PUB
Promoção válida de 13 de Maio a 31 de Julho de 2019. Para as colecções das marcas Pull and Bear, Amichi, Pepe Jeans, Mango, Custo BCN, Victorio & Lucchino, Pedro del Hierro e Hackett disponíveis em cada estabelecimento Opticalia. Para monofocais: Lentes monofocais orgânicas brancas com índices de refracção 1,50 / 1,60 ou 1,67, com tratamento AR, da linha Vistasoft da Opticalia. Para progressivos, as lentes serão sempre lentes progressivas orgânicas brancas com índice de refracção 1,50 ou 1,60 com tratamento AR, das linhas Basic, Quality ou Prestige, da linha Vistasoft da Opticalia. Para ambos casos, as lentes deverão estar, nos intervalos de fabrico disponíveis dos fabricantes Vistasoft em stock e de fabrico. Financiamento mínimo de 12 prestações e máximo de 60 prestações mensais. TAN E TAEG DO CARTÃO DE CRÉDITO OPTICALIA: 0%. A utilização do crédito está condicionada a uma mensalidade mínima de 9,95€. Crédito disponibilizado pela Abanca Servicios Financieros e sujeito à sua aprovação. As ópticas OPTICALIA atuam como intermediárias de crédito a título acessório e sem carácter de exclusividade.
Ano 14 - n.º 163 - janeiro 2020
Preço 0,01€
Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida PARQUE NASCENTE, loja 409 EMPORIUM PLAZA, Loja 101
Visite-nos em: www.vivacidade.org - E-mail: geral@vivacidade.org
O retrato da vida nas minas de São Pedro da Cova
Sociedade UCAPG - União Concelhia de Associações de Pais de Gondomar: "A CONFAP não referiu qualquer tipo de entrave para a criação desta associação" > Pág. 6
Pesca do sável e da lampreia dura até 30 de abril > Pág. 12
Cultura
Entrevista com: Francisco Assis • "Sou um militante do Partido Socialista, mas o meu grau de compromisso com a atual direção do PS é completamente distinto do que tive com direções políticas anteriores." • "Marco Martins é um homem com tributos morais, de grandes combates, sério e com coragem, por quem tenho um grande apreço."
> Págs. 20 e 21
> Págs. 14 e 15
Agostinho Santos: "A arte e a cultura pode não alimentar a barriga, mas alimenta o espírito" > Pág. 25
Desporto Ténis de Mesa: Equipa masculina consegue apuramento para os Jogos Olímpicos no Multiúsos de Gondomar > Pág. 30 PUB
2 VIVACIDADE JANEIRO 2020
Editorial Foto DR
José Ângelo Pinto
Administrador da Vivacidade, SA. Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT
Depois há as competências burocráticas e administrativas, muitas vezes essenciais pois sem estas os políticos arriscam-se todos os dias a estarem expostos a processos e a amigos pouco escrupulosos que se aproveitam da sua inocência administrativa para fazerem o que lhes apetece e nunca ficarem com a culpa, pois esta acaba sempre por ser dos que não percebem o complexo mundo da administração pública portuguesa. Mas o que mais falta nos políticos seniores é uma visão estratégica, de médio e longo prazo, que possam concretizar nas suas organizações para levar estas a serem capazes de desempenhar as suas missões. Claro que a dificuldade é grande quando a própria Nação também não tem uma estratégia. Os orçamentos e planos dos governos continuam a olhar apenas para o muito curto prazo e ignorar o horizonte. E isto faz com que até os bons políticos não consigam montar uma estratégia para as suas organizações, pois podem estar desalinhados com aquilo que é a estratégia nacional por ignorância sem culpa própria.
SUMÁRIO:
FICHA TÉCNICA
Breves
Registo no ICS/ERC 124.920 Depósito Legal: 250931/06
Página 4
Sociedade
Páginas 6 a 22 Entrevista VivaCidade Páginas 14 e 15
Destaque VivaCidade Páginas 20 e 21
Cultura
Páginas 24 a 27
Política
Página 29
Desporto Página 30
Empresas & Negócios Página 32 a 34
Lazer
Página 36 Opinião Páginas 38 e 39
PRÓXIMA EDIÇÃO 20 FEVEREIRO
Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE241A) Redação: Carlos Almeida, Gabriela Monroy e Sofia Pinto Departamento comercial: Pedro Barbosa Tel.: 910 600 079 Paginação: Rita Lopes Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435778 Baguim do Monte Administrador: José Ângelo da Costa Pinto Estatuto editorial: www.public.vivacidade.org/ vivacidade NIF: 507632923 Detentores com mais de 5% do capital social: Lógica & Ética, Lda., Augusto Miguel Silva Almeida e Maria Alzira Rocha Sede de Redação: Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Tel.: 919 275 934 Sede do Editor: Travessa do Veloso, nº 87 4200518 Porto Colaboradores: André Rubim Rangel, Andreia Sousa, António Costa, António Valpaços, Bruno Oliveira, Carlos Almeida, Diana Alves, Diana Ferreira, Domingos Gomes, Gabriela Monroy, Germana Rocha, Guilhermina Ferreira, Henrique de Villalva, Inês Borges, Isabel Santos, Joana Resende, Joana Simões, João Paulo Rodrigues, José António Ferreira, José Luís Ferreira, Luís Alves, Luís Monteiro, Luís Pinho Costa, Manuel de Matos, Manuel Teixeira, Marta Sousa, Paulo Amado, Paulo Silva, Pedro Oliveira, Rita Ferraz, Rita Lopes, Rui Nóvoa, Rui Oliveira, Sandra Neves e Sofia Pinto. Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio: www.vivacidade.org Facebook: facebook.com/vivacidadegondomar E-mail: geral@vivacidade.org Agenda: agenda@vivacidade.org
Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivacidade.org
Derrame de substâncias perigosas poluem a Ribeira da Castanheira, em Rio Tinto. No local, foi recolhida uma amostra da água para identificar os responsáveis.
Foto DR
Digo muitas vezes que os seres políticos devem fazer muito mais do que nas campanhas eleitorais andarem a “ouvir” o que o povo lhes diz. É aliás, preciso muita lata para se aparecer quando há eleições em tudo o que são empresas, organizações, mercados e locais onde estão mais do que uma pessoa. A capacidade de entender os problemas que são colocados pelos eleitores e de lhes dar boa solução é absolutamente essencial para que possa haver bom desempenho em campanha eleitoral e para que tal desempenho possa vir a dar resultados eleitorais. Ter competências de liderança e de gestão não é condição necessária para se ser político ou para se exercer funções de nomeação política, mas devia ser. Porque estes vão lidar com recursos escassos e vão necessitar todos os dias de tomar decisões no sentido de melhor decidir o que lhes fazer. E, entre uma festa que dá votos e a limpeza de uma estrutura que não é visível nem dá muitos votos a decisão arriscada é infelizmente muitas vezes a errada e tomar a decisão certa obriga a uma coragem que poucos têm.
Câmara Municipal de Gondomar triplica número de agentes da Polícia Municipal. A medida visa assegurar 24 horas de serviço em prol da população.
Viva Saúde Paulo Amado*
Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia
* Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia Professor Doutor em Medicina e Cirurgia Mestre em Medicina Desportiva Diretor Clínico da CLÍNICA MÉDICA DA FOZ – PORTO ( 226178917) Coordenador da Unidade de Medicina Desportiva e Artroscopia Avançada do HOSPITAL LUSÍADAS - PORTO Vice Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina e Cirurgia do Pé Membro do Council Europeu do Pé - EFAS CLÍNICA DESPORFISIO – EDIFICIO RIO TINTO I RIO TINTO
MEDICINA REGENERATIVA Estimados leitores, este é um tema que vai começar a ser discutido no futuro, com várias aplicações na Medicina, desde a Cirurgia, passando pela Ortopedia (a minha especialidade) até à Oncologia (tratamento do cancro). O que está na base desta área de futuro prende-se com a investigação de produtos biológicos, capazes de regenerar tecidos humanos e dessa forma poder tratar os pacientes de um modo mais “natural”, podendo mesmo evitar terapêuticas agressivas tal como a quimioterapia ou até cirurgias que podem ser evitadas. É óbvio que já hoje usamos tratamentos regenerativos tais como factores de crescimento plaquetário (PRP),
colagénio injectável, acido hialurónico, etc. No entanto estamos a dar os primeiros passos, mas com resultados por vezes muito animadores. Arrisco-me a dizer que será nos próximos anos a grande novidade na Medicina. Os produtos que já referi são já usados por nós na clínica no tratamento da regeneração cartilagínea, no tratamento da artrose, principalmente nos joelhos e tornozelos. No entanto ainda em pequenos passos, pois ainda estamos a começar, com resultados bons mas ainda dependendo dos casos clínicos e alguns deles ainda de custo elevado para muito pacientes. Mas hoje, por exemplo o ácido hialurónico concen-
trado e por vezes em conjunto com os factores de crescimento, tem sido amplamente usados no tratamento de artroses com resultados muito animadores, nomeadamente na artrose do joelho. A aplicação destes produtos dentro dos joelhos e outras articulações, além de seguros e sem efeitos secundários, será hoje já uma parte significativamente dos tratamentos que aplicamos nos nossos doentes com excelentes resultados. Estou certo que será um dos temas que voltaremos abordar, em breve, após a minha visita a um dos laboratórios desta área mais famosos no Mundo, localizado na Suíça... Até breve, estimados leitores…
PUB
PUB
4 VIVACIDADE JANEIRO 2020
Breves Nuno Ramos conquista primeiro lugar em Itália Foto DR
O saxofonista da Banda Musical de Gondomar, Nuno Ramos, ficou em primeiro lugar no Concurso Internacional de Cittat de Chierik, em Itália, na categoria a solo. No mesmo concurso, o músico conseguiu o primeiro prémio em música de Câmara com o seu Ensemble.
Dream Theater em Gondomar A banda norte americana de metal progressivo irá atuar no próximo dia 1 de fevereiro no Multiusos de Gondomar.
PSP de Gondomar detido por tráfico de estupefacientes No dia 27 de janeiro, segunda feira, o Ministério Público constitui 13 arguidos por tráfico de droga. Bernardino Mota, agente da PSP de Gondomar, está presente como um dos acusados por organização criminosa, após ser apanhado em julho com 150 mil euros e 120 quilos de haxixe. Com a acusação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) foi solicitado a manutenção da prisão preventiva de três dos arguidos, incluindo Bernardino.
Foto DR
Tertúlia de poesia em Melres
No próximo dia 9 de fevereiro, pelas 17 horas, irá decorrer no salão nobre da Junta de Melres uma Tertúlia de poesia com os poetas Pedro Rocha, Alice Braga e Ana Pão Trigo.
Noite fado em Medas Escola Básica de Boavista/Lourinha ganha novo pavimento Foto DR
O pavimento da Escola Básica de Boavista/Lourinha ficou inutilizável devido ao mau tempo, impossibilitando as horas de recreio dos menores. A Junta de Freguesia de Rio Tinto, com o apoio da Câmara Municipal disponibilizou um tapete betuminoso para a resolução dos problemas.
No próximo dia 7 de fevereiro, pelas 21h 30, na sede social S. C. Dez de junho, no lugar de Broalhos, irá decorrer uma noite de Fados com os interpretes Maria de Sameiro, Manuel Granja, Rogério Lourenço, Delfim Matos, Júlia Silva, Carlos Santos e André Martins. Os bilhetes já estão disponíveis e são limitados.
Três toneladas de lixo retirados das serras de Gondomar
Milhares de atletas em Santa Iria No dia 26 de janeiro, decorreu em Gondomar, a oitava edição do Trail de Santa Iria na freguesia de Melres. Organizado pela Associação Branzelo Ativo contou com um trail longo de 38 km, um trail curto de 20 km, um mini trail de 10 km e uma caminhada de 8 km. O evento contou com a participação de milhares atletas.
A Câmara Municipal de Gondomar recolheu das serras do município, aproximadamente três toneladas de lixo (monstro) por semana. A limpeza dos locais insere-se no Projeto do Parque das Serras do Porto.
Foto DR
Meeting de natação em Gondomar Decorreu no dia 25 de janeiro, o sétimo meeting de natação, em Gondomar, nas piscinas municipais de S. Cosme. O evento contou com a participação de vários atletas.
Encontra-te com… Ana Pinto Martim No próximo dia 15 de fevereiro, pelas 19h irá decorrer, no Museu Mineiro de São Pedro da Cova, mais uma edição de “encontra-te com…”. Desta vez, a convidada especial do evento é Ana Pinto Martim que abordará o tema “O poder das Redes Sociais”.
Doar Sangue por uma causa solidária No dia 1 de Fevereiro, irá decorrer no Centro Escolar, em Baguim do Monte, uma colheita de sangue. O horário para a recolha será entre as 9h e as 14h 30 min.
Centro Social da Lomba adquire viatura adaptada O Centro Social da Lomba inaugurou este mês uma viatura de nove lugares para pessoas com a mobilidade reduzida. Este transporte é, atualmente, o único da freguesia que possibilita a mobilização da população com problemas de locomoção.
AcroSport em Gondomar O Pavilhão de Fânzeres abriu portas para o VI Torneio AcroSport 2020. O evento organizado pelo Sport Club do Porto contou com 160 atletas e pela primeira vez participaram no evento equipas espanholas. É a terceira edição que o evento de Ginástica Acrobática é organizado em Gondomar.
Comunicação Social e as Fronteiras da Democracia No passado dia 25 de janeiro, na biblioteca de Fânzeres, o debate “A comunicação Social e as Fronteiras da Democracia”, com a presença dos jornalistas Alfredo Maia e Pedro Tadeu, o professor universitário Rui Pereira com a moderação de Jorge Sarabanda.
PUB
PUB
6
VIVACIDADE JANEIRO 2020
Sociedade
UCAP - Nova associação de pais de Gondomar Criada em Novembro, a UCAPG pretende preencher algumas lacunas que os responsáveis consideram que existem nas Associações de pais em Gondomar. Desde o início da sua fundação, a União possuía 9 associações, atualmente, já contam com mais 10 associadas. O objetivo da UCAPG é atingir a médio prazo as 50% das Associações de Pais do Concelho. Como surgiu esta união? Surgiu no final de 2018, quando um grupo de pais se juntou e pensou que podia fazer algo diferente para o movimento associativo. O objetivo era concorrer à federação que já existe em Gondomar. Criou-se o grupo, o primeiro trabalho que nós fizemos foi reunir com associações de pais para lhes explicar aquilo a que íamos, fomos recebidos, não fomos por todos porque, a partir do momento em que surgiram algumas complicações na nossa candidatura, paramos e informamos aquelas associações a que já tínhamos combinado ir que iriamos fazê-lo mais para a frente, mas reunimos com pelo menos metade das associações de pais de Gondomar e explicamos o nosso projeto, o plano de atividades e fomos também recolhendo, da parte deles, aquilo que eles achavam que poderia ser feito por uma entidade, seja uma federação, seja uma união. Passado um mês ou dois voltamos a reunir e verificamos que cerca de 70% das associações de pais de Gondomar não eram membros efetivos de nenhuma federação, confederação, chame-se o que se quiser. Tendo em consideração, nós decidimos avançar agora com a criação de uma nova união de concelhia de associações de pais, e foi assim que surgiu. Todas estas pessoas que fazem parte desta lista dos órgãos sociais da UCAPG, todas elas podem mostrar o trabalho formidável que têm feito nas suas associações de pais nas escolas, começando pelo André ou pela Susana, pessoas que deram horas de trabalho às associações de pais onde estão, por isso estamos a falar de pessoas que têm experiência de muitos anos nestas associações e que percebem o que é preciso para dar o passo seguinte, porque uma associação de pais só por si, sozinha, muitas vezes não consegue atingir determinados objetivos e, havendo uma união de associações de pais, é mais fácil porque está mais perto das instituições, que uma associação de pais não está, por exemplo, uma união de concelhia tem acento no concelho
municipal de educação. É normal haver duas associações ou uma federação e uma união no mesmo concelho? A nível nacional há vários exemplos em que, no mesmo concelho, há várias entidades. No site da CONFAP podemos verificar 5 ou 6 concelhos que têm mais do que uma associação. No vosso entender as variadíssimas associações de pais que o concelho tem não estavam bem representadas? Não. Porque quem tinha essa obrigação de as representar nestes órgãos, quem diz este diz outros, há o CPCJ, há vários e a voz das associações de pais não chegava a esses locais, só quando começaram a existir as reuniões das associações de pais de agrupamentos com a vereação é que esses problemas começaram a chegar lá, porque se não fosse assim, nunca lá chegariam. O que é que vocês pretendem fazer de diferente do que aquilo que está atualmente instalado no concelho de Gondomar com a FAPAG? Nós temos 3 eixos de intervenção. Como temos pessoas que diariamente trabalham nas escolas e que estão sempre atentos e frequentam formação na área da educação, achamos que há aqui lacunas a preencher e que podemos dar uma ajuda importante às escolas, por exemplo, um dos eixos de intervenção tem a ver com o reforço da formação parental, isto é, além das formações que as próprias associações de pais fazem e a própria federação faz, nomeadamente na área da fiscalidade, da organização e do funcionamento das associações de pais, nós queremos ir mais à frente, queremos reunir com os representantes dos pais que estão nos concelhos gerais, porque, muitas das vezes, quando presenciava os concelhos gerais, alguns pais presentes, tirando raras exceções, entram mudos e saem calados, não sabem quais são os direitos, não sabem quais são os deveres, não sabem o que é que têm de votar, olham para o orçamento e não sabem no que estão a votar. Mais dois exemplos têm a ver com a aposta em parcerias. Queremos fazer parecerias com entidades. Estamos quase a terminar a primeira parceria com o IPDJ. Queremos aproveitar as valências que o IPDJ tem para, juntamente connosco, e aqui também com as juntas de freguesia, junto das escolas desenvolver algumas atividades com as crianças. Achamos importante porque o IPDJ é uma entidade que tem o Know How e que tem recursos, e que nos podem ajudar a nós e às associações de pais com custos reduzidos, ou mesmo sem custos. O que nós queremos em termos de legislação, é desconstruir os normativos em vigor, isto é, até onde é que
> Na foto: Luís Lobo e João Ramos
os pais podem intervir na escola? Temos nova legislação desde 2018 e os pais ainda não sabem que tipo de intervenção podem ter mediante aqueles documentos. Relativamente a este aspeto que agora referi relativamente à desconstrução dos normativos, nós estamos a planear daqui a 3/4 meses fazer um evento em que o objetivo principal é mesmo esse, vamos trazer cá especialistas a nível nacional, para que os pais (e aí vamos também abrir para o próprio pessoal docente) e os próprios professores, que muitas vezes não sabem até onde o pai pode ir. Dois projetos que tenham no vosso plano. Queremos fazer também projetos englobados na fundação Gulbenkian, para que sejam aprovados, não estamos a falar em obras, como é obvio, porque não temos essa missão, nós não vamos substituir os pais, ou à associação de pais daquela escola, não é esse o nosso objetivo. O nosso objetivo é mais amplo, é tentar criar, junto do maior número de associações de pais, um movimento para que, nós tendo peso, consigamos obter, para todos, as mesmas condições, ou melhorar as condições que já têm. Entrando agora na questão da legalidade, a FAPAG faz uma série de acusações, que vocês não estão legais. A CONFAP pôs algum problema à criação da associação? Vamos enviar nos próximos dias para a CONFAP (também fizemos o convite à CONFAP, disseram que não poderiam estar presentes) para lhes pedir para ser associados, neste momento ainda não somos associados da CONFAP. De qualquer
das maneiras, no email que a CONFAP nos enviou quando disse que não poderia estar, não referiu qualquer tipo de entrave para a criação da associação, apenas referiu que se calhar era sensato haver um entendimento entre as duas partes. Nós tentamos, como candidatos à federação chegar a um entendimento, houve uma reunião para o efeito que demorou uns 5 minutos... Não foi possível. Não quero que comentem legalidades ou ilegalidades, porque não é essa a questão, quero que façam alguns esclarecimentos sobre as acusações feitas. Como já referi, as associações de pais, as federações e as confederações são regidas por uma lei, a lei 29 de 2006. É esta lei que se refere a estas 3 entidades. Quem fizer uma leitura desta lei pode verificar que nada daquilo que é dito corresponde à verdade, aliás, se assim fosse, não existiria a CONFAP e a CNIP, sendo que a CNIP, se fosse ilegal, não era recebida pelos membros do governo e a CNIP está presente nas reuniões com o governo, por isso esse ponto não se coloca. Esta lei é para todos, em lado nenhum impede que haja mais do que uma união ou federação no mesmo concelho e, como disse à pouco, se fizermos uma pesquisa no site da CONFAP, há vários exemplos de, no mesmo concelho, existirem mais do que uma, porque, na Constituição da República, a associação é livre, ninguém pode proibir que um grupo de pessoas se junte e façam uma associação. A UCAPG respeita a legislação, foi aprovada e saiu no diário da república pelo ministério da educação. ■
PUB
8
VIVACIDADE JANEIRO 2020
Sociedade
DIAS ABERTOS do Agrupamento de Escolas n° 1 de Gondomar Nos dias 27 e 28 de fevereiro, as portas do nosso agrupamento abrir-se-ão a todos, possibilitando o contacto com as mais di-
versas atividades cujos atores principais serão os nossos alunos. Ao entrar, poderá assistir a palestras, a peças de teatro, a
O Agrupamento de Escolas n° 1 de Gondomar já faz parte da Rede de Escolas Associadas da UNESCO! compromete-se a contribuir para a promoção do desenvolvimento humano, social e económico. E, assim, todos juntos poderemos tornar o mundo um lugar melhor!
A Rede de Escolas Associadas da UNESCO tem como objetivo a construção da paz, a erradicação da pobreza, o desenvolvimento sustentável e o diálogo intercultural. A educação é uma das prioridades para alcançar estes objetivos. O AEG1 elaborou um plano de ação que permitiu que fizéssemos parte da mais antiga Rede da UNESCO. Enquanto escola associada da UNESCO, o AEG1
A Secundária de Gondomar nas palavras de alunos que a frequentaram
A Secundária de Gondomar é responsável por tudo o que aprendi e tudo isso levo para a vida. Carlos Eduardo Costa Foi neste ano letivo que ingressei no ensino superior, seguindo o curso com que sempre sonhei, Direito, na Universidade Católica Portuguesa, depois de deixar a escola que me viu crescera Secundária de Gondomar (ESG). Aí passei 6 anos da minha vida (3º ciclo e secundário) e foi esta escola que me ajudou a crescer como estudante e como pessoa. Durante este percurso, frequentei o curso de Ciências Socioeconómicas, o que me deu uma preparação diferente para a licenciatura que agora estou a frequentar, na medida em que as matérias das disciplinas de Economia A e Geografia A surgem ao longo do plano de estudos de Direito. Além disso, o programa de Economia A prepara os alunos para a sua vida adulta, com conceitos económicos essenciais para nos posicionarmos na sociedade de uma forma mais crítica e responsável. A ESG também me proporcionou uma participação ativa na Associação de Estudantes, no Conselho Municipal da Juventude, no Parlamento dos Jovens, … Vivi inúmeras experiências inesquecíveis. Tudo o que lá aprendi levo para a vida, por isso, a ESG fará sempre parte das minhas memórias.
Na Escola Secundária de Gondomar, encontrei os primeiros fundamentos teóricos na área da Contabilidade. A ESG foi e será sempre uma referência. Rui Marcelo Santos Em 2003, completei o secundário no Ensino Recorrente Noturno, em Contabilidade e Administração, ingressando, depois, no ISCAP. Foi, sem dúvida, a Secundária de Gondomar e os seus excelentes professores que muito estimularam a minha curiosidade por esta área. Hoje, no meu quotidiano profissional, ponho em prática o que ouvi nas aulas. Ensinaram-me a vontade de me entregar plenamente ao que faço. O rigor e a dedicação que aí aprendi permitem-me ter um gabinete em Gondomar, há cerca de 20 anos, onde exerço a atividade de Contabilista Certificado. Sou muito mais do que um simples contabilista: o meu sucesso é o sucesso dos meus clientes. Ainda hoje, mantenho uma ótima relação com a escola, com os professores, funcionários e ex-alunos. A ESG é uma referência, nesta e em muitas outras áreas, no concelho de Gondomar.
danças, a cinema e a concursos; poderá visitar exposições com bancas temáticas e participar em atividades experimen-
tais. Serão dois dias de intensa e interessante partilha. Apareça! Com o seu educando, um amigo, um familiar!
O Agrupamento de Escolas n° 1 de Gondomar e o Teatro Nacional São João “Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir” Este verso, que inicia um belíssimo poema de Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa, serviu de mote para o trabalho que está a ser desenvolvido na Escola Básica de Jovim e Foz do Sousa, no âmbito da parceria estabelecida entre o Agrupamento de Escolas n° 1 de Gondomar e o Teatro Nacional de S. João. Depois de explorada a construção da heteronímia pessoana, os alunos, apoiados por uma equipa de artistas/formadores do TNSJ, foram desafiados a construir um projeto de representação em torno do percurso literário de Fernando Pessoa. Esta aposta no Teatro (enquanto oferta
de escola – clube e disciplina curricular) é uma das estratégias adotadas por este agrupamento para congregar saberes do âmbito de diversas disciplinas, contribuindo, ainda, para a construção do Perfil dos Alunos do Século XXI. O tema da Viagem é não só o pretexto para o desenvolvimento de múltiplas aprendizagens interdisciplinares mas é também a oportunidade para a criação de espaços destinados à criatividade, à pesquisa de informação, à partilha e ao trabalho em grupo responsável e comprometido. Este projeto culminará com a apresentação pública de uma peça de teatro, no Mosteiro de São Bento da Vitória, no Porto, nos dias 28 e 29 de março. Estão todos convidados!
PUB
PUB
PUB
10 VIVACIDADE JANEIRO 2020
Sociedade
Viva Prevenido Catarina Gonçalves Optometrista da Opticália
Não se adapta às lentes progressivas? Desmistificar a inadaptação às lentes progressivas. Tem mais de 40 anos e sente dificuldade em ver letras pequeninas ao perto? Tem necessidade de afastar a folha para ler melhor? Procurar locais com mais luz? Se a sua resposta a estas perguntas for sim, na verdade tem presbiopia. Este tipo de problema começa a manifestar-se a partir dos 40 anos de idade e é devido à pouca elasticidade dos músculos do cristalino responsável por a nossa boa visão e focagem. Hoje em dia são várias as soluções para este erro refrativo. Primeiramente, terá de recorrer a uma consulta para examinar, adequadamente, a sua visão. A consulta será constituída por várias fases: uma informação breve sobre antecedentes visuais e oculares, assim como da saúde em geral; descrição das suas tarefas diárias como o seu trabalho entre outras atividades. Seguido dessas informações passamos para a realização de testes preliminares, refrativos e à sua motilidade ocular. Será, também, avaliada a sua visão binocular e acomodação e, por fim, a sua saúde visual. Todos estes exames vão auxiliar-nos na escolha da melhor solução para si. A prescrição para a presbiopia pode ir desde o uso de óculos apenas para situações de visão ao perto ou para pessoas que já necessitavam de óculos para a visão de longe: as lentes bifocais, lentes progressivas e lentes de contacto multifocais. Existe um grande estigma em relação às lentes progressivas. Foram vários os casos de inadaptação a estas mesmas lentes e, na verdade, antigamente as mesmas padeciam de algumas aberrações óticas laterais o que limitava bastante a amplitude do campo visual dos usuários. Hoje em dia, as lentes estão cada vez mais otimizadas e o número de pessoas que não se adaptam é cada vez mais reduzido. Existem vários tipos de lentes progressivas e, com a devida informação, hoje em dia é possível escolher a ideal para si. No entanto para cada pessoa existe uma lente progressiva adequada e para que essa escolha seja a melhor temos de ter em atenção vários fatores: a sua profissão, as diversas distâncias de trabalho,conduzir à noite, hábitos de leitura (uso de aparelhos digitais como tablets, telemóveis, computador), o equilíbrio da sua visão binocular, o seu erro refrativo, entre outros. Todos esses parâmetros nos permitirão escolher a lente ideal para si, com um bom campo visual. Podemos dar um exemplo prático de uma escolha acertada de lentes progressivas num cliente que passa o dia ao computador e a escrever vai necessitar de uma lente com visão de perto e intermédia mais ampla do que propriamente a visão de longe. Neste caso escolheríamos uma lente que desse mais conforto visual no perto e intermédio. Se fosse um cliente que conduz bastante teriamos de aconselhar uma lente com um campo visual predominante no longe. Deste modo, conseguimos minimizar os sintomas de inadaptação tão frequentes e, simultaneamente, já tão ultrapassados neste tipo de lentes. Informe-se mais e melhor connosco. Tire todas as suas dúvidas na Opticalia Gondomar, a nossa equipa especializada estará ao seu dispor para fazer todos os exames e medidas necessárias para assim ajudar e aconselhar a lente mais adequada a si.
Concurso de beleza nacional em Gondomar No dia 31 de dezembro, a organização mais importante da indústria da beleza a nível nacional-Miss Portugal- anunciou que a próxima final do concurso será realizada no dia 1 de Agosto de 2020, em Gramido, Gondomar. A entidade criada em 1959, tem o intuito de nomear a representante da beleza lusitana
para o concurso Miss Universo, realizado a nível mundial. A organização já realizou o evento em Gondomar na edição 2018/19 e, agora, escolheu realizar a edição 2020/21, novamente, em Gondomar. Recorde-se que na edição anterior a miss eleita foi Inês Brusselmans de Oeiras. ■
Municipio adota medidas para salvaguardar a vida dos animais de Companhia As Forças de segurança do concelho de Gondomar receberam um leitor de microchip que facilita a identificação dos animais perdidos na via pública. Esta medida da Câmara Municipal de Gondomar tem o objetivo de facilitar a identificação e o contacto com os tutores responsáveis pelo animal. Outra medida adotada por parte do município foi
a realização da Campanha Solidária dos Animais de Companhia, concretizado ainda no ano de 2019. O município conseguiu esterilizar 250 animais, o que fez reduzir, consideravelmente, o número de animais não esterilizados no concelho. Esta medida tem o intuito de evitar a reprodução indesejada e combater o aumento de população destes animais na rua. ■
Manuel Pinto renova mandato na Federação das Coletividades O mês de janeiro iniciou com a renovação do mandato de Manuel Pinto como Presidente da Federação das Coletividades, para o próximo biénio (2020/2021). A cerimónia ficou marcada pela substituição e integração de dois novos elementos. Manuel Pinto referiu que irá manter todas as atividades que constitui o lema da Federação e que as linhas principais de ação para este mandato serão de consolidação. O presidente da federação destacou a cedência da nova sede social pela Câmara Municipal de Gondomar, que segundo as suas declarações, “será sem dúvida mais uma ferramenta para trabalhar em
prol do nosso concelho e das nossas coletividades, especialmente na área de formação”, neste novo espaço está previsto um anfiteatro, uma sala de reuniões que será utilizado pelas associações que, pontualmente, necessitem. Na cerimónia marcou presença como representante da Câmara Municipal de Gondomar a vereadora Sandra Almeida, os Presidentes das Juntas de Freguesias de S. Cosme (Gondomar), Valbom e Jovim, Melres e Medas, Baguim do Monte, Rio Tinto e o de Fânzeres e São Pedro da Cova, também esteve presente o diretor da IPDJ, Vítor Dias. ■
PUB
12 VIVACIDADE JANEIRO 2020
Sociedade POSTO DE VIGIA Manuel Teixeira
* Professor Universitário e investigador do CEPESE (UP)
“Luandaleaks” é o cúmulo da hipocrisia na política 1 – O designado “Luandaleaks” tem preenchido milhares de páginas dos jornais, e milhares de horas nas rádios e nas televisões nacionais e estrangeiras. Quanto aos meios digitais, nem sequer é possível imaginar o volume de informação e de comentários que ocupa este caso. E ninguém é capaz de, realisticamente, prever o que ainda estará para vir. Mas o que quer que seja, dará sempre para ocupar espaços mediáticos incalculáveis nos próximos tempos. O que mais espanta em todo este dossiê não é apenas a dimensão do império empresarial e financeiro que Isabel dos Santos conseguiu fazer em pouco mais de 20 anos. O que verdadeiramente dá que pensar é a forma como as chamadas democracias modernas funcionam quando estão em causa fortunas colossais criadas à sombra dos poderes políticos. Práticas que, para desgraça de todos nós, fazem parte do quotidiano político não apenas de países subdesenvolvidos, mas igualmente do designado primeiro mundo. 2 – Numa simples pesquisa sobre escândalos como este encontramos sempre a mesma matriz e a mesma forma de funcionar. Países mais ou menos ricos, governados por oligarcas sem escrúpulos, seja em ditaduras assumidas, seja em pretensas democracias de fechada, são delapidados de bens públicos que vão engordar um reduzidíssimo número de protegidos pelo sistema. Gente impune pela proteção das suas ligações familiares aos poderes, ou por grupos de interesses comuns numa malha de cumplicidades. Nem os métodos de atuação, nem os protagonistas principais destes esquemas fraudulentos variam de forma significativa, qualquer que seja a latitude e longitude onde tais escândalos acontecem. Da mesma forma que os estados beneficiários indiretos, ou seja, os países de acolhimento destes cleptocratas, também não variam de forma significativa, quase parecendo que não há governos insuspeitos, ou agentes políticos verdadeiramente puros. 3 – É por isso que Isabel dos Santos nunca esteve só, e dificilmente virá a estar. Seja em Portugal, nos Estados Unidos, na Inglaterra, no Mónaco, na França, no Dubai, ou na Rússia, a “Princesa de África” teve sempre companhia e acolhimento ao mais alto nível. Porque quando o dinheiro fala mais alto, todos os sinos e sirenes se silenciam. Seja por interesses, seja por necessidade, seja por cobardia, ou seja por medo. E isto é que faz doer a alma dos povos, ou melhor dito, das vítimas inocentes. Portugal tem neste caso a consciência pesada. Porque durante anos foram muitos os governantes, decisores políticos, grupos empresariais, escritórios de advogados, entidades fiscalizadoras, órgãos de comunicação, e outros facilitadores que sabiam e calaram, ou, pior que isso, tiraram proveito das centenas de milhões que Isabel dos Santos aqui despejou ou fez transitar. Razão tinha Descartes quando escreveu que “o ser humano é pródigo a criar boa consciência em série”…
Prémio de Cooperação e Desenvolvimento António Sérgio 2019 atribuído a Colégio Paulo VI O projeto “Educar para a paz e para o desenvolvimento sustentável” foi desenvolvido pelos alunos do 9º ano de escolaridade do Ensino Básico, do Colégio Paulo VI. A iniciativa foi recentemente premiada com o Prémio de Cooperação e Desenvolvimento António Sérgio 2019, na categoria de trabalhos de âmbito escolar. Os responsáveis pelo projeto são os professores Vítor Fontes e Cristina Quintela, docentes de Geografia do Colégio Paulo VI, que desenvolveram este projeto com o objetivo de potenciar um conjunto de experiências de ensino e aprendizagem promotoras de uma educação para a Paz, para os Direitos Humanos, para o desenvolvimento sustentável e para a Cidadania Global. Toda a iniciativa foi desenvolvida em conjunto com dezenas de grupos de alunos da instituição. Segundo os responsáveis pelo projeto, a experiência que estes adquiriram ao longo dos anos, permitiu “confirmar a eficácia” de um conjunto de estratégias didáticas no desenvolvimento dos temas referidos. Para Vítor e Cristina, o papel das comunidades educativas é impres-
cindível na mudança e na construção de ideais de Paz, liberdade e de justiça Social. Segundo os Educadores, o papel da educação geográfica revela-se importante no currículo das escolas do século XXI. Os mesmos acrescentam que só é possível a consolidação dos trabalhos com uma vertente mais humanista, através das parcerias que o projeto possui com organizações não governamentais e outros parceiros da Sociedade Civil. A iniciativa tem como base quatro pilares essenciais para a educação do século XXI, fundamentadas em quatro posições que a UNESCO defende- aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a viver juntos e a aprender a ser. Para os docentes, estes termos são essenciais para o desenvolvimento das sociedades humanas, “visto que auxilia no treino de competências de análise de reflexão crítica de questões estruturantes para a compreensão do mundo atual”, Vitor e Cristina acrescentam ainda que um “cidadão geograficamente competente” é o que possui um papel ativo no seu meio envolvente. ■
Posto de Controlo e Registo de Pescado de Valbom inicia nova temporada Deu início a nova temporada de Pesca em Valbom. Até ao próximo dia 30 de abril, os pescadores poderão registar a sua atividade, pelo sexto ano consecutivo, de pesca de lampreia e do sável. De 28 de janeiro a 30 de abril de 2019, foi assinalado no posto de Valbom, em 65 dias de atividade, 2520 lampreias, número que reduziu quase 24% em relação ao ano anterior. O valor global da pesca rondou os 55 mil euros. A redução do número desta espécie e a elevada procura resultou no aumento do preço médio por unidade que
passou de 16 euros para 21,50 euros. Além dos pescadores de Gondomar, marcaram presença na Ribeira de Abade artesãos de Arnelas e de Avintes, provenientes de Vila Nova de Gaia. O local viabiliza a oportunidade aos restaurantes interessados inscreverem-se no posto e adquirir o peixe fresco junto dos pescadores. O Posto de Registo e Controle de Pescado de Valbom surge de uma parceria dos pescadores com a Câmara Municipal de Gondomar, o Docapesca e a Vianapesca. ■
VIVACIDADE JANEIRO 2020 13
Sociedade
CDU e PSD acusam autarca Sinais roubados de utilizar meios camarários na freguesia para fins privados de São Pedro da Cova No dia 24 de janeiro, na reunião Municipal da Câmara, os vereadores da CDU e do PSD confrontaram o vereador do Ambiente, José Moreira, por ter utilizado uma empresa privada -Rede Ambiente- contratada pela Câmara para “limpar muros” da habitação particular do autarca. O vereador da CDU, Daniel Vieira em declarações ao VivaCidade refere: “Os vereadores da CDU questionaram o Sr. vereador do Ambiente sobre se a empresa Rede Ambiente, a quem a Câmara concessionou os serviços de limpeza e recolha de resíduos - cuja concessão, que tantas críticas tem recebido, é acompanhada pelo próprio - efetuou serviços particulares de limpeza na sua casa. Face às contradições verificadas, quer nas sucessivas respostas do Sr. vereador na reunião do órgão municipal, quer nas declarações públicas e imagens existentes, a CDU considera que é preciso apurar todas as responsabilidades e retirar as respetivas conclusões políticas. O vereador do PSD, Nelson Sousa, em declarações ao nosso jornalafirmou: “Contra a vontade do Sr. Vereador, claro está, resolveram não só arrumar uns famigerados monstros mas, já que lá estavam, resolveram, sempre ao arrepio do Sr. Vereador, fazer umas limpezas e nesse
âmbito terão, mais uma vez contra a vontade do mesmo, insistido em limpar a casa do mesmo possivelmente com os meios e equipamentos da empresa (REDE AMBIENTE) para a qual prestam serviço. Devemos salientar que esta empresa é paga com dinheiro do município, ou seja, de todos nós. Contudo, se algum dos munícipes pedir e/ou tentar contratar os serviços da mesma para que esta limpe os muros ou escadas de uma qualquer habitação particular, a empresa dirá, por certo, que é uma empresa pública e que por tal razão não efetua aquele tipo de serviços. O Vereador defende a sua posição constatando que a equipa da Rede Ambiente ao realizar a recolha de Monstros na sua habitação, houve um derramamento de líquidos à base de óleos e vernizes que se encontravam dentro dos bidões pelo qual foi necessário proceder à limpeza do local. Segundo o mesmo, estes tipos de situações acontecem, porque as viaturas que realizam este tipo de recolhas são de caixa aberta e não são completamente estanques. As equipas têm instruções para lavar o pavimento sempre que tal acontece. A empresa REDE AMBIENTE, não se mostrou disponível para qualquer esclarecimento sobre o assunto. ■
Devido aos sinistros ocorridos na Serra de Pias, em São Pedro da Cova, nos últimos dois meses – em que um deles culminou na morte de uma pessoa- a Câmara Municipal de Gondomar decidiu proibir o acesso ao local, com exceção dos moradores e óbviamente veículos prioritários. Ainda esta semana, os sinais de trânsito colocados no local foram furtados e não há conhecimento do culpado. Quando questionado pela situação, o presidente da Freguesia destacou que a colocação de sinais de proibição é de responsabilidade da Câmara Municipal e que à Junta de Freguesia não foi perguntado nenhuma opinião “apenas foi comunicado a medida”, no entanto, Pedro Vieira constata que “não é com sinais proibindo a livre circulação e o lazer da população que se resolvem os problemas, estes resolvem-se com sensibilização, com comunicação, procurando criar melhores condições para as pessoas. Tanto mais que do lado de Valongo não houve proibição nem interdição” ao local. O presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins, quando confrontado com o porquê da implementação da medida refere que “foi condicionado o acesso depois do segundo
acidente, o problema é que, para além destes acidentes, tinha havido relatos de atropelamentos, porque tem havido um acréscimo muito grande de movimentação naquela zona naquilo que é via pública que é da nossa responsabilidade, temos de garantir as condições de segurança”. Marco Martins acrescenta ainda que esta medida foi tomada em conjunto com a Junta de Freguesia e com a Câmara Municipal de Valongo, o autarca concluiu dizendo que os sinais serão novamente colocados no local. ■
PUB
14 VIVACIDADE JANEIRO 2020
Entrevista VivaCidade
Francisco Assis: “Nunca aceitei que a militância partidária significasse o culto dum certo acriticismo” Texto e fotos: André Rubim Rangel Começou cedo na política, logo com 25 anos assumiu a presidência duma Câmara Municipal (Amarante, sua terra natal), e também tão cedo – em 2019 – deixou os cargos políticos. Isto reflete, como muitos portugueses, a desilusão pela política ou é uma consequência infeliz de ser um crítico das Geringonças I. e II.? É evidente que o não me convidarem para ser de novo deputado do parlamento europeu foi uma decisão política e que eu respeito absolutamente. Também tinha sido política a decisão de me terem convidado, há 6 anos atrás. Eu vejo isto com normalidade. Na verdade, desempenhei várias funções políticas ao longo da vida, durante 30 anos. É natural que haja um momento em que esteja fora da vida política ativa que, aliás, para mim está a ser muito interessante. É uma grande vantagem nisso: temos uma visão mais alargada e tendencialmente mais lúcida da sociedade. Porém, passando a expressão, ao ser uma “carta fora do baralho” não faz com que se sinta menos fervoroso politicamente?
Sou um militante do Partido Socialista, mas o meu grau de compromisso com a atual direção do PS é completamente distinto do que tive com direções políticas anteriores. Há, de facto, divergências muito grandes que tiveram na base desse meu afastamento. São divergências reais e que eu sempre tornei públicas, nunca as escondi. É verdade que há, hoje, uma maioria grande do PS que sustenta a atual direção, as suas linhas de orientação e as suas opções políticas. Eu estou numa posição diferente, mas há princípios fundamentais que nos aproximam. Sente-se sozinho nessas divergências? A minha posição é relativamente isolada, isso eu sinto. Mas convivo bem com isso. Quando se está na vida política temos de ter a disponibilidade de princípio para, em determinados momentos, estarmos sozinhos. Eu nunca funcionei numa lógica de refém, nunca aceitei que a militância partidária significasse o culto dum certo acriticismo político, doutrinário e mental. Portanto, quem entende a política como eu entendo, tem de em certas circunstâncias aceitar ficar sozinho. Isso tem-me acontecido nos últimos anos, mas é uma contingência que tenho de saber enfrentar e gerir. Não tenho
nenhum problema com o que se está a passar. Quando saí da política verifiquei que havia muitas coisas que tinham ficado para trás por causa da política e que era possível agora recuperá-las. E é isso que estou a tentar fazer, por isso não estou nada perturbado. Estaria perturbado se tivesse renegado a mim próprio com o meu intuito de ocupar funções políticas neste momento. E com isso não temeu, nem teme, a poder ser convidado a sair da militância partidária? Não. Eu distingo os planos. Eu tenho um bom relacionamento pessoal com as pessoas de ligação direta ao PS, desde o secretário-geral. Não tenho nenhum problema pessoal com o António Costa, bem pelo contrário. Eu compreendo e ele compreenderá, certamente, a mesma coisa. São divergências apenas políticas, por isso nunca me convidaram direta ou indiretamente a abandonar o PS. Pelo contrário, até tenho tido sinais de estima e consideração de pessoas com posições internas totalmente diferentes das minhas. Agora com o devido distanciamento e outra visão perante os factos, sem pressões,
VIVACIDADE JANEIRO 2020 15
Entrevista VivaCidade considera que há alguma medida / decisão antes tomada que tenha sido errada? Que faria atualmente de outra maneira? Há sempre coisas de que temos dúvidas, mas não tenho nada em concreto. Em primeiro lugar, devo dizer que toda a decisão se toma sempre com alguma dúvida. Mas, depois, a decisão tem de ser tomada, não se pode deixar de a tomar! Não tenho nenhum arrependimento de fundo relativamente a nada que tenha feito. Devemos perceber que tomamos, muitas vezes, decisões em função do conhecimento que temos naquelas circunstâncias. No tempo posterior acabamos por fazer uma avaliação do que fizemos. Diria que é uma lucidez do dia seguinte. Mas é uma lucidez inaplicável face à vida política, porque esta exige um tempo de resposta muito rápido que não se compadece, muitas vezes, com um tempo mais longo, que é o da reflexão. Hoje tenho muito mais tempo para ler, para refletir, para educar o meu próprio pensamento, para apreciar com distância os acontecimentos. Este é também um ganho de lucidez de alguém que não tem de tomar qualquer decisão política. Daí achar importante que os políticos, em alguns momentos, estejam fora da vida política. Porque a vida política é mesmo muito pressionante e não pode ser de outra forma! No corrente mês foi orador numa formação de docentes de EMRC / Porto, em que destacou que há já 85 anos havia uma crise existencial do projeto europeu, como se verifica aliás no livro de 1935 dum filósofo alemão, apontando o perigo do cansaço. Como é possível, passado tanto tempo, não perdermos esse cansaço permanente? Felizmente não foi permanente, houve mo-
mentos de grande criatividade. O Husserl escreveu isso e, de facto, tinha razão, com as primeira e segunda guerras mundiais. Mas a Europa teve e tem momentos entusiasmantes. A Europa viveu sempre entre crise e criatividade. E conseguiu quase sempre superar as dificuldades do seu percurso histórico. Eu não tenho qualquer visão negativa nem pessimista do projeto europeu. Olho com otimismo para o futuro, mas um otimismo que tem sempre algum elemento de angústia, como não pode deixar de ser quanto a tudo o que é obra humana. Mas, havendo essa construção otimista, como é possível não se ter mantido essa positividade e ter-se voltado a uma crise esquecendo-se as bases? A base mantém-se e as crises fazem parte das sociedades. Não há pessoa sem crise, não há Europa sem crise, não há sociedades sem crise. A crise é um elemento constitutivo da própria humanidade. Pensar o contrário são utopias que se tentaram concretizar e que falharam redondamente. Nós temos é de saber lidar com as crises, resolvê-las, antecipa-las quanto possível e evitar as que são evitáveis. Perante esta grande crise económico-financeira, chamada da divida soberana, e com o euro ainda não robustecido, a verdade é que a Europa soube reagir. E não o assusta, nestas grandes crises históricas, manter-se a montanha de ditadores – e surgimento de novos – versus a planície democrática. Depois de há umas décadas termos tido alguns deles, devido à falsa participação dos cidadãos que ao absterem-se criaram espaço para monopólios de poder, não estamos outra vez a
subir essa montanha com taxas abstencionistas elevadíssimas? Não. Há uns riscos, mas não é assim tão evidente. Na Europa e na União Europeia não há nenhum regime ditatorial. Há um ou outro regime que coloca reservas e dúvidas… Ao referirmo-nos a ditaduras também integramos extremismos… Mas os extremismos não ganharam ainda, vamos lá ver! Há, de facto, posições extremistas, mas não obtiveram grandes vitórias eleitorais. Não é um quadro real, por isso acho que estamos a dramatizar excessivamente essa questão. No mundo nunca existiram tantas democracias como o tempo atual: não houve um retrocesso, houve um avanço. Há várias civilizações que evoluíram, democráticas, mais ou menos amadurecidas. Tenho uma visão positiva, embora haja razões para preocupação até porque o sistema democrático é frágil e tem que ser devidamente preservado. Não estamos perante um declínio das democracias, longe disso. Partilha da ideia que hoje fala-se muito de ética e pouco de moral, por haver um deficit de pensamento moral na Europa. Como contrariar isto e voltar a pôr a moral no seu sítio? Julgo que temos de voltar às discussões de natureza moral e isso acabará por ser a tendência duma sociedade que vive essa carência. Quando temos hoje questões tão importantes como as da bioética, da inteligência artificial, questões que alteram o próprio comportamento humano, da relação humana com a natureza e muitas outras questões – que começam a surgir com uma premência extrema –, eu creio que as próprias sociedades sentirão a necessidade de uma reflexão moral, para a qual poderão chegar por várias vias, muito mais intensa do que aquela que tem prosseguido nas últimas décadas. Olhando para Gondomar e concretamen-
te para a falta do metro no centro da cidade e para o facto de ainda não terem sido retirados totalmente os resíduos tóxicos em S. Pedro da Cova, considera que ambos os casos se devem a falta de vontade política? Eu não conheço bem essas situações. O metro de Gondomar é um velho tema e obviamente penso que é importante, dada a ligação e inserção de Gondomar na área metropolitana do Porto. Quanto aos resíduos em S. Pedro da Cova, vou acompanhando pelos jornais mas não sei em pormenor para me poder pronunciar sobre o assunto. De que modo vê a mudança neste município após 20 anos de presidência de Valentim Loureiro e os últimos 6 de Marco Martins? Gondomar está melhor ou pior? Eu sinto que são momentos diferentes, com lideranças distintas. Mas o Marco Martins, a meu ver, tem sido um bom presidente da Câmara. Conheço-o há muitos anos: é uma pessoa pela qual tenho muita estima e amizade, até. Tivemos várias disputas internas, em que estivemos juntos, e para mim tem sido um político muito capaz, com um estilo muito próprio, mantendo sempre uma grande humildade e uma grande proximidade com as pessoas. O que é uma função dos presidentes das câmaras e, por isso, tornou-se uma figura referencial na atividade autárquica na área metropolitana do Porto. Acho que os cidadãos estão muito satisfeitos, pelo menos os que votaram nele. Portanto, ele é um homem com tributos morais, de grandes combates, sério e com coragem, por quem tenho um grande apreço. À parte da amizade pessoal que tem com Marco Martins, e da filiação partidária em comum, entende que ele deve recandidatar-se em 2021? Eu espero que ele se recandidate. Estou convencido que se vai recandidatar e tenho a convicção plena de que vai ganhar! ■
16 VIVACIDADE JANEIRO 2020
Sociedade
Hospital Escola Dr. José Pedro Matos Otorrinolaringologia
Otorrinolaringologia Sabia que... Obstrução Nasal A obstrução nasal é um sintoma muito frequente e que se pode dever a causas estruturais ou a alterações da mucosa, que impedem o normal fluxo de ar através do nariz. Esta última pode ocorrer em situações de infecção, geralmente por vírus, ou na presença de uma componente alérgica. Nestes casos, podem ser adoptadas medidas locais, como lavagens nasais e tratamentos tópicos, quando necessário. Quando a obstrução se deve a um desvio do septo, o único tratamento definitivo é cirúrgico, através da realização de uma septoplastia, que visa recolocar o septo nasal na sua posição central. Vertigem A vertigem é a ilusão de movimento do ambiente em relação ao indivíduo ou vice-versa e pode ser causada por um distúrbio do ouvido interno ou por alterações a nível do sistema nervoso central. Dependendo do mecanismo subjacente, pode ter duração de segundos, horas ou dias e pode estar associada a outros sintomas, como alterações da audição ou náuseas e vómitos. Para um correcto diagnóstico, podemos recorrer a vários exames complementares, como videonistagmografia ou exames de imagem, como a tomografia computorizada ou a ressonância magnética. O tratamento geralmente passa pelo controlo dos sintomas com medicação, manobras de reposicionamento, quando indicado, e exercícios de reabilitação vestibular. Otosclerose A otosclerose é uma doença com componente hereditário, que se manifesta predominantemente em mulheres jovens como perda de audição progressiva num ou nos dois ouvidos. Consiste numa alteração do metabolismo do osso no ouvido médio, que leva a uma fixação dos ossículos, impedindo a transmissão do estímulo auditivo. Pode ser corrigida com recurso a prótese auditiva ou cirurgicamente, substituindo-se o ossículo fixo por uma prótese e restabelecendo o mecanismo vibratório – estapedotomia. Disfonia A disfonia, ou rouquidão, consiste numa alteração da qualidade da voz, podendo ser percebida como voz “fraca”, pouco clara, áspera ou mesmo ausência total de voz. Pode ser provocada por causas funcionais, em que não há lesões das cordas vocais, ou orgânicas, em que há uma alteração estrutural, como nódulos, pólipos, ou outras lesões de massa, como tumores. Na disfonia funcional, o tratamento passa pela terapia da fala e, eventualmente medicação quando indicado. Nas causas orgânicas, a cirurgia pode estar indicada, quer para remoção da lesão quer para eventual biópsia para esclarecimento diagnóstico.
Confraria entroniza 12 novos confrades No dia 26 de janeiro a Confraria Gastronómica dos Rojões e Papas de Serrabulho comemorou a entronização de novos Confrades e Confreiras. No mesmo dia, o comediante Fernando Rocha foi nomeado confrade de honra. Na cerimónia Capitular que decorreu na Igreja Matriz de Baguim do Monte foram entronizados 12 novos confrades e confreiras. O evento contou com a presença de 18 confrarias convidadas e cerca de 200 pessoas.
Terminado a missa, seguiu-se o almoço, onde foram entregues lembranças às confrarias convidadas, em seguida, a Confraria Gastronómica dos Rojões e Papas de Serrabulho condecorou, Fernando Rocha com a insígnia de Confrade de Honra. Ao jornal vivacidade, o comediante revelou que já é confrade desta confraria há 3 anos e que se sente lisonjeado por ter sido convidado “é uma honra ser reconhecido pelas pessoas da minha terra desta forma, acho que é fantástico”. ■
Preço da água aumenta ligeiramente em 2020 O atual executivo da Câmara Municipal de Gondomar, aprovou em reunião municipal, um novo aumento das tarifas de água para o ano 2020. A votação contou com a maioria positiva do voto do PS e com o voto favorável de Valentim Loureiro. Nesta aprovação, os contribuintes no uso doméstico terão um aumento no primeiro escalão de 0.0042 cêntimos, o segundo escalão verá um aumento de 0.0095 cêntimos, o terceiro escalão pagará mais 0.0181 cêntimos e o quarto escalão sofrerá um acréscimo de 0.0251 cêntimos do valor habitual pago em 2019. Para uso não doméstico, o aumento será no valor de 0.0109 cêntimos, enquanto que as Autarquias locais e as Organizações Sem Fins Lucrativos passarão a pagar mais 0.0057 cêntimos em comparação com 2019. Em comunicado, a CDU afirma que é inaceitável este aumento do valor, dado que o concelho de Gondomar é um dos que possui a tarifa de água e saneamento mais elevado do país. Às acusações realizadas pelo partido CDU, o executivo da Câmara Municipal refere que este aumento é uma atualização neces-
sária das tarifas de água e saneamento. Em resposta, Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal refere “Não há aumento, há uma atualização tarifária, que conseguimos, mais uma vez, que fosse inferior aquilo que a empresa tinha pedido no contrato. A câmara conseguiu negociar para que essa atualização fosse inferior à atualização feita nos concelhos aqui à volta. Agora é importante recordar que a Câmara está vinculada com contrato até 2031, e que não tem forma de o reverter.” Em declarações ao VivaCidade, as Águas de Gondomar afirmaram que: "o Contrato de Concessão e o Segundo Aditamento estabelecem, na Cláusula 69.ª, que o Preçário praticado pela Concessionária seja revisto anualmente, com entrada em vigor no início do ano civil imediatamente seguinte e com referência a 1 de janeiro de cada ano. Tendo em conta a variação dos índices estatísticos que compõem a fórmula de revisão, foi obtido um fator de atualização de 1,0059 que se traduz, num aumento de 0,59% dos preços. Trata-se portanto, de um ato normal de atualização do preçário." ■
VIVACIDADE JANEIRO 2020 17
Sociedade
Parque das Serras inaugura sede O Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes, em conjunto com os autarcas de Gondomar, Marco Martins, de Valongo, José Ribeiro e de Paredes, Alexandre Almeida, inauguraram a sede da Associação de Municípios do Parque das Serras.
ro ao local, o registo do montante utilizado ultrapassa o valor de meio milhão de euros, comparticipado por Fundos Comunitários. Com as novas alterações, a Sede do Parque das Serras para além das zonas de trabalho, possui novas áreas para realizar exposições, um auditório e uma biblioteca. O Parque das Serras, atualmente, possui
mais de 6000 hectares de terreno e é considerada a maior reserva natural da Área Metropolitana do Porto. A sua extensão abrange os municípios de Gondomar, Paredes e Valongo. A sua dimensão distribui-se pelas serras de Santa Justa, Pias, Castiçal, Santa Ira, Flores e Banjas- e os vales Ribeirinhos, nomeadamente os Rios Ferreiras e Sousa.
Esta vasta reserva natural preocupa-se em preservar os habitats naturais e todas as espécies de Fauna e Flora que possuem um estatuto especial de conservação. O local dispõe de vestígios arqueológicos que permitem compreender a ocupação humana da Região, principalmente, a mineração Aurífera Romana. ■
Na cerimónia realizada, oficializou-se o contrato de cedência de utilização do espaço e presenciou-se à tomada de posse do novo Presidente do Conselho Executivo da Associação de Municípios, Alexandre Almeida. A nova sede do Parque das Serras encontrase localizado no centro da cidade de Valongo, mais propriamente na Rua do Padrão nº 27. O edifício aproveitado para a sede é centenário, o que implicou obras de restau-
Proprietários recusam pagar multa No final do ano passado, um condutor decidiu atravessar o Rio Ferreira de jipe, em São Pedro da Cova. No veículo, com o proprietário, seguiam-se mais três pessoas. Do incidente não resultou nenhum ferido, no entanto, para o local foram acionados 11 viaturas e 21 homens para resgatar os indivíduos do local. No último dia do ano de 2019, o proprietário conseguiu retirar o veículo do local. Caso essa remoção tivesse sido realizada
pelo município a despesa seria mais avultada. Da multa inicial (cerca de 10 000 euros), foi realizado um desconto - visto que não era necessário retirar o jipe do rio- e passou a custar cerca de 4 mil euros, que o condutor recusa-se a pagar. Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal referiu que o valor a pagar, corresponde à despesa que os meios de salvamento tiveram na missão de resgate, como também o tempo de trabalho dos operacionais. ■
OPINIÃO Joana Simões
Está a planear uma viagem? Deixamos alguns conselhos para poupar na reserva do voo. Pesquisar de forma intensa, evitar a época alta, estar atento às taxas e comprar com antecedência os bilhetes de avião são aspetos a que deverá estar atento. Em primeiro lugar, tenha atenção ao momento em que vai efetuar a reserva. O preço dos voos flutua consoante o dia, a hora e a aproximação da data de partida. Para distâncias curtas, experimente reservar cerca de 8 a 12 semanas antes; se vai para bem longe, sugerimos 12 a 18 semanas de antecedência na reserva. Ao reservar, não espere obter grandes negócios ao sábado e ao domingo. As melhores oportunidades podem surgir de terça a quinta-feira ou muito cedo, ou muito tarde. Voos de última hora podem ser a solução perfeita, se estiver disposto a fazer a mala e embarcar em 24 horas. Para quem reserva voos para a época alta ou nos dias mais óbvios os preços são mais caros. Tente ir de sábado a segunda, em vez de sexta a domingo, por exemplo. E tenha em conta que, embora cá a época possa ser baixa, no seu destino pode acontecer o inverso: os frios meses de inverno do Hemisfério Norte são os tórridos meses de verão no Hemisfério Sul. Pesquise muito. Consulte alguns comparadores de voos e efetue de seguida a mesma pesquisa em grandes sites de reservas de bilhetes e em sites de agências de viagens. Faça a mesma pesquisa diretamente nos sites das companhias aéreas, cuja oferta de voos é, por vezes, mais barata. Depois, tenha cuidado com as taxas. Atenção redobrada àquela viagem que parece muito barata e que, no fim… não o é tanto assim. A bagagem de mão também nem sempre é gratuita. As transportadoras impõem as suas regras, cada vez mais rígidas no que diz respeito a peso e volume, e algumas cobram o transporte de malas de cabina a partir de determinada dimensão. Para levar a mala no porão, com frequência, há que pagar mais e, ainda assim, com restrições de peso e número de malas. Veja a classe ou categoria a que corresponde o seu bilhete. Resumindo, quando comprar os bilhetes de avião para as suas férias ou escapadinhas de fim de semana, faça a reserva com tempo, paciência e olho vivo! DECO: deco.norte@deco.pt Protocolo DECO/Município de Gondomar: gac@cm-gondomar.pt Atendimento presencial da DECO em Gondomar, todas as sextas-feiras à tarde.
18 VIVACIDADE JANEIRO 2020
Sociedade
Novo multibanco em Valbom
Espaço cidadão e CTT em Jovim
No dia 6 de janeiro, a freguesia de Valbom recebeu um novo posto ATM. A autarquia responsável refere que a utilização do novo multibanco se encontra isento de quaisquer custos adicionais e pertence à rede SIBS do banco Millennium. Localizado em frente da junta da freguesia, este meio está disponível 24 horas por dia. Em conversa com o Vivacidade, o Presidente da União de Freguesias de Gondomar (S.Cosme), Valbom e
Para facilitar a vida da população de Jovim, a autarquia responsável disponibilizou um novo espaço para auxiliar o dia a dia dos residentes locais. O local já prestou mais de uma centena de serviços à população da freguesia. Dos serviços mais requisitados encontra-se a renovação de cartões de cidadão, a revalidação de cartas de condução, pedidos de registos criminais e a alteração de morada no cartão de identificação. Este novo espaço cidadão permite à população o acesso aos serviços digitais disponibilizados pela Administração Central e Local, reduzindo o tempo de espera e os custos associados, proporcionando um aumento da eficácia na resolução dos pedidos. O espaço cidadão está situado no edifício da Junta de Freguesia de Jovim. Presente no edifício da autarquia encontra-se ainda um espaço CTT com vários serviços disponíveis à população. Tais como envio de correspon-
Jovim, António Braz, confessa que este novo meio “era necessário para colmatar algumas falhas que existiam em Valbom”. António Br garante ainda que o local ainda necessita de algumas obras de finalização e que ainda será realizado uma inauguração simbólica do local. O Presidente revelou que a autarquia se encontra em negociações com a entidade bancária responsável, para que no futuro seja possível inaugurar mais um ATM em Jovim. ■
HCL, LDA.
PUB
A SSESSORIA NA ÁREA DE CONTABILIDADE C ONSULTADORIA FISCAL E I NFORMÁTICA
C ONTINUAMOS A C RIAR VALOR PARA A SUA EMPRESA COM P R OFISSIONALISMO E DEDICAÇÃO Sede: Rua Vasco da Gama, 1087 – 4435-823 Baguim do Monte Tel: 224 219 120 Fax: 224 219 127 – geral.baguim@hcl.com.pt Filial: Rua Gonçalo Cristóvão, 13 - 2º Esq. - 4000-267 Porto Tel: 223 393 380 - Fax: 222 003 415 - geral.porto@hcl.com.pt
O N OSSO MAIOR ACTIVO É A FIDELIZAÇÃO DOS NOSSOS CLIENTES
dência e receção de valores- reformas e subsídios- como também o pagamento de faturas da água e da eletricidade. António Braz, presidente da junta de freguesia, refere que a criação de ambos os espaços em Jovim são importantes para a população e ajuda a estabelecer uma relação de proximidade entre os serviços públicos e os cidadãos. ■
Fernando Rocha ajuda Bombeiros de Valbom No próximo dia 31 de janeiro, pelas 21h30, no Centro Social e Paroquial de Valbom, o comediante natural de Baguim do Monte, Fernando Rocha, irá realizar um evento beneficente em que todo o valor arrecadado nas bilheteiras reverte integralmente para ajuda dos bombeiros voluntários de Valbom. O bilhete tem um custo simbólico de 5 euros e encontram-se à venda no quartel e no próprio dia irá ser realizado mais vendas de bilhetes. O dinheiro arrecado será para a compra de viaturas e equipamentos para os soldados da paz de Valbom. Todos os anos, como habitual, Fernando Rocha opta por realizar um espetáculo de comédia para ajudar os bombei-
ros. O comediante revelou ao Vivacidade que “todos os anos faço um espetáculo de beneficência para os bombeiros de Valbom”, o próprio revela que já é padrinho de uma das viaturas da corporação e que qualquer pessoa pode ajudar, Fernando constata que é com pequenos gestos que um cidadão faz a diferença. O comediante aproveitou o momento da entrevista para convidar a todos os cidadãos a comparecer no espetáculo de angariação de fundos, porque “ao comprar um bilhete, além de comprar uma entrada para se divertirem num espetáculo de comédia, 100% do dinheiro é revertido na integra para os bombeiros” constatou. ■
VIVACIDADE JANEIRO 2020 19
Sociedade
Águas de Gondomar com campanha gratuita para controlo de água de origem particular Qualidade água de minas, poços ou furos avaliada por laboratório acreditado. A Águas de Gondomar (AdG) está a realizar uma iniciativa que disponibiliza gratuitamente a realização de colheitas de água em captações particulares, utilizadas habitualmente para consumo humano - campanha CAOP (Controlo Analítico de Origens Particulares). Com periodicidade anual, desde 2015, a ação destina-se aos primeiros 40 clientes inscritos. A campanha permite analisar alguns parâmetros biológicos e químicos da água pro-
veniente de poços e minas particulares, no sentido de verificar se a água é ou não potável. Esta ação reveste-se de particular importância para a AdG, uma vez que é fundamental prevenir que a água proveniente de captações particulares não se misture com a água da rede pública, já que caso a água de origem particular esteja contaminada pode colocar em causa a qualidade da água distribuída à população, com eventuais consequências a nível de saúde pública. Participação na campanha de prevenção e controlo é gratuita Os proprietários de poços e minas podem inscrever-se gratuitamente nesta ação de prevenção e controlo nas instalações da AdG ou em www.aguasdegondomar.pt. Após inscrição, é agendada uma data conveniente para ambas as partes para proceder à colheita de água na captação particular, através dos seus Técnicos Certificados de Colheita de Amostras de Água de Consumo (NNS e LMO). As colheitas são posteriormente entregues em laboratório acreditado e, assim que o respetivo boletim analítico é
emitido, os resultados são enviados para o cliente. A campanha, limitada a 40 inscrições por ano, não acarreta qualquer encargo para os clientes. A iniciativa que vai já na sua sexta edição tem revelado que, na maioria dos casos detetados pela AdG, os clientes com captações particulares não têm conhecimento da qualidade de água dessa origem. Com efeito, os resultados obtidos de todas as análises realizadas desde o início desta campanha, demonstram que 91% das colheitas efetuadas junto de água de origem particular é imprópria para consumo humano. Na verdade, os resultados dos parâmetros determinados são indicativos de contaminação microbiológica numa parte significativa das captações particulares analisadas. Sempre que são detetadas estas situações, é comunicado ao cliente o resultado das análises e alertado para o risco para a saúde ao consumir esta água, bem como a obrigatoriedade da separação das duas redes. Juntamente com esta comunicação é enviado o Caderno de Sensibilização nº 4 da ERSAR “Utilização de captações particulares de
águas para Consumo Humano” que resume toda a informação sobre esta temática e que se encontra disponível para consulta no site da Entidade Reguladora Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR). Recordese que a ERSAR tem por missão a regulação e a supervisão dos setores de abastecimento público de água às populações, de saneamento de águas residuais urbanas e de gestão de resíduos sólidos urbanos, incluindo o exercício de funções de autoridade competente para a coordenação e a fiscalização do regime da qualidade da água para consumo humano. A Águas de Gondomar, SA é responsável pela exploração do Sistema Municipal de Abastecimento de Água e Drenagem e Tratamento de Águas Residuais de Gondomar, desde Janeiro de 2002. A Águas de Gondomar, SA assegura o fornecimento de água para consumo público e o tratamento de águas residuais no concelho, cumprindo as exigências de um regular, contínuo e eficiente funcionamento do serviço público, e promovendo a melhoria da qualidade de vida dos clientes. ■ PUB
20 VIVACIDADE JANEIRO 2020
Destaque VivaCidade
Terra de luta, Terra esquecida, T
Situada em Gondomar, a Freguesia de São Pedro da Cova é uma das freguesias que possui um património histórico insubstituível, as Minas de São Pedro da Cova. Foi no final do século XVIII, em 1793, que, segundo o historiador Mazola- Serafim Gesta-, foi a primeira vez que o povo da região teve contacto com esta pedra, o Carvão. De aspeto brilhante, esta matéria prima possui 90% de Carbono, o que significa que o poder calorifico (quantidade de energia libertada por unidade de massa na oxidação de um combustível) que libertava era mais acentuado do que outras pedras de Carvão.
> Complexo mineiro de São Pedro da Cova
Mazola aponta o ano 1802, como o início da exploração das minas. Na quinta de Valinhas em Vila Verde, o caseiro da quinta, ao abrir umas covas mais fundas com o alvião (Ferramenta de trabalho semelhante a um machado), deparou-se com uma pedra de Carvão. O mesmo, deslumbrado, leva a notícia ao senhorio da quinta. Perplexo com a situação, o senhorio comunica o sucedido ao José de Souza, que continha experiência nas minas de Buarcos em Foz de Sousa. De imediato solicita uma licença de exploração e venda ao governo e o pedido é aprovado e dá-se o início da saga dos mineiros de São Pedro da Cova. O historiador Mazola refere que, na época, foi solicitado ao campo mão de obra barata mais os carreteiros que tinham carros de bois disponíveis para realizar o transporte do material. “Antes das minas, estas terras eram de cultivo, passava-se muita fome e o ordenado era irregular”. Hoje tínhamos, mas o amanhã era uma incógnita. Assim, era a vida de muitas famílias na época. Com a descoberta desta matéria, muitos descartaram a agricultura e presenciou-se uma industrialização mineira na região.
Perto de 1805, segundo Mazola, o estado começa a explorar o Carvão e cessou a concessão. Na época, os responsáveis mandaram vir para Portugal técnicos alemães, que transformaram a exploração rudimentar numa mais modernizada. A palavra difundiu-se e, rapidamente, assistiu-se a uma imigração de pessoas provenientes de outros locais do país. Apelidados de “Malteses”, vinham à procura de um futuro melhor e mais promissor nestas terras. “Quem estava longe, num período como este, muito difícil no nosso país que no qual a maioria da população trabalhava na agricultura, sem salários, muitas delas até trabalhavam em troca de um caldo, com trabalhos sazonais e quando ouviam que em S. Pedro da Cova existia trabalho e que ganhavam salário e até tinham acesso a casa e a saúde, as pessoas deitavam tudo para trás das costas, maioritariamente os homens e vinham” refere a responsável pelo museu das Minas de São Pedro da Cova, Micaela Santos. Quando uma pessoa era admitida para trabalhar nos campos mineiros, era concedida uma chapa com um número de identificação que a representava e, posteriormente,
os colegas atribuíam apelidos, assim funcionava o processo de identificação da época nos campos de trabalho. O mineiro com a pica desmonta o carvão, o seu ajudante apanha com uma pá e colocava nos pirus (carrinho de mão). A exploração era realizada sem luz e o único auxilio dos mineiros era o gasómetro que funcionava a carboneto. As galerias de circulação, continham troncos de madeira colocados na parte de cima dos túneis que serviam para evitar o desabamento de terras e no chão uma linha de carris, onde empurravam as berlindas pelos canais inclinados. Como estes podiam atingir um peso de 700 kg, muitas vezes, “engatavam umas às outras” e recorriam à força dos cavalos para realizar o transporte “até à boca da galeria”. Posteriormente, no exterior, a berlinda entrava numa “jaula” para ser transportada para a superfície, depois eram colocadas nos aparelhos chamados viradores que, ao virar, descarregava todo o carvão sobre os Crivos. “Fazia-se a separação por tamanho, para depois o carvão seguir para os tapetes rolantes, onde entra pela primeira vez a mão de obra feminina” esclarece Micaela, constatando ainda que, legalmente, no in-
terior apenas os homens com mais de 16 anos é que trabalhavam, enquanto que, no exterior, além dos homens, encontrávamos também mulheres e crianças - a partir dos 8 anos (após 1920), no entanto, segundo Mazola, “antes de 1920, pela ânsia de mão de obra barata, traziam crianças com 5 e 6 anos para serviços no exterior com horários desumanos”. Nas minas, um dos papéis que a mulher desempenhava era o de separação do carvão por qualidade. Esta diferenciação era realizada através do brilho da pedra que quanto mais brilhante fosse, mais qualidade possuía. Após a seleção, as britadeiras -papel desempenhado por mulheres- tinham que reduzir o tamanho do Carvão. Assim, com o auxílio de um “martelinho” nas mãos e uns óculos de rede nos olhos, que serviam como proteção para as lascas que eram projetadas, partiam a pedra para depois ser realizado o processo de lavagem que retirava o pó, em simultâneo, este “banho” ajudava na diferenciação das pedras, segundo Micaela “a pedra que continha mais quantidade de Carvão é mais leve, então consegue facilmente flutuar sobre os jatos de água e aquelas que não tinham tanto carvão, acabavam por afundar”. Após todo o tratamento, o carvão era transportado dentro das vagonas que eram empurradas pelas Vagoneiras até aos silos- local onde o carvão ficava armazenado e aguardava pelo envio para os locais de consumo. É no museu das Minas de São Pedro que conseguimos observar a realidade destes homens, mulheres e crianças que de tudo faziam para sobreviver. Constatamos que, desprotegidos de qualquer eventualidade fatal, a exploração nas galerias era feita à base de força dos braços. O trabalho era muito duro e os homens tinham que trabalhar em tronco nu e possuíam apenas uns “calções estilo tanga”. Em 1807, soam fortes os sinos da freguesia, regista-se o primeiro acidente mortal vindo da lavoura, a causa da morte foi um aluimento de terras nas galerias. António Silva é a primeira vítima mortal registada nas minas de São Pedro, proveniente de outra localidade do país, não viveu o suficiente para um dia encontrar, algures nas minas “a moderna Árvore das patacas”.
VIVACIDADE JANEIRO 2020 21
Destaque VivaCidade
Terra de História Em 1895, acontece o maior acidente mortal das minas no Passal de Baixo 8 mineiros perdem a vida. Em 1909, é constituída uma empresa, a Companhia das Minas de Carvão, que tinha técnicos “quer para os avanços dos trabalhos subterrâneos, quer para acompanhar o desenvolvimento do exterior”, constata Micaela. Mais tarde, em 1914/1916, os responsáveis sentem a necessidade de criar um meio de transporte mais rápido para a Cidade do Porto. Propostas são apresentadas e cria-se o teleférico, mais conhecido pelos populares como cestas. O cabo aéreo passava pela estação de comboios de Rio Tinto, onde procedia o descarregamento do carvão para ser transportado nos Caminhos de Ferro para outros pontos do país, enquanto que as outras cestas continuavam em direção às Antas para se distribuir pela cidade do Porto. Posteriormente, a companhia de Carris do Porto, atual CP, constrói uma central em Massarelos e começa a consumir 100% de carvão, proveniente das minas de S. Pedro, com o intuito de produzir energia para os seus elétricos. Assim, os responsáveis sentem a necessidade de construir uma linha de carris para que as zorras (Elétricos que faziam transporte de mercadorias) pudessem circular. Como a empresa vinha diretamente a São Pedro da Cova buscar o carvão, eles usufruíam de um desconto por cada tonelada de carvão transportada.
Em 1860, as minas de Monte Alto passam a ser concorrentes das Minas de São Pedro da Cova até sensivelmente 1900, após esta data, sob gerência Silvas e Rocha, dá-se a ligação de ambas as minas e passa a haver apenas uma- As minas de São Pedro da Cova.
Em 1920, as minas entram num novo ciclo e presenciam-se grandes melhoramentos nos campos mineiros. A 4 de dezembro é inaugurado o primeiro bairro operário, a primeira cantina, a primeira escola e a primeira farmácia. Até então, as habitações dos operários eram em barracos de madeira. É nesta altura (1921-22) que o símbolo da história das minas de São Pedro da Cova é construído em madeira, conhecido como Cavalete, a sua função era a de retirar o carvão, mais tarde, a 1 de janeiro de 1937, o cavalete é reconstruído em cimento armado (sistema estrutural da construção civil que se tornou um dos mais importantes do século XX)- esta estrutura ainda se encontra no local. Com a modernização os cavalos passam a trabalhar no exterior e no interior o transporte passa a ser realizado por tratores a diesel. As minas de São Pedro da Cova passaram também pelo período do poder estrito do Estado Novo. Durante a Primeira Guerra Mundial, quando Portugal se declara do lado dos Aliados, o comércio internacional é fechado para o país e as Minas tornamse essenciais para o funcionamento da nação. Em vez de irem para a guerra, muitos homens são recrutados para trabalhar nos campos mineiros em condições desumanas. As minas de São Pedro da Cova encerram definitivamente em 1972, embora que até 1998, a companhia das minas ainda estava ativa, mesmo sem exploração mineira. Ao ser questionado pelo estado de degradação do património, ao VivaCidade, o presidente da União de freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova referiu que “a Junta de Freguesia já, há muitos anos, que vem chamando a atenção pelo estado de degradação que tem aquele património e é nessa medida que temos insistido junto das entidades competentes a devida requalificação daquele lugar, que agora, aparentemente, é da Câmara Municipal”, o presidente acrescenta ainda que “há um projeto já com mais de 20 anos, sugerido, pela Faculdade de Engenharia do Porto (…) que está muito atual e que pode muito bem ser aproveitado para a requalificação daquele espaço”, Pedro Vieira apela para que o executivo da câmara inclua a junta de freguesia em qualquer decisão que eventualmente possa ser tomada, pelo facto destes deterem mais conhecimento sobre o património. ■
> Serafim Gesta - Mazola
António Aguiar - Galo António Aguiar, apelidado nas minas por Galo, tem 94 anos e começou a trabalhar nas minas com 14 anos. Com tenra idade começou por “acartar” lodo na cabeça e aos 16 anos foi recrutado para trabalhar nas galerias. De mineiro passou para encarregado das galerias e a sua responsabilidade consistia em controlar o que os mineiros realizavam, admitindo que muitas vezes ajudava as pessoas para não serem penalizadas. Participou na equipa de futebol dos mineiros, sendo este “uma das suas maiores paixões”. Enquanto realizava a entrevista, o mineiro com o olhar sobre o cavalete confessa “que é uma pena o estado que as minas se encontram”.
Erminda Nogueira - Tabuja Erminda Nogueira, apelidada por Tabuja, impressiona pela sua vivida memória, filha de pai e mãe mineiros recorda-se, orgulhosamente dos números de placa de todos, inclusive do seu marido. O seu percurso nas minas começou aos 14 anos e foi encaminhada para o trabalho na lama, onde depois do carvão ser lavado, levavam à cabeça para colocar a secar ou deitar nas vagonas. A mineira confessa que muitas vezes reduziam o peso que colocavam nos cestos porque não aguentavam, mas as encarregadas quando notavam o sucedido chamavam logo a atenção e colocavam mais. Aos 16 anos, passou a trabalhar no terreiro a partir pedra. Erminda confessa que o trabalho era feito de joelhos no chão e apenas tinham os óculos para proteger das lascas, muitas vezes, cansadas, as mulheres paravam, mas logo de seguida uma superior aparecia e “calcava as mãos das trabalhadoras contra o chão”, obrigando-as a continuar o trabalho. A mineira revela que na época que trabalhava nas minas conheceu o seu marido, José Resende, apelidado por Pepé, agora falecido, trabalhou nas galerias muitos anos. “Ele trabalhava no fundo e eu cá fora. Ele foi para a mina com 11 anos, andava com os cavalos e depois foi para o fundo da mina”, a mineira continua referindo que uma vez ficou preocupada porque houve uma morte nas galerias e o alvoroço instalou-se no exterior “não sabíamos quem tinha sido e todos diziam que o meu homem tinha morrido (…) Eu estava casada à 15 dias”, Erminda não queria acreditar que tinha sido José a morrer. “Felizmente para mim” quem morreu foi outro mineiro, a mineira explica que quando existia alguma morte os responsáveis arranjavam sempre uma forma de enganar os trabalhadores para não causar nenhuma desordem. Na altura de Salazar, recorda que tinham que estar “caladinhos e de bico fechado” para não serem presos ou castigados como muitos foram. Mesmo grávida trabalhou até à última hora e recorda que a altura das minas era dura e que sente pena de ver o estado em que as instalações mineiras se encontram.
22 VIVACIDADE JANEIRO 2020
Sociedade
Maria de Lurdes Delgado: “Há pessoas que não estão dispostas a assumir responsabilidade pelos animais” Em 2005, nasceu o projeto os Animais da Quinta, em que um grupo de voluntários apaixonados pelos amigos de quatro patas decidiram criar esta associação. O VivaCidade esteve à conversa com Maria de Lurdes Delgado, presidente da Associação Animais da Quinta, para perceber o legado da instituição.
Texto: Gabriela Monroy Fotos: Sofia Pinto Como é que surgiu esta associação? Conte-nos a vossa história. A associação inicialmente estava situada em Melres, era mais pequena, tinha menos boxes, mas depois houve alguns problemas com a antiga direção e tivemos de sair do antigo local. Viemos parar a este terreno, em Covelo, emprestado por um familiar de uma voluntária e instalamo-nos aqui, temos um contrato comodato e já cá estamos há 13 anos. É uma zona bastante sossegada e nunca tivemos problemas. Entretanto a outra direção saiu, houve várias direções a seguir e agora estou eu, vamos ver até quando... Atualmente, temos 15 boxes e normalmente não excedemos os 30 animais, não vou dizer que não haja mais 2 ou 3, se se derem bem conseguimos encaixar mais animais, mas nunca muito mais do que 30, até porque depois falta-nos verba para tratar, os animais. Precisamos de ter consciência que
> Lurdes Delgado na companhia da cadela Kika
não podemos dar um passo maior do que a perna. Como é que conseguem os fundos? Têm a ajuda de instituições ou entidades? Não, não temos ajuda de instituições nenhumas, as pessoas podem fazer-se sócias, temos um grupo de sócios, temos padrinhos para alguns animais e depois fazemos dinheiro das mais diversas formas, organizamos eventos, por exemplo no nosso aniversário fazemos um evento com comidas e bebidas e as pessoas compram-nos artigos que fazemos como canetas e outros produtos de merchandising. Fazemos feiras de usados, aceitamos coisas usadas e depois vendemos, também fazemos recolha de sucata, juntamos tudo o que é metal para vender para angariar dinheiro, realizamos uma serie de malabarismos. Muita gente também faz donativos porque gostam de animais e querem ajudar simplesmente.
O abandono de animais, hoje em dia, é ainda um problema recorrente? É um problema muito grande que tem vindo a aumentar, este ano tenho notado muito e acho que em 2020 o número vai aumentar, ainda mais porque foi implementada aquela lei da obrigação de colocação de microship e as pessoas só com o facto de terem de colocar um microship vão obrigá-los a gastar algum dinheiro e há pessoas que ainda não estão capacitadas de ter um animal, porque têm as suas despesas e gastos, no entanto, também há casos em que as pessoas não estão dispostas a assumir responsabilidade pelos animais. Qual é a sua opinião quanto ao processo de compra de animais em vez de adoção? Eu sou contra. A associação também é contra à venda de animais, mas infelizmente há comércio de animais, no entanto para comprar e vender animais tem de haver uma regulamentação muito apertada entre os produtores. Há produtores bons, que vendem animais com todas as qualidades das raças, infelizmente, também há muitos produtores em que muitas são criações de garagem, muitas pessoas que acabam por fazer criação com os seu animais e vendem mais barato no processo de compra e não estão a ver se o animal está saudável ou se é bem tratado. Quando eles são “dispensados” das famílias, abandonados, muitos são mal tratados. Há alguma história marcante? Sim, temos o caso da Mel, que foi atirada para o terreno esfaqueada, tinha 4 golpes penso eu, é uma cadela muito traumatizada, já esta muito melhor, mas não me parece que vá recuperar mais do que já recupe-
rou. É uma podenga, talvez cão de caçador, presumo que não caçasse o que queriam e foi descartada e atirada para aqui. Qual é a vantagem de adotar estes animais? Nós no abrigo não temos ninhadas porque isto é um terreno, é campo e sabemos que há doenças complicadas para os bebés, como a parvovirose, a leptospirose, todo tipo de doenças que uma zona rural pode trazer, por isso os bebés normalmente vão para casa de um voluntário ou para minha casa. Aqui no terreno só entram cães a partir dos 6 meses. As ninhadas normalmente são adotadas com alguma facilidade e rapidez porque as pessoas costumam pedir bebes pensando que se adaptam melhor e são mais fáceis de educar à sua maneira, o que é um erro, as pessoas educam à sua maneira, mas a vantagem de um cão adulto é que já passou a fase de roer, já passou a fase de fazer disparates, é um cão que normalmente já vem com regras e mesmo que não tenha muitas regras, aprende como um bebé, é um cão muito mais agradecido e calmo. Como é que as pessoas podem entrar em contacto com vocês? Temos o facebook da Associação Animais da Quinta, as pessoas normalmente mandam mensagens e quem lê as mensagens encaminha para os emails, temos o email de adoções, da direção, o geral e o do voluntariado. O António normalmente responde aos sócios, a Marlene a apadrinhamentos, temos outros voluntários que recebem os voluntários, eu normalmente respondo ao geral e ao da direção, mas independentemente do assunto, podem entrar em contacto para o facebook. ■
PUB
Grandiosas Festas a São Brás 1, 2 e 3 fevereiro 2020
Dia 1, 15h00
Rancho Folclórico de Gens Ferrapeirinhas de Baguim
Rancho Folclórico de Gens
As Farrapeirinhas de Baguim do Monte
21h30
Noite de Baile no Centro Social e Paroquial de Baguim ENTRADA LIVRE (Organização da Confraria dos Rojões e Papas de Sarrabulho)
Grupo BailaSom
Marante
Dia 2, 16h00
São Brás, santo que livra o povo das maleitas da garganta COM O APOIO DE:
Grupo de Cavaquinhos de Guilhabreu na Igreja Paroquial de Baguim
Grupo de Cavaquinhos de Guilhabreu
Dia 3, das 8h00 às 18h00
Banda Musical de São Pedro da Cova
11h00
Missa Solene
14h00
Fanfarra particular de Gondomar
15h00
Banda Musical de São Pedro da Cova
Fanfarra Particular de Gondomar
Inicio da Magestosa Procissão em Honra de São Brás PUB
24 VIVACIDADE JANEIRO 2020
Cultura
Balanço positivo é o resultado do Festival de música de Fânzeres e São Pedro da Cova
Decorreu, entre 22 de dezembro e 19 de janeiro, a quinta edição do Festival de Música de Fânzeres e São Pedro da Cova. O evento proporcionou seis momentos musicais exclusivos, realizados em espaços cedidos pelas paróquias da freguesia. O início do ano novo decorreu na companhia dos sons dos instrumentos da banda musical de São Pedro da Cova. Também marcaram presença nos eventos do Festival os grupos locais, Orfeão Claves de Sol & Fá de Fânzeres, Orfeão de São Pedro da Cova e Madrigal - Grupo Coral de Soutelo Presenciou-se, nos eventos, diversas sonoridades que abrangiam grupos instrumentistas com formação clássica, pelas bandas filarmónicas e pelos grupos locais. O executivo da freguesia revelou que a
opção de realizar os espetáculos ao domingo “revelou-se uma aposta vencedora” que trouxe um novo público. A edição contou ainda com a estreia da Nyckelharpa (instrumento musical) e com o destaque sobre os concertos de harpa e oboé, violoncelo a solo. Os responsáveis revelaram ao Vivacidade que o sucesso desta iniciativa aumenta a responsabilidade na realização do próximo festival. A organização deste Festival está a cargo da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova e pelas suas Paróquias locais. Esta edição contou com o apoio do Centro Republicano e Democrático de Fânzeres e da Câmara Municipal de Gondomar. Para o Presidente da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, Pedro Vieira, o Festival “correu muito bem”. O autarca constata que o Festival estava composto com “excelentes espetáculos” e “excelentes interpretes” o mesmo agradece a “elevada participação” do público à iniciativa e o trabalho realizado pela organização. ■
João Gil canta êxitos em Gondomar
Gondomarense destaca-se em Festival da canção
Foi ao som da guitarra e na companhia de um copo de vinho que os apresentadores conseguiram abordar temas de conversas importantes da sociedade contemporânea com João Gil, ex membro da banda dos Trovante. Foi no Auditório Municipal de Gondomar que João Gil deliciou o público presente com as suas histórias e com os maiores êxitos da carreira como artista. O evento fez parte do conjunto de espetáculos decorrentes apelidados por Contame histórias. O teor do Conta-me Histórias baseia-se num ciclo de conversas-concerto com músicos portugueses em que revelam
Margarida Almeida, residente em Rio Tinto, conseguiu qualificar-se para o Festival da Canção 2020 com a sua banda +351, no qual faz parte Duarte Teixeira e Hugo Azevedo. A música intitulada Cegueira resulta de uma dupla entre os Dubio e a banda de Margarida. A banda dá os seus primeiros passos em 2017, quando Hugo e Duarte, ex-companheiros de um restaurante de sushi “decidiram-se juntar-se com o intuito de encontrar na música uma distração perante as responsabilidades da vida adolescente” revela a integrante. Margarida explica que a sua participação na banda surge mais tarde, quando após ingressar na Faculdade de Letras da Universidade do Porto,
momentos inéditos da sua carreira, formalizam igualmente opiniões sobre problemas atuais da sociedade, sempre com um toque humorístico e informal à mistura. Apresentado pelo consultor editorial Tito Couto e o pivot de informação da RTP Jorge Oliveira, o evento tornou-se num momento intimista com o público, em que João Gil revelou diversos segredos e constatou que cada músico “terá sempre o seu legado”. No final da apresentação, as vozes do público uniram-se com a de João Gil, no momento em que o músico, realizou o desejo dos presentes e cantou, Ser Poeta (Perdidamente). ■
numa noite de Halloween em 2018, Hugo conheceu Margarida e descobriu o seu talento musical. O nome da banda +351 surge porque, apesar das músicas serem interpretadas em inglês, os artistas “não queriam deixar cair em esquecimento a cultura portuguesa”, assim os números servem de referência por constarem inicialmente nos contactos telefónicos portugueses. Foi a dupla Dúbio que, apresentou aos +351 o instrumental da faixa que originaria na participação no Festival da Canção, projeto este em que os artistas trabalharam “com enorme dedicação e esforço, valores estes agora recompensados” constata a cantora. ■
VIVACIDADE JANEIRO 2020 25
Cultura
Lançamento do livro Territórios do Tato “Gondomar está no Mapa das Artes Plásticas” Agostinho dos Santos é um pintor, escritor, jornalista apaixonado pela arte plástica que já passou a marca dos 30 anos de carreira. Proveniente de Gaia “de alma e coração”, encontrou no município vizinho, em Gondomar, uma segunda casa interessada e recetiva pela Cultura. Em conversa com o Vivacidade, Agostinho revela que “Gondomar é sensível à cultura”. É com o estatuto de diretor da Bienal do Porto que Agostinho é curador de diversas exposições em todo o país, principalmente nas exposições efetuadas no auditório Municipal de Gondomar e a Casa Branca de Gramido. A sua premissa é que quando toca a arte, o mesmo ajuda sempre no possível, porque a arte é a sua “paixão”. “A arte deve ser entendida com muita honestidade e seriedade. Só deve estar na arte quem sente, quem tem a necessidade de pintar como respirar” constata Agostinho dos Santos. O autor assume-se como um “Olheiro da arte” e constata que, o que realmente importa para ele escolher determinado artista é o seu talento, independentemente da idade ou do reconhecimento que este possui, “o que realmente interessa para mim é a qualidade dos trabalhos”. No entanto, o mesmo constata que a opinião é relativa, “o que para mim é bom, pode ser que, para si não tenha o mesmo impacto”. Agostinho destaca que todas as exposições que realizou, orgulhou-se sempre dos resultados. No seu portfólio, encontram-se exposições que participou como curador de grandes artistas de renome a nível nacional e que fez questão de os expor em Gondomar, exemplos são Albuquerque Mendes, Zé Rodrigues, Cabrita Reis, Zulmiro de Carvalho, entre outros.
“Estamos a construir um caminho para as artes plásticas em Gondomar, tenho conhecimento, por exemplo, que muitas pessoas que vivem fora do concelho, deslocam-se propositadamente ao município para contemplar as exposições”
> Agostinho Santos
O livro “Territórios do Tato” baseia-se no culminar de dois anos de exposições patenteadas desde 2017 até ao início do ano 2019. A ideia deste projeto surge de uma conversa entre o Vice-Presidente e Vereador da Cultura Filipe Araújo e o próprio Agostinho dos Santos, que fez questão de agradecer toda a colaboração que a Câmara Municipal de Gondomar tem prestado aos seus projetos. “Eu sou a favor da leitura de livros das artes, sendo que este tem que ter uma função didática, e foi esse o conceito que trouxe para esta obra”. O artista refere que todas as exposições realizadas são de qualidade e é essa premissa que tenta transmitir com este projeto. Agostinho diz que este livro serve para “avivar a memória” e é uma espécie de documento cultural para Gondomar.
“A arte e a Cultura pode não alimentar a barriga, mas alimenta o espírito” e é nessa linha que o autor demonstra a importância de realizar exposições. Agostinho distingue ao longo da entrevista, o trabalho incansável e todo o profissionalismo que a equipa da Cultura da Câmara Municipal de Gondomar e que o “pessoal” do auditório municipal e da Casa Branca de Gramido tem demonstrado na realização das exposições ao longo dos anos. Como perspetiva futura, o escritor referiu que espera que daqui a dois anos seja possível a realização de uma segunda versão do “Territórios do Tato”, mas que essa não é a sua prioridade neste momento. Agostinho revela ainda que o mais importante, agora, é a bienal internacional de arte que se realiza em 2021 e aproveita para acrescentar que o primor-
dial é continuar a realizar exposições de qualidade em Gondomar. Em conversa com o VivaCidade, o Vereador da Cultura e vice-presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Luís Filipe Araújo referiu que este livro transparece a qualidade das exposições que foram realizadas nos últimos dois anos em Gondomar. O autarca recorda exposições que obtiveram uma repercussão positiva tais “como as de Nadir Afonso, Zulmiro de Carvalho, Henrique do Vale, a coletiva de Livros de Artista, Jorge Curval, José Rosinhas, Filipe Rodrigues, entre outras”. Luís Filipe reconhece que estas exposições tem trazido muito reconhecimento nacional para o município e que “o balanço que fazemos é obviamente positivo o que alimenta a nossa vontade de fazer mais e melhor pela cultura”. ■
26 VIVACIDADE JANEIRO 2020
Cultura
Concerto de Reis lota sala D’Ouro do Multiusos
No dia 5 de janeiro, a Sala D’Ouro do Multiusos de Gondomar serviu de palco para o Concerto de Reis, interpretado pelas Vozes da Rádio & Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins, com o maestro convidado Luís Carvalho.
O maestro convidado Luís Carvalho confidenciou ao Vivacidade que será sempre um prazer voltar a terras Gondomarenses e que partilhar o palco ao lado de grandes intérpretes das músicas Portuguesas como as Vozes da Rádio e a Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins, será sempre um prazer. Luís Carvalho aproveitou o momento para agradecer a todo público presente que segundo palavras do próprio “abrilhan-
tou este concerto” e à Câmara Municipal de Gondomar pela iniciativa. As vozes da Rádio é um grupo composto por quatro solistas criado em 1991. Este quarteto é reconhecido pelo uso das suas próprias vozes como meio de realizar música à capella deliciando os ouvintes com o seu talento vocal. Apesar de não ser a primeira vez em palcos Gondomarenses, os artistas referem que “sempre que seja pela
música, estamos sempre disponíveis”. O repertório do evento contou com músicas de Daigo Marumoto, Johann Strauss e com a interpretação de algumas músicas originais do grupo das Vozes da Rádio. Presentes no evento estiveram também os representantes dos órgãos governativos da Câmara Municipal de Gondomar e da União de Freguesias de S. Cosme (Gondomar), Valbom e Jovim. ■
Com a organização da Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins em parceria com a Câmara Municipal de Gondomar, reviveu-se o tradicional momento festivo dos Cantares aos Reis. Foi com sala lotada que o ano começou da melhor forma no Multiusos de Gondomar, com a interpretação dos artistas foi possível proporcionar um ambiente festivo, em que a música e o humor prevaleciam. A orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins contou com a participação de 38 músicos e direção artística de António Vieira. Apesar do maestro titular ser Hélder Magalhães, a orquestra foi conduzida pela batuta de Luís Carvalho.
António Magalhães cliente da Unidade Residencial “Villa Urbana” da Associação do Porto de Paralisia Cerebral
Valbom é uma cidade? Banqueiros e políticos acham que não... Vim para Valbom há quase 15 anos, mais precisamente em 2005. Verifiquei que vinha para uma cidade mas passado algum tempo fui-me interrogando: “Por que é que esta pequena cidade era considerada como tal?”. Tem muito comércio e uma grande superfície, mas não nos podemos esquecer que uma boa parte das pessoas que habitam em Valbom trabalham noutros lados (nomeadamente no Porto). Valbom é uma cidade com habitantes com uma idade já muita avançada e os mais novos que aqui habitam vão vivendo sobretudo do trabalho na restauração e alguns em cabeleireiros. É óbvio que outros vão se “espalhando” por outras profissões mas têm pouco peso na economia de Valbom. Passe a publicidade, o “Continente” ainda é o único lugar onde a grande maioria dos valboenses vão às compras, satisfazendo as suas necessidades. Quando vim viver para Valbom havia, na altura, quatro bancos em atividade. Atualmente estas entidades bancárias deslocaram-se para outros sítios, nomeadamente para Gondomar (S. Cosme) e quando os valboenses e todos aqueles que vivem cá têm necessidade de ir a um qualquer banco, têm de se deslocar a esse local. Estamos a falar de uma população, na sua maioria, idosa e com grandes limitações para ir até Gondomar. Se me permitem, eu não sou inocente. Vivendo há 15 anos numa das unidades da Associação do Porto de Paralisia Cerebral (onde facilmente se percebe que existem pessoas com grandes limitações físicas), percebo que cada vez mais existe dificuldade não só para fazer movimentos nas caixas Multibanco, porque estas são num número muito reduzido e com difícil acesso para pessoas com mobilidade reduzida, como também para nos deslocarmos aos nossos bancos, todos localizados em Gondomar (S. Cosme). O que “move” as empresas ou as entidades financeiras são as pessoas, digo eu. É exigido, então, respeito a estas mesmas pessoas que dão vida a aldeias, vilas e cidades. Enquanto os nossos políticos e empresários não tiverem capacidade de pensar que tudo se move porque as pessoas existem, todos os discursos e opções estratégicas se alicerçam em meras teorias. Pergunto... Será que um dia Valbom, ou outra cidade similar, se irá tornar numa cidade-fantasma?
Tradições revividas no encontro nacional de janeiras O município de Gondomar recebeu no dia 4 de janeiro o XXVI encontro nacional de Janeiras. O Auditório Municipal de Gondomar foi o palco do evento que fez renascer as tradições de cantares de porta em porta. A organização do evento esteve a cargo do Rancho Regional de Fânzeres e da Câmara Municipal de Gondomar. No espetáculo, além do grupo organizador, marcaram presença o Rancho folclórico de Seia, o Grupo Típico de Ançã, o Grupo Etnográfico Danças e cantares “O Cantaréu”, o Rancho Típico de S. Mamede de Infesta e com a participação especial do Centro Re-
publicano e Democrático de Fânzeres. Foi em clima de festa que celebrou-se a 26º edição deste evento, ao Vivacidade, o Presidente do Rancho Regional de Fânzeres, Manuel Machado, referiu que “Este evento representa as tradições do povo, que é o cantar de porta a porta, todos os anos costumamos trazer ranchos de toda a região do país, porque cada localidade tem os seus cantos diferentes- cantar ao menino ou cantares a janeiras- e a nossa intenção é não deixar passar as tradições”. O responsável mencionou ainda que o público deveria aderir mais a este tipo de eventos, para não deixar morrer a tradição. ■
VIVACIDADE JANEIRO 2020 27
Albuquerque Mendes expõe em Gondomar Com Curadoria de Agostinho Santos, o consagrado pintor Albuquerque Mendes está a expor na sala Júlio Resende do Auditório Municipal de Gondomar. A exposição teve início no dia 14 de dezembro e ficará patente até ao dia 9 de fevereiro. A entrada é gratuita.
do no meio português e é considerado como um dos artistas portugueses que ficará na memória das artes plásticas lusitanas. Natural de Trancoso, Albuquerque Mendes ganhou notoriedade durante o congresso da Associação Internacional
de Críticos de Arte, em 1977 que decorreu em Lisboa. Recentemente, o artista conta no seu portfólio com a realização de peças oficiais para a receção do Papa Bento XVI- o “Estandarte da Paz”, o “Lenço Peregrino” e a
Cultura
“medalha Amanhecer” - em 2010. Em 2017, o artista recebeu a Medalha Municipal de Mérito, com o Grau Ouro pela Câmara Municipal do Porto, devido ao trabalho desenvolvido na difusão artística na cidade. ■
A exposição intitulada no “Chão do Paraíso” foi realizada pelo artista plástico Albuquerque Mendes, com curadoria de Agostinho dos Santos. As obras expostas foram concebidas entre 2012 e 2019. Trata-se da primeira exposição do artista realizada em Gondomar e o seu conceito passa pelo desenvolvimento da relação entre o céu e a terra, a terra é retratada como o chão do paraíso. O artista que estreou em Gondomar é reconhecido pelo trabalho desenvolviPUB
PUB
VIVACIDADE JANEIRO 2020 29
Política
Autarquia do município não devolve totalidade dos impostos Cada ano que passa, os municípios optam, cada vez mais, por abdicar parcialmente ou totalmente da receita do IRS. Dos milhares de euros transferidos do Estado Central para as autarquias, todos os anos, desde 2008, o valor transferido equivale a 5% do montante cobra-
do nos limites territoriais dos concelhos. A autarquia tem a responsabilidade de decidir se fica com todo o montante ou se abdica de parte ou totalmente do valor. Desde que a medida entrou em vigor, o número de municípios que tem optado por abdicar do
montante triplicou. No caso de Gondomar, o executivo camarário optou por, em 2020, devolver cerca de 0.5% do montante disponibilizado. O município faz parte das 109 câmaras que optam por devolver parcialmente o IRS aos seus
contribuintes. Esta medida implementada tem o objetivo de aliviar os impostos aplicados a cada cidadão residente no município. O valor entregue aos municípios, é importante, para aliviar o peso da carga fiscal imposta pelo Estado Central. ■
Gondomar recebe estatuto de concelho independente O Município de Gondomar apresentou no ano de 2018 um valor positivo nas suas receitas económicas, dado constatado no relatório de “Caracterização Financeira dos Municípios da Região Norte- Dados Prestação de Contas 2018”, elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. No estudo realizado, Gondomar surge in-
serido nas regiões que constituem a Área Metropolitana do Porto, que no qual fazem parte 17 municípios com um total de receitas próprias no valor de 1.337.191.063 euros. No mesmo ano, o território registou 61% em receitas próprias e 39% em outros financiamentos. Corresponde a receitas próprias, a transferência de orçamento realizado pelo estado a título de participação nos impostos e
pela cooperação técnica e financeira entre a administração central e local, bem como a obtenção de fundos comunitários e a contratação de empréstimos bancários. Os outros financiamentos dizem respeito aos recursos resultantes das fontes de financiamento das atividades dos municípios não mencionados nas “Receitas próprias”. Quanto à distribuição relativa às receitas
próprias e a outros financiamentos realizados em 2018, Gondomar registou 56% em receitas próprias e 44% em outros financiamentos, ou seja, o município conseguiu obter independência financeira devido ao valor registado nas receitas próprias ser superior a 50 %. Da Região Norte, apenas a Área Metropolitana do Porto registou independência financeira. ■
Primeira reunião municipal do ano e colocação da primeira pedra No dia 9 de janeiro, no edifício da Junta de Freguesia de Baguim do Monte, o executivo da Câmara Municipal de Gondomar, em conjunto com o presidente da Junta de Freguesia de Baguim do Monte, Francisco Laranjeira, marcaram presença na primeira Reunião Municipal do Ano. O tema de início da reunião foi o resumo da tesouraria do município, onde foi abordado a compra de aloquetes a um ginásio realizado pela Câmara Municipal, que no qual a CDU acusou o autarca de não ser transparente na comunicação das suas decisões com o restante executivo da oposição. Marco Martins apenas respondeu que a “contratação é pública” e a documentação se encontra disponível no site do município. As três primeiras propostas apresentadas na reunião, foram aprovados por maioria, assim ficou aprovado o relatório do plano de gestão do departamento da Proteção Civil, Segurança e Fiscalização para o ano 2020, a Constituição do Fundos de Maneio do Município de Gondomar e a Constituição do Fundo de Maneio da Comissão de
> Francisco Laranjeira e Marco Martins no lançamento da primeira pedra para o Largo de São Brás
Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Gondomar para 2020. A quarta proposta levada à reunião municipal sobre o aumento temporário dos fundos disponíveis para este ano, foi aprovada por unanimidade. A quinta proposta apresentada corresponde ao Projeto Residências (FORA) 2020/21, que no qual levantou algumas dúvidas por parte da oposição presente na reunião municipal quanto à gestão do montante pedido para o financiamento da companhia de teatro, no entanto a medida foi aprovada por
unanimidade. A proposta apresentada no ponto 7, sobre o projeto “Clubes Mentes Empreendedoras” obteve três votos contra por parte da oposição. No entanto, a medida foi aprovada com a maioria PS. Quanto à aprovação dos pontos 8, 9 e 10 que abordam a expropriação de terrenos para fins de utilidade pública, foram aprovados por maioria. “Investimento na minha terra, tem de ser tudo aprovado”, constatou Francisco La-
ranjeira, no seu discurso realizado no final da reunião municipal, o autarca aproveitou o momento e justificou que Baguim é uma freguesia que está a crescer e que está aberta a novas propostas. Após a conclusão da reunião autárquica, Marco Martins e Francisco Laranjeira, realizaram o lançamento da primeira pedra da obra do Centro Cívico situada no Largo de São Brás. Que após ter sido enviada para concurso três vezes, está oficialmente em curso. ■
30 VIVACIDADE JANEIRO 2020
Desporto TABELA CLASSIFICATIVA DE FUTEBOL Campeonato de Portugal - Série B P. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Equipa Arouca Lusitânia de Lourosa Leça FC SC Espinho AD Sanjoanense AD Castro Daire USC Paredes FC Felgueiras 1932 Canelas 2010 Lusitano Vildemoinhos FC Pedras Rubras SC Coimbrões Gondomar SC Valadares Gaia Amarante FC Trofense Vila Real Ginásio Figueirense
Pontos 40 38 34 34 32 30 28 26 24 23 22 21 20 16 17 17 11 8
Próximos Jogos: 2/2 Gondomar SC - Coimbrões
Divisão de Elite Pro-nacional Série 1 P. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Equipa
SC Salgueiros FC Foz Maia Lidador Vila FC Nogueirense FC SC Rio Tinto Avintes Oliv. Douro Padroense Gondomar SC B Ermesinde 1936 AD Grijó Varzim B Sport Canidelo Infesta FC Pedroso
Pontos 45 38 34 32 32 32 30 29 28 27 25 20 19 17 12 11
Próximos Jogos: 2/2 SC Rio Tinto - Sport Canidelo Gondomar SC B - FC Pedroso
Divisão de Elite Pro-nacional Série 2 P. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Equipa Pontos Tirsense 38 CD Sobrado 37 Freamunde 34 AD Marco 09 34 Rebordosa AC 33 Alpendorada 32 Aliança de Gandra 30 Vila Meã 28 Aliados Lordelo 28 Sousense 27 Vila Caiz 25 S. Pedro da Cova 20 FC Vilarinho 19 Barrosas 19 Lixa 15 Lousada 9
Próximos Jogos: 2/2 S.Pedro da Cova - Lixa Aliados Lordelo - Sousense
Seleção Masculina qualifica-se para Tóquio em Gondomar O torneio de ténis mesa de qualificação para os jogos olímpicos que teve lugar no Multiusos de Gondomar, resultou na qualificação da seleção masculina para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. A seleção feminina perdeu o sonho olímpico e foi desqualificada do torneio nos quartos de finais. A primeira ronda qualificativa culminou na vitória da seleção feminina portuguesa sobre a Eslováquia com três Hats-trick em três jogos consecutivos. Num duelo entre as portuguesas Xue Luo e Jieni Shao contra as eslovacas Nikoleta Puchovanova e Tatiana Kukulkova resultou na vitória da equipa lusitana por 3-0. Nos jogos individuais a portuguesa Yu Fu derrotou Eva Jurkova por 3-0. No encontro que se seguiu, Jieni Shao venceu por 3-0 a Tatiana Kukulkova. O segundo dia de competição resultou na eliminação da equipa feminina nos quartos de finais contra a Hungria por 3-1. No primeiro encontro, Xue Luo e Jieni Shao saíram derrotadas do encontro com as hungaras Maria Fazekas e Szandra Pergel por 3-1. Nos duelos individuais, Fu Yu perdeu por 3-1 frente a Maria Fazekas. No último duelo Xue Luo perdeu contra a atleta húngara Dara Madarasz por 3-2.
Apesar da seleção feminina ter sido eliminada, o sonho olímpico manteve-se de pé até ao torneio de repescagem que terminou na derrota da equipa das quinas nas meias finais contra a França por 3-1, apesar de ter ganho anteriormente nos quartos de final à seleção do país das tulipas por 3-2. No entanto, a equipa masculina portuguesa manteve o sonho português de uma possível medalha olímpica em tênis de mesa com a qualificação para os Jogos olímpicos de Tóquio. No primeiro encontro, os atletas João Monteiro e Tiago Apolónia conseguiram eliminar a seleção Ucraniana composta pela dupla Yaroslav Zhmudenko e Yevhen Pryshchepa, por 3-0. Nos confrontos individuais, Apolónia venceu a Yevhen Pryshchepa e Marcos Freitas eliminou o atleta Kuo Lei, por 3-1. Foi contra a Bélgica que a equipa masculina portuguesa conseguiu qualificar-se para as Olimpíadas. No jogo de duplas inicial, Tiago
Apolónia e João Monteiro venceram por 3-1 aos atletas belgas Florent Lambiet e Martin Allegro. Nos individuais, Monteiro derrotou Allegro, por 3-0 e pelo mesmo resultado Marcos Freitas venceu o belga Cedric Nuytinck. Após o apuramento, Marcos Freitas, revelou ao Vivacidade que. Acabámos de nos qualificar, esperamos muitos meses para esta qualificação, preparamo-nos bem, tivemos um estágio em Gaia todos juntos e o resultado está à vista, conseguimos uma boa qualificação, ganhamos os jogos por 3-0 e demonstramos a nossa superioridade e estamos em Tóquio”, o atleta aproveitou o momento para agradecer a todo o público que acompanhou a seleção durante o torneio que decorreu no Multiusos de Gondomar e deixou um apelo à federação para realizar mais torneios de ténis de mesa, em Portugal. ■
PUB
DEIXE QUE A NOSSA EQUIPA SE PREOCUPE POR SI CONTACTE-NOS E FAÇA A SUA SIMULAÇÃO
225480542 geral@euriseguros.pt www.euriseguros.pt
CONTE COM A NOSSA EXPERIENCIA DE
50 ANOS EM SEGUROS CONTACTE-NOS E SURPREENDA-SE COM AS CONDIÇÕES QUE PROPOMOS PARA OS SEUS SEGUROS OU OS DA SUA EMPRESA 225480542 251648105
R Boavista 600 - Rio Tinto R Eng Duarte Pacheco Lj 2 – Monção
www.euriseguros.pt geral@euriseguros.pt
PUB
32 VIVACIDADE JANEIRO 2020
Empresas & Negócios
Talho do Povo comemora uma década de funcionamento Foi em clima de festa que a equipa responsável pelo Talho do Povo celebrou o seu 10º aniversário com os seus clientes habituais. Com atividades para toda família, o momento contou com músicos, equipa de entretenimento para crianças e porco no espeto para todos os presentes. Sérgio Sousa e Liliana Azevedo são os responsáveis pelo estabelecimento que abriu portas no dia 21 de janeiro de 2010. Ao longo dos últimos anos, o local tem se destacado dos restantes comércios locais pela qualidade do seu produto. Liliana Azevedo refere que “Gondomar é um meio em que a população está a crescer, porque muitos fogem do grande Porto” e que apesar de não ser da terra, os Gondomarenses fazem a proprietária sentir que está em casa. No seu discurso, a gerente destacou que os funcionários são um dos principais pilares
da empresa porque são os que “dão a cara quando os proprietários não estão” o segundo pilar é os clientes que “fazem com que
tudo seja possível”. Liliana referiu ainda em nome de toda a equipa do Talho do Povo “O nosso muito Obrigado!” ■
VIVACIDADE JANEIRO 2020 33
Empresas & Negócios
Arménio Barbosa: “Tudo o que se come no restaurante do Chefe Barbosa é bom e de qualidade!” Chefe de renome abre novo estabelecimento em Gondomar e promete trazer a qualidade dos produtos naturais para os seus pratos. Participou em vários programas da RTP como a “Praça da Alegria” e o “Portugal no Coração”, o que proporcionou o seu reconhecimento internacional. Foi novamente em Gondomar que decidiu reabrir as portas. Este é o seu primeiro restaurante? Não. O meu primeiro restaurante abriu as portas a 11 de abril de 1997, em Jovim esteve aberto durante 12 anos, mas infelizmente há 8 anos atrás, em 2012, por motivos de saúde tive que encerrar as portas. Foi no dia 9 de janeiro comecei um novo capítulo na minha vida como cozinheiro, novamente recuperado abri este novo espaço com o incentivo e ajuda da minha filha na Travessa Adelino Amaro da Costa, nº 74 localizado em São Cosme (Gondomar). Uma das razões pelo qual eu reabri este novo espaço, foi para satisfazer a vontade dos meus clientes em deliciarem-se com os meus pratos tradicionais. Tem preferências quando toca à realização dos pratos? Eu gosto é de trabalhar com qualidade e com
produtos sempre frescos de forma tradicional procuro confecionar os meus pratos com produtos naturais, descarto sempre a utilização de ingredientes artificiais, de forma a garantir a qualidade e o sabor dos meus pratos, temos o cuidado de confecionar todas as nossas sobremesas para garantir a frescura do produto e satisfação do cliente. Atualmente, os pratos que são a estrela do estabelecimento, para além da nossa Francesinha é o Sável e a Lampreia e é com o estatuto de Chefe de Cozinha que aproveito para convidar os meus clientes a saborear estes pratos. Também temos serviço de churrasquearia e Grill, muito elogiado pelos nossos clientes. Já que abordou a Francesinha, soube que este prato tinha um grande impacto no seu antigo restaurante, conte-nos um pouco sobre o assunto. No Chefe Barbosa de Jovim, a Francesinha era muito cobiçada pelos meus clientes, para além da qualidade dos ingredientes o verdadeiro segredo está no molho!!!
Soube que foi premiado no concurso “Sável e Lampreia”? Sim, quer no sável como na lampreia, este ano inclusive vamos participar mais uma vez. Como cliente do seu estabelecimento, o que me sugere? Do peixe, talvez o bacalhau. Temos variedade na confeção, temos à Braga, à Zé do Pipo (com puré), com broa ou na brasa com batata a murro. Na brasa também temos todos os dias peixe fresco. Em relação à carne, a posta de vitela à mirandesa, miminhos de vitela ladeados com bacon que é a nossa proposta para o dia dos namorados, ao domingo o cabrito ou o cozido também seria uma boa opção. Os preços são acessíveis? Claro que sim. Preocupo-me muito em trazer o melhor peixe e a carne mais tenra e soculenta à mesa dos meus clientes sem descuidar o preço. ■
Especial Dia dos Namorados Entradas: Pão Azeitonas Paté Espetada de Camarão Opção Prato: Polvo à Lagareiro Miminhos de Vitela ladeados com bacon Sobremesa opção: Chesecake de frutos vermelhos Petit Gâteau com gelado de tangerina Abacaxi com vinho do Porto Café Digestivos Bebidas incluidas com opção: Vinho da casa verde / maduro Refrigerante / água Espumante Rosé / Bruto Passatempo exclusivo para reservas: Sorteio de uma noite para duas pessoas em alojamento local Invicta House Contacto do Restaurante: 22 111 05 33 Travessa de Adelino Amaro da Costa, 74 4420-610 São Cosme, Gondomar www.facebook.com/ochefe.barbosa.5
34 VIVACIDADE JANEIRO 2020
Empresas & Negócios
70 mil visitaram a Feira Gastronómica do Porco em Boticas A Câmara Municipal de Boticas, em parceria com a EHATB – Empreendimentos Hidroelétricos do Alto Tâmega e Barroso, organizou mais uma Feira Gastronómica do Porco, que já vai na XXII edição. O evento, que já se tornou um dos mais importantes a decorrer no município, sendo também um dos eventos mais consolidados do Alto Tâmega, é certamente a melhor forma para se divulgarem os produtos mais típicos da região e o famoso fumeiro tradicional. O certame, que decorreu entre os dias 9 e 12 de janeiro, voltou a ser um êxito como já vem sendo hábito e, durante os quatro dias de feira, aproximadamente 70 mil pessoas visitaram o concelho, tendo sido vendidas cerca de 40 toneladas de fumeiro. A abertura do evento decorreu na quintafeira, dia 9 de janeiro, e contou com a presença da Secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, bem como de diversas entidades vindas de todos os concelhos do Alto Tâmega Além da participação de meia centena de expositores de fumeiro, este ano a feira contou com a presença de mais de três dezenas de expositores dedicados à venda de outros produtos alimentares e artesanato. Durante os quatro dias de feira os visitantes tiveram a oportunidade de saborear vários produtos regionais, como os pratos que já são típicos nesta ocasião, o cozido e a assadura, visto que à semelhança das
edições anteriores as tasquinhas estiveram presentes na feira, sendo um dos fatores diferenciadores deste certame. O que também não faltou nestes quatro dias foi a animação, que ficou a cargo de grupos de música tradicional e popular. No final do certame a nossa reportagem falou com o autarca de Boticas, Fernando Queiroga, que se mostrou satisfeito pelo sucesso alcançado, uma vez mais, nesta realização, sublinhando que este se trata do mais importante evento do concelho em termos de promoção do mesmo, dos seus costumes e tradições. Qual o balanço que a autarquia faz da edição deste ano da Feira do Porco? A 22ª Feira do Porco foi, mais uma vez, um sucesso e o balanço é muito positivo. Terminámos com sentimento de dever cumprido, pois a feira teve um record de visitantes e vendas e, apesar de termos responsabilidades acrescidas por esta ser ter sido a primeira feira do fumeiro que se realizou no Alto Tâmega em 2020, estamos cientes que alcançamos o objetivo de divulgar a riqueza e as potencialidades deste território. Tendo a edição de 2020 mais um dia comparativamente aos anos anteriores, tanto a organização como os produtores estão muito satisfeitos com o êxito da feira. Estávamos muito confiantes relativamente a esta novidade e constatamos que foi uma aposta ganha, superando todas as nossas expectativas. A componente gastronómica associada à comercialização de fumeiro são, indiscutivelmente, a chave do sucesso e aquilo que diferencia a nossa feira das restantes que se realizam na região. Acredito que estes dois fatores que mais contribuíram para esse feito foram o facto de os visitantes poderem deliciar-se com a
excelente gastronomia local no próprio recinto da feira e, o mais importante de todos, a qualidade dos produtos vendidos. Agora é tempo de acertar pormenores, ver aquilo que ainda pode ser mais aperfeiçoado para começarmos já a pensar na edição do próximo ano. Do ponto de vista da promoção do concelho, esta Feira é a principal aposta do município? Porquê? Sim, sem dúvida que a Feira Gastronómica do Porco centra todas as nossas atenções pelo facto de ser um dos maiores eventos organizados no Concelho de Boticas. Todas as iniciativas são importantes, no entanto, esta feira requer especial atenção, porque além da componente de divulga-
ção e promoção dos nossos produtos endógenos e das potencialidades únicas deste território, tem um impacto económico significativo, sobretudo no rendimento das famílias que têm na agricultura e na produção de fumeiro uma forma de vida e sustento. Os produtores apresentaram neste evento o “fruto” de um ano de trabalho árduo, mas que agora se revelou compensador. Continuamos a apoiar e incentivar os nosso munícipes a apostarem no setor agropecuário, porque nos permite, em primeiro lugar, fixar população e, em segundo, gerar mais riqueza e dinâmica no nosso Concelho. Esta gente merece ser recompensada pela resiliência e pela forma como continua a acreditar no crescimento da nossa terra. ■
Sónia Gonçalves Sou de Montalegre mas gosto de vir aqui porque é uma terra acolhedora e devido à proximidade é fácil para nós transportarmos os nossos produtos. Vem sempre muita gente a este certame, no ano passado eu esgotei tudo o que tinha ainda durante o dia de sábado. Estas feiras são importantes para mostrarmos o nosso produto porque não temos a capacidade para os colocar nas grandes superfícies, isso só as fábricas o conseguem, não os pequenos produtores como nós.
Maria Vitória Baía e Domingos Baía Nós trabalhamos na agricultura, temos os porcos que alimentamos e tratamos para chegar a esta altura e conseguir realizar um pouco mais de dinheiro com a venda destes produtos. Nós já participamos desde o início do evento até porque trabalhamos também na pecuária. Temos clientes que nos conhecem aqui e que acabam por se tornar nossos amigos, regressando em outras épocas
PUB PUB
PUB
36 VIVACIDADE JANEIRO 2020
Lazer RECEITA CULINÁRIA
AGENDA CULTURAL VIVACIDADE
Lombo de porco recheado com linguiça e batata a murro
MÚSICA
DIVERSOS
1 FEVEREIRO 20h00 • Concerto Dream Theater - Pavilhão Multiusos de Gondomar
7 FEVEREIRO 21h00 • Palestra "Inteligência Emocional e Mindfulness" - Biblioteca Municipal de Gondomar Camilo de Oliveira 9 FEVEREIRO 20H00 • Red Carpet Night regressa ao Parque Nascente - Parque Nascente EXPOSIÇÕES 1 A 29 FEVEREIRO • Exposição de Pintura - Simplesmente Mulher - Centro Cultural de Rio Tinto
Um manifestante do 25 de Abril grita: - Agora sim! Estou satisfeito! Apetece-me gritar! Graças ao 25 de Abril já tenho um partido! A mulher: - Ó homem, está calado. Se te pões para aí a gritar ainda te partem o outro!
HORÓSCOPO
Maria Helena Socióloga, taróloga e apresentadora
210 929 000 mariahelena@mariahelena.pt
INGREDIENTES • 1 lombo de porco com aprox.1,200 kg • 200 g de linguiça • 600 g de batatas novas • 1 dente de alho • 100 g de manteiga • 3 dl de azeite • 1 dl de vinho branco • 4 dentes alho picados • 2 colheres (sopa) de massa de pimentão • 2 colheres de Pimentão doce • Sumo de 1 limão • Alecrim q.b. • Tomilho q.b. • Sal e pimenta q.b.
Foto DR
2 FEVEREIRO 16h00 • Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins - Cripta da igreja de Rio Tinto
Chef João Paulo Rodrigues * docente na Actual Gest
Preparação: Pré-aqueça o forno a 180 graus. Faça uma incisão no lombo de porco no sentido do comprimento, auxiliando-se de uma faca afiada. Coloque a linguiça dentro dos cortes, fazendo-a chegar até à outra extremidade do lombo. Coloque num tabuleiro. Tempere a carne com sal, pimenta, a massa de pimentão, a massa de alho, sumo de um limão e o azeite e vinho branco e as ervas aromáticas. Corte a manteiga aos cubos e espalhe sobre a carne. Coloque o vinho no fundo do tabuleiro e leve ao forno durante 35 minutos ou até ficar bem assado. Descasque o alho e corte-o em lâminas. Lave as batatas e coza-as com a pele em água com sal. Escorra e coloque num tabuleiro com sal grosso. De seguida colocar o alho e o azeite em cima da batata (dar um murro na batata) e colocar no forno. Servir a carne fatiada acompanhada de salada mista.
SOLUÇÕES:
Amor: Deixe o orgulho de lado e peça desculpa sempre que errar. Se quer ser verdadeiramente vitorioso, vençase a si próprio! Saúde: Proteja-se do frio, ou pode ser surpreendido por uma constipação. Dinheiro: Cuidado com os gastos supérfluos. PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
CHARCUTARIA • PÃO VARIADO PASTELARIA VARIADA BOLOS ANIVERSÁRIO
prove a nossa especialidade tosta mista em pão saloio
TEMOS SERVIÇO DE
Um café novo e moderno. Venha conhecer-nos!
Largo de São B rás, 8 • 4 4 35-4 01 Bag uim d o M on te • Tel.: 224 054 3 76 • Ao lad o d a Ig reja d e Bag uim •
38 VIVACIDADE NOVEMBRO 2019
Opinião: Vozes da Assembleia Municipal
Cuidar hoje. Viver amanhã Joana Resende| PS Em jeito de balanço de 2019, já com o intuito de balizar objectivos e tendências para 2020, a proteção Ambiental, assim como a sustentabilidade, são assuntos elevados ao carater de urgência, que entram pelas nossas casas todos os dias por todos os meios de comunicação e web. Nada disto é demais. É de facto um assunto urgente, preocupante, e que deve estar nas prioridades da nossa classe política. Quando em 2016, se lavrava a escritura pública de constituição da associação de Parque das Serras do Porto, dava-se um passo de gigante no nosso Município naquilo que é a preocupação pelo espaço natural, e na construção e garantia de um “Pulmão Verde” para as gerações vindouras. A associação, que engloba os municípios de Valon-
go, Paredes e Gondomar, presidida em 2019 pelo presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, foi constituída com o objetivo de promover a natureza e a vida ao ar livre nas serras do Porto, e é inédita naquilo que é fazer política em prol do bem comum, em conjunto e com o mesmo objetivo. Os três municípios uniram-se no intuito de alavancar de forma sustentável as potencialidades naturais dos terrenos que têm em comum: as serras de Santa Justa, Pias e Castiçais que pertencem à Rede Natura 2000, além das serras das Flores, Santa Iria e Banjas. Integra uma equipa técnica intermunicipal com elementos de três câmaras, sendo coordenado pela arquitecta Teresa Andresen que elaborou o Plano de Gestão do Parque das Serras do Porto, o qual foi apro-
vado em Novembro de 2018. Tem sido por isso fundamental o trabalho dos nossos Serviços Municipais naquilo que é a despoluição das serras, nomeadamente ao retirar cerca de três toneladas de lixo por semana, entre entulho vário e os chamados “monstros”. “Em média são tiradas 10 cargas por mês de entulho e monstros [resíduos, móveis, televisões, colchões, entre outros artigos] nos três municípios [que compõe o Parque das Serras do Porto]. Em Gondomar, tiramos pelo menos sempre uma por semana”, disse Marco Martins à agência Lusa. A par desta acção, encontram-se em discussão pública os Regulamentos Municipais referentes ao tema, e que de acordo com a proposta camarária devem penalizar quem faz por ignorar este fla-
gelo, agravando as coimas entre 500€ e 30.000€. Não são apenas os “descuidos” ou a inconsciência de quem deposita o lixo nas serras, mas também quem as usa como palco para atividades motorizadas, sem equacionar a pegada ecológica que deixa e marca as nossas terras. Dizia em 2016 que o Parque das Serras do Porto é uma visão ampla e de futuro. Pensando hoje naquilo que se pode fazer pela nossa paisagem, pelo nosso turismo e economia local, e projetando esses desafios no tempo, no futuro de todos. E se o futuro é de todos, a responsabilidade de o construir também. Levemos em consideração o que está a ser feito, e os erros humanos cometidos no passado. Cuidemos do que é a nossa Terra, em consciência e com cidadania.
Também a devolução do IRS é uma medida de fixação de pessoas já utilizada em bastantes municípios, assim como um serviço de transportes flexível que ligue as várias freguesias do concelho, onde na maioria dos municípios que utilizam esta medida a população acima dos 65 não paga bilhete, assim como o transporte da população mais velha para consultas ou hospitais, e alguns até a comparticipação de medicação aos mais desfavorecidos e com mais idade.. Um outro município, com o objetivo de incen-
tivar a natalidade, oferece 500€ por nascimento de cada bebê! São municípios com estratégias adaptadas aos seus munícipes! E nós, em Gondomar sem estratégias para os Gondomarenses, sem estratégias para o investimento, sem estratégias para a cultura, a ver o Porto crescer cada vez mais, sem conseguir capitalizar nem o turismo que transborda desta cidade vizinha! Que pena!
A inacção de Gondomar! Valentina Sanchez | PSD Apesar de não ser de difícil compreensão, saiu um artigo no jornal de negócios que vem explicar e comprovar a estratégia do partido social democrata perante a redução da taxa de imi em Gondomar! Foi feito um estudo a um grupo de 94 municípios que aplicavam a taxa máxima de IMI e foram forçados a uma redução imposta pelo governo a partir de 2008. (Passando de 0.5% para 0.4%) Esse estudo concluiu que nos municípios onde este imposto baixou, as empresas cresceram 14%.
É só fazer as contas! Ora se o imposto baixa, o valor dos imóveis sobe, dando assim uma maior possibilidade de financiamento por parte dos empresários. Quer isto dizer que baixar o IMI pode impulsionar o empreendedorismo e a inovação.. que não chega só querer investimento em Gondomar, também necessitamos de proporciona-lo! De o cativar! É incompreensível um município como o nosso não apostar nas empresas e na fixação de pessoas!
Os rios que correm em Gondomar Maria Olinda Moura | CDU O Douro, o Sousa, o Ferreira, o Tinto e o Torto. São os rios que correm no nosso concelho e nos quais desaguam inúmeras ribeiras e regatos. São eles que tornam as terras de Gondomar férteis e os vales bons. É deles que sai a água para o consumo das populações. É, assim, necessário ter consciência da importância estratégica dos rios para o desenvolvimento do concelho e da urgência de medidas para a despoluição, preservação e requalificação das zonas envolventes, indissociável da garantia da preservação ambiental e de melhor qualidade de vida para os gondomarenses. E é ao governo e à Autarquia que cabe a responsabilidade da requalificação das zonas envolventes dos rios, assim como a programação de planos de recuperação, despoluição e preservação destes cursos de água como bem essencial a toda a humanidade. Os rios despoluídos poderão ser um factor de coesão social e desenvolvimento económico se houver vontade política para tomar as medidas acertadas, como é caso do aumento da rede de
saneamento, da garantia da eficiência das várias ETAR do concelho, com o combate das descargas clandestinas, sejam elas da indústria, da atividade agro-pecuária, ou dos barcos turísticos que navegam o Douro. As concessões e privatizações dos serviços de água e saneamento, para além do aumento indecoroso do custo da água para a população e das taxas elevadíssimas e incomportáveis para as ligações à rede pública de saneamento, promoveram a desarticulação na gestão das águas, prejudicando, inclusivamente, uma resposta inter-concelhia integrada e continuada no combate à poluição das águas de que tem sido exemplo a crescente contaminação das águas do Douro, as recentes desclassificações das praias fluviais de Zebreiros e Melres, com um grande impacto na vivência das populações e no ecossistema da bacia hidrográfica. Uma gestão eficaz dos recursos hídricos de Gondomar permitiria o aproveitamento sustentado das suas potencialidades, a exploração
controlada dos seus recursos, a promoção do turismo cultural, desportivo e de lazer, e mesmo a mobilidade das populações ribeirinhas. Garantir a preservação e a gestão correta destes recursos e colocá-los ao serviço das populações, representaria um factor indispensável e fundamental para o desenvolvimento do concelho. Infelizmente, apesar das grandes parangonas da campanha eleitoral sobre o “amor” ao ambiente, continuamos a assistir a agressões aos nossos recursos hídricos, com valorizações pontuais e desarticuladas das suas margens e com praias classificadas, mas com águas impróprias para usufruto das populações, exatamente por falta de uma visão estratégica sobre o assunto. Estamos a cinco meses da próxima época balnear. Temos as praias fluviais com águas que não podem ser utilizadas para banhos. Estas situações já ocorrem neste concelho desde 2018. E o que tem sido feito pela Autarquia Municipal? Já foram detectados os focos de contaminação das águas? Já foi resolvido o deficiente funcio-
namento das ETAR? Já se responsabilizou a empresa Águas de Gondomar exigindo a sua atuação na reparação dos erros cometidos? Não! O que se fez foi permitir que essa empresa aumentasse mais uma vez o preço da água para consumo e que continue a praticar os preços exorbitantes para as ligações do saneamento. A CMG faz de conta que não é nada consigo e assobia para o lado, ou melhor, assobia para as empresas turísticas que navegam no rio Douro trazerem as suas embarcações até aos cais das margens de Gondomar para aí fazerem os seus despejos sem que tenha criado qualquer plano de recepção e entrega desses resíduos. Para a CDU-Gondomar, a correcta gestão do Douro e seus afluentes – a valorização das suas potencialidades, a qualidade da água, a segurança e a saúde das populações, o seu aproveitamento pelas comunidades locais – não pode ser colocada em causa, fazendo-se prevalecer os direitos das populações a quaisquer interesses particulares.
VIVACIDADE JANEIRO 2020 39
Opinião: Vozes da Assembleia Municipal
Até ao fecho da edição o Movimento Valentim Loureiro não enviou o artigo de opinião. David Santos | Movimento Valentim Loureiro - Coração de Ouro
“O braço direito dos portugueses” Pedro Oliveira | CDS-PP
O CDS está a fazer o seu caminho. Os últimos resultados eleitorais claramente frustrantes, associados a um certo sentimento de redundância e manifesta ineficácia na mensagem do partido aos portugueses, determinou o arrancar de um novo processo eleitoral interno de definição e escolha de diferentes caminhos e protagonistas, motivadores da renovação da esperança de militantes e simpatizantes numa mais intensa consonância entre a qualidade da mensagem e as reais necessidades da nação. Aveiro recebeu o XXVIII Congresso do CDS, Congresso muito importante na difícil conjuntura que o partido atravessa e que teve uma massiva participação de congressistas, cada vez mais informados e interventivos, e que muito dignificaram a qualidade
da evolução dos trabalhos acontecidos. Basicamente, e sob o ponto de vista da candidatura à liderança, o Congresso ganhou dois protagonistas essenciais, que lutaram ombro a ombro pela preferência dos congressistas. A candidatura de João Almeida e a candidatura de Francisco Rodrigues do Santos, cada uma delas a ganhar, em crescendo, o apoio declarado de congressistas indecisos, e a monopolizar a espectativa de todos, quanto à votação das respetivas moções apresentadas. Quanto ao conteúdo de cada umas destas moções, e não cabendo aqui discernir, os concernentes pontos de divergência, a verdade é que não lhes vislumbramos diferenças ideológicas substanciais, antes pelo contrário, um tendencial reposicionamento do
partido à direita, com um marcado enfoque na captação dos votos ao centro. Portanto, o grande enfoque dos congressistas para a escolha do candidato preferido, prendeu-se com o perfil individual de cada um. A sua apetência, as suas valências, a sua experiencia, os seus apoios, designadamente. Mas o se justifica enfatizar, é que a “luta” entre as duas candidaturas se mostrou intensa, genuína, aberta, aqui e ali com alguma aspereza, contudo sempre consentânea com os requisitados padrões de consideração e respeitabilidade, acabando o candidato Francisco por merecer a preferência dos presentes. Ainda é cedo para aferir das eventuais sequelas, entre as duas candidaturas, do confronto acontecido. Contudo estamos
crentes, desde logo pelas reacções aos resultados comunicados, que o partido continua unido e que os diferentes militantes, designadamente os chamados “Notáveis” que suportavam bem maioritariamente a candidatura de João Almeida, se mantêm disponíveis para colaborarem com a nova direcção. Depois do Congresso, a noção que fica entre os militantes que nele participaram, é que o partido demonstrou uma maturidade superior, sobrando-lhes uma retemperante satisfação de, dever cumprido, por terem almejado recolocar o partido na natural senda do seu melhor futuro. Como expressa o novo líder do CDS, Vamos fazer do CDS, o braço direito dos Portugueses.
Pela não transferência das competências previstas na Lei nº 50/2018 Bruno Pacheco | BE
Foi recentemente publicada a Lei n.º 50/2018, de 16 de agosto que estabelece o quadro de transferências de competências para as autarquias locais. Tal transferência, com carácter universal e definitivo, começou a ocorrer em 2019 e estará concluída até 1 de Janeiro de 2021. Nos termos da Constituição, a descentralização administrativa tem que visar, entre outros objectivos, o reforço da coesão territorial e social, devendo traduzir-se numa justa repartição de poderes entre o Estado central e o Poder local para melhor assegurar políticas públicas que resolvam os problemas das pessoas e dos territórios e essa transferência de competências para as autarquias locais deve ser sempre acompanhada dos adequados meios humanos, patrimoniais e financeiros . Nunca se poderá aceitar que as Autarquias,
alegando insuficiência de meios humanos ou de recursos técnicos, venham a concretizar as novas competências através da sua concessão a entidades privadas, pondo em causa o acesso e fruição pelas populações aos serviços e promovendo a degradação dos mesmos; Este diploma promove uma total desresponsabilização do Estado em funções sociais de âmbito universal como a Educação, Saúde e Cultura. A transferência de pessoal e equipamentos acompanhado de um financiamento insuficiente onerará os órgãos dos municípios com um esforço financeiro significativo, desconhecendo-se ainda os moldes exatos da transferência de receitas para que as Autarquias possam assegurar estas novas competências. Apesar da descentralização democrática da administração pública constituir um dos prin-
cípios fundamentais da organização e funcionamento do Estado (artº 6º nº 1 da CRP), a Lei nº 50/2018 resultou de um acordo apenas entre o governo PS e o PSD e a sua aprovação pela Assembleia da República teve a discordância de todas as outras forças políticas. Conforme o artigo 44.º da Lei 50/2018, de 16 de agosto, esta lei só produz efeitos após a aprovação dos respetivos diplomas legais de âmbito sectorial, contudo tais diplomas sectoriais não foram publicados até à presente data, não permitindo assim aos municípios percepcionar de forma objectiva e rigorosa o sentido, a extensão e o conteúdo da anunciada descentralização administrativa. E são ainda desconhecidos os montantes exatos das verbas a transferir para que as autarquias possam assegurar cabalmente essas novas competências.
A transferência de competências para as autarquias locais não pode agravar as desigualdades territoriais e deve ocorrer apenas nas áreas em que os municípios estejam em melhores condições de assegurar o respectivo exercício. Por isso o Bloco de Esquerda em Gondomar, votou contra este diploma na Assembleia Municipal por considerar que é um documento irresponsável e que coloca em causa a estabilidade e o equlibrio social do nosso município, para o Bloco este documento não passa de uma tentativa desenfreada do estado central de sacudir a água do capote daquilo que são as responsibilidades socias que lhe compete. Por isso somos firmes e convictos na nossa luta a única maneira de defender as pessoas e o município é impedir que a Lei 50 possa avançar.
PUB