Edição de agosto de 2020

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Promoção válida de 13 de Maio a 31 de Julho de 2019. Para as colecções das marcas Pull and Bear, Amichi, Pepe Jeans, Mango, Custo BCN, Victorio & Lucchino, Pedro del Hierro e Hackett disponíveis em cada estabelecimento Opticalia. Para monofocais: Lentes monofocais orgânicas brancas com índices de refracção 1,50 / 1,60 ou 1,67, com tratamento AR, da linha Vistasoft da Opticalia. Para progressivos, as lentes serão sempre lentes progressivas orgânicas brancas com índice de refracção 1,50 ou 1,60 com tratamento AR, das linhas Basic, Quality ou Prestige, da linha Vistasoft da Opticalia. Para ambos casos, as lentes deverão estar, nos intervalos de fabrico disponíveis dos fabricantes Vistasoft em stock e de fabrico. Financiamento mínimo de 12 prestações e máximo de 60 prestações mensais. TAN E TAEG DO CARTÃO DE CRÉDITO OPTICALIA: 0%. A utilização do crédito está condicionada a uma mensalidade mínima de 9,95€. Crédito disponibilizado pela Abanca Servicios Financieros e sujeito à sua aprovação. As ópticas OPTICALIA atuam como intermediárias de crédito a título acessório e sem carácter de exclusividade.

Ano 14 - n.º 170 - Agosto 2020

Preço 0,01€

Mensal

Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida PARQUE NASCENTE, loja 409 EMPORIUM PLAZA, Loja 101

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O preço da água em Gondomar • Veja a posição do Movimento Cívico de Defesa dos Consumidores de Água de Gondomar, dos Partidos Políticos, das Águas de Gondomar e da Câmara Municipal

Entrevista Rita RedShoes: "Teria todo o gosto em atuar no Multiusos de Gondomar" > Págs. 18 e 19

Sociedade Rotary Club de Gondomar: Madalena Lima explica as ambições para o novo mandato > Pág. 12

Bombeiros de Valbom: "Para nós é humilhante o que os nossos homens recebem" > Pág. 16

> Pág. 6, 7 e 8

O arranque da nova época desportiva dos principais clubes de futebol de Gondomar > Pág. 20, 21 e 22

Escola Profissional de Gondomar: “A EPG foi a primeira escola do concelho a ter cursos profissionais” > Pág. 25

Desporto Grupo Desportivo e Coral de Fânzeres: "Para nós foi um orgulho enorme conseguirmos subir à segunda divisão" > Pág. 34 PUB


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VIVACIDADE

AGOSTO 2020

Editorial José Ângelo Pinto Administrador da Vivacidade, SA. Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT

Caros leitores, A dinamização de uma região passa obrigatoriamente por inverter a tendência de desertificação, bem patente nos números dos censos, bem patente na evolução dos números de eleitores e bem patente na diminuição da dinâmica que se verifica todos os dias nas ruas das vilas, aldeias e cidades do interior, bem patente nas terras do interior de Gondomar. Encerrar serviços por falta de pessoas para atender ou fazer diminuir a deslocalização porque há agora serviços de atendimento à distancia que os substituem não ajuda a combater a desertificação dos territórios já, por si, de baixa densidade e que, muitas vezes nem a vantagem de serem com tal considerados podem ostentar. Também não ajuda a falta de visão dos sucessivos governos centrais que, em vez de fazerem promover as pessoas que não se rendem à centralidade da capital, promovem sempre aqueles que lhes estão fisicamente próximos e alinhados com a dualidade de critérios a que o país está subjugado. Os autarcas, na grande maioria dos casos, fazem o que podem e o que não podem para diminuir o problema. Tentam que os investidores invistam nas terras, mesmo quando a autoestrada está a 35 kms de distância do polo industrial e quando não há internet decente para o estabelecimento poder funcionar e quando não há jovens qualificados e com vontade de trabalhar na região. Tentam que sejam as empresas do interior a realizar as obras e outras adjudicações que estão nas suas competências de decisão. Tentam atrair turistas e visitantes à região, através das mais diversas ações e ofertas a quem visita o seu concelho e do estabelecimento de pontos de interesse para os forasteiros. Mas não chega. Aproveitar os fundos da união europeia, que aí vêm, para criar uma verdadeira dinâmica integrada e estruturada, com planos de ação concretos de intervenção que levem a que as empresas queiram estabelecer-se nos territórios mais desertificados, que leve a que os jovens queiram ali viver e que leve a que as pessoas tenham a perceção que viver no interior pode ser muito mais competitivo e interessante do que viver no litoral ou do que emigrar é um objetivo que é imperioso sermos capazes de começar a concretizar. As ameaças são conhecidas. Vamos todos juntos transforma-las em oportunidades!

PRÓXIMA EDIÇÃO 24 SETEMBRO

SUMÁRIO: Breves Página 6 Entrevista Páginas 8 e 9

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivacidade.org POSITIVO A Câmara Municipal de Gondomar apesar da perda de receita fruto desta pandemia manteve os mesmos apoios do ano transato às associações gondomarenses.

Sociedade Páginas 10 a 26 Destaque Páginas 20 e 21 Cultura Página 28

NEGATIVO As piscinas municipais de Fânzeres sofreram novamente atos de vandalismo.

Política Páginas 30 e 31 Desporto Página 32 Empresas & Negócios Página 33 Lazer Página 34 Opinião Páginas 38 e 37

ANUNCIE AQUI Tel.: 910 600 079 pedro.barbosa@vivacidade.org geral@vivacidade.org

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Viva Saúde Paulo Amado*

Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia * Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia Professor Doutor em Medicina e Cirurgia Mestre em Medicina Desportiva Diretor Clínico da CLÍNICA MÉDICA DA FOZ – PORTO ( 226178917) Coordenador da Unidade de Medicina Desportiva e Artroscopia Avançada do HOSPITAL LUSÍADAS - PORTO Vice Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina e Cirurgia do Pé Membro do Council Europeu do Pé - EFAS CLÍNICA DESPORFISIO – EDIFICIO RIO TINTO I RIO TINTO

COSTA – “O corajoso “ O nosso Primeiro Ministro, António Costa, até tem realizado um trabalho positivo ao longo do seu mandato, tomando decisões na sua maioria acertadas com uma reação muito positiva perante a Pandemia porque passamos ao longo deste ano. Mas efetivamente, na melhor toalha cai a nódoa, e o seu comentário em “off” sobre a tal falta de coragem dos médicos da ARS, não se terem deslocado ao Lar de Idosos de Reguengos, onde um surto de Covid 19 teve especial incidência, foi no mínimo infeliz. Como também foi infeliz quando quis oferecer entradas de “borla” no estádio de futebol para os profissionais de saúde poderem assistir aos jogos da final dos Campeões Europeus, nessa, também lhe saiu o tiro pela colatra. A “coragem dos profissionais de saúde” acho que ficou bem demonstrada pelo inúmeras imagens, histórias e declarações de muitos pacientes que viram a sua vida e a saúde com perigo de morte. Muitos foram os profissionais de saúde que colocaram a sua vida e dos familiares em perigo, sem no entanto ganharam os ordenados multimilionários dos gestores de empresas, mesmo de muitas das publicas... Sr. Costa, eu que até simpatizo consigo, mas por favor, tenha mais tento na língua e pondere antes de lhe saírem umas calinadas... Acredito que os profissionais de saúde que não

se deslocaram ao Lar em causa, não tinham as condições para o fazer, nem estariam mandatados legalmente para o fazer. Sou há mais de 30 anos diretor clinico de um Lar sem fins lucrativos do nosso Concelho, que até hoje tivemos a sorte de não ocorrer nenhum caso de Covid 19, mas a sorte conquistasse com esforço de toda a equipe de saúde, direção do Lar e muito especialmente dos assistentes do Lar que todos os dias lidam com os idosos. E acredite Sr. Primeiro Ministro são gente corajosa e dedicada aos seus utentes. Também a compreensão das famílias é fundamental, privados que estão de “tocar” seus entes queridos, reservando-se a visitarem os mesmos com distancia de segurança. TODOS SÃO GENTE DE CORAGEM SR PRIMEIRO... Tenha sim a coragem de atacar os que roubam e roubaram este País, muitos deles ainda a privar consigo, conseguindo fugir à Justiça. Ou serão este os verdadeiros corajosos no seu entender???. Estou em crer que não é isso que pensa. Bem, todos temos dias difíceis, e o Sr. Costa também os terá. Estou certo que quando perceber a “calinada” que fez, saberá pedir desculpa, pois os grandes também sabem reconhecer a coragem e dedicação dos muitos profissionais de saúde deste país. Até breve, estimados leitores…

FICHA TÉCNICA Registo no ICS/ERC 124.920 | Depósito Legal: 250931/06 | Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-241A) | Redação: Carlos Almeida e Gabriela Monroy | Departamento comercial: Pedro Barbosa Tel.: 910 600 079 | Paginação: Rita Lopes | Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte | Administrador: José Ângelo da Costa Pinto | Estatuto editorial: www.public.vivacidade.org/vivacidade | NIF: 507632923 | Detentores com mais de 5% do capital social: Lógica & Ética, Lda., Augusto Miguel Silva Almeida e Maria Alzira Rocha | Sede de Redação: Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Tel.: 919 275 934 | Sede do Editor: Travessa do Veloso, nº 87 4200-518 Porto | Colaboradores: André Rubim Rangel, Andreia Sousa, António Costa, António Valpaços, Beatriz Oliveira, Bruno Oliveira, Carlos Almeida, Diana Alves, Diana Ferreira, Domingos Gomes, Gabriela Monroy, Germana Rocha, Guilhermina Ferreira, Henrique de Villalva, Isabel Santos, Joana Resende, Joana Simões, João Paulo Rodrigues, José António Ferreira, José Luís Ferreira, Luís Alves, Luís Monteiro, Luís Pinho Costa, Manuel de Matos, Manuel Teixeira, Marta Sousa, Paulo Amado, Pedro Oliveira, Rita Ferraz, Rita Lopes, Rui Nóvoa, Rui Oliveira, Sandra Neves e Sofia Pinto. | Impressão: Unipress | Tiragem: 10 mil exemplares | Sítio: www.vivacidade.org | Facebook: facebook.com/vivacidadegondomar | E-mail: geral@vivacidade.org


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Breves Arranque das obras do Clube Recreativo Ataense

Obras no cemitério de Baguim do Monte

Neste mês de agosto, o Clube Recreativo Ataense, situado em Jovim, presenciou o avanço das obras de requalificação do clube. A empreitada tinha sido oficializada, no mês passado, com a Assinatura do Contrato-Programa de Desenvolvimento Desportivo, financiado pela Câmara Municipal. O projeto consiste na construção de um campo de futebol de 11 com relvado sintético, incluindo a remodelação e ampliação do edifício existente com a construção de quatro blocos de balneários.

No dia 21 de agosto, a Junta de Freguesia de Baguim do Monte, anunciou a finalização da primeira fase da obra de requalificação do Cemitério da freguesia. A obra foi executada pelos colaboradores da Junta. No entanto, os responsáveis pretendem colocas as lajetas no passeio adjacente à secção 22 e a secção G, bem como pintar os muros.

Programa de apoio alimentar duplica número de pedidos O programa de apoio alimentar da União de Freguesias de S. Cosme, Valbom e Jovim, que no qual é parceira a Santa Casa da Misericórdia e a Segurança Social, presenciou, neste mês de agosto em comparação ao mês de maio, a duplicação dos pedidos de apoio, chegando a atingir mais de 600 pessoas.

Federação das Coletividades assina contrato para nova sede A Câmara Municipal de Gondomar, procedeu à assinatura do Contrato de Comodato com a Federação das Coletividades do Concelho de Gondomar, para a cedência da antiga Escola EB1 Nº2 de Santa Eulália, que será a nova sede da Federação.

Junta de Rio Tinto realiza feira de artesanato Em princípio e se as condições climatéricas assim o permitirem, a Junta de Rio Tinto irá manter até ao final de setembro a feira de Artesanato no Torreão, na Quintas das Freiras. O evento realiza-se todos os sábados, das 9h até às 18h.

Congresso Distrital do PS não se realizará em Gondomar Seria este ano que, pela primeira vez, o Congresso Distrital do PS iria se realizar em Gondomar, mais precisamente no Multiusos de Gondomar, no entanto, Marco Martins revela que, por uma questão de coerência e ética, e dado ao atual panorama de pandemia, solicitou ao Partido Socialista que o evento não fosse realizado em Gondomar. O novo local que irá acolher o evento situa-se em Matosinhos.

Equipamentos em falta já estão colocados O parque de lazer situado em São Pedro da Cova que foi aberto ao público no mês passado, estava à espera de dois equipamentos que já foram colocados no local.

Partido Ergue-te organizou conferência em Rio Tinto O partido Ergue-te (E) organizou uma conferência sobre o mercado do arrendamento em Portugal no passado mês de junho na Junta de Freguesia de Rio Tinto. A apresentação, dada por Rui Aspas, empresário na área do mercado imobiliário, integra um ciclo mensal de conferências dadas no distrito do Porto com o objetivo de informar o público sobre os mais diversos temas da atualidade política e da sociedade civil.

Orfeão de Valbom elege órgãos Sociais No mês transato, foram eleitos os órgãos sociais, para o biénio 2020-2022, do Fides-Orfeão de Valbom. Tomou posse como Presidente da Mesa da Assembleia, Sandra Querido, como Presidente da direção, Vítor Bertocchini e como Presidente do conselho Fiscal, José Querido.


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Destaque

A “Trialidade” de opiniões quanto ao bem comum No início do mês de junho surgiu um movimento de pessoas descontentes com a atual situação do preço das Águas e observando a insatisfação geral dos Munícipes de Gondomar, decidiram criar o Movimento Cívico em Defesa dos Interesses dos Consumidores das Águas de Gondomar. Após terem criado um grupo no Facebook, realizaram uma petição online e física para “engrandecer” o Movimento, que neste momento já ultrapassa as 8 mil assinaturas. Texto: Gabriela Monroy Miguel Almeida O problema apresentado remonta ao tempo em que Valentim Loureiro estava à frente da Câmara Municipal de Gondomar. O contrato da concessão está em vigor até 2031. Este contrato, segundo declaração da CMG, dadas ao Movimento Cívico, encontra-se “bem blindado”. Após a realização da primeira reunião, onde compareceram cerca de 40 pessoas, foi eleito um grupo de trabalho que dá a cara por esta causa. O VivaCidade esteve à conversa com Pedro Las Casas, João Brás, Cristina Coelho, Dora Vasconceles, Marta Macedo e João Garcia, que nos relevaram todas as ideias que este Movimento defende. O principal objetivo da luta deste Movimento é o de reduzir os valores dos tarifários praticados, para valores pagos pelos concelhos limítrofes de Gondomar, dado que segundo o grupo, a água é fornecida pela mesma empresa e os valores aplicados, quando comparados a Gondomar, são superiores aos cobrados aos habitantes dos restantes municípios fronteiriços. O segundo objetivo que é levantado é o de reformular os intervalos de escalão do consumo de água. O Movimento alega que os que são praticados atualmente diferem dos restantes praticados na área em volta a Gondomar, dando como exemplo que “o primeiro escalão que vai dos 0 aos 5 metros cúbicos, o que representa quase uma insignificância no consumo de água, calculamos que cerca de 80% dos munícipes pagam no segundo e no terceiro escalão valores que são muito superiores aos concelhos vizinhos”. O terceiro ponto que é abordado é a extinção da taxa de disponibilidade de ligação e de desligamento dos contadores, “taxa esta muito polémica” porque “foi formulada quando se tornou ilegal cobrar o aluguer do contador, então criou-se a taxa de disponibilidade, que para eles esta taxa é o aluguer disfarçado do contador digamos

> Na foto: Marta Macedo, Dora Vasconcelos, João Garcia, Pedro Lascasas, João Brás e Cristina Coelho

assim”. O Movimento acredita que estas taxas são um “perfeito exagero” e justificam que “são mais de 200 euros que um munícipe ou comerciante paga à cabeça para constituir um contrato com as Águas de Gondomar e também o vai pagar quando quer desligar o mesmo”. Outro ponto apresentado corresponde à implementação de uma taxa social de forma automática, “tal como é praticado pela EDP e por outras empresas de fornecimento de água”, esta taxa seria diretamente indexada à fatura do consumidor final. O Movimento reivindica “que seja criada uma permissão de inspeção e acompanhamento às atividades das Águas de Gondomar, uma comissão independente que não esteja ligada só à Câmara de Gondomar e às Águas de Gondomar, mas que também tenha os diversos partidos que possuem assento na Assembleia Municipal, cidadãos comuns e consumidores das águas”. É ainda alegado que, o contrato foi realizado para lucrar e “os lucros são exorbitantes”. Da reunião realizada com os partidos políticos, o Movimento referiu que todos reconheceram a importância desta causa. De referir ainda que este Movimento é completamente apartidário, referiram. Quanto à Câmara Municipal de Gondomar, o Movimento referiu que “o presidente Marco Martins disse que o contrato está bem blindado e que é difícil realizar qualquer alteração, explicou ainda que os aumentos não têm sido tão altos para o que podia ter sido feito”. O grupo questiona que “não entendemos os argumentos da Câmara, eles precisam de explicar aos munícipes o porquê de Gondomar ser o 9 concelho do país que paga a água mais elevada e o único concelho da Área Metropolitana do Porto que paga a taxa de disponibilidade mais elevada”. O Movimento acrescenta que a “Câmara necessita de alguma estratégia, alguma medida que pudesse até numa situação destas, como a pandemia, estar muito mais solidária com os seus munícipes”, dado que com a pandemia nenhuma posição foi realizada, “a Câmara alegou que esteve em

negociação com a entidade, mas a negociação foi sem sucesso, porque o valor que eles apresentavam era uma insignificância, 75 mil euros, valor este que Marco Martins considerou um gozo para com os munícipes, no entanto, estes nem tinham conhecimento desta negociação e nós achamos que a Câmara poderia ter comunicado aos munícipes que as águas de Gondomar não estavam solidárias”. Ouvimos a opinião das Águas de Gondomar quanto ao assunto que começaram por explicar que “a concessão tem por objeto a exploração e gestão conjunta dos serviços públicos de captação, tratamento e distribuição de água para consumo público e recolha, tratamento e rejeição dos efluentes domésticos do Município de Gondomar bem com a execução do plano de investimentos da Concessionária. Está previsto no Contrato de Concessão uma cláusula que permite ao Concedente efetuar o resgate do contrato sempre que razões de interesse público o justifique. No entanto, a avançar para uma decisão de resgate, a concedente assumirá automaticamente todos os direitos e obrigações da concessionária bem como os compromissos jurídicos com o contrato de financiamento, ficando ainda a seu cargo o pagamento de uma indeminização à concessionária. Estes processos jurídicos são muito complexos e no final acabam por não serem benéficos para ninguém, nem mesmo para os consumidores finais pois pode pôr em causa a boa prestação do serviço. No que diz respeito à acusação realizada sobre o preço praticado, a entidade explicou que “não tem a água mais cara do distrito, nem da área metropolitana. Existem outras entidades mais caras. No entanto, não somos da opinião que o serviço prestado não seja caro, senão vejamos, pelo simples valor de 1€/dia, a AdG entrega e mantém sempre disponível água segura e de qualidade para consumo humano em casa do beneficiário; recolhe, transporta e trata as águas residuais produzidas; e ainda está incluída recolha e tratamento dos resíduos sólidos (para uma fatura de referência de 10m3,

ERSAR). Por este nível de serviço 1€/dia é caro? O serviço de abastecimento público de água e o saneamento de águas residuais urbanas “constituem serviços públicos de caráter estrutural, essenciais para o funcionamento do tecido social e económico, bem como para a proteção e melhoria da saúde pública e do ambiente” (PENSAAR 2020, uma estratégia ao serviço da população: serviços de qualidade a um preço sustentável). Se compararmos com outros serviços, telecomunicações, eletricidade, gás, garrafa de água 33cl ou até mesmo um simples café por dia (0,70€), faz refletir quanto à nossa perceção de que o serviço prestado não é caro. Uma das grandes diferenças é que nos modelos de concessão, como o nosso, em que os investimentos efetuados tiveram de ser refletidos nas tarifas, enquanto que nos modelos de gestão direta do serviço, isso raramente acontece, ficando muitas vezes refletidos nos investimentos gerais dos municípios e não nas tarifas. O contrato de concessão previa a realização de Investimento em infraestruturas, remodelação significativa da rede de abastecimento de água, e ampliação da rede de recolha e tratamento de águas residuais de modo a aumentar a cobertura de serviço que se situava em aproximadamente 50%, mediante execução de um Plano de Investimentos. Assim sendo, a AdG, já executou o Plano de Investimentos previsto no contrato, tendo investido até 2019, aproximadamente 115 Milhões de euros (investimento bruto), que se traduziu na remodelação da rede de água por substituição de 177.679 m de conduta assim como na instalação de 225.569 m de coletores de águas residuais que juntamente com a construção das novas ETARs de Melres e Medas, nos permitiu colocar em funcionamento a rede dos sistemas de Pombal e Santiago e aumentar a cobertura de serviço dos 50% para 88%. Para além da execução do Plano de Investimentos da Concessão, foram construídos 10 Novos Reservatórios (37.860 m3) que aumentaram a capacidade de reserva para 32 reservatórios (61.000 m3), o que nos permitiram aumentar para 2 dias a nossa


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Destaque capacidade de reserva. Investimos na reabilitação das ETAR Rio Tinto e Gramido, de modo dotar as infraestruturas de novas tecnologias de tratamento mais eficazes. Gostava de frisar que todas as nossas ETARs cumpriram integralmente as condições impostas nas respetivas licenças de descarga para os parâmetros CQO, CBO5 e SST de Valores Limite de Emissão (VLE). Outro fator, as amortizações. A AdG tem que amortizar todos os investimentos no período da concessão, 30 anos, enquanto que muitas entidades podem fazê-lo em 40. De um modo muito simples, se tivéssemos mais 10 anos para amortizar o investimento, que é a diferença (taxa de 2,5% ao ano), poderíamos descer hoje 25%.” Quanto à qualidade das águas a entidade refere que “A Águas de Gondomar foi novamente distinguida pela ERSAR com a atribuição do selo de Qualidade Exemplar da Água para Consumo Humano, a que se juntou, este ano, o selo de Qualidade para o Uso Eficiente da Água, atribuído apenas a seis entidades prestadoras de serviços em Portugal. Em 2019 nos indicadores Água Não Faturada com 14.19%, e de Perdas reais de água com 33 l/(ramal.dia) colocando-nos ao nível das melhores empresas do Setor em Portugal. A redução da Água Não Faturada continua a ser uma prioridade estratégica da AdG, enquanto que a média nacional anda por volta dos 30%. Um fator de relevo para a obtenção deste bom de-

sempenho, prende-se também com o facto de que com o investimento atrás referido na remodelação da rede de água e juntamente com o investimento efetuado na monitorização de caudais com a instalação de 198 pontos de medição com monitorização continua.” Quanto à falta de vontade para resolver o problema apontada pelo Movimento, a entidade preferiu não se pronunciar. Em representação da Câmara Municipal de Gondomar, o presidente Marco Martins deu o seu ponto de vista sobre o assunto referindo que “A Câmara reconhece que o valor pago em Gondomar é elevado, mais elevado que a media da AMP e de que muitas Câmaras a nível nacional, mas a Câmara está "amarrada" a um contrato de conceção realizado em 2001 e que vale até 2031, contrato esse que para o resgatar custava em 2014 um montante de 380 a 400 milhões de euros e que hoje poderá custar cerca de 180 milhões de euros, mas o que é que era resgatar a concessão, era pagar à empresa para se ir embora e depois resgatar a empresa, mas não é só isso o custo, dinheiro este que a Câmara neste momento não tem, tinha que ser o Município a montar o sistema e a Câmara neste momento não tem hipótese, não tem dinheiro e não se pode estar a endividar novamente, porque acabamos de sair há um ano do vermelho. Desde 2019 que temos tentado renegociar um reequilíbrio com a empresa para tentar

> Marco Martins, presidente do Município de Gondomar

> Jaime Martins, Diretor Geral das Águas de Gondomar

baixar o preço do custo da água, porque há algumas questões que nós achamos que a empresa não esta a cumprir e que pode baixar, mas será uma redução não tão expressiva como as pessoas gostavam, como é evidente, e também a empresa tem que estar disponível, nós não podemos estar a subsidiar as faturas porque isso seria ilegal e nem é essa a função da Câmara, a nossa função é usar o dinheiro para investir, para fazer ruas, parques e escolas, fazer atividades, não é para pagar faturas de água. Já demonstramos ao Movimento que já o tentamos, que em 2014 pegamos num reequilíbrio que já estava aprovado desde 2012 e conseguimos reverte-lo a favor dos Gondomarenses baixando os lucros dos acionistas, deixando a empresa ter que investir numa nova sede luxuosa que nós fomos contra, e também baixando 10% na água no escalão, porque as pessoas se esquecem, mas em 2014 a água foi reduzida, o problema é que as pessoas tem memória curta. Quanto ao Movimento, confesso que gostei muito da reunião, que foi produtiva, mas já percebi que depois, internamente, já houve problemas no Movimento e nas pessoas que o representavam e há uma tentativa de partidarização do Movimento, coisa que lamento, a Câmara de Gondomar estará sempre aqui para dialogar desde que haja isenção e que haja uma causa, estamos disponíveis para construir juntos para baixar o custo de águas, mas caso seja para fazer propaganda

partidária não contem connosco. No que concerne à reunião realizada durante a pandemia entre a Câmara e as Águas de Gondomar, Marco Martins refere que “é verdade que a Câmara se opôs, na altura pedimos uma ajuda às águas para também poder ajudar os Gondomarenses, mas a verba que eles disponibilizavam era de 75 mil euros que não dava nem um euro por mês por cada cliente. Era insultuoso. O edil explica ainda que a vontade de mudar este panorama “não surgiu com o Movimento, esta vontade já está patente, escrita, documentada numa carta realizado em 2019, portanto nós já estamos a trabalhar nisto desde o ano transato, não é pelo movimento aparecer. E, já agora, duas notas importantes sobre o Movimento em reunião queixavam-se que não conheciam o contrato de concessão, a Câmara já o disponibilizou, alegaram uma serie de coisas de faturas excessivas e nós pedimos que nos fizessem chegar algumas evidências para termos forma de atuar e até hoje não chegou nenhuma, portanto tudo aquilo que a câmara se comprometeu em dar já o deu. A Câmara pediu as provas do que alegaram para poder atuar junta à entidade, mas ainda não nos chegou nada. Quanto ao pedido de participarem na comissão eles não podem, o que nós sugerimos foi criar uma comissão de estudo e análise e assim o faremos se o Movimento estiver a lutar por um bem comum e que não seja partidário.” ▪

Posição dos Partidos Políticos PS- Carlos Brás O PS Gondomar representado por uma delegação de 5 membros do seu Secretariado recebeu o Movimento Cívico de Defesa dos Consumidores de Água de Gondomar. Numa reunião produtiva e cordial, em muito pelo elevado sentido cívico dos seus representantes, houve consenso quanto à existência de um problema tarifário e de taxas nos serviços de distribuição e gestão da rede de abastecimento de água em Gondomar. O PS mostrou-se recetivo a contribuir para a superação da falta de informação e de conhecimento do contrato de concessão e a sensibilizar a CMG e as Águas de Gondomar para algumas falhas no funcionamento administrativo e na operação quotidiana da empresa AdG. Contudo, o Partido Socialista manifestou a sua dificuldade em entender o alegado desconhecimento do contrato de concessão por parte de partidos políticos que à data da sua celebração tinham representação no Executivo Municipal e na Assembleia Municipal. Relativamente à questão de fundo que é a do preço da água no município e do valor das taxas associadas, o PS, entende que a autarquia está muito limitada na sua ação, porquanto, existe um contrato que apenas termina em 2031. O Movimento Cívico de Defesa dos Consumidores de Água de Gondomar apresentou como propostas a intervenção municipal na tarifa através de subsídios ao consumo até ao fim da concessão e/ou um resgate da conceção e a consequente municipalização do serviço. A municipalização através de resgate implicaria uma indeminização de vários MILHOES de euros à concessionária e um investimento colossal na criação de uma estrutura municipal para a gestão deste serviço. Um eventual resgate ou um financiamento da tarifa através do orçamento municipal, para além de dúvidas sobre a sua legalidade, colocariam em sério desequilíbrio as finanças da autarquia que viveram “esmagadas” por uma divida à EDP durante várias décadas. Sendo este um dos assuntos que mais preocupa os Gondomarenses, afigura-se plausível a divulgação de informação, a intervenção para melhoria do serviço mas não nos parece exequível um financiamento da tarifa em detrimento de investimentos fundamentais na qualidade da rede viária, da qualidade do espaço publico e de vida dos gondomarenses, dos investimentos fulcrais na educação, no desporto, do ambiente ou do fomento à atividade económica.


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Destaque CDU - Daniel Vieira Fomos a força política que de uma forma mais clara trouxe este assunto para a última campanha e que o tem levado a discussão aos órgãos autárquicos do concelho. O município de Gondomar deve preparar-se para a reversão da concessão dos serviços de água e saneamento, avaliando o seu impacto em várias dimensões: i) no alívio dos custos destes serviços para as famílias gondomarenses; ii) no impacto no comércio e indústria local; iii) no impacto para o Orçamento Municipal, a curto, a médio e a longo prazo. Mas, a Câmara Municipal de Gondomar pode e deve tomar medidas no imediato, nomeadamente no cumprimento do parecer da Entidade Reguladora do Sector que recomenda a descida do tarifário e a criação de uma Comissão de Acompanhamento à Concessão que avalie muitos dos investimentos reprogramados e subsidiados que eram da responsabilidade da empresa Águas de Gondomar SA e os vários incumprimentos na gestão dos equipamentos atualmente existentes. Parece-nos ainda que o melhor sinal que a maioria PS que gere o município pode dar neste processo é a reversão da concessão do serviço de recolha do lixo e higiene urbana, cujo contrato termina no próximo ano, sendo que tal opção daria um sinal das opções desta Câmara, para além de representar uma diminuição da fatura da água através da redução dos custos com o serviço de recolha de resíduos. Consideramos que este novo Movimento tem o mérito de ter conseguido que este assunto adquirisse uma nova centralidade na discussão. Temos consciência que este é um processo complexo, mas pensamos que quando as populações se mobilizam é possível alcançar os objetivos por que lutamos. É essa a avaliação que fazemos sobre este movimento. Por exemplo, o facto de o PS e o Presidente da Câmara se terem pronunciado sobre este assunto nos últimos dias, ainda que com propostas contraditórias e procurando "empurrar com a barriga", é resultado da luta que se tem travado. O próprio PS está dividido sobre este assunto, sendo que em muitas Assembleias de Freguesia as propostas da CDU foram aprovadas, mesmo com o aval dos presidentes das Juntas. É verdade que depois tiveram uma posição diferente na Assembleia Municipal, mas, todas estas movimentações, fazem parte do tal processo de luta, indispensável para que os Gondomarenses paguem menos pelo consumo de água.

PSD- Nelson Sousa Antes demais temos sempre de lembrar os Gondomarenses da situação em que o contrato de concessão foi assinado, ou seja, das difíceis e extremas dificuldades que o concelho padecia nos inícios dos anos 2000 quer fosse no serviço de fornecimento de águas quer fosse nos encargos inerentes a própria manutenção dos respetivos equipamentos que garantiam a “captação e distribuição” de tal bem essencial. Somos assim de acreditar que tal contrato foi assinado para melhorar um serviço, aumentar a qualidade do mesmo e reduzir os custos inerentes a este o que lamentavelmente volvidos que são cerca de 20 anos constatamos não ter ocorrido como planeado. Isto dito, teremos de admitir que é inadmissível que Gondomar seja o 9 Município com a água mais cara do país, sendo que na verdade quase a totalidades das 25 mais caras são geridas por empresas concessionárias. Será o lucro o erro? Cremos que não. Cremos que o mal está no reinvestimento de tal lucro. Cremos que o erro está nas perdas previstas para cada ano de exercício (ex. 15,64% em 2019). Não será possível otimizar o serviço, reduzir as perdas e a faturação dessas mesmas, agora convertidas em mais valias, ser redirecionado para uma redução do tarifário? Mais, as pessoas/gondomarenses carecem de informação no que concerne ao “famigerado” Tarifário Especial dada a burocracia inerente ao mesmo. Quantos pessoas atualmente beneficiam de tal tarifário? Com que redução monetária mensal? Quem designa tal concessão? Quem tem direito ao mesmo? Quem fiscaliza a atribuição de tal tarifário? Ainda hoje questionamos, até pelas questões supre referidas, quais as verdadeiras funções quer seja do Gabinete de Acompanhamento da Concessão quer seja da Comissão de Acompanhamento da Concessão. Teremos igualmente de questionar quem os integra, em que moldes, indicados por quem e quais as atribuições dos mesmos. Assim, somos do entendimento que a concessão tem de ser repensada e redirecionada para os munícipes com o objetivo de prestar um serviço de qualidade superior e se possível, pois não duvidamos que o seja, a um preço bastante inferior aos atualmente cobrados. Bem sabemos que Gondomar é conhecida pelo ouro / Filigrana, mas esse não sai pelas torneiras nem tão pouco se bebe. Assim sendo não podemos nem devemos pagar o m3 de água como se de ouro se tratasse. O PSD tem na sua génese histórica, desde sempre, uma postura de apoio e profícua colaboração com Movimentos Cívicos desde que os mesmos se mostrem relevantes para uma melhoria do nível de vida dos cidadãos como se nos afigura no caso em apreço. Somos de acreditar que o presente movimento atingirá os seus ou parte dos seus objetivos. Bem sabemos que o presente executivo “tudo fará” para que assim seja, apesar de nada ter feitos nestes últimos 7 anos de mandato a frente da autarquia, uma vez que é público que este mesmo executivo pretende atingir um novo mandato nas eleições autárquicas do próximo ano. Lamentamos esta postura reativa e tão típica do presente executivo socialista, em contrapartida a postura de iniciativa pela qual sempre nós, PSD, nos norteamos, pois, entendemos que só assim se poderá acautelar os reais interesses dos Gondomarenses e de todos que cá, em Gondomar, tenham algum tipo de interesses. Lamentavelmente este executivo faz jus ao seu mote de campanha das últimas eleições autárquicas, ou seja, GONDOMAR+. Contudo lamentamos que este mesmo executivo, aquando da sua reeleição em 2017 se tenha esquecido de avisar os eleitores daquele que é e “foi” o seu verdadeiro pregão eleitoral: GONDOMAR (das águas) + (caras de Portugal). Certo é que iremos continuar a apoiar em tudo o que nos for possível o Movimento, pois acreditamos na genuína movimentação cívica dos nossos concidadãos na busca do melhor para todos nós.

Bloco de Esquerda - Sara Azul O Bloco de Esquerda considera e sempre considerou a água como um bem essencial e público, que deve estar acessível a todos e todas. Como bem público e essencial que é, defendemos a restituição das águas de Gondomar à esfera pública, o que resultaria numa gestão mais transparente das águas bem como numa redução do tarifário, mais concordante com o que se verifica no resto do distrito. A título de exemplo, num cenário de um agregado com duas pessoas em Gondomar, a partir dos 5m3 por mês, a tarifa é de 1,615, enquanto no concelho do Porto o agregado paga no mesmo escalão 1,005, sendo a diferença na carga orçamental, no valor de 40%. O Bloco de Esquerda tem apresentado várias recomendações ao executivo e à Assembleia Municipal, várias delas recusadas pela atual câmara municipal. Entre elas destacamos a aplicação da Tarifa Social da Água Automática que abrangeria um maior número de gondomarenses e ajudaria a facilitar um processo moroso e burocrático que em nada abona em favor das famílias carenciadas do concelho. O Bloco concorda com este e, com todos os movimentos que visem melhorar a qualidade de vida de todos os Gondomarenses, principalmente os que são mais necessitados. Nestes tempos atípicos em que vivemos faz todo sentido lutar pelos bens essenciais e a água é um deles. O Bloco partilha em grande parte, com a visão do Movimento, e vemos com muito agrado todas as iniciativas que visem um bem em comum como o são o acesso livre e público das águas.

CDS - Pedro Carvalho Dada a fragilidade financeira da Câmara Municipal de Gondomar (CMG), o CDS de Gondomar defende a manutenção da Concessão com a Águas de Gondomar (AdG), mas somos totalmente favoráveis à revisão dos Tarifários e respetivos escalões, que permita nivelar o preço da fatura da água para o mesmo patamar dos Concelhos vizinhos, como o Porto, Gaia ou Matosinhos. Defendemos a melhoria e o alargamento da Tarifa Social para além das famílias carenciadas, às Famílias numerosas, por exemplo. Por uma questão de transparência, entendemos ainda que a Autarquia tem de tornar público o Contrato de Concessão e as respetivas adendas celebradas com a AdG ao longo dos anos. É ainda imperioso que a Comissão de Acompanhamento que já existe, funcione de forma permanente na fiscalização de toda a Concessão, desde do cumprimento do Contrato de Concessão, passando pelo cumprimento do Regulamento Municipal de Abastecimento de Água Potável e Tratamento de Águas Residuais, no cumprimento do Plano de Investimentos, na fiscalização do normal funcionamento das Redes de Águas e Saneamento, mas em particular das infraestruturas como Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) que como é do conhecimento geral, funcionam mal, originando descargas de esgotos sem tratamento no Rio Tinto e no Rio Douro, sendo por isso fundamental que as atas das suas reuniões sejam tornadas públicas. Só desta forma é que irá existir clareza e transparência na relação entre as partes envolvidas: a Câmara Municipal de Gondomar na qualidade de entidade concedente, a Empresa Águas de Gondomar enquanto concessionária, e os Cidadãos Gondomarenses enquanto consumidores. Infelizmente não acreditamos que o Movimento consiga algo de substancial até às próximas Eleições Autárquicas, nem que a CMG tenha grande interesse numa alteração substancial do atual panorama, porque este assunto é um trunfo que qualquer um dos Partidos tentará ter do seu lado para tentar captar os votos dos Gondomarenses. Sendo realista, o Movimento nesta altura poderá conseguir eventualmente cedências no que diz respeito ao melhoramento no acesso e no alargamento da Tarifa Social e na publicação do Contrato de Concessão, não muito mais do que isto.


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Sociedade

Jovens apostam na produção de cogumelos em Gondomar É na freguesia de Medas que um grupo de três jovens agricultores pretende investir na criação de uma nova e inovadora produção de cogumelos, sendo considerada por estes empresários uma futura oportunidade de emprego e empreendedorismo para o concelho de Gondomar. O grupo, integra a Cooperativa dos Agricultores de Gondomar, e começou a maturar a ideia em 2017, seguindo-se o aval dos fundos comunitários, Programa de Desenvolvimento Rural 2020 (PDR2020). Neste momento, o projeto encontra-se na fase final do processo de licenciamento para avançar, sem mais demora, com a construção de um pavilhão agrícola na Freguesia de Medas.

O objetivo é produzir cogumelos de elevada qualidade, em ambiente controlado, com a finalidade de oferecer produtos de excelência, desde cogumelos mais tradicionais aos mais exóticos, vendidos em fresco e desidratado, e com intuito de desenvolver subprodutos inovadores, valorizando o conceito do cogumelo em toda a sua essência. Cada um dos três jovens empresários tem formação académica na área, mas possuem diferentes vertentes de desenvolvimento profissional, contudo foram unânimes na escolha de Gondomar para o nascimento e desenvolvimento dos projetos individuais. São três jovens empreendedores, que estão a criar três empresas que pretendem dar mais postos de emprego ao Município, principalmente atrair mais pessoas o que permitirá o desenvolvimento da economia das Freguesias mais rurais, que neste caso, a Freguesia de Medas. Na perspetiva dos jovens empresá-

rios este é um concelho que reúne todas as condições para o melhor e mais sólido crescimento deste projeto, tendo, entre outros pontos, como

mais-valias as acessibilidades, facilitando a distribuição Nacional e Internacional, e a mão-de-obra capacitada para avançar com a sua criação. ▪

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Sociedade Posto de Vigia Manuel Teixeira

Professor Universitário e investigador do CEPESE (UP)

ESTAMOS PREPARADOS PARA NOVA VAGA COVID?

1 – Ao analisarmos a informação que nos chega diariamente pelos média sobre a pandemia, há fortes razões para ficarmos intranquilos. Todos as previsões nacionais e internacionais convergem na expetativa de uma nova vaga Covid no próximo outono/inverno. Os indicadores das últimas semanas, em vários países europeus, são já um ameaçador sinal do que nos espera, com ou sem vacinas disponíveis. E Portugal não escapará à regra. Dito isto é suposto que o Governo também esteja atento a estas ameaças, e assegure aos cidadãos que o país está preparado para todas as eventualidades. Mas, verdade se diga, não é isso que transparece para a opinião pública de forma evidente. Há uma espécie de manto de ocultação que não nos permite ficar descansados. Mais parece que vivemos um período de anestesia geral da sociedade, entregues à sorte e à fé. 2 – Sejamos então muito claros. Perante a ameaça, o Governo não pode esperar a complacência das oposições. Não pode acomodar-se ao discurso de que estamos todos no mesmo barco. Esse tempo passou e a experiência da primeira vaga da pandemia serviu de lição mais que suficiente para que o Governo tenha preparado e previsto tudo o que é necessário para uma nova vaga. Por isso, não pode haver tolerância, nem desculpas, nem perdão. Se perante uma nova onda de contaminações em massa os hospitais entupirem, não haverá perdão. Se não houver ventiladores para todos, não haverá perdão. Se houver camas e macas nos corredores, não haverá perdão. Se faltarem médicos, enfermeiros ou auxiliares, não haverá perdão. Se os lares forem antecâmaras de morte para milhares de idosos, não haverá perdão. Se os centros da saúde não funcionarem em pleno, não haverá perdão… 3 – Já houve mais do que tempo para dotar o Serviço Nacional de Saúde, quer a nível dos cuidados primários quer hospitalares, dos meios necessários para todas as eventualidades. Já houve mais do que tempo para a Segurança Social se organizar com todos os planos de contingência para o que der e vier. Já houve mais do que tempo para a proteção civil e forças de segurança se prepararem com respostas de emergência. Não há desculpas nem perdão. O país não pode continuar adiado. Temos de viver com as circunstâncias de anormalidade, com ou sem picos de novos surtos. A economia tem de funcionar e os cidadãos têm de sentir motivos de esperança. As empresas e os trabalhadores têm de saber com o que podem contar. Cabe ao Governo a responsabilidade de assegurar condições de vida digna para todos. E cabe às oposições denunciar a incompetência, os erros, as omissões, etc.

Distrito reúne-se em Gondomar com Secretária de Estado No dia 12 de agosto, pelas 15 horas, realizou-se no Auditório Municipal de Gondomar, uma reunião da Comissão Distrital de Proteção Civil (CDPC). A reunião contou com a presença da Secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, o Comandante Operacional Distrital, Carlos Rodrigues Alves, o Comandante Operacional Nacional de Emergência, Proteção Civil, Duarte Costa, Marco Martins pela Câmara Municipal de Gondomar e c vários autarcas e representantes dos Municípios abrangidos pelo distrito do Porto.

cima da mesa foi o COVID-19 e os incêndios rurais. Todos os autarcas e responsáveis foram ouvidos e deram o seu parecer sobre o território que regem e proporcionaram soluções para os problemas que se tem vindo a apresentar na região do Porto. Quanto a Gondomar, Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal, abordou algumas soluções que o Município adotou para o combate aos incêndios. O responsável referiu que o Município investe na prevenção, na vigilância e na deteção de focos de incêndios florestais.

O edil enalteceu todo o trabalho que vem sendo realizado junto das freguesias quanto à notificação dos proprietários para a limpeza dos terrenos, dado a dificuldade de fazer cumprir as notificações realizadas, a Câmara optou por assumir a limpeza dos terrenos. No final da reunião, a Secretária de Estado agradeceu a presença de todos e referiu que “no início não tinha a expectativa de ficar com o assunto resolvido logo numa reunião e fica o compromisso de que não iremos largar este assunto”. ▪

O principal objetivo do encontro foi debater questões de extrema relevância para a proteção do território do Porto. Os temas que tiveram mais em

“Outra Causa” de Marta Silva junta quase uma tonelada de bens Entre os dias 28 e 31 de julho a Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC) desenvolveu a campanha “Outras Causas...” de angariação de bens para cães e gatos, iniciativa que surgiu na sequência dos incêndios que se verificaram em Santo Tirso. No total, entre donativos de sócios, colaboradores, clientes e voluntários da APPC juntou-se perto de uma tonelada de produtos. Esta ação resultou de uma campanha promovida por Marta Silva, colaboradora da Associação do Porto de Paralisia Cerebral, que com a ajuda de outros colegas recolheu e fez a entrega de todo o material angariado em 10 associações de Gondomar, Porto, Matosinhos, Gaia, Maia e Espinho. Marta Silva viu com tristeza o que resultou dos incêndios de finais de julho em Santo Tirso. “Decidi não ficar de braços cruzados” e provar, mais uma vez, “o amor e respeito que tenho pelos animais”. A APPC ajudou-a na divulgação da campanha que idealizou e na posterior angariação, organização e entrega

dos bens. “No dia em que a campanha terminava formalmente já eram mais de 800 quilos de bens”, realça Marta Silva. Mas nos dias seguintes continuaram a chegar ofertas e, por tal, esta “causa” de Marta Silva terá conseguido perto de uma tonelada de produtos – desde ração seca, patés, latas de comida, areia (para gato), produtos de veterinária e de higiene, lixívia, detergentes, sacos para lixo, toalhas, lençóis, liteiras e “snacks”.

Apesar de ter ficado agradavelmente surpreendida com o resultado da campanha, Marta Silva não deixa de afirmar que “esperava mais... pois espero sempre mais...”. “Vi muitas pessoas solidárias, algumas até com dificuldades mas que fizeram questão de oferecer algo”. Depois, afirma com um sorriso, “vi a satisfação das pessoas que se dedicam à causa dos animais nos dias em que eu e a colega Anabela Pereira fomos fazer as entregas”. ▪


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“O Rotary Club de Gondomar tem projeção a nível internacional e, como força viva que é, beneficia o Município de Gondomar” No dia 30 de junho teve lugar a anual transmissão de funções, no Rotary Club de Gondomar, uma Associação Internacional de relevo a nível Mundial. O VivaCidade esteve à conversa com a nova Presidente Madalena Lima e tentamos perceber em que consiste esta Associação.

Para quem não está por dentro do assunto, explique-nos em que é que consiste esta associação, presente em Gondomar, mas com origem internacional? O Rotary Internacional foi fundado há 115 anos, em Chicago, como uma associação de clubes de serviços, com o objetivo de unir voluntários, a fim de prestar serviços humanitários e promover valores éticos e a paz a nível mundial. Existem mais de 34.000 clubes rotários no mundo, com cerca de 1,3 milhões de membros, chamados rotários, entre os quais o Rotary Club de Gondomar.

> Madalena Lima, presidente do Rotary Clube de Gondomar

Qual a função de um rotário? Um rotário é um profissional de referência, em diversos ramos de atividade, que procura ajudar os cidadãos a transformarem as próprias vidas, no sentido positivo. Os valores de cada rotário são: ética, tolerância e contribuição para o bem do mundo. Um rotário é simples, como pessoa e utópico nos sonhos.

culo passa pela constituição de entidades como a AdUrbem – Associação para o Direito do Urbanismo e da Construção, a ARPP- Associação das Relações Publicas de Portugal, o CIFAST-Centro de Investigação, Formação e Assistência à Segurança no Trabalho, entre outras. Fui diretora de dois jornais regionais. Antes de ser advogada, fui professora de línguas e tradutora. Como profissional do Direito, fui professora do ensino superior. A atividade desenvolvida deu-me bases para enfrentar este desafio, que encaro com vontade de vencer, ultrapassando as dificuldades que surgem a quem está envolvido em qualquer “batalha”

Uma mulher, com um currículo tão extenso como o seu, estar à frente de uma Associação como esta é um desafio que encara com leveza? Ou sente que terá́ as suas dificuldades? Na realidade, o meu extenso currí-

Qual será́ o principal objetivo do seu mandato? Prefiro designar a minha atuação como liderança. Ser líder não é mandar, mas ser uma inspiração para os outros. O que fizer tem que ter dignidade, para ser imita-

do. Deixo de ser eu, para ser uma inspiração e refletir a imagem dos rotários. O meu principal objetivo é voltar o Rotary Club de Gondomar para a comunidade gondomarense, para poder dar a conhecer a nossa atividade.

de mérito a estudantes comprovadamente carenciados. Para além das nossas próprias quotizações e dos patrocínios, pretendo realizar eventos solidários, para angariação de fundos, que distribuiremos na medida das necessidades.

A Associação tem lacunas que necessitam de ser colmatadas? Não designo por lacunas, mas por constatação do que pode ser melhorado.

Em que vertente o Rotary Club de Gondomar beneficia o Município? O Rotary Club de Gondomar tem projeção a nível internacional e, como força viva que é, beneficia o Município de Gondomar, que reconhece a nossa importância com a colocação do enorme símbolo, na “Rotunda dos Rotários”, na Avenida da Conduta.

Quanto ao futuro, tem algum projecto em mente? Tenho alguns projetos em mente, que passam pela avaliação das necessidades da comunidade, com vista a dar sentido às vidas das pessoas. É importante ampliar a rede de patrocinadores, para permitir o apoio à comunidade, seja com equipamentos destinados a pessoas com deficiência motora, equipamentos informáticos, concessão de bolsas

E, quanto às entidades competentes, sentem o apoio das mesmas ou o devido reconhecimento? O Rotary Internacional, a Fundação Rotária Portuguesa, a Governadoria dão-nos o necessário apoio e reconhecem o nosso trabalho. ▪


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ACIG reforça apoio a empresários da Areosa Em cerimónia realizada nas instalações da Associação Comercial e Industrial de Gondomar (ACIG), no dia 5 de agosto, foram entregues os cheques aos empresários que concorreram ao programa do “Comércio Investe”. A ACIG entregou no início deste mês a 10 empresários da Areosa um montante de 87 500 euros. A cerimónia contou com a presença da Vereadora Cláudia Vieira, Graciano Martinho, Presidente da direção da ACIG e Jorge Santos, Presidente do Conselho Fiscal da ACIG. Ao VivaCidade, Graciano Martinho, confessou que está descontente com as opiniões que tem ouvido por parte dos empresários, dado ao atraso da entrega do dinheiro. O Presidente da Associação refere que “o dinheiro veio pela pressão que o Movimento Associativo Empresarial realizou junto das entidades responsáveis. Segundo o responsável da Associação, “se a ACIG e os empresários todos fizeram o seu pape conforme o contrato” o atraso deu-se pelo facto da entidade que liberava a quantia monetária “em vez de pagar a dois, três ou quatro meses demorou quase 5 anos a mandar o dinheiro e ainda por cima numa situação atual de crise, de enfraquecimento de negócios, da quebra de faturação e a carga fiscal sempre a subir, muito deles bateram no desespero e com esse desespero não sabem o que estão a dizer, dizem asneiras, como se a associação tivesse alguma culpa”. “Nós compreendemos as dificuldades deles, tanto que, logo quando o dinheiro chegou agendamos a cerimónia de entrega do montante, porque aqui compreendemos bem as dificuldades de quem está

no mercado”, Graciano Martinho explica que a ACIG é somente um intermediário entre o Governo e os Empresários. E, em representação do governo encontra-se o IAPMEI. Este montante fornecido a cada empresário são a fundo perdido e corresponde a 1% do valor que as grandes empresas faturam. Em representação da Câmara Municipal de Gondomar, esteve a Vereadora Claúdia Vieira, que após ouvir algumas queixas dos empresários respeitante à falta de investimento junto ao mercado da Areosa, prontamente respondeu que o Presidente Marco Martins tem em vista a recuperação comercial do espaço do Mercado da Areosa de forma a melhorar as condições do comercio local. Numa primeira fase em termos de intervenção, a vereadora refere que, “após reportarem as questões do problema de iluminação, a Câmara, junto às entidades competentes conseguiu agilizar todo o processo para possibilitar uma melhor iluminação ali da zona”. A responsável acrescenta ainda que o passo seguinte é a reabilitação do espaço físico, “é um desafio que temos como prioritário para termos o mercado a trabalhar em plenas condições”, é um desafio que

Cláudia Vieira diz que a Câmara tem como “prioridade”, tendo em conta que todo aquele espaço é “uma zona comercial que é uma mais valia para o Município de Gondomar, dado a sua localização geográfica e facilidade de acesso. “Estamos conscientes e conhecemos as necessidades da zona e estamos a fazer todos os esforços para conseguir atrair pessoas, movimentação e condições para que o comercio se mantenha vivo, ativo e rentável”. A Vereadora explica que “o nosso Presidente assumiu também estas estratégias e objetivos para a zona da Areosa” e que deixou o seu compromisso em colaborar com a ACIG que é quem representa os empresários. Cláudia Vieira terminou o seu discurso felicitando os empresários que continuam a investir no comercio tradicional, “que é uma área muito importante de representação da nossa cultura”. A opinião de dois empresários Manuel tem uma empresa de Confeções & Têxteis há 49 anos na zona da Areosa e disse ao VivaCidade que “Este tipo de apoios são bastante interessantes só que deve ser completada com mais ajudas ou planeamento por parte Câmara. Há outros tipos de apoios que também devem ser dados,

ou seja, a localização, a questão de certos serviços que foram retirados da zona. Arranjar igualmente maneira de voltar a coloca-los novamente no sitio. O acompanhamento da ACIG junto aos empresários não foi mau, mas podia ser melhor, acho que podiam ter sido mais céleres no que foram fazendo e estarem mais atentos no que se passa no terreno”. Eugénio é proprietário de uma Ótica há 45 anos e na sua opinião “Os apoios são sempre importantes, só é pena que demore tanto tempo, porque isto é benéfico para nós empresários. Quanto à ACIG, sempre que pedi informações eles estavam sempre dispostos a fornecê-las. Acho que deveria de vir um apoio noutro sentido, não no apoio de obras às lojas porque eu estou convencido de que, algumas lojas nem estão em más condições, mas deveria ser pensado e investido, como por exemplo as acessibilidades, o estacionamento, as estruturas da Areosa, porque tirando isso, como diz a vereadora e com razão foi bombeiros, foi correios, foi policia, tiraram-nos tudo. E gostaria que fosse verdade a vontade dela, mas com certeza não depende dela e se calhar não depende da Câmara, vamos ver o futuro”. ▪ PUB

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Amândio Couto: “Em média só de eletricidade e água, gastamos 3000 euros” O VivaCidade esteve à conversa com Amândio Couto presidente da Direção dos Bombeiros Voluntários de Valbom, José Gonçalves Oliveira oficial de Bombeiro de 2ª de carreira e Manuel Viana Bombeiro de segunda que, atualmente, exerce funções de adjunto de comando. A corporação em causa abrange as Freguesias de Valbom, S. Cosme, Jovim, Foz de Sousa e Lomba abrangemos uma população de cerca de 45 mil habitantes e 40.2 km de área. Como é que se encontra a Corporação, neste momento, a nível financeiro dado o impacto do COVID-19? O COVID veio, realmente trazer problemas, para além dos problemas de saúde e de perigosidade para as pessoas em termos financeiros todas as corporações têm sido o impacto da pandemia, não somos só nós que estamos neste situação, provavelmente serão quase todas, mas à nossa corporação causou graves problemas financeiros, dado que os transportes que tínhamos, por exemplo, as emergências acabaram, elas reduziram quase a 90% na altura do COVID, o problema é que estas eram a principal fonte de rendimento da corporação. Não posso dizer que na parte financeira não haja auxílios porque estão prometidos, mas é como tudo neste país, promete-se, fala-se, e ditam-se leis, mas depois para saírem cá para fora, é aquilo que nós sabemos, ainda não recebemos qualquer ajuda financeira. No entanto, não obstante, devo dizer que a nível de materiais e equipamentos de proteção temos recebido quer da parte do governo, quer da parte da Câmara e, tenho que salientar que a Câmara de Gondomar tem-nos dado um apoio excelente na parte do equipamento e, em simultâneo da parte de dar e oferecer combustível durante este período que ainda está a decorrer, que é uma ajuda muito importante, porque se gasta muito combustível nas viaturas. Mas ainda na parte financeira enquanto as verbas que estão prometidas não chegam e, enquanto esperamos recuperar algum do trabalho que fazíamos nos serviços clínicos e nas emergências, estamos

> Na foto: Manuel Viana, Amândio Couto e José Gonçalves Oliveira

a recuperar, agora tivemos de fazer um recurso a empréstimos bancários, para conseguirmos aguentar e pagar salários. E é isso que vos preocupa, atualmente, o pagamento de salários? E quantos operacionais vocês possuem neste momento no ativo? Há que distinguir os que são operacionais dos que são assalariados. A realidade dos bombeiros deste país parece anormal para quem não esta dentro dela, o corpo de bombeiros é constituído por bombeiros, sendo que, alguns deles tem contrato de trabalho com a Associação Humanitária, nessa vertente, nós neste momento temos 27 elementos que tem contrato de trabalho com a Associação e são esses que mensalmente tem um custo significativo e é, exatamente nesse ponto que nós nos preocupamos em manter e temos mantido, felizmente, com algum sacrifício. Mas sim, isso é o que nos mais nos preocupamos, porque isto é uma empresa. Mas uma corporação não tem gastos só nos salários e é isso que as vezes as pessoas não percebem, certo? Exatamente, nós temos outros encargos tais como a eletricidade e a água que são enormes, não há digamos uma tabela e se há é muito ténue, é insignificante, deveria haver uma tabela especifica para nós. E, os consumos, em média só de eletricidade e água, ronda os 3000 euros. Os veículos são comprados integralmente pelos Bombeiros. Para dar uma ideia, uma ambulância de socorro, o mais barato que conseguimos arranjar anda na casa dos 60 a 75 mil euros, um carro de combate a incêndios urbanos ronda os 250, depende depois do equipamento que leva, mas anda na casa dos 250 a 280 mil euros, cada veiculo tem um preço diferente, mas tudo isso é pago ex-

clusivamente pelos bombeiros. Felizmente, alguns aqui em Gondomar tem o apoio da Câmara que vai comparticipando e dando um subsídio mensal que é o caso das cinco corporações presentes no município e, depois, quando temos sorte conseguimos que uma outra pessoa nos ajude de forma substancial. Nós recebemos ainda uma verba porque abrangemos a Lomba, porque é uma freguesia de difícil acesso e não só e, também porque aquilo é "um barril de pólvora" em termos de risco. Uma coisa que em Portugal, infelizmente acontece e que muitos reclamam, as forças de segurança são sempre dos setores mais mal pagos e um deles é os bombeiros, sentem que às vezes as pessoas não têm noção dessa realidade, porque para quem coloca a sua vida em risco todos os dias sentem que recebem o justo? Não, não recebemos o que é justo. E, consideramos isso muito mau. Temos o exemplo de que há comandantes que recebem, enquanto outros não ganham nada. Isto é o que se passa em Valbom e na maioria das corporações. Atualmente, o grau de permanência é tão elevado que é quase impossível sustentar um Corpo de Bombeiros com uma estrutura apenas voluntaria. Para nós é humilhante o que os nossos homens recebem. Os bombeiros não conseguem passar a mensagem e, isso também é culpa de quem os representa, mas o serviço que nós fazemos alguns são comparticipados, ou seja, nós numa ambulância de socorro se sairmos e se aquele serviço de urgência for justificado pelo INEM, e se o INEM considerar que é um verdadeiro serviço de urgência, merece que esteja lá uma ambulância a entidade atribui um número de ficha, ou seja, aquela emergência passa a ser suportada pelo INEM, eles pagam-nos a

taxa de saída do carro e uma compensação pelo material que é gasto, estamos a falar de uma emergência feita aqui em Valbom, rende-nos 12 a 15 euros. Se fizermos as contas, numa urgência que dure uma hora, o que nos recebemos não chega para pagar aquele serviço, por isso é que dizemos que aquele serviço não é pago, é comparticipado. Se falarmos de uma urgência que é realizada na Lomba e, dependo do hospital para onde vamos, mas andará numa média de 100 a 120 km que fazemos, demoramos uma média de duas horas e meia para realizar aquele serviço, pagam-nos 40 euros, se fizermos contas ao tempo dos operacionais, ao custo da viatura e dos equipamentos aquele serviços custa-nos três vezes o que nos pagam. O problema dos bombeiros é este, é que nós prestamos serviços e o que nos pagam não compensa em nada, nós é que temos de suportar tudo. Agora pergunta-me como é que vocês conseguem colmatar todas estas despesas? Bom, há aqui uma coisa que é necessário ser dito, que já não é de agora, que vem de gestões anteriores de câmara, a Câmara de Gondomar tem um papel ativo, porque se não fosse a verba dada mensalmente não conseguiamos sobreviver. Quanto à ambulância nova do INEM, uma luta de anos, que só agora foi conseguido foi uma mais valia para vós? Sim foi um processo que já se arrasta, há mais de 15 anos e foi com a vinda da Ministra a Gondomar que o presidente Marco Martins conseguiu agilizar o processo, agora se viesse na altura em que tínhamos solicitado, a situação era bem diferente, é bom porque é mais uma viatura que temos, é mais uma emergência, mas não vem alterar muito a nossa dinâmica, mas atenção que a viatura não foi gratuita agora temos que trabalhar para colmatar as despesas e cumprir os objetivos. ▪


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Entrevista

RITA REDSHOES:

da terapia aliada à música, mas apenas isso. Quais são as tuas principais preocupações, critérios e objetivos quando compões as tuas próprias melodias e, por vezes, as letras? Fazendo de ti, como és reconhecida, uma cantautora de exceção… Eu ando sempre à procura da canção perfeita. E sei que nunca a irei escrever. Seria fatal, deixaria de escrever. Mas tenho canções das quais me orgulho. No fundo, esses momentos foram e são momentos em que consegui expressar-me de uma forma transcendente. E isso é mágico. Não acontece quando se quer...

“O amor é a razão da vida. O amor tudo cura”

Texto: André Rubim Rangel

Rita Pereira é o teu nome de nascimento e, em 2007, adotaste o artístico pelo qual és conhecida, inspirada em David Bowie. Além dele, quais são as tuas grandes referências musicais que ainda te marcam como pessoa e como artista? Sem dúvida, a PJ Harvey, a Nina Simone, a Maria Callas. Depois vão sempre aparecendo discos ou canções que me impressionam e inspiram. Mas estes nomes são como que a minha base. Qual é aquela figura mundial que sonhas um dia poder cantar/tocar com ela ou fazer a 1.ª parte dum concerto dela? Confesso que esse tipo de desejo hoje em dia não me faz muito sentido. Já fez. Mas, atualmente, prefiro desfrutar

Uma das temáticas que mais abordas, se não mesmo o mais invocado, é o «amor», que dá título não só a alguns dos teus temas, como também a um dos teus álbuns ou, ainda, referindote a ele – direta e indiretamente – noutras tuas canções. Para ti, afinal, o que é o amor? Como e por que cantas delicadamente esse amor tal como o sentes? O amor é a razão da vida. O amor nas suas imensas possibilidades. Pelo outro, por uma causa, por um trabalho, por um animal... É o amor que define os dias bons e maus. O amor tudo cura. Não tenho como não passar o tempo a falar dele...

do que tenho e do que a vida me vai dando, do que imaginar cenários. Possuis uma versatilidade e dotes singulares para a música, sendo tu a mulher dos 7 instrumentos, sabendo tocar todos esses (incluindo a voz). Talvez a única em Portugal! Consideras que seria importante todos os cantores e instrumentistas serem mais multifacetados e que a música nacional ganharia muito com isso? Não acho que seja preciso tocar mais do que um instrumento para escrever uma boa canção. São apenas mais ferramentas que estão disponíveis. Gosto de ter essas mais-valias e trabalhei para elas, mas não definem a inspiração e o talento. E além da música que cantas e encantas, dominas uma outra área em que te licenciaste: a Psicologia Clínica. Entendes que essa valência e aprendiza-

gens obtidas te ajudam imenso a ver e encarar o mundo, a pulsar e acompanhar as pessoas nas suas complexas (des)motivações? São muito poucas as vezes em que visto a pele de psicóloga. Acho que acima de tudo, sou uma boa ouvinte e com disponibilidade empática. Talvez me ajude na procura de explicação para alguns comportamentos meus e dos que me rodeiam mas no sentido da curiosidade e do crescimento. Quem me dera conseguir motivar todos os desmotivados. Apesar desse curso superior, chegaste a exercer? Gostarias de, quem sabe no futuro, conciliar ambas as carreiras ou não pensas mesmo em potenciar e voltar à psicologia que há em ti? Depois do curso, estagiei mas coincidiu com a saída do meu primeiro disco e tornou-se incompatível. Não penso exercer, talvez um dia explore o lado

Não acredito que as pessoas, de modo geral, desconheçam o amor em absoluto; que não saibam que ele é, ou deveria ser, a cura para todos os males (ou muitos deles) e, mesmo assim, afastam-se dele e não deixam que ele reine verdadeiramente… Concordas? Acho que infelizmente nem todos nascemos fruto de amor, nem todos fomos ou somos amados. Se não formos amados desde pequenos, dificilmente iremos conseguir amar. E a falta de amor, deturpa o sentido da nossa existência e do relacionamento com o outro. Resultado desse amor, bem expresso em ti, é a alegria e afirmação em seres Mulher (dois álbuns alusivos) e em seres Mãe, há 2 anos. De que forma lidas com estas duas situações: quando consegues gerir isso, conciliando-o com o teu trabalho e lidando com desigualdades que as mulheres ainda enfrentam; e quando vês mulheres que não conseguem, que se vão abaixo e que se descambam, tendo sido mães sem terem o dom e talento para


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Entrevista o serem, vendo-se depois os filhos à deriva, desamados e desnutridos? São muitos assuntos numa só pergunta... daria para várias entrevistas. Ser mulher e mãe são dois motivos de felicidade para mim. Sendo que a existência da minha filha me transformou profundamente para melhor. Felizmente, tenho a ajuda da minha mãe e do pai da minha filha para as minhas ausências. Mas a questão está mesmo aqui; é raro fazer-se esta pergunta a um homem. É socialmente assumido que o homem sai para trabalhar, sem que os filhos sejam uma questão para ele. São séculos de história numa direção. Hoje em dia há cada vez mais consciência disto mas ainda há muito trabalho a fazer. Uma mãe quer o melhor para o seu filho. Se não quer, para mim a única justificação é uma patologia ou uma degradação tal que já não é possível ter-se discernimento. Ser mãe é o mais lindo e mais árduo trabalho do mundo. Os artistas são a parte mais visível e principal dum espetáculo, mas sem os técnicos (de som, luz ou outros), este não se realizaria. Houve, entretanto, uma manifestação pacífica da APSTE para sensibilizar e apelar à sobrevivência deste sector precarizado. Como te posicionas perante isto? Tem sido uma fonte de angústia para mim. Há muitos artistas e músicos a passar dificuldades e depois há um grupo enorme de pessoas que, sendo menos mediáticas, têm um papel fulcral na vida e carreira dos artistas. Nenhuma das posições está defendida na nossa legislação. Temos um longo caminho pela frente na luta pelos nossos direitos. Há algo que admiro muito, a união que os técnicos têm demonstrado enquanto classe trabalhadora. É tocante. Os artistas têm a aprender com eles. Falemos agora de Gondomar, onde estiveste há poucos anos – na Quinta do Passal – para a apresentação oficial do livro e projeto «Rita e a Floresta dos Legumes». Mais do que te perguntar se o projeto continua, desejo saber: o que achaste deste concelho que visitaste? E com que impressão ficaste das cerca de 70 crianças de IPSS gondomarenses? Foi precisamente a minha primeira apresentação deste projeto! E não podia ter começado melhor. Fui muito bem recebida e as crianças eram adoráveis. Lembro-me que – depois de finalizar a apresentação – fiquei

bastante tempo a dar abraços, a escrever dedicatórias nos livros e a tirar fotografias com as meninas e meninos. Guardo uma ótima lembrança dessa manhã, apesar do dia estar cinzento. Infelizmente não tive oportunidade para visitar outros pontos do concelho: os dias de apresentações ou concertos são dias a correr. Ainda não atuaste no Pavilhão Multiusos de Gondomar. Se surgisse a oportunidade e te convidassem para realizar lá um concerto diferente de todos os outros, aceitarias? Desafiote a ‘descrever’ como poderia ser essa diferença empreendedora, entrando no campo da idealização e imaginação, e tendo em conta o carácter das gentes do Grande Porto? Teria todo o gosto em aceitar, claro. As gentes do Grande Porto são maravilhosas! Sinto-me sempre tão bem recebida e acarinhada nos concertos a Norte. Uma bênção que me dão. Mas, para ser justo, não posso revelar como seria esse concerto especial. Para saberem, terão de formalizar o convite! (risos) Durante o longo período de isolamento social, em casa, os portugueses – os que foram capazes – tiveram de se reinventar e inovar. E tu foste uma dessas pessoas, ao criares 50 sessões de música no teu quintal, com um teu vizinho e para os teus vizinhos. Que balanço fazes desta experiência? Foi uma experiência muito bonita e que guardarei para sempre. Surgiu naturalmente, de uma vontade genuína de fazer e dar música a quem quisesse recebê-la. O que eu, o Bruno Santos e o Ricardo Toscano recebemos em troca, foi muito mais do que demos. Os vizinhos e não só, foram tão generosos connosco que muitas vezes nos esquecemos que estávamos a passar por um dos momentos mais complexos das nossas vidas. É muito difícil não gostar de ti e da tua arte musical. Mas muitas pessoas ainda não te conhecem ou não conhecem tão bem o teu trabalho fantástico. Mesmo sendo tu bastante autoconfiante, o que examinas ainda faltar para atingires aquele topo do estrelato (inter)nacional? Obrigada. Acho que a falta de reconhecimento ou popularidade tem que ver com a maneira como vivemos nos dias de hoje. Há tanta solicitação, tanta música, tanto artista e, ainda mais, todos os pormenores e dilemas

da vida de cada pessoa... Vivemos um problema de tempo que acaba por afetar tudo e todos. Não temos tempo para tanto. Nem para nós nem para os nossos. O que espero é que consigamos alterar esta forma de viver ainda a tempo de não nos perdermos por completo. No próximo ano perfazes 25 anos do teu início no universo musical (1996). Quando olhas para trás sentes que passou rápido e admiras-te de ser já este tempo todo ou viveste e aproveitaste tão intensamente cada ano, valorizando-os por inteiro? Bom... o primeiro impacto é pensar que já não estou nova!! Passou a correr... e isso é bom sinal. Continuo apaixonada pela música, como no início. Não sou a mesma miúda que ia

para a bateria do irmão tocar às escondidas. Tenho feito uma grande viagem profissional. Momentos muito bons, outros nem tanto mas é disto que se faz uma carreira e tenho orgulho em poder dizê-lo. Fui aprendendo a aproveitar, hoje em dia vivo muito mais o presente e não tanto o futuro. Essa foi uma das minhas grandes aprendizagens. Pensas já num programa específico e especial para assinalar as tuas bodas de prata de carreira artística? O que gostarias que acontecesse, assim, em 2021? Que a pandemia deixasse de ser uma realidade para poder festejar sem medos com amigos e ouvintes da minha música, a felicidade de poder fazer o que gosto. ▪


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O pontapé de saída para o início da nova é Texto: Gabriela Monroy

Em tempos de COVID-19, o desporto é um dos setores mais afetados economicamente. A incerteza ainda está presente nas equipas quanto à nova época que se aproxima. A dúvida mantém-se no ar, quanto há presença de público nas bancadas, mas a opinião é unânime, jogos sem público é perca garantida de dinheiro de bilheteira, publicidade e restauração, tornando-se quase insustentável para a maioria dos clubes dar resposta a todas as despesas das coletividades. O VivaCidade este à conversa com os clubes Gondomarenses que marcam presença no Campeonato de Portugal e a Divisão máxima da Associação de Futebol do Porto: Gondomar SC, equipa A e B, SC Rio Tinto, Clube Desportivo de São Pedro da Cova, Gens SC e União Desportivo de Sousense.

Gondomar SC O Presidente Álvaro Cerqueira admitiu que “a nível financeiro não está

fácil, dado que fomos dos poucos clubes a pagar até ao final da época, mesmo sem jogar os últimos três meses e estamos a tentar lutar nesta próxima época para fazer o mesmo”. Quanto às contratações o responsável referiu que “fomos buscar sete jogadores novos: Sala que é um empréstimo do Guimarães, João abreu, proveniente do S. Martinho; Zacari Canelas que é extremo, Niang do Trofense que é ponta de lança, temos o Cláudio do Oliveirense que é um empréstimo, do Braga temos o Serginho e transitaram jogadores da

> Equipa A do Gondomar SC

Sport Clube Rio Tinto

equipa B para equipa A. Dos juniores subiram sete jogadores para a equipa B, claro que não é qualquer um que consegue este feito, porque é muito difícil, por isso estão preparados para as exigências da equipa A”. Quanto à equipa técnica, Álvaro Cerqueira diz que quer a continuidade do anterior treinador que é o Américo Soares na equipa A e na equipa B a escolha é Ruben Carvalho. O responsável adianta ainda que todos os jogadores já realizaram teste ao COVID-19, através de um protocolo com o Hospital Fernan-

do Pessoa e os resultados foram negativos. O objetivo da equipa A é único: lutar para alcançar o primeiro lugar. Quanto à equipa B, devido às restrições impostas a equipas secundárias o objetivo é a Manutenção. Os Juniores e os iniciados irão competir na próxima época nos Campeonatos Nacionais das camadas jovens. De momento, a equipa A de Gondomar encontra-se a disputar o Campeonato de Portugal e a equipa B está na divisão de Elite da Associação de Futebol do Porto.

> Equipa B do Gondomar SC

As informações quanto ao início da época foram adiantadas pelo Diretor Desportivo, Joel Alves, que começou por constatar que este inicio de época esta a ser ‘atipico’ e que, de momento, estão a seguir todas as normas e recomendações da DGS e os comunicados da AFP e FPF, “evitamos ao máximo comportamentos de risco, para continuar a nossa atividade desportiva sem por em causa ninguém”. A equipa encontra-se preocupada com os pa-

trocinadores e, de momento, estão a fazer os possíveis para ter uma época tranquila com os patrocinadores. No futebol sénior tivemos que realizar um reajuste financeiro e baixar o orçamento, propondo tudo para que seja cumprido na integra. Quanto ao apoio financeiro “existe o apoio da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal que estão dispostos a ajudar o Rio tinto e outros clubes do concelho”. No ponto de vista desportivo não haverá corte

financeiro, a equipa está a procurar fazer igual ou melhor do que foi feito no ano passado. Quanto ao plantel o responsável explica que começaram a preparar a época muito mais tarde em relação a outras equipas e que isso se tornou numa desvantagem. O responsável garante que o plantel de 21 jogadores está competitivo, para que todos os domingos “consigamos conquistar os três pontos”, para esta nova época, o clube está com uma visão desporti-


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época ‘atípica’ no futebol de Gondomar

Clube Desportivo de São Pedro da Cova O VivaCidade esteve à conversa com o Presidente da Direção, Or-

lando Sousa e com o Diretor Desportivo, Vítor Silva, que nos adiantou que o clube terminou a época passada com os ordenados todos pagos. Quanto aos apoios fornecidos pelas entidades responsáveis, foi-nos referido que “a Câmara pagou 8.900 euros, mas nunca ouve um contacto direto com o clube para saber sobre o nosso estado. Sentimos a clara diferença de tratamento do Município para outros clubes, o nosso clube ´o principal da terra e as condições financeiras não estão muito boas, infelizmente existe pessoas em São

Pedro da Cova que não nos querem ajudar, no entanto, outros acreditam na direção e vão ajudar a manter o clube estável, nós somos uma direção humilde e, neste momento estamos a precisar de sócios e do comercio local para manter o clube a funcionar”. Os dirigentes explicam que a equipa está a treinar à luz do dia para que não tenham gastos com luz e com água. “A relva somos nós dirigentes que cortámos”. Vítor afirma que “os jogos necessitam de ser realizados a portas abertas, porque se não o prejuízo é muito grande e mesmo que

não seja permitido nós iremos abrir as portas aos adeptos, ou jogamos com as portas abertas ou não vale a pena”. Quanto ao Plantel os responsáveis referiram que “ainda não está fechado” e que esta equipa é a mais barata dos últimos ano. O comando da equipa ficará a cargo de Pedro Reuss. Os dirigentes confessam ainda que “a vila de São Pedro da Cova não é a mesma sem futebol”. De momento a equipa de São Pedro da Cova, encontra-se na Serie 2, da Divisão de Elite da AFP.

receber os adeptos, “porque futebol sem adeptos não faz sentido” e encaminharia o clube para uma queda “enorme” de receita, visto que “as despesas continuam”. Quanto aos juniores, estes já ini-

ciaram os treinos para competirem no campeonato nacional. Para o arranque da nova época desportiva, o Sousense compete na serie 2, na Divisão de Elite da Associação de Futebol do Porto.

União Desportiva do Sousense O Presidente da direção, Pedro Carvalho inicia a entrevista contextualizando que o final da época anterior de forma abrupta não foi bom “privou-nos de vários momentos importantes de futebol, momentos estes de convívio”. Quanto a nível económico, a situação é unânime entre os clubes “há muitas incer-

tezas a nível de patrocinadores, estamos confiantes que os nossos patrocinadores não nos vão abandonar, apesar de alguns pontualmente poderem reduzir o valor disponibilizado”, quanto às entidades competentes “existe algum apoio que já é habitual”. Quanto ao plantel “Os sócios e adeptos pode contar com uma equipa jovem e competitiva, grande parte do plantel fizeram formação no clube, cerca de 15 a 16 jogadores. São atletas competitivos que irão fazer bons resultados. A equipa técnica é a mesma que terminou a época transata. Uma equipa técnica jovem que terá como treinador Bruno Cunha”. Para Pedro, a AFP e FPF tem que repensar a questão da presença de adeptos, no ponto de vista do responsável é possível

> Equipa Sénior da União Desportiva do Sousense

va diferente do que existia, “um plantel mais jovem do que o habitual. Procurámos um tipo de jogador jovem com qualidade, com uma média de idade de 22.8. O plantel não está fechado e contamos com 24 jogadores no máximo. Muitos jogadores jovens com muita experiência nestes campeonatos de elite e até no Campeonato de Portugal”. Para Joel Alves, todos os jogadores têm destaque nesta equipa e qualquer um que acrescente valor à equipa. Quanto

à equipa técnica o SC Rio Tinto traz novidades, como Mister termos Vítor Oliveira, que tem experiência na primeira liga, acreditado com nível 4 e como Adjuntos temos Tiago Dias, André Mouta e Ivo Coimbra (jogador e treinador de guarda redes). O diretor refere que está satisfeito com o plantel e, mostrase confiantes que os jogos possam ter público. De momento, o SC de Rio Tinto compete na serie 1, da divisão de Elite da Associação de Futebol do Porto.

> Equipa Sénior do Sport Clube de Rio Tinto


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Gens Sport Clube Dado à perda recente do Presidente do Clube, António Eleutério, quem falou com o VivaCidade foi o Vice-Presidente Mário Santos, que desde a época passada possui a função de responsável pelo futebol sénior do clube. Começou a entrevista enaltecendo a figura de António Eleutério e da grande perda que foi para o clube a sua partida. O responsável explica que “é importante referir que esta nova época está a ser atípica”,

O VivaCidade entrou em contacto com o Presidente da Associação de Futebol do Porto, José Manuel Neves que emitiu o seguinte comunicado FUTEBOL vs COVID 19 - DESAFIO A SUPERAR Desde há longos meses que temos vindo a ser assolados com as nefastas consequências da doença COVID-19 que invadiu e afetou severamente o nosso modo de vida. É uma emergência de saúde pública de âmbito internacional, uma pandemia sem precedentes. No mundo do futebol, têm sido particularmente intensos e penosos os esforços para a prevenção, contenção e mitigação da transmissão da infeção e lento o processo de desconfinamento nessa área; o que se compreende tendo em conta a forma de transmissão deste terrível vírus e a proximidade física que se assiste quer em campo, quer entre os milhares de adeptos que rejubilam com este desporto excecional. O sofrimento a que se vem assistindo em clubes, dirigentes, jogadores, público, famílias, tem sido marcante. A passada época desportiva foi marcada pelo encerramento de competições sem possibilidade de as terminar em campo. Foi marcada pela total inatividade dos clubes com drásticas consequências para o seu equilíbrio des-

um início caracterizado pela incerteza, “mas estamos a começar com um sentimento muito otimista” e o grande objetivo da equipa é a manutenção do clube, “em 2014 e 2015 já tivemos nesta divisão, entretanto descemos, mas conseguimos recuperar e agora é manter a posição”. Quanto ao plantel principal “a equipa ainda não está completamente fechada, falta duas ou três posições, uma boa base do plantel é do ano passado, foi o plantel que conseguiu subir a divisão, reforçamos com algumas contratações dentro do orçamento limitado do clube, porque não temos grandes posses financeiras”, foi-nos adiantado alguns nomes novos que representaram o clube neste nova época como o Leandro Teixeira, proveniente do Lixa, o Sarmento proveniente do Rio Ave, Kiko, proveniente do Sobrado, João Faria do SC do Canidelo e Jorginho dos Dragões Sandinenses. Quanto à equipa técnica,

portivo e financeiro. Foi marcada pela paralisação da atividade desportiva de inúmeros atletas. Foi marcada pela infelicidade de milhares e milhares de adeptos e não puderam presenciar o seu desporto de eleição. A Associação de Futebol do Porto agiu de forma célere, quer quanto à prática desportiva, quer em inúmeras medidas que tomou para mitigar as consequências desta pandemia. Esta é uma época de solidariedade e entreajuda e só assim superaremos este desafio. No plano da retoma e desconfinamento, o Governo tem sido particularmente cauteloso no que concerne à atividade desportiva e, em particular, ao futebol. As Resoluções do Conselho de Ministros que têm vindo sucessivamente a ser publicadas e de que a Associação de Futebol do Porto tem feito eco para os seus filiados, traduzem esperança e alento para todos. Após longo período de praticamente total inatividade, hoje, com a Resolução do Conselho de Ministros nº 55A/2020 “a prática de atividade física e desportiva, em contexto de treino e em contexto competitivo, pode ser realizada sem público, desde que no cumprimento das orientações definidas pela DGS”. E já não se impõe o encerramento de instalações destinadas a esta atividade desportiva. Contudo, realça-se a absoluta necessidade de cumprimento de apertadas regras de

mantem-se a mesma do ano transato, sendo o treinador Paulo Menezes. O critério do clube passa pela aposta na “juventude, acrescentado jogadores com experiência”. Quanto às camadas jovens “está a começar de forma gradual”. De momento Mário Santos refere que o Clube necessita de apoios finan-

ceiros e de melhorar as instalações, nomeadamente nos balneários e nas bancadas. Tal como acontece nos outros clubes, a vertente financeira está a causar preocupações, dado que a presença de público está incerto, o que condiciona a receita do clube.

> Equipa Sénior do Gens Sport Clube

> José Neves, Presidente da Associação de Futebol do Porto

higiene e medidas de distanciamento social. A Associação de Futebol do Porto está particularmente atenta à evolução desta situação e acredita que se vai evoluir favoravelmente para que, a breve prazo, todos possamos usufruir da felicidade e alegria que advém da prática do futebol. Tudo dependerá, evidentemente, das determinações que o Governo e a DGS vierem a emanar e que estão umbilicalmente ligadas à forma como a pandemia vier a evoluir e bem assim à

descoberta de tratamento ou de uma vacina segura e eficaz. Estamos esperançados. Acreditamos que, particularmente os desportistas, sabem retomar a prática desportiva, em segurança, responsabilidade e saúde. A Associação de Futebol do Porto irá permanecer na vanguarda, acompanhando de perto o evoluir desta situação e continuando a apoiar os clubes, dirigentes, atletas e público em geral. Tudo para que o Futebol continue a brilhar e a alimentar a felicidade de todos. ▪


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Jornal VivaCidade 27/08/2020

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Anúncio Torna-se público que irá ser alienado o imóvel abaixo identificado, pertencente à Metro do Porto, S.A. I.Identificação do Imóvel: Parcela de terreno com 373 m2, sito em Lugar de Santa Eulália, freguesia de Fânzeres, concelho de Gondomar, omisso na matriz predial e descrito na Conservatória do Registo Predial de Gondomar sob o n.º 3839/20090429, conforme planta que se junta infra. II. Valor Base: O valor base de alienação do prédio é de 58 930,00 euros (cinquenta e oito mil novecentos e trinta euros). III. Impostos devidos: • Imposto Municipal sobre Transmissões (IMT); • Imposto de Selo de 0,8 % sobre o preço de venda. IV. Modalidade de pagamento admitida: a. No ato da apresentação da proposta deverá ser entregue a quantia correspondente a 10% (dez por cento) do valor apresentado, a título de sinal, o qual considerar-se-á como princípio de pagamento no caso de ser efetuada a venda definitiva; b. O remanescente do preço será liquidado com a outorga da escritura de alienação, a celebrar no prazo máximo de seis (6) meses após a publicação do anúncio, em Notário a designar pela Metro do Porto, S.A. V. Local e data limite para apresentação das propostas: As propostas deverão ser apresentadas na Torre das Antas - Avenida Fernão de Magalhães, 1862, 7º, 4350-158 Porto (Tel. 225 081 000), até às 17:00 horas, do dia 30 de setembro de 2020. VI. Apresentação das Propostas: As propostas apresentadas devem indicar um valor para a compra do imóvel superior à base de licitação e ser acompanhadas de um cheque de montante correspondente a 10% do valor da proposta, emitido à ordem da Metro do Porto, S.A. As propostas devem ser apresentadas em subscrito fechado, identificando-se no exterior do mesmo o proponente e o imóvel a que respeita, que, por sua vez, é encerrado num segundo subscrito endereçado à Torre das Antas - Avenida Fernão de Magalhães, 1862, 7º, 4350-158 Porto, podendo ser entregues pessoalmente ou enviadas pelo correio, sob registo. VII. A Adjudicação: O imóvel é adjudicado provisoriamente a quem tiver oferecido o preço mais elevado, que deverá, de imediato, proceder ao pagamento de 10% do valor da adjudicação e declarar se o imóvel é para pessoa a designar no prazo de 10 dias. No caso de o adjudicatário provisório ter apresentado proposta, deverá proceder ao pagamento da diferença entre o valor do cheque que acompanhou a proposta e o valor correspondente a 10% do preço da aquisição. A decisão de adjudicação definitiva ou de não adjudicação compete à Metro do Porto, S.A., sendo dela notificado o adjudicatário, por carta registada, com aviso de receção, no prazo de 30 dias a contar da adjudicação provisória. Não havendo adjudicação definitiva, por facto não imputável ao proponente, a Metro do Porto, S.A. restituirá a importância recebida, sem necessidade de requerimento do interessado. O adjudicatário provisório deve apresentar os documentos comprovativos de que se encontra em situação regularizada perante o Estado Português em sede de contribuições e impostos, bem como quanto à sua situação contributiva para com a segurança social, no prazo de 10 dias úteis a contar da data da adjudicação provisória. A não apresentação destes documentos, por facto imputável ao adjudicatário, implica a não adjudicação definitiva do imóvel. Os confinantes dos terrenos a alienar terão direito de preferência pelo valor da proposta mais alta apresentada. VIII. Condições Resolutivas da Adjudicação: O não cumprimento pelo adjudicatário dos procedimentos e/ou de qualquer uma das obrigações gerais e especiais da venda determinará que a Metro do Porto, S.A. rescinda o contrato, revertendo para ela o imóvel e todas as edificações ou benfeitorias nele existentes, sem que haja lugar à restituição das importâncias já entregues ou lugar ao pagamento de qualquer indemnização. A prestação de falsas declarações ou a falsificação de documentos implica a exclusão do procedimento de venda do imóvel, bem como a anulação da adjudicação no caso do imóvel ter sido adjudicado, perdendo para a Metro do Porto, S.A. as quantias já entregues, sem prejuízo da participação à entidade competente para efeitos de procedimento criminal. Verificando-se as situações supra referidas ou quando, por qualquer outra causa, não haja lugar à competente adjudicação, o imóvel pode ser adjudicado ao interessado que apresentou a proposta imediatamente inferior.


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Sociedade

Agostinho Lemos: "Para poder usufruir do pequeno almoço tem que chegar a horas" Há 20 anos que a EPG- Escola Profissional de Gondomar tem vindo a mudar a vida de muitos jovens. Agostinho Lemos é Diretor da Escola Profissional de Gondomar e contou ao VivaCidade as particularidades do estabelecimento de ensino e toda a sua trajetória. Conte-nos um pouco da vossa história e do vosso trajeto, enquanto instituição. A Escola Profissional de Gondomar existe desde o ano 2000, portanto desde há 20 anos. Desde sempre situada aqui neste edifício em São Pedro da Cova. Nesta mesma linha há dois anos lançamos um novo polo em Rio Tinto, mais concretamente no edifício do mercado da Areosa. Esta delegação surge por vários motivos, primeiro temos a questão demográfica, que é inquestionável, dado que o número de jovens tem vindo a diminuir, nas escolas todas, não só nas nossas e, então é uma forma de tentarmos contrariar esta baixa de procura pela inexistência de jovens decidimos descentralizarmo-nos, e porquê Rio Tinto? Porque é a maior Freguesia do concelho e porque está muito próxima de outra Freguesia da Maia que é Pedrouços, ambas as Freguesias muito populosas e ficamos mais perto do Porto. O nosso segundo problema é a rede transportes, aqui nesta zona não é boa e desde sempre alertamos quer a autarquia, quer a empresa de transportes para o problema e com o intuito de arranjar uma solução para o mesmo, mas nunca o conseguimos. Em Rio Tinto, temos população, temos transportes, temos tudo para que aquela delegação funcione. Sendo escola profissional temos cursos quer para Jovens, que são os cursos de educação e formação para jovens que não concluíram o 9 ano e para adultos temos o Centro qualifica a funcionar. Esse centro localiza-se na Areosa e, onde verificamos que a procura deste centro é muito superior em comparação com São Pedro da Cova. No entanto, temos muito carinho por este edifício, foi onde a escola nasceu e temos uma boa relação com as autarquias e, por isso, mantemos esta sede aqui. Em termos de objetivos, este mês fomos certificados em termos de qualidade. Penso que somos a primeira escola com selo atribuído, há outras escolas que já foram validadas, já foram feitas as auditorias e irão receber, mas em termos de selos atribuídos penso que somos a primeira escola, o que também demonstra um pouco a nossa preocupação e qualidade de trabalho que temos vindo a realizar. E, de facto, temos uma preo-

cupação muito grande com os nossos alunos, por vários motivos, primeiramente, porque é a nossa missão, porque é o nosso objetivo, mas também porque estamos localizados numa zona que em termos sociais é muito complicado e, isso obriga-nos de facto a um comportamento diferente em abordar a formação com os alunos e de abordar os Encarregados de Educação para que possamos conseguir melhor resultados. Acredita que o vosso surgimento aqui em São Pedro da Cova foi algo que impulsionou a cultura nesta zona? Desde que a instituição abriu as portas, tem sido uma boa experiência e sinto, claramente, que a escola em termos educacionais, foi uma oferta formativa que não havia, e mesmo a nível nacional quando a escola foi criada, ao contrário de hoje, as escolas públicas não tinham estas modalidades de ensino, tanto que na altura a EPG foi a primeira escola do concelho a ter cursos profissionais. O que é que vos distingue? Nós temos a preocupação constante para fazer o melhor possível em prol dos nossos alunos que é para isso que nós trabalhamos, depois dadas as circunstâncias que lhe disse, tivemos que ter alguma imaginação para poder criar modelos de ensino, atividades, projetos quer da área social, quer em termos educativos para motivar este público que é muito complicado, os jovens que cada vez mais nos aparecem são alunos com problemas de estruturação e sociais, em que o ambiente em casa não é o melhor, muitos dos nossos jovens preferem estar aqui, do que estar em casa, o que é um pouco contraditório e, portanto temos vários projetos, desde a alimentação saudável, porque nós sentimos que alguns jovens tinham dificuldades na alimentação e, foi nesse sentido que todos os dias temos uma cesta com fruta em que todos os utentes da instituição podem consumir, o que criou um à vontade nos jovens e levou a que muitos que nenhuma refeição faziam, pelo menos tenham alguma alimentação no decorrer do dia, em simultâneo, criamos o pequeno almoço, em que há um senão para eles, mas que para nós é extremamente importante que é, os jovens para poder usufruir do pequeno almoço tem que chegar a horas e com essa condição, nós conseguimos que eles cumpram horários. Também temos apoio social para os alunos mais carenciados, em que pagamos um subsídio de alimentação, para além disto, se tiverem três horas de aulas assistidas durante o dia, nós nos casos em que se comprove que a família tem serias dificuldades fornecemos, simultaneamente, para além do subsídio, fornecemos uma refeição gratuita. Depois temos projetos para estimular a aprendizagem, temos formatos de ensino diferentes do tradicional, nós temos muitas visitas

> Agostinho Lemos, Diretor da EPG

de estudos, porque eles sentem-se melhor fora das salas de aulas do que dentro, temos igualmente muitas aulas práticas, temos muitos projetos para conseguirmos chegar a este tipo de alunos. Quais são os cursos que vocês têm disponíveis neste momento? Neste momento, para este ano que vai começar temos os cursos de técnico de receção na área do turismo e técnico de comercio, isto para jovens que tenham o 9 ano e que vão continuar os estudos na via profissional. Vamos também, começar um curso de empregado de restaurante e bar para os mais jovens, para os que ainda não possuem o 9 ano. Para os adultos continuamos com o Centro Qualifica, onde fazemos os processos que já referi anteriormente e temos uma candidatura pendente para cursos de formação de adultos, que são dirigidos para adultos com mais de 18 anos ou mais de 23 se for nível secundário, para que façam um percurso escolar e profissional simultaneamente. Estamos a trabalhar para apresentar uma candidatura para formações modelares certificadas. São ações de formação de curta duração 25/50 horas que pode ir até às 300 em alguns casos e que são fundamentalmente para o aumento de competências para as pessoas que estão a trabalhar. E quanto a parcerias? Como deve imaginar temos muitas parcerias, desde a Câmara, este edifício é do Município e de momento está parcialmente alugado e outra parte cedido. Temos uma parceria excelente com as Juntas de Freguesia em particular com a de Fânzeres e de São Pedro da Cova e com a de S. Cosme, Valbom e Jovim e também com as outras Juntas. Depois, temos parcerias com empresas. Os cursos profissionais terminam com a prova de avaliação final

que é um projeto desenvolvido pelos alunos em conjunto com os professores e, em particular com os da área técnica e, posteriormente é apresentado a um júri que não são da escola, mas que é constituído por empresas da área do curso. Normalmente, temos um representante da Associação Comercial e Industrial de Gondomar, temos também uma boa parceria com a Federação das Coletividades, temos imensas parcerias e são essas raízes que nos levam a evoluir. Quanto ao novo ano "atípico" que se aproxima, como é que vocês estão a planear? As inscrições estão a ser preferencialmente realizadas pelo nosso site, depois do aluno se inscrever nós entramos em contacto, no entanto, há muitas pessoas que preferem vir aqui e nós temos criadas as condições necessárias para cumprir todas as regras da DGS. Criamos um plano de contingência e uma equipa que está permanentemente a criar as condições de segurança para utilizarmos as instalações. Dou como exemplo as ocupações das salas, estão todas identificadas com o número máximo de pessoas que pode conter e tem uma etiqueta a referir se está pronta ou não para utilizar. Preparamos tudo até ao detalhe. No início do ano letivo, iremos seguir as normas do Ministério da Educação, em que damos preferência a que as aulas sejam realizadas presencialmente e estamos a criar as condições e a arranjar alguns espaços que estavam ocupados com material para termos o máximo de salas disponíveis para que haja o menor número possível de alunos por cada sala, estamos igualmente a pensar alimentar as parcerias que temos com a Junta e o Museu Mineiro, com quem também temos uma excelente relação se calhar para que alguma turma tenha aulas lá e assim é menos uma turma nas instalações, estamos a equacionar várias soluções para cumprir as medidas das DGS. ▪


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VIVACIDADE AGOSTO 2020

Hospital Escola Hospital Fernando Pessoa

DEPRESSÃO O impacto do COVID-19 na Saúde Mental A atual pandemia de COVID-19 tem um forte impacto na vida de todos nós, mas quem sofre de depressão poderá ver os seus sintomas agravados. A depressão é uma causa de sofrimento de grande prevalência sendo o tratamento actual de grande eficácia, proporcionando essas diferentes escolhas por profissionais com formação específica e possibilitando que o paciente esteja bem informado dos diferentes métodos validados e participe na escolha segundo as suas preferências. O Hospital Fernando Pessoa proporciona um atendimento na área da Psiquiatria, Psiquiatria da Infância e Adolescência (Pedopsiquiatria) e Psicologia Clínica caracterizado por uma abordagem integrada e multidisciplinar, atenta à resolução de sintomas psicopatológicos e alterações do comportamento numa perspectiva humanista e construtiva, baseada no recurso ao melhor diagnóstico médico e aos tratamentos validados e complementares na área da psicofarmacologia e da psicoterapia, tendentes a intervenções com um foco objetivo e valorizando a integração na rede familiar e social. Saber como lidar com esta doença mental e quando pedir ajuda é fundamental, por isso não hesite em nos contactar, estamos aqui para ajudar!

Sociedade

Populares unem-se e erguem estátua a São Roque Aliado ao facto de este ano, por causa do Covid-19, não ter decorrido as festividades em honra a São Roque, na localidade de Gens, Foz de Sousa, a comunidade local decidiu ‘arregaçar’ as mangas e realizar uma homenagem a São Roque, erguendo uma estátua na véspera do seu aniversário. O evento contou com a presença do Bispo do Porto, Manuel Linda, com o Pároco Júlio Ramos e Delfim Rocha, com o Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins, com o vice-Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Luís Filipe Araújo, com o Presidente da União de Freguesias de Foz de Sousa e Covelo, Isidro Sousa. O primeiro que usou da palavra foi João Santos, representante da Comissão Organizadora do Memorial a São Roque, que começou por explicar aos presentes que o desafio chegou em 16 de maio e, logo, colocaram mãos à obra. João aproveitou o momento para enaltecer e agradecer a “todos os valentes que lutaram para erguer esta estatua” e, que mais do que uma homenagem a S. Roque, era uma “demonstração de fé, da coragem e da determinação” da população de Gens. O Bispo do Porto, Manuel Linda, foi quem teve “a honra” de benzer a estátua em Homenagem a São Roque. No seu discurso, não conteve os elogios ao trabalho realizado por José Carlos. E, começou por referir que “ao levantar uma estatua, a comunidade de Gens demonstra que tem sensibilidade artística e cultural”. O responsável pela igreja do Porto explicou que “em tempos de pandemia, em que o mundo está a sofrer, olhamos e vemos que uma parte significativa dos infetados foram pessoas que ajudaram, o que nos faz lembrar de São Roque, as vezes o serviço ao bem comum tem consequências deste género e cabe-nos a nós ter todo o cuidado, não só por nós, mas por todos os outros, e temos que seguir o exemplo de S. Roque que quando descobriu que estava infetado isolou-se, para salvar os outros”. O responsável terminou o seu discurso apelando para a sensibilidade

das pessoas perante a situação atual e deixou o seu voto de esperança e agradecimento junto com os que presenciaram o momento. “Vivemos tempos difíceis. Tempos que mudaram as nossas vidas. Uma guerra biológica que no qual é preciso ter fé para combater e ultrapassar, como São Roque nos deu exemplo”, referiu Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, ao iniciar o seu discurso. O edil continua explicando que o “caminho não foi fácil, mas foi possível após dois meses de trabalho”. O autarca exaltou e agradeceu todos os envolvidos no projeto, constatando que “hoje Gens tem aqui uma marca de entrada ” e que “é a nossa obrigação e da Junta colaborar com a comunidade e é com muito orgulho que nos associamos a esta comemoração”. O Presidente da União de Freguesias de Foz de Sousa e Covelo, Isidro Sousa, começou o seu discurso enaltecendo todos os detalhes da estátua congratulando. “estou estupefacto com os pormenores”, pelo seu “magnifico trabalho”. O autarca ainda constatou que a população estava a testemunhar um “momento e um monumento histórico” para a União de Fregue-

> Escultor José Carlos

sias, visto que “nós não temos nenhuma estátua”, Isidro Sousa, terminou referindo que a população “poderá sempre contar com a Junta e que em Gens tudo é possível”. No final, procedeu-se à entrega de lembranças a todas as entidades e convidados presentes no evento. O autarca Marco Martins, ofereceu ao Bispo do Porto, Manuel Linda, uma lembrança da Filigrana de Gondomar. ▪


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Sociedade

Novo espaço cidadão será inaugurado em Jovim

CINDOR cria programa transFORMAR para empresas

No início do mês de setembro, a União de freguesias de Gondomar irá abrir um novo espaço cidadão, em Valbom. O local pretende colmatar algumas falhas presentes na Freguesia. Este é o segundo espaço cidadão na Freguesia. Dos serviços mais requisitados encontrase a renovação de cartões de cidadão, a revalidação de cartas de condução, pedidos de registos criminais e a alteração de morada no cartão de identificação. Este novo espaço cidadão permite à população o acesso aos serviços digitais disponibilizados pela Administração Central e Local, reduzindo o tempo de espera e os custos associados, proporcionando um aumento da eficácia na resolução dos pedidos. António Braz, presidente da Junta de freguesia, refere que a criação de ambos os espaços em Jovim e em Valbom são importantes para a população e ajuda a estabelecer uma relação de proximidade entre os serviços públicos e os cidadãos.

O CINDOR apresenta o Programa transFORMAR dirigido às empresas e concebido em parceria com a AORP – Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal. O plano de formação enquadra-se nas duas medidas de apoio à formação profissional promovidas pelo IEFP, I.P. O Programa pretende capacitar as empresas para transformarem cada desafio numa oportunidade de evolução e crescimento: potenciar as equipas, motivá-la e muni-las de ferramentas essenciais para fazerem frente a esta batalha e às próximas que virão. O facto de o CINDOR resultar de um protocolo assinado entre o IEFP, I.P. e a AIORN, atual AORP, mantém-o atento à evolução e às necessidades do mercado de trabalho, numa ótica global. A capacidade de prever as necessidades do futuro, obrigam a um rápido questionamento e reposicionamento por parte das empresas. É neste contexto que o CINDOR se apresenta como agregador

Em Jovim, António Braz adianta que “tirando o período da pandemia, neste ano de funcionamento tivemos mais de uma centena de visitas e em alguns meses os números de utilizadores foram próximos a duas centenas, é sem dúvida um balanço muito positivo para Jovim”. ▪

das aprendizagens e competências que poderão alavancar e apoiar a recuperação das empresas. A crise é risco, mas também pode ser oportunidade: risco de regressão, oportunidade de progressão. A formação assume, assim, o seu papel mais valioso, apoiando as empresas na sua reorganização, recriação, para que as oportunidades de crescimento se tornem efetivas e reais. As candidaturas ao Programa passam, numa primeira fase, pela submissão direta no Portal do IEFP para beneficiar das medidas apresentadas: formação gratuita que confere apoios financeiros. Após a aprovação por parte do IEFP, I.P., o CINDOR organiza e implementa a formação, em regime e-learning - à distância - que será preferencialmente ministrada em regime laboral e em tempo parcial. Cada empresa seleciona o curso ou cursos que pretende implementar junto dos seus colaboradores. Todas as informações podem ser consultadas na plataforma online da entidade. ▪ PUB


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VIVACIDADE AGOSTO 2020

Cultura

Paulo Ferreira distinguido nos Estados Unidos Neste mês de agosto, o Gondomarense Paulo Ferreira foi reconhecido na mais famosa terra cinematográfica, em Hollywood, Los Angeles, estado dos Estados Unidos da América, com o seu recente trabalho This is our time. Paulo Ferreira tem vindo a realizar ao longo destes últimos anos trabalhos cinematográficos de consciencialização com a natureza. Para o cineasta, o ambiente tem vindo a sofrer graves consequências na mão humana e é urgente mudar, tal como refere no seu documentário “o tempo é fugaz, urge salvar a nossa terra e então, talvez, consigamos salvar-nos”. No seu mais recente trabalho, Paulo, através da sua camara, leva o seu público a presenciar momentos imperdíveis de uma viagem que demonstra

a riqueza natural da Islândia. É por terras islandesas que o gondomarense tenta demonstrar ao público as consequências do aquecimento global. Ao longo do documentário, é frisado que a terra “é a nossa casa”,

e que o “tempo de agir é agora”. A obra demonstra-nos a relação entre a humanidade e o meio ambiente, intercalado com a beleza das terras islandesas, o filme consciencializa os espectadores com o texto que é pronunciado ao longo da obra.

Dentro do referido, destacamos “a mão egoísta da humanidade está a deixar marcas de destruição infligindo golpes em quem acolhe a vida”, podemos concluir que para o cineasta, “as palavras são bonitas, mas inúteis”, pois cabe a cada um de nós “preservar a vida e a terra da nossa poluição e do nosso desperdício”, esta é uma nova época, esta é a era humana, “para o melhor e para o pior este é o nosso tempo” e cada um tem o poder de respeitar e preservar quem já partilhava a casa antes de aqui nós chegarmos. O documentário pode ser visualizado no site de Paulo Ferreira de forma gratuita. Em agosto o Festival Internacional de Cinema "Vegas Movie Awards" em Las Vegas, premiou esta curta atribuindo-lhe um "Award of Excellence" da categoria "Best Documentary Short". Venceu também em Los Angeles, no festival LAIFFA (Los Angels independent film festival awards), na categoria best travel/ time lapse short▪ PUB


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VIVACIDADE AGOSTO 2020 Gonçalo Lixa Médico Veterinário, Clínica Veterinária do Taralhão

VIAGENS COM ANIMAIS – COMO FAZER? As viagens são uma preocupação para os tutores de animais de estimação, no geral. Quer falemos de viagens curtas (idas à clínica veterinária, idas ao parque, etc) ou outras mais longas, existem algumas questões respeitantes ao transporte em si e às estadias que é importante frisar. Como deve ser feito o transporte do meu cão/ gato? O transporte, no caso do carro, deve ser feito respeitando o Decreto-Lei 315/2003. Em termos gerais, o animal deve estar contido (transportadora, rede ou grelha divisória, cinto de segurança preso ao peitoral) de forma a que, em momento algum, consiga por em causa a segurança/ atenção do condutor durante a condução. Caso não lhe seja possível cumprir o legalmente exigido, poderá sempre optar por se deslocar a pé (quando possível e confortável para o animal, obviamente). Saiba que as coimas, caso isto não seja cumprido, poderão ir de 60 a 600€. Melhor não arriscar! Como maximizar o bem-estar do meu animal durante a viagem? A viagem deve sempre ser feita evitando períodos de maior calor, e tendo realizado, previamente, passeio higiénico (fezes e urina), no

caso do cão. Deve parar a cada hora (pelo menos) e ter junto dele algum objeto conhecido (como uma manta habitual ou uma bola). Não se esqueça que uma boa parte das viagens dos animais é ao veterinário pelo que, é normal que ao entrar num carro a ansiedade comece a aumentar. Recompensar o animal no final de cada viagem poderá ajudar a minimizar esse stress. Se o seu cão/ gato fica extremamente agitado/ nervoso/ enjoado durante a viagem ou sofre de algum tipo de patologia conhecida, aconselhe-se com o seu Médico Veterinário assistente sobre a melhor forma de realizar o seu transporte. Algum cuidado especial a ter durante as estadias? Seja em hotel canino/ felino ou consigo de férias, há vários cuidados a ter durante a estadia. Em termos da saúde e profilaxia do seu animal, informe-se junto do seu Médico Veterinário sobre as doenças mais prevalentes em determinada zona (como a leishmaniose, mais prevalente no sul do país ou no Gerês do que em Gondomar) e cuidados antes de entrar em hotel (como a vacina da tosse do canil em cães). As desparasitações (interna e externa) deverão SEMPRE estar atualizadas. Não se esqueça, em todo o momento, de respeitar o espaço e os tempos do seu animal (porque cada um é único). Entender quando ele quer brincar, descansar, como prefere fazer as suas necessidades, como promover o convívio com outros animais, é fundamental para maximizar o bem-estar dele e, consequentemente, providenciar umas boas férias para todos!

Cultura

Lígia Silva vencedora do prémio Nacional de Poesia Após analisar as 32 obras presentes no 29.º concurso de Prémio Nacional de Poesia da Vila de Fânzeres, o júri decidiu, por unanimidade, premiar Lígia Marlene Araújo da Silva, com o pseudónimo de "Antónia Torres", de 34 anos, residente de S. Cosme, Gondomar. Em representação da Junta de Freguesia, Maria José referiu que “a Junta ficou muito satisfeita pelo facto do prémio ficar no concelho de Gondomar”. A responsável aproveitou o momento para agradecer a participação de todos os envolvidos no concurso. Contactada pelo VivaCidade, Lígia Silva referiu que “As horas em que realmente nos sentimos vivos e invencíveis, são poucas. Muito poucas. Quando recebi o telefonema da Maria José a felicitar-me por este prémio, senti-me numa dessas horas. Como num arranha céus, total-

mente em chamas, sem qualquer medo do fogo. Um sonho, a ganhar relevo e história. Dias depois, ainda estou a sobrevoar esta vitória, bem longe do chão. Perto de mim e do que mais amo, escrever poesia”. ▪

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Política

Estado injeta 17.4 milhões de euros na STCP Em comunicado à Comissão do Mercado de valores mobiliários, a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto, S.A. (STCP), comunicou a deliberação do Estado Português, “na qualidade de acionista único da STCP”, o aumento do capital social para 17.455.525 euros. O capital foi aumentado através da emissão de 3.491.105 novas ações nominativas, com o valor de cinco euros cada, subscritas e realizadas pelo Estado. Com esta injeção, o capital social é atualmente no valor de 319.994.590,00 euros, repre-

sentado por 63.998.918 ações “em forma meramente escritural com valor nominal unitário de cinco euros”. Contactada e questionada pelo VivaCidade sobre o investimento na rede que abrange Gondomar, a empresa refere que “o aumento de capital efetuado pelo acionista, Estado Português, em dezembro de 2019 e em junho de 2020, destinase essencialmente ao financiamento de investimentos já aprovados pelo Estado Português e cofinanciados pelos Programas POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos) nomeadamente, os restantes 79 autocarros standard a gás natural, de um total de 173, que entrarão gradualmente ao serviço até ao final do ano de 2020, e parte dos 81 autocarros standard a gás

natural, que começarão também a entrar ao serviço, previsivelmente, a partir de setembro de 2020. Todos estes autocarros destinam-se à substituição da frota atual, envelhecida.” Em julho de 2019, a empresa sofreu duas injeções de capital, a 16 de julho a empresa recebeu uma emissão de 580 mil novas ações nominativas, o que elevou o capital na ordem dos 2,9 milhões de euros e a 30 de julho desse mesmo ano, deu-se outro aumento de capital, de 11,604 milhões de euros, com a emissão de 2.320.857 novas ações nominativas. “Ainda no final de 2019, em 30 de dezembro de 2019, ocorreu um terceiro aumento do Capital Social, por meio de Deliberação Social Unânime por Escrito, de 3.924.375 euros, através da emissão de 784.875

novas ações, no valor nominal de 5 euros cada, subscritas pelo acionista único, e integralmente realizado em numerário”, a 31 de dezembro do ano transato o acionista único da STCP, era o Estado Português. O Capital Social correspondia a 306.463.440 euros e representava 61.292.688 ações com o valor nominal de 5 euros cada. Para além de Gondomar, a entidade abrange mais cinco concelhos: Porto, Gaia, Matosinhos, Maia e Valongo. Através do decreto de lei n.º151/ 2019, presente no Diário da República, correspondente a outubro de 2019 é possível constatar que o Estado Português, detinha do Município de Gondomar, 4 404 969 ações, correspondentes a 7,28 %, dos 60 507 813 ações nominativas de 5 euros cada. ▪

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VIVACIDADE AGOSTO 2020

Viva Prevenido Catarina Gonçalves Optometrista da Opticália

Hipermetropia na infância Os seus filhos ficam cansados quando estão a ler ao perto e perdem muito facilmente a concentração? Saiba o que pode provocar estes sintomas. A visão constitui um aspecto fundamental no crescimento e no desenvolvimento da criança, sendo responsável por grande parte da informação que esta adquire. É, por isso, importante que qualquer problema ou deficiência na visão seja detectado na infância, antes da formação da visão estar completa, de forma a aumentar a probabilidade de sucesso dos tratamentos necessários. A hipermetropia é um dos problemas que mais afecta as crianças e muitas vezes não é descoberto atempadamente por não manifestar sintomas. Quando não é corrigida pode levar ao desenvolvimento de outros problemas como a ambliopia (olho preguiçoso) ou o estrabismo (desvio dos olhos). Hipermetropia, ou dificuldade em ver ao perto, é uma anomalia de refracção ocular que faz com que a imagem seja formada atrás da retina, dificultando a visão dos objectos a curta distância. Quanto maior o grau de hipermetropia, maior a dificuldade em ver nitidamente ao perto. É normal as crianças com hipermetropia apresentarem dor de olhos ou cabeça, lacrimejarem, piscarem frequentemente, sentirem ardor e vermelhidão nos olhos, perderem a concentração, e consequentemente terem menor rendimento escolar. O esforço permanente de acomodação para manterem uma visão nítida pode ser a causa destas manifestações, mais frequentes ao fim do dia. A hipermetropia é corrigida através do uso de óculos, temporários ou permanentes dependendo do valor da mesma. As lentes de contacto também podem ser uma alternativa. A maioria das crianças não sabe referir quando não vê bem. Acredita que a visão que tem seja normal, porque nunca viu de outra forma. Por isso os pais devem estar atentos a qualquer alteração do olho, como o lacrimejo ou vermelhidão, ou outros sinais como o baixo rendimento escolar, desinteresse por leitura, dor de cabeça, mal estar quando realizam actividades em que usam a visão se perto. Caso se deparem com algum destes sintomas é recomendável a realização de uma consulta o mais breve possível.

Política

Rio Tinto investe no cemitério nº 1 com a construção de novos ossários A Junta de Freguesia de Rio Tinto concluiu a construção de dois novos módulos de ossários, que dá num total de 96 novos depósitos. A empreitada custou a autarquia local 19.063,36 €. O Presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto, Nuno Fonseca, explica que a obra realizada não é suficiente para colmatar todas as necessidades do local e, acrescenta “O que nós fizemos mesmo assim não chega para as necessidades. No próximo ano em princípio vamos ter que construir mais”. ▪

Análise aos Lençóis Freáticos em São Pedro da Cova O tribunal administrativo do Porto aprovou a análise dos lençóis Freáticos de São Pedro da Cova. Serão recolhidas amostras num raio de 1.5 quilómetros em torno do depósito dos resíduos perigosos. Em causa, está o problema da possível contaminação das águas pelos resíduos perigosos industriais depositados no local, provenientes da Siderurgia da Maia. O tribunal tomou esta decisão com base nos pedidos realizados por parte do Ministério Público e da Junta de Freguesia de São Pedro da Cova. O Presidente da Junta de Freguesia de São Pedro da Cova tranquiliza os cidadãos, no sentido em que, estas águas não são as consumidas nas redes de

habitação das casas, essas são puras, mas “são utilizadas para regar os terrenos, o que pode contaminar e nós só queremos saber a verdade dos factos”. Pedro Vieira, adianta que os peritos já tiveram em São Pedro da Cova a estudar o local e que o próximo passo da Junta é entrar em contacto com os proprietários dos poços para a realização das análises. O responsável termina as declarações sublinhando que “esta é uma vitória para a Junta de Freguesia aleando ao facto de que o processo da retirada dos resíduos esta bem encaminhada, portanto, todos os passos que tem que ser dados para a conclusão desta matéria estão a ser dados”. ▪

246 mil euros para reabilitação da ribeira da Archeira e dos rios Tinto e Torto O Município de Gondomar viu aprovado um apoio de 246 mil euros, no âmbito do Programa de Estabilização Económica e Social, para a reabilitação hidrográfica e valorização da ribeira da Archeira e dos rios Tinto e Torto. Esta solução visa a melhoria da continuidade longitudinal e transversal do corredor ecológico, através da estabilização das margens fluviais e da valorização paisagística da biodiversidade, totalizando uma extensão de intervenção

superior a 6 km. O protocolo de colaboração técnica e financeira entre o Fundo Ambiental e a Agência Portuguesa do Ambiente foi assinado com a presença do Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes e a Secretária de Estado do Ambiente, Inês dos Santos Costa. A representar o Município de Gondomar estava o Presidente da Câmara Municipal, Marco Martins, e o Vereador do Ambiente e espaços verdes,

florestas e recursos naturais, José Fernando Moreira. Este Fundo prevê o financiamento de intervenções de reabilitação de leitos e margens com recurso a técnicas de engenharia natural. A Câmara Municipal de Gondomar pretende que seja um projeto mais ambicioso, no sentido da valorização dos recursos ambientais, culturais e históricos, acrescentando que os próximos passos serão as intervenções nos rios Sousa e Ferreira. ▪


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Política

Câmara disponibiliza 1 milhão de euros para as coletividades

Estrada com mais sinistralidades do concelho sofre intervenções

O Município de Gondomar disponibiliza um milhão de euros para ser distribuído pelas coletividades do concelho, mantendo, apesar do contexto pandémico, o valor de anos anteriores. A apresentação das candidaturas ao Programa de Apoio ao Movimento Associativo do Município de Gondomar decorre até ao dia 4 de setembro. O Município tem 238 coletividades nas áreas desportiva, social, cultural e recreativa que desenvolvem um trabalho ímpar e único junto dos alunos, crianças, jovens e seniores de Gondomar. O Programa de Apoio ao Movimento Associativo do Município contempla um apoio financeiro para as atividades de-

A Câmara Municipal de Gondomar irá realizar obras de requalificação na estrada com mais sinistralidades do Município, a Estrada D. Miguel. A primeira fase do concurso foi aprovada e conta com um investimento superior a 1.5 milhões de euros. O trajeto que será intervencionado pretende garantir a segurança de todos os utentes da via e possui um prazo de execução de 375 dias, a primeira fase das obras pretende reformular o troço entre as Rotundas das Mimosas e a Feira da Bela Vista, extensão que faz a ligação entre a Freguesia de Fânzeres e São Pedro da Cova. O intuito da obra é construir mais lombas para reduzir a velocidade, as faixas de rodagem sofreram uma redução e serão ainda construídos passeios e uma ciclovia. Marco Martins, refere que “a velocidade máxima será de 30 km/h”, o autarca tem noção de que consequência desta obrigação, o volume de trânsito irá aumentar, “mas a prioridade é

senvolvidas nas áreas social, desportiva, cultural, socioeducativa e recreativa. Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondomar revela que “neste momento a fatura da Câmara com o Covid já vai nos 6 milhões de euros , são números que nós ainda estamos a atualizar e entre perda de receita e gastos extras que estamos a falar, a Câmara devia era ter cortado cada apoio, mas não, decidimos fazer um esforço e manter os valores para que as coletividades consigam continuar o seu normal funcionamento, dado que desempenham um papel fundamental no Município”. Todos os documentos necessários estão disponibilizados no site da Autarquia. ▪ PUB

Jornal VivaCidade 27/08/2020

salvaguardar a vida dos utentes”. Numa segunda fase da obra, está a ser planeado e estudado ao detalhe os viadutos que se encontram na Estrada D. Miguel. O presidente do Município revela o que a remoção dos mesmos podem implicar, dado que ambos os viadutos quer o do Alto da Serra de São Pedro, quer o viaduto do elétrico, como assim é conhecido, estão com problemas estruturais graves e precisam de uma intervenção de fundo, ou seja, reabilitar a parte de ferro, a parte do betão armado, no fundo toda a sua estrutura e a diferença de custos entre demolir cada viaduto e fazer uma rotunda no seu lugar ou recupera-lo na integra são cerca de 100 mil euros, portanto, estamos a tentar perceber e estamos a estudar e a ponderar seriamente o que aqueles viadutos sejam deitados a baixo, que alias é um desejo muito grande de quem lá habita e de quem lá trabalha, isso será uma segunda fase, mas estamos a prever a medio prazo”. ▪

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EDITAL SANDRA EUNICE RAMOS DE ALMEIDA, VEREADORA DA CÂMARA MUNICIPAL DE GONDOMAR, no âmbito da delegação de competências que lhe foi conferida por despacho de 6 de setembro de 2019, torna público o seguinte: A Câmara Municipal de Gondomar, em sua reunião realizada em 30 de julho de 2020, deliberou instaurar procedimento administrativo com vista à desafectação do domínio público da parcela de terreno, a seguir identificada: • Parcela de terreno com a área de 7,86m2, sita na Rua dos Pereirinha, na freguesia da Lomba, a confrontar de norte e poente com Maria Assunção Formosa dos Santos, nascente com Caminho dos Pereirinhas e sul com Rua dos Pereirinhas, na freguesia da Lomba. Assim, convidam-se todos os possíveis interessados a virem apresentar ao Núcleo de Património desta Câmara Municipal, no prazo de 10 dias, de acordo com o nº 2 do artigo 86º do Código do Procedimento Administrativo, quaisquer impedimentos a que se julguem com direito, para que não se proceda à referida desafectação. Findo este prazo e, não tendo sido apresentada qualquer reclamação, a Câmara Municipal promoverá a desafectação da parcela de terreno em causa que, deste modo, será integrada no domínio privado deste Município. Para constar e devidos efeitos se publica o presente edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos de costume. Município de Gondomar, 17 de Agosto de 2020 Por delegação do Presidente da Câmara A Vereadora do Património (Dra. Sandra Almeida)


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VIVACIDADE

AGOSTO 2020

Desporto

Paulo Terra: "Queremos dar oportunidade a outras pessoas de pegar no clube" Neste mês estivemos à conversa com o Grupo Desportivo e Coral de Fânzeres que, atualmente é composto por mais de 150 atletas e tem vindo a conquistar diversos prémios e a levar o nome do Município além-fronteiras Gondomarenses. Na entrevista esteve presente o atual presidente Paulo Terra e o vice-presidente Américo Pinto. Comece um pouco por contar a vossa história? Este é um clube que já tem cerca de 90 anos, mas isto começou como sendo uma trupe musical por isso não foi logo dedicada ao nível do desporto. A vertente desportiva só começou em 1963, salvo erro, há cerca de 57 anos. A partir daí é que entrou a vertente desportiva e começou a apostar aqui, já passou por muitas modalidades, já teve futsal, mas neste momento só tem mesmo patinagem artística e hóquei em patins. Temos mais ou menos 157 atletas, divididos quase meio a meio nesta fase. Somos ao nível do hóquei em patins o único clube de Gondomar, a nível da patinagem há outro clube aqui em Gondomar. De todas as vossas conquistas, quais são as que vos trazem mais orgulho? Como atual direção o que nos traz mais orgulho foi a época anterior por sermos um clube pequeno, com poucas possibilidades financeiras, com muito custo e com muita luta aqui com o pavilhão cheio a vibrar toda a gente com a subida de divisão, isso foi muito bom para nós, um dos marcos mais importantes da minha história como presidente. Como é que vocês estão a lidar com esta pandemia, porque calculo que tenha tido um impacto muito grande? Muito complicado. sim. Para nós financeiramente é muito complicado porquê? Para nós é mais difícil porque temos pavilhão próprio, ou seja, nós como temos as nossas instalações e são instalações próprias, as despesas mensais continuam. Os outros clubes que tem/utilizam pavilhões desportivos, são os municípios que têm essa despesa e é muito mais fácil para eles, encerrarem as portas e acabou, não há custos, não há despesas. Nós não, o pavilhão é próprio, continua a necessitar de obras, continua com água, continua com luz, todos esses

> Presidente Paulo Terra e Vice-Presidente Américo Pinto

gastos continuam com o nosso pavilhão. Isso não é fácil e depois a parte do tempo desportivo, tivemos que interromper mesmo, acabou assim a meio tínhamos a equipa na segunda divisão a competir, as nossas equipas de formação tinham alcançado o campeonato nacional, tínhamos três escalões de formação no campeonato nacional e foi interrompido na fase em que eles estavam digamos que no topo da competição, estavam a competir e “cortaramlhes as pernas”. Os treinos estiveram parados mais ou menos por quanto tempo? Vocês quando é que voltaram a retomar, só agora? Nós fomos dos primeiros a encerrar, a nossa direção tomou essa decisão, foi logo a 11 ou 12 de março, salvo erro. Fomos os primeiros porque vimos logo que isto iria ser bastante grave e como presidente do clube e como também estou ligado à área da saúde e já estava um bocadinho por dentro do que é que este COVID ia ser, tomei logo essa decisão. E nós encerramos logo. Naquela fase o mais importante era mesmo as crianças e salvaguardar a segurança. Com a chegada da nova época, como é que o clube está? Está muito complicado, estamos a viver uma situação muito difícil. Estamos até, juntamente com a junta de freguesia e com o apoio da câmara a tentar segurar, digamos assim, o ano para conseguirmos em setembro começar a época normalmente, porque tem sempre os custos, agora as inscrições das equipas nos campeonatos, tudo isso são despesas que

neste momento não temos os atletas aqui a praticar, não há mensalidade dos pais é muito complicado porque não temos outros fundos, de maneira que as empresas que são além da câmara que nos dão o apoio associativo, um pequeno apoio anualmente, nós vivemos dos apoios de patrocínios de empresas, neste momento as empresas todas elas estão a passar por uma fase difícil não estão em fase de dar patrocínios. Quanto a projetos futuros, o que é que nos pode adiantar? Claro que isto fica tudo alterado com esta questão da pandemia, mas quais são as vossas ambições futuras? Neste momento, nós não temos ambição, estamos numa fase de gestão porque o período de eleições começou em janeiro depois tivemos a Assembleia em março, tivemos o COVID, isto está no processo eleitoral nós nesta fase estamos, ou seja, estivemos dois anos aqui à frente do clube conseguimos levar à segunda divisão, equipas de formação no campeonato nacional, atletas campeões na patinagem artística, campeões distritais nacionais, ou seja, os nossos objetivos foram concluídos. Nós queríamos de certa forma dar oportunidade a outras pessoas de pegarem no clube. Vamos entrar agora um pouco na vertente dos apoios financeiros das entidades competentes como é que funciona a vossa gestão? Nós recebemos um apoio anual, por parte da Câmara como Associação, isto é, como Associação nós recebemos uma ajuda para os escalões

de formação para pagar as inscrições de sócios, escalões de formação e uma pequena verba para a equipa sénior que, basicamente, só dá para fazer a inscrição dos atletas, ou seja, neste momento nós numa segunda divisão temos um custo por jogo de quase 600 euros, em 20 jogos anuais ou 18 ou 24, se não são os nossos patrocinadores, a venda de bilhetes, algum marketing que nós façamos não é fácil. A Câmara deu-nos o apoio para este ano que nós agradecemos e que foi importante para mantermo-nos “vivos” nesta fase, ela deu-nos um adiantamento desse valor, dessa trancha que nos dá todos os anos, estamos a falar de um valor de 14 000 euros anual que eles nos estão a dar, essa trancha eles adiantaram 20 %, a ajuda que eles nos deram foi essa, adiantaram o valor que nos vão dar agora em setembro. Quanto à Junta deram-nos uma pequena verba, são apoios pontuais da Junta de Freguesia, a nível da Câmara os apoios são extramente iguais aos que já foram noutros anos. Nesta altura do covid não tivemos mais nenhum apoio extra. Em termos de instalações, como se encontra o pavilhão? Nós tivemos a ajuda da Câmara no ano passado a nível de materiais de construção, para fazer umas obras nos balneários, uns apoios pontuais eles vão dando de vez em quando, no entanto, a nível de pavilhão está à vista as condições. Temos um pavilhão desportivo Municipal com melhores condições aqui ao lado e está a treinar a Formação do F.C. Porto para o hóquei e nós trabalhamos aqui neste pavilhão de cimento. Mas é o que temos. ▪


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Empresas & Negócios

Chefe Moura abre espaço acolhedor e de qualidade em Gondomar Desde os 14 anos que descobriu que a cozinha era a sua verdadeira paixão, passou por várias casas ao longo do seu percurso como chefe e agora abriu, em Gondomar, um espaço de qualidade e acolhedor que pode chamar de seu e demonstrar todo o seu talento. Localizado na Praça Manuel Guedes, 257, Gondomar, o espaço distingue-se da zona envolvente pela sua qualidade de serviço, aleado aos produtos frescos e à simpatia. O prato rei é a carne Arouquesa, uma carne certificada de qualidade e suculenta. Os pratos confecionados pelo chefe tem aquele toque que lembra o sabor a casa, o sabor quente do pratinho da avó, feito com todo o carinho. Moura quis que todos os seus pratos despertassem pelos que passam pela sua casa um sentimento de que esta é a sua casa. Uma casa à portuguesa, com

pratos tipos portugueses, digno de comer e repetir. O amor pela arte é visível e a descrição que faz dos seus pratos é de deixar com água na boca a quem houve. Um espaço aconchegante e para todos. Ideal para uma jantarada entre amigos ou um almoço/jantar em família. O chefe diz: “os clientes podem estar à vontade, não tenho horas, sentemse à vontade, não há aquele stress de ter que fechar a porta, não mando ninguém embora”. Aberto, sensivelmente há 15 dias, Moura revela que o feedback que tem tido por parte dos clientes tem sido muito boa, “excelente,

consegui encher a casa”, dado à qualidade dos produtos unidos ao bom preço, em comparação aos restantes da zona, “não estou a dizer mal das casas que há, mas é um conceito diferente daquilo que nós estamos aqui habituados, vou lutar para ter um espaço diferente das ofertas presentes em Gondomar”. Todos os dias os pratos de bacalhau são diferentes o cliente pode aqui encontrar bacalhau “à zé do pipo, bacalhau à moura, que é uma especialidade da casa, polvo a lagareiro e filetes de polvo. Quanto aos pratos tradicionais de carne temos as tripinhas, o cozido à portuguesa, a posta arouquesa com batati-

nha e legumes e depois temos aqueles pratos tradicionais que raramente se encontram como o rabinho de vitela estufado, arrozinho de vitela com grão, bacalhau à gomes de Sá, bacalhau à Brás, arroz de pato, o cabritinho assado no forno, entre outros”. O espaço está aberto de segunda a segunda, entre as 12h e as 15h 30 min e das 19 h às 23h, exceto no Domingo ao jantar que é o momento de descanso, é o momento “em que estou com a minha família” O chefe revela ainda que para um futuro breve irá instalar um forno a lenha que ficará localizado de forma que o cliente possa observar o seu prato a ser confecionado. ▪

A Lavadeira: A limpeza, o toque, o cheirinho de antigamente Pedro Gonçalves é o gerente do espaço de lavandaria situada na Rua Doutor Severiano, 241. A freguesia de Fânzeres foi escolhida para este espaço que proporciona aos seus clientes todo o profissionalismo no trabalho elaborado. Um espaço moderno que se mistura com o tradicional. À disposição o cliente tem a possibilidade de optar por um serviço self-service, ou ainda tem a opção de deixar com a colaboradora presente no espaço. Os tipos de serviços que pode usufruir no espaço, para além do habitual, o cliente pode requerer serviço de lavagem a seco, de fatos, de carpetes, de roupas mais delicadas, de tingimentos de roupas e de serviços de entrega. E serviços de engomadoria. O espaço possui um leque de promoções durante todo o ano. Neste momento, até ao final deste mês, temos as horas loucas, que consiste em descontos nas lavagens. A máquina de 20kg, em vez de 7,90€ custa 6,90€, é realizado um desconto de 1€

e a máquina de lavar pequena em vez de 4,80€ custa 4€. Com o início das aulas e com o regresso aos trabalhos depois das férias a roupa necessita de ser preparada e, é nesse sentido que Pedro adianta que para o mês de setembro o cliente pode mandar engomar 100 peças que terão um custo de 39 euros, o que fica por cada peça 39 cêntimos. Como as promoções são sempre bem-vindas, Pedro destaca o cartão de finalização do espaço, que ao fim de oito lavagens,

independentemente do tamanho da máquina é oferecido uma secagem de dois euros e ao fim de 16 lavagens, ou seja, após completar o segundo cartão, é oferecido uma lavagem de 12 kg, de 4,80 euros. No fim do terceiro cartão é oferecido uma lavagem de 20kg, onde o cliente usufrui de um desconto de 7,90 euros. Os cartões não têm validade. Todos os produtos utilizados no espaço são certificados, a roupa é entregue ao cliente devidamente higienizada e desin-

fetada. Tendo em conta a situação do COVID-19, os clientes de âmbito profissional, como clínicas, cabeleireiros, restaurantes e hotéis é-lhes oferecido um certificado de higienização e desinfeção. É de referir ainda que o espaço está sempre desinfetado. O self-service está aberto das 7h30 às 23h30 e está aberto os 365 dias do ano. Quanto ao horário de expediente da parte da engomadoria é das 10h às 13h e das 14h às 19 h, de segunda à sexta, e no inverno aos sábados de manhã também. ▪


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Deco Joana Simões

Foi contactado por uma agência imobiliária para vender ou arrendar, mas tem muitas dúvidas? A DECO esclarece! A Associação tem recebido inúmeros pedidos de esclarecimento de consumidores que foram contactados para vender ou arrendar a sua habitação e desconhecem os seus direitos. Desde logo, o contrato de mediação imobiliária tem de ser escrito e mencionar: - As características do imóvel e os seus encargos (penhoras ou

hipotecas, por exemplo); - A identificação do negócio (se se trata de compra e venda ou arrendamento); - As condições da remuneração da empresa (valor fixo ou percentagem), a forma de pagamento e a taxa de IVA aplicável; - A identificação do seguro de responsabilidade civil ou garantia financeira ou instrumento equivalente, com indicação da apólice e da entidade seguradora ou, do capital garantido quando aplicável; - A identificação do angariador imobiliário que tenha colaborado na preparação do contrato; - A identificação discriminada de eventuais serviços acessórios a prestar pela empresa; - A referência ao regime de exclu-

sividade, quando acordado, com especificação das consequências que do mesmo decorrem quer para a empresa quer para o cliente; Se o contrato não mencionar o prazo de duração, considera-se que o mesmo foi celebrado por seis meses. O regime de exclusividade determina que só a mediadora contratada tem direito a promover o negócio no prazo estabelecido e concede o direito à remuneração à mediadora, mesmo que o negócio não se concretize por causa imputável ao proprietário ou arrendatário. Aconselhamos os consumidores a lerem atentamente o contrato antes da sua assinatura, solicitando todos os esclarecimentos

Para mais informações contacte diretamente a DECO através do telefone 223 392 960 ou do email deco.norte@ deco.pt PUB

Jornal VivaCidade 27/08/2020

CARTÓRIO NOTARIAL DE RIO TINTO LIC.JOSÉ GUILHERME OLIVEIRA - NOTÁRIO

que entendam pertinentes. Se algo correr mal saiba que as mediadoras imobiliárias são obrigadas a ter livro de reclamações em formato físico e eletrónico, podendo ainda ser apresentada reclamação através do site do IMPIC (entidade reguladora e fiscalizadora do setor da construção e do imobiliário).

JUSTIFICAÇÃO NOTARIAL

CERTIFICO, para efeitos de publicação, que por escritura de vinte e quatro de Agosto de dois mil e vinte, exarada de folhas 65 e seguintes, do livro de notas nº 143, deste Cartório, ELISA PINHEIRO OLIVEIRA, NIF 161 402 364, viúva, residente no Largo Professora D Maria Pinheiro nº 5 em Rio Tinto, Gondomar; CLAUDIA SUSANA DE OLIVEIRA LOPES NEVES, NIF 202 097 129, casada com Arlindo José Oliveira Marques Neves, NIF: 212 573 268, no regime da comunhão de adquiridos, e residente na Rua Manuel Maria tavares Rebimbas, 110, 2.º Esq.º Frt. Em Fânzeres, Gondomar; PAULA CRISTINA OLIVEIRA LOPES MARTINS , NIF 191 845 507, casada com Manuel António Dos Santos Martins, NIF: 195 229 665, no regime da comunhão de adquiridos, e residentes na Rua Almeida Garrett, 42 , R/C Drt.º em Fânzeres, Gondomar; ANTÓNIO MANUEL DE OLIVEIRA LOPES, NIF 144 531 003 , casado com Rosa Margarida Da Silva Pereira Lopes, NIF: 197 463 355, no regime da comunhão de adquiridos, e residentes em São Pedro da Cova, Gondomar; MARIA ANGELINA DE OLIVEIRA LOPES GARCIA, NIF 157 361 519, casada com Jorge Manuel Teixeira Garcia, NIF: 162 081 715, no regime da comunhão de adquiridos, e residente na Rua Vasco Da Gama, 116, 3.º drt, Frt 5 em Rio Tinto, Gondomar, são donos e legítimos possuidores do prédio: situados na união da freguesia de Campelo e Ovil, concelho de Baião: Um prédio urbano, com a área de dois mil novecentos e trinta e seis metros quadrados, sito na Rua Nossa Senhora Amparo nº 161-175, da freguesia de Rio Tinto, concelho de Gondomar, composto por uma casa em rés do chão e um andar em ruínas, com terreno anexo, com a área coberta de quinhentos e setenta metros quadrados e o remanescente de área descoberta, prédio omisso na Conservatória do Registo Predial de Gondomar e na matriz predial urbana da citada freguesia, com o valor atribuído de 50000,00€ ( cinquenta mil euros). Que, adquiriram o dito prédio, no ano de mil novecentos e sessenta, em dia e mês que não conseguem precisar, por doação verbal feita por António Pinto de Aguiar e mulher Elisa Barbosa Dias Carvalho, casados na comunhão geral de bens, e residentes na Rua Nossa Senhora do Amparo, 173 em Rio Tinto, Gondomar, sem que, no entanto disponham de titulo formal, que lhe permita o respetivo registo, Que os donatários foram, Elisa Pinheiro Oliveira casada com Francisco Ferreira Lopes sob o regime da comunhão geral de bens, ela já falecido e sendo ela e os seus herdeiros, os filhos MARIA ANGELINA, ANTÓNIO MANUEL, PAULA CRISTINA E SUSANA, que se encontram na posse do prédio, há mais de vinte anos, usufruindo-o como verdadeiros proprietários, como quem exerce um direito próprio, à vista de todos, sem interrupção, sem nunca terem suscitado duvidas ou oposição de qualquer pessoa, elementos que conferem à posse assim exercida as características de pública, pacífica e de boa-fé e que lhes permite invocar o direito de propriedade por usucapião. Que em virtude não terem a possibilidade de comprovar pelos meios normais a aquisição do dito prédio, por forma a registá-lo a seu favor, nem a possibilidade de o obter pelo, justificam o seu direito pela escritura de justificação. O presente extracto vai conforme o original, destina-se a publicação e está nos termos dos números um e dois do artigo cem, do Código do Notariado. Rio Tinto, vinte e cinco de Agosto de dois mil e vinte . O Notário, _____________________________________________________________ Emitido recibo nº


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Opinião: Vozes da Assembleia Municipal Joana Resende PS

Há uns anos, e neste mesmo espaço, falava da importância do Associativismo e das Coletividades na vida da comunidade, sem imaginar que seriam ainda mais fundamentais num momento como o que vivemos atualmente pela pandemia do Covid-19. As associações são, em bom rigor, uma extensão da família dos seus associados. É no seio das coletividades que encontram muitas vezes a rede de conforto social, emocional e até económico. É nestas associações que se

Valentina Sanchez PSD

O país está em choque com o caso do surto de COVID -19 em Reguengos de Monsaraz, no total 163 infectados, e 18 óbitos. Uns em choque com a falta de cuidados em que os idosos do lar se encontravam, outros chocados por uns estarem chocados. Quando a Ordem dos Médicos emite o comunicado do caso de Reguengos, onde insiste com a fiscalização aos organismos de cuidados de saúde, ("Reafirmar que todas

Maria Olinda Moura CDU

Se para alguma coisa está a servir a pandemia que nos assolou é, sem dúvida, para entendermos que os países devem estar preparados para responder a estas contingências da forma mais eficaz possível para salvaguardar a vida dos povos. É indiscutível o papel dos serviços públicos de um país. É indiscutível o papel dos hospitais públicos e da resposta que foi e continua a ser necessário dar. É indiscutível que para nada nos serviram os hospitais privados que proliferam por esse país e que tanto dinheiro têm retirado ao Serviço Nacional de Saúde. E se é assim na área da saúde também assim deve ser em todas as áreas que cobrem as necessidades básicas dos portugueses como é o caso da água e saneamento e da recolha dos resíduos. Ao longo dos últimos anos temos vindo a assistir à entrega destes serviços a empresas

Pela vida do Associativismo potencia a transformação social, que se criam inovações transversais a muitos campos, que se fomenta o conceito do projeto comum, do exercício do voluntariado, que em suma se alavanca a cidadania. Sejam elas do foro cultural, recreativa, desportiva ou de solidariedade social, asseguram um contributo inigualável naquilo que é a construção da identidade individual e social dos cidadãos, e até na potencialidade das suas características humanas de pertença e de solidariedade. Por outro lado, representam mais de metade das entidades da economia social. Se por um lado o movimento associativo potencia no seu interior e na comunidade onde estão inseridos o acesso à cultura, ao desporto, ao lazer, à soli-

dariedade social, movimenta hoje em dia mais de 400 milhões de euros, e cria acima de 30 mil postos de trabalho diretos (dados INE). Por todas estas razões, foi com preocupação que vimos o cancelamento da maioria das suas atividades, e as necessárias e abruptas condicionantes que se autoimpuseram nas que conseguiram manter. Com este panorama, é de fácil assunção a diminuição substancial das suas receitas, e o impacto a nível financeiro nas associações, particularmente naquelas que têm um grande número de beneficiários e consequentemente de encargos fixos. Ao ajudar na sobrevivência do associativismo e das suas coletividades, não estamos apenas a ajudar a entidade em si, os seus funcioná-

rios, mas principalmente toda a comunidade que lhe pertence e que nela vê a sua identidade. É de louvar por isso o esforço do nosso Município, personificado no Executivo desta Câmara, para manter este ano o mesmo valor de apoio ao Movimento Associativo, concretamente um milhão de euros (quantia já alocada no ano transato), sendo o município que mais apoios atribui. Revela um enorme sentido de pertença coletivo, de real conhecimento da sua comunidade e das suas gentes. Um voto de confiança e de dádiva ao outro, para que a vida como conhecemos até aqui possa continuar, para dar voz de esperança, e um futuro às nossas gentes.

Os direitos humanos cessam com a idade? as medidas de fiscalização e auditorias externas que contribuam para a melhoria assistencial e a prevenção de acontecimentos nefastos devem ser aproveitadas para melhor combater o atual surto e situações futuras;") demonstra preocupação, humanismo, e a não demissão de responsabilidade não só dos profissionais de saúde, mas também da sociedade, perante esta faixa etária tão debilitada! Faz-nos sentir mais confortáveis, mais humanos, mais protegidos. Citando parte do estatuto da Ordem dos Medicos: “no exercício dos seus poderes públicos, pratica os atos administrativos necessários à prossecução das suas atribuições”, e que “ressalvados os casos previstos na lei, os atos e os regulamentos da Ordem não estão sujeitos a

aprovação governamental”. Quando o primeiro ministro, antes de qualquer conclusão dos relatórios do referido surto, e em defesa da ministra da saúde, ataca os profissionais de saúde, com a já conhecida prepotência de quem não pretende admitir o erro e muito menos está preocupado com a não repercussão do mesmo, não havendo consequências, tememos o pior! A demissão do governo pela garantia dos direitos humanos, a insensibilidade de um partido que apenas se preocupa com a sua própria figura! É incompreensível a atitude do Partido Socialista não ver a preocupação da Ordem dos Médicos de forma positiva.

Como pode a sua preocupação ser atacar os responsáveis de saúde ao invés de ficar preocupado se esta situação se repete em mais algum lar no país? Como se rejeita a ajuda de quem melhor sabe analisar os cuidados médicos (a quem mais necessita), e se tenta desviar de uma tragédia de sua responsabilidade?! A todos os médicos e profissionais de saúde, especialmente aos de Gondomar, um MUITO OBRIGADA pelo esforço feito durante toda a pandemia e agradecemos a responsabilidade de cuidar de quem mais precisa! Quem diz que uma liga de campeões é a recompensa do Vosso esforço, envergonha um país inteiro!!

mais os consumidores e continua a Câmara Municipal a ter uma despesa anual considerável para “cobrir os prejuízos” da empresa concessionária. Alguns municípios já acabaram com algumas dessas concessões e muitos outros ponderam fazê-lo, preparando-se para retomarem esses serviços de forma a minimizarem os custos que essa retoma implicará. Também a Câmara Municipal de Gondomar tem de começar a pensar seriamente neste assunto, na necessidade de reforçar o que existe e de retomar o controlo dos que estão fora da esfera pública e não deveriam estar, como é o caso da água e saneamento, entregue à empresa Águas de Gondomar, e a recolha dos resíduos entregue à Rede Ambiente. É preciso, por um lado, reforçar os serviços existentes, como, por exemplo, os serviços de saúde, e numa outra vertente ver como voltar a controlar setores importantes a nível autárquico para melhor servir as populações. E de nada servem medidas avulsas paliativas da CMG, porque o problema está na raiz que é a privatização desses serviços. Se a Câmara quer

de facto olhar pelo futuro dos gondomarenses precisa de começar a fazer planos sérios no presente. Qualquer outra medida é para empurrar o problema com a barriga. A resolução cabal do problema é preparar o retorno desses serviços para a autarquia e, enquanto isso, actuar sobre a empresa para rever preços, investimentos no concelho e medidas de justiça em relação ao saneamento... E precisa, urgentemente, decidir se, no fim da concessão da recolha de resíduos, cuja data está próxima, vai insistir no mesmo modelo, mais caro e com múltiplas deficiências e insuficiências assinaladas pela população - mas que o Presidente da Câmara insiste em negar -, ou se aposta no modelo de valorização do serviço público e dos seus trabalhadores e assume o serviço de recolha e tratamento de resíduos. Isso sim será a prova dos nove das intenções e dos alinhamentos da CMG. Se está com as empresas que trabalham para o lucro em detrimento do mau serviço que prestam, ou se está ao serviço dos interesses dos gondomarenses.

Serviços públicos privadas com o argumento de que uma gestão privada seria mais eficaz para os consumidores e aliviava a despesa do estado. Para atingirem o objetivo da concessão a privados, os serviços camarários responsáveis por estas áreas foram sendo, paulatina e propositadamente, abandonados, degradados, esvaziados do investimento necessário e, por consequência disso, alvo fácil das críticas instadas na sociedade por quem estava interessado na concessão. No entanto, as populações começam a perceber que se deixaram enredar num logro sem fim que lhes aumentou os valores das facturas ao mesmo tempo que diminuía a qualidade do serviço e os direitos dos trabalhadores afectos aos mesmos. Sendo a água um bem fundamental da humanidade que nos é oferecida pelo planeta em que vivemos, não é aceitável que seja utilizada para lucro de uma minoria e prejuízo da maioria que é a população. É hoje indiscutível e provado por estudos, notícias e movimentos de consumidores que estes bens são muito mais caros quando privatizados e Gondomar é prova disso. Pagam


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Opinião: Vozes da Assembleia Municipal David Santos

Rios, ribeiros, praias e areais E porque é Verão, vou neste texto abordar questões relacionadas com a quantidade de areia que algumas pessoas transportam na cabeça... E, por isso, vou escrever sobre rios, ribeiros, praias e areais. Gondomar não é um concelho turístico por natureza. Não tem atributos suficientes nem estruturas que tal suportem, além de que está localizado mesmo ao lado de um dos centros internacionais de turismo – a cidade do Porto. E queira-se, ou não, este "estar ao lado" é suficiente para anular todas as boas vontades que se tenham e todos os argumentos que se possam apresentar. Mas ainda assim Gondomar tem atrativos. As suas pessoas, os seus espaços verdes, os seus mais de 30 quilómetros de margem fluvial do Rio Douro e, até, umas quantas características e atrativos muito específicos. Mas além de haver a necessidade de se promover tais atrativos, também temos a obrigação e dever de os preservar. De pouco adiantarão campanhas publicitárias se, de-

pois, todos (sublinho o "todos") nada fizermos para preservar e melhorar o que temos. Durante muitos anos olhamos para os rios como algo de praticamente desnecessário sem interesse. Aconteceu em Gondomar tal como no Porto ou em Lisboa. Durante muitos anos fizemos dos rios locais de descargas ilegais de águas residuais, vazadouro de fábricas e depósito mais ou menos assumido de lixo. Tal mentalidade começou a mudar recentemente mas, mesmo assim, há erros do passado que são quase impossíveis de corrigir. Algum desenvolvimento urbanístico pouco controlado ajudou a quase matar os nossos cursos de água, nomeadamente os mais "pequenos" e que quase passam despercebidos. Em Gondomar não temos só o Rio Douro. Temos também outros cursos de água, mais pequenos, mas que merecem igual atenção. Mas não basta falar deles. Não basta sabermos o seu nome. Temos que assumir como desígnio, de todos, que do bem-estar de tais cursos de água dependerá, também, o nosso bem-estar.

E Gondomar tem junto desses cursos de água espaços aprazíveis para lazer e algum turismo. Não vou entrar na discussão da classificação de "praia" ou mero "areal". Acho que são questões demasiadamente técnicas e que por vezes ultrapassam todas as lógicas. Mas se temos praia(s) e areais, nomeadamente no Rio Douro, há que fazer algo para que tais espaços o sejam de facto – e não sejam mera propaganda política. Tem-se discutido muito a qualidade da água no Rio Douro e o facto de se permitir, ou não, a frequência de alguns locais aprazíveis nas suas margens. Mas a qualidade da água depende precisamente de todos nós. Por um lado essa má qualidade será da responsabilidade de descargas ilegais e diretas (de águas residuais) para os cursos de água. Mas igual responsabilidade é, também, daquela "solução mágica" descoberta algures nos anos 80 e 90 do século passado... As estações de tratamento de águas residuais (ETAR), sempre localizadas em locais muito discretos e excessivas vezes sem função praticamente nenhuma.

RENTRÉE A dinâmica política, que andou neste passado primeiro semestre, um pouco secundarizada, ultrapassada que foi pelas consequências nefastas desta perigosa pandemia que se abateu sobre todos nós, reinicia agora mais um ano de “combate” entre as diferentes forças partidárias. Depois de um merecido descanso renovador da capacidade interventiva dos mais ativos representantes de cada partido, a política volta para influenciar, em função das diversas crenças e propostas defendidas, o rumo evolutivo dos portugueses. Será, com toda a certeza, um ano particularmente importante para a política portuguesa, pois todo o esforço programado se destinará basicamente em alcançar uma boa performance eleitoral nas eleições au-

Câmara e Juntas de Freguesia pouco ou nada podem fazer quando somos todos nós os culpados pela poluição destes espaços. É uma responsabilidade de todos e é, primeiramente, uma necessidade na mudança do paradigma de cada um de nós. A mudança do pensar. De saber que é crime e polui, por exemplo: . deitar/deixar lixo em locais não apropriados . não fazer a devida separação do lixo . ter uma ligação "ilegal" sendo que o saneamento segue direto para um qualquer curso de água . pensar: que se lixe! eu pago, os outros que limpem! ... Mas é crime, também, aquilo que alguns fazem... O "assobiar para o lado" (como canta o Carlão) e o fazer de conta que estes problemas não existem. Porque existem. E porque afetam o nosso futuro e o dos nossos filhos.

Pedro Oliveira tárquicas que ocorrerão no país. São eleições importantíssimas para cada força política interveniente pois representarão, com o desenho dos seus resultados, a correlativa implantação nas diferenciadas comunidades locais. E, como todos sabemos, é através da capacidade de mobilização que cada força almeje promover em cada localidade a que se candidate, que os resultados pretendidos melhor se potenciarão. Resultados nas eleições autárquicas, mas também e, por ventura, não menos importante, na capacidade de arregimentação de colaboradores, em eleições mais gerais a que as forças políticas se apresentam. No âmbito de toda esta envolvência, o CDS/PP terá um ano de esforço mais que redobrado, pois cumpre-lhe dar seguimento ao percurso de crescimento materializado nas últimas eleições

locais ocorridas. E a verdade é que na sua área de influência, têm surgido nos últimos anos alguns interventores manifestamente populistas, completamente afastados de qualquer índole ideológica, sem programas delineados, focando a sua resposta interventiva em apenas três ou quatro temas previamente estabelecidos. São interventores que se associam aos descontentamentos de certas franjas sociais dando-lhes uma falsa noção de competência e oportunidade. O certo é que têm ampliado a sua sustentabilidade política, inquinando, em paralelo, a qualidade da nossa democracia. Ao CDS/PP cumpre encontrar o engenho e a arte necessários à formação de um alargado compromisso com as diferentes vertentes do eleitorado, por forma a alcançar o difícil propósito de que, por um lado, percecionem as

Água, um bem público. A água é um bem essencial e público, que deve estar acessível a todos e todas. Ao longo das últimas décadas e em vários concelhos do pais fomos assistindo à rápida privatização deste setor com o consentimento e conluio dos vários executivos dos municípios. A falta de transparência de como estes recursos são geridos, seja a nível financeiro ou de outra natureza, são possíveis pelo facto de não haver um escrutínio público e possível destas empresas. Não é comportável e admissível que o preço da água em Gondomar seja o quarto município mais caro (no que às concessões diz respeito). Com a pandemia e a consequente pandemia, muitas famílias do concelho passaram

Movimento Valentim Loureiro Coração de Ouro

a ter mais dificuldades em pagar, sendo que muitos cidadãos passaram ou a regimes de Lay-off ou ao desemprego. O Bloco de Esquerda recomendou assim, a criação de um plano para a redução das taxas da água no concelho, de modo a baixar este custo no agregado familiar, bem como de modo a antever as dificuldades económicas que muitos munícipes iriam ter no seguimento da possível crise financeira que se avizinhava. Propusemos também a isenção do pagamento da taxa fixa de água a todas as pessoas que tenham ficado desempregadas, pessoas que passaram para o regime de layoff ou com vínculos precários causados pelo surto pandémico. Estas propostas foram, porém, ignoradas pelo executivo da Camara e não ouve

CDS-PP

férteis valias de um desenvolvimento suportado nas imprescindíveis regras do Cristianismo e, por outro, dissecar-lhes os enormes equívocos em que se fundam estes novos protagonistas políticos, que mais não oferecem que um conjunto de propostas cheias de nada. Inicia-se, portanto, um ano politicamente preenchido, mas de responsabilidade maior para o CDS, que, como em inúmeros desafios que a sua história já demonstrou, saberá corresponder com natural competência.

Sara Azul qualquer tipo de resposta adequada que servisse os e as cidadãs neste tempo de crise. A Tarifa Social da Água, Saneamento e Resíduos é uma medida importante que isenta as famílias carenciadas do pagamento das tarifas fixas e aumenta a quantidade de água definida com o primeiro escalão de consumo, porém é um processo moroso e burocrático. Está disponível, no entanto através da Direção Geral da Administração Local a adesão ao mecanismo público da Plataforma de Interoperabilidade, que permite a aplicação automática do desconto da tarifa social nas faturas de todos os agregados com vulnerabilidade económica identificados no município com base nos dados da Autoridade Tributária e da Segurança Social, tal como já su-

BE

cede na atribuição da tarifa social da energia. Esta proposta, da adesão da Tarifa Social Automática, foi, no entanto, chumbada na Assembleia Municipal com os votos do executivo e do seu partido. Acreditámos no entanto que esta medida, já adotada por vários municípios do país iria ajudar as famílias carenciadas de Gondomar e ainda estamos a tempo de a implementar assim como outras politicas públicas de apoio à população na crise que se avizinha.


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