presentes, etc..), e pelas mesas restos de comida (como ossos ou espinhas), que o seu animal pode engolir, com consequências sérias. - Ainda respeitante à alimentação, eis alguns dos ALIMENTOS PROIBIDOS para o seu animal, e que poderá encontrar na mesa de Natal: chocolate, cebola, alho, noz de macadâmia (presente em alguns doces), xilitol (presente nas pastilhas elásticas ou em alguns tipos de manteiga de amendoim), uvas (sejam uvas passas ou não processadas), bebidas alcoólicas, produtos com leite (tal como algumas pessoas, a grande maioria dos cães/ gatos são intolerantes à lactose), caroços de fruta (contêm glicosídios cianetogénicos, ou seja, cianeto, que é tóxico para o seu animal), abacate, alimentos com café e alimentos muito gordurosos/ temperados (como bacon ou enchidos no geral). Se o seu animal ingerir algum destes alimentos/ corpo estranho, ou apresentar sintomas como vómito, diarreia ou prostração severa, deverá contactar o seu Médico Veterinário assistente. Em meu nome pessoal e de toda a Clínica Veterinária do Taralhão, desejo a todos um Feliz Natal! Não se esqueçam, nunca: Se o Natal é a festa da família, deve ser um momento feliz e de partilha com os nossos animais também, mas sempre com juízo...

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HORÁCIO’S CAFÉ CAFÉ E SNACK-BAR

Boas Festas Largo da Costa - Fânzeres - Gondomar

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Posto de Vigia Manuel Teixeira

Professor Universitário e investigador do CEPESE (UP)

O NATAL MAIS TRISTE DA HISTÓRIA 1 – É difícil imaginar, à escala planetária, na história contemporânea, um Natal mais triste do que o que vamos viver dentro de duas semanas. É certo que a história regista muitos natais onde a luz foi substituída pelas trevas. Muitas desgraças e muita miséria. Mas nunca com uma dimensão mundial. Nem mesmo os natais da primeira e da segunda guerra conseguiram escurecer o planeta de lés a lés. Mesmo os momentos mais terríveis de carnificina foram-no localizados no espaço e no tempo. Esta pandemia, que fez descer as trevas sobre quase 200 países, dá-nos a dimensão da pequenez humana, espalhando uma doença sem rosto, a morte camuflada, a angústia sem esperança, o desemprego sem horizonte de fim, a pobreza e a miséria, a incerteza e o caos na vida de centenas de milhões de seres humanos. A Covid 19 é um aviso sem retorno sobre pobres e ricos, sábios ou ignorantes, poderosos ou inofensivos. Por ironia, enfrentamos o mais democrático de todos os vírus até hoje conhecidos… 2 – É neste cenário sombrio que vamos viver o natal, e entrar no novo ano. Com a vaga esperança da chegada ao mercado das primeiras vacinas para combater o vírus. Mas com a enorme incerteza sobre quando nos livraremos

desta ameaça de terror. Os mais otimistas falam num verão já desanuviado. Os menos otimistas projetam para o final de novo ano alguns raios de esperança. Os mais pessimistas prolongam a ameaça ainda pelos próximos anos. Mas para além das ameaças da doença, temos as consequências da pandemia, numa herança já à vista de uma gigantesca crise social, económica e financeira. Milhões de desempregados em todo o mundo por efeito da pandemia; milhões de precários que não sabem qual o dia e a hora em que engrossarão a lista dos sem trabalho; centenas de milhares de empresas já de portas fechadas ou no estertor da sua sobrevivência. Economias suspensas à espera de uma luz no horizonte. 3 – Portugal não escapa a nenhuma das ameaças da pandemia. Tudo o que atrás foi dito também se aplica ao nosso país. E já todos sabem e sentem que, mesmo depois da Covid, a sequelas que dela resultam serão uma catástrofe. No tecido empresarial, no mercado de trabalho, nas dívidas pública e privada, no défice das contas do Estado, e nas ameaças ao setor financeiro. O Governo pinta um cenário de esperança numa recuperação rápida, mas nada nem ninguém consegue demonstrar que assim seja. Ainda na semana passada, a OCDE divulgou as projeções para Portugal que contrariam dramaticamente as previsões do governo português. Desde a cada do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, passando pelas previsões oficiais de crescimento para 2021 e 2022, a que se junta o agravamento da dívida pública e do desemprego, tudo indicadores que arrasam o otimismo governamental. Só falta mesmo dizer que, no fim da linha, nos espera o colapso de boa parte do setor financeiro. Então seria a tragédia completa…

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Consultório Jurídico Madalena de Lima, Advogada com larga experiência em Direito Criminal, Civil, Família e Menores, Administrativo, Comercial, Urbanismo e Internacional. Inscrita na Ordem dos Advogados desde 1983, abriu novo escritório em Rio Tinto. Boa Tarde Dra. Moro num apartamento há cerca de 3 anos e em Setembro adoptei um cão. O cão visto ser de uma idade ainda jovem, ladra um pouco de manhã, visto que quer ir ao jardim fazer o seu passeio higiénico. Tenho recebido várias ameaças de ir à GNR de dois vizinhos meus, que se queixam do barulho do animal logo de manhã cedo, nomeadamente ao fim de semana. O que é certo é que o meu apartamento já está pago e o meu cão ladra por volta das 8h da manhã. Curiosamente, o filho de um dos meus vizinhos que se queixa, é membro de uma banda musical e toca um instrumento durante o dia o que também me incomoda, mas compreendo a ocupação do miúdo. Devo sentir me preocupado com o assunto? Existe alguma lei que diferencia o ruído de animais e ruído de som de instrumento musicais? Obrigado. Luís Magalhães. O artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de Janeiro - Regulamento Geral do Ruído define ruído de vizinhança como todo o som associado ao uso habitacional e às actividades que lhe são inerentes, produzido, directamente, por alguém, ou por intermédio de outrem, por coisa que esteja à sua guarda ou animal colocado sob a sua responsabilidade, que, pela duração, repetição ou intensidade, seja susceptível de afectar a saúde pública ou a tranquilidade da vizinhança. Simplificando, dir-se-á que todo o barulho que é feito dentro de casa, e que é ouvido pelos vizinhos e os incomoda, é considerado ruído de vizinhança, onde estão incluídos os barulhos produzidos por animais ou instrumentos musicais. Este Regulamento não estabelece um período de tempo no qual é proibido fazer ruído de vizinhança, mas estabelece dois períodos do dia no que toca à actuação das autoridades policiais, quando confrontadas com queixas de barulho de vizinhos Conforme prescreve o artigo 24.º do aludido Regulamento, entre as 23 horas e as 7 horas, as autoridades policiais podem ordenar aos vizinhos barulhentos que cessem, de imediato, a produção de ruído. Entre as 7 horas e as 23 horas, as autoridades policiais podem, apenas, fixar um prazo para termo do ruído. Assim, para sanar a situação, o leitor deverá tentar falar, directamente, com os vizinhos produtores de barulho, sensibilizando-os para o facto de estar a ser prejudicado/incomodado. Caso o barulho proveniente da casa dos vizinhos permaneça, a solução é chamar as autoridades policiais e, em último caso, resta a possibilidade de avançar para uma acção judicial.

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Jornal VivaCidade 10/12/2020 - Edital nº 7

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Cartório Notarial VILA DO CONDE João Gabriel Gonçalves Notário

EXTRATO - Certifica narrativamente para fins de publicação, que neste Cartório, por escritura de 2020.11.12, exarada a folhas 2, do livro de notas para escrituras diversas número 43-A, foi lavrada uma escritura de Justificação, na qual foram justificantes: - José Ricardo Barroso Maia (NIF 142 702 188) e mulher Maria Odete Rodrigues Varandas Maia (NIF 142 702 170) casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais respetivamente da freguesia de Nossa Senhora de Fátima, concelho do Entroncamento e da freguesia de Mogofores, concelho de Anadia, residentes na Rua Campo do Futebol, nº48, freguesia de Mogofores, concelho de Anadia. DECLARARAM: - Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do seguinte imóvel, sito na freguesia de S. Cosme, concelho de Gondomar: Fração autónoma designada pela letra “T”, correspondente ao RÉS-DO-CHÃO DIREITO, HABITAÇÃO, ENTRADA 60, do prédio urbano em regime de propriedade horizontal sito na Rua Augusto Gomes, 40, 42, 44, 46, 48, 50, 52, 54, 56, 58 e 60 e Rua Teixeira Lopes, 60, 76, 92, 108, 124, freguesia de Gondomar- S. Cosme (extinta), concelho de Gondomar, descrito na Conservatória do Registo Predial sob o número três mil setecentos e trinta e cinco / Gondomar (S. Cosme) e inscrito na matriz urbana da união das freguesias de Gondomar (S. Cosme), Valbom e Jovim sob o artigo 15093 (teve origem no artigo 7313 da extinta freguesia de Gondomar (S. Cosme), com o valor patrimonial tributário de €54.190,85 e o atribuído de igual valor. 1) Que, por volta do ano de 1998, o titular inscrito, Luís Carlos Garcia Lopes, solteiro, maior, residente que foi na Rua Teixeira Lopes, n.º 60, r/c direito, Gondomar, atualmente falecido, vendeu a fração autónoma acima identificada, aos aqui justificantes, mas apesar das buscas efetuadas, eles justificantes não conseguiram encontrar a escritura que titula esse contrato, ignorando também qual o Cartório que a lavrou, não tendo, assim, possibilidade de obter o respetivo título, para fins de registo. 2) Que, assim, justificam o direito de propriedade nos termos indicados, com vista ao registo de aquisição do prédio a seu favor na respetiva Conservatória do Registo Predial. - Está conforme o original e, na parte omitida, nada há que amplie, restrinja, modifique a parte extratada. Vila do Conde, 23 de novembro de 2020.


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Opinião: Vozes da Assembleia Municipal Joana Resende PS

Este ano, que ficará para sempre recordado pelas piores razões, está finalmente a terminar. É tempo de respirar, de projetar e preparar o futuro. Como em todos os finais de ano, fazem-se os balanços do que passou, e alinham-se as estratégias para o vem. E também os Municípios elaboram os seus orçamentos, para garantir que os projectos e os investimentos na terra e nos seus habitantes continua. Continua a vida. O Orçamento Municipal de Gondomar para 2021 totaliza 124 milhões de euros. Deste valor, somos a realçar a coragem de um investimento de 35 milhões de euros, reforçando o apoio às áreas sociais com um apoio direto às famílias

Valentina Sanchez PSD

O Partido Social Democrata considera que o orçamento apresentado para o ano de 2021, pelo executivo socialista, não dá prioridade às inúmeras necessidades em que o concelho de Gondomar e os seus munícipes se encontram.

Maria Olinda Moura CDU

O surto epidémico tem marcado a vida nacional e local, multiplicando-se as dificuldades na vida de milhares de famílias, trabalhadores, micro, pequenas e médias empresas, associações e colectividades. Dificuldades que não estão a ter a resposta necessária, quer do estado, nas medidas de mitigação do surto, que se impunham com o necessário reforço do SNS, contratação de trabalhadores para os hospitais, escolas e múltiplos outros serviços públicos, quer da administração local, como a CMG que, entre uma miríade de intervenções, declarações e acções casuísticas, não tem contribuído efectivamente para a compatibilização da resposta sanitária à necessidade de retomar a vida em todas as suas dimensões e actividade económica. A vida no município não

A preparar 2021 de 1 milhão de euros, e ainda o apoio às empresas com a isenção da derrama para as PMEs do concelho. Em 2021, este Orçamento reflete a execução das várias obras financiadas por Fundos Comunitários, mas acima de tudo, a boa gestão das despesas correntes, bem como da dívida municipal, esta última com uma redução impressionante de 11 milhões de euros. Há claramente um reforço na aposta da construção da rede concelhia de nove parques urbanos, um compromisso do primeiro programa eleitoral e que está em fase de conclusão, bem como um claro investimento na construção de vias estruturantes, das quais se destacam a Via Estruturante Norte-Sul e a Via Nordeste. Denota-se ainda uma crescente preocupação com as necessidades prementes na vida concelhia, nomeadamente na requalificação da habitação social, no prolongamento da rede de saneamento na zona do Alto do Concelho, e a construção de

novos postos da GNR em Fânzeres e Medas. Este orçamento demonstra também uma preocupação com o património do nosso concelho, com reforço também no investimento da recuperação do Cavalete do Poço de S- Vicente, em São Pedro da Cova, e a implementação da rede de percursos pedestres. De realçar um investimento que se tem mostrado estruturante, desde o primeiro mandato, e que eleva o nosso concelho e a nossa marca , e que é a aposta no potencial turístico do concelho, e do seu impacto no território, de que é exemplo a criação do Museu da Filigrana. Por outro lado, há também um claro posicionamento do Executivo ao lado das empresas do concelho, isentando da derrama as Pequenas e Médias Empresas com volume de negócios até 150.000€, e conferindo um desconto na mesma taxa, e de 23%, a todas as outras. Há uma rúbrica que nos é muito cara, ou seja, que nos deixa orgulhosos e com a consciência que

estamos sempre perto dos nossos munícipes: a área social. É de realçar que, neste ano tão atípico e que ceifou de grande maneira a vida como a conhecíamos, houve um esforço do Executivo em reforçar o apoio direto às famílias de Gondomar no Programa Social+, englobando os subprogramas +Alimentação, +Habitação e +Saúde. Por fim, de referir ainda a verba de 11 milhões de euros para amortização da dívida atual do município, e que mais uma vez vem mostrar a forma eficiente como é feita a gestão deste Executivo, e como continuam a honrar os seus compromissos. Há uma enorme expectativa em relação a 2021, e a todos os níveis. Mas há uma certeza que nos acompanha há 7 anos, e que neste ano não nos defraudou: o Executivo de Gondomar continua a fazer o seu trabalho da melhor forma; um caminho planeado, estruturado, capaz e pensado para todos nós: as gentes da sua terra.

O nosso voto contra o orçamento! Todos sabemos o impacto que esta pandemia trouxe a economia em geral, e a todos nós individualmente, assim se quando a Câmara de Gondomar esteve em dificuldades financeiras procedeu ao aumento do IMI, que significa um custo directo para os Gondomarenses, seria de esperar que quando os Gondomarenses se encontram em dificuldades, a Câmara sentisse o dever de ajuda, mas não. Além de não baixar a taxa de IMI, não foi "reposta" a taxa de IMI que aumentou para suposta-

mente fazer face a alegada dívida à EDP. Assim como a devolução do IRS, seria de esperar que o município baixasse a sua parte de participação para ajudar os seus munícipes, mas não. Na DERRAMA propõe uma isenção para empresas com volumes de negócios abaixo dos 150.000,00 euros, ao qual o PSD aprova, mas considera insuficiente, pois um dos grandes objectivos da isenção da DERRAMA seria o aumento dos postos de trabalho em Gondomar, e ao colocar as empresas grandes de fora desta isenção, nao esta a captar

os postos de trabalho que, por norma, as grandes empresas trazem consigo. O orçamento do PSD privilegiaria mais as pessoas e o investimento, e por este motivo, votamos contra o orçamento.

de Cristal, no Hard Club, na Casa da Música; ou no concelho da Maia que realizou o seu Maiafest; ou Vila Nova de Gaia que continuou a apresentar várias atividades ligadas ao teatro, à música e à dança. Em Gondomar, que tem enormes carências no desenvolvimento económico, social e cultural, o que propõe a Câmara às Associações e Coletividades, às bandas musicais, aos artistas, aos pequenos e médios comerciantes? Anuncia-se a importância do comércio local e num só ano permite-se a construção de três grandes superfícies, em Valbom, Rio Tinto e S. Cosme, que vão abafar o comércio local. Anuncia-se desde as últimas eleições legislativas o Parque Urbano de S. Cosme e todos sabemos que não será construído neste mandato; anuncia-se há anos a linha do metro por Valbom que todos já não acreditamos realizar-se tão cedo. A mesma Câmara que publicamente diz uma coisa, mas que cortou suplementos aos seus trabalhadores, faz e desfaz horários, tenta impor-lhes dias de férias, num momento de especial fragilidade dos mesmos

e das suas famílias… Com responsabilidade, seguindo as regras e procedimentos necessários, é urgente vivermos a nossa vida e as nossas atividades. É fundamental que a Câmara Municipal dê sinais de que a vida não parou. É imperioso atuar em muitas áreas necessárias à superação das dificuldades sentidas atualmente, como é o caso da falta de transportes que continua a afetar a vida dos gondomarenses e a prejudicar a mitigação da pandemia pela falta de condições de distanciamento. Em suma, a autarquia municipal tem de mostrar que a vida continua. Tem de dar esperança aos seus munícipes. Tem de olhar para as áreas de intervenção que são da sua responsabilidade e dar uma resposta cabal, em vez de se escudar na pandemia. A Câmara tem de dar o exemplo. Tem de reinventar-se, se for necessário, e não permitir que a vida pare. O dever da Câmara de Gondomar é cuidar da vida dos gondomarenses em todas as dimensões da condição humana.

O Partido Social Democrata deseja a todos um Feliz e Santo Natal, dentro dos possíveis, e cumprindo com a normas da DGS, protegendo-nos a nós e quem nos rodeia. E que o ano de 2021 seja um ano de viragem!

A vida não pode parar se pode resumir ao surto epidémico. A CMG não pode estar à espera que a epidemia passe para reagir! Salvo raras exceções, o que é feito da programação cultural do município? O que existe a nível de desporto? Além de apoios monetários, o que está a ser feito para ajudar as associações a retomarem a actividade e a programarem a vida associativa? O que está a ser feito para que os serviços não se limitem aos mínimos e que as populações não encontrem cada vez mais limitações na interação com o município? É necessário promover a vida! Há vários exemplos de atividades políticas e socioculturais em muitos municípios onde, de forma cuidada e com todas as regras, se tem mostrado que há vida para além da pandemia e que as populações podem, com segurança, usufruir de realizações necessárias ao seu bem-estar, bem como para o desenvolvimento da economia local que tanto precisa de incentivos. São conhecidas realizações culturais no Porto, com atividades para crianças nas bibliotecas, a Feira do Livro, Festivais de dança, concertos no palácio


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Opinião: Vozes da Assembleia Municipal Poupar e não investir pois 2021 é um "Fim de ciclo" Enquanto empresário tenho lido, com clara satisfação, os projetos e decisões de várias autarquias espalhadas por todo este país que têm decidido (nestes tempos tão atípicos de pandemia e dificuldades sociais) desenvolver programas de apoio ao comércio tradicional e às empresas locais. São muitos os exemplos um pouco por todo o país. Em certos municípios as Câmaras Municipais e as Juntas de Freguesia têm usados as verbas tradicionalmente "reservadas" para as comemorações natalícias e para as usuais iluminações festivas e, numa decisão de elogiar, destinam tais valores para programas de apoio direto ao comércio locais e às empresas e empresários. Mas há ainda outras ideias que me têm deixado satisfeito. Há câmaras que optam, por exemplo, por não gastar verba em iluminação de rua ou em programas festivos.

E usam esse valor no apoio direto às empresas e aos empresários locais. Apesar de ter conhecimento, com agrado, de um pequeno "mimo" dado as lojas do Comércio tradicional, através de uma parceria com a Associação Comercial de Gondomar distribuindo Papel de fantasia e laços, representa um pequeno gesto de apoio a um grupo restrito de Micro Empresas. O Executivo camarário assinala com satisfação tais decisões. Mas eu assinalo, a ausência de visão para suprir os efeitos sociais e económicos desta pandemia. Leio no Facebook da Câmara em relação a umas poucas e irrelevantes decisões. Que vão suspender a cobrança de parquímetros durante algum tempo. Que isentam algumas taxas de publicidade ou de ocupação do espaço público. Que vão aplicar a isenção de derrama... Mas nas "letras pequeninas" é que, como em

qualquer contrato, reside o busílis da questão. Isentam quantas empresas da derrama? Suspendem parquímetros até quando? Não. Até pode ser algo, mas não chega. Não chega! Os Gondomarenses querem mais e precisam de mais. Bastaria, por exemplo, olhar para os municípios vizinhos. Alguns deles conseguem, de facto, tomar decisões relevantes e com impacto na economia local. Respondam-me, se souberem... Qual a decisão da Câmara Municipal de Gondomar em relação, por exemplo, ao Imposto Municipal sobre Imóveis? Vai baixar??? Qual a decisão da Câmara Municipal de Gondomar em relação à constante contratação externa de serviços que podiam ser feitos com meios próprios? Vai "cortar" ou antes pelo contrário??? Qual a decisão da Câmara em relação às centenas de milhares de euros gastos em publicidade,

" ANO ATÍPICO Ano atípico este de 2020. Logo muito cedo, o país se viu confrontado com uma pandemia aguda, causadora de fortes momentos de frustração e "raiva", pela morte antecipada de tantos portugueses, alguns deles nossos familiares, incapazes de se poderem defender dos seus bárbaros efeitos. Pandemia ainda bastante ativa, pois, todos os dias, continuam a não resistir dezenas de portugueses, apesar dos muitos avisos, alertas e confinamentos decretados, mas, não só. A economia e as finanças públicas

Movimento Valentim Loureiro Coração de Ouro cartazes e propaganda pública? Vai moderar tal investimento ou, como em anos anteriores, vai continuar a gastar de forma desmedida??? Temos uma Câmara muito boa a nível de clausulados mas extremamente má a nível de decisões com impacto real, e positivo, na vida dos Gondomarenses. Temos uma Câmara em clara "gestão corrente". É que o ano foi atípico mas em 2021 temos eleições. Aí sim, admito, terei algumas respostas e decisões em relação às perguntas que coloquei. Felizmente não tenho memória curta. Aliás, não temos memória curta!

Pedro Oliveira começam a definhar, algumas valências do setor privado, como a restauração e os turismos, dão o ano por perdido, o confinamento instalou-se prendendo as pessoas a suas casas e ao uso incomodativo de máscaras faciais. Foi um ano negro e angustiante, inesperado na prevalência do vírus, mas que a vacinação, quase disponível, já faz vislumbrar uma "luz ao fundo do túnel", na sua irradicação. Toda esta envolvência motivou uma clara consequência, e que se prendeu com a manifesta ausência da verdadeira politica, fazendo de 2020 um ano

marcadamente apolítico, ou seja, não deixando os partidos políticos de manter a sua atividade e de intervirem politicamente, o tom, o ritmo, a forma persuasiva como o fizeram, foi tendencialmente mais leve, mais consensual, mais imbuída de "sentido de estado", numa demonstração inequívoca de respeito para com o momento difícil que o país atravessa. Enfim, o importante é todos percebermos que 2020 mais não tenha sido, que um único e verdadeiro ano atípico, emergente de uma perigosa e inusitada pandemia, hoje em ritmo descendente e em vias de ser combatida com

Que orçamento terá Gondomar para 2021? O plano e orçamento para o ano de 2021 é um momento importante não só para o executivo que o compôs bem como para todos os Gondomarenses que viverão sob o mesmo durante o próximo ano. Não é por demais importante ressalvar algumas das preocupações, que assolam os cidadãos e cidadãs deste município, bem como implementar mudanças estruturais e de incremento às políticas locais que seriam benéficas para todos e todas os e as habitantes deste concelho. É com espanto que vemos um orçamento vazio de preocupações, que em pouco nada

David Santos

muda de ano para ano, e que falha em mostrar soluções práticas e possíveis para as famílias mais carenciadas de Gondomar. Não é possível ignorar a pandemia que assolou este país e foi particularmente dura na região de Gondomar. Sabemos que as autarquias têm um poder limitado, mas existem apoios que poderiam ser dados e este orçamento falha, tanto em espelhar estas dificuldades, como a criar condições locais para as ultrapassar. Se as atividades não podem parar, onde estão os apoios às associações locais e o aumento de atividades que o município poderia patrocinar, para lá da já muito conhecida Noite Branca?

CDS-PP

vacinação eficaz, por isso. facilitadora do regresso em 2021, de uma "normalidade" quotidiana que todos anseiam. Terminamos não sem que, neste período Natalício, ofertamos a todos, o desejo de um Santo Natal e um ano novo repleto de esperanças concretizadas.

Sara Azul Onde andam os apoios à habitação em Gondomar quando sabemos que o preço de casas e arrendamento se equipara muitas vezes aos preços praticados no município vizinho do Porto? Se a taxa do IMI é alta, porque é que o executivo não faz uma melhor diferenciação entre as zonas delimitadas e opta por favorecer com IMI mais baixo, património com maior valor patrimonial, apenas porque se encontra em determinada área do concelho? Quais são as medidas de apoio à população mais desfavorecida, afetada pela pandemia do covid-19 e que reside no concelho de Gondomar?

BE

Estas e outras questões deveriam poder ser respondidas num orçamento mais robusto e sem medo de inovar, porém será um orçamento sem grandes novidades e com algum receio de melhoras efetivas que viveremos no ano de 2021. Certamente, será algo para pensar e repensar nas eleições autárquicas que se avizinham.


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