Edição de maio 2020

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Promoção válida de 13 de Maio a 31 de Julho de 2019. Para as colecções das marcas Pull and Bear, Amichi, Pepe Jeans, Mango, Custo BCN, Victorio & Lucchino, Pedro del Hierro e Hackett disponíveis em cada estabelecimento Opticalia. Para monofocais: Lentes monofocais orgânicas brancas com índices de refracção 1,50 / 1,60 ou 1,67, com tratamento AR, da linha Vistasoft da Opticalia. Para progressivos, as lentes serão sempre lentes progressivas orgânicas brancas com índice de refracção 1,50 ou 1,60 com tratamento AR, das linhas Basic, Quality ou Prestige, da linha Vistasoft da Opticalia. Para ambos casos, as lentes deverão estar, nos intervalos de fabrico disponíveis dos fabricantes Vistasoft em stock e de fabrico. Financiamento mínimo de 12 prestações e máximo de 60 prestações mensais. TAN E TAEG DO CARTÃO DE CRÉDITO OPTICALIA: 0%. A utilização do crédito está condicionada a uma mensalidade mínima de 9,95€. Crédito disponibilizado pela Abanca Servicios Financieros e sujeito à sua aprovação. As ópticas OPTICALIA atuam como intermediárias de crédito a título acessório e sem carácter de exclusividade.

Ano 15 - n.º 167 - maio 2020

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Mensal

Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida PARQUE NASCENTE, loja 409 EMPORIUM PLAZA, Loja 101

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O reinício das aulas presenciais ▪ Acompanhamos o regresso às aulas na Escola Secundária de Gondomar e Rio Tinto

> Págs. 16, 17 e 18

Sociedade

Entrevista

Política

JORGE REBELO DE ALMEIDA: "Gondomar tem seguramente espaço para novos projetos, sobretudo junto ao Rio Douro"

Junta de Rio Tinto e Escoteiros 267 com iniciativa pioneira para ajuda de famílias carênciadas e comércio local

Germana Rocha e Carlos Brás analisam pandemia no concelho de Gondomar

> Págs. 4 e 5

> Pág. 20

> Pág. 26 PUB


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VIVACIDADE

MAIO 2020

Editorial José Ângelo Pinto Administrador da Vivacidade, SA. Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT

Caros leitores, Finalmente parece que estamos a desconfinar. Não tenho dúvidas sobre a necessidade que tivemos de confinar e de obrigar as pessoas a ter cuidado, muito cuidado. Mas agora que, com máscaras, luvas, álcool e viseiras, estamos a retomar as atividades fora de casa, todo o cuidado continua a ser pouco. Bom senso. Falta muito bom senso a quem escreve e a quem aprova que se escrevam 74 regras em 35 páginas para definir como pode o cidadão usufruir de uma qualquer praia de Portugal. Falta muito bom senso a quem acha que voltar a almoçar ou jantar fora vai ser como em Fevereiro de 2020. Pois, como alguém diz, o stress de ir jantar ou almoçar fora é tanto que não vai ser de uma vez que se vai recomeçar a ganhar esses hábitos. Por outro lado, o desconfinamento pode levar a que se pense que isto já passou e que não é preciso ter grandes cuidados. Enquanto não tivermos uma vacina que seja eficaz e eficiente que, dizem, teremos em alguns países já em Setembro, não podemos voltar a Fevereiro de 2020. Precisamos de continuar a ter o tal cuidado. Especialmente com os mais idosos e com os outros grupos de risco. Mas, apesar da necessidade de continuarmos a defender os nossos idosos e grupos de risco, a pandemia está, neste momento, controlada. O melhor sinal é o numero de infetados ativos, que atingiu por estes dias a fase de planalto, ou seja o numero de novos infetados é menor que o numero dos que recuperam mais os óbitos, o que significa que, aparentemente, seremos capazes de continuar a ter boa capacidade nos serviços de saúde do país para socorrer as pessoas infetadas que tenham necessidade de internamento e de cuidados intensivos. Agora é preciso cuidar da economia. Portugal vai sobreviver, as empresas vão sobreviver e o estado e as suas instituições vão sobreviver. Mas para isso vai ser preciso mudar muita coisa para melhor. O COVID 19 e a nova realidade em que vivemos é uma incrível oportunidade para melhorarmos. Para nos reerguermos muito mais fortes. Mas não é a ignorar a pandemia, como parece agora ser a palavra de ordem, nem sem apoiar fortemente (e não com amostras como até agora) as empresas, os empresários e os trabalhadores do privado, como está a ser feito (e bem) aos funcionários públicos e da administração. Porque começar com tudo destruído vai ser muito mais difícil do que recomeçar com uma base excecional que são a maior parte das empresas recriadas desde 2011 e viradas para a exportação e para a entrada de divisas no país. E isso não parece que esteja a ocorrer. Com previsões de perda no PIB de cerca de 20% e com a necessidade de sermos muito mais eficientes e eficazes na máquina administrativa do estado, vai ser urgente que as empresas possam ser apoiadas para que consigam prosseguir o desenvolvimento. È Urgente.

PRÓXIMA EDIÇÃO 25 JUNHO

SUMÁRIO: Entrevista Páginas 4 e 5 Sociedade Páginas 6 a 23 Destaque Páginas 16, 17 e 18 Política Páginas 25 e 26 Empresas & Negócios Página 27 Lazer Página 28 Opinião Páginas 30 e 31

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivacidade.org POSITIVO Após o levantamento do estado de emergência para estado de calamidade, Gondomar encontra-se na segunda fase do processo de desconfinamento. Até ao momento, os Gondomarenses têm se adaptado positivamente à nova realidade e às regras. De relembrar a utilização dos equipamentos de proteção para o bem de toda a população.

NEGATIVO Devido à necessidade de utilização de equipamentos de proteção, o aumento do lixo (máscaras e luvas) no chão das ruas do concelho de Gondomar tem vindo a aumentar. Para a proteção de todos é necessário colocar estes objetos no lixo comum.

Viva Saúde Paulo Amado*

Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia * Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia Professor Doutor em Medicina e Cirurgia Mestre em Medicina Desportiva Diretor Clínico da CLÍNICA MÉDICA DA FOZ – PORTO ( 226178917) Coordenador da Unidade de Medicina Desportiva e Artroscopia Avançada do HOSPITAL LUSÍADAS - PORTO Vice Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina e Cirurgia do Pé Membro do Council Europeu do Pé - EFAS CLÍNICA DESPORFISIO – EDIFICIO RIO TINTO I RIO TINTO

O COVID19 – A CAMINHO DA “NORMALIDADE”

ANUNCIE AQUI Tel.: 910 600 079 pedro.barbosa@vivacidade.org geral@vivacidade.org

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Eis que iniciamos o caminho para a “normalidade” pois infelizmente, ao contrário do slogan bem conhecido, NEM TUDO FICARÁ IGUAL COMO ANTES. Sim realmente as regras de segurança de contagio vão ter de permanecer durante muito mais tempo, embora de forma cada vez menos rígidas, mas estamos certos que o vírus continuará na população durante mais uns meses... Uma dos factos que constatamos foi que os paciente com as doenças ditas comuns, enfartes, AVC, e outros, diminuíram muito, em certos casos 30% menos, o que não é possível, constatando que muitos sofrem sequelas graves, por medo de irem ao hospital. Caros leitores, neste momento é seguro ir ao Hospital, seja ele publico ou privado, pois as medidas de segurança aplicadas são exigentes e os sectores onde existem ainda doentes COVID, nos hospitais onde ainda existem, estão em sectores confinados com equipas e equipamento distinto, pelo que a segurança neste momentos é real. No entanto, nas minhas consultas diárias, ainda se nota algum constrangimento por parte dos pacientes para se deslocarem aos hospitais, bem como, e em especial se tiverem de realizar exames ou cirurgias. Estimados leitores, são preocupações que neste momento não devem ter, pois as regras de circulação, higiene são rigorosas, sendo mais perigoso andar na rua do que ir a um hospital. Temos um dos melhores sistemas de saúde

publico e privado, como se provou nos últimos tempos, merecendo o elogio mesmo da Organização Mundial de Saúde, pois além das excepcionais medidas que a DGS tomou de acordo com o governo, com a especial ajuda da cidadania da maioria dos Portugueses, promovendo as medidas adoptadas, foi o sistema Nacional de Saúde em especial os Hospitais públicos que melhor resposta deu a esta Pandemia, com um êxito total na contenção desta calamidade, não chegando sequer a situação a descontrolar-se. Tiveram também um papel exemplar as Forças de Segurança Pública, PSP, GNR e outros, que não se preocuparam com multas de estacionamento mas sim para que as pessoas cumprissem as regras de segurança em saúde. Aos profissionais de supermercados, bombeiros, e demais profissionais em atividades essenciais de funcionamento da sociedade, a TODOS PARABÉNS. Tenho o ORGULHO de pertencer ao grupo de profissionais de saúde, que de forma diversa, muito lutaram diariamente para este êxito. PARABÉNS A TODOS OS COLEGAS, ENFERMEIROS , AUXILIARES DE SAUDE, PESSOAL DE LARES DA TERCEIRA IDADE E DEMAIS TECNICOS DE SAUDE Provamos assim que podemos ser campeões Europeus em Futebol, mas seremos também, CAMPEÕES DA DEFESA DA VIDA E SAUDE DO NOSSO PAÍS, como disse o nosso Presidente da República, SOMOS PORTUGUESES... Até breve, estimados leitores…

FICHA TÉCNICA Registo no ICS/ERC 124.920 | Depósito Legal: 250931/06 | Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-241A) | Redação: Carlos Almeida e Gabriela Monroy | Departamento comercial: Pedro Barbosa Tel.: 910 600 079 | Paginação: Rita Lopes | Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte | Administrador: José Ângelo da Costa Pinto | Estatuto editorial: www.public.vivacidade.org/vivacidade | NIF: 507632923 | Detentores com mais de 5% do capital social: Lógica & Ética, Lda., Augusto Miguel Silva Almeida e Maria Alzira Rocha | Sede de Redação: Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Tel.: 919 275 934 | Sede do Editor: Travessa do Veloso, nº 87 4200-518 Porto | Colaboradores: André Rubim Rangel, Andreia Sousa, António Costa, António Valpaços, Beatriz Oliveira, Bruno Oliveira, Carlos Almeida, Diana Alves, Diana Ferreira, Domingos Gomes, Gabriela Monroy, Germana Rocha, Guilhermina Ferreira, Henrique de Villalva, Isabel Santos, Joana Resende, Joana Simões, João Paulo Rodrigues, José António Ferreira, José Luís Ferreira, Luís Alves, Luís Monteiro, Luís Pinho Costa, Manuel de Matos, Manuel Teixeira, Marta Sousa, Paulo Amado, Pedro Oliveira, Rita Ferraz, Rita Lopes, Rui Nóvoa, Rui Oliveira, Sandra Neves e Sofia Pinto. | Impressão: Unipress | Tiragem: 10 mil exemplares | Sítio: www.vivacidade.org | Facebook: facebook.com/vivacidadegondomar | E-mail: geral@vivacidade.org


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Foto: DR

Entrevista

JORGE REBELO DE ALMEIDA “Gondomar tem seguramente espaço para novos projetos, sobretudo junto ao Rio Douro e ligados ao enoturismo”

Texto: André Rubim Rangel

Houve algo no Direito – em que se licenciou – e/ou na Justiça que o desencantasse para largar a advocacia e fundar os Hotéis Vila Galé, aos quais preside? Mantém-se o princípio fundacional deste “império” que vai construindo? Adorei fazer advocacia durante 13 anos até fundar a Vila Galé em 1986 e foi uma experiência importante e enriquecedora para a atividade empresarial. Os princípios e os valores mantêmse e têm sido perfilhados, por todos os que ajudam a fazer da Vila Galé uma grande empresa.

Quando deixou de ser jurista no ativo imaginava que seria, um dia, um dos maiores empresários como magnata hoteleiro e administrador da 2.ª maior cadeia no país, com 27 hotéis por todo o Portugal e 9 unidades no Brasil? O desafio na Vila Galé foi o de realizar e empreender projetos tangíveis e não apenas a consultoria que foi vibrante e formativa, mas não satisfazia a minha necessidade de concretização. O objetivo era e continua a ser o de executar projetos que criem riqueza e gerem emprego para o país de uma forma inovadora, valorizando o património histórico e o interior do país e que nos dêem prazer a todos.

da terra, a Filigrana. Ao colocar assim a questão, torna-lhe apetecível inserir – no futuro – esta localidade no mapa Vila Galé? Gondomar e toda a região duriense tem seguramente espaço para novos projetos, sobretudo junto ao Rio Douro e ligados ao enoturismo. Poderá ser uma aposta futura. Imagino que pareça mal perguntarlhe o seguinte, do mesmo modo que não se deva questionar a um pai qual o filho preferido: dos 36 hotéis Vila Galé, cá e lá, há algum mais especial para si? Que eleja pela sua conceção arquitetónica, pelo seu carácter inovador, pelas paisagens envolventes, etc. … Todos os hotéis foram realizados com muita paixão e, por isso, de diversas formas todos são especiais. Os históricos, os temáticos, os na praia, no campo ou na cidade, etc., têm todos um denominador comum, uma personalidade própria e, por isso, são todos muito queridos.

E pensa, certamente, em conseguir passar a ser a 1.ª cadeia hoteleira nacional… O que é necessário para atingir esse patamar? Há alguma previsão temporal? Não é objetivo da Vila Galé esse tipo de competição. A nossa aposta continua a ser fazer mais e melhor e defender os nossos valores, a ética, a seriedade, o rigor, o empenho e a determinação.

Há dois anos, em entrevista à «Forbes», afirmou: “não acho que haja turismo a mais. Temos capacidade para absorver muito mais turismo”. Numa altura em que Portugal estava ainda com mais projeção turística, antes do vírus vir habitar entre nós, mantém a ideia de então? Até no sentido de maior descentralização e aposta no interior… Continua a haver espaço para o turismo crescer em Portugal: com ofertas diferenciadas, valorizando a cultura portuguesa e que proporcionem um maior valor acrescentado ao país. A aposta não é crescer massivamente em áreas já com oferta consolidada, mas sim apostar nas regiões do interior que têm tanto para oferecer. Por outro lado, é importante salvaguardar nos centros históricos das cidades os valores nacionais, a residência dos nacionais de todas as idades, o comércio tradicional, para que o turismo não seja exclusivo. É também da maior importância ter presente que em qualquer região, a par do turismo, é indispensável fomentar outras atividades económicas para gerar equilíbrio na economia do país.

Do que conhece do município de Gondomar, acha que para edificar um Hotel diferente, tendo em conta que quase toda a sua extensão oeste e sul beija o rio Douro com um Passeio Ribeirinho de 37km e aliado ao produto

Acabou por ser exemplo de que, mesmo de modo “acidental”, no meio da dificuldade e crise pode surgir a inovação e oportunidade: em março abriu mais dois hotéis da cadeia em Portugal. Qual é a sensação de abri-


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Entrevista

Quais são os riscos concretos que está

e vai enfrentar por ter tanto tempo os hotéis fechados? Em resultados práticos: quanto perdeu com a pandemia? Manterá os mais de 3.200 funcionários? E com a lição que este vírus nos possa

dar/trazer, para o presente e futuro, o que ganhou ou poderemos ganhar? Os nossos prejuízos são tremendos, mas não vamos gastar energias nesse tema. Vamos guardar as energias para Foto: DR

Como se estão a preparar os seus hotéis para as reaberturas graduais, uns em junho, outros em julho e outros ainda em agosto? Ou seja, que medidas diferenciadoras – e de acordo com as condições da DGS – estão a implementar e que os futuros hóspedes vão encontrar? É preciso regressar à vida ativa com todas as cautelas e medidas de proteção definidas no selo de garantia “Clean & Safe”. Para além dos cinco hotéis que ficaram abertos para atender as necessidades dos profissionais de saúde (Porto, Coimbra, Ópera em Lisboa, Évora e Sta. Cruz na Madeira), vamos abrir quatro no Algarve, Ampalius em Vilamoura, Atlântico e Praia na Praia da Galé, Albufeira, Lagos, Clube de Campo em Beja, Cascais, Ericeira, Alter Real, Serra da Estrela e Douro.

Foto: DR

rem, pela primeira vez, e terem de suspender forçosamente, logo de seguida? Serra da Estrela (Manteigas) e Alentejo (Alter Real) são dois projetos emblemáticos para o interior do país. Foram concluídos em plena pandemia, estão lindos e a alegria da sua reabertura vai superar a tristeza de estarem encerrados.

alegrar e animar os nossos clientes e amigos, depois deste drama com toda a segurança e conforto, sem esquecer os programas para as crianças e famílias que são o nosso foco principal. Este vírus veio mostrar a nossa fragilidade e a necessidade imperiosa de protegermos a natureza e o meio ambiente de uma forma reformadora e equilibrada, sem roturas. Sei que é um defensor das energias alternativas, da sustentabilidade ambiental e da mobilidade elétrica e que falta investimento sério de Portugal nestas áreas… As energias alternativas, a mobilidade elétrica, a ferrovia, o “plastic & paper free” são temas a prosseguir de forma empenhada. Como entende que Portugal – nas suas desigualdades – vai sair e recuperar desta crise nas suas várias áreas, gerando já novas “pandemias”?... A melhor organização do território, valorizando o interior, e a relevância da cultura são desígnios a atingir. Por último, há alguma ideia final e/ou pensamento motivador que possa e queira deixar aos nossos leitores? Vamos ultrapassar esta crise, vencer esta pandemia com prudência, bom senso e cautela, mas com determinação. ▪


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Sociedade

O testemunho de dois casos recuperados em Gondomar No mês em que tudo começa a voltar à “normalidade”, é necessário que as pessoas saibam o quão fácil é apanhar o Covid-19 e que todas as medidas implementadas são para o bem pessoal e geral da população. O contágio é fácil, no entanto, a recuperação é um caminho difícil de ser percorrido. Assim, o VivaCidade esteve à conversa com dois gondomarenses que viveram de perto com o vírus. Fernando Rocha e Rui Faria.

te não, mas isso é prematuro estar a garantir, terei de fazer exames aos pulmões para poder afirmar alguma coisa. Receber sete testes positivos é uma situação fora de comum, como é passar por toda essa montanha russa de sentimentos? Não, não é fora do comum, todas as vezes que fui ao hospital, ficava na fila de espera de mais de 10 pessoas todas elas repetentes do teste e muitas delas com 10 e 11 testes. Em relação à montanha russa de sentimentos, o pior sentimento foi saber que estava infetado, isso foi o que me causou tristeza e o medo do que poderia vir a acontecer e se acontecesse o que seria da minha família, tudo isso passou pela minha cabeça, a minha alma ficou na penumbra por uns dias, mas depois de recuperar no 5º dia, a seguir os testes eram positivos mas eu estava bem, por isso não me preocupava muito. Quais as medidas extraordinárias que teve que adotar para prevenir a transmissão do vírus? Enquanto sintomático, fiquei confinado numa divisão da casa (o meu quarto) depois de melhorar, já frequentei a casa toda, mas sempre de máscara e respeitando a distância social aconselhada pelo SNS. Mesmo contagiado, continuou a dar humor à vida das pessoas através das redes sociais, foi importante sentir o apoio dos seus seguidores? Claro que sim, é para eles que eu trabalho e a eles agradeço o que sou hoje. Foi importante para a sua recuperação enfrentar a doença com humor? Sem dúvida, e também fazia bem para a minha sanidade mental, porque estar fechado 2 meses dentro de casa sem fazer nada de nada, eu ia ficar maluco.

Fernando Rocha

Até hoje, sabe como é que ficou contagiado com Covid-19 ou é uma incógnita? Eu não sei como fiquei contagiado com o covid19, mas com certeza foi num dos 6 aeroportos que frequentei no mês de Março Quais foram os principais sintomas? Os sintomas variam de pessoa para pessoa, mas os meus sintomas foram febres altas, dores no corpo, tosse, falta de apetite e vómitos A recuperação foi fácil? Ficou com sequelas? A recuperação não foi fácil, foram 3 ou 4 dias agonizantes, sequelas, aparentemen-

E quanto ao trabalho, calculo que a situação do Coronavírus já rendeu muitas piadas para o próximo espetáculo, qual a perspetiva que tem sobre o futuro artístico depois desta pandemia? Já têm espetáculos agendados? Agendados tive sempre, alguns foram cancelados outros adiados, mas e experiência deu um texto que irei levar para os palcos com um solo a falar só da minha experiência com coronavírus. Qual o conselho/mensagem que gostaria de deixar aos Gondomarenses sobre o Covid-19? Protejam-se e respeitem sempre à risca as medidas de proteção aconselhada pelo SNS, e não subestimem a doença até haver cura ou vacina, depois de estarem vacina-

dos, aí sim, tirem as máscaras, abracem-se e beijem-se na boca uns dos outros, mas até lá, não facilitem nunca. Um abraço e saudações humorísticas.

Rui Faria

Sabe como e onde ficou contagiado com o Coronavírus? Não faço a mínima ideia. Sei que estava a ter cuidados de confinamento e de higiene tanto a nível social, como a nível a profissional como a nível familiar, pois como estava a dar apoio aos meus pais em termos de colaboração, sendo eles uma classe de risco, estava a ter cuidados. Deixei de andar em transportes públicos desde o dia 13 de março. Frequentei 2 hipermercados da região para as compras habituais para mim e família, um no dia 16 e outro no dia 19, ambos em Rio Tinto. O do dia 19 foi onde estive mais exposto à confusão e aos aglomerados de pessoas, apesar de já estarem a serem aplicadas as regras de segurança, mas estava cheio. Quais foram os principais sintomas? Vamos separar no espaço temporal: antes de fazer o teste e depois do teste. Os primeiros sintomas surgiram do nada na noite de 23 com muita tosse (seca), dores junto à zona do nariz (fossas nasais), arrepios de frio em duas noites sem ter febre (nunca passei dos 36,5º), dores musculares, principalmente, na zona lombar. Esses sintomas não serviam para ser admitido pela SAUDE24 para ser testado, confundindo com os sintomas da rinite alérgica que tenho, muito habitual nessa altura. Quando mudou os critérios definidos pela DGS que bastava ter apenas um dos sinto-

mas (dia 25 de março), fui admitido para fazer o teste. Depois de ter feito o teste, dia 28, tive apenas tosse (até 14 de abril), cansaço pulmonar por causa de tossir muito, pois era uma tosse seca, nunca tive febre e tive um sintoma que pelos vistos é normal, um fim de semana (10 e 11 de abril) com uma má disposição, que foi dos piores sintomas, pois o grau de saturação ao estar a fazer qualquer coisa rapidamente vinha ao de cima (como se pode dizer, só estava bem onde não estava...). Este fim de semana foi horrível...levou-me a um pouco de desespero mental e psicológico. Os sintomas terminaram no dia 15 de abril sem mais nem menos. Qual a mensagem/conselho que gostaria de deixar aos Gondomarenses sobre o Covid-19? Depois de termos estado num espaço muitas semanas, por favor, cuidem-se e respeitem as medidas. Esta pandemia, este alarme social ainda não passou. Somos um concelho dormitório, que somos obrigados a deslocar para outros concelhos para trabalhar ou fazer outras atividades sociais e profissionais, logo estamos mais sujeitos. Este vírus é fácil de apanhar, mas muito difícil de sair. A experiência de se passar 5 a 6 semanas no mínimo em isolamento social não é nada fácil. Por verem uns a fazerem as coisas que gostariam de fazer, não o façam… tentem resistir. Apesar do País ter quase parado, nós vamos precisar de férias para esquecer isso. Se não formos conscientes, se calhar as nossas férias serão em confinamento, ou pior, estarão em perigo os nossos empregos... isso só depende de cada um de nós. Protejam-se. O vírus não ataca as pessoas da mesma maneira, os sintomas são diferentes em cada individuo ou até nem terem sintomas, depende das nossas defesas imunológicas, aproveitando para alertar que cuidem dos vossos corpos e adotem medidas de reforço imunológico, melhorando a vossa saúde. Corpo são, mente sã, Covid fraco. Já agora, um bem-haja a todos os recuperados, uma rápida recuperação a quem estiver infetado, um agradecimento a todos que apoiam as pessoas que passam por isso, principalmente os nossos heróis que estão na linha da frente. E não se esqueçam de apoiar quem está confinado voluntariamente, como os mais idosos e os mais jovens, basta um telefonema, uma vídeo chamada, um simples apoio domiciliário, uma visita com o devido distanciamento social. Tudo isso pode ajudar a melhorar a saúde mental dessas pessoas. Essas pessoas estão a sofrer devido ao isolamento. Fiquem bem, cuidem-se, protejam-se. ▪


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Sociedade

Atendimento Geral por Marcação - Águas de Gondomar reabre loja da Rua 5 de outubro no próximo dia 18 de maio USO OBRIGATÓRIO DE MÁSCARA A empresa Águas de Gondomar (AdG) reabriu ao público a Loja da Rua 5 de Outubro, nº 112, no passado dia 18 de maio (segunda-feira), com NOVO HORÁRIO - das 8h30 às 12h30 e das 13h30 às 16h30, de segunda a sexta, e com ATENDIMENTO CONDICIONADO. O Atendimento Geral será efetuado por prévia marcação telefónica, em situações cuja urgência seja devidamente justificada, sendo os Pagamentos em Tesouraria realizados por ordem de chegada, com a restrição de entrada de apenas um cliente de cada vez em loja. Salienta-se, que para além das prioridades gerais, das 8h30 às 9h30 será dada especial prioridade ao designado atendimento prioritário Covid, de acordo com a legislação em vigor. No entanto, a AdG aconselha os seus

clientes a privilegiarem a utilização dos canais digitais e telefónicos, nesta fase que ainda recomenda o isolamento social. O balcão da Loja do Cidadão mantemse encerrado, só reabrindo, tal como previsto no Plano de Desconfinamento divulgado pelo Governo, no dia 1 de Junho. No cumprimento do determinado pela Direção Geral de Saúde e de acordo com o plano de contingência interna, a AdG implementou um conjunto de medidas a ser cumpridas pelos seus colaboradores e respetivos clientes. Na loja foram colocadas barreiras de segurança, sinalização de distanciamento e definidas condutas comportamentais e relacionais, no sentido de maximizar os padrões de segurança e defesa de contágio de modo a proteger os colaborado-

res e os utentes deste espaço, reduzindo o risco de transmissão da Covid-19, estabelecendo igualmente a higienização regular das superfícies do espaço de atendimento. Todos os colaboradores estarão devidamente protegidos com equipamento de proteção adequados, nomeadamente máscaras, viseiras e gel desinfetante. Na entrada de atendimento ao público é exigido o uso de máscara e o respeito pelas regras de restrição do número de pessoas no interior da loja, indicado à entrada do serviço, onde deverão higienizar as mãos com gel desinfetante. A AdG recomenda ainda o respeito pelo distanciamento social de dois metros e o cumprimento de etiqueta respiratória, bem como a restrição de acompanhantes. Para além da equipa de atendimento ao público em loja, foram implementadas

medidas de reforço de proteção adicional junto dos colaboradores em trabalho no exterior, nomeadamente o uso de máscara e viseira, em simultâneo com os EPI de segurança habituais. Não obstante a abertura do atendimento presencial, a AdG aconselha a utilização preferencial dos contactos telefónicos e digitais, disponíveis para dar seguimento a questões relacionadas com esclarecimentos de faturação, comunicação de leituras, solicitação de meios alternativos de pagamento, como as referências multibanco, pedidos de ligação e solicitação de cadastro de infraestruturas e projetos. O alargamento do prazo de pagamento de faturas e a suspensão de "cortes de água" mantêm-se em vigor nesta fase delicada que recomenda isolamento social. ▪

Aberto ao público passadiços de Gramido e de Rio Tinto

Reabertura de todos os Mercados e Feiras de Gondomar

Seguindo o plano de levantamento do confinamento implementado devido ao surto do COVID-19, a autarquia de Gondomar reabriu ao público os passadiços de Gondomar e de Rio Tinto, que tinham sido encerrados à circulação devido ao Coronavírus. Embora que, seja possível usufruir destes espaços novamente é obrigatório seguir as regras de segurança previstas, sendo assim é obrigatório o distanciamento social e a utilização de máscara ou viseira, de forma a

A Câmara Municipal de Gondomar deu luz verde à segunda fase do desconfinamento reabrindo todos os mercados e feiras do concelho Gondomarense. No entanto, há que relembrar que a reabertura destes locais estão condicionados pelas normas da Direção-Geral da Saúde com o intuito de prevenir situações de perigo de contágio. Neste sentido, além do uso obrigatório de máscaras ou viseiras por comerciantes e clientes e a higienização regular das mãos, é necessário cumprir as seguintes medidas sanitárias para assegurar a segurança de todos. A primeira norma corresponde à “Colocação de divisória entre feirantes, até uma altura de dois metros do pavimento, em lona, acrílico ou outro produto que impeça a comunicação física entre os espaços de venda. Exceciona-se esta medida quando os espaços de venda não forem contíguos ou que os feirantes optem por distanciar-se dois metros entre as bancas ou mostruários”. A segunda norma refere que “Nos espaços de venda das feiras os clientes deverão ser atendidos da seguinte forma: até três metros de frente:

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prevenir o perigo de contágio entre os utentes. . “Mantêm-se encerrados todos os parques infantis, equipamentos desportivos, de ginástica e manutenção dos espaços públicos do concelho”. O executivo da Câmara apela ainda que todos os cidadãos façam um uso consciente destes espaços que foram novamente reabertos, visto que ainda não ultrapassamos a pandemia COVID-19 e o perigo continua eminente ▪

uma pessoa; até seis metros de frente: duas pessoas; até nove metros de frente: três pessoas; mais de nove metros: máximo de quatro pessoas, devendo os feirantes colocar meios adequados ao cumprimento desta limitação”. A terceira medida aponta que no interior das lojas dos mercados só poderão ser atendidas duas pessoas ao mesmo tempo e nas lojas em que os clientes são atendidos no exterior do estabelecimento, “aplica-se as regras de atendimento no espaço de venda das feiras” estas regras de atendimento também devem ser cumpridas nos espaços de vendas localizados no exterior do Mercado da Areosa. Ainda no Mercado da Areosa, a utilização máxima do elevador corresponde a duas pessoas. A cronologia da abertura dos espaços é a seguinte: Feira de Vila Verde (São Pedro da Cova) a abertura foi efetuada no passado dia 19 de maio; Feira de Gondomar abre, hoje, dia 21 de maio; Feiras de Rio Tinto e Bela Vista, abertura prevista para o dia 23 de maio; e a Feira de Melres tem a abertura prevista dia 2 de junho. ▪


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Sociedade

> Maria João

> Daniel Martins

> Manuel Sousa

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> Pedro Ferreira - Vencedor

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dos finalistas. O executivo da Junta de Freguesia atendeu ao pedido do menor. O Presidente da Junta de Freguesia de Baguim do Monte, Francisco Laranjeira, descreveu a postura da criança como uma atitude “de um enorme coração”. Assim, Pedro Ferreira (vencedor), Manuel Sousa, Maria João, Nuno Pereira e Daniel Martins, receberam um tablet pelos trabalhos apresentados. ▪

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computador portátil. O vencedor do concurso foi Pedro Ferreira que conquistou os jurados com um desenho de um cravo diferente. Em vez do tradicional vermelho, o cravo possuía as cores do arco-íris, associadas à renovação e à esperança de um futuro melhor. Apesar de ter sido o vencedor, Pedro rejeitou o prémio original e recomendou que, em vez disso, fosse distribuído tablets a cada um

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No passado mês de abril, a Junta de Freguesia de Baguim do Monte lançou o concurso “Desenho da Liberdade” que tinha o intuito de homenagear o dia 25 de Abril. O pretendido era que, em tempos difíceis como os que estamos a viver, as famílias se unissem e celebrassem de uma forma diferente este dia. O concurso era destinado a crianças e adolescentes até aos 14 anos, o prémio original seria um

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Pedido de menor sensibiliza executivo da Junta de Baguim do Monte

> Nuno Pereira

Projetos Etwinning continuam na Escola Frei Manuel de Santa Inês - mesmo em tempo de confinamento O grupo de Matemática e Ciências (230), da Escola Frei Manuel de Santa Inês, do Agrupamento de Escolas de Rio Tinto nº 3 que se envolveu nalguns projetos etwinning não parou durante o tempo da pandemia. Alguns destes projetos já haviam começado e apenas terminam no próximo mês de junho. Este mês vamos apresentar-vos 5 dos nossos projetos. No projeto “Our scientists – an overview” pretende-se elaborar um e-book com a biografia de vários cientistas dos diferentes países e de diversas áreas do conhecimento. No passado dia 7 de fevereiro foi realizada uma entrevista (em vídeo) à cientista Maria Manuel Mota e presencial, ao cientista Jorge Nunes. No dia 20 de fevereiro entrevistamos o Prof. Sobrinho Simões nas instalações do IPATIMUP, seguida de

uma visita guiada aos laboratórios. Foi cancelada, devido às restrições impostas pelo Covid-19, uma visita presencial ao Instituto de Medicina Molecular. Para mais informações e atualizações acompanhenos no link: https://twinspace.etwinning. net/102177 O projeto "I'M VOLUNTEER" pretende explicar o valor da cooperação e do voluntariado. Trabalhar no campo da cidadania, ser voluntário na escola, aumenta o comprometimento com toda a comunidade e contribui para difundir uma cultura de paz. Até hoje foram diversas as atividades desenvolvidas no âmbito deste projeto: "Vamos Ajudar a Amparar S. Tomé e Príncipe", procedendo à recolha de mochilas e/ou material escolar que foi enviado para S. Tomé e Príncipe; " Um Miminho para um Avozinho", em que os nossos alunos foram ao Lar de Idosos de Baguim do Monte, partilhar o lanche e oferecer um miminho a cada idoso; Plantamos uma árvore, porque "As árvores são nossas amigas"; Construímos ninhos e comedouros para pássaros e neste momento estamos envolvidos na atividade "Vamos ajudar a Obra ABA", efetuando uma recolha de Kits de higiene pessoal. Se querem saber mais sobre as atividades que vamos desenvolver acompanhe-nos através do link: https://twins-

pace.etwinning.net/102724 LITTLE CLIMATE WARRIORS Temos apenas um planeta para viver, pelo menos por enquanto, que é a nossa Terra. Mas todos estamos cientes do fato de que o clima muda inevitavelmente e tem muitos efeitos negativos sobre todos e tudo! Então talvez seja hora de aumentar a consciencialização e agir! Este projeto de curta duração, mas intensivo, tem como principal objetivo encontrar parceiros para colaborar nesta luta! Nós quisemos associarmo-nos a esta luta: "Vamos Salvar o nosso Planeta!" Para mais informações consulta o twispace: https://twinspace.etwinning. net/112463 Atualmente estamos a passar por uma situação difícil em todo o mundo e pode parecer incomum falar sobre ser positivo. Agora, mais do que nunca, é hora de criar pequenos momentos de felicidade, procurar o bem nos outros, relacionarmo-nos e compartilhar a nossa experiência musical em casa. O projeto “ Music for positive thoughts” ajudará os alunos a alcançar equilíbrio e harmonia. Não é apenas uma fonte de entretenimento, é uma forma de desenvolver imaginação e criatividade, aumenta a autoconfiança, a autodisciplina, a audição e a compreensão e ajudanos a ter sensações positivas. Para mais

informações consulta o twispace: https:// twinspace.etwinning.net/112911 Warriors of Covid-19 Pandemic Com este projeto, queremos enfatizar a importância do comportamento responsável, do ensino à distância e das ferramentas da web, chamando a atenção para as formas corretas de proteção contra o vírus nos campos da educação, saúde e economia. Para mais informações consultar o twinspace: https://twinspace.etwinning. net/113781/home As docentes: Ana Lúcia Mouta, Fátima Ramos, Isabel Almeida, Marina Hussein e Teresa Azevedo. ▪


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Com o escalar da pandemia, a necessidade de apoiar o comercio local e as famílias mais carenciadas aumentou. Muitas famílias tiveram que começar a usufruir de um apoio alimentar não pontual, mas sim regular. E muitos comércios locais sofreram uma quebra na faturação. Assim, a Junta de Rio Tinto com a ajuda dos Escoteiros fez um dois em um. Inicialmente, tínhamos apenas a campanha “Com Todos e Para Todos- Ajude em Segurança”, agora temos a campanha “Compra um ValeAjuda” que passaremos a explicar.

Foto: DR

Perante as dificuldades que o COVID-19 deixou às famílias, a Junta de Freguesia de Rio Tinto, em parceria com os Escoteiros do agrupamento 267, criaram, inicialmente, a iniciativa “Com Todos e Para Todos- Ajude em Segurança”.

A iniciativa que é dinamizada pelo Grupo de Escoteiros, conta com o apoio logístico da Junta de Freguesia de Rio Tinto e, consiste, numa campanha de recolha de bens alimentares e produtos de higiene. A ideia inovadora pretende recolher as doações nas habitações dos doadores, assim garante que todos podem ajudar em segurança. A recolha destes bens é efetuada pelos próprios escoteiros, com uma viatura da Junta. Para contribuir com o movimento, basta realizar a inscrição no site da Junta de Freguesia (www.riotinto.pt) e os produtos serão recolhidos ao Sábado, no horário que o doador desejar. Os dois primeiros sábados do mês de maio “contaram com muitos doadores”, no entanto, no terceiro sábado de maio “o número de doações foi menor” segundo o Presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto, Nuno Fonseca. O autarca refere que tem noção que “as pessoas podem não estar disponíveis para doar todas as semanas”, mas estas doações são essências para as famílias mais carenciadas. Devido à necessidade de ajudar o comércio local perante os efeitos da pandemia e de adquirir produtos mais frescos para as famílias mais carenciadas, a autarquia de Rio Tinto, fez um dois em um, e criou uma nova iniciati-

> Doações recolhidas pelo agrupamento de escoteiros 267

Foto: GM

Dois em Um-Iniciativa de Rio Tinto ajuda famílias e comércio local

> Na foto: Nuno Fonseca Presidente da Junta de Rio Tinto

va para preencher algumas lacunas da anterior, no que diz respeito aos produtos fornecidos. Segundo Nuno Fonseca, “por norma, as pessoas quando fazem ofertas alimentares, fazem de bens que não são frescos (enlatados, massas, arroz, farinhas) e isso pode até ser útil para o momento de emergência, para uma vez ou outra, mas se estivermos a falar de uma alimentação regular, em que a pessoa consome todas as semanas, é necessário outro tipo de alimentação, porque as famílias não podem estar um mês inteiro a comer enlatados”. Nessa linha de pensamento, foi criado a campanha “Compra um ValeAjuda!”. A iniciativa pretende que as pessoas realizem uma aquisição de uma senha que estará disponível na loja. O próprio estabelecimento irá promover a venda dessas senhas. Cada senha terá um custo de um euro e pode ser adquirido mais do que uma vez. De seguida, de acordo com as “necessidades especificas” das famílias mais carenciadas, e “dependendo das lojas (pode ser peixarias, talhos ou mercearias…) nós trocamos o valor dessas senhas na loja, por produtos alimentares”. “O apoio nunca é feito em numerário,

mas sim em trocas de senhas” como explica Nuno Fonseca, “os produtos depois revertem para o banco de emergência alimentar da Junta, que depois reverte para as famílias mais necessitadas, quer acompanhadas pelo gabinete da ação social da Junta, quer todas as que são acompanhadas pela rede social de Rio Tinto”, assim temos por um lado, um apoio direto às famílias mais carenciadas e por outro um apoio ao comércio local. A população conta com duas possibilidades de ajudar ou realizam por via online ou pelo comércio local. Recordamos que o Banco de Emergência Alimentar da Junta de Freguesia de Rio Tinto foi fundado em 2013 e tem o propósito de fornecer bens alimentares e/ou de higiene em “situações de emergência que não possam aguardar por apoios mais regulares”. O banco é administrado pela Junta e dá apoio a todos os indivíduos e famílias “que sejam sinalizados pelo Gabinete da Ação Social da JFRT ou por qualquer um dos parceiros da Comissão Social de Freguesia de Rio Tinto. Ao apoiar esta iniciativa está a ajudar a que esses bens cheguem a todos que neste momento mais precisam do nosso apoio”. ▪


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Sociedade Neste período em que domina a distância imposta por um terrível vírus, os grandes desafios do Agrupamento de Escolas nº 1 de Gondomar têm sido inúmeros: conseguir lidar com a perda de uma querida colega e encontrar estratégias (a todos os níveis) para “encurtar” as distâncias que foram impostas! Tantas mudanças e tantas adaptações em tantos contextos: na vida das escolas, dos professores, dos alunos, dos pais; a necessidade de acessibilidade aos meios tecnológicos; a capacidade de acesso a esses mesmos meios (que, por variadíssimas razões, não é igual). Nestes tempos difíceis, é certo que devemos evitar situações de contágio, mas também temos que manter as rotinas, as atividades, as aprendizagens! O processo de aprendizagem online tem as suas vantagens e desvantagens. O que mais valorizo é podermos manter o contacto com os nossos professores e com os nossos amigos/colegas de turma; é termos uma ocupação (com os trabalhos escolares, pois devemos manter as rotinas e fazer algo de produtivo, atividade física, ler, cozinhar, etc.); no caso dos trabalhos escolares, a vantagem é dupla: estamos ocupados e adquirimos conhecimentos. Mas é claro que também tem desvantagens; por um lado, requer recursos (telemóvel, computador, internet) e nem todos os alunos têm possibilidades económicas para os adquirir; por outro lado, alguns alunos não lidam bem com o stress ligado à organização, ao cumprimento de prazos dos trabalhos e às aulas síncronas. Carolina 8º ano

Testemunhos de quem tem procurado acompanhar as exigências deste período cheio de desafios As aulas à distância estão a correr muito bem, porque, mesmo estando de quarentena, continuamos a aprender. As aulas por videochamada são muito benéficas; permitem continuar com o ano escolar e desde que os alunos tenham um dispositivo com internet em casa, não há desculpas para faltarem às aulas; no entanto, alguns não conseguem acompanhar a matéria, porque não têm internet ou um dispositivo adequado; também temos que estar atentos a quem está a assistir à aula, pois podem entrar desconhecidos na videochamada. Para concluir, só tenho a dizer que é um bom meio de comunicação: podemos ter aulas com os nossos professores e podemos estar com os nossos amigos durante este período de isolamento. Rita Santos, 7º ano

Estamos Todos ON - AppsForGood A nossa equipa, 5 alunos do 10º12 e 11º13 do Curso Profissional Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos, tem estado sempre ON; neste momento, prepara a sua candidatura ao Encontro Regional Norte do AppsForGood – programa internacional educativo tecnológico, que visa o desenvolvimento de aplicações para smartphones ou tablets, mostrando o potencial da tecnologia na transformação do mundo e das comunidades. Mesmo à distância, estamos a colaborar no desenvolvimento do protótipo, do cartaz e do vídeo promocional da aplicação, que será presente ao júri do Encontro. Também participamos na “Visita do AppsForGood à ESG”, seguindo um modelo virtual. Tem sido um trabalho muito exigente, mas muito gratificante! Rúben Martins e Rafael Sousa, 10º ano Ana Luíza, Miguel Cardoso e Tiago Barros, 11º ano

Apesar da situação atual, nem tudo é mau. Com o ensino à distância, conseguimos criar novas plataformas e descobrir novos meios de comunicação. As aulas online/síncronas exigem alguma adaptação, mas são muito interessantes! Ana Giesta, 11º ano

Embora tenhamos sido forçados a mudar o método de aprender e de ensinar, as adaptações competentes feitas pelos professores da Escola Secundária de Gondomar tornaram possível a continuidade do ano letivo e o progresso das aprendizagens dos alunos. Uma das áreas imprescindíveis na manutenção de um mundo civilizado é a educação. Manter as atividades letivas tem sido um grande desafio dirigido a toda a comunidade escolar. Na ESG, foi necessário organizar, numa corrida contra o tempo, estratégias exequíveis e práticas eficazes. Para tal, o esforço dos professores foi tão célere quanto profissional. Reuniram materiais, improvisaram estratégias, adaptaram-se ao ensino digital e começaram a fazer aquilo que sempre fizeram, mas em moldes novos. Provaram ser o setor que move o país, embora nem sempre valorizado. Foi possível dar continuidade às aprendizagens dos alunos sem que estes corressem riscos de contágio. Destaco as aulas síncronas, a partilha de materiais e exercícios, o esclarecimento de dúvidas em tempo real, o reforço/a recuperação de conteúdos através de materiais audiovisuais explicativos - uma excelente alternativa ao ensino presencial (quando este se torna incomportável). Misael Martins, 11º ano

ShapiNG I – Shaping the Next Generation of manufacturing professionals I Proposta de atividades no Agrupamento de Escolas nº1 de Gondomar em parceria com a FEUP para 2020/2021 Este projeto faz parte da iniciativa EIT Manufacturing da Comissão Europeia e integra parceiros de 4 países: Portugal, Espanha, Grécia e Eslováquia. Tem como objetivo captar a atenção de jovens, sobretudo do ensino secundário para atividades na área das manufatura. A ideia principal é apresentar as áreas tecnológicas relacionadas com a indústria de uma forma diferente e apelativa com o objetivo final de captar mais alunos para estas áreas. Ao longo das atividades, irão aprender um pouco sobre as áreas tecnológicas mais avançadas relacionadas com a indústria, como sejam os sistemas ciber-físicos, a impressão 3D, a inteligência artificial e a robótica, entre outras.


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Novas regras para época balnear em tempo de pandemia

No que diz respeito à utilização do areal, é obrigatório um distanciamento de 1.5 metros entre os banhistas (que não façam parte do mesmo grupo) e um afastamento de 3 metros entre os chapéus de sol. São interditas qualquer atividade desportiva com 2 ou mais pessoas, com exceção de atividades náuticas, aulas de surf ou desportos similares. Quanto ao aluguer de toldos, colmos e barracas, cada pessoa só pode alugar de manhã até às 13h 30 ou a partir das 14h. Os colmos e os toldos devem estar com um afastamento de 3 metros e

as barracas têm um limite de 1.5 metros. O máximo de pessoas que podem utilizar estes equipamentos são cinco e é possível um alargamento excecional da área concessionada. O estado de ocupação irá ser sinalizado. Ocupação baixa será representado pela cor verde, ocupação elevada será representada pela cor amarela e ocupação plena será sinalizada com a cor vermelha. É interdito o estacionamento fora dos parques e zonas de estacionamento ordenado.

As normas de circulação especificam que haverá um sentido único de circulação com um distanciamento físico de 1.5 metros e podem ser definidos corredores de circulação, paralelos e perpendiculares à linha da costa. A área da restauração terá que cumprir novas regras que passam pela higienização regular dos espaços (4 limpezas diárias). Quanto às restrições do número de clientes nos estabelecimentos estas têm que obedecer às normas aplicadas à área da restauração e as Foto: DR

Com o surto do COVID-19 e com a chegada do Verão, o governo da República implementou um conjunto de regras para salvaguardar a vida de todos os banhistas que irão aproveitar a época balnear que inicia dia 6 de junho.

esplanadas terão que estar organizadas de forma a assegurar a distância de segurança entre os utentes. Os vendedores ambulantes são obrigados a utilizar as máscaras ou viseiras de proteção no contacto com os seus clientes e a sua circulação deve ser realizada com distanciamento físico e, de preferência, nos corredores de circulação. Os equipamentos disponíveis nas praias (gaivotas, escorregas ou chuveiros interiores) estão interditos, quanto aos chuveiros exteriores, às espreguiçadeiras, colchões ou cinzeiros de praia devem ser higienizados diariamente ou sempre na mudança de utilizador. É solicitado a todos os utentes que evitem o acesso a zonas com ocupação elevada ou plena, é obrigatório desinfetar as mãos na chegada à praia e aconselhasse a desinfeção regular. É necessário cumprir o distanciamento físico na utilização da praia e no banho para evitar possíveis contágios. Estas regras são aplicadas “apenas a praias de banho” e, em caso de incumprimento grave de alguma regra, a permanência na praia é interdita. ▪ PUB


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Destaque

Regresso às aulas em Gond No dia 18 de maio, os alunos dos 11ºs e 12ºs anos voltaram às aulas em todo o país. Numa altura em que Portugal e o mundo enfrentam a pandemia do século, o regresso às aulas é marcado pelas medidas de proteção elevadas adotadas pelas escolas para a proteção de todos. O VivaCidade esteve acompanhar os preparativos para o retorno dos alunos da escola Secundária de Gondomar e da escola Secundária de Rio Tinto. Texto e Fotos: Gabriela Monroy > Escola Secundária de Gondomar Escola Secundária de Gondomar Os preparativos para a volta às aulas de Gondomar demandaram mais do que uma semana de trabalho, já “a meados de abril, quando saiu o decreto lei começamos a preparar a escola” refere Lília Silva, diretora da Escola Secundária de Gondomar. Tudo foi planeado até ao mínimo detalhe. Os funcionários tiveram a semana anterior ao início das aulas em treinamento intensivo para interiorizar as novas medidas que a escola tinha adotado para a proteção de todos. Para a diretora de Gondomar todo o cuidado era pouco para a dimensão deste vírus, “foi essencial envolver todos os assistentes operacionais que estão no agrupamento e não só os que estão na escola secundária, com exceção dos jardins de infância” referiu a diretora da escola em entrevista ao VivaCidade. Na mesma linha, Lília Silva constatou que o trabalho desenvolvido com os assistentes operacionais e com os professores “foi determinante” para receber os alunos. O plano adotado pela direção determinou a abertura de três portões. “Preparamos três entradas distintas para que as turmas pudessem já estar separadas antes do acesso ao edifício da escola”, assim o portão da Avenida 25 de Abril, o portão principal e o portão do parque de estacionamento passaram a estar abertos. Atempadamente, foi transmitido um comunicado para os encarregados sobre qual o portão e a cor do percurso que a turma do seu educando iria seguir depois da entrada no recinto escolar. Além destas medidas, Lília Silva referiu que a escola teve a colaboração da Escola Segura “para sensibilizar os alunos” no exterior da escola, “é sempre necessário relembrar os alunos que devem aguardar no portão corres-

pondente, mantendo a distância de segurança entre os colegas”. À entrada, cada aluno recebeu uma máscara fornecida pela escola. “Nós tivemos o cuidado de organizá-las por dias, porque temos uma lista dos meninos que vão estar cada dia e os números são sempre diferentes” conforme o dia da semana. A diretora referiu que, à entrada no estabelecimento de ensino estão assistentes operacionais preparados para distribuir estes equipamentos de proteção e, simultaneamente, desinfetar as mãos dos estudantes. Lília constatou que a instituição também comprou uma “pistola” (termómetro) caso seja necessário medir a temperatura. Relativamente à limpeza do estabelecimento, cada turma vai ter a sua sala, “nunca teremos um espaço que pertence a mais do que a uma turma”. Após a troca de turmas todas as salas são colocadas a “arejar”, são limpas e desinfetadas. As casas de banho estão distribuídas por grupos de turmas, “claro que não temos casas de banho para cada turma, mas temos as casas de banho sempre para as mesmas turmas”. Lília garante que o seu estabelecimento seguiu “rigorosamente” as indicações da Direção-Geral da Saúde “fomos até aos mínimos detalhes até mandamos vedar o acesso aos urinóis na casa de banho dos rapazes, retiramos os secadores de mãos e colocamos dispensadores de papel, visto que foi o recomendado pela DGS”. A cada três salas, a escola secundária de Gondomar colocou um funcionário para acompanhar cada aluno que queira se dirigir à casa de banho. Os estudantes dentro das salas estão separados dois metros uns dos outros. “Houve casos em que uma turma teve que ocupar duas aulas

> Escola Secundária de Rio Tinto para conseguirmos manter a distância de segurança entre os meninos”, nestes casos, Lília explica que numa sala os estudantes terão o professor a dar a aula num lado presencial e na outra os alunos acompanham a aula em streaming (transmissão online via computador), “depois o professor pode continuar na sala ao lado a verificar o que uns e outros estão a fazer. Nessa circunstância e sempre que necessário, e quando indicado pelos professores, iremos colocar mais um docente a fazer coadjuvação na sala ao lado”. Por uma questão de organização, a escola decidiu colocar na parte da manhã os alunos dos 11º anos e da parte da tarde os alunos do 12º ano, dado que os alunos dos 11º anos tem uma carga letiva mais pesada, composta por quatro disciplinas no total. Em relação à alimentação, Lília constatou que antes do início das aulas, fez um levantamento junto a todos os encarregados de educação que pretendiam que os filhos usufruíssem dos serviços do refeitório, “vamos tentar que essas refeições sejam em serviço take away”. Para os alunos da parte da manhã que saem às 13h 20m e que queiram almoçar, “o que nós pedimos é que eles trouxessem as suas caixinhas de casa e o refeitório disponibiliza a refeição para eles almoçarem em casa”, no caso dos alunos da parte da tarde, que vêm ter aulas às 13h 30 (10 minutos de diferença dos da manhã) “os meninos terão que vir mais cedo, vamos ter de marcar o horário da refeição e os alunos irão para o refetório com a hora marcada”, o tabuleiro já estará previamente preparado pelo funcionário. A cantina terá ainda mesas individuais, com cadeira individuais que serão regularmente desinfetadas.

“Entre a saída da escola dos alunos da parte da manhã e os da parte da tarde a diferença é de 10 minutos, mas entram por sítios diferentes. Os que saem e os que entram, nunca se encontram” Para Lília, a volta às aulas é uma decisão política, “não sou politica, por isso essas decisões não me competem a mim, mas enquanto cidadã já é mais que tempo de regressar ao trabalho e às aulas sempre com os devidos cuidados”, a diretora da escola constatou que uma das suas maiores preocupações é que muitos alunos ficarão longe das escolas mais de meio ano. Na sua opinião, o ensino à distância “permitiu a democratização do acesso à informação, sem isto teria sido um caos, mas não é a mesma coisa, principalmente para os mais novos”, a mesma acrescenta que os professores tiveram uma “capacidade de adaptação que foi algo fabuloso” e fundamental. Para a diretora, uma aprendizagem mais eficaz é aquela que é realizada presencialmente, porque os professores conseguem ver se os alunos estão a compreender ou não. Quanto à comunicação entre o Ministério da Educação e as Escolas, Lília afirma que “a região do Norte teve muita sorte, porque temos um Delegado Regional excecional”, segundo a própria a comunicação foi sempre constante, “nem que fosse só para referir que ainda não havia novidades sobre determinado assunto”, houve sempre o cuidado de estabelecer uma ponte com os diretores, o que “foi muito importante”. “Genericamente acho que o Ministério da Edu-


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Reportagem

domar planeado ao detalhe para perceber qual a opinião dos mesmos quanto à volta às aulas na secundária. Na sua perspetiva esta abertura, é o plano certo? Já devia ter sido? Devia-se suportar mais um bocadinho? Qual é a sua perspetiva enquanto pai? Eu continuo um bocadinho na dúvida, se de facto é altura certa para se fazer a abertura da escola. Da minha perspetiva acho que já todos fomos jovens e o contacto que existe entre os jovens é difícil de pôr uma barreira. E inicialmente vai haver essa separação, mas a gente, ao andar na rua, já vê grupos de jovens juntos sem distanciamento social. Os professores garantem que vai haver essa segurança, o problema será nas saídas e nas entradas e os contactos que irá haver nessa altura. Isso preocupa-me um bocadinho, mas acho que também temos que arriscar porque a vida não pode parar.

cação conseguiu apoiar muito bem as escolas e os professores”. Lília aponta ainda que houve uma informação incorreta conectada ao regresso às aulas, “a ideia de que vai haver aulas porque vai haver exames não deveria ter acontecido. Os exames decorrem do processo normal de avaliação”, a diretora explicou ao VivaCidade que “esta conexão não foi boa e dificultou muito até a nossa comunicação com os pais, porque insistentemente pais e até professores, questionavam se os filhos não vão fazer determinado exame porque é que têm que ir para a escola?”. A responsável acredita que este foi o principal erro de comunicação, “que não foi do Ministério, penso que foi do próprio Primeiro Ministro quando falou na primeira conferência de imprensa. E é um erro de comunicação de quem não é especialista em comunicação”. Falamos com Carlos Ferreira pai de Maria João, aluna do 11º ano da Secundária de Gondomar

Se tivesse na sua mão a capacidade de decidir, abria ou não abria? Sim, neste momento, abria a escola. Com todas as precauções que a DGS impôs, com as garantias que são possíveis dar. Espero é que depois haja bastante fiscalização interna para que, de facto, se evite a contaminação e que haja os procedimentos, de higienização. Acha que a escola, em concreto, a Secundária de Gondomar, está a adotar todas as medidas necessárias e suficientes para a abertura da escola? Penso que sim. Claro que isto é novo para todos. Pelo aquilo que a diretora da escola diz, que irão separar as turmas, a sala será sempre a mesma, será tudo limpo após utilização. Os alunos têm que voltar a alguma normalidade. E penso que este misto, que ele propõe, de algumas aulas em casa e outras aulas na escola, dentro dos parâmetros que se esperam, acho que está bem feito. Os pais receberam algum tipo de aviso prévio, via e-mail por exemplo, sobre as medidas que iriam ser implementadas de segurança e sobre as quais os alunos deveriam proceder?

> Diretora da Escola Secundária de Gondomar- Lília Silva

> Carlos Ferreira e Maria João Ora bem, as pessoas ficaram um bocado sem saber o que fazer. A saída das escolas acho que foi na hora certa, a partir daí, fomos nos informando com a comunicação social. Da escola, a própria diretora tem mandado boletins informativos sobre como se deve proceder e como se vai proceder. Mal saiu a notícia da DGS que as escolas iriam reabrir a professora passou logo a informação para os pais. Portanto sim, temos recebido essa informação e até é por esse motivo que estou mais confiante porque tudo tem sido comunicado atempadamente. Na perspetiva de Maria João (16 anos), aluna de Ciências e Tecnologias do 11º ano da Secundária de Gondomar: Consideras que é altura ideal para regressar à escola? Acredito que sim porque já estamos há muito tempo em casa, já estamos meio a dar em doidos, a enlouquecer aos poucos. E este nosso contacto, apesar de ser à distância, vai fazer com que nos sintamos mais descontraídos em relação a esta pressão toda de cumprir 2 metros distância, usar a máscara, etc. O estar em contacto com o professor, por estar à nossa frente, vai trazer uma proximidade que nos irá beneficiar. Consideras que uma aprendizagem em casa é diferente de uma aprendizagem presencial, sentes que ganhaste ou perdeste com estes dois meses a trabalhar em casa? Isto depende de aluno para aluno porque tem de haver responsabilidade da parte da pessoa que está a trabalhar. Da minha parte, tenho cumprido com tudo o que as professoras me têm pedido para fazer, no entanto sei que certamente há aqueles alunos que não vão cumprir ou que vão deixar acumular. Os professores estão a ter um grande papel e um grande empenho neste momento, a tentar acompanhar e aprender como as plataformas digitais funcionam e também a ensinar-nos como fazer as coisas. A ajuda deles é muito útil. Tu e os teus colegas sentem-se preparados

para os exames que se avizinham ou acreditam que os exames é algo muito precoce? Sentem que esta situação vai acabar por prejudicar o acesso ao ensino superior? Disseram-nos que fazer o exame ou não fazer o exame, não ia aumentar ou descer a nota. Ou seja, não ia prejudicar, mas também não melhorava a nota. E havia, por exemplo, muitas pessoas que iam na ideia de terem um 14 na nota final e acharem que se tivessem 16 no exame, a nota iria subir. Mas sem essa possibilidade ficamos um bocado desiludidos. Acho que estamos preparados, mas lá está depende do professor e de como a matéria é lecionada. Por exemplo, se todos fossem como a minha professora de físico-química, estávamos bem preparados para realizar o exame, mas tenho a certeza de que há outros professores que têm outros métodos, que estão mais atrás. Portanto há sempre duas vertentes. Escola Secundária de Rio Tinto Em Rio Tinto, de acordo com Luísa Pereira diretora da Escola Secundária de Rio Tinto, a volta às foi bem preparada e segundo a responsável estão reunidas todas as condições para o regresso às aulas, apesar do condicionamento do espaço e do tempo. “Cada turma vem apenas num período do dia à escola para evitar que andem mais de transporte públicos”. Segundo a diretora os alunos do 12º ano vêm apenas três vezes à escola, “pode ser de manhã, pode ser de tarde” os alunos deste nível tem apenas as disciplinas às quais vão realizar exame. Luísa Pereira explica que este “ano não há exames nacionais, há provas de acesso, eles apenas terão disciplinas nas quais terão exames de acesso à faculdade” as restantes disciplinas irão ser avaliadas com a nota interna. Quanto aos alunos que decidiram terminar o 12º ano, ficarão apenas com as notas das frequências. No que diz respeito ao 11º ano, a carga letiva é “mais pesada, porque têm entre 17 a 20 horas de currículo”, logo serão mais vezes à escola, em princípio terão que se deslocar quatro vezes. “Por uma questão de espaço e


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Destaque

> Diretora da Escola Secundária de Rio Tinto- Luísa Pereira

> Aurora Vieira, Vereadora da Educação do Município de Gondomar

número simultâneo de alunos que temos na escola, há disciplinas que se vão desdobrar em espelho. Ou seja, a turma desdobra-se e temos dois professores em simultâneo”. Na entrada do recinto os alunos são obrigados a desinfetar as mãos e a colocar as máscaras de proteção que são fornecidas pelo estabelecimento de ensino. Luísa explica que a entrada encontra-se dividida em dois, pelo lado direito entra os alunos do 12º ano e pelo lado esquerdo os alunos do 11º ano. A saída é efetuada da mesma forma, sendo que as mãos são novamente desinfetadas. Quanto às salas de aula, Luísa Pereira refere que as salas mais pequenas vão levar menos aluno, os ginásios serão transformados em salas e os alunos terão que estar sentados a metro e meio de segurança e posicionados na mesma direção. A responsável referiu que todos os funcionários “tiveram formação sobre a metodologia de limpeza e desinfeção de salas”, o “tempo de descontração entre aulas” é passado dentro da sala de aula. Quanto aos serviços da biblioteca e bar não irão funcionar, “na sequência das orientações transmitidas pela DGS". Os alunos têm que trazer o seu próprio lanche. Em relação ao almoço, os estudantes que conseguirem deverão ir comer a casa, os que não conseguirem poderão comer na cantina”. A Diretora da Escola Secundária de Rio Tinto refere que a comunicação com o Ministério de Educação foi positiva, “recebemos imensas orientações, tivemos até uma reunião pelo zoom com o senhor Secretário de Estado que demorou três horas”. Luísa Pereira refere

E quanto às medidas implementadas é completamente a favor? Também não estou de acordo com as medidas que foram implementadas quanto às aulas presenciais já que este ano, por toda a situação, foi dada a possibilidade aos alunos de escolherem os exames a realizar e mesmo que não escolham realizar todos os exames, têm de comparecer à escola a todas as disciplinas exigidas pelo Ministério da Educação.

que “como nos disse o Secretário de Estado” a volta às aulas tem a ver com o conceito dos alunos voltarem às aulas para aprender e não por causa dos exames. Para a diretora da Secundária, esta situação trará um novo conceito. “Aqui existe, pela primeira vez, um procedimento que separa, nitidamente, a conclusão do secundário com o acesso ao ensino superior. Porque até agora, os exames nacionais faziam parte integrante da nota da disciplina”. A responsável continua constatando que até hoje, a disciplina só era concluída com o exame nacional, sendo que este “possuía um peso muito grande na nota final” do aluno, agora devido a esta situação, “o aluno que pretende ficar apenas com o 12º ano tem a nota da frequência, tornando o acesso ao ensino superior autónomo”. Para Luísa Pereira, é mais justo para os estudantes dar a oportunidade de completar a sua escolaridade obrigatória, sem os obrigar a ter exame nacional. O VivaCidade esteve à conversa com Paula Alves mãe de Daniela Sousa da Escola Secundária de Rio Tinto.

Foto: DR

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Qual é a sua opinião sobre a volta às aulas, sente-se segura com esta medida? Não, porque acho que apesar das medidas que foram implementadas na escola como o uso de máscara e desinfeção das mãos com álcool, os alunos não foram testados e há sempre possibilidade de algum dos alunos estar infetado e nem ter conhecimento disso, transmitindo o vírus para outros.

> Daniela Sousa

> Paula Alves

Na perspetiva de Daniela Sousa, aluna do 11ºJ: Como é que vês esta situação? Acreditas que esta medida irá beneficiar o teu futuro? Acho que estamos a lidar com uma situação completamente diferente de tudo o que já passamos e temos de nos adaptar a esta nova realidade. Com tudo isto acho que nos vamos tornar pessoas mais preparadas para o futuro, mais fortes cognitivamente. Como é que tu e os teus colegas se sentem perante os exames que se avizinham? Os exames sempre foram e vão ser motivo para os alunos stressarem e ainda para mais com aulas on-line e aulas presenciais lecionadas de maneira totalmente diferente acho que os torna ainda mais importantes e provoca tensão entre os alunos. Com tudo acho que cada um tem de fazer a sua parte e dar o seu melhor! O VivaCidade esteve à conversa com a Vereadora Aurora Vieira, responsável pelo pelouro da Educação no Município de Gondomar que comentou o regresso às aulas dos alunos em tempos de pandemia. A responsável começa por afirmar em entrevista que todas as escolas do Município de Gondomar têm plenas condições para o regresso às aulas em segurança e que todos os procedimentos foram adotados. Na opinião da autarca, as medidas implementadas pelo Governo foram positivas. “Não faz sentido termos estado isolados e depois proceder como se nada tivesse acontecido”, a abertura foi gradual, os passos foram dados de quinzena a quinzena. Primeiro abriu-se o comércio local, para que os primeiros movimentos fossem dados pelas famílias, “agora é a vez do regresso às aulas, que originará

um crescimento dos transportes disponibilizados” devido à afluência dos alunos que regressaram às aulas. No que diz respeito à higienização dos espaços escolares, Aurora Vieira garante que a Câmara Municipal de Gondomar realizou um plano com uma empresa que já presta serviços ao Município (certificada a nível industrial) e efetuou a desinfeção dos recintos. Tudo executado com o máximo cuidado e levado até ao detalhe. Na sua perspetiva os diretores das escolas de Gondomar estavam devidamente organizados o que facilitou todo o processo. “Tenho uma tese, não como responsável ou como vereadora, mas como professora que sou, que é sobre como se faz as aprendizagens nas escolas. Eu não sou completamente adepta”, Aurora acredita que há várias formas de ensinar e aprender, posto isto, esta crise “foi um ponto de partida” para um novo olhar, visto que as escolas foram as instituições que se adaptaram melhor e de forma mais organizada à situação, “os professores foram os profissionais que mais depressa deram resposta e se organizaram. Foram os que tiveram que fazer uma mudança radical num curto espaço de tempo”. A responsável explica que “antes a tecnologia era para o menino brincar e a escola colocava fora da porta da sala de aula”, mas isso mudou a partir do dia 13 de março, data em que as escolas do país encerraram devido ao COVID-19. Agora, as tecnologias são vistas com outros olhos, o telemóvel que antes era proibido, pode ser visto como um “instrumento de trabalho”. “Andávamos há muito tempo a dizer que estávamos a formar jovens para um futuro que não sabíamos qual era. O futuro é o tecnológico é a era das clouds (nuvens), até então não sabíamos qual seria”. Com esta pandemia a tecnologia entrou na casa das pessoas, entrou no sistema de trabalho das escolas. Para a Vereadora é essencial inovar e acompanhar o evoluir dos tempos e das gerações. Aurora Vieira espera que esta pandemia sirva para que o método de ensino seja reformulado, porque há formas mais eficazes de ensinar do que seguir apenas o livro que é apresentado nas salas de aula, visto que há formas mais eficientes para captar a atenção dos alunos. ▪


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MAIO 2020

Hospital Escola Luis Martins MD PhD - Diretor Clínico do HE – Fernando Pessoa Tratar a Hipertensão Arterial após 2020: A evidência científica no presente e perspetiva de futuro. Em Portugal, tal como nos outros países desenvolvidos, a hipertensão arterial (HTA) é uma condição muito prevalente e o grau de controlo dos doentes hipertensos continua insuficiente. São vários os motivos que contribuem para o controlo deficiente da pressão arterial (PA) mas a baixa adesão dos doentes ao tratamento é, sem margem para dúvida, o motivo principal e presentemente só será possível modificar o panorama atual da terapêutica da HTA e da falta de seu controlo adequado se encararmos decisivamente a questão da adesão à terapêutica. Nesse contexto as combinações de fármacos anti-hipertensores em comprimido único são a resposta primordial. Ao reforçaram a eficácia e reduzirem os eventos adversos, aumentam significativamente o grau de adesão à terapêutica pelo que contribuem para uma melhoria do grau de controlo da HTA e, consequentemente, para a diminuição da morbi-mortalidade cardiovascular. Resumidamente, as evidências cientificas acumuladas demonstram inequivocamente que: a) o objetivo do tratamento da HTA é reduzir a PA, mas também o risco CV, b) na maioria dos casos de HTA, para aumentar o grau de controlo e diminuir a taxa de eventos adversos, devemos preferir a utilização combinações de fármacos em detrimento das monoterapias, c) apesar do controlo da HTA ter melhorado muito nos últimos anos, a adesão ao tratamento continua a ser baixa, sobretudo quando os esquemas terapêuticos são complexos, d) há um amplo consenso internacional em relação a que as associações, ao serem mais eficazes, possibilitarem a diminuição das doses e dos efeitos adversos, são muito úteis sob o ponto de vista clínico, e) na esmagadora maioria das situações de HTA, as associações devem ser iniciadas o mais cedo possível, sendo que a associação modulação do SRAA/ACC, é aquela que apresenta a evidência mais robusta de eficácia anti-hipertensiva e de redução do risco relativo de mortalidade CV e total, f) em Portugal cerca de 75%-85% dos indivíduos hipertensos devem ser tratados com associações de fármacos anti-hipertensores (de dois fármacos em 45%-50% e de três fármacos em 30%-35%, dos casos), g) a associação de duas ou três moléculas anti-hipertensoras no mesmo comprimido - as associações “fixas” - são clinicamente mais úteis do que as associações livres, nomeadamente em termos de aumentos significativos na adesão, no grau de controlo e no custo-benefício (permitem, no médio prazo, poupar dinheiro ao erário público), h) quando é necessário associar três anti-hipertensores num só comprimido, a indapamida é provavelmente o melhor diurético para a hipertensão, mesmo quando comparada com a clorotalidona, essencialmente pela facilidade de uso na clínica diária devido ao seu perfil metabólico e menor custo, i) as associações triplas devem ser prescritas sempre que necessário e nesses casos a associação “fixa” tripla permite aumentar o grau de controlo dos doentes hipertensos e é eficaz em todos os estádios da HTA, sobretudo nos mais avançados, j) frequentemente a HTA acompanha-se de outras co-morbilidades e em Portugal em cerca de 70% das situações de PA elevada coexiste a dislipidemia, k) devido aos problemas de adesão, a abordagem desta combinação de factores de risco também está a modificar-se e o conceito de “polypill” pode ser um avanço muito importante na abordagem futura do risco CV global e l) a associação fixa de dois antihipertensores e uma estatina, ao juntar à redução da PA o tratamento da dislipidemia, também já demostrou conferir uma proteção CV adicional.

Sociedade

Candidaturas abertas para Programa Social+ /Eixo + Habitação As candidaturas ao Eixo + Habitação do Programa Social + encontram-se abertas e terminam dia 31 de maio. Este programa visa apoiar o pagamento das rendas ou dos créditos de habitação cujo valor seja igual ou superior a 150 euros mensais. Os candidatos têm que ser residentes no concelho pelo menos há seis meses. O restante regulamento e documentação para à candidatura pode ser consultada no site da Câmara Municipal de Gondomar. As inscrições podem ser efetuadas diretamente através do site www.cm-gondomar. pt, em Balcão Virtual/Serviços On-line/ Apoio Social /Candidatura ao Eixo + Habitação, ou, através do envio do formulário de candidatura via CTT (Correios de Portugal). No entanto, é possível através de marcação prévia formalizar a inscrição no Balcão Único, respei-

tando todas as recomendações da DGS. Em caso de dúvida, o interessado pode enviar email para desenvolvimento.social@cm-gondomar.pt. Para a Vereadora Cláudia Vieira responsável do pelouro de Coesão Social esta “é uma medida de extrema relevância, que se consubstancia num apoio direto às pessoas” numa das áreas de maior impacto no orçamento das famílias “e, por

isso mesmo nesta fase de contingência, tivemos como prioridade criar todas as condições para manter a regularidade do período de candidatura, pois estamos conscientes da importância que a atribuição deste apoio assume na vida e organização financeira das famílias”. Esta medida apoia anualmente uma média de 650 famílias em Gondomar. ▪ Foto: DR

VIVACIDADE

Cemitérios de Gondomar reabrem com restrições Devido à pandemia do COVID-19, os cemitérios de Gondomar estiveram encerrados com o intuito de conter a propagação do vírus e salvaguardar a vida dos cidadãos. Neste mês de maio, e após o levantamento das restrições do estado de emergência, as Juntas de Freguesias do concelho estão a voltar a abrir os espaços. A União de Freguesias de S. Cosme (Gondomar), Valbom e Jovim voltou a reabrir os cemitérios no passado dia 4 de maio, com o horário de funcionamento normal. No entanto, de forma a reduzir o risco de contágio, foram implementadas algumas regras: “apenas estarão abertos 2 portões em cada cemitério (um de entrada e outro de saída), não devem permanecer na mesma secção mais de 5 pessoas; cada visitante tem 15 minutos de permanência, não deve lavar ou fazer arranjos florais no seu interior para evitar aglomeração de pessoas”, as restantes medidas estão anexadas no edital e podem ser consultadas no site da União de Freguesias. O executivo da União de Freguesias apela a compreensão e o bom senso de todos os visitantes. A Junta de Freguesia de Rio Tinto também reabriu no dia 4 de maio, com um horário normal de funcionamento. Em comunicado, foram expostas algumas regras que podem ser consultadas no site da Junta. Podemos ler que a “permanência nos cemitérios não deverá ser superior a 20 minutos seguidos”; “Os visitantes deverão manter uma distância social num mínimo de dois metros entre os restantes visitantes” e devem ser acompanhados de equipamento de proteção individual (máscara ou viseira); Os visitantes estão impedidos de fazer arranjos florais no local, o intuito desta norma é reduzir o tempo de permanência dos mesmos. A Junta apela que para que tudo volte ao normal rapidamente, é necessário responsabilidade por par-

te de todos os utentes. A União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova anunciou no inicio do mês a reabertura destes espaços, no entanto, graças ao cumprimento das restrições impostas o executivo da União de Freguesias realizou um novo comunicado no dia 11 de maio a informar que “tendo em conta a normalidade das visitas aos cemitérios”, estes passaram a cumprir os seguintes horários: de Segunda Feira a Quinta Feira estarão abertos das 8h até às 18h; de Sexta Feira a Sábado estarão abertos desde as 7h até às 20h; e aos Domingos aplica-se o horário de funcionamento normal. Quando à União de Freguesias de Melres e Medas, com o fim do estado emergência também voltou a abrir as portas dos cemitérios. Embora que, os funerais continuem com acesso restrito aos familiares diretos, os horários dos cemitérios estão a funcionar normalmente. Assim, o executivo recomenda a utilização de máscaras ou viseiras e a utilização de luvas caso os visitantes tenham necessidade de utilizar as vassouras ou os baldes disponíveis no local. A União de Freguesias relembra que “porque o vírus não desapareceu, apelamos à compreensão e ao bom senso de cada um, para benefício de todos”. No que diz respeito à Junta de Freguesia de Baguim do Monte, os cemitérios abriram

simultaneamente no início deste mês, no entanto, com algumas restrições. A permanência é limitada a cinco pessoas por secção, as casas de banho públicas presentes no recinto encontram-se encerradas e não serão disponibilizados nem vassouras, nem baldes aos utentes. A abertura do portão superior foi realizada no dia 18 de maio e, agora, aos Domingos de manhã este estará aberto das 8h até às 12h. A Junta de Freguesia da Lomba também reabriu os seus cemitérios com os horários normais. É simultaneamente obrigatório a utilização de equipamento de proteção e cada pessoa pode permanecer dentro do cemitério por apenas 30 minutos. Dentro das instalações não podem estar mais de 10 pessoas e o distanciamento social tem que ser respeitado. Quando à União de Freguesias de Foz de Sousa e Covelo, as normas são semelhantes às restantes, apenas é permitido uma pessoa por campa e tem que permanecer o mínimo tempo possível. O horário de funcionamento é o habitual já conhecido pelos cidadãos da União de Freguesias. Respeitando as novas medidas implementadas, é obrigatório o uso de máscara ou viseira e luvas dentro dos espaços, principalmente se pretender realizar a manutenção das campas. ▪ Foto: DR

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Sociedade

Gondomar em análise

Na área populacional do concelho, podemos constatar que a população residente em Gondomar no ano 2010 era de 168.278 e em 2018 houve um decréscimo para 165.629, sendo que houve um aumento de 1.533 no número de população estrangeira em Gondomar para 1.910. Com estes resultados, verificamos que o Município de Gondomar, ao longo dos anos, tornou-se mais apelativa mais a população residente fora do concelho. Presenciamos, simultaneamente, uma diminuição da população com idade ativa de 70.4 para 67.7, sendo que um houve um aumento significativo da população idosa (14.1%-19.20%) e uma diminuição da população jovem de 15.5% para 13.0 %. Visualizamos um aumento dos óbitos em comparação à taxa de natalidade. Em 2010, enquanto o número de nascimentos era superior (1.498) aos óbitos (1.250), em 2018, a realidade da taxa de natalidade (1.229), em 2018, era inferior à taxa de mortalidade (1.503). Segundo Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal de Gondomar constatou que quanto à população, os valores de hoje são sensivelmente iguais a 2010, visto Gondomar ter recuperado parte da sua população em Pedrouços e Águas Santas, resultando da retificação com o concelho da Maia.

Quando questionado sobre as medidas implementadas para melhorar estes números, anunciou que: “Gondomar tem boas condições em termos de qualidade de vida”, segundo o Presidente, o Município adotou medidas para atrair a população jovem e incentiva-las a ficar no concelho, sendo uma delas “a isenção de taxas de construção a quem vá ter habitação própria e permanente aos casais com uma média de idade abaixo dos 35 anos”, outra medida apontada pelo autarca corresponde à redução do IMI para as famílias numerosas. Quanto à Câmara Municipal de Gondomar e aos últimos números apresentados pela PORDATA, as despesas Municipais aumentaram relativamente a 2018, em cerca de 1 milhão de euros, assim como os investimentos realizados registaram um aumento. Em 2010, os números marcavam uma despesa efetiva na ordem dos 65.199,4 e, em 2018 os números apontavam para os 66.126,3. No entanto, podemos visualizar nas ta-

> Concelho de Gondomar

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Posto de Vigia Manuel Teixeira

belas disponibilizadas que a autarquia teve um investimento maior na área do Ambiente, do Desporto e da Cultura. A área do ambiente registou um aumento significativo de 11% para 15%. Enquanto na Cultura e no Desporto, visualizamos um aumento significativo de 8.9% para 11.6%. Em simultâneo, visualizamos que segundo os números da PORDATA, em 2010 Gondomar tinha 1.854 trabalhadores na administração pública local e que 2018 registou uma diminuição para 1.466 funcionários públicos. Podemos assim visualizar que o executivo investiu mais nas áreas da Cultura, do Desporto e do ambiente. E que a diferença da taxa de mortalidade com a taxa de natalidade é significativa. A nível populacional, verificamos que apesar foram aplicadas medidas para incentivar a permanência da população jovem em Gondomar, no entanto, visualizamos uma diminuição deste nicho populacional e um aumento da população estrangeira. ▪ Foto: DR

Através dos números facultados no site da PORDATA- base de estatísticas certificadas de Portugal- sobre Gondomar foi possível realizar uma análise comparativa entre o ano 2010 e o ano 2018, que correspondem aos números mais recentes disponibilizados.

VIVACIDADE

Professor Universitário e investigador do CEPESE (UP)

Dar de comer a quem tem fome 1 – A crise social que a pandemia está a impor entre nós constitui o mais urgente desafio ao Governo. É já público e notório o rol das calamidades sociais que se testemunham de norte a sul do país: fome e pobreza; desemprego e precariedade; velhos e crianças ao abandono. Basta ouvir os responsáveis do banco alimentar, as misericórdias, as instituições de solidariedade, as igrejas e as paróquias, e as centenas de voluntários de ajuda informal. O país caminha para um precipício social se não for posto em marcha imediata um grande plano de ajuda aos mais carenciados. O cenário é aterrador, e não admite compassos de espera. E o que se vê, por enquanto, são apenas as cristas do iceberg. Porque vem aí coisa bem pior. O recurso de milhares de empresas ao “lay off” simplificado está a encobrir uma tragédia de dimensões incalculáveis. 2 – A fome real bateu à porta de milhares de pessoas que nunca sonharam ter de estender a mão para pedir uma sopa ou um pão. E não são apenas as classes mais baixas. Há muita gente da classe média que está em pânico. A quebra abrupta de rendimentos atirou de repente centenas de famílias para o patamar de uma pobreza ainda envergonhada. O desemprego e a incerteza no trabalho impôs o terror a milhares de homens e mulheres. Mas são os idosos e as crianças, entre a solidão e a inocência, quem tem a mais pesada espada sobre as suas cabeças. A maioria porventura sem consciência da sua triste realidade, graças à contenção das ondas de choque que as IPSS e outras instituições ainda conseguem suster. Mas se também estas instituições não forem socorridas a tragédia será ainda maior. 3 – É hora de agir para uma mobilização nacional na defesa de um plano de emergência social para socorrer todas estas vítimas. Na linha de frente terá de estar a ação governativa, disponibilizando os recursos necessários para salvar os mais desfavorecidos. Em nome da dignidade humana e da honra de ser português. Ninguém perdoará que no Portugal de hoje haja fome e miséria escondidas. Mas sejamos claros: esta gigantesca tarefa não pode ficar apenas nas mãos do governo. É igualmente indispensável que os demais agentes políticos se incorporem nesta missão de salvamento, e não se convertam nos abutres das calamidades. Last not least, as instituições de apoio e solidariedade que estão no terreno são fundamentais neste combate. Porque conhecem e vivem todos os dias com a cruel realidade de quem sofre. Faça-se justiça a estes heróis silenciosos…

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MAIO 2020

Viva Prevenido Catarina Gonçalves Optometrista da Opticália

Não se adapta às lentes progressivas? Desmistificar a inadaptação às lentes progressivas. Tem mais de 40 anos e sente dificuldade em ver letras pequeninas ao perto? Tem necessidade de afastar a folha para ler melhor? Procurar locais com mais luz? Se a sua resposta a estas perguntas for sim, na verdade tem presbiopia. Este tipo de problema começa a manifestar-se a partir dos 40 anos de idade e é devido à pouca elasticidade dos músculos do cristalino responsável por a nossa boa visão e focagem. Hoje em dia são várias as soluções para este erro refrativo. Primeiramente, terá de recorrer a uma consulta para examinar, adequadamente, a sua visão. A consulta será constituída por várias fases: uma informação breve sobre antecedentes visuais e oculares, assim como da saúde em geral; descrição das suas tarefas diárias como o seu trabalho entre outras atividades. Seguido dessas informações passamos para a realização de testes preliminares, refrativos e à sua motilidade ocular. Será, também, avaliada a sua visão binocular e acomodação e, por fim, a sua saúde visual. Todos estes exames vão auxiliar-nos na escolha da melhor solução para si. A prescrição para a presbiopia pode ir desde o uso de óculos apenas para situações de visão ao perto ou para pessoas que já necessitavam de óculos para a visão de longe: as lentes bifocais, lentes progressivas e lentes de contacto multifocais. Existe um grande estigma em relação às lentes progressivas. Foram vários os casos de inadaptação a estas mesmas lentes e, na verdade, antigamente as mesmas padeciam de algumas aberrações óticas laterais o que limitava bastante a amplitude do campo visual dos usuários. Hoje em dia, as lentes estão cada vez mais otimizadas e o número de pessoas que não se adaptam é cada vez mais reduzido. Existem vários tipos de lentes progressivas e, com a devida informação, hoje em dia é possível escolher a ideal para si. No entanto para cada pessoa existe uma lente progressiva adequada e para que essa escolha seja a melhor temos de ter em atenção vários fatores: a sua profissão, as diversas distâncias de trabalho,conduzir à noite, hábitos de leitura (uso de aparelhos digitais como tablets, telemóveis, computador), o equilíbrio da sua visão binocular, o seu erro refrativo, entre outros. Todos esses parâmetros nos permitirão escolher a lente ideal para si, com um bom campo visual. Podemos dar um exemplo prático de uma escolha acertada de lentes progressivas num cliente que passa o dia ao computador e a escrever vai necessitar de uma lente com visão de perto e intermédia mais ampla do que propriamente a visão de longe. Neste caso escolheríamos uma lente que desse mais conforto visual no perto e intermédio. Se fosse um cliente que conduz bastante teriamos de aconselhar uma lente com um campo visual predominante no longe. Deste modo, conseguimos minimizar os sintomas de inadaptação tão frequentes e, simultaneamente, já tão ultrapassados neste tipo de lentes. Informe-se mais e melhor connosco. Tire todas as suas dúvidas na Opticalia Gondomar, a nossa equipa especializada estará ao seu dispor para fazer todos os exames e medidas necessárias para assim ajudar e aconselhar a lente mais adequada a si.

Sociedade

Instalação de esplanadas em Gondomar autorizada Até ao final de setembro, o Município de Gondomar “autoriza a título excecional” a instalação de esplanadas para os serviços de restauração nos espaços públicos, em passeios, “incluindo a ocupação de lugares de estacionamento”, com a isenção de taxas. Com esta norma temporária, o executivo Municipal pretende ajudar o comércio local que está a ser afetado pela pandemia. O intuito é minimizar as medidas implementadas pelo Governo “podendo ser prorrogada, a pedido do interessado, até ao final de outubro”. É autorizado “a instalação de esplanadas em espaço público não contíguo à fachada do estabelecimento” e o

aumento das já existentes (que estão licenciadas). No entanto, é necessário que os estabelecimentos aderentes cumpram o Guia de Boas Práticas da ARESHP (que pode ser consultado através do site do Município de Gondomar) que consiste nas recomendações da Direção-Geral da Saúde para a área da restauração e hotelaria. No caso das esplanadas já licenciadas e existentes, poderão ser ampliadas nas presentes condições. Os interessados deverão entrar em contacto com a Câmara Municipal de Gondomar através do email geral@cm-gondomar.pt. Para usufruir da medida imposta é necessário os seguintes documentos: “Identificação completa do estabelecimento e seu representante e respetivos contactos; Certidão do registo comercial ou código de acesso à certidão permanente, caso se trate de pessoa coletiva; Local, área de ocupação (m2) e períodos pretendidos; 2 fotos

do local de ângulos diferentes; Planta de localização (tipo Google Maps); Desenho simples do que se pretende implantar; Autorização dos vizinhos (quando se justificar)”. O objetivo do executivo Municipal é realizar o processo de licenciamento de forma rápida e simples, dando resposta no prazo de 48 horas. ▪ Foto: DR

VIVACIDADE

APPC “cantou” Abril Em “modo confinamento”, utentes e colaboradores da Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC) juntaram-se, virtualmente, na tarde do passado dia 25 de abril. Foram várias dezenas de elementos da APPC que, via internet, entoaram temas relacionados com a Revolução dos Cravos (e com o 25 de Abril de 1974). “Foi um grito de Liberdade que todos, mais ou menos confinados e ‘presos’ em casa ou nas instalações da APPC, decidimos fazer”, explicou Indalécio Paiva, responsável por agilizar este encontro musical – fazendo questão de destacar que o desafio foi lançado pelos moradores da “Villa Urbana” de Valbom que pretendiam comemorar a data. Esta foi também a forma de Indalécio Paiva (Indy), professor de música na APPC e dinamizador dos “appSound”, regressar ao convívio com muitas caras e vozes já de si conhecidas. O “concerto” teve direito a maestro e a grupo coral com elementos dispersos pelas duas unidades da APPC (Gondomar e Porto), bem como com inúmeros colaboradores, dirigentes e amigos da instituição que, um pouco por toda a Área Metropolitana do Porto, também emprestaram voz à iniciativa.

“Se desafinámos? Claro que desafinámos!”, recorda com alegria Indalécio Paiva. “Mas o objetivo, mais que a afinação, era juntar amigos que já há algum tempo não se viam. E era, também, recordar sons que fazem parte da nossa história e homenagear uma data que, este ano, teve que ser comemorada de forma diferente da

habitual”, acrescenta. “Vamos cantar Abril” foi a designação escolhida. E “Canta, amigo canta”, de António Macedo, “Venham mais cinco” (José Afonso), “Somos Livres” (Ermelinda Duarte) e, como a data o “impunha”, o emblemático “Grândola Vila Morena” (também de José Afonso) foram os temas escolhidos e interpretados.▪ Foto: DR

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Sociedade

Gondomar além-fronteiras com “O Colchete”

Como é que iniciou o percurso da empresa? A empresa nasceu em Lisboa, em 1990, sempre estivemos ligados à moda, principalmente à Alta Costura e, pouco a pouco, fomos conquistando tudo o que temos hoje, foi em 2000 que viemos para Gondomar. Quando nascemos, o nosso mercado era interno e vendíamos para as lojas, no entanto, quando viemos para o Porto, é que começamos a realizar exportações e a trabalhar com marcas de alto nível. Para mim, o empenho, o gosto e a nossa dedicação fazem com que tudo seja possível. Por volta dos anos 1999/2000, muitas fábricas têxteis fecharam e, precisamente, nessa altura nós estávamos a faturar mais, porque soubemos sempre dar a volta às situações difíceis com muito trabalho, nunca fomos pelo caminho mais fácil, pelo contrário, sempre gostamos das coisas difíceis, dos desafios, porque assim é que crescemos. Em 2005 começamos a ter muita procura, tanto fazíamos 10 como 20 mil peças. Atualmente, os nossos principais clientes estão situados em Londres, Paris, entre outros locais. O nosso trabalho é muito rigoroso, sendo que o processo para o Colchete realizar um vestido exige

Como é que surgiu a ideia de fazer máscaras e outros materiais de proteção? Perante a situação atual, a empresa enfrentou novamente um desafio, porque as encomendas já não estavam a sair como antes e como média empresa o prejuízo seria enorme. Assim, para não encerrarmos as portas optamos por realizar um estudo de mercado para produzir equipamentos de proteção contra o COVID-19. Não queríamos que a empresa entrasse num regime de Lay-off. Após muita pesquisa e estudo, começamos a produzir. Para a equipa de gestão duma empresa deve ser muito difícil lidar com os ânimos dos funcionários perante toda a situação epidémica, como foi lidar com isso? Num momento tão delicado como o que estamos a enfrentar é normal que as pessoas fiquem com medo e, principalmente, quando é uma situação nova que ninguém conhece. No início tivemos que agir com frieza e tive que ter uma conversa próxima com todos os meus funcionários, explicamos a situação e expusemos a realidade. Precisei de dois dias para pensar e planear uma nova estratégia. E, tomei a decisão que só entrava em lay off caso houvesse algum caso positivo dentro da empresa, porque tinha que salvaguardar a empresa e o trabalho de todos os meus colaboradores. Após comunicar a minha decisão, houve um alarmismo, posteriormente, as pessoas começaram a desmistificar e perceber que com o devido cuidado podiam voltar ao trabalho e as coisas começaram a melhorar. Logo que a empresa voltou ao trabalho, as modelistas começaram a desenvolver as máscaras, as batas, entre outros equipamentos. Tivemos que ser muito rápidos na resposta e, agora em maio, estamos cheios de trabalhos e a fechar novos contratos. Por incrível que pareça, ainda este mês fechamos dois contratos de trabalho a uma comercial e a uma costureira. Ainda temos muitos funcionários de baixa por terem filhos que são menores de idade em casa, mas neste momento temos em trabalho ativo 130 colaboradores. Qual é a particularidade dos vossos equipamentos de proteção? Todas as nossas máscaras possuem o

Foto: GM

muito da empresa e de todos os colaboradores.

> Goretti Sousa, proprietária do "O Colchete", acompanhada pelo filho

selo "Máscaras - COVID-19 Aprovado". Todos os nossos tecidos são certificados e possuem um material muito confortável, esteticamente agradável e reutilizável. Temos dois tipos de máscaras em produção a CLC Protect e CLC Protect 2, ambos inseridos na categoria “Máscara de Uso Geral (Nível 3)” e são reutilizáveis e certificados para até cinco lavagens, neste momento, estamos a certificar mais lavagens porque sabemos que o tecido aguenta mais. Uma delas é 100 % algodão e a outra é em poliéster de camada dupla, com um nível de respirabilidade muito alto possui um tom de cinza mescla que combina com qualquer tom do vestuário. Como estamos ligados à moda, quisemos criar uma máscara bonita, com um bom acabamento e de boa qualidade, porque para além de ser para proteção individual, estas acabam por ser uma peça de adorno. As máscaras vão começar a incorporar no contexto de alta costura e irá combinar sempre com a roupa. Há a possibilidade de as pessoas poderem adquirir uma máscara, estarão à venda? Sim, nós estamos a trabalhar nisso, queremos que isso seja uma possibilidade, nes-

te momento, estamos a trabalhar em criar um stock, para que eventualmente as pessoas ou venham diretamente cá comprar ou possam efetuar a compra através do nosso site. O problema é que, infelizmente, neste momento estamos com muitas encomendas e não conseguimos ter capacidade de resposta suficiente para todos. Numa perspetiva de empresária, como é que vê a situação das empresas? Principalmente em Gondomar. Cabe a cada empresa gerir o seu negócio da melhor forma, independentemente, do que o Estado possa decidir. As pessoas têm a ideia de que o Estado vai dar dinheiro às empresas, mas não é assim que funciona. Não sei quanto aos grandes grupos, mas eu asseguro que à nossa empresa, que é considerada uma média empresa, não chegou nenhuma ajuda, se nós não tivéssemos arranjado está solução, estaríamos encerrados. Neste momento, não podemos baixar os braços, o sucesso vem de saber reinventar-se perante as dificuldades e acima de tudo, não desistir. É necessário que as pessoas consumam mais local para ajudar todas as pequenas e médias empresas do concelho. ▪ Foto: GM

"O Colchete" é uma empresa têxtil sediada em Gondomar que trabalha com marcas mundialmente reconhecidas (ex. MaxMara) e com estilistas que vestem famosos como Celine Dion ou a duquesa Kate Middleton. Habituados a ver os seus trabalhos nas passarelas de Milão, Londres, Paris e Nova York, nos últimos meses decidiram reinventar-se devido à situação epidémica atual. Com o mundo da moda parado, as máscaras de proteção surgiram como alternativa provisória às roupas de alta costura. O VivaCidade esteve à conversa com Goretti Sousa, atual dona e fundadora da empresa.

> Funcionários do "O Colchete" no processo de fabricação das máscaras de proteção


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Política

2020: O ano próspero de Baguim do Monte A obra na Rua D. António Castro Meireles irá ser repavimentada e terá novos passeios. O início previsto da empreitada é, sensivelmente, daqui a dois meses. Marco Martins revela que a obra irá começar na Rua da Carreira até à Formiga, visto que “no jardim já foi arranjado há quatro anos”.

Em simultâneo, foi adjudicada a Via Estruturante Norte-Sul que pretende interligar a Rua das Donas, a Rua Padre Joaquim das Neves e a Rua das Covas. O projeto será dividido em duas fases- A e B- e pretende evitar o tráfego denso na zona urbana. Para além da via rodoviária, a construção irá incluir uma via pedonal e ciclável,

Em Janeiro deste ano, Baguim do Monte, presenciou o início das obras num dos locais com mais valor histórico e cultural da freguesia, o Largo de São Brás, a obra tem o objetivo de melhorar as condições do local com um parque infantil, reordenação viária e o aprimorar o cruzamento com a Rua Padre Joaquim das Neves. Segundo Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal de Gondomar a empreitada que está a ser realizada no Largo de São Brás irá “ficar concluído agora este verão, com uma profunda requalificação”.

> Estado atual das obras do Largo de São Brás, em Baguim do Monte

Foto: GM

A Freguesia de Baguim do Monte começou o ano de 2020 com três obras em andamento. A localidade de Gondomar é uma das que terá mais investimentos este ano.

iluminação, passeios, bancos e papeleiras. O projeto está avaliado em 2.9 milhões de euros e pretende estar concluído até ao final deste ano. Sobre o projeto, Francisco Laranjeira, Presidente da Junta de Baguim do Monte constatou que “penso que ainda no meu mandato conseguiremos levar pelo menos à Rua das Cavadas ou até à Rua Padre Joaquim das Neves”. Para o Presidente da Junta de Freguesia de Baguim do Monte, estas obras são extremamente necessárias para Baguim e que, apesar de toda a situação do COVID-19, as obras estão com um bom andamento. Marco Martins afirma que “é o maior investimento de sempre realizado em Baguim do Monte, mas que vêm concretizar o que já tinha sido combinado” com o Presidente da Junta de freguesia, Francisco Laranjeira, “tudo aquilo que estava combinado está a ser honrado em Baguim do Monte”. ▪

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VIVACIDADE

MAIO 2020

Política

A opinião dos nossos deputados da Assembleia da República

Foto: DR

> Germana Rocha, deputada eleita pelo PSD

Na opinião de Germana Rocha, dúvidas não restam que esta pandemia COVID-19 nos apanhou completamente desprevenidos, o que obrigou a que nesta situação excecional se tomassem decisões e medidas também excecionais para, por um lado conter a situação sanitária e por outro tentar combater os efeitos na economia deste inimigo desconhecido, mas muito perigoso. As medidas de cariz essencialmente social e económico em vigor têm-se centrado em vetores fundamentais da sociedade, as famílias, as empresas e o setor social. Começo pela assistência a menores de 12 anos ou dependente decorrente do encerramento do estabelecimento de ensino, de apoio à infância ou deficiência, com direito a receber 2/3 do vencimento, desde que não esteja em teletrabalho. Outra das medidas com maior relevân-

cia, destinada às empresas e aos trabalhadores é o lay-off simplificado com duração até 30 de junho que começou a ser corrigido três dias após a sua publicação a que apenas podem recorrer empresas que não efetuem despedimentos e que tenham quebra na sua atividade, cujo recurso permite que os trabalhadores recebam 2/3 do seu vencimento, em que a empresa suporta 30% desse valor e a segurança social 70% e isenta as empresas de pagamento de TSU. Sendo que, um dos grandes problemas desta medida foi o facto de ter demorado demasiado tempo a abranger os sóciosgerentes, deixando a grande maioria de fora, dado o limite imposto de 80.000 euros de faturação por empresa ou ter trabalhadores a seu cargo. Diretamente relacionada com esta surge o incentivo extraordinário à normalização da atividade destinada precisamente às empresas que aderiam ao lay-off que prevê o pagamento de 635 euros por posto de trabalho, mas cuja disponibilidade tarda. Depois há várias medidas destinadas as famílias com perda de rendimentos, durante este período de emergência, como é o caso da suspensão da caducidade dos contratos de arrendamento e a suspensão do pagamento das rendas para os agregados com perdas de rendimento em pelo menos 20% e a suspensão dos cortes relativamente ao fornecimento de água, luz, gás e telecomunicações por falta de pagamento neste período. Para além das moratórias nos cumprimentos aos créditos bancários das famílias, surgem ainda as linhas de crédito às empresas já esgotadas, pelo facto de Portugal ser um dos países mais poupadinhos na disponibilização destes apoios e também pela pesada carga burocrática a que estão sujeitas tardam muito a chegar às micro, pequenas e médias empresas que atravessam provavelmente a situação mais asfixiante da sua existência. De referir ainda neste âmbito, as linhas de apoios a vários setores de atividade como a restauração, agências de viagens, empresas de animação, eventos e similares, mas que deixam para trás o comércio e muitos serviços que empregam mais de 700 mil pessoas em Portugal e que representam 17% do PIB. Por fim, referir as medidas de caráter extraordinário num setor fundamental, o setor social e solidário, incluindo as IPSS que inclui o pagamento da comparticipação financeira da Segurança Social no

âmbito dos acordos de cooperação cuja atividade foi suspensa, a prorrogação de apresentação das contas anuais e possibilidade de acolhimento de pessoas que, por alta hospitalar ou por outras circunstâncias não possam permanecer nas suas residências por falta de autonomia ou inexistência do necessário enquadramento familiar. Foto: DR

O VivaCidade esteve à conversa com os Gondomarenses Germana Rocha e Carlos Brás, deputados na Assembleia da República que nos fizeram uma análise sobre o COVID-19 no concelho de Gondomar.

> Carlos Brás, deputado eleito pelo PS

Segundo Carlos Brás, de repente o mundo viu-se confrontado com uma ameaça, inesperada, para a qual não estava preparado e para a qual não tem remédio nem cura. Ainda! As pessoas foram obrigadas a isolar-se, a distanciar-se e a abandonarem a sua vida social e laboral. A atividade económica foi praticamente abandonada e salvo raras exceções, porque as crises também proporcionam algumas oportunidades, as empresas viram-se impedidas de comprar, de vender e de produzir. Da mesma forma que para a crise pandémica e sanitária não há remédio nem cura, mas apenas paliativos, também para a vida económica e para as empresas não se vislumbra cura. Ainda! O governo definiu como prioridade criar condições para evitar a subida desmesurada do desemprego e a perda de rendimentos. Foram criadas moratórias, foi criado o lay-off simplificado, foram criadas linhas de crédito de apoio às tesourarias, prorrogados os prazos de pagamento de impostos e contribuições para a Segurança Social e um vasto leque de

medidas de apoio excecionais e temporárias para diversos setores da atividade económica. Espera-se ainda um forte apoio da União Europeia a este conjunto de medidas adotadas pelo Estado Português de forma a mitigar os impactos negativos e violentos que se têm estado a fazer sentir. Obviamente que o território de Gondomar não ficou imune nem do ponto de vista da saúde, nem do ponto de vista da atividade económica. Desde logo, registou-se uma considerável subida do número dos desempregados que vinha em trajetória descendente. Em janeiro de 2020 havia 5800 desempregados no concelho, no final de março eram já mais de 6500 e na presente data já ultrapassam os 8000. Apenas 7% das empresas não sofreram qualquer alteração na sua atividade, perto de 30% recorreu ao teletrabalho, 24% a lay-off parcial e 27% a lay-off total. Mais de metade das empresas do concelho já recorreu às medidas de apoio como o lay-off simplificado, as linhas de crédito, o diferimento do pagamento de impostos e os moratórios de crédito. Um terço do tecido empresarial de Gondomar estima perdas de receita entre os 50% e os 75%, sendo que cerca de 70% têm os planos de investimento suspensos. Considerando que o panorama quanto ao futuro é ainda muito incerto, os empresários estimam uma recuperação lenta (entre 1 e 2 anos) quer da sua própria atividade económica, quer da atividade económica do país. O setor da ourivesaria é um dos setores mais emblemáticos do território de Gondomar parece-me que deve merecer um destaque neste artigo. Tendo sofrido todos os impactos negativos que as generalidades das empresas sofreram, as do setor da ourivesaria tiveram ainda uma dificuldade acrescida. Comercializam um produto que carece de certificação pela Contrastaria Nacional que exerce este controlo em regime de monopólio e exclusividade. Entre o dia 16 de março e o dia 3 de maio a Contrastaria esteve encerrada não permitindo entrada nem saída de “obra”. Este facto tornou-se um verdadeiro garrote para o setor que nem “on-line” podia vender. Mas o tecido empresarial de Gondomar é resiliente e acredita que irá ultrapassar estas dificuldades. Obviamente que com a ajuda do estado, mas o que é certo, é que cerca de metade das empresas não preveem qualquer alteração na estrutura dos recursos humanos. Melhores dias virão! ▪


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Empresas & Negócios

“Portugal tem muito para oferecer desde o Norte ao Sul do país, passando pelas ilhas” A agência de viagens "Viagens Gondomar" integra a MundiGEA que é o maior grupo de agências de viagens independentes do país, com mais de 400 balcões. Composta por microempresas, possuem as melhores garantias e os melhores preços do mercado. O VivaCidade esteve à conversa com Cremilde Viana, dona da empresa que se encontra sediada na Rua 5 de Outubro em S. Cosme, Gondomar. Há 5 anos que a agência Viagens Gondomar acompanha os Gondomarenses nos seus destinos turísticos e de trabalho. Com um leque variado de pacotes, a empresa distingue-se por fazer um acompanhamento pré, durante e pós viagem, para Cremilde é importante que o cliente tenha um acompanhamento de 24 horas. As vantagens de comprar num espaço físico, são mais do que comprar pelo meio online. Além do acompanhamento personalizado de 24 horas; as agências possuem todas as acreditações; as tarifas são diferentes das que são aplicadas no meio online e acima de tudo possuem parcerias com a parte hoteleira. Além disto, o trabalho desempenhado nas agências é mais

seguro e viável. Perante esta epidemia do Covid-19, o setor turístico é um dos mais afetados, no entanto, Portugal foi o pioneiro na descoberta de uma solução que passa pelo selo Clean & Safe do Turismo de Portugal. Este selo tem a particularidade de assegurar aos clientes que os estabelecimentos seguem as normas da DireçãoGeral da Saúde e que são reconhecidos pelo Turismo de Portugal como locais seguros. Após a reabertura da agência no dia 4 de maio, a empresa assegurou de ser certificada pelo selo, com o intuito de salvaguardar as futuras viagens dos seus clientes. Assim sendo, as Viagens Gondomar, apenas irão trabalhar com estabelecimentos que possuam este selo e que sigam as normas da DGS. Cremilde Viana referiu ao VivaCidade que, muitas viagens foram canceladas pela situação epidémica que o mundo está a enfrentar, e que apesar das viagens internacionais terem sido canceladas, Portugal têm um grande potencial turístico que deve ser aproveitado. Cremilde explica que para abrir as portas e para possuir o selo teve que ter custos extra com desinfetantes e outros equipamentos de proteção recomendados pelo Turismo de Portugal e pela DGS, despesas que tiveram que ser pagas pela própria. Cremilde destaca que apesar de todos os custos, faz questão de ter a sua agência aberta ao público, para receber os seus clientes, “dar a cara” e acima de tudo, “dizer a verdade”. Com o horário do estabelecimento reduzido,

a empresária pede aos seus clientes que quando venham ao local, que sigam todas as normas de segurança, para a proteção de todos. Quando questionada pelos apoios do estado, a responsável acredita que “os apoios do estado foram muito badalados, como tudo o que o Estado faz, mas até chegar à prática ainda leva uma grande distância. A empresária refere que só daqui a 3 anos é que vão conseguir recuperar os números de 2019, que segundo a mesma “foi um ano maravilhoso”. Cremilde destaca que apesar dos principais pontos turísticos internacionais estarem indisponíveis, os Portugueses têm outras soluções: “Portugal tem muito para oferecer desde o Norte ao Sul do país, passando pelas ilhas”, apenas “é necessário haver os primeiros corajosos, que são os mais aventureiros”. A agente de viagens acredita que, em breve, os meios aéreos irão voltar

a funcionar normalmente e com todos os cuidados, pelo menos dentro da Europa. Além do espaço físico, as Viagens Gondomar também se encontram na rede social Facebook e no domínio www. viagensgondomar.pt. ▪ CONTACTOS Caso pretenda entrar em contacto com a empresa, pode o fazer através de telefone: 223 292 200 | 93 433 72 03 ou do email: viagensgondomar@hotmail.com Horário: Segunda a sexta - 10h às 19h Sábado 11h às 14h Domingos e Feriados - Encerrado


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Lazer Gonçalo Lixa Médico Veterinário, Clínica Veterinária do Taralhão

PARASITAS EXTERNOS: Tenho mesmo de desparasitar o meu animal? Maio tem sido um mês positivo, na generalidade. O dia-a-dia retoma a sua normalidade possível, o comércio reabre, o desconfinamento ganha forma, e o sol mostra-se cada vez menos tímido. Com a chegada em força do calor e a multiplicação das saídas, os nossos “amigos” parasitas externos, outrora tristes por falta de hospedeiro intermediário no qual completar o seu ciclo de vida, ganham agora novo sentido para a sua existência, e maior facilidade em proliferar... O QUE SÃO PARASITAS EXTERNOS? Os mais relevantes em Gondomar, nesta altura do ano, são as pulgas e as carraças. Existem ainda outros, como o piolho (pouco

importante em cães e gatos), ou alguns ácaros, causadores de doenças como a sarna sarcóptica, sarna demodécica, sarna otodécica, trombiculose, entre outras. HÁ MUITO MAL SE NÃO DESPARASITAR O MEU ANIMAL? As pulgas e carraças, para além de poderem causar problemas dermatológicos (dermatite alérgica à picada da pulga, granuloma inflamatório no local da picada da carraça, etc), podem ainda ser vetores de alguns parasitas internos (como Dipylidium caninum, muito comum no gato), ou algumas doenças sistémicas potencialmente graves, principalmente transmitidas pela carraça (“febre da carraça”). Todo este potencial de causar doença (direta ou indireta) por parte das pulgas e das carraças, torna fundamental a sua eliminação, através da desparasitação. QUE DESPARASITANTE USAR? Existem dezenas de produtos diferentes no mercado. Ao utilizar um desparasitante, informe-se na sua clínica veterinária sobre

a segurança do mesmo, a eficácia contra os diferentes parasitas externos, os estadios de vida dos parasitas afetados pelo produto em questão, a duração de atuação do desparasitante, a sua capacidade de repelência e, não menos importante, o que fazer para assegurar que os parasitas são eliminados do ambiente externo e da casa. CURIOSIDADES SOBRE PULGAS E CARRAÇAS... Uma pulga adulta, 24 horas após infestar o seu animal, terá já posto cerca de 50 ovos, que originarão novas pulgas adultas ao fim de 21 dias, em média... Uma carraça, ao longo da sua vida, pode alimentar-se de uma quantidade de sangue até 100 vezes o seu peso... Qualquer dúvida adicional, teremos todo o gosto em responder, para o contacto 934982307 ou cvtaralhao@gmail.com. Não nos esqueçamos que os esforços de hoje serão os sorrisos de amanhã, sempre na melhor companhia dos nossos amigos de quatro patas!

Como obstetra, às vezes vejo tatuagens incomuns na hora dos partos. Uma paciente, inclusive, tinha uma espécie de peixe tatuado no abdômen. – É uma bela baleia – comentei. Com um sorriso, então, ela retrucou: – Antes era um golfinho.

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VIVACIDADE

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Opinião: Vozes da Assembleia Municipal Joana Resende PS

Olhamos para a vida como um ciclo. E certamente, chegados à terceira idade, seremos invadidos por nostalgia ao olharmos para as várias transformações a que nos sujeitaremos. De acordo com os profissionais da psicologia, acima dos 60 anos, o sentimento da solidão torna-se mais agudo e aumenta por isso o impacto desta na saúde mental do indivíduo. E se a solidão entre os mais velhos já era um problema, o confinamento a que o Covid-19 nos veio obrigar, veio agravá-lo. É também um facto que a população portu-

Valentina Sanchez PSD

O PSD tem acompanhado com atenção e preocupação o processo de abertura e desconfinamento do estado de emergência, elegendo neste momento como particularmente importante para os Gondomarenses a situação verificada ao nível da oferta de Transportes Coletivos. Com o consecutivo levantamento das diversas restrições impostas ao exercício de atividades económicas e à mobilidade dos cidadãos, importa que os serviços de transportes públicos imprescindíveis a esse movimento social sejam ativados com todos os cuidados de pre-

Maria Olinda Moura CDU

Ao longo dos últimos dias temos sido confrontados com notícias sobre um alegado “défice tarifário de 2019” na Área Metropolitana do Porto, que serve de argumento para uma proposta de “compensação aos operadores” consensualizada no Conselho Metropolitano do Porto, que está agora em processo de ratificação nos diversos municípios. Este alegado “défice tarifário” aparece como algo inquestionável, como se se tratasse de um problema real para o qual todos devemos procurar uma solução. O próprio documento consensualizado entre os vários municípios refere um “défice tarifário incremental” mas nunca o demonstra.

Voluntári@ D'Ouro Voz Amiga guesa (europeia) está envelhecida, e muitos dos nossos idosos estão sozinhos e sem rede de apoio. Sabemos que, por fazerem parte de um grupo com alto risco de contágio e de agravamento de sintomas da Covid-19, os idosos deverão manter o seu confinamento e afastamento social, de forma a evitar a propagação da doença. Por outro lado, o isolamento potencia a solidão, que agudiza sintomas de depressão, e como tal podem contribuir para uma resposta imunológica mais reduzida ao vírus. É por isso mais importante que nunca que olhemos pelos nossos idosos, que nesta altura mais sensível, altura em que são eles também que estão mais expostos, redobremos as nossas redes de apoio. A nossa Câmara de Gondomar, em colaboração

com a Associação Pista Mágica, lançou o projecto "Voluntári@ D'Ouro Voz Amiga", com o intuito de prestar apoio emocional aos idosos do Concelho em situação de isolamento ou fragilidade social, agravada ou não pelo atual estado de pandemia. Trata-se de uma bolsa de mais de 100 voluntários, que através de chamadas telefónicas, e promovendo escuta ativa, acompanharão os idosos, criando um espaço que fomente a monotorização do seu bem-estar. Os objectivos são "contribuir para a promoção de um envelhecimento saudável, estimulando cognitivamente os idosos", bem como "potenciar momentos de convívio, com a possibilidade de partilha de histórias e vivências, de forma a atenuar o processo de solidão e minimizar o impacto da pandemia", e "identificar necessidades dos idosos e prevenir

problemas do foro social, familiar, individual e comunitário" (CMG). Para isso, o Município irá ceder aos voluntários o telemóvel necessário, associado a um pacote de minutos e dados móveis. Garantirá material de proteção, seguro de acidentes de trabalho, alimentação e transporte. Sempre que se justifique, e mediante avaliação de necessidade, será igualmente disponibilizado telemóvel ao idoso. Lembramos que Gondomar tem cerca de 32 mil pessoas com 65 ou mais anos, e que a iniciativa "Voluntári@s D'Ouro" é dirigida às pessoas idosas com 60 ou mais anos, residentes no concelho e que se encontrem em situação de isolamento social ou quarentena. São notícias assim que merecem ser partilhadas e multiplicadas. Obrigada Gondomar.

Os transportes em tempo de pandemia servação a saúde pública, o que não tem sido uma realidade. O Partido social Democrata tem conhecimento que a operação dos transportes públicos, assente em serviços mínimos, não tem sido compatível com a normas de segurança indicadas pela DGS, na medida em que são constantes as situações reportadas de incumprimento da lotação adequada dos transportes públicos. (tendo em consideração as normas vigentes apenas deveria utilizar 2/3 da lotação ), colocando em risco a saúde dos utilizadores desses transportes. A redução verificada dos transportes impede não só cumprir as regras de segurança da DGS mas tbm mas também não são suficientes para assegurar os serviços essenciais à população, considerando imprescindível uma avaliação imediata desta situação, tendo-o já reportado junto

do Sr. Presidente. A redução da operação dos serviços de transportes - como é evidente - tem impacto financeiros e económico nas empresas de transportes, estando previstos mecanismos de compensação no âmbito dos regimes do Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART) e do Programa de Apoio à Densificação e Reforço da Oferta de Transporte Público (PROTransP), o que poderá não ser suficiente, desconhecendo-se a implementação de tais medidas, assim como o grau de assistência que as mesmas possam prestar. É preocupante que se esteja perante uma população limitada no exercício da sua ocupação profissional ou de frequência do ensino dada a disponibilização transportes públicos escassos ou que a utilização constitua um risco para a sua saúde (e consequentemente para as famílias dos

Gondomarenses). Deste modo, supletivamente, o PSD Gondomar considera que no quadro atual a gestão autárquica deve ter como prioridade as condições necessárias para o reforço da dinâmica económica e social do concelho, em completo respeito pela saúde dos Gondomarenses. Por conseguinte, instamos o executivo a fomentar nos concessionários de transportes uma oferta mais compatível com as necessidades essenciais dos trabalhadores e estudantes, propondo – em caso de necessidade- a afetação dos meios financeiros que se encontravam alocados a atividades que no contexto atual já não se justificam realizar, a compensações por um serviço publico conveniente para os Gondomarenses.

O Conselho Metropolitano do Porto (e os municípios que integram a AMP) receberam a verba para reduzir tarifário e celebraram contratos com operadores privados que aceitaram essas regras. Agora, em maio de 2020, querem distribuir um bónus de 2 milhões de euros para compensar operadores (essencialmente privados) por um alegado (e nunca demonstrado) “défice tarifário”. Compensar porquê? Será que os operadores realizaram mais serviços que o que tinham contratualizado com a AMP? Será que os operadores reforçaram carreiras e frequências para lá do que tinha sido contratualizado? Não, os operadores não realizaram mais serviços. O aumento de procura teve como consequência autocarros sobrelotados. Em Gondomar, as populações continuam com os mesmos problemas de mobilidade sem solução à vista. É inaceitável que tenhamos de pagar mais por um serviço de má qualidade! O que a AMP deveria estar a discutir era a falta de

qualidade e de conforto nos transportes públicos, a exigência de cumprimento de horários e a necessidade de renovação e reforço da frota. O que a AMP deveria estar a explicar era a razão pela qual não tem ainda em vigor o Passe Família. A chantagem dos operadores privados não se pode sobrepor aos interesses da AMP e das populações. Em vez de procurar solução para defender os lucros dos operadores privados, a AMP deveria estar a exigir aos operadores privados que reponham a totalidade dos serviços que, apesar de contratualizados, não estão a ser cumpridos desde março. Redução, primeiramente, justificada com a diminuição da procura, mas que perpetua agora com as medidas de retoma da economia e milhares de gondomarenses a precisar de ver a sua mobilidade reforçada. É esta posição que deve ser exigida à Câmara de Gondomar. Que faça prevalecer na AMP os direitos dos Gondomarenses.

Direito à mobilidade O PCP discorda desta análise considerando que não há défice tarifário e que este é apenas mais um expediente para beneficiar as empresas privadas de transporte rodoviário. Um expediente que se junta à inaceitável cumplicidade de todos os presidentes de Câmara que são coniventes com as centenas de milhares de euros que estes operadores acumularam ao longo de anos por serviços em zonas de exclusividade do operador público a STCP. Recorde-se que, em novembro de 2017, o PCP reuniu com o Conselho Metropolitano e com a Comissão Executiva Metropolitana sobre as questões do «Passe Único», tendo alertado para a possibilidade de insuficiência de verbas. Este alerta foi desvalorizado pelo presidente do Conselho Metropolitano que considerou suficientes as verbas para as necessidades. Apesar desta opinião, no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado, o PCP apresentou uma proposta de reforço de verbas, que aumentou em cerca de 3 milhões de euros a verba destinada à Área Metropolitana do Porto.


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Opinião: Vozes da Assembleia Municipal 5 anos é muito tempo. Para quando o reembolso? Como já o tenho referido, divido o meu tempo pela família, atividade profissional e, ainda, enquanto dirigente associativo na Associação Comercial e Industrial de Gondomar (ACIG). E já várias vezes referi a importância que esta instituição tem no concelho de Gondomar. A presente realidade social e económica preocupa-me, não só a título profissional, mas principalmente enquanto elemento de uma equipa que vejo de forma constante e consistente tudo tentar fazer para resolver alguns dos problemas que afligem comerciantes, industriais e empresários de Gondomar. A realidade relacionada com a Covid-19 fez com que, nestes últimos meses, a desejada retoma económica fosse transformada num "trambolhão económico". Ninguém contestará que a crise que se sente atualmente já terá reduzido o rendimento a pelo menos dois milhões de trabalhadores! E, em certos casos, em vez de "reduzido o rendimento" até deveria escrever "eliminado o rendimento"...

Em causa estará cerca de 40% da força de trabalho nacional, alguns em lay-off ou outros, infelizmente, conhecedores da nova realidade do desemprego. E não errarei ao arriscar o palpite que tal situação se verificará com parte dos associados da ACIG. A nossa força motriz é essencialmente composta por pequenos e médios empresários, muitos deles com empresas marcadamente familiares e com um reduzido quadro de recursos humanos. Se a nível nacional foram cerca de 109 mil as empresas que entregaram pedidos para aderir ao regime de "lay-off" simplificado, nem quero imaginar qual a implicação a nível do Município de Gondomar... Serão já muitas, imagino eu. Alguns casos até já os conheço pessoalmente. E a questão dos apoios aos trabalhadores independentes? E o problema dos sócios-gerentes de empresas? Tudo isto é praticamente esquecido pela maioria das pessoas... E o que podemos fazer por eles? Reivindicar, em pri-

meiro lugar. E ao mesmo tempo verificar e constatar, por exemplo, que é o próprio Estado a dar um péssimo exemplo e a não cumprir com o formalmente estabelecido, protocolado e assinado. Estas linhas justificam-se pelo mau exemplo que o IAPMEI continua a dar... Recordo – citando palavras do responsável máximo da ACIG – que há já cinco anos que esta instituição e alguns dos seus associados aguardam, ansiosa e pacientemente, que se concretizem inúmeros apoios devidos. Há quase cinco anos que o IAPMEI quis ter a ACIG a seu lado na dinamização do comércio local. E, aproveitando as nossas sinergias, divulgou projetos junto de empresários e comerciantes locais, desafiando-os a investir e a apostar na inovação. A ACIG deu a cara. Falou com os seus associados e convenceu-os a acreditar no projeto do IAPMEI. Fizeram-se investimentos, modernizaram-se serviços e dinamizou-se a economia local. As contrapartidas eram a nível de apoio parcial em tais investimentos – que em considerável parte foram feitos com recurso

Ainda o virus A política continua lenta, subordinada ao protagonismo, sempre perigoso, deste vírus, que optou por nos massacrar este nosso quotidiano, por si já tão marcadamente extenuante. De facto, a “pressão” do vírus levou a que a comunidade interiorizasse, a premência de uma protecção sistemática, efectiva e prioritária, tão devastadores que têm sido os efeitos da pandemia em que se tornou, na vida de tantas pessoas e respetivas famílias. Trata-se de um fenómeno novo, absolutamente inesperado e que tem abalado aqueles que são os alicerces da nossa organização social, impedindo-nos de viver em consonância com os padrões que criamos e para os quais fomos educados e preparados.

Movimento Valentim Loureiro Coração de Ouro ao endividamento bancário. Hoje, em maio de 2020, cinco anos quase finalizados, os apoios não chegam... E quem dá a cara, uma vez mais? É a ACIG, os seus dirigentes e colaboradores. O IAPMEI, em falha, é algo de muito distante e desconhecido... Com eles ninguém pode resmungar... Volto a citar o responsável máximo da ACIG: o que parecia vir a ser um excelente benefício, transformou-se num verdadeiro pesadelo! E em tempos de crise (financeira e de saúde pública) é este o exemplo que podemos ver de alguns organismos do Estado. Do nosso Estado... Admirem-se, depois, da desconfiança ou do descrédito que alguns políticos e instituições nos merecem... Limitam-se a colher aquilo que me semearam.

Pedro Oliveira Neste inusitado contexto a política limita-se a tentar minorar sequelas, fazendo delas o mais transitório possível, seja no tempo seja na profundidade. A verdade é que este é um tempo de todos, poder e oposição, intervirem não apenas individual mas, muito concertadamente, no delinear de uma estratégia de combate a este verdadeiro inimigo do Homem, que lhe está a tolher a liberdade, a felicidade e a própria existência. Por assim ser, as legitimas lutas interpartidárias tão essências em democracia, porque incentivadoras do melhor que cada força política pode propiciar, não têm menos que ser procrastinadas, guardando-se para tempos mais próprios que a actual conjuntura não contempla.

Já lá vão, pelo menos, dois longos meses de “combate” entre o Homem e o vírus começando, finalmente, a surgir sinais de alguma acalmia nos diferentes ratios aplicáveis, ou seja, no número de casos novos, nos internamentos necessários e nas mortes atinentes. Nada que nos incentive a abrandar a guarda porque, ao menor descuido, tais ratios voltarão claramente aos mais críticos valores deitando por terra muito do esforço até aqui despendido. Contudo permite-nos algum grau de desconfinamento, facilitando um certo regresso a uma buscada normalidade e aliviando a comunidade, de um já cansativo estado de ansiedade e amplo desconforto por este impensável status, com que nos deparamos.

Mais uma vez a culpa morre solteira e quem sofre é o rio Tinto e o seu ecossistema Ao longo dos últimos 20 anos o Bloco de Esquerda tem defendido, através dos seus deputados municipais, a importância do estabelecimento de uma política ambiental que proteja o meio ambiente, mas ao mesmo tempo seja capaz de maximizar os princípios do direito à cidade. As consequências do modelo económico atual mostram-se drasticamente previsíveis no quadro da saúde humana, da alteração dos ciclos vegetativos, da perda de biodiversidade, da segurança alimentar e da configuração dos territórios terrestres. Um exemplo é o caso do Rio Tinto que ao longo dos anos tem sofrido diversas agressões, desde o seu entubamento, às ligações de águas residuais desconhecidas, até às descargas diretas da ETAR do Meiral que agridem constantemente este Rio, impedindo assim a sua recuperação. O cenário que se verificou no dia 11 de Abril e que teve o seu fim no início de Maio, foi mais

David Santos

um exemplo dessa agressão ambiental. No entanto, na ótica do Grupo Municipal do Bloco de Esquerda Gondomar, o caso toma maiores dimensões quando a única informação que existe sobre o assunto aparece pelas redes sociais do Presidente da Câmara de Gondomar informando que as descargas resultaram da necessidade de fazer obras de manutenção do intercetor do rio Tinto. Lembramos que ainda não passou o primeiro aniversário da inauguração da obra que teve um investimento público de 9,7 milhões de euros, que teria como princípio a reabilitação do Rio Tinto, e permitiria terminar com as descargas directas no rio. Para isso basta relembrar as palavras do Ministro do Ambiente João Matos Fernandes, sobre as potencialidades da obra na altura da sua inauguração: “Esta obra é muito importante numa tripla perspectiva. As descargas vão terminar e ficam resolvidas. Em segundo lugar aproveita-se esta in-

tervenção para construir um passadiço e áreas de lazer ao lado de um rio de que tanto se fala e nunca se fala bem. E os melhores fiscais do que não pode acontecer são as pessoas". Esta intervenção do ministro deixa ainda maior a sensação de que muitas questões estão por responder, sobre uma obra que aos olhos do Ministro do Ambiente e do Executivo Camarário, iria resolver grande parte dos problemas inerentes do Rio Tinto. Afinal qual foi o real motivo da avaria do intercetor, para que tenha havido a necessidade de uma intervenção com mais de 20 dias? Existiu autorização para a ETAR fazer os despejos no Rio Tinto? Sendo a infraestrutura propriedade da Câmara Municipal de Gondomar, aquando o término da obra, deveria ter feito uma inspeção minuciosa relativa ao estado em que a mesma foi entregue. Nesta altura, foram detetadas algumas anomalias

CDS-PP

O futuro próximo, que continuará preso a esta indevida realidade, irá com certeza facilitar o grau de desconfinamento a que estamos votados, até porque, dizem os entendidos, estará ultrapassado o período crítico da pandemia em Portugal, deixando que a verdadeira política volte ao nosso quotidiano com tudo o que, de melhor e menos bom, possa representar. É claro que vamos ultrapassar este vírus.

Bruno Pacheco BE

relacionadas com o sistema em questão? Dada a anomalia no intercetor e análise das causas da mesma, quais foram as conclusões tiradas pelos peritos? A falha foi projetual ou na execução da empreitada? Após o apuramento da origem do problema, quais serão as entidades responsabilizadas pelos danos causados ao ecossistema do rio Tinto? Mais uma vez caminhamos a passos largos para que a culpa morra solteira, sem que se conheça verdadeiramente qual foi o real problema desta obra, sem estudos, sem resultados, sem responsáveis, sem uma voz do executivo autárquico que fosse capaz de ir ao fundo do problema. No final de tudo isto quem sofreu foi o Rio Tinto.


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