PUB
Promoção válida de 13 de Maio a 31 de Julho de 2019. Para as colecções das marcas Pull and Bear, Amichi, Pepe Jeans, Mango, Custo BCN, Victorio & Lucchino, Pedro del Hierro e Hackett disponíveis em cada estabelecimento Opticalia. Para monofocais: Lentes monofocais orgânicas brancas com índices de refracção 1,50 / 1,60 ou 1,67, com tratamento AR, da linha Vistasoft da Opticalia. Para progressivos, as lentes serão sempre lentes progressivas orgânicas brancas com índice de refracção 1,50 ou 1,60 com tratamento AR, das linhas Basic, Quality ou Prestige, da linha Vistasoft da Opticalia. Para ambos casos, as lentes deverão estar, nos intervalos de fabrico disponíveis dos fabricantes Vistasoft em stock e de fabrico. Financiamento mínimo de 12 prestações e máximo de 60 prestações mensais. TAN E TAEG DO CARTÃO DE CRÉDITO OPTICALIA: 0%. A utilização do crédito está condicionada a uma mensalidade mínima de 9,95€. Crédito disponibilizado pela Abanca Servicios Financieros e sujeito à sua aprovação. As ópticas OPTICALIA atuam como intermediárias de crédito a título acessório e sem carácter de exclusividade.
Ano 15 - n.º 178 - abril 2021
Preço 0,01€ Mensal
Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida
PARQUE NASCENTE, loja 409 EMPORIUM PLAZA, Loja 101
Visite-nos em: www.vivacidade.org - E-mail: geral@vivacidade.org
PUB
Vítor Catão: “Andaram a negociar nas costas do Presidente da Câmara.”
25 de ABRIL A Revolução dos Cravos vista pelos gondomarenses > Págs. 14 e 15
POLÍTICA Cristina Coelho:
> Págs. 20 e 21
Hugo Gilberto:
“Gostava de ter entrevistado, e isso já não é possível, o Mário Soares, o Álvaro Cunhal e o Sá Carneiro” > Págs. 6 e 7
“As peças do tabuleiro podem mudar, o que é que nós queremos? A Câmara Municipal! E nós vamos a jogo”
> Pág. 28
DESPORTO Camadas Jovens sentem o impacto da pandemia > Págs. 30 e 31 PUB
2
VIVACIDADE | ABRIL 2021
EDITORIAL
SUMÁRIO: Breves Página 4
José Ângelo Pinto Administrador da Vivacidade, SA. Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT Caros leitores, Parece que estamos a sair do confinamento, e que os motores autárquicos começam a aquecer. Mais uma vez, em Gondomar, parece que vamos assistir a quebras de ideologia e que vamos ter umas eleições autárquicas animadas. As trocas de fação e de ideologias são uma constante a alguns meses das eleições neste concelho e sendo certo que, na verdade, ao nível local, as ideologias são menos importantes que ao nível nacional ou internacional também é verdade que em alguns casos continuamos a ser surpreendidos e a ter o direito do choque. Mas é bem verdade que as pessoas, nas eleições autárquicas, valem muito mais do que noutras eleições. A extrema dificuldade que os movimentos independentes têm para organizar listas vão, mais uma vez beneficiar os partidos organizados. E, talvez por isso, parece que, pela primeira vez em muitos anos, não vamos ter organizações de independentes a concorrer ou a tentar concorrer ao município de Gondomar. Não se percebe bem se por falta de capacidade de mobilização, por falta de motivação ou por falta de outros incentivos. O sistema atual continua a privilegiar os partidos, que não precisam de assinaturas para concorrer a qualquer município ou freguesia. Na verdade, para constituir um partido, são precisas apenas 7,500 assinaturas e basta os proponentes concordarem com os objetivos, ou seja não é preciso validarem-se as pessoas que depois vão concorrer. Um partido, uma vez legalmente constituído, pode concorrer às eleições que entender, bastando que o seu mandatário nomeado apresente as listas de cidadãos para cada eleição. Mas como são os partidos que votam as leis na assembleia da república não se esperava que pudessem vir a promover os movimentos independentes ou a facilitar a sua vida. Pelo contrário, cada vez que os partidos mexem ainda complicam mais. Este é um exemplo da liberdade que obtivemos e agora comemoramos efusivamente.
PRÓXIMA EDIÇÃO 20 MAIO
Entrevista Páginas 6 e 7 Sociedade Páginas 8 a 22 Reportagem Páginas 14 e 15 Destaque Páginas 20 e 21 Cultura Páginas 23 e 24 Política Páginas 26 a 29 Desporto Páginas 30 a 34 Opinião Páginas 38 e 39
Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivacidade.org POSITIVO Gondomar é o concelho da Região Norte com o processo de vacinação mais avançado. NEGATIVO Pavimento dos Passadiços de Rio Tinto é vandalizado.
Viva Saúde Paulo Amado* Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia
*MédicoEspecialistadeOrtopediaeTraumatologiaProfessorDoutoremMedicinaeCirurgia MestreemMedicina Desportiva Diretor Clínico da CLÍNICA MÉDICA DA FOZ – PORTO ( 226178917) Coordenador da Unidade de Medicina Desportiva e Artroscopia Avançada do HOSPITAL LUSÍADAS - PORTO Vice Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina e Cirurgia do Pé Membro do Council Europeu do Pé - EFAS CLÍNICA DESPORFISIO – EDIFICIO RIO TINTO I RIOTINTO
VACINA DE PREVENÇÃO DO COVID SIM OU NÃO
ANUNCIE AQUI Tel.: 910 600 079 pedro.barbosa@vivacidade.org geral@vivacidade.org
SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER E A NOSSA ASSINATURA MENSAL geral@vivacidade.org
VISITE-NOS NAS NOSSAS REDES SOCIAIS:
SITE: www.vivacidade.org FACEBOOK: www.facebook.com/jornalvivacidade INSTAGRAM: www.instagram.com/vivacidade TWITTER: www.twitter.com/vivacidade
Uma dos maiores desenvolvimentos na saúde Humana e Mundial, foram sem duvida o desenvolvimento e descoberta das vacinas. Doenças como a Varíola, por exemplo, extremamente mortal e incapacitante, com milhões de vitimas Humanas, graças a vacina que foi desenvolvida, praticamente exterminou esta Pandemia, levando ao seu quase completo desaparecimento do Globo. Isto só se deveu a um plano de vacinação generalizada, obrigatória, que o efeito foi totalmente eficaz. Mas vivemos tempos modernos, em que os direitos de liberdade e democracia, superam a defesa da Saúde na população geral. Não compreendo, como médico, que não haja obrigatoriedade de toda a gente ser vacinada. Tantas vidas humanas já foram sacrificadas, com este novo vírus, que a única forma mais eficaz de o erradicar, eliminar, será sem dúvida tornar toda a população imune a esta Pandemia. Caso contrário, se deixarmos ao critério de cada um, poder ou não ser vacinados, vão surgir muitos desinformados, com reações fatais ainda não provadas, que fazem perpetuar o vírus na população e esta Pandemia jamais terá fim, podendo mesmo, facilitar a remodelação viral, com o surgimento de outras estirpes, que veem a seguir, normalmente mais fatais e resistentes. Mesmo assim muito evocarão argumentos dos quais são mal informados, sem formação base para omitir uma opinião fundamentada. Esquecem-se que ter a doença é muito mais perigoso e fatal do que algumas reações descritas das vacinas. Eu sei o que é ter a doença, pois a contraí na prática da minha profissão, e tive a sorte do meu sistema imunitário ter sido eficaz, apesar dos 20 dias de isolamento forçado. Mas muitos outros podem não ter a mesma sorte... Lembrem-se, que senão tem medo de ter a doença, pelo menos defendam os vossos entes mais queridos, os vossos pais e filhos. POR FAVOR CONTINUAM VIVOS, VACINEM-SE ...
FICHA TÉCNICA Registo no ICS/ERC 124.920 | Depósito Legal: 250931/06 | Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-241A) | Diretor Adjunto: Carlos Almeida Redação: Carlos Almeida e Gabriela Monroy | Departamento comercial: Pedro Barbosa Tel.: 910 600 079 | Paginação: Rita Lopes | Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte | Administrador: José Ângelo da Costa Pinto | Estatuto editorial: www.public.vivacidade.org/vivacidade | NIF: 507632923 | Detentores com mais de 5% do capital social: Lógica & Ética, Lda., Augusto Miguel Silva Almeida e Maria Alzira Rocha | Sede de Redação: Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435- 778 Baguim do Monte Tel.: 919 275 934 | Sede do Editor: Travessa do Veloso, no 87 4200-518 Porto | Sede do Impressor: LUSO IBÉRIA – Av. da República, n.o 6, 1.o Esq. 1050-191 Lisboa | Colaboradores: André Rubim Rangel, Andreia Sousa, António Costa, António Valpaços, Beatriz Oliveira, Bruno Oliveira, Carlos Almeida, Diana Alves, Diana Ferreira, Domingos Gomes, Frederico Amaral, Gabriela Monroy, Germana Rocha, Guilhermina Ferreira, Henrique de Villalva, Isabel Santos, Joana Resende, Joana Simões, João Paulo Rodrigues, José António Ferreira, José Luís Ferreira, Luís Alves, Luís Monteiro, Luís Pinho Costa, Manuel de Matos, Manuel Teixeira, Marta Sousa, Paulo Amado, Pedro Oliveira, Rita Ferraz, Rita Lopes, Rui Nóvoa, Rui Oliveira, Sandra Neves e Sofia Pinto. | Impressão: Unipress | Tiragem: 10 mil exemplares | Sítio: www.vivacidade.org | Facebook: facebook.com/vivacidadegondomar | E-mail: geral@vivacidade.org
PUB
PUB
4
VIVACIDADE | ABRIL 2021
BREVES Doe Sangue, Doe vida! Para o mês de maio, a população interessada poderá proceder à doação de sangue nos seguintes locais: dia 12 de maio, no Multiusos de Gondomar, entre as 9h e as 12h 30 min; no dia 28 de maio, será no Quartel de Bombeiros de Melres entre as 15h e as 19h; e no dia 30 de maio, será realizada no Quartel de Bombeiros de Melres, entre as 9h e as 12h 30 min.
Arrancou esta semana a operação dos Censos 2021 No total estão envolvidas cerca de quinze mil pessoas, numa operação que este ano decorre em modo presencial, mas também online. A operação iniciou-se a 19 de abril, e todos deverão começar a responder aos censos -censos2021.ine.pt -até ao dia 3 de maio. Os cidadãos podem também responder aos questionários pela Internet ou pelos meios alternativos disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que inclui o número de telefone 210 542 021. As respostas poderão também ser dadas nos e-balcões das Juntas de Freguesia ou preenchendo os questionários em papel que os recenseadores começarão a entregar a partir de 31 de maio, cumprindo os protocolos de segurança de saúde pública.
Convocatória para a Assembleia Geral Ordinária do Grupo Desportivo e Coral de Fânzeres Informam-se a todos os associados da coletividade, que a Assembleia Geral Ordinária será realizada no dia 7 de maio, às 21 horas, na sede do clube (Rua de S. Tiago, Fânzeres). Um dos temas a abordar será a tomada de posse da nova direção. Para consultar a convocatória e demais informações relativas a este assunto, podem aceder ao site do clube em www.gdcfanzeres.com .
Gondomar promove 2ª Edição Programa de Apoio ao Arrendamento O Programa de Apoio, promovido pelo Município de Gondomar, tem como meta o arrendamento de habitações com rendas inferiores às praticadas no mercado de arrendamento privado. Estão disponíveis para este projeto 9 habitações de tipologia T2, T3 e T4, espalhadas pelo município e inseridas em condomínios maioritariamente privados. Este é um programa que se dirige a agregados familiares, com dificuldades de acesso ao mercado privado de arrendamento. As inscrições tiveram início a 15 de abril e terminam a 31 de maio de 2021. Para mais informações pode consultar o website do Município: https://www.cm-gondomar.pt/ .
Equipas de futsal de Gondomar reiniciam os seus campeonatos Para atingir a meta de subida aos campeonatos nacionais, a Urb. Areias irá disputar na série 1 contra o Bougado, o Académico de Leça e o Estrelas Susanenses. Com o objetivo de subir à divisão de Elite da AFP, a Balantuna irá jogar na série 1 contra a Escola Modelos, Moinhos e Magrelos. Já para chegar à divisão de honra da AFPorto, o Amanhã da Criança irá competir na série 1 contra o Póvoa Futsal B, São Sebastião e Juventude de Gaia B. A Juventus da Triana irá disputar, na série 4 o Alfenense, o Juv. de Matosinhos e o Alfa AC. O Mosteiró irá disputar, na série 6, frente ao AC Pedras Rubras, Retorta B e Fonte da Moura B. Em todas as séries de acesso a divisões superiores, os 2 primeiros classificados irão disputar o respetivo play-off de subida.
Concluída intervenção no Complexo Desportivo de Rio Tinto No dia 19 de abril o Complexo Desportivo de Rio Tinto, teve a intervenção concluída e encontra-se ao serviço da comunidade. A empreitada visou a construção do campo sintético do Sport Clube de Rio Tinto, balneários e outras estruturas de apoio, representando um investimento superior a um milhão e meio de euros.
2º Torneio ANAG 2021 Encontra-se a decorrer o 2º Torneio de Ténis da Ala Nun’ Álvares de Gondomar. A categoria de seniores masculinos disputa as meias-finais: João Teixeira (ET Maia) contra João Luís Silva (GC Santo Tirso); e André Bandeira (CT Porto) contra Pedro Vide (CT Porto). Na categoria feminina as provas já terminaram, sendo que o primeiro lugar foi ocupado por Mafalda Almeida (LTC Foz). Carolina Correia (CT Braga) concluiu a prova em segundo lugar, e Inês Castro Sousa (AC Alfenense) em terceiro lugar.
Recolha de alimentos para a Mesa de São Pedro O Grupo de Voluntariado do Agrupamento de Escolas de São Pedro da Cova apela a toda a comunidade o contributo para a angariação de alimentos para a Mesa de S. Pedro, destinado às famílias mais cadenciadas. Os alimentos necessários são: farinha, massa, óleo, azeite, bolachas, leite, atum, arroz, papas, salsichas e cereais. A doação encontra-se a decorrer de 19 a 30 de abril e os alimentos podem ser entregues em qualquer Escola do Agrupamento de Escolas de São Pedro da Cova.
Proteger as Crianças compete a Tod@s De forma a dar continuidade ao projeto que assegura as necessidades das crianças no primeiro ano de vida, o Rotary Club de Gondomar, presidido por Madalena Lima, dirigiu-se ao CPCJ de Gondomar, presidido por Liliana Martins, para realizar a entrega de bens essenciais para os bebés e respetivas mães, que necessitam de apoio.
Testagem em massa dos atletas de formação de futebol A Associação de Futebol do Porto já começou a fornecer testes aos clubes, tendo como objetivo a testagem em massa dos atletas de formação. De maneira a retomarem os treinos, sem limitações, os jovens do Gondomar SC foram chamados, no passado sábado, ao clube para serem testados de acordo com as normas definidas pela DGS. Também no CA Rio Tinto foram realizados testes para dar novamente início aos treinos. O Gondomar foi o primeiro clube a realizar testes a nível distrital.
“Quintas de Música” O Município de Gondomar vai realizar uma série de concertos “Quintas de Música”. O primeiro concerto vai contar com a atuação da soprano, Regina Freire, acompanhada pelo pianista Cristóvão Luiz, que interpretará temas de A. Piazzola, Puccini, Bernstein, entre outros. O evento será presencial e terá como palco o Auditório Municipal de Gondomar. Em simultâneo será transmitido online, na página de Facebook do Município. Para assistir a este concerto devem efetuar a reserva de bilhetes em: https://www.cm-gondomar.pt/atividade-municipal/cultura/quintas-de-musica/ .
PUB
6
VIVACIDADE | ABRIL 2021
ENTREVISTA
Hugo Gilberto: “Por muito que a maior figura do século, para mim, seja o Obama, adorava entrevistar um tipo que não podia ser mais que um porteiro de discoteca (com todo o respeito pelos porteiros) e que, devido a um circo montado à sua volta, chegou a Presidente dos EUA.”
Texto: Miguel Almeida Texto e Fotos: Carlos Almeida
Conta com mais de 20 anos como jornalista, profissão que ambicionava ter ainda nas carteiras da escola primária. Depois de vários anos ligado ao desporto é neste momento uma das caras do Jornal 2, da RTP. Hugo Gilberto conversou com o VivaCidade sobre a profissão no mês em que se celebra o Dia do Jornalista. O que é ser jornalista? Há uma frase que eu costumo dizer: Ser jornalista é ser representante do cidadão no espetáculo do Mundo. Eu acho que isto quer dizer que o cidadão não pode estar em todos os sítios, só pode estar num e o jornalista substitui o cidadão acompanhando um acontecimento de 12 horas para o resumir em 50 segundos, por exemplo, devendo ter rigor naquilo que faz, capacidade interpretativa, porque não deve só reportar mas entender e interpretar, e criatividade. Esses três pontos que refere, ainda estão presentes no jornalismo em Portugal? Eu diria que grosso modo sim. O jornalismo, como qualquer outra profissão,
tem gente boa mas também aqueles que infringem determinadas normas éticas e deontológicas. Contudo, acho que o jornalismo não está abaixo do nível do país, acho que está acima e a pandemia provou a urgência, a utilidade e a qualidade de uma boa parte do jornalismo. Qual a importância do jornalismo/jornalista, nos dias de hoje? A pandemia veio falar muito da importância das profissões. É evidente que há uma profissão que é sobrevalorizada neste momento, se o país estiver todo vacinado a importância do médico de cuidados intensivos é menor do que quando não há vacina nenhuma e estão 1200 pessoas nas UCI. A importância da profissão de médico, investigador ou cientista, num contexto de pandemia ganha uma importância que se calhar não tinha desde a pneumónica há 100 anos. A pandemia veio também de alguma forma explicitar a importância de outras profissões. Nunca houve tanta gente ligada aos media como durante a pandemia, os canais de informação tiveram audiências absolutamente record, tal como os telejornais, e as pessoas têm necessidade de se informar. Num contexto de crise, de emergência, de drama, a profissão de jornalista passou a ter um peso social maior. Quanto à qualidade do jornalismo que se faz, como disse há pouco, acho que é melhor que a do país mas todos gostaríamos que fosse ainda melhor.
Com o crescimento do uso das redes sociais, que desafios se apresentam hoje ao jornalismo? Acho que há dois dramas na questão das redes sociais. Podemos começar pelo cidadão-repórter, esta figura é tão útil como é útil o chamado “endireita” que nos vai tratar uma lesão. Eu não tenho nada contra o cidadão-repórter. Se houver ali no rio uma lancha que se despiste e eu estiver a filmar o rio, o cidadão-repórter é útil porque aquelas imagens podem servir para investigar, para perceber o que aconteceu. É como um acidente, para a Polícia é melhor que haja testemunhas do que não haja nenhuma, contudo, isso em nada desobriga ou diminui o papel do jornalista. O drama das redes sociais, e quando falo em redes sociais falo em fake news ou desinformação, por exemplo, é que há uma grande percentagem de portugueses (cerca de 2,8 milhões segundo uma reportagem recente do DN), que seguem sites de fake news. Há cerca de 20 sites que vivem para desinformar. Umas vezes por coisas mais banais como um chá que faz bem à diabetes, tirando partido da necessidade das pessoas para ganhar dinheiro, outras ao serviço estratégico nomeadamente de políticas extremistas que fazem montagens de vídeos e imagens de tempos diferentes usando-os para desinformar as pessoas que, incautas, acreditam nisso. O problema é que não há regulamentação para isto, não há legislação. É claramente uma lacuna?
Sem dúvida. Acho que é um dos maiores erros da Europa. Qualquer pessoa, com um IP falso, na dark web, pode criar um perfil falso, um site falso, dizer as maiores ignomínias sobre alguém, manipulando imagens para criar um facto. Como aquilo por regra é quase entretenimento, as pessoas acreditam. Estes sites só se conseguem combater com legislação e punição. É uma legislação difícil de criar porque não interessa ou porque é efetivamente difícil de a colocar em prática? Não acho que seja difícil. Eu não sou jurista mas acho que ainda não foi criada porque os nossos decisores ainda não perceberam a urgência de criar essa legislação para um problema gravíssimo que põe em causa a democracia como a conhecemos. Disse numa entrevista recente que “o Mundo cabe em meia hora”, referindo-se à duração do “Jornal 2” que agora apresenta. 30 minutos são suficientes para informar as pessoas? Eu disse isso porque acho que há vários jornais para vários públicos e numa perspetiva abrangente. As televisões privadas fazem um telejornal de 1H30, a RTP faz de uma hora. Nós podemos ter um telejornal onde metemos lá dentro a economia, a cultura, o desporto… Eu ainda sou do tempo em que o Remate era a seguir ao telejornal. Nós podemos ter o desporto incluído no telejornal ou um programa de desporto a seguir às notícias. Em Portugal há um consenso, mais nas televisões privadas, que o telejornal pode ser
VIVACIDADE | ABRIL 2021
7
ENTREVISTA de longa duração. Quando eu falo do Mundo em 30 minutos é tão simples quanto isto, há pessoas que têm disponibilidade mental para ver 1H30 de televisão com reportagens de 10 minutos sobre temas que não sendo a notícia do dia, têm interesse para elas. Por outro lado considero que deve haver um espaço, e o Jornal 2 é claramente a cara disso, para as pessoas que não têm muito tempo, de classe A, B, que chegam a casa mais tarde e que querem algum espaço que lhes diga o essencial do que aconteceu no Mundo naquele dia. Óbvio que as notícias nacionais têm o seu espaço mas a informação internacional tem aqui também um peso importante. Tem que haver um espaço que em 30 minutos conte tudo e isso dá-me imenso prazer, resumir naquele tempo o que fica para a história daquele dia. Claro que este formato faz sentido na RTP, que tem diversos espaços informativos e um canal só dedicado à informação, todos eles em canal aberto. Para além disso é um jornal que tem sempre opinião, uma da área da cultura, que muitas vezes é esquecida, e outra que dê um enquadramento às principais notícias do dia, uma nacional e outra internacional. Se eu dou a notícia, por exemplo dos confrontos que aconteceram em Hong Kong, convém haver alguém que explique ao público o que ali se passa, um enquadramento geopolítico. Consegue disitinguir entre o que é importante e o que é acessório para um jornal de meia hora? Sim, consegue-se, dá muito trabalho mas consegue-se. Há sempre dois temas político nacionais que interessam, dois ou três assuntos internacionais, um ou dois da área da economia, etc. Reconhece que o público o associa ao jornalismo desportivo. Acredita que é uma questão de tempo para que percebam a sua versatilidade?
Eu fiz durante 10 anos os jogos da seleção que são os programas mais vistos da televisão portuguesa. Quando um tipo, como eu, está a fazer uma flash interview num jogo desses, no pior dos casos está a ser visto por 1/4 da população portuguesa, 2,5 milhões de pessoas estão a ver aquilo. Não há mais nada que dê essa visibilidade. Não acho que essa seja uma boa ou má etiqueta. Acho que os jornalistas se dividem em dois tipos: os mais competentes e os menos competentes, e acredito que são mais os mais competentes do que o contrário. Não acho que haja jornalistas de política, desporto, economia... as pessoas admiram-nos pela credibilidade. Boa parte da informação televisiva feita em Portugal é feita por gente que já esteve ligada ao desporto. O desporto, por ser uma área à qual as pessoas dão muita importância em Portugal, necessita de alguma especialização, por isso as pessoas acabam por ficar mais tempo. Viu-se agora na pandemia que, por força do à vontade que as pessoas do desporto têm nos diretos, em todas as televisões e rádios acabaram por ser “usados” nos principais momentos dos diretos. Não acho que o desporto tire credibilidade a alguém. Outra coisa é que nos maiores crimes deontológicos praticados no jornalismo nos últimos 20 anos, não aparece nenhum caso no desporto nos 20 primeiros lugares, não tenho dúvidas nenhumas. São mais de 20 anos ligado ao jornalismo, certamente com muitas estórias para contar, os nossos leitores podem ficar a conhecer alguma que destaque? A primeira vez que percebi a dimensão brutal de ser jornalista e do peso da televisão, e da RTP, foi logo no meu início. Eu fui fazer o primeiro estágio do José Mourinho no Porto, verão de 2002 em França e acabei por ficar lá para fazer os
últimos dias da Volta a França em bicicleta com o José Azevedo em destaque. De repente, vem um emigrante ter comigo a pedir para lhe autografar a bandeira portuguesa, não é que eu exacerbe os símbolos nacionais mas foi um gesto que me comoveu, tinha 22 anos e estava a começar, foi um momento marcante e que nos mostra também a importância do jornalismo. Uma outra é um Trio d’Ataque que fomos fazer a Maputo. Já não chovia na cidade há um ano e de repente começou a chover muito, o telhado da estação de caminhos de ferro onde estávamos a fazer o programa era de zinco e aquilo provocou um barulho imenso, tivemos que mudar os microfones, chovia em cima da mesa de mistura, o realizador teve que ser produtor, guarda-chuva, bombeiro, etc (risos)… Há dois anos na Rússia também aconteceu uma situação engraçada. Combinei com o Presidente da República um direto para o telejornal das 8, junto à estátua de Carl Marx. Ele concordou e até disse que só estava acompanhado por 2 ou 3 pessoas, ficou marcado. De repente, estou à espera e vejo uma espécie de parada militar com cerca de 200 militares, o tempo estava a apertar e pergunto ao repórter de imagem o que se passava e diz ele: “é o Presidente”. Eu com a escuta ligada, em direção ao Presidente e os militares sem saberem muito bem o que fazer com um ar do género: “quem é este tipo que agora chega aqui e é assim…”, ficaram todos baralhados. Foi um momento incrível. Já realizou dezenas ou mesmo centenas de entrevistas, de todas qual a que mais o marcou e porquê? A entrevista mais marcante foi ao José Mourinho, pela repercussão que teve, em março de 2013, em que ele, entre muitas outras coisas, afirmou que havia fraude na atribuição dos prémios FIFA para melhor jogador e treinador do Mundo. O que depois se confirmou com um jogador que disse ter votado numa pessa e o voto apareceu noutra. Passado meia hora da entrevista ir para o ar a Reuters e a Eurovisão estavam a pedir esse excerto da entrevista… Dois dias depois fui fazer um jogo da seleção ao Azerbaijão e quando chego ao hotel liguei a televisão e está a dar um programa onde estão a analisar a minha entrevista ao Mourinho… Não percebia nada do que diziam mas passavam as imagens da entrevista e claramente dava para perceber que era aquele o tema da conversa. De repente aquilo foi uma entrevista que passou em todo o Mundo. Nesse aspeto foi um trabalho que deu gozo. Não digo que tenha sido a melhor entrevista mas foi a que mais marcou, sem dúvida. Se lhe permitissem escolher qualquer pessoa no mundo para entrevistar, quem escolheria e porquê? Gostava de ter entrevistado, e isso já não é possível, o Mário Soares, o Álvaro Cunhal e o Sá Carneiro. Estamos a chegar ao 25 de abril e eu nunca perco uma repetição do Capitães de Abril ou qualquer documentário sobre o tema, tenho imensa pena de só ter nascido em 78, gostava de ter vivido a Revolução
dos Cravos com 20 anos… e essas três pessoas são, para mim, as que mais marcaram esses tempos. Por oposição gostava muito de entrevistar o Trump. Por muito que a maior figura do século, para mim, seja o Obama, adorava entrevistar um tipo que não podia ser mais que um porteiro (com todo o respeito pelos porteiros) de discoteca e que, devido a um circo montado à sua volta, chegou a Presidente dos EUA. Aquele tipo andou a bordo do Air Force One durante quatro anos, tomou decisões absurdas, brincou com a pandemia… adorava perguntar-lhe como explica tudo isso. Isto também mostra muito da fragilidade do jornalismo, voltando ao início da nossa conversa. É o primeiro Presidente eleito no mundo das fake news. Depois podemos falar de Bolsonaro mas elegia Trump, ou o Putin, que inventou leis para se perpetuar do poder… Mas o Trump é mais chocante, acontece na maior democracia do Mundo… Sendo natural do concelho de Gondomar, como é que vês a comunicação social do concelho? Primeiro devo felicitar o VivaCidade, é um jornal que sigo para estar a par do que se passa no concelho, até porque dormindo cá, passo pouco tempo em Gondomar. Acho que é muito positivo nunca ter deixado de existir comunicação social em Gondomar, tanto nos momentos mais altos como nos mais baixos, e isso não é verdade em todo o país. Este é um tributo que se deve fazer aos jornalistas que fizeram a história do jornalismo em Gondomar. O jornalismo de proximidade é uma das características das sociedades civilizadas. A existência do Público, do Expresso ou do JN não substitui aos jornais concelhios ou regionais. Eu estudei num local onde a comunicação social regional tinha muita força, Coimbra. As pessoas conseguem ler os nacionais e os regionais até porque o papel de cada um é diferente. Acho ainda que deveria haver mais apoios e mesmo o tecido empresarial deveria entender que um concelho onde há uma comunicação social forte é um concelho em desenvolvimento. Se as pessoas estiverem melhor informadas a sua participação cívica também será melhor. Um conselho que queira deixar aos jovens que hoje pensam entrar para o jornalismo? Isso é fácil, além de ser jornalista sou professor na universidade. Primeiro e mais importante, eu não acredito em candidatos a jornalismo que não queiram saber tudo sobre o Mundo, um tipo quando quer ser jornalista tem que ver os jornais todos, as televisões todas, as rádios todas, os principais sites de informação… Não se pode ser um bom jornalista se não se estiver bem informado. Segundo, tal como em qualquer outra profissão, só é vencido quem desiste de lutar, por isso lutem pelos vossos sonhos. Quando entrei na faculdade tinha média para qualquer curso mas eu decidi que era o que queria fazer. Sou profundamente feliz a ser jornalista e não me via a fazer outra coisa, ainda na primária já dizia que queria ser jornalista, não foi um acaso. ■
8
VIVACIDADE | ABRIL 2021
SOCIEDADE
Na EBJFS, o cinema vai à escola! “Juntos, tudo é melhor” Integrando o Plano Nacional das Artes, o Projeto Cultural do AEG1, Arte em Movimento, mesmo em tempos de pandemia, já tem em curso um conjunto de atividades que contam com a participação e o apoio de diversos parceiros, entre os quais, destacamos a Câmara Municipal de Gondomar, a União de Freguesias de Gondomar (S. Cosme), Valbom e Jovim, o FIDES, a Banda Municipal de Gondomar, o Teatro Nacional de S. João. O Projeto Cultural do AEG1 integra, também, o Plano Nacional de Cinema, daí que uma das atividades mais significativas em curso seja o projeto “O cinema vai à escola”. Financiado pela CMG, envolve um grande grupo de alunos de 7º ano, da Escola Básica de Jovim e Foz do Sousa. Uma equipa de profissionais tem estado a trabalhar com estes alunos, desenvolvendo competências no âmbito de diferentes domínios da cinematografia: direção de fotografia, realização, escrita de argumento, interpretação, som e produção. Os alunos envolveram-se, desde o primeiro minuto, no desenvolvimento deste projeto, com um entusiasmo que se tem vindo a alastrar por outros alunos e outras turmas. Aliás, a diretora
de turma, professora Elisa Cardoso, chegou mesmo a dizer que mais alunos da escola gostariam, também, de ter participação ativa neste projeto. Ainda assim, a turma que, com o seu argumento, quer evidenciar os pontos fortes da Escola Básica de Jovim e Foz do Sousa (que é a deles e em que tanto gostam de estar) pediu a colaboração de outros alunos que estão com um projeto de robótica em mãos. O entusiasmo crescente destes alunos com a escola e com as aprendizagens é amplamente reconhecido pelos professores e pelos próprios encarregados de educação. Trata-se, pois, de um projeto que corporiza a ideia de uma escola que leva os alunos a “aprender, fazendo”. É esta que promove projetos muito distintos, onde cabem as artes, como o teatro, e a ciência, como o laboratório de robótica, que, sob a orientação de profissionais, os alunos quiseram retratar no argumento que escreveram. A diretora artística deste projeto, Rita Burmester, enfatizou a importância de esta equipa de profissionais ser constituída por pessoas de várias gerações para que seja possível garantir a passagem de um vasto leque de conhecimentos ligados a saberes e experiências de vida. Agora, depois de rodada a curta, ela está para edição e toda a equipa de professores, alunos, EE, profissionais e restante agrupamento mal podem esperar pelo resultado.
Parabéns!! A equipa i9 do LABi9, do AEG1, participou, com o Projeto BOW – Based On Water, no evento Mind & Bytes Week, promovido pela Associação Nacional de Professores de Informática (ANPRI), transmitido online, no dia 16 de abril. Alunos: Filipe Santos, 12º3, Lara Pontes, 12º2, Maria Luís Garrido, 12º2, Nicolás Carmezim, 12º2, Pedro Teixeira, 12º2
A diretora do AEG1, Lília Silva
Testemunho
“…essa passagem [pela ESG] criou raízes, laços e valores…” 2016 foi o ano de regresso à ESG (estendendo-se até 2019), mas, agora, pela mão da filha. Enquanto mãe e encarregada de educação, a experiência revelou-se muito diferente! A mãe, por um lado, preocupou-se em alertar para as boas e as más companhias, para o telemóvel que não se podia perder, para os livros que não eram para estragar … e nada de recados na caderneta, mas afinal já não havia caderneta! Por outro lado, a encarregada de educação esperava encontrar uma Escola que permitisse o crescimento da sua filha, que a ajudasse a criar o seu caminho e a pensar para além dos portões da ESG. Inicialmente, a adaptação a uma nova escola, a novas matérias e aos professores não foi fácil. A primeira nota, a de Biologia, gerou alguma desmotivação, obrigando a adotar um método de estudo diferente; a adaptação aos professores foi motivo de longas conversas e de troca de ideias. Foram três anos extenuantes: o seu envolvimento nas atividades escolares, o cargo de delegada de turma e, ao mesmo tempo, as médias eram o assunto do dia. No fim, todo o trabalho, empenho e apoio por parte dos professores deram os seus frutos e o contato que ainda hoje existe é prova de que a passagem pela ESG não se resumiu a quatro paredes, a um quadro, a uma turma e a matéria que tinha de ser dada; essa passagem criou raízes, laços e valores e, enquanto encarregada de educação, não poderia exigir mais. Angélica Costa EE da Beatriz Machado (2016-2019)
A turma 13 do 11º ano da ESG passou à 2ª fase no Projeto JAP Unlimlted, com a miniempresa “Tuga Bus”, que irá decorrer no dia 30 de abri.
PUB
10 VIVACIDADE | ABRIL 2021
SOCIEDADE Viva Prevenido Catarina Gonçalves Optometrista da Opticália
Já afasto os braços para ler… isso é Presbiopia? Já deu por si a afastar uma folha de papel para conseguir ler? Não consegue ver as letras pequenas dos rótulos ou das bulas dos medicamentos? Os seus braços já não são suficientemente compridos para poder ler o jornal? Esta dificuldade é normal e resulta da evolução das estruturas oculares – Presbiopia. Costumo dizer aos meus pacientes que é como ter cabelos brancos ou rugas... A boa notícia é que a presbiopia não é uma doença, corresponde a um processo natural de envelhecimento que atinge todas as pessoas a partir dos 40/45 anos. A má notícia é que não há como evitar a presbiopia e tende a agravar-se até cerca dos 60/65 anos, altura em que pode estabilizar. Além da dificuldade em ler, sintoma que se agrava quando se tenta ler com pouca luz e ao final do dia, pode ocorrer fadiga ocular, lacrimejo, ardor e mesmo dores de cabeça, sobretudo se a profissão exigir muita leitura. Manchas na visão de perto e visão turva momentaneamente quando existe transição entre a visão de perto e de longe, também são sintomas frequentes. Para lermos ou fazer algo ao perto (a uma distância de cerca de 40 cm) precisamos de ter uma capacidade de acomodação de cerca de 3 dioptrias. Quando começamos a perder essa capacidade de acomodar, vamos ter a imagem desfocada ao perto. Isto acontece porque o cristalino fica maior e menos flexível, os músculos ciliares, por mais que se contraiam, não conseguem torna-lo tão curvo de forma a aumentar o “zoom” e a imagem não se forma na retina, mas atrás desta e a visão ao perto está diminuída. Chegou a hora de usar consultar o seu especialista da visão. Habitualmente o problema corrige-se com a utilização de óculos. Para muitos será a primeira vez. Existem vários tipos de lentes correctoras da Presbiopia, como as lentes simples de leitura ou lentes de meia-distância, as lentes progressivas ou também lentes de contacto multifocais. Para o aconselhar sobre as lentes mais adequadas às suas necessidades e expectativas, o especialista terá de conhecer as suas actividades, quer profissionais, quer de lazer. Se acha que está a passar pelo processo da presbiopia consulte um optometrista ou oftalmologista de forma promover o diagnóstico e tratamento adequados para o seu caso.
Rio Tinto investe em espaços verdes de qualidade A Junta de Rio Tinto tem vindo a realizar vários investimentos nos espaços verdes da Freguesia. Depois de no mês passado, terem realizado a plantação de árvores na Quinta das Freiras, agora chegou a vez dos jardins serem intervencionados.
Aliado ao facto de não estar a decorrer as tradicionais iniciativas por causa da pandemia, o Presidente da Junta de Freguesia, Nuno Fonseca decidiu “canalizar as energias” para a remodelação destes locais. O primeiro espaço que foi intervencionado foi o Jardim do Brasão, que
se encontra localizado no centro da Freguesia. De momento, está a ser requalificado o jardim do Talude, junto às piscinas. Posteriormente, será a vez dos espaços verdes da Venda Nova, de Rebordãos, de toda a frente da Igreja de Rio Tinto e da Estação. Para além disso, foi realizado uma vedação natural no espaço da Quinta das Freiras. O edil revelou ao VivaCidade que todos os espaços foram desenhados com plantas de qualidade, que possui épocas de florestação diferente. Este detalhe permitirá à Junta reduzir alguns consumos quanto à manutenção. O intuito de Nuno Fonseca é criar espaços com assinaturas e para isso acontecer, foi importante a realização de um trabalho de arquitetura paisagística, “Aqui privilegiamos a qualidade dos jardins” que, no final, serão símbolos da Freguesia. Dado ao facto das plantas serem de qualidade, o valor deste projeto foi alto. “São espaços muito caros, porque o preço das plantas, do sistema e do tipo
de rega necessitam deste investimento”, explica Nuno Fonseca que revela ainda que “Nós deparamos-nos com dificuldades logísticas e financeiras, porque um jardim pode não parecer, mas por vezes é mais caro do que um parque infantil ou pode chegar, rapidamente, ao mesmo valor”. ■
Gondomar alcançou a marca das 35 mil vacinas administradas O Coordenador Nacional da Task Force, o Vice-Almirante Henrique Gouveia e Melo, visitou no dia 17 de abril o Centro de Vacinação, instalado no Multiusos de Gondomar, no âmbito do Plano de vacinação contra a Covid-19. A visita contou ainda com a presença do Secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro, do Presidente da ARS-Norte, Carlos Nunes e do Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins, que se fez acompanhar pelo seu Executivo. Neste que foi o primeiro de dois dias dedicados à vacinação de pessoal docente e não docente dos estabelecimentos de ensino de 2º e 3º ciclo e ensino secundário, cerca de 2500 pessoas foram vacinadas em Gondomar (cerca de 1250 por dia).
Gouveia e Melo lembrou que este é um grande teste para iniciar o processo de vacinar 100 mil pessoas por dia, a nível nacional, e afirma que o Município é um exemplo para o país: “A avaliação é muito positiva: vejo um espaço muito organizado, vejo profissionais muito empenhados e vi um fluxo de pessoas a serem vacinadas em que não há filas de espera e tudo está a correr muito bem”, disse o Vice-Almirante, no final da visita. O Centro de Vacinação Municipal, instalado no Multiusos de Gondomar foi um dos primeiros centros de vacinação no país e, hoje e amanhã (domingo), estará em funcionamento entre as 8 e as 22 horas. Durante o fim-de-semana de 17 e 18 de abril, o Município de Gondomar alcançou a marca das 35 mil vacinas administradas. Ao VivaCidade o Presidente da Câmara, Marco Martins, revela que Gondomar é o concelho da região Norte onde o processo de vacinação está mais avançado. Para o autarca é essencial continuar a trabalhar com todo o empenho e, em colaboração permanente com a ACES de Gondomar.
É nessa linha que o edil aproveitou o momento para deixar a sua palavra de agradecimento a todos os que colaboraram neste processo: “Aos profissionais de saúde, aos profissionais da Câmara que lá estão, aos bombeiros, à policia municipal, à proteção civil, a todos os que têm colaborado merecem a minha palavra de apreço”. Quanto à 3ª Fase de desconfinamento que iniciou esta semana, Marco Martins encontra-se otimista e confiante, no entanto deixa uma mensagem aos gondomarenses: “Estamos neste momento com uma taxa de 63,3% de infetados por cada 100 mil habitantes. Agora, manter estes números, vai depender de cada um de nós e a mensagem que deixo é aquela mensagem de apelar à calma, à tranquilidade, de apelar ao cumprimento das regras e para as pessoas não abusarem. É óbvio que se prevê com o desconfinamento, um aumento dos números de infetados, mas esta subida tem que ser controlada. As pessoas têm que ser responsáveis, porque isto depende de cada um de nós”.■
PUB
12 VIVACIDADE | ABRIL 2021
SOCIEDADE
Quiosques de Gondomar: Fechar portas não é uma opção Em tempos de pandemia um dos estabelecimentos que auxiliou na divulgação de informação foram os Quiosques. É nesse sentido, que fomos falar com três que se localizam no concelho de Gondomar para perceber o que é que os motivou nestes tempos mais conturbados e qual a perspetiva dos mesmo quanto ao futuro da informação. Há cerca de 31 anos que Olinda Azevedo decidiu tomar conta deste espaço situado em São Caetano, Rio Tinto. Uma mulher de 74 anos, com um espírito independente, lutador e empreendedor que não prevê deixar de trabalhar assim tão cedo. Desde tenra idade que o trabalho está presente na sua vida e aliado a esse facto, não consegue estar parada. Apesar de já ter tido outros espaços comerciais, Olinda revela que o maior erro da sua vida foi ter tomado conta do Quiosque, porque a sua paixão sempre foi uma confeitaria que outrora era proprietária. “O Quiosque é um trabalho muito complicado, na altura isto para mim foi um bicho de sete cabeças”, explica a proprietária que continua a referir que “Isto é tudo à consignação e então o que é que acontece? A casa é nossa, mas nós não mandamos na nossa casa, os fornecedores dos jornais, das revistas, é que mandam aquilo que eles enten-
dem e depois acumulamos aquilo que não se vende. E porque é que eles fazem isto? Porque automaticamente é facturado e nós pagamos. Posteriormente há de ser creditado quando devolvemos”. Olinda explica que, se fosse mais nova já tinha mudado de área, “Eu não aconselho este trabalho a ninguém”, no entanto fechar as portas não é uma solução que tem em mente, porque Olinda afirma que não consegue estar parada em casa. Aliado a este facto exposto pela proprietária, Olinda aponta ainda que a acumulação dos jornais e das revistas deve-se ao facto de que as pessoas estão cada vez menos à procura dos suportes físicos e a internet está a ganhar terreno. Com a pandemia, Olinda diz que “Estive sempre aberta. Não encerrei porque nós podemos trabalhar, dado que é considerado um bem essencial. Nunca tive medo. Tenho produtos aqui para desinfetar as mãos até dizer chega”.
É na zona da Várzea, na freguesia de Fânzeres que Domingos Afonso Lei tem o seu Quiosque há 26 anos. Domingos decidiu abrir este espaço após ter ficado deficiente devido à Guerra Colonial, “Na altura tinha 4 filhas pequenas e a minha mulher não trabalhava. Hoje a vida está diferente, se fosse hoje não abria este espaço, entretanto continuo com isto aberto porque a minha filha é minha funcionária”. Com 75 anos
reconhece que, apesar do “Negócio estar cada vez pior”, parar está fora de questão, porque para o próprio “Parar é morrer. Eu moro num apartamento e gaiolas não é para mim”. Quanto ao futuro, Domingos acredita que “Isto vai acabar” e compara que, antigamente, eram vendidos por dia 150 a 200 jornais e, hoje, são vendidos cerca de 90, “Acredito que isto vai tudo para o digital”. Com a pandemia os serviços presta-
dos funcionaram normalmente, “Vinha na mesma trabalhar, não tinha problema nenhum. Como sempre às 6h da manhã já estava aqui, pronto para mais um dia de trabalho”. Ao longo destes 26 anos de casa e com a pandemia, Domingos explica que
a única solução para ultrapassar as dificuldades é arregaçar as mangas “Encará-las e continuar a trabalhar”. Para a filha Celeste Silva a força de vontade do pai é admirável “É um orgulho para nós a força que ele tem com 75 anos”.
No alto concelho, mais propriamente na Freguesia de Foz do Sousa, encontra-se o Quiosque de António Pinto. O proprietário abriu este espaço em 2004 e ao longo destes últimos anos muita coisa mudou, principalmente, com a chegada da internet. “Senti uma diminuição na procura. Antes ficava o dia todo aqui, agora já não compensa”, explica o responsável. Antes de ter este espaço, António tinha uma drogaria, mas “Não dava nada e como não tenho muitos estudos decidi abrir o Quiosque”, dado que uma das suas paixões passa por ler jornais. É esse sentimento que o ainda faz manter as portas
abertas. Todos os jornais que chegam ao seu quiosque são lidos pelos olhos atentos de António. Mesmo com a pandemia às pessoas continuaram a vir comprar o seu jornal. O responsável do quiosque revelou que ficou encerrado durante um tempo, porque ficou contaminado com o Covid-19. No entanto, quanto ao futuro a opinião de António é semelhante aos outros proprietários “Com a internet e aos poucos isto vai acabar. Para mim é importante manter o impresso porque é bom folhear um jornal ou uma revista. No entanto, devido ao digital, vejo um futuro difícil”.
VIVACIDADE | ABRIL 2021
13
SOCIEDADE
Noel Santos:
“Não há compaixão na exploração. Não há nenhuma forma humana de se matar alguém. Não há nada de humano dentro de um matadouro…” O VivaCidade esteve à conversa com a Associação Nacional Animal Save and Care Portugal, representada por Noel Santos. Durante a entrevista vários pontos foram abordados sobre a situação do mundo animal em Portugal. Explique-nos de forma sintética o funcionamento da vossa Organização. A ASCP tem como principal objetivo a consciencialização para a libertação animal da exploração humana. Somos um núcleo do Animal Save Movement, organização interseccional canadense que se tornou distinta pela realização de vigílias à porta de matadouros, com o intuito de mostrar às pessoas, através das imagens captadas, os últimos momentos de vida de milhões de animais sencientes, que são abatidos todos os dias longe do olhar do consumidor. No sentido de consciencializar, fazemos todo o tipo de trabalho de comunicação, sendo as redes sociais um veículo obrigatório e de extremo valor nos nossos dias, mas também na preparação e difusão de campanhas próprias, bem como na organização de palestras, workshops, visualizações de documentários, entre outros. Apresentamos também trabalho que se foca na recolha de imagens e informação sobre a realidade da pecuária em Portugal, que não é tão diferente da realidade de países distantes como muitos querem fazer parecer. Na vertente mais prática da nossa acção de mudança social, agimos em situações de possibilidade de resgate de animais ditos de “consumo”, fazendo todo o trabalho de recolha, reabilitação, tratamento veterinário e encaminhamento para local seguro, onde se possam expressar e viver até ao fim dos seus dias em liberdade. Como é que vocês avaliam o concelho de Gondomar neste âmbito (defesa animal)? Há neste momento 10 milhões de euros disponíveis pelo estado para as autarquias criarem estruturas de recolha e esterilização de animais e reforçarem a sua prestação de serviços de cariz veterinário. A avaliação de Gondomar, embora ainda recentemente, em 2020, tenha lançado uma campanha de esterilização de cães e gatos, está ao nível
da maioria das autarquias, ou seja, tem nota negativa. Há muito por fazer e no âmbito de intervenções fora do círculo dos animais de companhia, é praticamente nula a acção. Consideram que o Município de Gondomar é um concelho com problemas neste quesito? A nível de abandono, maus tratos e negligência com espécies selvagens. O Município de Gondomar e demais municípios… As pessoas continuam a olhar para os animais como coisas, como algo que lhes pertence e sobre o qual podem exercer o seu domínio e aplicar o seu arbítrio. No domínio dos animais de companhia, as campanhas pecam sempre por serem escassas e muitas vezes bastante burocráticas. Gondomar é um concelho da Área Metropolitana com um vasto património natural e, consequentemente, com muitas espécies selvagens, sentem que elas são negligenciadas? Olhemos, por exemplo, para o caso da deposição de resíduos em São Pedro da Cova, que foi considerado um atentado ambiental e um perigo para a saúde pública. Pensemos nos animais das mais variadas espécies que foram e são afetadas por este tipo de ação humana… Esses geralmente nunca são referidos. Todo o equilíbrio natural está a ser corrompido pela nossa ação direta, pois, a nível político, parece haver uma palavra que se impõe a todas as outras que se possam apresentar a debate. Essa palavra é crescimento. Enquanto assim pensarmos, não iremos parar de destruir o património natural e a casa de tantos animais que vivem aqui connosco e não para nós. Nestas zonas rurais é habitual a prática de caça, qual é a vossa opinião sobre o assunto? Sentem que com a prática desta modalidade os animais são colocados em vias de extinção ou o controlo realizado pelo ICNF é suficiente é eficaz? O problema da caça tem uma maneira muito eficaz de ser resolvida que é simplesmente não ser autorizada. É preciso acabar com a desculpa de que é muito necessária para o equilíbrio do mundo rural e natural… Qual equilíbrio? Há muito que destruímos esse equilíbrio. Nos dias que correm a única coisa que as entidades e pessoas fazem é controlo de danos, mas ainda com recurso a práticas selvagens e sádicas. Faça-se um real trabalho de recuperação do património natural sem os habituais e gastos interesses do sistema patriarcal machista no topo. Recuperem-se as flo-
> Noel Santos, Porta-voz do Animal Save & Care Portugal
restas, para que possam ser devolvidas aos seus habitantes. Há pouco suporte de vida selvagem num eucaliptal. Não achamos que o problema da caça se combata com fiscalização. Todas as operações que envolvam humanos são passíveis de corrupção. Ainda no concelho, mas tomando o exemplo de outros sítios do país, a caça à raposa é criticada, sendo assim questiono-vos se este animal está, de facto, em perigo de extinção no país e, em particular em Gondomar? E, a vossa opinião quanto ao assunto. Todos os animais estão ameaçados de extinção. A raposa tem cada vez menos território e cada vez menos presas naturais. As culturas super intensivas proliferam no país. A maioria olha para uma vinha a ocupar hectares a perder de vista e diz “que bonito”. É só destruição, mais nada vive ali para além daquela vinha cheia de químicos e pesticidas. Estamos numa fase crítica de análise ao impacto que as nossas ações têm no planeta. Ainda assim, a nível político, só se fala de crescimento económico e todos, governo e poder autárquico, dentro da sua estrutura de intervenção pelo interesse público, nos vários departamentos, sejam eles o da saúde, da educação ou ambiental, para referir alguns, só conhecem o discurso do crescimento económico. É assustador para dizer o mínimo. Para concluir, porque é que é importante para vocês que as pessoas olhem com outros olhos para esta causa?
Consideramos a evolução da causa animal na sociedade como um passo firme para uma sociedade mais justa para todos e todas. O entendimento de que estamos perante seres de uma complexidade e sensibilidade real, poderá também levar-nos a olhar um pouco para o que tem sido a construção da civilização humana e da crueldade em que essa civilização assenta. Somos pessoas que partilhamos todas as outras preocupações pelo bem comum que ainda não estão resolvidas na sociedade. Somos um movimento pela liberdade e pela libertação dos que são oprimidos e explorados. Os animais ocupam o primeiro lugar desse ranking. Explorados por todos os humanos, sejam esses humanos opressores ou oprimidos. Baseamos a nossa abordagem num discurso pacifista e de inclusão. Investimos na solidificação de princípios filosóficos humanos de não-violência contra a natureza, que acreditamos sejam os adjetivos que melhor nos definem. É com lamento que os vemos adormecidos na sociedade. Acreditamos que devemos querer para nós aquilo que é bom para todos e todas. Por isso, somos uma Associação que prega o abolicionismo de todas as formas de uso de animais para benefício humano e dizemos, sempre que podemos e para quem nos quiser ouvir: Não há compaixão na exploração. Não há nenhuma forma humana de se matar alguém. Não há nada de humano dentro de um matadouro… e por isso temos neste momento a decorrer uma campanha com o slogan “já pensaste deixar de comer animais hoje?” ■
14 VIVACIDADE | ABRIL 2021
REPORTAGEM
O 25 de Abril visto por Gondomar
Texto: André Rubim Rangel
“Está em suspenso o carácter verdadeiro desta Revolução. (…) O delicado problema, que desde o início perturbou até aqueles que com infalível precisão agiram no 25 de Abril, continua por resolver: o que significa a Revolução Portuguesa? Dizer que foi uma opção que alterou o curso da nossa História, não explica nada” (Agustina Bessa-Luís).
Com a morte estranha e misteriosa do general Humberto Delgado, em 1965, e com a doença de Oliveira Salazar, em 1969 – ditando a sua morte política e sendo substituído por Marcelo Caetano –, o terreno de se poder transitar da I para a II República foi fervilhando e tal sucede-se com o golpe de Estado de 1974, apoiado politicamente pelo conhecido «Movimento dos Capitães» e posteriormente designado por «Movimento das Forças Armadas» (MFA). E duas músicas prosperam na história desse fenómeno: «E depois do adeus» (de Paulo de Carvalho), já à noitinha de 24 de abril, e «Grândola, vila morena» (de Zeca Afonso), já na primeira meia hora do dia 25. A PIDE de nada sabia e, assim, o país dormia sossegado, nessa noite, como em outras noites. Mas essa foi especial: ditou o início da livre Democracia para Portugal, quebrando e despejando o até então regime ditatorial. Imediatamente foram definidas as liberdades públicas em Portugal, com o consentimento maioritário e efusivo
dos Portugueses, entre os cerca de 9,2 milhões totais de habitantes – à época –, no nosso território. Sinal claro disso mesmo, e conforme escreveu Diogo Freitas do Amaral, resultou da “promessa de paz em África e de democracia na metrópole. Viu-se isso nas grandes manifestações do 1.º de Maio de 1974 e na taxa de participação eleitoral em Abril de 1975 (mais de 90 por cento). E todos os portugueses se adaptaram, com a maior naturalidade, às regras e práticas” do novo regime (em «Da Lusitânia a Portugal»). Quanto ao processo de democratização e após o anúncio do programa pela Junta de Salvação Nacional, o autor refere também que “foram libertados todos os presos políticos. Entretanto, dois partidos emergiram da clandestinidade (o PS e o PCP) e outros dois foram formados de novo (o PPD, que passaria a PSD, e, três meses depois, o CDS)”. Segundo Joaquim Vieira e Maria Inês Almeida, “a linha conservadora de Spínola perdeu o confronto com o MFA, empenhado em transformações
profundas e imediatas, como a rápida negociação da transferência da soberania dos territórios coloniais para os respetivos grupos nacionalistas, por forma a pôr fim à guerra em África” (no livro de ambos, «150 perguntas e respostas essenciais sobre a História de Portugal»). A rápida descolonização do império português nesse continente foi, porventura, o ato mais controverso desta revolução. E entende-se, naturalmente, pelo facto de tantos e tantos portugueses nos PALOP terem tido de abandonar à pressa as suas casas e bens, depois perdidos e espoliados, e terem de regressar em massa e em difíceis condições a Portugal. Esses, chamados de «retornados». De se recordar, ainda, que no marco e senda do 25/04/1974, surge em 1976 a Constituição da República Portuguesa; bem como as primeiras eleições legislativas, presidenciais, regionais e autárquicas. E, depois, em 1982, deu-se a primeira Revisão Constitucional, a par do fim do Conselho da Revolução. Estamos a três anos de comemorar as bodas de ouro da «Revolução dos Cravos», utilizados em vez de balas, apesar de mesmo assim terem morrido uns cinco cidadãos. E de se registar “o uso atrabiliário e violento” que dela resultou, assim como “o desencadeamento de lutas políticas” (cf. «Moderna Enciclopédia Universal»), com a tentativa posterior de revolução comunista (1974/75). Ora essas lutas e tentativa do PCP, aliadas à Guerra Fria pós-soviética e que visavam modificar a própria estrutura democrática e social do nosso país, foram derrotadas. O desejo da democracia estava ‘de pedra e cal’: ela voltava a exprimir a sua vitória. Para Francisco José Viegas, tantos anos depois, “«defender Abril» é um anacronismo”, pois alguns cidadãos entendem que “o «espírito de Abril» não foi cumprido”. E o autor rejeita essa visão, escrevendo: “Foi: vivemos em liberdade, há eleições, terminou a guerra e somos parte da Europa. O resto depende dos portugueses e não do «espírito de Abril»”. Aliás, Agustina escreveu que este acontecimento – entre “um proletariado que ameaça” e “uma burguesia que conspira, ou vice-versa” – não angariou apenas benefícios: “trouxe também uma enorme inibição às pessoas”, referindo-se a uma “espécie de colete de ideologia de que elas não podem fugir” e aos condicionamentos existentes na vida. Tais como certas orientações e aquilo que se considera absoluto: “o definitivo é totalitário”, acrescentava. De realçar que, indiscutivelmente, o «25 de Abril» marcou de tal modo o país que é toponomia mais vencedo-
VIVACIDADE | ABRIL 2021
15
REPORTAGEM ra e frequente por todo o território, seja alusiva à data ou aos «Capitães de Abril» (havendo referências próprias a alguns deles) ou às Forças Armadas. Há mais de 1.620 referências à Revolução, sendo que a grande maioria – cerca de 1.160 – são placas apenas referentes a «25 de Abril» e que nomeiam tantas ruas, travessas, becos, caminhos, veredas, vielas, estradas, passeios, calçadas, largos, pracetas, praças, avenidas, alamedas, rotundas, campos, jardins, parques, urbanizações, bairros e uma ponte, em Portugal. No caso concreto de Gondomar, no seu centro, há curiosamente – fazendo conexão – a avenida 25 de Abril e, próximo, a rua 25 de Abril, ambas ligadas pelo passeio 25 de Abril. Um trio com o mesmo nome.
guês na fase da descolonização e até à independência desse país.
Um curto testemunho de quem fez a Revolução
Como se comemorou a data em Gondomar, há 25 anos?
O jornal VC falou com o tenente-coronel Antero Aníbal Ribeiro da Silva, um dos «Capitães de Abril» e Grã-cruz da Ordem da Liberdade. Com 75 anos de idade, é natural e residente no Porto, sendo presidente – desde 1992 – da Delegação do Norte da Associação 25 de Abril (cujo seu tesoureiro, por curiosidade, é Nuno Fonseca, presidente da junta de freguesia de Rio Tinto). Este oficial de Infantaria (reformado) esteve envolvido na conspiração do golpe de Estado e nas suas reuniões preparatórias – entre outros conhecidos militares – e, devido a uma quebra de segurança, foi deportado para a Madeira (depois de passar pela prisão), enquanto o camarada tenente-coronel Vasco Lourenço, por exemplo, foi transferido para os Açores. Pouco mais tarde, esteve destacado como grande oficial na comissão de serviço em Moçambique (entre outras), acompanhando o alto comissário do Governo Portu-
Na relação do 25 de Abril com Gondomar, constam no livro «25 de Abril, 20 anos. 1974 - 1994» as atividades realizadas no município – com grande pompa e circunstância –para assinalar a efeméride. Recordem-se, com as respetivas entidades dinamizadoras e espaços envolventes, como se celebrou há 25 anos, até como mote interpelante e sugestivo para o programa local dos 50 anos:
A história do tenente-coronel Ribeiro da Silva é conhecida e está escrita em livros, mas questionado, para esta reportagem, sobre o atual espetro político nacional, mais alargado e se faz jus ao que se pretendia com o movimento em 1974, o militar declarou: “não me agrada o surgimento destes novos partidos nas alas mais extremas, da Direita e da Esquerda, ou ainda mais liberais, desejando o seu rápido desaparecimento”. Adiantou, por fim, e indo mais de encontro à questão colocada: “tenho de ler estes acontecimentos recentes à luz da História, para perceber melhor se tudo isso se compraz ao ideal revolucionário de Abril”.
> DIA 15/04 < - início do torneio de snooker, no Luz e Vida (Valbom). > DIA 16/04 < - torneio de futebol juvenil, no Campo da Mó (S. Pedro da Cova). > DIAS 17-18/04 < - torneio de futebol de salão, organizado pelo 1.º de Dezembro (Valbom). > DIA 22/04 < - exposição, no Centro Cultural de Rio Tinto, dos trabalhos dos alunos das escolas riotintenses;
- café-concerto com a Tuna da FLUP e exposições de pintura, artesanato e trabalhos de crianças (até fim do mês), no Centro Social de Soutelo; - colóquio sobre o 25/04, no A. R. C. Carvalhal (S. Pedro da Cova); - «Multimédia», na Escola Primária do Pinheiro d’Além 2 (Valbom); - combate de boxe entre o F. C. Porto e o Boavista F. C., na Escola Dramática e Musical Valboense; - concentração de alunos e visita às instalações e à exposição do 25/04, na Escola Secundária de Gondomar; - debate com os alunos da Escola Sec. sobre o 25/04 e com a participação do sargento-mor Ribeiro Pinto, no auditório municipal; - abertura da exposição «Árvore da Liberdade», na Escola Preparatória de Rio Tinto, com trabalhos dos seus alunos (o mesmo sucedeu noutras escolas desta então vila). > DIA 23/04 < - debate organizado pela Câmara, em Rio Tinto, tendo como oradores representantes da Associação 25 de Abril (Arq. Côrte-Real) e da APRIL (Eng. Rui Oliveira) e dos membros mais jovem e mais idoso da Assembleia Municipal, Pedro Oliveira e Monteiro Meireles, respetivamente; - abertura do III torneio infantil de futebol de salão de Rio Tinto, no parque de jogos da Cooperativa Mãos à Obra; - peça teatral «A Morte de Catarina» pelo grupo Flor de Infesta, no GDBRT (Rio Tinto) e no Centro Social de Soutelo; - torneio de damas, em S. Pedro da Cova; - encontro de ex-trabalhadores das minas de carvão de S. Pedro da Cova, na Casa da Malta / Museu Mineiro; - abertura da exposição de pintura nos Dragões Valboenses; - sarau cultural no Luz e Vida (Valbom); - representação de peça teatral pelo
Grupo da Escola Dramática e Musical Valboense. > DIA 24/04 < - aberturas das exposições: de artesanato, na junta de freguesia de Fânzeres, e «Os Jovens e o 25 de Abril», no pavilhão gimnodesportivo (Fânzeres); - jogos de hóquei em patins, patinagem artística (Grupo Desportivo Coral de Fânzeres e Clube de Patinagem Artística de Gondomar) e demonstração de karaté, no gimnodesportivo; - festival de folclore, no Lg. Júlio Dinis (Fânzeres); - inauguração da exposição «Vivências», da artista Eduarda Castro, no salão nobre da junta de freguesia de Rio Tinto; - jantares comemorativos do 20.º aniversário do 25/04, um no Centro Social de Soutelo (também pelo seu 19.º aniversário) e outro, do PCP Gondomar, em Fânzeres; - concurso de pesca, no Lugar de Lixe (S. Pedro da Cova); - festa popular, com concerto (Banda Musical de S. Pedro da Cova) e com danças-jazz, rítmica e aeróbica, no Lg. da Feira de Vila Verde; - colóquio com jovens sobre o 25/04, no salão nobre da junta de Valbom; - fogo de artifício (Valbom). > DIA 25/04 < - a convite do Presidente da República, deslocação a Lisboa de 21 jovens gondomarenses para as comemorações oficiais do XX aniversário do 25/04; - provas de atletismo, tanto no Lg. Júlio Dinis como em Valbom, além de (nesta freguesia) provas de ciclismo e ténis-de-mesa; - manhã infantil com pintura, barro, música, plasticina e «Maratona dos Pequeninos», no Centro Social de Soutelo; - largada de pombos, no Lg. do Mosteiro (Rio Tinto) e em Valbom;■
16 VIVACIDADE | ABRIL 2021
SOCIEDADE Hospital Fernando Pessoa
GABINETE DE SERVIÇO SOCIAL Face à situação atual causada pela Covid-19 surgiram novos problemas e desafios que exigem uma maior intervenção junto da comunidade. Nesse sentido, de modo a dar uma resposta social diferenciadora e apoiar a sua comunidade, o Hospital Fernando Pessoa criou o Gabinete de Serviço Social, um projeto sem fins lucrativos com o objetivo de prestar apoio social a todos aqueles que necessitem. Esta resposta pretende contribuir para a humanização da prestação dos cuidados de saúde. Procura responder às expectativas e necessidades biopsicossociais das pessoas, com interação nos diferentes sectores sociais da comunidade, de forma a mobilizar sinergias que proporcionem a concretização desta missão.
AdG apela para a correta utilização da rede de saneamento Em mais uma campanha de sensibilização, a Águas de Gondomar chama à atenção dos seus consumidores sobre quais os resíduos que não devem ser depositados na rede de saneamento, assim como as suas consequências. A persistente, e excessiva, colocação de produtos indevidos na rede de saneamento tem-se tornado uma grave preocupação para a AdG (Águas de Gondomar), que tenta, mais uma vez, sensibilizar os seus consumidores, e apelar ao fim das práticas erradas de colocação de lixo nos esgotos domésticos. A enorme quantidade de lixo, tendo como depósito principal as sanitas, é composta por toalhitas, fraldas, emplastros curativos, cotonetes, cabelo, produtos químicos, panos de cozinha, restos de comida, óleo alimentar… São vários os produtos que podem gerar entupimentos nas redes de transporte das águas residuais até à ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais). Além das situações de obstrução das redes, o errado despejo deste tipo de produtos, contribui, igualmente, para a degradação das infraestruturas, e dificulta também os processos de tratamento de águas residuais, essenciais para “garantir uma devolução ambientalmente correta dos efluentes”, assim como para a proteção da saúde pública. Dos vários produtos, listados como indevidos,
o mais problemático, e frequente são as toalhitas, que são erradamente despejadas, em grande quantidade, pelas sanitas provocando inúmeras consequências. As toalhitas não são biodegradáveis por conterem fibras de plástico, sendo esta sua composição totalmente prejudicial para o meio ambiente. Com a agravante de não se decompor, as toalhitas ficam facilmente agarradas aos equipamentos de transporte e tratamento de água residual, gerando entupimentos nas redes prediais, nos coletores, e avarias nos equipamentos da rede de saneamento. Estas mostram-se assim como um grave problema, sendo que cerca de 90% dos entupimentos são provocados por toalhitas nas sanitas, uma percentagem muito elevada. Estes produtos constam na lista elaborada pela Adg “sobre quais os resíduos que não devem entrar na rede de saneamento das águas residuais”, que tem como objetivo consciencializar os seus consumidores para os efeitos negativos das suas descargas de lixo. “Não descarregue no Ambiente, proteja a sua água” é o mote desta chamada de atenção, em que cada um deve optar por um comportamento ambientalmente responsável, de maneira a não provocar entupimentos, não poluir o ambiente e zelar pela qualidade da água, que é tão importante para a saúde de todos os cidadãos. ■
Junta inaugura Parque Intergeracional do Maninho em Fânzeres
Assim, o Gabinete de Serviço Social prestará: acompanhamento psicossocial e mediação familiar, assim como ajuda no acesso aos diversos direitos e apoios sociais no âmbito da Saúde, Educação, Habitação, Justiça e Segurança Social. O Gabinete de Serviço Social irá começar o seu funcionamento no dia 26 de Abril de 2021 no seguinte horário de atendimento: 2ª Feira das 14h00 às 16h00; 3ª Feira das 10h00 às 12h00; 4ª Feira das 14h00 às 16h00; 5ª Feira das 10h00 às 12h00; 6ª Feira 14h00 às 16h00. ESTAMOS AQUI PARA SI!
> Na foto: Pedro Vieira acompanhado pelo executivo da Junta
A Junta da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, inaugurou no dia 12 de abril o Parque Intergeracional do Maninho, situado na Freguesia de Fânzeres, que se encontra localizado na Praceta do Maninho. Este investimento é de inteira responsabilidade da União de Freguesias. O Presidente da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, Pedro Vieira revela ao VivaCidade que este espaço tinha esta carência. “Este eixo fronteiriço entre Baguim do Monte, São Pedro
da Cova e Valongo encontra-se situado longe de tudo. É um dormitório onde vivem algumas milhares de pessoas que não tem equipamentos para usufruir, apenas casas”. Foi nessa linha que o executivo da União de Freguesias decidiu fazer naquele local este novo espaço de lazer, que possui um espaço infantil para as crianças e um parque destinado para que os jovens e adultos praticarem o seu exercício fisico diário. Este parque surge de um compromisso
que o executivo assumiu em realizar parques de lazer na União de Freguesias, “No ano passado, fizemos em São Pedro da Cova, que é um pouco diferente do de Fânzeres, mas assumimos em fazer em cada freguesia um parque para que a população pudesse usufruir no seu tempo livre”, refere o edil. No local a população podem usufruir de 5 equipamentos geriátricos, zona de street workout, espaço infantil e bancos de descanso. ■
PUB
PUB
18 VIVACIDADE | ABRIL 2021
SOCIEDADE
ACGITAR uma Associação com história que se reinventou em tempos de pandemia Neste mês, estivemos à conversa com a Associação Cultural Geral Independente dos Trabalhadores Amadores e Recreativa (ACGITAR) que em março completou 22 anos de história. Desde a sua génese que esta coletividade promove a divulgação cultural e a intervenção social, utilizando a arte como sua aliada. Presentes na entrevista, encontravam-se João Sousa, Fundador e Presidente da Assembleia, Sofia Soares, Presidente da Direção e Luís Fernandes, Vice-Presidente da ACGITAR.
Como é que surgiu esta Associação? João Sousa: Isto tudo começou motivado pela falta de atividades socioculturais que a freguesia de Jovim tinha. Na época, havia pelo menos três colectividades, mas todas de âmbito desportivo. Portanto, havia essa lacuna e, como é normal, uma comunidade não pode ser só corpo. Desde miúdo tive sempre tendência para as artes, embora tenha a noção que desporto é importante. Mas a realidade é que havia essa lacuna e, simultaneamente na altura a sociedade, principalmente a juventude, estava a passar um flagelo. A ACGITAR teve a sua fase embrionária há 24\25 anos, no entanto encontra-se oficializada no notário há 22 anos. Mas antes de a oficializarmos, houve todo um trabalho para começar a arranjar verbas, porque precisávamos de pagar o notário e mais algumas coisas. Recordo-me que a primeira direção que tivemos foi estruturada de forma democrática, ou seja, tínhamos cerca de 30 pessoas à volta de uma mesa e quem se voluntariava ficava. Na altura, pensei numa forma estratégica de conseguir esse dinheiro e como o pessoal estava mais vocacionado para o futebol, por incrível que
> Na foto, Sofia Soares, João Sousa e Luís Fernandes
pareça, esta Associação começou graças a dois torneios de futebol de praia, realizados na Margem do rio Douro. O Futebol é uma modalidade que consegue ter mais apoios e as pessoas mais depressa aderiam a esta iniciativa. E foi assim, que conseguimos reunir a quantia necessária para começar a construir a ACGITAR. Esta pandemia prejudicou o setor cultural, como é que tem sido para vocês lidar com esta situação? Luís Fernandes: Ao longo de toda a sua existência, a ACGITAR teve sempre uma atividade muito permanente e próxima à população. Desde a nossa génese que procuramos, através da cultura, fazer uma integração social a vários níveis. E, como para todas as Coletividades, a pandemia veio a causar muitos entraves e dificuldades na realização do nosso trabalho diário. Inicialmente, como em todos os setores, não soubemos lidar muito bem com a situação. No entanto, apercebemo-nos que havia um ponto que no início era muito comentado, que era a dificuldade que algumas instituições tinham para conseguir adquirir equipamentos de proteção e nós tentamos então ajudar a colmatar essas necessidades. Este projeto surgiu em parceria com o grupo de jovens voluntários Douro Market. Assim, começamos a produzir viseiras,
através de impressão 3D e fizemos máscaras sociais. Estas máscaras sociais serviram para angariar alguns fundos para a produção das viseiras. Com esta iniciativa conseguimos ajudar os Bombeiros, os Centros de Saúde, a Câmara Municipal, o Hospital de Gaia, o de Santo António, o de São João, entre outras. Nós temos uma lista completa de para onde foi todo o material, que também fazíamos questão de garantir que não era vendido, porque estava a acontecer isso. Sofia Soares: Em simultâneo, estas máscaras sociais também tiveram o intuito de chegar às pessoas com mais dificuldades económicas que não conseguiam comprar máscaras. As doações foram realizadas para todo o concelho, inclusivamente chegamos a entregar noutras zonas do país, como Lisboa. Nós tivemos imensos pedidos de agregados familiares que não tinham hipótese de comprar estes equipamentos devido aos preços absurdos praticados na época. LF: Como estávamos encerrados e não podíamos praticar a nossa atividade habitual, e dado ao facto que temos um cariz social naquilo que realizamos foi uma forma de contribuir. Era uma pequena gota, mas uma gota que ajudava a construir um rio que ia desaguar algures num oceano. Nós a nível de viseiras e
máscaras produzimos mais de 4 mil. Quanto aos projetos futuros o que vocês ambicionam realizar? SS: A Associação neste momento está em obras e a nossa principal meta é terminá-las no próximo mês de junho. É um sonho antigo que está a ser concretizado, porque este nosso espaço era uma escola primária antiga com 100 anos. Queremos ter um espaço funcional, visto que temos um vasto leque de atividades culturais. Também tivemos o cuidado de reconstrui-lo de forma a torna-lo acessível para pessoas com mobilidade reduzida. Esta obra está a ser realizada ao encargo das verbas da nossa Associação, embora que, tivemos o apoio de alguns materiais por parte da Câmara Municipal de Gondomar, o que foi um contributo fundamental. O segundo objetivo para este ano e se a pandemia o permitir é realizar uma atualização da nossa base de dados de sócios, porque não corresponde à realidade. A maior parte dos nossas associados são jovens e isso irá nos possibilitar a ser uma associação do IPDJ, o que nos vai abrir muitas portas. Sempre fomos muito engenhocas e sempre pensamos em formas de conseguirmos arranjar verbas. Eu espero que isto abra o mais rápido possível para que as associações possam voltar a ter a casa cheia e as pessoas não tenham medo de vir visitar-nos. ■
PUB
PUB
PUB
20 VIVACIDADE | ABRIL 2021
DESTAQUE
Vítor Catão: “Sonhei, chorei, mas sempre acreditei que nunca ia deixar o São Pedro da Cova sair daqui” Texto: Miguel Almeida Texto e Fotos: Gabriela Monroy
Após três anos conturbados, o clube São Pedro da Cova começou a ver luz ao fundo do túnel para os seus problemas. Com o contrato de promessa de compra e venda na mão, a equipa prepara-se para disputar uma subida. Quanto ao futuro, Vitor Catão, levantou a cortina e revelou ao VivaCidade os investimentos projetados para o espaço, bem como o principal responsável pela queda do clube. Depois do estádio ter sido penhorado e vendido, como é que neste momento se encontra o clube São Pedro da Cova? Vitor Catão: Neste momento o estádio foi comprado pelo Manuel Peréz Almaraz. Quanto às finanças isso já não é connosco. Futuramente, vamos saber o que é que temos direito. O novo proprietário é Espanhol e foi quem investiu no São Pe-
dro da Cova. O Manuel já deu ao Pires & Pires 100 mil euros e logo que a escritura seja realizada dará mais 400 mil euros. A escritura do estádio será realizada entre abril e maio. O novo proprietário deixa-nos jogar aqui durante 30 anos, com a contrapartida de pagarmos uma renda de 250 euros por mês. Ao final de um ano, estamos a falar de um montante de 3 mil euros e ao fim de 30 anos de 90 mil euros. A pergunta que lhe faço é a seguinte: Ele comprou por 500 mil e vai receber 90 mil? VC: O novo proprietário vai realizar vários investimentos neste espaço. Irá construir um campo sintético e juntamente connosco quer fazer um campo de Padel. Talvez queira fazer aqui uma mini hamburgueria, com uma carne própria e natural fornecida pelo próprio. Assim, é uma forma de rentabilizar este investimento. Também pretendemos chegar ao futebol feminino, queremos basicamente fazer algo de positivo para a nossa Freguesia que, neste momento, não tem nada. Então o vosso principal objetivo nesta nova fase é dinamizaro clube? VC: Exatamente. E, isso é um valor que dou a mim mesmo, quando as pessoas dizem que a, b e c andam a roubar os clubes, pois, se eu andasse a roubar os clubes não estava a investir num que está parado há mais de um ano, “Quando é preciso pagar as despesas”, sou sempre eu que o faço. Porque nós não temos
dinheiro, não temos publicidades, não temos sócios, porque eles não pagam as cotas visto que não vêm os jogos de futebol. Não temos nada. O São Pedro da Cova vai disputar uma subida sem nada. E, quero dizer às pessoas que o principal responsável pela queda do São Pedro da Cova foi o José Fernando, o Vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Gondomar. Refiro isto porque um ex diretor do clube, o Vieira, ligou-me e disse que o estádio ia ser vendido. Questionei-o de imediato - para quem? Respondeu que era um sujeito que o ia comprar por 110 mil euros. “E então vocês não falam a ninguém? Não há ninguém que queira comprar isto? Eu ajudo, eu compro e depois faço uma doação à Junta ou aos bombeiros, porque assim nunca mais ninguém vem buscar o São Pedro da Cova”. Ele na altura disse para ligar ao Carlos Alberto que é um indivíduo do PS que concorre às eleições aqui na Junta de Freguesia. Assim o fiz e o Carlos disse-me para não meter-me no assunto porque o Vereador José Fernando estava a tratar de tudo. Passado três dias o mesmo diretor ligou-me a comunicar que o estádio tinha sido vendido por 110 mil euros. E quem são os culpados da venda do São Pedro da Cova? O José Fernando organizou reuniões em que estavam presentes ele próprio, o Carlos Alberto, o Henrique do restaurante do Laranjal e o Pires. Estas quatro pessoas foram as principais responsáveis pela venda do nosso estádio.
Eles andaram a negociar nas costas do Presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins. Isso é um crime! Essa pessoa devia ter levado a situação a reunião camarária e não para o estabelecimento dele em Baguim do Monte. O São Pedro da Cova foi obrigado a jogar em Valbom. O principal responsável foi o José Fernando que odeia o São Pedro da Cova porque nunca ajudou o clube, porque se ele se preocupasse com o clube fazia reuniões com a Câmara. E o Município de certeza absoluta que ia tentar arranjar uma solução. Sendo o Vereador do Ambiente natural desta freguesia, qual era o seu interesse em prejudicar o clube, que é isso que me está a dizer, certo? V: Exatamente. Eles todos pensavam que iam ganhar uma média de 200 a 300 mil euros cada um, porque o José Fernando dizia ao homem que no terreno dava para fazer cerca de 600 habitações e lojas, devido à área brutal que temos. E, enquanto eles andavam nessas reuniões, eu andava nas finanças a ver o que é que podia fazer pelo clube. Aproveito para agradecer às finanças porque nestes dois anos e meio, estive aqui a lutar contra tudo e contra todos. Era sempre eu que ia falar com a responsável na tentativa de resolver a situação da melhor forma possível. E, chegamos à conclusão de que, quem destabilizou e assassinou o São Pedro da Cova foram eles.
VIVACIDADE | ABRIL 2021
21
DESTAQUE estaria fechado e abandonado e em vez de relva teríamos palha. Não gostava de ir embora do São Pedro da Cova sem deixar tudo como o clube merece, porque é um clube que vai completar 100 anos de história. Esta instituição tem que ser muito respeitada e agora sim, posso falar à vontade, se este clube tivesse dinheiro, não faltavam diretores para o gerir. Neste momento consegue calcular o valor que tem investido aqui no São Pedro da Cova a título pessoal? Espera um dia voltar a receber o dinheiro que já deu ao clube? V: Nada, zero. Posso falar à vontade não quero nada deste clube. O canelas deve-me 10 mil euros e eu não quero nada. O Leça deve-me 5 mil euros e eu não quero nada. O Lousada foi o único clube que me pagou tudo.
> Na foto, Nazaré e Vitor Catão
Em algum momento tentou falar com algum deles para tentar perceber o porquê? V: Eu liguei ao José Fernando, entretanto depois deixamos de nos falar. Mas sim, liguei para ele duas vezes e no Whatsapp tenho coisas que ele mandava para mim que se for a mostrar é muito grave. Uma delas, estava ele em Viseu e mandou-me pelo Whatsapp uma mensagem a dizer “Vamos ver se conseguimos mudar o PDM (Plano Diretor Municipal), porque se o fizermos, todos nós ganhamos dinheiro” e eu respondi “Eu não quero ganhar dinheiro. Eu quero é recuperar o estádio do São Pedro da Cova” que nos foi dado pela Câmara Municipal de Gondomar. Isto para dizer que tudo isto foi uma jogada para alterar o PDM. Se o José Fernando e o Carlos Alberto conseguissem mudar o PDM para terreno de construção, eles iam ganhar mais de 300 mil euros. Isto porque o atual PDM tem o terreno como zona verde e zona desportiva. A minha luta pelo São Pedro da Cova e que muita gente se esquece disso, é que todos sabem que tenho dois grandes clubes, um é o Porto e o outro é o São Pedro da Cova. Nasci aqui nesta freguesia e com três anos vinha descalço ver este clube com o meu falecido pai no campo velho. Então com o atual PDM não é possível fazer construções e era mesmo necessário a sua alteração? Nazaré: Possibilita porque é terreno urbano, mas o PDM não autoriza que se construa. Se retirarmos uma certidão de matriz predial, tem lá cerca de 10 mil m2 de área de construção, mas é preciso que o Plano Diretor Municipal autorize. Portanto, não adianta nada as pessoas comprarem um terreno urbano e depois vêm que o PDM não autoriza construção. V: Mas aqui é que está a grande verdade.
O Vereador José Fernando fez a guerra com o próprio Presidente da Câmara. Porque o Marco Martins veio a saber depois que o José Fernando andou a fazer reuniões com o Pires e dessas reuniões o Presidente não soube de nada. E, a partir daí, o Marco disse que não queria conversas com mais ninguém sobre o assunto e digo que ele fez muito bem. Eu não estou contra o Presidente da Câmara, porque primeiro fazem reuniões e depois de não conseguirem nada é que vão reunir com o Presidente da Câmara? Quando o Presidente estava disposto a dar à pessoa 100 mil euros e a autarquia ficava com o estádio. Chegou a ter essa conversa com o Presidente da Câmara? V: Cheguei a ter essa conversa com o Presidente e com a Vereadora Sandra Almeida. E depois? V: Depois desta situação, telefonei para Angola, para a China, para o Brasil, estive a falar com o ex-Presidente do Aves, estive a falar com uma pessoa que investiu no Leça, falei com Leixões, isto sempre na expectativa de encontrar um comprador. Até que, chegou a um ponto que através do meu filho Miguel que faz parte de uma imobiliária, conseguimos falar com um investidor Espanhol. Mas este homem andou uns meses a ser enganado, é hoje, é amanhã… e depois o Pires dizia, eu quero 300 mil euros, chegávamos a um acordo e depois mudava de ideias e dizia que queria 400 mil euros, depois chegávamos a outro acordo e mudava novamente e pedia 500 mil euros, porquê? Porque o Pires pensou sempre que podia aparecer alguém para comprar por mais dinheiro. Nunca apareceu e nem aparece. Porque ninguém é tolo. Se eu, ou o Nazaré ou o Adriano não estivéssemos aqui, isto já
Para a realização deste negócio não era obrigatório uma Assembleia Geral em que os sócios o permitissem? V: Não. Há três anos e meio que o estádio já não é do clube. Neste momento, o São Pedro da Cova não tem nada, zero. Temos os apoios da Câmara e, também quero dizer uma coisa porque temos que ser sinceros, quero agradecer imenso à Câmara e à Vereadora Sandra Almeida pelo que fez a este clube. Porque o gesto dela, o gesto do Vila Meã e o gesto do Rebordosa foram fantásticos. O que ela fez foi muito importante, porque ela deixou-nos realizar em Valbom os treinos e os jogos. Com isto quero dizer que o São Pedro da Cova só tem o nome, futuramente sim, vai ter algo mais. Nós estamos aqui hoje, porque sou eu que estou aqui, porque o Manuel confia em mim e quer que eu esteja à frente do clube. Então o Vítor agora é o novo Presidente do clube? V: Para já ainda não, mas futuramente sim. O Manuel só tinha uma condição para ficar com o clube que era eu continuar aqui. Caso eu não fique no clube, ele retira-se. Agora que o processo está a ficar terminado e o São Pedro da Cova vai ficar com o estádio, o que é que os adeptos e os associados do clube podem esperar do futuro? V: Primeiro, vamos disputar uma subida. Ainda hoje estive numa reunião com o Vice-Presidente da Associação de Futebol do Porto, a quem agradeço por tudo o que fizeram por nós. Só estamos no campeonato graças à ajuda desta entidade. Será difícil disputar a subida, mas vamos lá estar e vamos lutar por ela. Por minha parte, o São Pedro da Cova, pode esperar
tudo do bom e do melhor. Agora, vamos ter que cumprir tudo o que o proprietário quer e em troca, o Manuel vai fazer tudo o que nós queremos para o clube. Pretendemos como previsto, fazer um campo sintético e com este investimento não nos vai faltar Camadas Jovens. Temos um contrato assinado com professores a custo zero para treinar estes jovens. Para além disso, queríamos fazer algo mais, vamos tentar construir uma casa desportiva para jogadores que não podem ir de férias e que precisam de ficar aqui a dormir. No fundo, o Manuel quer fazer um investimento no São Pedro da Cova como nunca ninguém o fez. Neste processo todo, quer a Câmara, quer a Junta de Freguesia, sempre foram sensíveis a esta situação? V: Depois do José Fernando sujar o nome da Câmara e do São Pedro, eles não conseguiram fazer nada. O único apoio que nos deram e por isso estou agradecido, foi o autocarro para que nós conseguíssemos ir para o estádio de Valbom, assim como o subsídio que dá a todos os clubes. Quanto à Junta de Freguesia dá aquilo que pode, mas o Presidente é uma excelente pessoa. É uma Junta sem dinheiro, mas com um Presidente fantástico, pronto sempre a ajudar. Acreditou que isto seria possível ou dormiu muitas vezes a pensar que isto era um sonho? V: Sonhei, chorei, mas sempre acreditei que nunca ia deixar o São Pedro da Cova sair daqui. Nazaré: Isto depois de ter sido penhorado pelas finanças, a única pessoa que nunca saiu daqui foi o Vítor, porque depois das finanças ter vindo cá, toda a gente fugiu. Ele procurou a minha ajuda para resolver esta situação e eu, como amigo, aceitei o pedido. E conseguimos resolver. V: Com ajuda do Nazaré, conseguimos ficar com tudo o que estava aqui dentro. Eu não preciso de estar aqui, mas a minha casa é esta. Agora pergunto como é que um indivíduo destes não vai embora? Sendo que os objetivos dessas reuniões era o de retirar benefícios pessoais. Todos queriam passar por cima do Presidente. Depois disto tudo, eu acho que o Presidente da Câmara foi a pessoa com mais dignidade, porque disse “Não!”. Eles tentaram roubar o São Pedro da Cova, ponto final. E mais, o meu advogado vai escrever à Câmara a solicitar a máquina de cortar relva do clube, porque o ex-Presidente Orlando, mandou-a para a Câmara para arranjar. O Vereador ficou com uma máquina que custa 10 mil euros. Neste momento, estamos a usar a máquina que o Leixões faz o favor de nos emprestar. ■ Sobre as acusações referidas na entrevista, o Vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Gondomar, José Fernando, referiu o seguinte: “Não tenho nada a dizer, a não ser que tudo isso é ridículo e absurdo”.
22 VIVACIDADE | ABRIL 2021
SOCIEDADE
Início da obra do Parque Urbano de Gondomar No dia 15 de abril arrancou formalmente a empreitada do Parque Urbanos de Gondomar (São Cosme). O intuito do projeto é criar no “coração” de Gondomar um espaço verde que dê mais qualidade de vida aos gondomarenses. O projeto representa um investimento autárquico superior a 5 milhões de euros. Para dar início às obras esteve presente no local, o Presidente da Câmara Municipal de Gondomar Marco Martins, acompanhado pelo seu Executivo. Em simultâneo marcou presença o Presidente da União de Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim, António Braz, bem como o arquiteto que assina o projeto, Paulo Merlini. A empreitada encontra-se na responsabilidade da empresa ABB - Alexandre Barbosa Borges, S.A. Para o Arquiteto Paulo Merlini, este projeto
foi um dos desafios da sua carreira, visto que é a sua primeira obra pública, “Foi uma experiência interessante porque sendo a nossa primeira obra publica, tivemos que perceber todas as dinâmicas que uma obra destas exige. Todo foi novidade”. Uma das missões do gabinete do arquiteto é aumentar a auto estima dos gondomarenses e é nessa linha que Paulo revela-nos que ficou satisfeito porque “É uma marco interessantíssimo que vai transformas a envolvente da cidade daqui a 10 anos”. “Neste caso, nitidamente o que proliferou no nosso processo criativo foi esta ideia de que há aqui um grande naco de terreno que alimenta este núcleo tão importante da cidade e isto teria que ser um elemento estruturante. Definitivamente, a natureza irá tomar em conta de toda a imagem, porque esse é um objetivo de um Parque Urbano, mas queríamos conjugar a natureza com muita naturalidade com a arquitetura. Por isso, é que colocamos o café absorvido pelo espaço e assim quem vai pela cidade não sente um volume a tomar conta. Podemos dizer que, a arquitetura quase que se intimidou pela natureza e encostou-se aos cantos, mas quem está sentado no café vai sentir esta natureza. Assim, achamos que conseguimos uma boa relação entre a não influência excessiva da arquitetura perante a natureza, mas uma boa conjugação entre os dois elementos”, explica Paulo Merlini. Para António Braz, este Parque Urbano é
PUB
Madalena de Lima, Advogada com larga experiência em Direito Criminal, Civil, Família e Menores, Administrativo, Comercial, Urbanismo e Internacional. Inscrita na Ordem dos Advogados desde 1983, abriu novo escritório em Rio Tinto. Registo Comercial Registo Predial Registo Automóvel Reconhecimentos Autenticações Procurações Certificações Traduções Contratos
mara Municipal, Marco Martins, referiu que este novo espaço será um ex-libris de Gondomar e é uma aposta grande do Município. O autarca explica que, este Parque integra uma rede concelhia de 9 equipamentos verdes que o Executivo tem projetado para o concelho. Analisando o projeto ao detalhe, o futuro parque urbano irá contemplar: uma área total de um espaço central público de 20 mil metros quadrados; Encontra-se previsto a plantação de mais de 800 árvores; a criação de 1200m2 de área pavimentada multifuncional, dividida por três praças articuladas com o espaço urbano adjacente; e a capacidade de um anfiteatro ao ar livre, que em pé poderá albergar 750 pessoas e 250 pessoas em lugares sentados. Ainda encontram-se contempladas para aquele espaço novas acessibilidades, nomeadamente à autoestrada e à futura linha de metro. ■
PUB
PUB
Escrituras Doações Testamentos Partilhas Sociedades Empresas na Hora Registo de Insolvências Recuperação de Créditos
Email: madalenadelima.advogados@gmail.com
CONFIANÇA CONFIANÇA
uma “Obra que a Junta se congratula por presenciar o seu início”, o edil explica que “O Município sempre deu esperanças que ela ia acontecer, felizmente aconteceu, lutamos por ela e estamos a presenciar o início da sua construção”. O Presidente da União de Freguesias revela que é uma das obras mais importantes do centro de Gondomar, “Porque vai melhorar imenso a qualidade de vida dos gondomarenses que vão poder usufruir de um espaço de lazer e verde enorme”. Quanto à empreitada o edil desabafa que está “Muito feliz”. António Braz demonstra ainda satisfação, pelo facto de que foi anunciado a construção “De um prédio numa das extremidades oposta à igreja que será importante para colmatar o problema da procura e a falta de habitação da freguesia”. Sobre o Parque Urbano, o Presidente da Câ-
-
Facebook: @advogadamadalenadelima
ÉTICA
-
LEALDADE
ESCRITÓRIOS 1: Travessa da Ferraria, 9 – Venda Nova – 4435-468 Rio Tinto 2: Rua Dr. Pedro Dias, 45 – Paranhos – 4200-441 Porto 3: Largo do Campo Lindo, 13 – Paranhos – 4200-142 Porto
222 434 035 220 932 196 220 171 364
VIVACIDADE | ABRIL 2021
23
CULTURA
Descubra com o desconfinamento os Museus de Gondomar O Município de Gondomar desde a sua génese que é um local rico em histórias. No concelho é possível visitar e contemplar os testemunhos preservados de tempos que passaram. Agora, com a reabertura dos Museus, o VivaCidade foi conhecer os tesouros que cada um guarda no seu espólio.
> Museu Municipal - União de Freguesias de Melres e Medas
É no Alto concelho, mais propriamente na Junta de Melres da União de Freguesias de Melres e Medas que se encontra localizado, o Museu Municipal. Os principais responsáveis por este espaço são Manuel Soares, Marília Gama e Octávio Santos. O Museu Municipal permite aos visitantes uma viagem ao passado, onde podemos contemplar como é que a população desta União de Freguesias vivia. Uma viagem histórica, com um espólio rico em memórias. Um local perfeito para todas as gerações visitarem. Para os mais velhos será um recordar dos tempos que foram vividos e para os mais novos serve para aprender a realidade de vida de uma época passada. Ao entrar pela porta do Museu Municipal somos transportados para uma casa antiga, onde podemos observar como é que era uma cozinha, um quarto ou uma adega. Estas secções permite-nos perceber os objetos que outrora eram utilizados. Em simultâneo, podemos pre-
senciar a realidade vivida nas Minas de ouro e antimónio que ficava situada na serra das Flores, e que era explorada pela Companhia das Minas de Gondomar. Ligado à semana cultural, para além das secções fixas do Museu, os responsáveis têm o cuidado de todos os anos trazer uma temática nova ao local, o intuito é de tornar o Museu mais apelativo à visita da população. Este ano, tomou conta desta secção a exposição “Tempo” que ainda pode ser visitada. Para além destas secções mencionadas, é possível contemplar outros tipos de objetos ligados à religião, à tecnologia, entre muitos outros cedidos pela população. Para os interessados a entrada é gratuita. As visitas guiadas podem ser agendas na Junta de Freguesia. Caso queira visitar sem ser visita guiada, pode fazê-lo solicitando ao funcionário da Junta que se encontra na secretaria. O museu está disponível para visita sempre que a Junta está em funcionamento.
mas sim para todo o concelho, visto que, esta exploração de carvão mineral teve a duração de 170 anos e transformou o Município. As minas de São Pedro da Cova foram as principais minas de exploração para assegurar a energia do país nas duas grandes guerras. O Museu Mineiro é um local repleto de testemunhos, onde a história e a identidade do povo é preservada para as próximas gerações. O local possui ainda um espólio ligado a questões geoló-
gicas. Além desta parte histórica, o Museu Mineiro possui um serviço educativo com várias temáticas, quer geológica, quer Mineira, quer etnográfica. Estas iniciativas culturais podem ser acompanhadas nas redes sociais da Junta de Freguesia ou do Museu. Para os interessados a entrada é gratuita. O Museu encontra-se aberto de terça a sábado das 10h até às 12.30h e das 14h até às 17.30h.
> Museu Adão Soares- Rei dos Congros
É na freguesia de Gondomar (São Cosme) que se encontra localizado o Museu Adão Soares- Rei dos Congros. Adão Soares é conhecido além fronteiras gondomarenses como o Rei dos Congros e no seu Museu é possível descobrir alguns dos seus segredos que o tornaram o Rei da pesca desta espécie de peixe. A simpatia e a paixão com que fala do seu “tesouro” que está exposto no Museu cativam a atenção dos que por lá passam. De momento, o Museu encontra-se fechado, mas irá rea-
brir novamente no mês de setembro. Segundo Adão Soares este Museu é único no mundo e tem vindo a atrair a atenção internacional. Um talento herdado pelo pai que agora pode ser visitado e contemplado neste Museu. Até aos 7 anos a entrada é gratuita, dos 7 aos 12 anos o valor pago é 1 euro e para os adultos, o custo é 2.50 euros. Este valor ajuda na manutenção do espaço, porque segundo Adão Soares, a conservação dos aquários é dispendiosa.
> Museu Mineiro- Casa da Malta de São Pedro da Cova
O segundo Museu que mencionamos na nossa lista é o Museu Mineiro- Casa da Malta de São Pedro da Cova, que tem como responsável Micaela Santos. Antes de se encontrar localizado na Casa da Malta (Rua de Vila Verde), este Museu, em 1976 ficava na cave dos Escritórios da Companhia das Minas de Carvão de São Pedro da Cova. Foi em 1989, com a intervenção da Junta de Freguesia que o espó-
lio foi transferido para o local onde se encontra hoje. O edifício onde está localizado o Museu Mineiro é repleto de história, dado que outrora a Casa da Malta era um local que tinha o objetivo de alojar os mineiros oriundos de outras localidades. Ainda hoje, é possível constatar nas instalações um exemplar de um quarto dessa época. Para Micaela, este Museu não é só importante para a freguesia de São Pedro da Cova,
> Museu de Filigrana de Gondomar
Por último apresentamos o Museu de Filigrana de Gondomar. Situado na Casa Branca de Gramido, este Museu possui um espólio de um dos símbolos mais importantes de Gondomar, a Filigrana. Na terra mãe da Ouriversaria, não podia faltar um Museu para perpetuar a história desta arte. De momento, devido às obras
que estão a ser realizadas desde o final do ano passado, a Casa Branca de Gramido encontra-se encerrada e tem como previsão de reabertura o próximo mês de maio. Com a sua reabertura, será retomada toda a atividade da Rota da Filigrana, onde a população pode conhecer as oficinas dos artesãos. ■
24 VIVACIDADE | ABRIL 2021
CULTURA Renault Gondomar
Novo Renault TWINGO Electric: O automóvel elétrico mais acessível do mercado chegou à Renault Gondomar O Renault TWINGO Electric o automóvel elétrico mais acessível à venda em Portugal é comercializado com os níveis de equipamento Zen e Intens. Destaque para os clientes empresariais, que beneficiam da dedução integral do valor do IVA. Sublinhe-se que a aquisição da bateria* está incluída nos preços. Agora, também 100% elétrico, o Renault TWINGO é, mais do que nunca, o rei das cidades e não apenas dos grandes centros urbanos. Há quase 30 anos que o Renault TWINGO não para de se reinventar e o lançamento de uma versão 100% elétrica é a mais recente novidade. Chegou à Rede de Concessionários em janeiro de 2021 e com o estatuto do mais barato automóvel elétrico à venda em Portugal! Uma proposta que que beneficia da experiência de mais de uma década da Renault na mobilidade zero emissões. O Renault TWINGO Electric é comercializado com dois níveis de equipamento. A versão ZEN, de entrada de gama, estará disponível para clientes particulares, por um valor bastante atrativo. Já os clientes empresariais, por beneficiarem da dedução integral do valor do IVA, é uma excelente oportunidade também para as empresas. O nível de equipamento ZEN integra, entre outros itens, o ar condicionado automático, os bancos traseiros com rebatimento 50/50, o elevador de vidro elétrico com função impulsional do lado do condutor, o limitador de velocidade, o porta luvas fechado, o sistema multimédia Easy Link de 7 polegadas com replicação smartphone, os retrovisores elétricos da cor da carroçaria, os sensores de chuva e luminosidade ou o volante em couro regulável em altura. O Renault TWINGO Electric Intens é enriquecido com equipamentos como o sistema Easy Link 7 de 7 polegadas com navegação, o sistema de ajuda ao estacionamento traseiro + câmara de marcha-atrás, o regulador e limitador de velocidade, o banco do passageiro rebatível “one touch“, a bagageira modulável, os vidros traseiros sobreescurecidos e as jantes em liga leve de 15 polegadas. Sublinhe-se que a versão zero emissões do Renault TWINGO não resulta de uma mera adaptação da proposta com motor a gasolina. Na realidade, desde a sua conceção, que a atual geração do icónico modelo foi desenvolvida a pensar em receber uma motorização 100% elétricas. Exteriormente, mas igualmente no habitáculo, são vários os pormenores que caraterizam a gama elétrica da Renault. No entanto, a irreverência, a personalidade cativante, o sentido prático e a diversão ao volante são as que fazem a história de sucesso do Twingo há quase três décadas. O Renault Twingo Electric para além de ser uma proposta imbatível nos custos de utilização, também reivindica o melhor raio de viragem do mercado (uma caraterística tão importante nas manobras na cidade) e graças à bateria de 22 kWh oferece uma autonomia de 270 quilómetros em ciclo WLTP City e de 190 quilómetros no ciclo WLTP Completo (225 quilómetros com utilização do modo Eco). O suficiente para uma semana de utilização sem carregamentos, para quem percorre uma média de 30 quilómetros diários. Mas para além da autonomia perfeitamente suficientes para as deslocações do dia a dia na cidade, destaque para a rapidez de carregamento. Na realidade, o Renault TWINGO Electric, devido ao carregador Camaleão idêntico ao do Zoe pode carregar até quatro vezes mais depressa do que os seus concorrentes, nos postos de carregamento mais frequentemente encontrados no espaço público. Uma referência final para o facto dos mais recentes serviços conectados da Renault também estarem disponíveis no TWINGO Electric, incluindo funções específicas dos automóveis elétricos da marca que facilitam a vida do condutor. Venha conhece-lo na RENAULT GONDOMAR. * O Twingo Electric, tal como toda a restante gama de automóveis elétricos da Renault, está disponível apenas com o sistema de aquisição da bateria.
Concurso de Literatura e Artes Plásticas É com o objetivo de incentivar os hábitos de leitura, de escrita criativa e de criação artística, que o Clube Ciência Viva, do Agrupamento de Escolas Santa Bárbara, em Fânzeres, está organizar o Concurso de Literatura e Artes Plásticas, que tem como lema “Vamos descobrir o jardim da Escola”. Este projeto surge pelo facto dos jovens portugueses estarem a ler cada vez menos, uma situação que, segundo os responsáveis é grave. Para Jorge Nunes, Coordenador do Clube Ciência Viva, “Esta situação é tanto mais grave quanto sabemos que as competências da leitura e da escrita são essenciais para os indivíduos compreenderem, interpretarem e expressarem factos, opiniões, conceitos, pensamentos e sentimentos”. O concurso alia a Ciência, a Arte e a Literatura e tem como base cinco objetivos que passamos a citar: “Melhorar a literatura ambiental e científica da comunidade educativa. Desenvolver o gosto pela leitura, pela escrita e pelas artes plásticas. Promover a criação artística (literatura e artes plásticas). Incentivar a criatividade e o sentido estético. E fomentar a articulação curricular”. Quanto às áreas de competências a privilegiar no concurso destaca-se: a Linguagem e o texto, o desenvolvimento pessoal e autonomia, o Bem-Estar, a saúde e o ambiente, bem como a sensibilidade estética e artística. Sobre a importância do concurso o Coordenador afirma o seguinte, “Convém recordar que a leitura (a escrita e a produção artística) estimulam a curiosidade e a emoção. Além disso, envolvem múltiplas áreas e funções cerebrais muito distintas. As palavras escritas e as obras de arte surgem impregnadas de experiências emocionais, pelo que nenhum ser humano extrai de um texto literário ou de um trabalho de arte plástica o mesmo que outro”. O concurso possui ainda duas modalidades. A literatura, onde os trabalhos podem assumir qualquer género literário (Texto narrativo - conto, fábula, etc.- poema, acróstico, carta, canção…) e deverão ser enviados em formato digital, podendo ter a extensão máxima de duas páginas A4, com cerca de 3400 caracteres, incluindo espaços. A outra modalidade é a de Artes Plásticas. Os trabalhos (desenhos, pinturas ou esculturas) poderão dar uma visão geral do jardim escolar, mostrar um recanto, um animal, uma planta, entre outras coisas.
Cada participante só poderá concorrer com um trabalho em cada modalidade, da sua autoria, individual, original e inédito, num dos seguintes escalões: 1º ciclo; 2º ciclo; e 3º ciclo. Os prémios serão atribuídos considerando os seguintes critérios de avaliação: Originalidade e Criatividade; Qualidade Artística; e Adequação ao objetivo do concurso. Todos os participantes irão receber diplomas de participação e terão os seus trabalhos expostos e publicados num livro digital, que, posteriormente, será divulgado na comunidade educativa. Além da publicação dos trabalhos, os premiados receberão livros sobre temáticas ambientais, científicas, tecnológicas, artísticas ou de literatura infantojuvenil, bem como terão à sua disposição entradas livres em Centros de Ciência Viva e Museus. O prazo de entrega dos trabalhos será a 7 de maio de 2021 e deverão ser submetidos através do email: clubecienciaviva@aefanzeres.pt, ou poderão ainda ser entregues nas bibliotecas escolares do Agrupamento de Escolas de Santa Bárbara. Todas as informações podem ser consultadas no site: https://aefanzeres.pt Neste ano letivo, o Concurso destina-se apenas aos alunos do Agrupamento de Escolas Santa Bárbara, porém, para o ano letivo de 2021\22, já está a ser preparada a 2ª edição que terá como destinatários todos os alunos do concelho de Gondomar. Os principais patrocinadores da iniciativa são: 20|20 editora; Areal Editores; Porto Editora; Leya Educação; Livros Horizonte; Planeta Tangerina; Câmara Municipal de Gondomar; União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova; Município de Lousada; Associação de Pais da Alvarinha; Associação de Pais da Escola Básica de Santa Bárbara; Associação de Pais da Escola EB1-JI Montezelo; Fábrica Centro Ciência Viva Aveiro-Universidade de Aveiro; Ciência Viva; Planetário do Porto-Centro Ciência Viva; Revista Super Interessante; Centro Ciência Viva de Vila Conde e a Galeria da Biodiversidade Centro Ciência Viva da Universidade do Porto; Fundação Manuel António da Mota. ■
PUB
PUB
26 VIVACIDADE | ABRIL 2021
POLÍTICA
Câmara suspende obra do Hotel da Ribeira de Abade No dia 9 de abril, a Câmara Municipal de Gondomar anunciou numa conferência de imprensa, a suspensão da obra do Hotel em Ribeira de Abade, situado na freguesia de Valbom. A decisão foi tomada devido ao posicionamento da CCDR-N e da investigação que está a ser realizada pela Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMOT) ao processo de licenciamento da empreitada do Hotel Nasoni. Através de um comunicado enviado aos órgãos de comunicação social, a CCDR-N admitiu a existência de um “erro” de análise
no que concerne ao parecer favorável de maio de 2008 à empreitada. Quanto ao posicionamento da Comissão Regional, Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal de Gondomar refere o seguinte: “Em função de todo este ruído público sobre o processo decidimos perguntar à IGAMAOT se podia ou não haver suspensão do processo. Até que, fomos surpreendidos através dos órgãos de comunicação social, com um comunicado da CCDR-N, sem qualquer informação prévia, nem uma comunicação oficial à Câmara de Gondomar, onde a entidade reconhecia um “erro” no parecer. Perante esta posição das entidades competentes, treze anos depois a Câmara Municipal não quis ficar indiferente. E, portanto, aquilo que decidimos preventivamente, foi suspender a execução dos trabalhos até que as entidades competentes se pronunciem se vão manter ou não os pareceres que até aqui tiveram ou se vão ou não alterá-los.” Neste sentido a decisão da continuação da obra só terá luz verde por parte da Autarquia quando a CCDR-N tome um parecer prévio sobre a autorização ou não da empreitada e a IGAMAOT se pronuncie sobre
a conclusão da inspeção que se encontra a ser realizada. O Presidente da Câmara Municipal explica ainda que quanto às reuniões solicitadas à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e à CCDR-N, já foram realizadas. O autarca revela ao VivaCidade que: “Com a APA ficou esclarecido a questão do domínio público e hídrico. E, portanto, a dúvida que subsiste corresponde à parte da reserva ecológica. Quanto à reunião da CCDR-N não chegamos a conclusão nenhuma. Eles estão
a avaliar, estão a estudar e vamos então aguardar pelo relatório final da IGAMAOT”. O autarca refere ainda que a empresa já retirou, voluntariamente, a parte que ocupava o estacionamento que era domínio público. No que concerne ao fim do processo, Marco Martins explica que: “É um processo que nós gostávamos de ver concluído e resolvido a bem, por todas as partes. E, agora, em função das próprias dúvidas que as entidades com competências criaram, vamos aguardar que eles se pronunciem”. ■
VIVACIDADE | ABRIL 2021
27
POLÍTICA
Reposição da verdade No mês de março o Presidente da Câmara Municipal, Marco Martins, cedeu uma entrevista ao VivaCidade em que diz e, passamos a citar: “Foi mesmo um crime isto ter acontecido com esta passividade e com a autorização da Câmara, bem como com a conivência da Junta, que é importante referir que na altura já era CDU”, esta é a primeira citação que o PCP quer contestar, quanto à segunda citação é a seguinte: “A Junta nunca tomou uma posição pública, pelo contrário”. O Presidente da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova refere o seguinte: “De facto, os resíduos começaram a ser colocados em São Pedro da Cova em agosto de 2001, às escondidas, existem registos disso. E, de facto as eleições autárquicas 2001 sucederam-se em dezembro, no entanto nesse período, entre 1997 e 2001 o partido que governava a Junta de Freguesia de São Pedro da Cova era o PSD e tinha como Presidente a Conceição Fontes”. Quanto à segunda citação que refere que a Junta nunca tomou uma posição pública, o edil da União de Freguesias refere que: “É mentira, porque logo depois de ter tomado posse da Junta, em janeiro de 2002, a primeira coisa que o executivo fez foi tomar uma posição pública, para que os resíduos parassem de serem transportados para São Pedro da Cova e, assim foi. Em março de 2002, os resíduos pararam de ser transportados e depositados nesta freguesia. Entretanto, já tinham sido depositados entre 250 a 300 mil toneladas de resíduos. O primeiro partido político a tomar uma posição pública foi o PCP, na altura presidida por José Alves. A Câmara nunca tomou posição, foi sempre a Junta de Freguesia. O PCP enquanto opo-
sição conseguiu até, às escondidas, recolher amostras de resíduos para realizar análises, onde ficou comprovado a sua perigosidade. Em 2002, quando tomamos posse, tomamos logo as rédeas do assunto e ficamos a liderar deste então este problema. Quando a CDU chegava às Assembleias de Freguesia ou Municipais e trazia este assunto, éramos considerados alarmistas e não nos levavam a sério. Portanto, o assunto só ficou mediático a partir de 2010 quando foi realizado uma reportagem pelo Rui Araújo sobre o estado do crime, onde de facto demonstra as luvas que foram pagas aos que deram a autorização para colocar os resíduos. E, ai sim, todos os outros partidos, cada um à sua maneira tentaram tirar um pouco de proveito. Mas entre 2001 e 2010, ninguém ligava para o assunto. A partir de 2010, quando se veio a saber de tudo o que tinha realmente acontecido, de facto todos quiseram aparecer. Mas quem esteve sempre desde o início neste processo foi a população de São Pedro da Cova e, naturalmente, a sua Junta de Freguesia quando tomou posse em 2002. A Câmara agora quer tirar alguns louros com este assunto, mas a realidade é que esta segunda intervenção já estava prevista ser realizada desde 2015\16, era uma questão de meses/anos. O Município aproveitou para comprar os terrenos, mas a intervenção através da CCDR-N iria ser feita, como foi em 2014\15, na primeira fase. Ao contrário da primeira intervenção em que os terrenos foram devolvidos aos proprietários, agora os terrenos vão ficar na esfera pública, e bem, nesse aspeto estamos em perfeita sintonia. Ainda bem que está agora na esfera pública para haver investimento, porque é isso que pretendemos”. ■
PUB
PUB
PUB
28 VIVACIDADE | ABRIL 2021
POLÍTICA
Cristina Coelho é candidata pela CDU à Câmara Municipal de Gondomar A CDU – Coligação Democrática Unitária, anunciou que Cristina Coelho será candidata à Presidência da Câmara Municipal de Gondomar nas eleições autárquicas de 2021. Ao VivaCidade Cristina revela que houve várias pessoas ligadas à Coligação que “fazem ter a certeza que este é um caminho seguro”. Com 42 anos, é natural de Valbom. Cristina é licenciada em Geografia e é Mestre no Ensino da História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. A eleita é membro da Comissão Concelhia de Gondomar e Responsável pela Comissão de Freguesia de Valbom do PCP e ainda assume funções nas sessões da Assembleia Municipal e na Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de Gondomar (S. Cosme, Valbom e Jovim).
Em 2017, a CDU obteve um dos melhores resultados na candidatura à Câmara Municipal de Gondomar com a eleição de dois vereadores. Questionamos a candidata sobre a fasquia para 2021, que no qual a própria respondeu: “Obviamente não falarei de números, mas há contextos. A candidatura há quatro anos surge num contexto e neste momento vivemos outro diferente. As peças do tabuleiro podem mudar, o que é que nós queremos? A Câmara Municipal! E nós vamos a jogo. Iremos apresentar uma candidatura positiva em prol dos gondomarenses, para disputar a Câmara”. Cristina Coelho revela-nos alguns pontos que irão constar na sua agenda política. O primeiro que a candidata menciona é o preço das facturas das Águas. A candidata explica que: “Quanto à questão da água, pretendíamos acabar com alguns mitos. Nunca a CDU apelou para que “rasgassem o contrato de concessão”. Nós temos sim uma posição. Nós temos medidas concretas que estão presentes na nossa candidatura”. A representante da CDU afirma que uma delas passa pelo cumprimento dos pareceres da ERSAR. “Pretendemos realizar junto da empresa Águas de Gondomar o cumprimento dos Pareceres que aconselha a redução de tarifa e, posteriormente pretendemos criar um acompanhamento à concessão”, explica a candidata. A segunda questão presente na agenda de Cristina são as praias fluviais. A representante
explica que Gondomar continua com as praias de Melres e Zebreiros, como locais não aptos a zona balnear. A estratégia da candidata passa por controlar as ETAR’s, “Com as descargas ilegais, as ligações ilegais, as contaminações que nós sabemos que acontecem e a inspeção por parte da autoridade marítima”. A responsável diz que “Não podemos falar em poluição de rios se não tivermos aqui uma gestão estruturada sobre todos estes pontos. Há aqui um conjunto de problemas que comigo como Presidente de Câmara têm que ser enfrentados de frente. Nós precisamos das três praias classificadas a bem do nosso turismo. Gondomar tem uma excelente frente ribeirinha que nem todos os concelhos do país têm. Em três praias, temos uma classificada e que já teve algumas nuances. As praias de Melres e Zebreiros são perigosas para a saúde pública, vamos ser claros, precisamos de realizar uma política de pedagogia nesse sentido”. O terceiro ponto que a candidata refere, concerne ao Parque das Serras do Porto. “Pretendemos a recuperação do Património Mineiro, bem como a remoção total dos resíduos, juntamente com uma requalificação ambiental daquele espaço que poderá dar uma excelente porta de entrada para o Parque das Serras. Uma unidade paisagística com aquelas potencialidades naturais e patrimoniais está desvalorizada. É preciso uma estratégia, é preciso
uma planificação séria. E, ligado a esta requalificação do Complexo Mineiro, há o Cavalete do Poço de São Vicente. Um monumento de interesse nacional desde 2010, ex-libris da Vila de São Pedro da Cova. Símbolo do período áureo da exploração mineira, neste caso do carvão e, neste momento olhamos para ele e sentimos uma tristeza, este é um problema que tem que ser enfrentado e que está na nossa candidatura, porque um concelho sem passado, sem presente e sem futuro é um Município em que o tal alavancar fica perdido”. ■
Juntas e Câmara comemoram com constrangimentos o 25 de abril Devido à pandemia e semelhante ao ano transato, as comemorações do 25 de abril terão outros contornos. Algumas Juntas de Freguesia optaram por não comemorar este dia, enquanto outras, de forma simbólica irão relembrar esta data. É nessa linha que, a Câmara Municipal de Gondomar reduziu as iniciativas de comemoração deste dia. Assim sendo, apenas irão realizar uma Sessão Solene, com o tradicional hastear da bandeira. Em princípio, a cerimónia não terá todos os membros da Assembleia Municipal. No entanto, irá entrevir um representante de cada força partidária. Luís Filipe Araújo, Vice-Presidente e responsável pelo
Pelouro da Cultura no concelho, revela ao VivaCidade que quanto à cultura “Reduzimos ao mínimo a sua atividade. No entanto, está a partir desta semana aberto ao público, a exposição dos cartazes de abril. É um concurso que costumávamos realizar todos os anos, juntamente com as escolas. A exposição encontra-se patente no Centro Cultural de Rio Tinto”. Quanto à Junta de Freguesia de Rio Tinto, Nuno Fonseca, não quis deixar este dia passar em branco. Assim, irão realizar a tradicional Sessão Solene, como é habitual todos os anos no dia 24 que poderá ser acompanhada nas redes sociais da Junta. A sessão contará com a intervenção das forças políticas, dos representantes da Câmara, da Assembleia Municipal e da Junta. Não está permitido no evento a presença de público. Quanto ao dia 25 de abril, domingo, vai decorrer o hastear da bandeira. Para o Presidente da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, Pedro Vieira, a comemoração desta data é essencial para a sua União de Freguesias. É nesse sentido que o executivo tem vindo a desenvolver um conjunto de atividades no mês de abril. “No
dia 10 de abril, tivemos o encontra-te com Martins Guerreiro, um Capitão de abril (Almirante da Marinha), que esteve à conversa connosco através da plataforma Zoom. Este encontro correu muito bem. Ainda enquadrado nestas comemorações, no dia 17 de abril, tivemos uma iniciativa mais direcionada para as crianças, com o João Pedro Mésseder e Rachel Caiano, que se chama Ler, Olhar e Cantar Abril. No sábado à noite, dia 24 de abril, teremos um mini concerto com Jorge Palma, que será transmitido pelas redes sociais da União de Freguesias. E, naturalmente que o acesso é livre. Ainda nas redes sociais, ao longo do mês temos vindo a realizar publicações de curiosidades sobre as regras daquela época. Queremos demonstrar às pessoas que de facto, não vivemos tempos fáceis, vivemos tempos conturbados e a pandemia está a ajudar a esse sentimento. Mas, através destas publicações, pretendemos dizer que, por muito mau que possa ser a liberdade, nada se compara com aquilo que era antes do 25 de abril, ou seja, por muito mal que a justiça funcione ou que não haja
oportunidades para toda a gente e por muito que o estado não consiga responder às necessidades de todos, de facto, apesar de tudo isso, não podemos comparar à realidade vivida nessa época. Pedro Vieira adianta ainda que no dia 25 de manhã haverá a sessão solene em Fânzeres e em São Pedro da Cova, onde as bandeiras serão hasteadas. Para complementar as comemorações, as escolas estão a decorar as rotundas e os espaços verdes de ambas as Freguesias. Quanto à União de Freguesias de Gondomar (S.Cosme), Valbom e Jovim, António Braz explica que, semelhante ao ano anterior, este ano a União não irá realizar nenhuma sessão solene. No entanto, nas suas redes sociais irão deixar uma mensagem para a população. Além disso, o edil constatou que, caso alguma coletividade comemore o 25 de abril e necessite de apoios, a União de Freguesias está à disposição. Para António Braz,“Não podemos deixar passar em branco esta data, porque foi efetivamente a reconquista da liberdade e cabe-nos a nós preservá-la muito ■
VIVACIDADE | ABRIL 2021
29
POLÍTICA
Gondomar compromete-se a reduzir emissões de CO2 em 40% até 2030 O Município de Gondomar assume o compromisso de se tornar uma cidade descarbonizada e resiliente, onde os cidadãos têm acesso a energia segura, sustentável, acessível e renovável. Os objetivos a alcançar passam pela redução das emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE) em, pelo menos, 40% até 2030 - através do reforço da eficiência energética e do maior recurso a fontes de energia renovável – mas também, pelo aumento da resiliência do território. Este compromisso surge no seguimento da adesão do Município ao Pacto de Autarcas para o Clima e Energia - uma iniciativa da Comissão Europeia, lançada em 2015, que reúne autoridades comprometidas com a implementação dos objetivos da União Europeia para o clima e energia nos respetivos territórios. Segundo o Vereador do Ambiente, José Fernando Moreira, os riscos climáticos atuais e os cenários futuros diagnosticados para o Município de Gondomar, até ao final do século, associados a cheias ou inundações e temperaturas excessivas, motivaram esta adesão ao Pacto, a qual compreende a reestruturação da gestão
territorial, com vista ao aumento da resiliência e minimização de prejuízos humanos, materiais e ambientais. A adesão ao Pacto de Autarcas constitui-se, assim, um compromisso ambicioso e inédito de gestão autárquica, atendendo a que a maioria das medidas adaptativas, representam um esforço financeiro no presente, o qual só terá resultados no futuro. O sucesso desta estratégia não depende apenas do esforço político, mas também da mobilização dos diferentes atores da sociedade civil na sua implementação, criando uma cultura de cooperação transversal, indispensável para uma resposta municipal mais eficaz no processo de adaptação às alterações climáticas. A adesão ao Pacto de Autarcas para o Clima e Energia reflete, por parte da autarquia, uma séria preocupação acerca das questões climáticas. Para garantir o cumprimento das metas, o Município de Gondomar está também a preparar um Plano de Ação para a Energia Sustentável (PAES) e um Plano Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas (PMAAC) em colaboração com a Agência de Ener-
gia do Porto (AdEPorto). O Vereador do Ambiente explica que, estas questões levam tempo, mas “com o esforço” de todos, “Estou confiante que esta meta seja possível de realizar até 2030” Segundo José Fernando, a estratégia do Município dentro do plano do PMAAC, passa por “Vocacionar a estratégia incorporando aquilo que já foi feito anterior-
mente, que foi o Plano Estratégico para as Linhas de Água do Município de Gondomar”. Quanto ao PAES, o responsável revela o seguinte: “Iremos tentar substituir a energia nas edificações municipais, por energia verde. Assim, iremos colocar nas nossas infra-estruturas painéis fotovoltaícos e vamos começar a deixar de adquirir esta energia fóssil, para começar a utilizar energia renovável”. ■
PUB
30 VIVACIDADE | ABRIL 2021
DESPORTO
O impacto da pandemia nos jovens atletas de Gondomar Com a pandemia as Camadas Jovens foram prejudicadas com a paragem repentina das competições e dos treinos. Muitos pensaram em desistir, mas a paixão pela modalidade que praticavam e o convívio que o desporto proporciona falou mais alto. Fomos ao encontro de alguns jovens para perceber, contado pela primeira pessoa, como decorreu este último ano atípico de pandemia nas suas respetivas modalidades. foi muito complicado. Quanto ao futuro, os atletas têm muitas ambições. A atleta deposita as suas esperanças na toma da vacina e acredita que, aos poucos, tudo vai voltar ao normal, no que concerne à modalidade a jovem quer fazer o que gosta, da melhor forma possível: “Quero sentir que dei o melhor de mim em tudo”. Na perspetiva de João, o atleta espera voltar às provas em breve, no entanto acredita que: “Isto
vai demorar para voltar ao ritmo, porque neste período que treinamos em casa, para alguns ajudou, como é o meu caso que sou meio fundista, ou seja, faço distâncias mais ao menos grandes e consegui ganhar mais resistência. Mas para a Inês que é velocista, acho que não foi tão fácil porque são distâncias mais pequenas e não precisa de tanta resistência. Mas espero que daqui a um tempo isto esteja normal.”.
> Na foto: João Magalhães e Inês Sarmento
Atletismo O VivaCidade esteve à conversa com os atletas federados Inês Sarmento (Iniciada de primeiro ano), natural da freguesia de Melres e João Magalhães (Infantil de primeiro ano), natural de Fânzeres, que fazem parte da Associação Recreativa Luz e Vida Gondomarense. Para ambos, o Covid mudou a rotina habitual do dia a dia e dos treinos dos atletas. Os treinos antes da pandemia eram realizados todos os dias, no estádio de Valbom. Com a Covid-19, os jovens foram obrigados a ficar em casa, o que para os atletas tornou-se muito complicado, dado que um atleta federado é obrigado a ter um certo ritmo de treinos, por causa da sua forma física e técnica. No mês de março do ano transato, quando Inês recebeu a notícia de que tudo ia parar, sempre pensou que esta situação iria durar no máximo duas semanas. No entanto, ao contrário do que pensava, passado um ano, a pandemia ainda persiste e as competições foram afetadas. Uma das soluções que a jovem atleta encontrou foi ter uma rotina, onde todos os dias, durante uma hora ia correr sozinha para abstrair de tudo o que estava a acontecer. “Eu nunca tinha treinado muito por aqueles lados e descobri novos caminhos. Foi interessante, mas foi interessante só na primeira semana porque depois
começou a ficar desgastante. A pista que treinamos no estádio é reta, mas depois na rua começava a cansar porque tinha muitas subidas e descidas, e como pratico velocidade é mais complicado”, explica a atleta, complementando que o treinador fazia muita falta, porque: “Não conseguimos saber se estamos a fazer as coisas bem ou mal, só fazíamos mesmo por fazer”. Na perspectiva de João, a primeira coisa que pensou foi, “Como é que ia treinar, sendo que onde moro há muitas subidas e descidas”. Para o atleta, treinar em casa não foi muito complicado: “Tinha a companhia da minha irmã que também pratica atletismo e treinávamos juntos. Os ritmos eram quase os mesmos e até que foi normal, porque tinha alguém ao meu lado a treinar. No entanto, nestes últimos tempos fui sozinho e notei a diferença. Eu acho que se fizesse todos os treinos sozinho podia até mesmo desistir, por falta de motivação.” Para os atletas, nesta altura da pandemia, o papel do treinador foi muito importante, porque dentro das circunstâncias vividas conseguiu readaptar os treinos para que os mesmos não fossem prejudicados. Por diversas vezes, Inês e João pensaram em desistir, mas a paixão e o convívio com os colegas falou mais alto. Na perspetiva de ambos, as competições motivam os treinos. Assim, o último ano
> Na foto: Carolina Quaresma e Rafaela Cunha
Basquetebol Quanto ao Basquetebol as atletas Carolina Quaresma, de Rio Tinto e Rafaela Cunha, de Fânzeres, do Club 5Basket, explicam como foi lidar com a pandemia. Antes da pandemia os treinos eram realizados três vezes por semana. Carolina explica que, “Como jogamos em dois escalões tínhamos jogos quer de sub19, quer de seniores. Posto isto, tínhamos sempre competições ao fim de semana e às vezes também tínhamos 2 jogos por semana. Acho que, o que mudou mais foi mesmo o contacto com a equipa, porque depois com o isolamento perdemos um pouco a nossa ligação. Esse foi o mais notório”. Rafaela explica que, os treinos começaram a ser realizados online, mas não era a mesma coisa, “Estarmos a ver as nossas colegas pelo ecrã não é o mesmo que estarmos a treinar
fisicamente. E também a união do balneário fez muita falta”. As atletas explicam que os treinos que eram realizados em casa eram mais de teor físico e não técnico, porque as condições em casa não são as mesmas do que as de campo, o que acabou por desmotivar. Rafaela refere que desistir nunca passou pela cabeça, “Porque é uma coisa que gosto muito de fazer e gosto de estar com a minha equipa. Também é uma forma de nós praticarmos exercício físico, mas claro que desmotivou, porque não é a mesma coisa. Mas desistir nunca! Porque é mesmo uma coisa que nós gostamos de fazer e temos muito orgulho”. Carolina acrescenta ainda que também nunca pensou em desistir, porque “No fundo o bichinho da esperança falava mais alto. Há sempre aquela esperança de que tudo vai passar e que vamos começar outra vez as competições”. As atletas recordam que no ano passado,
VIVACIDADE | ABRIL 2021
31
DESPORTO quando receberam a noticia, pensavam que a situação não ia demorar muito tempo, no entanto acabou por demorar mais tempo do que o previsto e explicam que conseguiram ultrapassar bem essa fase e a equipa conseguiu manter-se unida. O mais difícil para as atletas foi o facto das competições terem sido interrompidas a meio. Carolina explica que “Nós treinamos para alcançar um objetivo e ver esse objetivo a ser interrompido e a ficar estagnado é cortar todo um trabalho realizado durante um ano inteiro. Foi assustador, porque todos sabíamos que quando voltássemos a jogar não ia ser a mesma coisa. Depois, individualmente, eu tinha o objetivo de chegar ao estágio da seleção nacional ou mesmo distrital e não sendo possível devido ao Covid, desmotivou”. As atletas explicam que este confinamento prejudicou o desempenho normal das jogadoras, mas aos pouco está a ser recuperado. Quanto ao futuro, Rafaela revela que: “O mais importante é continuar a treinar em equipa e evoluir. Porque nem sempre a bola entra, mas o trabalho temos de continuar a
fazê-lo. Mas é claro que queremos ganhar. Individualmente pretendo continuar sempre a evoluir, nunca estagnar e os resultados vão aparecer”. Para Carolina: “Em relação à equipa, nós somos uma muito novas, então sabemos que ganhar não será assim tão fácil, mas queremos trabalhar para isso. É um objetivo para nós e esperemos que o retorno dos jogos nos ajude a correr atrás dos nossos sonhos. A nível individual no ano passado ia ter a oportunidade de fazer parte da seleção nacional. Fui chamada para um estágio da seleção e depois, com a pandemia tudo parou e não tive essa oportunidade. Agora é continuar a trabalhar e tentar chegar até onde estava no ano passado, ou até mais, para voltar a ter essa oportunidade, e espero conseguir”. Como nota final, as atletas agradeceram o trabalho desempenhado pelos treinadores nos últimos tempos, dado que “É difícil coordenar uma equipa nestas condições e achamos que eles foram incansáveis. Para nós eles foram muito importantes para manter a equipa unida e nos manter sempre no foco”.
> Na foto: Maria Coelho e Mariana Rodrigues
Natação Para as nadadoras do escalão Juvenil do Gondomar Cultural, Maria Coelho, natural de Rio Tinto e Mariana Rodrigues, natural de Jovim esta fase foi complicada. As amigas começaram a treinar aos quatro anos e, antes da pandemia, os treinos eram diários. Quando tudo parou em março do ano passado, as atletas já sabiam que quando voltassem aos treinos o ritmo não seria o mesmo, porque a resistência seria afetada e iria comprometer a velocidade dentro de água. Mariana explica que, estar tanto tempo sem treinar foi “Horrível e desmotivante”. Maria complementa referindo que: “O mais complicado, de certa forma, foi estar afastado dos nossos amigos. Mesmo com as video-chamadas, não era a mesma coisa. A natação fez-me muita falta”. Semelhante às outras modalidades as competições foram interrompidas, o que para as nadadoras foi muito complicado de gerir, porque como Maria explica: “As competi-
ções incentivavam-nos a melhorar e a evoluir, muito mais do que os treinos”. As atletas revelam que, no primeiro confinamento, “Quando começou a melhorar, nós começamo-nos a juntar-nos para treinar, é claro que com as regras de segurança, e chegamos a ir nadar para o rio. A experiência foi muito boa, porque nunca tínhamos experimentado nadar assim e gostamos muito”. Agora a volta aos treinos tem sido um desafio para as nadadoras, porque o facto de terem estado paradas afetou o seu desempenho. Quanto ao futuro Mariana diz que apenas quer voltar às competições, “Não interessa qual”. No entanto para Maria, o principal objetivo “É ir às nacionais. Eu já queria ter ido no ano passado, mas por causa disto do Covid não consegui”. Como forma de conclusão, as nadadores deixam uma mensagem de esperança para os outros atletas: “Não desistam dos vossos sonhos, porque o essencial é acreditar em nós. Se acreditarmos, nós somos capazes. Isto vai passar, é só uma fase”.
> Na foto: Maria Santos e Íris Lamas
Patinagem Artística Quanto à patinagem artística, tivemos à conversa com a atleta do escalão Juvenil Maria Santos, natural de Jovim e a cadete Íris Lamas, natural de Fânzeres, do Grupo Desportivo Coral de Fânzeres. Voltando atrás no tempo, as atletas tinham competições todos os meses, sendo que no Verão ainda eram mais frequentes. Com a pandemia, as rotinas mudaram. Agora, as regras praticadas são diferentes. Maria refere que, quanto a março de 2020, “Eu não quis acreditar que ia parar, porque a patinagem é tudo para mim. Eu se falto um dia ao treino já começo a ficar mal, as pessoas dizem que é exagero da minha parte, mas na verdade é a minha paixão. Ninguém estava a espera e tivemos que nos habituar. Atendendo às circunstâncias, os treinadores não sabiam muito bem qual era a melhor forma de dar os treinos, mas conseguiram arranjar uma solução e passado duas semanas, nós tínhamos um plano de treinos para fazer em casa”. Na perspetiva de Íris, “ O mês de março foi muito surreal. Não queria acreditar, principalmente porque a patinagem ajudou-me em muitas coisas. Diria que é uma parte muito importante da minha vida. Foi muito complicado, quando voltamos aos treinos presenciais parecia que já não sabíamos patinar depois de tanto tempo”. Quanto à volta aos treinos, Maria explica que: “Foi horrível. Por exemplo, com os saltos não senti assim tanta dificuldade, mas houve atletas que tiveram de voltar à estaca zero. Quando voltamos em junho estava um calor horrível. Então para além de termos tido de voltar ao ritmo de treinar todos os dias, por várias horas, tivemos de começar a treinar logo com o calor. Foi muito difícil, nós tínhamos de parar de várias vezes durante o treino, porque ninguém conseguia aguentar”. Na perspetiva de Íris, “No início, a volta aos treinos foi feita com calma. Fomos
praticando mais as bases, que era para voltarmos à rotina. Eu senti que reduziu um pouco a minha experiência a nível de saltos e piões, mas consegui recuperar rapidamente quando voltei à minha rotina de treinos. Foi muito complicado porque ficar aqueles meses todos em casa sem conseguir patinar foi difícil”. Maria explica que nas primeiras semanas em casa os atletas tinham um plano de treinos e os treinadores realizaram lives no Facebook:“Nós assistíamos, mas os treinadores não conseguiam ver o que estávamos a fazer, o que era mau”. A opinião é unânime entre as atletas quanto aos treinos em casa, “É muito mais difícil e não se compara aos treinos presenciais, acompanhados pelo nosso treinador”. Ainda sobre a paragem repentina Maria explica que “Em junho do ano passado começamos logo a prepararmo-nos para a Taça de Portugal. Houve algumas atletas que ainda conseguiram ir ao Open Nacional, mas uma semana depois havia a Taça de Portugal e tudo fechou de novo. Consequentemente as provas foram todas canceladas. Quando voltou a ficar melhor, por volta de outubro, voltaram a planear o calendário, no entanto por volta de março já tínhamos provas marcadas, mas voltou a parar novamente”. Quanto ao escalão da patinadora Íris “O plano nacional já está decidido, mas não sabemos se irá decorrer, por causa da possibilidade de aumento de infetados. Então não se sabe como é que irá ser o futuro das competições”. Quanto aos objetivos futuros Maria refere o seguinte: “Espero que daqui a algum tempo estejamos mais evoluídas para competir nas provas nacionais. Mas o que eu ambiciono é ir a um mundial”. No que diz respeito ao futuro, Íris desabafa o seguinte: “O meu objetivo é continuar a evoluir e a praticar esta paixão. Claro que ambiciono conseguir ir a um europeu ou a um mundial. Espero conseguir realizar os meus sonhos e conhecer grandes atletas.” ■
32 VIVACIDADE | ABRIL 2021
DESPORTO
“Competir no Campeonato de Portugal de Karting já é rotina! Novos sonhos e desafios avizinham-se” Pedro Dias Soares, competiu este ano pela quinta vez, no Campeonato de Portugal de Karting na categoria X30 MINI. Sendo ainda um jovem de 10 anos, Pedro tem de saber gerir a carreira desportiva, com a vida escolar e a vida social. Em 2016, com apenas 5 anos, num passeio de família de domingo, o pai incentivou-o a experimentar umas voltas de kart de aluguer, no kartódromo de Viana do Castelo, onde atualmente é a sede logística da equipa familiar, PDS TEAM KARTING. “No início estava com medo, mas quando comecei a andar gostei muito e quis sempre continuar a correr”, refere Pedro Soares ao VivaCidade. Que depois do incentivo dos pais, o jovem atleta refere que começou “A treinar mais, a praticar mais, a estudar as trajetórias e a preparar-me para as corridas...na primeira corrida queria mesmo ganhar e andar rápido”. O ano de 2016 “foi uma fase experimental”. Neste ano os resultados não eram a sua prioridade, mas após momentos de indecisão se deveria ou não continuar na modalidade, decidiu dar mais uma oportunidade, o atleta refere que: “Na época seguinte comecei a sair-me melhor, a ter bons resultados e ganhei ainda mais motivação. Não era só a vontade de pilotar, mas de correr e ganhar”. Em 2017 disputou o Campeonato Nacional como cadete e ficou em 10º lugar. O atleta explica que começou a ficar em lugares da frente, mas sem nunca subir ao pódio, “As corridas eram muito rápidas e difíceis
na minha categoria, apesar do kart ser maior, mais rápido e ser completamente diferente de conduzir. Mas estava muito motivado e a competitividade era muito grande e quando percebi que tinha capacidades quis continuar”. Em 2018, o ano foi difícil, “os resultados não eram bons, andávamos no meio da tabela e não estava fácil, cheguei a estar desmotivado, mas depois houve as férias de verão e fui obrigado a parar porque fraturei o cotovelo. Quando voltámos começámos a treinar com mais intensidade e começaram a surgir resultados melhores”, conta o jovem piloto Gondomarense. Sobre a desmotivação sentida nesse ano, explica que o facto de ser um dos pilotos mais novos a competir ajudou, “Sentia-me intimidado e sentia que era mais novo que eles, também pela experiência, pela idade e pelos títulos que alguns já tinham alcançado”. Sobre a dificuldade e o risco da modalidade, esclarece que andar de kart “só é perigoso se o tornarmos perigoso. Se formos desconcentrados as coisas podem correr mal, mas se tivermos focados e mantermo-nos dentro das trajetórias corre sempre tudo bem. Temos de ter sempre calma porque as corridas não se ganham na primeira volta e não podemos cometer erros que nos podem sair caros, não só a nós, mas também, por exemplo, arriscar uma ultrapassagem e termos um acidente com um adversário pondo em causa a corrida”. Sobre a forma como treina, afirma que “a nossa equipa tem todo o material” e que a ajuda da sua equipa técnica é essencial para aperfeiçoar a sua trajetória. Já sobre a sua vida social, frisa que “Tenho de estar concentrado na escola e esforçarPUB
-me para dar o meu melhor, mas há sempre tempo para brincar com os meus amigos e para treinar para ser o melhor”. Sobre esta época de 2021, que arrancou no fim de semana de 10 e 11 de Abril, no Kartódromo de Viana do Castelo conta que “estava muito ansioso para voltar aos treinos e às corridas! Foi uma longa e forçada paragem pelo Covid-19 e queria mesmo muito voltar à minha normalidade, foi muito tempo que não me deixaram sair de casa”. O Campeonato de Portugal de Karting da FPAK para esta época tem algumas alterações que o tornarão mais competitivo. Existiu a alteração da categoria e a introdução de novos motores. O jovem piloto, questionado sobre o que espera desta primeira corrida, explica que “Vou dar o meu máximo. É uma corrida em que nunca se sabe o que pode acontecer, também não sei qual será o meu ritmo, espero que seja bom e tanto posso estar a disputar os lugares da frente, como posso ter azar na qualificação e arrancar mais detrás e ter corridas mais difí-
ceis, mas vou dar sempre o meu melhor e tentar sempre andar o máximo à frente. Obviamente que se não ganhar ou não fizer um TOP 5 não vou ficar triste, porque também sei que não é fácil e que todos os pilotos que estão lá são os melhores. Então obviamente que tenho expectativas de conseguir andar bem, mas também sei que os outros também vão”. Para o projeto, Bruno Soares, pai e “gestor” desportivo afirma “Para nós, termos o apoio de muitas empresas de Gondomar e nacionais é importante, pois esta modalidade desportiva é muito dispendiosa e embora o maior investimento está a cargo do nosso orçamento familiar, para o Pedro saber que existem patrocinadores é uma motivação! Assim, não poderíamos deixar de agradecer publicamente a quem nos apoia e motiva desde o início desta nossa aventura. A todos os nossos Patrocinadores e Amigos, muito obrigado!” O atleta na primeira corrida que decorreu no sábado, dia 10, ficou no 14º lugar e no domingo, dia 11, subiu para o 12º lugar. ■ PUB
PUB
34 VIVACIDADE | ABRIL 2021
DESPORTO
Equipas Gondomarenses disputam fases de subida Com a pandemia, os clubes do concelho de Gondomar, com a exceção da equipa A do Gondomar SC, sofreram uma paragem de três meses e meio. Neste mês de abril, a Associação de Futebol do Porto (AFP) anunciou os sorteios das fases de subida ao Campeonato de Portugal, à divisão pró-elite nacional, à divisão de honra e à primeira divisão distrital, que iniciaram a 8 e 9 de maio. Devido às derrotas sofridas nas últimas duas jornadas do Campeonato de Portugal, a equipa A do Gondomar Sport Clube não conseguiu assegurar o primeiro lugar para a fase de subida à Liga Sabseg e, acabaram por terminar em terceiro lugar. Posto isto, o clube irá disputar o acesso à Liga 3, no Grupo 3, composto pelas equipas do Leça FC, AD Sanjoanense e SC São João de Ver. Caso a equipa termine nos dois primeiros
classificados, irá subir à Liga 3, caso termine nos dois últimos lugares, continuará na próxima época, no Campeonato de Portugal. O primeiro jogo será frente ao SC São João de Ver, no Estádio de São Miguel, no próximo dia 24 de abril. No que concerne ao Campeonato de Elite da AFP, encontram-se a disputar a subida ao Campeonato de Portugal, as seguintes equipas: Sousense, São Pedro da Cova, SC Rio Tinto, Gens SC e a equipa B do Gondomar SC. Todas elas estão divididas em grupos sorteados de quatro equipas, tendo em conta o seu coeficiente de pontos com que terminaram o Campeonato em janeiro. Na série 1 do Campeonato de Elite está o Sousense (27 pontos), FC Maia Lidador (24 pontos), a equipa B do Gondomar SC (21 pontos) e o Nogueirense (15 pontos). Na série 2 encontra-se com 27 pontos o SC Freamunde, com 22 pontos o Vila FC, com 21.5 pontos o Gens SC e com 3 pontos o Felgueiras B. Na série 3 estão as seguintes equipas: Avintes com 30.15 pontos; Aliados de Lordelo com 22 pontos; SC Rio Tinto com 19 pontos; e Pedroso com 11.66 pontos. Da série 4 do Campeonato está a Alpendorada com 27 pontos, o São Pedro da Cova com 24.5 pontos, Pedrouços com 20.46 pontos e Varzim B com 15 pontos. As duas primeiras equipas de cada grupo apuram-se para o Play-Off de acesso ao Campeonato de Portugal.
Quanto ao Campeonato de Honra da AFP as equipas que estão a disputar a subida são: o CA Rio Tinto e o Estralas de Fânzeres. Na série 5 encontra-se o Leça do Bali, com 27.3 pontos, o Leverense com 23 pontos, o CA Rio Tinto, com 16 pontos e o Leverense com 13 pontos. Na série 6 está o São Lourenço do Douro, com 30 pontos, o Citânia Sanfins, com 21.7 pontos, Balasar com 19.5 pontos e o Estrelas de Fânzeres com 11 pontos. As duas primeiras equipas de cada grupo apuram-se para o Play-Off de acesso ao Campeonato de Elite Pró-Nacional. No que diz respeito ao Campeonato da 1ª Divisão da AFP a única equipa gondo-
marense é o Ataense. O clube de Atães encontra-se n a Série 2 com 27.5 pontos, acompanhado pela equipa de Parada, com 18 pontos, com o SC Campo, que possui 16 pontos e Sobrosa, que tem 13 pontos. As duas primeiras equipas de cada grupo apuram-se para o Play-Off de acesso ao Campeonato de Honra. Por fim, quanto a equipa Melres DC encontra-se na segunda divisão da AFP, com 2.2 pontos, na série 7. A equipa do Alto Concelho vai defrontar o Nevogilde (22 pontos), o Gervide (15.8 pontos) e o Leões Seroa (9 pontos). As duas primeiras equipas de cada grupo apuram-se para o Play-Off de acesso ao Campeonato da 1ª divisão. ■
PUB
PUB
DEIXE QUE A NOSSA EQUIPA SE PREOCUPE POR SI CONTACTE-NOS E FAÇA A SUA SIMULAÇÃO
225480542 geral@euriseguros.pt www.euriseguros.pt
CONTE COM A NOSSA EXPERIENCIA DE
50 ANOS EM SEGUROS CONTACTE-NOS E SURPREENDA-SE COM AS CONDIÇÕES QUE PROPOMOS PARA OS SEUS SEGUROS OU OS DA SUA EMPRESA 225480542 251648105
R Boavista 600 - Rio Tinto R Eng Duarte Pacheco Lj 2 – Monção
www.euriseguros.pt geral@euriseguros.pt
PUB
36 VIVACIDADE | ABRIL 2021
Madalena Lima Advogada
Intervenção dos psicólogos no âmbito laboral Na crescente integração dos psicólogos em diversos sectores da sociedade chegou-se à área de Prevenção de Riscos Laborais. Nos últimos anos, o aumento das denúncias por assédio nos locais de trabalho – seja assédio sexual ou moral – aliado às tendências de conciliação da vida pessoal com a laboral e, em geral, o sincero interesse das organizações por melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores levaram a que a pressão da produção sobre a área da Psicossociologia tenha aumentado progressivamente. Os psicólogos deverão ter lugar de destaque nos departamentos de Segurança das empresas, para uma mais eficaz prevenção de riscos e vigilância da saúde. Entre as funções de destaque temos a Avaliação de Grupo/Mediação e a Prevenção do Burnout. Na Avaliação de Grupo/ Mediação realça-se a gestão das comunicações informais internas, sendo esta uma das funções mais úteis que pode ser realizada por um psicólogo dentro de uma organização submetida a pressão psicossocial, atendendo a que visa a abertura de canais de comunicação entre os diversos níveis de hierarquia, bem como entre colegas de trabalho, fortalecendo a coesão entre departamentos da empresa. Relativamente à questão do Burnout, caracterizado por ser uma resposta à exposição a stress laboral crónico, o psicólogo pode ter uma posição proactiva, no sentido de prevenir que o trabalhador atinja esse ponto, através de mecanismos para lidar com a situação. Quantas vezes o trabalhador põe em risco a vida dele e a vida dos colegas por “levar” os próprios problemas para o trabalho, sem ter meios de auxílio para a resolução dos mesmos. Muitos acidentes de trabalho poderiam ser evitados se os responsáveis pela prevenção de riscos fossem assessorados por psicólogos. Estes profissionais podem detectar, a tempo, certas reacções que aos olhos do cidadão comum poderiam passar despercebidas. Um psicólogo está muito mais apto a apoiar os trabalhadores e, na mesma linha, os empregadores, no sentido de prevenção de acidentes. O objectivo de todos – empregadores e trabalhadores – é reduzir ao máximo os acidentes. Uma empresa sem acidentes é uma empresa mais produtiva, mais rentável, mais próspera e com um ambiente de trabalho excelente.
Consultório Jurídico Madalena de Lima, Advogada com larga experiência em Direito Criminal, Civil, Família e Menores, Administrativo, Comercial, Urbanismo e Internacional. Inscrita na Ordem dos Advogados desde 1983, abriu novo escritório em Rio Tinto.
Bom dia Cara Madalena Lima. Espero que se encontre bem com muita saúde. O meu caso é o seguinte e gostaria de obter uma opinião sua. Na semana passada, ia fazer uma caminhada higiénica quando de repente um indivíduo que estava a regar o seu jardim, atirou água para a via pública. Como vinha a mexer no telemóvel, ao tentar desviar me, tropeçei e acabei por partir o ecrã do mesmo. O senhor que até me ajudou a levantar, não se mostrou responsável para pagar um novo telemóvel. Eu penso que a razão está do meu lado, mas gostaria de a ouvir. Muito obrigada. Ana Carolina Brites.
Aquele que, com mera culpa, violar ilicitamente o direito de outrem, fica obrigado a indemnizar o lesado pelos danos resultantes de tal violação - diz-nos o Código Civil no artigo 483.º. O caso que aqui traz, tem cumpridos, pelo menos academicamente, os pressupostos desta responsabilidade civil. Acontece que, o homem que estava a regar o jardim e, negligentemente, fez com que a leitora tropeçasse, partindo o seu telemóvel, é, fazendo fé na coincidência da narrativa exposta com os factos, suficiente para que este a tenha a que indemnizar pelos danos causados. Sucede que na prática, e porque devemos sempre procurar olhar para qualquer direito com bom senso e proporcionalidade, sempre teria que ponderar se os danos causados (ecrã do telemóvel partido), justificariam uma acção judicial com vista a obter indemnização por responsabilidade civil. Note que a prova teria que ser feita por si (possivelmente apenas testemunhal) e, a menos que beneficie de apoio judiciário, sempre que teria que suportar a taxa de justiça devida pelo impulso processual.
ENVIE AS SUAS DÚVIDAS PARA O E-MAIL: GERAL@VIVACIDADE.ORG
Posto de Vigia
Gonçalo Lixa
Manuel Teixeira
Médico Veterinário
Professor Universitário e investigador do CEPESE (UP)
ALGUÉM ACREDITA NESTA JUSTIÇA? O designado Processo Marquês, ou Caso Sócrates, desde a primeira hora – e já lá vão mais de 7 anos – suscitou as maiores dúvidas à esmagadora maioria dos portugueses. Dúvidas sobretudo sobre a capacidade, a vontade e a eficácia da máquina judicial para esclarecer toda a verdade. Dúvidas ainda porque está instalada e confirmada na cabeça dos portugueses em geral que temos uma justiça para ricos, e uma justiça para pobres. Ora, queiramos ou não, e até prova em contrário, é mesmo isto que os factos confirmam. Desde a década de 80 do século passado que a investigação criminal começou a querer impor a ideia de que qualquer criminoso responde em igualdade de circunstância perante a Justiça, independentemente do seu estatuto cultural, económico, social ou político. Mas esta é apenas uma meia verdade, porquanto o desfecho dos casos desmente o apregoado princípio. Tem havido condenações de poderosos? Claro que sim, mas tarde e más horas, muitas mais vezes quando deixaram de ser poderosos. Pior ainda, com sentenças ridículas, e sobretudo salvos pela figura da prescrição. Ou seja, graças a essa esponja do tempo que tudo apaga. E é aqui que começam as grandes diferenças entre quem tem e quem não tem o poder para impedir e embrulhar o andamento das investigações ou dos processos. O tempo não é o mesmo para todos, porque uns têm recursos para o comprar, travando-o ou acelerando-o, e outros não têm como alterar o relógio ou o calendário. Isto é, a Justiça é demasiado cara para os pobres a poderem gerir. Só mesmo os ricos têm direito ao “stop and go” que mais lhe convém nos obscuros jogos da cabra cega. Se um pequeno empresário quer cobrar uma dívida ou travar uma cobrança indevida, não consegue. Mas o rico consegue! A este perverso mecanismo de gestão do tempo junta-se um conjunto de disfunções intoleráveis no universo global da Justiça. Tais como: deficiente qualidade no processo de elaboração das leis; péssima organização das estruturas funcionais da Justiça; ausência de gestão efetiva dos recursos disponíveis; instalações e meios técnicos obsoletos em toda a cadeia de produção; deficiente formação de magistrados e demais agentes, etc. Mas têm solução estes problemas? Só por falta de vontade política é que estes estrangulamentos não são ultrapassados. Bastaria um acordo alargado entre os dois maiores partidos para podermos, realmente, reformar a Justiça. Mas sabemos que um tal acordo encontra pela frente todo o tipo de obstáculos. De falta de coragem e força para enfrentar interesses instalados, mas, acima de tudo, porque poucos se querem incomodar. Portanto, a esperança agoniza…
Clínica Veterinária do Taralhão
Passear o meu cão: Dicas para otimizar este importante momento do dia. Ser tutor de um cão é sinónimo de passeios frequentes (ou deveria ser...), sendo frequentes as questões acerca deste importante momento. Quantas vezes por dia? Em que locais? Permitir ou evitar o contacto com outros animais? Com ou sem trela/ açaime? Passeio significa saúde, em todas as suas vertentes! Quando realizado de forma moderada, e em momentos adequados do dia (nunca passear um Buldogue Francês ou um Pug em horas de maior calor!!), o passeio providencia exercício físico, que contribui para a saúde cardiovascular e músculo-esquelética do seu animal, bem como estímulo mental/ redução de stress que o ajudará a ter uma vida mais feliz. “Quanto devo passear o meu cão?” A resposta vai sempre depender do cão e da atividade física/ estímulo mental que recebe quando está em casa, bem como da sua idade, tamanho, e condição de saúde. No geral, um cão adulto saudável deverá realizar 2-3 passeios por dia, com 15-30 minutos cada um, se possível em diferentes localizações. “Onde passear o meu cão?” Seja criativo ( Os cães são (no geral) animais curiosos, exploradores e sociáveis, pelo que devemos maximizar e diversificar os locais que eles visitam. Um cão que contacte com vários estímulos/ texturas/ cheiros existentes no mundo será sempre um cão mais confiante e, necessariamente, mais feliz e fácil de sociabilizar. “Posso soltar o meu cão?” Legalmente, na via pública os cães devem andar sempre com trela ou, pertencendo à categoria de animais potencialmente perigosos, com trela e açaime (entre outras obrigatoriedades). Os animais poderão ser soltos em Parques Caninos, devidamente licenciados para esse efeito, ou em terrenos privados, devidamente vedados, de forma a que o animal não possa aceder á via pública. “Quando pode o meu cachorro passear?” Não existe, infelizmente, uma resposta perfeita para esta questão. O que a ciência nos diz é que um cachorro, logo que possível, deve começar o processo de exploração do mundo que o rodeia (cheiros, texturas, barulhos, etc..), contribuindo isto para a saúde comportamental do mesmo. Por outro lado, alguns desses contactos devem ser limitados até aos 4 meses (altura da conclusão da primeira fase do protocolo vacinal), pela incapacidade imunitária do cachorro em lidar de forma adequada com alguns vírus/ bactérias que pode encontrar nos passeios (por exemplo, o vírus da parvovirose). Qualquer dúvida adicional, teremos todo o gosto em responder, para o contacto 934982307 ou cvtaralhao@gmail.com.
PUB
PUB
Jornal VivaCidade 22/04/2021 - Edital nº 12
PUB
Convocatória de Assembleia Geral Exmo (a) Senhor (a) Dador (a) de Sange e Sócio (a) da Associação de Dadores de Sangue de Gondomar (A.D.S.G.) De acordo com o artigo 13 a) dos Estatutos da A.D.S.G. convoco a Assembleia Geral Ordinária para o dia 8 de maio, pelas 21 horas, no Salão Paroquial de S.Cosme (Junto à Igreja Paroquial) com a seguinte ORDEM DO DIA: 1.Leitura e aprovação da Ata da última Assembleia Geral; 2.Apreciação e Votação do Relatório, Balanço e contas da Direção e o parecer do Conselho Fiscal, relativos ao ano de 2020; 3.Conhecimento das actividades realizadas no último ano; 4.Plano de atividades e orçamento para 2021; OBSERVAÇÕES: 1.Se à hora indicada, não houver número suficiente de sócios (artº2), a assebleia funcionará com qualquer número de sócios, 30 minutos depois; 2.Após a ordem do dia, haverá 30 minutos de debate, não deliberativo, de ideias ou problemas exclusivamente para o bem da Associação; 3.Todas as deliberações tomadas, só produzirão efeito se forem votadas dentro da ordem do dia, por maioria absoluta dos presentes (artª14). Gondomar, 8 de Abril de 2021 O Presidente da Assembleia Geral
PUB
38 VIVACIDADE | ABRIL 2021
OPINIÃO: VOZES DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL
Joana Resende PS É imperativo esclarecer o assunto referente ao hotel em construção em Ribeira de Abade. É um tema fraturante, que se envolve de muito ruído (muito dele intencional), e que deverá ser explicado aos nossos cidadãos com a máxima clareza. O processo de licenciamento do hotel em construção em Ribeira de Abade data de 2008. Tratando-se de um processo nas margens do Rio Douro, foi necessário pedir parecer à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), que desempenha o papel de autoridade de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA). Assim, em julho e agosto de 2007,
Valentina Sanchez PSD A campanha de vacinação é sem dúvida alguma o que nos pode salvar nesta pandemia que nos assola. Nesta campanha as autoridades de saúde, os profissionais de saúde e os
Maria Olinda Moura CDU É o segundo 25 de Abril que comemoramos em estado de confinamento. Aqueles que não o querem, que o desprezam, usam a pandemia como desculpa para que as comemorações não se realizem, assim como a usam para os despedimentos, a precariedade, os salários em atraso, os horários de trabalho desregulados, o agravamento da exploração laboral. Os que por ele lutaram durante décadas, o saúdam e o querem lembrado para sempre, não aceitam as desculpas e recusam o discurso da
Sobre o Hotel Nasoni a CCDR-N emitiu dois pareceres desfavoráveis ao projecto, referindo que o terreno se localiza na faixa marginal de 50metros de largura contígua ao leito do Rio Douro (afeta ao domínio hídrico público), situando-se em área inundável. Acrescentava ainda que o edifício proposto era de grande dimensão e volumetria, e que criava uma barreira à encosta urbana existente. Face às informações, a promotora apresenta um aditamento ao Nasoni Hotel em Novembro de 2008, que no entendimento da altura da CCDR-N teria alterações e justificações para a emissão de um novo parecer, uma vez que seria já garantida a segurança de pessoas e bens. Em Fevereiro de 2008, é consultada a REN (no âmbito da CCDR-N), que emite parecer favorável, e viabiliza assim todo o projecto já em maio desse mesmo ano.
Entretanto, tem havido ao longo do tempo, e por iniciativa dos moradores do local, pedidos esclarecimentos à CCDR-N, bem como à APA (Agência Portuguesa do Ambiente).Na sequência destas diligências, esta última entidade (APA) informa que desconhece a versão final do projeto, e que por essa razão não emitiu licença à empresa promotora (via CCDR-N). Face a estas informações, a CCDR-N emite comunicado na primeira semana de abril deste ano, informando que poderá ter ocorrido um “erro” de análise, já que “uma parte residual” do Nasoni Hotel, cujos trabalhos de construção já arrancaram, “continua a integrar” a REN. Surpreendida com esta informação na comunicação social, e sem qualquer aviso prévio, o Executivo da Câmara Municipal de Gondomar entendeu que, mesmo não havendo obrigatoriedade nesse sentido, não poderia
ficar indiferente e decidiu suspender preventivamente a construção, até que as entidades competentes se pronunciem sobre os pareceres dados e a sua alteração ou manutenção. A autarquia licenciou o projeto com os pareceres favoráveis e obrigatórios das entidades competentes, sendo que se uma destas entidades assume um “erro” de análise 13 anos depois, deverá ser responsabilizada, não podendo a Câmara assumir uma indemnização à empresa, mesmo sendo um risco sério que decorre desta situação. A nossa Câmara Municipal está obviamente a acompanhar todas as diligências destas entidades, bem como a aguardar pelas conclusões da inspeção da Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT).
O Vídeo da Propaganda! autarcas têm desempenhado um papel fundamental no desenrolar de todo o processo, agora não se pode é por mero oportunismo político, aproveitar esta situação de emergência nacional para fazer propaganda à custa do dinheiro dos contribuintes e naturalmente do erário público. Mas isso é exatamente o que tem acontecido com o vídeo que o presi-
dente da Câmara Municipal tem brindado os Gondomarenses que vão tomar a vacina contra a COVID-19 no Pavilhão Multiusos de Gondomar, enquanto estão na sala de recobro, em observação e numa situação de natural ansiedade e debilidade. Alguns Municípios optaram por oferecer aos seus munícipes música clássica, ou filmes como forma de os relaxar
naqueles período de 30 minutos, já em Gondomar a Câmara Municipal optou por oferecer aos Gondomarenses uma injeção de propaganda – Um Vídeo amplamente publicitado pelo polígrafo sic que confirmou este grande número de Propaganda pago à custa dos nossos impostos - Gondomar publicitado pelos piores motivos!
a verdade dos acontecimentos, que se respeite o sofrimento do povo português nos longos anos do fascismo, as mães que perderam os seus filhos na guerra colonial, os homens que, trabalhando arduamente, não conseguiam sustentar as suas famílias, as mulheres que, dividindo a comida pelos filhos, ficavam de prato vazio, as mortes prematuras dos filhos a quem não chegavam os cuidados de saúde, as crianças que não iam à escola, obrigadas a trabalhar para ajudar com os míseros tostões que lhes pagavam, e depois os outros, os “barrigudos” que pareciam viver num outro país onde não faltava nada, nem a si, nem aos seus. Que não se usem palavras ocas, pois essas levam ao esquecimento, à desinforma-
ção, ao branqueamento do fascismo e à falta de respeito que o povo português não merece e, sobretudo, que se combata as imperfeições da democracia com honestidade, trabalho e competência. Não chega gritar contra a corrupção, é necessário que o povo não dê acolhimento aos corruptos que todos sabemos quem são e onde estão. Que se comemore o 25 de Abril como a data maior da história recente de Portugal. É isso que se espera dos responsáveis do poder local em Gondomar. Que reconheçam a importância do 25 de Abril e que promovam as Comemorações populares desta data com toda a deferência que a mesma exige. Viva o 25 e Abril!
Abril é do povo fatalidade, sobretudo porque já se provou, em muitas lutas e comemorações em tempo de pandemia, que é possível comemorar esta data histórica para o povo português com todo o sentido de responsabilidade e em todas as condições sanitárias exigidas pelos tempos que correm. Os capitães, os soldados que os seguiram, os resistentes antifascistas e o povo merecem as comemorações desta data com solenidade, com fraternidade, em liberdade, e na rua, o lugar conquistado pelo povo para fazer a revolução. Que não se usem palavras ocas nos discursos das comemorações, que se respeite a história e os factos, que não se desmereça quem nos trouxe a liberdade, que se conte às novas gerações
VIVACIDADE | ABRIL 2021
39
OPINIÃO: VOZES DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL
David Santos
A Verdade na Mentira As pequenas empresas são o motor da nossa economia tanto a nível local como nacional, o Estado na sua plenitude, promete, promete, mas não cumpre, os empresários veem noticias pomposas, com muitos milhões a anunciar, mas colocam as candidaturas para tentar sobreviver, e digo de novo “Sobreviver”, e ficam meses a espera, mas sempre com as obrigações de pagar os impostos na sua totalidade como se estivessem a exercer a sua atividade. Isto e uma vergonha.!.... Não se pode querer que os peque-
nos Empresários suportem isto de ânimo leve, mantendo os seus estabelecimentos e a sua vida a espera de melhores dias... Eu sei que estamos em emergência Nacional, que este vírus não escolhe hora nem data,mas também sei que os pequenos empresários também são pessoas e já começam a ter Fome, vergonha, e dificuldade em saber o que fazer.... E preciso olhar para os pequenos empresários Que sustentam a nossa eco-
nomia e agora são esquecidos e marginalizados. Não aguentam com tantas dificuldades, nem estão em condições para segurar os empregos se da parte do Poder Central e Local não aparecerem investimentos a fundo perdido! E preciso dizer Basta a esta forma de pensar que só se pode colocar a pressão dos números de mortes do covid na cabeça das pessoas, e muito importante isto, e muito importante seguir todas as medidas de distanciamento, e cuidados a ter com tudo para não propagar a doença, mas não criemos
Durante vários dos anos seguintes à revolução o país assistiu, num lastimável ato de aproveitamento político, à tentativa de apropriação ilegítima por parte dos partidos da esquerda, principalmente comunistas, daqueles que eram os efeitos libertadores e regeneradores da revolução, como se os corajosos Capitães de abril tivessem intervindo em nome de uma ideologia e seus apaniguados, deixando “de fora” a maioria dos portugueses que jamais com ela se confundiram. Foram anos duros e difíceis, justificativos de muita intervenção cívica e política, por forma a não permitir a transmutação do regime, de uma ditadura de direita para uma, igualmente inadmissível, ditadura de esquerda. Depois da coragem militar houve o assumir dos princípios da democra-
cia, traduzidos na ação e igual coragem, de muitos dos políticos da altura, que “dando o peito às balas” se impuseram, juntamente com os seus partidos, à ilusão de alguns em transformar Portugal numa servil nação dos interesses chineses e/ou soviéticos. Honra se dê, aos digníssimos representantes da altura, do partido socialista que, pela importância relativa que tinham, foram cruciais na defesa da democracia, tendo sabido fazer o país caminhar pelos verdadeiros trilhos da liberdade, anulando qualquer laivo de quem pretendia lança-lo em novo equívoco existencial. Hoje, o país é de todos, porque a democracia impôs-se, natural e irrenunciavelmente, vestindo Portugal de desenvolvimento, modernidade e respeito de toda a comunidade internacional.
A “morte” anunciada de um hotel Não sendo costume repetir temáticas nesta coluna de opinião, é certamente pertinente retomar o assunto da construção do hotel na Ribeira de Abade em Valbom. Após os avisos tanto da APA como do movimento cívico de cidadãos de Valbom, que gerou uma onda de contestação e dúvidas quanto à validade e legalidade do empreendimento na zona ribeirinha da cidade. É certo que estes avisos, e as perguntas elaboradas e feitas pelo Bloco de Esquerda tanto a nível local como na Assembleia da República, não fo-
ram suficientes para que os executivos revissem ou pensassem nas consequências que tal obra pudesse ter, tanto na vida das pessoas que habitam esta zona, bem como no ambiente e na paisagem envolvente. A proteção do executivo camarário a esta obra fez também com que se fechasse os olhos a uma investigação séria que poderia ter resolvido o problema antes mesmo do arranque da construção em Valbom. É certo que a CCDR deu um passo atrás na viabilização desta obra, que admitiu o erro, sendo que 8% da obra encontra-se ainda em zona de REN (
outras doenças sem rosto, e outros problemas que dai advêm, porque a falta de capacidade de resolver problemas básicos do dia a dia origina desespero, atitudes irrefletidas, falta de cuidado e acima de tudo.... Revolta .... Vamos olhar para a economia como o motor que mantêm o nossos pais a funcionar.....
Pedro Oliveira
DITADURA NUNCA MAIS Prestes a celebrarmos mais um ano passado sobre ocorrência tão fundamental na vida de todos os Portugueses, a Revolução do 25 de abril de 1974, novamente tal celebração se fará limitada pelas incidências de uma pandemia que teima em não nos deixar, relativizando claramente a força e a visibilidade das diferentes iniciativas alusivas à efeméride. Como todos sabemos, trata-se indubitavelmente de uma data essencial para cada português, independentemente do enquadramento político onde cada um se posicionar. Não interessa se somos de esquerda, do centro ou de direita, para nos orgulharmos e nos sentirmos legítimos herdeiros desse extraordinário feito, que foi o restabelecimento da democracia na nação portuguesa.
Movimento Valetim Loureiro Coração de Ouro
sendo que a CCDR havia já emitido um parecer para a reformulação do projeto de modo a respeitar as normas no que aos terrenos em zona REN dizem respeito), considerando que existiu um erro material na análise ao projeto. A Câmara Municipal ao embargar a obra tomou a decisão correta, mas é uma decisão que poderia ter sido evitada, havendo mais cuidado com as validações de projetos com esta envergadura. A lição que podemos tirar de toda esta situação é que mais respeito pelas áreas do nosso concelho é devido, e os
CDS-PP Quem não se lembra do Portugal de 74? Obviamente que muito há a fazer e que muitas são as valências em que ainda nos encontramos atras. Contudo o avanço na qualidade de vida disponibilizada aos portugueses, vai-se cumprindo paulatinamente, em democracia, em liberdade, orgulhosamente, porque soubemos, sem violência fratricida, colar Portugal àquelas que são as mais respeitadas democracias do mundo. A verdade é que, ditadura, nunca mais.
Sara Santos BE interesses dos munícipes devem sempre vir em primeiro lugar. Devemos exigir mais das nossas instituições e dos executivos que gerem as nossas cidades no dia a dia, que devem reavaliar a forma como julgam e tomam as suas decisões de forma a não prejudicar aqueles que devem priorizar: as pessoas que habitam em Gondomar.
PUB